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Aula 00 Direito Econômico p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) - 2015 Professor: Daniel Mesquita

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Direito Economico Aula 00

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    Direito Econmico p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) - 2015

    Professor: Daniel Mesquita

  • Direito Econmico p/ Procurador da Fazenda

    Nacional- PGFN. Teoria e exerccios

    comentados.

    Prof Daniel Mesquita Aula 00

    Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 71. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita

    AULA 00: Ordem Constitucional Econmica

    SUMRIO

    1. APRESENTAO .................................................................................................................................. 2

    2. CRONOGRAMA ..................................................................................................................................... 3

    3. INTRODUO AULA 00 ................................................................................................................. 5

    4. ORDEM CONSTITUCIONAL ECONMICA: PRINCPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONMICA .................................................................................................................................................. 6

    4.1 FUNDAMENTOS E PRINCPIOS .................................................................................................................. 7 4.2 CAPITAL ESTRANGEIRO ..................................................................................................................... 14 4.3 EXPLORAO DA ATIVIDADE ECONMICA PELO ESTADO ............................................................... 15 4.3.1 CASOS DE EXPLORAO DIRETA .................................................................................................................. 16 4.3.2 EMPRESAS PBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA ...................................................................... 17 4.3.3 REPRESSO AO ABUSO DE PODER ECONMICO .......................................................................................... 24 4.4 REGULAO, SERVIO PBLICO E EXPLORAO MINERAL ............................................................ 26 4.4.1 ART. 174, CAPUT ............................................................................................................................................ 26 4.4.2 ART. 174, PARGRAFOS ................................................................................................................................ 30 4.4.3 ART. 175 SERVIOS PBLICOS ................................................................................................................. 34 4.4.4 ART. 176 - JAZIDAS E DEMAIS RECURSOS MINERAIS ................................................................................ 38 4.5 OUTRAS PREVISES CONSTITUCIONAIS ........................................................................................... 43 4.5.1 MONOPLIOS DA UNIO ................................................................................................................................ 43 4.5.2 CONTRIBUIO DE INTERVENO NO DOMNIO ECONMICO ................................................................ 49 4.5.3 ARTIGOS 178 A 181: DISPOSIES FINAIS................................................................................................. 49

    5. ORDEM JURDICO-ECONMICA. CONCEITO. ORDEM ECONMICA E REGIME POLTICO .................................................................................................................................................... 52

    6. RESUMO DA AULA ............................................................................................................................ 55

    7. QUESTES COMENTADAS ............................................................................................................. 58

    8. OUTRAS QUESTES DE CONCURSOS ......................................................................................... 66

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    1. Apresentao

    Bem vindos ao curso de Direito Econmico, preparatrio para o

    concurso de Procurador da Fazenda Nacional- PGFN!

    O edital sair em breve SE VOC ESTUDAR, VOC VAI PASSAR. E

    SE VOC PASSAR, VOC VAI SER CHAMADO!

    Hoje eu estou aqui desse lado, tentando passar o caminho das

    pedras pra voc, mas lembre-se de que eu j estive a, onde voc est

    agora.

    Pra voc me conhecer melhor, vou falar um pouco de mim.

    Meu nome Daniel Mesquita, sou formado em Direito pela

    Universidade de Braslia (UnB) e ps-graduado em direito pblico. A

    minha vida no mundo dos concursos teve incio em 2005, quando me

    preparei para o concurso de tcnico administrativo rea judiciria do Superior Tribunal de Justia. J nesse concurso, obtive xito e trabalhei

    por dois anos no Tribunal, na assessoria de Ministro da 1 Turma.

    Em seguida, passei para o concurso de analista do Tribunal

    Superior Eleitoral (CESPE/UnB), na quarta colocao.

    A partir da, meu estudo foi focado para as provas de advogado

    pblico (AGU, procuradorias estaduais, defensorias pblicas etc.), pois

    sempre tive como objetivo a carreira de Procurador de Estado ou do

    Distrito Federal.

    Nem tudo na vida so louros. Nessa fase obtive muitas derrotas e

    reprovaes nos concursos. Desanimei por algumas vezes, mas

    continuei firme em meu objetivo, pois s no passa em concurso quem

    pra de estudar!

    E essa atitude rendeu frutos, logo fui aprovado no concurso de

    Procurador Federal AGU.

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    Continuei estudando, pois ainda faltava mais um degrau:

    Procuradoria de Estado ou do Distrito Federal.

    Foi ento que todo o suor, dedicao, disciplina, renncia e

    privaes deram o resultado esperado, logrei aprovao no concurso de

    Procurador do Distrito Federal. Tomei posse em 2009 e exero essa

    funo at hoje.

    No posso deixar de mencionar tambm a minha experincia como

    membro de bancas de concursos pblicos. A participao na elaborao

    de diversas provas de concursos, inclusive para tribunais, me fez

    perceber o nvel de cobrana do contedo nas provas, as matrias mais

    recorrentes e os erros mais comuns dos candidatos.

    Espero que a minha experincia possa ajud-lo no estudo do

    direito econmico.

    Vamos tomar cuidado com os erros mais comuns, aprofundar nos

    contedos mais recorrentes e dar a matria na medida certa, assim

    como um bom mdico prescreve um medicamento.

    Para que esse medicamento seja suficiente, ele deve atacar todos

    os sintomas e, ao mesmo tempo, deve ser eficiente contra o foco da

    doena. Isso quer dizer que no podemos deixar nenhum ponto do

    edital para trs.

    Alm disso, buscarei usar muitos recursos visuais para que a

    apreenso do contedo venha mais facilmente.

    Para reforar a aprendizagem, resumirei o contedo apresentado

    ao final de cada aula e apresentarei as questes mencionadas ao longo

    da aula em tpico separado, para que voc possa resolv-las na

    vspera da prova. Todos esses instrumentos voc ter a sua disposio

    para encarar a batalha.

    2. Cronograma

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    Num concurso com muitos inscritos como esse, voc no pode

    perder tempo e deve lutar com as armas certas. A principal arma para

    voc vencer essa batalha o planejamento.

    Nesse curso sero ministradas 06 aulas de direito econmico, cada

    uma com os seguintes temas, de acordo com os pontos previstos no

    edital:

    Aula 00 - 03/04/2015

    8. Ordem constitucional econmica: princpios gerais da atividade

    econmica. Poltica agrcola e fundiria e reforma agrria. 9. Ordem

    jurdicoeconmica. Conceito. Ordem econmica e regime poltico.

    Aula 01- 07/04/2015

    11. Sujeitos econmicos. 12. Interveno do Estado no domnio

    econmico. Liberalismo e intervencionismo. Modalidades de

    interveno. Interveno no direito positivo brasileiro.

    Aula 02 - 14/04/2015

    13. Norma Antitruste. Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia.

    Parte I.

    Aula 03 - 23/04/2015

    13. Norma Antitruste. Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia.

    Parte II.

    Aula 04 -30/04/2015

    Preveno e represso s infraes contra a ordem econmica.

    Aula 05 - 05/05/2015

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    10. Ordem econmica internacional e regional. Aspectos da ordem

    econmica internacional. Definio. Normas: direito econmico

    internacional. Aspectos da ordem econmica regional. Definio.

    Normas: direito econmico regional MERCOSUL.

    Com base nesse cronograma, voc j pode planejar o seu estudo,

    dividindo o tempo que voc tem at a prova pelas matrias do edital.

    Dedique-se mais s matrias que tem maior peso e quelas em que

    voc no tem muito conhecimento. Faa uma escala de estudos e

    cumpra-a.

    Se voc seguir essas dicas, no tem erro, voc vai passar!

    3. Introduo aula 00

    A primeira coisa que voc deve manter em mente ao estudar

    direito econmico que, bem, envolve economia.

    Essa afirmao, que pode parecer um pouco redundante, muito

    importante para auxiliar no estudo dessa matria. Isso porque as

    normas que iremos estudar s iro fazer sentido se voc conseguir

    entender qual a questo econmica por trs delas.

    Nessa aula, ns iremos estudar diversas normas da constituio.

    Estas normas so difceis de decorar se voc no entende a razo por

    trs delas. Por exemplo, veja o art. 172 da Constituio:

    Art. 172. A lei disciplinar, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivar os reinvestimentos e regular a remessa de lucros.

    Voc pode gastar bastante tempo para decorar este artigo e, ainda

    assim, errar uma questo na prova porque no entendeu a questo

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    econmica por trs dele. Suponha que voc tenha que julgar o seguinte

    item em sua prova:

    A lei disciplinar, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, e incentivar os reinvestimentos e a remessa de lucros.

    Neste item, eu copiei o art. 172, retirando apenas uma palavra

    UHJXODUiHDGLFLRQDQGRXPDSDODYUD H6HYRFrHVWLYHVVHDSHQDVcontando com sua capacidade de decorar esse artigo, voc

    possivelmente cairia nesse peguinha e julgaria correta a questo. Por

    outro lado, se voc entender a questo econmica por trs, voc ir

    imediatamente notar o absurdo do item e julgar esse item incorreto

    sem perder mais tempo de prova.

    Esta a beleza e a dificuldade do direito econmico. Se voc

    contar apenas com sua memria, voc ter dificuldades nessa matria.

    Por outro lado, se voc entender a lgica econmica, as questes sero

    imediatamente mais fceis de responder.

    Esta uma matria bem diferente das outras matrias de direito.

    E, por isso, ela ser ensinada nesse curso de forma bem diferente. Ao

    longo do texto, irei gastar algum tempo explicando o porqu de cada

    norma. Quando estiver lendo essas explicaes, lembre que esse

    conhecimento o que vai te diferenciar do outro candidato: voc vai

    poder julgar se uma questo faz sentido econmico ainda que voc

    tenha um branco total sobre o que a norma dizia.

    Feita essa breve introduo, vamos passar anlise dos pontos do

    edital.

    4. Ordem constitucional econmica: princpios gerais da atividade econmica

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    Este tpico do edital fala em ordem constitucional e em princpios.

    Para lhe dar uma verso completa, eu inseri aqui uma discusso sobre

    todos os aspectos da ordem constitucional econmica prevista na

    Constituio. Se voc puder estudar tudo, timo: isso vai facilitar sua

    compreenso do tema como um todo e vai te reforar para a prova.

    Se estiver com pouco tempo ou notar que no vai conseguir dar a

    mesma ateno para todos os tpicos, peo que voc estude

    especialmente o art. 170, no item 4.1. De todos esses tpicos que

    estudamos, ele o que tem mais chance de cair na sua prova. Estude

    ele bem.

    4.1 Fundamentos e Princpios

    A Constituio do Brasil possui um captulo exclusivo para os

    princpios gerais da atividade econmica. o captulo I, do Ttulo VII.

    Este captulo vai do art. 170 at o art. 181. Essas so as normas que

    iremos estudar agora.

    Comeamos aqui pelo art. 170:

    Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios:

    I - soberania nacional;

    II - propriedade privada;

    III - funo social da propriedade;

    IV - livre concorrncia;

    V - defesa do consumidor;

    VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao e prestao;

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    VII - reduo das desigualdades regionais e sociais;

    VIII - busca do pleno emprego;

    IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administrao no Pas.

    Pargrafo nico. assegurado a todos o livre exerccio de qualquer atividade econmica, independentemente de autorizao de rgos pblicos, salvo nos casos previstos em lei.

    O art. 170 comea j com bastante informao: ele diz quais so

    os fundamentos da ordem econmica, seus objetivos e sua condio de

    conformidade. E diz isso tudo antes mesmo de comear a falar dos

    princpios.

    Para que voc no se esquea destes pontos, mantenha a tabela

    abaixo em um lugar visvel para rever com freqncia:

    Ordem Econmica

    Fundamentos x Valorizao do trabalho humano x Livre iniciativa

    Objetivo Assegurar a todos existncia digna

    Condio Conforme os ditames da justia social

    O objetivo bsico assegurar a existncia digna. Lembre da

    existncia digna como a meta que pretendemos seguir. Todas as

    normas que regularem a ordem econmica no Brasil tem, no final das

    contas, o objetivo de assegurar a existncia digna.

    Por fundamentos, a constituio quer dizer a forma como vamos

    perseguir este objetivo. Ns iremos buscar uma existncia digna por

    meio da valorizao do trabalho humano. Isso significa que o trabalho

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    no s um meio para se chegar ao objetivo de vida digna: ns

    queremos valorizar o prprio trabalho em si.

    O segundo fundamento, livre iniciativa, a base da economia

    brasileira. A idia de livre iniciativa que qualquer pessoa (incluindo

    voc) pode, a qualquer momento, resolver iniciar uma atividade

    econmica. O governo no diz quem vai produzir o que, no diz que

    preo deve ser cobrado e no diz de que forma deve ser produzido. Ns

    deixamos na mo de voc a iniciativa de produzir as mercadorias e

    servios que nossa sociedade precisa, desde o po de cada dia at a

    viagem de avio para visitar sua famlia.

    A livre iniciativa no completamente livre. O governo estabelece

    vrias regras que devem ser obedecidas, tais como direitos do

    consumidor, direitos trabalhistas, regras de segurana, etc.

    3RU HVWH PRWLYR DR SHQVDU HP OLYUH LQLFLDWLYD OHPEUHHVSHFLDOPHQWH GD SDODYUD LQLFLDWLYD $ LGpLD p TXH QRVVD HFRnomia funciona a partir da iniciativa da populao. O governo tenta orientar a

    economia e, excepcionalmente, intervm diretamente (veremos as

    formas de interveno mais frente). Mas o fundamento bsico, o

    mtodo como criamos quase todos os bens e servios que voc usufrui,

    a iniciativa de um empreendedor.

    H, ainda, uma condio para se atingir o objetivo de existncia

    digna: trata-se da obedincia a ditames da justia social. A Constituio

    exige no s que busquemos uma exigncia digna, mas que ns

    faamos isso de uma forma justa. O que constitui a justia social? Esta

    uma questo difcil. Para os fins de nosso estudo, vamos nos dedicar a

    ver o que a Constituio exige como mnimo de justia.

    Muita ATENO para esse ponto, pois passaremos ao estudo de

    cada um dos princpios citados no art. 170. Temos bastante matria

    pela frente, ento iremos fazer apenas um apanhado rpido de cada um

    destes princpios.

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    Soberania nacional. O Brasil um pas independente e soberano.

    A Constituio no permite negociaes ou arranjos econmicos que

    limitem a capacidade do pas de decidir os rumos de seu povo de forma

    prpria.

    Propriedade privada. O Brasil respeita o direito das pessoas a

    terem sua propriedade e a fazerem o que quiserem com ela. Esse

    direito enfrenta algumas restries. Deve atender a uma funo social,

    como veremos no prximo item. Seu exerccio no pode violar normas

    estatais; por exemplo, seu direito a um carro no permite que voc

    mantenha o carro fora dos padres exigidos pela legislao de trnsito.

    A propriedade pode ser sujeita a tributao, como no caso do imposto

    sobre propriedade territorial urbana. E o direito de propriedade sobre

    uma coisa especfica pode ser afetado em caso de desapropriao.

    Note-se que, mesmo no caso de desapropriao, o direito propriedade

    respeitado: o proprietrio tem direito a indenizao justa pela

    desapropriao.

    Funo social da propriedade. A propriedade s legtima

    quando efetivamente usada em benefcio da coletividade. Este princpio

    normalmente empregado em situaes em que bens jurdicos de

    grande valor so usado para fins ilcitos ou, eventualmente, quando

    simplesmente no so usados. Este um princpio que orienta a

    desapropriao, para fins de reforma agrria, de reas rurais

    improdutivas. A idia bsica que devemos aproveitar toda terra que

    possa ser usada para o emprego de pessoas e a produo de riquezas.

    H uma violao ao princpio da funo social da propriedade se essa

    terra mantida sem uso apesar da viabilidade de seu aproveitamento.

    Livre concorrncia. Este um princpio bastante importante,

    especialmente porque iremos dedicar algumas aulas ao fim deste curso

    ao estudo da legislao de defesa da concorrncia. Como dissemos

    acima, a constituio elege a livre iniciativa como fundamento da ordem

    econmica. Isso significa que, com exceo de alguns setores

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    fortemente regulados, o governo no diz o que deve ser produzido e

    no diz o preo que pode ser cobrado.

    Surge ento a pergunta: o que fazemos quando algum no produz

    o que queremos, ou quando cobra um preo caro demais? A resposta

    o princpio da livre concorrncia. Por meio deste princpio, ns

    estimulamos empresas a concorrer fortemente umas contra as outras.

    Se a empresa Alfa cobra um preo muito alto, quem vai te proteger

    a empresa Beta, concorrente de Alfa. Se voc no gosta do produto

    de Alfa, voc pode escolher livremente comprar o produto de Beta.

    Desta forma, Alfa se v forada a melhorar seus produtos e diminuir

    seus preos.

    Uma das bases do princpio da livre concorrncia a sua liberdade,

    como consumidor, de escolher o que voc quiser comprar, de quem

    voc quiser comprar. O governo no diz quem deve te fornecer algo, ou

    o que voc deve escolher. sua escolha. E s ganha a empresa que

    conseguir te atender melhor que as outras.

    Defesa do consumidor. Toda a atividade econmica exercida

    para, no fim das contas, oferecer um servio a uma pessoa. O princpio

    da defesa do consumidor busca garantir que esta atividade afete o

    consumidor de forma adequada, segura e seguindo princpios de boa f.

    A expresso mais clara deste princpio o Cdigo de Defesa do

    Consumidor CDC. O CDC uma lei extensa, com mais de 100 artigos. O CDC oferece diretrizes gerais sobre vrios aspectos da relao de

    consumo, desde exigncias mnimas sobre publicidade at aes penais

    em casos de crimes contra consumidores. A idia bsica garantir um

    mnimo de direitos para o consumidor e regular a forma como

    interaes entre fornecedores e consumidores devem acontecer.

    Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento

    diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e

    servios e de seus processos de elaborao e prestao. Para se

    lembrar deste princpio na hora da prova, recomendo dividir ele

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    mentalmente em duas partes. A primeira parte o trecho GHIHVDGRPHLR DPELHQWH (VWH WUHFKR p EHP LQVWLQWLYR QyV H[LJLPRV TXH Datividade econmica no cause danos custosos ou irreparveis ao meio

    ambiente brasileiro.

    O segundo trecho especifica uma forma de atender ao meio

    DPELHQWH LQFOXVLYH PHGLDQWH WUDtamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de

    HODERUDomR H SUHVWDomR (VWH WUHFKR IRL LQFOXtGR QD FRQVWLWXLomR HP2003. O objetivo dele permitir a criao de normas que favoream

    processos produtivos menos danosos ao ambiente.

    A idia que a constituio permite que, por exemplo, uma lei

    estabelea um processo mais simples de obteno de licena para uma

    fbrica que atenda a normas modernas de controle de poluentes. Da

    mesma forma, uma poluidora conhecida pode ser sujeita a fiscalizaes

    mais onerosas.

    8PD SDODYUD EHP LPSRUWDQWH QHVWH LQFLVR p LQFOXVLYH 2tratamento diferenciado s uma das formas pelas quais o meio

    ambiente pode ser protegido. Se voc vir um item de prova dizendo que

    este o nico meio, pode marcar errado sem preocupaes.

    Reduo das desigualdades regionais e sociais. O Brasil um

    pas grande, com regies e grupos ricos e regies e grupos pobres. O

    princpio da reduo das desigualdades o fundamento para aes e

    incentivos para melhorar a vida daqueles em pior situao. Este o

    princpio por trs de aes de industrializao de regies

    economicamente pouco desenvolvidas. E o princpio por trs de

    iniciativas para auxiliar grupos sociais em desvantagem. A idia

    aproveitar as riquezas de nossas partes mais desenvolvidas para ajudar

    as partes menos avanadas.

    Busca do pleno emprego. Como dito acima, a valorizao do

    trabalho humano um dos fundamentos da ordem econmica. No de

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    se espantar, ento, que a constituio tenha por princpio tentar

    empregar toda a populao que possa e queira trabalhar.

    O conceito econmico exato de pleno emprego um pouco

    complexo e, para explic-lo, eu teria de desviar sua ateno de tpicos

    mais importantes da prova. Para os fins de passar voc nesse concurso,

    basta saber que a Constituio orienta a ao do governo para tentar

    fazer com que todo mundo que queira trabalhar ache um emprego.

    Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte

    constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e

    administrao no Pas. A constituio quer favorecer o pequeno

    empreendedor. Trata-se de ajudar quem, com pouca experincia e

    ainda menos dinheiro, tenta abrir seu prprio negcio. Para tanto,

    oferece vrios incentivos destinados a facilitar a vida deste novo

    empresrio.

    Um exemplo claro de tal esforo o Simples nacional (Lei

    Complementar 123/2006). Este sistema permite que empresas

    pequenas paguem vrios tributos de uma forma unificada e simples.

    Permite ainda a simplificao de relaes de trabalho. O Brasil tem uma

    das legislaes mais complicadas do mundo do ponto de vista de novos

    negcios, ento essa simplificao bastante bem vinda para o novo

    empreendedor.

    Do ponto de vista de peguinhas, importante voc lembrar que a

    empresa tem que atender a trs condies:

    1) ser de pequeno porte: A idia beneficiar apenas empresas que

    ainda no tenham porte suficiente para caminhar bem sozinhas. Essa

    condio normalmente avaliada pelo volume de vendas da empresa.

    Por exemplo, o Simples nacional limita o tratamento benfico a

    empresas que tenham faturamento anual de at 3,6 milhes de reais.

    2) ser constituda por leis brasileiras: A empresa tem que ser

    constituda pelas nossas leis e estar registrada aqui no Brasil.

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    3) ter sede e administrao no pas: Este ponto bastante

    importante. A idia aqui que a empresa no s pequena, como

    tambm e administrada e sediada aqui no Brasil. Se uma multinacional

    enorme abre uma loja no Brasil, e essa loja administrada a partir da

    sede na Sua, no h aquela justificativa de fraqueza da empresa. Por

    outro lado, um pequeno empresrio que tenha uma franquia

    internacional de lanchonetes estar operando uma empresa com sede e

    administrao no Brasil, e poder ter tratamento preferencial. O

    tratamento previsto na Constituio restrito a quem tem sede aqui e

    administrada daqui mesmo.

    Para terminar esta seo, vamos dar uma olhada no pargrafo

    nico do art. 170:

    Pargrafo nico. assegurado a todos o livre exerccio de qualquer atividade econmica, independentemente de autorizao de rgos pblicos, salvo nos casos previstos em lei.

    Lembre-se disso! A princpio, voc pode exercer livremente

    qualquer atividade econmica! A nica exceo quando a lei diz

    o contrrio, ou seja: voc s precisa de autorizao de rgos

    pblicos quando a lei prever essa exigncia..

    4.2 Capital Estrangeiro

    No incio deste curso, mencionei o art. 172 da Constituio como

    um exemplo de como entender a questo econmica vai te ajudar a

    responder questes na prova. Vamos agora mostrar isso na prtica.

    Vamos ler novamente o artigo:

    Art. 172. A lei disciplinar, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivar os reinvestimentos e regular a remessa de lucros.

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    A questo econmica por trs simples. Ns queremos que

    estrangeiros invistam no Brasil. O pas possui relativamente pouco

    capital prprio, e precisamos de dinheiro de fora para conseguir crescer

    mais. A Constituio quer que esse investimento ocorra, desde que

    atendidas certas limitaes previstas em lei.

    Este objetivo econmico leva a Constituio a impor duas

    orientaes para a disciplina do investimento de capital estrangeiro. A

    primeira orientao incentivar os reinvestimentos. Isso significa que

    ns queremos que os lucros obtidos no Brasil sejam mantidos aqui, ou

    seja, reinvestidos.

    A segunda orientao regular a remessa de lucros. Ns queremos

    que, sempre que possvel, os lucros sejam mantidos no Pas. Porm,

    sabemos que ningum vai querer investir no Brasil se ns proibirmos de

    mandar lucros para fora. Por isso, ns permitimos a remessa de lucros

    para fora do pas, mas na forma que for regulada pela lei.

    Agora que voc entendeu a questo econmica, veja o seguinte

    item abaixo. O que est errado com ele?

    A lei disciplinar, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, e incentivar os reinvestimentos e a remessa de lucros.

    Este item est errado porque diz que a lei incentivar a remessa de

    lucros. A remessa de lucros algo que no queremos e que iremos

    regular. No temos nenhum interesse em incentivar isso. Esse item no

    faz sentido econmico, e voc agora consegue julg-lo sem ter que se

    preocupar com sua memria e sua capacidade de decorar este texto.

    4.3 Explorao da Atividade Econmica pelo Estado

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    4.3.1 Casos de Explorao Direta

    Leia o incio do art. 173 da Constituio:

    Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei

    No incio dessa aula, eu falei que um dos fundamentos da ordem

    econmica a livre iniciativa. Isso significa que ns confiamos na

    liberdade de empresrios para fornecer os bens e servios que

    precisamos. O Estado, a princpio, no produz nada.

    OLHO ABERTO, pois o art. 173 a exceo a esta regra. O

    artigo prev que possvel a explorao direta da atividade econmica

    pelo Estado. Por explorao direta da atividade econmica, pense em

    uma empresa explorando minerais e vendendo no mercado

    internacional. Ou em um armazm comprando alimentos para vender

    depois.

    Esta uma exceo bem grande ao princpio da atividade

    econmica. E, por ser uma exceo, a Constituio exige que s

    acontea em casos excepcionais.

    O primeiro caso o da atividade que a prpria Constituio diz que

    o Estado deve explorar. e R TXH D H[SUHVVmR UHVVDOYDGRV RV FDVRVSUHYLVWRVQHVWD&RQVWLWXLomRTXHUGL]HUeRFDVRSRUH[HPSORGRDUW25, 2, da Constituio, que permite que Estados explorem

    diretamente os servios locais de gs canalizado. Neste caso, os

    Estados no precisam apresentar uma justificativa de segurana

    nacional ou interesse coletivo: se a Constituio diz que podem explorar

    diretamente, eles podem fazer sem ter que se explicarem.

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    O segundo caso mais complicado. possvel explorar outras

    DWLYLGDGHV GHVGH TXH VHMD QHFHVViULR SDUD DWHQGHU LPSHUDWLYRV GDsegurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme

    GHILQLGRVHPOHL Digamos, por exemplo, que haja uma preocupao do Estado em

    coletar plasma de sangue para a produo de remdios. Neste caso,

    possvel que uma lei crie uma empresa para fazer exatamente isso,

    destacando a necessidade de sua criao para atender a relevante

    interesse coletivo.

    A idia aqui simples: se h uma questo de segurana nacional

    ou interesse coletivo, o Estado pode explorar diretamente uma

    atividade. E estes imperativos devem ser definidos em lei.

    EM RESUMO, ao estudar este tpico, busque reforar na memria

    os dois casos bsicos em que a explorao direta de atividade

    econmica pelo Estado so permitidos:

    x A Constituio prev explicitamente que o Estado vai explorar a atividade;

    x Um imperativo de segurana nacional ou de interesse coletivo, conforme definido em lei

    4.3.2 Empresas pblicas e sociedades de economia mista

    At agora, ns s olhamos para o incio do art. 173. O artigo tem

    quatro pargrafos, que precisamos estudar para a prova. Vamos

    comear com o pargrafo primeiro:

    1 A lei estabelecer o estatuto jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de servios, dispondo sobre:

    I - sua funo social e formas de fiscalizao pelo Estado

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    e pela sociedade;

    II - a sujeio ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios;

    III - licitao e contratao de obras, servios, compras e alienaes, observados os princpios da administrao pblica;

    IV - a constituio e o funcionamento dos conselhos de administrao e fiscal, com a participao de acionistas minoritrios;

    V - os mandatos, a avaliao de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

    Para entender esse pargrafo, voc precisa ter uma noo bsica

    do que so empresa pblica e sociedade de economia mista. Como o

    foco desta matria direito econmico, e no direito administrativo, irei

    apenas mencionar as caractersticas bsicas dessas empresas. Caso

    tenha interesse em estudar empresas pblicas e sociedades de

    economia mista em mais detalhe, recomendo minhas aulas de direito

    administrativo, onde posso tratar dessas matrias com mais calma.

    Empresas pblicas so empresas de propriedade exclusiva do

    governo. Isso significa que o nico dono da empresa pblica o

    Estado: no h nenhum outro scio ou acionista. o caso, por exemplo,

    da Caixa Econmica Federal.

    A sociedade de economia mista, por sua vez, uma empresa

    em que o Estado s possui parte. Estas empresas, que sempre

    assumem a forma de sociedade annima, podem ter scios privados.

    Constituir uma sociedade de economia mista uma forma de o governo

    conseguir acesso a capital sem perder controle sobre a explorao da

    atividade. Este o caso da Petrobrs: se voc quiser ser scio do

    governo na Petrobrs, basta ir a uma corretora e comprar quantas

    aes voc quiser.

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    $SDUWLUGHDJRUD LUHLXVDUR WHUPR empresas estatais SDUDPHreferir a sociedade de economia mista e a empresa pblica. A idia

    que voc entenda que estou falando das duas sem ter que ficar sempre

    repetindo esses nomes.

    Voltando agora ao estudo do pargrafo primeiro, notamos que ele

    estabelece que as empresas estatais e suas subsidirias devem

    obedecer a regras especficas para operar. Estas regras estaro

    HVWDEHOHFLGDV HP OHL HVWH p R HVWDWXWR MXUtGLFR GD HPSUHVD S~EOLFDHoje, no h uma lei nica prevendo tal estatuto. Ainda assim, cada

    uma das matrias previstas neste pargrafo tem que ser estabelecidas

    por lei. Vamos agora olhar os incisos um por um:

    I - sua funo social e formas de fiscalizao pelo Estado e

    pela sociedade: Como dito anteriormente, a atuao direta pelo

    Estado deve atender a um fim pblico. A lei deve prever o objetivo de

    uma empresa estatal e dizer como ns iremos fiscalizar para ver se est

    cumprindo esse objetivo.

    II - a sujeio ao regime jurdico prprio das empresas

    privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis,

    comerciais, trabalhistas e tributrios: Esta um ponto importante.

    Pare. Leia de novo.

    Este um daqueles casos em que a sua primeira impresso vai

    estar errada. Por isso estou gastando tanto tempo para chamar sua

    ateno.

    Este inciso II est dizendo que uma empresa estatal vai ser tratada

    do mesmo jeito que empresas privadas. No h privilgios. Ela vai

    pagar tributo, tem que obedecer regras de cdigo civil, vai seguir a

    Consolidao das Leis do Trabalho, etc. Lembre-se disso: a Petrobrs

    pagou 6,7 bilhes em imposto de renda e CSLL em 2012.

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    Estou chamando ateno para este item porque ele pode ser

    contrrio a suas expectativas. Voc pode estar pensando: se o governo

    criou a empresa, por que ele no deu privilgios para ela? Por que a

    empresa estatal tem que ficar pagando imposto ou obedecendo leis, j

    que ela est buscando atingir um fim pblico?

    A resposta simples: garantir um jogo limpo no mercado. Em

    vrias ocasies, as empresas estatais vo concorrer diretamente com

    empresas privadas. O Banco do Brasil concorre com o Ita e o

    Bradesco, por exemplo. Se a estatal tivesse um tratamento privilegiado,

    seria muito difcil que algum conseguisse concorrer. Imagine se o

    banco do Brasil pudesse no pagar imposto, contratar gente sem ter

    que pagar direitos trabalhistas e desobedecer o cdigo de defesa do

    consumidor? Seria muito difcil para qualquer banco privado existir

    nessa situao. E, como ns vimos antes, nossa maior defesa contra

    um fornecedor ruim o concorrente dele. O inciso II tenta manter as

    regras iguais para todo mundo concorrendo.

    Leia de novo o inciso II. E nunca mais se esquea: sempre que

    uma questo falar de privilgios atribudos e empresas estatais,

    desconfie. Em geral, empresas estatais iro seguir o mesmo regime

    jurdico que empresas privadas (embora haja excees, como veremos

    a seguir). Especialmente no que se refere a direitos e obrigaes civis,

    comerciais, trabalhistas e tributrios.

    III - licitao e contratao de obras, servios, compras e

    alienaes, observados os princpios da administrao pblica:

    No inciso anterior, vimos que empresas estatais seguem as mesmas

    regras que as empresas privadas, com algumas excees. Vamos agora

    estudar uma destas excees.

    Licitao, como voc bem sabe, um processo de aquisio de

    bens e servios pela administrao pblica. Licitaes normalmente

    seguem vrias regras especficas. Estas regras, a princpio, tm por

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    objetivo garantir que a administrao consiga o melhor preo e os

    melhores servios. As regras tambm tm o objetivo de evitar

    corrupo e garantir que fornecedores possam competir em igualdade

    de condies.

    A Constituio exige que a legislao sobre licitao e contratao

    pelas estatais observe os princpios da administrao pblica. Esta

    uma exceo expressa previso de sujeio das estatais ao regime

    prprio das empresas privadas. As empresas estatais tero que licitar,

    ainda que eventualmente o faam por procedimentos simplificados.

    No se esquea: a regra geral que as estatais sigam o regime

    privado. E uma das excees a essa regra so licitaes e contratos,

    que devem seguir os princpios e o regime da administrao pblica.

    IV - a constituio e o funcionamento dos conselhos de

    administrao e fiscal, com a participao de acionistas

    minoritrios: O Conselho de Administrao um grupo de executivos

    responsvel por monitorar o funcionamento da empresa. Eles no

    necessariamente iro participar do dia-a-dia da empresa. Alis, o ideal

    que no participem: a funo do conselho de administrao ser os

    ROKRVGRVGRQRVREVHUYDQGRRWUDEDOKRGRVH[HFXWLYRVHRIHUHFHQGRorientao estratgica geral.

    O Conselho Fiscal, por sua vez, tem por objetivo fiscalizar as

    atividades da empresa e dar uma opinio sobre a adequao das

    demonstraes financeiras.

    O inciso IV quer dizer duas coisas. A primeira que a lei deve

    definir como sero constitudos e como funcionaro esses dois

    conselhos. A segunda coisa que estes conselhos devem assegurar a

    participao de acionistas minoritrios.

    Acionistas minoritrios so aqueles que no possuem aes

    suficientes para controlar a empresa. Apesar dessa falta de controle,

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    eles ainda tm interesse em que a empresa seja bem administrada:

    afinal, so donos de parte dela, ainda que de parte pequena.

    Para garantir essa participao dos minoritrios, a Constituio

    exige que os minoritrios possam participar dos Conselhos.

    Normalmente, isso feito por uma reserva de vagas nos Conselhos

    para eleio exclusiva pelos minoritrios.

    V - os mandatos, a avaliao de desempenho e a

    responsabilidade dos administradores. Este dispositivo no levanta

    muitas dvidas. A lei deve regular os mandatos dos administradores, ou

    seja, a eleio de executivos por tempo especfico para administrar a

    empresa. E a lei deve definir como esses administradores sero

    avaliados e, eventualmente, responsabilizados por m administrao.

    Ainda no tpico de empresas estatais, devemos discutir os

    pargrafos 2 e 3 do artigo 173. Comecemos com o 2:

    2 - As empresas pblicas e as sociedades de economia mista no podero gozar de privilgios fiscais no extensivos s do setor privado.

    A esta altura do campeonato, espero que voc j veja esse

    pargrafo como quase redundante. Ns acabamos de ver que, a

    princpio, empresas estatais (lembre-se que estamos chamando tanto

    empresas pblicas como sociedades de economia mista de estatais) no

    possuem tratamento privilegiado. O art. 173, 1, II, estabelece a

    sujeio das estatais ao regime jurdico prprio das empresas privadas.

    O que o 2 faz reforar mais uma vez essa igualdade entre

    empresas estatais e empresas privadas. Empresas estatais no

    podem gozar de privilgios fiscais prprios.

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    O que so privilgios fiscais? Resumindo, so direitos a pagar

    menos imposto. O Brasil cobra bastante imposto. Se o governo pudesse

    dar benefcios fiscais para suas prprias empresas, haveria uma

    concorrncia desleal com as empresas privadas, que tm que pagar

    impostos.

    Para reforar estes pontos, recomendo que voc revise com

    freqncia o quadro abaixo. A idia dele fazer voc lembrar

    instantaneamente dessa diferena:

    Regras Bsicas -

    Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista

    x Em geral, seguem o regime prprio de empresas privadas x Seguem as mesmas regras que empresas privadas sobre direitos

    e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrias

    x No podem receber privilgios fiscais que empresas privadas no possam receber tambm

    x Devem fazer licitaes e contratos seguindo princpios da administrao pblica

    Quando voc ler isso de novo, lembre do porqu de haver cores

    diferentes para os itens. A princpio, no para ter diferena entre

    empresas estatais e empresas privadas (regras em azul). Uma exceo

    a essa regra a exigncia de licitaes e contratos segundo princpios

    da administrao pblica (regra em vermelho).

    Para terminar essa seo, vamos ler o 3:

    3 - A lei regulamentar as relaes da empresa pblica com o Estado e a sociedade.

    O que esse pargrafo quer dizer , basicamente, que a forma como

    a empresa pblica interage com a sociedade deve ser prevista em lei.

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    Do seu ponto de vista, este pargrafo chama alguma ateno s pelo

    fato de ser o nico item desse artigo inteiro que se refere apenas

    a empresa pblica e no a sociedade de economia mista

    tambm. Fique de olho para no ser ganho por um peguinha que

    mencione sociedade de economia mista tambm. Cobrar um detalhe to

    pequeno certamente seria uma questo maliciosa, mas melhor estar

    prevenido do que ter que reclamar depois.

    4.3.3 Represso ao abuso de poder econmico

    Comeamos este tpico com a leitura do 4 do art. 173:

    4 - A lei reprimir o abuso do poder econmico que vise dominao dos mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros.

    Mais frente, ns iremos estudar em detalhe a lei 12.529/12,

    que regula o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia. Esta lei

    talvez a melhor expresso do 4 na realidade brasileira. Por

    hora, vamos apenas discutir o que diz o 4 especificamente.

    O pargrafo fala em abuso de mercado que leve dominao dos

    mercados, eliminao da concorrncia e aumento arbitrrio de lucros.

    Por dominao de mercado, pense em uma situao em que uma nica

    empresa domine um setor. Imagine, por exemplo, a compra de todos

    os postos de gasolina de uma cidade por uma nica empresa.

    Por eliminao da concorrncia, pense em aes que diminuam a

    competio entre dois agentes. A compra de todos os postos de

    gasolina pode fazer isso. Outra forma de eliminar a concorrncia seria

    todos os donos de postos de gasolina combinarem em cobrar o mesmo

    preo. O aumento arbitrrio dos lucros, por sua vez, refere-se ao ganho

    econmico indevido obtido em razo do abuso.

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    O ponto mais importante deste pargrafo inteiro a expresso

    DEXVRGRSRGHUHFRQ{PLFR. A dominao do mercado, a eliminao da concorrncia e o

    aumento de lucros no so ruins em si. Imagine se a cidade s tem dois

    postos de gasolina porque os preos deles so to baixos que os outros

    concorrentes no conseguiram competir e fecharam. Essa diminuio da

    concorrncia no necessariamente ruim, j que foi baseada em preos

    menores, algo bom ao consumidor. Ou imagine que uma empresa lance

    um celular to melhor que os outros que quase todo mundo compre

    esse novo celular. Essa dominao do mercado tambm pode ser

    benfica, j que oferece um produto melhor ao mercado.

    Suponha que uma questo de concurso apresente o seguinte texto.

    Como voc iria marcar?

    A lei reprimir a dominao dos mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros.

    Se voc entendeu bem esse tpico, voc ir marcar falso. O

    problema no a dominao dos mercados ou a eliminao da

    concorrncia. O SUREOHPDpR DEXVR GHSRGHU HFRQ{PLFRTXH WHQKDpor objetivo ter esses impactos. Alis, a legislao de defesa da

    concorrncia diz expressamente que ns podemos permitir atos

    contrrios concorrncia desde que apresentem outros benefcios.

    Vamos estudar isso com mais detalhe mais frente em nosso curso.

    Antes de encerrar esta sesso, precisamos dar uma olhada no

    ltimo pargrafo do art. 173:

    5 - A lei, sem prejuzo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurdica, estabelecer a responsabilidade desta, sujeitando-a s punies compatveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econmica e financeira e contra a

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    economia popular.

    A funo deste artigo garantir que a pessoa jurdica da

    empresa tambm pague por atos ilcitos que pratique. Mais uma

    vez, vamos tentar entender a questo econmica por trs da norma.

    Um ato contra a ordem econmica vai beneficiar duas pessoas

    diferentes: o administrador (uma pessoa fsica de carne e osso) e a

    empresa (uma pessoa jurdica, ou seja, uma entidade abstrata). Se ns

    s punssemos o administrador, a empresa manteria toda a vantagem

    ilcita que obteve. Numa situao dessas, a empresa no tem nenhum

    incentivo a forar seu administrador a seguir a lei. Pelo contrrio: teria

    todo o interesse em achar um administrador que aceitasse cometer atos

    ilegais, j que, na pior das hipteses, s o administrador sofreria.

    O 5 tem por objetivo evitar isso. A pessoa jurdica tambm ser

    VXMHLWD D SXQLo}HV FRPSDWtYHLV FRP VXD QDWXUH]D 'HVVD IRUPa, ela ter de pagar pelos danos que causar. E, espera-se, vai tentar evitar

    que o administrador cometa esses atos ilegais.

    4.4 Regulao, Servio Pblico e Explorao Mineral

    4.4.1 Art. 174, caput

    Passamos agora anlise do art. 174 da Constituio, que tem a

    seguinte redao:

    Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econmica, o Estado exercer, na forma da lei, as funes de fiscalizao, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado.

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    Este incio do art. 174 o outro lado da moeda do art. 173. Se

    voc se lembra de nosso estudo acima, o art. 173 bem claro em

    limitar a ao direta do Estado na economia. O art. 174, por outro lado,

    busca dizer de forma especfica de que formas o Estado pode

    intervir indiretamente na economia.

    Quando voc ler este artigo de novo, eu quero que voc lembre

    dele em quatro partes.

    A primeira parte p D VHJXLQWH FRPR DJHQWH QRUPDWLYR HUHJXODGRUGDDWLYLGDGHHFRQ{PLFD(VVDSDUWHHVWiGL]HQGRDFRQGLomRem que o Estado vai agir. Ele no agir aqui diretamente, como no art.

    173. Ele ir agir em duas condies: como fixador de normas e como

    regulador da atividade.

    O papel de agente normativo bem simples. O Estado vai

    estabelecer as normas da atividade. Ele ir dizer, por exemplo, que

    qualificao voc precisa ter para exercer uma atividade, que condies

    de segurana devem ser obedecidas, que informaes devem ser

    fornecidas, etc. Na prxima vez que voc pegar uma bebida, veja o

    rtulo. Boa parte daquelas informaes est l porque o Estado

    mandou. Esse o papel normativo.

    O papel de agente regulador pode ser mais complexo, e ir variar

    bastante dependendo do setor que se trata. A idia bsica que o

    agente regulador ir monitorar condies de mercado, estimular certos

    comportamentos, fiscalizar agentes que estejam operando no setor, etc.

    A quantidade de aes regulatrias to extensa que at difcil

    descrever em poucas palavras o que a ao regulatria.

    A segunda parte prev que a ao do Estado como agente

    normativo e regulador deve se dar na forma da lei. Isso significa que

    o Estado s pode fazer o que a lei permite. Para que uma ao

    normativa ou regulatria seja possvel, o Estado deve prever ela em lei

    ou, pelo menos, autorizar em lei que esse tipo de ao seja realizada.

    24678074520

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    A terceira parte diz respeito s funes que sero exercidas pelo

    Estado na condio de agente normativo e regulador. As funes so as

    seguintes:

    x Fiscalizao: Verificar se normas, acordos e padres de conduta esto sendo cumpridos no mercado. o caso, por exemplo, de o

    Estado checar se a distribuidora de energia eltrica est cobrando

    a quantidade de energia certa na conta de luz.

    x Incentivo: Criar estmulos para comportamento que o Estado deseje realizar. Note que este estmulo voluntrio: a pessoa no

    est obrigada a exercer o comportamento. o caso, por exemplo,

    de uma lei diminuindo impostos de uma empresa que tenha

    ajudado a financiar um filme brasileiro.

    x Planejamento: Estabelecer diretrizes para o desenvolvimento do mercado e para orientar a ao de empresas e cidados. o caso,

    por exemplo, da elaborao de um planejamento a construo de

    ferrovias e portos para escoar soja. Este planejamento pelo

    Estado auxilia agricultores a decidir se iro conseguir escoar sua

    produo e se faz sentido plantar mais.

    A quarta e ltima parte o efeito da ao de planejamento do

    Estado: GHWHUPLQDQWH SDUD R VHWRU S~EOLFR LQGLFDWLYR SDUD R VHWRUSULYDGR. Esta parte est falando do planejamento pelo Estado. A idia que o governo tem que ser coerente. Se o Estado incentiva uma

    empresa a produzir soja, ele no pode no dia seguinte dificultar a vida

    de quem esteja produzindo. Se o Estado diz que vai criar uma rodovia

    do Gois ao Maranho para escoar certa produo, no pode mudar de

    idia e colocar a rodovia entre Mato Grosso e So Paulo.

    O setor privado, por outro lado, no precisa seguir o planejamento

    do Estado. Se o governo tem um plano para produzir mais soja em

    Gois, o agricultor pode querer produzir, e pode tambm no querer

    produzir. Ele no est obrigado a seguir o plano do governo.

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    NO V PARA A PROVA SEM ESSE ARTIGO NA CABEA. Para que a

    memorizao fique mais fcil, leia atentamente o quadro:

    Interveno do Estado na Economia as 4 partes do Artigo 174

    x Condio: agente normativo e regulador x Forma: na forma da lei

    x Funes: fiscalizao, incentivo e planejamento x Efeito do planejamento: determinante para setor pblico,

    indicativo para setor privado

    Leia novamente o artigo. Veja se voc consegue, sem ler este

    quadro, identificar cada uma dessas quatro partes e explicar a funo

    delas em cada. Depois de ler o artigo, veja o item seguinte, ache o que

    est errado e explique o porqu:

    Como agente normativo, explorador e regulador da atividade econmica, o Estado exercer, na forma de decreto regulamentador, as funes de fiscalizao, incentivo, produo e planejamento, sendo este determinante para o setor privado

    Este item um festival de erros. Primeiro, o artigo refere-se

    funo como agente normativo e regulador somente no h nada que se falar em explorador direto. O art. 173 que trata da explorao

    direta.

    Segundo, a Constituio exige lei, no s decreto.

    Terceiro, a funo de produo no tem nada a ver com o artigo.

    Quarto, o planejamento apenas determinante para o setor

    pblico. No determinante ao privado.

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    4.4.2 Art. 174, pargrafos

    Agora que estudamos a parte inicial do art. 174, podemos passar

    para a anlise dos pargrafos deste artigo. Vamos um por um:

    1 - A lei estabelecer as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporar e compatibilizar os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

    Para os fins deste concurso, tente lembrar de trs elementos desta

    norma:

    x Diretrizes e bases tem que ser estabelecidas por lei; x O planejamento para um desenvolvimento nacional equilibrado; x Planejamento deve incorporar e compatibilizar planos

    nacionais e regionais de desenvolvimento

    Vamos seguir ao pargrafo segundo:

    2 - A lei apoiar e estimular o cooperativismo e outras formas de associativismo.

    Cooperativismo uma forma de organizar a atividade

    empresarial. Sem entrar em muitos detalhes, pense em uma sociedade

    cooperada como um grupo de pessoas que se rene para executar uma

    atividade econmica em conjunto, mas mantendo alguma

    independncia e sem relao de subordinao. o caso, por exemplo

    de um grupo de agricultores que se rene em uma cooperativa para

    comprar remdios para suas vacas e para vender o leite em conjunto.

    Ao se unirem em uma cooperativa, os agricultores conseguem um preo

    menor para os remdios que compram e um preo maior para o leite

    que vendem. E eles ganham essas vantagens sem ter que vender suas

    fazendas ou virarem empregados diretos de outra pessoa.

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    Um ponto importante que voc deve entender sobre as

    cooperativas que, idealmente, elas no so a empresa em si. A

    prpria lei 5.764/71 estabelece que, em um contrato de cooperativa, os

    associados contratam em contribuir com bens ou servios para o

    exerccio de uma atividade econmica, de proveito comum, sem

    objetivo de lucro. A idia que a cooperativa ajuda os associados a

    realizarem a atividade econmica cada um por conta prpria, sendo que

    a cooperativa no recebe lucro por sua atuao.

    A Constituio v com bons olhos este tipo de acerto. H uma idia

    que a cooperativa um arranjo nobre, que une esforos para um

    objetivo comum sem retirar a autonomia de cada agente.

    O que voc tem que lembrar deste artigo que a Constituio

    orienta o Estado a promover cooperativismo. E que o Estado tambm

    deve promover formas similares de associao econmica.

    Lembre tambm que o Estado deve fazer essa promoo por meio

    de lei. Este um ponto importante para voc ter em mente quando

    estiver lendo qualquer artigo da Constituio: sempre que o texto de

    um artigo menciona lei, est colocando uma exigncia bastante

    importante sobre a forma como a ao estatal deve acontecer. E essa

    exigncia pode facilmente cair em uma prova.

    Para terminar este artigo, vamos olhar o pargrafo 3 e 4 em

    conjunto:

    3 - O Estado favorecer a organizao da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteo do meio ambiente e a promoo econmico-social dos garimpeiros.

    4 - As cooperativas a que se refere o pargrafo anterior tero prioridade na autorizao ou concesso para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpveis, nas reas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.

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    O pargrafo terceiro segue a linha de promover o cooperativismo.

    Neste caso especfico, orienta o Estado a estimular garimpeiros a se

    organizarem em cooperativas. A idia que essas cooperativas vo

    facilitar a proteo ao meio ambiente e a promoo econmico-

    social dos garimpeiros.

    Dentro dessa linha, o pargrafo quarto j garante um benefcio

    imediato s cooperativas de garimpeiros. Essas cooperativas vo

    ter prioridade para pesquisa e lavra de recursos e jazidas de minerais.

    Pesquisa a procura por minrios valiosos, antes de se saber se

    existem ou no em um lugar. A lavra ocorre depois que se descobrem

    minerais em um lugar: o direito de explorar os minerais j

    descobertos.

    O que a Constituio est fazendo dando prioridade s

    cooperativas de garimpeiros para ganharem tanto os direitos de

    pesquisa como de lavra. Estes direitos sero concedidos para dois tipos

    de reas:

    x reas em que estiverem atuando: o caso do garimpeiro que est trabalhando em uma rea sem ter o direito para isso. A

    Constituio d, a cooperativas de garimpeiros nessa situao,

    prioridade para o concesso/autorizao necessria.

    x reas fixadas de acordo com o art. 21, XXV: O art. 21, XXV, diz TXH p DWULEXLomR GD 8QLmR HVWDEHOHFHU as reas e as condies para o exerccio da atividade de garimpagem, em forma

    associativa2XVHMDWUDWDP-se de reas que a prpria Unio vai dedicar para os garimpeiros envolvidos em cooperativas.

    Agora que passamos pelo estudo dos pargrafos, vamos ver se

    voc reteve bem o contedo. Julgue os itens abaixo:

    a) Planos nacionais e regionais de desenvolvimento devem ser incorporados e compatibilizados no mbito do planejamento para o desenvolvimento nacional.

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    b) A lei estimular o cooperativismo em detrimento de outras formas de associativismo.

    c) O Estado obrigado a levar em conta o impacto ao meio ambiente ao favorecer cooperativas de garimpeiros.

    d) Cooperativas de garimpeiros tero prioridade na autorizao ou concesso de pesquisa ou lavra em qualquer rea em que desejem atuar.

    J julgou os itens? muito importante que voc tente resolver por

    conta prpria antes de continuar a ler. Esse exerccio vai forar voc a

    colocar a questo nas suas prprias palavras. Vai forar voc a notar o

    que que se lembra e o que que ficou obscuro. Dessa forma, quando

    voc ler as respostas, voc vai poder ir direto no que errou ou

    esqueceu. Dessa forma, voc vai corrigindo e completando o que ficou

    na sua mente.

    Ns estamos fazendo vrios exerccios nesse curso. E bem

    importante que voc sempre faa eles com toda a ateno possvel.

    Julgou os itens? Ento vamos s respostas.

    O item (a) claramente verdadeiro. Eu simplesmente simplifiquei e

    inverti a ordem do texto da constituio. Esse o truque mais velho

    que tem para pegar algum que s decorou o texto. Se voc entendeu

    a questo, fcil. Se s decorou, vai ter dificuldade com essa mudana

    de ordem.

    O item (b) falso. A lei realmente vai estimular o cooperativismo.

    Mas no em detrimento de outras formas de associativismo. Alis, a

    Constituio manda que outras formas de associativismo sejam tambm

    promovidas.

    O item (c) verdadeiro. Este o tipo de item que pode te

    confundir em uma prova. Ele menciona duas coisas que voc sabe que

    a Constituio quer proteger: cooperativas e meio ambiente. Mas voc

    pode ficar na dvida se a Constituio exige os dois no mesmo

    contexto. Espero que, se voc se deparar com um item destes na

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    prova, lembre que meio ambiente deve ser levado em conta para

    estmulo a cooperativas de garimpeiros.

    O item (d) falso. E ele falso pelo finzinho do enunciado, ao dizer

    TXHWHUiSULRULGDGHHPTXDOTXHUiUHDHPTXHGHVHMHPDWXDU/HPEUHque a prioridade dada somente para dois tipos de reas: (1) as em

    que j atuem e (2) as definidas pela Unio para garimpagem

    associativa. A cooperativa no ganha prioridade para qualquer rea que

    quiser.

    4.4.3 Art. 175 Servios Pblicos

    O art. 175 tem o seguinte caput:

    Art. 175. Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos.

    Este um artigo bastante importante. Para fixar cada parte dele,

    vamos ler em partes.

    Incumbe ao Poder Pblico. Este um dever do Poder Pblico.

    Mas ele no precisa executar esse dever pessoalmente. Continue lendo.

    na forma da lei. Como eu j disse antes, sempre preste muita

    ateno quando a ConstituiR GLVVHU QD IRUPD GD OHL (VVD p XPDexigncia importante.

    diretamente ou sob regime de concesso ou permisso: O

    Estado pode executar diretamente o servio pblico. o caso, por

    exemplo, do servio de telefonia fixa antes das privatizaes na dcada

    de 1990. E ele pode contratar com algum para prestar este servio por

    ele. o caso da telefonia fixa depois das privatizaes.

    Concesso e permisso so contratos celebrados entre o Estado e

    empresas para a prestao de um servio pblico. Estes contratos so

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    usados para vrios tipos diferentes de servio: distribuio de energia

    eltrica, operao de ferrovia, construo e manuteno de rodovias,

    etc. O que voc deve lembrar que concesso e permisso so formas

    de algum executar um servio pblico pelo Poder Pblico.

    Ns iremos estudar a concesso e a permisso com mais ateno e

    detalhe na aula 03, que ser disponibilizada em 05 de outubro.

    sempre atravs de licitao: Este trecho essencial! No se

    esquea dele! A licitao exigida para que uma concesso ou

    permisso seja realizada. O governo no pode escolher livremente

    quem vai prestar o servio. Ele deve abrir uma licitao pblica, e o

    vencedor dessa licitao ganha o direito de celebrar a concesso ou

    permisso com o Estado.

    a prestao de servios pblicos: difcil encontrar uma

    definio precisa e unnime sobre servios pblicos. Por ora, tenha em

    mente a noo geral de um servio de interesse pblico que deve ser

    prestado de acordo com o que este artigo prev. Na aula 03, ns iremos

    estudar essa matria com um pouco mais de ateno.

    bastante coisa para lembrar. E olha que o art. 175 ainda no

    acabou! Ainda temos mais um pargrafo nico com mais regrinhas para

    estudar:

    Pargrafo nico. A lei dispor sobre:

    I - o regime das empresas concessionrias e permissionrias de servios pblicos, o carter especial de seu contrato e de sua prorrogao, bem como as condies de caducidade, fiscalizao e resciso da concesso ou permisso;

    II - os direitos dos usurios;

    III - poltica tarifria;

    IV - a obrigao de manter servio adequado.

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    O inciso I manda a lei dispor sobre DV UHJUDV UHJLPHaplicveis a empresas com contratos de concesso e permisso.

    A idia que estas empresas esto prestando servio pblico, e por isso

    devem seguir certas normas, como zelar pelos bens vinculados ao

    servio e manter em dia informaes necessrias para o Estado.

    O inciso tambm fala que a lei vai dispor sobre o contrato. Neste

    ponto, ele menciona vrias coisas diferentes. Vamos ver uma por uma:

    x Carter especial: como dissemos antes, estamos tratando aqui de empresas privadas prestando servios pblicos. Este

    contrato possui um carter diferenciado de outros contratos.

    x Prorrogao: prorrogao , basicamente, a extenso do prazo do contrato. Se voc se lembra bem, o contrato de

    concesso/permisso s pode ser feito aps licitao. Por

    este motivo, a lei deve prever as ocasies em que aceitvel

    uma prorrogao, j que nesse caso no h nova licitao

    x Caducidade: caducidade uma forma de extino do contrato. Normalmente ocorre em razo do no cumprimento

    do contrato pelo concessionrio.

    x Fiscalizao: Tratando-se de servio pblico, o Estado tem que ficar de olho se o concessionrio ou permissionrio est

    cumprindo com sua parte do contrato. O contrato deve

    prever como essa fiscalizao ser feita.

    x Resciso: Resciso outra forma de extino do contrato. Pode acontecer mesmo em caso de cumprimento do contrato

    at aquele momento.

    Tentei explicar item por item para que voc consiga ver a lgica

    por trs deste inciso. Espero que isso faa com que seja mais fcil para

    voc lembrar o que est dentro deste inciso. Relembrando, a lei deve

    prever: 1) regime das concessionrias e permissionrias de servio

    pblico; 2) carter especial do contrato; 3) regras sobre prorrogao,

    caducidade, fiscalizao e resciso do contrato.

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    Falta muito pouco para terminarmos o art. 175! Continue comigo!

    Os incisos seguintes so mais fceis de lembrar.

    A lei deve definir os direitos dos usurios. Esta uma regra bem

    fcil de lembrar.

    A lei deve tambm dispor sobre a poltica tarifria. Tarifa o

    preo cobrado pela concessionria ou permissionria pelo servio

    pblico. Quando voc paga sua conta de luz ou a conta do seu telefone

    fixo, voc est pagando uma tarifa. O que a constituio est dizendo

    aqui que a lei deve estabelecer normas sobre a poltica tarifria em

    cada setor.

    Para terminar, a lei deve dispor sobre VHUYLoR DGHTXDGR. Quando o Estado contrata com uma empresa para prestar servio

    pblico, ele quer que esse servio seja bem prestado. Servio adequado

    como chamamos o servio bem feito pela concessionria ou

    permissionria. A lei deve estabelecer normas sobre a adequao do

    servio para que o Estado possa cobrar a prestao adequada.

    Para fixar o que vimos, vamos analisar alguns itens:

    a) O Poder Pblico s pode prestar servios pblicos por concesso ou permisso, que devem sempre ser precedidas de licitao.

    b) As regras emanadas de agncias reguladoras sobre caducidade de concesses e permisses devem ser aplicadas independentemente do que diga a lei sobre o tema.

    J analisou os itens? Lembre-se do que eu disse antes:

    importante que voc tente julgar estes itens por conta prpria antes de

    ver as respostas.

    2LWHPDpIDOVR2TXHGHL[DR LWHPHUUDGRpDSDODYUDVy2Poder Pblico pode prestar servios pblicos por concesso ou

    permisso. E pode tambm prestar os servios diretamente. Quando o

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    LWHP GLVVH Vy HOH HUURX DR QmR FRQVLGHUDU D SRVVLELOLGDGH GHprestao direta do servio.

    Sempre preste muita ateno em palavras FRPRVyVRPHQWHDSHQDV RX SDUHFLGDV (VVDV SDODYUDV UHVWULQJHP EDVWDQWH R LWHP Hfacilitam a sua interpretao. Se voc consegue pensar em um caso

    DOpP GR TXH R LWHP GL] HQWmR R DSHQDV HVWi HUUDGR H YRFr SRGHmarcar o item e ir para frente.

    Antes de passar deste item, lembro mais uma vez que concesso e

    permisso devem ser precedidas de licitao. Esta parte do item estava

    certa, e essencial que voc no se confunda com isso.

    2LWHPE um pouco mais complicado. A princpio, regras sobre caducidade devem ser previstas na forma da lei. Agncias reguladoras

    podem estabelecer normas complementares, mas essas normas no

    podem ir contra a lei. Quando o item diz que as normas das agncias

    VHUmRREHGHFLGDVLQGHSHQGHQWHPHQWHGRTXHGLJDDOHLYRFr tem um problema. E voc pode interpretar este item como errado.

    Esta questo tem um texto bastante ambguo. Voc vai ver vrias

    questes com textos ambguos em sua vida de concurseiro. Acostume-

    se ao fato de que nem sempre os itens viro da forma mais precisa para isso que servem recursos para anulao de questo e alterao de

    gabarito. Nesses casos, tente encontrar a justificativa mais forte para

    decidir por falso ou verdadeiro. Se voc tiver se preparado bem, ter

    uma boa chance de acertar. E, se no acertar, ter um bom motivo

    para recorrer.

    4.4.4 Art. 176 - Jazidas e demais recursos minerais

    Estamos quase no fim deste tpico! Sei que bastante coisa nova

    que voc est lendo, e que difcil a princpio ver como tudo se

    encaixa. Persista! Com o estudo constante, vai chegar o ponto em que

    24678074520

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    voc vai olhar estes artigos e imediatamente lembrar e entender o que

    prevem.

    O art. 176 bem especfico, e iremos passar por ele rapidamente.

    Eis o que diz o artigo:

    Art. 176. As jazidas, em lavra ou no, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade do produto da lavra.

    O que esse artigo faz separar a propriedade dos minrios e

    recursos hidrulicos da propriedade da terra em que esto.

    O incio deste artigo menciona trs recursos que voc deve

    lembrar. O primeiro so jazidas, em lavra ou no. Ou seja, est

    tratando de minrios que estejam sendo explorados atualmente assim

    como minrios que sequer tenham sido trabalhados. O segundo recurso

    so os demais recursos minerais. O terceiro recurso so os potenciais

    de energia hidrulica.

    (P VHJXLGD R DUWLJR GL] TXH HVVHV UHFXUVRV FRQVWLWXHPpropriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou

    DSURYHLWDPHQWR ,VVR p EHP LPSRUWDQWH ,VVR VLJQLILFD TXH VH YRFrdescobre ouro no quintal da sua casa, voc no pode simplesmente

    pegar esse ouro e vender. A propriedade do solo distinta da

    propriedade do direito de explorar o recurso.

    De quem , ento, essa propriedade? Da Unio. Lembre-se disso:

    da Unio. E se a fazenda estiver no Par? No importa, pertence

    Unio. E se estiver em Curitiba? No importa, pertence Unio.

    Isso significa que s a Unio pode explorar minerais? No. Leia

    DJRUDRILPGRDUWLJReJDUDQWLGDDRFRQFHVVLRQiULRDSURSULHGDGHGRSURGXWRGDODYUD,VVRVLJQLILFDTXHa Unio ir fornecer uma concesso

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    de explorao. Ou seja, algum ganha o direito de lavra e, com esse

    direito, ganha propriedade do produto da explorao.

    Para ajudar voc a se lembrar deste artigo, reveja o quadro

    abaixo:

    Artigo 176

    Do que trata? O que faz? x Jazidas, em lavra ou no

    x Demais recursos minerais x Potenciais de energia hidrulica

    x Considera que so propriedade distinta do solo x Diz que so da Unio x Garante a concessionrio a

    propriedade do produto da lavra

    Antes de sair deste tema, vamos dar uma olhada rpida nos

    pargrafos do art. 176:

    1 A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente podero ser efetuados mediante autorizao ou concesso da Unio, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituda sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administrao no Pas, na forma da lei, que estabelecer as condies especficas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indgenas.

    Pontos de destaque deste pargrafo so:

    x Pesquisa e lavra dependem de autorizao ou concesso da unio

    x Explorao s pode ser feita por brasileiros ou empresa constituda sob as leia brasileiras

    x Explorao s pode ser feita por empresas com sede e administrao no Brasil

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    x Explorao s pode ser feita na forma da lei, que dir como poder ser feita a explorao quando os recursos estiverem

    em faixa de fronteira ou em terras indgenas

    Seguindo em frente:

    2 - assegurada participao ao proprietrio do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.

    Como voc viu h pouco, a propriedade do solo diferente da

    propriedade dos recursos. Mas o dono do solo ganha uma participao

    da explorao. Aquele ouro que voc encontrou no seu quintal? Voc

    no pode tirar ele do cho diretamente e vender. Mas voc vai receber

    alguma coisa por ele. Quanto voc vai receber? o que a lei vai dizer.

    3 - A autorizao de pesquisa ser sempre por prazo determinado, e as autorizaes e concesses previstas neste artigo no podero ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prvia anuncia do poder concedente.

    Autorizaes de pesquisa so direitos a procurar minerais em

    lugares onde no h certeza de que existam. Para voc poder fazer

    isso, voc precisa de uma autorizao do governo. O que este pargrafo

    diz que essa autorizao s pode ser concedida por prazo

    determinado. Ou seja, se voc quiser procurar ouro no quintal de

    algum, deve procurar apenas no prazo estabelecido na autorizao.

    Este pargrafo tambm estabelece que as concesses no podem

    ser cedidas ou transferidas sem anuncia do poder concedente. Isso

    significa que, se voc ganha a autorizao de pesquisa, voc no pode

    vender essa autorizao para outra pessoa sem que o governo deixe.

    possvel transferir a concesso por algum motivo? Sim, desde que o

    poder concedente (ou seja, o Estado) concorde.

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    4 - No depender de autorizao ou concesso o aproveitamento do potencial de energia renovvel de capacidade reduzida.

    2 TXH p R SRWHQFLDO GH HQHUJLD UHQRYiYHO GH FDSDFLGDGHUHGX]LGD" 3HQVH HP XPD TXHGD GiJXD SHTXHQD HP uma fazenda. (VVDTXHGDGDJXDSRGHJLUDUXPPRLQKRHWDOYH]JHUDUXPSRXTXLQKRde eletricidade. Na prtica, voc no vai conseguir vender nenhuma

    TXDQWLGDGHUHOHYDQWHGHHQHUJLDHOpWULFDFRPHVWDTXHGDGDJXD Quando pensar em potencial de energia renovvel de capacidade

    reduzida, lembre-VHGRH[HPSORGDTXHGDGDJXDpRFDVRGHDOJRTXHpode ser aproveitado, mas to pequeno que no faz sentido o

    governo ficar em cima.

    Se voc entende isso, fica mais fcil entender este pargrafo. O

    que o pargrafo diz que voc no precisa de autorizao ou concesso

    para aproveitar esses potenciais. Ou seja, para explorar esses

    potenciais pequenos, no precisa passar pela burocracia de

    autorizao ou concesso.

    E a, conseguiu entender este artigo? Vamos testar se voc pegou?

    Julgue os itens abaixo:

    a) O dono do solo tem direito propriedade sobre o produto da lavra de jazidas.

    b) Concesses de aproveitamento de potenciais de energia hidrulica s podem ser exploradas por empresas que tenham sua sede e administrao no Brasil.

    c) Autorizaes de pesquisa podem ser cedidas, desde que com prvia anuncia do poder concedente.

    d) Potenciais de energia renovvel s podem ser aproveitados mediante concesso.

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