direito empresarial - mÔnica gusmÃo

191
Direito Empresarial Prof. Mônica Gusmão 1 Direito Empresarial Prof. Mônica Gusmão Rio,01/09/03. Antes do nCC No nCC 1) Comerciante Individual Pessoa Física 2) Sociedade com fim sem fim lucrativo lucrativo associação mercantil Dto Com. fundação Civil Dto Civil 1) Empresário Individual Pessoa Física 2) Sociedade art 981 CC Espécies Empresário Simples Atividade Atividade econômica econômica lucro lucro 3) Pessoa Jurídica de Direito Privado (art44) Sociedades Associações Fundações Art. 981. “Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados”. Art. 982. “Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa”. *Diferença entre mercantil e civil era a possibilidade de falência. A mercantil era sujeita a falência e a civil era sujeita a insolvência. *antes do nCC existia a autonomia/dicotomia entre o Direito Comercial e o Direito Civil. *a Teoria da Empresa que possibilita a discussão sobre a divisão entre a mercantil e a civil, para ela não interessa a diferença entre elas e sim o empresário. Para essa teoria existe o empresário e o não empresário.

Upload: advrj0212

Post on 14-Aug-2015

182 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

1

Direito Empresarial

Prof. Mônica Gusmão

Rio,01/09/03.

Antes do nCC No nCC

1) Comerciante Individual – Pessoa Física

2) Sociedade

com fim sem fim lucrativo

lucrativo associação

mercantil – Dto Com. fundação

Civil – Dto Civil

1) Empresário Individual – Pessoa Física

2) Sociedade – art 981 CC

Espécies

Empresário Simples

Atividade Atividade

econômica econômica

lucro lucro

3) Pessoa Jurídica de Direito Privado

(art44) Sociedades

Associações

Fundações

Art. 981. “Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a

contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha,

entre si, dos resultados.

Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios

determinados”.

Art. 982. “Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem

por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao registro (art. 967);

e, simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade

por ações; e, simples, a cooperativa”.

*Diferença entre mercantil e civil era a possibilidade de falência. A mercantil era sujeita

a falência e a civil era sujeita a insolvência.

*antes do nCC existia a autonomia/dicotomia entre o Direito Comercial e o Direito

Civil.

*a Teoria da Empresa que possibilita a discussão sobre a divisão entre a mercantil e a

civil, para ela não interessa a diferença entre elas e sim o empresário. Para essa teoria

existe o empresário e o não empresário.

Page 2: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

2

*a maior discussão dessa teoria é admitir a falência da sociedade civil desde que

preenchidos os requisitos do empresário.

Art. 983. “A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados

nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um

desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.

Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de

participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o

exercício de certas atividades, imponham a constituição da sociedade segundo

determinado tipo”.

*antes do nCC as fundações e associações eram espécies do gênero sociedade.

*o comerciante individual também deixou de existir no nCC.

Art. 966. “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade

econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.

*requisitos caracterizadores do empresário – art 966:

- exercício profissional e habitual de uma atividade

- atividade de circulação ou produção de bens e serviços.

*a sociedade empresária e a simples exercem um atividade econômica, porém a

sociedade empresaria exerce uma atividade de economia organizada enquanto que a

simples exerce uma atividade de economia não organizada.

*atividade econômica organizada = empresa

*o CC não deu o conceito jurídico de empresa, só existe o econômico.

É a atividade economicamente organizada que reúne capital, trabalho, tecnologia

e matéria prima objetivando a produção ou circulação de bens ou serviços com intuito

de lucro.

*a tese majoritária é que a empresa não tem personalidade jurídica, logo, é objeto de

direito, ao invés de sujeito de direitos.

*art 966 sublinhar “atividade organizada que é sinônimo de empresa. Sublinhar

“empresa” no art 969 e fazer uma seta para fazer ligação entre as duas expressões.

Art. 966. “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade

econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.

Art. 969. “O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à

jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também

inscrevê-la, com a prova da inscrição originária”.

*eventualmente a associação e a fundação pode dar lucro, mas se isso ocorrer eles tem

que reinvestir os lucros e as sociedades podem dividi-los entre os sócios.

Page 3: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

3

*no nCC até as sociedades simples podem dividir os lucros.

Sociedade Empresária X Sociedade Simples

*a sociedade empresária equivale a sociedade mercantil

*as antigas sociedade civis podem ser empresária ou simples dependendo se a atividade

econômica é organizada ou não.

*a sociedade empresária incide em falência, e é registrada no Registro Público de

Empresa Mercantil (art 967)

Art. 967. “É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas

Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade”.

*a sociedade simples não incide em falência e sim em insolvência e é registrada no

Registro Civil de Pessoa Jurídica.

*não houve a unificação entre o Direito Comercial e o Direito Civil pois continua

havendo distinção entre falência e insolvência. Porém já existe um projeto de lei que

termina com isso.

*Exemplo de Sociedade Simples: cooperativa (art 982 §único) e sociedade de

advogados (só não é pois o EOAB – lei 8906/94 – no seu art 16 prevê isso)

*art 966 § único – o que não é empresaria ou é sociedade simples ou um prestador de

serviços (profissional liberal), salvo se a atividade econômica for organizada.

= Situações (exemplos):

1) um médico, ortopedista, tem seu consultório e contrata uma secretaria e uma

faxineira. Sua atividade é econômica, exerce atividade cientifica não organizada, sendo,

desta forma, um profissional liberal. As funcionárias estão inseridas na atividade meio,

a atividade fim depende apenas dele.

2) O mesmo medico que contratou a secretaria e a faxineira. Porém este ampliou seu

consultório e comprou aparelhos de Raio-X e contratou técnicos em RX e

fisioterapeuta. Neste caso, agora, a atividade meio não depende mais só dele, passou a

ser uma sociedade econômica organizada. Sendo assim um Empresário Individual,

pois ele não se associou a outras pessoas, ele contratou pessoas.

3) O ortopedista se associou a um cirurgião e juntos formaram uma sociedade.

Contrataram a secretária e a faxineira. A atividade fim depende de ambos, estando

incluídos no § único do art 966, é uma Sociedade Simples.

Page 4: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

4

4) Sociedade Composta por dois médicos e dois fisioterapeutas com auxilio de

secretária.É uma sociedade simples pois a atividade fim depende deles, não tem

terceiros exercendo a atividade fim.

*quando a atividade fim é exercida pelos associados é sociedade simples.

5) Dois médicos associados contrataram fisioterapeutas e técnicos de RX. A atividade

econômica é organizada pois agora a atividade fim não depende mas apenas dos sócios.

É uma Sociedade Empresária.

*antes do nCC o hospital era sociedade civil, agora é sociedade empresária pois a

atividade econômica é organizada.

6) Três médicos, um ortopedista, um cirurgião e um clinico, se associaram e formaram

uma Clínica sob o tipo d Ltda com o auxilio de colaboradores. Pergunta: a sociedade

exerce uma empresa?

Resposta da Prof: Depende como os colaboradores foram inseridos na sociedade; se for

atividade fim será sociedade empresária, se não será Sociedade Simples.

Examinador: Sociedade Empresária, pois ele igualou a Clínica ao Hospital e concluiu

que onde tem cirurgião é necessário que haja instrumentadores, anestesistas, etc. Sendo

desta forma a atividade fim exercida por terceiros além dos sócios.

*órgão de Registro da Antiga Sociedade Civil

Hospital Hospital

nCC art 2031

1 ano para adaptações

RCPJ Junta Comercial

PJ

Art. 2.031. “As associações, sociedades e fundações, constituídas na forma das leis

anteriores, terão o prazo de um ano para se adaptarem às disposições deste Código, a

partir de sua vigência; igual prazo é concedido aos empresários”.

*se não fizer as adaptações ele não perde a personalidade jurídica pelo ato jurídico

perfeito e pelo direito adquirido. Porém existe uma corrente que entende que perde e se

transforma em sociedade irregular.

*o art 2031 tem preceito de sanção. Defendendo a tese majoritária que depende de

regulamentação.

Sociedade

Civil

Sociedade

Empresária

Page 5: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

5

*o entendimento de que não precisa regularizar deixa dúvida quanto a concordata. Pois

pela lei ela poderia falir, mas não poderia se beneficiar com a concordata, pois para isso

ela tem que ser sociedade regular e registrada no órgão competente.

Empresário Individual

*atividade econômica organizada exercida pela pessoa física.

*empresário individual ≠ Sociedade

*empresário individual é pessoa física e sociedade tem que ter no mínimo dois sócios.

*quando o empresário individual possui um credor ele responde ilimitadamente perante

a lei. Na prática não é utilizada, por causa do risco.

*na prática as pessoas fraudam a constituição da sociedade, sendo desta forma passível

de Desconsideração da Personalidade Jurídica, pois é uma sociedade aparente.

Ltda

99,99% 0,001%

empresário individual

de fato

*na prática, normalmente o sócio minoritário é alguém da família do majoritário

*algumas atividades obrigam que exista uma sociedade.

Empresário Individual

Pessoal estabelecimento

(art 1142CC)

Art. 1.142. “Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para

exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”.

*estabelecimento conjunto de bens corpóreos e incorpóreos.

Page 6: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

6

*para o empresário individual ser regular ele terá que abrir uma firma junto ao Registro

Civil de Pessoa Jurídica declarando os seus bens pessoais e o estabelecimento.

Para a corrente majoritária (predominante no MP) o patrimônio do empresário

individual é único e indivisível existindo uma confusão patrimonial. Desta forma, pode

ser um bem pessoal atingido numa execução antes do estabelecimento.

Já outra corrente entende que existe a separação dos patrimônios, tendo a execução que

alcançar primeiros o estabelecimento antes dos bens pessoais (Fran Martins).

*Capacidade do Empresário Individual – art 972

Art. 972. “Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da

capacidade civil e não forem legalmente impedidos”.

*a tese majoritária admite o exercício de atividade empresária pelo menor emancipado a

partir dos 16 anos, pois com a emancipação ele esta em pleno gozo da capacidade civil.

Porém o assunto é polemico quanto se esse menor pode incidir em falência – art 3, II da

lei de falências (dec 7661)

=Bibliografia

- Sergio Campinho

- Fabio Ulhoa

- Valdo Fazio Jr.

Page 7: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

7

Rio, 08/09/03

*Menor emancipado pode falir?

Art 3, II da lei de falecia – menor com menos de 18 anos que mantém estabelecimento

comercial com economia própria.

1a Corrente) É a corrente tradicional, e entende que só pode falir com 18 anos, pois é o

que esta previsto na lei especial a qual deverá prevalecer (prevalece a determinação da

lei de falência em relação a lei geral) e não pode ser sujeito passivo de crime, pois é

inimputável. Defendida por Fábio Ulhoa, Rubens Requião e Fran Martins

2a Corrente) admite a falência do menor emancipado. É a corrente moderna, defendida

por Mônica Gusmão e Sergio Campinho.

*Campinho entende que o art 3, II da lei de falência foi revogado pelo CC. Defende que

este artigo não tem mais aplicabilidade por causa do CC, onde 18 anos não é mais

menor.

Mônica entende que não pois a lei geral, não pode revogar a especifica e trata-se

apenas de uma adequação da lei ao CC, pois agora com 18 anos não é mais menor, pelo

CC 18 anos é maior.

*o segundo argumento da corrente moderna é que o menor não comete crime mas

comete ato infracional, sendo punido com medida sócio educativa, com aplicação do

ECA

Outro argumento é proibindo sua falência esta prejudicando o menor pois ele não

poderá se beneficiar da concordata suspensiva, que é um benefício legal.

*minoritariamente entende-se que a capacidade civil não se confunde a capacidade

empresarial, não podendo ser empresário o menor de 18 anos. A que prevalece é que o

emancipado com 16 anos já pode ser empresário.

Remissão: CC art 972 sublinha “pleno gozo da capacidade civil” c/c art 3, II da LF e art

5 CC.

Impedimentos quanto ao Exercício da Atividade Empresarial

*art 972 – o impedimento só se refere ao empresário individual.

*Ex de impedidos: Magistrados, promotores, defensores, servidores públicos, militares

na ativa, etc.

*a lei proíbe o exercício da atividade empresária individual e proíbe os impedidos de

exercer atividade de administração da sociedade e não pode ter responsabilidade

ilimitada.

Page 8: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

8

A lei não veda a participação dos impedidos como sócios de sociedades, não

admitindo porém que exerçam suas administração e assumam responsabilidade

ilimitada (sociedade em nome coletivo).

*art 973 – se um magistrado, por exemplo, exercer sociedade individual de fato ele

responde por seus atos, incidindo em falência, sendo esta presumidamente fraudulenta.

Remissão: art 973 c/c art 3, IV LF

*art 974 CC – incapaz interdito

menor

Remissão: §1 sublinhar “menor” e “interdito” e no caput “incapaz”

empresário individual – PF

interdição

interdito – ex-empresário

representante do interdito – não empresário

*em regra o interdito não pode exercer atividade empresária pois é necessária a plena

capacidade civil.

*a lei excepcionalmente permite a continuação da empresa pelo interdito que antes tinha

capacidade plena. A lei excepciona a regra com fundamento no Principio da

Preservação da Empresa.

*o interdito não pode ser considerado empresário pois ele não tem capacidade plena,

sendo chamado por alguns de ex-empresário.

*os atos são praticados pelo representante, porém ele não é o empresário pois ele age

em nome de terceiros. Isso se torna importante pois se fosse considerado empresário

teria sua responsabilidade ilimitada o que dificultaria muito a existência de alguém que

concordasse em representar outra em uma sociedade individual.

*Desta forma, tem-se uma empresa sem a presença do empresário, não cabendo a

falência.

*quem responde perante os credores é o interdito, porém os bens pessoais do interdito

anteriores à interdição não respondem perante os credores e os após a interdição

respondem. Os bens ligados ao estabelecimento também respondem – CC art 974 §2.

*o representante pode ter sua responsabilidade invocada quando ele agir de má-fé,

fraude.

Remissão: art 974 caput, sublinha representante c/c 932 incisos I e II e 942 único –

hipóteses que a lei confere responsabilidade aos representantes.

Page 9: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

9

*isso não ocorre automaticamente, tem que ter autorização judicial e se o juiz verificar

que a continuação da empresa não esta sendo benéfica pode revogar.

*se for menor é o mesmo caso.

empresário individual – PF

Menor – 14 anos - herdeiro

Continuação da Empresa

representante – não empresário

*o menor não é empresário porque não tem plena capacidade.

*quem contrata com os credores é o menor representado, e quem responde perante os

credores é o menor.

*os bens anteriores à sucessão não respondem. Os posteriores e o estabelecimento

respondem.

*o juiz não é obrigado a autorizar a continuação da empresa, ele só autoriza se verificar

que é uma atividade prospera e que vai trazer benefícios.

*na pratica dificilmente isso ocorre.

*o menor não pode ser empresário pois não tem capacidade, mas a lei permite a

continuação da empresa – Princípio da Continuação da Empresa.

*o empresário casado tem sua responsabilidade limitada a sua meação (art 3 da lei

4121/62)

Empresário Individual (casado)

Credor Cônjuge não empresário

Meação

Art 3da lei 4121/62

*essa preservação independe do regime de bens

*isso não ocorre quando se provar que com a dívida inadimplida houve beneficio para a

família.

Page 10: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

10

STJ 251

Ex. Ao invés de pagar os impostos compra uma casa para a família

*quem tem que provar que houve beneficio é o exeqüente

*antes da súmula o fisco entrava com execução para provar e o cônjuge tinha que entrar

com embargos e execução de pré-executividade.

*a banca da Magistratura não admite a exceção da pré-executividade, pois ela não está

positivada sendo uma construção doutrinária que incentiva o mal pagador.

*CC art 978 – pode alienar ou gravar sem vênia conjugal pois integra o patrimônio da

empresa.

*quando o empresário individual tem um imóvel antes da empresa, esse imóvel não

responde perante os credores.

Remissão: art 978 sublinha “integra o patrimônio da empresa” do art 1647, I

Remissão: art 978 sublinha “empresário casado”c/c art 3 da 4121/62 c/c súmula 251

STJ)

Sociedades

Empresária – atividade econômica, organização - empresas

Sociedades espécies

Simples

*toda e qualquer sociedade exerce atividade econômica, ou seja, objetiva o lucro.

*a diferença entre as duas é que as empresarias exercem atividade econômica

organizada.

*art 981 – conceito de sociedade

*segundo o CC a natureza jurídica dos atos constitutivos tem por base a teoria

contratualista.

*as partes contratantes são os sócios e a sociedade sendo um contrato plurilateral.

*antes do nCC existiam cinco correntes para definir a natureza jurídica dos atos

constitutivos.

*a nulidade de um ato não afeta os demais

Page 11: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

11

Remissão: art 981 sublinha “contrato de sociedade” c/c 421

*o contrato deve ter sua função social

*art 981 – em regra há necessidade de mais de uma pessoa

Remissão: art 981 envolve o S e exceções nos: art 206, I, decreto lei 6404/76; art 1033,

IV CC; art 251 do dec. 6404/76, art 5, II §3 do dec. 200/67 c/c 77 § 3 Constituição

Estadual do Rio de Janeiro.

* art 206, I decreto lei 6404/76

SA

retirada

responsabilidade limitada responsabilidade ilimitada

do acionista do acionista remanescente

1 2

prazo de recomposição societária sociedade irregular

dissolução

até a próxima assembléia geral do ano seguinte

unipessoalidade superveniente e temporária

*o acionista 2 tem que encontrar outro acionista até a próxima assembléia geral do ano

seguinte. Tendo o acionista responsabilidade limitada durante o prazo.

*no caso há unipessoalidade superveniente e temporária.

*se ultrapassado o prazo e não for recomposta a sociedade impõem-se a dissolução. Se

não ocorrer a dissolução a sociedade passe a ser irregular e o acionista remanescente

passa a ter responsabilidade ilimitada

*art 1033, IV CC

Ltda

responsabilidade limitada responsabilidade ilimitada

1 2

prazo de recomposição societária sociedade irregular

180 dias

*antes do CC quando as Ltda eram regidas pelo 3708/19 existia uma resolução da Junta

Comercial que previa o prazo de 1 ano.

Page 12: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

12

*art 251 do decreto lei 6404/76

Cia

vinculo

acionista Sociedade Subsidiária Integral

sociedade

brasileira

*o sócio é uma pessoa jurídica.

*a sociedade subsidiária integral tem que ser uma S/A, porém o sócio pode ser qualquer

tipo societário.

*unipessoalidade originária ou superveniente e transitória ou não.

1 2

PJ

3 4

*a empresa pública é unipessoal quando a totalidade do seu capital pertencer ao

Estado,há um único ente – art 5, II §3 dec 200/67 c/c 77 §3 Constituição Estadual do RJ.

*o tema é controvertido, na Magistratura o examinador não admite.

*art 981 – qualquer espécie de bens, imóveis, móveis, dinheiro, etc.

Serviços – com o próprio trabalho, não sendo admitido na S/A, Ltda e Sociedade

por Comandita por Ações.

Remissão: art 981 sublinhar “serviços” art 7 da lei 6404/76, do art 1055 § do CC e art

1090 CC

*a lei obriga que o lucro seja repartido sob pena de nulidade da cláusula que impeça a

partilha

Remissão: art 981 sublinha “partilha...resultados” c/c art 1008 CC

Page 13: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

13

Rio, 15/09/03.

Elementos Essenciais do Contrato:

- pluralidade de sócios, salvo as exceções legais.

- Distribuição dos lucros entre os sócios, sendo nula qualquer disposição em

contrário (art 1008)

- Contribuição dos sócios (integralização / realização) para o capital social

com bens ou serviços (exceto neste ultimo caso nas sociedades limitadas e

anônimas)

- Affectio societatis – elementos subjetivo, é a intenção dos sócios de se

associarem e permanecerem associados.

*as sociedades podem ter como natureza jurídica a sociedade de pessoas (elementos

essencial sócio/pessoa) e sociedade de capital (elementos essencial capital). Existe

affectio societatis em ambos os casos sendo que na Capital leva-se em conta o capital

que cada sócio representa.

Personalidade Jurídica:

O momento de aquisição da personalidade jurídica é controvertido:

1o) É a majoritária, sendo a qual a aquisição da personalidade jurídica se dá com o

registro dos atos constitutivos no órgão competente (art 985)

Remissão: art 985 sublinha registro e c/c art 967 e 998.

2o) A aquisição da personalidade jurídica advêm da simples constituição da sociedade.

Corrente defendida por Tavares Borba

Remissão: art 91da lei das SA c/c art 986 CC

*em prova da PGE não citar qual é a majoritária e qual é a minoritária, simplesmente

citar as duas correntes.

*o empresário é analise real, ou seja, basta exercer atividade econômica.

*o registro para efeito de aquisição da personalidade jurídica tem natureza jurídica

constitutiva.

Para existência de empresário tem natureza jurídica declaratória, sendo esta a

prevalecente por causa do critério real de existência do empresário.

OBS: Embora o art 967 CC determine a obrigatoriedade do registro do empresário antes

do inicio de sua atividade, a natureza jurídica desse registro é meramente declaratória,

ou seja, o empresário continua sendo caracterizado com base no critério real bastando a

simples comprovação da prática de uma atividade econômica organizada (empresa)

Page 14: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

14

servindo o registro para conferir-lhe regularidade através da aquisição da personalidade

jurídica.

*a exceção, onde o registro tem natureza constitutiva, é o art 971.

Remissão: art 971 sublinhar principal profissão e riscar empresário.

*a lei faculta ao rural o registro, se não registrar será sociedade simples e se registrar

será sociedade empresária. O rural só passa a ser empresário depois de arquivados seus

atos constitutivos. É facultativo quando a principal atividade é rural.

*Controvérsias:

Sociedade Simples – não exerce empresa / não é empresário

JC (lei 8934/94 art 2)

Pode se beneficiar da concordata?

1o) alguns defende que há impossibilidade jurídica do pedido pois a lei só defere

concordata para quem é empresário.

2o) ilegitimidade ativa

Sociedade Empresária – para tentar fugir da condição de

empresário

RCPJ

*para requerer sua falência o credor terá que provar que exerce atividade de sociedade

empresária, sendo esta irregular por não ter registrado no local certo.

Hospital

10 anos

Soc. Civil Soc. Empresária

RCPJ art 2031 CC JC

Personalidade 1 ano para

Jurídica adaptações

CC/16

*mesmo depois desse um ano a personalidade jurídica se mantém.

*porém, não se sabe qual a sanção para a não adaptação pois o art 2031 é um preceito

sem sanção necessitando de regulamentação.

Page 15: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

15

*o hospital pode se beneficiar da concordata pelo Princípio da Continuação da Empresa

(não é pacífico)

para os que entendem que não pode se beneficiar da concordata o juiz tem que julgar

improcedente o pedido e decretar falência.

Sociedade Personificada X Sociedade não Personificada

Sociedade em Comum (art 986/990)

Sociedade não personificada espécies

(gênero)

Sociedade em Cota de Participação (991/...)

*antes do CC:

Ltda – contrato sem registro

Irregular ou de fato Patrimônio: 300,00

1 2 3

700,00 Sem personalidade jurídica

no CC/16 quando a sociedade limitada fosse irregular e contraísse divida maior que seu

patrimônio haveria responsabilidade ilimitada e solidária, podendo ser cobrado dos

sócios ou da sociedade. O que gerava uma confusão patrimonial.

*A regra era que as sociedades personificadas tinham autonomia patrimonial.

*nCC:

não tem personalidade jurídica

Ltda – contrato sem registro

Sociedade em Comum Patrimônio: 300,00

1 2 3 (exceto S/A em organização)

700,00

enunciado 58 da CJF (irregular de fato)

Remissão: art 986 c/c enunciado 58 CJF

Page 16: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

16

1o momento) o credor não pode demandar a personalidade jurídica, mas o

sócio que contratou – solidariedade

os outros sócios tem responsabilidade subsidiária, cabendo alegação de

benefício de ordem

Credor

Art 990

2o momento) responsabilidade dos demais sócios na hipótese de insatisfação

do credor – solidariedade.

*o credor primeiro tem que exaurir os bens da sociedade e do sócio que contratou, só o

remanescente pode ser cobrado dos outros.

*atualmente, só há autonomia patrimonial quando tiver personalidade jurídica. Porém,

não se aplica a confusão patrimonial de forma ampla, pois pelo CC esse princípio foi

mitigado pois de início só há confusão em relação ao que contratou.

*para o credor a nova visão do CC não foi benéfica, pois mitigou a confusão

patrimonial.

*na sociedade comum sempre há responsabilidade ilimitada dos sócios.

Remissão: art 91 da 6404 c/c 986

Art 986 sublinha “exceto por ações em organizações” c/c 985 e 91 da 6404

Page 17: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

17

Rio, 22/09/03.

Conseqüências da Sociedade em Comum:

- responsabilidade ilimitada dos sócios, conforme disposto no art 990 do CC

- incidem em falência – art 8 inciso III do decreto 7661/45

- a sociedade em comum não tem legitimidade ativa para requerer falência de

seu devedor – art 9, III, a decreto 7661/45

- possibilidade de requerer sua autofalência – art 8, III do decreto 7661/45

- impossibilidade do benefício da concordata – art 140

Remissão: art 986 c/c art 8, III do dec 7661/45; art 9, III, a do dec 7661/45; art 140 e art

990

*a sociedade em comum tem que cobrar seus credores com base no art 12 inciso VII

CPC, o qual confere legitimidade ativa e passiva para as sociedades que não tem

personalidade jurídica.

Remissão:art 9, III, a do dec 7661/45 c/c art 12, VII CPC

*Controvérsia:

1a corrente) Tese majoritária, é o art 9, III, a do dec em virtude da especialidade da lei

2a Corrente) entende que o art 12, VII CPC revogou o art 9, III, a do decreto, tendo pois

legitimidade

Efeitos da Personalidade:

1o Efeito: proteção ao nome empresarial – art 1155 (define as espécies de nome

empresarial)

Sociedade Personificada → Atos Registrados

Proteção ao nome

Empresarial

*nome empresarial é o gênero que se divide em firma e denominação.

*o empresário pode invocar a proteção ao nome a partir do registro

*antes do nCC, sobre a responsabilidade de poder coexistir sociedade com mesma

denominação tinha-se duas correntes:

1a) Entendia que era impossível a coexistência de empresas com o mesmo nome em

razão do Princípio da Anterioridade do Registro. Quem registrou os atos constitutivos

em primeiro lugar teria o direito de intentar ação de obrigação de não fazer (abstenção

de nome) cumulado com indenização.

Page 18: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

18

2a) Principio da Especialidade ou Especificidade, levando-se em conta a atividade

desenvolvida era a mesma ou não, e se não se podia causar confusão na clientela, no

consumidor. Essa corrente era a que prevalecia. A atividade tinha que ser diferente e

inexistir prejuízo.

*o órgão competente para inscrição do nome é a Junta Comercial

*Âmbito de proteção da Junta Comercial:

1a Corrente) a proteção que a junta comercial confere se dá em âmbito nacional – Silvio

Pacheco. O fundamento é a convenção de Paris que o Brasil foi signatário. (corrente

minoritária)

2a Corrente) o âmbito de proteção é Estadual – art 1166 e § único

Remissão: art 1166 § único – sublinha “lei especial” c/c lei 8934/94 e dec 1800/96 ≠ da

lei 9279/96

*o nCC em seu art 1163 adotou uma conjugação das duas correntes anteriores quando

ocorrer a coexistência. O caput proíbe a existência de sociedade com o mesmo nome

quando a atividade for a mesma e no § único prevê que sendo atividade diversa deve

inserir um nome que a distinga.

*prevalece a mesma regra com a coexistência for entre marca e nome.

*se uma sociedade registra seu nome só no RJ outras sociedades podem usa-lo em

outros Estados.

Firma individual

*nome empresarial coletiva

denominação

*a firma individual conta de um nome civil, nome do empresário.

*denominação ≠ razão social

*título de estabelecimento = nome fantasia – como o empresário é conhecido pela

clientela, tem por objeto atrair a clientela.

*a lei não diz onde o nome fantasia deve ser registrado.

2o Efeito: Autonomia Patrimonial

Sociedade Princípio da Desconsideração da

Personificada Autonomia Personalidade Jurídica

Patrimonial

2 patrimônios distintos

Page 19: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

19

Sociedade Confusão

Comum Patrimonial Mitigada

*sinônimos de desconsideração da personalidade jurídica :

- disregard of legal lentity

- disregard doctrine

- lifting the corporat veil

- lifting the veil

- teoria da penetração

*a origem da desconsideração da personalidade jurídica é controvertida:

Majoritariamente entende-se que sua origem é na Alemanha, tendo sido porém mais

desenvolvida nos EUA e Inglaterra. E, minoritariamente (entendimento da

Magistratura) entende-se que nasceu nos EUA e na Inglaterra.

*Controvérsia: A teoria da desconsideração é uma exceção ao princípio da autonomia

ou ratifica esse princípio?

1a) Ratifica, pois quando uma sociedade é constituída o objetivo não é se beneficiar com

o prejuízo da coletividade. Essa teoria objetiva a desconsideração momentânea da

personalidade jurídica de sociedade a fim de atingir patrimônio pessoa do sócio que

tiver agido com fraude ou abuso de direitos.

2a Corrente) FALTA ESSA CORRENTE

*Abuso de Direito – art 187

ato ilícito confusão patrimonial

desvio de finalidade

com o CC alguns autores entendem que o abuso de direito praticado é responsabilizado

por ato ilícito.

Remissão: art 50 c/c enunciado 51

art 50 c/c 28 CDC, art 4 da lei 9605/98

art 18 lei 8884/94

Confusão Patrimonial do art 50 é quando o sócio se utiliza do patrimônio da

sociedade em proveito próprio.

*art 50 – desvio de finalidade – sócio age em conformidade com o objeto social

aferindo vantagens pessoais.

*ato ultra vires – ato viola o objeto social (art 1015 § único, III)

Page 20: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

20

A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não pode ser invocada

quando a responsabilidade do sócio advém da própria lei.

Remissão: casos em que não se aplica a teoria: art 50 ≠

- art 1015 § único, III

- art 1016

- art 1055 §1

- art 1080

- art 158 da 6404/76

- art 135 inciso III do CTN

- art 13 da lei 8620/93.

*entendimento majoritário – art 135, inciso II CTN – a responsabilidade do sócio é

subjetiva, sendo necessário comprovar a fraude, o dolo, a culpa.

Caso se prove a fraude não se invoca a teoria da desconsideração pois o próprio art

prevê a responsabilidade do sócio.

Remissão: art 50 – art 187 (controvérsia)

Divisão da Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica:

Maior = clássica

Menor

*pressupostos da Clássica: abuso de direito, fraude, art 50

*Controvérsia:

1a Corrente) entende pelo descabimento da aplicação da teoria em sede de execução sem

que o sócio tenha sofrido uma prévia ação com objetivo de comprovação dos

pressupostos ensejadores da teoria (majoritária)

2a Corrente) Admite a aplicação da teoria em sede de execução sem que haja ofensa ao

Princípio do Contraditório (pois em tese ele teria os embargos para se defender) com

fundamento na Economia Processual e da Celeridade.

Próxima aula: teoria menor

Page 21: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

21

Rio, 29/09/03.

= Teorias:

fraude

- Maior abuso do direito (?)

confusão patrimonial

desvio de finalidade

execução

1 2 3 sócio 2

credor ↓

desconsideração

da personalidade jurídica

fraude

1a Corrente) Em sede de execução seria ofensa ao Princípio do Contraditório e da

Ampla Defesa.

*a magistratura só admite a teoria maior

*a desconsideração da personalidade jurídica nunca pode ser de oficio.

*no caso de falência, em relação aos administradores, prevalece o art 6 do decreto

7661/45, o que não equivale a desconsideração da personalidade jurídica.

Só cabe desconsideração quando o sócio na falência não é administrador mas foi

responsável pela fraude.

Remissão: art 50 ≠ art 6 do decreto 7661/45

- Menor – insatisfação do credor

*na menor basta o credor não ter o credito satisfeito que ele pode invocar a teoria

menor.

*invocada na justiça do trabalho, e no art 28 §5 da lei 8072/90

*Ex:

Patrimônio:300,00

1 2 3 Cobra do Sócio: 200,00

500,00

Page 22: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

22

*a melhor interpretação para o §5 do art 28 do CDC é uma interpretação subjetiva,

sendo necessário comprovar que não recebeu por existência dos pressupostos da teoria

maior (fraude, abuso de direito, confusão patrimonial, desvio de finalidade)

*pela teoria menor esses pressupostos não teriam que ser comprovados.

*art 28

Falência ou Insolvência

má administração = subjetiva

teoria tem que se provar a culpa, a fraude para depois

responsabilizar o sócio

*em caso de falência se for relação de consumo aplica-se o art 28 do CDC, nos outros

casos aplica-se o art 6 do decreto 7661/45

*tanto o art 28 do CDC como o art 6 do decreto 7661/45 se aplica em relação ao sócio

administrador; se não for administrador aplica-se a teoria maior para que seu patrimônio

seja atingido.

*para alguns autores o art 28 §5 CDC deve ter interpretação objetiva, não tendo que

respeitar os pressupostos (teoria menor), para outros ela seria teoria maior tendo que

respeitar os pressupostos.

*na Defensoria defender a teoria menor

- Teoria da Desconsideração Invertida

*se requer a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade para se atingir a

própria sociedade.

*tem mais aplicação em direito de família, porém é mais usado nos Tribunais do Rio

Grande do Sul

*Ex.

1 2 3

cônjuge

o sócio 3, casado com X, transfere todos os seus bens para a sociedade a fim de esvaziar

o seu patrimônio para não ter que pagar alimentos ao cônjuge.

X intenta ação contra o sócio (devedor) e na ação, julgada pelo juiz de família, pede a

desconsideração da personalidade jurídica da sociedade para responsabilizar a própria

pessoa jurídica. O juiz competente é o juiz que esta julgando a ação (juiz de família).

Busca-se responsabilizar a própria sociedade comprovando a transferência fraudulenta

do patrimônio. Com a aplicação desse instituto há uma economia e celeridade

Page 23: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

23

processual, pois do contrario o cônjuge só poderia responsabilizar o sócio, e ao não

achar bens teria que ir ao juízo próprio para desfazer a transferência. O patrimônio dos

demais sócios não responde, só o patrimônio da sociedade e o do sócio-cônjuge se ainda

tiver algum.

*não tem sido muito usada em nossos tribunais, mais poderia ser utilizada em qualquer

caso que o sócio transferisse bens para a sociedade para não responder perante os seus

credores.

Sociedade Simples

*art 997 e segs c/c 982 e 983; 966 § único; art 16 da 8906/94

Conceito:

É aquela que exerce atividade econômica não empresarial.

*atividade economia = lucro

*atividade economia não organizada, não exerce empresa

*não incide em falência e, sim, em insolvência.

Exceção: se houver organização da atividade (art 966 § único, parte final), pois se

transformaria em sociedade empresária.

*quando a nova lei de falência for aprovada acaba as distinções entre falência e

insolvência.

*órgão de registro = RCPJ – art 998

*aplicação subsidiária de suas normas as demais sociedades.

Tipos Societários que a Sociedade Simples podem adotar:

*art 983

- sociedade em nome coletivo = art 1039

- sociedade por comandita simples

- sociedade por comandita por ações

- Ltda

- S/A

- Não adoção de tipo específico.

*a simples adoção do tipo Ltda não a torna empresária, porém será regida pelos

dispositivos da Ltda – art 1052 e segs

Page 24: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

24

*a sociedade simples vai ser regida pelos dispositivos do tipo que escolher.

*Controvérsia quanto a adoção da S/A: vira ou não empresária

art 2 da 6404/76 – objeto – empresa de fim lucrativo

§1 – independe do objeto – a companhia é empresária

1a Corrente) para essa corrente a sociedade seria a forma preponderante sobre o objeto.

Bastando a adoção da forma S/A que a sociedade simples se descaracteriza

transformando-se em empresária

2a Corrente) objeto prepondera sobre a forma. Fundamento: enunciado 57 CJF,

independente do tipo adotado a sociedade não perde a sua forma – defendida por

Tavares Borba.

*se a sociedade simples não exerce uma empresa ela não poderia adotar o tipo S/A pois

essa prevê uma empresa.

Remissão: enunciado 57 CJF

Sublinha “um desses tipos” – art 2 e §1 da 6404

*quando não adotar m tipo especifico será regido pelas próprias regras das sociedades

simples (art 997 e segs)

*alguns autores (como Tavares Borba e Fabio Ulhoa) entendem que a não adoção de um

tipo especifico equivale a adoção do tipo simples.

Responsabilidade dos Sócios:

1o) Depende do tipo societário adotado

2o) não adoção de tipo especifico: o contrato tem que determinar a responsabilidade dos

sócios, podendo ser:

a) responsabilidade limitada

b) responsabilidade ilimitada e subsidiaria

c) responsabilidade ilimitada e solidária.

*em caso de omissão contratual: art 997, VIII

1a Corrente) limitada – o fundamento é o próprio art 997, VIII, pois o artigo prevê que

os sócios devem estabelecer se terão ou não responsabilidade subsidiaria, e nesse caso,

já que omitiu é sinal que não terão, tendo responsabilidade limitada – Corrente

Minoritária

2a Corrente) ilimitada e subsidiaria – art 1023 e 1024, pois, como a lei determina que

essa é uma cláusula contratual necessário, desta forma, quando os sócios não fixaram a

Page 25: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

25

responsabilidade no contrato houve violação da lei, violaram o art 997, VII – Corrente

Majoritária.

O outro fundamento é que o art 1023 e 1024 tem uma presunção de subsidiariedade.

*a responsabilidade ilimitada e solidária não pode ser utilizada no caso de omissão pois,

a solidariedade decorre da lei.

Sociedade Limitada - Ltda

*antes era regida pelo decreto 3708/19, onde era denominada “Sociedade por Quotas de

Responsabilidade Limitada”. Esse decreto foi revogado tacitamente pelo art 1052 que

passou a denominar “Sociedade Limitada”.

*toda sociedade tem responsabilidade ilimitada; quando a lei determina sociedade

limitada é limitada a responsabilidade do sócio.

*enunciado 65

Remissão: art 1052 sublinhar “sociedade limitada” c/c enunciado 65.

Page 26: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

26

Rio, 06/10/03.

Capital Social

Ltda

Capital Social = 90

1 2 3

30 30 30

*subscrição ≠ integralização

*subscrição é mera promessa de pagamento

*integralização é o efetivo pagamento. É a principal responsabilidade que um sócio

assume ao ingressar numa sociedade. O pagamento pode ser a vista ou a prazo, sendo

isso determinado pelo contrato social. Podendo ser integralizado por bens (qualquer

espécie de bens) ou dinheiro, não podendo ser com serviços em razão do art 1055 §2 do

CC.

*esses bens podem ser móveis ou imóveis.

*capital social é o somatório das entradas realizadas pelos sócios.

*a teoria tradicional entende o capital social como medida de garantia dos credores.

Isso porque quando o credor vai contratar com essa sociedade ele já sabe que ela tem

um determinado capital social, representando esse um mínimo de garantia para esse

credor. Dessa teoria decorrem dois princípios:

1) intangibilidade do capital social

2) realidade do capital social

*Princípio da Intangibilidade do Capital Social – o capital social não pode sofrer

alterações injustificadas, salvo autorização legal ou contratual. O capital social não

pode ser reduzido sem justificação, pois isso reduziria a garantia dos credores.

*aumento do capital social nos termos do art 1081 CC – Para que o capital social seja

aumentado é essencial integralização de todo o capital social. Do contrário, ou seja, se

pelo menos um não integralizar o capital não poderá ser aumentado.

A lei só admite o aumento do capital social com a respectiva integralização total

das quotas.

*direito de preferência – art 1081 §1 institui o direito de preferência quando do aumento

de capital. Os sócios têm que ter preferência em relação às novas quotas, caso eles não

queiram ou não possam, ai sim, o terceiro, se o contrato permitir, poderá adquirir.

Page 27: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

27

*hoje em dia para alterar o capital social tem que ter mais de ¾ do capital social (voto

dos sócios que possuem as quotas)

*pode haver uma ação de exclusão de sócios se estes estiverem impedindo o

desenvolvimento da sociedade e impedindo a preservação da empresa. Mas não se pode

requerer que em juízo se diminua esse quorum para alteração do capital social.

*art 1082 – redução do capital social

inciso I – a sociedade estiver em condição economia deficitária e precisar usar o capital

social para pagar credores e não ter como recolocar terá que reduzir o capital social.

Remissão: art 1082, I – art 1083

art 1082, II – art 1084

*Princípio da Realidade do Capital Social – é uma cláusula obrigatória no contrato que

a sociedade declare o valor do seu capital social, se não tiver integralizado tem que

declarar a forma de integralização. O capital declarado tem que ser o real, não podendo

este ser ilusório e fictício.

*fenômeno da sub-capitalização – é quando a sociedade declara o capital social maior

do que realmente tem, o que gera fraude e a aplicação da Teoria da Desconsideração da

Pessoa Jurídica. Bugareli chama esse fenômeno de Watered Stock (capital ilusório, não

correspondente ao declarado).

*o CC não determina um valor (uma parcela) mínimo que precisa ser integralizado.

O CC não impõe um valor mínimo a ser integralizado, diminuindo assim a

garantia dos credores diferentes das sociedades anônimas – art 80, inciso I da lei

6404/76

*a lei de S/A exige a integralização de pelo menos 10% se esta se der em dinheiro.

*quando se dá um bem imóvel para integralização do capital, este dever ser previamente

avaliado. O CC porém não determinou que essa avaliação tenha que ser feita por peritos

ou por empresa especializado (como foi feito na lei das S/A), sendo esta avaliação feita

pelos sócios.

*essa avaliação sendo feita pelos sócios gera uma grande chance de ocorrência de

fraude, pois pode ocorrer a superavaliação, levando a sociedade a ter um capital

ilusório.

*na lei de S/A exige-se que a avaliação seja feita por 3 peritos ou empresa

especializada.

Remissão: art 50 ≠ art 1055 §1

*quando a lei das sociedades limitadas determina que a avaliação deve ser feita pelos

sócios isso poder gerar uma superavaliação do imóvel o que geraria um esvaziamento

Page 28: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

28

do capital social. Nesse caso não se aplica de inicio a teoria da desconsideração da

pessoa jurídica, pois existe uma previsão legal de que os sócios respondem

solidariamente pelo prazo de 5 anos, pela diferença entre o valor real e a superavaliação

do imóvel. Após esses 5 anos pode-se aplicar a teoria da desconsideração da

personalidade jurídica.

*nesse caso o credor pode cobrar de todos os sócios de forma solidária, sendo permitido

cobrar destes a diferença entre o valor fixado e o valor real do imóvel.

*isso não gera uma punição, pois o única coisa que se obriga é pagar o valor real do

imóvel, e isso no prazo de 5 anos.

Remissão: §1 >5 = art 50 CC

*quando esta variação do valor for algo mínimo, ou seja, que não demonstre má-fé essa

teoria não se aplica. Ex. o valor real é 30 e avaliaram em 25.

*a Teoria Moderna entende que a garantia dos credores não esta no capital social e sim

o patrimônio da sociedade, pois a sociedade pode ter um capital social baixo e ter um

patrimônio elevado. O patrimônio, porém, intangível, pelo contrário ele oscila, dilata,

isso ocorre para permitir a elevação e até a redução do patrimônio. Se o capital

garantisse o credor ele só teria direito àquele valor mínimo declarado inicialmente pelos

sócios. O capital social na verdade não é garantia, é apenas o valor com o qual a

sociedade começa a sua atividade.

Responsabilidade dos Sócios

*art 1052 – para entender esse artigo é necessário dividi-lo, entendendo-se que existe a

responsabilidade do sócio perante a sociedade e a responsabilidade do sócio perante os

credores.

sócio - sociedade

*responsabilidade

sócio – credores

*a responsabilidade dos sócios perante a sociedade é:

- responsabilidade limitada e pessoal restrita ao valor das quotas

- não há solidariedade entre os sócios.

*em relação à sociedade não há solidariedade entre os sócios, cada um responde por sua

parte.

*o sócio de não integraliza a sua parcela do capital social denomina-se sócio remido.

Em relação ao sócio remido a sociedade tem direito a cobrar dele a divida, não podendo

executar os outros sócios.

Page 29: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

29

*a responsabilidade dos sócios perante os credores é:

- responsabilidade solidária dos sócios pelo que faltar a ser integralizado no

capital social.

*antes de demandar qualquer um dos sócios o credor deve demandar contra a sociedade,

e subsidiariamente pode cobrar o remanescente do crédito.

*o valor a ser demandado dos sócios é apenas o que falta a integralizar, não pode cobrar

do sócio mais que esse valor. Se um dos sócios faltou integralizar 20, esse é o máximo

que pode ser exigido dos sócios.

*quando o capital esta totalmente integralizado o credor não tem direito a demandar

contra os sócios, a não ser que seja comprovada a fraude.

*se o capital estiver integralizado e a sociedade não tiver como pagar sua dívida, o

credor ficará sem receber.

Isso também ocorre quando não esta integralizado e o valor a ser demandado dos sócio

for superior ao valor que falta integralizar.

*quem tem legitimidade ativa para propor a ação de integralização do valor que faltar a

ser integralizado é:

- o credor em sede de execução

- na falência da sociedade: o sindico da massa falida – art 50 do decreto

7661/45

- liquidação da sociedade: o liquidante – art 1103, V do CC

*se a sociedade incidir em falência nem os credores são legitimados, mas caso haja

inércia do sindico da massa esse pode ser responsabilizado e destituído.

*há controvérsias quanto se o MP pode ajuizar ação revogatória no caso acima, porém a

lei não confere legitimidade ativa ao MP, a lei, primeiro, confere legitimidade exclusiva

ao sindico e depois concorrente com os credores.

A quem sustente, porém, que o MP pode.

Remissão: art 1052 sublinha “solidariamente” e c/c art 50 do decreto 7661/45 e art

1103, inciso V do CC.

*art 1053 – se houver uma omissão no contrato social de uma Ltda o primeiro

dispositivo que deve ser aplicado são as próprias regras das sociedades limitadas (CC

art 1052 e segs).

Se a omissão persistir a regra é a aplicação dos dispositivos das sociedades simples (art

1053). A lei no § único prevê a aplicação direta da lei 6404/76 caso haja clausula

contratual expressa.

A maioria da doutrina entende que houve retrocesso, pois mesmo no CC entrar em vigor

o decreto 3708/19 já previa que na omissão do decreto já se ia direto para a lei de S/A; e

pela regra do CC primeiro tem que ir às regras de uma sociedade simples, que nem se

quer é empresaria, e só podendo aplicar a lei 6404/76 se o contrato permitir.

Page 30: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

30

Contrato Social Ltda

Omissão

Art 1052 e segs CC

Omissão

regra clausula contratual expressa

art 1053 §único

Sociedade Simples lei 6404/76

*o CC prevê a cisão, mas não faz nenhum tipo de regulamentação sobre o assunto, em

nenhum artigo ele regula esse instituto, apenas citou no título. Não regula se nesse caso

utiliza-se a lei 6404/76 no que for compatível, sem que seja afetada a natureza da

sociedade.

*majoritariamente, entende-se que mesmo que o contrato não preveja a utilização

subsidiaria da lei das S/A, no caso da cisão, ela será aplicada, uma vez que não tem

regulamentação em outro instituto normativo compatível com a matéria.

*alguns autores entendem que sempre que o CC for omisso em matéria societária se

aplicará subsidiariamente a lei 6404/76.

*aplicam-se as regras da lei 6404/76, quando necessário, se for compatível com a

natureza jurídica da sociedade.

*na sociedade limitada o conselho fiscal não é obrigatório, enquanto que nas sociedades

anônimas é obrigatório. Quando houver omissões vai-se para a regra das S/A no que

não contrariar as sociedades limitadas. Essa questão do conselho fiscal contrariaria a

sociedade limitada, pois não se pode tornar o conselho fiscal um órgão obrigatório.

Natureza Jurídica da Sociedade Limitada

*antes do CC existiam três correntes:

1) A – vedação da cessão de quotas – Pessoas

Page 31: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

31

*sociedade A tem uma cláusula contratual determinando a vedação da cessão de quotas,

não admitindo exceção. Neste caso a natureza jurídica seria de pessoas.

2) B – livre cessão de quotas – Capital

*sociedade B tem uma cláusula contratual determinando a livre cessão de quotas. Neste

caso a natureza jurídica seria de Capital.

3) C – cessão condicionada, ex direito de preferência – Pessoas

*sociedade C tem uma cláusula contratual determinando a cessão de quotas

condicionada. Neste caso a natureza jurídica seria de pessoas.

*não se tem como definir a natureza jurídica das sociedades limitadas, se ela é de

pessoas ou de capital, vai depender do contrato social e por isso a tese majoritária

entende que a sua natureza jurídica é mista, híbrida, pois em algumas hipóteses ela pode

ser de capital ou de pessoas.

*porém não é correto afirmar que a sociedade é híbrida, ela ou é de pessoas ou é de

capital. A natureza jurídica que é híbrida.

4) D – omissão contratual – art 1057 – Capital

*se o contrato nada dispor sobre a cessão de quotas.

*Sobre o tema, antes do CC, havia controvérsia, porém o CC acabou com a controvérsia

em seu art 1057. Esse artigo acabou com a controvérsia mas tornou complicado o

entendimento.

*art 1057 – o sócio pode vender, até mesmo, a totalidade de suas quotas para um único

sócio, independente da autorização dos outros. Só não sendo isso possível se existir

expressa determinação em uma das cláusulas contratuais.

*normalmente os contratos sociais vêm determinando que se o sócio quiser alienar suas

quotas ele tem que dar direito de preferência na proporção de cada um.

*a lei prevê “ou a estranho” porém isso se é possível se não tiver oposição de mais de ¼

do capital social. O sócio pode vender suas quotas a um terceiro estranho se 25%, pelo

menos, dos sócios não se opuserem a tal ato.

Essa cessão vai ter eficácia a partir do registro, do arquivamento. E, para que esse

contrato seja arquivado todos os sócios anuentes vão ter que subscrever o contrato de

cessão, sendo necessário um quorum de no mínimo 75% do capital social.

Desta forma não basta que não haja oposição de 25%, pois todo o restante tem que

assinar, sendo na verdade, o quorum de 75%.

Page 32: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

32

Ltda

1 2 3 3o

sem oposição de ¼ (25%) do capital social

30 30 30

Remissão: art 1057 § único sublinha “subscrito pelos sócios anuentes” = ¾

*é permitido a cessão de cotas não integralizadas à terceiros, porém que se obrigava por

esse pagamento? Nesse caso se terá um antes e um depois CC.

Ltda

1 2 3 integralizado = 20

deve = 10

30 30 30

*antes do CC aplicava-se a regra do art 108 da lei 6404/76, esse artigo estipulava que

havia uma solidariedade entre cedente e cessionário pela parte a ser integralizada pelo

prazo de 2 anos. A sociedade poderia cobrar a integralização do cessionário e/ou

cedente..

*CC art 1003 § único – há uma responsabilidade solidária pelo prazo de 2 anos perante

a sociedade e os credores (terceiros), sendo esse prazo contado a partir da averbação da

cessão na junta.

*o CC prevê o prazo de 2 anos, mas a lei fiscal prevê 5 anos e a previdenciária 10 anos.

*existe controvérsia pois o CC só prevê uma responsabilização do sócio pelo prazo de 2

anos, e a lei fiscal e a previdenciária, prevêem, respectivamente, 5 e 10 anos.

*prevalece a corrente que entende que se aplica cada prazo de acordo com o caso, por

ser lei especial.

*alguns autores entendem que prevalece o disposto no Código Civil.

*o CC, na cessão, dificultou a situação do cedente, pois ele não, mas se limita a parte a

ser integralizada, ele também assume uma responsabilidade perante os credores de até

dois anos.

Remissão: art 1003 § único sublinha “2 anos” ≠ art 174 CTN e art 46 da 8212/91

Page 33: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

33

Rio, 13/10/03.

Direito de Retirada do Sócio

1) art 1077 – Sócio Dissidente

a) modificação do contrato

b) fusão

c) incorporação

*o sócio que não concordar com alguma dessas deliberações pode se retirar da

sociedade.

*só se denomina sócio dissidente o sócio que se retira nas hipóteses do art 1077

*o sócio dissidente pode invocar o direito a apuração de haveres, ou seja, à liquidação

das suas quotas – art 1031 CC

*o sócio dissidente permanece responsável pelo prazo de dois anos após a averbação da

saída – art 1032 CC. Mesmo o sócio exercendo seu direito de retirada por não concordar

com alguma das matérias elencadas no 1077 ele ainda continua tendo responsabilidade

por dois anos.

*o rol do art 1077 é taxativo pelo Princípio da Preservação da Empresa, uma vez que

com a retirada a sociedade que arca com o ônus com a liquidação.

*lei 6404/76 art 137 §3: admite a ratificação e a reconsideração da decisão sempre que

houver o risco da empresa com fundamento no Principio da Preservação da Empresa.

Então, numa sociedade anônima, se os sócios deliberassem por uma fusão, e a sociedade

chegasse a conclusão que o direito de retirada iria colocar em risco a sua própria

atividade, poderia haver uma deliberação numa assembléia especial reconsiderando

aquela decisão que motivou o direito de liberdade.

*Sendo o Código Civil omisso sobre o tema, defende-se (Mônica Gusmão) a aplicação

do art 137 §3 da lei das S/A quando da hipótese do direito de retirada. Fundamentos:

princípio da preservação da empresa e função social do contrato.

*a função social do contrato é invocada, pois se os sócios permitissem a saída da

maioria do capital social, isso prejudicaria a sociedade e conseqüentemente prejudicaria

os funcionários e a coletividade como um todo.

Há quem sustente a aplicação subsidiária do art 137 §3 da lei das S/A na

hipótese do exercício do direito de retirada pelo sócio dissente sempre que a sua saída

colocar em risco a continuação da própria sociedade.

Fundamentos: Princípio da Preservação da Empresa e função social do contrato.

Page 34: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

34

Remissão: art 1077 – art 137 §3 da 6404/76 controvérsia art 421 do CC

Art 1029 CC

2) art 1029, 1a parte

*o art 1029 determina que o direito de retirada é um direito essencial

*não é hipótese de sócio dissidente

*nas sociedades com prazo indeterminado a lei exige que haja a notificação prévia dos

demais sócios com antecedência mínima de 60 dias.

*o pedido de retirada não precisa ter motivação; é simplesmente notificar informando os

demais sócios sobre a retirada

*o sócio pode invocar o direito à liquidação das quotas – art 1031

*aplica-se o art 1032, ou seja, permanece responsável pelo prazo de dois anos após a

averbação da saída.

3) art 1029, 2a parte

*nesse caso a sociedade é por prazo determinado

*será necessário intentar ação de resolução da sociedade, e comprovar a justa causa, ou

seja, será necessária a motivação do ato.

*a motivação quando se tratar de sociedade por prazo determinado é justificada pelo

fato de ter determinação de prazo, quando os sócios se associaram acordaram esse

prazo, desta forma, já que há um contrato que determina o prazo a saída do sócio tem

que ser motivada.

*existe controvérsia sobre o que seria a justa causa. Majoritariamente entende-se que a

simples quebra da affectio societatis pode configurar justa causa.

Não pode é ser alegado um motivo fútil, banal, tem que ser algo que justifique a sua

saída, de modo a impossibilitar a continuação da sociedade

*as regras do art 1031 e 1032 também se aplicam nesse caso.

*enunciado 67 CJF – nesse enunciado trata-se de exclusão, e as hipóteses em analise

são de saída voluntária. É necessário uma analise a contrario senso, se falou que não na

exclusão, logo pode ser alegada na retirada.

Remissão: art 1029 c/c enunciado 67 CJF

Page 35: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

35

Exclusão do Sócio

1) Sócio Remisso – art 1004 c/c 1058

Capital Social = 90

1 2 3 integralizado: 10

deve: 20

30 30 30

*sócio remisso é aquele que descumpre a obrigação de integralizar o valor subscrito.

*as formas e prazos para a integralização são determinados no contrato

*hoje a mora do sócio é ex persona, pois depende de notificação previa.

*art 1004 – cria a regra da mora ex persona; hipótese em que só se caracterizará a partir

da notificação prévia pela sociedade para pagamento do valor devido nos 30 dias

subseqüentes.

*Controvérsia: o contrato social prevê expressamente a mora ex ré, essa norma é valida?

1a) Sergio Campinho admite a mora ex ré desde que prevista no contrato.

Fundamentos: Princípio da Autonomia de Vontade da Partes

2a) impossibilidade de previsão contratual da norma ex ré em razão de previsão expressa

do art 1004. Quando a lei estipula garantias mínimas aos sócios o contrato não pode

reduzir essas garantias; há uma autonomia da vontade das partes mas observado o

mínimo legal.

Remissão: art 1004 sublinha “notificação pela sociedade” símbolo de controvérsia.

*Sociedade Simples – art 1004 § único

- ação de indenização em face do remisso

- exclusão do remisso

- redução da quota ao montante realizado

*na última hipótese vai haver uma redução do percentual daquele sócio, sendo o resto

adquirido pelos outros sócios que terão que integralizar o valor. Ou será reduzido o

valor do capital social – Princípio da Realidade do Capital Social.

*o art 185 permite que a sociedade limitada se utilize dessas regras.

Page 36: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

36

*art 1058 – explica a exclusão do sócio remisso:

- devolução ao remisso do valor integralizado

- aquisição das quotas pelos demais sócios

- aquisição das quotas por terceiro

*a aquisição das quotas por terceiros vai depender da natureza da sociedade, se for

sociedade de pessoas não poderá; se for de capital for; e se houver omissão dependerá

do quorum de ¾ concordando com a entrada desse terceiro.

*se os outros sócios não quiserem ou não puderem adquirir as quotas do remisso; e se

não puder ou não conseguir que um terceiro adquira a sociedade tem que reduzir o

capital social – Princípio da Realidade do Capital Social.

*antes do Código Civil o art 8 do decreto previa que os requisitos para que a sociedade

pudesse adquirir suas próprias quotas eram: aquisição se desse com lucro ou reservas

sem ofensa ao capital social e aprovação dos sócios.

Muitos confundiam, pois no momento que a sociedade adquiria suas próprias quotas

essas quotas ficavam em tesouraria (no balanço da sociedade) – sem direito a lucros e a

voto; e não a sociedade se transforma sócia de si mesma. O objeto da sociedade em

adquirir suas próprias quotas era manter seu capital social e posteriormente vendar para

os próprios sócios ou para terceiros, se a sociedade permitisse.

*a lei da S/A admite essa compra das quotas pela própria sociedade.

*o art 1058 é omisso quanto a possibilidade da sociedade adquirir suas quotas

*Controvérsia: quanto a aquisição de quotas pela própria sociedade:

1a Corrente) inadmissibilidade em razão da inexistência de previsão legal

2a Corrente) admissibilidade desde que cumpridos, observados os requisitos elencados

no antigo art 8 do decreto 3708/19, além do que não há vedação legal. Não acarretando

a aquisição de quota pela própria sociedade em prejuízo, pelo contrário, permitindo a

irredutibilidade do capital social e credibilidade perante terceiros.

Remissão: art 1058 c/c art 8 do decreto 3708/19 e 107 §4 da 6404/76

2) art 1030, 1a parte

*hipótese de exclusão judicial mediante iniciativa da maioria dos sócios.

*é a maioria dos sócios, e não do capital social, ou seja, é uma maioria numérica e não

percentual.

*o fundamento dessa exclusão é a falta grave no cumprimento de suas obrigações,

sendo este um elemento subjetivo.

Page 37: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

37

*enunciado 67 CJF – inadmissibilidade da alegação da quebra da affectio societatis; a

sociedade terá que comprovar que houve uma falta grave e nem sempre essa decorre da

quebra da affectio societatis

*quem vai valorar se a falta é grave é o juiz. Se o juiz entender que não houve falta

grave o sócio pode requerer indenização.

3) art 1030, 2a parte

*exclusão judicial pela incapacidade superveniente

remissão: sublinha “incapacidade superveniente” – art 3 e 4 CC

Page 38: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

38

Rio, 20/10/03

4) art 1030, § único, 1a parte

*hipótese de exclusão extrajudicial

*em regra é o empresário que incidir em falência, é a falência do sócio desde que este

além de sócio seja um empresário.

Ltda

1 2 3 empresário

30 30 30

falência

*só é possível à falência do sócio quando este for empresário, seja individual, seja

pessoa jurídica. O sócio incide em falência na sua atividade empresária.

*essa falência provoca a sua retirada da sociedade

*ao ser decretada a falência haverá a liquidação das suas quotas e esse quantum vai para

a massa falida

*a falência nesse caso não é da sociedade limitada e sim da atividade empresária

exercida por um dos sócios.

Remissão: sublinha “sócio declarado falido”c/c art 966 controvérsia 748 CPC

*o art 966 conceitua empresário e o art 748 CPC fala da insolvência civil. A tese

majoritária é do art 966

*essa exclusão não precisa ser motivada, a própria sentença declarando a falência já

exclui o sócio de pleno direito.

*com a sentença declaratória de falência o sócio já esta de excluído pleno direito.

*a única hipótese em que a lei admite a falência do sócio é quando ele for empresário.

*alguns autores sustentam que também se houver declaração de sua insolvência civil,

isso seria uma causa de exclusão de pleno direito

Page 39: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

39

5) art 1030 § único, 2a parte

Ltda

pessoal

1 2 3 credor

30 30 30 execução

penhora das quotas

liquidação das quotas

quantum

*a regra é que se o sócio 3 contrair uma obrigação pessoal com o credor X. Com o

inadimplemento dessa obrigação X vai demandar contra o sócio 3. Então, estando a

ação em fase de execução, o art 1026 § único permite:

a) execução recai sobre os lucros do sócio devedor

b) liquidação das quotas do sócio devedor

c) o sócio que teve suas quotas liquidadas será excluído

*o credor requerendo que a execução recai sobre os lucros que o devedor tenha na

sociedade não causa a exclusão do sócio

*o juiz na execução vai determinar a penhora das quotas com objetivo de liquidação das

quotas, sendo o quantum apurado pago diretamente ao credor.

*a penhora que o art 1026 permite é do objetivo das quotas do sócio devedor serem

liquidadas e o quantum apurado ser pago ao credor.

*o sócio que teve suas quotas liquidadas será excluído da sociedade

*a sociedade oferecerá suas quotas aos outros sócios ou reduzirá seu capital social.

*é possível a penhora de quotas numa sociedade limitada? Os artigos que disciplinam a

sociedade limitada são omissos, e por isso se aplica subsidiariamente as sociedades

simples, o qual só permite a penhora de quotas para haver a liquidação das quotas para o

pagamento dos credores

*antes do nCC – STJ

a) Capital – admitia a livre penhora com ingresso do arrematante como sócio

*o juiz determinava a penhora de quotas e a arrematação feita por um terceiro o qual

ingressava na sociedade.

Page 40: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

40

*considera-se que para a sociedade essa possibilidade de entrada de um terceiro é

melhor pois lhe tira o ônus de pagar o valor apurado na liquidação de quotas, e com isso

havendo a preservação da empresa.

*pelo entendimento jurisprudencial e doutrinário essa tese continua valendo, sendo este

o entendimento predominante, apesar da lei ser omissa quanto ao assunto.

Caso a sociedade tenha natureza de capital admite-se a livre penhora de quotas

com ingresso do arrematante na sociedade na condição de sócio.

*o CC é omisso quanto a possibilidade de penhora e de arrematação com entrada de um

terceiro na sociedade

Ltda

pessoal

1 2 3 ↓ credor

penhora

30 30 30 ↓

arrematação

↓ 3o

ingresso

*chega-se a conclusão se uma sociedade é de capital pelo contrato. Se houver uma

cláusula admitindo a livre cessão de quotas, a livre penhora de quotas ou aplicação da

lei 6404 será de capital.

b) Pessoas – vedação da penhora das quotas

*o STJ tem o entendimento que na sociedade de pessoas, mesmo com a cláusula de

vedação da penhora de quota, era admitido a penhora.

Antes do CC, na sociedade de pessoas, ainda que com cláusula proibitiva da

penhora de quotas, era admitida a penhora de quotas.

Fundamentos: não há dispositivo legal que determine a impenhorabilidade da quota,

logo está não pode decorrer de cláusula contratual; art 591 CPC

*o art 591 do CPC determina que os devedores respondem perante o credor com todos

os bens presentes e futuros.

A sociedade, porém, tinha o direito de remir a execução, isso para conservar a

natureza de pessoa

*com a remição a sociedade satisfazia o credor e subrogava-se no seu direito e ficava

com o direito de credito em relação ao seu sócio. Essa era uma faculdade dada pelo STJ

à sociedade. Isso para conservar a natureza de pessoas, evitando o ingresso de um

terceiro.

Page 41: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

41

*uma outra forma de proteger a natureza de pessoas era que quanto a sociedade não

pudesse ou não quisesse remir a execução os sócios na arrematação tinham o direito de

preferência.

Caso a sociedade não quisesse ou não pudesse remir a execução, os sócios

teriam o direito de preferência.

*se a sociedade não exercessem esses dois direitos (direito de remir e direito de

preferência) a ela conferidos, as quotas seriam arrematada, porém esse terceiro não teria

o direito de ingresso na sociedade, havendo a liquidação da quota do sócio devedor.

*o STJ não admitia o ingresso desse terceiro na sociedade, mas conferia o direito de

postular a liquidação da quota do sócio devedor.

*pelo CC os sócios podem deliberar pelo ingresso de terceiro na sociedade

*art 1026, caput – não autoriza a entrada do novo sócio, autoriza a utilização da tese do

STJ

*o STJ em tese não admite a entrada do terceiro, mas se os sócios deliberarem ele pode

ingressar.

Remissão: art 1026 caput e § único sublinha “pode”

*o credor pode requerer a liquidação da quota do sócio devedor, como também a

sociedade pode postular que haja uma arrematação e que o terceiro estranho ingresse na

sociedade para preservá-la.

*o art 1026 ele tem que ser aplicado para as sociedades simples; para as sociedades

limitadas aplica-se o entendimento do STJ onde excepcionalmente o terceiro pode

ingressar se os sócios admitirem, em razão desse “pode” que é uma norma cogente, uma

norma dispositiva.

*no art 1026 o juiz só penhora as quotas com objetivo de liquidar, não pode ter uma

leitura literal para se chegar a arrematação.

6) art 1085 CC

Requisitos:

- quorum de maioria dos sócios representativos de mais da metade do capital

social

- risco da continuidade da empresa

- ato de inegável gravidade

- alteração do contrato social

- prevista no contrato a exclusão por justa causa

- reunião ou assembléia especialmente convocada para esse fim

- ciente o acusado em tempo hábil

Page 42: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

42

- para garantir seu comparecimento

Remissão: Sublinhar os requisitos

*o acusado tem que comparecer na Assembléia para exercer o direito de defesa. Mas na

prática isso não adianta muito, pois antes da Assembléia, normalmente, já está decidido

a sua retirada, mas esse é um requisito imposto por lei.

*hipótese de exclusão extrajudicial.

*não pode ser alegada na motivação a quebra da affectio societatis, pois nem sempre

esta enseja a prática de ato de inegável gravidade. Isso é entendimento pacifico.

O pedido de exclusão não pode ser motivado com a quebra da affectio societatis.

Remissão: art 1085 c/c enunciado 67 CJF

*o sócio pode intentar ação de anulação da assembléia e o conseqüente reingresso, com

pedido de liminar ou tutela antecipada para o reingresso. Cabendo ainda dano moral e

material, pela discriminação.

*tanto no direito de retirada como no direito de exclusão é muito subjetivo, sendo

necessário na questão subjetiva fundamentar o porque de determinada decisão. Pois o

que é moralmente aceito por um pode não ser por outro.

Características Comuns entre Retirada e Exclusão do Sócio

1) quando o sócio se retira ou é excluído, ele continua com responsabilidade perante a

sociedade por até dois anos após a retirada ou exclusão – art 1032

Remissão: sublinha 2 anos c/c art 1003 § único

*existindo a controvérsia, já vista anteriormente, em relação às dívidas fiscais e

previdenciárias.

2) o sócio que se retira ou é excluído tem direito à liquidação de suas quotas. O contrato

social, em regra, deve determinar o critério de liquidação, e na omissão art 1031

*art 1031 – realizado = integralizado

*de acordo com o 1031 do CC se o contrato social for omisso a liquidação vai ser com

base na situação patrimonial da sociedade, que representa o ativo menos o passivo e o

valor apurado é dividido pelo número de quotas do sócio.

Balanço especialmente levantado é o levantado na época da saída do sócio, pela retirada

ou pela exclusão.

Page 43: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

43

*Controvérsia: os elementos integrantes do estabelecimento (valor de marca, valor de

invenção) integram a liquidação das quotas (mesmo esses elementos não constando no

balanço)

Majoritariamente entende-se que integra sob pena de enriquecimento sem causa da

sociedade.

Remissão: sublinha “situação patrimonial da empresa” controvérsia art 1142

(majoritário)

*o art 1142 define o que é estabelecimento, que é todo aquele conjunto de bens.

Administração da Sociedade – art 1060

*antes do CC a sociedade era administrada pelo sócio gerente, mas o CC aboliu a

expressão sócio-gerente; o gerente hoje é mero preposto da sociedade.

Pelo CC a sociedade limitada não é administrada pelo sócio-gerente, sendo este

mero preposto da sociedade.

Remissão: art 1060 sublinha “administrada” ≠ art 1172

*as sociedades limitadas criadas antes do CC devem se adaptar as regras deste, no

período de 1 ano. Mas ainda não se determinou qual a sanção para as sociedades que

não se adaptarem.

Mas as antigas sociedades não podem invocar o ato jurídico perfeito e o direito

adquirido.

*o CC admite que o administrador constitua um mandatário; porém este não pode ter

poderes genéricos.

Admite-se a constituição de mandatário com poderes especiais – art 1018

Remissão: art 1060 c/c 1018

*natureza jurídica do administrador: existem duas correntes

1a corrente) o administrador é o representante da sociedade – Teoria da Representação

2a corrente) o administrador é um órgão da sociedade – Teoria da Presentação (Pontes

de Miranda)

*na magistratura não falar dessa 2a teoria, só admite a 1

a.

*art 1060 – o administrador pode ser designado no próprio contrato social ou em ato

separado.

Designação do administrador no próprio contrato social ou em separado.

Page 44: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

44

*esse ato separado não representa uma alteração, pois elege-se o administrador e

arquiva este ao no órgão competente.

Remissão: sublinha “ato separado” c/c 1062

*se o administrador for nomeado no próprio contrato social, para sua destituição, é

necessário quorum especial pois representa alteração do contrato.

*Controvérsia: uma pessoa jurídica pode administrar uma sociedade limitada?

1a Corrente – Majoritária – inadmissibilidade

Fundamentos:

- art 1062 §2

Remissão: sublinha “documento de identidade e estado civil” c/c enunciado 66 CJF

- art 97, VI – pessoa natural só pessoa física

- art 146 da lei 6404/76 – determina que os administradores têm que ser

pessoa física

Remissão: art 1060 – 1062 §2; enunciado 66 CJF; art 997, VI; art 146 da 6404/76

*art 1061 – possibilidade do administrador não sócio.

*Requisitos do 1061:

- previsão contratual expressa

- observância do quorum. A lei prevê duas opções de quorum para alteração:

integralização – 2/3 e não integralização – totalidade.

2a Corrente – Admissibilidade

Responsabilidade dos Administradores – art 1015 e 1016

*a regra é que a sociedade se responsabiliza pelos atos dos administradores.

*Exceções:

1) art 1015 § único, inciso I

*quem vai opor o excesso aos sócios é a sociedade

*Requisitos:

- restrição de poderes

- registro no órgão competente

Page 45: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

45

*Ex: a administração era exercida em conjunto por 2 e 3. Tendo cláusula no contrato

social prevendo que a emissão de qualquer título de crédito dependeria da assinatura dos

dois.

Se o sócio dois emitir em nome da sociedade nota promissória em favor do credor. Para

o credor poder demandar a sociedade não pode haver o registro desse contrato. Desta

forma, se o contrato social estiver registrado no órgão competente o credor não poderá

demandar a sociedade, pois ela poderia opor o excesso, e quem responderia seria o

credor.

Ltda

1 2 3

30 30 30

administração

conjunta

título de crédito

*antes do nCC, a sociedade respondia, mesmo observado os dois requisitos, com

fundamento da teoria da aparência.

*o art 1015 § único, inciso I não recepcionou a teoria da aparência. Basta a sociedade

dar publicidade de seus atos que um terceiro não pode ignorar

Remissão: sublinha “inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade” c/c art 1154

§ único.

*antes do CC prevalecia a Teoria da Aparência, no CC prevalece a publicidade do ato.

Page 46: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

46

Rio, 03/11/03.

2) art 1015, § único, inciso II

Ltda

1 2 3

Adm

restrição de

poderes

A sociedade nesse caso não tem o contrato social arquivado, tendo, assim,

responsabilidade pelos atos do sócio, salvo se conseguir provar que o terceiro tinha

conhecimento da limitação do sócio – Teoria da Aparência.

Isso ocorre pela má-fé do credor que tinha conhecimento da limitação.

*sociedade em comum é aquela que não tem os atos constitutivos arquivados.

3) art 1015, § único, inciso III

*ato ultra vires é previsto expressamente, sendo este o ato que extrapola, viola o objeto

social.

*Ex: livraria em que o sócio compra uma frota de 30 veículos, pois nesse caso violou o

objeto social.

*a maioria dos autores entendem que a Teoria da Aparência não foi adotada, pois basta

a sociedade provar que violou o objeto da sociedade.

*tendo o contrato social arquivado na junta comercial, dando assim publicidade ao ato

constitutivo, se o sócio administrador violar o objeto pela adoção da Teoria Ultra Vires

a sociedade no se obriga – art 1154 § único.

*na sociedade em comum, se o administrador violar o objeto da sociedade prevalece a

Teoria da Aparência, onde responde se houver boa-fé objetiva do terceiro.

*a maioria dos autores entendem que não foi adotado a Teoria da Aparência, bastando a

comprovação do Ato Ultra Vires para que a sociedade não se responsabilize.

Page 47: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

47

Deliberação de Sócio

*art 1071 – todas as hipóteses dependem de deliberação dos sócios, sendo esta

deliberação feita através de reunião ou assembléia (art 1072)

*art 1072 §1 – obrigatoriedade de assembléia quando o número de sócios for superior a

10.

*art 1152 §3 – disciplina as formalidades exigidas para convocação da assembléia.

*se essas formalidades não forem cumpridas a assembléia será nula, salvo a exceção

prevista no art 1072 §2.

*o art 1071 determina que devem ser tomadas as decisões através de deliberações, salvo

exceção prevista no art 1072 §3

*legitimidade para convocação da assembléia – art 1072

Remissão: art 1072 sublinha “devendo...pelos administradores” c/c art 1073

*os contidos no art 1073 são os outros legitimados.

*quorum de instalação da assembléia – art 1074

*quorum de instalação de assembléia ≠ quorum de deliberação (art 1076)

*pode ser instalada uma assembléia sem que a deliberação seja aprovada.

*art 1063 §1

Destituição de Administrador

1a Hipótese) administrador é sócio nomeado no contrato social – nesse caso o quorum é

de 2/3 do capital social (art 1073 e 1063 §1)

2a Hipótese) administrador é terceiro nomeado no contrato social – isso implica em

alteração do contrato social – art 1071, V c/c art 1076, I; sendo o quorum de ¾ do

capital social.

3a Hipótese) administrador é sócio nomeado em ato separado

1a Corrente) art 1071, III c/c 1076, II – quorum de mais da ½ do capital social –

Corrente Majoritária.

2a Corrente) Sergio Campinho – ele entende que seria tratar iguais de forma desigual,

pois como também é sócio não seria justo diferenciar se foi nomeado no contrato social

ou em ato separado, aplicando-se também a regra do art 1063 §1

Page 48: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

48

4a Hipótese) administrador é terceiro nomeado em ato separado – art 1071, III c/c art

1076, II – quorum de mais da ½ do capital social.

Representação do Sócio na Reunião ou Assembléia

*o sócio pode ser representado por outro sócio ou por advogado - art 1074 §1

*art 1074 §2 – ex. art 1078, I tem que haver assembléia anual para tomas as contas do

administrador, nao podendo o sócio que for administrador votar, se isso acontecer a

assembléia será nula. Para essa hipótese os autores têm duas soluções:

1a) art 166, VII – é nulo porque a lei expressamente previu a proibição, porém a lei fala

em negócio jurídico, o que se enquadra no caso por ser um ato jurídico. Porém Silvio

Capanema entende que o CC por várias vezes se confundiu com o negócio jurídico e o

ato jurídico. Em várias hipóteses o CC falou em negócio jurídico quando queria se

referir ao ato jurídico em sentido estrito, sendo, por isso, aplicado o art 166, VII ao caso

em tela.

2a) Aplicação analógica do art 115 §§1 e 4 da lei 6404/76, onde esta previsto o voto

conflitante, previsto o conceito e a sanção.

Remissão: art 1074 §2 c/c art 166, VII controversia art 115 §§1 e 4 da lei 6404/76

Art 166, sublinha “negócio jurídico” c/c art 1074 §2

*art 1078 – obrigatoriedade de realização de assembléia anual.

Remissão: art 1078 c/c art 1072 §6 e art 1079

*também torna-se obrigatória a reunião anual, por força do art 1072 §6

Dissolução da Sociedade

1a Hipótese: art 1033 – todas as hipóteses previstas nos incisos são dissolução de pleno

direito, onde não é necessário intentar ação para dissolver a sociedade.

*antes do CC a sociedade que tivesse prazo determinado após a expiração desse, ou

tinha que ter uma alteração ou dissolução, pois caso contrário seria sociedade irregular e

responsabilidade ilimitada do sócio.

*no CC se prevê a prorrogação tácita do prazo continuando sendo uma sociedade

regular.

*inciso IV – hipótese de unipessoalidade temporária.

Remissão: art 1073 c/c 1044

Page 49: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

49

*art 1044 – outra hipótese de dissolução de pleno direito

*a falência implica na dissolução mais não necessariamente na extinção, pois ela pode

requerer a concordata suspensiva.

A dissolução da sociedade em razão da falência pode não acarretar a sua

extinção.

Ex: pedido de concordata suspensiva (art 177 da lei de falências – decreto 7661/45) ou

requerimento de continuidade do negócio pelo falido (art 74 da lei de falências)

Remissão: art 1044 c/c art 177 e 74 da lei de falências.

2a Hipótese: art 1034 – dissolução judicial

3a Hipótese: art 1035 – cláusulas contratuais que prevêem hipótese de dissolução.

*as hipóteses de dissolução implicam numa 1a fase, que é a dissolução propriamente

dita.

*essa 1a fase é a originária que desencadeará as demais

*a 2a fase é a liquidação da sociedade – art 1102

*o responsável pela liquidação é o liquidante que pode ser administrador ou não – art

1102 §1

*deveres do liquidante

- art 1103, II – uma vez a sociedade dissolvida e nomeado um liquidante, este

deve arrecadar todos os bens da sociedade – Fase de Arrecadação dos bens

da sociedade

*a arrecadação dos bens sociais tem como objetivo a satisfação dos credores.

- Inciso IV – finalizar os negócios assumidos pela sociedade, não podendo, em

regra, contrair novas obrigações.

Em regra, o liquidante só pode finalizar as obrigações sociais anteriormente

contraídas, não podendo assumir novas obrigações, salvo o disposto no §único

do art 1105

Remissão: art 1103 inciso IV sublinha “ultimar” ≠ art 1105 § único

- Inciso V – o liquidante tem o dever de exigir dos sócios o que faltar a ser

integralizado no capital social.

*os sócios respondem solidariamente pelo que falta integralizar

Page 50: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

50

Remissão: art 1052 sublinha “solidariamente” c/c art 1103, V do CC e 50 do decreto

7661/45

*art 1103 § único – a lei obriga a inclusão da expressão “em liquidação” no seu nome

para dar publicidade a terceiros da sua situação.

*art 1106 – tem que ser respeitada a ordem de preferência dos credores, como ocorre na

falência.

O crédito será pago proporcionalmente, não podendo credores da mesma ordem de

preferência receber enquanto o outro não recebe nada.

*ocorre a antecipação das dívidas vincendas com o respectivo desconto – art 1106

*art 1106 § único – se a sociedade tiver o ativo maior que o passivo, o liquidante pode

realizar o pagamento integral.

Existindo dúvidas quanto as dívidas vincendas, se elas serão pagas integralmente ou

serão rateadas.

Nenhum autor trata do assunto.

Page 51: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

51

Rio, 10/11/03.

*a terceira fase é a partilha

*art 1107

Partilha é a distribuição entre os sócios do remanescente da liquidação, se

houver.

*a quarta fase é a extinção da sociedade

*art 1108

*para que a sociedade seja extinta é necessária a baixa dos seus atos constitutivos no

órgão competente

Durante a dissolução e a liquidação a sociedade conserva a sua personalidade

jurídica a fim de ultimar as negociações pendentes – art 1103, inciso IV c/c art 207 da

lei 6404/76

Remissão: art 1109 c/c 1103, inciso IV c/c 207 da lei 6404/76

*a dissolução irregular acarreta a responsabilidade ilimitada dos sócios. Fundamentos:

1a Corrente: aplicação da Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica

2a Corrente: art 1080 CC

*a majoritária é a primeira corrente, que defende a Teoria da Desconsideração.

Direitos do Credor não Satisfeito

Credor – R$ 300,00

1 2 3

80 60 30

Se após a partilha aparecer um credor que não teve seu credito satisfeito ele poderá

requerer dos sócios até o valor que cada sócio recebeu na partilha

Não há solidariedade entre os devedores, não tendo os sócios direito de regresso contra

os demais.

O credor também pode propor ação de indenização contra o liquidante.

Page 52: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

52

*art 1110 ≠ art 218 da lei 6404/76

*a lei de S/A permite o direito de regresso do acionista demandado.

Remissão: art 1110 CC c/c art 218 da lei 6404/76

Art 218 sublinha “direito de haver dos demais” ≠ art 283 CC

*art 283 CC prevê a solidariedade

*há quem defenda que pode ser aplicada a parte final do art 218 da lei 6404 (direito de

regresso), pois caso contrário haveria o enriquecimento sem causa.

Títulos de Crédito

Atributos

*atributos ≠ princípios ≠ características

1) Executoriedade

*autorizam a propositura da ação de execução (ou ação cambial) – art 585, inciso I CPC

2) Circulabilidade

*o título de crédito é emitido para circular, podendo ser a ordem ou não a ordem.

*o titulo com clausula a ordem pode circular por endosso.

*o título com cláusula não a ordem pode circular por cessão.

*cessão é transferência de direito em geral; enquanto que o endosso é especifico do

direito cambiário.

3) Negociabilidade

Page 53: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

53

Ex: Duplicata

A________________B

↓ ↓

emitente sacado

↓ ↓

credor devedor

empresário

*as hipóteses em que o credor pode negociar o titulo para receber seu crédito são:

a) instituição financeira – nesse caso o credor recebe parcialmente seu crédito, mas é

vantagem para o credor pois recebe antecipado e para o banco pois paga um valor

inferior ao que irá receber.

Se o sacado não cumprir com a obrigação, nessa opção de desconto bancário, a

instituição financeira tem direito de regresso contra o emitente caso a obrigação não seja

satisfeita.

b) factoring

Ex: Duplicata

A________________B

↓ ↓

emitente sacado

(faturizado)

faturizador

*a tese majoritária não admite a ação de regresso no caso de factoring, isso porque o

factoring é um contrato de risco. Ficando o prejuízo por conta do faturizador caso o

sacado não cumpra sua obrigação.

*na prática, as empresas de factoring obrigavam o faturizado a assinar nota promissória

em favor do faturizador como garantia de que receberia o título, e, caso o sacado ao

pagasse, ingressava-se com ação cambial em face do faturizado.

Porém o STJ entendeu que isso mascarava a ação de regresso e por isso defendia que o

título era de emissão nula, tendo falta de liquidez por causa da unilateralidade na

emissão.

*o contrato de factoring é nominado é atípico

No contrato de factoring o credor de determinado título pode negocia-lo

exercendo antecipadamente os direitos nele contidos mediante o pagamento com

deságio ao faturizador.

Diferente do desconto bancário, se houver insatisfação na ação em face do

devedor originário não há de se falar em direito de regresso em relação ao faturizado,

uma vez que o risco do negocio é da essência do contrato.

Page 54: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

54

O STJ não admite qualquer imposição de garantia imposto ao faturizado

havendo em conseqüência nulidade da emissão de qualquer título de credito que

assegure ao faturizador ação cambial em face do faturizado sob o fundamento da

iliquidez do título em virtude da unilateralidade da emissão.

Conceito

*art 887 CC – conceito de títulos de crédito, e elenca 4 princípios.

Princípios

Cartularidade

Art 21 §3 da lei 9492/97

Remissão: art 887 sublinha “documento necessário” c/c art 7 §2 da lei 5474/68

Art 82 §1 do dec 7661/45

Art 889 §3 CC

*a cartularidade é a necessidade de corporificação, da materialização do título por um

documento.

*a regra determina a exibição do título no original quando da propositura da ação

cambial.

*as exceções ao princípio da cartularidade são:

- art 21 §3 da lei 9492/97

- art 7 §2 da lei 5474/68

- art 82 §1 do dec 7661/45

- art 889 §3 CC

*protesto por indicação (art 21 §3 da lei 9492/97)

envio para aceite

Duplicata

A________________B

↓ ↓

emitente sacado

↓ ↓

credor devedor

devolução

Page 55: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

55

se o sacado retém indevidamente o título, a lei cria a figura do protesto por indicação,

onde o credor vai ao cartório apontar o título para que o sacado seja intimado a devolve-

lo.

Caso o devedor não devolva o cartório emite certidão de protesto que dará base a ação

cambial.

*a jurisprudência entende que em caso de perda do título o credor deverá intentar ação

de anulação de título, sentença essa que dará base a ação cambial.

Isso ocorre pois entende que a apresentação de copia pode gerar fraude, pois pode ter

ocorrido a circulação e quem não esta mais em posse do título pode via a executa-lo.

*a magistratura não admite a exceção da executoriedade.

Literalidade

Remissão: art 887 sublinha “direito literal” = art 13, 29 e 31 do dec 57663/66

*só é válido o que estiver expressamente consignado, escrito no título.

*o decreto 57663/66 (Lei Uniforme de Genebra), disciplinando a letra de câmbio,

permite que o aceite, o aval e o endosso sejam dados em anexo.

Isso gera controvérsias, pois alguns entendem que seria uma exceção ao Princípio da

Literalidade.

Mas, majoritariamente, entende-se que não é exceção, representando uma extensão,

alongamento, prolongamento do título.

*se o aval for dado num contrato que faz menção ao título ele é considerado anexo ao

título.

Page 56: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

56

Rio, 17/11/03

Formalismo

*CC art 887 = “requisitos da lei”

*é a observância dos requisitos legais

intrínsecos

*requisitos

extrínsecos

*requisitos intrínsecos são os comuns a qualquer obrigação

Ex: capacidade

*majoritariamente entende-se que o analfabeto pode assumir obrigação cambial, desde

que devidamente representado por procurador com poderes especiais através de

instrumento público.

*requisitos extrínsecos são os típicos dos títulos de crédito.

Remissão: “requisitos da lei” c/c

- art 1 do decreto 57663/66 (LUG) – Letra de Câambio

- art 75 do decreto 57663/66 (LUG) – Nota Promissória

- art 1 da lei 7357/85 – cheque

- art 2 da 5474/68 – duplicata

- art 889 §3 CC

*a violação de um requisito gera a perda da executoriedade por vicio da forma.

*quando o título não tiver data de vencimento considera-se a vista

*os requisitos extrínsecos se subdividem em essenciais e não essenciais

*a própria lei determina quais os elementos essenciais

*a não observação dos requisitos essenciais gera vicio da forma

*elementos não essenciais:

- letra de câmbio – art 2 da LUG

- nota promissória – art 76 da LUG

- cheque – art 2 da lei 7357/85

- duplicata – todos são essenciais

Page 57: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

57

Autonomia

1a Corrente) esse principio se subdivide em dois sub-princípios:

- abstração

- inoponibilidade das exceções.

2a Corrente) entende que não há subdivisão, sendo estes três princípios autônomos.

*o princípio da autonomia esta na lei no termo “autônomo” no art 887

Remissão: art 887 c/c 13 da lei 7357/85 e art 32, alínea 2 do decreto 57663/66

Ex. A – B – C – D – E – F

↓ ↓

menor portador

a existência de vicio em uma das relações não gera obrigação em todas as relações.

As obrigações contidas no titulo são autônomas e independentes entre si, caso

em que, a nulidade de uma não afetará as demais, salva a ocorrência de vício de forma.

*no exemplo acima o portador não poderia cobrar de D, pois quanto a ele a relação é

nula

*se o vicio ocorrer na origem causa a nulidade de todas as outras relações.

*se o avalista garantir obrigação de menor ele ficará obrigado com a execução – art 32

alínea 2 da LUG

Abstração

*ex de títulos abstratos: letra de câmbio, nota promissória, cheque

* A_nota promissória__B

↓ ↓

emitente curso

devedor

aluno(a)

*a principal característica dos títulos abstratos é que a causa debendi não é definida por

lei

*a segunda é a desvinculação da causa debendi quando da emissão do titulo.

*uma vez emitido o título a causa de desvincula do título

Page 58: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

58

*em regra o emitente não pode alegar qualquer falha na prestação de serviço para não

pagar o título.

*isso violaria ao Princípio da Celeridade e da Economia Processual, e por isso a

jurisprudência majoritária defende a possibilidade de discussão da causa debendi em

fase de execução, isso antes de ocorrer o endosso.

*se houver endosso não pode ser alegado deficiência da causa debendi.

A nota promissória, o cheque e a letra de câmbio são consideradas títulos

abstratos, ou seja, uma vez emitido há a desvinculação da causa debendi, ou seja, não

pode o devedor quando demandado justificar o inadimplemento de sua obrigação com

base na causa que originou a emissão do título.

= Exceções ao Princípio da Abstração:

A jurisprudência e a doutrina majoritária admitem a discussão da causa debendi

de títulos abstratos em sede de embargos desde que o título não tenha circulado.

Fundamentos: Princípio da Celeridade e Economia Processual

A jurisprudência, na verdade, confere aos títulos abstratos a característica da

causalidade enquanto o título não circular.

Page 59: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

59

Rio, 27/11/03

1a Exceção: em hipótese de contrato vinculado a cambial, elas podem adquirir duas

características:

- pro soluto

- pro solvendo

Em exemplo de notas promissórias emitidas para garantir um contrato de promessa de

compra e venda, sendo esta a causa debendi.

No contrato pro soluto há a morte da causa debendi

No pro solvendo só o credor vendo o pagamento de todas as notas é que o devedor se

libera

*a exceção ao princípio da abstração é o pro solvendo, onde pode ser discutida a causa

debendi

*o título pro soluto desvincula a causa debendi do título, caso o devedor não pague o

credor tem que executar.

*o título pro solvendo se houver o descumprimento no pagamento pode ser rescindido o

contrato

*no pro soluto há a novação

*no pro soluto a quitação vai sendo dada a cada título pago

no pro solvendo a quitação só se dá no final do contrato

*em regra o contrato determina se o título é pro soluto ou pro solvendo

se não tiver expresso deve-se interpretar o contrato, se falar que a venda é em caráter

irrevogável e irretratável o título é pro soluto, se não presume-se que é pro solvendo

*na omissão contratual os títulos são presumidamente pro solvendo, para que o título

adquira natureza pro soluto há necessidade de previsão contratual expressa.

*Ex: num contrato de locação estava previsto que o locatário teria que pagar o aluguel

todo mês com cheque. Em determinado mês tal cheque voltou por falta de fundos,

podendo, nesse caso, o credor requerer a rescisão do contrato, pois este, já que não tem

previsão, é considerado pro solvente. Porém, nada obsta que o credor execute o título.

A segunda exceção ao princípio da abstração é a vinculação de títulos a

contratos.

Em havendo vinculação do titulo a determinado contrato as partes podem

pactuar a natureza do titulo como pro soluto ou pro solvendo

Nos títulos pro soluto o credor da obrigação originária dá quitação ao devedor,

hipótese em que ocorre verdadeira novação (a obrigação originária é substituída por

Page 60: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

60

obrigação cambial). O devedor só terá direito à quitação após o pagamento de cada

título. Em havendo inadimplemento da obrigação cambial não mais poderá o credor

pleitear a rescisão do contrato com base na causa debendi, só cabendo a execução dos

títulos não pagos.

Já nos títulos pro solvendo não há novação da obrigação, o devedor continua

vinculado ao credor só se liberando da obrigação após o pagamento de todos os títulos,

caso contrário poderá o credor rescindir o contrato com base na causa debendi.

Endosso de Título Vinculado a Contrato

A _____nota promissória ______B ↓ ↓

emitente vendedor ↓

comprador ↓

devedor

1a Corrente) Minoritária – não admite o endosse de título vinculado a contrato

2a Corrente) Admissibilidade do endosso havendo a partir da transferência do títulos as

características de autonomia e abstração.

*quando há o endosso a causa debendi não pode ser oposta em relação ao terceiro, pois

após o endosso o título adquire abstração.

3a Corrente) Luiz Emidio – pode haver o endosso, mas se o título tiver a vinculação

expressa em seu texto pode ser oposta a causa debendi em relação ao terceiro pois este

teve ciência inequívoca da vinculação.

Se o portador tiver ciência inequívoca da vinculação do titulo ao contrato a causa

debendi pode ser oposta a ele.

Se o portador não tiver conhecimento da vinculação, não pode ser oposta a causa

debendi.

Admite o endosso do título vinculado a contrato permitindo a oposição da causa

debendi ao portador caso este tenha tido ciência inequívoca da referida vinculação. Do

contrario, não cabe aos devedores a alegação da causa debendi para justificar o

inadimplemento da obrigação.

*a corrente majoritária é a terceira

Princípio da Inoponibilidade das Exceções

*art 17do decreto 57663/66

*A__coação__B – C – D – E

Page 61: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

61

Se A emite uma nota promissória em favor de B mediante coação.

Quando B for executar A, este pode alegar a coação para não ser obrigado a pagar

Porém, se o titulo for endossado, quando o portador for executar não pode ser oposta a

exceção em relação a este.

No princípio da inoponibilidade o devedor de uma cambial quando demandado

pelo credor não pode, em regra, opor em relação a este exceções fundadas em relações

pessoais que tiver com os demais signatários do título, só se admitindo defesa fundada

no direito pessoal do réu contra o autor, salvo comprovação da má-fé do portador.

*exceção: se o portador tiver conhecimento da exceção, ou seja, estiver de má-fé a

causa pode ser oposta

Remissão: art 887 CC – art 17 do dec 57663/66; art 51 do dec 244/1908; art 906 CC

*o princípio da inoponibilidade não esta elencado no art 886 do CC.

Princípio da Causalidade

Características:

1) a causa debendi é definida por lei

Ex: Duplicata (compra e venda ou prestação de serviços)

2) não há a desvinculação da causa debendi com a emissão do título. Um título

originariamente causal só se torna abstrato a partir do endosso.

Princípio da Legalidade ou Tipicidade

*é a previsão legal do título; é a taxatividade da lei em relação aos títulos de credito.

Classificação dos Títulos

I – Quanto a Natureza Jurídica

1) ordem de pagamento – existem três figuras, que são: alguém que dá a ordem contra

outro em favor de terceiro

2) Promessa de pagamento – 2 figuras (promitente e beneficiário)

Page 62: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

62

Exemplos:

a) letra de cambio = ordem de pagamento

A B

C

B deve à A; A deve à C; B paga à C.

A, o emitente, dá ordem de pagamento contra B, que é o sacado, em favor de C que é o

beneficiário ou tomador.

b) Nota Promissória = promessa de pagamento

A____favor_____B

↓ ↓

emitente credor

devedor

c) Cheque = ordem de pagamento

banco

A favor B

↓ ↓

emitente credor

devedor

*é ordem de pagamento, pois o emitente esta dando ordem contra o banco para que

pague o credor.

d) Duplicata

A____contra_____B

↓ ↓

emitente sacado

↓ ↓

credor devedor

Page 63: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

63

1a Corrente)entende que é promessa indireta de pagamento. Quem emite é o credor,

desta forma o devedor indiretamente se compromete a pagar ao credor.

2a Corrente) entende que é ordem de pagamento, pois A dá ordem contra o sacado em

seu próprio favor. Nesse caso há três figuras, só que duas figuras se confundem numa

só.

*a segunda corrente é a majoritária.

Page 64: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

64

Rio 01/12/03.

OBS: Menor Empresário ≠ Menor Cotista

*quando o menor empresário tem 16 anos ele é empresário, exerce atividade empresária

*quando é menor cotista ele não exerce atividade empresária, havendo controvérsias:

1a Corrente) Admissibilidade de ser sócio, com preenchimento de alguns requisitos

(Corrente Majoritária):

- devida representação do menor

- vedação do exercício da administração

- integralização do capital no ingresso do capital e no aumento do capital

2a Corrente) não admite em razão da omissão do CC

*o contrato social, se a sociedade for de pessoas, pode conter cláusula proibindo a

entrada de herdeiros e nesse caso haveria a apuração de haveres.

Empresa Individual (art 974)

falecimento

herdeiro menor com 10 anos

continuação da empresa

representação

*na hipótese de menor cotista quem exerce atividade empresaria é a sociedade

*na hipótese do art 974 não há a figura do empresário, tendo que haver autorização

judicial para continuação da empresa.

II – Quanto a Circulação

1) ao portador – aquele que não identifica o nome do beneficiário

*com exceção do cheque é requisito que os títulos sejam nominais

Em regra os títulos não podem ser emitidos ao portador, sob pena de vício de

forma, salvo o cheque até determinada importância.

Page 65: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

65

*o Banco Central que determina esse valor, sendo hoje de R$100,00

O endosso em branco torna um título nominal em ao portador

*a transferência de um título ao portador se dá pela simples tradição.

2) Nominal – aquele que identifica o beneficiário.

*o título nominal pode ser:

- a ordem: transferência se dá por endosso

- não a ordem: transferência se dá mediante cessão

- nominativos: transferência se dá mediante averbação em livro próprio. Ex:

ações nominativas

Letra de Câmbio

Disciplina Legal

*lei interna – decreto 2044/08

lei uniforme de Genebra (LUG) 57663/66

CC arts 887 e segs

Lei 7357/85 (cheque)

*CC art 903 – recepciona as leis especiais lei 5974/68 (duplicata)

LUG

*em caso de contradição entre lei especial e CC prevalece a lei especial, pois estas

foram recepcionadas pelo CC.

Desta forma, o CC será usado nos casos de omissões e nos títulos atípicos. Ex. títulos

escriturais.

*a LUG pretendia dar tratamento uniforme a Nota Promissória e à Letra de Câmbio.

*há controvérsia quanto se a LUG teria revogado a lei interna (decreto 2044/08)

*LUG:

- anexo I – própria lei – art 1/78

- anexo II – reservas – art 1/23

- protocolo

*a adoção de algum dos artigos da reserva representa a não adoção do artigo

correspondente

Ex: art 3 – art 10 LUG

Art 9 – inciso III, art 44 LUG

Page 66: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

66

*ainda nao há lei própria disciplinando as reservas

*a tese majoritária entende que o decreto 2044/08 não foi revogado pela LUG, podendo

ser aplicado nas seguintes hipóteses:

1) reservas não regulamentadas pela LUG

Ex: art 9 que não recepcionou o art 44 alínea 3, logo aplica-se o art 28 da lei interna

2) nas omissões da LUG aplica-se a lei interna

Ex: art 51 da lei 2044/08

*se a omissão persistir vai ao Código Civil

3) se tanto a LUG como a lei interna prevêem a mesma matéria usa-se a LUG

*no caso de reservas ao regulamentadas ou omissas persiste o CC

Natureza Jurídica

*ordem de pagamento a vista ou a prazo

Hipóteses para Saque da Letra de Câmbio

1) Ordem e Contra Terceiro

A B

C

B deve à A; A deve à C; B paga à C.

A, o emitente, dá ordem de pagamento contra B, que é o sacado, em favor de C que é o

beneficiário ou tomador.

*o emitente dá ordem de pagamento contra o sacado em favor do tomador ou

beneficiário

*3 figuras distintas – A__contra__B__favor__C

A – emitente ou sacador

B – sacado

C – Beneficiário ou Tomador

*essa será a hipótese estudada

Page 67: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

67

2) a ordem do sacador

Ex: contrato de locação, onde os locadores emitiu uma letra de câmbio em favor de si

próprio.

Nesse caso o locador é também o beneficiário, ocorrendo a confusão das figuras

3) sobre o sacador

Ex: contrato de locação

Nesse caso o locatário é ao mesmo tempo emitente e sacado, ocorrendo a confusão das

figuras

4) Prevista por Luiz Emídio

Onde alguém emite em seu próprio favor contra si mesmo

Ou seja, uma única pessoa é o emitente, sacado e beneficiário.

Aceite

A ____contra______ B ______favor______ C

↓ ↓ ↓

emitente/ sacado tomador

sacador ↓

aceitante

emissão: 15/03

vencimento: 15/12

*a letra pode ser emitida já com a assinatura do sacado

se isso não ocorrer o tomador tem que apresentar o título ao sacado para que ele aceite

ou não.

Hipóteses em que a Letra de Câmbio é emitia sem aceite:

1a Hipótese) aceite do sacado

- sacado assume obrigação cambial, ou seja, se vincula ao título.

- O sacado passa a se denominar aceitante e devedor principal.

*o beneficiário pode propor ação de execução em face do aceitante, não sendo

necessário o protesto para que possa intentar a ação, basta juntar o título.

- Cabível execução em face do aceitante – protesto é desnecessário na ação em

face do obrigado direto.

Page 68: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

68

*não há benefício de ordem entre os signatários do título, são todos solidários. O

tomador pode executar o sacador, o aceitante ou ambos.

- Cabível execução em face do emitente – solidariedade – requisito de

procedibilidade da ação cambial – protesto por falta de pagamento.

- O protesto é dirigido ao aceitante. O beneficiário se dirige ao cartório de

protesto e intima o aceitante a pagar em 3 dias.

*para que posa cobrar do emitente tem que protestar o aceitante.

2a Hipótese) Recusa do Aceite

*o sacador não é obrigado a aceitar uma vez que a divida é com o emitente

- aceite é facultativo – recusa motivada

- sacado não se vincula ao título – não pode sofrer ação cambial ou de

regresso.

*na letra de câmbio a recusa não precisa ser fundamentada

- efeitos – pode gerar a antecipação do vencimento do título.

- Em relação a letra de cambio sempre que se refere a sacado é porque não

teve o aceite.

*o não aceite pode gerar a antecipação do vencimento, pois esta é uma faculdade do

beneficiário, e desta forma, só vai haver se o beneficiário quiser exercer esse direito.

- Cabe ação de execução em face do emitente – protesto por falta de aceite

*sempre o protesto é dirigido ao devedor na letra de cambio, sendo este, sempre o

sacado ou aceitante.

*nesse caso o sacado vai ser intimado para aceitar o título.

*nesta segunda hipótese não há a figura do obrigado direto.

*obrigado direto ≠ principal devedor (emitente)

↓ ↓

protesto direito de regresso

necessidade de protesto

*se não houver o aceite o emitente se torna o principal devedor, havendo a necessidade

de protesto

Page 69: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

69

Rio, 08/12/03.

1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – avalistas

| | | | | | |

A – B – C – D – E – F – G –H

Sacado endossantes portador

Emitente

1a Hipótese) aceite do sacado

- o sacado se transforma em aceitante ou obrigado direto e primeiro devedor

- aceitante se vincula ao título

- cabível execução em face do aceitante ou avalista sem protesto

- solidariedade – ação cambial em face dos co-obrigados – necessidade de

protesto

*quando B aceita o título ele se torna o obrigado principal e para ser cobrado não

precisa de protesto.

*qualquer outro dos envolvidos na relação podem ser cobrados, mas necessita de

protesto

*para cobrar do avalista de B também não precisa de protesto

2a Hipótese) Recusa do Aceite

- sacado não se vincula ao título

- emitente – principal devedor

*se o sacado não aceitar não haverá o obrigado direto, só o principal devedor, e nesse

caso precisa de protesto.

*na Magistratura o protesto é para dar conhecimento do título; publicidade ao título e

conseqüentemente da mora do devedor.

Para os outros o protesto é para dar ciência da mora do devedor.

- cabível execução em face dos co-obrigados – protesto

Aceite

*art 21 ao 29 dec 57663/66

*natureza jurídica – declaração unilateral de vontade do sacado

*o protesto não é obrigatório.

Page 70: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

70

*caso o sacado aceite se vincula ao título, tornando-se obrigado direto, aceitante ou

principal devedor.

*a recusa do aceite pode gerar o vencimento antecipado do título – art 43 nº 1 da LUG

*local do aceite – art 25

em regra, o aceite deve ser dado no próprio título em virtude do Princípio da

Literalidade. Porém, se admite a dação em anexo (art 29 da LUG)

Remissão: art 25 c/c art 29 alinea 2 da LUG

*art 21 – o título pode ser apresentado para aceite, em regra, até o dia anterior ao

vencimento. Pois, o dia do vencimento é para pagar

O aceite, em regra, pode ser dado até o vencimento do título (art 21 LUG)

admitindo-se uma segunda apresentação no dia seguinte ao da primeira a requerimento

do sacado (“prazo de respiro”)

Remissão: art 21 c/c 24 LUG

Aceite Parcial ou Limitativo

A lei valida o aceite parcial ou limitado.

*o sacado pode aceitar só parte do título, só reconhecer parte do valor.

*se o título não conter cláusula determinando a data do aceite, o título pode ser

apresentado a qualquer momento. Até mesmo no dia da emissão.

*o aceite parcial pode provocar a antecipação do vencimento da parte recusada.

Tese Majoritária – o aceite parcial pode determinar a antecipação do vencimento

da parte não aceita pelo sacado.

*Luiz Emidio entende que pode haver o vencimento antecipado em relação a totalidade

da divida.

Aceite Modificativo

*o aceite modificativo é aquele em que o sacado altera alguma cláusula do título para

depois dar o aceite, por exemplo, alterar a data de vencimento.

*em relação ao portador essa modificação representa uma recusa ao aceite, cabendo

desta forma, vencimento antecipado do título. Cabendo ação de execução em relação

aos co-obrigados.

Page 71: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

71

*art 26 alínea 2

*o aceitante, no caso de modificar a data, ele só se obriga nessa data, onde poderá ser

cobrado pelo portador ou por qualquer outro co-obrigado em ação de regresso.

*o portador não poderá cobrar do aceitante antes da data posta no título no momento do

aceite, ele só poderá ser cobrado a partir desta data.

*o sacado se torna aceitante nos termos do seu aceite.

*aceite modificativo:

- portador = recusa do aceite

- sacado = aceitante nos termos do aceite

*só é cabível ação cambial ou regresso na data modificada pelo sacado.

O aceite modificativo produz os seguintes efeitos:

1) em relação ao portador – a modificação é tida como uma recusa de aceite, caso em

que poderá exercer os seus direitos em relação aos co-obrigados antes do vencimento do

título, com o respectivo protesto

Quando a modificação equivaler a alteração da data do vencimento do título o aceitante

se obriga nos termos do seu aceite, cabendo ação cambial a partir da nova data

introduzida pelo aceitante, sem necessidade de protesto.

*em relação ao aceitante não precisa de protesto, pois ele é o obrigado principal.

2) o aceite modificativo pelo sacado permite aos co-obrigados, quando demandados, o

direito de regresso em face do aceitante somente na data em que este tiver se vinculado

ao título.

OBS: aceite limitativo ou parcial ≠ aceite modificativo

↓ ↓

relação ao valor qualquer outra cláusula

*quando o título não contem cláusula informando a data do aceito isso geraria a

possibilidade de ser apresentado a qualquer momento e com isso uma instabilidade para

os co-obrigados, pois poderiam ser cobrados a qualquer momento. Existem dois modos

de retardar/proibir o vencimento antecipado:

1) retardamento da antecipação do vencimento do título, sendo esta cláusula

incluída pelo emitente

2) o emitente pode incluir cláusula que proíba o portador de apresentar o título para

aceito. É o denominado cláusula não aceitável, que é proibitiva da apresentação

para aceite – art 25 alínea 2

Page 72: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

72

*quando o título contem a cláusula não aceitável na data do vencimento o portador deve

apresentar o título ao sacado para que pague. Se pagar se encerra a relação cambial.

Se não pagar pode propor ação cambial contra qualquer outro co-obrigado.

*Regra:

- obrigado direto ou aceitante – dispensa do protesto

- co-obrigados – emitente/endossante/avalista – necessita de protesto.

Espécies de Vencimento

*art 33

1) A vista

*se estiver em branco a data do vencimento se entende que é a vista

*o vencimento se dá no ato da apresentação.

*esse vencimento é indeterminado, pois não se sabe quando o portador vai apresentar ao

sacado para que pague.

*o prazo para apresentação para pagamento é de 1 ano a contar da data da emissão do

título, sob pena de o título perder a executoriedade em face dos co-obrigados.

*art 34

Remissão: art 33, sublinha “a vista” c/c art 34

2) Certo termo da data

Emissão: 15/02

Vencimento: 180 dias após a data

da emissão

*vencimento determinado, pois se dará no prazo determinado no título

*é possível cláusula não aceitável para evitar antecipação do vencimento.

3) em dia certo

emissão: 15/02

vencimento: 15/12

*vencimento determinado.

Page 73: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

73

*possibilidade de cláusula não aceitável.

OBS: no vencimento a vista pode conter cláusula fixando data para apresentação. E,

nesse caso, o prazo de 1 ano é contado a partir dessa data.

4) a certo termo da vista

emissão: 15/02

vencimento: 180 dias após a vista

apresentação para aceite

a) se houver aceite do sacado o vencimento se dará após 180 dias

aceite – 15/04

vencimento 15/04 + 180 dias

b) recusa do aceite

aceite – 15/04

recusa – protesto + 180 dias

comprovação da recusa do aceite

*o prazo prescricional começa após o curso dos 180 dias.

*vencimento indeterminado, pois não se sabe quando o título será apresentado para

aceite.

*o titulo deve ser apresentado para aceite no prazo de 1 ano. A inobservância desse

prazo gera a perda da executoriedade em face dos co-obrigados.

Remissão: art 33 alínea b sublinha “a certo termo a vista” c/c art 23 e 22 alínea 2

*o emitente não pode incluir cláusula não aceitável pois nesse caso não haveria

vencimento.

Observações:

1) descabimento de inserção de cláusula não aceitável, sob pena de nulidade do

título em razão da inexistência de vencimento – art 22 alínea 2

2) em regra, a apresentação para aceite é facultativa, podendo o portador apresentar

o título somente na data do vencimento para pagamento, salvo quando o

vencimento for a certo termo de vista, hipótese em que a apresentação para

aceite é obrigatória sob pena de nulidade do título.

Page 74: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

74

Rio, 15/12/03

Endosso

Conceito

É uma forma de transferência dos títulos de um signatário para outro.

Natureza Jurídica

Declaração unilateral de vontade (tese majoritária)

*os títulos nominais podem circular através de endosso (à ordem) ou cessão (não à

ordem)

*todo título de credito pode circular por endosso, salvo se tiver a cláusula não à ordem.

A regra é a transferência do título mediante endosso – presunção de cláusula à

ordem. Só sendo cabível a transferência mediante cessão caso haja previsão expressa da

cláusula não à ordem – art 11 alínea 1 e 2

Tipos de Endosso

*art 13, alínea 2

Endosso em Branco

Não identifica o nome do endossatário e se materializa pela assinatura do

endossante no verso do título.

*no endosso todos os envolvidos se obrigam na relação cambial.

Enquanto na tradição não há a obrigação dos envolvidos pela tradição.

Obrigação Cambial

A endosso B endosso C endosso X

portador

Page 75: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

75

Não assume Obrigação Cambial

A tradição B tradição C tradição X

portador

Endosso em Preto

Identifica o nome do beneficiário.

Endosso Próprio

Características:

1) o endosso próprio transfere a titularidade do crédito.

2) transfere o exercício dos direitos inerentes ao credito – art 14 LUG

Ex. apresentação para protesto, aceite, ação cambial

3) em regra, os endossantes assumem obrigação cambial.

Exceções: art 15 LUC – regra e exceções.

*o CC tem artigo dispondo o inverso do art 15, porém o art da LUG deve prevalecer

Remissão: art 15 LUG – art 914 e §1

*o art 914 CC não se aplica por forca do art 903 CC, que recepcionou as leis especiais.

*o art 914 CC só é aplicado quando o título não for regido por lei especial.

Ex: títulos escriturais (art 889 §3)

1a Exceção: art 15 alínea 1 – endosso sem garantia

*a lei permite que o endossante se reserve o direito de não ter nenhuma obrigação,

desde que isso esteja expresso.

Endosso sem garantia

A – B – C – D – E

Exclusão

*com a cláusula sem garantia o endossante não pode sofrer ação cambial e nem de

regresso.

2a Exceção: art 15, 2

a parte – cláusula não endossável

Page 76: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

76

Endosso – cláusula não endossável

A – B – C – D – E

*a intenção dessa cláusula é evitar que o título seja transferido mediante endosso.

Não é correto afirmar que o objetivo é proibir a circulação, pois pode ser transferido por

cessão.

1a Hipótese:

cláusula

A – B – C – D – E – F

portador

*é cabível ação de execução do portador F em face do endossante E que inseriu a

cláusula não endossável.

2a Hipótese:

cláusula

A – B – C – D – E – F – G

endosso

*se F descumpre a cláusula e endossa para G, este pode propor ação contra F, mas

nunca contra E.

*nesta hipótese não há garantia as pessoas a quem o título for posteriormente endossado

*o único que G não pode executar é o E

3a Hipótese:

cláusula

A – B – C – D – E – F – G - H

endosso ↓

portador

*caso F seja demandando po H, pode ser proposta ação de regresso em face de E

*não há garantia do endossante as pessoas a quem o título for posteriormente

endossado, admitindo-se, contudo, o direito de regresso de seu endossatário imediato.

4a Hipótese:

Page 77: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

77

cláusula

A – B – C – D – E – F – G

cessão

*o cedente não se obriga, não cabendo execução em face de F. Mas cabe execução em

face de E

*na cessão pode ser oposta as exceções pessoais (oponibilidade das exceções).

Remissão: art 15 alínea 2 c/c 294

Endosso Impróprio

Características:

1) não transfere a titularidade do crédito

2) transfere os direitos inerentes ao crédito – art 14

Espécies

Endosso Mandato

*art 18

endosso mandato

A – B – C – D – E – F

↓ ↓

endossante endossatário

↓ ↓

mandante mandatário

*o mandatário pode apresentar o título para aceite, protesto e propor ação cambial

Em regra, a transferência no título implica no exercício pelo mandatário de todos

os direitos emergentes da letra, salvo cláusula expressa restritiva.

*F não pode fazer um endosso próprio, pois não tem a titularidade do crédito, mas pode

fazer um novo endosso-mandato.

*na hipótese de descumprimento do endosso mandatário aplica-se as regras do CC

Page 78: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

78

mandato

exceções pessoais

A __________ B __________ C __________ D __________ E __________ F

↓ ↓

credor portador

↓ ↓

execução endossante endossatário

*F age em nome próprio defendendo interesse alheio

*se F propor ação contra C este só pode opor exceções pessoais em relação a E

*art 17 LUG

*se o mandatário falecer o endosso mandato não se extingue. Desta forma, se tiver um

segundo endosso mandato este não se extingue.

*há controvérsia em relação a alínea 3 do art 18 LUG

1a Corrente) aplicação da alínea 3, do art 18 da LUG por ser uma lei especial.

2a Corrente) Luis Emídio – houve erro de tradução da LUG, e onde esta escrito

mandatário deve-se ler mandante.

Remissão: art 18 alínea 3 sublinha “morte...mandatário” c/c art 917 §2

*o CC determina que o endosso mandato não se extingue com a morte do mandante

*entende-se que o art 917 §2 do CC serve para ratificar o entendimento de Luis Emidio

*pela interpretação do art 18 os herdeiros do endossatário se obrigariam, caso não

existisse novo endosso mandato.

Endosso Caução

mútuo

A – B – C – D – E – F – G

↓ ↓

endossante banco (instituição financeira)

(credor) ↓

↓ portador

mutuário

É o endosso que tem por objetivo garantir o cumprimento de obrigação pessoal

assumida pelo endossante.

Page 79: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

79

*o crédito do mutuário pode ser transferido se houver inadimplemento.

A transferência da titularidade do crédito só se dará não hipótese de

inadimplemento da obrigação assumida com o endossatário.

*o banco não pode fazer endosso próprio e nem caução, só pode haver endosso

mandato; pois nos primeiros casos seria necessário a titularidade do crédito – art 19,

alínea 1 parte final

Remissão: art 19, alínea 1 sublinha “a titulo de proc.” C/c art 18

endosso caução

A – B – C – D – E – F – G

portador

*o portador pode exercer os direitos inerentes ao crédito (aceite, protesto, ação cambial)

*se o portador propor ação cambial ele tem direito a reter a propriedade do título até o

cumprimento da obrigação.

*o endossatário age em nome próprio defendendo direito próprio ou alheio e nesse caso

só pode opor exceções pessoais em relação a F

Remissão: art 19 alínea 2 ≠ art 18 alínea 2

Page 80: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

80

Rio, 05/01/04

Diferença entre Endosso e Caução

Endosso Caução

Instituto típico do direito cambial Forma de transferência de direitos em geral

– art 386 e segs

Não pode ser parcial, sob pena de nulidade Pode ser parcial

Não admite condição, sob pena desta ser

reputada como não escrita

Admite-se a subordinação a uma condição

Se materializa no próprio título ou num

anexo – art 13 da LUG

Por instrumento público ou particular

O endosso confere direitos autônomos em

razão do princípio da autonomia.

Confere direitos derivados, caso em que a

nulidade ocorrida em uma das obrigações

afetará as demais

O endossante, em regra, assume obrigação

cambial, salvo cláusula em contrário – art

15 da LUG

Em regra, o cedente não se obriga pela

solvência do devedor, salvo cláusula

contratual em contrário.

OBS: o cedente só se obriga perante o

cessionário pela existência do crédito

cedido

Vigora o princípio da inoponibilidade das

exceções, salvo má-fé do portador do título

– art 17 da LUG

Vigora o princípio da oponibilidade das

exceções.

Remissão: art 13 da LUG ≠ art 288 CC

Remissão: art 15 da LUG ≠ art 295 e 296 CC

Remissão: art 17 LUG ≠ art 294 CC

Endosso de Retorno e Reendosso

*art 11 alínea 3

retorno

*A – B – C – D – E – C

↓ ↓

sacado portador

*no endosso de retorno o título retorna a quem já é signatário do título.

Controvérsia: Luiz Emidio não admite o endosso de retorno ao sacado, pois ele não

possui obrigação cambial. É minoritária porque contraria a lei.

Page 81: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

81

emitente

↑ retorno

*A – B – C – D – E – B

↓ ↓

sacado sacado

credor

portador

*se retornar ao sacado ele passa a ser o credor do título. A lei permite que o título

retorne a ele.

*o reendosso é o endosso feito a partir do endosso de retorno.

retorno

*A – B – C – D – E – C – F reendosso

*no reendosso é necessário que o signatário seja uma pessoa nova na relação cambial.

Se for entre pessoas que já faziam parte da relação cambial é retorno.

*se houver endosse retorno para o sacado e este reendossar, ele assume obrigação

cambial, se tornando um co-obrigado

se já for aceitante, as posições se sobrepõe.

Endosso Póstumo ou Tardio

*art 20 da LUG

*endosso póstumo é aquele posterior ao vencimento do título

*efeitos do endosso póstumo em relação ao endossante:

- antes do protesto ou do prazo para protesto tem efeito de endosso

- depois do protesto ou do prazo para protesto tem efeito de cessão

*letra de câmbio:

endosso póstumo

A – B – C – D – E – F

↓ ↓

aceitante portador

obrigado Vencimento: 15/10

direto Endosso: 20/10

F tem direito de ação em face de B, pois este é o obrigado direito, o que dispensa

protesto

Page 82: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

82

O título deveria ser protestado no dia 16/10 e por isso tem efeito de cessão e com isso o

cedente (E) não se obriga

Os demais co-obrigados só podem ser executados se E tivesse protestado o título.

endosso póstumo

*A – B – C – D – E – F

Vencimento: 15/10

Endosso: 16/10

*O efeito depende se o título foi ou não protestado, se for feito antes do protesto tem

efeito de endosso; se for depois de cessão.

endosso póstumo

*A – B – C – D – E – F

Vencimento: 15/10

Endosso: 17/10

1a hipótese) sem protesto

- em relação a E tem efeito de cessão, e desta forma o cedente não se obriga

- cabível execução em face do aceitante pela desnecessidade do protesto

- descabimento de ação em face dos demais co-obrigados (A,C,D) pela

inexistência de protesto

2a hipótese) com protesto

- em relação a E tem efeito de cessão, não tendo cabimento ação de execução

em face de E

- cabível execução em face do aceitante

- cabível execução em face dos co-obrigados

Observações:

1) analisar se o endosso foi feito após o vencimento do título. Se positivo será

considerado póstumo ou tardio sem que contudo o título perca, necessariamente, a sua

executoriedade.

2) analisar se o endosso póstumo ocorreu antes ou depois do protesto ou de seu prazo.

Se antes terá efeito de endosso em relação ao endossante,caso em que poderá sofrer

ação cambial.

Se posterior terá efeito de cessão em que o endossante se equipara ao cedente, não

podendo ser demandado através de ação cambial.

3) analisar se houve ou não o protesto do título, em caso positivo o portador poderá

demandar os co-obrigados do título.

Page 83: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

83

Aval

*art 30 da LUG

Diferença entre Aval e Fiança

Aval Fiança

Garantia típica do direito cambial Garantia das obrigações em geral

Garantia autônoma – princípio da

autonomia – art 32 alínea 2 da LUG

Garantia acessória

Garantia objetiva, garante o valor contido

no título

Garantia subjetiva, pois garante o próprio

afiançado.

Não existe beneficio de ordem, e sim

solidariedade – art 47 LUG

Tem beneficio de ordem, salvo renúncia

expressa

Remissão: art 47 sublinha “avalistas” ≠ art 827

*atualmente ambos dependem de vênia conjugal

Remissão: art 30 c/c art 1647, III do CC

Momentos da Dação do Aval

*antes do CC existia a controvérsia se era até a data do vencimento ou após o

vencimento.

O CC pacificou o assunto podendo ser dado mesmo após o vencimento.

Remissão: art 30 c/c 900

*o art 30 admite o aval parcial

*o CC não admite o aval parcial, mas prevalece LUG por força do art 903 do CC.

Remissão: art 30 sublinha “em parte” c/c art 897 §único (riscar) c/c 903 CC

*o § único do art 897se aplica aos títulos não regidos por lei especial.

Ex: títulos escriturais.

Local do Aval

*pelo princípio da literalidade o aval tem que ser dado no próprio título, admitindo-se

que seja dado em anexo.

*art 31

Page 84: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

84

Tipos de Aval

Aval em preto – identifica o avalista

Aval em branco – não identifica o réu avalizado

*se o avalista não indicar o avalizante presume-se que o aval é em favor do

emitente/sacador.

Art 31 alínea 4 da LUG

Essa regra vale para a Nota Promissória e para o cheque

Remissão: art 31 alinea 4 LUG = art 77 LUG = art 30 § único da 7357/85 ≠ art 12 da

5474/68

*art 32 – o avalista é responsável da mesma maneira que o avalizado

para Luis Emidio o avalista ocupa no título a mesma posição que o seu avalizado, logo

se o avalizado for sacado o avalista também não assume obrigação cambial.

*o portador pode executar o avalista antes do seu avalizado em razão da solidariedade,

sendo necessário o protesto.

Princípio da Autonomia e Aval

X – avalista

*A – B – C – D – E – F

menor

o avalista se obriga em razão do princípio da autonomia

*se houver vicio de forma o avalista se desobriga.

*o STJ tem entendido que se o título for emitido por coação o avalista pode alegar o

vício quando for executado.

Existe corrente tradicional que não admite em razão do princípio da autonomia.

Em regra, pela doutrina tradicional, o avalista se obriga mesmo na hipótese de

nulidade da obrigação avalizada (ex: coação), em razão do princípio da autonomia.

Há julgados, contudo, que admitem a exoneração da responsabilidade do avalista

na hipótese de nulidade da obrigação cambial por qualquer um dos vícios elencados no

CC (STJ).

OBS: Capanema entende que se o título for emitido em razão de um jogo tolerado não

se pode opor em sede de embargos ser uma obrigação natural. Após a corporificação da

dívida a obrigação deixa de ser natural e passa a ser exigível (posição dos civilistas).

Page 85: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

85

Outros entendem que podem ser alegados em fase de embargos a obrigação natural.

Direitos do Avalista

1 2 3 4 5

↑ ↑ ↑ ↑ ↑

*A – B – C – D – E – F

| ↓

anteriores portador

o avalista que pagar a obrigação tem direito de regresso em face do avalizado e todos os

anteriores.

Remissão: art 32 alínea 3 sublinha “contra os co-obrigados...da letra” c/c art 899 §1 CC

*o avalista que pagar pode cobrar do avalizado ou dos signatários anteriores e seus

avalistas. O sacado e seu avalista não podem ser cobrados

*direito de regresso – principal devedor

a) sem aceite = emitente

b) com aceite = aceitante

são os últimos a sofrer ação de regresso

*na letra de câmbio o obrigado direto é sempre o aceitante. O obrigado direito não

necessita de protesto.

*o aceitante é obrigado direito e o principal devedor.

*se o sacado recusar o aceite ele não será o principal devedor, passando o emitente a ser

principal devedor. Contra o sacado não cabe ação.

*o protesto é sempre dirigido ao devedor.

Aval Antecipado

1

*A – B – C – D – E – F

sacado

aceitante = OD

*aval antecipado é o aval dado antes do aceite do sacado

*se o sacado der o aceite o avalista também se torna o obrigado direto.

Page 86: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

86

*se houver a recusa do aceite há controvérsia:

1a corrente)entende pela responsabilidade do avalista mesmo sem o aceite do avalizado

fundamentos: autonomia do aval

art 32 alínea 2 c/c art 14 do dec 2044/08

*para essa corrente o avalista se torna o obrigado direto.

2a Corrente) entende pela inexistência de responsabilidade do avalista – Majoritária

Fundamentos: o avalista ocupa a mesma posição que o avalizado

art 32 alínea 1

Remissão: art 32, alínea 2 LUG = 14 do dec 2044/08

art 32, alínea 1 LUG ≠ 14 do dec 2044/08

Diferença entre Aval Simultâneo e Aval Sucessivo

Aval Simultâneo

*A – B – C – D – E – F

*no aval simultâneo mais de um avalista garantem a mesma obrigação

Aval simultâneo é a garantia por vários avalistas simultaneamente.

*cada um dos avalistas podem ser cobrados por toda a obrigação pelo portador;

podendo cobrar também o todo do avalizado ou dos signatários anteriores.

Porém, em relação aos demais avalistas só pode cobrar o valor que corresponde a cada

um.

*há solidariedade entre os avalistas, porém entre eles é a solidariedade do direito civil.

Em relação aos demais é solidariedade do direito cambial

No aval simultâneo os avalistas são solidariamente responsáveis perante o

portador do título, tendo este o direito de ação em face de qualquer garantidor para

cobrança da totalidade do valor garantido. O avalista demandado tem direito de regresso

em face de seu avalizado, bem como, os signatários anteriores para cobrança do valor

pago (solidariedade do direito cambial – art 32 alínea 3 c/c art 47 LUG)

Em relação aos demais avalistas a solidariedade existente é do direito civil em

que determina o direito de regresso do devedor solidário em relação aos demais para

cobrança das respectivas cota-partes (art 283 CC).

1 + 2 + 3

Page 87: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

87

Aval Sucessivo

*A – B – C – D – E – F → portador

1 ← 2 ← 3

*no aval sucessivo um avalista garante a obrigação do outro.

*o portador pode cobrar de qualquer um dos avalistas, pois no aval não há beneficio de

ordem

*o avalista que pagou pode cobrar do seu avalizado e de todos os signatários anteriores.

*há entre os avalistas a solidariedade do direito cambiário.

Remissão: art 30 c/c súmula 189 STF

Súmula 189 sublinha “simultâneo” c/c art 283 CC

Súmula 189 sublinha “sucessivo” c/c art 32 alínea 3 LUG e art 47

Protesto

Conceito

*conceito: art 1 da lei 9492/97

Remissão: art 44 LUG c/c lei 9492/97

É um ato extrajudicial, cartoriano, que atesta a mora do devedor.

Para a Magistratura: é o ato que dá publicidade da existência do título.

*a magistratura não aceita o conceito da lei (1o

conceito)

Tipos de Protesto

- por falta de pagamento

- por falta de aceite

- por falta de devolução do título

Prazo para o Protesto

Por falta de pagamento

Remissão: art 44 alínea 3 c/c art 9 do anexo 2 c/c art 28 do dec 2044

Page 88: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

88

*na LC e NP: prevalece o prazo do 1o dia útil seguinte ao vencimento do titulo

*no cheque: art 48 da lei 7357/85

na duplicata: art 13 §4 da lei 5474/68

por falta de aceite

*não há prazo determinado podendo ser feito até o 1o dia antes do vencimento

*no dia do pagamento não pode mais, pois já seria protesto por falta de pagamento.

Importância do Protesto

1) Atesta a mora do devedor

*procedimento do protesto – lei 9492

quando o portador apresenta o título no cartório ocorrerá o aponte do título intimando o

devedor a pagar/aceitar/devolver.

Se ocorrer a omissão ocorre o protesto em si.

Pode ocorrer o contra-protesto onde o sacado justifica a recusa, tendo valia para que ao

puxar a certidão do devedor apresente as razões pelas quais o devedor não

pagou/aceitou/devolveu.

O contra-protesto não suspende o protesto, não elide a lavratura do protesto e nem na

ação cambial.

*o contra-protesto é a exteriorização da justificativa da recusa

2) O protesto é, em regra, requisito de procedibilidade da ação cambial em face dos

co-obrigados ou devedores indiretos.

*o protesto é necessário e não obrigatório se o credor desejar ele pode não protestar; é

um direito do portador assumir o risco de não poder intentar ação cambial.

*exceção da necessidade de protesto: art 46 da LUG, chamada cláusula sem protesto ou

sem despesas.

sacado

*A – B – C – D – E – F

↓ ↓

emitente portador

cláusula Emissão: 15/01

sem protesto Vencimento: 15/06

Page 89: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

89

*a cláusula sem protesto produz efeitos em relação a todos os signatários do título.

Com essa cláusula o portador pode propor ação cambial em face de qualquer co-

obrigado sem que necessite de protesto.

*A – B – C – D – E – F → portador

↓ ↓

aceitante endossante

cláusula sem

protesto

*se a cláusula for inserida por um signatário só produz efeitos em relação ao signatário

que inseriu.

Nem mesmo o avalista de D sofre os efeitos da cláusula.

*no exemplo o portador só pode exercer o direito de ação sem protesto em face de B e

D

se B não tivesse aceitado e continuasse como sacado só caberia em relação a D

Remissão: art 46 alínea 3 sublinha “todos” e “esse”

Page 90: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

90

Rio, 12/01/04

3) o protesto serve de marco inicial para fixação do termo legal

*quando o juiz decreta a falência esta produz efeitos ex nunc

*art 40 §1 determina a nulidade do ato praticado pelo falido após decretada a falência,

podendo ser declarada a nulidade de oficio.

*o juiz na sentença pode decretar o efeito ex tunc no termo legal ou período suspenso –

art 14 § único, III da lei de falência

*o termo legal, quando a falência é requerida com base no art 1, deve ser a data do

primeiro protesto por falta de pagamento

*os atos praticados no termo legal são considerados ineficazes.

*o protesto na falência é importante para determinar a data inicial do termo legal.

4) Interrompe a prescrição

*súmula 513 STF – não esta mais em vigor por força do art 202, III CC

Remissão: súmula 513 c/c art 202, III do CC

Cancelamento e Sustação do Protesto

*art 25 da lei 9492/97 – cancelamento

*no cancelamento do protesto este já foi lavrado

*o cancelamento pode ser extrajudicial ou judicial

*o extrajudicial é solicitado diretamente ao cartório

*só pode ser extrajudicial se for comprovado o pagamento do título = art 26 §3

Nesse caso ele não paga no cartório, se leva o comprovante de pagamento

*art 26 da lei 9492/97

*o portador do título tem obrigação de cancelar o protesto?

Não tem a obrigação, mas se quiser pode

O credor do título pago e protestado não tem obrigação legal de cancelar

protesto lavrado contra o devedor – art 26 caput da lei 9492/97

Page 91: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

91

*cancelamento judicial pode ser requerido com base, por exemplo, em vicio no título –

ação anulatória de titulo c/c cancelamento de protesto

*art 16 da lei 9492/97

*na sustação não há protesto lavrado

A sustação visa impedir a lavratura do protesto.

*a sustação não pode ser extrajudicial, normalmente é requerida por ação cautelar

inominada, onde depois de sustado se requer a anulação do título.

Ação Cambial

Tipos de Ação Cambial

*há dois tipos de ação cambial:

- ação cambial direta – movida em face do obrigado direto

*na letra de câmbio o obrigado direto é o aceitante ou avalista

*a ação cambial direta na há necessidade de protesto.

- Ação cambial indireta – movida em face dos co-obrigados ou devedores

indiretos (emitentes, endossantes e avalistas)

*salvo cláusula sem protesto, este é necessário.

O protesto é, em regra, requisito de procedibilidade da ação cambial, exceto

previsão expressa da cláusula sem protesto

Remissão: art 43 do dec 57663 sublinha “endossante, sacado e outros co-obrigados” c/c

art 53

Art 53 sublinha “para se fazer o protesto por falta de aceite ou falta de

pagamento” e fazer seta para “o portador perdeu...”

Art 53 sublinha “outros obrigados” c/c art 30 e 11

Momento do Ajuizamento da Ação

*art 43

*quando o sacado se recusa a dar o aceite é possível o ajuizamento de ação cambial

antes do vencimento

*o art 43 traz duas outras hipóteses de ajuizamento de ação cambial antes do

vencimento, mas o Brasil fez reservas a elas.

Page 92: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

92

Remissão: art 43, riscar alíneas 2 e 3 c/c art 10 anexo II

*a outra hipótese de ajuizamento da ação cambial antes do vencimento é o caso de

falência do aceitante – art 19, II do dec 2044/08

*quando há o aceite parcial o portador pode cobrar antecipadamente o valor não aceito

Luiz Emidio entende que há o vencimento antecipado do valor do título.

*prazo prescricional – art 70 da LUG

prazo para o portador intentar ação de execução

Remissão: art 70 c/c art 202, III CC

*o protesto interrompe a prescrição

Objeto da Ação Cambial

Remissão: art 70 c/c art 43 e 48

*o credor pode recorrer os juros compensatórios se assim convencionado, sendo cabível

na hipótese do art 3 da LUG art 48, I

*os juros moratórios não precisam ser estipulados – art 48, II

Remissão: art 48, I c/c art 5

*pela LUG as partes podem pactuar juros de até 6%, mas o Brasil fez reservas e esse

artigo.

Remissão: art 48, II risca c/c art 13 do anexo 2

*Controvérsia: o Brasil faz reservas ao percentual de 6%, desta forma há limite para os

juros moratórios?

1a Corrente) Carvalho e Guilherme Pena – não há limites, em razão da revogação do art

192 da CF

2a Corrente)há limite. O limite é o art 161 §1 do CTN onde prevê 1% ao mês.

*essa controvérsia é válida quando há omissão ou não do percentual de juros moratórios

OBS: O art 406 do CC não limite o percentual de juros moratórios fixados pelas partes

diferente do CC/16

1a Corrente: Em razão da EC/40 não há o que se falar, atualmente, na limitação dos

juros moratórios que podem exceder o antigo percentual de 12% ao ano (art 192 CF)

2a Corrente: limite dos juros moratórios deve observar o art 161 §1 do CTN c/c decreto

22.626/33 (lei da usura)

Page 93: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

93

→ Omissão quanto a fixação dos juros moratórios:

O art 406 do CC determina que devem ser fixados segundo a taxa que estiver em

vigor (SELIC) para o pagamento dos débitos tributários. O STJ, bem como o enunciado

20 CJF, não aplicam esta taxa em razão da instabilidade que geraria no mercado, visto

que, o percentual não é fixo e sim oscilante.

Remissão: art 406 CC c/c art 161 CTN e enunciado 20 CJF = STJ

Defesas do Executado

*a LUG é omissa

Remissão: art 51 do dec 2044/08 c/c art 43 da LUG

1) Direito pessoal do réu contra o autor

*art 51 – princípio da inoponibilidade das exceções, defesa fundada no direito pessoal

do réu contra o autor

Remissão: sublinha “defesa fundada ... contra o autor” c/c art 17 da LUG

2) Vício de forma

*é a violação de requisito extrínseco e essencial ao título

3) Falta de requisito necessário ao exercício da ação

Ex: falta de protesto

Remissão: sublinha “falta ... ação” c/c art 53 da LUG

OBS: A – B – C

apresentação

para aceite

retenção indevida

do titulo

art 31 § único dec 2044/08

art 886 CPC

Page 94: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

94

*esses artigos prevêem a prisão do que reteve (do devedor)

porém há controvérsias, pois considera-se inconstitucional.

Fabio Ulhoa entende que é possível.

Remissão: art 24 c/c art 31 § único do dec e 886 do CPC controvérsia art 5, LXVII CF

Quanto tiver perdido o prazo para Ação Cambial

1) Ação Moratória.

*há controvérsia, mas majoritariamente entende-se que é cabível

*majoritariamente entende-se que há desnecessidade de comprovação da causa debendi

*a causa debendi pode ser trazida pelo devedor através de embargos a execução.

2) Ação de Enriquecimento sem causa

*nesse caso prova-se que se tem o título que não foi cobrado, o que geraria um

enriquecimento sem causa ao devedor

*art 48 do dec 2044/08

*há controvérsia quanto quem é o legitimado passivo (vale para as duas ações):

1a Corrente) todos os signatários do título, exceto o sacado.

Luis Emidio exclui os avalistas, pois o aval é típico do direito cambial e não há

enriquecimento sem causa para o avalista, salvo se o aval for oneroso.

2a corrente) aceitante ou emitente – art 48 – Corrente Majoritária

Remissao: art 48 sublinha “sacado ou aceitante” c/c art 11 e 30 da LUG

*é uma ação de conhecimento com cunha cambial, e, conseqüentemente, não há

necessidade de comprovação da causa debendi

*o prazo prescricional é de 3 anos

Remissão: art 48 c/c art 206 CC §3, IV

*na maioria das vezes a ação utilizada é a ação moratória, pois esta visa dar

executoriedade ao título.

Page 95: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

95

Rio, 19/01/04

Nota Promissória

*previsão legal: art 75 a 78 da LUG

*A ___favor___

B

↓ ↓

emitente credor

*natureza jurídica: promessa de pagamento feito pelo emitente ao credor

→ Diferença entre Nota Promissória e Letra de Câmbio

Letra de Câmbio Nota Promissória

Natureza jurídica – ordem de pagamento (a

vista ou a prazo)

Natureza jurídica – promessa de

pagamento

Obrigado direto - aceitante Obrigado direto – emitente

sacador

figuras sacado

tomador

emitente

figuras

beneficiário

Aceite facultativo

*apresentação para aceite:

- regra: facultativo

- exceção: à certo termo de vista

Não há aceite

*se não pagar no vencimento cabe ação de execução

*não necessita de protesto, pois o obrigado direto é o emitente.

*na nota promissória o obrigado direto é o emitente e seu avalista, e os co-obrigados são

endossantes e avalistas

OBS: estudar o princípio da abstração (pro soluto e pro solvendo)

Cheque

*previsão legal: lei 7357/85

*A ___favor___

B

↓ ↓

emitente credor

*natureza jurídica: ordem de pagamento a vista

Page 96: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

96

*figuras: emitente, credor, banco

*art 32

*obrigado direto – emitente

*não há aceite - art 6

→ Diferença entre Nota Promissória, Letra de Câmbio e Cheque

Nota Promissória Letra de Câmbio Cheque

Natureza jurídica –

promessa de pagamento

Natureza jurídica –

promessa de pagamento

Natureza jurídica – ordem

de pagamento a vista

Obrigado direto – emitente Obrigado direto – emitente Obrigado direto – emitente

emitente

figuras

beneficiário

emitente

figuras

beneficiário

emitente

figuras credor

sacado (banco)

Não há aceite Aceite facultativo

*apresentação para aceite:

- regra: facultativo

exceção: à certo termo de

vista

Não há aceite – art 6

*se o cheque ao ser apresentado ao banco for devolvido, tendo fundos, não cabe ação de

execução em face do banco. O credor poderia executar o emitente e este por sua vez

poderia propor ação de indenização em face do banco

*o banco, em regra, não pode ser sujeito de ação de execução.

*o banco pode ser sujeito de ação de indenização caso haja o descumprimento da ordem

dada

*o banco pode sofrer ação de execução quando se tratar de cheque administrativo →

exceção

Espécies de Cheque

1) Cheque Administrativo

A compra e venda de imóvel_

B

↓ ↓

comprador vendedor

↓ ↓

devedor credor

Page 97: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

97

*nesse caso o credor se dirige ao banco e pede que emita um cheque administrativo

*também denominado cheque comprado ou tesouraria

*o emitente é o banco

*mesmo não tendo conta se pode comprar um cheque administrativo

*obrigado direito – banco

sacado – banco

*art 9, III

*controvérsia: o cheque administrativo pode ser endossado?

1a Corrente) admite o endosso (majoritária)

2a Corrente) não admite

*de açodo com a lei 9311/96 o cheque só pode ter um endosso

*se tiver mais de um endosso é motivo de devolução do cheque, o banco não paga

Remissão: art 9, III controvérsia → + art 17

*o fundamento para quem admite o endosso é porque não há vedação legal

Remissão: art 17 sublinha “endosso” coloca um 1 e c/c art 9311/96

*o fundamento da segunda corrente é que o art 9, inciso III não fala da possibilidade do

credor originário transferir o cheque

* banco – A _endosso_

B

↓ ↓ ↓

emitente comprador vendedor

↓ ↓

OD co-obrigado

B pode propor ação de execução em face do banco ou de A, com base na solidariedade

cambial

*no caso de ser o cheque administrativo emitido no nome do comprador e este endossar

ao vendedor cabe ação de execução em face do banco ou do comprador.

Se for emitido em nome do vendedor só cabe ação de execução em face do banco.

2) Cheque Visado

*art 7

Page 98: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

98

A compra e venda de imóvel_

B

↓ ↓

comprador vendedor

↓ ↓

devedor credor

*o comprado se dirige ao banco e pede que dê um visto no cheque

*no momento do visto o banco já debita o valor do cheque da conta do devedor

*o prazo que o dinheiro fica reservado é o prazo par apresentação (art 33) – 30 dias na

mesma praça e 60 dias em praça diferente

*se não apresentar no prazo legal o valor volta para a conta do emitente

*o credor pode apresentar após o prazo, mas não terá a garantia de estar o dinheiro

reservado

Remissão: art 7 §1 sublinha “durante o prazo de apresentação” c/c art 33

*se o cheque for apresentado dentro do prazo e não for pago não cabe ação de

execução, cabe apenas ação de indenização que pode ser proposta pelo devedor ou pelo

credor.

*o fato do banco dar visto no cheque não quer dizer que está aceitando a ordem de

pagamento

visto ≠ aceite

Remissão: art 7 §1 sublinha “a posição de visto” c/c art 6

sublinha “debitar a conta do emitente” c/c art 186 CC

3) Cheque Cruzado

*art 44

*tem por objetivo evitar o saque do cheque na boca do caixa; o cheque cruzado tem que

ser depositado em conta

*admite-se o endosso de cheque cruzado

*o cruzamento pode ser:

- geral ou em branco

- especial ou em preto

Page 99: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

99

*no geral o cheque pode ser depositado em qualquer banco onde o credor tenha conta;

não há indicação do banco de depósito.

*no cruzamento especial há indicação do banco de depósito.

*o cruzamento especial dificulta a negociação do título, pois obriga o favorecido a

depositar naquele banco

4) Cheque para ser creditado em conta

*art 46

*se assemelha com o cruzamento, ambos não podem ser apresentados ao caixa, a

diferença é que neste não cabe endosso – diferenciação doutrinária

*este cheque tem que ser nominal

Remissão: art 46 c/c ñ art 17 c/c art 295 CC

*admite-se a cessão, se instrumentalizando através de instrumento público ou particular

*a lei determina que deve ser posta a cláusula transversal, havendo divergência se tem

validade quando posta na horizontal ou no verso. Majoritariamente entende-se que sim.

5) Cheque com cláusula de destinação especifica

*art 28 §único

*a importância é que a compensação do cheque prova a quitação da causa debendi

Uma vez comprovada a compensação do cheque admite-se a presunção de

quitação da causa debendi.

Cheque Pós-Datado

*é um costume contra legem

*art 32 e § único

*se for apresentado antes da data o banco tem que pagar

*é cabível a execução de cheque pós-datado mesmo antes da data

Page 100: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

100

É cabível ação de execução com base em cheque pós datado não cabendo o

devedor alegar em sede de embargos a pós-datação para se eximir de sua

responsabilidade

A doutrina e a jurisprudência majoritária admitem nesse caso o ajuizamento de

ação de indenização em face do beneficiário do cheque sob os seguintes fundamentos:

1o) descaracterização da natureza jurídica do cheque para ordem de pagamento a prazo

ou promessa de pagamento

2o) descumprimento de cláusula contratual – art 30 do CDC

*quem tem o ônus da prova na pós-datação é o credor, se for relação de consumo

(inversão do ônus da prova)

*o cheque não é papel de curso forcado, o vendedor não é obrigado a receber

O cheque não é papel de curso forcado, cabendo a recusa pelo credor.

*se o empresário não advertir previamente que não aceita cheque cabe dano moral pela

não aceitação

*a só aceitação de cheques cadastrados, por exemplo, não é considerada discriminação;

é uma garantia para o credor. Mas tem que estar a vista do devedor o aviso da aceitação

só de pessoas cadastradas.

*quando se recusa a aceitar cheque por ter ligado para o tele-cheque e acusar uma

sustação cabe dano moral, pois é um direito do emitente sustar o cheque quando tem

motivo

*a sustação imotivada acarreta estelionato.

Page 101: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

101

Rio, 26/01/04

Fundos Disponíveis

*art 4 §1 da lei 7357/85

*o momento de verificação dos fundos é na apresentação do cheque

*art 171 §2, VI do CP tipifica como estelionato a emissão de cheque sem suficiente

provisão de fundos, enquanto que o §1 do art 4 prevê que a previsão de fundos deve ser

na data da apresentação.

Remissão: art 171 §2, VI CP c/c art 4 §1 da lei 7357/85

Art 4 §1 c/c súmula 246 STF

*quando emite um cheque pós-datado já estando a conta encerrada configura fraude

Remissão: súmula 521 e 554 STF

Súmula 48 STJ

Prazo de Apresentação

*art 33

*se o cheque for da mesma praça o prazo é de 30 dias e se for de praça diferente de 60

dias a contar a emissão.

*mesma praça é quando o município de emissão coincide com o município de

pagamento

*mesmo apresentando fora do prazo, se tiver fundos o banco tem que pagar

Em regra a observância do prazo de apresentação do cheque (art 33) não é

requisito de procedibilidade da ação de execução contra o emitente e seu avalista, só

devendo o credor observar o prazo prescricional.

Remissão: art 47, I c/c súmula 600 STF ≠ 47 §3

Súmula 600 sublinha “no prazo legal” c/c art 33 e sublinha “prescrita a ação

cambiaria”c/c art 51

*exceção: art 47 §3

Remissão: art 47 §3 sublinha “termo hábil”c/c art 33

*a regra do §3 do art 47 só se refere ao emitente e não ao avalista

*exemplo art 47 §3: falência do banco

Page 102: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

102

OBS: a observância do prazo de apresentação, excepcionalmente é requisito de

procedibilidade da ação de execução contra o emitente se este comprovar que durante o

referido prazo tinha fundos disponíveis deixando de tê-los por fato alheio.

*se nao observar o prazo de apresentação não pode executar os co-obrigados.

A observância do prazo de apresentação é requisito de procedibilidade da ação

de execução contra os co-obrigados (endossante e avalistas). Bem como o protesto do

título o declaração do sacado sobre este salvo o disposto no art 47 §4.

Remissão: art 47, II – cortar o S de endossantes

Sublinhar “tempo hábil”” c.c art 33

Sublinhar protesto”≠ §4

*o simples carimbo do banco já supre o protesto

Remissão: art 10 e 11 do decreto 7661/45 c/c art 47 §4 da lei 7357/85

Prazo Prescricional

*art 59 – 6 meses

*Controvérsia:

1a corrente) o prazo prescricional tem início na data de expiração do prazo de

apresentação.

Emissão: 10/01

Apresentação: 15/01

Prescrição: 10/01 = 30 dias + 6 meses

*corrente tradicional

*essa corrente considera irrelevante a data de apresentação

2a Corrente) STJ

emissão: 10/01

apresentação: 15/01

prazo prescricional: 15/01 + 6 meses

*o STJ entende que o prazo prescricional é contado da data de apresentação se essa

ocorrer dentro do prazo.

Se for apresentado após o término do prazo de apresentação são 6 meses a partir do

término do prazo.

Remissão: art 59 Sublinha “expiração” controvérsia “apresentação”c/c STJ

*se o cheque for pós-datado e o credor apresentar antes a prescrição é contada da efetiva

apresentação do cheque

Page 103: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

103

*uma vez prescrita a ação de execução o credor pode se vale da ação monitória.

A tese majoritária admite o ajuizamento de ação monitória sobre título prescrito.

(art 1102-A CPC)

*majoritariamente entende-se pela desnecessidade de comprovação da causa debendi

*art 61 – ação de enriquecimento sem causa

a maioria da doutrina entende que apesar de ser uma ação ordinária ela tem cunho

cambial, nao sendo necessário a comprovação da causa debendi, basta que o credor

junte o título.

Prazo de 2 anos

Remissão: art 61 sublinha “2 anos” ≠ art 206 §s do CC

*majoritariamente entende-se pela desnecessidade de comprovação do prejuízo do

credor, isso porque isto é presumido.

*art 62 – ação de conhecimento sem cunho cambial, sendo necessário a comprovação da

causa debendi e do prejuízo.

Prazo de 3 anos:

- 1a corrente – art 206 §3, IV

- 2a corrente – art 206 §3, VIII

*é pacifico que no art 62 o prazo é de 3 anos, o controvertido é qual artigo se aplica

Remissão: art 62 sublinha “ação fundada em relação causal”≠ art 61

Conta Conjunta Bancária

*se a conta é conjunta há controvérsia em relação a quem pode ser executado

1a corrente) minoritária – art 51, responsabilidade de ambos, solidariedade perante o

credor

2a corrente) majoritária – só cabe execução em face do emitente por força do princípio

da literalidade e não há solidariedade entre os correntistas e o credor.

*a solidariedade só existe entre os correntistas e o banco – entendimento do STJ

Assinatura Falsa

*art 39 § único

A regra é que o banco sacado se obriga pelo pagamento de cheque falso,

falsificado ou alterado, salvo dolo ou culpa do correntista

Page 104: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

104

*exemplo de culpa: extravio sem que avise ao banco

*súmula 28 STF

*se for culpa do correntista há a divisão do prejuízo

*art 14 §3, II do CDC

Page 105: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

105

Rio, 02/02/04

Contra-Ordem ou Revogação Sustação ou Oposição

Art 35 da lei 7357/85 Art 36 da lei 7357/85

Caráter definitivo Caráter provisório / definitivo

Legitimidade → emitente Legitimidade → emitente ou portador

legitimado

Efeitos → só após o decurso do prazo de

apresentação do cheque

Efeitos → imediatos

Ambos dependem de motivação do ato

*há controvérsia em relação a quem é o portador legitimado: alguns entende que é um

mandatário com poderes especiais, porém o STJ admite também o endossante como

portador legitimado.

*acórdão do STJ – Rel Min Athos de Gusmão Carneiro

*art 35 – razões motivadoras do ato

art 36 – relevante razão de direito

art 36 §2 – não cabe ao banco valorar os motivos

*só quem pode valorar os motivos alegados é o juiz quando for proposta ação de

execução.

*a frustração indevida do pagamento gera sanção penal (art 171 §2, VI)

*na prática os bancos confundem os dois institutos e dão à revogação efeitos imediatos.

Duplicata

*previsão legal – lei 5474/68

*a duplicata é um título originariamente brasileiro

*é um título causal, pois uma vez emitido a causa debendi continua presa ao título

*a lei que determina as hipóteses de emissão:

- compra e venda – art 1

- prestação de serviços – art 20

Remissão: art 1 riscar “mercantil” e sublinhar “compra e venda” c/c art 481 e segs do

CC

Page 106: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

106

*o emitente é o credor → vendedor ou prestador de serviços

*o sacado é o devedor

Fatura ≠ Duplicata

*art 1 – compra e venda com prazo não inferior a 30 dias

*a fatura é documento de extração obrigatória

*a fatura serve para comprovar operação de compra e venda ou prestação de serviços

*a fatura não é um título de crédito em razão do Princípio da Legalidade; não há lei que

lhe confira o status de título de crédito

*não é título executivo, para cobrar o crédito baseado numa fatura é através de ação

monitoria ou ação ordinária de cobrança

*a duplicata não é título de extração obrigatória

*a duplicata é uma cópia da fatura – art 2 §1, II

*a duplicata é considera título de crédito gozando de executoriedade

Remissão: art 1 sublinhar “extrairá” ≠ art 2

Art 2 sublinha “poderá ser extraída” ≠ art 1

OBS: é possível a extração de duplicata nos contratos de compra e venda de coisa

futura?

Tese majoritária não admite sob o fundamento da tradição ficta ocorrida nos contratos

de compra e venda com prazo não inferior a 30 dias (PDE e MP)

*a documentação do saque só pode ser feita através da duplicata

favor

LC

*Controvérsia: A ____contra___

B

↓ ↓

vendedor comprador

↓ ↓

credor devedor

1a Corrente) Tradicional – O vendedor não pode documentar o saque da importância

faturada ao comprador emitindo título diverso da duplicata, sob pena de nulidade do

título.

Page 107: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

107

2a Corrente) Moderna – Admissibilidade da emissão do título diverso da duplicata,

bastando para tanto o reconhecimento da dívida pelo devedor.

Mas, nesse caso o título perde a característica da causalidade.

*uma nota promissória emitida pelo devedor para documentar sua dívida oriunda de

contrato de compra e venda mercantil tem executoriedade?

R: tem executoriedade uma vez que a vedação do art 2 dirige-se ao emitente do título.

*o devedor pode emitir nota promissória, cheque ou letra de cambio em favor do credor,

contra ele próprio assumindo a divida

Remissão: art 2 sublinha “não sendo ... nenhuma outra espécie” c/c art 3, alínea 1,

decreto 57663/66

Sublinha “saque do devedor” “comprador” c/c art 3 alínea 2 e art 57 decreto

57663, art 1 da lei 7357/85

Espécies de Vencimento

*art 2, III

*a lei só admite duas espécies de vencimento:

- em dia certo

- a vista

*o vencimento a vista ocorre no ato da apresentação.

Duplicata Simulada ou Fria

*a duplicata simulada é aquela que não tem uma causa debendi, não é causal

*normalmente a duplicata simulada é emitida para fazer desconto bancário

* A ________contra_________

B → ação

↓ ↓ ☺anulação do título

emitente sacado ☺cancelamento do protesto

↓ ☺indenização

credor

protesto

desconto

bancário

*a ação é proposta por B em face de A e do banco

Page 108: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

108

*em relação a indenização é pacifico quanto a procedência do pedido em face do

emitente

*em face do banco há controvérsia:

1a corrente) Procedência do pedido em razão da falta de diligência do banco quanto a

averiguação da origem do título (Defensoria Pública)

2a corrente) Improcedência do pedido em razão do exercício regular de direitos, uma

vez que o protesto é, em regra, requisito de procedibilidade da ação em face do co-

obrigados (Magistratura)

*no MP e na PGE citar as duas correntes

Remessa da Duplicata

Remessa para aceite

A _____________________

B

↓ ↓

emitente devedor

↓ ↓

credor sacado

devolução

*art 6 §§1 e 2

*o §1 estipula um prazo de 30 dias da emissão quando feita pelo emitente

*o §2 prevê se for feita por mandatário (banco através do endosso mandato) o prazo de

10 dias a partir do momento em que o banco a recebeu

*aceitando ou não o sacado tem que devolver o título no prazo de 10 dias – art 7

A inobservância desses prazos (apresentação e devolução) não acarreta

conseqüências em razão de omissão legal.

Page 109: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

109

Rio, 09/02/04

Atitudes do Sacado

1) Aceite ordinário

- aceite é dado

- cabível execução sem protesto – art 15, I

2) Aceite por comunicação (art 7 §1)

- retenção devida do título – evita o endosso do título

- aceite é dado por uma declaração

*essa hipótese é uma exceção ao Princípio da Cartularidade, pois a declaração passa a

ter força executiva

- art 7 §2 – substituição da duplicata pela comunicação do sacado → Exceção

ao Princípio da Cartularidade

- desnecessidade de protesto

3) Recusa Motivada do Aceite

*na duplicata, em regra, o aceite é obrigatório. Prevendo, porém, a lei hipóteses em que

o sacado pode recusar desde que de forma motivada.

- art 18 e 21 da lei 5474/68

- descabimento da execução – art 15, II, c

*se o credor iniciar uma ação de execução o juiz extinguirá o processo sem julgamento

de mérito

*se o credor não concordar com a motivação ele tem que ajuizar uma ação de

conhecimento para provar que o motivo nao é legítimo.

4) Recusa imotivada do aceite

- aceite é obrigatório, salvo as exceções legais (art 8 e 21)

- aceite é presumido

- cabível execução – art 15, II, a,b,c

*para que caiba execução na duplicata com recusa de aceite imotivada é necessário o

preenchimento dos requisitos contidos no art 15, III, a, b, c: protesto, comprovante de

entrega e recebimento da mercadoria.

*se faltar um dos requisitos a execução será extinta sem julgamento de mérito.

*quando há uma retenção indevida do título ocorre o protesto por indicação.

Page 110: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

110

Remissão: art 15, II, a c/c art 15 §2

Triplicata

*art 23

*a triplicata é uma cópia da duplicata, que só pode ser extraída no caso de perda ou

extravio

Fatura

Duplicata

Triplicata

Perda ou extravio

*Controvérsia: a retenção indevida do título autoriza a extração da triplicata?

1a) tradicional – não é cabível, pois o art 23 só autoriza nas hipóteses de perda ou

extravio, sendo uma enumeração taxativa

2a) moderna – Fabio Ulhoa – é cabível, a enumeração do art 23 é exemplificativa, além

de extração de triplicata trazer vantagens para o emitente possibilitando a sua circulação

como também a sua negociação

*a triplicata também pode ser endossada

Remissão: art 23 sublinha “perda ou extravio” símbolo de controvérsia (taxativo ou

exemplificativo)

Duplicata de Prestação de Serviços

Remissão: art 20 da lei 5474/68 riscar “empresa” c/c art 966 (empresário)

*empresário coletivo = sociedade

Remissão: riscar “sociedade civil” c/c art 997 (sociedade simples)

*Controvérsia: as associações podem emitir duplicata de prestação de serviços?

1a Corrente) tradicional – descabimento pela inexistência de previsão legal

2a Corrente) moderna – admissibilidade por inexistência de vedação legal e a

enumeração do art 20 é exemplificativa

Remissão: art 20 c/c art 44, I do CC símbolo de controvérsia

*não tem majoritária, mas a tendência é a segunda

Page 111: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

111

Remissão: art 20 c/c 248 STJ

*art 22 – se refere aos profissionais liberais e os prestadores de serviços eventuais

§1 – não admite a extração de duplicata pelos profissionais liberais e prestadores de

serviços eventuais, só admitindo a extração de fatura ou conta de serviços

Remissão: art 22 §1 sublinha “fatura ou conta” ≠ art 20

art 20 sublinha “duplicata” ≠ art 22 §1

*excepcionalmente a lei confere executoriedade a essa fatura ou conta – art 22 §4

Remissão: art 22 §4 c/c art 585, VII CPC

art 22 §1 sublinha “fatura ou conta” ≠ art 11 decreto 57663/66

*a fatura ou conta não pode ser endossada, pois não é título de crédito → Princípio da

Legalidade ou Tipicidade

*instrução normativa 98/04 da JUCERJA

Sociedade Anônima

*lei 6404/76

Conceito

*art 1

É a sociedade que tem o seu capital dividido em ações e a responsabilidade dos

sócios é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

*o valor do capital é uma cláusula obrigatória no Estatuto – art 5. Assim, como o

número de ações que o capital se divide. Isso para que possa determinar o valor das

ações.

S/A Estatuto

CS = 90,00

CS = 90,00

1 2 3 nº de ações

VN = 1,00

30 30 30

90 ações

*valor nominal das ações

CS / nº de ações = VN = 1,00

Page 112: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

112

acionista compra as

ações da própria

Cia. Podendo ser

comprada em dois

momentos: na

constituição da cia

ou em aumento de

capital

acionista compra

de outro acionista

ou no mercado de

valores

*preço de emissão → preço de venda

preço = 2,00

a diferença entre o valor nominal e o preço de emissão = ágio

*o preço de venda não precisa ser o preço de emissão, sendo esta diferença o ágio.

*essa diferença vai para a reserva de capital – art 13 §2

CS = 90,00

180,00 → entrada para Cia

Reserva = 90,00

*a responsabilidade limitada do acionista é referente ao preço de emissão, desta forma,

no exemplo cada acionista teria a responsabilidade de 60,00

* ação subscrita ≠ ação adquirida

↓ ↓

*valor nominal é a divisão do capital social pelo número de ações

*quando o valor nominal vem expresso no estatuto denomina-se de ações com valor

nominal

*ação sem valor nominal é quando o estatuto não prevê expressamente o valor nominal.

Isso não significa que não tenha um valor nominal, apenas não está expresso.

*art 11

*art 11 §2 – todas as ações tem que ter o mesmo valor nominal

*na Ltda o CC permitiu valor nominal diferenciado

Remissão; art 11 §2 ≠ art 1055 CC

*o preço de emissão não pode ser inferior ao valor nominal quando este estiver expresso

no estatuto. Se fizer há nulidade do ato – art 13 §1

*quando não tiver expresso o valor nominal no estatuto pode o preço de emissão ser

inferior

*art 170

Page 113: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

113

Rio, 16/02/04

Falência

Caracterização

- art 1 do Dec. 7661/45

- art 2 do Dec. 7661/45

Art 1

Remissão: riscar “comerciante” c/c art 966 CC

*o art 1 utiliza o critério da impontualidade

*impontualidade é a insolvência presumida

*na falência o protesto é requisito de procedibilidade

*o protesto pode ser cambial ou especial

*pela Teoria Tradicional uma vez comprovada a impontualidade, mesmo sendo o ativo

maior que o passivo deve-se decretar a falência

*o projeto, baseado na Teoria Moderna (minoritária), entende que quando se verificar

que o requerimento de falência tem intenção apenas de prejudicar o devedor, quando

tiver ativo que suporte a dívida não pode ser requerido a falência, com base no Princípio

da Preservação da Empresa

Pela Teoria Moderna admite-se o indeferimento do pedido de falência que o juiz

se convencer que tal requerimento foi meramente utilizado como meio de coação e

retaliação ao devedor solvente.

Remissão: sublinha “relevante razão de direito”c/c art 4

*a tese majoritária entende que a enumeração do art 4 é meramente exemplificativa

*obrigação líquida é a certeza quanto ao quantum debeatur e a concordância entre

credor e devedor em relação ao quantum.

*súmula 233 STJ

Remissão: sublinhar “obrigação líquida” c/c súmula 233, 247 e 258 STJ

OBS: nos contratos de fomento mercantil (factoring) o faturizador não pode exigir do

faturizado nenhum tipo de garantia em relação ao crédito transferido sob pena de

Page 114: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

114

nulidade do título emitido pelo faturizado em razão de sua iliquidez. Hipótese diversa

ocorrida quando da transferência de determinado crédito com vício de origem cabendo,

nesta hipótese, a execução ou requerimento de falência do faturizado, nesta última

hipótese, se empresário.

*o título tem que originar ação executiva, podendo, desta forma, ser título judicial

(sentença) ou extrajudicial (NP, cheque, contrato, TAC)

*TAC (Termo de Ajuste de Conduta) tem força executiva, podendo ser requerido a

falência, com base neste, desde que protestado (protesto especial)

*a sentença também tem que ser protestada (protesto especial)

*título prescrito não pode ensejar requerimento de falência.

Para a Corrente Processualista (minoritária – Alexandre Câmara) a prescrição é

requisito de procedibilidade da ação de execução bem como do requerimento de

falência, podendo o juiz conhece-la de oficio.

2a Corrente – Majoritária – a prescrição não pode ser reconhecida pelo juiz,

tendo que ser alegada pelo devedor.

Remissão: sublinha “título” c/c art 584 e 585 CPC

Art 2

*tem por base a prática de ato de falência

*inciso I – inércia total do executado

Se depositar a menos não caracteriza ato de falência.

O credor tem que requerer uma certidão e com essa requerer a falência do executado,

não necessitando de protesto.

*majoritariamente entende-se que se foi feito um acordo extrajudicial após o

requerimento da falência este deve ser extinto sem julgamento de mérito, pois não há

mais a impontualidade.

OBS: a tese majoritária não admite a homologação de acordo judicial ou extrajudicial

pelo juiz da falência, bem como o pedido de suspensão do processo em razão da referida

transação impondo-se a extinção sem julgamento de mérito em razão da

descaracterização da impontualidade.

Juízo Competente

*art 7 – a lei determina que o juiz competente é o do principal estabelecimento

Page 115: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

115

*sede ≠ principal estabelecimento

sede serve para fixar o domicilio

principal estabelecimento = matriz, local de onde se emanam as ordens, comandos,

escrituração e livros obrigatórios.

Para Anco Valle principal estabelecimento é o local onde esta o ativo imobilizado do

falido.

*a tese majoritária entende que o art 7 é competência absoluta, por ser critério

funcional.

*Majoritariamente entende-se que se houve protesto na sede não precisa de outro no

principal estabelecimento.

Remissão: art 7 c/c art 113 CPC e coloca símbolo de majoritária

*o projeto mantém a mesma regra quanto a competência.

Page 116: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

116

Rio, 26/02/04

(não assisti)

*projeto de lei 4376/93 (falência)

conceito – art 81, I

*caracterização: art 81 – impontualidade e atos de falência acaba com a diferença

entre a impontualidade e atos de falência.

Remissão: art 1 da lei 7661/45 c/c art 81

Princípios

1) Universalidade do Juízo

*art 23 e 39 da lei 7661/45

*é a vis attractiva

*massa falida

- bens

- direitos

- obrigações

*é a abrangência generalizada de todos os bens, direitos e obrigações do falido

*massa falida subjetiva (credores) e objetiva (patrimônio)

*Natureza Jurídica da Massa Falida: universalidade de direitos – art 91 CC c/c art 39

2)_ Indivisibilidade do Juízo

*art 7 §2 c/c art 4 projeto

*o juízo é uno, indivisível e não admite fracionamento

3) Juízo competente

*art 7

4) Pars Conditio Creditorum

*isonomia, paridade, igualdade de tratamento entre credores da mesma classe

Page 117: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

117

Características

1a) vencimento antecipada das dívidas do falido, bem como dos sócios com

responsabilidade solidária.

*art 25

*exceções: art 25 §1 (debêntures) e art 25 §2 (obrigação sujeitas a condições

suspensivas – vencimento com o implemento da condição)

*art 7 §7 projeto – inclui os administradores e admite o abatimento proporcional dos

juros das dívidas vincendas.

2a) suspensão da fluência dos juros com a decretação da falência

*art 26

*exceções: art 26, caput – se o ativo bastar para o pagamento do passivo; art 26 § único

– os juros dos créditos com garantia real

falência juros suspensão

Credor Hipotecário

*ordem classificação: ação trabalhista, etc...

*o projeto coloca no mesmo patamar os créditos fiscais e o de garantia real

OBS: na prática o produto apurado em liquidação do bem do credor com garantia real

na satisfará os juros pactuados em razão da ordem de classificação dos créditos, salvo se

a massa falida comportar o pagamento.

*art 26 art 163 §1

3a) Suspensão do prazo prescricional

juro

s

Arrecadação

liquidação

produto

massa

Garantia real

imóvel

devedor – falido

Page 118: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

118

*art 47 c/c art 134 (regra geral do CC)

*o projeto no art 7 manteve a regra da suspensão

*art 135 – prazo especial da falência de 5 anos – extinção das obrigações

*art 134 – regra geral de 10 anos

*o prazo para o encerramento da falência é de 2 anos

*é aplicado o prazo que for mais benéfico

4a) Suspensão das ações e execuções contra o falido e o sócio solidário

*art 24 – regra

*há uma controvérsia quanto a suspensão:

- mera adequação do pólo passivo – falido para massa falida – prosseguimento

– juízo de origem – celeridade e economia processual

- banca e projeto no art 4

o remessa dos autos para o juízo falimentar – universalidade e

indivisibilidade

o julgamento – juízo falimentar

*enquanto o credor não tiver o julgamento do seu crédito (ação de conhecimento ou

monitória) ele faz ao juízo falimentar o pedido de reserva – art 130

*art 4 do projeto – universalidade e indivisibilidade

c/c art 89, V do projeto

*art 24 c/c art 4 do projeto c/c art 89, V do projeto

*o que acontece na prática é a 2a corrente

*exceções: art 24 §1, 1a parte; art 24 §1, 2

a parte; art 24 §2, I; art 24, §2, II; art 7º §3º

*se não houver a satisfação total do crédito, o credor se habilita na falência e sua

classificação será de credor quirografário

*art 24, §2, I – credor por títulos não sujeitos a rateio

Ex: fisco (art 187 CTN) / previdência.

*súmula 44 TRF

*art 24 §2, I c/c art 187 CTN c/c súmula 44 TRF c/c art 4 do projeto

Controvérsia quanto ao crédito trabalhista:

Page 119: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

119

sentença transitada em julgada execução/ credor trabalhista falência

STJ – se sujeita a ratio - Nelson Abraão

OBS: art 4 do projeto – não se sujeita ao ratio

*o melhor é entrar com uma ação trabalhista para ter reconhecido o seu direito como

empregado e fazer pedido de reserva quando não há o reconhecimento do vinculo.

*art 24, §2, II – credor que demandam quantia ilíquida, coisa certa e prestação ou

abstenção de fato (obrigação de fazer ou não fazer)

*art 24 §2, II c/c art 7, §1 do projeto

*art 7, §3 – c/c parte final do art 4 do projeto

*massa falida – ação não regulada pela lei de falência (ex: ação de despejo) e quando

for autora ou litisconsorte ativo

*não há a suspensão quando for ação trabalhista, fiscal, etc., vai ser julgado pelo juízo

originário – projeto

*a fundamentação é que não está ligada a falência

*os dois requisitos acima são obrigatórios.

OBS: não vai haver a suspensão para as ações não reguladas pela lei de falência e

quando for autora da ação.

Legitimidade Passiva

*art 3 – 1o: empresário (personificado ou não personificado)

Remissão: c/c art 966 e 986

*a sociedade simples, em regra, não incide em falência e só incide se ela adotar a forma

de S/A que é muito controvertido.

*sociedade em cota de participação não incide em falência porque ;e uma sociedade

aparente e só vai incidir o sócio ostensivo e ele for empresário

*pelo projeto a sociedade simples incide em falência

exceções: cooperativas – art 1, § único, inciso II; agricultor que utiliza da atividade rural

somente em proveito próprio, art 1, § único, inciso III; artesão mesmo se exercer

atividade organizada com fim de subsistência, IV; profissional liberal e sua sociedade

civil de trabalho, V – empresa pública e sociedade de economia mista

Page 120: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

120

*sociedade economia mista

– atividade econômica (índice em falência)

– prestadora de serviço público (não incide) – continuidade e razoabilidade

(Brandão)

2o) espolio do empresário individual

*art 3, I c/c art 4, §2 (um ano após a sua morte)

3o) menor

*art 3, II

*há controvérsia do menor emancipado com 16 anos

*c/c art 5, § único CC e art 972

4o) Mulher casada

5o) art 3, IV c/c art 972 e 973 CC

*os que embora expressamente proibido exerça comercio.

Page 121: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

121

Rio, 01/03/04.

OBS: quem não incide em falência – art 12, d; 21, b da lei 6024/74

*a regra é a não incidência em falência e sim a intervenção ou liquidação extrajudicial,

salvo nos casos destes artigos.

*art 1, II da lei 9656/98 – planos de saúde

*art 63 da lei 8435/77 – entidades de previdência privada

*lei 10190/01 – seguradoras

*resolução 2309/96 do banco central – empresas de leasing

*art 4 §2, 1a parte da lei de falências

*sociedade simples, em regra, não incide em falência – art 977, salvo para alguns, se

adotar a forma de S/A

*sociedade em cota de participação só incide o sócio ostensivo, se empresário – art 991

*sociedade de economia mista, em regra, pode incidir em falência, pela revogação do

art 242 da lei 6404/76.

Majoritariamente entende-se que não pode incidir em falência quando for prestadora de

serviços públicos

*no projeto há vedação de falência para sociedade de economia mista – art 1, V

*art 2 do projeto – rol que não incide em falência.

Legitimidade Ativa

1) o próprio devedor, o que se denomina de auto-falência – art 8 da lei de falência

*majoritariamente entendia-se que o “pode” do art 8 representa um dever. Pois, caso

não fosse requerido não poderia se beneficiar com a concordata suspensiva

*isso não se aplica mais por força da súmula 190 STF

*a súmula 190 permite a concordata preventiva desde que não tenha título protestado

*a súmula não estipula prazo para que se possa requerer a auto-falência

Remissão: art 8 – súmula 190 STF

*no projeto a auto-falência está disciplinada nos arts 107 a 110

Page 122: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

122

*art 8, III – permite que a sociedade em comum incida em falência

Remissão: art 8, III “em não havendo” c/c art 986 CC

*o projeto repete a mesma regra – art 107, inciso IV

*pelo projeto o devedor só se pode valer da auto-falência se não tiver dívidas com o

fisco.

2) art 9, I – trata da legitimidade ativa em relação ao empresário individual

*pelo projeto é art 84, II

3) art 9, II – os sócios podem requerer a falência da sociedade

*projeto art 84, II confere legitimidade ao sócio remanescente

4) art 9, III – os credores

*o credor pode ser empresário ou não

Remissão: “credor” c/c art 23

*em regra o inciso III recepcionou o princípio da cartularidade

exceção: protesto por indicação

Remissão: “exibindo título de seu crédito” art 21 §3 da lei 9247/97 c/c 82 §1 da LF

*projeto art 85 – limita o pedido de falência aos créditos superiores a 40 salários

mínimos pelo princípio da preservação da empresa.

*os créditos inferiores a 40 salários mínimos tem que ser cobrados por ação de execução

*mesmo o crédito não estado vencido a lei confere legitimidade para que o credor

requeira falência.

A impontualidade tem que ser provada pelo protesto feito por outro credor, é o que se

denomina de protesto levado a efeito por terceiro – art 4 §1

*o devedor é citado para apresentar defesa, podendo realizar o depósito elisivo

*há controvérsia quanto se no caso do credor com crédito vincendo é com base no art 1

ou no art 2

1a Corrente) possibilidade do requerimento com fundamento nos arts 1 e 2 da lei em

razão da inexistência de restrição legal quanto ao respectivo fundamento

Page 123: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

123

2a corrente) a falência só pode ser requerida com base no art 2 da LF (atos de falência)

afim de impedir o recebimento de crédito vincendo

Remissão: art 9, inciso III “ainda que não vencido”c/c art 2 e 1 (controvérsia)

*art 4 §1

*projeto não permite o requerimento de falência por credor com credito vincendo.

*o credor no requerimento da falência só precisa exibir o título, não necessita

comprovar a existência do crédito. Cabe ao devedor alegar a inexistência do crédito em

sede de defesa

*art 9, inciso III alínea a – o credor empresário tem que ser regular, ter personalidade

jurídica

Remissão: c/c art 986

*Anco Valle entende que a alínea a foi revogada pelo art 12, VII do CPC – posição

isolada

*critica-se o entendimento, pois norma geral não revoga norma especial

*credor

- empresário – regular

- não empresário – ex: sociedade simples

*existe controvérsia se o não empresário também precisa ser regular

1a corrente) não há necessidade de sua regularidade por inexistência de previsão legal

2a corrente) obrigatoriedade da regularidade por interpretação extensiva e por isonomia

de tratamento – majoritária.

Page 124: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

124

Rio, 08/03/04

5) art 9, III, b

O credor com garantia real só tem legitimidade se renunciar ao seu direito real,

assumindo a condição de credor quirografário.

*se exige que renuncia, pois com ela poder-se-ia executar o direito

*existe controvérsia quanto se a renúncia tem que ser expressa ou se pode ser tácita

o STJ entende que o simples requerimento já faz presumir a renúncia (majoritária)

*para o PGJ (Penalva Santos) a renúncia tem que ser expressa sob pena de extinção do

processo sem julgamento de mérito.

*se o credor com garantia real se habilitar na falência, ele não perde a garantia.

Só perde quando requerer a falência

OBS: alienação fiduciária em garantia – previsão legal art 66 da lei 4728/65 c/c decreto-

lei 911/65

*na alienação fiduciária existe duas relações: uma contratual e outra de direito real

a contratual é título executivo extrajudicial.

O direito real oriundo da alienação fiduciária é a propriedade fiduciária (CC art 1362)

*o credor fiduciário tem legitimidade para requerer a falência, desde que renuncia o

direito de garantia e se torne credor quirografário.

*o fiduciante não pode vender o bem sobre o qual recai a alienação fiduciária, se fizer

configura estelionato (CP art 171)

*Porém, em caso de falência, se o fiduciante tiver vendido o bem, existe controvérsia

sobre qual seria a posição desse credor na habilitação da falência:

1a corrente) garantia real

2a corrente) quirografário (majoritária), pois já não se tem o bem que garantia o crédito

– STJ

*se comprovar a má-fé do terceiro que comprou o bem, este pode ser retomado

*súmula 92 do STJ

*decreto lei 911/69 art 3 – busca e apreensão

art 4 – convolação da ação de busca e apreensão em ação de

deposito – deposito de bem ou equivalente em dinheiro

*existe uma corrente que entende que se a financeira souber que o bem foi alienado à

terceiro ela tem que propor ação de busca e apreensão para depois converter em ação de

Page 125: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

125

depósito. Outra corrente entende que pode propor direito ação de depósito pelo

Princípio da Economia Processual e da Celeridade Processual.

*se o terceiro estiver de boa-fé não cabe ação de busca e apreensão contra ele.

OBS: a Fazenda Pública tem legitimidade para requerer a falência do devedor?

1a Corrente) Admissibilidade – Fundamentos: não há vedação legal para tal

requerimento

2a corrente) Inadmissibilidade – Fundamentos: a Fazenda Pública goza de um privilegio

que é o executivo fiscal; Princípio da Preservação da Empresa.

Esta corrente entende pela falta de legitimidade ativa.

*Penalva Santos também não admite, mas fundamenta que ela tem legitimidade, mas

não é um pedido razoável – Princípio da Razoabilidade. Ele entende que o requerimento

da falência seria uma ofensa ao Princípio da Razoabilidade

Remissão: art 9 c/c art 84 do projeto

Rito Processual da Falência

I – Falência Requerida com base no art 1

*o art 11 disciplina o rito da falência com base no art 1

*o requerimento de procedibilidade é a certidão do protesto

Remissão: art 11 “certidão de protesto” art 47, II da lei 7357/85

*art 11 §1 – o devedor é citado para apresentar defesa em 24 hs

Critica: a exigüidade do prazo afeta a ampla defesa e o contraditório

*projeto art 86 §1 – o prazo é de 5 dias

*no prazo de 24 hs é contado a partir da entrega do requerimento ao escrivão; o qual

atestará a hora que o oficial entregou

*controvérsia: é possível citação por hora certa?

1a) admite

2a) não admite; a citação ou é por mandado ou por edital – Majoritária

Sendo por edital o prazo para defesa é de 3 dias

*quando é pessoa jurídica quem tem que ser citado é a pessoa que tem poderes para

representar legalmente a sociedade

*quando uma pessoa diversa recebe a citação (sócio) a corrente majoritária entende que

é válida em razão da Teoria da Aparência.

Page 126: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

126

Remissão: §1 “citar o devedor”c/c art 13

Art 13 “pessoa dos seus representantes legais” controvérsia

*citação do devedor apresentação defesa

(prazo 24 horas)

art 11 §2

depósito elisivo

evitar falência

*o depósito elisivo deve ser feito dentro das 24hs para defesa

*na prática o depósito elisivo pode ser feito até a decretação da falência

Fundamentos: Princípio da Preservação da Empresa

Remissão: §2 “dentro do prazo para defesa” controvérsia

*se o devedor depositar a menos, teoricamente, deveria-se decretar a falência

na prática o juiz manda complementar com base no Princípio da Preservação da

Empresa

Remissão: “quantia reclamada” c/c súmula 29 STJ (controvérsia)

*se o devedor depositar a quantia exata requerida pelo credor, sem correção monetária,

juros e honorários:

1a corrente) aplicação da súmula 29 STJ sob pena de decretação da falência

2a corrente) admite o deposito do valor real devido, podendo o acréscimo (súmula 29)

ser pago posteriormente. Fundamentos: Princípio da Preservação da Empresa

Page 127: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

127

Rio, 22/03/04.

*no projeto o depósito elisivo (art 85 §3) determina que deve ser depositado o valor que

o credor pretende receber, porém não inclui os valores da súmula 29 STJ (juros,

honorários)

Remissão: art 11 c/c art 85 PL; art 12 c/c art 85 PL

*o art 11 disciplina o rito processual da falência com base no art 1; e o art 2 com base

no art 2.

*projeto art 81 inciso I – impontualidade

inciso II – art 2, I da lei de falência

inciso III – art 2 demais incisos da lei de falência

*o art 85 do projeto disciplina o procedimento da falência em todas as hipóteses.

II – Falência Requerida com base no art 2

*art 12 da lei de falência

*no art 12 a dilação probatória é maior que no caso do art 11

*o devedor é citado para apresentar embargos em razão da dilação probatória.

Remissão: art 12, §1 sublinha “embargos” art 11 §1 sublinha “defesa”.

*o prazo para apresentar os embargos é de 24 hs, sendo criticado a exigüidade do prazo

*pelo projeto o prazo é de 5 dias para apresentar defesa

*art 12 §2 – não prevê a citação por edital diferentemente do previsto no art 11 §1

Remissão: art 11 §1 sublinha “citação por edital” art 12 §2

*no art 11 a lei não admite a nomeação de curador no caso de revelia.

*controvérsia quanto possibilidade de nomeação de curador no caso de revelia do art 11

1a) inadmissibilidade por inexistência de previsão legal

2a) admissibilidade pelo princípio da ampla defesa e do contraditório, e aplicação

analógica do art 12 §2

Remissão: art 12 §2 “o juiz nomeará curador”c/c art 11 §1 sinal de controvérsia

Page 128: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

128

Sentença na Falência

*é uma sentença atípica, sui generes, pois ela inicia o processo.

*a natureza jurídica é amplamente controvertida, a tese majoritária entende que a

sentença é declaratória e constitutiva.

*a sentença é conhecida como janeira, por causa do rei romano Janus que tinha duas

fases.

*a sentença tem efeito ex tunc e ex nunc

*art 40 §1 – se o falido praticar atos que interfiram na massa o ato será nulo, podendo

esta ser declarada de ofício independente de prejuízo.

*existe corrente mais moderna que entende que o juiz deve analisar o ato e só deve

anular se causar prejuízo.

Remissão: art 40 §1 “independente de prova de prejuízo” controvérsia

*o juiz na sentença deve fixar o termo legal da falência (art 14 § único. III)

*alguns entendem que termo legal é sinônimo de período de prova

*termo legal é o estado de fato da falência.

*a fixação do termo legal da sentença não é obrigatória, tem que ser fixada até o prazo

do art 22

Remissão: art 14 §único, III “se possível” c/c art 22

OBS: no projeto o art 89, II determina que a sentença fixará o termo legal, sendo

obrigatório.

*o juízo pode retificar o termo legal – projeto art 89 §3 – até dois anos após a sentença.

*a lei de falência prevê a possibilidade de retificar no art 22

*critica-se o projeto pois este prazo de 2 anos causará insegurança jurídica.

*art 14, § único, III:

- quando a falência for requerida com base no art 1 o marco será o primeiro

protesto por falta de pagamento.

- Art 2 / 8 – despacho ao requerimento da falência

- Se for impetrada concordata preventiva e posteriormente for decretada

falência o marco será a distribuição do pedido de concordata preventiva

Page 129: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

129

*Controvérsia: se o primeiro protesto ocorrer, por exemplo, 10 anos antes da decretação

da falência:

1a) Majoritária – não pode servir de marco inclusive por prescrição do protesto

Princípio da Razoabilidade – não é razoável que um protesto tão antigo sirva de marco.

Tendo um protesto mais próximo da sentença que ainda não esteja prescrito usa-se este,

e se não tiver utiliza-se o despacho ao requerimento de falência como marco.

*no projeto o art 89, II o prazo foi aumentado para 90 dias a partir do marco; e os

marcos estão nas alíneas.

*o projeto exclui os protestos cancelados pelo falido

*a lei de falência não fala sobre o protesto cancelado, porém exige-se que não deve ser

aceito por falta de exigibilidade do título.

*art 52 e 53 – ineficácia do ato

*na ineficácia do ato este é válido perante terceiros e ineficaz perante a massa

*a tese majoritária entende que o juiz não pode declarar ineficácia do ato de oficio,

sendo que ser requerido através de Ação Revocatória.

*a ação revocatória não se confunde com revogatória.

A ação revogatória tem por objetivo a decretação de nulidade do ato.

A ação revocatória tem por finalidade a decretação da ineficácia do ato perante a massa

falida, conservando o ato a sua validade perante terceiros.

OBS: a tese majoritária não admite a decretação da ineficácia do ato de ofício pelo juiz

*projeto art 40 § único prevê que a ineficácia pode ser declarada de ofício pelo juiz

*o terceiro que estiver na relação ineficaz terá que se habilitar na falência para receber

seu crédito.

*art 52, IV – 2 anos antes da decretação da falência.

Alguns entendem que esse prazo é no período suspeito

*os incisos I , II e III se referem ao termo legal, os demais não se referem mais a essa

expressa, entendendo alguns que são hipóteses de período suspeito

*não é pacifico a distinção entre período suspeito e termo legal; alguns não diferenciam

entendendo que a conseqüência é a mesma.

*a ineficácia prevista no art 52 é objetiva, pois não há necessidade da comprovação da

fraude e prejuízo. Basta que se comprova a efetiva pratica do ato.

*art 55 – ação revocatória

Para Pontes de Miranda a ação cabível é a Ação de Ineficácia.

Page 130: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

130

Remissão: sessão 5 – “da Revocação”

Art 53 – revocação

*no art 53 a ineficácia é subjetiva, sendo necessário a comprovação da fraude ou

prejuízo.

*consilium fraudis = fraude

eventus damni – prejuízo.

*art 52 – ro taxativo

*há quem entenda que a ação revocatória se equipara a ação pauliana

*Controvérsia:

1a) a ação revocatória se equipara a ação pauliana (art 158 CC)

2a) não se equipara a ação pauliana

Fundamentos:

- a ação revocatória é típica do direito falimentar

- enquanto a ação revocatória objetiva a decretação da ineficácia a ação

pauliana objetiva a anulação do ato

*para Leoni a ação pauliana objetiva a decretação da ineficácia.

- art 55 – a legitimação para propor ação revocatória é do síndico ou de

qualquer credor e a ação pauliana só pode ser intentada por credor

quirografário

Remissão: art 55 “ação revocatória” c/c art 158 CC controvérsia

Art 52 inciso VII c/c art 215 da lei 6015/73

Page 131: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

131

Rio, 29/03/04.

*art 52, VII lei de falências – inscrição de direito real; transcrições da propriedade

ineficácia desses atos se praticados após o seqüestro (art 12§4) ou após a sentença (art

14)

sentença

*art 52 – ineficácia objetiva dos atos praticados antes da falência, dentro do termo legal

ou período suspeito da falência.

*art 40 §1 – nulidade de oficio dos atos praticados após a sentença

*art 215 da lei 6015/73 – nulidade dos atos (registro) praticados dentro do termo legal

ou após a sentença

*no exemplo acima em relação a venda:

1) art 52, VIII – eficácia do ato praticado dentro do termo legal

2) art 215 da lei 6015/73 – nulidade do ato

Hipóteses:

a) ato praticado após a sentença STJ – nulidade do ato – art 215

da lei 6015/73 c/c 40 §1 da lei de falências, salvo pré-notação

anterior

*desta forma, entende-se que houve revogação parcial, devendo-se entender nulidade

onde está ineficácia.

b) Ato praticado dentro do termo legal – art 52, VII – eficácia do

ato.

Remissão: art 52 VII sublinha “após a decretação do seqüestro” c/c art 12 §4

“ou a declaração da falência” c/c art 40 §1 e 215 da lei 6015/73

*projeto lei art 131, VII

Legitimação Ativa da Ação Revocatória

*art 55 – deve ser proposta pelo síndico

30 dias antes =

venda de bem

imóvel dentro do

termo legal

aça revocatória

pelo síndico

Page 132: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

132

*inicialmente é uma legitimidade exclusiva do síndico

*posteriormente é uma legitimidade concorrente entre o síndico e os credores

*PL art 133 §§1 e 2 – ao invés de síndico se denominou administrador judicial.

*a tese majoritária entende que o MP tem legitimidade para propor ação revocatória.

*PL §2 do art 133 – confere legitimidade para o MP

Prazo para Propositura da Ação Revocatória

*art 56 §1 – prazo decadencial

*prazo de 1 ano a contar da publicação do art 114

*PL art 133 – prazo de 3 anos a partir da sentença de falência

Recurso da Sentença na Ação Revocatória

*art 56 §2

*PL art 136

Juízo Competente

*art 56

*PL art 135

Recurso da Sentença de Falência

*quando a sentença tiver por fundamento a prática de atos de falência (art 2) o recurso

cabível é o agravo (art 17)

*o CPC deve ser aplicado subsidiariamente em relação aos recursos da sentença

*quando a sentença tiver por fundamento a impontualidade a tese majoritária entende

que cabe embargos (art 18) e/ou agravo (art 17). E, dos embargos, apelação (art 18 §3) –

art 17 c/c 18

*existe corrente minoritária que não admite que seja interposto embargo e agravo com

base no princípio da unirrecorribilidade. Para essa corrente só é cabível embargos ou

agravo, não podem ser simultâneos.

Page 133: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

133

*Fundamentos da tese majoritária:

- natureza jurídica dos embargos embargos tem natureza de ação e agravo

de recursos

- os embargos devem ser interpostos no juízo de 1o grau, ou seja, o juiz que

decretou a falência. E, o agravo, será apreciado pelo tribunal.

- Nos embargos pode ser aduzido fato novo, havendo dilação probatória. No

agravo só é possível a reforma da decisão.

- Legitimidade ativa do embargo: devedor; legitimidade ativa do agravo:

devedor, credor ou terceiro prejudicado

*o credor tem interesse de propor agravo retido quanto a fixação do termo legal, por

exemplo.

Remissão: art 17 “credor”- art 14 § único, III

*terceiro prejudicado é, por exemplo, o sócio solidário, pois ele também é atingido com

a decretação da falência.

Remissão: “terceiro prejudicado” c/c art 5

*PL art 100 – só cabe agravo

*da sentença denegatória cabe apelação – art 19

*art 19 §único – a falência pode ser requerida novamente com base em outro

fundamento.

*PL art 101

*em relação ao fundamento utilizado faz coisa julgada material.

Falência e Sócios

Sociedade em Nome Coletivo

1 2 3 responsabilidade ilimitada

(art 1023/1024 CC)

sócio solidário

*na verdade há uma subsidiariedade, pois primeiro se atinge o patrimônio da sociedade

para depois atingir do sócio.

Remissão: art 5 “solidárias” c/c art 1023 e 1024

Page 134: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

134

*o juiz decreta a falência da sociedade e não dos sócios; os sócios não incidem em

falência.

*os sócios sofrem os efeitos da falência

Remissão: art 5 “não são atingidos pela falência da sociedade” c/c art 105 PL

*art 105 PL – o sócio solidário também incide em falência.

Jorge Lobo denomina isso de falência de fatos dos sócios

Remissão: art 5 “efeitos jurídicos”

Efeitos:

1) arrecadação dos bens dos sócios solidários – arrecadação concomitante com os

bens sociais (medida preventiva)

*a liquidação é posterior

*os bens dos sócios são arrecadados, mas só serão liquidados se necessários para pagar

os credores

*art 71

*os credores particulares dos sócios não se confundem com os credores sociais

*ocorre o vencimento antecipado também em relação aos credores particulares.

2) antecipação dos vencimentos das dívidas particulares dos sócios solidários – art

25 da lei de falência

3) suspensão das ações e execuções individuais em face do sócio solidário – art 24

4) habilitação dos credores particulares dos sócios solidários nas respectivas

massas individuais – art 82

*os credores particulares se habilitam na massa individuam dos sócios.

Page 135: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

135

Rio, 05/04/04

5) art 128, III

sociedade em nome coletivo patrimônio 300

falência

responsabilidade

solidária 1 2 3 massa falida

credores sociais = 500

30 10 40

credores particulares 200 remanescente

M1 M2 M3

Solidariedade

*os credores sociais com a habilitação na massa dos sócios serão credores

quirografários

*em relação aos sócios não há massa falida e sim massa individual, pois a atual lei não

permite falência de pessoa física

o PL permite

*as hipóteses em que os sócios têm responsabilidade ilimitada e solidária são:

- sociedade em nome coletivo (art 1039 CC)

- sociedade em comandita simples – sócio comanditado (art 1045CC)

- sociedade em comandita por ações – art 1091 CC

- sociedade em comum – art 896 CC

- desconsideração da pessoa jurídica –a rt 50 CC

- art 6 do decreto 7661/45

Remissão: art 5 sublinhar “ilimitadamente” c/c todos as hipóteses

Remissão: art 5 “efeito jurídico”c/c art 128, III

*controvérsia: é cabível a aplicação da teoria da desconsideração na falência da

sociedade:

1a corrente) descabimento, em razão do art 6 da lei de falências.

2a corrente)admissibilidade, uma vez que o referido artigo só prevê a responsabilidade

dos administradores da sociedade.

*o art 6 só prevê a responsabilidade dos sócios

Remissão: art 6 c/c 50, risca “gerentes”c/c art 1060

Page 136: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

136

*porém, se alguém não administrador prejudicar a sociedade terá sua responsabilidade

apurado.

Remissão: art 6 sublinha “diretores” c/c art 143 da lei 6404/76

Remissão: art 14 § único, inciso I sublinha “diretores” c/c 143 da lei 6404/76

*a tese majoritária entende que quando a lei fala em diretores não se aplica aos

membros do conselho de administração.

*fases da falência:

- requerimento (art 1 e 2)

- sentença

- nomeação de síndico (art 59/69)

- arrecadação dos bens do falido e dos sócios solidários (art 63, III c/c 40 e 41)

*existe controvérsia quanto que tipo de bens podem ser arrecadados na falência:

1a corrente) Majoritária – entende que podem ser arrecadados bens corpóreos e

incorpóreos

2a corrente) Val Verde – entende que só pode os bens corpóreos

*o nome empresarial não pode ser objeto de alienação, salvo se quem comprar todo o

estabelecimento usar a expressão “sucessão de”

O nome não pode ser objeto de alienação, salvo o disposto no § único do art

1164 CC.

*CJF art 72

Um dos efeitos da arrecadação é que o falido perde a posse dos bens

arrecadados, podendo, eventualmente, ser nomeado depositário dos bens imóveis.

*o falido não perde a propriedade do bem, isso só ocorre na liquidação.

A arrecadação não implica na perda da titularidade dos bens, o que só ocorre

quando da liquidação dos bens.

*art 41 – os bens absolutamente impenhoráveis não serão arrecadados. E, se ocorrer a

arrecadação esta será indevida.

Ex: art 649 CPC

*a tese majoritária entende que tal impossibilidade abrange tanto a impenhorabilidade

por força de lei ou por vontade das partes

*CC art 1911

*quando houver arrecadação indevida isso enseja o direito de propor pedido de

restituição ou embargos de terceiros.

Page 137: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

137

Remissão: art 76 DL c/c art do PL

*o pedido de restituição pode ser:

- ordinário – art 76 caput e §1

- extraordinário ou especial

*pressupostos do pedido de restituição ordinária – art 76 caput:

arrecadação da coisa indevida

coisa devida em virtude de direito real ou de contrato

Hipóteses de restituição ordinária:

1) arrecadação da coisa ainda em poder da massa falida cabível o pedido de

restituição da própria coisa

A ___compra e venda__

B

comprador devedor

arrecadação credor

da coisa

2) coisa arrecadada pelo síndico e posteriormente vendida cabível pedido de

restituição do respectivo preço em caso de venda (art 76 §1 c/c 78 §2)

A ___compra e venda__

B

comprador devedor

arrecadação credor

da coisa

venda da coisa

3) arrecadação do bem com posterior perecimento cabível pedido de restituição

do valor estimado da coisa (art 78 §2)

4) arrecadação da coisa com posterior sub-rogação por outra cabível pedido de

restituição da coisa sub-rogada (art 78 §1)

OBS: inexistindo arrecadação do bem descabe o pedido de restituição, só restando ao

credor a habilitação do seu crédito na massa falida.

*pressupostos do pedido de restituição extraordinária:

coisa vendida a crédito

coisa entregue ao falido 15 dias antes do requerimento da falência.

Coisa em poder da massa falida

Page 138: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

138

A ___venda a crédito__

B

comprador vendedor

falência entrega 15 dias antes do

requerimento da falência

arrecadação

da coisa

massa falida

Hipóteses de restituição extraordinária:

1) observados todos os requisitos cabível pedido de restituição da própria coisa

*se houve a venda do bem, ou foi entregue há 30 dias, ou seja, não foi satisfeito um dos

pressupostos, o credor terá que se habilitar na falência.

*no pedido de restituição extraordinária não cabe restituição do valor, pois um dos

pressupostos é que o bem esteja na massa.

Remissão: art 76 §2 c/c art 495 STF

*se a coisa foi transformada ou consumida pelo próprio falido é cabível pedido de

restituição em dinheiro.

OBS: a súmula 495 STF autoriza o pedido de restituição em dinheiro na hipótese do art

76 §2, ainda que a coisa arrecadada tenha sido consumida ou transformada, desde que o

devedor não comprove a venda do bem a terceiros, caso em que não será cabível o

pedido de restituição e sim habilitação do crédito.

Remissão: art 76 c/c art 75 §3 da lei 4728/65

*art 75 §3 da lei 4728/65 – possibilidade do pedido de restituição nos contratos de

câmbio para exportação.

Remissão: art 75 §3 da lei 4728/65 c/c PL art 28

Remissão: art 76 c/c art 26 PL

Remissão: art 76 §2 c/c súmula 193 STF

Remissão: art 76 caput c/c súmula 36 STJ

Remissão: art 76 c/c art 7 do dec. 911/69

Page 139: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

139

*art 7 do dec 911/69 – possibilidade do pedido de restituição nos contratos de alienação

fiduciária

OBS: quando o reivindicante intenta pedido de restituição pleiteando valor em dinheiro

ele não se sujeita a ordem de classificação dos créditos, devendo o pagamento ser feito

com preferência sob todos os credores.

Remissão: art 26 § único, parte final do PL

Page 140: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

140

Distinção entre Pedido de Restituição e Embargos de Terceiros

*art 79 – equipara os embargos ao pedido de restituição, facultando a utilização

Porém, tecnicamente há distinção.

*no pedido de restituição o bem arrecadado estava na posse do falido.

Devedor do bem – contrato ou direito real

falência

arrecadação dos bens indevida

sindico pedido de restituição

bem arrecadado posse de falido

Soc. Ltda falência

1 2 3

arrecadação dos bens do sócio indevida bens arrecadados posse do titular (3o)

embargos de terceiros

*o pedido de restituição segue o rito do art 76 da lei de falências, e os embargos seguem

o rito do CPC (art 1045)

Empresário Individual (falido)

arrecadação de bem gravado de impenhorabilidade e inalienabilidade

arrecadação indevida

embargos

*quando os bens estiverem na posse do falido, sem que este seja o titular é hipótese de

pedido de restituição.

Tecnicamente o art 79 da lei de falências não faz distinção entre o pedido de

restituição e os embargos.

Page 141: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

141

A tese majoritária entende pelo cabimento do pedido de restituição caso o bem

arrecadado esteja na posse do falido.

Caso contrário, se estiver na posse de seu titular a arrecadação será indevida em

virtude da turbação ou esbulho sofridos na sua posse cabendo embargos de terceiros que

obedecerão a forma estabelecida no CPC, art 1045.

*art 28 PL

Remissão: art 79 c/c 35 PL sublinha “poderá”

*o projeto mantém como faculdade a utilização de um ou de outro.

*informativo 203 STJ

execução

devedor

posterior falência

embargos ação revisional

autora – massa falida não é regulado pela lei de falência

art 24 – suspensão

*Mario Marques (suplente) entende que a execução se suspende para remessa para o

juízo falimentar universalidade

Outra corrente entende que a execução se suspende para uma mera retificação do pólo

passivo devedor = massa falida

*no caso em tela o STJ entendeu que deve haver suspensão da execução para retificação

do pólo passivo (art 7 §3)

*pela regra do art 24 suspende-se a execução e o exeqüente se habilita na falência.

Porém, quando há ações não reguladas pela lei de falência intentadas pela massa elas

devem seguir no juízo de origem

*no caso em tela a execução será suspensa para retificar o pólo passivo e julgamento

dos embargos e, caso seja julgado procedente a execução será suspensa para que o

exeqüente se habilite na falência.

*se um credor interpor ação monitoria antes da decretação da falência está será suspensa

para remessa para juízo falimentar,para Mario Marques. E, para a segunda corrente, só

será suspensa para correção do pólo passivo e só se habilitará na falência quando já tiver

Page 142: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

142

titulo certo e líquido, isso com base nos princípios da celeridade e da economia

processual.

Ação Monitória

Devedor – réu

falência

art 24

*par a segunda corrente ação monitoria não deve ser remetida para o juiz da falência, se

habilitando, posteriormente, na falência.

*requerimento sentença nomeação de sindico arrecadação habilitação dos

créditos

Habilitação dos Créditos

*art 80 – prazo de 10 a 20 dias

*art 13 §1 c/c art 15 PL

*pelo princípio da universalidade e da individualidade do juízo os credores, em regra,

devem habilitar seus créditos na falência.

*exceções: art 24 §§1 e 2

*credores com títulos não sujeitos a rateio.

Ex: credores fiscais e previdenciários

Esses não precisam se habilitar, basta informarem o seu crédito.

*o PL inclui os credores trabalhistas

*os doutrinadores entendem que apesar do PL prevê que os credores trabalhistas não se

sujeitam a rateio o juiz trabalhista deve remeter o produto de execução trabalhista ao

juízo falimentar, pois antes desse deve receber os reivindicantes de pedido de

restituição.

Execução trabalhista

penhora

arrematação

produto

juízo falimentar

Page 143: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

143

*devem se habilitar os credores sociais e os credores particulares do sócio solidário – art

82

*art 82 §1 – recepcionou o princípio da cartularidade

Remissão: art 82 §1 c/c art 15 §único do PL

Remissão: art 82 §1 e art 15 §único sublinha “em original” c/c art 889 §3 do CC

controvérsia

Verificação dos Créditos

*o juiz tem que averiguar as habilitações – está é a fase de averiguação / sindicância

onde o juiz vai averiguar a legitimidade do credor e a importância do crédito declarado.

Nesta fase é cabível a impugnação dos créditos declarados, podendo ser feita pelo

falido, pelo sindico ou pelos credores (art 84 §2 e art 87 § único)

Page 144: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

144

Rio, 26/04/04

Impugnação

*parecer contrário do falido impugnação

parecer contrário do sindico

*art 87 § único

*controvérsia: no § único do art 87 a lei inclui os credores que só se habilitaram ou

também os que declararam:

1a) somente os credores que habilitaram os seus créditos

2a) os credores que se habilitaram bem como os que declararam os seus créditos (ex:

fisco e previdência) – majoritária

Remissão: art 84 §§ 1 e 2 c/c 87 § único

PL art 14

*o PL confere legitimidade para o MP impugnar os créditos

*art 91 – a lei admite que o MP dê pareceres nas impugnações, não tendo legitimidade

para impugnar

Remissão: art 91 c/c art 14 PL

*art 88 – determina o rito da impugnação

*é controvertido se a lei de falência conferiu legitimidade para o MP impugnar, mas na

prova defender que sim visto o PL

*Controvérsia: possibilidade da impugnação de título judicial:

1a) Majoritária – admissibilidade de impugnação de título judicial. A sentença não

produz efeitos erga omnes e sim entre as partes e por isto é cabível a impugnação.

A jurisprudência e a doutrina majoritária admitem a impugnação dos títulos

judiciais, salvo o trabalhista, pois é justiça eleitoral.

*o crédito trabalhista não pode ser impugnado na vara falimentar, tendo que ser

impugnado através de ação rescisória na Justiça do Trabalho.

E, se ultrapassado o prazo para rescisória (2 anos) não é mais cabível nenhuma

impugnação (entendimento TST)

*alguns entendem que é cabível na Justiça do Trabalho a ação declaratória de nulidade

do título (MP)

Page 145: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

145

Ação de Revisão de Crédito

*art 99 c/c 25 PL

*art 99 – estende o prazo de impugnação; sendo o seu nome técnico ação de revisão.

Habilitação Retardatária de Crédito

*exceção ao art 80

*art 98, caput

*art 98 §4 – principal efeito

*os credores retardatários não têm direito aos rateios anteriormente distribuídos.

*PL art 16

Classificação dos Créditos

1) acidente de trabalho

*devido pelo empregador por causa da sentença de responsabilidade civil

*art 7, XXVIII CF

OBS: o art 74 admite a continuação do negócio do falido

*pela lei só o falido pode requerer a continuidade de negócio

*Controvérsia: quem pode requerer a continuidade do negócio?

1a) só o falido é que tem legitimidade em razão de disposição expressa em lei

2a) Majoritária – além do falido confere legitimidade ao sindico, aos credores e aos

empregados do falido.

Remissão: art 74 sublinha “falido” c/c art 59 (sindico), art 123 §1 (credores), art 3 da

CLT (empregados)

*o fundamento da corrente majoritária é a preservação da empresa

*se houver um acidente de trabalho após a decretação da falência o devedor será a

massa falida, sendo tal crédito considerado um encargo da massa (art 124 §1, VI)

*alguns autores defendem que quando há continuação do negócio há sucessão, onde a

massa assume todos os deveres e direitos. O empregador é sucedido pela massa falida.

Page 146: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

146

Remissão: art 7 XXVIII CF c/c art 74 c/c art 124 §1, VI da lei de falências

*a tese minoritária entende que os créditos decorrentes de acidente de trabalho

anteriores a decretação da falência são equiparados aos créditos quirografários.

*sempre que o acidente for posterior será encargo da massa, em razão do art 124 §1, VI

(pacífico)

*o PL não permite a continuação do negócio

2) Créditos Trabalhistas (salários e indenizações)

*Ex: indenização: 40% do FGTS, dano moral

*art 102 caput

*os créditos dos representantes comerciais autônomos estão no mesmo patamar dos

créditos trabalhistas – art 44 da lei 4886/65

*súmula 219 STJ – os créditos decorrentes de serviços prestados a massa falida, bem

como a remuneração do sindico estão no mesmo patamar dos créditos trabalhistas.

Remissão: súmula 219 SRJ sublinha “remuneração do sindico” art 124 §1, III

*pela lei a remuneração do sindico é um encargo da massa, mas pela súmula se equipara

aos créditos trabalhistas

3) Créditos Fiscais e Para-fiscais

*CTN art 186 c/c art 4 §4 da lei 6830/80

*nos créditos fiscais se incluem os créditos do fisco bem como o INSS

*a tese majoritária entende que os créditos fiscais incluem os créditos previdenciários.

*os créditos fiscais recebem na seguinte ordem: União, Estado e Município

*os créditos previdenciários se equiparam aos créditos fiscais da União.

*INSS:

- empregador recolhimento direto

- empregado repasse pelo empregador através do desconto salarial

*em relação ao INSS descontado pelo empregador e não repassado, tendo sido

arrecadado pela massa cabe pedido de restituição, sendo pago imediatamente

Page 147: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

147

*o INSS é credor privilegiado em relação ao pagamento feito pelo empregador

*INSS empregado repasse para empregador através de desconto arrecadação

pelo síndico pedido de restituição pelo síndico pagamento imediato

*empregador recolhimento direto INSS credor do falido fiscal

privilegiado

*os tributos devidos após a decretação da falência também são considerados encargos

da massa –a rt 124 §1, V

*Questão:

Ltda – Falência

INSS

1 2 3 crédito contribuições devidas pelo empregado

por não ter crédito suficiente, o INSS propôs execução fiscal em face dos sócios e se

habilitou na falência.

*o INSS não deveria ter se habilitado e sim proposto pedido de restituição

*art 1052 CC c/c art 50; art 1015; art 1016; art 1080; art 135, III CTN; e art 13 da lei

8620

*o art 13 da lei 8620 admite que havendo crédito fiscal os sócios respondem

solidariamente,

*desta forma cabe pedido de restituição e concomitantemente o ajuizamento de

execução fiscal em face dos sócios em razão de sua responsabilidade ilimitada e

solidária.

Page 148: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

148

Rio, 03/05/04

4) Créditos com direitos reais de garantia

Ex: Debênture com garantia real

Remissão: art 58 da lei 6404/76 sublinha “ter garantia real” c/c art 102, I da lei de

falências

OBS:

S/A

1 2 3

*S/A aberta – aquela que tem seus valores mobiliários negociados no mercado

S/A fechada

*art 4 da lei 6404/76

ações

*valores mobiliários debêntures

bônus de subscrição

partes beneficiárias

*a parte beneficiária é o único valor que não pode ser negociado

*as debêntures se assemelham ao mútuo

5) Encargos da Massa

6) Dívidas da Massa

*art 124 §1 – encargos

art 124 §2 – dívidas

*ambos são devidos pela própria massa

*os credores da massa não precisam se habilitar na falência por serem credores da

massa e não do falido.

Remissão: art 124 c/c 80 (riscar) o art 80 não se aplica ao art 124

Page 149: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

149

*Controvérsia: art 23 § único, inciso III – multa fiscal moratória se inclui nesse inciso,

ou seja, pode ser cobrada na falência?

1a) Súmula 565 STF equipara a multa fiscal moratória a pena administrativa. Desta

forma, não pode ser cobrada na falência – Majoritária

2a) art 9 do DL 1893/81 determina que os créditos da fazenda nacional decorrentes de

multas ou penalidades pecuniárias aplicadas até a data da decretação da falência

constituem encargos da massa.Desta forma, as multas podem ser cobradas sendo

comparadas a encargos da massa

*a corrente majoritária entende que o art 9 do DL não foi recepcionado pela CF/88

Remissão: art 23 § único, inciso III c/c súmula 565 STF e art 9 DL 1893/81

Remissão: art 124 §1 c/c art 9 do DL 1893/81 (risca)

*Controvérsia:

1a) os encargos e dívidas da massa prefere a qualquer outro crédito, a fim de viabilizar a

própria falência.

2a) Ocupam a 5

a e 6

a posições

*PL art 12 – devem ser pagos em primeiro lugar

Remissão: art 124 c/c 12 PL

*art 60 – na prática o sindico é sempre um liquidante judicial

7) Créditos com privilégio especial

*art 102, II §2 – elenca os créditos com privilegio especial

8) Créditos com privilégio geral.

Ex: debêntures com garantia flutuante – art 58 §1 da lei 6404/76

Nesse caso o debenturista terá seu crédito classificado como privilégio geral

Remissão: art 102, III c/c art 58 §1 da lei 6404/76 c/c art 24 da lei 8906/94

*honorário advocatício é crédito com privilégio geral

9) Créditos Quirografários

*Ex: debêntures sem garantia

Remissão: art 58 da lei 6404/76 sublinha “não gozar de preferência” c/c art 02, IV §4

Page 150: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

150

10) Créditos Sub-quirografários

Ex: Debêntures subordinadas

*art 58 sublinha “ou ser subordinada” – 10o

11) Sócios da sociedade falida

Remissão: art 58 §4 sublinha “acionista” – 11o

Classificação de acordo com o PL

*art 11 – Despesas extraconcursais

*art 12 – são os atuais encargos e dívidas da massa

1) Créditos do trabalho e acidentes de trabalho

*o PL equiparou o acidente de trabalho ao crédito trabalhista

*art 44 da lei 4886/65

2) Créditos fiscais e créditos com garantia real

3) Créditos com privilégio especial – art 11, III

4) Créditos com privilégio geral – art 11, IV

5) Quirografários – art 11, V

6) Subordinados – art 11, VI

*os acionista foram considerados subordinados

*se o sócio tiver avalista da sociedade quanto a esse crédito ele será quirografário.

Liquidação

*art 114

*art 152 PL

*liquidação é a realização do ativo, ou seja, venda do ativo para pagamento do passivo

Page 151: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

151

*art 114 – momento da liquidação

*excepcionalmente a lei admite a venda antecipada de bens – art 73 c/c art 119 §2

Remissão: art 114 c/c art 73 c/c art 119 §2

*quem determina a forma de liquidação é o sindico.

Em regra, o sindico da massa falida decide a forma de liquidação.

*art 117 – leilão.

Remissão: art 117 c/c art 119 e 120

*hipóteses em que o leilão é obrigatória – art 119 e 120

*art 118 – propostas

*as formas de liquidação são: leilão ou proposta

*Exceção: art 122 nesses casos a deliberação quanto a liquidação não é feita pelo

síndico, e sim pelos credores que representem mais de ¼ do passivo.

Remissão: art 122 “modo de realização do ativo” c/c art 117 e 118

*forma especial de liquidação: art 123 – quem delibera são os credores que represente

2/3 dos créditos.

*art 123 §1 – forma especiais:

continuação do negócio do falido

cessão do ativo a terceiros

*PL art 153

Encerramento da Falência

*art 132

*o encerramento da falência é uma medida eminentemente processual que não

determina necessariamente a satisfação dos credores bem como extinção das obrigações

do falido

Remissão: art 132 c/c art 200 c/c art 75

*art 200 – disciplina o rito da falência sumária, ou seja, quando o passivo for inferior a

100 vezes o maior salário mínimo vigente

Page 152: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

152

*art 75 – falência frustrada – inexistência ou insuficiência de bens para as despesas do

processo

*art 132 §1 – prazo máximo para encerramento da falência.

Esse prazo repercute na prescrição de crime falimentar

Remissão: art 132 c/c súmula 147 STF

*art 133 LF – após o encerramento da falência se o falido recompor o seu patrimônio o

credor pode cobrar o saldo remanescente

*Controvérsia:

1a) a cobrança deve ser feita em juízo próprio bastando para tanto certidão do juízo

falimentar conforme o disposto no art 133

2a) suplente da banca – a execução prossegue ou se inicia no próprio juízo falimentar

Fundamentos: universalidade e indivisibilidade do juízo falimentar

Page 153: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

153

Rio, 17/05/2004

Extinção das Obrigações

Sentença de encerramento extinção das obrigações

art 132 art 134/135

*art 134

*a sentença que decreta a falência suspende a prescrição e com o encerramento da

falência recomeça a contagem do prazo prescricional.

*mesmo após o encerramento da falência o credor pode cobrar seu crédito, havendo

divergências qual seria o juízo competente, alguns acham que é o juízo de origem outros

que é o juízo da falência

*decorrido o prazo prescricional o falido deve requerer a sentença de extinção das

obrigações

Remissão: art 134 c/c art 205 CC e 167 PL

*art 135, inciso I – tem que ser comprovado o pagamento total de suas obrigações

*quando o crédito for com garantia real o falido pode novar na falência.

Remissão: art 135, inciso I c/c art 168, inciso I do PL

*inciso II – se o falido pagou mais de 40% dos créditos eles se extinguem

*controvérsia:

1a) só se referem aos créditos quirografários – Majoritária

2a) se referem a todos os créditos

Remissão: sublinhar “mais de 40%” c/c art 102, IV e 191 do CTN

Inciso II c/c art 168, II do PL

*Inciso III – sócio gerente = administrador

Remissão: sócio gerente (riscar) c/c art 1060 CC

*numa S/A os responsáveis pela sua administração é a diretoria e Conselho de

Administração ou somente a diretoria – art 138 da 6404/76

*só os diretores obrigam a S/A perante terceiros

Page 154: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

154

*desta forma, na S/A só tem importância se um diretor for condenado por crime

falimentar

Remissão: art 135, III “sócio gerente” c/c art 138 caput e §1 da lei 6404/76

Remissão: art 138 §1 da lei 6404/76 “sendo a representação da cia privativa dos

diretores”

*PL art 168, III – não se refere mais em administrador

*inciso IV – se tornou sem importância, pois a prescrição do CC já é de 10 anos – art

205 CC

O fundamento em caso de pena de reclusão é o CC e de detenção é a LF, ma ambos com

prazo de 10 anos

*PL art 168, IV – se refere a pena de prisão, englobando detenção e reclusão.

*o juiz não pode de ofício declarar a extinção das obrigações, o falido deve requerer

expressamente que seja declarada por sentença – Sentença de Extinção das Obrigações

do Falido – art 136 e 137

Remissão: art 136 c/c art 169 PL

art 137 c/c art 170 PL

*o art 134 só vai ter aplicação quando o prazo restante após o encerramento for inferior

a 5 anos. Pois, caso contrário, se aplica o art 135, III o qual prevê um prazo

prescricional especial de 5 anos.

*se o falido não requerer a sentença de extinção das obrigações após o decurso de 5

anos do encerramento ele não poderá alegar em sede de defesa a prescrição do art 135,

III

Uma vez transcorrida a prescrição (art 134 e 135, inciso III e IV) ou verificadas

as demais hipóteses de extinção das obrigações do falido (art 135, inciso I e II) caberá o

requerimento de extinção de suas obrigações, hipótese em que deve ser declarada por

sentença.

Reabilitação do Falido

*art 138

*o falido pode voltar a ser empresário individual ou ser administrador

*a reabilitação só ocorre com a sentença de extinção das obrigações

*a reabilitação se dá no caso do falido não ter sido condenado em crime falimentar

Page 155: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

155

*se tiver praticado crime falimentar o falido terá que observar o disposto no art 197

*Controvérsia: o prazo para o falido conseguir a reabilitação penal é do art 197 LF ou

do art 94 do CP?

*a corrente majoritária entende que aplica-se o art 197 por ser lei especial

Remissão: art 138 c/c art 172 PL

*Controvérsia:

*se o credor requerer a falência e antes da sentença realizar transação extrajudicial e por

tal fato requerer suspensão do processo e decretação da falência caso o acordo não seja

cumprido:

Corrente Majoritária – extinção do processo sem julgamento de mérito uma vez que

descaracterizou a impontualidade

*TRF:

NP – Prescrição

________________________

A B

dev cred

execução

Alexandre Câmara admite a declaração da prescrição de ofício por falta de um dos

requisitos de procedibilidade da ação, ou seja, perda de executoriedade do título.

O TRF admitiu argüição de prescrição pelo executado em exceção de pré-executividade

Page 156: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

156

Rio, 24/05/04

Concordata

Conceito

É um favor legal concedido ao empresário regular objetivando a sua recuperação

econômica evitando ou suspendendo os efeitos da falência já decretada.

*Roldão entende o art 1080 como exemplo de desconsideração da personalidade

jurídica.

Natureza Jurídica

*são cinco correntes, prevalecendo a teoria processualista, segundo a qual a concordata

decorre de um ato judicial (sentença)

*o PL acaba com o instituto da concordata e substitui pela recuperação, podendo esta

ser judicial ou extrajudicial – ar 45 e 73

*concordata extrajudicial = concordata branca → não é admitida sob pena de prática de

ato de falência – art 2, inciso III

Espécies

Concordata Preventiva

*art 176

*visa evitar a decretação da falência

Concordata Suspensiva

*art 177

*visa suspender os efeitos da falência

Modalidades de Concordata

Concordata Remissória

*o devedor objetiva o abatimento no valor de sua dívida

Page 157: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

157

Concordata Mista

*o devedor objetiva a prorrogação do prazo para pagamento

Concordata Mista

*visa abater e prorrogar o pagamento.

*art 156 §1º - concordata preventiva

I – 50% a vista → remissória

II – 60% em 6 meses

75% em 12 meses mista

90% em 18 meses

100% - mínimo de 2/5 no 1º ano → dilatória

*art 177 § único – concordata suspensiva

I – 35% a vista – remissória

II – 50% mínimo de 2/5 no 1º ano – mista

*na concordata suspensiva não cabe dilatória

Requisitos ou Pressupostos Genéricos

1) art 140, inciso I – empresário irregular, que tanto pode ser individual como

sociedade (em comum)

Remissão: inciso I c/c art 986 CC c/c art 158, I da lei de falência

*para o empresário requerer concordata preventiva ele tem que ter regularidade e

exercício de atividade empresária a mais de 2 anos.

1ª hipótese:

CC art 960

art 2031

2 anos para adaptações

às novas regras

Hospital

Sociedade Civil (atividade

economicamente

organizada)

RCPJ

personalidade jurídica

10 anos

Hospital

Sociedade Empresária

RPEM

Registro após 6 meses

(empresário)

Page 158: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

158

*o hospital pode requerer, nesse caso, concordata preventiva:

1ª corrente) admissibilidade

- adaptação – novo registro – natureza declaratória – validade dos atos pretéritos – ato

jurídico perfeito, direito adquirido

- preservação da empresa

*nesta primeira hipótese o hospital exercia atividade à 10 anos, regulamente registrado

no RCPJ e com o nCC adaptou-se as novas regras e se registrou no RPEM após 6 meses

de entra em vigor do CC.

2ª Hipótese: não adaptação as novas regras

*art 2031 0 preceito sem sanção

*art 967 – empresário – RPEM

*o empresário que não se adaptou não perde sua personalidade jurídica, por causa do

direito adquirido.

No entanto, não se regularizou, ao fazendo jus a concordata preventiva

*dentro desse prazo de 3 anos previsto pelo art 2031 a concordata preventiva pode ser

requerida, pois ainda não há irregularidade

3ª Hipótese: sociedade empresária – RPEM – 1 ano e 5 meses – descabimento de

concordata preventiva – art 158, I

Exceção: art 140, inciso I ≠ art 141

*o empresário individual que tenha passivo quirografário inferior a 100x o maior salário

mínimo vigente = exceção.

2) art 140, inciso II

Remissão: art 140, II c/c art 8 (auto falência)

*se não requerer a auto falência ele não pode se valer da concordata suspensiva

*o inciso II impõe que o devedor deve requerer a auto falência.

*súmula 190 STF – retirou a aplicação do art 8

O art 140 inciso II condiciona a concessão da concordata suspensiva ao prévio

ajuizamento do pedido de auto falência, dentro de 30 dias, pelo devedor que não pagar

no vencimento obrigação liquida.

Page 159: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

159

Este entendimento está ultrapassado em razão da súmula 190 do STF que admite

que o devedor impetre diretamente concordata preventiva, mesmo na hipótese do não

pagamento de obrigação a mais de 30 dias, bastando para tanto que não tenha título

protestado.

Remissão: inciso II c/c súmula 190 STF e art 158, IV

3) art 140, inciso III

1 2 3

administrador → prática de crime

1ª Corrente) tese majoritária admite o pedido de concordata na hipótese de crime

cometido por um dos seus sócios.

Fundamentos:

- Princípio da intranscedência – a pena não pode passar da pessoa do apenado

- Princípio da Preservação da Empresa

2ª Corrente) não admite

Fundamentos: art 191 da lei de falência

*o art 191 equipara a figura do administrador ao falido

*o inciso III também se aplica a sociedade empresária em relação aos crimes contra a

economia popular

Remissão: “crime contra economia popular” c/c art 173 §5 CF c/c lei 8884/94

4) art 140, inciso IV

a) devedor empresário → concordata preventiva (cumprimento) → 1 ano →concordata

preventiva

b) devedor empresário → concordata preventiva → descumprimento → falência →

concordata suspensiva

*Controvérsia: o art 140, inciso IV se refere a gênero ou espécie concordata.

*se for gênero a vedação é tanto para concordata preventiva como suspensiva

Page 160: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

160

*se for espécie se requerer a preventiva pode depois requerer a concordata suspensiva, e

vice-versa

*prevalece que refere-se ao gênero concordata.

Fundamentos: localização topográfica, pois o art 140 está no capítulo das disposições

gerais sobre concordatas

c) concordata preventiva → despacho de processamento → desistência → extinção → 2

anos → concordata preventiva → cabível pois não houve o deferimento anterior.

Remissão: inciso IV “igual favor” c/c art 156 e 177 sinal de controvérsia 156 ou 177

Page 161: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

161

§1

§2→

Efeitos da Concordata

1) art 147

*o devedor só se obriga em relação ao percentual fixado na concordata

*a concordata só obriga os credores quirografários, não abrangendo os não

quirografários

*art 156, II – proposta do concordatário

*o devedor apresentará uma lista nominal dos credores quirografários, não sendo

necessário que se habilitem

*os que não estiverem na lista precisam se habilitar

*o credor que não foi admitido no passivo da concordata (não se habilitou) também é

atingido pelos efeitos da concordata, pois mesmo após a concordata só poderá demandar

o percentual fixado na concordata – art 147 §1

*art 147 – efeitos

a) credores quirografários relacionados pelo concordatário

b) credores quirografários não relacionados pelo concordatário e habilitados

c) credores quirografários não habilitados

d) credores quirografários relacionados pelo concordatário e excluído

posteriormente → sujeição à concordata → cabível propositura de ação em face

do concordatário.

*os credores excluídos podem posteriormente propor ação para cobrar o seu crédito no

percentual da concordata

*se o credor que não constava na lista e não for admitida a sua habilitação ele não se

sujeita aos efeitos da concordata

*os não quirografários não se sujeitam aos efeitos da concordata continuando com

direito de ação para cobrança de seus créditos na totalidade

*é cabível um credor não quirografário se habilitar na concordata para cobrança de seu

crédito:

1ª) descabimento, o art 147 determina que a concordata só obriga aos credores

quirografários e Princípio da preservação da empresa – Majoritária

2ª) admissibilidade desde que o credor não quirografário renuncie expressamente a sua

garantia

*os credores posteriores não se sujeitam aos efeitos da concordata, podendo demandar

cobrando 100% do crédito

Page 162: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

162

*se o concordatário não cumpria a concordata o juiz ou decreta a falência (concordata

preventiva) ou reabre a falência (concordata suspensiva) e os créditos serão

recompostos e passam a poder ser exigidos na totalidade – art 153

2) art 163

*falência → sentença → antecipação do vencimento dos créditos vincendos

*concordata → despacho de processamento → antecipação do vencimento dos créditos

vincendos

*pedido de concordata → despacho de processamento da concordata (art 163) →

concessão ou indeferimento da concordata (súmula 264 STJ)

*a súmula 264 determina a irrecorribilidade do despacho de processamento da

concordata

Remissão: art 163 sublinha “despacho ... preventiva” súmula 264 STJ

art 163 ≠ art 25

3) art 161 §1, inciso II

*art 24 da lei de falência → sentença → suspensão das ações e execuções antes da

falência

*art 161 §1, II – despacho de processamento → suspensão das ações e execuções dos

credores sujeitos aos efeitos da concordata (art 147)

*na concordata o objetivo da suspensão das ações é o acertamento do pólo passivo

*o credor que teve sua ação suspensa e trânsito em julgado posterior ao despacho de

processamento não se sujeita aos efeitos da concordata, pois é considerado um credor

posterior.

*se ele já tinha o título executivo antes do despacho de processamento ele se sujeitará

aos efeitos da concordata uma vez que é um credor anterior.

Page 163: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

163

Emitente

devedor

concordata

60%

Habilitação

Execução

100%

Credor

quirografário

Rio, 14/06/04

4) A concordata não determina a suspensão da fluência dos juros – art 163 §1º

Remissão: art 163 §1º ≠ art 26

*na falência não há fluência dos juros

5) Art 148

*a concordata não produz novação

*se o concordatário não cumprir e a concordata foi rescindida o crédito será restaurado e

os credores poderão cobrar 100% de seus créditos.

Remissão: art 148 c/c art 153

art 153 sublinha “concorrerão … admitidos” c/c art 148

*a concordata não desonera os co-obrigados com o devedor

(avalista)

X

A B

↓ ↓

O avalista só tem direito de regresso quanto aos 60%, pois ele também é um credor

quirografário.

*o credor pode simultaneamente cobrar do devedor e do avalista, e o valor recebido

primeiro deve ser descontado do outro.

6) art 165

*os contratos bilaterais não se resolvem em conseqüência da continuação da atividade

*na falência a regra é o art 43, dependendo da manifestação de vontade do síndico.

Page 164: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

164

Remissão: art 165 c/c art 43, caput

7) o concordatário não perde a posse de seus bens em razão da continuidade da

atividade, sofrendo, contudo, restrições quanto a alienação.

*art 149 – o devedor não pode alienar os bens

Remissão: art 149 c/c art 167

*se não forem observadas as limitações do art 149 e do art 167 o efeito é a ineficácia do

ato perante a massa – art 149 § único

Cabe ao síndico Ação Revocatória

*a inobservância das limitações também pode acarretar a rescisão da concordata com a

conseqüente decretação ou reabertura da falência.

Rito Processual

Requerimento da Concordata

(Pressupostos – art 140; Requisitos da Inicial – art 159)

Despacho de Processamento da Concordata

(súmula 264 STJ)

Embargos ao pedido de concordata

(art 142; fundamentos – art 143; legitimidade – art 142 “credores”)

sentença

*Controvérsia: quais credores podem opor embargos?

1) Majoritária – todos os credores, pois a lei não faz distinção

2) Minoritária – credores sujeitos aos efeitos da concordata – art 147

Rescisão da Concordata

*art 150

*majoritariamente entende-se que esse rol é exemplificativo

*legitimidade para requerer a rescisão – art 151 – somente credores quirografários

Improcedência = deferimento

da concordata

Procedência = decretação /

reabertura da falência

Page 165: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

165

*art 151 c/c art 147

Cumprimento da Concordata

*art 155

*art 155 §4º - depende de sentença declarando o cumprimento

Remissão: sublinha “responsabilidades” ≠ art 137 §6º

art 137 §6 sublinha “obrigações” ≠ art 155 §4

art 155 §4 c/c art 147 §§1º e 2º

*a sentença de concordata não extingue as obrigações do devedor, pois ele continua

obrigado com os que não se habilitaram

Concordata Preventiva

*proposta do concordatário – art 156 §1

*requisitos para concessão – art 140 e 158

*art 158, IV:

1ª) a doutrina moderna admite a possibilidade do deferimento da concordata ainda que o

devedor tenha título protestado, devendo, contudo, o protesto ter sido lavrado dias antes

do requerimento com o único propósito de obstar o deferimento da concordata –

Princípio da Preservação da Empresa

2ª) Majoritariamente entende-se que se houve protesto não pode ser deferida a

concordata

*fundamentos da petição inicial – art 159

*art 174, I – o momento próprio para o devedor juntar a comprovação do pagamento

dos tributos não é no requerimento da concordata, e sim no prazo do art 174

*a comprovação do pagamento dos impostos não é requisito de procedibilidade do

despacho de processamento da concordata

*art 161 §1

*contudo é requisito de procedibilidade da concessão da concordata

*prazo para cumprimento da concordata: art 175

o inicio do prazo se dá na data do ingresso do pedido em juízo.

Page 166: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

166

Remissão: art 175 ≠ art 183 § único

Concordata Suspensiva

*propostas do concordatário – art 177

*prazo para o requerimento da concordata – art 178

Remissão: art 178 c/c art 185

*art 183 § único – o prazo para cumprimento se inicia com o trânsito em julgado da

sentença da concordata suspensiva

*inciso I do art 183 § único sublinha “encargos e dívidas da massa” c/c art 124

*a tese majoritária é que o artigo quando se refere a crédito com privilégio geral são

todos os créditos não quirografários (trabalhistas, fiscais, privilégio real, etc.)

*inciso II, § único, art 183 – a comprovação das quitações tem que ser feita em 30 dias

sob pena de reabertura da falência.

Sociedades Anônimas

*previsão legal: lei 6404/76

*o capital é dividido em ações

*a principal obrigação dos sócios é a integralização do capital

*subscrição ≠ integralização

subscrição – promessa da pagamento

integralização – pagamento

*art 80, I

*na Ltda não há valor mínimo para o sócio integralizar

*na S/A quando a integralização se dê em dinheiro o mínimo é de 10% - art 80, II

*se não integralizar será considerado acionista remisso.

Page 167: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

167

Rio, 21/06/04

Objeto Social

*art 21 §1º - toda S/A é empresária por força de lei.

Remissão: art 2 §1 c/c art 982 § único CC

Remissão: art 2, caput sublinha “empresa” c/c art 966 CC

*art 2, caput – critica-se a expressa “empresa com fim lucrativo”, pois a próprio

denominação empresa já pressupõe o lucro

Remissão: art 44, I e II (risca) – as associações e fundações por não terem fim lucrativo

não podem adotar a forma de S/A

*enunciado 57 CJF

*a sociedade simples pode adotar a forma de S/A (art 983), porém há controvérsia se

continua sendo sociedade simples ou se passa a ser sociedade empresária.

Nome Empresarial

*o nome empresarial se divide em firma e denominação

Podendo a firma ser individual ou coletiva

Firma Individual → empresário individual

Coletiva = razão social → pessoa jurídica

Nome empresarial

Denominação ≠ razão social

*a firma tem como base um nome civil

Ex: firma individual = José Pereira Confeitaria

firma coletiva = José Pereira Confeitaria e Cia

*a denominação não tem como base um nome civil

Ex: globex S/A

*quem assina, se obriga pela firma coletiva é o administrador e/ou titular da firma

*quem obriga a denominação é o diretor

*art 3 §1 – o nome do fundador pode constar na denominação

Page 168: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

168

*a S/A só tem denominação

Observações: Regras:

1) Sociedades regidas pelo CC/02

em nome coletivo

comandita simples

2) sociedade simples → denominação

3) sociedade cooperativa → denominação

4) sociedade limitada → firma ou denominação

5) S/A → denominação

6) Sociedade em comandita por ações → firma ou denominação

7) Sociedade em cota de participação → não tem nome – sócio ostensivo se obriga

em nome próprio.

*a sociedade simples terá denominação se não adotar uma forma específica

Companhia Aberta e Fechada

*art 4 – será aberta ou fechada de acordo com os valores mobiliários negociáveis no

mercado

*aberto quando tem os valores mobiliários negociáveis no mercado

*valores mobiliários (lei 6385/76)

- ações

- debêntures

- bônus de subscrição

- partes beneficiárias

*o rol do art 2 da lei 6385/76 é exemplificativa, visto que a CVM tem poderes para criar

novos valores mobiliários.

Remissão: art 4 sublinha “aberta” c/c art 47 § único

*as sociedades criadas após a lei 10303/01 não podem emitir partes beneficiárias

firma

Page 169: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

169

*nas S/A abertas os acionistas podem, por exemplo, negociar suas ações no mercado ou

diretamente com terceiros

*nas S/A fechadas os acionistas só podem negociar suas ações diretamente com

terceiros

*na Companhia aberta há uma maior intervenção estatal, que se materializa através da

CVM

A CVM é o órgão responsável pelo controle, fiscalização e normatização das

companhias abertas.

*natureza jurídica da CVM – autarquia federal

Natureza Jurídica das S/A

1ª Corrente) Majoritária – S/A é uma sociedade de capital

*essa corrente sofre um abrandamento quando a ompanhia é fechada

*há quem sustente que a companhia fechada se assemelha a sociedade de pessoas

*no entanto na sociedade de pessoas pode ter cláusula proibitiva da sessão de quotas, o

que não pode ocorrer numa S/A

*o que pode conter no estatuto de uma S/A é uma restrição da negociação das ações

Ex: direito de preferência

*art 36 da lei S/A

2ª Corrente) as S/A tem natureza institucional

*as S/A são verdadeiras instituições, para quem defende essa corrente

*para essa corrente o interesse maior que deve ser defendido pelo controlador é o

interesse da própria companhia

Essa corrente exclui o interesse do acionista minoritário e da coletividade em geral

*lei 10303/01 – governança cooperativa → é uma conjugação de interesses, ou seja, o

controlador tem que zelar pelo interesse da própria companhia, dos acionistas

minoritários, dos empregados e da coletividade

*a lei 10303/01 deu melhores condições para aplicação da governança cooperativa,

dando mecanismos de concreção, de aplicabilidade.

Page 170: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

170

No entanto, a governança cooperativa já estava prevista na lei 6404/76 nos arts 116 §

único e art 154. o que não havia era mecanismos legais de aplicação.

*a governança cooperativa se assemelha ao princípio a função social do contrato

*art 421 c/c enunciado 21 e 23

*caberia desconsideração da personalidade jurídica quando houver violação da função

social?

Sim, com base no art 50 CC – desvio de finalidade.

Pela Teoria Maior teria o credor que comprar a violação da função social e o desvio da

finalidade → responsabilidade subjetiva.

*pode-se também alegar violação da função social o que seria um abuso do direito,

sendo este um ato ilícito, o que gera responsabilidade objetiva – enunciado 37 CJF

Companhia Aberta

Registro

*a lei impõe dois registros na CVM:

1º) art 4 §1 – registro da companhia aberta

2º)art 4 §2 – registro da emissão de valores

*Ex: emissão pública de debêntures → registro da emissão dos valores na CVM

Cancelamento do Registro da Companhia Aberta (fechamento de capital)

*quando se realiza o cancelamento do registro da CVM a companhia se transforma de

aberta em fechada

Companhia Aberta

Cancelamento do

registro da CVM

companhia fechada

*quem determina o cancelamento do registro é o controlador

*para os minoritários a conseqüência é a perda de liquidez das ações

*art 4 §4 – exemplo de governança coorporativa

Page 171: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

171

Rio, 05/07/04

Remissão: art 4º §4º “ações em circulação no mercado” c/c art 4-A §2º

*ação em tesouraria é quando a própria sociedade adquire suas ações

Remissão: art 4-A §2º “em tesouraria” c/c art 30 §1º

1 2 3

governança corporativa minoritários

tutela dos minoritários

oferta pública aos minoritários ← controlador → fechamento de capital

↓ ↓

compra das ações por preço justo cia aberta → fechada

perda da liquidez das ações

*art 4º §5º - resgate é a venda obrigatória, venda compulsória

Remissão: art 4 §5º “resgate” c/c art 44 §1º

*os critérios para fixação do preço justo são objetivos e estão previstos no art 4º §4º

*art 4-A – permite o requerimento de assembléia com finalidade de oposição ao critério

para fixação do preço justo para que haja essa oposição os acionistas devem ter no

mínimo 10% das ações

*se um acionista com menos de 10% das ações não concordar com o preço justo eles

podem intentar ação judicial para revisão do preço justo fixado – Corrente Majoritária

Fundamento: inafastabilidade da apreciação judicial.

*art 4-A “mínimo de 10%” ≠ art 5º, inciso XXXV da CF

*nesta ação não se requer que o juiz fixe o preço justo e sim que reveja os critérios

adotados para que se realize perícia e fixa com a realização do contraditório o preço

justo.

Fechamento Branco de Capital

*para o investidor quanto mais pulverizado o capital mais atraente fica as ações, isso

porque aumenta as chances de assumir o controle da S/A

Page 172: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

172

*fechamento branco é quando o controlador adquire percentual de capital que gere a

iliquidez das ações.

Essa iliquidez é gerada quando o controlador adquire grande percentual.

*art 4 §6º - fechamento branco de capital

a cia aberta continua sendo aberta

*art 4º §4º - A→F

art 4º §6º - A →A

Capital Social

*art 5º - o capital social tem que ser corrigido anualmente

*art 5º § único c/c art 4º § único da lei 9249/95

*o capital social não pode ser corrigido pela correção monetária – art 4 § único da ei

9249

Formação do Capital Social

*art 7

*a lei não admite a contribuição em serviços

*tem que integralizar no mínimo 10% quando a integralização for feita em dinheiro

*art 7 “em dinheiro” c/c art 80, inciso II

*quando for bem imóvel a lei dispensa a escritura pública para que seja incorporada a

cia – art 89 caput

*a transferência da titularidade do imóvel requer o registro na Junta Comercial e RGI da

ata da assembléia – art 98 §2º

*art 7 “bens” c/c art 89, art 98 §2º, art 156, inciso II §2º CF c/c art 36, inciso I do CTN

*não há necessidade de pagamento de imposto de transmissão, pois o que ocorre é uma

incorporação.

Avaliação de Bens

*quem avalia os bens são os próprios sócios

*art 8 ≠ art 1055, §1º CC

Page 173: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

173

Alteração do Capital Social

→ Aumento

*em razão do princípio da intangibilidade do capital social a alteração só pode decorrer

de lei ou do estatuto – art 6

*art 166, inciso I c/c art 5 § único c/c lei 9249 – não pode correção monetária

cia A

CS = 90

Estatuto ← aumento → AGE Ext – art 166, IV

reforma 180

Registro na Junta Comercial

cia B → sociedade de capital autorizado

CS = 90

conselho administrativo→limite do aumento

180 autorização estatutária

*art 168 – sociedade de capital autorizado

*nas companhias de capital autorizado o conselho de administração é órgão de

existência obrigatória.

*art 168 c/c art 138 §2º “capital autorizado”

*art 168 §3 – opção de compra de ações – a cia pode deliberar que parte do aumento

seja destinado a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem

serviços à cia ou à sociedade sob seu controle.

*esta opção diminui o número de ações oferecidas aos acionistas da cia

*os acionistas não podem se opor a essa opção se estiver prevista no estatuto.

*art 171 “acionistas ... capital” ≠ art 168 §3º

*quem vai deliberar quantas ações serão oferecidas na opção de compra é a assembléia

*art 167 – prevê a correção monetária anual.

Page 174: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

174

*art 167 c/c art 5

*art 169 – aumento mediante capitalização de lucros ou reservas

*o lucro pode servir para aumentar o capital social.

S/A

CS = 90

+ 90 +

1 2 3 180

Lucro = 90

30 30 30

VN = 1,00 → VN = 2,00 VN = 1,00 → 60 ações ÷ aumento do número de ações

VN = 2,00 → manutenção do número de ações

*art 170

preço de emissão → venda → 2,00

ágio 90,00 – reserva de capital – art 13 §2

*a cia não pode arbitrariamente fixar o preço de emissão de forma aleatória

*a fixação dos critérios objetivos do art 170 §1º é uma tutela dos minoritários –

Governança Corporativa

Se houver a fixação aleatória os minoritários podem requerer tutela jurisdicional para

anular a venda do preço fixado.

*o critério do art 170, inciso III pode gerar uma diluição na participação societária, mas

ela não será injustificada.

CS = 90

÷ número de ações

90

VN = CS ÷ número

de ações

1,00

Page 175: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

175

Rio, 19/07/04

(não assisti)

Redução do Capital Social

*hipóteses – art 173

1 – se houver perda – prejuízos

2 – ser excessivo o capital

Ex: sócio

* “ou se julgado excessivo” c/c art 45, §6º, c/c art 107, §4º

*art 173 c/c art 1083 e 1084 CC

Valores Mobiliários

1 – ações – frações do capital social que conferem ao seu titular direito de participação

natureza jurídica: controvérsia:

1ª) são espécies do gênero valor mobiliário

2ª) bem móvel

3ª) título de legitimação que confere ao acionista direitos pessoais e patrimoniais

4ª) título de crédito impróprio – quem critica é Tavares Borba – não tem atributos

referentes os títulos.

Classificação:

a) quanto a natureza dos direitos ou vantagens:

art 15

a.1) ordinárias – conferem os direitos essenciais elencados por lei – art 109, art 15

“ordinária” c/c art 109, 110 e 120

Divisão – em classe – art 15 §1º c/c art 16 (divisão)

a.2) preferenciais – limite de emissão

art 15 §2º - aumento do percentual do controle

a.3) de fruição

*o voto não é um direito essencial

*art 15 §2º - “sem direito a voto ... exercício desse direito” c/c art 111, caput

*a restrição do direito de voto dependerá de cláusula restritiva. Na omissão contratual a

ação terá assegurada direito de voto – majoritária – art 111

Page 176: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

176

*art 15 §2 c/c art 8 §1 da lei 1003

*art 8, §1 aplicação da proporção do art 15, §2

*percentual: art 15 §2 → 50%

I – se aplica imediatamente as novas cias

II – cia fechada (anteriores a lei 10303) → abertas

OBS: fechada → fechada → 2/3

↓ ↓

antes 10303 depois 10303

*só se abrir o capital social é que vai ter que se adequar

III – cia aberta (antes) – 2/3

*art 17 lei de S/A

*antes da Lei 10303/01 0 dividendo diferenciado sobre as ações ordinárias → regra

Ex: ação ordinária – 1%

Ação preferencial – 5%

1% dividendo diferenciado

*art 17 “podem consistir” – estatuto

*Vantagens:

a) art 17, inciso I – prioridade na distribuição de dividendos em relação as ações

ordinárias – é uma expectativa de direito uma vez condicionada a existência de lucros,

salvo se cumulativos os dividendos.

b) art 17, inciso II – prioridade no reembolso do capital social – c/c art 215 – é cabível

quando da liquidação da cia.

c) art 17, inciso III – acumulação dos incisos I e II do art 17

*art 17 §1º - ação preferencial sem voto ou com voto restrito, admissibilidade da

negociação em mercado – atribuição de pelo menos uma da vantagens do art 17 §1º

(tutela do minoritário)

II – dividendo diferenciado no mínimo 10% a mais do que o das ações ordinárias

III – alienação de controle de cia aberta

*art 17 §1 – “sem direito voto ... direito”

*art 116 - “pessoa jurídica” c/c art 243 §2 “grupo ... voto” c/c art 118, caput

Ato jurídico

perfeito, direito

adquirido

Page 177: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

177

*requisito para a pessoa natural ser controlador:

a) maioria do capital votante e,

b) uso efetivo do poder (é o comparecimento do controlador às Assembléias)

*prazo para sanção ao controlador que não comparecer a Assembléia:

1 – Fábio Ulhoa – violação ao requisito da alínea b

2 – Tavares Borba – só vai haver a violação do requisito da alínea b quando houver a

ausência a no mínimo três assembléias consecutivas – majoritária.

*Conseqüências da violação do art 116, alínea b:

1 – art 117 suspensão

2 – art 120 dos direitos

*o controlador pode ser representado na assembléia

*o art 116, alínea b não se aplica a pessoa jurídica que para está só é exigido a alínea

“a” conforme o disposto no art 243

*requisito para a pessoa jurídica ser controlador – art 116, a

*art 254-A – oferta pública de ações (compra das ações dos minoritários) – oferta –

mínimo de 80% pago por ação ao controlador

*o acionista com ações preferenciais não são incluídos na oferta pública, exceção: a)

previsão estatutária; b) art 17 §1º, inciso III

OBS: isso tudo é chamado de tag along

*art 254-A – “oferta pública de aquisição das ações com direito a voto” c/c art 17 §1,

inciso III

Page 178: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

178

Rio, 26/07/04

*Golden share – conceito no ar 17 §7º - ação preferencial, classe especial atribuída ao

ente desestatizante → desestatização

confere poder de veto em determinadas deliberações

*desestatização ≠ privatização

*art 15 – “de fluição” /c art 44 §2º

*ação de fluição é uma ação amortizada (art 44 §2º)

Classificação das Ações quanto as formas

*art 20 – todas as ações devem ser nominativas

*art 20 c/c lei 8021/90 – essa lei extinguiu as ações endossáveis e ao portador

Negociabilidade das Ações

*art 29 – tem que ter integralizado no mínimo 30% do preço de emissão

Limitações da Negociabilidade

1) Cias Fechadas – art 36

*Ex: direito de preferência

*art 36 – “pode impor limitações” c/c art 171

*o estatuto não pode proibir a venda de ações, só podendo limitar

*na sociedade limitada o estatuto pode impedir a venda das ações

2) Cias Abertas

*art 37 – suspensão temporária da negociação das ações no mercado de valores

Direito de Voto

*art 110

*cada ação ordinária corresponde a um voto

Page 179: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

179

*§2º, art 110 – veda o voto plural

*art 110 §2º ≠ art 141

*o art 141 disciplina o voto múltiplo

*as ações preferenciais podem não ter direito a voto

O direito de voto não é um direito essencial, não estando elencado no art 109

uma vez que o estatuto poderá suprimir ou restringir este direito nas ações preferenciais.

Aquisição do Direito de Voto nas Ações Preferenciais

*art 111 §1º - o titular de ação preferencial que não receber os dividendos por no

máximo três exercícios adquire o direito de voto até que seja pago. Tal aquisição não é

permanente, só perdura até que a cia cumpra sua obrigação de pagar dividendos.

*art 17 c/c art 111 caput e §1º

*são três exercícios consecutivos (§1)

Voto Abusivo

*art 115 – conceito

*art 115 §3º - conseqüência

*art 115 caput c/c §3

*o voto abusivo não pode ser anulado, o acionista é que responde por perdas e danos

*voto abusivo ≠ voto conflitante

*art 115 §1 – voto conflitante

*art 115 §4 – conseqüências

o voto conflitante é anulável, respondendo o acionista pelos danos causados à cia

Remissão: art 115 §1 c/c §4º

Acordo de acionista

*art 118

a) compra e venda de ações

Page 180: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

180

b) direito de preferência

c) exercício do direito a voto – poder de controle

*o acordo só tem validade quando for arquivado na sede da cia.

*natureza jurídica – negócio para-social

*se o acordo não for arquivado a cia não se obriga a respeitar este acordo.

*majoritariamente entende-se que o rol do art 118 é taxativo

*se o acordo versar sobre matéria diversa não será oponível a sociedade, sendo apenas

aos signatários do mesmo.

O art 118 é taxativo, admitindo-se conduto a celebração de acordo sobre matéria

diversa vinculando tão-somente os signatários do acordo.

*o direito de preferência pode ocorrer tanto na cia fechada como na aberta.

*quando o direito de preferência pode ser instituído na cia fechada?

- no próprio estatuto (art 36)

- acordo de acionistas

*na cia aberta só se pode falar em direito de preferência no acordo de acionistas

*no acordo sobre o exercício do direito de voto todos acordam votar no mesmo sentido

para adquirir o controle

*§4º, art 118 – limita-se a circulação das ações na cia aberta

*art 4 – “aberta” c/c art 118 §4

*o acordo tem que ter prazo determinado

*art 118 §3º - esse acordo é titulo executivo extrajudicial

*art 118 §3º c/c art 585, inciso VII do CPC e art 632 e art 641 do CPC

*§§8 e 9 do art 118

*art 118 §8 – votação do acionista signatário do acordo em sentido contrário ao

acordado – se tiver arquivado na sede da cia o voto não será computado. Se não tiver

arquivado o voto será computado.

*se o acionista signatário do acordo votar de forma diversa os outros podem propor

execução especifica do acordo, requerendo obrigação de fazer, onde a sentença

substituirá a vontade do acionista.

Cabe também perdas e danos.

Page 181: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

181

Ainda cabe exclusão do acionista do acordo com base na quebra da affectio.

*art 118 §9 – se o signatário do acordo não comparece à assembléia ou fica omisso (não

vota) a parte prejudicada pode vota com as ações do signatário.

*há quem sustente a inconstitucionalidade do §9 com fundamento no direito de

propriedade (CF art 5, XXII e caput)

Direitos Essenciais do Acionista

*art 109

*art 109, inciso V - direito de retirada

*art 109, inciso V c/c art 1077 CC e art 45 da lei 6404

Page 182: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

182

Rio, 02/08/04

Direitos Essenciais do Acionista

*art 109, inciso V – direito de retirada

*direito de retirada é o direito que se confere ao acionista de se retirar da sociedade nos

casos previstos em lei.

*art 45 – conceito de reembolso

*as principais hipóteses que permitem a retirada são art 136 c/c art 137

*inciso I ao IV ar 136

Remissão: art 136, inciso IV e V c/c art 137

*o art 137 restringe as hipóteses de retirada

*liquidez da ação é quando a ação integrar índice oficial no mercado de valores → cia

aberta (alínea a, inciso II, art 137)

*no direito de retirada a própria cia se obriga pelo reembolso

*art 137, inciso II – Princípio da preservação da empresa.

*quando houver liquidez das ações descabe o direito de retirada

*dispersão no mercado é quando não há concentração de grande número das ações nas

mãos de um acionista.

*art 136, inciso IX c/c art 137, inciso III

*art 137, §3 – admite a reconsideração da deliberação ensejadora do direito de retirada

sempre que este colocar em risco a atividade da cia.

Partes Beneficiárias

Cia fechada 0 art 47 § único → partes beneficiárias

*natureza jurídica das partes beneficiarias – espécie de valor mobiliário.

*a emissão pode ser onerosa ou gratuita (art 47)

*art 46 – o titula de partes beneficiárias pode negociá-las, não no mercado, pois é cia

fechada

*art 46 “títulos negociáveis” c/c art 47 § único

Page 183: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

183

*art 46 §1º “direito de crédito eventual” ≠ art 52

*é eventual pois a cia pode ter resultado positivo ou negativo

*o titular de partes beneficiárias não é acionista, é um mero credor da cia.

O único direito que ele tem é de fiscalização.

*art 46 §3º “direito privativo de acionista” c/c art 109 e 110

§3º ≠ art 51 §2º

*art 51 prevê assembléia especial de titular de partes beneficiárias e o §2º atribui a cada

parte um direito de voto em relação aquelas matérias restritas.

*art 48 – prazo de duração deve ser fixado pelo estatuto

*art 48 §2º - permite que as partes beneficiarias sejam emitidas com ou sem cláusula de

conversibilidade em ações

*quando for emitida com cláusula de conversibilidade em ações os acionistas devem ter

direito de preferência.

Remissão: art 48 §2º c/c art 171 §3º

Debêntures

*cia aberta ou fechada pode emitir debêntures

*o objetivo da cia com a emissão é a capitalização

*o aporte de capital tem natureza de mútuo, pois o debenturista capitaliza a cia e esta se

obriga em restituir o valor com os devidos acréscimos.

*art 52

*art 55 – vencimentos

*o vencimento pode ser condicionado – art 55 §3º

*art 57 – conversibilidade das debêntures em ações.

§1º - o direito de preferência deve ser observado.

*art 58 – espécies

*art 58 c/c art 102 da lei de falências

*competência para deliberação

regra: assembléia geral – art 59

Page 184: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

184

exceção - §1

Remissão: art 59 “assembléia geral” c/c art 122, inciso IV

*nas cias abertas há delegação de competência ao conselho de administração

observados dois requisitos:

1) a debênture não tinha cláusula de conversibilidade

2) não tinha garantia real

*limite de emissão de debêntures:

regra – art 60 – capital social da cia

exceções - §§1º a 4º

*agente fiduciário dos debenturistas

*a emissão de debêntures importa na comunhão de debenturistas que será representada

pelo agente fiduciário.

*inicialmente a nomeação do agente fiduciário é feita pela própria cia na escritura de

emissão (art 61 e 66).

Cabe, posteriormente, a sua substituição (art 67)

*legitimidade para o cargo de agente fiduciário – art 66 §3º

*controvérsia: há obrigatoriedade do agente fiduciário quando da emissão de

debêntures?

1º) art 66 caput – é obrigatória a nomeação tanto nas cias abertas quanto fechadas

2º) art 64, inciso XI e art 67 § único – só é obrigatório nas cias abertas – Majoritária.

*deveres e atribuições:

art 68 §3 – o agente fiduciário tem legitimidade extraordinária, pois age em nome

próprio defendendo direito alheio.

Remissão: art 68 §3 c/c art 6 CPC

*Controvérsia: a legitimidade do agente fiduciário é exclusiva:

1º) o agente fiduciário tem legitimidade exclusiva para propositura de ação, só cabendo

aos debenturistas o ajuizamento das respectivas ações quando da inércia do agente

fiduciário – Majoritária.

*responsabilidade do agente fiduciário – art 68 §4 – se o agente fiduciário ficar em

inércia ele será responsabilizado.

2º) a legitimidade é concorrente

*art 68 §3º, alínea c – o credor com garantia real para requerer a falência teria que

renunciar a sua garantia.

Page 185: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

185

*art 68 §3º alínea c c/c art 9, inciso III, alínea b da lei de falência.

*art 68 §5º c/c art 58

Bônus de Subscrição

*só pode ser emitido por cia de capital autorizado.

*art 168 – conceito de cia de capital autorizado.

*a emissão pode ser:

- gratuita – vantagem adicional

- onerosa

*a cia se obriga a aumentar seu capital social dentro do prazo estipulado

*na emissão do bônus de subscrição já deve ser fixado o preço de emissão das ações a

serem emitidas

*impõem-se o direito de preferência aos acionistas.

*art 75 c/c art 171 §3

Órgãos da Cia

Assembléia Geral

*órgão máximo da cia

*art 121

*é órgão de deliberação

*art 122 – competência exclusiva da assembléia geral, sob pena de nulidade

*competência para convocação: art 123 (regra geral) e § único (regras especiais)

*art 124 c/c art 1152 §3º CC

*art 124 §4 c/c art 1152 §3 CC

*quorum geral de instalação – art 125

*quorum qualificado de instalação – art 135

Remissão: art 125 “ressalvadas as exceções previstas em lei” c/c art 135

Page 186: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

186

*quorum geral de deliberação – art 129

*quorum qualificado de deliberação – art 136 e art 129 §1

*art 129 “ressalvadas as exceções previstas em lei” c/c art 136 e art 129 §1

*representação dos acionistas na assembléia – art 126 §1

*art 1074 §1 CC c/c art 126 §1

*espécies de assembléias – art 131 – Assembléia Geral Ordinária (art 132) e Assembléia

Geral Extraordinária (art 135)

*a AGO é obrigatória a realização anual

*art 132 c/c art 1078 CC

*art 132 – o rol é taxativo

*tudo que não for objeto de AGO será de AGE

Desta forma o objeto da AGE é residual.

Page 187: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

187

Rio, 16/08/04

*o conselho é órgão colegiado, sendo obrigatório nas cias abertas de capital autorizado e

cia de economia mista

Remissão: art 138 §2º c/c art 239

*art 140 – composição do conselho

*requisitos para o exercício do cargo – art 146 → em regra tem que ser acionista, salvo

o disposto no art 140 §único

*o estatuto pode prevê a possibilidade de empregados participarem do conselho de

administração.

Remissão: art 146 ≠ art 140 §único

Voto Múltiplo

*cada ação dá direito a um voto

*art 141 – o número de ações deve ser multiplicado pelo número de vagas no Conselho

Administrativo.

*o voto múltiplo é uma tutela do minoritário, uma vez que faz com que seja possível os

minoritários a elegerem um representante.

Remissão: art 141 = art 110 → o voto múltiplo não viola a regra de que cada ação

corresponde a um voto

Diretoria

*art 143 – composição

*art 144 – os diretores podem outorgar poderes a mandatários.

*art 144 c/c art 1018 CC

*os membros da diretoria podem ou não ser acionistas

*art 152 – remuneração dos diretores e dos membros do Conselho.

*art 153, 154 3 155 – deveres do administrador

*o art 154 conjuga os interesses da sociedade, do bem público e da cia – Princípio da

Preservação da Empresa e Função Social do Contrato

Page 188: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

188

*art 155 §1º - dever imposto ao administrador de cia aberta

*art 155 §4º - insider trading – o administrador não pode se beneficiar de informações

sigilosas que só ele tem acesso.

Remissão: art 155 §4 c/c art 27 da lei 6385/79

*art 156

*art 157 – dever de informar imposto nas cias abertas

*art 157 §6º - disclosure – é a transparência de informações que deve existir numa cia

aberta

*art 157 §6º c/c art 116-A e 165-A

*art 158 e 159 – responsabilidade dos administradores.

*não há o que se falar em teoria da desconsideração, pois a própria lei já prevê a

responsabilidade do administrador.

*art 158 ≠ art 50 CC

Conselho Fiscal

*art 161 – composição

*é órgão de existência obrigatória

Remissão: art 161 “terá” ≠ art 1066 CC

*o funcionamento pode ser permanente ou eventual

Remissão: “modo permanente” c/c art 240

*art 162 – requisitos e impedimentos para o cargo

*competência – art 163

*art 165

Dissolução da Sociedade

Fases da Dissolução

Page 189: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

189

1) Dissolução Propriamente dita

*fase originária que desencadeia as demais

*nas sociedade regidas pelo CC a dissolução se dá por art 1033 c/c art 1044 CC

*art 1034 e 1035 CC

*S/A: art 206

inciso I – dissolução de pleno direito

inciso II – dissolução judicial

inciso III – dissolução administrativa

*a sociedade conserva sua personalidade jurídica durante a dissolução – art 207

2) Liquidação

*é a realização do ativo para pagamento do passivo

*CC: art 1102 §único – legitimidade do liquidante

*S/A: art 208 – legitimidade do liquidante

*formas de liquidação:

- ordinária – feita dentro da própria cia ou sociedade

- judicial – liquidante judicial – art 1037 CC c/c art 209 da lei 6404/76

- extra-ordinária – típica das instituições financeiras – lei 6024/73

*RAET – Regime de Administração Especial Temporária.

*a RAET visa a recuperação da sociedade – ocorre a substituição dos administradores

*na intervenção e na liquidação ocorre o afastamento dos administradores

*a intervenção visa a recuperação.

Mas, o procedimento é diverso do RAET

*art 6 da lei 6024/73 – efeitos da intervenção

*a liquidação visa a extinção da sociedade

*responsabilidade dos administradores – inquérito administrativo para apurar a

responsabilidade dos administradores:

a) suspensão do mandato

b) administrador há menos de 12 meses da intervenção ou liquidação

*art 18 da lei 6024/72

aliena a – suspensão das ações e execuções individuais em face da sociedade.

Page 190: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

190

As execuções ficam suspensas para que ocorra a habilitação.

As ações ficam suspensas para que ocorra o acertamento do pólo ativo.

*a parte final do art 18 é considerada inconstitucional, pois fere o princípio da

inafastabilidade do judiciário – art 5, inciso XXXV da CF.

*CC: art 1103 CC

S/A: art 210

*art 1103, inciso IV – dever do liquidante de finalizar os negócios da sociedade

*em regra o liquidante não pode contrair novas obrigações, salvo o disposto no art 1105

§único.

Remissão: art 1103, inciso IV “ultimar os negócios da sociedade” ≠ art 1105 §único

*art 206 inciso IV

*art 211 caput e §único – não admite que o liquidante contraia novas obrigações

*pagamento do passivo

CC – art 1106 – na liquidação também há ordem de preferência, sendo está a mesma da

falência. Ocorre a antecipação do vencimento das dívidas.

S/A – art 214

*os acionistas titulares de ações de gozo ou fruição recebem antecipadamente quantias

que lhes tocariam quando da liquidação da cia.

Remissão: art 214 c/c art 44 §2

3) Partilha

*é a divisão do remanescente da liquidação entre os sócios, se houver

*CC: art 1107

S/A: art 215

4) Extinção da Sociedade

*CC: art 109 – a extinção se dá com a baixa dos atos no órgão competente

S/A: art 216 §1º c/c art 1109

*o art 216 §1o não se refere a baixa dos atos, mas é necessária

*art 216 §1º “cia se extinguirá” c/c art 219

*responsabilidade do liquidante: art 1104 e 1109 CC

Page 191: Direito Empresarial - MÔNICA GUSMÃO

Direito Empresarial – Prof. Mônica Gusmão

191

*art 217 S/A

*CC art 1110 – o credor tem que demandar individualmente o que cada um recebeu na

partilha e cabe ação de perdas e danos contra o liquidante.

*art 218 S/A

*o CC não prevê o direito de regresso

Remissão: art 1110 c/c art 218