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DIREITO ECONÔMICO AULA – 19/02/2013 Professor: Daniel Silva Queiroga E-mail: [email protected] Provas : AIA – 16/04 25 pontos AI – 21/05 25 pontos DAD – 05/04 25 pontos – Oficina de Jurisprudência AF – 21/06 25 pontos EE – 25 pontos UNIDADES 1 – Ordem jurídico-econômica = intervenção do Estado no domínio econômico. 2 – Planejamento Econômico. 3 – Ordem econômica internacional e regional. Ex.: Programa Mundial de Alimentos. É financiado pela ONU, que recolhe alimentos, para distribuir nos países carentes. Como é que a ONU arruma este alimento? Existem Leis no Brasil em que o Brasil é obrigado a “comprar” alimentos para “doar” para a ONU, além de comprar para distribuir nas regiões carentes. Existem empresas públicas estatais para estocar alimentos: milho, café. Motivo principal da estocagem: PREÇO. No ano em que a safra é menor, vende por preço maior. Se tem grande demanda e pouca oferta: preço sobre. Muita oferta e muita demanda, o preço cai. Ex.: Compromissos do Mercosul, tem influencia que vai limitar a intervenção do Estado. 4 – Política de Proteção e Defesa da Concorrência. Concorrência significa competição. Ex.: O Estado deixou a concorrência entre as empresas aéreas. O mercado de aviação passou por uma transformação. A ideia da competição, da concorrência é estimular melhores serviços, melhorando a vida da sociedade. O Estado tem política de proteção e defesa destas competições (concorrência). Referências : *AGUILLAR, Fernando H. – Direito Econômico GRAU, Eros Roberto – A Ordem Econômica na Constituição de 1988 *FONSECA, João Bosco Leopoldino – Direito Econômico SOUZA, Washington Albino P. – Primeiras Linhas de Direito Econômico CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO

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DIREITO ECONÔMICO

AULA – 19/02/2013

Professor: Daniel Silva QueirogaE-mail: [email protected]

Provas:AIA – 16/04 25 pontosAI – 21/05 25 pontosDAD – 05/04 25 pontos – Oficina de JurisprudênciaAF – 21/06 25 pontosEE – 25 pontos

UNIDADES1 – Ordem jurídico-econômica = intervenção do Estado no domínio econômico.2 – Planejamento Econômico.3 – Ordem econômica internacional e regional. Ex.: Programa Mundial de Alimentos. É financiado pela ONU, que recolhe alimentos, para distribuir nos países carentes. Como é que a ONU arruma este alimento? Existem Leis no Brasil em que o Brasil é obrigado a “comprar” alimentos para “doar” para a ONU, além de comprar para distribuir nas regiões carentes. Existem empresas públicas estatais para estocar alimentos: milho, café. Motivo principal da estocagem: PREÇO. No ano em que a safra é menor, vende por preço maior. Se tem grande demanda e pouca oferta: preço sobre. Muita oferta e muita demanda, o preço cai.Ex.: Compromissos do Mercosul, tem influencia que vai limitar a intervenção do Estado.4 – Política de Proteção e Defesa da Concorrência. Concorrência significa competição. Ex.: O Estado deixou a concorrência entre as empresas aéreas. O mercado de aviação passou por uma transformação.A ideia da competição, da concorrência é estimular melhores serviços, melhorando a vida da sociedade. O Estado tem política de proteção e defesa destas competições (concorrência).

Referências:*AGUILLAR, Fernando H. – Direito EconômicoGRAU, Eros Roberto – A Ordem Econômica na Constituição de 1988*FONSECA, João Bosco Leopoldino – Direito EconômicoSOUZA, Washington Albino P. – Primeiras Linhas de Direito Econômico

CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO

É o ramo do Direito que estuda os princípios e normas que regulam a vida econômica de um Estado, ou seja, as relações jurídicas entre os agentes econômicos públicos e privados, e tem por objeto as políticas econômicas advindas dessa relação, visando a realização da justiça.

Vida econômica = atividades empresariais, em regra.Direções que o Estado dá para os empresários.

Constituição = estabelece limites de intervenção da auto tutela. O Estado “nos protege de nós mesmos”. Ex.: Lei seca = nós somos incapazes de estabelecer regras.Princípios que informam a vida econômica, e que devem ser observados.Vida econômica = relações jurídicas entre agentes econômicos públicos e privados.Objeto = acordo com a norma que vai reger as relações. Políticas econômicas = buscam a realização da justiça social.Justiça social e não individual = tem que haver com a sociedade.

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DIREITO ECONÔMICO

Sociedade x comunidade = Toda comunidade tem uma sociedade e nem toda sociedade tem uma comunidade.Sociedade = possui uma finalidade, um valor social. Finalidade não é um objetivo.Na comunidade, TODOS tem o mesmo objetivo. Ex.: Comunidade Européia.Comunidade de motoqueiros, comunidade de barbies, etc.Valor social = valor comum.Finalidade da sociedade = busca do bem comum. O Estado tem que dar condições para a realização de todas as vontades dos homens = art. 6° da CF/88.“São direitos sociais....”Você consegue o bem comum sem saúde, sem educação, sem moradia? Não.Como realizar direitos se os recursos são escassos? Tem comida pra todo mundo, tem luz para todo mundo?

Problemas: 1 – Escassez = administração dos recursos escassos. Intervenção do Estado no domínio econômico.2 – Justiça social = Intervenção do Estado, não no sentido de guerra, de tirar poderes, mas conduzir os agentes econômicos. Ex.: Brasil está com problema de produção; então o Estado intervém, reduzindo custos, dando subsídios. Ex. 2: Em 2008, houve um recuo no consumo, as industrias tiveram grandes demissões, ciclo de desemprego. Saúde, lazer, moradia, foram afetados. Estado reduziu o IPI de carro, dos eletrodomésticos. Lula deu uma sensação de segurança, e houve crescimento da economia. Ex. 3: Município lançou Lei obrigando as Boates a ter bebedouro: o preço da água e o preço da cerveja são o mesmo: R$ 7,00.3 – Valores axiológicos = interpretação de valores e princípios, que eventualmente podem colidir. Ex.: bebedouros para os empresários saiu caro, porque gerou custos e diminuiu receita.Ex.: Lei Municipal: Hotel, Motel e Apart Hotel tem que oferecer camisinha grátis para os hóspedes. Isso aumenta o custo para o dono dos estabelecimentos. Empresário que tem sua livre iniciativa, tem que obedecer a regras, que, inclusive, seria obrigação do Estado (saúde).Serviços públicos = são atividades econômicas, alguns. Ex.: Cemig, porém, o Detran não.Ou seja, o Estado em seus serviços públicos, só pode exercer atividade econômica, no que está previsto na Constituição.

AULA – 22/02/2013

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DIREITO ECONÔMICO

CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO

Ramo do Direito que estuda os princípios e normas que regem a vida econômica de um Estado, ou seja, as relações jurídicas.

Objeto: políticas econômicas advindas dessa relação, visando a realização da justiça social.

Ramo = se é ramo cabe diluir a discussão teórica, se é direito público ou privado.

Normas que regem a vida econômica.

O que é vida econômica = relações jurídicas entre o Estado e o Estado, entre o indivíduo e o Estado e entre empresa e o Estado; relações jurídicas entre indivíduo e empresa e entre empresa e empresa.O que nos leva a fazer ações econômicas? Resolver o problema da escassez.Homus economicus = evolução do homo sapien. Homem egoísta, que maximiza seus interesses. Egoísmo que gera a competição. Egoísmo está presente na natureza humana.

Em que lugar haverão essas relações? – Mercado.

Mercado = lugar onde os agentes econômicos realizam trocas. Mercado de trabalho, mercado de capitais/financeiro; mercado negro; mercado de varejo; mercado de atacado; mercado de futebol; mercado imobiliário; mercado internacional; mercado do Direito; mercado do consumidor; mercado das telecomunicações.

Mercado do consumidor = tem o consumidor e o fornecedor de produtos ou serviços. Consumidor = melhor produto, mais vantagem e menor preço.Fornecedor = vender mais caro possível.Dualidade = cada um quer o melhor para si = cabo de guerra.Havendo dualidade, o mercado chama-se MERCADO DUAL.

Interesse público = interesse do bem comum. De um lado do mercado tem o poder econômico público. De outro lado, tem o poder econômico privado. São forças opostas entre si.

Ex.: mercado de trabalho = patrão quer pagar o mínimo possível e empregado quer receber o máximo possível.

Brincadeira de criança = cabo de guerra. No meio dessa força, pode vir uma força no meio para trazer equilíbrio para essa relação.

Ex.: quem tem mais que 30 anos = nos anos 80 iam ao supermercado e não tinha data de validade nos produtos. Porque hoje tem data de validade? Por que o Estado interviu para proteger o consumidor. O fornecedor teve custos para colocar a data de validade: tem um estudo para saber a data de validade de cada produto. Houve uma LEI que obrigou o fornecedor a fazer isso. No meio da briga do cabo de força, o Estado colocou a mão no meio do cabo de guerra e fez a Lei.

Qual a vantagem de estar dentro de um Estado? – Proteção, organização.

Escassez = não tem escola para todo mundo, não tem saúde para todo mundo, não tem comida para todo mundo.

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DIREITO ECONÔMICO

Dualidade = pressão que leva a um ponto de convergência.Art. 219 CC/02

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.

MERCADO = PATRIMÔNIO NACIONAL e será incentivo.

Incentivos = motivos para equilibrar as forças opostas.

O fornecedor que não queria produzir, passa a produzir porque tem incentivo.

ORDEM ECONÔMICA = vai organizar essa vida econômica.

Art. 170 – Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

Ponto de equilíbrio das forças antagônicas = poder privado se preocupa com a livre iniciativa e o poder econômico público se preocupa com a valorização do trabalho humano.Livre iniciativa não vive sem a valorização do trabalho humano. Para se chegar ao equilíbrio.Sistema capitalista precisa dos dois: livre iniciativa e valorização do trabalho.Equilíbrio = JUSTIÇA SOCIAL e DIGNIDADE.Art. 1° = fundamento da República.

Nossa CF/88 diz que nós vivemos num Estado que busca diminuir essa dualidade.Revolução Industrial = surgimento do Direito do Trabalho.Depois da 2ª Guerra mundial = todos os Estados buscam assegurar um mínimo de dignidade trabalhista.

Direito fundamental da livre iniciativa = propriedade.Direito fundamental da valorização do trabalho humano = saúde, educação.

Ponto de equilíbrio = justiça social.

Art. 173 e 174 = Estado vai regular a economia.

Construção da cidade administrativa = numa região pobre: gerou empregos, levou empresas para lá, aumentou o mercado.

Para trazer a força do cabo de guerra para a justiça social e dignidade, acontece um fenômeno:- DIREÇÃO e INDUÇÃO.

Direção = um caminho, determinação de um comportamento. Estado faz isso. Ex.: determinação de colocar data de validade nos produtos. Estado determina o comportamento do ser humano o tempo todo. De um jeito ou de outro, acaba sendo uma proibição. Vira um valor social, por exemplo, a defesa do meio ambiente.

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DIREITO ECONÔMICO

Indução = incentivo. Programas sociais das empresas = são incentivos do Estado para promover a justiça social. Dá incentivo para o privado fazer o que o Estado deveria fazer: abate no Imposto de Renda.A sociedade vê isso com bons olhos. As empresas usam isso para o seu marketing.

Estímulo financeiro é melhor que o estímulo cultural.

Estado diz: as empresas que investirem no mercado tecnológico, vão ter redução de impostos por 20 anos = INDUÇÃO.Estado faz um plano econômico, um planejamento econômico = DIREÇÃO.

DIREÇÃO = imposição.INDUÇÃO = incentivo.

Governo está ampliando portos, aeroportos, duplicação de rodovias, levar asfalto para cidades municipais. Construção em si é um incentivo para as empresas. Porém, também é uma determinação que o Estado está fazendo.

Estado intervém no Mercado, direcionando ou induzindo = porque o Estado tem um objetivo a ser cumprido, que é a justiça social e a dignidade.

Mercado do Direito = cliente quer pagar o advogado? Não. Cliente não quer pagar quase nada e quer o máximo do advogado. Porém, se o cliente está preso, paga qualquer valor para conseguir um habeas corpus.

AULA – 26/02/2013

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DIREITO ECONÔMICO

POLÍTICA ECONÔMICA

Conceito = é o conjunto de ações postas em prática por agentes econômicos para realizar seus objetivos, ou seja, medidas que buscam regular ou modificar negócios econômicos.

Agentes = consumidor, fornecedor, Estado.

Ação =

Cada agente econômico tem um objetivo específico.Ex.: Exportador de soja para a China. Safra de 2013 a produção mundial foi muito pequena. A China quer pagar altos preços. E o câmbio está em torno de R$ 2,70, ou US$ 1,00. Todo mundo quer exportar, mas o governo quer segurar a soja. O Brasil acha que essa exportação vai prejudicar o comércio interno. O governo entra no mercado interno da Bolsa e libera o dólar, fazendo o dólar cair, que passa a custar R$ 1,80. O governo interviu na economia. Este ato é um ato de política econômica, porque os agentes econômicos vão buscar seus objetivos.Ex.: Governo aumentou impostos sobre cartão de crédito para “parar” o consumo no exterior.

O Governo intervém no mercado de dólar todos os dias = política econômica.

Candidato à prefeitura = “no meu governo vou fazer o metrô na cidade”. Para o prefeito fazer isso, faz parcerias com governo do Estado, com o governo Federal. Qual é o impacto da construção do metrô em BH? Enorme = geração de empregos, etc.. Isso é política econômica.

Redução da energia elétrica = política econômica.

Agentes econômicos = SUJEITOS do Direito Econômico- Estado é o principal deles, no plano interno e no plano internacional- Empresas = fornecedores- Consumidor / Indivíduo.- Sociedades (ONG’s) – Organização não governamental = sindicatos, igrejas. Não visam lucros.- Organizações internacionais

Todo sujeito de direito é titular de direitos e deveres.

Relação dualista:I de um lado x II de outro lado = III intervem.

AÇÃOModificar ou criar (regular) direitos.Regular = ato de criar normas.Regulação = ação de regularRegulamentação = operacionalizar.Regulação = Ato do Poder LegislativoRegulamentação = Ato do Poder Executivo.

Não são só os atos do Direito que vão criar e modificar direitos.

Fontes do Direito = Leis, costumes, jurisprudência, doutrina.

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DIREITO ECONÔMICO

Fontes do Direito Econômico Fontes = origens dos fenômenos jurídicos.- Lei = principal fonte. Lei em sentido amplo = todo ato normativo produzido através de um processo legislativo. CF, Leis ordinárias.- Lei em sentido amplos:

- Constituição- Espécies legislativas = art. 59 da CF/88.

- Atos normativos da Administração Estatal = Poder Executivo. Art. 84 CF/88 = decretos presidenciais, portarias, resoluções.- Agências reguladoras = criar políticas econômicas. Ex.: Telefonia: Anatel fala como serão os contratos entre usuários e as empresas de telefonia. - Tratados Internacionais = acordo de vontades celebrado entre dois ou mais sujeitos ou organizações internacionais. Ex.: Tratados sobre ação de inconstutucionalidade das TVs por assinatura. Os tratados internacionais interferem nas políticas econômicas nacionais.- Usos e costumes = ligados aos costumes comerciais.- Ciência econômica = Pressupostos da economia = oferta e demanda; pressupostos sobre escassez, etc.. Fazem estudos e projeções da economia mundial. Redução de tarifas estimulam o consumo, para evitar a recessão. Reduz para ter impacto lá na frente, regulando o mercado.

Característica marcante do Direito Econômico = necessidade de adaptação rápida, porque determinadas ações precisam de medidas urgentes.Processo legislativo:- Iniciativa = secretário da Casa Legislativa faz análise prévia de inconstitucionalidade e envia para comissão temática.- Comissão temática escolhe um relator e um revisor, e vai para votação. Se tiver emenda começa tudo de novo.- Vai para comissão de justiça e para outra comissão.- Vai para o Plenário e vai para outra Casa, para o mesmo processo.- Até voltar e ir para sansão presidencial...Em determinadas situações, precisa-se de mais agilidade = decretos presidenciais.

AULA – 01/03/2013

As Fontes do Direito ajudam o Estado a tomar decisões urgentes.

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DIREITO ECONÔMICO

O Direito, em regra, está sempre correndo atrás das mudanças da sociedade, nunca à frente do seu tempo.

O Direito Econômico tenta ser mais ágil, para se adaptar às situações. Faz isso de forma peculiar.Art. 24, I CR/88.

CARACTERÍSTICAS DO DIREITO ECONÔMICO

1. Ausência de Codificação. Tem leis espalhadas. As principais Leis:- Lei 12.529/2011- Lei 8.078/1990- Lei Delegada 04 de 1962

2. Mutabilidade ou mobilidade. Mudar com as próprias características do Direito Econômico.

- Tem inlfuências externas, como a escassez.Flexibilidade – O Direito Econômico se adapta.Ex.: Lei de concorrência = define os casos que constituem infração ao mercado. Define exemplos de conduta, mas deixa aberto para outras condutas que não estão previstas no Código.Ou seja, a cada nova conduta que caracteriza infração, a legislação não tem que mudar.Ex.: Característica extra-fiscal. Tributo é uma das principais fontes de arrecadação. Tributo de natureza fiscal, ou arrecadatória. Tributos extra-fiscais = imposto de importação e exportação. Ou seja, são tributos que complementam a receita, para o Estado poder regular a economia.Ex.: Imposto de importação de medicamentos = 8%. Tem uma epidemia de gripe aviária, e há uma procura de toda a sociedade. O Estado pode reduzir a alíquota. Imagine se tivesse que ter um processo legislativo para alterar essa alíquota. Da mesma forma, tem uma demanda mundial muito grande sobre o açúcar. Cana de açúcar é matéria prima para o álcool. Governo aumentou o valor do álcool para competir com a gasolina.Formas de estimular a economia = feitas pelo poder Executivo, independente do poder Legislativo = presidente da República, através de decreto, altera as Leis de importação (previsão no Código Tributário).Ex.: Saúde = saúde e educação entram no Direito Econômico.

Objetivo da ordem econômica é = justiça social. Para isso, direitos básicos.

FIES = STJ decidiu que se trata de uma política pública do Governo, e por isso, não se aplica o Código de Defesa do Consumidor, e, desta maneira, não pode ser considerado abusivo qualquer contrato desta instituição.O Estado sempre quer promover educação e saúde, às custas da iniciativa privada.

Ex.: Tem lei Municipal que obriga os Hotéis a ter camisinha em cada quarto.Bolsa Família na receita do Estado representa menos de 1%. Esse benefício funciona muito em lugares onde não tem emprego. No interior, não precisa de muito funcionário para cuidar de fazendas, por exemplo.

3. Declínio da generalidade da Lei.No Direito Econômico, há uma diminuição em várias situações. Normas específicas para determinados setores da economia.Ex.: Agência reguladoras = tem normas específicas para regular situações específicas.

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DIREITO ECONÔMICO

Ex.: Banco Central = regula como serão os empréstimos.Ex.: Câmera de Comércio Exterior = é específica a regulação.Ex.: Governo faz incentivo para determinado tipo de indústria. A indústria que fizer carro mais econômico, terá redução de impostos = tipo de incentivo específico. A redução de imposto não é para todo mundo, mas para aquele que fizer aquela condição específica.Diferente do Direito Civil, que regula para toda a sociedade, em geral.Porém, um dos princípios do Direito Econômico é o Princípio da generalidade = princípio do Direito Econômico.

4. Crise de ImperatividadeÉ um momento de se repensar. É possível usar o lucro das empresas para promover cultura e educação? Sim.Estado ligou a Lei Rouanet = lei federal de incentivo da cultura. Toda doação para o fundo de cultura pode ser abatido no Imposto de Renda.Vivo = doa para projetos culturais. Responsabilidade social.Se não doa, não sofre sansão. O Direito está se adaptando às situações da sociedade.Normas que regulamentam o IPTU em BH = se pagar antecipado, tem desconto, ou seja, um tipo de prêmio.Todo ano o governo tem receita disponível que não gasta, por falta de projetos.Nem toda norma prevê uma sansão. E no Direito Econômico, menos ainda.

5. Desmoronamento da fronteira público privado.Árvore do Direito. Tem um ramo que é o direito público e um outro ramo que é do Direito Privado. O desmoronamento da fronteira público privado é um desafio e característica do Direito Econômico.Desafios do Direito Privado são grandes.Uma ação do Estado envolve uma ação de emprego.A visão privada não consegue resolver problemas sozinha.3° Ramo do Direito = Direito de reagrupamento ou de síntese. Neste ramo, está o Direito Econômico. O Direito Econômico se confunde, porque não é ramo do Direito Público e não é ramo do Direito Privado.É uma releitura, uma revisão. Para regular não pode usar só preceito do Direito Público ou só preceito do Direito Privado.

PRINCÍPIOS DO DIREITO ECONÔMICO

1. Princípio da Economicidade.Relação custo benefício = não é eficiência. A vantagem auferida tem que ser maior do que o custo dispensado. Ex.: Custo para obter um resultado, tem que oferecer benefício.Custos sociais = desmatar metade do Estado do Amazonas para produzir pasto, trará um benefício enorme. Porém, o custo do meio ambiente é muito elevado, o custo social seria muito grande em relação ao benefício auferido.Economicidade art. 170 da CF/88. Administração dos poderes do Estado, leva em conta o princípio da economicidade.Dentro do poder Judiciário, este custo é financeiro.Custo social = objetivo da ordem econômica é a justiça social.Art. 3°, II da CF/88.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;

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DIREITO ECONÔMICO

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

Na busca do desenvolvimento e para se desenvolver precisa do sistema financeiro.Para desenvolver precisa da valorização do trabalho humano, da livre iniciativa.Ex.: Saneamento básico = é desenvolvimento. Mas não está crescendo nada... Gera empregos, e busca a justiça social. Traz saúde para a região que vai ser saneada.Direito Econômico se ocupa desta dinâmica.Se tem saneamento básico, é porque tem infra estrutura. Se não há infra estrutura, não tem indústria.Asfalto = vai querer abrir indústria só em lugar que tem asfalto. Fábrica onde tem vários km de estrada de terra, o acesso é mais difícil.

Economicidade = Critério de escolhas das políticas econômicas para que os fins alcançados sejam mais vantajosos que os custos sociais envolvidos.

Art. 225 = Direito ao desenvolvimento sustentável.

AULA – 05/03/2013

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

Eficiência = melhor resultado possível com os recursos que tem à disposição.

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DIREITO ECONÔMICO

Ex.: com 1 Kg de farinha e 500 g de chocolate faz um bolo. Se conseguir com a mesma quantidade fazer 02 bolos, isso é eficiência.Tem 1 milhão para investir: se investir em propaganda tem um resultado A, se investir em educação tem um resultado B, se investir em saúde tem um resultado C.Art. 37 CF/88 = eficiência dos recursos estatais.Direito Econômico = eficiência de todos os recursos existentes.Diferença do princípio da economicidade = menos custo para melhor resultado. Ex. de eficiência: open food em open bar, paga R$ 200,00 e chega lá é pizza fria, cerveja quente, mas pode comer à vontade. Vai pagar R$ 200,00 para ter direito a uma porcaria de festa ou vai pagar R$ 200,00 e vai comer menos, mas melhor, com o melhor vinho.

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO

Está previsto na CF/88Art. 3º inciso IIArt. 219Art. 225 – princípio do desenvolvimento sustentávelIntervenção do Estado na economia visa o desenvolvimento.Brasil cresce 3% e tem 20% de inflação.Desenvolvimento é o crescimento quantitativo e qualitativo, e equilibrado, por força do art. 225 da CF/88.“O que adianta crescer desenfreadamente e ter o meio ambiente todo degradado” – Lula.

PRINCÍPIO DA GENERALIDADE

Característica do DE = declínio da generalidade da lei.Declínio não significa fim.Ainda tendo o declínio, tem o princípio da generalidade = lei abstrata e geral.Previsão:Art. 31 da Lei 12.539 (Lei da concorrência) – Atinge a todas as pessoas físicas e jurídicas = o mercado atinge todos os consumidores.Vai interferir em ônibus, avião, em quantidade de emprego = importante para toda a sociedade.DE = buscar um alto grau de abstração para pensar nas atividades econômicas.Norma específica, não genérica = Ex.: regulação da taxa de juros “Selic” – só se aplica para o setor financeiro, mas tem reflexo em toda a sociedade. Quanto maior a taxa de juros, menos crédito, e quanto menor a taxa de juros, mais crédito.Ex.: Banco vai ofertar dinheiro: empresário quer ganhar o máximo que puder. Lei da oferta: maior lucro. Taxa de juros alta, significa mais lucro para o Banco. Só que, quanto maior a taxa de juros, maior a dívida contraída.Visão da demanda = quanto menor a taxa de juros, mais gente quer pegar empréstimo.Ex.: Regulamento do IPI (declínio da generalidade da norma) = INDUSTRIA que investir em microcondutores = subsídio, porque é altíssima tecnologia = 35 anos de redução de impostos. Desenvolvimento quantitativo em toda a sociedade. Houve um declínio da generalidade por um lado, mas a generalidade por outro lado.Faz uma norma específica para beneficiar toda a sociedade = princípio da generalidade.Mercado de acessórios femininos = específicos, mas que traz impactos à toda a economia.

PRINCÍPIO DA ANÁLISE ECONÔMICA

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DIREITO ECONÔMICO

Para analisar os impactos da normas, tem que analisar a parte econômica.Estado = faz uma campanha de marketing = para fazer uma análise econômica.Quando abaixa a taxa de juros é porque analisou todo o mercado.Todos os ramos do Direito procuram uma análise econômica, para analisar o custo social das penas, por exemplo.Ex.: Porque o crime de adultério foi tirado no CP brasileiro? – Por questão do custo da pena. O prisioneiro tem custo para o Estado.O princípio da insignificância = prima pela economicidade, porque é um custo grande colocar alguém na cadeia.Se colocasse todo mundo na cadeia, não teria muita gente fora da cadeia.

CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS DO DIREITO ECONÔMICO

Direito Econômico = característica de ausência de Codificação.A Norma do Direito Econômico tem 05 características

PIC – FP.

PROSPECTIVA = Prospecção de mercado. Projeção é para frente = sempre vai pensar o futuro. A norma do Direito Civil pensa o presente, do Direito Penal pensa o passado. O Direito Tributário pensa o presente e o futuro.Busca pensar repercussões no futuro.Ex.: aumento ou redução da taxa de juros. China quer crescer 7,5% no ano de 2013 = está pensando no futuro.Tander Cats = visão além do alcance = assim é a norma do Direito Econômico.

INSTRUMENTAL = As normas do DE são um meio para atingir fins diversos. Ou seja, quando está pensando no futuro, quer atingir objetivos.Redução de taxa de juros = tem vários resultados, em vários setores. Juros baixos se endividam para aumentar a produção. O funcionário pega empréstimo mais barato para comprar imóvel.

CONCILIA INTERESSES = dualidade do DE – pontos controversos para buscar o meio termo.O instrumento que a norma busca realizar é conciliar interesses. Alguém sempre vai perder alguma coisa.Ex.: a Lei de concorrência = evitar a concentração de mercado em uma só empresa. Atinge outros fins: proteção do consumidor, de outras empresas. Conciliação de interesses.Ex.: Em determinadas situações, a concentração é necessária, então o Estado vai permitir essa nova concentração. Concentração da AMBEV competiu no mercado internacional. Concentração é um fenômeno de mercado. Tem monopólios constituídos constitucionalmente. Para o consumidor, é interessante.Preconceito = todo monopólio é ruim. Surgimento da AMBEV = no Brasil tem a maior cervejaria do mundo e traz lucros para o Brasil.Para chegar na concentração, não pode haver desemprego, mas gerar mais empregos.Ex.: Colgate = nos 90 ela comprou a Kolinos (maior marca de creme dental no Brasil). Houve uma concentração que dominou o mercado. O Cade proibiu que a Colgate usasse a marca Kolinos. A Colgate mudou para a marca Sorriso. A Kolinos era a única empresa que tinha no Brasil. Com a proibição da marca Kolinos, surgiu uma série de marcas: Colgate, Oral B, Tande, Sensodine.

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DIREITO ECONÔMICO

Nos anos 90 tinha a Kolinos e a Sensodine.O que aconteceu no mercado = Colgate permitiu que surgisse a concorrência. Conciliação de interesses, muitas vezes não está escrito na norma.Reduzir IPI de carros = conciliação de interesses = consumidor quer comprar, gera empregos, montador está com estoque alto.Governo aumentou o IPI de um único carro importado em 30%. IPI é imposto seletivo = é diferente para todos os produtos = para produtos supérfluos, o IPI é maior. Perfume x pinho sol; cremes cosméticos x desodorante.Carro importado x carro nacional = não é mais seletivo um que outro.Nos anos 90, o Collor abriu importação dos carros importados, trazendo desenvolvimento ao Brasil.No Brasil não tem tecnologia porque não tem concorrência.Hyundai = está fazendo diferença no mercado.Os produtos têm a mesma característica, portanto, não podem ter alíquotas diferentes de IPI, criando discriminação. O carro importado é similar ao carro nacional = tem Tratado Internacional que proíbe a discriminação.Industria automobilística não existe NADA nacional = as montadoras são nacionais. Mas as empresas são todas multinacionais.

FLEXIBILIDADE = mutabilidade e mobilidade do DE. Capacidade que a norma de DE tem de adaptar-se a situações de mercado. Versatilidade, agilidade.Mobilidade = mercado é dinâmico, rápido, flexível.Direito Civil não é flexível, é rígido.

PUBLICIDADE = Tem duplo aspecto. 1º - Norma tem que ser publicizada. Art. 37 § 1° da CF/88. 2º - A norma do DE tem uma característica de publicidade negativa = norma pode publicizar atos danosos à sociedade.Ex.: SPC, SERASA, Certidão Negativa Trabalhista = publicidade de situações para gerar condutas no mercado. Para ter crédito, tem que ter nome limpo.Proteção ao crédito = Está pensando no futuro = analisando quem é mau pagador e beneficiando quem é bom pagador.Flexível = se adaptando às situações de mercado. Pode tirar rapidamente o nome do SPC.SPC = uso da publicidade é boa para usar como forma de estimular comportamentos.Lei gaúcha = empresas que são pagadoras habituais de impostos. Se não é pagador habitual, tem o seu nome em um cadastro.Postos de gasolina que põe gasolina adulterada = tem um cadastro no site, para consulta livre.

AULA – 08/03/2013

EXERCÍCIO

Questão 03. Leia atentamente a Lei do Município de Belo Horizonte nº 9197, de 2 de Maio de 2006, que Dispõe sobre a proibição da comercialização de álcool líquido em drogarias, supermercados e outros estabelecimentos comerciais no município.O Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais e atendendo ao que dispõe o § 6º, combinado com o § 8º do art. 92 da Lei Orgânica do Município

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de Belo Horizonte, tendo sido rejeitado o Veto Total oposto pelo Excelentíssimo Senhor Prefeito à Proposição de Lei nº 53/05 3, promulga a seguinte Lei:Art. 1º - Fica proibida a venda e comercialização do álcool etílico, disponibilizado na sua forma líquida, nas drogarias, supermercados e outros estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte.Art. 2º - O Poder Municipal estabelecerá as normas gerais que deverão ser observadas no processo, cabendo a ele a sua fiscalização.Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Belo Horizonte, 2 de maio de 2006 - SILVINHO REZENDE - Presidente da Câmara Municipal de Belo HorizontePergunta-se:a) O dispositivo citado pode ser considerado norma de Direito Econômico? Fundamente considerando as características da norma, indicando, se possível, o dispositivo da norma correspondente. (4 pontos)b) Qual(is) a(s) classificação(ções) do dispositivo citado como norma de Direito Econômico? Fundamente considerando a classificação proposta por Fernando Herren Aguillar, indicando se possível o dispositivo da norma correspondente. (2 pontos)c) É possível alegar a inconstitucionalidade em tese da lei belo-horizontina por eventual violação à competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal para legislar sobre defesa da saúde?d) Considerando a Constituição Federal de 1988 a Lei de Belo Horizonte nº 10.516 de 2012 é constitucional ou inconstitucional em tese? Fundamente analisando o aspecto material, ou seja, os limites previstos na ordem econômica.

Quando uma lei é promulgada = Promulgação x sanção = Promulgação = dá o início da vigência. Ato do poder legislativo.Sanção = ato de prerrogativa do chefe do Executivo.

Prospectiva = a norma é uma projeção, pensa sempre no futuro. Ou seja, ela busca pensar repercussões no futuro. No caso da Lei específica N° 53/05, de proibir o uso do álcool etílico, ela está pensando na prevenção de incêndios. Porque esta norma é prospectiva? Porque ela está trazendo uma proibição. Na verdade, os prejuízos do álcool etílico são, indiretamente, do Estado. Porque, as pessoas que se queimam, são levadas para tratamento nos hospitais públicos, e fica caro para o Estado.Através desta Lei, o Estado está te protegendo de você mesmo, para promover a sua saúde = Art. 170 da CF/88. Resumindo: a Lei está proibindo para promover a saúde.

Instrumental = as normas do Direito Econômico são um meio para atingir um fim. Neste caso, a Lei está trazendo uma proibição para o mercado, devido aos riscos do álcool etílico nas mãos de pessoas leigas. A intenção original era proibir o uso doméstico, porém, os reflexos da norma foram para toda a sociedade.A norma está, indiretamente, estimulando outras tecnologias, como o consumo de álcool em gel. Poderá haver criações de novos mercados.Aqui a norma está reduzindo os gastos públicos e privados, já que, haverão menos incêndios.Fim a ser atingido por esta norma: melhorar a saúde, promover a vida.

Concilia interesses = Tem a dualidade do Direito Econômico, os pontos controversos para buscar o meio termo.O instrumento que a norma busca realizar é conciliar os interesses. Alguém sempre vai perder alguma coisa. No caso da Lei Municipal 53/05, a sociedade perdeu o acesso ao álcool etílico, que não é utilizado apenas para fazer churrasco, que é o maior risco de incêndio doméstico. Ao

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mesmo tempo, foi substituído pelo álcool em gel, que traz menos riscos aos usuários. Mesmo que para o consumidor não foi muito interessante, a norma lhe trouxe segurança.Não é todo mundo que saiu ganhando.

Flexibilidade = É a capacidade que a norma de Direito Econômico tem de adaptar-se às situações de mercado. É a versatilidade, a agilidade. O mercado é dinâmico, rápido e flexível. Ao contrário de outros ramos do Direito, que não são flexíveis, que é rígido. No caso desta Lei Municipal, o mercado vai adaptar-se ao art. 1º da Lei 53/05: as drogarias, os supermercados, e outros estabelecimentos comerciais não vão mais vender o álcool etílico, então, também, não vão mais compra-lo.Os fornecedores de álcool etílico também vão ter que se adaptar às novas medidas que esta Lei trouxe.Como essa Lei é flexível? Art. 2° - normas gerais no processo e fiscalização.Se o Executivo Municipal quiser fiscalizar, ele fiscaliza. Como a Prefeitura vai fazer um processo de regulamentação da Lei, ela pode fazer um programa de educação, antes de fiscalizar.A Lei está dando ao Executivo discricionariedade para regulamentar a norma.A norma proíbe, o Executivo faz cumprir como achar melhor. Para a norma se adaptar, precisa de uma nova norma. Tudo o que o Estado faz é através de normas. A norma vai se moldar às situações. A Prefeitura ESTABELECERÁ as normas = art. 2° da Lei Municipal.Fins sociais da norma = necessidade de multas, etc.. Ou seja, a norma se adapta.

Publicidade = A característica da norma de publicidade tem duplo aspecto. Em primeiro lugar, ela tem que ser publicizada. Em segundo lugar, a norma pode ter uma característica de publicidade negativa, ou seja, a norma está publicando que, um produto que é danoso, e traz riscos à sociedade, será tirado do mercado. Conforme dispõe o art. 37 § 1° da CF/88, esta norma teve caráter de orientação social, informativo e educativo.Art. 3° - data de publicação.Uso de meios públicos para publicizar e constranger um comportamento, por meio de mensagens para a sociedade.Usar da publicidade para atingir os fins necessários.Publicidade = vigência e meios de publicizar a norma.

Apesar de a Lei Municipal 53/05 ter sido vetada, porque já existia uma Resolução, ainda assim, a norma cumpriu sua meta e alcançou os objetivos almejados. Vamos combinar: uma Resolução em seus efeitos, não tem tanta eficácia, quanto uma Lei Municipal.

Lei da gorjeta.

AULA – 12/03/2013

CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO ECONÔMICO, SEGUNDO FERNANDO H. AGUILAR

Duas classificações do Aguilar:Para existir uma política econômica, antes de existir esse instrumento, é necessário que alguém faça essas políticas econômicas. Quem pode fazer essa política econômica.Quem?O que?Como?

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Essas perguntas estão anteriores à própria política econômica.Legitimidade de norma = produzida por poder competente, adequação social, senso de justiça. Esse Estado é criado para promover a justiça. Muitas vezes esse Estado foi arbitrário. Por isso, exerce o controle = tem coisa que só o Presidente pode fazer. Quando não cumpre ou invade a competência do outro, está saindo dos limites. Se a Assembléia Legislativa de MG faz uma lei que é para a União = Constituição estabelece limites.

Existem normas anteriores às normas instrumentais, que o Aguilar vai chamar de competência

a) Normas de Competência = vai dizer quem pode fazer, o que pode fazer e como pode fazer. Elas são divididas em noras de competência subjetiva e normas de competência objetiva.

Normas de competência Subjetivas = está indicando a pessoa, se é pessoa é sujeito. Então é QUEM faz a norma, que é o sujeito. Quem pode fazer as normas. Ex.: Telecomunicações = quem pode legislar é a União, que criou uma Agência Reguladora, a Anatel. O Município de BH não pode legislar sobre telecomunicações. Porém, tem uma Lei da Prefeitura de BH que, o tempo máximo de espera nas lojas de telefonia era limitado. Essa fila de espera = NÃO é legislação de telecomunicações, é lei de consumidores. Quem legisla sobre o funcionamento destas empresas é a Anatel.

Normas de competência Objetivas = objeto é matéria. Matéria é O QUE. Qual assunto se pode legislar, quais são os limites que se pode legislar sobre Direito Econômico. Uma intervenção estatal pode ofender o direito do consumidor, a livre iniciativa? Tem limites, tem uma fronteira que é a justiça social = princípios e preceitos previstos na CF que devem ser observados. Por isso existe o Poder Judiciário para exercer controle, se, por exemplo, o Estado disser que todas as empresas vão ser estatais agora = fere princípios constitucionais, o limite objetivo da atuação do Estado.

Normas de competência:São responsáveis pela determinação dos limites de atribuição do Estado na tarefa de organizar o mercado, tanto do ponto de vista objetivo, quanto subjetivo.

Normas de competência subjetiva:Determinam os agentes estatais juridicamente qualificados para produzir normas de Direito Econômico ou implementá-las. Também são aquelas que, por sucessão de atribuições, deleguem poderes a este ou àquele agente estatal para o desempenho do papel de organizar a economia. Exemplificam as normas de competência subjetiva o que se discutiu na ADI 2656, julgada em 08/05/2003, sobre competência para legislar sobre produção e comercialização de amianto; ou na ADI 1245, sobre a competência para legislar sobre a pesca; na ADI 2337, sobre competência para regular concessão de serviço público.

Normas de competência objetiva:Fixam limites concretos além dos quais a ação do Estado é vedada pelo Direito. Tais normas podem ser consubstanciadas em princípios constitucionais, tais como o da liberdade de iniciativa, que preside a ordem econômica constitucionalmente definida entre nós, ou regras específicas que estabelecem procedimentos ou restrições reguladoras da ação concreta do Estado na organização da economia. Um exemplo da norma de competência objetiva é a regulação jurídica mediata do controle de preços por meio do recurso aos estoques reguladores do governo: a ação concreta de controle da economia não é exercida por meio de normas jurídicas preestabelecidas que permitam e condicionem tal ação estatal. Outro

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exemplo é a Lei 8.171/91, que trata da formação de estoques de produtos agrícolas; a Lei 8.176/91, que criou o Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis; a Lei 10.096/03, que criou o Programa de Aquisição de Alimentos, com a finalidade de incentivar a agricultura familiar, compreendendo ações vinculadas à distribuição de produtos agropecuários para pessoas em situação de insegurança alimentar e à formação de estoques estratégicos.

Diferença entre constitucionalidade formal e material:

Constitucionalidade Formal = se relaciona com o sujeito. Existe em duas situações básicas:- quando ofende quem pode fazer a norma (formalidade)- procedimento = modos de fazer a norma = como ela é feita.Se a CF manda fazer Lei Complementar, e faz Lei Ordinária = inconstitucionalidade formal.Ex.: Só a União pode legislar sobre telecomunicações. Se o Município legislar é inconstitucional. É uma formalidade que a Constituição delibera.A Lei é cheia de formalidades. O Direito é cheio de formalidades: citação é pessoal, etc.. Ler: Art. 20 até acabar a competência do Distrito Federal, da CF/88.

Constitucionalidade Material = matéria é objeto, o que se pode fazer. Norma de competência objetiva se relaciona com constitucionalidade material. Quando há ofensa de direitos ou preceitos constitucional = inconstitucionalidade material.Ex.: Lei que desapropria determinada empresa = ofende direito à livre iniciativa.No ES, foi dado um estímulo aos doadores de sangue, que tinham direito a ½ entrada em cinemas. Ofende ao princípio da livre iniciativa do consumo.Preceito = normaPrincípio = meios e orientação para fazer a normaDireito = subjetivo.Art. 1° = preceitos. Não pode ter normas que ofendam a soberania, a cidadania.Art. 170 = princípios.Art. 201 = direitos.

b) Normas Instrumentais = são exatamente a própria intervenção do Estado no domínio econômico = vai regular, regulamentar, incentivar, fiscalizar e planejar. Executa, dirigindo e induzindo.- Normas instrumentais de Polícia Econômica = fiscalização do Estado. Quando a Prefeitura fecha um estabelecimento, está exercendo o poder de polícia. Quando sofre uma multa, infringe as regras de uma concorrência e sofre sanções, é poder de polícia. É a imperatividade da norma.- Normas instrumentais de controle econômico = a coordenação do mercado e pode ser de dois tipos diferentes:- Controle econômico por direção = proibição.- Controle econômico por indução = redução do IPI, aumento do imposto de importação da soja.

Direção = para onde ir.Indução = estimula o comportamento.Art. 174 CF/88 = quando o Estado regula, pode dirigir ou induzir.Quando regulamenta, dirige ou induz.Quando incentiva = está dirigindo.Quando fiscaliza = está dirigindo.Quando planeja = planejamento é “determinante para o setor público e indicativo para o setor privado” = DIREÇÃO.

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Normas InstrumentaisElas constituem as próprias políticas públicas implementadas pelo Estado por meio de normas jurídicas. É o caso das normas decorrentes dos chamados planos econômicos governamentais, quando a própria norma jurídica consubstancia o ato de regulação direta. Exemplo disso é o conjunto de normas regulando a correção monetária dos valores contratuais, presentes em sucessivos planos econômicos contemporâneos. Também exemplificam a hipótese as normas aplicáveis ao direito concorrencial, como as que se encontram na Lei 8884/94, corporificando a própria política econômica federal sobre o tema. A regulação do domínio econômico pelo Estado pode, então, se manifestar no controle direito da atividade econômica ou no influenciamento não compulsório dos agentes econômicos a adotar ou deixar de adotar determinadas práticas. O Estado pode regular ativamente a atividade econômica estabelecendo demarcações e requisitos para certas práticas, ou então acrescendo variáveis normalmente estranhas ao mercado, visando reformatá-lo segundo determinados interesses. Exemplo disso são as normas do Banco Central sobre depósito compulsório, a porção dos recursos de que dispõem os bancos, captados da população, que deve ser reservada aos cofres do governo federal para que se estabeleça um controle sobre o meio circulante, com vistas a exercer uma política monetária para controlar a inflação, o crédito, etc.A essa manifestação da atuação do Estado por meio das normas de Direito Econômico, que formatam ativamente a atividade econômica, chamaremos de Controle Econômico.Pode o Estado atuar também mediante emprego de técnicas de polícia econômica, ao reprimir práticas abusivas de mercado ou ao sancionar comportamentos não tolerados em lei. O conjunto de técnicas de repressão e sancionamento econômicos, que impõem ao particular abstenções, será aqui referido como Polícia Econômica. Exemplo disso são as normas que permitem ao Estado lacrar um estabelecimento comercial que desrespeite as normas de qualidade na comercialização de produtos ou serviços, como postos de combustíveis, hospitais, escolas, etc.As atividades objeto da tutela do direito Econômico podem, então, ser regidas por normas de Controle Econômico ou de Polícia Econômica, em qualquer das formas de intervenção do Estado sobre o domínio econômico (diretiva ou indutiva).

As normas de controle econômico se subdividem em norma de direção e de indução econômica.Nas normas de DIREÇÃO, o Estado exige do agente econômico um comportamento ativo, visando alcançar determinados objetivos pretendidos pelo Estado. Exemplo das normas de controle econômico por direção são as regras impostas às instituições financeiras, se quiserem atuar no mercado de maneira legal, ou ainda as normas reguladoras do Ministério da Educação que consubstanciam a política federal em relação à qualidade do ensino universitário.As normas de INDUÇÃO econômica correspondem não a exigências estatais de conduta dos agentes econômicos, mas a estímulos a que determinado arranjo econômico seja concretizado espontaneamente pelo mercado. No cálculo econômico do agente no mercado, por força das normas de indução, outros elementos que não os provenientes do jogo econômico privado serão levados em consideração. Exemplo das normas de indução são os incentivos fiscais (extra-fiscalidade) regionais e setoriais, beneficiando os agentes econômicos que instalarem suas unidades produtivas neste ou naquele local específico ou prestigiando, por motivos diversos, um determinado ramo de atividade econômica, como a chamada Lei Rouanet, que instituiu incentivos fiscais para fomentar atividades culturais no país, e o Decreto-lei n° 288 de 28/02/67, que concedeu incentivos fiscais à instalação de industrias na Zona Franca de Manaus.

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A existência de empresas estatais revela, a incredulidade do Estado em atribuir à iniciativa privada a tarefa de alcançar determinados resultados almejados por ele próprio. Nos casos em que há monopólio reservado às empresas estatais, essa desconfiança se traduz na substituição, que opera o Estado, do agente particular pelo agente público (intervenção por absorção). Quando essa desconfiança estatal é menos acentuada, permite que as empresas privadas concorram em igualdade de condições com as estatais. As ações das empresas estatais NÃO são implementadas por normas instrumentais, são sempre regidas por normas de competência subjetiva e objetiva.

EXERCÍCIO

Questão 03. Leia atentamente a Lei do Município de Belo Horizonte nº 9197, de 2 de Maio de 2006, que Dispõe sobre a proibição da comercialização de álcool líquido em drogarias, supermercados e outros estabelecimentos comerciais no município.O Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais e atendendo ao que dispõe o § 6º, combinado com o § 8º do art. 92 da Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte, tendo sido rejeitado o Veto Total oposto pelo Excelentíssimo Senhor Prefeito à Proposição de Lei nº 53/05 3, promulga a seguinte Lei:Art. 1º - Fica proibida a venda e comercialização do álcool etílico, disponibilizado na sua forma líquida, nas drogarias, supermercados e outros estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte.Art. 2º - O Poder Municipal estabelecerá as normas gerais que deverão ser observadas no processo, cabendo a ele a sua fiscalização.Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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Belo Horizonte, 2 de maio de 2006 - SILVINHO REZENDE - Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte.Pergunta-se:b) Qual(is) a(s) classificação(ções) do dispositivo citado como norma de Direito Econômico? Fundamente considerando a classificação proposta por Fernando Herren Aguillar, indicando se possível o dispositivo da norma correspondente. (2 pontos)

Normas de Competência = Quem fez a norma?Qual o objeto da norma?Como foi feita a norma?

Subjetiva (formal) = sujeito da norma.

Objetiva (material) = objeto da norma.

Normas Instrumentais

Controle econômico = - Direção = - Indução =

Polícia Econômica =

É uma norma instrumental de controle econômico por direção, porque traz uma proibição.Esta norma instrumental traz em seu viés: fiscalizar, e regulamentar, dirigindo e induzindo.

Essa norma exerce controle de polícia econômica.

RESPOSTA:

-Normas de competência subjetiva = art. 2° fala que o Poder Executivo vai regulamentar.

-Normas de competência objetiva = O legislativo está dando um limite para a atuação regulamentadora do Executivo. Limite está no art. 1º. Da Lei.

-Normas instrumentais = controle econômico = direção = art. 1º da Lei.

A 2ª parte do art. 2° prevê uma fiscalização = também vai ter controle de polícia econômica. Aqui não diz COMO é a fiscalização.

Ler: Art. 20 até acabar a competência do Distrito Federal, da CF/88.

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DIREITO ECONÔMICO

AULA – 15/03/2013

COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

NÃO LEGISLATIVAS

- Exclusiva – art. 21 = inciso I = Tratados Internacionais de natureza econômica e comercial ou qualquer outro Tratado. Só ela pode fazer. Ex.: Estado de MG quer fazer um Tratado com um Banco internacional, não pode, só através da União. Art. 84 da CF = somente o Presidente da República.Inciso VI = material bélico. União pode baixar um decreto dizendo que o Ministério da Defesa vai fiscalizar, ou o Exército, com autorização da Polícia Federal. Inciso VIIInciso VIIIInciso IX

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- Comum – art. 23 = Não é só exclusividade da União.Inciso I = os demais incisos do art. 23, estão ligados com os direitos sociais. Competência comum é administrativa.

LEGISLATIVAS- Privativa – art. 22 – Só a União pode.- Concorrente – art. 24

DOMÍNIO ECONÔMICO DA UNIÃO- Art. 21, X, XI, XII, XIII, XXIII- Art. 173 – Empresas Estatais- Art. 177 – Monopólios

COMPETÊNCIAS DO ESTADO- Comum – Art. 23- Concorrente – Art. 24- Exclusiva – Art. 25, caput- Residual – Art. 25, § 1° =

DOMÍNIO ECONÔMICO DO ESTADO- Art. 25 § 2° - Gás natural- Art. 25 § 3° - Regiões Metropolitanas

COMPETÊNCIAS DO MUNICÍPIO

- Comum – Art. 23- Exclusiva – Art. 29, caput = Leis orgânicas municipais. Plano diretor = obrigatório para

Municípios com mais de 20 mil habitantes. - Interesse local – Art. 30, I- Suplementar – Art. 30, II = no que não foi legislado pela União, o Município pode

legislar.- Plano diretor – Art. 182 = planejamento econômico.

Ex.: Gameleira nos anos 50 era zona rural. Buritis era zona rural também.

Pode o Município legislar sobre o direito econômico? – Sim, exercendo a competência suplementar. Também, se tiver interesse local.

DOMÍNIO ECONÔMICO DO MUNICÍPIO- Art. 30, V – Serviço Público de interesse local

PRIVATIVA CONCORRENTE - Art. 24, IPode delegar - Formalidade § único art. 22 = União / Estados / Distrito FederalLei Complementar. § 1° - União = Normas geraisLei Ordinária = Estado não pode legislar. § 2° - Estado = Normas suplementares (completar a

norma geral).§ 3° - Estado = Normas supletivas (substituir)§ 4° - Suspender a eficácia

A União faz as normas gerais. O Estado suplementa (complementa) as normas gerais. E, no que faltar nas normas gerais, o Estado substitui as normas, supletivamente.Suspender a eficácia = a norma federal não pode revogar uma lei estadual: porque? Princípio da autonomia

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e independência do ente federal. Por isso vai suspender a eficácia e não revogar.Se for revogada a lei federal, a lei estadual passa a valer.Distrito Federal = Tem competências de Estado e Município = Art. 32 § 1°.DF = pode criar Municípios? – Não. Porque está vedado no art. 32 caput. Pode criar cidades satélites. Municípios são entes federados.Criar Municípios é competência exclusiva dos Estados federados.

Domínio Econômico da União = art. 21, inciso XI – Telecomunicações.Inciso XII – alínea b).Só a União pode explorar estes serviços.O Estado federativo não pode intervir nos assuntos que são privativos da União.

SC = inconstitucionalidade formal, violando uma competência da União.

AULA – 19/03/2013

Ordem Econômica na CF/88

Brasil país capitalista, e necessita da atuação do Estado.Sem o Estado o capitalismo não poderia existir.CF/88 formatou a ordem econômica com finalidades, objetivos e fundamentos.Fundamento da ordem econômica = valorização do trabalho humano e na iniciativa privada = Art. 170, 1ª parte. Fundamentos da República Federativa do Brasil = art. 1°, IV.Finalidade = Art. 170, 2ª parte = idéia de solidariedade está no art. 3°. Art. 3° tem como base objetivo: redução de pobreza.Finalidade = assegurar uma existência digna e promover a justiça social.

Dignidade da pessoa humana = é fundamento da república federativa = art. 1°, III.

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Ordem econômica é medida por princípios.

03 tipos de princípios:- Ideológico- Econômico- Integração

1 – Soberania nacional = princípio ideológico. Interpretação histórica.Soberania do Art. 1°, I = soberania, que é fundamento está ligada ao poder que é emanado através do povo, que será exercido pelo povo.Ou seja, é a capacidade do Estado de fazer valer a ordem interna.Dallari = qualidade do poder do Estado.Concepção política, jurídica e culturalista.Soberania = poder dá validade ao ordenamento jurídico.Soberania do Art. 4°, I = independência nacional = qualidade nas relações exteriores, cada Estado se auto determina. Relação entre Estados é entre as relações exteriores.Termo soberania surge no mundo = Tratados de Westphalia = reconhecem mutuamente as suas fronteiras. Estabelecem a soberania dentro do território. Para o Brasil não existe nada fora do Estado. O que importa é o plano interno.Quando o Brasil fala que é um Estado soberano, significa que ele manda aqui dentro, e não lá fora.Soberania é um terno interno = só vale dentro do Estado.Soberania econômica do art. 170 = é um princípio que informa o desejo do constituinte de 88, de se auto determinar no plano econômico. Brasil dos anos 80: inflação alta, desemprego. Economicamente o Brasil não era nada: muita gente estava vivendo abaixo da linha da miséria.Art. 3°, II = fala do desenvolvimento.Art. 219 = fala do mercado. Dois instrumentos para desenvolver o mercado: art. 173 e art. 174.Art. 192 = sistema financeiro.Nosso constituinte está preocupado com o desenvolvimento, na Constituição de 1988.Busca a autodeterminação no campo econômico = não precisava afirmar a soberania no plano econômico no art. 170.

2 – Princípio da propriedade privada econômica = não confundir o princípio com o direito do art. 5°. Como princípio: propriedade privada é essencial para a ordem econômica. Função social da sociedade = noção de que a propriedade privada tem que exercer a sua função social.Princípio econômico.

3 – Função social da propriedade = Faculdade = função social é ensinar o máximo de alunos possíveis. Princípio econômico.

4 – Livre concorrência = princípio econômico.Ciclo econômico = produção = circulação = consumo.Se interrompe o ciclo de produção no consumidor, a economia quebra.Sem concorrência, não ía ter nada. Porque? Troca de celular porque surgiu um melhor. A concorrência promove o desenvolvimento.O mercado tem que ser alimentado pelo ciclo = não consegue pensar em economia sem a livre concorrência.Adam Smith = princípio da oferta e da demanda. Só pode haver o equilíbrio se houver a concorrência.Defesa da concorrência = conjunto de ações que o Estado vai tomar para equilibrar a economia interna.

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Brasil no mercado automobilístico = tem poucas montadoras nacionais. Ex.: Fiat compra a Volks e a Ford. Concorrência vai diminuir.Princípio da Livre concorrência vai se materializar no art. 173, § 4°. “A lei reprimirá....”, como um direito constitucional. Lei desse artigo é a Lei 12.4529 de 2011

5 – Princípio da defesa do consumidor = princípio de integração.Formas de minimizar a perniciosidade do capitalista: egoísta, vaidoso e arrogante. É o princípio de integração = muitas vezes compra muitas coisas inúteis, e também muitas vezes compra gato por lebre. É preciso de proteção ao consumidor.Defesa do consumidor = princípio constitucional de 1988 = art. 5°.Consumidor = é direito previsto no art. 5°. Ele é hipossuficiente.

6 – Princípio da defesa do meio ambiente = princípio de integração.Não é só flora, fauna, é os espaços urbanos, espaços rurais.

7 – Princípio da redução das desigualdades regionais e sociais = princípio de integração.Ex.: bolsa família. Ordem econômica tem que conseguir reduzir as desigualdades. É objetivo acabar com a miséria de forma digna.Ligado com o princípio que está no art. 3°, inciso I = solidariedade.Tem muitas formas de ajudar. Essa é a ideia de reduzir as desigualdades.1° - Bolsas = Constituição manda dar as bolsas (família, gás, etc.).Ideia de justiça distributiva.O princípio econômico entra em conflito com os princípios de integração. A ordem econômica é egoísta, não está preocupada com a solidariedade.

8 – Princípio da busca do pleno emprego = princípio econômico.Pleno emprego é objetivo básico da economia = otimização de todos os fatores de produção econômica. Ex.: uma sala de aula que cabe 40 alunos e tem 09 alunos = não tem pleno emprego. Vai no shopping e metade das lojas estão fechadas. Princípio de caráter econômico = população economicamente ativa estar empregada na escola, no trabalho, empresas produzindo ao máximo = pleno emprego.Não é o princípio trabalhista.Estudante = faz parte da população economicamente ativa = isto é pleno emprego. Sem o estudante, como a economia vai continuar crescendo? Ele é necessário para continuar o ciclo da economia: tem aqueles que aposentam e tem gente que está formando.

9 – Princípio do tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte = princípio de integração.

Dualidade está presente nos fundamentos e nas finalidades da ordem econômica. Se faz uma norma pensando nos princípios de integração, os princípios econômicos, entram em conflito , que é o do direito do consumidor.

Trabalho do ADI

Ex.: caso que regula a pesca artesanal.Pesca é atividade econômica = se não for esportiva.IntroduçãoTrata-se de ação direta de inconstitucionalidade...O que foi impugnado.... norma subjetiva, de acordo com o entendimento de Aguillar.Pegar o dispositivo que está no voto.

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DIREITO ECONÔMICO

Buscar relacionar os princípios dados em aula.

ADI 1319 = Mensalidades Escolares.Relacionar: Direito adquirido, coisa julgada, Processo civil.

AULA – 22/03/2013

PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS

Princípio do Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte.

Esse princípio consubstancia-se no art. 179, CF/88;Tratamento tributário diferenciado.União – Lei Complementar 123/2006.Algumas atividades empresariais para algumas pessoas jurídicas de certo tamanho.Os Estados e os Municípios e o DF podem criar leis suplementares.Porque existe um tratamento especial? 60% dos empregos são de pequenas e médias empresas. 20% do PIB são gerados pelas pequenas e médias empresas.Se não dá um tratamento especial para essas empresas, elas não sobrevivem.Ex.: Salão de Beleza x Fiat. Dona do Salão divide o tempo operando o caixa e cortando o cabelo.Alíquota de impostos = 12,5% = Simples Nacional.Escritório de advocacia paga, em média 17% de Impostos.Se for individual, paga 27,5% + 20% INSS + ISSQN.Agora, imagine um Salão de Beleza pagando isso tudo de impostos.

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80% das pequenas empresas fecham com menos de 05 anos.Estado dá incentivo, mas as pequenas empresas não tem gestão empresarial.

PRINCÍPIO DA LIBERDADE ECONÔMICA

Produção = circulação = consumo = produção = circulação = consumo...

Subdivide-se em dois sub-princípios:- Liberdade de empresa = liberdade de iniciativa (empreender)- Liberdade de concorrência.

Se tem liberdade, o ciclo se rompe.Desenvolvimento econômico = crescimento econômico é como onda: crescimento, estagnação, declínio, crescimento, estagnação, declínio...Desafio da intervenção do Estado = manter o crescimento econômico.Estado tem que estabilizar o declínio o máximo possível.Estado vai intervir para garantir a liberdade econômica.

Outra situação = 2007 lançou o I-phone. Misturou música, internet e telefone. Jogada de marketing. Várias empresas começaram a imitar os direitos intelectuais da Apple.Samsung = parou de copiar e começou a inovar. Outras empresas começaram a inovar também, para não sofrer intervenção do Estado (sanções).

Liberdade de concorrência = tem que criar condições para que as empresas possam ter uma disputa saudável.

Liberdade de empresa = livre exercício da atividade econômica, que é semelhante a atividade profissional.Atividade econômica X atividade profissional = Livre exercício de atividade econômica = § 5, art. 170 da CF/88. Livre concorrência.Livre exercício de atividade profissional = é um direito individual. Art. 5°, XIII, CF/88. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;Norma de eficácia contida = é livre até que haja uma outra lei regulando aquela atividade profissional.

Ex.: Para ser artesão, para ser músico não tem que ter curso. Nasce com isso. Para que regulamentar a profissão?O administrador, o engenheiro, o médico, tem regulamentada a profissão. Porque as profissões são regulamentadas? – Para que o Estado faz as Leis? Por que o Estado declara inconstitucional a lei de música, a lei de imprensa? Médico e advogado são regulamentados no mundo inteiro: por quê?A responsabilização destes profissionais é enorme. O engenheiro que faz os cálculos errados, prejudica muita gente.O médico que diagnostica errado, tem responsabilidade.O que envolve o interesse coletivo, tem que sobrepor o interesse individual.O que envolve um risco grande, tem que ser regulamentada.

Atividade econômica = porque é regulamentada? Produção e comercialização de bens e serviços. Porque uma atividade econômica é regulamentada e outra não é?Salão de beleza não é regulamentado.Banco é regulamentado.

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DIREITO ECONÔMICO

Energia é atividade e é regulamentado.Atividade econômica vai ser regulamentada por que algumas atividades põem em risco a vida das pessoas.Energia elétrica é regulamentada porque = é serviço público. É essencial para a sobrevivência humana.Telecomunicações = segurança nacional. Tem mais de 50 tipos de serviços de telecomunicações: rádio de polícia, satélites, rádios da marinha, além de TV, internet, telefonia.

Ainda que seja regulamentada, é livre o exercício, desde que eu atenda as exigências da Lei.

Vida e segurança = interesse coletivo.

EXERCÍCIO PREPARATÓRIO PARA A PROVA:

“A Câmara Municipal de Belo Horizonte criou a Lei nº 9.529 de 27 de fevereiro de 2008, de autoria do vereador Arnaldo Godoy (PT), determinou a substituição de sacos de lixo e sacolas plásticas, produzidas de derivados de petróleo, por sacolas de material biodegradável (produzida com matéria orgânica, geralmente o amido de milho, é de fácil decomposição), ou retornáveis (produzidas com materiais variados, como TNT, tecido, palha, entre outros).

Os estabelecimentos empresariais que não cumprirem com a determinação poderão sofrer multa, e no caso de reincidência poderão ter seu estabelecimento fechado pelo poder municipal. A norma foi bem recebida e assimilada pela população e reduziu de forma expressiva o consumo e o descarte das sacolas plásticas na natureza. E após 01 ano de vigência da lei municipal o uso de tais sacolas caiu 97% em Belo Horizonte.

O setor dos supermercados, o maior comprador desse produto, comemora os resultados da lei.

Antes, os estabelecimentos forneciam a embalagem e, com isso, gastavam entre R$ 3,3 milhões e R$ 8,3 milhões por ano. Agora, o custo das sacolas plásticas disponíveis fica a cargo do cliente, que paga entre R$ 0,15 a R$ 0,22 por unidade, enquanto o custo do produto para as lojas é de R$ 0,01.

Todavia, muitos consumidores reclamam da cobrança dos supermercados, já que agora é obrigado a comprar uma sacola biodegradável e ainda sacos para acondicionar o lixo. O consumo desse produto cresceu 20% a 30% e os preços aumentaram 400% no país.

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DIREITO ECONÔMICO

Outro insatisfeito com a medida é a indústria dos produtores de plástico derivado do petróleo, que defendem que o impacto ambiental de tais sacos é mínimo e representa 1,3% de tudo o que é descartado pelos brasileiros. Além disso, a proibição prejudica o setor que gera 30 mil empregos diretos no país e fatura entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão por ano.

Em meio a polêmica, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais criou a Lei nº 20.095 de 10 de março de 2012, de autoria do deputado Leonardo Moreira (PSDB), que determina a troca das sacolas de lixo e sacolas plásticas, produzidas de derivados de petróleo, pelas biodegradáveis, retornáveis, bem como a sacola plástica reciclada (feita a partir de materiais plásticos recicláveis) em todo o território mineiro”. Pergunta-se:

a) Discuta a legalidade da competência para legislar sobre Direito Econômico entre o Estado de Minas Gerais e o Município de Belo Horizonte apresentada na questão. Responda considerando a Constituição Federal de 1988. Competência concorrente, da Lei Estadual e da Lei Municipal. Princípio da simetria concentro.

b) Considerando a Constituição Federal de 1988 a Lei do Estado de Minas Gerais nº 20.095 de 2012 é constitucional ou inconstitucional em tese? Fundamente analisando o aspecto material e formal. Analisar a constitucionalidade formal e material da Lei Estadual e da Lei Municipal. Lei Municipal tem previsão de multa – art. 84 da CF/88. Constitucionalidade formal: pode o vereador propor esse tipo de lei, tem competência. O deputado tem competência formal = quem pode e como se produz a lei. Constitucionalidade formal = ofende o princípio do art. 170 = defende o meio ambiente, mas atrapalha a livre concorrência. Como se resolve o conflito de princípios = vai ponderar os princípios e analisar de acordo com a justiça social. Constitucionalidade material = é formalmente constitucional porque defende o meio ambiente e também materialmente inconstitucional, porque ofende a livre concorrência.

c) Classifique cada intervenção estatal na economia, segundo a proposição de Fernando H. Aguilar.

e) Classifique a norma do Estado de Minas Gerais e a norma do município de Belo Horizonte, segundo o conceito de norma de Direção ou Indução.

1º § = Proibe, mandando substituir.

Norma de competência subjetiva = quem pode fazer a lei ou quem aplica a Lei.Norma de competência objetiva = o limite, a matéria, O QUE faz ou O QUE aplica.Limite desta norma = sacolinhas plásticas.Norma instrumental = controle econômico ou polícia econômica.Controle econômica = direção ou indução.Direção = a norma proíbe.

§ 1º = quem agradece é o meio ambiente.§ 2° = quem agradece é o supermercado.

§ 2º = Lucro na CF/88 = § 4° art. 173 = Estado vai reprimir, na forma da Lei, o aumento arbitrário dos lucros. Lei 12.529 – Lei do Cade.

“Todavia”... A demanda aumenta, o preço aumenta também.

“Outro insatisfeito”... Impacto ambiental foi mínimo.

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DIREITO ECONÔMICO

“Em meio a polêmica”... A Lei Estadual = retornável e reciclável.Suspende a eficácia ou não da norma geral.Conceito de competência concorrente.Suplementar ou complementar =

Notícia no jornal do TRF em MG = Deputado fez projeto de Lei criando o TRF. Quem tem competência de propor a criação do TRF é do Judiciário, e não o Legislativo.

Competência da União:art. 21: competência material exclusiva expressa ou enumerada,art. 22: competência legislativa privativa expressa ou enumerada,art. 23: competência material comum, cumulativa ou paralela,art. 24: competência legislativa concorrente,art. 24 e parágrafos: competência legislativa suplementar,art. 154, I: competência tributária residual,art. 153 e incisos: competência tributária enumerada ou expressa.

Competência dos Estados:art. 25, § 1º: competência reservada ou remanescente,art. 25, § 2º: competência material exclusiva enumerada e expressa,art. 23: competência material comum, paralela ou cumulativa,art. 24: competência legislativa concorrente,art. 24 e parágrafos: competência legislativa suplementar,art. 155: competência tributária enumerada ou expressa.

Competência do Distrito Federal:art. 32, § 1º: competência reservadas ou remanescentes dos Estados e Municípios,art. 23: competência material comum, cumulativa ou paralela,art. 24: competência legislativa concorrente,art. 155: competência tributária expressa ou enumerada,

Competência dos Municípios:art. 30: competência enumerada ou expressa,art. 23: competência material comum, cumulativa ou paralela,art. 156: competência tributária enumerada ou expressa.

AULA – 02/04/2013

ADI 3645 – Transgênicos

Paraná criou uma nova lei, que entrou em conflito com uma nova lei federal.A lei do Paraná foi POSTERIOR à lei federal.Decreto lei foi em 2003 e a Lei do Paraná foi em 2009.Rotulados ou não os produtos.Inconstitucionalidade formalPrevisão da CF/88 art. 102 = Competência de julgar ADI.Art. 24 da CF/88 inciso V e inciso XII.Estado poderia legislar concorrentemente. Concorrência tem que ser de forma suplementar, cobrir as lacunas da Lei federal.Lei estadual extrapolou e foi contra a lei federal.Produção e consumo = Direito Econômico. Identificar de forma correta.Lei que protege o ciclo de produção.

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DIREITO ECONÔMICO

Princípios norteadores = da livre concorrência.Princípio do pacto federativo. Ente federado pode ter autonomia, mas a Federação dá uniformidade para os entes federados. Tem que respeitar o espelho, que é a Lei federal.

Igualdade econômica = mercado é baseado na livre concorrência. Protege a concorrência.

Rotulagem tem interesse da União. Por isso, não pode ser diferenciado de UF para UF.

José Afonso da Silva

IGUALDADE ECONÔMICA

Igualdade serve para proteger a concorrência.CF traz 02 mecanismos: um positivo e um negativo.Art. 179 CF/88Trata os desiguais de forma desigual.

Estado atuando contra empresários =vai competir com outras pessoas.CEF e HSBCCEF= empresa públicaHSBC= empresa privadaSe a empresa é pública, tem que fazer licitação em tudo, não paga imposto, e teria dificuldades de competir com o HSBC.Art. 173 § 2° - empresas públicas e sociedades de economia mista (S/A)§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

Concurso da CEF é celetista (CLT).

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DIREITO ECONÔMICO

CEF e HSBC = estão competindo no mercado

ART. 173 – caput = princípio da subsidiariedade. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

Atividade econômica = produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços.

ATIVIDADE ECONÔMICA

Tem dois tipos:

1 – ATIVIDADE ECONÔMICA EM SENTIDO ESTRITO = exemplo, serviços bancários. CEF compete no mercado. No mercado pode ter duas situações:- Situações de concorrência

Ex.: CEF e HSBC. Mercado de Banco é uma “pizza”, onde cada Banco tem uma fatia. Ou seja, o mercado pode ser dividido e cada um dos concorrentes vai ter uma parcela.

Toda vez que tem concorrência, tem PARTICIPAÇÃO.

- Situações de exclusividade (só União pode explorar serviços de energia nuclear) = Monopólio.

Ex.: União absorve todo o mercado para si. Quando tem exclusividade, tem ABSORÇÃO.

2 – SERVIÇO PÚBLICO EM SENTIDO ESTRITO

É uma subespécie do Serviço Público. Ex.: serviço cartorial, tratar do lixo (serviço público em sentido amplo).É tudo o que o Estado faz que é essencial, da razão de ser do Estado. É da essência do Estado.

Algumas atividades que o Estado faz tem natureza econômica.Ex.: vender energia elétrica, fornecer água (tratar da água).

Dar tratamento de saúde = não é produção de serviços. É dever do Estado dar saúde de graça.Art. 196 – Saúde é DEVER do Estado.

Serviço dos Correios = comercialização dos selos, prazo para entregar = é atividade pública.

Art. 205 = Educação é DEVER do Estado e das famílias.

Sabendo que o Estado não poderia dar saúde e educação para todo mundo = Art. 199 e Art. 209 = é livre à iniciativa privada.

Quando é livre à iniciativa privada = atividade econômica.

Serviço Público em Sentido Estrito = estão previstos no art. 21, 25 e 30 + produção e tratamento de água e esgoto (previsão em Leis Estaduais e Municipais). ADPF 46 (Correios).

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DIREITO ECONÔMICO

“O Governador de MG cria empresa para Turismo” = é serviço público ou atividade econômica.

- Concorrência =

- Exclusividade = O Correio não é Monopólio. É exclusividade.Regime de PRIVILÉGIO. No sentido jurídico, dizem coisas distintas: monopólio e privilégio.Privilégio = desempenho do serviço público em sentido estrito, em regime de EXCLUSIVIDADE, e não de monopólio.

ATIVIDADES ECONÔMICAS

Podem ser de 04 tipos:

AE em Sentido Estrito Serviço Público em Sentido Estrito(Art. 21, 25 e 30 da CF/88)

- Concorrência = Participação - Concorrência = Participação- Exclusividade = Absorção (Monopólio) - Exclusividade = Privilégio e absorção- Educação e Saúde.

Petróleo = é serviço público? É monopólio. Art. 177 da CF/88.

Monopólio = SIGNIFICA atividade econômica em sentido estrito em EXCLUSIVIDADE.

Se o Estado resolve atuar no ramo empresarial: art. 173 CF/88 = empresa pública ou soc. Econ. Mista. Só cabem estas duas pessoas jurídicas.

Lei geral dos serviços públicos 8987/95 art. 6º = Ex.: Celular. Serviços de telecomunicações, prestados em serviço de concorrência.

Quando o SP é prestado em serviço de concorrência, é DIFERENTE da concorrência da atividade econômica prestado em regime de participação.

Concorrência NÃO é livre nos serviços públicos = é MODULADA pelo Estado.

Sistema de energia elétrica. Empresas que compram grandes quantidades de energia elétrica, podem decidir NÃO comprar da CEMIG, por exemplo.

CLASSIFICAÇÃO DO EROS ROBERTO GRAU.

Participação, absorção, direção e indução.

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DIREITO ECONÔMICO

ADI 1552 –

Estatuto da OAB = honorários de sucumbência.Ressalva para empresas que são monopolísticas. Desempenho de atividade de absorção = não tem razão de ter tratamento diferenciado. Pode ter tratamento específico.- Princípio da Isonomia de Tratamento ou concorrência perfeita. Art. 173, § 1°, II, CF/88.- Princípio da Igualdade de Todos perante a Lei – art. 5°, I, CF/88.- Princípio da Livre concorrência = art. 170, IV.- Princípio da Subsidiariedade – art. 174.- Princípio implícito da igualdade econômica = art. 3°, IV e art. 5°, caput.- Princípio explícito da livre concorrência = art. 173, § 4°.- Proteção ao Mercado interno – art. 219

Medida provisória teve = a Lei impugnada (art. 3°) - Conciliação de Interesses- Do desmoronamento da fronteira público-privada- Declínio do Princípio da Generalidade = lei específica do Estatuto da OAB

Quando o Estado cria uma norma, ele está INTERVINDO.

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DIREITO ECONÔMICO

Intervenção direta ou indireta. Intervenção atuando com direção ou indução.

AULA – 5/04/2013

LIVRE INICIATIVAADI – 1918Mera liberalidade = o empresário pode ou não bancar o estacionamento.Estado fez uma norma, querendo controlar o empresário.

EROS GRAU = ordem econômica estabelece um sistema de intervenção que privilegia a livre iniciativa. Entretanto, esse sistema não diz que o Estado pode bancar a justiça social às custas dos outros.

Ou o Estado dá a contrapartida para a justiça social, ou o Estado não intervém na livre iniciativa.Defesa do consumidor = tem direito à informação. Se ele é avisado previamente que vai ser cobrado o estacionamento, não tem o que reclamar.Lei capixaba estava violando a competência da União e interferindo na livre iniciativa, querendo dizer o que o empresário pode e não pode fazer.

CLASSIFICAÇÃO DA INTERVENÇÃO OU ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO = DE EROS GRAU -

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DIREITO ECONÔMICO

Art. 174 = Intervenção do Estado na economia.Art. 173.

Estado regulador vai regular de duas formas: direção e indução.Estado empresário = vai intervir por participação (regime de concorrência).Estado empresário = vai intervir por absorção (monopólio ou privilégio).

Art. 174 = Direção e Indução.

Art. 173 = Participação e absorção.

Lei Estadual = proíbe a sacola A, B e C.Lei Municipal, posterior, proíbe igual: A, B e C. e coloca MULTA.A multa NÃO ofende a Lei estadual, é competência suplementar.

Vamos supor que a Lei Municipal proíbe as sacolas D, E e F.Está aumentando a proibição.Vamos supor que permite a sacola A. Aí não pode.

Formalidade = Vereador não pode propor aquela lei, porque não pode colocar a multa.Lei de BH proíbe a sacola A, B, C, D e mais MULTA.Lei de MG proíbe a sacola A, B, C, D e E. e não estabelece multa. Está ampliando, não vai suspender a eficácia da Lei de BH e não pode cobrar multa de E.Outro exemplo, a Lei de MG permite a D = suspende a eficácia da Lei de BH quanto à sacola D.

Pode cobrar ingresso: um valor para homem e um valor para mulher? Homem paga sempre mais caro que mulher, pode? É inconstitucional. Se tivesse uma Lei dizendo que poderia, seria inconstitucional a Lei. Meia entrada = empresário organizando show do Paul Macartney, em razão da meia entrada, fica muito mais caro o show.

AULA – 09/04/2013

ADI – 3512

Meia entrada aos doadores regulares de sangue – Lei 7.737/04

Estado do Espírito Santo contra Assembleia Legislativa do Estado ES.

Inconstitucionalidade material = comercialização de doação de sangueInconstitucionalidade formal = expedição de carteiras Art. 199 § 4° da CF/88 = veda a comercialização de sangue, mas estimula a doação de sangue.

Art. 199 - § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Intervenção por Indução = Eros Grau.

Competência = Assembleia Legislativa fala que a competência é concorrente entre Estados e União.

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DIREITO ECONÔMICO

Legislativo não pode impor ao Executivo o que ele pode fazer.

Art. 61 CF/88e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VIExecutivo vai administrar.

Sacolinha plástica = Legislativo está dizendo como vai funcionar.

Porque a PEC que acaba com o Estado Laico é inconstitucional? Art. 5°, VI da CF, que aceita a liberdade religiosa.

ADI 2337

Governador de SC, Lei 11.372 – Trata da suspensão do pagamento das tarifas de consumo de energia elétrica, água e esgoto, para trabalhadores desempregados.Energia elétrica = competência da União para explorar e legislar.Serviço de água e esgoto = Competência do Município

Estado invadiu a competência da União.Estado invadiu a competência do Município de legislar.

Água é serviço local. Anos 70, na CF antiga, tinha o déficit de água e esgoto. Houve a criação de companhias para fazer este tipo de serviços: água e esgoto.

Fere a equação econômico financeira dos contratos firmados com as empresas concessionárias. Essas empresas que vão arcar com o prejuízo.

Estados membros não podem interferir na esfera das relações jurídico contratuais entre o poder concedente e as empresas concessionárias.Estado membro não pode interferir nos contratos das empresas concessionárias.

Art. 21, XII, b)Inciso XII – explorar diretamente mediante concessão.

Art. 20, I = Municípios legislam sobre interesse local.Art. 175 da CF

Medida cautelar, com eficácia ex nunc.

Princípio da impessoalidade = administração não pode beneficiar ou prejudicar pessoas específicas.

Princípio das desigualdades regionais = valorização do trabalho humano, defesa do consumidor (desempregado).

Pelo aspecto social, a Lei é boa. Sujeito precisa para viver, no mínimo: energia, água, esgoto.

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A água pertence ao Estado = bem essencial à vida. Toda legislação de água = água para matar sede, consumo próprio, não tem que pagar por ela. Água captada da chuva é pessoal, não é do Estado.

ADI 3273 – Monopólio do Petróleo

Art. 177 CF/88Criação da Petrobrás = 1953.Nos anos 70, teve a 1ª crise do petróleo.Anos 80 – guerra Irã e Iraque.OPEP – Estados muçulmanos fizeram um cartel com o preço do petróleo.Países que não tinham reserva de petróleo (Brasil inclusive) entraram em crise.Contratos de risco = não tinha uma Lei que regularizava estes contratos.CF/88 – Art. 177 dizia que é monopólio da União. FHC = ineficiência do Estado em explorar tudo.EC/95 = flexibilização do monopólio = abriu o mercado, para produção do petróleo por outras empresas privadas.Art. 177 § 1° - A união poderá contratar empresas... Foi criada a Lei Federal 9.478/97 para regulamentar os contratos firmados entre a União e empresas (estatais ou particulares).Art. 20, V e IX. Zona econômica exclusiva = mar territorial = 12 milhas e 200 milhas. Só o Brasil pode explorar recursos nesta zona.§ 1° Art. 20 da CF/88 – Anp – Agência nacional do petróleo.Art. 26 da Lei 9.478/97 – petróleo é bem da União.Art. 175 – Serviço Público. Determina a concorrência.Art. 177 § 1° - Poderá a União contratar com empresas públicas. Concessão = não é serviço público. É contrato com empresas privadas.Art. 176 da CF/88.

Princípios: da economicidade (custo benefício); eficiência: bem público t tem que ser tratado com maior eficiência; desenvolvimento = quantitativo: possibilita ao Brasil uma grande produção de petróleo e qualidade na utilização.Brasil hoje já atingiu a auto suficiência.Hidrocarboneto = art. 177,Monopólios da União:I – petróleo e lavrasII – refinoIII – importação e exportaçãoIV – transporteV – pesquisas e lavra de minerais nucleares. Com exceção do radioisótopo.Rádio isótopos = material nuclear. Átomo tem um núcleo, que tem elétrons em volta dele. O material nuclear tem maior propensão de que os elétrons se desprendam do núcleo. Elas tem emissão de radiação. Elemento rádio = se estimular este átomo, ele é radioativo.Mineral nuclear = grande potencial energético militar. Urânio, rádio.Art. 177 § 1°União pode contratar com empresas estatais ou privadas, a realização das atividades previstas nos incisos I a IV deste artigo. Ou seja, minerais nucleares não pode.

Art. 176 – Minerais em geral.

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DIREITO ECONÔMICO

Jazida pertence à União. Porém, o caput garante ao concessionário a propriedade do produto da lavra. § 1° - Só quem pode explorar as jazidas: empresas brasileiras com sede e Lei no Brasil e brasileiros.Art. 177 - § 1° - Empresas estatais ou privadas. Pode ser empresa nacional ou estrangeira.Art. 21, XXIII

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;

c)- “Sob o regime de permissão” = césio é um radioisótopo. Urânio não, ele é nuclear.

Permissão x concessão.Permissão = É precária.Concessão = é perene.

Permissão nos radioisótopos = o resto é monopólio da União.Incisos I a IV = União pode contratar. ANP vai regular.Concessão x contrato =Monopólio é atividade econômica em sentido estrito = por isso vai CONTRATAR e não conceder.Monopólio do petróleo não é serviço público = o bem é da União.União vai contratar alguém para fazer o serviço público para ela. Art. 177 § 1°.Monopólio da atividade econômica é da União = ela contrata quem quiser. Concessão = Estado só pode contratar mediante concessão, permissão. Regime jurídico: Lei 8666.Atividade econômica em sentido estrito = pode parar. O serviço público não pode parar.Características básicas dos serviços públicos:- Eficiência, tarifa módica, continuidade.Petróleo pode ser qualquer preço.Taxa = espécie de tributo pela utilização de serviço público. Tributo = Estado estabelece.Tarifa = preço público. Preço = utilização de serviço público.Tarifa x tributo. Tributo é obrigatório a pagar. Tarifa não, paga se quiser.

Compulsoriedade da cobrança da tarifa = contrata o preço público se quiser.Tributo = é obrigatório.

Se é serviço público = contrato de concessão.Diferente de contrato de exploração do monopólio = é contrato.Se a CEMIG tem prejuízo, quem banca é o Estado.Se o Eike Batista tem prejuízo, quem banca é ele.

ADI 2591

Lei 8078 – CDC

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DIREITO ECONÔMICO

Art. 3°, § 2°. Art. 192 CF/88 = sistema financeiro será regulado por leis complementares.O CDC é uma Lei Ordinária, que não poderia regular as ações dos consumidores.CDC = legislou sobre matéria de lei complementar.Banco quer descaracterizar o serviço bancário como relação ao consumidor.CC/02 – 02 anosCDC – 05 anos.CDC- dá ao consumidor a inversão do ônus da prova, dá direitos aos consumidores.Carvalho de Mendonça = direito empresarial.Arnaldo Rizzardo = há a relação de consumo.Para os Bancos, é melhor seguir a Lei complementar deles, do que seguir o CDC.Remuneração de taxa de juros = Lei Complementar que decide.

Princípio da defesa do consumidor Princípio da subsidiariedadeDesenvolvimento econômicoPrincípio da boa fé econômicaPrincípio do desenvolvimento econômico

Art. 192 CF/88 – Sistema financeiro é necessário para o desenvolvimento econômico. Desenvolvimento econômico é muito necessário.Bancos insistem nesta tese = inconstitucionalidade de aplicação das relações do CDC.CDC – não pode limitar a taxa de juros. Banco tem um custo para pegar empréstimo. CEF forçou a diminuição das taxas de juros.

Taxa de juros é fixada pelo Banco de Central, e não pode ser discutida pelo CDC.

ADI 319Critérios de reajuste das mensalidades escolares.Lei 8.039/90.Antes de 1990 havia muito abuso na cobrança de mensalidades escolares.Art. 2° e § 5° = “Março”.A palavra Março foi declarada inconstitucional, porque a Lei é de Maio de 1990.Princípio da irretroatividade = inconstitucionalidade material. Art. 5° são direitos que tem. A irretroatividade da lei é um direito fundamental da CF/88.LINDB – Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro e não mais LICC – Lei Introdução ao Código Civil.Autonomia dos Estados membros = as Escolas privadas são um serviço essencial, comparado a um serviço público.Art. 173 § 4° CF/88

Princípio da Livre Iniciativa = Estado autoriza a prestação de serviços de educação, então, ele tem que controlar e fiscalizar.Princípio da Livre Concorrência = não violou. É para todo mundo. Tudo bem, que não pode ter um congelamento de preço.A lei 8039 não é um tabelamento de preço.

Page 41: DIREITO ECONÔMICO

DIREITO ECONÔMICO

Como educação é da livre iniciativa, é uma atividade regulada, e não pode ficar totalmente livre e à mercê das Leis de mercado.

Lei Delegada n° 04/62.Anos 80 – SUNAB – Regulação de preço – Lei Delegada 05/62.Lei Delegada n° 05/62 – preâmbulo do CDC. Controlava a questão do abastecimento e dos abusos de preço.

Direito Internacional:Quanto mais reservas de dólares = mais consegue importar.Concorrência = privatizações e abertura do mercado para empresas estrangeiras.P/manter concorrência = tinha que manter reserva de dólares = empréstimo de FMI.Bolsa família = usou o superávit para fazer políticas sociais.

AULA – 19/04/2013

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA

Liberalismo ___________________________ Dirigismo <--------- I --------

Desde que o mundo é mundo, existem os estudos dos modos de produção da economia. Períodos: asiático, escravocrata, feudal, capitalista.Para haver produção econômica, tem que haver intervenção do Estado.Presença do Estado na economia, se vê hoje no Liberalismo e no Dirigismo.Modo de produção no século XXI – capitalista.Capitalismo mais liberal = menos intervenção do Estado.Capitalismo do dirigismo = mais intervenção do Estado

1 – FORMAS:- Direta = Estado faz parte do meio econômico, tem presença na atividade econômica. Estado é empresário, participa diretamente da atividade econômica. Compra, vende, gera lucro, distribui lucro para os sócios, diretamente gera emprego, recolhe tributo para ele mesmo (não). Empresa pública ou sociedade de economia mista = toda pessoa jurídica tem sócios.

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DIREITO ECONÔMICO

Estado NÃO recolhe tributo para ele mesmo. CEF faz um monte de operação financeira e recolhe IOF = vai para fazer estrada, pagar senador, etc.Eros Grau = como funciona a intervenção direta do Estado = Estado atua por participação ou absorção.- Indireta = presença discreta do Estado na economia. Indireta, através de legislação, estímulos financeiros ou fiscais, planejamento ou delegação.

2 – OBJETIVO:- Promover a igualdade na distribuição das riquezas (objetivo)- Assegurar a propriedade, os contratos e a livre iniciativa (fundamento)Quando o Estado brasileiro intervém na Economia, o objetivo é o art. 170 – justiça social, então é o objetivo de promover a igualdade na distribuição das riquezas, através do fundamento.Se o Brasil atingir o desenvolvimento econômico máximo, a presença do Estado nas atividades econômicas é menos presente.O objetivo é promover a igualdade na distribuição das riquezas, para assegurar a propriedade, os contratos e a livre iniciativa.Hoje o Brasil precisa de regulamentação o tempo inteiro. Brasil hoje: país dirigista. O Estado dirige.Judicialização dos direitos = o Judiciário assume o papel de legislador. Súmulas vinculantes tem força de Lei Ordinária. Vincula toda a Administração, é quase uma repercussão geral.

3 – FATORES INFLUENCIADORES- Conjuntura Internacional = - Integração Econômica Interna = Taxa Selic = últimos 06 anos, Lula, para governar, acabou com a oposição no Brasil: fez alianças, fez Ministérios (40). Gastos públicos são grandes, com empréstimos baratos. Apartamentos caríssimos: por causa de financiamentos. Créditos baratos = gasta muito. Muito dinheiro disponível na economia. Ex.: necessidade básica: se a água estiver escassa, quanto se está disposto a pagar por ela? Na hora do desespero, paga mais caro. Ou seja, necessidade, faz pagar o preço caro.Estado = enxergando essa “loucura” da economia, de gastos excessivos, de financiamentos muito baratos, aumentou os juros, para conter a inflação.Brasil é um mar de gastos públicos, uma multidão de funcionários públicos. Como pagar esse povo todo.

4 – OPERACIONALIZAÇÃO DA INTERVENÇÃO:- Legislação- Estímulos financeiros ou fiscais- Planejamento da atividade econômica- Presença direta na atividade econômica = intervenção direta.- Delegação = exemplo clássico da competência subjetiva. Exemplo: Agência Nacional do Petróleo, ANATEL, ANEEL, são agências reguladoras. Legislativo dá competência às Agências para regular o mercado. O Estado tira o poder de legislar do Poder Legislativo e passa para as Agências Reguladoras. Essa competência é da União, que DELEGA para as Agências Reguladoras. - Fiscalização

CLASSIFICAÇÃO DA INTERVENÇÃO QUANTO À ABRANGÊNCIA:

1 – GLOBAL = aumento da taxa Selic.

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DIREITO ECONÔMICO

2 – SETORIAL = diminuição do IPI de carros.

3 – AVULSA OU PONTUAL = Ex.: Lula queria tirar a fábrica da Fiat de Minas e levar para Pernambuco. Programas de incentivo à importação. Incentivos fiscais que os Correios tem.

INTERVENÇÃO DIRETA

1 – EMPRESA PÚBLICA = art. 173, § 1°.

2 – SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA =

3 – ARTIGOS DA CF/88:- 37, XIX – Como abre (cria), como fecha (encerra).XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;- 61, § 1°- 84, VI- 173

4 – CRIAÇÃO / ENCERRAMENTO = art. 37, XIX. Somente Lei Específica pode autorizar criação de empresa pública e SEM. Lei específica autoriza a criação, mas é criada por DECRETO EXECUTIVO. Instrumento que cria a empresa pública tem que ser um decreto executivo e não uma lei específica. Art. 84, VI. É o Executivo quem decide e quem cuida e escolhe os órgãos da administração. O Legislativo não pode obrigar o Executivo a criar o órgão.Administração Direta = Ministérios, Secretarias.Administração Indireta = Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista.Lei que autoriza a criação de EP e SEM = Lei Específica.Quem decide a criação = Decreto Executivo. Decreto regulamenta a criação e operacionaliza e cria.Precisa das duas formas: Lei Específica (para criar) e Decreto Executivo (para regulamentar e operacionalizar).Lei – art. 37, XIXDecreto – art. 84, VI1º passo – Iniciativa das Leis – art. 61, § 1°, II – ADIM dos doadores de sangue. Para criar uma empresa pública, tem que ter a iniciativa do Chefe do Executivo. Ele propõe a Lei.2° passo – Lei Específica - Cria3° passo – Decreto Executivo - Regulamenta

Fiscalização, extinção de órgãos, criação de órgãos, criação de empresa pública – precisa da Iniciativa do Chefe do Executivo.

5 – FALÊNCIA / CAPITAL =

EROS GRAU

Intervenção do Estado na economia:Direta – Estado atua diretamente. Art. 173 = “a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.

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DIREITO ECONÔMICO

Indireta – Estado atua de forma indireta. Art. 174.Aumenta a taxa Selic = taxa base da economia – intervenção INDIRETA na economia.Intervenção DIRETA = Estado EMPRESÁRIO.Economia = atividade economia, com geração de riqueza.Intervenção Indireta = Estado que legisla, estimula, planeja, delega, fiscaliza, este Estado faz a direção e a indução. O Governador de MG sancionou uma Lei que dá tarifa grátis – competência é do Município.Norma do Governador – é norma de indução ou direção? O Estado não está sendo empresa. O Estado está agindo indiretamente, DIRIGINDO, obrigando as empresas de ônibus a não cobrar passagens.Se o Município faz essa Lei, é o fato príncipe, vai equalizar os contratos, para não dar prejuízo, para ressarcir os prejuízos.

AULA – 30/04/3013

Decreto Lei 200/67

TIPO DEFINIÇÃO CAPITAL

SOCIEDADE DE Art. 5°, III, do Decreto Lei 200/67 Sociedade Anônima, a maioria

ECONOMIA MISTA das Ações c/direito a voto são

da União (ações ordinárias = ON).

EMPRESA PÚBLICA Art. 5°, II, do Decreto Lei 200/67

Capital exclusivo da União, ou participação de Pessoas Jurídicas da Administração Indireta: União, Estados, Municípios e DF.

Personalidade jurídica de direito

privado = pode ser Ltda.

Sociedade de Economia Mista = Art. 5°- III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade

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DIREITO ECONÔMICO

econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.

Ações Ordinárias Nominativas = ações com direito a voto.Maioria das ações com direito a voto tem que pertencer à União ou a entidade da Administração Indireta.Órgãos da Administração Indireta = autarquias, sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações.

Foi emitida na criação da Petrobrás, 1000 ações. 80% das ações são ações preferenciais. 20% são ações ordinárias.Tem que ter maioria das ações ordinárias. Então a União tem que ter 51% das ações com direito a voto. 20% de 1000 = 200. 50% são 100 ações.

Maioria: primeiro número inteiro após a metade. Então, a União tem que ter 101 votos. 90 são da Petrobrás e as outras 11 da ANEEL.

Empresa Pública = Art. 5°- II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

Contingência ou conveniência administrativa = na Constituição de 1967 a lógica era outra. Na CF de 88, regem as normas do art. 173 = - relevante interesse coletivo e interesse de segurança nacional.Elas não são criadas por lei, mas por Decreto.Não podem ser criadas por contingência ou conveniência administrativa.

Decreto Lei 900 = Revogou o Decreto Lei 200

Art . 5º. Desde que a maioria do capital votante permaneça de propriedade da União, será admitida, no capital da Empresa Pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno bem como de entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios.Esse artigo traz que o capital exclusivo da União do Decreto Lei 200 não é tão exclusivo assim.

Intervenção Direta

Acontece nos casos do art. 173 CF/88. Encerra o princípio da subsidiariedade.Casos previstos:- relevante interesse coletivo- interesse de segurança nacional.Estado irá desempenhar atividade econômica: produção de bens ou serviços.A.E.S.E. ou S.P.S.E.Pode a União, através de uma empresa pública, criar um Hospital no Barreiro? –NÃO.Hospital = autarquia ou fundação.Hospital NÃO é atividade econômica = é serviço público. Art. 196 CF/88.

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DIREITO ECONÔMICO

A Agencia Espacial Brasileira (NASA brasileira) é uma autarquia federal. Buscando recursos pra desenvolver programas espaciais, pode desempenhar atividades econômicas? – NÃO. À autarquia é vedado realizar atividade econômica.

Empresas estatais: podem requerer a FALÊNCIA?

Falência = procedimento judicial, o qual o credor de uma empresa pede a dissolução daquela empresa, para satisfazer o seu crédito. Porque, a empresa que não consegue pagar os seus credores, está em processo de insolvência.Sociedade tem que ser entidade empresarial. Não pode pedir falência de escritório de advocacia.

Empresas estatais podem estar insolventes? – Não houve, até hoje, nenhuma empresa estatal que foi pedido a falência.

Falência – 02 Correntes:

1° - Autores que vedam.Art. 2°, I, da Lei 11.101/2006 (Lei de Falência)Art. 2o Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista;

2° - Autores que autorizam por 02 fundamentos distintos.- Princípio da Igualdade = são pessoas jurídicas de direito privado. Art. 173 § 1° CF/88.- Vai aplicar a Lei 11.101 ou não? Ou este art. 2° é inconstitucional, porque viola o princípio da igualdade (inconstitucionalidade material) ou o Judiciário tem que dar conta do conflito: Art. 5°, XXXV, CF/88 = se não tem uma lei específica para lei de falência estatal, o judiciário vai agir.

O sócio da empresa que é decretada a falência, fica 05 anos sem praticar o comércio... Quando a empresa entra em falência, a União injeta dinheiro, para a empresa não quebrar.

AULA – 03/05/2013

INTERVENÇÃO INDIRETA

Intervenção = atuação do Estado. Destinatário da regulação é o agente privado.

1) AUTORREGULAÇÃO

Autorregulação, quer dizer, que os agentes privados estão criando suas próprias regras. Ex.: Convenção Coletiva de Trabalho = Sindicatos e empregados = o Estado não está no meio. Se não tem o Estado intervindo, é autorregulação.Ex.: Num bairro tem 02 “espetinhos”, e eles combinam, para não deixar entrar um terceiro. O Estado não está presente.Greve de distribuidores de combustível em São Paulo: os postos que ainda tinham gasolina, cobraram R$ 4,00 o litro da gasolina e o Estado não interviu.Ex.: CONAR – Conselho de Autorregulamentação de Publicidade = Cerveja Devassa fez uma campanha publicitária com uma modelo famosa: Terence Hilton disse que ela era uma “devassa”. Algumas mulheres sentiram-se ofendidas e fizeram uma denúncia na CONAR. O comercial saiu do ar, foi suspensa a propaganda. Ninguém entrou na Justiça.

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DIREITO ECONÔMICO

Ex.: Latinha da SKOL. Tinha um comercial que falava uma palavra em espanhol: “maricón”, que significa “veado”. Nos países de língua espanhola, esse comercial foi retirado de alguns países, por significar uma afronta. Ninguém entrou na Justiça.Propaganda é o que o Estado faz, para mudar uma opinião.Publicidade é o anúncio.Os Conselhos, em geral, fazem autorregulação.A autorregulação produz o mesmo efeito da regulação indireta.Tem que tomar cuidado com o vocábulo, porque, quando diz intervenção, é uma atuação mais incisiva, e é o Estado SOMENTE quem intervém.

2) HETERORREGULAÇÃO

Regulação do Estado. Leonardo Vizeu Figueiredo – Capítulo 2. Hétero significa diferente. Regulação social, regulação financeira dos Bancos, regulação cultural. Intervenção na economia, através de Leis, Decretos, etc..Ex.: Agências Reguladoras, Telecomunicações. Regula por delegação, por fiscalização. Heterorregulação é sinônimo de Intervenção Indireta.

3) POLÍTICAS ECONÔMICAS

Conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir fins relacionados com a situação econômica de um local, estado, região, Estado, conjunto de Estados ou Bloco Econômico.Quando o Estado atua, ele o faz através de políticas econômicas.

4) PLANO INTERNO

GOVERNO PARLAMENTOPodem ser produzidas de duas formas:- Através do Poder Executivo = Portarias, Resoluções.Banco Central = BACEN = políticas econômicas: taxas de juros, depósitos compulsórios = Uma parte de todo depósito feito nos Bancos, vai para o Banco Central, cerca de 20%. Ou seja, o Banco aonde foi depositado o dinheiro, só vai dispor de 80% do dinheiro, para emprestar e fazer investimentos. Com isso, as taxas de juros ficam mais altas, o dinheiro gira mais na economia, porque, menos pessoas pegam dinheiro emprestado.Políticas de juros, políticas de impostos, da CAMEX – Câmara de Comércio Exterior.Brasil tem que pedir permissão para o Mercosul, para reduzir os juros.

5) PLANO INTERNACIONAL

- FMI =

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DIREITO ECONÔMICO

- OMC = - BIRD = - MERCOSUL = - UE =

Orgãos internacionais = Brasil voluntariamente opta por participar dessas organizações internacionais. Art. 84, VII, CF, diz quem faz essas opções, que é o Presidente da República. Art. 84, VIII, CF, VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

Art. 49, I – Referendo parlamentar = I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

Hierarquia dos Tratados no Direito Econômico:Tratado = acordo escrito formal, celebrado entre Estados ou organizações internacionais, que regula algum tema do Direito Internacional Público. Ambiente, Saúde, Desenvolvimento, Fronteiras, Comércio.Conceito de Tratado = Convenção de Viena.Acordo = tem natureza de contrato, obrigacional. “As partes contratantes”.Pode ter um outro nome: Pacto, Convenção, Carta.Para ser um tratado tem que ter as características: acordo escrito formal, celebrado entre Estados ou organizações internacionais, que regula algum tema do Direito Internacional Público.

Como faz um Tratado = negociação entre Presidente da República. Referendo: Presidente negociou, o Congresso vai referendar (dizer se concorda ou não).Referendo = Presidente manda para o Congresso um Projeto de Decreto Legislativo. Passa em 03 comissões temáticas, e depois vai para o Plenário.... Depois de aprovado, vai a promulgação do Presidente do Congresso.Congresso confirma, o Presidente da República comunica ao órgão internacional.Tratado tem 100 membros: vai ter vigência internacional, depois que 60 países forem referendados.3° = Vigência do plano interno. O Presidente faz o Decreto Executivo, que é um ato do presidente. Depois que acontece a vigência internacional, tem a vigência interna, que é através do Decreto Executivo, que dá vigência ao Tratado.

Holanda = permite que um Tratado Internacional modifique sua Constituição, ou seja, tem caráter de Emenda à Constituição.Brasil = 04 hierarquias e as interpretações dos Tribunais.Tratados que regulam os Direitos Humanos.Interpretação dos Tribunais = Tratados Internacionais tem status de Lei Ordinária.

Hierarquia dos Tratados:

1 – Status de Norma Supra Legal = caso do depositário infiel. Existe um pacto de 1948 da Carta de Direitos Humanos. Essa Carta abriu espaço para o Pacto de San José (1969). Brasil aderiu a esse pacto em 1993. Art. 5°, §§ 1° e 2° da CF. Crise econômica de 1998. Os veículos eram

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DIREITO ECONÔMICO

financiados pelo dólar, e as prestações aumentavam 300% do dia para a noite. Bancos começaram a fazer execução: e se não pagasse, decretava a prisão. Art. 4°, II – prevalência dos Direitos Humanos.Art. 4° § único = Brasil vai buscar a integração econômica dos países da América Latina.Tratado = uma forma de integração entre os países da América Latina.Tratados = força de Constituição.Jurisprudência se dividiu. STF fez uma interpretação: Tratados tem status de norma supralegal. Normas de direitos humanos tem status de norma supralegal.

No meio do caminho o Congresso Nacional fez uma Emenda Constitucional 45/2004. Os Tratados ratificados após a Emenda Constitucional 45, tem status de EMENDA CONSTITUCIONAL.

2 – Status de Emenda ConstitucionalArt. 5°, § 3°, CF.Congresso Nacional fez uma Emenda Constitucional 45/2004. Os Tratados ratificados após a Emenda Constitucional 45 tem status de EMENDA CONSTITUCIONAL.Aprovados em 2 turnos, 2 casas.CF é maior do que a EC. Pode ter declaração de inconstitucionalidade da EC.Só Tratados que dizem respeito a Direitos Humanos.

3 – Sobrepõem à Legislação Tributária Interna: - Tratados Tributários- Art. 98 do CTN = Revogam a Legislação Tributária interna.- Tratamento tributário de produtos brasileiros tem que ser o mesmo para produtos importados similares. Quando o Brasil discrimina, e viola esse Tratado.Tratado Tributário vai SEMPRE revogar a Lei interna.

4 – Status de Lei OrdináriaEx.: L.U.G. = havendo Lei posterior, pode derrogar Lei. Tratado tem status de Lei Ordinária.- Demais TratadosConflitos de Lei no tempo.O STF pacificou esta questão, através do Recurso Especial n° 80.004/PE.

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DIREITO ECONÔMICO

AULA 07/05/2013

ORDEM INTERNACIONAL

ORIGENS:

Tratados, junto com os costumes, a doutrina, são as principais fontes do Direito Internacional.

- Idade MédiaCaracterizada pelo fim do Império Romano no ocidente.Várias ordens jurídicas prevalecendo, baseadas no estatuto pessoal. Cada um tinha uma nacionalidade diferente, não tinha Lei do Estado.Final da Idade Média = Absolutismo, graças ao Direito Canônico, começa a haver a unificação do Direito.Fragmentação do Direito.

- Séc. XIX = ordem econômica internacional PRIVADA.Caracterizado pelo Liberalismo Econômico.Ordem econômica = privada. A intervenção do Estado é mínima.Não tem preocupação da ordem econômica de Estados.Mercantilismo cede lugar ao Liberalismo Econômico.

- Séc. XX = Ordem econômica de Estados.

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DIREITO ECONÔMICO

Início da Revolução Tecnológica. Aparecimento das patentes.- Grandes guerras = - Crise do liberalismo = após a 1ª guerra mundial. 1919 – Quebra da bolsa de NY.Crise de superprodução = empresas produziam demais. Muita oferta = preços caem. - Redução do Comércio- Protecionismo- Deflação = muita oferta = preço cai.- Reconstrução- Emergem temas econômicos- Instituição de uma sociedade internacional para eliminar conflitos econômicos.Se está quebrado, corta o supérfluo.De 1930 a 1945, os Estados conseguiram se reajustar.Alemanha ressurgiu das “cinzas”, como uma Fênix, depois da 2ª Guerra. 2ª Guerra = principais economias mundiais, foram destruídas (Argentina, por ex.).Guerras e epidemias = ajudam a reestruturar a economia. Porém, é possível ter desenvolvimento econômico, sem destruição. Ex.: comunidades pesqueiras conseguiram resolver o problema da escassez, através de comunismo = compartilhamento das coisas.P/ reconstruir o mundo = 1º manter a paz = papel da ONU. Para manter a paz, tem que ter direitos humanos, tem que ter desenvolvimento, tem que ter Direito Internacional, tem que ter cooperação.- Cooperação = no campo econômico, social e cultural = Regulação.- Aspecto Internacional = Brasil se vincula e se compromete. No aspecto interno, se compromete também. - Declaração da ONU de 1948, e outros Tratados = é o mesmo que diz o art. 5°, 6° e 7° da CF.

1 – Crise do Liberalismo = deixou o mundo na mão.2 – Protecionismo = minimização dos problemas. 3 – 2ª Guerra Mundial.4 – Estados vencedoras da 2ª Guerra Mundial = + ou – 50 países. Consciência: para resolver problemas econômicos = políticas econômicas internacionais: FMI, BIRD, etc. Criar uma ordem econômica. País Malawi = não tem médicos formados. Tem médicos voluntários. Como se desenvolve um país desse? Precisa ter cooperação para desenvolver um país desses. A intervenção individual só contribui para redução do comércio e aumentar o protecionismo.

5 – Marcos Históricos:

- 1919 – Pacto da Liga das Nações = Tratado de Paris – Tratado de Versalhes (cria a organização internacional do Trabalho).- 1942 – Carta do Atlântico (durante a 2ª Guerra Mundial). Ato dos países aliados. Porque chegou na 2ª Guerra Mundial? Porque não tinha abertura do comércio internacional. Documento que traz o compromisso dos aliados de reconstruir o comércio mundial.- 1944 – Bretton Woods – Conferência para trazer regras e procedimentos e políticas, p/ regular a economia internacional. Cidade dos EUA. Conferência financeira internacional.1ª COISA criada pela Conferência – adotar o padrão ouro/dólar.2ª COISA criada – adotar políticas cambiaisCria = FMI e BIRD (Banco Mundial) = Empréstimo para desenvolvimento. O Banco Mundial foi quem financiou a reconstrução da Europa, depois da 2ª Guerra Mundial, para ajudar o desenvolvimento.FMI – fundo monetário internacional. Fundo = quem pode dar mais, dá mais. Empresta-se dólares. Por ser um fundo, manda mais, quem tem mais dinheiro no fundo. Para que serve este Fundo? Sistema de pagamentos e transações internacionais. Sistema de pagamentos =

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DIREITO ECONÔMICO

ex.: vai viajar para EUA e vai em uma casa de câmbio e troca reais por dólares. Como é que o Banco Central arruma esses dólares. Depende dos agentes econômicos, das exportações. Tudo o que o Governo “junta” de dólares da exportação, deduzindo o que importou e saiu dólares, é a diferença, é o saldo. Crise, deflação, não está exportando quase nada = importando mais, vai faltar “dólares” para “bancar” as importações. Quem vai cobrir esse “buraco”, é o FMI. O FMI vai emprestar moeda para fazer as transações comerciais. FMI não empresta de graça. O juros é de “pai para filho”. A ideia do FMI é fazer exigências de políticas internas = elevar os tributos, diminuir os gastos públicos. Moratória = o país deve e não paga.1944 = Bretton Woods => 1945 = ONU – Cooperação Econômica e Social (art. 55 e 56 – Carta da ONU) = 1945 = ONU => UNCTAD –> CEPAL (1964) = 1947 = GATT = Acordo Provisório => Definitivo => Rodadas = 1948 = OIC = Conferência de Havana = 1993 = OMC (Final da Rodada do Uruguai)

Acabada a guerra, criam a ONU, com o objetivo de manter a paz do mundo. Para haver paz, que não é um fim em si mesmo, ela busca a prevalência dos direitos humanos, busca positivar o Direito Internacional e o desenvolvimento econômico.Secretário geral da ONU, em 1947, nomeou 23 países para aprovarem o projeto para criar a OIC= Organização Internacional do Comércio. Junto com o OIC, teve um ante projeto para tratar de um acordo provisório de tarifas internacionais.100 pessoas discutindo um Tratado é mais difícil do que 23 pessoas discutindo um projeto de um Tratado.OIC = completaria o Breton Woods.

GATTAcordo Geral sobre Tarifas e Comércio. O GATT seria provisório, até o Tratado da OIC ser ratificado. Como EUA e URSS não aderiram ao OIC, esse Tratado não entrou em vigência.O GATT deixou de ser provisório e passou a ser um Acordo permanente, definitivo.

Função =

Estabelecer as políticas tarifárias dos países.Ex.: Brasil vai exportar café para EUA, França, Japão.GAAT = alíquota máxima para o café é de 20%. Alíquota de quê? GATT = cada país vai definir a alíquota de importação, porém, esse Acordo, vai padronizar essas alíquotas.Ex.: EUA cobrava 5% de alíquota do Brasil e 0% da Colômbia.Barreiras não tarifárias = embalagem, armazenamento.GATT foi incluindo novos acordos dentro do mesmo acordo.Várias rodadas de negociação do GATT.Acordos do GATT foram incorporados na OMC.

Princípios =

- Cláusula da Nação mais favorável = PRINCÍPIO DE não discriminação. Para ter aumento de comércio, tem que acabar com protecionismo. O tratamento que o Brasil dá para um país, tem que ser o mesmo que ele dá para todos os países, senão existe discriminação. GATT veda a discriminação.

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DIREITO ECONÔMICO

- Tratamento Nacional = Brasil dará o mesmo tratamento que ele dá ao produto produzido interno, para o produto importado similar. Ainda assim, a tarifa de importação é alta, e isso encarece o bem. Ou seja, o IPI do produto nacional é o mesmo que o IPI do produto importado.Questão do carro importado = Dilma aumentou 30% da tarifa do carro importado = é uma clara violação ao Tratado do OMC.Ex.: Ilhas Maurício não é do GATT. Brasil pode colocar a tarifa para esse país mais alta.

- Acordos regionais = GATT permite que os países membros façam acordos regionais, diferenciados. Ex.: Mercosul e União Européia. Brasil estabelece alíquota de 10% para importação de arroz. Porém, em função do acordo com o Mercosul, pode estabelecer uma alíquota menor, de 5%, só para os países membros do Mercosul.Não é discriminação em relação ao GATT, porque o GATT permite acordos regionais, para blocos econômicos.

Súmula 575 do STF = A mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do imposto sobre circulação de mercadorias concedida a similar nacional. Súmula 71 do STF = O bacalhau importado de país signatário do GATT é isento do ICM.

Ex.: Turbina de submarino. Não é fabricado no Brasil, por isso, pode dar tratamento diferenciado, em relação ao GATT.

Existem outras barreiras que não são imposto de importação (barreiras tarifárias), como por exemplo, embalagem, quantidade. Porém, para carros importados com 2.0 cilindradas, não pode dar tratamento diferenciado, porque tem similar no Brasil.

Exceções destes Acordos = Brasil está com indústria nacional fechando as portas. O GATT autoriza a suspensão destes Acordos, para revitalizar a economia nacional. Ou seja, em questões emergenciais, é possível violar as regras do Acordo Internacional.Cada tipo de produto tem um tratamento diferenciado, nos Tratados internacionais.

Se um país descumpre as regras = mecanismo de solução de controvérsias = OMC tem um Tribunal para solucionar os conflitos. É processo jurisdicional e não judicial. É o painel quem vai julgar (painelistas). Não são juízes, são árbitros.

OMC

Função:Administrar e implementar os Acordos estabelecidos em Marrakesh.OMC tem 158 países membros.China entrou em 2001 e Rússia em 2012, na OMC.

ACORDOS:- Acordo Constitutivo = nele se estabelece os órgãos, a administração e os princípios basilares.Tem 04 anexos:- Anexo 1 (trata do comércio)é dividido em 03- 1-A = Comércio de bens- 1-B = Comércio de serviços- 1-C = Propriedade intelectual- Anexo 2 – Fala de solução de controvérsias- Anexo 3 – Fala sobre revisão de políticas comerciais

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DIREITO ECONÔMICO

- Anexo 4 – Fala sobre os Acordos plurilaterais = produtos lácteos, carne bovina, aeronaves e compras governamentais.Todo membro do OMC tem que obedecer os 03 primeiros Anexos. O Anexo 4 é facultativo, é a primeira exceção do GATT. Comércio de Aeronaves = tem Acordo próprio.

GATT se ampliou = serviços, propriedade intelectual não tinha em sua organização.

Direito Internacional, através dos Tratados = só vincula em países membros.

Princípios:

- Séc. XXI =

AULA – 17/05/2013

DEFESA COMERCIAL

Forma de intervenção indireta = § 4º do art. 173

Barreiras tarifárias:

Os impostosPrincipal barreira tarifária é o I.I.Imposto “ad valorem” – aplica a ele uma alíquota sobre um valor. Ex.: I.I. do carro é 35% sobre o valor do bem.Alíquota específica – valor fixo. Ex.: para cada unidade de sabão cortado, cobra i dólar.Tarífa mista = mistura das duas da ad valorem e da específica.

Barreiras não tarifárias:

1- Comércio Estatal = Monopólio do art. 177 da CF.Monopólio é uma forma de barreira = é só o Estado que pode comprar.

2- Proibições de Importação = não pode importar nenhum bem usado, não pode importar lixo (problema mundial). Produtos que causam dano à saúde. Produtos transgênicos ou geneticamente modificados.

3- Quotas de Importação = Governo estabelece um limite máximo. Ex.: Máquinas agrícolas tem quota de quantidade máxima.

4- Licenças de importação = Governo vai verificar se o carro, p.ex., tem as características. Ex.: medicamentos, carne, brinquedos, Governo exige licença para importar.

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DIREITO ECONÔMICO

5- Barreiras Técnicas = INMETRO – analisa a conformidade das barreiras técnicas. Ex.: Lâmpadas, vidros, precisam de norma técnica. Plugs de energia elétrica, voltagem. Essas barreiras, de forma alguma, RESTRINGEM o comércio.. Dificulta, mas não restringe.

6- Controles Cambiais = Câmbio – relação monetária para aquisição de moeda estrangeira. Ex.: R$ e US$. Ex.: Camaro custa 40 mil dólares nos EUA. Em reais, daria 80 mil reais. Antes da incidência das barreiras.

R$ US$ CAMARO BRASIL2013 2,00 1,00 40.000,00 80.000,002013 0,50 1,00 40.000,00 20.000,00

Mexer no câmbio altera a quantidade de importação.Muita importação = proporciona à economia interna = De 1995 a 2005 = quantas marcas de tênis chegaram no Brasil. Antes era só “Alll Star” e Conga. Empresas estrangeiras abriram fábricas aqui.

Como o Governo faz o Câmbio:- Fixo = era o câmbio que tinha na Argentina. É uma cotação única. Depende da atuação do Estado para mantê-lo no mesmo valor. Demanda e oferta não altera a relação cambial. Por isso, era um país desenvolvido e hoje é um país subdesenvolvido. Manter por muito tempo, quebra a economia nacional, porque o imposto de importação é o mesmo para todos os produtos. Ou seja, importa muito. Proporciona a concorrência, mas as reservas de dólares vai embora. Em 1994, o dólar era 0,80. Em 1998, o dólar foi para 1,50., depois foi para 3,00. Depois voltou para 1,50 de novo. Ou seja, o câmbio fixo desestimula as exportações.- Flutuante = câmbio regido pelas leis da oferta e da demanda, não tem atuação nenhuma do Estado. Quanto maior a demanda por dólar, o preço SOBE. - Flutuação Suja = Governo faz uma faixa (entre 2,00 e 3,00). Vamos supor, que o dólar chega a 1,20. O Governo tira dólares do mercado. Se o dólar chegar a 3,20, o Governo coloca dólares no mercado.Exportação de matéria prima, exportação.

China faz política cambial muito forte. Ela tem um câmbio para importação e outro para exportação. A China manipula este câmbio, que é proibido.

7- MEDIDAS ANTI DUMPING = sobretaxa do produto.Dumping = preço de exportação < valor nominal.Ex.: País X um par de sapatos custa 100 dólares. Exporta esse sapato e chega no país Y com o preço de 80 dólares. Ou seja, o produto importado no Brasil é mais barato do que no pais de origem. É desleal, as empresas aqui vão quebrar. Para deixar equivalente ao preço do pais de origem, aplica 20 dólares (alíquota específica), para igualar o preço.China – preço de exportação é tão mais barato, que chega no Brasil e quebra a indústria nacional.China ganha com entrada de dólares na economia. As industrias que exportam para o Brasil são estatais, já que o país é inteiramente dirigista.Medidas anti dumping = resinas epóxi líquidas (Coréia do Sul, ìndia); índigo blue reduzido (Alemanha); leite em pó da Nova Zelândia.Como aplica uma medida anti dumping? – Legislação específica, que implementa acordos do OMC e do GATT.Empresário brasileiro que se sente prejudicado, entra com processo legislativo.

8- MEDIDAS COMPENSATÓRIAS

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DIREITO ECONÔMICO

Subsídio para exportação é proibido. Para não chegar ao mercado estrangeiro com preço muito mais baixo, porque gera distorção no comércio internacional. Quem importa o produto é que paga a “diferença”.Subsídio legal na França = subsídios agrícolas para produtores de uva. O Governo dá dinheiro para o produtor: se ele produzir ou se ele não produzir, ele ganha o dinheiro.

9- MEDIDAS SALVAGUARDASalvaguardar é proteger. Proteção temporária. Aqui não é para reprimir no início., como é no anti dumping ou nas medidas compensatórias.Quando tem um aumento substancial das importações, e a produção se mantém na mesma forma. Nesses casos, o Governo dá uma proteção temporária para o setor.Ex.: telefonia celular. I Phone modificou sua tecnologia. As outras industrias de celulares “correram“ atrás para alcançar o I Phone. Vamos supor que a Gradiente não conseguiu acompanhar a tecnologia. O Governo dá uma medida de proteção temporária.Se não for nenhum desses casos, os Tratados tem status de Lei Ordinária.

10- SUBSÍDIO – Serve para:- Diminui o custo (reduz)- Aumentar a competitividade - Reduzir a concorrência no aspecto internacional. Ex.: Governo dá terreno para empresa, tira impostos, dá incentivos financeiros, reduz o custo das empresas. Reduz as importações.

Não pode falar que é medida de salvaguarda, porque NÃO teve aumento de importação.Medidas Antidumping, Compensatórias, – Reguladas pela Lei 9.019/95; Acordo de Medidas Anti Dumpimg; Acordo de Medidas Compensatórias; Acordo de Medias Salvaguarda; Todos os Acordos, regulados pelos Tratados da OMC, previstos do Anexo 1ª.Decreto 1602/95 – AntidumpingDecreto 1751/95 – Medidas CompensatóriasDecreto 1488/95 – Medidas Salvaguardas

Questão de múltipla escolha = artigos e legislações (Decreto Lei 900).Dirigismo, liberalismo = conceitos históricos e bases filosóficas.GATT, FMI, OMC. Notas de Aula – Unidade III.

Questão 1 = intervenção direta. Um caso para analisar constitucionalidade: Eros Grau, Aguillar.A.E., S.P.Questão 2 – Hierarquias, princípios do GATT. Ordem econômica internacional.Barreira não tarifária = intervenção INDIRETA.Nova proibição de importação – norma, segundo Eros Grau = de direção. Absorção: se refere somente à atuação do Estado que atua em monopólio.Questão 3 – Decreto Lei 900 – participação das empresas públicas.

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DIREITO ECONÔMICO

AULA – 24/05/2013

CORREÇÃO DA PROVA

1- Há um lei que autoriza criar EP2- Nessa Lei há INCENTIVO EXCLUSIVO3- Decreto cria4- Objeto – é pacote turístico5- Há concorrência

1ª Etapa – Art 37, XIX – Lei Específica Art, 61, § 1° - Iniciativa do Presidente

2ª Etapa – Cria art. 84.

Parte 1 da Inconstitucionalidade – INCENTIVO EXCLUSIVO. Empresa de Turismo é comum na esfera privada, portanto, NÃO é incentivo exclusivo, é incentivo em todo o setor de Turismo. Aqui é o princípio da igualdade econômica.

Capital da EP pode ser integralizado por:40% da União50% da”53 Participações Ltda” – Empresa Estatal10% do Banco do Brasil – Empresa Estatal Decreto Lei 200/67 – fala que a EP tem que ser o capital 100% exclusivo da União – Art. 5°, II.Decreto Lei 900/67 – fala que pode haver PARTICIPAÇÃO de outras pessoas no capital social das EP, desde que sejam pessoas que façam parte da Administração Indireta.Art . 5º Desde que a maioria do capital votante permaneça de propriedade da União, será admitida, no capital da Empresa Pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno bem como de entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

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DIREITO ECONÔMICO

Impostos, Taxas, gravames internos – Barreiras Tarifárias = Tributário.

Tratado é tratado. Lei é Lei, não é Tratado. Constituição é Constituição.

Disposição dos Tratados afeta os Estados e o indivíduo. Num debate judicial, RECEX 80.004/PE – STF entendeu que alguns Tratados tem status de Lei Ordinária.Anos 60 – CTN- Art. 98, Tratados em matéria tributária, revoga Lei Tributária interna.Status de Lei supra legal – trata de direitos humanos, que é o caso do depositário infiel. STF entendeu que os Tratados antes da Emenda Constitucional 45, tem status de lei supra-legal. Emenda Constitucional 45 de 2004. Antes da EC 45, o Tratado tem status de lei supra legal. Depois da EC 45, o Tratado tem status de Emenda Constitucional.

Tempus regit actus – a norma do tempo rege o fato corrido. No Direito Constitucional não tem norma que retroage no tempo.

PROVA FINAL = 25/06

AULA – 28/05/2013

DIREITO DA CONCORRÊNCIA

Concorrência é competição.Competição pode gerar concentração.Ex.: empresas de aviação.

CONCENTRAÇÃO

Para analisar se houve um ato de concentração, tem que fazer um estudo econômico.O que é concentração?Focar em alguma coisa, ou seja, o mercado na mão de poucos.Revolução Industrial – cada um era um artesão. Começaram as empresas. Empresas tinham o mesmo tamanho, o mesmo tanto de clientes = mercado pulverizado ou atomista. Mercado que os liberalistas chamavam de Concorrência Perfeita.Num 2º Momento – o lucro dessas empresas fez com que elas investissem em nova tecnologia e ampliassem sua base de produção. Agora, duas empresas se juntavam e faziam uma empresa maiorzinha. Às vezes 4 empresas se juntavam e virava uma grandona. Ex.: Coca-cola é uma gigante e tem um refrigerante, Mate-couro, que é bem pequena. Ou seja, agora existem mega-empresas e minúsculas empresas, todas concorrendo entre si no mercado. Esse é o mercado concentrado, que é um mercado de concorrência imperfeita.

Porque as empresas buscam um mercado desse jeito? - Busca do lucro certo.- Redução do fator risco.- Inserção no mercado internacional.Brasil tem empresas que são maiores do mundo: grupo Pitágoras, CVC.

Como essas concentrações acontecem?

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DIREITO ECONÔMICO

Formas de concentração:- Fusão = empresa A + empresa B = empresa C. – Ex.: Ambev; Brasil Foods (Perdigão e Sadia).- Incorporação = Empresa A + empresa B = Empresa A. – Ex.: Gol, Varig.Não pode confundir nome comercial com a razão social. - Participação societária = Bradesco compra ações da Vale. São duas razões diferentes.

Tipos de concentração:- Concentração horizontal = empresas concorrentes no mesmo seguimento de mercado. Estar no mesmo seguimento: uma empresa vende pneus, outra empresa faz martelinho de ouro. Aqui não são empresas do mesmo seguimento. Ex.: empresas de aviação, Ambev.- Concentração Vertical = concentração da cadeia produtiva ou de parte da cadeia produtiva.

Ex.: roupas de inverno. Mercado de lã e de tecido para fazer roupa de frio.

A/ | \B C D

/ \ / \ / | \ E F G H I J K

A = produtor de lãB, C, D = tecido de lãE, F, G, H, I, J, K = roupa de lã

A = 100%B = 33%C = 33%D = 34%E, F, G, H, I, J = 14%K = 16%Se B e E se juntam = 47%Se B, E e F se juntam = 61%Porém, se B, E e F, se juntam a A = concentração que, lentamente, pode eliminar muita concorrência.

Local do mercado = a abrangência do mercado, na análise da licitude ou da ilicitude do ato de concentração. Quem regula isso é o CADE.Para fazer essa análise, tem que analisar o produto. Imagine um produto que não se pode substituir. Exemplo de produto, que, independente do mercado, da concentração, você paga o preço que for por ele: medicamento. É o caso da Demanda inelástica = curva de demanda não mexe.Obra de arte = demanda pequena = o preço é sempre o mesmo. Frauda = pode ser de pano ou descartável.Coca-cola = pode ser substituída.Passagem aérea = muitas vezes é só uma Viação que pode fornecer aquela única passagem que você precisa.

Para analisar a concentração ou a prática de concentração: tem que analisar o cliente, as práticas e a necessidade do produto.

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DIREITO ECONÔMICO

Quando a Nestlé comprou a Garoto, levou para o CADE o pedido de fusão. A Nestlé fez a petição, dizendo que as duas empresas estavam inseridas no setor de guloseimas. O CADE quando foi julgar disse que não: que o mercado é de chocolate. Ou seja, estava havendo uma concentração do mercado de chocolate. Quando faz o recorte no mercado, fica sabendo se tem concentração ou não.Quanto mais amplo for o mercado, menos concentração vai ter.Se for analisar só o mercado de guloseimas = não tem concentração.Porém, se for analisar o mercado de chocolates = tem concentração.

Concentração é diferente de concorrência.

Concorrência é disputa. Está na Constituição, fundada na ordem econômica.Às vezes, duas empresas podem se unir para diminuir custos.Concentração = não é maléfica. Ambev = acabou com as indústrias de cerveja no Brasil? – Sim. Acabou.Porém, a Ambev proporcionou a criação do mercado de cervejas artesanais.Foi um ato de concentração que, em tese, violaria o disposto na Lei. O Governo autorizou, pensando em várias coisas:- empresa brasileira entrou para o mercado internacional;- gerou empregos e- mais eficiência.Ou seja, houveram benefícios para os consumidores e em outros setores.

A Concorrência tem duas teorias:- é um fim em si mesma = qualquer ato de concentração é proibido.- é um meio para atingir um fim.

Concentração natural = monopólio natural. Coca-cola é tão docinha, que a pessoa vai correndo comprar. Coca-cola conseguiu mudar a roupa do papai Noel. Ele também é “gordinho” igual à garrafa de Coca-cola.Ou seja, o tamanho da empresa da Coca-cola se dá pela eficiência dela.

Ex.: Apple lançou o tablete. A HP também fez um tablete. O tablete da HP não estava bom. A empresa HP fechou. Houve uma concentração natural.Ex.: carro russo Lada. Todas as peças de plástico. Ninguém quer esse carro. Ou seja, as pessoas compram pela marca, e pela qualidade.Eletrodoméstico = tem que verificar se tem peça de reposição.

O que não pode é fazer quartel para a outra empresa quebrar, sabotar a produção. Isso não pode.Mas a concentração natural não é ilícita.

Concentração legal = do Estado. Monopólio estatal é uma concentração.Monopólio das patentes = é uma concentração. Ex.: Editora Del Rey se quiser editar os livros do Harry Potter, não pode.

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DIREITO ECONÔMICO

AULA – 04/06/2013

LEI 12.529/2011

O SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA

Conhecida como Lei anti-truste.Trust = concentração.Pare descobrir se há concentração ou não, tem que examinar o mercado, fazer a análise do mercado.

Concentração depende de 04 fatores – Análise do Mercado:Como o mercado funciona? Como vai analisar o aumento do preço das fraldas? Tem que analisar um local: BH. De 00hs às 06 hs. Onde se encontra as fraldas “Pampers”? Araújo do Centro, da Savassi e Droga Raia do Lourdes. Só estas 04 farmácias estão abertas. As fraldas custavam 50 e agora estão custando 200.A fralda é substituível. Aumentou junto o preço, em todas as farmácias.Ex.: mora no Belvedere e quer ir em Nova Lima. Ou seja, pode escolher para onde se deslocar.Para fazer análise do mercado, tem que ser verificado se houve conduta lícita ou ilícita.

1 – Dimensão do produto = substitutibilidade. 2 – Dimensão dos concorrentes =3 – Dimensão geográfica = 4 – Dimensão temporal =

Lei da concorrência vai atuar de 03 formas:

1 – Controle das Condutas = é o controle das infrações contra a ordem econômica. Só pode acontecer a infração DEPOIS que a conduta acontece, ou seja, é um controle REPRESSIVO.

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DIREITO ECONÔMICO

2 – Controle das Estruturas de Mercado = é o controle dos atos de concentração. Uma fusão é um ato de concentração por definição e pede autorização para o CADE. Esse ato é PREVENTIVO.

3 – Controle Educacional = não está previsto na Lei, é de informas às pessoas, fazer cartilhas, dar palestras. Esse educacional não importa, o que importa é o que está na Lei.

Concentração de poder econômico.

Poder econômico ou poder de mercado: o que é? - É o poder que uma empresa ou grupo tem de influenciar os comportamentos de mercado: dos consumidores e dos fornecedores.Ex.: Petrobrás. Tem poder de mercado? – sim. Se ela estimular o preço do Etanol, vai aumentar o consumo. Se aumentar muito o preço da gasolina, as pessoas vão consumir menos.Ex.: UNIBH no meio do semestre não tem o poder de influenciar o mercado de alunos? - Não, porque a Lei não permite.Ex.: a maior distribuidora de bebidas da América Latina, a FEMSA, consegue influenciar o mercado? – A Femsa deu as mesas, as cadeiras, e o produto (refrigerantes). A lanchonete perto da faculdade quer comprar uma grande quantidade de coca-cola light. Para isso, a lanchonete tem que comprar guaraná Kuat. Ou seja, ela tem poder econômico de mercado.

Ideia de Monopólio: previstos na CF/88, os monopólios das patentes, monopólio da coca-cola (melhor de todos).A coca-cola não força a pessoa a comprar. Não está enganando ninguém. Não está compelindo ninguém a comprar. Compra se quiser.Não é igual o posto de gasolina. Lá você é forçado a adquirir um serviço.CEF – obriga a comprar um seguro, um título de capitalização, se quiser fazer um empréstimo (venda casada). Ou seja, aproveita o poder de mercado que tem.Monopólio natural = coca-cola.Monopólio fraudulento = concorrência desleal.

Para saber se a pessoa tem poder de mercado, tem que ter a ideia de monopolista hipotético.Monopólio hipotético = é um pequeno e não transitório aumento dos preços. Se uma empresa aumenta o preço por um curto período de tempo, ela não consegue influenciar o comportamento. Para conseguir o poder de mercado, tem que conseguir influenciar um comportamento.Ex.: cambista = tem o poder de mercado. É o preço que ele exige. Um ingresso de 60 reais ele vende por 500 reais. Está exercendo o monopólio.Ex.: no show, a coca-cola que custa 1 real no mercado, lá no estádio ela custa 10 reais. Ou seja, esse vendedor, naquele momento, tem o poder de mercado.

Poder de Mercado = Capacidade de um fornecedor alterar um comportamento no mercado.

Controle das infrações. Quando acontece uma infração?Raciocínio não é penal e não é civil.A infração é um ato, sob qualquer forma manifestado, independentemente de culpa, que tenha por objeto ou possa produzir, os efeitos.

Pode produzir 04 efeitos:1 – Limitar, falsear, ou qualquer forma de prejudicar a livre concorrência ou livre iniciativa.

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DIREITO ECONÔMICO

Ex.: tênis Nuke, celular Hi-phone, pode falsear a concorrência, porque faz as pessoas confundirem. Isso prejudica e falsea a livre concorrência. Ex.: impedir um concorrente de entrar no mercado pode impedir a livre iniciativa.

O ato pode ser qualquer um. O que importa são os efeitos.

2 – Dominar o mercado relevante de bens ou serviços. Isso é contrário ao monopólio natural ou ao monopólio legal. § 1° do art. 36 da Lei 12.529/11.1o A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II do caput deste artigo. Ex.: tem duas empresas, porta a porta. Uma das empresas passa a vender seus produtos com preços abaixo do custo. A outra empresa vai quebrar.É diferente, por exemplo, do tablete da HP e do tablete da Apple.

3 – Aumentar arbitrariamente os lucros. Ex.: caso do combustível em São Paulo.

4 – Exercer de forma abusiva posição dominante.Ex.: caso das sacolas plásticas. Ex.: estacionamento no BH Shopping. Ali não tem como estacionar carro em outro lugar. § 2o Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo CADE para setores específicos da economia. A quem cabe fiscalizar? Quais são os bens jurídicos tutelados por essa Lei? Princípio da Livre Iniciativa – se não tem competição, não tem livre iniciativa.Princípio da Igualdade – sem igualdade não tem mercado (agentes e consumidores).Direito dos consumidores, princípio da propriedade privada.

Proteção da concorrência não é só para o empresário. Ela pode ser percebida por várias pessoas, é um direito difuso. A quem cabem esses direitos? Ao Ministério Público.Ex.: sacolinha plástica = compra por R$ 0,01 e vende por R$ 0,20.MP não fez nada...Se alguém perceber o dano, por exemplo, de venda casada, se sofreu o dano, pode entrar na Justiça. Lei que vai alegar para o juiz: Lei 12.529/2011, combinada com o CC/02 (reparação de dano). O concorrente também pode sofrer prejuízo.

Responsabilizações penais, administrativas e dos consumidores.

Responsabilidade administrativa = aquela aplicada pelo órgão de defesa da concorrência. Quem vai aplicar é o CADE.CADE tem 05 anos para fazer a repressão das infrações. Art. 46 da Lei de Concorrência. 05 anos de quando o ilícito cessou.Relação de consumo: adquirir produtos ou serviços para destinatário final. Aqui é o CDC, a Lei 8.078.Ou seja, a empresa também consome produtos ou serviços. Mas ela não consome como destinatário final. Ela repassa.Ex.: compra computador para revender – não é relação de consumo, protegida pelo CDC. Porém, se compra um computador para jogar, é relação de consumo.

Responsabilidade consumerista = art. 27 do CDC. Prescrição são 05 anos.

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DIREITO ECONÔMICO

Responsabilidade civil = é de quanto tempo? 03 anos. Art. 206 § 3°, V, CC/02

Responsabilidade penal = a prescrição depende da pena. Art. 109 e 110 do CP. Lei 8.137/90, que define os crimes contra a ordem econômica.

O que impera no penal? O que tem que acontecer? A Teoria do Delito aplica-se em qualquer crime.Princípio da Tipicidade – conduta tem que ser idêntica à conduta tabulada na Lei.Na responsabilidade administrativa tem tipicidade? – Não. Tem os efeitos. Senão teria concorrência como um fim em si mesmo. É preciso analisar os efeitos.A responsabilidade consumerista é OBJETIVA. Não precisa provar quase nada e ganha tudo.A responsabilidade civil é SUBJETIVA. Tem que provar culpa ou dolo. A responsabilidade civil, em regra, tem que analisar a culpa (nexo de causalidade).

Pergunta: nas questões que envolvem a concorrência, a responsabilidade é objetiva ou subjetiva? Se for usar a Lei de Concorrência, a responsabilidade é objetiva. Se for usar o CC/02, a responsabilidade é subjetiva.Ou seja, a responsabilidade contra a ordem econômica pode ser objetiva ou subjetiva. Porém, tem que comprovar o dano e a autoria.

AULA – 07/06/2013

CONTROLE DE ESTRUTURA OU DOS ATOS DE CONCENTRAÇÃO

Definição legal de atos de concentração

Art. 90. Para os efeitos do art. 88 desta Lei, realiza-se um ato de concentração quando: I - 2 (duas) ou mais empresas anteriormente independentes se fundem; II - 1 (uma) ou mais empresas adquirem, direta ou indiretamente, por compra ou permuta de

ações, quotas, títulos ou valores mobiliários conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou intangíveis, por via contratual ou por qualquer outro meio ou forma, o controle ou partes de uma ou outras empresas;

III - 1 (uma) ou mais empresas incorporam outra ou outras empresas; ou IV - 2 (duas) ou mais empresas celebram contrato associativo, consórcio ou joint venture. Parágrafo único. Não serão considerados atos de concentração, para os efeitos do disposto no

art. 88 desta Lei, os descritos no inciso IV do caput, quando destinados às licitações promovidas pela administração pública direta e indireta e aos contratos delas decorrentes.

Inciso I – Fusão (muda a pessoa jurídica)Inciso II – participação societária (muda os sócios)Inciso III – IncorporaçãoInciso IV – Contrato associativo, consórcio ou joint venture.

Inciso IV – Aqui é um contrato que as pessoas fazem por um tempo específico.Ex.: consórcio Minas Arenas – Empresas que se uniram para fazer o Mineirão.As empresas fazem atos de concentração para dominar o mercado.

Nos anos 80, teve a Autolatina – Ford se uniu às outras fábricas e todas elas compartilharam a produção. Concentrou poder de mercado.

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DIREITO ECONÔMICO

Cumulativamente tem que ter duas situações (art. 88), para ser considerado Ato de concentração, onde tem várias empresas:

- Uma das empresas, tem que ter faturamento maior ou igual a 400 milhões.- E a outra das empresas, ter faturamento maior ou igual a 30 milhões.

Art. 88.  Serão submetidos ao Cade pelas partes envolvidas na operação os atos de concentração econômica em que, cumulativamente: 

I - pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 400.000.000,00 (quatrocentos milhões de reais); e 

II - pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no último balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais). 

Quando acontecer essa situação, tem que ser submetida ao CADE, sob pena de MULTA, definida no § 3° do art. 88.

§ 3o Os atos que se subsumirem ao disposto no caput deste artigo não podem ser consumados antes de apreciados, nos termos deste artigo e do procedimento previsto no Capítulo II do Título VI desta Lei, sob pena de nulidade, sendo ainda imposta multa pecuniária, de valor não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) nem superior a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), a ser aplicada nos termos da regulamentação, sem prejuízo da abertura de processo administrativo, nos termos do art. 69 desta Lei.

Tem que ser as duas situações cumulativamente.Ex.: empresa A = 500 milhões, empresa B = 10 milhões. Nessa situação, não vai para o CADE.

Se a padaria da esquina comprou a padaria da outra esquina, tem que ser submetida ao CADE? – Não.

Art. 88 - § 1o Os valores mencionados nos incisos I e II do caput deste artigo poderão ser adequados, simultânea ou independentemente, por indicação do Plenário do Cade, por portaria interministerial dos Ministros de Estado da Fazenda e da Justiça.

Para alterar uma Lei, só outra Lei. Porém, aqui está presente uma característica do Direito Econômico, que é a flexibilidade. A Lei aqui, delegou uma competência do CADE ou da Fazenda da Justiça ou Ministério da Fazenda. Esses valores JÁ foram alterados para 750 milhões e para 75 milhões.Portaria Interministerial do Ministério da Fazenda e do Ministério da Justiça N° 994/2011.Isso porque a moeda muda muito. 400 milhões, podem não significar nada, daqui a 05 anos.

PRAZO:

Se houverem empresas que queiram fazer um ato de concentração, serão submetidas ao CADE. Qual o prazo que o CADE tem para analisar, qual o prazo de deliberação? – 08 meses ou 240 dias.

Art. 88 - § 2o O controle dos atos de concentração de que trata o caput deste artigo será prévio e realizado em, no máximo, 240 (duzentos e quarenta) dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda.

Durante esse prazo de análise que o CADE tem as empresas continuam mantendo a concorrência. Art. 88 § 4°.

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DIREITO ECONÔMICO

Art. 88 - § 4o Até a decisão final sobre a operação, deverão ser preservadas as condições de concorrência entre as empresas envolvidas, sob pena de aplicação das sanções previstas no § 3o deste artigo.

Se o CADE extrapolar esse prazo, a aprovação é automática.

Ex.: Nestlé e Garoto pediram a aprovação do CADE e o CADE não se pronunciou no caso, então as empresas entenderam que estava aprovado. Porém, um tempinho depois, o CADE negou a fusão. As empresas entraram na Justiça, e conseguiram a aprovação da fusão.Ou seja, se o CADE não respeita esse prazo: tem uma lacuna legislativa.

O próprio CADE tem uma procuradoria, porque o CADE é uma Autarquia. As decisões do CADE são títulos executivos extrajudiciais:

Art. 93. A decisão do Plenário do Tribunal, cominando multa ou impondo obrigação de fazer ou não fazer, constitui título executivo extrajudicial.

Art. 94. A execução que tenha por objeto exclusivamente a cobrança de multa pecuniária será feita de acordo com o disposto na Lei n o 6.830, de 22 de setembro de 1980 (Lei de Execução Fiscal).

Esse prazo de deliberação do CADE pode ser alterado, pode ser prorrogado, por 60 ou 90 dias - § 9° do art. 88:

§ 9o O prazo mencionado no § 2o deste artigo somente poderá ser dilatado: I - por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, mediante requisição das partes envolvidas na

operação; ou II - por até 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada do Tribunal, em que sejam

especificados as razões para a extensão, o prazo da prorrogação, que será não renovável, e as providências cuja realização seja necessária para o julgamento do processo.

Qual o critério que o CADE tem para autorizar um ato de concentração ou proibir?

Poder de mercado – capacidade que uma empresa tem de alterar a condição do mercado.Art. 36 da Lei, fala das infrações, referente às condutas que caracterizam o poder abusivo de mercado, onde o CADE estabelece os critérios para autorizar ou não o ato de concentração.

I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; 

II - dominar mercado relevante de bens ou serviços; III - aumentar arbitrariamente os lucros; e IV - exercer de forma abusiva posição dominante. 

Porém, mesmo CADE autorizando o ato de concentração, o CADE tem um prazo para fiscalizar essas empresas:

§ 7o É facultado ao Cade, no prazo de 1 (um) ano a contar da respectiva data de consumação, requerer a submissão dos atos de concentração que não se enquadrem no disposto neste artigo.

Mesmo não enquadrando na presunção legal de atos de concentração, duas “padarias” poderiam DOMINAR o mercado relevante de bens ou serviços. Então, ainda assim, o CADE, se entender estar havendo ato de concentração ilegal, com a presença de uma infração, o CADE pode intervir.

ATOS DE CONCENTRAÇÃO PROIBIDOS:Art. 88 - § 5o  Serão proibidos os atos de concentração que impliquem: - eliminação da concorrência em parte substancial de mercado relevante, - que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou

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DIREITO ECONÔMICO

- que possam resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6o deste artigo. 

ATOS AUTORIZADOS:Art. 88 - § 6° - Regra da Razão. Aqui não vai analisar o ato em si mesmo, mas os seus efeitos benéficos no mercado. Foi o caso da AMBEV, por exemplo. Criou um Monopólio, e foi autorizado (trouxe competitividade internacional).

§ 6o Os atos a que se refere o § 5o deste artigo poderão ser autorizados, desde que sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os seguintes objetivos:

I - cumulada ou alternativamente: a) aumentar a produtividade ou a competitividade; b) melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios decorrentes.

Regra da razão, segundo a Lei = mesmo sendo proibidos os atos, os seus efeitos trarão vários benefícios à sociedade: aumento da produtividade, a competitividade, o desenvolvimento tecnológico; e ainda, que seja repassada aos consumidores parte relevante dos benefícios.Ou seja, para haver a regra da razão, tem que ter um dos 03 efeitos do inciso I, e mais os efeitos do inciso II, que são os objetivos.

AULA – 18/06/2013

LEI 12.529/2011

A lei estabelece o controle da concorrência.Dois tipos de controle:- repressivo (art. 36)- preventivo (art. 88)

A Lei controla o quê? – Controla atos. Tem dois tipos de atos que a lei controla:- atos de concentração – art. 90- atos infracionais – art. 36.

Controle é administrativo – SBDC.

Art. 3° ao art. 30? – estrutura do SBDC.Dois órgãos: CADE e SEAE (art. 3°).

CADE – Composto por 03 órgãos (ART. 5°)- Tribunal- Superintendência geral- D.E.E.

Art. 5o  O Cade é constituído pelos seguintes órgãos: I - Tribunal Administrativo de Defesa Econômica; II - Superintendência-Geral; e III - Departamento de Estudos Econômicos. 

CADE é uma autarquia federal.

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Lei 12.529 – CRIA uma autarquia e estabelece os mecanismos de controle.

Lei é constitucional formalmente? – NÃO. Art. 37, XIX, da CF/88, diz que somente por Lei Específica são criadas as autarquias.A Lei 12.529 NÃO é uma Lei Específica.

Art. 58 da Lei – processo administrativo.

Processo Administrativo – tem contraditório e ampla defesa.Art. 48 e seguintes – procedimentos administrativos:

Art. 48.  Esta Lei regula os seguintes procedimentos administrativos instaurados para prevenção, apuração e repressão de infrações à ordem econômica: 

I - procedimento preparatório de inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica; 

II - inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica; III - processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à

ordem econômica; IV - processo administrativo para análise de ato de concentração econômica;  V - procedimento administrativo para apuração de ato de concentração econômica; e VI - processo administrativo para imposição de sanções processuais incidentais. 

Preparatório, apuração e aplicação de multa.Controle repressivo começa com:Inciso I – procedimento preparatório para apurar as infraçõesDepois do procedimento preparatório tem o inciso II:- inquérito para apurar as infrações.Depois tem o processo administrativo para:Inciso III - imposição de sanções por infrações à ordem econômica.CADE é um Tribunal.A Superintendência Geral – cabe a iniciativa dos processos todos: levanta os dados, toma conta da maior parte dos casos. Só leva ao Tribunal os casos necessários.Ex.: Unib-BH, UNa e PUc fazem uma combinação para ter um preço só.Sanções possíveis: art. 37 em diante.Inciso IV – Análise de ato de concentração. Se o ato de concentração, cumulativamente, uma empresa 750 milhões e a outra empresa 75 milhões. Cade tem que aprovar.Procedimento do CADE – Secretaria Geral faz uma análise preliminar, para ver se está havendo um ato de concentração. Às vezes, mesmo se enquadrando neste valor, as empresas não vão influenciar o mercado.Quando o CADE aprova, abre um edital para que a sociedade ou os concorrentes possam impugnar essa aprovação.Ex.: Tam compra a Gol. Vai ter análise do CADE. A superintendência geral faz a análise e diz que não há ato de concentração, aprova e publica um edital. A Azul e a Avianca podem impugnar a decisão do CADE. Aí fazem a apuração do ato de concentração, do Inciso V.Inciso V – Apuração de ato de concentração.Inciso VI – Processo administrativo para imposição de sanções incidentais.Questão incidental no processo – não é o objeto principal. As medidas cautelares: empresa está fazendo infrações.

Art. 37 tem 03 tipos de multas.

Art. 37. A prática de infração da ordem econômica sujeita os responsáveis às seguintes penas:

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I - no caso de empresa, multa de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do valor do faturamento bruto da empresa, grupo ou conglomerado obtido, no último exercício anterior à instauração do processo administrativo, no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infração, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação;

II - no caso das demais pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como quaisquer associações de entidades ou pessoas constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, que não exerçam atividade empresarial, não sendo possível utilizar-se o critério do valor do faturamento bruto, a multa será entre R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais);

III - no caso de administrador, direta ou indiretamente responsável pela infração cometida, quando comprovada a sua culpa ou dolo, multa de 1% (um por cento) a 20% (vinte por cento) daquela aplicada à empresa, no caso previsto no inciso I do caput deste artigo, ou às pessoas jurídicas ou entidades, nos casos previstos no inciso II do caput deste artigo.

§ 1o Em caso de reincidência, as multas cominadas serão aplicadas em dobro. § 2o No cálculo do valor da multa de que trata o inciso I do caput deste artigo, o Cade poderá

considerar o faturamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infração, definido pelo Cade, ou quando este for apresentado de forma incompleta e/ou não demonstrado de forma inequívoca e idônea.

Quem administra as entidades podem ser responsáveis pela infração, porém tem que provar culpa ou dolo dele.§ 1° - reincidência – multas aplicadas em dobro.

Tem outras sanções mais graves.

Art. 38. Sem prejuízo das penas cominadas no art. 37 desta Lei, quando assim exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público geral, poderão ser impostas as seguintes penas, isolada ou cumulativamente:

I - a publicação, em meia página e a expensas do infrator, em jornal indicado na decisão, de extrato da decisão condenatória, por 2 (dois) dias seguidos, de 1 (uma) a 3 (três) semanas consecutivas;

II - a proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e participar de licitação tendo por objeto aquisições, alienações, realização de obras e serviços, concessão de serviços públicos, na administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, bem como em entidades da administração indireta, por prazo não inferior a 5 (cinco) anos;

III - a inscrição do infrator no Cadastro Nacional de Defesa do Consumidor; IV - a recomendação aos órgãos públicos competentes para que: a) seja concedida licença compulsória de direito de propriedade intelectual de titularidade do

infrator, quando a infração estiver relacionada ao uso desse direito; b) não seja concedido ao infrator parcelamento de tributos federais por ele devidos ou para que

sejam cancelados, no todo ou em parte, incentivos fiscais ou subsídios públicos; V - a cisão de sociedade, transferência de controle societário, venda de ativos ou cessação

parcial de atividade; VI - a proibição de exercer o comércio em nome próprio ou como representante de pessoa

jurídica, pelo prazo de até 5 (cinco) anos; e VII - qualquer outro ato ou providência necessários para a eliminação dos efeitos nocivos à

ordem econômica.

Incisos I e III – princípio da publicidade.Inciso IV – violação do direito de propriedade intelectual.

a) Licença compulsória – quebra de patente. É um termo equivocado (não se quebra um papel). O direito é exclusivo. Porém, se o direito é mal usado, deixa de ter o “monopólio”. Era o que os laboratórios faziam com os remédios, colocando preços abusivos. O Governo concedeu licença compulsória para que um terceiro explore a

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patente e remunere o autor da patente, porque não é desapropriação do detentor legítimo da patente.

b) Proibição de parcelamento de tributos.

Inciso V – cisão de sociedade e cessação parcial de atividade.Inciso VI – proibição de exercer o comércio pelo prazo de 5 anos. Esse dispositivo pode ser questionado constitucionalmente.Inciso VII – eliminação dos efeitos nocivos à ordem econômica.

Ao processo administrativo, é aplicado subsidiariamente, as normas do CPC. Ou seja, se existir uma lacuna no processo administrativo, aplica-se o CPC. Art. 115 da Lei.

Art. 115.  Aplicam-se subsidiariamente aos processos administrativo e judicial previstos nesta Lei.

No Processo Administrativo, podem acontecer 03 coisas:

1 – Compromisso de cessação (art.85).Acordo no qual, quem está sendo investigado, durante o procedimento administrativo, suspende o processo administrativo, se o investigado “promete” parar com o processo.Isso parece com a “transação penal”. Para o procedimento investigatório, sem aplicação de pena.Esse compromisso consta de 03 coisas:§ 1° - Obrigação de não fazer e não fazer.- Se não cumprir, tem aplicação de multa.- Estipular o valor da multa.

Art. 85.  Nos procedimentos administrativos mencionados nos incisos I, II e III do art. 48 desta Lei, o Cade poderá tomar do representado compromisso de cessação da prática sob investigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre que, em juízo de conveniência e oportunidade, devidamente fundamentado, entender que atende aos interesses protegidos por lei. Interesses protegidos pela Lei = bens jurídicos tutelados: função social da propriedade privada, livre iniciativa, a livre concorrência e a repressão ao abuso do poder econômico, etc..Lei de Concorrência = não é o art. 170 da CF/88.§ 4° do Art. 173 da CF/88. Compromisso de cessação – vai gerar emprego, vai ter a função social da propriedade.

2 – Programa de Leniência (art. 86).Leniência = é o “famoso” dedo duro.Pode reduzir a pena de 1 a 2/3, se o infrator delatar os demais infratores.É a “delação premiada”.Ou seja, a Lei “ajuda” o bandido.

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3 – Acordo em ato de concentração (vetado) – Art. 92. Na Lei antiga, isso tinha um nome de “compromisso de desempenho”. Ou seja, é que as partes negociavam com o Cade uma saída para aprovação do ato de concentração. Aguillar tem uma posição – apesar do veto, é possível haver acordo em ato de concentração. Poder regulamentador das autarquias = a própria lei dá poder ao CADE, que tem o poder quase que legislativo.Composição de interesses para haver aprovação do ato de concentração.