direito e processo do trabalho prof.danilo gaspar 07 - direito e... · 07/05/2015 1 direito e...

12
07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Prof.Danilo Gaspar [email protected] 1. Introdução - Suspensão e interrupção do contrato de trabalho x suspensão e interrupção dos efeitos do contrato de trabalho - Efeitos do contrato de trabalho 2. Definição 2.1 Sustação do contrato de trabalho (dos efeitos do contrato de trabalho): a sustação do contrato de trabalho (dos efeitos do contrato de trabalho) constitui a paralisação temporária dos efeitos do trabalho ocorre quando um certo evento (fato juridicamente justificável) possui o condão de sustar, temporariamente, as principais obrigações a cargo de um ou de ambos os sujeitos do contrato de trabalho, mantendo-se, entretanto, preservado o contrato de trabalho. (Danilo Gaspar) 2.2 Interrupção do contrato de trabalho (dos efeitos do contrato de trabalho): “(...) paralisação temporária das obrigações principais a cargo do empregado, em virtude de um fato juridicamente justificável, sem ruptura do contrato de trabalho. (Danilo Gaspar) - Suspensão: “(...) paralisação temporária das obrigações principais a cargo dos sujeitos do contrato de trabalho, em virtude de um fato juridicamente justificável, sem ruptura do contrato de trabalho. (Danilo Gaspar) 2. Distinções entre Suspensão e Interrupção Interrupção Suspensão Paralisação temporária e unilateral dos efeitos do contrato de trabalho - paralisação temporária das obrigações principais a cargo do empregado. Paralisação temporária e bilateral dos efeitos do contrato de trabalho - paralisação temporária das obrigações principais a cargo dos sujeitos do contrato de trabalho (empregado e empregador). Período de paralisação temporária computado normalmente como tempo de serviço. Período de paralisação temporária não computado, como regra, como tempo de serviço.

Upload: others

Post on 29-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

1

DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO

ESTÁCIO-CERS

SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Prof.Danilo Gaspar

[email protected]

1. Introdução

- Suspensão e interrupção do contrato de trabalho xsuspensão e interrupção dos efeitos do contrato detrabalho

- Efeitos do contrato de trabalho

2. Definição

2.1 Sustação do contrato de trabalho (dos efeitos docontrato de trabalho): a sustação do contrato de trabalho(dos efeitos do contrato de trabalho) constitui aparalisação temporária dos efeitos do trabalho ocorrequando um certo evento (fato juridicamente justificável)possui o condão de sustar, temporariamente, as principaisobrigações a cargo de um ou de ambos os sujeitos docontrato de trabalho, mantendo-se, entretanto,preservado o contrato de trabalho. (Danilo Gaspar)

2.2 Interrupção do contrato de trabalho (dos efeitos docontrato de trabalho): “(...) paralisação temporária dasobrigações principais a cargo do empregado, em virtudede um fato juridicamente justificável, sem ruptura docontrato de trabalho. (Danilo Gaspar)

- Suspensão: “(...) paralisação temporária das obrigaçõesprincipais a cargo dos sujeitos do contrato de trabalho, emvirtude de um fato juridicamente justificável, sem rupturado contrato de trabalho. (Danilo Gaspar)

2. Distinções entre Suspensão e Interrupção

Interrupção SuspensãoParalisação temporária e unilateraldos efeitos do contrato de trabalho -paralisação temporária dasobrigações principais a cargo doempregado.

Paralisação temporária e bilateral dosefeitos do contrato de trabalho -paralisação temporária das obrigaçõesprincipais a cargo dos sujeitos do contratode trabalho (empregado e empregador).

Período de paralisação temporária computado normalmente como tempo de serviço.

Período de paralisação temporárianão computado, como regra, comotempo de serviço.

Page 2: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

2

3. Traços Comuns

- Paralisação transitória da prestação dos serviços- São assegurados ao empregado afastado, por ocasião desua volta, todas as vantagens que, em sua ausência,tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia naempresa (art. 471 da CLT)- Manutenção do vínculo contratual e, portanto, vedaçãode dissolução do contrato de trabalho por parte doempregador, salvo no caso de justa causa cometida peloobreiro ou extinção da empresa

Interrupção SuspensãoParalisação temporária da prestaçãodos serviços

Paralisação temporária da prestação dosserviços

Garantia de recebimento, na ocasião doretorno do empregado, de todas asvantagens que, em sua ausência, tenhamsido atribuídas à categoria a que pertenciana empresa – art. 471 da CLT

Garantia de recebimento, na ocasião doretorno do empregado, de todas as vantagensque, em sua ausência, tenham sido atribuídasà categoria a que pertencia na empresa – art.471 da CLT

Manutenção do vínculo contratual(preservação do contrato de trabalho) e,portanto, vedação de resilição do contratode trabalho por parte do empregador.

Manutenção do vínculo contratual(preservação do contrato de trabalho) e,portanto, vedação de resilição do contrato detrabalho por parte do empregador.

4. Hipóteses de Interrupção

a)Hipóteses Previstas no Artigo 473 da CLT

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviçosem prejuízo do salário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de28.2.1967)

I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento docônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declaradaem sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob suadependência econômica; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de28.2.1967)

II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; (Incisoincluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer daprimeira semana; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de28.2.1967)

IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doaçãovoluntária de sangue devidamente comprovada; (Inciso incluído peloDecreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor,nos têrmos da lei respectiva. (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de28.2.1967)

VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militarreferidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei doServiço Militar). (Incluído pelo Decreto-lei nº 757, de 12.8.1969)

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de examevestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. (Inciso incluídopela Lei nº 9.471, de 14.7.1997)

VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.(Incluído pela Lei nº 9.853, de 27.10.1999)

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representantede entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismointernacional do qual o Brasil seja membro. (Incluído pela Lei nº 11.304, de 2006)

I – licença luto – professor art. 320,§3º

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo dosalário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho eprevidência social, viva sob sua dependência econômica; (Inciso incluído peloDecreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Art. 320 - A remuneração dos professores será fixada pelo número de aulassemanais, na conformidade dos horários.

§ 3º - Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadaspor motivo de gala ou de luto em conseqüência de falecimento do cônjuge, do paiou mãe, ou de filho.

Page 3: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

3

TRT 03 - Trabalhador impedido de participar de enterro da mãe e dispensadono mesmo dia será indenizado (05/07/2013)

Nos termos do artigo 473, inciso I, da CLT, o empregado poderá deixar decomparecer ao serviço, sem prejuízo do salário, por até dois dias consecutivos,em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão oupessoa que, declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, vivasob sua dependência econômica. Isto, por si só, já garantiria ao reclamante odireito de comparecer aos funerais e enterro de sua mãe. Mas o patrão não oliberou. Mais que descumprir a legislação trabalhista, desrespeitou o momentode luto do empregado, causando-lhe dano moral.Com esse entendimento, a 5ª Turma do TRT-MG, por maioria, manteve asentença que deferiu ao trabalhador uma indenização no valor de R$ 5 milreais.

relator do recurso, juiz convocado Milton Vasques Thibau de Almeida, baseou adecisão no depoimento da testemunha, que contou que estava próxima doreclamante quando ele recebeu a ligação telefônica informando sobre ofalecimento de sua mãe. Segundo a testemunha, o colega pediu ao encarregado aliberação para comparecer no funeral e enterro da mãe, mas o pedido foi negado,sob o argumento de que havia muito serviço. O reclamante, então, procurou osupervisor, mas também não conseguiu a autorização. E o pior: no final da tarde foimandado embora do emprego. De acordo com a testemunha, o trabalhador ficoumuito abalado e chorou com a negativa de liberação de comparecimento aoenterro da mãe.

Na avaliação do relator, a situação não se enquadra como mera irregularidade daconduta patronal, que não permitiu que o empregado faltasse do serviço na formada lei. Isto poderia ser reparado com dinheiro ou com folgas compensatórias.

O caso é muito mais grave, pois envolve o desrespeito ao momento de lutodo empregado, diante da morte da mãe."Na situação em foco, a questãodeve ser analisada sob um ponto de vista mais abrangente, pois a empresadesrespeitou o momento de luto do reclamante, ignorando a últimaoportunidade que ele teria de se despedir da mãe, o que, por certo,aumentou o sofrimento causado pela dor da perda do ente querido",destacou o relator.

Neste caso, conforme observou no voto, o dano moral dispensacomprovação, pois é presumido. Por tudo isso, a sentença foi confirmada,inclusive quanto ao valor fixado para a indenização por dano moral.

(0001327-49.2012.5.03.0034 RO )

II – licença de gala – professor art. 320,§3º

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízodo salário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; (Inciso incluídopelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Art. 320 - A remuneração dos professores será fixada pelo número de aulassemanais, na conformidade dos horários.

§ 3º - Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltasverificadas por motivo de gala ou de luto em conseqüência de falecimento docônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.

III – licença paternidade

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo dosalário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;(Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Art. 7º, XIX, da CRFB/88 - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

Art. 10 do ADCT. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art.7º, I, da Constituição:

§ 1º - Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, oprazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias.

IV – doação de sangue

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo dosalário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntáriade sangue devidamente comprovada; (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de28.2.1967)

V – alistamento eleitoral

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo dosalário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termosda lei respectiva. (Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Page 4: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

4

Art. 48 da Lei n. 4.737/65 (Código Eleitoral). O empregado mediante comunicaçãocom 48 (quarenta e oito) horas de antecedência, poderá deixar de comparecer aoserviço, sem prejuízo do salário e por tempo não excedente a 2 (dois) dias, para ofim de se alistar eleitor ou requerer transferência.

VI – apresentação ao serviço militar obrigatório como reservista

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo dosalário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militarreferidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei doServiço Militar). (Incluído pelo Decreto-lei nº 757, de 12.8.1969)

Art 65 da Lei n. 4.375/64. Constituem deveres do Reservista:

c) apresentar-se, anualmente, no local e data que forem fixados, para fins deexercício de apresentação das reservas ou cerimônia cívica do Dia do Reservista;

VII – provas de vestibular

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo dosalário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de examevestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. (Inciso incluído pelaLei nº 9.471, de 14.7.1997)

VIII – comparecimento em Juízo, como parte ou testemunha > art. 822 da CLT eSúmula n. 155 do TST

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo dosalário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.(Incluído pela Lei nº 9.853, de 27.10.1999)

Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas aoserviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamentearroladas ou convocadas

Súmula nº 155 do TST AUSÊNCIA AO SERVIÇO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e21.11.2003 As horas em que o empregado falta ao serviço para comparecimentonecessário, como parte, à Justiça do Trabalho não serão descontadas de seussalários (ex-Prejulgado nº 30).

Art. 419, parágrafo único, do CPC/73 e Art. 463 do CPC/2015 - “O depoimentoprestado em juízo é considerado serviço público. A testemunha, quando sujeitaao regime da legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência,perda de salário nem desconto no tempo de serviço.

Arts. 441 e 459 do CPP - Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentosou salário do jurado sorteado que comparecer à sessão do júri / Art. 459.Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o disposto no art. 441deste Código

IX – dirigente sindical em reunião de organismo internacional

Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo dosalário: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante deentidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacionaldo qual o Brasil seja membro. (Incluído pela Lei nº 11.304, de 2006)

b) Afastamento por motivo de doença ou acidente de trabalho até o 30º dia,inclusive (art. 60, § 3º, Lei n 8.213/91 – Redação Dada Pela MP 664/2014, comvigência a partir do no primeiro dia do terceiro mês subseqüente à data depublicação, que ocorreu em 30/12/2014, ou seja, 01/03/2015)

“Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para seutrabalho ou sua atividade habitual, desde que cumprido, quando for o caso, operíodo de carência exigido nesta Lei:

I - ao segurado empregado, a partir do trigésimo primeiro dia do afastamento daatividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento ea data de entrada do requerimento decorrerem mais de quarenta e cinco dias; e

II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entradado requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias.

§ 3º Durante os primeiros trinta dias consecutivos ao do afastamento daatividade por motivo de doença ou de acidente de trabalho ou de qualquernatureza, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral.

c) Gozo de Férias (art. 130, §2º, da CLT)

§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.

Page 5: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

5

d) Repouso Semanal Remunerado e nos Feriados Civis e Religiosos (art. 7º, XV, daCRFB/88 e Lei n. 605/49)

e) Licença remunerada

f) Período em que não houver serviço na empresa, por culpa ou responsabilidade desta(art. 61,§3º, c/c art. 133, III, da CLT)

g) Faltas abonadas (art. 131, IV, CLT)

h) Representantes nas CCP (art. 625-B,§2º, CLT)

§ 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresaafastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador,sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.(Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)

i) Trabalho nas eleições (art. 98 da Lei n. 9.504/97)

Art. 98. Os eleitores nomeados para compor as Mesas Receptoras ou JuntasEleitorais e os requisitados para auxiliar seus trabalhos serão dispensados doserviço, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral, sem prejuízo do salário,vencimento ou qualquer outra vantagem, pelo dobro dos dias de convocação.

j) Representantes dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS

Art. 3º, § 7º, da Lei 8.036/90 As ausências ao trabalho dos representantes dostrabalhadores no Conselho Curador, decorrentes das atividades desse órgão, serãoabonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os finse efeitos legais.

l) Redução da jornada em caso de aviso prévio concedido pelo empregador

Art. 488 da CLT - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo doaviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2(duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral.

Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas)horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, semprejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) diascorridos, na hipótese do inciso lI do art. 487 desta Consolidação.

m) Intervalo dos serviços de mecanografia e digitação

Art. 72 da CLT - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia,escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalhoconsecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos daduração normal de trabalho.

Súmula Nº 346 do TST - DIGITADOR. INTERVALOS INTRAJORNADA. APLICAÇÃOANALÓGICA DO ART. 72 DA CLT

Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aostrabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo),razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90(noventa) de trabalho consecutivo.

n) Intervalo do trabalho em minas de subsolo

Art. 298 - Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, seráobrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para repouso, a qual será computadana duração normal de trabalho efetivo.

o) Intervalo em câmaras frias

Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas epara os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio evice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo,será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esseintervalo como de trabalho efetivo.

Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, oque for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial doMinistério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus).

SÚM-438 DO TST. INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO EMPREGADO.AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT. APLICAÇÃOANALÓGICA - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nostermos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmarafrigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT.

Page 6: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

6

p) Intervalo para amamentação

Art. 396 da CLT - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis)meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois)descansos especiais, de meia hora cada um.

Parágrafo único - Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) mesespoderá ser dilatado, a critério da autoridade competente.

q) Lockout

Art. 17 da Lei n. 7.783/89: a prática do lockout assegura aos trabalhadores “o direitoà percepção dos salários durante o período de paralisação”.

r) Afastamento por questão de segurança nacional durante os primeiros 90(noventa) dias

Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviçomilitar, ou de outro encargo público, não constituirá motivo para alteraçãoou rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador.

§ 3º - Ocorrendo motivo relevante de interesse para a segurança nacional,poderá a autoridade competente solicitar o afastamento do empregado doserviço ou do local de trabalho, sem que se configure a suspensão docontrato de trabalho. (Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966)

§ 4º - O afastamento a que se refere o parágrafo anterior será solicitadopela autoridade competente diretamente ao empregador, em representaçãofundamentada com audiência da Procuradoria Regional do Trabalho, queprovidenciará desde logo a instauração do competente inquéritoadministrativo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966)

§ 5º - Durante os primeiros 90 (noventa) dias desse afastamento, oempregado continuará percebendo sua remuneração. (Incluído peloDecreto-lei nº 3, de 27.1.1966)

5. Hipóteses de Suspensão

5.1. Por motivo alheio à vontade do empregado

a) Afastamento por motivo de doença a partir do 31º dia no caso de empregadocomum e a partir do 01º dia no caso de empregado doméstico

Empregado Comum

Art. 60 da Lei n. 8.213/91 (com redação dada pela MP 664/2014). O auxílio-doençaserá devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou sua atividadehabitual, desde que cumprido, quando for o caso, o período de carência exigidonesta Lei:

I - ao segurado empregado, a partir do trigésimo primeiro dia doafastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento,se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorreremmais de quarenta e cinco dias; e

Empregado doméstico

“Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitadopara seu trabalho ou sua atividade habitual, desde que cumprido, quando foro caso, o período de carência exigido nesta Lei:

II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data deentrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trintadias.

b) Aposentadoria por invalidez

Art. 475 da CLT - O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso oseu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência socialpara a efetivação do benefício.

Art. 42 da Lei n. 8.213/91. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida,quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Art. 47 da Lei n. 8.213/91. Verificada a recuperação da capacidade de trabalhodo aposentado por invalidez, será observado o seguinte procedimento:

Page 7: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

7

I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da datado início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que aantecedeu sem interrupção, o benefício cessará:

a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar àfunção que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma dalegislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificadode capacidade fornecido pela Previdência Social; ou

b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doençaou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados;

II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ouainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso doqual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta àatividade:

a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que forverificada a recuperação da capacidade;

b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no período seguinte de 6 (seis)meses;

c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6(seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente

Súmula n. Nº 160 do TST - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Cancelada aaposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o trabalhador terádireito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei. Ex-prejulgado nº 37.

Apenas como registro histórico, importante destacar o teor da Súmula 217do STF, contemplando entendimento diverso, que não mais prevalece: “Temdireito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa doempregador, o aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de5 (cinco) anos a contar da aposentadoria, que se torna definitiva após esseprazo”.

c) Serviço militar obrigatório (art. 472 da CLT)

Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviçomilitar, ou de outro encargo público, não constituirá motivo para alteraçãoou rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador.

§ 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qualse afastou em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público,é indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por telegramaou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados dadata em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a queestava obrigado.

5.2. Por motivo lícito atribuído ao empregado

a) Greve (art. 7º da Lei n. 7.783/89)

Art. 7º Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação emgreve suspende o contrato de trabalho, devendo as relaçõesobrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção,laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.

b) Encargo público não obrigatório (art. 472 da CLT)

Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências doserviço militar, ou de outro encargo público, não constituirá motivopara alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte doempregador.

§ 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargodo qual se afastou em virtude de exigências do serviço militar ou deencargo público, é indispensável que notifique o empregador dessaintenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximode 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectivabaixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado.

Page 8: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

8

c) Mandato sindical (art. 543,§2º, CLT)

Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ourepresentação profissional, inclusive junto a órgão de deliberaçãocoletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nemtransferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível odesempenho das suas atribuições sindicais. (Redação dada peloDecreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 2º - Considera-se de licença não remunerada, salvo assentimentoda empresa ou cláusula contratual, o tempo em que o empregado seausentar do trabalho no desempenho das funções a que se refere esteartigo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

d) Afastamento do cargo efetivo para desempenho de posto de direção desociedade anônima – Súmula n. 269 do TST.

Súmula nº 269 do TST - DIRETOR ELEITO. CÔMPUTO DO PERÍODO COMO TEMPO DESERVIÇO - O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivocontrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desseperíodo, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação deemprego.

e) Licença sem remuneração concedida pelo empregador a pedido do empregado

f) Afastamento para qualificação profissional do trabalhador em cursooferecido/custeado pelo empregado, mediante previsão em negociação coletiva(art. 476-A da CLT)

> Período de 02 a 05 meses, a depender do tempo do curso (art. 476-A, caput, CLT),prazo máximo este que pode ser prorrogado pelo tempo que durar o curso (art. 476-A,§7º, CLT)

Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois acinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificaçãoprofissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensãocontratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho eaquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471 destaConsolidação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

§ 7o O prazo limite fixado no caput poderá ser prorrogado mediante convenção ouacordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que oempregador arque com o ônus correspondente ao valor da bolsa de qualificaçãoprofissional, no respectivo período.

> Necessidade de previsão em norma coletiva e autorização por escrito peloempregado

Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois acinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificaçãoprofissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensãocontratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho eaquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471 destaConsolidação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

> O empregador deve notificar o Sindicato, com antecedência mínima de 15 dias, dasuspensão (art. 476-A,§1º, CLT)

§ 1o Após a autorização concedida por intermédio de convenção ou acordocoletivo, o empregador deverá notificar o respectivo sindicato, comantecedência mínima de quinze dias da suspensão contratual.

> O contrato não poderá ser suspenso mais de uma vez, pelo mesmo motivo,no período de 16 meses (art. 476-A,§2º, CLT)

§ 2o O contrato de trabalho não poderá ser suspenso em conformidadecom o disposto no caput deste artigo mais de uma vez no período dedezesseis meses.

> O empregador poderá conceder uma ajuda compensatória mensal aoempregado, parcela esta que não possui natureza salarial (art. 476-A, §3º,CLT)

§ 3o O empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal,sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual nos termos docaput deste artigo, com valor a ser definido em convenção ou acordo coletivo.

> O empregado recebe, do Estado, uma bolsa qualificação profissional, provenientede recursos do FAT (art. 2º-A da Lei n. 7.998/90)

Art. 2o-A. da Lei n. 7.998/90 - Para efeito do disposto no inciso II do art. 2o, ficainstituída a bolsa de qualificação profissional, a ser custeada pelo Fundo de Amparoao Trabalhador - FAT, à qual fará jus o trabalhador que estiver com o contrato detrabalho suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificaçãoprofissional oferecido pelo empregador, em conformidade com o disposto emconvenção ou acordo coletivo celebrado para este fim.

Page 9: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

9

> Se o prazo máximo for prorrogado, o empregador deve arcar com esta bolsaqualificação profissional durante o prazo restante (art. 476-A,§7º, CLT)

§ 7o O prazo limite fixado no caput poderá ser prorrogado mediante convenção ouacordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que oempregador arque com o ônus correspondente ao valor da bolsa de qualificaçãoprofissional, no respectivo período.

> O empregador pode estender a ajuda-alimentação concedida através do PAT peloperíodo máximo de 05 meses (art. 2º,§3º, da Lei n. 6.321/76)

Art. 2º, § 3º, da Lei n. 6.321/76 - As pessoas jurídicas beneficiárias do PAT poderãoestender o benefício previsto nesse Programa aos empregados que estejam com contratosuspenso para participação em curso ou programa de qualificação profissional, limitadaessa extensão ao período de cinco meses. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41,de 2001)

> Se ocorrer dispensa do empregado no decorrer do curso ou nos 03 meses após oretorno ao trabalho, o empregador pagará, além das parcelas rescisórias, uma multaa ser estabelecida em negociação coletiva, no valor mínimo de 100% do valor daúltima remuneração antes da suspensão do contrato (art. 476-A,§5º, CLT)

§ 5o Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensãocontratual ou nos três meses subseqüentes ao seu retorno ao trabalho, oempregador pagará ao empregado, além das parcelas indenizatórias previstas nalegislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo,sendo de, no mínimo, cem por cento sobre o valor da última remuneração mensalanterior à suspensão do contrato.

> Se durante a suspensão o empregado trabalhar ou não for ministrado o curso, asuspensão fica descaracterizada (art. 476-A,§6º, da CLT)

§ 6o Se durante a suspensão do contrato não for ministrado o curso ou programade qualificação profissional, ou o empregado permanecer trabalhando para oempregador, ficará descaracterizada a suspensão, sujeitando o empregador aopagamento imediato dos salários e dos encargos sociais referentes ao período, àspenalidades cabíveis previstas na legislação em vigor, bem como às sançõesprevistas em convenção ou acordo coletivo.

g) Preservação da integridade física e psicológica da mulher em situação de violênciadoméstica e familiar: art. 9º,§2º, II, Lei n. 11.340/2006 – Lei Maria da Penha

Art. 9º,§ 2º, II, da Lei n. 11.340/2006 - O juiz assegurará à mulher em situação deviolência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local detrabalho, por até seis meses.

h) Licença maternidade de 120 dias em caso de parto (evento ocorrido a partir da23ª semana) - art. 7º, XVIII, C.F 88

> previsão normativa

Art. 7º, XVIII, da CRFB/88

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração decento e vinte dias;

Art. 392 da CLT

Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento evinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. (Redação dada pela Lei nº 10.421,15.4.2002)

§ 1o A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador dadata do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º(vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste. (Redação dada pela Lei nº10.421, 15.4.2002)

§ 2o Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de2 (duas) semanas cada um, mediante atestado médico.(Redação dada pela Lei nº10.421, 15.4.2002)

§ 3o Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte)dias previstos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.421, 15.4.2002)

> conceito de parto

Art. 294. Da IN 45/10 do INSS

§ 3º Para fins de concessão do salário-maternidade, considera-separto o evento ocorrido a partir da vigésima terceira semana (sextomês) de gestação, inclusive em caso de natimorto.

> pagamento de salário-maternidade

Page 10: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

10

Empregada comum

benefício pago diretamente pelo empregador – art. 72, §1º, da Lei n.8.213/91

Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadoraavulsa consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração integral.(Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

§ 1o Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectivaempregada gestante, efetivando-se a compensação, observado o disposto noart. 248 da Constituição Federal, quando do recolhimento das contribuiçõesincidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos oucreditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.

Empregada doméstica

benefício pago diretamente pelo INSS - art. 73, I, da Lei n. 8.213/91

Art. 73. Assegurado o valor de um salário-mínimo, o salário-maternidade para as demais seguradas, pago diretamente pelaPrevidência Social, consistirá: (Redação dada pela Lei nº 10.710, de5.8.2003)

I - em um valor correspondente ao do seu último salário-de-contribuição, para a segurada empregada doméstica;

Trabalhadora avulsa

benefício pago diretamente pelo INSS – art. 72, §3º, da Lei n.8.213/91

§ 3o O salário-maternidade devido à trabalhadora avulsa e àempregada do microempreendedor individual de que trata o art.18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006,será pago diretamente pela Previdência Social.

> adoção ou guarda judicial: benefício pago diretamentepelo INSS – art. 71-A da Lei n. 8.213/91; proporcionalidadereferida pelo artigo 71-A da Lei n. 8.213/91 derrubada pelaLei n. 12.010/2009 que revogou os§§ 1º a 3º do art. 392-A da CLT

Art. 392-A da CLT

Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins deadoção de criança será concedida licença-maternidade nos termos do art.392. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)

§ 4o A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação dotermo judicial de guarda à adotante ou guardiã. (Incluído pela Lei nº 10.421,15.4.2002)

§ 5o A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade a apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ouempregada.

Art. 71-A da Lei n. 8.213/91

Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou obtiverguarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade peloperíodo de 120 (cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)

§ 1o O salário-maternidade de que trata este artigo será pago diretamente pelaPrevidência Social. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)

§ 2o Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe biológica e o dispostono art. 71-B, não poderá ser concedido o benefício a mais de um segurado,decorrente do mesmo processo de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges oucompanheiros estejam submetidos a Regime Próprio de Previdência Social.

Page 11: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

11

Falecimento e cônjuge sobrevivente

Art. 71-B da Lei n. 8.213/91. No caso de falecimento da segurada ousegurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, obenefício será pago, por todo o período ou pelo tempo restante a queteria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha aqualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seuabandono, observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade.(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

§ 1o O pagamento do benefício de que trata o caput deverá ser requeridoaté o último dia do prazo previsto para o término do salário-maternidadeoriginário. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

§ 2o O benefício de que trata o caput será pago diretamente pela PrevidênciaSocial durante o período entre a data do óbito e o último dia do término do salário-maternidade originário e será calculado sobre: (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

I - a remuneração integral, para o empregado e trabalhador avulso; (Incluído pela Leinº 12.873, de 2013)

II - o último salário-de-contribuição, para o empregado doméstico; (Incluído pela Leinº 12.873, de 2013)

III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos salários de contribuição,apurados em um período não superior a 15 (quinze) meses, para o contribuinteindividual, facultativo e desempregado; e (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

IV - o valor do salário mínimo, para o segurado especial. (Incluído pela Lei nº 12.873,de 2013)

§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao segurado que adotar ou obtiver guardajudicial para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

Art. 392-B. da CLT - Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge oucompanheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença-maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso defalecimento do filho ou de seu abandono.

Art. 392-C. da CLT Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A e 392-B aoempregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção.

> Necessidade de afastamento do trabalho

Art. 71-C da Lei n. 8.213/91. A percepção do salário-maternidade, inclusive o previsto no art.71-B, está condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividadedesempenhada, sob pena de suspensão do benefício.

> A Lei n. 11.770/2008 autorizou a prorrogação da licença-maternidade em mais 60 dias, nocaso das pessoas jurídicas que aderirem ao Programa Empresa Cidadã

Art. 1º da Lei n. 11.770/2008 É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogarpor 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do caput doart. 7o da Constituição Federal.§ 1o A prorrogação será garantida à empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa,desde que a empregada a requeira até o final do primeiro mês após o parto, e concedidaimediatamente após a fruição da licença-maternidade de que trata o inciso XVIII do caput doart. 7º da Constituição Federal.

§ 2o A prorrogação será garantida, na mesma proporção, também à empregada que adotarou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.

5.3. Por motivo ilícito atribuído ao empregado

- Suspensão disciplinar (art. 474 da CLT)

- Suspensão do empregado estável para instauração de inquérito para apuração defalta grave, sendo julgada procedente a ação de inquérito (art. 494 da CLT; Súmulas197 e 403 do STF)

5.4. Exceções quanto aos efeitos da suspensão contratual

- Como regra, durante o período de suspensão, susta-se, reciprocamente, asobrigações contratuais principais

- Excepcionalmente, a Lei mantém algumas obrigações contratuais principais a cargodo empregador, nos casos a seguir:

> Suspensão por acidente de trabalho ou doença ocupacional: manutenção dorecolhimento do FGTS (art. 15,§5º, da Lei n. 8.036/90); contagem do tempo deserviço (art. 4º, par. único, CLT); computo do tempo de afastamento, desde quenão superior a 06 meses, no período aquisitivo de férias (art. 133, IV, CLT)

> Prestação de Serviço Militar obrigatório: manutenção do recolhimento doFGTS ((art. 15,§5º, da Lei n. 8.036/90); contagem do tempo de serviço (art. 4º,par. único, CLT); computo para fins de período aquisitivo de férias, desde que otrabalhador retorne ao trabalho dentro de 90 dias da respectiva baixa (art. 132da CLT)

- Licença-maternidade: manutenção do recolhimento do FGTS (art. 28, IV, doDecreto n. 99.684/90)

Page 12: DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO Prof.Danilo Gaspar 07 - Direito e... · 07/05/2015 1 DIREITO E PROCESSO DO TRABALHO ESTÁCIO-CERS SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

07/05/2015

12

5.5. Prazo para retorno após a suspensão

- O retorno deve ser imediato

- A Lei não traz um prazo máximo de tolerância, aplicando-se o prazode 30 dias previsto na Súmula n. 32 do TST e no art. 472,§1º, CLT

6. Suspensão de interrupção nos contratos a termo

6.1. Ausência de Prorrogação do Contrato a Termo

- Nem a suspensão nem a interrupção afetam a fluência do prazo do contrato atermo. Logo, o tempo de afastamento só será deduzido da contagem do prazo, paraa respectiva terminação, se assim acordarem as partes (art. 472,§2º da CLT)

- Para esta linha doutrinária e de acordo com a redação da CLT, os fatoresinterruptivos e suspensivos não obstam a cessação contratual no termo finalpreestabelecido

- Não há, nesse caso, alargamento do prazo contratual inicial, extinguindo-se ocontrato, normalmente, quando do alcance do seu termo final inicialmente fixado

6.2. Prorrogação da cessação do contrato em face dos fatores suspensivos ouinterruptivos

- Para esta linha interpretativa, as causas interruptivas e suspensivasprorrogam a cessação do contrato a termo para o primeiro dia após acessação da causa interruptiva ou suspensiva

- Busca evitar que o contrato se encerre com o trabalhador ainda afastado

- A interpretação decorre da leitura combinada dos arts. 471 e 472, §2º,ambos da CLT

6.3. Ausência de Contagem do prazo de afastamento

- Essa possibilidade é trazida pelo art. 472, §2º, da CLT, desde que acordado pelaspartes

- Nessa hipótese, o prazo de afastamento soma-se ao prazo original do contrato,dilatando-o proporcionalmente após o retorno do trabalhador

6.4. Afastamento em caso de acidente de trabalho ou doença ocupacional

O trabalhador, mesmo admitido através de um contrato a termo, é beneficiárioinclusive da garantia de emprego prevista no art. 118 da Lei n. 8.213/91

- Consolidação deste entendimento no item III da Súmula n. 378 do TST (set/2012)

- Necessidade de manutenção do plano de saúde (Súmula n.

6.5. Afastamento em caso de gravidez nos contratos a termo

- Súmula n. 244, III, TST

7. Prescrição durante a suspensão e a interrupção

- OJ n. 375 da SDI-1 do TST

OJ-SDI1-375 AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DOCONTRATO DE TRABALHO. PRESCRIÇÃO. CONTAGEM (DEJT divulgado em 19, 20 e22.04.2010)

A suspensão do contrato de trabalho, em virtude da percepção do auxílio-doença ouda aposentadoria por invalidez, não impede a fluência da prescrição quinquenal,ressalvada a hipótese de absoluta impossibilidade de acesso ao Judiciário.