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    DIREITO INTERNACIONALPBLICO

    APOSTILADE

    DIREITO INTERNACIONAL

    PBLICO

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    CAPTULO ISOCIEDADE INTERNACIONAL

    A formao da sociedade internacional e do DIP deu-se juntamentecom a formao das primeiras coletividades, onde o estabelecimento

    de relaes entre os indivduos que compunham as coletividades,exigiam normas que as regulassem.Existe uma sociedade internacional porque existem relaescontnuas entre as diversas coletividades, que so formadas porindivduos que apresentam como caracterstica a sociabilidade, quetambm se manifesta no mundo internacional. A sociabilidade noest contida dentro das fronteiras de um Estado, mas as ultrapassa.CARACTERSTICAS DA SOCIEDADE INTERNACIONALA sociedade internacional :UNIVERSAL: porque abrange todos os entes do globo terrestre;

    PARITRIA: porque h uma igualdade jurdica; ABERTA, o quesignifica que qualquer ente, ao reunir determinados elementos, podenela ingressar, sem que haja necessidade de que os membros jexistentes se manifestem sobre o ingresso;ABERTA: significa que qualquer ente, ao reunir determinadoselementos poder ingressar, sem que haja necessidade de aprovaodos membros j existentes. DESCENTRALIZADA: porque no possuipoderes executivo, legislativo e judicirio.ORIGINRIA: porque no se fundamenta em outro ordenamentojurdico, a no ser no direito natural.

    - A sociedade internacional composta por entes que possuemdireitos e deveres outorgados pela ordem jurdica internacional. Soeles os Estados, as Coletividades Interestatais, as Coletividades NoEstatais e o Indivduo.Entretanto, ao lado desses entes atuam diversas foras que acabampor influenciar a sociedade internacional. So elas:FORAS ECONMICAS: onde, devido aos acordos comerciais, todosos problemas de natureza econmica s podem ser resolvidos atravsde uma cooperao interestatal.FORAS RELIGIOSAS: que com o passar da histria tiveram uma

    influncia decisiva no DI, vez que o catolicismo angariou uma srie deinstitutos, tais como, a Paz de Deus, a Trgua de Deus, etc.FORAS CULTURAIS: se manifestam pela realizao de acordosculturais entre os Estados, na criao de novos organismosinternacionais destinados cultura e na aproximao entre osEstados.FORAS POLTICAS: onde claramente se v a luta pelo poder e, peloaumento do territrio dos Estados. (Busca da hegemonia da ordeminternacional

    NOVOS ESTADOSEntre os sculos XVI e incio do sculo XX o DIP foi considerado poralguns autores como um produto do Cristianismo europeu, vlido

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    para toda terra. Entretanto, com a independncia dos Estados Unidosno sculo XVII cai a idia de um direito europeu, passando a existirum sistema de Estados de civilizao crist.Com o tempo, a reviso do DI foi sendo defendida pelos chamados"Novos Estados" que ingressaram na ordem internacional existente a

    fim de participarem ativamente nas relaes internacionais.A reivindicao desses Estados era uma participao democrticaproveniente da convivncia social internacional, que pudesse envolvero maior nmero de Estados e de indivduos a existentes.Entretanto, o que na realidade ocorre que os Estados maispoderosos, embora em minoria eram os que elaboravam e ainda hojeelaboram as normas internacionais.Normalmente, o poderio dos Estados levado em considerao nomomento de se decidir sua participao na formao dessas normas.Assim, acende-se conflito constante entre os pases desenvolvidos e

    os pases em desenvolvimento, sendo que estes ltimos colocam-seem desvantagem. Primeiro, pela dificuldade de controle dosverdadeiros rgos diretores destas organizaes. Segundo, porserem subdesenvolvidos, perdem a unidade por sua maiorvulnerabilidade em relao aos pases desenvolvidos frente sinfluncias estrangeiras.Durante algum tempo os Novos Estados adotaram na polticainternacional uma posio denominada NEUTRALISTA, que consistia,durante a guerra, em no tomar posio nem no bloco sovitico, nemno bloco americano.

    Embora muito criticado, o Neutralismo dava a estes pases pelomenos o poder de barganha, dando-lhes tempo para aprendertcnicas de poltica estrangeira e de diplomacia.Atualmente, os sub-desenvolvidos formam o MOVIMENTO DOS NO-ALINHADOS, que, segundo BERG, tentam explorar a bipolaridade emseu benefcio, tentam criar uma zona de paz exercendo uma funomediadora e pacificadora e acima de tudo, tentam criar umamultipolaridade, estabelecendo as bases de uma nova ordeminternacional, atravs dos quais todos os Estados participaro naelaborao e aplicao das normas internacionais.

    Atualmente, os subdesenvolvidos j tm reivindicado uma "igualdadevantajosa", onde seja dado a eles um tratamento mais benfico emtermos de comrcio, bem como em aplicao de recursos.ROBERT BOSCH afirma que o DI clssico um "direito decoexistncia que regula as rivalidades e os conflitos do poder".Para ele, uma alterao no DI deveria conhecer um "direito decooperao" visando "conciliar os interesses", mas as constantespresses dos fortes sobre os fracos s fazem retardar essa integraoentre os povos.Isso no significa a morte do DI, pois os conflitos sempre deveroexistir em quaisquer envolvimentos humanos, mas significa que suaimportncia tende a diminuir.

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    CAPTULO IIBASES SOCIOLGICAS DO DIREITO INTERNACIONAL PBLICO

    O DIP, para existir, pressupe a existncia de determinados fatoresque os doutrinadores denominam de bases sociolgicas, que podem

    ser assim resumidas:PLURALIDADE DE ESTADOS SOBERANOS: devem existir vriosEstados soberanos, porque o DIP que regula as relaes entre eles.Ressalve-se, entretanto, que um Estado soberano dentro de suasfronteiras, mas fora delas todos os Estados se equivalem.COMRCIO INTERNACIONAL: havendo comrcio entre vriosEstados so necessrias normas que regulem as relaes existentes.PRINCPIOS JURDICOS COINCIDENTES: ou seja, comuns aosEstados (pacta sunt servanda) - se no existirem valores comuns,no poder existir o DIP.

    Diz respeito possibilidade de conflito entre uma norma internacionale uma norma interna. Quando isto ocorre, qual das duas normas vaiprevalecer? O Estado, por exemplo, assina um tratado que entra emconflito com norma interna anterior.Algumas constituies tm contemplado as relaes entre o DireitoInternacional e o Direito Interno. Vm sofrendo um processo deinternacionalizao. A nossa, infelizmente, omissa quanto matria. Normalmente cabe ao Poder Judicirio decidir, que o podefazer at com primado do Direito Interno.Existem trs correntes sobre o assunto:1- Dualismo

    - Monismo com primazia do direito Interno- Monismo com primazia do Direito InternacionalO Dualismo uma das 3 correntes que estudam as relaes que oDireito Internacional e o Direito Interno guardam entre si.So elas:- Dualismo- Monismo com Primazia do Direito InternacionalMonismo com Primazia do Direito InternoNo momento em que ocorre um conflito, perguntamo-nos qual ser anorma que dever prevalecer.

    Muitos autores, como Ross, consideram o assunto uma mera "disputade palavras" e negam sua importncia.O primeiro estudo sistemtico da matria foi feito por HENRICHTRIEPEL, em 1899.Parte ele do princpio de que no existe possvel conflito entre essasduas normas. Declara sua independncia dizendo no existir entreelas nenhuma rea comum e que lhes possvel apresentarem-secomo tangentes, mas nunca como secantes.A Teoria de Triepel baseia-se nas diferenas entre as duas normas,interna e internacional e que tentaremos aqui resumir:A primeira diferena: na ordem internacional o Estado o nicosujeito de Direito, enquanto na ordem interna, acrescenta-se tambmo indivduo como sujeito de direito.

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    A segunda diferena: refere-se s fontes nas duas ordens jurdicas.Enquanto o Direito Interno o resultado da vontade de um sEstado, o DI tem como fonte a vontade coletiva dos Estados.A terceira diferena: est na estrutura das duas ordens jurdicas. Naordem internacional a estrutura est baseada na coordenao,

    enquanto na ordem interna, baseia-se na subordinao.Assim, esta concepo nos conduz denominada TEORIA DAINCORPORAO, ou seja, para que uma norma internacional sejaaplicada no mbito do Estado, necessrio que se faa primeiro sua"transformao" em direito interno, incorporando-a em seu sistemajurdico.O Dualismo com isso, nega o conflito, porque vai utilizar a normamais recente.O Direito Internacional no vai atingir diretamente a ordem jurdicainterna, pois na medida que passa a ser uma norma interna, pode ser

    mudada por outra norma interna.A Teoria Dualista passvel de uma srie de crticas, tais como:1) Nega a condio da personalidade internacional do indivduo, namedida que s a aceita na ordem interna. Entretanto, o homemtambm sujeito internacional, uma vez que tem direitos e deveresoutorgados diretamente pela ordem internacional.2) Sendo duas ordens independentes, como pode o Estado aparecernas duas?3) O direito no produto da vontade nem de um Estado, nem devrios Estados. O voluntarioso insuficiente para explicar a

    obrigatoriedade do costume internacional.4) KELSEN observa que coordenar subordinar a uma terceiraordem. Assim, a diferena entre as duas normas no de natureza,mas de estrutura, ou seja, uma simples "diferena de grau".TRIEPEL por sua vez dizia que so ordens independentes, que nadatm em comum. Mas, afirmamos, o Tratado no fica pairando naordem internacional. Ele vai ser aplicado na ordem interna.MONISMO COM PRIMAZIA DO DIREITO INTERNOO Monismo com Primazia do Direito Interno foi adotado por autoresnazistas e algumas vezes por autores soviticos.

    Essa Teoria parte do princpio que os Estados so absolutamentesoberanos. No esto sujeitos a nenhum sistema jurdico que notenha emanado de sua prpria vontade. nesse momento que surge a pergunta: Ora, se os Estados soabsolutamente soberanos, por que vo se submeter s normasinternacionais?"A resposta que o prprio Estado autolimita essa soberania paraacatar a norma jurdica internacional.Esta a TEORIA DA AUTOLIMITAOAs diversas crticas a essa Teoria so:- A primeira e mais importante de todas que ela nega a existnciado prprio DI como um direito autnomo, independente. Ela o reduza um simples direito estatal;

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    - 2 crtica: alguns a classificam como pseudomonista, pois naverdade ela pluralista, tendo em vista a existncia de vrias ordensinternas;Finalmente, podemos apresentar uma 3 crtica que a de que se avalidade dos Tratados Internacionais repousasse nas normas

    constitucionais que estabelecem o seu modo de concluso, toda amodificao na ordem constitucional por um processo revolucionriodeveria acarretar a caducidade de todos os Tratados concludos navigncia do regime anterior. Mas isso no ocorre, porque em nome dacontinuidade e permanncia do Estado ele ainda obrigado a cumpriros Tratados concludos no regime anterior.Assim explicado porque um Tratado no pode ser inovado se odireito interno muda. O Tratado feito pelo Estado e no peloGoverno, pois este muda.MONISMO COM PRIMAZIA DO DIREITO INTERNACIONAL

    O Monismo com Primazia do Direito Internacional uma dascorrentes que estudam as relaes que o Direito Internacional e oDireito Interno guardam entre si. So elas: Dualismo e Monismo comPrimazia do Direito Interno, Monismo com Primazia do DireitoInternacional.O Monismo sustenta, de um modo geral, a existncia de uma nicanorma jurdica. Essa concepo tem duas posies: uma, quedefende a Primazia do Direito Internacional e outra, a Primazia doDireito Interno.Cabe-nos aqui discursar sobre o Monismo com Primazia do Direito

    Internacional, que foi desenvolvido principalmente na Escola de Viena(Kelsen, Verdross, Kunz, etc)Para KELSEN, toda cincia jurdica tem por objeto a norma jurdica.Ao formular sua Teoria enunciou a clebre pirmide de normas.Afirma que as normas devem ter sua hierarquia: uma norma tem asua origem e tira sua obrigatoriedade da norma que lhe imediatamente superior.No vrtice da pirmide estaria a norma fundamental, a norma base("Grundnorm"), que era uma hiptese e cada jurista poderia escolherqual seria ela.

    Assim, neste primeiro momento KELSEN no se define, dando ensejo TEORIA DA LIVRE ESCOLHA ou FASE DA INDIFERENA.Num segundo momento, influenciado por VERDROSS, KELSEN sai doseu indiferentismo e elege a norma costumeira pacta sunt servandacomo norma do DI. a norma fundamental no DI. um princpioordenador da Ordem jurdica Internacional. Nenhuma outra normapode modificar a pacta sunt servanda. KELSEN no admite aqui oconflito entre as duas normas jurdicas.Numa terceira fase, KELSEN continua a eleger a pacta sunt servandacomo norma base, mas j admite o conflito, com primazia da normainternacional. o MONISMO MODERADO, que veio substituir oMONISMO RADICAL de KELSEN em sua fase anterior.

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    Essa Teoria, majoritria, a que maior segurana oferece s relaesinternacionais, tendo em vista a garantia de que ela ser cumprida.A Teoria Monstica com Primazia do Direito Internacional foi eleita porvrias constituies, tais como a espanhola, a alem, os pasesbaixos, a francesa (esta, sob a reserva de reciprocidade com a outra

    entidade).Crticas:A principal crtica dirigida esta Teoria que ela no corresponde Histria, que nos ensina ser o Estado anterior ao DI. Os monistasrespondem que sua teoria "lgica" e no histrica. Realmente,negar a superioridade do DI negar a sua existncia, uma vez que osEstados seriam soberanos absolutos e no estariam subordinados aqualquer ordem jurdica que lhes fosse superior.Embora seja o Estado sujeito de Direito Interno e de DI, ele amesma pessoa e, assim, no se pode conceber que esteja submetido

    a duas ordens jurdicas em choque. O direito, na sua essncia, ums e a Ordem Internacional acarreta a responsabilidade do Estado,quando ele viola um dos seus princpios. E o Estado aceita estaresponsabilidade. Por este motivo que ocorre a primazia do DIsobre o Direito Interno.

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    CAPTULO VIIIFONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PBLICO

    KELSEN confunde a noo de fonte com fundamento.Fundamento: de onde o direito tira sua obrigatoriedade.

    Fontes do DI: constituem os modos pelos quais o Direito semanifesta, ou seja, as maneiras pelas quais surge a norma jurdica.So os meios formais do DI.No se pretende com isto negar a existncia das fontes materiais (oselementos histricos, sociais e econmicos). Porm, ao direitopositivo, s interessam as fontes formais. Exemplo: um Tratado fonte formal do DIP.-Quanto s fontes formais existem duas concepes ou verses:1) POSITIVISTA OU VOLUNTARISTA:Para essa corrente a fonte formal a vontade comum dos Estados,

    que pode ser expressa nos tratados e tcita nos costumes.Entretanto, esta concepo insuficiente para explicar uma dasfontes do DI, que so costumes, vez que a norma costumeira, sendogeral, torna-se obrigatria para todos os Estados membros dasociedade, at mesmo para aqueles que no manifestaram suavontade no sentido de aceit-la, sendo obrigados a obedec-la. a concepo mais adotada atualmente. Faz distino entre asfontes formais e as fontes materiais. As fontes materiais so oselementos histrico, econmico e social que do origem s fontesformais, que so as normas que regulam as relaes entre as

    pessoas de DI.Entretanto, as fontes materiais so estudadas apenas para sabermosas origens das fontes formais, porque elas no pertencem ao DireitoPositivo, ao qual s interessa a fonte formal. Assim, a fonte formal um simples reflexo da fonte material.Os doutrinadores tm sido unnimes na apresentao da imagem docurso de gua para distinguir as fontes formais das fontes materiais.Observam eles que, se seguirmos um curso de gua, encontraremosa sua nascente, que a sua fonte, isto , o local onde surge a gua.Esta a fonte formal. Todavia, existem diversos outros fatores (ex.:

    composio do solo, pluviosidade, etc.) que fizeram com que a guasurgisse naquela regio. Esses elementos que provocam oaparecimento das fontes formais so denominados de fontesmateriais.Assim se classificam as fontes de DIP, segundo QUADRI:a) fontes primrias: so aquelas que orientam, norteiam a ordemjurdica internacional. o que se chama de princpios. So osprincpios constitucionais da ordem jurdica internacional.-pacta sunt servanda (o tratado deve ser cumprido)- consuetudo est servanda (respeito ao costume e normacostumeira).- - princpio da interdependncia do Estado, e- princpio da permanncia e continuidade do Estado.

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    O novo governo para ser reconhecido deve declarar que manter oscompromissos constitucionais vigentes.b) fontes secundrias: so os tratados e costumes baseados nosprincpios constitucionais. Em outras palavras, tm fundamento nasfontes primrias.

    c) fontes tercirias: so as outras fontes. Se apoiam nas fontessecundrias. Exemplos: atos unilaterais, atos convencionais, atosmistos.QUANTO AO ENUNCIADO DAS FONTES:As fontes formais do DI encontram-se enunciadas num texto emvigor, que o ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIA, oprincipal Tribunal das Naes Unidas, que as utiliza na soluo doslitgios que lhe so apresentadas. No o Poder Judicirio face descentralizao da Ordem Internacional.O art. 38 do Estatuto da CIJ enumera as fontes formais do DIP:

    a) CONVENES INTERNACIONAIS - Regrasb) COSTUME INTERNACIONALc) PRINCPIOS GERAIS DE DIREITO RECONHECIDOS PELAS NAESCIVILIZADAS (Europa, Estados Unidos e Amrica Latina)d) AS DECISES JUDICIRIAS E AS DOUTRINAS DOS PUBLICISTASQUALIFICADOS (com ressalva do art. 59)Pode, ainda, a Corte decidir uma questo ex aequo et bono se aspartes com isso concordarem. a deciso por equidade (s entre aspartes), mas s com a concordncia das partes.Uma crtica ao art. 38 que ele no estabelece hierarquia entre as

    fontes. Mas claro que elas devem existir. Critica-se, tambm, queno incorpora outras fontes do DIP, tais como os atos unilaterais, etc.ESTRUTURA DA CORTE:Os rgos principais so:- ASSEMBLEIA GERAL: onde esto presentes todos os Estados (cincomembros temporrios com direito a voto).- CONSELHO DE SEGURANA: o rgo responsvel pela paz esegurana internacional (quinze membros, sendo cinco com direito avoto).CONSELHO DE TUTELA: praticamente extinto na organizao. Sua

    funo a fiscalizao dos territrios sob tutela da ONU.CONSELHO ECONMICO-SOCIAL: o rgo da ONU, sob aresponsabilidade da Assemblia Geral, responsvel pelos assuntoseconmicos e sociais.O desenvolvimento das relaes internacionais e a interdependnciacada vez maior entre os Estados tm feito com que os Tratados semultipliquem na sociedade internacional.Os Tratados so considerados atualmente a fonte mais importante doDI, no s devido sua multiplicidade, mas tambm porquegeralmente as matrias mais importantes so reguladas por eles.A Conveno sobre o direito dos Tratados concluda em Viena, em1969, no seu art. 2, 1, alnea a d a seguinte definio: "tratadosignifica um acordo internacional concludo entre Estados em forma

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    escrita e regulado pelo DI, consubstanciado em um nico instrumentoou em dois ou mais instrumentos conexos qualquer que seja a suadesignao especfica".Esta definio de Tratado em sentido lato, significando que estoabrangidos os acordos em forma simplificada. A forma escrita a

    mais comum, porm os acordos orais tambm tm obrigatoriedade.A Conveno de Viena excluiu de sua regulamentao os Tratadosentre Organizaes Internacionais ou outros sujeitos de DI.Entretanto, tal fato no significa que tais Tratados percam a sua foralegal e por outro lado, nada impede que as normas desta Convenose apliquem a tais Tratados.A terminologia dos Tratados bastante imprecisa na prticainternacional.Tratado: utilizado para acordos solenes, por ex.: o tratado de paz.Conveno: o tratado que cria normas gerais, por ex.: a conveno

    sobre mar territorial.Declarao: usada para os acordos que criam princpios jurdicos ou"afirmam uma atitude poltica comum", por es.: Declarao de Paris,em 1856.}Ato: quando estabelece regras de direito, por ex.: Ato Geral deBerlim, de 1885.Pacto: um tratado solene, por ex.: Pacto de Renncia Guerra, em1928.Acordo: geralmente usado para os tratados de cunho econmico,financeiro, comercial e cultural.

    Concordata: so os assinados pela Santa S, sobre assuntosreligiosos. Trata de matria que seja da competncia comum daIgreja e do Estado.Temos ainda: Estatuto, Protocolo, "Modus Vivendi", Compromisso,Troca de Notas, Acordos em forma Simplificada (executivos), Carta,Convnio, etc...Estas so as principais denominaes com sua utilizao maiscomum. Cabe-nos lembrar que a prtica internacional no apresenta,neste aspecto, a menor uniformidade.CONDIES DE VALIDADE DOS TRATADOS INTERNACIONAIS

    1 CONDIO: COMPETNCIA DAS PARTES CONTRATANTESDepende da capacidade entre as partes.Quem tem direito Conveno?A resposta a esta pergunta que a capacidade de concluir Tratados reconhecida aos Estados Soberanos, s Organizaes Internacionais,aos Beligerantes, Santa S e a Outros Entes Internacionais.Quanto aos Estados Soberanos, o art. 6 da Conveno de Vienadetermina que todos os Estados soberanos tm capacidade paraconcluir Tratados. Esta a regra geral e como tal, possui excees.Assim, os Estados Dependentes ou os membros de uma Federaotambm podem concluir Tratados Internacionais em certos casosespeciais.

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    O Direito Interno (Constituio), pode dar aos Estados Federados odireito de concluir Tratados.O Governo Federal no Brasil no ser responsvel se um Estadomembro da Federao concluir um acordo sem que seja ouvido oPoder Executivo Federal e nem seja aprovado pelo Senado.

    Os Estados Vassalos e Protegidos possuem o direito de Convenoquando autorizados pelos soberanos ou protetores.A Santa S sempre teve o direito de Conveno. Os Tratadosformados pela Santa S so acerca de matria religiosa edenominados Concordatas.As Organizaes Internacionais tm sua capacidade limitada pelosprprios fins para os quais foram criadas.Os Beligerantes e Insurgentes tambm possuem direito deConveno, apesar de ser este um direito discutido. Para uns, eles spodero concluir Tratados referentes s operaes de guerra; para

    outros, podero concluir Tratados sobre qualquer matria, uma vezque eles adquirem personalidade internacional aps oreconhecimento._As Outras Entidades Internacionais tambm podem assinar Tratados,como por exemplo, os territrios internacionalizados.Muito difcil se torna estabelecer uma Teoria Geral sobre o direito deConveno. Tal capacidade deve ser analisada de acordo com cadacaso.2 CONDIO: HABILITAO DOS AGENTES SIGNATRIOSA habilitao dos agentes signatrios de um Tratado Internacional

    feita pelos "plenos poderes" que do aos negociadores o "poder denegociar e concluir" o Tratado. As pessoas que o recebem sodenominadas de plenipotencirios.Um ato de pessoa no habilitada, a respeito da concluso do Tratado,no tem efeito legal at que o Estado confirme tal ato.Os "plenos poderes" surgiram da intensificao das relaesinternacionais e, em conseqncia, da impossibilidade de os chefesde Estado assinarem todos os Tratados, bem como do desejo de sedar "maior liberdade" de ao ao chefe de Estado. Outra razo desuma importncia a de evitar que os Tratados obriguem

    imediatamente os Estados, como ocorreria se o Tratado fosseassinado diretamente pelo chefe de Estado, uma vez que estariadispensada a ratificao.O instituto dos plenos poderes se desenvolveu no Renascimento, porinfluncia do "Corpus Juris Civilis".Normalmente esto dispensados dos plenos poderes para anegociao e autenticao dos Tratados: os chefes de Estado e deGoverno, Ministro das Relaes Exteriores, chefes de missodiplomtica e representantes acreditados pelos Estados.Nas Organizaes Internacionais no se exigem "plenos poderes" dossecretrios-gerais adjuntos.

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    Nos Tratados bilaterais os plenos poderes so trocados pelosnegociadores e nos multilaterais a verificao dos instrumentos feita por uma comisso ou pelo Secretariado da ONU.Os plenos poderes perderam muito de sua importncia com odesenvolvimento da ratificao. A ratificao passa a no ser

    obrigatria, vez que o Poder Legislativo pode no concordar com oTratado.-OBJETO LCITO E POSSVEL nulo o Tratado que violar, que ferir a norma imperativa do DI Geral,mesmo que esta norma seja posterior a ele, porque como esta norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional, ela s poderser modificada por uma outra norma imperativa do DI Geral.Esta questo da norma imperativa do DI Geral foi colocada naConveno de Viena, em 1969, por insistncia dos pasessubdesenvolvidos, que alegavam ser desiguais os acordos celebrados

    sem atender igualdade jurdica.Enfim, um Tratado no poder ter um objeto que contrarie a moralinternacional nem a jus cogens. No poder tambm existir noTratado um objeto impossvel de ser executado. Se estes casosacontecerem, a parte poder pr fim ao Tratado.4 CONDIO: CONSENTIMENTO MTUOO acordo de vontade entre as partes no deve sofrer nenhum vcio. Oerro, o dolo e a coao viciam os Tratados.ERRO: A maioria dos autores admite o erro como vcio doconsentimento nos Tratados Internacionais, mas alguns

    doutrinadores negam o seu reconhecimento pelo DI.A orientao de admitir o erro como vcio do consentimento foiadotada pela Conveno de Viena. Entretanto, necessrio delimitaro assunto:a) s anula o Tratado, o erro que tenha atingido a "base essencial doconsentimento para se submeter ao Tratado";b) se o erro de redao, ele no atinge a validade do Tratado edever ser feita a sua correo;c) o erro de fato que constitui vcio do consentimento. O erro dedireito deve ser afastado como vcio;

    o Estado que tenha contribudo para o erro no pode invoc-lo.DOLO: O dolo ocorre sempre que um Estado se utiliza de qualquerespcie de manobras ou de artifcios para induzir outro Estado naconcluso de um Tratado, provocando o erro ou aproveitando o erroexistente.Para existir o dolo so necessrios dois requisitos:a) ter sido praticado por um a parte contratante;b) que o erro devido fraude de outrem seja escusvel para a vtimae determinante para o seu consentimento.O dolo acarreta a responsabilidade internacional do Estado que opraticou.

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    COAO: A coao manifesta-se de duas maneiras: contra a pessoado representante do Estado ou contra o prprio Estado, com aameaa ou o emprego da fora.A ameaa contra a pessoa do representante do Estado anula oTratado. A coao contra um Estado pelo uso ou ameaa da fora

    causa de nulidade do Tratado, uma vez que tal fato viola a Carta daONU.At o Pacto de Paris, em 1928, de renncia guerra, esta forma decoao no anulava o Tratado, entretanto, ao ser a guerraconsiderada um ilcito internacional, ela passou a ser considerada umdos vcios do consentimento.O DI s condena a violncia ilcita, pois do contrrio chegaramos aum contra-senso, pois que no caso de um agressor vencido por uma"fora" da ONU, o "Tratado de Paz" estaria inquinado de nulidade.No poder ser invocada a nulidade se, depois de conhecer o fato, foi

    aceito o vcio de consentimento.A corrupo do representante do Estado outro vcio doconsentimento. O Estado cujo representante foi corrupto podeinvocar este fato para invalidar o seu consentimento dado ao Tratado.PROCESSO DE CONCLUSO DO TRATADOO Tratado Internacional no seu processo de concluso atravessadiversas fases: - Negociao- Assinatura:- Ratificao:- Registro:

    - Promulgao:- PublicaoAs quatro primeiras fases pertencem fase internacional deconcluso de um Tratado, ao passo que as duas ltimas fazem parteda fase interna.Cada uma dessas fases possui normas prprias e caractersticasespecficas.-1 FASE: NEGOCIAOA negociao a fase inicial do processo de concluso de umTratado. Dentro da ordem constitucional do Estado, sua competncia

    do Poder Executivo.Nesta fase os representantes do chefe do Estado, ou seja, osnegociadores, se renem com a inteno de concluir um Tratado.A negociao de um Tratado bilateral se desenvolve, na maioria dasvezes, entre o Ministro do Exterior ou seu representante e o agentediplomtico estrangeiro que so assessorados por tcnicos nosassuntos em negociao...Nessa fase sero analisados os "plenos poderes" dos representantesno Tratado bilateral.A negociao de um Tratado multilateral se desenvolve nas grandesconferncias e congressos. Aqui, os negociadores depositam os"plenos direitos" em uma urna, para serem analisados posteriormentepor uma comisso.

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    Esta fase termina com a elaborao de um texto escrito, que oTratado.Quando os negociadores esto munidos dos plenos poderes, ou delesdispensados, o Tratado ento assinado. Se no possuem os plenospoderes, permite-se que os negociadores rubriquem o texto at que

    estes recebam os plenos poderes e possam assin-lo. O lapso detempo entre a rubrica e a assinatura, neste caso, de poucassemanas em mdia. Entretanto, nada impede que seja acordado quea rubrica constitua a assinatura do Tratado.A regra estabelecida no art. 9 da Conveno de Viena a adoo dotexto por todos os Estados.No caso do Tratado bilateral aplica-se o 1 que preceitua a adoodo texto por todos os Estados negociadores (neste caso, os doisEstados contratantes). J nos Tratados multilaterais, isto , naConferncia, aplica-se o disposto no 2 que determina seja o texto

    adotado por 2/3 dos Estados presentes e votantes, a no ser que sedetermine o contrrio, como aconteceu no caso da Conferncia doDireito do Mar que foi tratado num consenso.No sendo atingido o nmero exigvel nos Tratados bilaterais, acaba oprojeto. No caso do Tratado multilateral, atingido o nmero exigvel,os Estados que no adotaram o texto deixam de fazer parte doTratado, que ento no gerar efeito para eles. Se no alcanar onmero exigvel, acaba o projeto do Tratado e os Estados favorveisao Tratado podero marcar nova data para a votao, apenas entreeles.

    s vezes no se chega nem votao, com os Estados chegando aum consenso. A vantagem do consenso a possibilidade de eliminaro confronto entre os Estados.2 FASE: ASSINATURAA assinatura a segunda fase de concluso do Tratado.Aps a fase de negociao, com o texto do Tratado pronto, estedever ser assinado. Com a assinatura os Estados atestam que estode acordo com o texto produzido. Para a assinatura do Tratado osnegociadores devero estar munidos dos "plenos poderes" ou delesestarem dispensados.

    Em via de regra, a assinatura no torna o Tratado obrigatrio, comexceo do acordo executivo.Em resumo, a assinatura:autentica o texto do Tratado;atesta que os negociadores esto de acordo com o texto do Tratado;tm ou podem ter grande valor poltico, que afirma que uma vezassinado o Tratado, o Estado no dever apor nenhuma resistncia sua entrada em vigor.Diversos so os tipos de assinatura:

    a. assinatura ad-referendum as demais partes podero deixar queo Poder Executivo negocie o Tratado, assine o Tratado e oEstado ratificar este Tratado. Assim, esta a assinatura queprecisa ser confirmada pelo Estado, porque o negociador no

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    A ratificao pode levantar, em relao Constituio Federal,problemas de "constitucionalidade extrnseca" e de"constitucionalidade intrnseca". O primeiro caso ocorre quando oTratado ratificado pelo Poder Executivo sem a aprovao doLegislativo, como determina a Constituio. O 2 caso ocorre quando

    o Tratado ratificado pelo Executivo com a aprovao prvia doLegislativo, violando, porm, preceito constitucional do Estado.}A doutrina sobre o valor dessas ratificaes imperfeitas dividiu-se em3 grupos:

    a. a que admite a validade dos Tratados irregularmenteratificados. Para este grupo, a no submisso do Tratado aoLegislativo seria uma questo de direito interno sem relevnciano DI. O Estado contratante no obrigado a conhecer oDireito Constitucional do outro contratante. Esta concepodaria maior segurana s relaes internacionais;

    b. o que sustenta a nulidade do Tratado: alega este grupo que noexiste nenhuma norma de DI afirmando a validade destesTratados. Esta Teoria tem a desvantagem de trazer inseguranas relaes internacionais;

    c) o da Teoria-Mista, que sustenta a nulidade do Tratado quando aviolaofor notria e a sua validade em caso contrrioEsta concepo a que melhor atende s necessidades da vidainternacional, uma vez que resguarda a segurana das relaesinternacionais e ao mesmo tempo responde s maiores necessidades

    do direito interno dos Estados.Os problemas de "constitucionalidade intrnseca" levantados pelaratificao no so propriamente questes de ratificao, mas quepertencem ao domnio das relaes entre o DI e o Direito Interno,das relaes entre os Tratados e as Constituies. As dvidas quepodem surgir dizem respeito execuo do Tratado na OrdemInterna, mas no na Ordem Internacional, onde ele perfeitamentevlido.Se os rgos internos competentes consideram que o Tratado perfeito na sua constitucionalidade, no compete ao Estado

    estrangeiro averiguar-se se o Tratado conforme Constituiodaquele Estado. Cabe-lhes apenas verificar se a ratificao for feitapelos rgos competentes.-4 FASE: REGISTROA Carta da ONU estabelece em seu art. 102 que todos os Tratadosconcludos devero ser registrados aps entrarem em vigor.A origem do Registro se d com a Revoluo Bolchevista, quandoforam publicados uma srie de Tratadosperigosos.Esse Registro feito no Secretariado da ONU e seu efeito darpublicidade ao Tratado na Ordem Internacional.

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    Mesmo Estados que no so membros podem registrar Tratados,porque h um interesse maior de que todos os Tratados sejamreconhecidos.O Tratado sem registro considerado um Tratado-secreto, queapesar de no ser reconhecido pelos demais, ser vlido entre as

    partes contratantes. A nica sano para o Tratado no registrado que no poder ser invocado perante qualquer rgo das Naesnicas, como est previsto no 2 do art. 102 da Carta da ONU.Com o Registro termina a fase internacional.5 FASE: PROMULGAOA Promulgao ato jurdico de natureza interna, pelo qual oGoverno de um Estado afirma ou atesta a existncia de um Tratadopor ele celebrado e o preenchimento das formalidades exigidas parasua concluso. Alm disso ordena sua execuo dentro dos limites desua competncia.

    A razo da existncia da promulgao que o Tratado no fonte dedireito interno e sendo assim a promulgao no atinge o Tratado noplano internacional, mas apenas sua executoriedade no direitointerno.So efeitos da promulgao:- tornar o Tratado executrio no plano interno;- constatar atravs do Executivo, a existncia de uma normaobrigatria para o Estado.No Brasil, a promulgao feita por Decreto do Presidente daRepblica, onde ordenada a execuo do Tratado, cujo texto a

    figura e publicado no Dirio Oficial.6 FASE: PUBLICAOA Publicao conduta essencial para o Tratado ser aplicado nombito interno. adotada por todos os pases. Atravs de publicaose leva ao conhecimento de todos a existncia desta normainternacional. Uma vez publicado no Dirio Oficial pelo PoderExecutivo, o Tratado ganha executoriedade e eficcia.-CLUSULAS ESPECIAIS DOS TRATADOSAlgumas clusulas esto implcitas na celebrao dos Tratados.Outras h que devem figurar no texto dos mesmos. Algumas

    importantes clusulas tm a seguinte denominao:- CLUSULA DE ADESO- CLUSULA COLONIAL- CLUSULA DE SALVAGUARDA- CLUSULA FEDERAL- CLUSULA DA NAO MAIS FAVORECIDA- CLUSULA SI OMNESCLUSULA DE ADESO: a clusula inserida num Tratado, que permite a um Estado nocontratante tornar-se parte desse Tratado. Em princpio, s possvelquando o Tratado a previu expressamente. Caso o Tratado silenciesobre a possibilidade de um terceiro se tornar seu contratante, necessrio o consentimento dos Estados partes do Tratado.

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    A adeso pode ocorrer antes da entrada em vigor do Tratado, podeestar aberta a todos os Estados, como tambm permitir somenteaderir aqueles que pertenam a determinada regio do globo.Existem dois processos de adeso:1 ADESO PURA E SIMPLES: ocorre quando o Estado quer fazer

    parte de um Tratado, mesmo que no tenha negociado, nemassinado. Simplesmente adere ao Tratado sem a necessidade deratificao.2 ADESO AD REFERENDUM: a que suscita a futura apreciaopelo Legislativo.-CLUSULA COLONIAL:A regra geral a de que o Tratado se aplica a todas as partes doterritrio da contratante. A clusula colonia pode determinar que oTratado seja, de fato, aplicado a todas as partes do territriodependentes dos contratantes, ou ainda de se incluir o Tratado de

    aplicao nos territrios dependentes, podendo-se admitir que oscontratantes, por meio de uma declarao, estendam a conveno atodos ou apenas a alguns de seus territrios dependentes.- CLUSULA DE SALVAGUARDA:Possibilita a um Tratado o no cumprimento de determinada clusulaque esteja ameaando o seu equilbrio econmico.- CLUSULA FEDERAL:Regula a aplicao dos Tratados em Estados membros de umaFederao. O Governo Federal encontra-se obrigado do mesmo modoque o Governo de um Estado unitrio.- CLUSULA DA NAO MAIS

    FAVORECIDA: uma clusula clssica em DI. H controvrsias quanto ao seuembrio.___ aquela em que o Tratado estipula que os Estados contratantesse outorgaro as vantagens mais considerveis que eles j tenhamconcedido, ou possam vir a conceder no futuro, a um terceiro Estado,sem que seja necessria uma nova conveno entre eles. utilizada em assuntos aduaneiros e se encontra consagrada noGATT.Pode ser:

    - bilateral: quando ambos os contratantes se outorgam as vantagensda clusula;- - unilateral: quando as vantagens so somente para umcontratante.Poderemos classific-la em:positiva: quando declara que sero dadas as mesmas vantagensoutorgadas aos terceiros Estados;negativa: quando estabelece que no ser imposto a um Estado,gravames ou nus mais onerosos que aqueles aplicados a terceirosEstados.Ser ainda:

    geral: quando se aplica a todas as relaes comerciais;

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    especializada: quando enumera as mercadorias ou o seu campode aplicao.

    Finalmente, poder ser:- condicional: ela s opera quando o Estado, que pretende dela sebeneficiar, oferece as mesmas vantagens que o terceiro Estado;

    - incondicional: a mais comum e se estende parte contratanteautomaticamente.Os Estados sub-desenvolvidos comeam a contestar esta clusula soba alegao de que todos os Estados so iguais.CLUSULA SI OMNES: aquela em que a conveno s aplicada se todos os Estados aratificarem, ou ainda se os participantes doso todos partes na conveno.EFEITOS DOS TRATADOSEm virtude do princpio da relatividade, o Tratado produz efeitos

    apenas em relao s partes contratantes. Eles so uma res interalios acta, sem produzir efeitos em relao a terceiros.Como se aplicam a todo territrio das partes contratantes geram, domodo indireto, obrigaes para os poderes estatais, que no podemdescumpr-los, sob pena do descumprimento acarretarresponsabilidade internacional para o Estado. Assim, o PoderJudicirio obrigado a aplicar o Tratado, o Poder Executivo a cumpr-lo e o Poder Legislativo dever elaborar as leis necessrias regularsua execuo.A produo de efeitos apenas em relao s partes contratantes a

    regra geral. Entretanto, ela apresenta excees, a saber:a. um Tratado pode criar obrigaes para um terceiro Estado, seeste, expressamente, der seu consentimento. A partir da, paraas partes contratantes ele convencional e para o terceiro,unilateral. Consequentemente, o ato da criao de um Tratadoser um ato misto. Neste caso, ele s poder ser revogado como consentimento do terceiro Estado e dos contratantes;

    b. existe um tipo de Tratado chamado TRATADO DISPOSITIVO, oqual cria obrigaes para terceiro sem que este tenha dado seuconsentimento expresso. So Tratados que versam sobre

    questes territoriais e devem ser obedecidos por todos, vez quea integridade de um Estado deve ser respeitada por todos osoutros;c) nos Tratados que outorgam direitos a terceiro Estado, hnecessidade do consentimento tcito ou expresso deste. Oterceiro Estado pode se opor a isto. Entretanto, se ele exercer odireito que lhe foi outorgado, considerar-se-o tambm aceitastodas as implicaes decorrentes dessa deciso;

    c. pela Carta da ONU (art. 2, alnea VI), so impostas obrigaesao terceiro Estado, sem que este tenha dado seuconsentimento. Tal ocorre quando uma grande parcela dasociedade internacional, visando ao bem comum, impe

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    obrigaes (respeitado o DI Geral) a terceiros Estados por meiode um Tratado.

    IMPORTANTE: Um Tratado pode se transformar em normacostumeira de DI e, em conseqncia, obrigatria para todos osEstados como tal.

    Observncia: um Estado no pode invocar o seu Direito Interno parao no cumprimento dos Tratados, vez que com a promulgao e apublicao o Tratado incorpora-se ao Direito Interno e torna-seobrigatrio.Retroatividade: um Tratado no alcana situaes que ocorreramantes de sua entrada em vigor, portanto, s gera efeitos para aspartes contratantes a partir da data que entra em vigor.Aqui, a uma exceo para o caso da EXTRADIO.A extradio ocorre quando um Estado entrega a outro Estado,determinada pessoa acusada ou condenada neste ltimo. Isto s ser

    possvel se houver Tratado celebrado entre os Estados envolvidos. OTratado pode ser celebrado para atingir com a extradio, pessoasque tenham chegado antes ao territrio de um Estado.E por que esta exceo para a Extradio?R: Porque a extradio no pena e sim medida administrativa.-O INSTITUTO DA RESERVAPreliminarmente, preciso observar que a reserva s ocorre emTratados multilaterais (se ele admitir reserva).Consoante o art. 2, 1 da Conveno de Viena, sempre que umEstado no concordar com determinada clusula de um Tratado, mas

    ainda assim quiser fazer parte dele, poder extra-la, restringi-la,ampli-la ou modific-la.Portanto, a Reserva uma declarao unilateral, qualquer que sejasua redao ou denominao, feita por um Estado, ao assinar,ratificar, aceitar ou aprovar um Tratado, ou a ele aderir, com oobjetivo de excluir ou modificar os efeitos jurdicos de certasdisposies do Tratado em sua aplicao a esse Estado."As reservas, para serem vlidas, devem preencher uma condio deforma e outra de fundo. A condio de forma que ela deve serapresentada por escrito pelo Poder Executivo e, como condio de

    fundo, ser aceita pelas outras partes contratantes.Excluem-se das reservas as denominadas DECLARAESINTERPRETATIVAS.A doutrina mais recente tem ressaltado que as reservas no tmprejudicado muito a eficcia dos Tratados, tendo em vista que osEstados no abusam de sua utilizao. Apresentaria ainda avantagem de defender a igualdade dos Estados, vez que elesapresentam reservas s clusulas que lhes so nocivas.As reservas deveriam estar sujeitas ao controle do Legislativo, noscasos em que isto exigido, vez que elas modificam os Tratados,modificao essa que pode vir a no ser aceita pelo Executivo.Entretanto, devido lentido do Congresso na apreciao dos atos

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    internacionais que necessitam de solues rpidas, esta sujeio, naprtica, no ocorre.Entretanto, em alguns Tratados que so submetidos ao Legislativo,pode ocorrer que l ele chegue sem nenhuma reserva paraapreciao. Em l chegando, poder o Legislativo estabelecer alguma

    restrio ao Tratado, sob forma de reserva. O Executivo ao receber oTratado, poder ratific-lo ou no. Como o Poder Executivo ocompetente para a formulao de reservas, no est obrigado aaceitar o que for proposto pelo Legislativo. Entretanto, neste caso, seele no ratificar, o Tratado no entrar em vigor. Se for o caso,dever remeter o Tratado outra vez ao Legislativo para reapreciao.A Conveno de Viena diz que a qualquer momento o Estado queformulou a reserva poder retir-la, sem consultar aqueles Estadosque a apreciaram. Tanto a reserva, quanto a objeo reservapodem ser retiradas livremente, porque h um interesse da sociedade

    internacional de que o Tratado seja aplicado uniformemente ao maiornmero de Estados. A retirada de uma reserva ou de uma objeo scomear a produzir efeitos quando o outro Estado receber acomunicao disto. Se um Tratado omisso quanto possibilidade dereserva, h que se verificar se ela compatvel ou incompatvel como objeto do Tratado.So estas as situaes estabelecidas pela ONU:1 O Estado aceita a reserva. H o Tratado com a reserva, isto , areserva vigora entre o Estado que aceita e o que formulou a reserva;2 O Estado no aceita a reserva, mas acha que ela compatvel com

    o Tratado. Neste caso h o Tratado entre aquele que no aceita e oque formulou a reserva. No se aplicar somente clusula que foitratada com reserva (componente poltico: a reserva no fere aessncia do Tratado).A crtica que a reserva acaba fracionando o Tratado em vriosTratados.O Estado que j ratificou ou aderiu ao Tratado tem o prazo de 12meses para apreciar a reserva de outro Estado que adere comreserva. Se ele j encontra a reserva, na hora que ratifica ou adere,j deve manifestar-se sobre ela. O Estado pode se retirar do Tratado

    pela denncia. Em determinados casos a denncia no previamentesubmetida ao Legislativo.

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    no explica como um novo membro da sociedade internacionalse encontra obrigado a um costume formado antes de seuingresso nesta sociedade;

    insuficiente para explicar o estabelecido no art. 38 doEstatuto da CIJ, que manda este Tribunal aplicar um "costume

    geral", ou seja, uma norma costumeira geral, mas sem serunnime e obrigatria para todos os membros da sociedadeinternacional. Mesmo que um Estado no a aceite, ter quecumpr-la. Ento, como explicar que a obrigatoriedade doCostume se encontra no consentimento tcito? o costume qued ao DI a sua verdadeira base universal e se fosse reduzido aoconsentimento, esta base acabaria por desaparecer;

    esta Teoria descaracteriza o Costume como uma prtica que seadapta espontaneamente s transformaes sociais.

    TEORIA OBJETIVISTA representada por duas teorias: a da

    conscincia jurdica coletiva e a sociolgica.A Teoria da Conscincia Jurdica Coletiva, sustenta que o fundamentodo Costume a "conscincia social do grupo", o que na realidadeuma noo vaga e imprecisa, parecendo-nos inaceitvel.A Teoria Sociolgica a que melhor explica a obrigatoriedade doCostume. Aqui, o Costume um produto da vida social, que visa aatender as necessidades sociais. Seu fundamento exatamente asnecessidades sociais.O Costume pode ser universal (geral) e particular (regional).O Costume geral o que oferece o carter de universalidade ao DI.

    H necessidade de que esta prtica seja aceita pelo Estado comoDireito. Quando o Costume formado por um Estado que temliderana ele ser obrigatrio. Do contrrio, no aceito.No Costume regional, a vontade do Estado fundamental.O art. 38 da CIJ elenca como fonte o Costume Internacional, comocomprovao de uma prtica geral aceita como sendo o Direito.Entretanto, isto no correto, por no ser o Costume Internacional aprova de uma prtica, mas a prpria prtica geral.A prova do Costume elemento externo do Costume, mas no seconfunde com o prprio Costume.

    O Costume termina: por um Tratado mais recente que o codifica ou revoga; pelo desuso; pelo surgimento de um novo Costume.

    Repetimos: o Costume deve ter uma sano jurdica, caso contrriotornar-se- uma prtica de uso.Poder o Tratado revogar o Costume e vice-versa.

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    CAPTULO XIATOS UNILATERAIS

    So aqueles em que a manifestao de vontade de uma pessoa dedireito vai produzir efeitos na Ordem Internacional. Quem pode

    formular Atos Unilaterais so os Estados e as OrganizaesInternacionais. O Indivduo no poder formul-lo.Alm da pessoa do direito, deve-se observar tambm se o rgodaquela pessoa competente para formular Atos Unilaterais (nestecaso, o Poder Executivo), que devero por sua vez ter um objetolcito e possvel, alm de no conter vcios de consentimento. Nopodero ferir a moral internacional nem a norma imperativa do DI(Jus Cogens).O Ato Unilateral tem sido considerado pelos modernos doutrinadoresdo DI como uma de suas fontes, embora no se encontre entre as

    fontes a serem aplicadas pela Corte Internacional de Justia,conforme a enumerao do art. 38 do seu Estatuto. consideradofonte de 3 grau, uma vez que eles tiram o seu fundamento doCostume ou Tratado Internacional.ROSSEAU assim os classifica:1) Ato Tcito por excelncia, o silncio, que significa a aceitao. Aomisso do Estado significa a aceitao deste. Entretanto, salientaque no se trata de regra geral, mas que depender dascircunstncias.Para que haja reconhecimento pelo silncio necessrio acrescentar

    os seguintes elementos:a. que o Estado que guarda silncio conhea o fato;b. o interesse jurdico do Estado no fato;c. a expirao de um prazo razovel.

    A aplicao dever ser feita aps a anlise de cada caso concreto.Aqui, surge ainda a figura do "stoppel", que corresponde preclusoe confunde-se com o silncio.2) Ato Expresso como Ato Unilateral expresso, temos entre outros:O Protesto pode ser escrito ou oral. ato eminentemente facultativoe excepcionalmente um Estado poder ser obrigado a protestar.

    O protesto tem por fim defender os direitos de quem protesta. Onovo estado de coisas no ser oponvel ao autor do protesto.O protesto evita a criao de uma norma jurdica, mas ele mesmono cria uma.

    A Denncia surge quando um Estado denuncia um Tratado e seretira dele. Pode ser por:

    a. ato unilateral tpico: quando no consta clusula de dennciano Tratado e o Estado mesmo assim o faz.

    b. ato unilateral atpico: quando h clusula de denncia noTratado

    -A Renncia ocorre quando um sujeito de direito internacional,voluntariamente abandona o seu direito.

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    CAPTULO XIIDECISES DAS ORGANIZAES INTERNACIONAIS

    A LEI INTERNACIONALSo fontes do DI. So decises no s jurdicas, como tambm

    polticas.Discute-se sua obrigatoriedade como fontes doA resposta s perguntas dessa natureza, que:

    se ela aprovada, mas no aplicada pelas grandes naes,ento no fonte;"

    se ela no aprovada pela maioria das naes, mas aplicadapelas grandes potncias, ento fonte.

    H decises que se tornam imediatamente obrigatrias para osEstados membros, como o caso do oramento.Genericamente, as decises das Organizaes Internacionais, vo

    formar o Direito Branco, a Soft Law, o Direito Verde.So essas decises que do origem a uma nova fonte formal, que nose encontra enumerada no art. 38 do Estatuto da Corte Internacionalde Justia: aLEI INTERNACIONALA Lei Internacional teria se formado com o fenmeno doassociacionismo internacional, acima de tudo, aps a II GuerraMundial e se desenvolvido com as comunidades europias.Esta nova fonte consiste em normas originadas em uma OrganizaoInternacional, que so obrigatrias para os Estados membros,

    independentemente de qualquer ratificao por sua parte.A Lei Internacional manifesta-se, entre outros, nos seguintes atos davida internacional:

    a. nos Tratados Internacionais do Trabalho, que obrigatoriamentedevero ser levados aprovao do Poder Legislativo e umavez aprovados, devero ser ratificados pelo Poder Executivo.Este, no obrigado a enviar para o Legislativo imediatamente,porque pode no ser do seu interesse a ratificao do Tratado.Entretanto, uma vez submetido ao Legislativo e aprovado, aratificao pelo Executivo ainda um ato discricionrio;

    b.Tratados em matria sanitria da OMS entram em vigor se osEstados no declaram a sua no aceitao em determinadolapso de tempo;

    c. as decises das comunidades europias (majoritrias),caracterizam-se por serem diretamente exeqveis, semqualquer transformao, no territrio de cada um dos Estadosmembros, mesmo contra sua vontade.

    H divergncia na doutrina, quanto qualidade de fonte LeiInternacional.Entretanto, no podemos negar-lhe o carter de fonte.Salientamos que apesar de sua denominao de Lei Internacional nocorresponder inteiramente realidade, se houver comparao com aLei do Direito Interno, elas se assemelham no principal ponto, pois

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    so normas obrigatrias para sujeitos de direito, independentementede sua vontade. Podem ser ainda de mbito restrito, mas nem poristo deixam de constituir norma de conduta, isto ,Direito na sua essncia e cujas violaes so normalmente passveisde sano.

    As Leis Internacionais, principalmente as da Assemblia Geral daONU, esto sendo utilizadas pelos Estados sub-desenvolvidos. Cabedizer que elas reconhecem Princpios Gerais do Direito, tendo emvista que a sua aprovao feita por uma grande maioria dosEstados que compem a AG da ONU, que pode ser considerado orgo mais representativo da Sociedade Internacional.-

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    CAPTULO XIIIANALOGIA E EQUIDADE

    No so propriamente fontes, os elementos subsidirios que a Cortepode utilizar

    No constituem uma maneira pela qual se manifesta a norma jurdicainternacional. So apenas meios auxiliares na constatao do Direitoou na sua interpretao.Em no sendo fontes do DI, tambm no sero obrigatrios para ossujeitos do DI.So eles: a Analogia e a Equidade.A Analogia no uma fonte formal do DI, mas um meio deintegrao deste direito. utilizada para preencher lacunas doEla pode ser definida como a aplicao de uma norma j existente auma situao nova, quando esta semelhante que aplicvel a

    norma j existente. Repousa na idia de justia de que casos iguaisdevem ser tratados igualmente.A Analogia se apresenta sob duas formas:

    a. analogia "legis": quando o assunto j se encontraregulamentado, mas contm uma falha;

    b. analogia "juris": quando o caso inteiramente novo e noexiste uma norma aplicvel.

    ROUSSEAU assinala trs funes:1. confirmar as concluses atingidas por outros mtodos de

    interpretao;

    2. como meio de esclarecer os textos obscuros;3. como meio de suprir lacunas dos textos constitucionais.A Analogia ainda tem aplicao restrita no DI e no apresenta umpapel decisivo.

    A Equidade (ex aequo et bono): segundo ROSSEAU, "aaplicao dos princpios da Justia a um determinado caso".Portanto, no constitui uma fonte formal do DI.

    O Juiz internacional somente poder decidir com base na Equidadequando as partes litigantes assim o desejarem. Caso contrrio, asentena ser nula.

    Nos dias de hoje, a equidade tem diminudo de importncia najurisprudncia internacional, por duas razes:a) das partes exige-se que tenham grande confiana no Juiz;

    a. o desenvolvimento do DI Positivo.A doutrina considera equidade trs funes:

    1. corrigir o Direito Positivo;2) suprir as lacunas do Direito Positivo;

    2. afastar o Direito Positivo.A Corte Internacional da Justia nunca deu uma deciso baseadaexclusivamente na Equidade.A Equidade apresenta o perigo de ser uma noo imprecisa, bemcomo conduzir arbitrariedade.

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    CAPTULO XIVCODIFICAO DO DIREITO INTERNACIONAL

    Codificar, no DI, quer dizer transformar normas consuetudinrias emnormas convencionais, sem significar, entretanto, que o costume

    desaparea, pois o tratado nem sempre aceito por todos osEstados.Transformar o Costume em Tratado, desenvolver progressivamenteo DI. No se trata apenas de pegar o Costume e escrev-losimplesmente.Desde 1960, os Novos Estados vm tentando modificar o DI.A Codificao do DI apresenta inmeras diferenas com a codificaodo Direito Interno.No Direito Interno ela realizada por meio de um processolegislativo, enquanto no DI ela o por meio de uma conveno.

    No mbito interno, realizada por "via autoritria", isto , umpequeno grupo de pessoas (Congresso, Poder Executivo) a faz e elase impe a todos os habitantes do Estado, independente da vontadedestes ltimos e no DI a conveno, isto , onde se faz a codificao,s obrigatria para os Estados que a assinarem e ratificarem, ouaderirem a ela. No DI ela s se impe aos sujeitos de direito(Estados) que com ela concordarem.A prpria finalidade da codificao diversa: no Direito Interno(Alemanha, Itlia, Turquia) ela foi o "complemento da unidadepoltica"; enquanto no DI ela toma aspecto meramente tcnico, ou

    seja, terminar com as incertezas do costume.Quanto s condies em que so realizadas elas tambm diferem: noDireito Interno ela precedida de um grande trabalho preparatrio(jurisprudncia abundante); no DI isto no ocorre, uma vez que ajurisprudncia internacional pequena.Na codificao do Direito Interno procura-se reunir todas as normassobre o assunto; no DI a codificao visa apenas aos princpios geraisda matria.A codificao no DI e no Direito Interno s apresenta em comum aidia central de toda e qualquer codificao: agrupar

    sistematicamente as normas jurdicas.A Codificao pode se fazer de trs maneiras: Codificao Declaratria: capta qual o Costume Internacional e

    o torna Tratado que obrigatrio entre as partes. Codificao Constitutiva: cria o Costume atravs do Tratado.

    quando o prprio processo social cria uma norma costumeira. Codificao Cristalizadora: existe uma prtica embrionria.

    Existe uma regra costumeira (informao) e a Conveno acristaliza.

    Uma codificao pode considerar um Costume. A jurisprudncia seforma pelas decises reiteradas sobre um mesmo assunto.

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    Exemplos: Santa S, Cruz Vermelha Internacional, OLP, etc.(O Vaticano o territrio da Santa S, que quem possuipersonalidade internacional).

    c. INDIVDUO:Em outras palavras, cada um de ns com personalidade

    internacional.Existem trs geraes de direitos humanos:1 GERAO DE DIREITOS HUMANOS: DIREITOS POLTICOS ECIVIS(DIREITOS NEGATIVOS)LIBERDADE PROPRIEDADESomente a partir da 2 Guerra Mundial que o indivduo vai terpersonalidade internacional. A Independncia Americana e aRevoluo Francesa so os primeiros textos. A Declarao de Virgniae a Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado so outrosexemplos.

    Esses so os chamados direitos negativos, porque o indivduo temesses direitos independentemente do Estado, que neles no poderinterferir.So exemplos desses direitos: liberdade de conscincia, o direito reunio sem armas, o direito prpria liberdade, o direito depropriedade, o direito de associao, etc.HOBBES tinha a viso do estado de natureza.Atravs do contrato entramos em estado de sociedade.Nos direitos negativos, a liberdade vinculada ao direito depropriedade no pode ser limitada, mas quando vinculada ao direito

    poltico sofre limitaes.-2 GERAO DE DIREITOS HUMANOS: DIREITOSECONMICOS,SOCIAIS E CULTURAIS (DIREITOS POSITIVOS)Aqui existe interferncia do Estado. So os direitos ao trabalho, educao, sade, remunerao condigna, etc.A questo dos direitos humanos assume grande importncia com aCarta da ONU, em 1945. instaurada a Comisso de DireitosHumanos em 1948 e editada a Declarao Universal dos DireitosHumanos. Entretanto, ela no tem carter obrigatrio e a ONUtrabalha na elaborao de um Tratado (documento que vincula o

    Estado).Em 1966 a Assemblia Geral da ONU aprova dos pactos de direitoshumanos:- Tratado dos Direitos Econmicos, Sociais e Culturais, e

    Tratado de Direitos Civis e Polticos.Vrios Estados assinam um Protocolo Facultativo ao Pacto dosDireitos Civis e Polticos. Eles entrariam em vigor na OrdemInternacional em 1976 e, para o Brasil, em julho de 1992.Direitos civis e polticos devem ser imediatamente aplicados, pois noimplicam gastos, ao passo que os direitos econmicos, sociais eculturais so paulatinamente aplicados, porque geram gastos).

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    O primeiro sinal de fraqueza est no art. 1 do Pacto de Direitos Civise Polticos: o Tratado pode ser suspenso, quando ocorre no Estado oestado de crise (estado de stio).No existe a renncia ao Pacto. Entrando, no se pode mais sair dele,embora seja permitido suspender as determinaes nele contidas.

    O Brasil no parte do Pacto, mas to somente dos Tratados.3 GERAO DE DIREITOS HUMANOS: ____DIREITOSDIFUSOSHoje j se fala numa terceira gerao de direitos, que tem comoexemplos: direito ao desenvolvimento, direito de solidariedade,direito paz, direito ao meio ambiente, direito ao crescimento, etc.

    4 GERAO DE DIREITOS HUMANOS: DIREITOS DOS GENES uma nova gerao de direitos humanos que desponta na Ordem

    Internacional, em decorrncia dos efeitos da revoluo biotecnolgicana vida humana.

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    CAPTULO XVIO ESTADO COMO PESSOA DO DIREITO INTERNACIONAL

    O Estado surge na Idade Mdia, mas o poder central desaparece apsa Queda de Roma. Nos sculos XVI e XVII, o "Estado" existente na

    Idade Mdia vai se transformar no Estado Moderno.O DI comea se formar na Idade Moderna com a formao dosEstados e do capitalismo.Os Estados so os principais sujeitos do DIP por terem sido osfundadores da Sociedade Internacional.Apesar de no serem mais os nicos sujeitos de direito da ordeminternacional, continuam sendo os principais e mais atuantes." o Estado quem cria as regras do DI. No existe um PoderLegislativo para criar a norma e nem Poder Executivo que v aplic-la. H dupla funo de desdobramento do Estado na ordem

    internacional, pois ele vai criar as normas que ele mesmo cumprir.No so todos os entes de DI que so considerados Estados, poispara tal faz-se necessrio preencher certos requisitos fixados pelasnormas internacionais, que lhes vo atribuir personalidadeinternacional. So eles:

    a. Populao: dividida entre nacionais e estrangeiros, sendoirrelevantes para o DIP, o nmero, a cultura e a formao;

    b. Territrio: importante que seja delimitado para saber atonde o Estado exerce a sua jurisdio. O tamanho e aqualidade do territrio so irrelevantes para o DIP, apesar de

    apresentarem grande importncia no campo da polticainternacional fatores como: localizao estratgica, recursos,etc., que vo aumentar ou diminuir a sua dependncia externa.O territrio estatal no se limita ao domnio terrestre, mas seestende ao espao areo e determinados espaos martimos(guas interiores e mar territorial);

    c. Governo: a organizao poltica do Estado. Deve ser efetivo(exercer administrao e controle sobre todo territrio e sobretoda a populao) e independente (no estar subordinado aoutro Estado).

    d.Soberania: hoje entendida apenas na concepo relativa, poisos Estados esto subordinados ordem jurdica internacional.Estado soberano aquele que se encontra subordinado diretaou indiretamente ordem jurdica internacional, sem que existaentre ele e o DI qualquer outra coletividade de permeio.

    A soberania tem dois aspectos:1. Independncia (aspecto externo): determina que o Estado

    possui o direito de conveno que lhe d competncia paracelebrar Tratados e o direito de legao, o que lhe permiteenviar e receber agentes diplomticos;

    2. Autonomia (aspecto interno): significa que o Estado temjurisdio e competncia, podendo com isso estabelecer formasde Estado, Governo, etc.

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    Na Ordem Internacional, alm da soberania relativa h tambm aquesto da INTERDEPENDNCIA, o que muito importanteatualmente, a partir do momento que nenhum Estado pode viverisoladamente.H uma cooperao internacional nas relaes de compra e venda

    entre os Estados.Essa interdependncia diferente da dependncia de auxlio tcnico,econmico e financeiro (interdependncia assimtrica), que aosatisfazer interesses comuns existentes entre os grupos sociaisdominante e dependente, acaba por aniquilar a soberania.A assistncia externa dada por outros Estados no uma doao. Aocontrrio, gera a dependncia econmica e consequentemente, apoltica, passando a se constituir em nus para o Estado carente.Atualmente, a verdadeira finalidade da assistncia externa semdvida, a de ser um instrumento de dominao.

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    CAPTULO XVIIRECONHECIMENTO DE ESTADO E GOVERNO

    Reconhecimento o ato por meio do qual um sujeito de direitointernacional aceita uma determinada situao de fato ou de direito

    e, eventualmente, declara consider-la legtima. ato unilateral denatureza jurdica declaratria, isto , no cria nem constitui seuobjeto.O principal efeito do reconhecimento que o objeto ou situaoreconhecida passa a ser oponvel a quem a reconheceu. O Estado quereconheceu no pode mais contestar aquele fato.O reconhecimento de Estado ou de Governo dado aps um "pedido"do "interessado", atravs de uma notificao dirigida aos demaisEstados.`O reconhecimento apresenta as seguintes caractersticas:

    um ato:a. discricionrio: a questo de sua oportunidade de apreciaodiscricionria do Estado autor do reconhecimento. No existe noDI a fixao de um momento para que seja feito oreconhecimento. Entretanto, a prtica internacional e a doutrinatm salientado que ele no deve ser um ato prematuro;b) incondicional: significa dizer que o Estado no poder criarcondies para o reconhecimento, vez que estas j estoprevistas pelo Direito Internacional;

    b. irrevogvel: no significa isto que o reconhecimento sejaperptuo. Quer dizer apenas que quem o efetuou no poderetir-lo discricionariamente. Entretanto, como ele dado aoEstado que preencher determinados requisitos, caso essesdeixem de existir, o reconhecimento desaparece.

    c. retroativo: quando do reconhecimento, este abranger todos osatos emanados desde o surgimento deste Estado ou Governo,na Ordem Internacional. Caso contrrio, haveria uma soluode continuidade na personalidade do Estado ou Governo.

    Quando se reconhecer o Estado, estar tambm se reconhecendo oGoverno.

    Quando se reconhecer o Governo estar se reconhecendo apenas oGoverno.RECONHECIMENTO DE ESTADO o reconhecimento do 1 Governo frente daquele Estado.Para uma coletividade ser reconhecida como Estado ela tem quepossuir populao, territrio delimitado, governo efetivo eindependente e, por fim, soberania.'Preenchendo estes requisitos ela passa a ser uma pessoainternacional plena e passvel de ser reconhecida.Esse reconhecimento pode ser feito de modo expresso ou tcito.O reconhecimento expresso pode ser individual, quando emanadode um Estado atravs de seus rgos (chefe de Estado ou Ministro

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    das Relaes Exteriores), ou coletivo, quando atravs da assinaturade um Tratado.O reconhecimento tcito, tambm pode ser individual, quando seenvia ou recebe agentes diplomticos; ou coletivo, quando umTratado assinado sem que o assunto que ele trate seja o

    reconhecimento.NATUREZA JURDICA DO RECONHECIMENTO DOS ESTADOS:Sobre esta matria existem 3 teorias:1 TEORIA CONSTITUTIVA: sustenta que a personalidade do novoEstado constituda pelo ato de reconhecimento.O reconhecimento que constitui, cria, estabelece a personalidade donovo Estado. Tal afirmao est em contradio com tudo que atagora se disse sobre o Estado, da as crticas que se seguem:

    a. O Estado teria a sua personalidade constituda quantas fossemas vezes em que fosse reconhecido;(

    b. o reconhecimento um ato retroativo, o que no seria possvelse a personalidade do Estado s surgisse a partir doreconhecimento;

    c. por esse modo no seria um Ato Unilateral e sim bilateral e sefssemos admitir como ato bilateral seria um negcio jurdicoentre uma no pessoa de direito internacional e uma pessoa dedireito internacional.

    Para a Teoria Constitutiva o reconhecimento um Ato Unilateral.2 TEORIA DECLARATRIA: mais aceita na ordem internacional. Oreconhecimento do Estado um simples ato de constatao do

    Estado, que preexiste a ele. O Estado tem personalidade jurdicaindependentemente do reconhecimento, uma vez que ela existedesde que preencha os requisitos: populao, territrio delimitado,governo efetivo e independente e soberania.3 TEORIA MISTA: admite que o reconhecimento constata um fato(Teoria Declaratria) e produz efeitos jurdicos e a partir dessereconhecimento que surgem os direitos e deveres (TeoriaConstitutiva).Salienta-se que o reconhecimento do Estado implica noreconhecimento do primeiro governo que estiver frente do mesmo.

    Acrescenta-se tambm, que a ONU no reconhece situaescontrrias descolonizao.Ingressar na ONU no significa reconhecimento pelos outros Estadosmembros da ONU.,RECONHECIMENTO DE GOVERNOO reconhecimento de Governo deve ocorrer sempre que um novogoverno se instalar em um Estado, com a violao do seu sistemaconstitucional, isto , quando alcana o poder por meios noprevistos no sistema jurdico estatal.Chegando ao poder por golpe ou revoluo, ter esse novo Governode ser reconhecido.Em 1964, no Brasil, a revoluo em que os militares subiram aopoder. Em 1969, a Junta Militar violou a Constituio.

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    Neste caso, no h necessidade de qualquer reconhecimento, poisno se trata de novo grupo. S h necessidade de reconhecimento,quando um novo grupo chega ao Governo, violando a Constituio.So requisitos para o reconhecimento de Governo:

    a. governo efetivo e independente;b. deve cumprir as obrigaes internacionais vigentes, pois se no

    as mantiver, no sero reconhecidas;c. o governo de ser conforme o DI, isto , no deve violar os

    direitos humanos e no deve ter chegado ao poder pelainterveno em outro Estado.

    So efeitos do Reconhecimento de Governo:a. estabelecimento de relaes diplomticas;b. imunidade de jurisdio - o Governo no reconhecido tambm

    goza de imunidadec. capacidade para demandar em tribunal estrangeiro;a. admisso de validade das leis e dos atos de governo.

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    CAPTULO XIXDIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS DOS ESTADOS

    A teoria dos direitos fundamentais dos Estados surgiu no sculoXVIII, com os jusnaturalistas racionalistas: Wolff e Vattel. uma

    decorrncia da afirmao de independncia dos Estados em relaoao Papado e ao Imprio.Seus partidrios defendem que os Estados, semelhana dosindivduos, possuem direitos naturais, direitos inatos, pelo simplesfato de existirem. Essa "viso antropomrfica" no pode ser aceita. OEstado no pode ser comparado ao indivduo no tocante aos seusdireitos fundamentais. Nunca houve Estado de natureza na vidainternacional, e mesmo que tivesse existido, nele predominaria afora e no o direito. Todo direito subjetivo pressupe a existncia deuma norma que o consagre.

    Diversas outras teorias dirigiram as suas crticas formulaoclssica dos direitos fundamentais.A defesa destes direitos da maior importncia para os Estados maisfracos, que precisam afirmar a sua existncia pelo direito e no pelafora. Assim, uma necessria reformulao passou a entender osdireitos fundamentais dos Estados como resultantes da personalidadeinternacional dos Estados.Um Estado sem qualquer destes direitos fundamentais deixaria de seruma pessoa internacional com capacidade plena. Entretanto, o"alcance" destes direitos tem variado com a poca histrica.

    Segundo o DI, o Estado seria livre para agir na ordem interna e naordem internacional.O direito independncia ou soberania se manifesta no aspectointerno e no aspecto externo do Estado.No aspecto interno ele se manifesta nos diferentes poderes doEstado: Legislativo, Executivo e Judicirio. a consagrao do direitode autodeterminao, isto , o direito do Estado de ter o governo eas leis que bem entender sem sofrer interferncia estrangeira..No aspecto externo, o direito independncia e soberania semanifesta no direito de celebrar Tratados, estabelecer a sua linha de

    poltica externa, direito ao respeito mtuo. Enfim, o Estado temabsoluta liberdade na conduta dos seus negcios.Conclui-se assim, que o direito de liberdade entendido de acordocom a tica internacional (o Estado relativamente soberano). Aviolao destes limites acarreta a responsabilidade internacional doEstado.DIREITO AO EXERCCIO DE JURISDIO:O Estado tem o direito de exercer a sua jurisdio sobre todas aspessoas e coisas no seu territrio nacional, entretanto, existemrestries jurisdio estatal, que so impostas pelo DI.A Jurisdio domstica (exclusiva) ou domnio reservado, estdefinida na alnea VII do art. 2 da Carta da ONU. a ONU quem vaidecidir quais os assuntos so de jurisdio domstica.

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    H 3 critrios para identificar:1. material, objetivo: h assuntos que pertencem ao domnio da

    jurisdio domstica;2. poltico: assuntos que pertencem jurisdio do Estado, mas e

    alguns momentos eles escapam e passam para a jurisdio

    internacional.3.jurdico: o que oferece uma segurana maior. Escapar da

    jurisdio domstica do Estado todo assunto que forregulamentado por normas internacionais. No h qualquerimpedimento para que o DI venha a regular qualquer assunto.

    Exemplos: Direitos Humanos - jurisdio internacional

    - Relao entre o Estado e seus nacionais - jurisdio domsticaAs embaixadas estrangeiras situadas no pas no so territrioestrangeiro, so territrio nacional, apenas gozam de imunidade de

    jurisdio.A IMUNIDADE DE JURISDIO:A imunidade da embaixada ampla, atinge os prprios familiares. Ja imunidade do consulado restrita, diz respeito s atividadesconsulares.A imunidade decorre da soberania dos Estados, mas aqui tambmexistem excees e limitaes: imunidade dos chefes de Estado, oscnsules que gozam imunidade de jurisdio, etc.As embaixadas estrangeiras situadas no pas no so territrioestrangeiro, so territrio nacional, apenas gozam de imunidade de

    jurisdio.DIREITO IGUALDADE JURDICA DO ESTADO: questo fundamental do DI. A igualdade uma defesa da soberaniados Estados. Alguns autores consideram a noo de igualdade umaredundncia, porque ela nada acrescenta de soberania.A igualdade jurdica na ordem internacional, entretanto, no absoluta. Rigorosamente, no h um Estado igual ao outro (territrio,populao, etc.). Na Carta da ONU, no Conselho de Segurana, foidado aos 5 grandes (EUA, URSS, Gr Bretanha, Frana e China) odireito de veto, o que viola o princpio da igualdade jurdica entendido

    estritamente, porque o voto destes Estados enumerados passada ater maior peso do que os dos demais membros.Salienta-se ento, que a igualdade jurdica uma fico no sentidode que de fato os Estados so desiguais.Em questes iguais (situaes idnticas), os Estados desfrutam deigualdade jurdica na Ordem Internacional.A moderna interpretao do princpio de igualdade jurdica consideraque no DIP, onde ainda domina a poltica, deve-se levar emconsiderao as desigualdades de fato dos Estados.Pode-se concluir que o princpio da igualdade jurdica domina a vidainternacional. Entretanto, ele sofre excees quando foremlivremente estatudas pelos Estados

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    Em um regime liberal, a igualdade jurdica conduz a umadesvantagem para os pases subdesenvolvidos (ex.: clusula denao mais favorecida). Atualmente estes pases tm reivindicadomaiores vantagens, tendo em vista que as "desigualdadescompensatrias" no violam a igualdade jurdica. Assim, reivindicam

    eles maiores vantagens com a finalidade de alcanarem odesenvolvimentoLEGTIMA DEFESAA legtima defesa est consagrada na Carta da ONU (art. 51) e naCarta da OEA (art. 21).A doutrina tem visto o direito a legtima defesa como umamanifestao de um direito de conservao do Estado.Devido paralisao dos rgos de segurana coletiva, a legtimadefesa tem-se desenvolvido.Embora sejam conceitos diversos, a legtima defesa apresenta pontos

    em comum com a represlia, no sentido de que ambas so atos queviolam o direito, so praticados em resposta a um ato ilcito e noacarretam a responsabilidade do Estado.O Estado possui o direito de legtima defesa que, para se configurar, necessrio que haja um ataque armado injusto e atual, bem comoque a defesa no ultrapasse a agresso.A legtima defesa tem sido encarada tambm no seu aspecto coletivo.A legtima defesa coletiva ocorre quando, por meio de uma fico, seconsidera a agresso a um Estado como sendo uma agresso a todosos demais Estados. Ela se encontra na Carta da ONU (art. 51) e no

    sistema pan-americano (art. 3 do Tratado Interamericano deAssistncia Recproca, 1947) e art. 28 da Carta da OEA.Ela uma exceo ao uso da fora armada, vez que Estados que nosofreram ataque armado faro uso dela. Para que haja a legtimadefesa coletiva necessrio que o Estado vtima do ataque d o seuconsentimento. Na verdade, a legtima defesa coletiva acaba por seruma forma de interveno.questo processual: por 9 votos- questo importante: vale o direitode veto, por 9 voto, onde devem estar includos os votos dos 5membros permanentes do Conselho de Segurana.

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    CAPTULO XXIIRESPONSABILIDADE DOS ESTADOS

    A responsabilidade internacional do Estado "o instituto jurdicoatravs do qual o Estado a que imputado um ato ilcito segundo o

    direito internacional deve reparao ao Estado contra o qual este atofoi cometido" (Rosseau, Basderant).A responsabilidade internacional sempre uma responsabilidade coma finalidade de reparar o prejuzo. uma responsabilidade civil.A responsabilidade penal na ordem internacional sempre recaiu empessoas e no contra o Estado, como por exemplo: o Tribunal deNuremberg.Hoje, a sano seria a expulso do Estado da Ordem Internacional.Delito internacional aquele ilcito de tal gravidade que atinge aordem internacional como um todo

    Na responsabilidade penal ser sempre de Estado para Estado.A Teoria subjetiva, ou seja, a TEORIA DA CULPA. O Estado, paraser responsabilizado tem que ter culpa, identificada na ao ouomisso do Estado.A Teoria objetiva que vem sendo aplicada hodiernamente a TEORIADO RISCO. Se o Estado assume o risco, ser responsabilizado. Aplica-se no direito nuclear, no direito do espao interior (art. 7), etc.A ilicitude de um ato tem de ser conforme o DI. A responsabilidadeinternacional tem por base a violao de uma norma internacional.O autor do ilcito nem sempre diretamente responsvel por ele

    perante a Ordem Internacional. Assim, o Estado o responsvel porato praticado por seus funcionrios.

    INSTITUTO DA PROTEO DIPLOMTICAA responsabilidade internacional feita de Estado a Estado.Assim, quando o lesado o indivduo ou uma sociedade, necessriaa proteo pelo Estado ao seu nacional, endossando a suareclamao, ou seja, tornando-a sua.Esta proteo poder ser a pessoas fsicas ou jurdicas. O Estadoassim, protege os bens de um nacional, ou o nacional em outro

    Estado.A proteo diplomtica de formao costumeira e da jurisprudnciainternacional.Alguns autores consideram a proteo diplomtica benfica para ospases subdesenvolvidos, porque estimula os investimentos privadosao dar maior confiana ao investidor estrangeiro. Por outro lado,autores do Terceiro Mundo a consideram um pretexto para aingerncia de Estados estrangeiros.A proteo diplomtica s se realiza mediante o preenchimento decertas condies: nacionalidade do autor da reclamao,esgotamento de recursos internos e procedimento do autor dareclamao.

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    Quanto Nacionalidade do Reclamante: o Estado s pode protegerdiplomaticamente o seu nacional, ou o membro de uma coletividadeque ele representa na ordem internacional. Diz-se que a reclamaodeve ser nacional desde o seu incio, embora a jurisprudnciainternacional a este respeito no seja uniforme.

    O ponto comum, entretanto, que, uma vez apresentada areclamao, ele no pode mudar de nacionalidade. Somente emcasos excepcionais que a jurisprudncia internacional amenizouesta regra (ex.: em caso de transferncia forada de territrio).O aptrida no ter direito proteo diplomtica.O poliptrida ter esse direito assegurado, aplicando-se a ele oprincpio da efetividade, ou seja, a proteo levar em conta anacionalidade efetiva do reclamanteNeste caso, deve-se fazer uma observao que j est consagrada nosculo XX: a proteo diplomtica no se exercer contra o Estado de

    que o indivduo nacional. No ser permitido usar umanacionalidade de um Estado contra o outro.Quanto pessoa jurdica, o critrio de sua nacionalidade tem variado:

    o da sede onde exercita a atividade ( o mais antigo); o do controle acionrio ( o mais moderno).

    Quanto ao Esgotamento dos Recursos Internos: a proteodiplomtica s poder ocorrer aps o indivduo esgotar todos osrecursos internos possveis, como por ex.: levar o recurso aoJudicirio at a ltima instncia.?Seu fundamento duplo:

    1. evitar reclamaes prematuras;2. a presuno de que os recursos internos do Estado so capazesde dar satisfaes aos estrangeiros.

    Quanto ao Procedimento do Reclamante: este no poder tercometido nenhum ilcito interno ou externo.Esgotadas essas trs condies, a proteo diplomtica faz com que areclamao individual passe a ser do Estado, isto , nacional. aTEORIA DO ENDOSSO.Entretanto, este um ato discricionrio do Estado. No h norma queobrigue o Estado a proteger o seu nacional.

    No existe prazo de prescrio. Entretanto, deve-se observar otempo, caso a caso.Os doutrinadores positivistas negam a sua existncia no DI, alegandoque no existe norma internacional consagrando-a.Para o Direito Internacional, a responsabilidade termina com areparao oferecida de Estado para Estado. Se o Estado no repassaao nacional a reparao, este dever recorrer contra o seu Estado.

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    CAPTULO XXVORGANIZAO DAS NAES UNIDAS

    ONU (Origens-Composio-Sede-Estrutura),A ONU a principal Organizao Internacional.

    Na opinio de Schurman, a ONU pela primeira vez na Histria "aconcreta institucionalizao de uma idia de governo mundial".A ONU possui duas categorias de membros: os originrios e osadmitidos. Esta distino no traz qualquer diferena em relao aosdireitos e deveres dos membros.Os membros originrios so todos aqueles que estiveram presentesna Conferncia de So Francisco ou que haviam assinado aDeclarao das Naes Unidas em 1942.Os membros admitidos ou eleitos, so aqueles que preenchemdeterminadas condies e apresentam a sua candidatura ONU. So

    os membros que nela ingressaram aps a sua constituio eatualmente, so em maior nmero do que os originrios.A sede da ONU na cidade de Nova Iorque, entre as ruas 42 e 48, aolongo do East River.A Carta no declara qual a sua sede, como fizera o Pacto da Ligadas Naes. A Assemblia Geral, em dezembro de 1946 decidiuinstalar no local descrito a sua sede permanente.A ONU possui seis rgos, a saber: Conselho de Segurana,Assemblia Geral, Conselho Econmico e Social, Conselho de Tutela,Secretariado e a Corte Internacional de Justia.

    Existem ainda os organismos subsidirios, que so aqueles criadospor seus rgos, como a Comisso de DI, a Comisso de Quotas,criadas pela Assemblia Geral e outros.Ao lado destes rgos, a ONU coordena a ao de uma srie deorganismos especializados, tais como a OIT, a UNESCO, a OMS, aFAO, etc.

    ESTRUTURA DA ONU

    CONSELHO DE SEGURANA o rgo mais importante da ONU. O art. 24 da Carta da ONUestabelece que incumbe a ele, em nome dos membros das NaesUnidas, "a principal responsabilidade na manuteno da paz e dasegurana internacionais". Nos termos do art. 23 ele formado porquinze membros, sendo cinco permanentes e dez no permanentes,que sero eleitos pela Assemblia Geral pelo prazo de dois anos. Osno permanentes no podem ser reeleitos. O Conselho de Segurana um rgo permanente.Seu sistema de votao o seguinte:

    a. nas questes processuais (ordem do dia, etc.), as decises sotomadas por voto afirmativo de nove membros; b) as decises

    nos "outros assuntos", sero tomadas por um voto afirmativodos nove membros, inclusive os votos afirmativos de todos os

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    membros permanentes. Aqui surge o veto (nas questesimportantes).

    Na Conferncia de Ialta foi resolvido definitivamente que os grandesteriam o direito de vetar qualquer deciso sobre assunto que nofosse matria processual.

    A grande questo a respeito do veto que a Carta da ONU noestabelece quais so as questes processuais ou no. Assim, oassunto submetido preliminarmente a uma votao para serdecidido se processual ou questo de fundo. Esta deciso considerada matria importante, surgindo assim a figura do duploveto.Em relao manuteno da paz o Conselho de Segurana goza deautonomia. Age em razo das Organizaes Unidas.So funes do Conselho de Seguranaregulamentar os litgios entre os Estados membros da ONU -

    regulamentao de armamentos - agir nos casos de ameaa paz ede agresso - decidir sobre as medidas a serem tomadas para ocumprimento das sentenas da CIJ.So suas atribuies exclusivas:- ao nos casos de ameaa paz - aprova e controla a tutelaestratgica - execuo foradas das decises da CIJ.So atribuies exercidas conjuntamente com a Assemblia Geral:- excluso, suspenso e admisso dos membros - eleio dos juizesda CIJ - designao do Secretrio Geral - emendas Carta.So atribuies comuns ao Conselho de Segurana e Assemblia

    Geral:- regulamentao de armamentos - soluo de litgios - pedirpareceres CIJ.ASSEMBLIA GERALA Assemblia Geral um dos rgos que compem a ONU. ondeesto representados todos os Estados membros que tm direito a umvoto, apesar de poderem designar para represent-los, at cincodelegados.As questes processuais so decididas por maioria simples, enquantoas questes importantes o so por 2/3 dos membros.

    As questes importantes esto elencadas no art. 18, inc. 2, comopor exemplo: admisso de novos membros, recomendaes relativas manuteno da paz e da segurana internacionais, etc.O inciso 3 estabelece ainda que a dvida entre questes processuaise de fundo resolvida por votao da maioria presente e votante. Aocontrrio do que ocorre no Conselho de Segurana, a soluo dadvida considerada matria no importante.A Assemblia Geral no um rgo permanente, reunindo-seanualmente. As sesses tm incio na 3 feira do ms de setembro,mas algumas vezes o seu incio adiado em carter excepcional...Ela funciona por meio de sete comisses, onde esto representadostodos os seus membros.As funes da Assemblia Geral so:

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    a. discutir e fazer recomendaes sobre quaisquer questes ouassuntos que estiverem dentro das finalidades da Carta da ONUou que se relacionarem com as atribuies e funes dequalquer dos rgos nela previstos (art. 10);

    b. discutir e fazer recomendaes sobre desarmamento eregulamentao de armamentos;

    c. considerar os princpios gerais de cooperao na manutenoda paz e da segurana nacionais e fazer recomendaesrelativas a tais princpios (art. 11);

    d. fazer estudos e recomendaes sobre cooperao internacional,nos diferentes domnios econmicos, cultural e social,codificao e desenvolvimento do DI;

    e. recomendaes para a soluo pacfica de qualquer situaointernacional.

    So suas atribuies exclusivas:

    a. eleger os membros no permanentes do Conselho deSegurana e os Membros dos Conselhos de Tutela e Econmicoe Social.;

    b. votar o oramento da ONU;c. aprovar os acordos de tutela;d. autorizar os organismos especializados a solicitarem pareceres

    CIJ;e. coordenar as atividades desses organismos. O CES e o

    Conselho de Tutela exercem suas competncias sob aautoridade da Assemblia Geral.

    CONSELHO ECONMICO E SOCIAL um dos rgos da ONU, formado por 54 membros eleitos pelaAssemblia Geral, por um perodo de 3 anos.So suas principais funes

    a. o rgo da ONU sob a autoridade da Assemblia Geral,responsvel pelos assuntos econmicos e sociais;

    b. prepara relatrios e estudos e faz recomendaes nestesassuntos

    c. c) convoca conferncias e prepara projetos de conveno sobrematrias econmicas e sociais;

    d.promove o respeito e a observncia dos direitos do homem edas liberdades fundamentais;

    e. negocia os acordos entre a ONU e as organizaesespecializadas, bem como coordena as atividades destasorganizaes.

    As suas decises so tomadas por maioria simples. Rene-se 2 vezespor ano (uma em Genebra e outra em Nova Iorque), podendo tersesso extraordinria.Possui uma srie de comisses que o auxiliam nas suas funes.SECRETARIADO um rgo permanente da ONU, encarregado da sua parteadministrativa. Seu chefe o Secretrio-Geral, que tem um mandato

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    de 5 anos, conforme afixado pela Assemblia Geral, pois a Carta daONU omissa a esse respeito.O Secretrio-Geral indicado pela Assemblia Geral medianterecomendao do Conselho de Segurana.Suas funes so:

    a. o chefe administrativo da ONU;b. exerce as funes que lhe forem confiadas pela Assemblia

    Geral, Conselho de Segurana, de Tutela e Econmico eSocial;