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DIREITO EMPRESARIAL JOSÉ RODRIGO D. VIEIRA

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: ART. 1142-491 CC e ART. 512 E SS lei 8245/91 – complexo de bens. Integram a noção de estabelecimento os bens materiais e imateriais. Sempre está dentro da esfera patrimonial. Empresa é a atividade econômica organizada. MATERIAS OU CORPÓREOS: ex – mobiliários, utensílios, produtos em estoque.

1 Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente. 2 Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. § 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. § 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade. § 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo. § 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. § 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.

DIREITO EMPRESARIAL

PONTO 1: ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL PONTO 2: REGISTRO PÚBLICO PONTO 3: ---

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DIREITO EMPRESARIAL JOSÉ RODRIGO D. VIEIRA

IMATERIAIS OU INCORPÓREOS: intangíveis. Ex: marca, segredo industrial, o nome empresarial e o ponto. O imóvel onde está instalado faz parte do estabelecimento? Não, pois para vender o imóvel faz-se por escritura pública. Posso vender o estabelecimento por contrato de trespasse e reservando o domínio de onde o estabelecimento está instalado. A estabilidade do estabelecimento é importante para os negócios. Lei 8245 tutela o interesse do empresário em manter o estabelecimento em determinado imóvel, preenchido alguns requisitos legais. CARACTERÍSTICAS: _ Objeto: instrumento da atividade empresarial, podendo ser objeto de relações jurídicas. Alienação do estabelecimento (trespasse), por exemplo. _Natureza jurídica: universalidade de fato. Art. 903 CC. _Aviamento: atributo que consiste no acréscimo de valor gerado pela reunião dos bens integrantes do fundo de comércio, que tem o propósito de gerar riquezas. Aptidão para obtenção de lucros = goodwill of a trade. Vale mais do que o patrimônio, pois gera riqueza, isto é, dependerá do valor de mercado do estabelecimento que está mais vinculado a capacidade de gerar riquezas do que o próprio investimento do estabelecimento. LOCAÇÃO EMPRESARIAL _ PONTO EMPRESARIAL: o imóvel não integra o estabelecimento, mas o LOCAL onde está instalado é condição fundamental para o sucesso da atividade empresária. *REQUISITOS: A) contrato escrito e de prazo determinado; b) 5 anos de relação locatícia. C) 3 anos explorando a mesma atividade ( art. 51, I, II, III da lei 8245/91) *DIREITO DE INERÊNCIA: A) há renovação compulsória do contrato de locação, por igual prazo, independentemente da vontade do locador; ou b) indenização pela perda do ponto no caso de não renovação (art. 52, §3º4). O

3 Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. 4 Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo.

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DIREITO EMPRESARIAL JOSÉ RODRIGO D. VIEIRA

exercício desse direito que é potestativo, feito através de AÇÃO RENOVATÓRIA, a ser proposta nos primeiros 6 meses, do último ano do contrato a renovar. Para exercer o direito de inerência, precisa estar cumprindo o contrato. O aluguel quem arbitra é o juiz. *EXERCÍCIO DO DIREITO: propositura da ação renovatória nos primeiros 06 meses do último ano do contrato. (art. 51, §5º lei 8245). Art. 575 da lei 8245 – denúncia vazia, imotivada, retomada do imóvel concedendo 30 dias. Acontece nos contratos escritos por prazo indeterminado. Se for determinado não acontece. ==01/01/06 ====31/12/08 (renovação amigável) == 01/01/09 == 01/01/01=(propor AÇÃO RENOVATÓRIA)=30/06/06 === 31/12/11=== (decorrido o prazo deve entrar com renovatória novamente e assim sucessivamente). TRESPASSE (VENDA): É a operação pela qual o empresário vende a outro o seu estabelecimento empresarial. (alienação do estabelecimento) VENDA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

CESSÃO DE QUOTAS DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA

Altera-se a figura do seu titular que passa a ser o seu comprador.

Não há alteração com relação ao titular do estabelecimento que continua o mesmo.

A venda do estabelecimento se dá mediante desfazimento de parte dos bens – mudança externa.

A venda se dá mediante cessão de quotas sociais ou a comercialização de ações – mudança interna.

_ CONDIÇÕES DE EFICÁCIA PARA TRESPASSE: ART. 11446 (regra cumulativa) - 457 cc (regra alternativa);

3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar. 5 Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação.

6 Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 7 Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.

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DIREITO EMPRESARIAL JOSÉ RODRIGO D. VIEIRA

_ SUCESSÃO POR DÍVIDAS: ART. 11468 CC, ART. 109, 44810 CLT, ART. 13311 CTN. O alienante fica responsável solidariamente, por um ano pelas dívidas trabalhistas e tributárias. Exceção - Lei 11101 – NÃO HÁ SUCESSÃO DE DÍVIDAS– recuperação judicial – (art. 60, §único12); Falência – (art. 141, II13) Art. 1147-49 CC - o alienante não pode fazer concorrência com o alienado por 5 anos. Com a venda do estabelecimento ocorre a sub-rogação do adquirente nos contratos (contratos de trabalho, de fornecimento) salvo os de caráter pessoal (de profissionais como contadores, advogados, bancários, locação (é necessário a notificação do locador)). Sub-roga-se nos créditos.

8 Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 9 Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. 10 Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

11 Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I – em processo de falência; (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005) § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005) III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005) § 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 12 Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei. Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, observado o disposto no § 1o do art. 141 desta Lei. 13 Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo: I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo; II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.

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DIREITO EMPRESARIAL JOSÉ RODRIGO D. VIEIRA

CONCEITO DE REGISTRO: ato ou efeito de escrever certos fatos ou atos para dar-lhes autenticidade, publicidade e eficácia; a instituição, órgão ou cartório onde se faz a inscrição ou a transcrição, de atos, fatos, títulos e documentos; OBRIGAÇÕES GERAIS DOS EMPRESÁRIOS

OBRIGAÇÕES GERAIS DOS EMPRESÁRIOS ARQUIVAMENTO DO ATO CONSTITUTIVO PERANTE JUNTA (ART. 96714 CC)

MANTER ESCRITURAÇÃO REGULAR (LIVROS) ART. 117915 CC

LEVANTAR BALANÇO PATRIMÔNIO E RESULTADO ANUAL (ART. 1179 CC)

ART. 96716 CC, 4517 CC. LEI 8934/94 - FINALIDADES do registro público de Empresas mercantis (art. 1º18) 1) Garantia ao empresário – doutrina entende que é proteção à própria identidade

do empresário. 2) Publicidade: torna os atos acessíveis ao conhecimento de todos. Presunção de

ciência ‘erga omnes’. 3) Autenticidade: é do autor a quem se atribui. Certeza quanto à veracidade do

ato, declaração ou documento. 4) Segurança: reduz o risco para quem realiza negócios com empresários.

Segurança ao próprio mercado. 5) Eficácia: produção de efeitos. Criação ou extinção de direitos e deveres,

pretensões e obrigações, ações e exceções. Probatória. Quando um sócio se retira é preciso que a alteração seja levada ao registro.

14 Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.

15 Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. § 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. 16 Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 17 Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. 18 Art. 1º O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, subordinado às normas gerais prescritas nesta lei, será exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com as seguintes finalidades: I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei; II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento.

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DIREITO EMPRESARIAL JOSÉ RODRIGO D. VIEIRA

SINREM – SISTEMA NACIONAL DE REGISTRO DE EMPRESAS MERCANTIS: os serviços do registro público de empresas mercantis serão exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo SINREM. Os servidores do registro público de empresas mercantis serão exercidos em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo SINREM. Os registros tem natureza híbrida. Questões técnicas são de competência da justiça federal e administrativas a justiça comum estadual. Art. 3219 da lei 8934/94 – ATOS DO REGISTRO = matrícula; arquivamento; autenticação. _ matrícula – agentes auxiliares do comércio (leiloeiro, tradutores públicos, intérprete, trapicheiros, administradores de armazéns gerais (ligados ao comércio marítimo)) – art. 32, I. _ autenticação – da escrituração dos empresários devem atender os requisitos intrínsecos e extrínsecos ... art. 118120 CC. Sem isso, os livros não tem eficácia probatória. _ art. 1190-9121 CC – para fins penais, os livros empresariais são equiparados a documentos públicos. _ arquivamento – art. 32, II – atos constitutivos, alteração, dissolução e extinção de empresários individuais... dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedades...

19 Art. 32. O registro compreende: I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais; II - O arquivamento: a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976; c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; d) das declarações de microempresa; e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis; III - a autenticação dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria. 20 Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis. Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios. 21 Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência. § 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão. § 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o respectivo juiz.

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NÃO PODE SER ARQUIVADO – ART. 3522 – atos contrários a lei, aos bons costumes... atos que não atendam cláusulas essenciais... PRAZO PARA ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS: art. 3623 – 30 dias contados da assinatura. A eficácia retroage a data da assinatura do documento, podendo em caso de fraude, não retroagir. Se for após os 30 dias a eficácia será a partir do despacho que conceder. EXAME DAS FORMALIDADES – art. 4024. Verificada a existência de vício insanável será indeferido. Ex – atividade ilícita. Proteção ao nome – art. 116625 CC, 3326, 3427, 5928, 60, §1º29 8934/94 (LEI DE REGISTROS EMPRESARIAIS). 22 Art. 35. Não podem ser arquivados: I - os documentos que não obedecerem às prescrições legais ou regulamentares ou que contiverem matéria contrária aos bons costumes ou à ordem pública, bem como os que colidirem com o respectivo estatuto ou contrato não modificado anteriormente; II - os documentos de constituição ou alteração de empresas mercantis de qualquer espécie ou modalidade em que figure como titular ou administrador pessoa que esteja condenada pela prática de crime cuja pena vede o acesso à atividade mercantil; III - os atos constitutivos de empresas mercantis que, além das cláusulas exigidas em lei, não designarem o respectivo capital, bem como a declaração precisa de seu objeto, cuja indicação no nome empresarial é facultativa; IV - a prorrogação do contrato social, depois de findo o prazo nele fixado; V - os atos de empresas mercantis com nome idêntico ou semelhante a outro já existente; VI - a alteração contratual, por deliberação majoritária do capital social, quando houver cláusula restritiva; VII - os contratos sociais ou suas alterações em que haja incorporação de imóveis à sociedade, por instrumento particular, quando do instrumento não constar: a) a descrição e identificação do imóvel, sua área, dados relativos à sua titulação, bem como o número da matrícula no registro imobiliário; b) a outorga uxória ou marital, quando necessária; VIII - os contratos ou estatutos de sociedades mercantis, ainda não aprovados pelo Governo, nos casos em que for necessária essa aprovação, bem como as posteriores alterações, antes de igualmente aprovadas. Parágrafo único. A junta não dará andamento a qualquer documento de alteração de firmas individuais ou sociedades, sem que dos respectivos requerimentos e instrumentos conste o Número de Identificação de Registro de Empresas (Nire).

23 Art. 36. Os documentos referidos no inciso II do art. 32 deverão ser apresentados a arquivamento na junta, dentro de 30 (trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder.

24 Art. 40. Todo ato, documento ou instrumento apresentado a arquivamento será objeto de exame do cumprimento das formalidades legais pela junta comercial. § 1º Verificada a existência de vício insanável, o requerimento será indeferido; quando for sanável, o processo será colocado em exigência. § 2º As exigências formuladas pela junta comercial deverão ser cumpridas em até 30 (trinta) dias, contados da data da ciência pelo interessado ou da publicação do despacho. § 3º O processo em exigência será entregue completo ao interessado; não devolvido no prazo previsto no parágrafo anterior, será considerado como novo pedido de arquivamento, sujeito ao pagamento dos preços dos serviços correspondentes. 25 Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial. 26 Art. 33. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações. 27 Art. 34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade. 28 Art. 59. Expirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perderá a proteção do seu nome empresarial. 29 Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento.

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DIREITO EMPRESARIAL JOSÉ RODRIGO D. VIEIRA

NOME MARCA SUJEITO PRODUTO/SERVIÇO JUNTA COMERCIAL INPI INDETERMINADO 10 ANOS ESTADO NACIONAL Art. 2930 e 3131 LRE (assentos públicos) Art. 101532 CC – LIMITAÇÃO PODERES ADMINISTRADOR – TEORIA ULTRA VIRES - (além do conteúdo da sociedade) dispõe que, se o administrador, ao praticar atos de gestão, violar o objeto social delimitado no ato constitutivo, este ato não poderá ser imputado à sociedade. Antigamente, não era aplicada, mas com o advento deste artigo passou a ser aplicado, quando tiver averbado os poderes do administrador e este ato não esteja dentro dos atos levados na junta.

§ 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial.

30 Art. 29. Qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poderá consultar os assentamentos existentes nas juntas comerciais e obter certidões, mediante pagamento do preço devido. 31 Art. 31. Os atos decisórios da junta comercial serão publicados no órgão de divulgação determinado em portaria do presidente, publicada no Diário Oficial do Estado e, no caso da Junta Comercial do Distrito Federal, no Diário Oficial da União.

32 Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir. Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses: I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade; II - provando-se que era conhecida do terceiro; III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da sociedade.