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Direito Empresarial

Sociedade Anônima

Professor Fidel Ribeiro

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Direito Empresarial

SOCIEDADE ANÔNIMA

→ 1ª sociedade regulamentada por lei

→ adotada (na maioria), para negócios de grande vulto

→ eventualmente, por determinação legal (seguradoras, bancos, sociedades com ações em bolsa, etc)

→ é considerada uma sociedade institucional/estatutária (diferentemente das sociedades que estudamos até agora, que são classificadas como contratuais)

→ sempre empresária (não comporta natureza simples por suas características e por expressa previsão legal)

REGIME JURÍDICO → LEI DAS S.A. (6.404/76)

→ o Código Civil é aplicável apenas supletivamente.

CARACTERÍSTICAS:

• divisão do capital em ações

• responsabilidade do sócio limitada ao valor das ações

• inexistência de responsabilidade pela integralização do capital (ao contrário das LTDAs)

• tipicamente, de CAPITAL (há exceções/divergências).

• Há sociedades cujo Estatuto veda a livre circulação de ações. (SA fechada, “de pessoas”)

• seus sócios são identificados como ACIONISTAS.

• ato constitutivo: ESTATUTO SOCIAL (mais complexo que o contrato social)

• o ESTATUTO pode ser oriundo de instrumento público ou privado

• também é chamada de “companhia”

• utiliza obrigatoriamente DENOMINAÇÃO

• a denominação deve expressar seu OBJETO SOCIAL (finalidade, ramo. Ex: indústria de ali-mentos)

• obrigatório constar na denominação a expressão SOCIEDADE ANÔNIMA ou COMPANHIA, por extenso ou abreviada.

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• COMPANHIA ou CIA não podem estar ao final (para evitar confusão com a Soc. em Nome Coletivo)

• sempre será uma SOCIEDADE EMPRESÁRIA

S/A ABERTA OU FECHADA

Aberta: negocia livremente seus papéis no mercado de capitais

Fechada: não negocia valores mobiliários no mercado de capitais.

Art. 4º Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2º Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

(...)

VALORES MOBILIÁRIOS

Conceito de Tarcísio Teixeira:

Valores mobiliários são títulos emitidos por sociedades anônimas com características e direitos padronizados, como, por exemplo, quanto à participação nos lucros da empresa. Diferem-se dos títulos de crédito, entre outras razões, porque são emitidos em série/massa.

Os valores mobiliários são utilizados como formas de captação de recursos para financiamento de empresas que os emitem. Em geral, para os que adquirem os valores mobiliários, trata-se de uma forma de investimento.

São exemplos de valores mobiliários:

• ações,

• debêntures,

• bônus de subscrição,

• partes beneficiárias etc.

Os valores mobiliários podem ser negociados na BOLSA DE VALORES ou no MERCADO DE BALCÃO.

CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS → autarquia federal encarregada de regular e fiscalizar o segmento. É vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e pa-trimônio próprios. (é considerada entidade autárquica de natureza especial, com qualidade de agência reguladora)

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→ importante conhecer a Lei 6.385/76

(Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários)

PRINCIPAIS FUNÇÕES DA CVM

a) Regulamentadora (expede instruções normativas que regulamentam mercado de capitais)

b) Autorizadora (na constituição de uma companhia aberta é indispensável a autorização da CVM)

c) Fiscalizadora (fiscaliza os atos de uma companhia aberta, podendo, inclusive, aplicar sanções em caso de descumprimento)

MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Divide-se em:

a) bolsa de valores:

• instituição privada de caráter comercial

• proporciona os meios (local, infraestrutura, mecanismos e instrumentos técnicos e mate-riais), para a negociação de títulos de valores.

• uma espécie de “mercado profissional” de valores mobiliários.

b) mercado de balcão: ações adquiridas fora da Bolsa de Valores.

MERCADO PRIMÁRIO (analogia: carro zero)

1º Investidor → $$$ → CIA

MERCADO SECUNDÁRIO (analogia: carro usado)

2º Investidor → $$$ → 1º Investidor

CONSTITUIÇÃO DA S/A

CAPÍTULO VIIConstituição da Companhia (tanto para CIA ABERTA quanto CIA FECHADA)

SEÇÃO IREQUISITOS PRELIMINARES

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos prelimina-res:

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I – (PLURIPESSOALIDADE) – subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;

• exceções: subsidiária integral (251, LSA); empresa pública (EX: União como única sócia)

Subsidiária Integral

Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionis-ta sociedade brasileira.

§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo 8º, respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do artigo 10 e seu parágrafo único.

§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante aquisição, por socieda-de brasileira, de todas as suas ações, ou nos termos do artigo 252.

Prosseguindo nas regras gerais para constituição de CIA:

II – (10% EM DINHEIRO)- realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do pre-ço de emissão das ações subscritas em dinheiro;

• há exceções previstas em Lei (Bancos devem depositar no mínimo 50% em dinheiro)

III – (DEPÓSITO DA ENTRADA)- depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimen-to bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.

Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social. (Ex: instituições financeiras, 50%)

Depósito da Entrada → PRAZO 5 DIAS

Art. 81. O depósito referido no número III do artigo 80 deverá ser feito pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) dias contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização, que só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica.

Parágrafo único. Caso a companhia não se constitua dentro de 6 (seis) meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias depositadas diretamente aos subscritores.

CONSTITUIÇÃO PROPRIAMENTE DITA

De acordo com Prof. Alexandra Gialluca

a) Companhia aberta (subscrição pública ou sucessiva)

• 1ª etapa: registro de emissão das ações na CVM, a qual analisará a viabilidade econômica e o estatuto social da companhia. Por conseguinte, a Comissão aprovará ou não a emissão das ações. Caso positiva, passa-se a segunda etapa.

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• 2ª etapa: contratação de instituição financeira para intermediação dos valores mobiliários (“underwriting”).

• 3ª etapa: assembléia de fundação.

b) Companhia fechada (subscrição particular)

Constituída por escritura pública ou por assembleia de fundação – é denominada de subscrição simultânea porque ela ocorre no ato daquela ou desta.

ESPÉCIES DE VALORES MOBILIÁRIOS

Ações: espécie de valores mobiliários que representam uma parcela do capital social e entre-gam ao seu titular um complexo de direitos e deveres (Status socci, status de sócio, do Direito Italiano).

NATUREZA DAS AÇÕES → BENS MÓVEIS

(anteriormente, eram consideradas títulos de crédito, porém não expressam crédito líquido e certo, motivo pelo qual tal classificação parece-me equivocada)

→ A partir das ações forma-se o capital social e consequentemente o patrimônio da sociedade.

→ No Brasil, era possível até 1990 emissão de ações “ao portador”. Todavia, a partir da Lei 8.021 que alterou o art. 20 da LSA, as ações devem ser OBRIGATORIAMENTE NOMINATIVAS.

S/A → normalmente possuem altos custos

Necessidade → atrair diferentes tipos de investidores

Solução → dividir as ações em ESPÉCIES DIFERENTES.

ORDINÁRIAS X PREFERENCIAIS X DE FRUIÇÃO

ORDINÁRIAS → conferem direitos comuns (ex:direito de voto, de participação nos lucros);

Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembléia-geral.

§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista.

§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.

PREFERENCIAIS →vantagens para titulares (ex: prioridade na distribuição de lucros, ou, rece-bimentos maiores que ações ordinárias); pode haver supressão de direitos (como, por ex, do direito ao voto)

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Ações Preferenciais

Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.

AQUISIÇÃO DO DIREITO DE VOTO PELO INADIMPLEMENTO

§ 1º As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito (DE VOTAR) se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.

LIMITE DAS AÇÕES PREFERENCIAIS SEM DIREITO À VOTO

Art. 15. § 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto ou sujeitas a restrições no exercício desse direito, não pode ultrapassar 2/3 (dois terços) do total das ações emitidas.

§ 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) do total das ações emitidas. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

GOLDEN SHARE → “ações de ouro”. “preferenciais de classe especial”. Intransferível. Vantagem não econômica, mas sim, política.

LSA, art. 17, § 7º Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembléia-geral nas matérias que especificar. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

(VUNESP – 2018 – prova de atualidades)

Leia os excertos.

I – O presidente Michel Temer assinou nesta sexta (19.01) o projeto de lei que propõe uma modelagem de venda da empresa. A proposta, que ainda será encaminhada ao Congresso, prevê que o governo tenha uma “golden share”, que dá poder de veto e determina a limitação de 10% do poder de voto para qualquer acionista que detenha participação acionária superior a esse limite.

(Folha-Uol, 19.01.2018. Disponível em <https://goo.gl/9xg5GZ> . Acesso em: 25.02.2018. Adaptado)

II – A empresa brasileira levantou 2,7 bilhões de dólares na terça-feira (24.01) em sua oferta pública inicial de ações em Nova York, em meio ao aumento do otimismo do investidor com a

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recuperação econômica brasileira. A listagem é a maior por uma empresa brasileira desde abril de 2013, quando o Banco do Brasil S. A. listou sua unidade de seguros.

(Época, 24.01.2018. Disponível em <https://goo.gl/sJraEf . Acesso em 25.02.2018. Adaptado)

As empresas a que as notícias se referem são, respectivamente,

a) Telebras e Azul.b) Correios e Ri Happy.c) Eletrobras e PagSeguro.d) Embraer e Netshoes.e) Petrobras e Cosan.

AÇÕES DE FRUIÇÃO → “de gozo”. Trata-se de uma espécie de liquidação antecipada, onde o acionista recebe o que receberia em caso de dissolução da sociedade, antecipadamente. Não altera direitos ou deveres.

Quadro resumido pela autora Estefânia Rossignoli:

ESPÉCIES DE ACIONISTAS

Investidor → preocupação exclusiva com o lucro. Desconexo da política da sociedade.

Participativo → participa da tomada de decisões.

Majoritário → detém a maioria das ações com votos (pode ser controlador, ou não).

Remisso → que está em mora com a Sociedade. Na SA não há expulsão do remisso. Ele recebe as ações que pagou e as demais são leiloadas no mercado de balcão.

Controlador → acionista que possui “poder de controle”.

LSA, Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:

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a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e

b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.

Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender.

ALIENAÇÃO DE CONTROLE

“TAG ALONG”

→ forma de proteção a acionistas minoritários de uma companhia que possibilita a eles o direito de se retirarem da SA caso o controle da companhia seja adquirido por um investidor estranho à Sociedade.

Art. 254-A. A alienação, direta ou indireta, do controle de companhia aberta somente poderá ser contratada sob a condição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o preço no mínimo igual a 80% (oitenta por cento) do valor pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 1º Entende-se como alienação de controle a transferência, de forma direta ou indireta, de ações integrantes do bloco de controle, de ações vinculadas a acordos de acionistas e de valores mobiliários conversíveis em ações com direito a voto, cessão de direitos de subscrição de ações e de outros títulos ou direitos relativos a valores mobiliários conversíveis em ações que venham a resultar na alienação de controle acionário da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários autorizará a alienação de controle de que trata o caput, desde que verificado que as condições da oferta pública atendem aos requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 3º Compete à Comissão de Valores Mobiliários estabelecer normas a serem observadas na oferta pública de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

§ 4º O adquirente do controle acionário de companhia aberta poderá oferecer aos acionistas minoritários a opção de permanecer na companhia, mediante o pagamento de um prêmio equivalente à diferença entre o valor de mercado das ações e o valor pago por ação integrante do bloco de controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Exemplo:

ações do grupo de controle → foram vendidas por R$100,00 cada

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ações de acionistas minoritários → o adquirente do controle é obrigado a oferecer a compra das ações a estes acionistas com valor não inferior a R$80,00. (80% do valor que foi pago pelas ações do grupo de controle).

ACORDO DE ACIONISTAS

Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que: (…)

O acordo de acionistas deve ser arquivado na sede da companhia e vincula as partes que o fir-maram.

Se o acionista não votar conforme o acordo realizado:

Art. 118, § 8º O presidente da assembléia ou do órgão colegiado de deliberação da companhia não computará o voto proferido com infração de acordo de acionistas devidamente arquivado. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

Se o ato de “não computar” o voto não for suficiente para alterar a decisão que se obteria caso o acordo fosse cumprido:

§ 3º Nas condições previstas no acordo, os acionistas podem promover a execução específica das obrigações assumidas.

Se o acionista que faz parte de acordo de acionistas não comparecer na assembléia que se to-mará o voto:

§ 9º O não comparecimento à assembléia ou às reuniões dos órgãos de administração da com-panhia, bem como as abstenções de voto de qualquer parte de acordo de acionistas ou de membros do conselho de administração eleitos nos termos de acordo de acionistas, assegura à parte prejudicada o direito de votar com as ações pertencentes ao acionista ausente ou omisso e, no caso de membro do conselho de administração, pelo conselheiro eleito com os votos da parte prejudicada. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

ACIONISTA CONTROLADOR E ABUSO DE PODER

Responsabilidade

Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder.

§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:

a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;

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b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia, com o fim de obter, para si ou para outrem, vantagem indevida, em preju-ízo dos demais acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos investidores em valores mobi-liários emitidos pela companhia;

c) promover alteração estatutária, emissão de valores mobiliários ou adoção de políticas ou decisões que não tenham por fim o interesse da companhia e visem a causar prejuízo a acio-nistas minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;

d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;

e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus deveres definidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o interesse da companhia, sua ratificação pela assembléia-geral;

f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, em condições de favorecimento ou não equitativas;

g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por favorecimento pessoal, ou deixar de apurar denúncia que saiba ou devesse saber procedente, ou que justifique fundada suspeita de irregularidade.

h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a realização em bens estranhos ao objeto social da companhia. (Incluída dada pela Lei nº 9.457, de 1997)

§ 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador ou fiscal que praticar o ato ilegal responde solidariamente com o acionista controlador.

§ 3º O acionista controlador que exerce cargo de administrador ou fiscal tem também os deveres e responsabilidades próprios do cargo.

DIREITOS ESSENCIAIS DOS ACIONISTAS

→ O direito ao voto NÃO É ESSENCIAL.

Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:

I – participar dos lucros sociais;

II – participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;

III – fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;

IV – preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)

V – retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.

§ 1º As ações de cada classe conferirão iguais direitos aos seus titulares.

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§ 2º Os meios, processos ou ações que a lei confere ao acionista para assegurar os seus direitos não podem ser elididos pelo estatuto ou pela assembléia-geral.

§ 3º O estatuto da sociedade pode estabelecer que as divergências entre os acionistas e a compa-nhia, ou entre os acionistas controladores e os acionistas minoritários, poderão ser solucionadas mediante arbitragem, nos termos em que especificar. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)

OUTRAS ESPÉCIES DE VALORES MOBILIÁRIOS

Debêntures:

Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

→ emitir debêntures normalmente é para companhia mais vantajoso do que obter empréstimo bancário, pois pode fixar os juros das debêntures em valor inferior. Para os titulares das debêntures, normalmente é mais vantajoso que outros investimentos, por ex, que a poupança, por “render mais”.

Debênture → título executivo extrajudicial

CPC, Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:

I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;

Conversibilidade em ações

Art. 57. A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da escritura de emissão (…)

Previsão Legal das Debêntures: arts. 52 a 74 (importante ler)

BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO

Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados “Bônus de Subscrição”.

Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações.

Por Estefânia Rossignoli, grifos nossos:

Já os bônus de subscrição são valores mobiliários que a companhia pode emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado pelo estatuto, que dão direito de preferência aos seus titulares de subscrever ações do capital social mediante apresentação e pagamento do preço de emissão. Assim, quando a sociedade decide aumentar o número das suas ações, ela poderá vender antes o direito de preferência na subscrição dessas novas ações.

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Esse valor mobiliário vem tratado do art. 75 ao art. 79 da Lei de S.A.

PARTES BENEFICIÁRIAS

Pela autora Estefânia Rossignoli, grifos nossos:

As partes beneficiárias são títulos que conferem aos seus titulares direito de crédito eventual contra a sociedade, consistente na participação nos lucros. É um negócio de alto risco, pois o detentor desse valor mobiliário somente obterá vantagens se a sociedade der lucros, o que pode não ocorrer. É tratada do art. 46 ao art. 51 da Lei de S.A.

ÓRGÃOS SOCIAIS

ASSEMBLÉIA GERAL → órgão deliberativo máximo. Responsável pelas principais decisões.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO → responsável pelo estabelecimento de metas e diretrizes à Companhia. Supervisiona os atos da Diretoria relacionados à gestão.

→ é órgão facultativo

exceções: em SA ABERTA, Sociedade de Economia Mista e Sociedade de capital autorizado, o conselho de administração será obrigatório.

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→ composição: no mínimo 03 membros, com igual número de suplentes

→ Os membros poderão ser acionistas ou não.

→ Não há necessidade de ter domicílio no País.

DIRETORIA →

Art. 143. A Diretoria será composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração, ou, se inexistente, pela assembléia-geral, devendo o estatuto estabelecer:

I – o número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitidos;

II – o modo de sua substituição;

III – o prazo de gestão, que não será superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;

IV – as atribuições e poderes de cada diretor.

§ 1º Os membros do conselho de administração, até o máximo de 1/3 (um terço), poderão ser eleitos para cargos de diretores.

§ 2º O estatuto pode estabelecer que determinadas decisões, de competência dos diretores, sejam tomadas em reunião da diretoria.

Representação

Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo deliberação do conselho de administração (artigo 142, n. II e parágrafo único), competirão a qualquer diretor a representação da companhia e a prática dos atos necessários ao seu funcionamento regular.

Parágrafo único. Nos limites de suas atribuições e poderes, é lícito aos diretores constituir mandatários da companhia, devendo ser especificados no instrumento os atos ou operações que poderão praticar e a duração do mandato, que, no caso de mandatojudicial, poderá ser por prazo indeterminado.

CONSELHO FISCAL

Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas.

(a existência do Conselho Fiscal é obrigatória; o seu funcionamento nem sempre será obrigatório)

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COMPOSIÇÃO DO CONSELHO FISCAL:

§ 1º O conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral.

Funções: Fiscalizar contas e atos de gestão.

→ Membros do Conselho Fiscal e da Diretoria devem residir no país.

→ A função de conselheiro fiscal é indelegável.

DEVERES DOS ADMINISTRADORES (conselheiros e diretores)

→ diligência (profissionalismo, não negligência/imprudência)

→ lealdade (especialmente, não concorrer com a própria sociedade)

→ prestar contas

→ DEVER DE INFORMAR

“INSIDER TRADING” → utilização da informação privilegiada.

→ ilícito civil, criminal e administrativo.

As SA ABERTAS têm como princípio a IGUALDADE DE INFORMAÇÃO. Todos que participam do mercado de capitais devem ter acesso transparente às informações da Sociedade.

LEI 6.385 (MERCADO DE CAPITAIS)

CAPÍTULO VII-BDOS CRIMES CONTRA O MERCADO DE CAPITAIS

(Incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Manipulação do Mercado (Incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Art. 27-C. Realizar operações simuladas ou executar outras manobras fraudulentas destinadas a elevar, manter ou baixar a cotação, o preço ou o volume negociado de um valor mobiliário, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros: (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Uso Indevido de Informação Privilegiada (Incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

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Art. 27-D. Utilizar informação relevante de que tenha conhecimento, ainda não divulgada ao mercado, que seja capaz de propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros, de valores mobiliários: (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Exercício Irregular de Cargo, Profissão, Atividade ou Função (Incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

§ 1º Incorre na mesma pena quem repassa informação sigilosa relativa a fato relevante a que tenha tido acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor de valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profissional ou de confiança com o emissor. (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)

§ 2º A pena é aumentada em 1/3 (um terço) se o agente comete o crime previsto no caput deste artigo valendo-se de informação relevante de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.506, de 2017)

Art. 27-E. Exercer, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, a atividade de administrador de carteira, agente autônomo de investimento, auditor independente, analista de valores mobiliários, agente fiduciário ou qualquer outro cargo, profissão, atividade ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado na autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou regulamento: (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Art. 27-F. As multas cominadas para os crimes previstos nos arts. 27-C e 27-D deverão ser aplicadas em razão do dano provocado ou da vantagem ilícita auferida pelo agente. (Artigo incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Parágrafo único. Nos casos de reincidência, a multa pode ser de até o triplo dos valores fixados neste artigo. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

LINK LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES:

http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/Leis/L6404consol.htm

LINK LEI DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS

http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L6385compilada.htm

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