direito empresarial iii - resumo - i unidade

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DIREITO EMPRESARIAL III I Unidade 1. INTRODUÇÃO À FALÊNCIA E À RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS Introdução Conceito de Comerciante e de Empresário; Utilidade do conceito; Conceito de Insolvente; Conceito de Direito Concursal. O que significa dizer que uma empresa está em crise? Crise Econômica Crise Financeira Crise Patrimonial - Retração nos negócios; - Baixa do consumo do produto ofertado; - Pode ser generalizada ou segmentada. - Falta de caixa para honrar seus compromissos; - Pode estar com vendas satisfatórias, mas não conseguir amortizar o capital investido. - Passivo inferior ao ativo; - As dívidas superam os bens da sociedade empresária. Empresa em crise: Queda de Vendas Falta de Liquidez Insolvência Falência:

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Direito Empresarial III - Resumo - i Unidade

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DIREITO EMPRESARIAL III I Unidade

1. INTRODUÇÃO À FALÊNCIA E À RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

Introdução

Conceito de Comerciante e de Empresário; Utilidade do conceito; Conceito de Insolvente; Conceito de Direito Concursal.

O que significa dizer que uma empresa está em crise?

Crise Econômica Crise Financeira Crise Patrimonial

- Retração nos negócios;

- Baixa do consumo do produto ofertado;

- Pode ser generalizada ou segmentada.

- Falta de caixa para honrar seus compromissos;

- Pode estar com vendas satisfatórias, mas não conseguir amortizar o capital investido.

- Passivo inferior ao ativo;

- As dívidas superam os bens da sociedade empresária.

Empresa em crise:

Queda de Vendas Falta de Liquidez Insolvência

Falência:

Bancarrota semplice (negligência ou imprudência)

XBancarrota fraudolenta

2. COMBATE AO ESTADO DE INSOLVÊNCIA

Insolvência: Histórico

1ª Fase: Direito Romano Arcaico

- Primeiro: Devedor podia ser mantido em cárcere privado ou escravizado;- Depois: Lei Paetelia Papiria

Execução forçada das condenações em dinheiro.

2ª Fase: Direito Romano Tardio

- Primeiras regras sobre:

a) Administração da massa;b) Assembléia de credores;c) Classificação dos créditos;d) Revogação de atos fraudulentos do devedor;e) Conditio Omnium creditorum.

3ª Fase: Direito Medieval- Origem do instituto da falência nas corporações medievais;- Carater penal;- Execução pessoal => constrição patrimonial.

4ª Fase: Direito Contemporâneo- Liquidação do ativo do devedor insolvente, sob supervisão do Estado-juiz.

Insolvência: Conceito

Insuficiência de patrimônio do devedor para o pagamento de suas dívidas.

É um estado econômico caraterizado pelo fato de o ativo do empresário ser menor que o passivo.

A insolvência não precisa ser demonstrada.

A insolvência se presume nas seguintes situações:

a) Impontualidade injustificada de obrigação líquida Contidas em título(s) executivo(s)

ProtestadosQue somados = 40 SM.

b) Execução frustrada

Quando o executado por qualquer quantia líquida:Não paga;Não deposita;Não nomeia bens à penhora Dentro do prazo legal

c) Prática de atos de falência

- Liquidação precipitada;- Negócio simulado;- Alienação irregular do estabelecimento;- Simulação de transferência do estab.;

d) Prática de atos de falência

- Concessão ou reforço de garantia a credor por dívidas anteriores, sem ficar bens para saldar o passivo;

- Abandono do estabelecimento;- Descumprimento de obg assumida no plano de recuperação judicial.

Efeitos da insolvência

a) Vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios de resp. ilimitada e solidária

b) Arrecadação de todos os bens suscetíveis de penhora.

Devedor Empresário

Quem está sujeito ao regime jurídico da LRE (Lei 11.101/05)?

Exclusivamente devedores empresários (PF ou PJ).

São devedores:

- Sócios de responsabilidade ilimitada- Empresário individual

(responde com todo seu patrimônio particular, já que não tem PJ);

- EspólioMotivos: Assegurar os credores;

Salvaguardar a memória do empresário falecido;Possibilitar que os herdeiros dêem continuidade à empresa.

- Empresário rural

Se tiverem optado pela equiparação aos empresários e se inscrito no RPEM.

- Sociedades em nome coletivoResponsabilidade solidária e ilimitada

- Sociedades limitadasNão alcança o patrimônio particular dos sócios.

Sócios de responsabilidade ilimitada Sócios de responsabilidade limitada

- N/C;- C/S – Comanditado;- C/A – Diretor;- Conta de part – Ostensivo;- Sociedade em comum/irregular.

- O sócio de responsabilidade limitada, o adm, o acionista controlador, comanditário, sócio oculto: Responsabilidade por atos ilícitos.

- Responsabilidade solidária - Ação de responsabilização

O que acontece com o sócio solidário que se retirar da empresa antes da falência?

Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.

Seus bens irão responder pelo pagamento das dívidas empresariais?

§ 1o O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos de 2 (dois) anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da alteração do contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da decretação da falência.

Legitimidade Passiva na Ação Falimentar

1. Devedor empresário e sociedade empresária2. Espólio (Do devedor)3. Sócios solidários4. Sócio Solidário Retirante5. Sociedade em comum (Sociedade irregular ou de fato)

Insolventes não sujeitos à LRE:

a) Atividade intelectuais e profissionais liberais;b) Cooperativas ;c) Sociedades simples;d) Sociedade de economia mista (S/A sob controle majoritário da Adm Pub);e) Empresas públicas (Capital publico).f) Instituições financeiras (Lei 6.024/74);g) S/A de seguros (Lei 10.190/02);h) Sociedade de capitalização (Decreto 22.456/33);i) Empresas de leasing (Lei 6.024);j) Empresas autorizadas à distribuição de prêmios (Lei 5768/71);k) Empresas de planos de saúde (Lei 9656/98).

Empresário irregular pode sofrer falência?

Sim, a falência é extintiva do empresário e da própria atividade empresarial.

Empresário irregular pode ser alvo de recuperação, conforme a LRE?

Não, já que a recuperação é um benefício que visa a preservação da atividade empresarial viável e regular.

Caso uma pessoa impedida de exercer atividade de empresa, mesmo assim a exerça, poderá ser sujeita ao regime falimentar?

Sim, mesmo tratamento do empresário irregular.

Princípios do regime concursal empresarial

a) Viabilidade da empresa;b) Prevalência do interesse dos credores;c) Publicidade dos procedimentos;d) Igualdade dos créditos (Par conditio creditorum);e) Conservação e maximização dos ativos;f) Conservação da empresa viável.

O Direito Falimentar no Brasil

Brasil Colônia:- Influência do Direito Italiano- Alvará de 1756 promulgado por Marquês de Pombal: Devedor obrigado a ir até

a JC entregar: a) Chaves dos armazéns;

b) Diário;c) Declaração de todos os bens.

90 % dos bens com os credores10% para o sustento do devedor.

Depois da independência:- Lei da Boa Razão: Aplicação no Brasil subsidiariamente das leis dos países

europeus, resultando na incorporação dos preceitos do Código Comercial francês.

Abertura dos portos às nações amigas:- Criação da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábrica e Navegação.- Código Comercial de 1850: A parte terceira tratava da falência;- Processo falimentar: Regulamento 738/1850.

Após o Código Comercial:- Decreto 917/1890;- Decreto-lei 7.661 (regulou o direito concursal por 60 anos);

Após o Código Comercial:- Devido à globalização: Projeto de lei para alterar o regime falimentar;- 400 emendas propostas e 5 substitutivos;- Lei 11.101 de 9 de fev. de 2005.

3. LEGISLAÇÃO FALIMENTAR

Legislação

Decreto-lei 7.661 de 1945 X Lei 11.101 de 2005

Principais modificações:

a) Substituição da concordata por recuperação judicial;b) Aumento do prazo de contestação: De 24 horas para 10 dias;

c) Exigência de que a impontualidade que justifica o pedido de falência se refira à dívida superior a 40 salários;

d) Redução de participação do MP nos processos falimentares;

e) Mudança de regras do síndico, que passa a ser chamado de administrador judicial;

f) Mudança da classificação dos créditos;g) Criação dos créditos extraconcursais;h) Alteração das regras sobre ação revocatória;i) Fim da medida cautelar de verificação de contas;j) Fim do inquérito judicial para apuração de crime falimentar;k) Criação da recuperação EXTRAjudicial.

Lei 11.101/2005

Objetivo principal:Propiciar instrumentos legais + Mecanismos jurisdicionais para reorganizar e reerguer empresas viáveis e em crise.

Influências:- Princípio da preservação da empresa;- Valorização do trabalho Humano (CF);- Livre Iniciativa (CF).

4. FALÊNCIA

É um processo de execução coletiva, promovido contra o devedor empresário, no qual concorrem seus credores (civis ou empresariais) em igualdade de condições.

A falência é a situação legal derivada de decisão judicial (Sentença Declaratória de Falência) em que o comerciante insolvente submete-se a um complexo de normas que objetivam a execução concursal de seu patrimônio, por meio da realização de seu ativo e pagamento em favor dos credores, dentro dos limites patrimoniais disponíveis”. (PERIN JÚNIOR, Elcio).

Sentença Declaratória de Falência Execução concursal Patrimônio do empresário insolvente

Objetivo

Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa. Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia processual.

Regras

Direito empresarial + Direito civil + Direito Processual + Direito Administrativo + Direito Penal

Finalidade Proteção dos Credores

Lineamento da Falência

Disciplina dos Créditos

Requisitos

a) Devedor empresário ou sociedade empresária;b) Insolvência do devedor;c) Declaração judicial da falência.

Insolvência

Impontualidade no pagamento de obrigações líquidas.

Atos que denunciem desequilíbrio econômico.

Conceito de impontualidade:

a) Não cumprimento de obrigação;b) Obrigação cumprida irregularmente;c) Falta de pagamento de uma dívida no vencimento;d) Falta de cumprimento de promessa ou compromisso.

Protesto extrajudicial: Objetiva provar:

a) Falta ou recusa do aceite;b) Falta de pagamento de um TC.

- Protesto: Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência.

Atos que denunciem desequilíbrio econômico: (Art. 94 da LF)

a) Liquidação precipitada;b) Retardar pagamentos/ Fraudar credores;c) Trespasse ou simular trespasse;d) Reforçar garantia a credor;e) Ausentar-se;f) Descumprir obrigação do Plano de Recuperação

Pressupostos da Falência

1. Devedor a. Singularb. Coletivo

2. Título de Dividaa. Líquidab. Certac. Exigível

3. Protestoa. Comum

4. Litisconsórcio a. Credores podem reunir-se em litisconsórcio, com títulos protestados

que perfaçam o limite mínimo para o pedido de falência com base na impontualidade.

Órgãos da falência

Juiz de Direito Administrador Judicial Comitê de Credores Assembleia Geral de Credores Ministério Público

5. PROCESSO FALIMENTAR

Conceito

Processo de execução concursal, com regras especiais e o objetivo de facilitar o pagamento dos credores.

Obs: A massa falida não é uma PJ.

Competência

Art. 3o É competente para (...) decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.

Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.

Etapas

1. Pedido de falência ou fase pré-falencial

Pedido de falência Sentença Declaratória de Falência.

1.1. Petição Inicial: Pedido formulado pelo credor.1.2. Despacho do Juiz determinando a citação do devedor.1.3. Defesa do réu no prazo de 10 dias

1.4. Questões

a) Questão de Direito - Senteça.

b) Questões de Fato com Protesto por provas - Audiência

- Sentença.

2. Fase Falencial

Sentença Declaratória de Falência Encerramento da Falência

Levantamento do ativo e do passivo;Liquidação do devedor: Venda dos bens e pagamento dos credores

3. Reabilitação.

Declaração da extinção da responsabilidade civil do devedor falido.

Principais características do processo falimentar

Sistema recursal fechado (só admitem os recursos da LF); Aplicação supletiva do CPC (exceto para recursos); Processo desenvolvido por impulso oficial; Juízo universal: Estabelecimento do devedor

Pedido de falência

O próprio devedor pode pedir a sua falência?

- DEVE.

Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial,

Legitimados para o pedido de falência:a) Credor (Se empresário tem que provar a regularidade; Se

estrangeiro, dar caução para garantir as custas).

b) Devedor (autofalência)c) Sócio (exibir contrato social);d) Acionista (exibir ações)e) Cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor ou inventariante.

Petição Inicial

a) Requisitos

- Juiz a que é dirigida- Qualificação e endereço do autor e do réu- Os fatos- O pedido e o seu enquadramento legal- Especificação das provas que pretende produzir- Requerimento para citação do réu- Valor da causa

b) Documento

- Procuração para foro em geral- O título de obrigação líquida (cambial, sentença, etc.)- O Instrumento de protesto da obrigação.

A resposta do Réu

Poderá apresentar contestação no prazo de 10 dias. Mas se o pedido tiver como base: Impontualidade ou Execução Frustrada

- O devedor poderá depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios (Depósito elisivo)

- Objetivo: Evitar a decretação da falência.

Possibilidades:a) Contestarb) Contestar + Depósito elisivoc) Apenas depositar, reconhecendo a procedência do pedido.d) Não contestar, nem depositar: O juiz proferirá a procedência do

pedido.

Depósito elisivo:

“Depositada a importância, embora elidido o pedido de falência, a discussão se desloca para a legitimidade do crédito reclamado, devendo o juiz decidir de tal legitimidade e determinar, a final, a quem cabe levantar o depósito” (RT, 381/181)

Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar:I – falsidade de título;II – prescrição;III – nulidade de obrigação ou de título;IV – pagamento da dívida;V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título;VI – vício em protesto ou em seu instrumento;VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação;VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência.

Procedimento de autofalência

Pedido deve ser instruído com a lista de documentos do art. 105a) Demonstrações contábeis;b) Relação nominal dos credores;c) Relação dos bens do ativo;d) Prova da condição de empresário;e) Livros obrigatórios;f) Relação dos adms nos últimos 5 anos.

OBS: O Pedido Devidamente instruído o Juiz decreta a quebra, mas se o pedido não for instruído devidamente o juiz determina a emenda.

E se o pedido não for emendado, mesmo assim será decretada a falência?

Sim, a não ser que o devedor desistir antes da sentença.Obs: Depois da sentença segue as mesmas regras da falência requerida pelos credores.

Sentença declaratória da falência

Caráter constitutivo; Submete:

- Devedor;- Credores;- Bens e Atos jurídicos ao Regime Falimentar.

Elementos da Sentença Declaratória da Falência

1. Elementos Constitutivos- Relatório- Os fundamentos da decisão- A conclusão

2. Elementos Indicativos - Nome do devedor- Lugar do seu principal estabelecimento- Atividades do falido- Nomes dos Sócios- Nomes dos diretores, ou administradores.

3. Elementos Cronológico- Fixação do termo legal- Prazos para os credores habilitarem seus créditos

4. Elementos Administrativos- Nomeação do Administrador Judicial- Diligências convenientes aos interesses da massa falida

5. Elementos Repressivos (Eventual)

Constitui-se na decretação da prisão do falido, ou se seus representantes legais, se positiva a prática de crime definido na lei falimentar.

Sentença declaratória da falência

Conteúdo: Art. 99 da LF

Merecem destaque: II – fixará o termo legal da falência, (...)

III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, (...)

V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido (...)IX – nomeará o administrador judicial (...)

O juiz poderá determinar medidas cautelares?

Exemplo 1: Sequestro de bens?

Ex. 2: Prisão do falido que comprovadamente cometeu crime falimentar?

SIM

O que acontece com o falido após a sentença declaratória de falência?

Efeitos da sentença:

Em relação ao falido:a) Fica inabilitado de exercer qualquer atividade empresarial.

É possível a reabilitação do falido?Sim, anos após a extinção da punibilidade em relação aos crimes falimentares.

b) Perde a administração e a disponibilidade de seu patrimônio.

O falido pode fiscalizar a adm da falência?Sim

c) Suspende-se o sigilo de correspondência em relação à atividade empresarial.

d) Sem autorização judicial, o falido não poderá praticar atos patrimoniais civis.

e) Não pode se ausentar do lugar da falência sem a autorização do juiz.f) Sofrerá as restrições do art. 104.

Em relação aos credores:

a) Suspensão da fluência dos juros;b) Vencimento antecipado dos créditos;c) Suspensão das ações individuais contra o falido;d) Formação de massa falida subjetiva.

Quanto aos Direitos dos Credores:

a) Vencimentos antecipados das dívidas do falido

b) Suspensão da Fluência dos juros c) Suspenção das ações e execuções movidas contra o falido

Em Relação aos bens do Falido:

Todos os bens existentes (na época da decretação ou adquiridos durante o processo) ficam sujeitos à massa falida.

- Então:

TODOS os bens de que o falido for proprietário (mesmo que estejam com terceiros), possuidores serão depositados judicialmente.

Obrigações Impostas ao Falido

1. Comparecer ao cartório do juízo da falência.2. Apresentar os livros obrigatórios3. Firmar um termo, declarando:

- As causas determinantes da falência, se pelos credores requerida; - Se tem firma inscrita, quando a inscreveu, exibindo a prova;- Se se tratar de sócios, apresentando o contrato social, se houver, bem como a declaração relativa à inscrição da firma;- O nome do contador encarregado da escrituração.- Os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando o seu objeto e o nome e endereço do mandatário;- Quais os seus bens imóveis e quais os móveis que não se encontram no estabelecimento;Se faz parte de sociedade, exibindo, no caso afirmativo, o respectivo contrato.

Sentença Denegatória de falência

Efeitos da Sentença Denegatória da Falência. a) Condenação do requerente em perdas e danos, na ocorrência de dolo,

culpa ou abuso de direitob) Condenação do requerente ao pagamento das custas processuais e

honorários advocatícios.

Recursos

Recursos da Sentença Falimentara) Denegatória: Apelaçãob) Declaratória: Agravo

6. MASSA FALIDA

Massa Falida Objetica = Patrimônio Massa Falida Subjetiva = Credores

Massa falida OBJETIVA:

- Administrada pelo Adm Judicial;- Tem capacidade de estar em juízo como autora ou como ré;- É formada quando se decreta a falência.

Administração da falência

a) Juiz- Preside a adm;- Analisa e autoriza atos do adm judicial, ex:Autorização de venda antecipada dos bens;Pagamento de remuneração de auxiliares e adm;Aprovação da prestação de contas, etc.

b) MP: Atuação do MP:- Impugnar a relação de credores;- Impugnar a venda de bens do falido;- Pedir substituição de adm ou membro do comitê;- Propor ação de rescisão de crédito;- Propor ação revocatória;- Pedir explicações ao falido;- Manifestar-se sobre prestação de contas do adm, etc.

Deve o MP instaurar inquérito judicial?Não, desde a nova lei.

Deve o MP instaurar inquérito POLICIAL?Sim, ao ser intimado da sentença declaratória de falência deve propor a ação penal ou requisitar a instauração de inquérito policial sempre que houver indícios de crime falimenta

c) Administrador Judicial

É um profissional, de confiança do juiz, que representa a massa falida, auxilia e executa certos atos na adm da falência.

Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.

Não tem PJ; Tem capacidade judiciária; Pode ser substituído e destituído (penalidade) pelo juiz ou comitê de credores; Responderá pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor e aos

credores.Atribuições: Vide art. 22

d) Assembleia-geral de credores- Órgão colegiado e deliberativo;- Representa todas as classes de credores;- Presidido pelo adm judicial.

e) Comitê de credores- Órgão colegiado e FACULTATIVO;- Representa os interesses dos credores em algumas situações específicas;- Sua criação depende da complexidade do processo falimentar.

Responsabilidade dos sócios na falência

Sócios de responsabilidade solidária e ilimitada: Sofrem os mesmos efeitos da sentença declaratória de falência que a sociedade falida sofre.Bem como os sócios que tenham se retirado voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade há menos de dois anos.

E os sócios de ltda e de S/A estarão sujeitos às mesmas obrigações do falido?

Sim, os representantes legais da sociedade estarão sujeitos às mesmas obrigações.

Atos ineficazes do falido

Atos ilícitos com intuito de se livrar dos ônus da falência.

Consequências: Prejudica credores e a finalidade da execução coletiva.Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:

I – Pagamento de dívidas não vencidas;II – Pagamento de dívidas vencidas de forma que não seja a prevista pelo contrato;III – Constituição de direito real de garantia, tratando-se de dívida contraída anteriormente;IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 antes da decretação da falência;VI – Trespasse sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores;VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito.

Quem declara a ineficácia?

Art. 129, Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.

Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

Ineficácia objetiva Ineficácia subjetiva

Art. 129 Art. 130

Independe da existência de ato fraudulento

Condiciona-se à demonstração de ato fraudulento

Atos ineficazes Atos revogáveis

7. AÇÃO REVOCATÓRIA

Objetivo: - Se pronunciar sobre a ineficácia subjetiva de um ato jurídico praticado pelo devedor, antes da falência.

- Em caso positivo, determinará o retorno dos bens indevidamente retirados da massa.

Podem propor:a) Administrador judicial;b) Qualquer credorc) Ministério Público

Prazo: 3 anos após a decretação da falência

Proposta contra:a) Contra todos os que figuraram no ato, ou que por efeito dele foram pagos,

garantidos ou beneficiados.b) Contra os herdeiros ou legatários das pessoas acima indicadas.c) Contra os terceiros adquirentes, se estes tiveram conhecimento, ao se criar o

direito, da intenção do falido de prejudicar os credores.Prazo: 3 anos após a decretação da falênciaRecurso: Apelação.

Ação Revocatória a) Por Fraude (art.130)b) Por Ineficácia (art.129)

8. CREDORES

Credores da falência - Credores do falido, anteriores à declaração da quebra.

Credores da massa- Credores da massa, com créditos surgidos após a quebra, decorrentes de dívidas e encargos do adm judicial.

Classificação geral de créditos

1 º Créditos trabalhistas, até 150 SM/CredorCréditos de acidentes de trabalho

2 º Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado

3 º Créditos tributários, exceto as multas tributárias

4 º Créditos com privilégio especial:a) Previstos no art. 964 do CC;b) Definidos em outras leis civis e comerciais;c) Créditos com titulares dotados de direito de retenção sobre coisa dada em

garantia.

5 º Créditos com privilégio geral:a) Os previstos no art. 965 do CC;b) os previstos no parágrafo único do art. 67 da LF;c) Os assim definidos em outras leis civis e comerciais.

6 º Créditos quirografáriosa) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens

vinculados ao seu pagamento;c) os saldos dos créditos trabalhistas além de 150 SM

7 º As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;

8 º Créditos subordinados:a) os assim previstos em lei ou em contrato;b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.

9. EXTINÇÃO DA FALÊNCIA

Art. 153. Pagos todos os credores, o saldo, se houver, será entregue ao falido.

A falência se extingue após a liquidação do ativo e pagamento do passsivo.

A venda dos bens poderá ser feita:

- Por leilão;- Propostas fechadas;- Pregão

Art. 158. Extingue as obrigações do falido:I – o pagamento de todos os créditos;II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% dos créditos quirografários;III – o decurso do prazo de 5 anos do encerramento da falência, se não houver condenação por crime falimentar;IV – o decurso do prazo de 10 anos do encerramento da falência, se houver condenação por crime falimentar;

Encerramento da Falência

- Prestação de Conta do Administrador (em autos apartados)- Relatório Final do Administrador- Sentença de Encerramento da Falência.

10. CRIMES FALIMENTARES

PrópriosAqueles praticados pelo próprio devedor

ImprópriosAqueles praticados por terceiros, como o escrivão, administrador, etc.

Pré-FalimentaresAqueles praticados antes da declaração da falência, recuperação judicial e extrajudicial.

Pós-FalimentaresAqueles praticados após a declaração da falência, concessão de recuperação judicial ou homologação de plano na recuperação extrajudicial.