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DIREITO PENAL MILITAR Prof. Pablo Cruz Crime Militar Critérios legais Parte 3

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DIREITO

PENAL MILITAR

Prof. Pablo Cruz

Crime Militar

Critérios legais

Parte 3

Crime Militar

• Art. 9º, II, alíneas “e”:

• e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado,contra o patrimônio sob a administração militar, ou aordem administrativa militar;

Conforme já se afirmou anteriormente, encontra-sesuperada a situação do assemelhado, haja vista o adventodo Estatuto dos Militares. Logo, só pode ser sujeito ativodo crime o militar da ativa.

Não é necessário que o bem pertença ao patrimôniomilitar, sendo suficiente que esteja legalmente sob suaAdministração (STJ – CC 48.014).

Crime Militar

Crimes contra a ordem administrativa militar são asinfrações que atingem a organização, a existência e asfinalidades das Forças Armadas bem como o prestígio moralda Administração Militar.

Súmula: 75, STJ: COMPETE A JUSTIÇA COMUMESTADUAL PROCESSAR E JULGAR O POLICIAL MILITAR PORCRIME DE PROMOVER OU FACILITAR A FUGA DE PRESO DEESTABELECIMENTO PENAL. (Súmula que tende a sersuperada)

Crime Militar

• Art. 9º, III: os crimes praticados por militar da reserva,ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares,considerando- se como tais não só os compreendidos noinciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:

• Trata-se de inciso aplicável aos civis (militar da reserva,militar reformado ou civil).

• Logo, se o crime do inciso III é praticado por civil, oraciocínio é de que esse inciso não se aplica à JustiçaMilitar Estadual, pois a mesma só detém competênciapara julgar militares.

Crime Militar

• O STF e o STJ têm adotado uma interpretação bastanterestritiva em relação aos crimes militares cometidos porcivis, somente se caracterizando o crime como militar emhipóteses excepcionais, e desde que esteja presente ointuito de atingir de qualquer modo as Forças Armadas(STF - HC 86.716). (LIMA, Renato Brasileiro de. Manualde Processo Penal, vol. I, Niterói, RJ: Impetus, 2011, p.541.)

• Contudo o STM ainda detém entendimento literal, nosentido da inexigibilidade dos requisitos apontados acima(Excepcionalidade e Intenção de atingir as ForçasArmadas).

Crime Militar

• Art. 9º, III, alínea “a”: a) contra o patrimônio sob aadministração militar, ou contra a ordem administrativamilitar;

• Trata-se de crime militar praticado por civil contra opatrimônio sob a Administração Militar, ou contra a ordemadministrativa militar.

• Exemplo: Estelionato para continuar recebendo apensão militar. Tal crime está previsto no art. 251 doCPM. O civil responderá pelo art. 251, c/c art. 9º, incisoIII, alínea “a”.

• Reitere-se que o civil somente responde por esse crimede estelionato se o crime for praticado em face dopatrimônio sob da administração militar.

Crime Militar

• Fixação de competência e Justiça Militar – 2: Compete àJustiça Castrense processar e julgar ação penal destinadaà apuração de delito de apropriação de coisa havidaacidentalmente [Código Penal Militar (CPM), art. 249],praticado por militar que não esteja mais na ativa. Essefoi o entendimento da Segunda Turma, que indeferiu aordem em “habeas corpus”. Na espécie, o paciente foidenunciado perante a Justiça Militar porque, após seulicenciamento, continuou a receber remuneração daAdministração Militar por não ter sido excluído do sistemade folha de pagamento de pessoal do Exército.

Crime Militar

• A Turma reafirmou a jurisprudência consolidada sobre amatéria. Dessa forma, compete à Justiça Castrense ojulgamento de crimes militares, assim definidos em lei(CPM, art. 9º, III, “a”), praticados contra as instituiçõesmilitares, o patrimônio sob a administração militar, ou aordem administrativa militar, ainda que cometidos pormilitar da reserva, ou reformado, ou por agente civil (HC109544/BA, DJE de 31-8-2011). HC 136539/AM, rel. Min.Ricardo Lewandowski, 4.10.2016. (HC-136539)(Informativo 842, 2ª Turma)

Crime Militar

• Art. 9º, III, alínea “b”:

b) em lugar sujeito à administração militar contra militarem situação de atividade ou assemelhado, ou contrafuncionário de Ministério Militar ou da Justiça Militar, noexercício de função inerente ao seu cargo;

• Crime militar praticado por civil em lugar sujeito àAdministração Militar contra militar da ativa.

• A parte sublinha se encontra superada, pois taissujeitos se submetem ao regime dos servidores civis.

Crime Militar

• No que tange ao juiz-auditor (membro da Justiça Militar),deve-se atentar para a adequação necessária a ser feitatambém no art. 82, II, CPPM. Tal dispositivo não foirecepcionado pela CF, já que o termo: auditor, se refereao juiz-auditor que, como um juiz da União, será julgadoperante o respectivo TRF (art. 108, inciso I da CF/88). Àmesma conclusão se chegará no que se refere ao membrodo Ministério Público Militar (Membros do MPU), quetambém é detentor de foro por prerrogativa de função.

Crime Militar

• Art. 9º, III, alínea “c”:

c) contra militar em formatura, ou durante o período deprontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,acampamento, acantonamento ou manobras;

Segundo José da Silva Loureiro Neto:

• Formatura: Ato de formar, alinhar ou ordenar a tropa.

• Período de prontidão: Lapso temporal em que a tropapermanece em sua unidade, em estado de alerta paraeventual deslocamento.

• Período de vigilância e observação: Ato ou efeito de vigiar,espreitar.

Crime Militar

• Exploração: Procura no cumprimento da missão.

• Exercício: É o adestramento de tropa.

• Acampamento: Trata-se do estacionamento temporáriodas tropas, onde as mesma se abrigam, naturalmente, embarracas.

• Acantonamento: Trata-se do estacionamento das tropasem que elas se utilizam de instalações já existentes.

Crime Militar

• Art. 9º, III, alínea “d”:

d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar,contra militar em função de natureza militar, ou nodesempenho de serviço de vigilância, garantia epreservação da ordem pública, administrativa oujudiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim,ou em obediência a determinação legal superior.

• De acordo com a jurisprudência, essa função denatureza militar a que se refere a presente alínea deveestar relacionada às atribuições primárias das ForçasArmadas, delimitadas pelo art. 142 da CF/88.