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1 Direito Empresarial III FALÊNCIA : TEORIA GERAL INTRODUÇÃO A FALÊNCIA (que é a execução concursal do empresário), A RECUPERAÇÃO JUDICIAL E A RECUPERAÇÃO EXTRA-JUDICIAL (que são medidas de preservação do devedor) são tuteladas pela LEI 11.101/05. Principais norteadores da LF: PRINC. DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA (decorre do princ. da função social da empresa) PRINC. DO PAR CONDITIO CREDITORUM INTRODUÇÃO •O principal objetivo da nova Lei de Falências Lei 11.101/2005 foi viabilizar a recuperação de empresas em dificuldade financeira, com a manutenção de empregos, redução dos juros bancários e concessão de maiores garantias aos credores, substituindo, para isso, a figura da concordata e criando, em substituição, as figuras da recuperação extrajudicial e da recuperação judicial. • Inicialmente, examinaremos o instituto da falência, para, então, adentrarmos nas figuras que substituíram a antiga concordata. CRISE NA EMPRESA CRISE FINANCEIRA: crise de caixa, impontualidade no pagamento de obrigações. Causas: gestão financeira; excesso de investimentos; reflexo da crise econômica Possíveis soluções: empréstimos, liquidação de estoque, venda de bens, redução de equipe, admissão de sócio, recuperação judicial CRISE NA EMPRESA CRISE ECONÔMICA: crise no empreendimento, faturamento incompatível com a manutenção da empresa. Causas: desaquecimento do mercado ou economia; falha na gestão (diminuição da competitividade: preço, inadequação tecnológica) Possíveis soluções: redução de equipe, adequação do empreendimento; liquidação de estoque, admissão de novo sócio, empréstimos, recuperação judicial CRISE NA EMPRESA CRISE PATRIMONIAL: crise entre ativo e passivo; a totalidade dos bens sociais é inferior às dívidas. Elevação de risco à credores e investidores. Causas: período de elevados investimentos (com retorno a médio prazo, como construção ou ampliação do parque fabril); gestão e agravamento da crise econômica. Possíveis soluções: redução de equipe, aumento de eficiência, empréstimos, liquidação de estoque, admissão de novo sócio, recuperação judicial (?)

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Direito Empresarial III

FALÊNCIA : TEORIA GERAL

INTRODUÇÃO

• A FALÊNCIA (que é a execução concursal doempresário), A RECUPERAÇÃO JUDICIAL EA RECUPERAÇÃO EXTRA-JUDICIAL (quesão medidas de preservação do devedor) sãotuteladas pela LEI 11.101/05.

• Principais norteadores da LF:

• PRINC. DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA(decorre do princ. da função social da empresa)

• PRINC. DO PAR CONDITIO CREDITORUM

INTRODUÇÃO

• O principal objetivo da nova Lei de Falências– Lei nº 11.101/2005 – foi viabilizar arecuperação de empresas em dificuldadefinanceira, com a manutenção de empregos,redução dos juros bancários e concessãode maiores garantias aos credores ,substituindo, para isso, a figura da concordata ecriando, em substituição, as figuras darecuperação extrajudicial e da recuperaçãojudicial .

• Inicialmente, examinaremos o instituto dafalência, para, então, adentrarmos nas figurasque substituíram a antiga concordata.

CRISE NA EMPRESA

CRISE FINANCEIRA:crise de caixa, impontualidade no

pagamento de obrigações.

Causas: má gestão financeira; excesso deinvestimentos; reflexo da crise econômica

Possíveis soluções: empréstimos, liquidação deestoque, venda de bens, redução de equipe,admissão de sócio, recuperação judicial

CRISE NA EMPRESA

CRISE ECONÔMICA:crise no empreendimento,

faturamento incompatível com a manutenção da empresa.

Causas: desaquecimento do mercado ou economia;falha na gestão (diminuição da competitividade:preço, inadequação tecnológica)

Possíveis soluções: redução de equipe, adequaçãodo empreendimento; liquidação de estoque, admissãode novo sócio, empréstimos, recuperação judicial

CRISE NA EMPRESA

CRISE PATRIMONIAL:crise entre ativo e passivo;

a totalidade dos bens sociais é inferior às dívidas .Elevação de risco à credores e investidores.

Causas: período de elevados investimentos (comretorno a médio prazo, como construção ouampliação do parque fabril); má gestão eagravamento da crise econômica.

Possíveis soluções: redução de equipe, aumento deeficiência, empréstimos, liquidação de estoque,admissão de novo sócio, recuperação judicial (?)

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CRISE NA EMPRESA E FALÊNCIA

CRISE PATRIMONIAL + CRISE FINANCEIRA + CRISE ECONÔMICA

= INSOLVÊNCIA ECONÔMICA

FALÊNCIA

Em caso de insolvência econômica , a regra daexecução individual das dívidas será injusta perante amassa de credores, pois os credores que conseguirempenhorar bens antecipadamente serão beneficiados coma satisfação integral de seus créditos em prejuízo dosdemais. OBS: não é requisito para a falência = art. 94 LF

FALÊNCIA X INSOLVÊNCIA CIVIL• Principais diferenças de tratamento da

crise da empresa (L.F.) e do devedor não empresário (art. 955 e ss CC/02):

1. Recuperação da empresa: concessão de moratória e/ou parcelamento e/ou redução de valores devidos por meio de plano de recuperação que evita a falência.

2. Falência: Extinção das obrigações pelo pagto. de mais de 50% das dívidas após a alienação do ativo, gera a quitação integral do passivo (art. 158, II da LF).

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

1. Devedor empresário;

2. Insolvência;

3. Sentença declaratória da falência.

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

1. Devedor sujeito à falência:Empresário (pessoa jurídica ou física), regular ou irregular, que explora atividade econômica organizando os 4 fatores de produção - Art. 1º da LF c/c art. 966, CC/02

OBS1: Art. 966, parágrafo único = atividade não empresáriaOBS2: Art. 971, CC: agronegócio = empresário x produtor rural = não empresárioOBS3: Atividade não econômica (associações, fundações, ONGs) = não empresária

ATIVIDADE

ECONÔMICA NÃO ECONÔMICAfinalidade de lucro (subsistência) finalidade cultural, educacional,

ambiental, social, esportiva, religiosa etc.

EMPRESÁRIA NÃO EMPRESÁRIA ONGS (Organizações Ñ Governamentais)

Empresário Individual Profissional Liberal Associações

EIRELI Artesões / Artistas FundaçõesCientistas Instituições Confessionais

Soc. Empresária LTDA Soc. Simples LTDA

Soc. Anônima (SA) Cooperativa

Registro: Junta Comercial Registro: Cartório de Reg. de Pessoa Jurídica *

* Eventual registro de atividade simples ou não econômica na Junta Comercial não atransforma em sociedade empresária.

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

• Excluídos TOTALMENTE do processo de falência:

1. Cooperativas (art. 75 da L. 5.764/71).2. Empresas públicas e sociedades de economia

mista (art. 2º, LF);3. Câmaras ou prestadoras de serviços de

compensação e de liquidação financeira (art. 193, LF);

4. Entidades fechadas de Previdência Complementar (arts. 46 e 47 da LC 109/01).

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PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

• Excluídos PARCIALMENTE do processo de falência:

1. Instituições financeiras (Lei n. 6024/74):2. Sociedade que explore exclusivamente o

leasing (Res. BC 2309/96)3. Sociedades administradoras de consórcios

(art. 10, L. 5768/71)

itens 1,2 e 3 liquidação extrajudicial autorizada pelo BACEN (Banco Central)

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

• Excluídos PARCIALMENTE do processo de falência:

4. Companhias de seguros (art. 26 Dec.L. 73/66)5. Entidades abertas de Previdência Complementar

(LC 109/01, art. 73)6. Entidades abertas de capitalização (art. 4º Dec.L

261/67)7. Operadoras de planos privados de assistência à

saúde (art. 23, L. 9656/98) itens 4,5 e 6 liquidação extrajudicial autorizada pela SUSEP

(Superintendência de Seguros Privados)item 7 liquidação extrajudicial autorizada pela ANS

(Agência Nacional de Saúde)

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

• Excluídos parcialmente do processo de falência:

Aos excluídos parcialmente do processo de falência, este somente terá cabimento em 2 hipóteses, sempre a serem verificadas no decorrer da liquidação extrajudicial:

- Quando houver indício de crime falimentar- Quando o ativo não ultrapassar metade do

passivo quirografário.

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

2) Insolvência Jurídica

• No processo falimentar, não é necessáriaa prova da insolvência econômica(patrimônio menor que o passivo).

• Basta o enquadramento em uma dashipóteses previstas no art. 94, LF.

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

2) Insolvência Jurídica

HIPÓTESES:

a) a impontualidade injustificada (art. 94, I, LF);b) execução frustrada (art. 94, II, LF);c) a prática de atos de falência (art. 94, III,

LF).

CRISE NA EMPRESA E FALÊNCIA

PRÁTICA DE ATOS DO ART. 94 DA LF PRESUNÇÃO DE CRISE

= INSOLVÊNCIA JURÍDICA

FALÊNCIA

A prática de certos atos, gera a presunção de criseinsuperável. Assim, mesmo que o empresário não estejapropriamente em insolvência econômica (com passivosuperior ao ativo e impontualidade), é possível ter suaquebra decretada se ficar configurada a insolvênciajurídica prevista no art. 94 da LF. Logo, NÃO ÉNECESSÁRIA A PROVA DE QUE O PASSIVO SUPERA O ATIVO.

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Pressupostos para a falência:

2) Insolvência Jurídica: impontualidadeinjustificada (art. 94, I, LF)

impontualidade injustificada de obrigaçãolíquida materializada em título ou títulosexecutivos protestados cuja somaultrapasse o equivalente a 40 saláriosmínimos na data do pedido de falência (art.94, I, da LF);

OBS: É possível o litisconsórcio ativo

Para que se prove a impontualidadeinjustificada , é necessário que o título querepresente a obrigação seja protestado ainda queele, por sua natureza, não o exija, conformedetermina o art. 94, § 3º, da LF.

Títulos de crédito, títulos executivosextrajudiciais e judiciais (arts. 584 e 585, II e VII,do CPC), a sentença trabalhista, os títulos dadívida ativa (CDA).

Em todos os casos deverá ser realizado oprotesto cambial ou o protesto especial.

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

2) Insolvência Jurídica: execução frustrada(art. 94, II, LF)

configura-se quando o executado porqualquer quantia líquida não paga, nãodeposita e não nomeia à penhora benssuficientes dentro do prazo legal (art. 94, II,da LF);

OBS: É necessária Certidão de objeto e pépara a prova da execução frustrada

Esse pressuposto estará configurado nahipótese em que o executado, por qualquerquantia líquida, não paga, não deposita e nãonomeia à penhora bens suficientes dentro doprazo legal. Nesse caso, o pedido de falênciaserá instruído com certidão expedida pelojuízo em que se processa a execução . Não seexige, portanto, que o título seja levado aprotesto, nem que tenha valor superior a 40salários mínimos.

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA

2) Insolvência Jurídica: a prática de atos defalência (art. 94, III, LF).

• liquidação precipitada, • negócio simulado, • alienação irregular do estabelecimento,

simulação de transferência de estabelecimento, • concessão ou reforço de garantia a credor por

dívidas anteriormente contraídas, • abandono do estabelecimento comercial, • descumprimento de obrigação assumida no

plano de recuperação judicial

3) Sentença declaratória de falência: encerra afase pré-falimentar (pedido de falência) e marca oinício da fase de execução concursal.Efeitos da constituição do estado de falência (art.77 LF): OBS: art. 81 LFa) o vencimento antecipado das dívidas , com oabatimento proporcional dos juros, e conversão detodos os créditos em moeda estrangeira para amoeda do País, pelo câmbio do dia da decisãojudicial, para todos os efeitos legais.;b) a arrecadação de todos os bens suscetíveis depenhora , quer os atuais, quer os adquiridos no cursodo processo.

A SENTENÇA DECLARATÓRIA DE FALÊNCIA

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FALÊNCIA: CARACTERÍSTICA PECULIAR

• Juízo universal (art. 76, LF) .

• O juízo da falência é universal, ou seja, todasas ações referentes aos bens, interesses enegócios da massa falida serão processadas ejulgadas pelo juízo em que tramita o processofalimentar. Porém, à regra da universalidadeexistem algumas exceções.

PROCESSO FALIMENTAR

• EXCEÇÕES DO JUÍZO UNIVERSAL DA FALÊNCIA:1. Ações não-reguladas pela lei falimentar em que a

massa falida seja autora ou litisconsorte; EX: Ação deAnulação de Duplicata, Cautelar de Sustação deProtesto e Crimes comuns (que não os falimentares),proposta pela falida antes da decretação de quebra.

2. Reclamações trabalhistas (art. 114, CF);3. Execuções fiscais (art. 187 do CTN e art. 29 da LEF

(Lei 6.830/80);4. Ações de conhecimento de competência da Justiça

Federal (art. 109, I, CF);5. Ações que demandarem quantia ilíquida .• Independentemente, o administrador judicial da

massa falida deverá ser intimado para representá-la,sob pena de nulidade do processo .

Exercícios:

1. Dentre os princípios que estruturam o atualregime legal de insolvência empresarial, pode-seafirmar que o princípio da preservação daempresa é o mais importante ou relevante? Porquê?

2. Defina o princípio par conditio creditorum.

3. A quem se dirige a Nova Lei de Falências (Lei11.101/05)? Pode ser decretada a falência depessoa física? E de Instituição Financeira?

Direito Empresarial III

FALÊNCIA : PROCESSO FALIMENTAR I

PROCESSO FALIMENTAR

• Etapas/Fases da falência:

1. Pedido de falência (pré-falimentar)2. Falencial (execução concursal)3. Reabilitação do falido.

Petição Inicial Sentença Declaratória Decisão de encerram entoda falência da falência

!____________!_____________!_____________!PRÉ-FALIMENTAR EXECUÇÃO CONCURSAL REABILITAÇÃO

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS NA FALÊNCIA: CELERIDADE e ECONOMIA PROCESSUAL

PROCESSO FALIMENTAR

Legislação aplicável:Principal: Lei de Falência (Lei 11.105/2005).Subsidiária: Código de Processo Civil.

• COMPETÊNCIA:Art. 3o LF: É competente para homologar o plano derecuperação extrajudicial, deferir a recuperaçãojudicial ou decretar a falência o juízo do local doprincipal estabelecimento* do devedor ou da filialde empresa que tenha sede fora do Brasil.* Sede administrativa (Trajano de Miranda Valverde)* Maior volume de negócios (Fábio Ulhoa Coelho)

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PROCESSO FALIMENTAR

• LEGITIMADOS A REQUERER A FALÊNCIA(art. 97 LF):

1. O próprio devedor: autofalência;

2. O cônjuge sobrevivente, herdeiro do devedor ouinventariante: só para empresário individual.

3. Cotista ou acionista do devedor na forma da lei oudo ato constitutivo da sociedade: somente parasociedades empresárias;

4. Qualquer credor.

Direito Empresarial III

FASE PRÉ-FALIMENTAR: AUTOFALÊNCIA

FASE PRÉ-FALIMENTAR: AUTOFALÊNCIA

Autofalência (art. 97, I, c/c arts. 105/107, LF):

• O devedor em crise econômico-financeira quejulgue não atender aos requisitos para pleitearsua recuperação judicial deverá requerer aojuízo sua falência , expondo as razões daimpossibilidade de prosseguimento da atividadeempresarial.

• Na autofalência, ou falência requerida pelopróprio empresário, o pedido deve vir instruídocom uma longa lista de documentos previstos noart. 105 da LF.

FASE PRÉ-FALIMENTAR: AUTOFALÊNCIA

• Documentos que deverão instruir a inicial:

I – demonstrações contábeis referentes aos 3(três) últimos exercícios sociais e aslevantadas especialmente para instruir o pedido,confeccionadas com estrita observância dalegislação societária aplicável;

II – relação nominal dos credores , indicandoendereço, importância, natureza e classificaçãodos respectivos créditos;

III – relação dos bens e direitos que compõem oativo, com a respectiva estimativa de valor edocumentos comprobatórios de propriedade;

FASE PRÉ-FALIMENTAR: AUTOFALÊNCIA

• Documentos que deverão instruir a inicial(continuação):

IV – prova da condição de empresário , contratosocial ou estatuto em vigor ou, se não houver, aindicação de todos os sócios, seus endereços ea relação de seus bens pessoais;

V – os livros obrigatórios e documentoscontábeis que lhe forem exigidos por lei;

VI – relação de seus administradores nosúltimos 5 (cinco) anos , com os respectivosendereços, suas funções e participaçãosocietária.

FASE PRÉ-FALIMENTAR: AUTOFALÊNCIA

• Se apresentado o pedido devidamenteinstruído, o juiz decretará a quebra dorequerente.

• Quando o próprio devedor requer a quebra,o juiz somente não irá decretá-la em casode desistência apresentada antes dasentença.

• Depois de decretada a falência, aplicam-se asmesmas regras da falência requerida peloscredores.

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Direito Empresarial III

FASE PRÉ-FALIMENTAR: PEDIDO DE FALÊNCIA

PRÉ-FALIMENTAR: PEDIDO DE FALÊNCIA

• LEGITIMADOS:• Normalmente feito por um dos credores (art.

97, IV, LF). Mas também pode ser solicitadapelas seguintes pessoas:

• Cônjuge sobrevivente , qualquer herdeiro dodevedor ou o inventariante (art. 97, II);

• Cotista ou o acionista do devedor na formada lei ou do ato constitutivo da sociedade(inciso III).

PRÉ-FALIMENTAR: PEDIDO DE FALÊNCIA

• Requisitos específicos para o credorempresário pedir a falência (§§ art. 97, LF):

1. Apresentar certidão do Registro Público deEmpresas (JUNTA COML .) que comprove aregularidade de suas atividades.

2. O credor que não tiver domicílio no Brasildeverá prestar caução relativa às custas eao pagamento da indenização de que trata oart. 101 da LF.

PRÉ-FALIMENTAR: PEDIDO DE FALÊNCIA • TÍTULO:• O credor para o fazer o pedido de falência deve

exibir o título, mesmo que não vencido (parapedido de quebra com base no art. 94, III LF)ou sendo vencido, devidamente protestado(art. 94, I LF).

• RITO:• Segue o rito dos artigos 98 e seguintes da LF .

PRÉ-FALIMENTAR: PEDIDO DE FALÊNCIA • DEFESA DO REQUERIDO: Citado, no prazo

de 10 dias, o requerido poderá (art. 98 LF):1. Só contestar (caso de impontualidade art. 96 LF);2. Só depositar o valor apontado como devido –

depósito elisivo (em caso de impontualidade ouexecução frustrada); Súm. 29 do STJ

3. Contestar e depositar o valor apontado comodevido – depósito elisivo (em caso deimpontualidade ou execução frustrada, a falênciafica afastada, se torna “ação de cobrança”);

4. Apresentar plano de recuperação judicial (art. 95) ;5. Deixar escoar o prazo sem manifestação ;

PRÉ-FALIMENTAR: PEDIDO DE FALÊNCIA • COMPOSIÇÃO:1. Não existe previsão de audiência de conciliação

no processo de falência.2. Não obstante, é possível a composição entre as

partes no pedido de falência por impontualidade(EX. parcelamento de dívida ou recebimento emvalor menor) através de petição conjunta deacordo.

3. Caso em que, será extinto o processo sem adecretação da quebra, ante ao afastamento daimpontualidade.

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Exercícios:

• Quais os requisitos para decretaçãode falência do devedor?

• Pode haver litisconsórcio para que se atinja o limite de 40 salários mínimos necessários para decretação da falência?

Exercícios:

Caracteriza-se o estado de insolvência face a:• a) sinais de crise na empresa e dificuldades com

a administração do negócio• b) impontualidade, frustração da execução, atos

suspeitos e descumprimento da recuperaçãojudicial

• c) impontualidade, falta de pagamento decredores, frustração da execução e atos suspeitos

• d) falta de pagamento de credores, ação decobrança e descumprimento da recuperaçãojudicial

Exercícios:

No caso de pedido de falência com base naimpontualidade

• a) o protesto só será necessário caso hajacoobrigados no título executivo extrajudicial

• b) não há necessidade de protesto para títulosexecutivos extrajudiciais e nem judiciais

• c) o protesto é necessário somente no caso detítulos executivos extrajudiciais, sob pena deinépcia da inicial

• d) há necessidade de protesto tanto para ostítulos executivos extrajudiciais como para ostítulos judiciais, sob pena de inépcia da inicial.

Exercícios:

• Sendo a CDA um título executivoextrajudicial, pode o fisco requerer afalência de uma sociedade empresáriapor não pagamento de tributo?

• Como se define o juízo concursalcompetente no caso de filial deempresa estrangeira, estabelecida noBrasil? Por quê?

Exercícios:

• Qual o critério utilizado para definir ojuízo do principal estabelecimento dodevedor?

• Para se definir o foro competente nosprocessos de recuperação judicial efalência, basta verificar-se, no contratosocial ou estatuto social, o endereço damatriz da empresa? Você concorda comessa afirmação? Por quê?

Exercícios:

Uma vez recebido o pedido de falência, o juizdeterminará a citação do devedor que:a) deverá optar por apresentar sua defesa ou realizaro depósito elisivo da falência, no prazo de 10 dias.b) poderá apresentar defesa no prazo de 10 dias eem igual prazo, também, o valor total do crédito,elidindo a falência, seja qual for o resultado dojulgamentoc) poderá apresentar defesa no prazo de 10 dias e emigual prazo depositar o valor total do crédito, elidindoa falência, desde que julgado improcedente o pedidod) terá, obrigatoriamente, de apresentar sua defesa erealizar o depósito elisivo da falência, no prazo de 10dias, sob pena de decretação da falência por falta degarantia do juízo

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Direito Empresarial III

FASE PRÉ-FALIMENTAR: SENTENÇA

Sentença declaratória da falência

Deve conter (art. 99, LF):

I – conterá a síntese do pedido , a identificaçãodo falido e os nomes dos que forem a essetempo seus administradores ;

II – fixará o termo legal da falência , sem poderretrotraí-lo por mais de 90 (noventa) diascontados do pedido de falência , do pedido derecuperação judicial ou do 1o (primeiro)protesto por falta de pagamento , excluindo-se, para esta finalidade, os protestos quetenham sido cancelados;

Sentença declaratória da falência

Deve conter (art. 99, LF):

III – ordenará ao falido que apresente , noprazo de 5 (cinco) dias, relação nominaldos credores , indicando endereço,importância, natureza e classificação dosrespectivos créditos, se esta já não seencontrar nos autos, sob pena dedesobediência;

IV – explicitará o prazo para as habilitaçõesde crédito , observado o disposto no § 1o doart. 7o desta Lei;

Sentença declaratória da falência.Deve conter (art. 99, LF):

V – ordenará a suspensão de todas as açõesou execuções contra o falido , ressalvadas ashipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6odesta Lei;

VI – proibirá a prática de qualquer ato dedisposição ou oneração de bens do falido ,submetendo-os preliminarmente à autorizaçãojudicial e do Comitê, se houver, ressalvados osbens cuja venda faça parte das atividadesnormais do devedor se autorizada acontinuação provisória nos termos do inciso XIdo caput deste artigo;

Sentença declaratória da falência.

Deve conter (art. 99, LF):

• VII – determinará as diligências necessáriaspara salvaguardar os interesses das partesenvolvidas, podendo ordenar a prisãopreventiva do falido ou de seusadministradores quando requerida comfundamento em provas da prática de crimefalimentar ;

Sentença declaratória da falência.

Deve conter (art. 99, LF):

• VIII – ordenará ao Registro Público deEmpresas que proceda à anotação dafalência no registro do devedor , para queconste a expressão "Falido" , a data dadecretação da falência e a inabilitação deque trata o art. 102 desta Lei;

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Sentença declaratória da falência

Deve conter (art. 99, LF):

• IX – nomeará o administrador judicial , quedesempenhará suas funções na forma doinciso III do caput do art. 22 desta Lei semprejuízo do disposto na alínea a do inciso IIdo caput do art. 35 desta Lei;

• X – determinará a expedição de ofícios aosórgãos e repartições públicas e outrasentidades para que informem a existênciade bens e direitos do falido ;

Sentença declaratória da falência

Deve conter (art. 99, LF):

• XI – pronunciar-se-á a respeito dacontinuação provisória das atividadesdo falido com o administrador judicialou da lacração dos estabelecimentos ,(art. 99, VI e XI, e art. 109)

Sentença declaratória da falência

Deve conter (art. 99, LF):

• XII – determinará, quando entenderconveniente, a convocação daassembleia-geral de credores para aconstituição de Comitê de Credores ,podendo ainda autorizar a manutenção doComitê eventualmente em funcionamentona recuperação judicial quando dadecretação da falência;

SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA

Deve conter (art. 99, LF):

• XIII – ordenará a intimação doMinistério Público e a comunicação porcarta às Fazendas Públicas Federal e detodos os Estados e Municípios em que odevedor tiver estabelecimento, para quetomem conhecimento da falência.

SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA

• A sentença declaratória da falência temcaráter constitutivo . Após ter sido proferida,a pessoa, os bens, os atos jurídicos e oscredores do empresário falido ficam sujeitosa um regime jurídico específico, que é ofalimentar.

• Uma vez declarado procedente o pedido defalência, o juiz deverá atentar-se tanto aodisposto no art. 458 do CPC (que contém osrequisitos gerais da sentença) quanto ao art.99 da LF (que se refere às medidas a seremtomadas imediatamente após o proferimentoda sentença declaratória da falência).

SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA

• O juiz também pode determinar medidascautelares de interesse à massa , como osequestro de bens , assim como ordenar aprisão preventiva do falido ou de seusadministradores quando houver provas daprática de crimes falimentares .

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SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA

• A sentença declaratória de falência deveráser publicada por edital, ou seja, nãoapenas o deu dispositivo, mas seu inteiroteor deve ser publicado no Diário Oficial .Além disso, se a massa falida comportar ,deverá ser publicada em jornal ou revistade circulação regional ou nacional.Proceder-se-á, ainda, à intimação doMinistério Público e das Fazendasrespectivas, e finalmente a falência deveráser comunicada à Junta Comercial em queo falido tem seus atos arquivados.

Sentença declaratória de falência: encerra a fasepré-falimentar (pedido de falência) e marca o inícioda fase de execução concursal.Efeitos do reconhecimento do estado de falência(art. 77 LF): OBS: art. 81 LFa) o vencimento antecipado das dívidas , com oabatimento proporcional dos juros, e conversão detodos os créditos em moeda estrangeira para a moedado País, pelo câmbio do dia da decisão judicial, paratodos os efeitos legais.;b) a arrecadação de todos os bens suscetíveis depenhora , quer os atuais, quer os adquiridos no cursodo processo.

A SENTENÇA DECLARATÓRIA DE FALÊNCIA

TERMO LEGAL DA FALÊNCIA

O termo legal da falência pode retroagir em até 90 dias contados (art. 129 LF):

1. Do primeiro protesto (regular) por falta de pagamento do falido

2. Da distribuição do pedido de falência3. Do pedido de Recuperação Judicial

SENTENÇA DECLARATÓRIA DA FALÊNCIA.

• Da decisão que decreta a falência cabeagravo de instrumento no prazo de 10dias (art. 100, LF).

• A previsão de recurso de agravo pararecorrer da decisão de decretação da quebravisa garantir a celeridade e efetividade doprocesso de falência e o interesse da massade credores, possibilitando o início da fasede execução concursal imediatamente.

SENTENÇA DENEGATÓRIA DA FALÊNCIA.

• Da sentença que julga a improcedência dopedido de falência, cabe apelação no prazode 15 dias (art. 100, LF).

• Julgado improcedente o pedido de falência, o juizdeverá examinar o comportamento do requerentee, se for o caso, aplicar o artigo 101 da LF.

• Caso a sentença denegatória da falência ocorra emrazão de depósito elisivo, o requerido deverá sercondenado em sucumbência ;

• Em caso de acolhimento das razões do requerido,é o requerente quem arcará com a sucumbência.

Exercícios:

Considera-se o termo legal da falência:• a) um período decretado pela sentença,

no qual todos os atos do falido sãoconsiderados suspeitos e passíveis denulidade.

• b) um período estabelecido pelo Juízo, apartir do qual, os atos são revogáveis

• c) um período onde os atos são passíveisde restituição

• d) um período deferido ou não a critériodo Juizo.

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Exercícios:

• A sentença que decreta a falência temnatureza declaratória ou constitutiva?

• Materialmente a sentença declaratória dafalência é considerada sentença ou decisãointerlocutória?

Gabarito Q2.Segundo lição do prof. Bernardo Pimentel Souza, ao tecer comentáriossobre as "sentenças agraváveis", in verbis: "Cabe recurso de agravoquando a decisão interlocutória proferida pelo juiz de primeiro grau édenominada sentença pelo legislador ou pelo próprio julgador [...] duas"sentenças" agraváveis são encontradas nos artigos 18, parágrafo único, e99, caput, ambos da Lei n.o 11.101, de 2005. Com efeito, tanto a "sentençaque houver julgado as impugnações" (artigo 18, parágrafo único, in fine)quanto a "sentença que decretar a falência do devedor" (artigo 99, caput)são agraváveis, porquanto são verdadeiras decisões interlocutórias,consoante revelam os artigos 17, caput, e 100, proêmio, ambos da Lei n.o11.101, de 2005, respectivamente. Aliás, prevalece o entendimentojurisprudencial de que a interposição do recurso de apelação configura errogrosseiro, de forma a afastar a aplicação do princípio da fungibilidade. Comefeito, a interposição da apelação configura erro em ambas as hipóteses"(Bernardo Pimentel Zouz. Introdução aos recursos cíveis . 5 ed. SãoPaulo:Saraiva, p. 433).Assim sendo, o recurso cabível é o de agravo deinstrumento (art. 524 do CPC).

Direito Empresarial III

SENTENÇA: EFEITOS DA FALÊNCIA

A sentença declaratória de falência produzefeitos em relação à pessoa do falido, seusbens, obrigações e credores.

São efeitos da sentença declaratória defalência em relação à pessoa do falido:

a) o falido fica inabilitado para exercerqualquer atividade empresarial a partir dadecretação da falência e até a sentença queextingue suas obrigações (art. 102 LF);

EFEITOS DA FALÊNCIA: PESSOA DO FALIDO

São efeitos da sentença declaratória defalência em relação à pessoa do falido:

b) o falido perde a administração e adisponibilidade de seu patrimônio (art. 103);

c) suspende-se a proteção do sigilo àcorrespondência em relação à atividadeempresarial;

d) o falido só pode praticar , sem aautorização do juiz, os atos não-patrimoniaisda vida civil;

EFEITOS DA FALÊNCIA: PESSOA DO FALIDO

São efeitos da sentença declaratória defalência em relação à pessoa do falido:

e) o falido não pode se ausentar do lugar dafalência sem a autorização do juiz; e

f) o falido submete-se a uma série de deveres,previstos no art. 104 da LF , colaborando com aadministração da falência.

EFEITOS DA FALÊNCIA: PESSOA DO FALIDO

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Os efeitos da decretação de falênciasobre os bens do falido são profundos(arts. 108 a 114 LF).

Nesse sentido, decretada a falência, todosos seus bens existentes na época de suadecretação ou adquiridos no curso doprocesso ficam sujeitos à massa falida .Se o falido for o espólio, fica suspenso oprocesso de inventário.

EFEITOS DA FALÊNCIA: BENS DO FALIDO

Os efeitos da decretação de falência sobre osbens do falido são profundos.

Assim, todos os bens de que o falido forproprietário (mesmo que estejam em poder deterceiros) ou possuidor serão arrecadados edepositados judicialmente por pessoaindicada pelo administrador judicial.

Se a arrecadação atingir bens de terceiros,estes poderão formular pedido de restituição(art. 85 da LF).

EFEITOS DA FALÊNCIA: BENS DO FALIDO

Em relação às obrigações do falido, asentença declaratória produzirá osseguintes efeitos (arts. 115 a 128 LF):

a) sujeita todos os credores aos efeitosda sentença, que somente poderão exerceros seus direitos sobre os bens do falido e dosócio ilimitadamente responsável na formaprevista pela LF;

EFEITOS DA FALÊNCIA: OBRIGAÇÕES DO FALIDO

Em relação às obrigações do falido, asentença declaratória produzirá osseguintes efeitos:

b) suspensão do exercício do direito deretenção sobre os bens sujeitos àarrecadação , os quais deverão ser entregues aoadministrador judicial; e do exercício do direitode retirada ou de recebimento do valor desuas cotas ou ações , por parte dos sócios dasociedade falida;

EFEITOS DA FALÊNCIA: OBRIGAÇÕES DO FALIDO

Em relação às obrigações do falido, a sentençadeclaratória produzirá os seguintes efeitos:

c) continuidade dos contratos bilaterais , quenão se resolvem pela falência e podem sercumpridos pelo administrador judicial se ocumprimento reduzir ou evitar o aumento dopassivo da massa falida ou for necessário àmanutenção e preservação de seus ativos,mediante autorização do Comitê ; (art. 117 LF)**

** VIDE A FRENTE

EFEITOS DA FALÊNCIA: OBRIGAÇÕES DO FALIDO

Em relação às obrigações do falido, a sentençadeclaratória produzirá os seguintes efeitos:

d) possibilidade de o administrador judicial,mediante autorização do Comitê, darcumprimento a contrato unilateral se esse fatoreduzir ou evitar o aumento do passivo da massafalida ou for necessário à manutenção epreservação de seus ativos, realizando opagamento da prestação pela qual está obrigada;(art. 118 LF)**

** VIDE A FRENTE

EFEITOS DA FALÊNCIA: OBRIGAÇÕES DO FALIDO

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Em relação às obrigações do falido, a sentençadeclaratória produzirá os seguintes efeitos:

e) o mandato conferido pelo devedor, antesda falência, para a realização de negócios,cessará seus efeitos com a decretação dafalência, cabendo ao mandatário prestar contas desua gestão;

EFEITOS DA FALÊNCIA: OBRIGAÇÕES DO FALIDO

Em relação às obrigações do falido, asentença declaratória produzirá osseguintes efeitos:

f) as contas correntes com o devedorconsideram-se encerradas no momento dedecretação da falência, verificando-se orespectivo saldo.

EFEITOS DA FALÊNCIA: OBRIGAÇÕES DO FALIDO

EFEITOS DA FALÊNCIA: CREDORES DO FALIDO

• Efeitos da sentença declaratória defalência em relação aos credores:

1. Formação da massa falida subjetiva;

2. Suspensão das ações individuais (art. 6º);

3. Vencimento antecipado dos créditos (art.77);

4. Suspensão da fluência dos juros (art. 124).

Direito Empresarial III

EFEITOS DA FALÊNCIA : CONTRATOS DO FALIDO (ARTS. 119 LF)

CONTRATOS DO FALIDO

• O administrador judicial, medianteautorização do Comitê, poderá darcumprimento a contrato unilateral seesse fato reduzir ou evitar o aumentodo passivo da massa falida ou fornecessário à manutenção epreservação de seus ativos , realizandoo pagamento da prestação pela qual estáobrigada (art. 118).

CONTRATOS DO FALIDO

• Os contratos bilaterais não se resolvempela falência e podem ser cumpridos peloadministrador judicial se o cumprimentoreduzir ou evitar o aumento do passivo damassa falida ou for necessário àmanutenção e preservação de seusativos , mediante autorização do Comitê (art.117).

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CONTRATOS DO FALIDO

• INTERPELAÇÃO JUDICIAL: MANIFESTAÇÃOSOBRE A CONTINUIDADE OU DISTRATO

• O contratante pode interpelar oadministrador judicial, no prazo de até 90dias, contado da assinatura do termo de suanomeação, para que, dentro de 10 dias,declare se cumpre ou não o contrato.

• A declaração negativa ou o silêncio doadministrador judicial confere ao contraenteo direito à indenização , cujo valor, apuradoem processo ordinário, constituirá créditoquirografário.

CONTRATOS DO FALIDO

a) Compra e Venda Mercantil (falência docomprador): vendedor não pode obstar aentrega das coisas expedidas e ainda emtrânsito, se o falido, antes do requerimento dafalência, as tiver revendido, sem fraude;

b) Compra e Venda Mercantil (falência dovendedor): se o administrador judicial resolverrescindir o contrato de venda de coisascompostas, o comprador poderá requererperdas e danos. colocando à disposição damassa falida as coisas já recebidas;

CONTRATOS DO FALIDO

c) Compra e Venda Mercantil ou Prestação deServiço com pagamento a prestação (falênciado vendedor): o administrador judicial poderárescindir o contrato, devendo o credor habilitarseu crédito (relativo ao valor pago) na classeprópria;

d) Compra e Venda com Reserva de Domínio(falência do comprador): o administradorjudicial poderá rescindir o contrato, podendo ovendedor recuperar a coisa móvel, devolvendoos valores já recebidos (Arts. 1070 e 1071 CPC) ;

CONTRATOS DO FALIDO

e) Compra e Venda a Termo (futuro): no contrato decoisa vendida a termo, que tenha cotação em bolsaou mercado, e não se executando o contrato pelaefetiva entrega daquelas e pagamento do preço,pagar-se-á a diferença entre a cotação do dia docontrato e a da época da liquidação em bolsa oumercado;

f) Compra e Venda de Imóveis: o administrador judicialnão poderá rescindir a promessa de compra e venda.Na falência do vendedor, o compromisso deverá sercumprido. Na falência do comprador, os direitosdevem ser arrecadados e liquidados nos termos doart. 30 da L. 6.766/79

CONTRATOS DO FALIDO

g) Locação Empresarial (falência do locador):não resolve o contrato de locação

h) Locação Empresarial (falência dolocatário): o administrador judicial pode, aqualquer tempo, denunciar o contrato;

Direito Empresarial III

EFEITOS DA FALÊNCIA : ATOS INEFICAZES e REVOGÁVEIS

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ATOS INEFICAZES

• O falido, em razão de sua situação pré-falimentar, pode ter praticado atos de alienaçãoque podem prejudicar o direito de crédito damassa de credores.

• São atos objetivamente ineficazes , que nãonecessitam de prova de conluio e intençãode fraude contra credores (art. 129 LF),podendo ser declarados de ofício pelo juízo ou arequerimento dos credores ou do administradorjudicial, mediante ação própria ouincidentalmente no curso do processo:

ATOS INEFICAZES

• Atos objetivamente ineficazes (art. 129):

a) Pagto. de dívidas não vencidas , dentro dotermo legal da falência;

b) Pagto. de dívidas vencidas e exigíveis, porforma diversa da prevista no contrato ,dentro do termo legal da falência;

c) Constituição de direito real de garantia ,(inclusive a retenção), dentro do termo legal dafalência, em favor de dívida contraídaanteriormente ;

ATOS INEFICAZES• Atos objetivamente ineficazes (art. 129):d) Atos a título gratuito, praticados até 2 (dois)

anos antes da decretação da falência;e) Renúncia à herança ou a legado, praticada até 2

(dois) anos antes da decretação da falência;f) Trespasse irregular (sem anuência dos credores e

sem ter deixados bens suficientes para a quitaçãodas dívidas empresariais)

g) Registro de direitos reais e de transferência depropriedade entre vivos, realizados após adecretação da falência , salvo se tiver havidoprenotação anterior.

ATOS REVOGÁVEIS• São atos subjetivamente ineficazes , que

necessitam de prova de conluio fraudulentoentre o falido e terceiro, bem como o prejuízoà massa falida (art. 130 LF) , a ser requeridopelos credores ou do administrador judicial oupelo MP, mediante ação própria: AÇÃOREVOCATÓRIA (art. 132 LF) .

• JUÍZO COMPETENTE: para conhecer a AçãoRevocatória é o juízo da falência.

• PRAZO PRESCRICIONAL: 3 anos contados dadecretação de falência.

ATOS REVOGÁVEISAÇÃO REVOCATÓRIA

LEGITIMADOS (P. ATIVO): o administrador judicial,qualquer credor ou o Ministério Público podempropor a ação revocatória.

LEGITIMADOS (P. PASSIVO): art. 133 da LFI – todos os que figuraram no ato ou por ele

beneficiados (pagamento ou garantia);II – terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento,

da intenção do devedor de prejudicar os credores;III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas

indicadas nos incisos I e II deste artigo.

Exercícios:

Somente se admite o pedido de restituição:• a) se os bens ainda não foram alienados• b) de coisa vendida no período de 15 dias

anteriores à decretação da falência• c) se a coisa foi vendida à vista e entregue

no período de 15 dias a contar dadecretação da falência

• d) da coisa vendida a prazo e entregue aodevedor no período de 15 dias a contar dorequerimento da falência.

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Exercícios:

Consideram-se atos ineficazes• a) atos patrimoniais praticados pelo devedor,

independentemente da intenção de fraudar, ocorridos notermo legal da falência e outros atos expressamenteprevistos na LRE

• b) diminuição do patrimônio do devedor desde que os atossejam praticados dentro do termo legal da falências,doações e renúncia à herança desde que provado a fraude

• c) venda ou transferência do estabelecimento, sem oconsentimento expresso dos credores ou pagamento dosmesmos, desde que presente a intenção de fraudarcredores

• d) atos que impliquem na diminuição do patrimônio dodevedor ocorridos a qualquer tempo antes da decretaçãoda falência

Exame OAB – Nacional – 2009.1 –Segunda Fase – Direito Empresarial.• Em 15 de março de 2008, a pessoa jurídica Beta celebrou

contrato de compra e venda de veículo de sua propriedadepara a pessoa jurídica Gama, que se obrigou a efetuar opagamento pela compra do veículo em 6 prestações iguaise mensais, vencendo a primeira em 15 de abril do mesmoano. Em 20/3/2008, ou seja, 5 dias após a entrega doveículo, foi requerida a falência de Gama, pedido deferidoposteriormente.

• Em face dessa situação hipotética, identifique,fundamentando-se na lei de falências e de recuperação deempresas, o procedimento mais adequado e eficaz para adefesa dos direitos de Beta, na hipótese de o veículopermanecer na propriedade de Gama e na de o veículo játer sido alienado por Gama a terceiro de boa-fé. Em suaresposta, informe, ainda, os dispositivos legais aplicáveis.

Direito Empresarial III

ETAPA FALIMENTAR: ADMINISTRAÇÃO E ÓRGÃOS DA FALÊNCIA

ADMINISTRAÇÃO DA FALÊNCIA.

• A falência é administrada de uma maneira

geral pelo juiz , pelo administrador judicial ,

pela Assembleia-geral de Credores e pelo

Comitê de Credores , cada qual possuindo

uma função específica. Ademais, a falência é

fiscalizada pelo representante do Ministério

Público , que funciona como fiscal da lei e

representante dos interesses difusos.

ADMINISTRADOR JUDICIAL

� Auxiliar do juiz, cargo de confiança do juízo (art. 21).

� Trata-se de um auxiliar do juízo, que fica sujeito à sua supervisão e à fiscalização do Comitê de Credores (art. 27, I, a, da LF).

� Artigo 30 LF: impedimentos para ser administrador.

ADMINISTRADOR JUDICIAL

• O ADMINISTRADOR JUDICIAL é oprofissional, de confiança do juiz, habituadoà administração de empresas ,preferencialmente advogado, economista,administrador de empresas ou contador, ouainda pessoa jurídica especializada, querepresenta a massa falida, auxilia o juiz naadministração da massa falida e fiscaliza odevedor-falido .

• O administrador judicial é quem representa amassa falida, que é um entedespersonalizado, mas que apresentacapacidade judiciária.

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ADMINISTRADOR JUDICIAL

� Atos de maior importância:

1. Verificação de créditos (artigo 7o ao 20);2. Relatório inicial (art. 22, II, e, LF);3. Contas mensais (art. 22, III, p, LF);4. Relatório final (art. 155, LF)

ADMINISTRADOR JUDICIAL

OUTROS DEVERES: art. 22

A.enviar correspondência aos credores (art. 51, III; art. 99, III ou art. 105, II LF), comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito;

B.fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados;

C.dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;

ADMINISTRADOR JUDICIAL

OUTROS DEVERES: art. 22

D. exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações;

E. elaborar a relação de credores de que trata o §2o do art. 7o LF;

F. consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 LF;

ADMINISTRADOR JUDICIAL

OUTROS DEVERES: art. 22

G. requerer ao juiz convocação da assembleia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua oitiva para a tomada de decisões;

H. contratar, mediante autorização judicial, profissionais para auxiliá-lo no exercício de suas funções;

I. manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;

ADMINISTRADOR JUDICIAL

• SUBSTITUIÇÃO E DESTITUIÇÃO (art. 31 LF) : sendo aúltima uma penalidade em razão da desídia doadministrador judicial ou de interesses conflitantes com amassa falida.

• O administrador deve cumprir diversos deveres naadministração da massa falida, respondendopessoalmente (em razão de culpa/dolo) em caso deprejuízo à massa falida, credores, falido ou terceiroprejudicado.

• OBS: legitimado para ação de reparação de danos durante oprocesso falimentar: MASSA FALIDA . Legitimado para a açãoapós o encerramento do processo falimentar: QQUERCREDOR QUE PEDIU A DESTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR

ADMINISTRADOR JUDICIAL

• CAUSAS PARA A SUBSTITUIÇÃO:

a) Renúncia motivada;

b) Morte;

c) Incapacidade civil superveniente.

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ADMINISTRADOR JUDICIAL

• CAUSAS PARA A DESTITUIÇÃO:

a) Desobediência ou descumprimento dosdeveres impostos pela LF;

b) Negligência no cumprimento das funções;

c) Prática de atos lesivos às atividades dofalido ou de terceiros;

ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES

ÓRGÃO DELIBERATIVO em que participam todosos credores, divididos em classes de acordo com ocrédito que titularizam.MATÉRIAS:a) Constituição do Comitê de Credores , eleição e

substituição de seus membros;b) Adoção de modalidades extraordinárias para a

venda de bens da massa falida;c) Outras matérias de interesse dos credores.CONVOCAÇÃO: compete ao juiz: publicação no D.O.e jornais de grande circulação na sede e filiais do falido.

ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES

COMPOSIÇÃO DA AGC:a) Titulares de créditos derivados da relação de

trabalho e acidentes de trabalho;b) Titulares de créditos com garantia real;c) Titulares de créditos quirografários , com

privilégio especial, privilégio geral ou subordinados

QUORUM DELIBERATIVO: em regra, maioriasimples. Exceto: a) eleição dos membros do Comitê deCredores (eleitos pela classe que representam – art. 44LF); b) aprovação de forma alternativa de alienação debens (quórum qualificado de 2/3 dos presentes na AGC)

COMITÊ DE CREDORES• Se o patrimônio do falido comportar , a

Assembleia Geral de Credores poderá constituirum Comitê de Credores, cuja função é auxiliar ojuiz na administração da falência, fiscalizando asatividades do administrador judicial.

• COMPOSIÇÃO:a) 1 repres. de credores trabalhistas + 2 suplentes

b) 1 representante de credores com garantia real ouprivilégios especiais + 2 suplentes

c) 1 representante de credores quirografários e comprivilégios gerais + 2 suplentes

COMITÊ DE CREDORES• PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES (ART. 27 LF):a) Fiscalizar os atos e examinar as contas do

administrador judicial;b) Zelar pelo bom andamento do processo e

cumprimento da lei;

c) Comunicar ao juízo, caso verifique a violação dedireitos ou prejuízos aos interesses dos credores;

d) Apurar e emitir parecer sobre qualquer reclamaçãodos interessados (credores, falido e terceiros)

e) Requerer ao juiz para que convoque a AGCf) Fiscalizar a administração das atividades do falido,

apresentando relatórios a cada 30 dias

JUIZ e MINISTÉRIO PÚBLICO

• JUIZ: preside e fiscaliza a administração dafalência .

• REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO :intervém no feito como fiscal da lei (arts. 8º, 9º,30 e 132, LF).

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DEVERES DO FALIDO (art. 104 LF)

I – assinar nos autos, desde que intimado da decisão,termo de comparecimento, com a indicação do nome,nacionalidade, estado civil, endereço completo do domicílio,devendo ainda declarar:a) as causas determinantes da sua falência;b) se sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios,

acionistas controladores, diretores ou administradores,apresentando o contrato ou estatuto social e suasalterações;

c) o nome do contador encarregado da escrituração doslivros obrigatórios e os mandatos que porventura tenhaoutorgado a terceiros

d) indicar seus bens imóveis e os móveis que não seencontram no estabelecimento; indicar outras sociedadesque fizer parte; indicar suas contas bancárias, aplicações,títulos em cobrança e processos judiciais em andamento.

DEVERES DO FALIDOII – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo decomparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serementregues ao administrador judicial, depois de encerradospor termos assinados pelo juiz;

III – não se ausentar do lugar onde se processa a falênciasem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e semdeixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei;

IV – comparecer a todos os atos da falência, podendo serrepresentado por procurador, quando não for indispensávelsua presença;

V – entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis edocumentos ao administrador judicial, indicando-lhe, paraserem arrecadados, os bens que porventura tenha empoder de terceiros;

DEVERES DO FALIDO

VI – prestar as informações reclamadas pelo juiz,administrador judicial, credor ou Ministério Público sobrecircunstâncias e fatos que interessem à falência;

VII – auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza;

VIII – examinar as habilitações de crédito apresentadas;

IX – assistir ao levantamento, à verificação do balanço e aoexame dos livros;

X – manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;

XI – apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seuscredores;

XII – examinar e dar parecer sobre as contas doadministrador judicial.

Os sócios solidária e ilimitadamente responsáveispelas obrigações sociais são atingidos pela falênciada sociedade, ficando sujeitos aos efeitos que asentença declaratória produzir em relação à sociedadefalida. Esses efeitos aplicam-se ao sócio que tenhase retirado voluntariamente ou que tenha sidoexcluído da sociedade, há menos de dois anos ,quanto às dívidas existentes na data do arquivamentoda alteração do contrato, no caso de não terem sidosolvidas até a data da decretação da falência.

Qualquer que seja o tipo societário , ainda queestejamos tratando de sociedade limitada ou anônima,os representantes legais da sociedade estarãosujeitos às mesmas obrigações do falido.

RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS NA FALÊNCIA

Direito Empresarial III

FASE FALIMENTAR: PROCESSO

FASE PRÉ-FALIMENTAR FASE FALIMENTAR

_________________________________________________

Fase Cognitiva Fase Satisfativa

Pedido de Citação Sentença Sentença deFalência do devedor de falência Encerramento

Mensuração Realização Relatório10 dias do Ativo do Ativo Final

+ +Defesa Depósito Mensuração Satisfação Prestação

Elisivo do Passivo do Passivo de contasPedido de do síndico

Recup. Jud.

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FASE FALIMENTAR

• A fase, ou etapa falimentar, é sub-dividida emduas fases (com finalidades distintas) quepoderão ocorrer concomitantemente :

• Fase Cognitiva: destinada a mensuração doativo (bens e direitos) e do passivo (dívidas).

• Fase Satisfativa: destinada à liquidação dopatrimônio do falido e pagamento dos credores.

FASE COGNITIVA: APURAÇÃO DO ATIVO

Declarada a falência por sentença:

• Inicia-se, efetivamente, o processofalimentar;

• Definição do ativo , que envolve atoscomo a arrecadação de bens na possedo falido e exibição de documentos eescrituração mercantil (ver art. 108);

FASE COGNITIVA: APURAÇÃO DO ATIVO

• ATOS:

1. Arrecadação de Bens (art. 108 LF): cabe aoadministrador judicial a arrecadação eavaliação dos bens em posse do falido, docs eescrituração mercantil

FASE COGNITIVA: APURAÇÃO DO ATIVO• ATOS:

2. Pedido de Restituição (art. 85 LF): caso osbens arrecadados em posse do falido sejam depropriedade de terceiro (ex. locação, depósito ecomodato). É possível o pedido de restituição decoisa vendida a crédito e entregue ao falido nos15 dias anteriores ao pedido de falência.

3. Embargos de Terceiro (art. 93 LF): em caso debens de terceiro terem sido arrecadados. EX:defesa da meação de cônjuge para empresárioindividual.

FASE COGNITIVA: APURAÇÃO DO PASSIVO

• A verificação dos créditos será realizada peloadministrador judicial com base:

1.Relação de Credores apresentada pelo falido(na inicial da autofalência ou nos 5 dias após asentença de falência);

2.Livros contábeis, documentos comerciais efiscais do falido

3.Documentos apresentados pelos credores

... Vide quadro abaixo

FASE COGNITIVA: APURAÇÃO DO PASSIVO

• Definição do passivo (ver arts. 7º ao 20).

• Compete ao Administrador Judicial.

• Feita com base na escrituração, documentosdo falido e informações de credores (art. 7º).

• Publicação da relação de credores parapossíveis impugnações (art. 8º e parágrafosdo art. 7º).

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FASE COGNITIVA: APURAÇÃO DO PASSIVO

• Definição do passivo (ver arts. 7º ao 20).

• Habilitação dos credores (arts. 9º e 10) eeventuais impugnações (arts. 11/13).

• Sentença homologatória dos credores pelojuiz (arts. 14/17).

SENTENÇA DE FALÊNCIA AGRAVO (art. 17)(5 dias) (10 dias)

RELAÇÃO DE CREDORES JULGAMENTO DAS

(ART. 99, III, LF) IMPUGNAÇÕES

PUBLICAÇÃO RELAÇÃO CRED. MANIFESTAÇÃO DO CONSOLID.

(art. 52, § 1º e art. 99, § único) FALIDO/COMITÊ CRED. Q.G.CREDORES

(art. 12 LF) (art. 18 LF)

(15 dias) (5 dias)DIVERGÊNCIAS HABILITAÇÕES CONTESTAÇÃO HOMOLOGAÇ.

(art. 7º, § 1º) (art. 7º, § 1º) (art. 11 LF) Q.G.CREDORES

(45 dias) (5 dias)PUBLICAÇÃO RELAÇÃO CRED. IMPUGNAÇÃO SEM IMPUGNAÇ

(art. 7º, § 2º LF) DOS CREDORES DOS CREDORES

(art. 8º LF) (10 dias)

CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS

(Art. 83 LF)0 - créditos extraconcursais (art. 84)I – os créditos trabalhistas, limitados a 150

salários-mínimos por credor, e os decorrentesde acidentes de trabalho;

II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;

III – créditos tributários , independentemente da sua natureza e tempo de constituição, exceto as multas tributárias;

CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS

(Art. 83 LF)IV – créditos com privilégio especial , a saber:

- os previstos no art. 964 do CC/02 etc.

V – créditos com privilégio geral , a saber:

a) os previstos no art. 965 do CC/02

b) os previstos no parágrafo único do art. 67 LF

etc.

CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS

(Art. 83 LF)VI – créditos quirografários , a saber:

a) comuns: aqueles sem garantia;

b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;

c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido

VII – as multas contratuais e as penas pecuniáriasVIII – créditos subordinados.

NÃO SÃO EXIGÍVEIS

• Não são exigíveis do devedor, narecuperação judicial ou na falência (art. 5º):

1. As obrigações a título gratuito; e

2. As despesas que os credores fizerem paratomar parte na recuperação judicial ou nafalência, salvo as custas judiciais decorrentesde litígio com o devedor.

23

FASE SATISFATIVA

Fase Satisfativa é destinada à liquidação doativo (patrimônio) do falido e a quitação dopassivo (pagamento dos credores), quepoderá ocorrer concomitantemente à FaseCognitiva (destinada a mensuração do ativo e dopassivo), visando a celeridade e efetividade doprocesso falimentar.

FASE SATISFATIVA: LIQUIDAÇÃO DO ATIVO

• REALIZAÇÃO DO ATIVO (venda dos bensarrecadados para o pagamento do passivo - art.139), que poderá ser feita nesta ordem depreferência (art. 140):

1. Alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;

2. Alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente;

3. Alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor;

4. Alienação dos bens individualmente considerados.

FASE SATISFATIVA: LIQUIDAÇÃO DO ATIVO

• As quantias recebidas serão depositadas emconta remunerada de instituição financeira(art. 147).

• O administrador judicial fará constar (art. 148)do relatório de que trata a alínea p do inciso IIIdo art. 22 os valores eventualmente recebidosno mês vencido, explicitando a forma dedistribuição dos recursos entre os credores,observado o disposto no art. 149.

FASE SATISFATIVA: QUITAÇÃO DO PASSIVO

Pagamento aos Credores (arts. 149/153)

• Realizadas as restituições, pagos os créditosextraconcursais (art. 84) e consolidado oquadro-geral de credores, serão pagos oscredores, atendendo à classificação prevista noart. 83.

• Os credores restituirão em dobro as quantiasrecebidas, acrescidas dos juros legais, se ficarevidenciado dolo ou má-fé na constituição docrédito ou da garantia.

• Pagos todos os credores, o saldo, se houver, seráentregue ao falido.

ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA

• Após a liquidação de todo o ativo e pagamentodo passivo (total ou parcial), cumprirá aoadministrador judicial a prestação final de contase a emissão de relatório final.

• A SENTENÇA DE ENCERRAMENTO DEFALÊNCIA, termina o processo falimentar,definindo o termo para a reabilitação do falido.

FASE PRÉ-FALIMENTAR FASE FALIMENTAR

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Fase Cognitiva Fase Satisfativa

Pedido de Citação Sentença Sentença deFalência do devedor de falência Encerramento

Mensuração Realização Relatório10 dias do Ativo do Ativo Final

+ +Defesa Depósito Mensuração Satisfação Prestação

Elisivo do Passivo do Passivo de contasPedido de do síndico

Recup. Jud.

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REABILITAÇÃO DO FALIDO.

• Reabilitação do falido declarada por sentença(art. 159).

• HIPÓTESES (ART. 158):1. o pagamento de todos os créditos ;

2. o pagamento, depois de realizado todo o ativo, demais de 50% dos créditos quirografários ,sendo facultado ao falido o depósito da quantianecessária para atingir essa porcentagem separa tanto não bastou a integral liquidação doativo;

REABILITAÇÃO DO FALIDO.

• HIPÓTESES (ART. 158):3. o decurso do prazo de 5 anos , contado do

encerramento da falência, se o falido não tiversido condenado por prática de crime falimentar ;

4. o decurso do prazo de 10 anos , contado doencerramento da falência, se o falido tiver sidocondenado por prática de crime previsto na Lei .

5. prescritas ou extintas as obrigações, o sócio deresponsabilidade ilimitada também poderá requererseja declarada por sentença a extinção de suasobrigações na falência (art. 160).

Exercícios:

• O que é vis atrativas?

• Em que momento se abre o prazopara habilitação dos credores nafalência?

• O que são créditos extraconcursais?

Exercícios:

• Há possibilidade de sócio que tenhase retirado da sociedade empresária,vir a ser responsabilizado em caso de

falência?

• O sócio que se retirou da sociedadepoderá ser considerado falido?

Exercícios:

Constituem-se hipóteses de extinção das obrigações dofalido, propiciando-lhe a reabilitação civil para voltar aexercer a atividade empresarial:a) o pagamento integral dos créditos ou o pagamento demais de 50% dos créditos quirografários, desde quetranscorridos 05 anos contados do encerramento da falênciab) o pagamento de, no mínimo, 50% dos créditos, desdeque transcorridos 05 anos contados do encerramento dafalênciac) o pagamento integral dos créditos; o pagamento de maisde 50% dos créditos quirografários, ou o decurso de 05anos contados do encerramento da falência, se o falido nãofoi condenado por crime falimentar.d) o pagamento integral dos créditos; o pagamento de maisde 50% dos créditos quirografários, ou o decurso de 05anos contados do encerramento da falência, se o falido foicondenado por crime falimentar.