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    Direito e Legislao

    Professor Mateus Silveira

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    Direito e Legislao

    Constituio do Estado do Paran

    PREMBULO

    Ns, representantes do povo paranaense, reu-nidos em Assembleia Constituinte para instituir o ordenamento bsico do Estado, em consonn-cia com os fundamentos, objetivos e princpios expressos na Constituio da Repblica Fede-rativa do Brasil, promulgamos, sob a proteo de Deus, a seguinte Constituio do Estado do Paran.

    TTULO I

    Da Organizao do Estado e dos Municpios

    CAPTULO I DA ORGANIZAO DO ESTADO

    Seo I DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 1 O Estado do Paran, integrado de for-ma indissolvel Repblica Federativa do Bra-sil, proclama e assegura o Estado democrtico, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais, do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo poltico e tem por princpios e ob-jetivos:

    I o respeito unidade da Federao, a esta Constituio, Constituio Federal e

    inviolabilidade dos direitos e garantias fun-damentais por ela estabelecidos;

    II a defesa dos direitos humanos;

    III a defesa da igualdade e o consequente combate a qualquer forma de discrimina-o;

    IV a garantia da aplicao da justia, de-vendo prover diretamente o custeio da gra-tuidade processual aos reconhecidamente pobres, nos termos da lei;

    V a busca permanente do desenvolvimen-to e da justia social;

    VI a prestao eficiente dos servios pbli-cos, garantida a modicidade das tarifas;

    VII o respeito incondicional moralidade e probidade administrativas;

    VIII a colaborao e a cooperao com os demais entes que integram a Federao;

    IX a defesa do meio ambiente e da quali-dade de vida.

    Art. 2 A soberania popular ser exercida pelo sufrgio universal e pelo voto direto e secreto, nos termos desta Constituio e da lei, e me-diante:

    I plebiscito;

    II referendo;

    III iniciativa popular.

    Art. 3 mantida a integridade territorial do Estado, que s poder ser alterada mediante

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    aprovao de sua populao, por meio de ple-biscito, e por lei complementar federal.

    Art. 4 A organizao poltico-administrativa do Estado compreende os Municpios, regidos por leis orgnicas prprias, observados os princpios da Constituio Federal e desta.

    Art. 5 A cidade de Curitiba a Capital do Esta-do e nela os Poderes tm sua sede.

    Pargrafo nico. A Capital somente poder ser mudada mediante lei complementar e aps consulta plebiscitria.

    Art. 6 O Estado adota como smbolos, alm dos nacionais, a Bandeira, o Hino, o Braso de Ar-mas e o Sinete.

    Art. 7 So Poderes do Estado, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.

    Pargrafo nico. Salvo as excees previs-tas nesta Constituio, vedado a qualquer dos poderes delegar atribuies, sendo que quem for investido na funo de um deles no poder exercer a de outro.

    Art. 8 Incluem-se entre os bens do Estado:

    I as reas, nas ilhas ocenicas e costeiras, que estiverem em seu domnio, excludas aquelas sob o domnio da Unio, dos Muni-cpios ou de terceiros;

    II as ilhas fluviais e lacustres e as terras de-volutas situadas em seu territrio, no per-tencentes Unio;

    III as guas superficiais ou subterrneas, fluentes, emergentes e em depsitos, res-salvadas, neste caso, na forma da lei, as de-correntes de obras da Unio;

    IV os rendimentos decorrentes das ativi-dades e servios de sua competncia e da explorao dos bens imveis de se domnio.

    Art. 9 Cabe ao Estado explorar, diretamente ou mediante concesso, a ser outorgada aps lici-tao pblica, os servios locais de gs canaliza-do na forma da Lei.

    Art. 10. Os bens imveis do Estado no podem ser objeto de doao ou de utilizao gratuita, salvo, e mediante lei, se o beneficirio for pes-soa jurdica de direito pblico interno, rgo ou fundao de sua administrao indireta ou en-tidade de assistncia social sem fins lucrativos, declarada de utilidade pblica, ou para fins de assentamentos de carter social.

    Pargrafo nico. A alienao, a ttulo one-roso, de bens imveis do Estado depende-r de autorizao prvia da Assembleia Le-gislativa e ser precedida de concorrncia pblica, a qual ser dispensada quando o adquirente for uma das pessoas jurdicas de direito pblico interno, referidas neste arti-go, ou para fins de assentamentos de car-ter social.

    Seo II DA COMPETNCIA DO ESTADO

    Art. 11. O Estado exerce em seu territrio toda a competncia que no lhe seja vedada pela Constituio Federal.

    Art. 12. competncia do Estado, em comum com a Unio e os Municpios:

    I zelar pela guarda da Constituio, das leis e das instituies democrticas e con-servar o patrimnio pblico;

    II cuidar da sade e assistncia pblica, da proteo e garantia das pessoas portadoras de deficincia;

    III proteger os documentos, as obras e ou-tros bens de valor histrico, artstico e cul-tural, os monumentos, as paisagens natu-rais notveis e os stios arqueolgicos;

    IV impedir a evaso, a destruio e a des-caracterizao de obras de arte e de outros bens de valor histrico, artstico ou cultural;

    V proporcionar os meios de acesso cul-tura, educao e cincia;

    VI proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas;

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    VII preservar as florestas, a fauna e a flora;

    VIII fomentar a produo agropecuria e organizar o abastecimento alimentar;

    IX promover programas de construo de moradias e a melhoria das condies habi-tacionais e de saneamento bsico;

    X combater as causas da pobreza e os fa-tores de marginalizao, promovendo a in-tegrao social dos setores desfavorecidos;

    XI registrar, acompanhar e fiscalizar as concesses de direitos de pesquisa e explo-rao de recursos hdricos e minerais em seu territrio;

    XII estabelecer e implantar poltica de educao para a segurana do trnsito.

    Pargrafo nico. A cooperao entre o Es-tado, a Unio e os Municpios ser definida em lei complementar e visar ao equilbrio do desenvolvimento e do bem-estar no m-bito estadual e municipal.

    Art. 13. Compete ao Estado, concorrentemente com a Unio, legislar sobre:

    I direito tributrio, financeiro, penitenci-rio, econmico e urbanstico;

    II oramento;

    III juntas comerciais;

    IV custas dos servios forenses;

    V produo e consumo;

    VI florestas, caa, pesca, fauna, conserva-o da natureza, defesa do solo e dos recur-sos naturais, proteo ao meio ambiente e controle da poluio;

    VII proteo do patrimnio histrico, cul-tural, artstico, turstico e paisagstico;

    VIII responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor e a bens e direi-tos de valor artstico, esttico, histrico, tu-rstico e paisagstico;

    IX educao, cultura, ensino e desportos;

    X criao, competncia, composio e funcionamento dos juizados especiais de que trata o art. 109 desta Constituio, ob-servado o disposto no art. 98, I, da Consti-tuio Federal;

    XI procedimentos em matria processual;

    XII previdncia social, proteo e defesa da sade;

    XIII assistncia jurdica e defensoria pbli-ca;

    XIV proteo e integrao social das pes-soas portadoras de deficincia;

    XV proteo infncia e juventude;

    XVI organizao, garantias, direitos e de-veres da Polcia Civil.

    1 O Estado, no exerccio de sua compe-tncia suplementar, observar as normas gerais estabelecidas pela Unio.

    2 Inexistindo lei federal sobre as normas gerais, o Estado poder exercer competn-cia legislativa plena para atender s suas peculiaridades.

    3 A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei es-tadual, no que lhe for contrrio.

    Art. 14. O Estado do Paran poder celebrar convnios com entidades de direito pblico ou privado, para a realizao de obras ou servios.

    CAPTULO II DA ORGANIZAO MUNICIPAL

    Seo IDAS DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 15. Os municpios gozam de autonomia, nos termos previstos pela Constituio Federal e por esta Constituio.

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    Art. 16. O municpio reger-se- por lei orgni-ca, votada em dois turnos, com interstcio mni-mo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da Cmara Municipal, que a promul-gar, atendidos os princpios estabelecidos na Constituio Federal, nesta Constituio e os se-guintes preceitos:

    I eleio do Prefeito e Vice-Prefeito, entre eleitores inscritos maiores de vinte e um anos, e dos Vereadores, entre maiores de dezoito anos, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultneo, em todo Pas;

    II eleio do Prefeito e do Vice-Prefeito, noventa dias antes do trmino do mandato daqueles a que devem suceder, aplicadas as regras do art. 77 da Constituio Federal no caso de Municpios com mais de duzentos mil eleitores;

    III os Prefeitos ou quem os houver suce-dido ou substitudo no curso dos mandatos podero ser reeleitos para um nico pero-do subsequente;

    IV posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1 de janeiro do ano subsequente ao da eleio;

    V nmero de Vereadores proporcional populao do Municpio, obedecidos os se-guintes limites: (Aplicao da CF art. 29, IV, alneas "a" at "x")

    a) at quinze mil habitantes, nove Vereado-res;

    b) de quinze mil e um a trinta mil habitan-tes, onze Vereadores;

    c) de trinta mil e um a cinquenta mil habi-tantes, treze Vereadores;

    d) de cinquenta mil e um a setenta mil habi-tantes, quinze Vereadores;

    e) de setenta mil e um a noventa mil habi-tantes, dezessete Vereadores;

    f) de noventa mil e um a cento e vinte mil habitantes, dezenove Vereadores;

    g) de cento e vinte mil e um a um milho de habitantes, vinte e um Vereadores;

    h) de um milho e um a um milho e qui-nhentos mil habitantes, trinta e cinco Vere-adores;

    i) de um milho e quinhentos mil e um a dois milhes de habitantes, trinta e sete Ve-readores;

    j) de dois milhes e um a dois milhes e qui-nhentos mil habitantes, trinta e nove Vere-adores;

    l) de dois milhes e quinhentos mil e um a cinco milhes de habitantes, quarenta e um Vereadores;

    m) mnimo de quarenta e dois e mximo de cinquenta e cinco nos municpios de mais de cinco milhes de habitantes.

    VI subsdios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretrios Municipais fixados por lei de iniciativa da Cmara Municipal, observa-do o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III e 153, 2, I, da Constituio Federal; (CF art. 29, V).

    VII subsdios dos Vereadores fixado por lei de iniciativa da Cmara Municipal, na razo de 75% (setenta e cinco por cento), daquele estabelecido, em espcie, para os Deputa-dos Estaduais, observado o que dispem os arts. 39, 4, 57, 7, 150, II, 153, III, e 153, 2, I, da Constituio Federal; (CF art. 29, VI).

    VIII o total da despesa com a remunera-o dos Vereadores no poder ultrapassar o montante de 5%, cinco por cento, da re-ceita do municpio;

    IX inviolabilidade dos Vereadores por suas opinies, palavras e votos no exerccio do mandato e na circunscrio do Municpio;

    X proibies e incompatibilidades, no exerccio da vereana, similares, no que couber, ao disposto na Constituio Federal, para os membros do Congresso Nacional, e

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    nesta Constituio, para os membros da As-sembleia Legislativa;

    XI julgamento do Prefeito perante o Tribu-nal de Justia;

    XII organizao das funes legislativas e fiscalizadoras da Cmara Municipal;

    XIII cooperao das associaes represen-tativas no planejamento municipal;

    XIV iniciativa popular de projetos de lei de interesse especfico do Municpio, da cida-de ou de bairros, atravs de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

    XV perda do mandato do Prefeito, nos ter-mos do art. 28, 1 da Constituio Federal.

    Art. 17. Compete aos Municpios:

    I legislar sobre assuntos de interesse local;

    II suplementar a legislao federal e a es-tadual no que couber;

    III instituir e arrecadar os tributos de sua competncia, bem como aplicar suas ren-das, sem prejuzo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

    IV criar, organizar e suprimir distritos, ob-servada a lei estadual;

    V organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concesso ou permisso, os servios pblicos de interesse local, inclu-do o de transporte coletivo, que tem carter essencial;

    VI manter, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do Estado, programas de educao pr-escolar, de educao espe-cial e de ensino fundamental;

    VII prestar, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do Estado, servios de atendimento sade da populao;

    VIII promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planeja-

    mento e controle do uso, do parcelamento e da ocupao do solo urbano;

    IX promover a proteo do patrimnio histrico-cultural local, observada a legisla-o e a ao fiscalizadora federal e estadual;

    X garantir a defesa do meio ambiente e da qualidade de vida;

    XI instituir guardas municipais incumbidas da proteo de seus bens, servios e instala-es, na forma da lei.

    Art. 18. A fiscalizao do Municpio ser exerci-da pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

    1 O controle externo da Cmara Muni-cipal ser exercido com o auxlio do Tribu-nal de Contas do Estado, competindo-lhe, no que couber, o disposto no art. 75 desta Constituio.

    2 O parecer prvio, emitido pelo rgo competente, sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, s deixar de pre-valecer por deciso de dois teros da Cma-ra Municipal.

    3 As contas dos Municpios ficaro, a cada ano, durante sessenta dias, nas Cma-ras Municipais, disposio de qualquer contribuinte, para exame e apreciao, o qual poder questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

    4 vedada a criao de tribunais, conse-lhos ou rgos de contas municipais.

    5 As Cmaras Municipais elegero o r-go oficial do Municpio para a publicao das leis.

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    Seo II DA CRIAO, INCORPORAO, FUSO E DESMEMBRAMENTO

    DE MUNICPIOS

    Art. 19. Lei complementar estadual dispor so-bre a criao, a incorporao, a fuso e o des-membramento de Municpios.

    1 Os seguintes requisitos sero observa-dos na criao de Municpios:

    I efetivao por lei estadual;

    II a criao, incorporao, fuso e des-membramento de municpio far-se-o por Lei Estadual, dentro do perodo determina-do por lei complementar federal e depende-ro de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dos municpios envolvidos, aps a divulgao dos estudos de viabilida-de municipal, apresentados e publicados na forma da lei;

    III preservao da continuidade e da uni-dade histrico-cultural do ambiente urba-no;

    IV no-constituio de rea encravada no Municpio de origem.

    2 O procedimento de criao, incorpo-rao, fuso e desmembramento de Muni-cpios ter incio mediante representao dirigida Assembleia Legislativa, subscrita por 100 eleitores das reas interessadas, devidamente identificados.

    3 O projeto de criao, incorporao, fuso e desmembramento de Municpios apresentar a rea da unidade proposta em divisas claras, precisas e contnuas.

    4 A aprovao do eleitorado, prevista no 1, II, deste artigo, dar-se- pelo voto da maioria simples, exigindo-se o compareci-mento da maioria absoluta do eleitorado.

    5 Se o comparecimento do eleitorado no tiver sido suficiente ou o resultado do plebiscito for desfavorvel proposio,

    esta no poder ser renovada na mesma sesso legislativa.

    Seo IIIDA INTERVENO DO ESTADO

    NOS MUNICPIOS

    Art. 20. O Estado no intervir nos Municpios, exceto quando:

    I deixar de ser paga, sem motivo de fora maior, por dois anos consecutivos, a dvida fundada;

    II no forem prestadas as contas devidas, na forma da lei;

    III no tiver sido aplicado o mnimo exigi-do da receita municipal na manuteno e desenvolvimento do ensino;

    IV o Tribunal de Justia der provimento a representao para assegurar a observncia de princpios indicados na Constituio do Estado, ou para prover a execuo de lei, de ordem ou de deciso judicial.

    1 A interveno ser decretada pelo Go-vernador, de ofcio, ou mediante solicitao da Cmara Municipal, aprovada pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, ou do Tribunal de Contas do Estado, depen-dendo sua execuo de prvia apreciao e aprovao da Assembleia Legislativa, no prazo de vinte e quatro horas.

    2 Aprovada a interveno, o Governador nomear o interventor, que assumir seus encargos perante a Mesa Executiva da C-mara Municipal ou, se for o caso, perante a autoridade judiciria competente, median-te a prestao do compromisso de cumprir as Constituies Federal e Estadual, obser-var as leis e os limites do decreto interven-tivo, para bem e lealmente desempenhar as funes de seu encargo extraordinrio.

    3 Se a Assembleia Legislativa estiver em recesso, a mesma ser convocada extraordi-nariamente, em vinte e quatro horas.

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    4 O interventor prestar contas de sua administrao Cmara Municipal e ao Tri-bunal de Contas, nas mesmas condies es-tabelecidas para o Prefeito Municipal.

    5 No caso do inciso IV deste artigo, dis-pensada a apreciao pela Assembleia Le-gislativa, o decreto limitar-se- a suspender a execuo do ato impugnado, se essa me-dida bastar ao restabelecimento da norma-lidade.

    6 Cessados os motivos da interveno, as autoridades afastadas de seus cargos a es-ses retornaro, salvo impedimento legal.

    CAPTULO III DAS REGIES METROPOLITANAS,

    AGLOMERAES URBANAS E MICRORREGIES

    Art. 21. O Estado instituir, mediante lei com-plementar, regies metropolitanas, aglomera-es urbanas e microrregies, constitudas por agrupamentos de Municpios limtrofes, para integrar a organizao, o planejamento e a exe-cuo de funes pblicas de interesse comum, assegurando-se a participao dos Municpios envolvidos e da sociedade civil organizada na gesto regional.

    Art. 22. O planejamento das regies metropo-litanas, aglomeraes urbanas e microrregies dever adequar-se s diretrizes de desenvolvi-mento do Estado.

    Art. 23. facultada a criao, mediante lei, de rgos ou entidades de apoio tcnico de mbito regional, para organizar, planejar e executar as funes pblicas de interesse comum.

    Art. 24. Para a organizao, planejamento e execuo das funes pblicas de interesse co-mum, no mbito das regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, sero destinados recursos financeiros do Estado e dos Municpios integrantes, previstos nos respecti-vos oramentos anuais.

    Art. 25. Podero os Municpios, com anuncia e fiscalizao das respectivas Cmaras Municipais, tendo em vista interesses mtuos, associar-se e conceder servio pblico, para utilizao con-junta, a qualquer entidade com personalidade jurdica prpria, direo autnoma e finalidade especfica.

    Art. 26. Sero institudos, por lei complementar, mecanismos de compensao financeira para os Municpios que sofrerem diminuio ou perda da receita, por atribuies e funes decorren-tes do planejamento regional.

    1 Os Municpios que, atravs de norma estadual, receberem restries ao seu de-senvolvimento socioeconmico, limitaes ambientais ou urbansticas, em virtude de possurem mananciais de gua potvel que abastecem outros Municpios, ou por se-rem depositrios finais de resduos slidos metropolitanos, absorvendo aterros sanit-rios, tero direito compensao financeira mensal.

    1 Os recursos da compensao de que tra-ta este pargrafo devero ser integralizados diretamente aos Municpios pelas conces-sionrias de servios pblicos cuja atividade se beneficie das restries, na proporo de 10% (dez por cento) do valor do metro cbi-co de gua extrada do manancial ou bacia hidrogrfica e de 10% (dez por cento) do va-lor da tonelada de lixo depositada, levando--se em conta os seguintes critrios:

    a) somente tero direito a compensao financeira, na hiptese de mananciais, os Municpios com restries legais de uso, su-periores a 75% (setenta e cinco por cento) em seus territrios;

    b) quando o aproveitamento do potencial de abastecimento constante da alnea an-terior atingir mais de um Municpio, a dis-tribuio dos percentuais ser proporcional, levando-se em considerao, dentre outros parmetros regulamentados na forma do caput deste artigo, o tamanho das reas de captao, o volume captado, o impacto am-

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    biental, social, econmico e o interesse p-blico regional;

    c) os recursos da compensao devero ser aplicados pelos Municpios, em programas de urbanizao, de desenvolvimento social e de preservao do meio ambiente.

    2 A compensao tratada no pargrafo primeiro no depender de lei complemen-tar e ter eficcia imediata.

    TTULO II

    Da Administrao Pblica

    CAPTULO I DISPOSIES GERAIS

    Art. 27. A administrao pblica direta, indireta e fundacional, de qualquer dos Poderes do Es-tado e dos Municpios obedecer aos princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade, pu-blicidade, razoabilidade, eficincia, motivao, economicidade e, tambm, ao seguinte:

    I os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos brasileiros que preen-cham os requisitos estabelecidos em lei, as-sim como aos estrangeiros, na forma da lei;

    II a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e comple-xidade do cargo ou emprego, na forma pre-vista em lei, respeitada a ordem de classifi-cao, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso;

    III o prazo de validade do concurso pblico ser de at dois anos, prorrogvel, uma vez, por igual perodo;

    IV durante o prazo previsto no edital de convocao, respeitado o disposto no item anterior, os aprovados em concurso pblico

    de provas ou de provas e ttulos sero con-vocados, com prioridade sobre novos con-cursados para assumir cargo ou emprego;

    V as funes de confiana exercidas ex-clusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comisso a se-rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condies e percentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia e assessora-mento;

    VI garantido ao servidor pblico civil, es-tadual e municipal, o direito livre associa-o sindical;

    VII o direito de greve ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei espe-cfica;

    VIII a lei reservar percentual dos cargos e empregos pblicos para as pessoas por-tadoras de deficincia e definir os critrios de sua admisso;

    IX lei complementar estabelecer os casos de contratao, por tempo determinado, para atender necessidade temporria de excepcional interesse pblico, atendidos os seguintes princpios:

    a) realizao de teste seletivo, ressalvados os casos de calamidade pblica;

    b) contrato com prazo mximo de dois anos;

    X a remunerao dos servidores pblicos e o subsdio de que trata o 4 do art. 39 da Constituio Federal, somente podero ser fixados ou alterados por lei especfica, ob-servada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada reviso anual, sempre na mes-ma data e sem distino de ndices;

    XI a remunerao e o subsdio dos ocu-pantes de cargos, funes e empregos p-blicos da administrao direta, autrquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes dos Estados e dos Municpios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes polticos e os proventos,

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    penses ou outras espcies remunerat-rias, percebidos cumulativamente ou no, includas as vantagens pessoais de qualquer natureza, no podero exceder o subsdio mensal, em espcie, dos Ministros do Su-premo Tribunal Federal;

    XII os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judicirio no po-dero ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

    XIII vedada a vinculao ou equiparao de quaisquer espcies remuneratria para o efeito de remunerao de pessoal do servi-o pblico;

    XIV os acrscimos pecunirios percebidos por servidor pblico no sero computados nem acumulados, para fins de concesso de acrscimos ulteriores;

    XV o subsdio e os vencimentos dos ocu-pantes de cargos e empregos pblicos so irredutveis, ressalvados o disposto nos in-cisos XI e XIV deste artigo e nos arts 39 4, 150, II, 153, III e 153, 2, I da Constituio Federal;

    XVI vedada a acumulao remunerada de cargos pblicos, exceto quando houver compatibilidade de horrios, observados em qualquer caso o disposto no inciso XI:

    a) a de dois cargos de professor;

    b) a de um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico;

    c) a de dois cargos privativos de mdico;

    XVII a proibio de acumular estende-se a empregos e funes e abrange autarquias, fundaes e empresas pblicas, socieda-des de economia mista, suas subsidirias e sociedades controladas, direta ou indireta-mente, pelo Poder Pblico;

    XVIII somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a institui-o de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo

    lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao;

    XIX depende de autorizao legislativa a transformao, fuso, ciso, incorporao, extino e privatizao e, em cada caso, a criao de subsidirias das entidades men-cionadas no inciso anterior, assim como a participao de qualquer delas em empresa privada;

    XX ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante pro-cesso de licitao que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam as obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, a qual per-mitir somente as exigncias de qualificao tcnico-econmica indispensveis garan-tia do cumprimento das obrigaes;

    XXI alm dos requisitos mencionados no inciso anterior, o rgo licitante dever, nos processos licitatrios, estabelecer preo mximo das obras, servios, compras e alie-naes a serem contratados;

    XXII as obras, servios, compras e aliena-es contratados de forma parcelada, com o fim de burlar a obrigatoriedade do pro-cesso de licitao pblica, sero considera-dos atos fraudulentos, passveis de anula-o, por eles respondendo os autores, civil, administrativa e criminalmente, na forma da lei;

    XXIII a admisso nas empresas pblicas, sociedades de economia mista, fundaes e autarquias da administrao indireta es-tadual depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos.

    1 A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, infor-mativo ou de orientao social, dela no po-dendo constar nomes, smbolos ou imagens

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    que caracterizem promoo pessoal de au-toridades ou servidores pblicos.

    2 Semestralmente, a administrao dire-ta, indireta e fundacional, publicar, no Di-rio Oficial, relatrio das despesas realizadas com a propaganda e a publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas, especificando os nomes dos veculos publi-citrios.

    3 A no observncia do disposto nos inci-sos II, III, IV, VIII, IX e XXII deste artigo impli-car a nulidade do ato e a punio da auto-ridade responsvel, nos termos da lei.

    4 A lei disciplinar as formas de partici-pao do usurio na Administrao Pblica direta e indireta, regulando especialmente:

    I as reclamaes relativas a prestao dos servios pblicos em geral, asseguradas a manuteno de servios de atendimento ao usurio e a avaliao peridica, externa e interna, da qualidade dos servios;

    II o acesso dos usurios a registros admi-nistrativo e a informaes sobre atos de Go-verno observado o disposto no art. 5, X e XXXIII da Constituio Federal;

    III a disciplina da representao contra o exerccio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou funo na administrao pbli-ca.

    5 Os atos de improbidade administrativa importaro na suspenso dos direitos pol-ticos, na perda da funo pblica, na indis-ponibilidade de bens e no ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei federal, sem prejuzo da ao penal cabvel.

    6 As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servi-os pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa.

    7 Os vencimentos dos servidores estadu-ais devem ser pagos at o ltimo dia do ms vencido, corrigindo-se os seus valores, se tal prazo for ultrapassado.

    8 A sonegao e o fornecimento incom-pleto ou incorreto ou a demora na presta-o de informaes pblicas importam em responsabilidade, punvel na forma da lei.

    9 As contas da administrao pblica direta, fundaes, autarquias, empresas pblicas e sociedades de economia mista ficaro, durante sessenta dias, anualmente, em local prprio da Assembleia Legislativa, disposio, para exame e apreciao, de qualquer contribuinte, o qual poder ques-tionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

    10. O servidor aposentado, no exerccio de mandato eletivo, de cargo em comisso ou quando contratado para prestao de servios pblicos, poder perceber a remu-nerao dessas atividades cumulada com os proventos da aposentadoria, observado o disposto no art. 35, 11, desta Constitui-o.

    11. Nos concursos pblicos promovidos pela Administrao Pblica, no haver pro-va oral de carter eliminatrio, ressalvada a prova didtica para os cargos do Magistrio.

    12. A lei dispor sobre os requisitos e as restries ao ocupante de cargo ou empre-go da Administrao direta e indireta que possibilite o acesso a informaes privile-giadas.

    13. A autonomia gerencial, oramentria e financeira dos rgos e entidades da ad-ministrao direta e indireta poder ser am-pliada mediante contrato de gesto, a ser firmado entre seus administradores e o Po-der Pblico, que tenha por objeto a fixao de metas de desempenho para o rgo ou entidade, cabendo lei dispor sobre:

    I o prazo de durao de contrato;

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    II os controles e critrios de avaliao de desempenho, direitos, obrigaes e respon-sabilidades dos dirigentes;

    III a remunerao do pessoal.

    14. O disposto no inciso XI deste artigo aplica-se s empresas pblicas e s socieda-des de economia mista e suas subsidirias que receberem recursos da Unio, dos Es-tados, do Distrito Federal ou dos municpios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

    15. vedada a percepo simultnea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 da Constitui-o Federal com a remunerao de cargo, emprego ou funo pblica, ressalvados os cargos acumulveis na forma desta Consti-tuio, os cargos eletivos e os cargos em co-misso declarados em lei de livre nomeao e exonerao.

    16. O direito de regresso dever ser exer-cido aps o trnsito em julgado da sentena condenatria, caso no tenha sido promovi-da a denunciao lide.

    Art. 28. Ao servidor pblico da administrao direta, autrquica e fundacional, no exerccio de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-sies:

    I tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, ficar afastado de seu cargo, emprego ou funo;

    II investido no mandato de Prefeito ser afastado do cargo, emprego ou funo, sen-do-lhe facultado optar pela sua remunera-o;

    III investido no mandato de Vereador e havendo compatibilidade de horrios, per-ceber as vantagens de seu cargo, emprego ou funo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo e, no havendo compatibilida-de, ser aplicada a norma do inciso anterior;

    IV em qualquer caso que exija o afasta-mento para o exerccio de mandato eletivo,

    seu tempo de servio ser contado para to-dos os efeitos legais, exceto para promoo por merecimento;

    V para efeito de benefcios previdenci-rios, no caso de afastamento, os valores sero determinados como se no exerccio estivesse.

    Art. 29. Nenhum servidor poder ser diretor ou integrar conselho de empresa fornecedora, ou que realize qualquer modalidade de contrato com o Estado, sob pena de demisso do servio pblico.

    Art. 30. As empresas, sob controle do Estado, as autarquias e as fundaes por ele constitudas tero, no mnimo, um representante dos seus servidores na diretoria, na forma que a lei esta-belecer.

    Art. 31. Ao Estado vedado celebrar contrato com empresas que comprovadamente desres-peitarem normas de segurana, de medicina do trabalho e de preservao do meio ambiente.

    Art. 32. A lei instituir o registro obrigatrio de bens e valores pertencentes ao patrimnio das pessoas que assumirem cargo, funo ou em-prego na administrao direta, indireta e funda-cional.

    CAPTULO II DOS SERVIDORES PBLICOS CIVIS

    Art. 33. O Estado e os Municpios instituiro conselho de poltica de administrao e remu-nerao de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.

    1 A fixao dos padres de vencimentos dos demais componentes do sistema remu-neratrio observar:

    I a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;

    II os requisitos para a investidura;

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    III as peculiaridades dos cargos;

    IV sistema de mritos objetivamente apu-rados para ingresso no servio e desenvolvi-mento na carreira;

    V remunerao adequada complexidade e responsabilidade das tarefas e capacita-o profissional;

    VI tratamento uniforme aos servidores pblicos, no que se refere concesso de ndices de reajuste ou outros tratamentos remuneratrios ou desenvolvimento nas carreiras.

    2 O Estado manter escola de governo para a formao e o aperfeioamento dos servidores pblicos, constituindo-se a parti-cipao nos cursos um dos requisitos para a promoo na carreira, facultada, para isso, a celebrao de convnios ou contratos entre os entes federados.

    3 Aplica-se aos servidores ocupantes de cargos pblicos o disposto no art. 7, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, da Constituio Federal, poden-do a lei estabelecer requisitos diferenciados de admisso quando a natureza do cargo o exigir.

    4 O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo e os Secretrios Estaduais e Municipais sero remunerados exclusiva-mente por subsdio fixado em parcela ni-ca, vedado o acrscimo de qualquer grati-ficao, adicional, abono, prmio, verba de representao ou outra espcie remunera-tria, obedecido, em qualquer caso, o dis-posto no art. 27, X e XI desta Constituio.

    5 A lei poder estabelecer a relao en-tre a maior e a menor remunerao dos ser-vidores pblicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 27, XI, desta Cons-tituio.

    6 Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju-dicirio publicaro anualmente os valores

    do subsdio e da remunerao dos cargos e empregos pblicos.

    7 Leis estadual e municipal disciplinaro a aplicao de recursos oramentrios pro-venientes de economia com despesas cor-rentes em cada rgo, autarquia e funda-es, para aplicao no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, moderni-zao, reaparelhamento e racionalizao do servio pblico, inclusive sob a forma de adicional ou prmio de produtividade.

    8 A remunerao dos servidores pblicos organizados em carreira poder ser fixada nos termos do 4 deste artigo.

    9 Lei complementar estabelecer a orga-nizao, as atribuies e o estatuto das car-reiras exclusivas do Estado.

    10. A remunerao, sob a forma de sub-sdio passa a ser fixada com a diferena de 5% de uma para outra classe, aos servidores pblicos integrantes da Carreira Jurdica Es-pecial de Advogado dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio do Estado do Paran, obedecendo ao disposto no 4 do artigo 39 da Constituio Federal, observado, o contido nos incisos X, XI e XV do artigo 27 desta Constituio.

    Art. 34. So direitos dos servidores pblicos, en-tre outros:

    I vencimentos ou proventos no inferiores ao salrio mnimo;

    II irredutibilidade do subsdio e dos ven-cimentos dos ocupantes de cargo e empre-go pblico, ressalvado o que dispe o artigo 37, XV, da Constituio Federal;

    III garantia de vencimento nunca inferior ao salrio mnimo para os que percebem re-munerao varivel;

    IV dcimo terceiro vencimento com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria;

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    V remunerao do trabalho noturno supe-rior do diurno;

    VI salrio-famlia pago em razo do de-pendente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

    VII durao da jornada normal do traba-lho no superior a oito horas dirias e qua-renta horas semanais, facultada a compen-sao de horrio e reduo de jornada, nos termos da lei;

    VIII repouso semanal remunerado;

    IX remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinquenta por cen-to do normal;

    X gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que a re-munerao normal, vedada a transforma-o do perodo de frias em tempo de ser-vio;

    XI licena gestante, sem prejuzo do car-go ou emprego e dos vencimentos ou sub-sdios, com a durao de cento e vinte dias;

    XII licena-paternidade, nos termos fixados em lei;

    XIII proteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos termos da lei;

    XIV reduo dos riscos inerentes ao traba-lho por meio de normas de sade, higiene e segurana;

    XV adicional de remunerao para as ati-vidades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

    XVI proibio de diferena de vencimen-tos, de exerccio de funes e de critrios de admisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

    XVII adicionais por tempo de servio, na forma que a lei estabelecer;

    XVIII assistncia e previdncia sociais, ex-tensivas aos dependentes e ao cnjuge;

    XIX gratificao pelo exerccio de funo de chefia e assessoramento;

    XX promoo, observando-se rigorosa-mente os critrios de antiguidade e mere-cimento.

    Art. 35. Aos servidores pblicos titulares de car-gos efetivos do Estado e dos Municpios, inclu-das suas autarquias e fundaes, assegurado regime de previdncia de carter contributivo observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

    I por invalidez permanente, sendo os pro-ventos proporcionais ao tempo de contri-buio, exceto se decorrente de acidente em servio, molstia profissional ou doena grave, contagiosa ou incurvel, especificada em lei;

    II compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuio;

    III voluntariamente, desde que cumprido tempo mnimo de dez anos de efetivo exer-ccio no servio pblico e cinco anos no car-go efetivo em que se dar a aposentadoria observadas as seguintes condies:

    a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuio, se homem, e cinquenta e cin-co anos de idade e trinta de contribuio, se mulher;

    b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-mem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuio.

    1 Os servidores de abrangidos pelo regi-me de previdncia de que trata este artigo sero aposentados, calculados os seus pro-ventos a partir dos valores fixados na forma do 3 deste artigo.

    2 Os proventos da aposentadoria e as penses, por ocasio de sua concesso, no

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    podero exceder a remunerao do respec-tivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refe-rncia para a concesso da penso.

    3 Os proventos da aposentadoria, por ocasio da concesso, sero calculados com base na remunerao do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, correspondero totalidade da remunerao.

    4 vedada a adoo de requisitos e cri-trios diferenciados para a concesso de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os ca-sos de atividades exercidas exclusivamente sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica definidos em lei complementar.

    5 Os requisitos de idade e de tempo de contribuio sero reduzidos em cinco anos, em relao ao disposto no 1, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exerccio das funes de magistrio na educao infantil e no ensino fundamental e mdio.

    6 Ressalvadas as aposentadorias decor-rentes de cargos acumulveis na forma des-ta Constituio, vedada a percepo de mais de uma aposentadoria conta do regi-me de previdncia de que trata este artigo.

    7 Lei dispor sobre a concesso do bene-fcio da penso por morte, que ser igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou ao valor de proventos a que teria direito o servidor em atividade na data de seu faleci-mento, observado o disposto no 3 deste artigo.

    8 Observado o disposto no art. 27, XI, desta Constituio os proventos de aposen-tadoria e as penses sero revistos na mes-ma proporo e na mesma data, sempre que se modificar a remunerao dos servi-dores em atividade, sendo tambm esten-didos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefcios ou vantagens poste-

    riormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassificao do cargo ou funo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referncia para a conces-so da penso, na forma da lei.

    9 O tempo de contribuio federal, esta-dual ou municipal ser contado para efeito de aposentadoria e o tempo de servio cor-respondente para efeito de disponibilidade.

    10. A lei no poder estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribui-o fictcio.

    11. Aplica-se o limite fixado no art. 27, XI desta Constituio soma total dos pro-ventos da inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulao de cargos ou empregos pblicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuio para o re-gime geral de previdncia social, e ao mon-tante resultante da adio de proventos de inatividade com remunerao de cargo acu-mulvel na forma desta Constituio, cargo em comisso declarado em lei de livre no-meao e exonerao, e de cargo eletivo.

    12. Alm do disposto neste artigo, o regi-me de previdncia dos servidores pblicos titulares de cargo efetivo observar, no que couber, os requisitos e critrios fixados para o regime geral de previdncia social.

    13. Ao servidor ocupante, exclusivamen-te, de cargo em comisso, bem como de ou-tro cargo temporrio ou de emprego pbli-co, aplica-se o regime geral de previdncia social.

    14. O Estado e os Municpios, desde que instituam regime de previdncia comple-mentar para os seus respectivos servido-res titulares de cargo efetivo, podero fixar, para o valor das aposentadorias e penses a serem concedidas pelo regime de que tra-ta este artigo, o limite mximo estabelecido para os benefcios do regime geral de pre-vidncia social de que trata o art. 201 da Constituio Federal.

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    15. Observado o disposto no art. 202 da Constituio Federal, lei complementar dis-por sobre as normas gerais para a institui-o de regime de previdncia complemen-tar pelo Estado e Municpio, para atender aos seus respectivos servidores titulares de cargos efetivos.

    16. Somente mediante sua prvia e ex-pressa opo, o disposto nos 14 e 15 poder ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no servio pblico at a data da publicao do ato de instituio do corres-pondente regime de previdncia comple-mentar.

    Art. 36. So estveis, aps trs anos de efetivo exerccio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso p-blico.

    1 O servidor pblico estvel s perder o car-go:

    I em virtude de sentena judicial transita-da em julgado;

    II mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

    III mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho, na forma de lei complementar federal, assegurada ampla defesa.

    2 Invalidada por sentena judicial a de-misso do servidor estvel, ser ele reinte-grado, e o eventual ocupante da vaga, se es-tvel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizao, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-munerao proporcional ao tempo de ser-vio.

    3 Extinto o cargo ou declarada a sua des-necessidade, o servidor estvel ficar em disponibilidade, com remunerao propor-cional ao tempo de servio, at seu adequa-do aproveitamento em outro cargo.

    4 Como condio para a aquisio da es-tabilidade, obrigatria a avaliao especial

    de desempenho por comisso instituda para essa finalidade.

    Art. 37. Ao servidor pblico eleito para cargo de direo sindical so assegurados todos os direitos inerentes ao cargo, a partir do registro da candidatura e at um ano aps o trmino do mandato, ainda que na condio de suplente, salvo se ocorrer exonerao nos termos da lei.

    1 So assegurados os mesmos direitos, at um ano aps a eleio, aos candidatos no eleitos.

    2 facultado ao servidor pblico, eleito para a direo de sindicato ou associao de classe, o afastamento do seu cargo, sem prejuzo dos vencimentos, vantagens e as-censo funcional, na forma que a lei esta-belecer.

    Art. 38. Ao servidor ser assegurada remoo para o domiclio da famlia, se o cnjuge tam-bm for servidor pblico, ou se a natureza do seu emprego assim o exigir, na forma da lei.

    Art. 39. vedada a contratao de servios de terceiros para a realizao de atividades que possam ser regularmente exercidas por servido-res pblicos, bem como para cobrana de dbi-tos tributrios do Estado e dos Municpios.

    Art. 40. vedada a participao de servidores pblicos no produto da arrecadao de tributos e multas, inclusive da dvida ativa.

    Art. 41. assegurada, nos termos da lei, a par-ticipao paritria de servidores pblicos na ge-rncia de fundos e entidades para as quais con-tribuem.

    Art. 42. O Estado promover o bem-estar social e o aperfeioamento fsico e intelectual dos ser-vidores pblicos e de suas famlias.

    1 O Estado manter instituio destina-da a concesso e manuteno de benefcios previdencirios e de atendimento sade dos servidores titulares de cargos efetivos, includos os membros do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico, do Tribunal de con-

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    tas, os serventurios da justia e os milita-res estaduais.

    2 Toda prestao de servios de assistn-cia e a concesso de benefcios de previdn-cia, destinada aos servidores do Estado e seus dependentes s poder ser concedida, majorada ou estendida mediante efetiva contribuio.

    3 O cnjuge ou companheiro de servi-dora, ou o cnjuge ou a companheira de servidor segurados so considerados seus dependentes e tero direito penso previ-denciria, na forma da lei.

    4 A inscrio ao rgo de previdncia e assistncia dos servidores de que trata o 1 obrigatria, sendo a contribuio social do Estado e de seus servidores devidas na forma e percentual fixados em lei, separan-do-se as contribuies para a previdncia e para a assistncia.

    Art. 43. vedada a cesso de servidores pbli-cos da administrao direta ou indireta do Esta-do empresas ou entidades privadas.

    Art. 44. (Revogado pela Emenda Constitucional 13 de 10/12/2001)

    CAPTULO III DOS MILITARES ESTADUAIS

    Art. 45. So servidores militares estaduais os in-tegrantes da Polcia Militar e do Corpo de Bom-beiros Militar.

    1 O militar estadual da ativa que aceitar cargo ou emprego pblico civil permanente ser transferido para a reserva, nos termos da lei.

    2 O militar estadual da ativa que, de acor-do com a lei, tomar posse em cargo, empre-go ou funo pblica civil temporria, no eletiva, ainda que da administrao indire-ta, ficar agregado ao respectivo quadro e somente poder, enquanto permanecer

    nessa situao, ser promovido por antigui-dade, contando-se-lhe o tempo de servio apenas para aquela promoo e transfern-cia para a reserva, sendo depois de 2 (dois) anos de afastamento, contnuos ou no, transferido para a reserva remunerada, nos termos da lei.

    3 So vedadas ao militar estadual a sin-dicalizao, a greve e, enquanto em efetivo servio, a filiao a partido poltico.

    4 O oficial da Polcia Militar s perder o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatvel, por deciso do tribunal competente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra.

    5 O oficial da Polcia Militar condenado na justia comum ou militar pena priva-tiva de liberdade superior a dois anos, por sentena transitada em julgado, ser sub-metido ao julgamento previsto no pargrafo anterior.

    6 A lei dispor sobre os direitos, os de-veres, as garantias e as vantagens dos mili-tares estaduais, bem como sobre as normas de ingresso, acesso carreira, estabilidade, limites de idade, condies de transferncia para a inatividade e outras situaes pecu-liares.

    7 Aplica-se aos militares estaduais a que se refere este artigo e seus pensionistas o disposto no art. 35, 2, 3 e 4, desta Constituio.

    8 Aplica-se aos militares estaduais o dis-posto nos art. 27, XI, XIII, XIV, e XV e 34, II, IV, VI, X, XI, XII, XVII, XVIII e XX desta Consti-tuio.

    9 Aplica-se aos militares estaduais, alm do que vier a se fixado em lei, as disposi-es dos artigos 14, 8, 40, 9, 142, 2 e 3 da Constituio Federal, cabendo a lei estadual especfica dispor sobre as matrias do artigo 142, 3, X, sendo as patentes ofi-ciais conferidas pelo Governador do Estado.

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    10. Aos militares e a seus pensionistas aplica-se o disposto no art. 40, 7 e 8 da Constituio Federal.

    11. A lei dispor sobre a remunerao do trabalho em locais especiais e de risco de vida e sade.

    12. So direitos do militar estadual:

    I foro competente de primeira e segunda instncias para o julgamento de crimes mili-tares definidos em lei;

    II soldo da classe inicial de soldado nun-ca inferior ao salrio mnimo fixado em lei, assegurando-se a diferenciao decorrente do escalonamento hierrquico.

    13. Aplica-se ao servidor militar estadual a legislao penal militar.

    14. Aplica-se aos militares estaduais, alm do disposto em lei, as disposies dos arti-gos 33, 2, 38, 39, 40, 41 e 42, 2 e 3 desta Constituio.

    15. A Polcia Militar e o Corpo de Bombei-ros do Estado do Paran passam a perceber remunerao sob a forma de subsdio, em parcela nica, em observncia ao contido no 4 do artigo 39, em face do que dispe o 9 do artigo 44, ambos da Constituio Federal.

    CAPTULO IV DA SEGURANA PBLICA

    Art. 46. A segurana Pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos exercida, para a preservao da ordem pblica e incolu-midade das pessoas e do patrimnio, pelos se-guintes rgos:

    I Polcia Civil;

    II Polcia Militar;

    III Polcia Cientfica.

    Pargrafo nico: O Corpo de Bombeiros integrante da Polcia Militar.

    Art. 47. A Polcia Civil, dirigida por delegado de polcia, preferencialmente da classe mais elevada da carreira, instituio permanen-te e essencial funo da Segurana Pbli-ca, com incumbncia de exercer as funes de polcia judiciria e as apuraes das in-fraes penais, exceto as militares.

    1 A funo policial civil fundamenta-se na hierarquia e disciplina.

    2 O Conselho da Polcia Civil rgo con-sultivo, normativo e deliberativo, para fins de controle do ingresso, ascenso funcio-nal, hierarquia e regime disciplinar das car-reiras policiais civis.

    3 Os cargos policiais civis sero providos mediante concurso pblico de provas e t-tulos, observado o disposto na legislao especfica.

    4 O cargo de Delegado de Polcia integra, para todos os fins, as carreiras jurdicas do Estado.

    5 A remunerao dos delegados e po-liciais civis passa a ser fi xada na forma de subsdio, em parcela nica, conforme dis-pe o 4 do art. 39 da Constituio Fede-ral em face do que dispe o 9 do art. 144 da Constituio Federal, observado o dis-posto nos incisos X, XI e XV do art. 27 e dos 4, 5 e 6 do art. 33 da Constituio do Estado do Paran.

    Art. 48. Polcia Militar, fora estadual, institui-o permanente e regular, organizada com base na hierarquia e disciplina militares, cabe a pol-cia ostensiva, a preservao da ordem pblica, a execuo de atividades de defesa civil, preven-o e combate a incndio, buscas, salvamentos e socorros pblicos, o policiamento de trnsito urbano e rodovirio, de florestas e de manan-ciais, alm de outras formas e funes definidas em lei.

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    Pargrafo nico. As patentes, com prerro-gativas, direitos e deveres a elas inerentes, so asseguradas em toda sua plenitude aos oficiais da ativa, reserva ou reformados da Polcia Militar, sendo-lhes privativos os ttu-los, uniformes militares e postos at o coro-nel.

    Art. 49. A Polcia Militar, comandada por oficial da ativa do ltimo posto, fora auxiliar e reser-va do Exrcito, e a Polcia Civil subordinam-se ao Governador do Estado e sero regidas por legislao especial, que definir suas estruturas, competncias, bem como direitos, garantias, deveres e prerrogativas de seus integrantes, de maneira a assegurar a eficincia de suas ativida-des.

    Art. 50. A Polcia Cientfica, com estrutura pr-pria, incumbida das percias de criminalstica e mdico-legais e de outras atividades tcnicas congneres, ser dirigida por perito oficial de carreira da classe mais elevada, na forma da lei.

    1 A funo policial cientfica fundamen-ta-se na hierarquia e disciplina.

    2 O Conselho da Polcia Cientfica rgo consultivo, normativo e deliberativo, para fins de controle do ingresso, ascenso fun-cional, hierarquia e regime disciplinar das carreiras policiais cientficas.

    3 Os cargos da Polcia Cientfica sero providos mediante concurso pblico de pro-vas e ttulos, observando o disposto na le-gislao especifica.

    Art. 51. A preveno de eventos desastrosos, o socorro e a assistncia aos atingidos por tais eventos e a recuperao dos danos causados se-ro coordenados pela Defesa Civil, que dispor de:

    I organizao sistmica, dela fazendo par-te os rgos pblicos estaduais, podendo integrar suas aes os municipais e federais, os classistas, entidades assistenciais, clubes de servio, a imprensa, autoridades eclesi-sticas e a comunidade em geral;

    II coordenadoria estadual vinculada ao ga-binete do Governador do Estado.

    TTULO III

    Da Organizao dos Poderes

    CAPTULO I DO PODER LEGISLATIVO

    Seo I DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

    Art. 52. O Poder Legislativo exercido pela As-sembleia Legislativa, constituda de represen-tantes do povo, eleitos pelo sistema propor-cional, por voto direto e secreto, observadas as seguintes condies de elegibilidade:

    I nacionalidade brasileira;

    II pleno exerccio dos direitos polticos;

    III alistamento eleitoral;

    IV domiclio eleitoral na circunscrio do Estado;

    V filiao partidria;

    VI idade mnima de vinte e um anos.

    Pargrafo nico. Cada legislatura ter dura-o de quatro anos.

    Seo IIDAS ATRIBUIES DA

    ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

    Art. 53. Cabe Assembleia Legislativa, com a sano do Governador do Estado, a qual no exigida, no entanto, para o especificado no art. 54, dispor sobre todas as matrias de compe-tncia do Estado, especificamente:

    I plano plurianual e oramentos anuais;

    II diretrizes oramentrias;

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    III tributos, arrecadao e distribuio de rendas;

    IV dvida pblica, abertura e operaes de crdito;

    V planos e programas estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

    VI normas suplementares de direito urba-nstico, bem como de planejamento e exe-cuo de polticas urbanas;

    VII fixao e modificao dos efetivos da Polcia Militar;

    VIII criao, transformao e extino de cargos, empregos e funes pblicas na ad-ministrao direta, autrquica e fundacional e fixao de remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretri-zes oramentrias;

    IX servidores pblicos da administrao direta, autrquica e fundacional, seu regime jurdico nico, provimento de cargos, esta-bilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferncia de militares para a inativida-de;

    X criao, estruturao e definio de atri-buies das Secretarias de Estado;

    XI organizao do Ministrio Pblico, da Procuradoria-Geral do Estado, da Defenso-ria Pblica, do Tribunal de Contas, da Polcia Militar, da Polcia Civil e demais rgos da administrao pblica;

    XII organizao e diviso judicirias;

    XIII bens do domnio pblico;

    XIV aquisio onerosa e alienao de bens imveis do Estado;

    XV transferncia temporria da sede do Governo Estadual;

    XVI matria decorrente da competncia comum prevista no art. 23 da Constituio Federal;

    XVII matria da legislao concorrente da Constituio Federal.

    Art. 54. Compete, privativamente, Assembleia Legislativa:

    I eleger a Mesa e constituir as Comisses;

    II elaborar o Regimento Interno;

    III dispor sobre sua organizao, funciona-mento, polcia, criao, transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixa-o da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de dire-trizes oramentrias;

    IV aprovar crditos suplementares sua Secretaria, nos termos desta Constituio;

    V conceder licena para processar depu-tado;

    VI fixar, por meio de lei, o subsdio dos De-putados Estaduais, razo de, no mximo 75% (setenta e cinco porcento) daquele es-tabelecido, em espcie, para os Deputados Federais, observado o que dispe os arti-gos 37, XI, 39, 4, 57, 7, 150, II, 153, III e 153, 2, I, da Constituio Federal;

    VII fixar os subsdios do Governador e do Vice-Governador do Estado e dos Secret-rios de Estado, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153 2, I, da Constituio Federal;

    VIII dar posse ao Governador e ao Vice--Governador;

    IX conhecer da renncia do Governador e do Vice-Governador;

    X conceder licena, bem como autorizar o Governador e o Vice-Governador a se au-sentarem do Pas por qualquer tempo, e do Estado, quando a ausncia exceder a quin-ze dias; (a expresso "por qualquer tempo" foi declarada inconstitucional pelo STF na ADIN-2453)

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    XI processar e julgar o Governador e o Vi-ce-Governador, nos crimes de responsabili-dade, e os Secretrios de Estado, nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (ADI n 4.791 STF).

    XII processar e julgar o Procurador-Geral de Justia, o Procurador-Geral do Estado e o Defensor-Geral da Defensoria Pblica nos crimes de responsabilidade;

    XIII aprovar, por maioria absoluta, a exo-nerao de ofcio do Procurador-Geral de Justia, antes do trmino de seu mandato, na forma da lei complementar respectiva;

    XIV destituir do cargo o Governador e o Vice-Governador, aps condenao irrecor-rvel por crime comum cometido dolosa-mente, ou de responsabilidade;

    XV proceder tomada de contas do Go-vernador do Estado, quando no apresenta-das dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa;

    XVI julgar, anualmente, as contas presta-das pelo Governador do Estado e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo;

    XVII escolher cinco dos sete conselheiros e auditores do Tribunal de Contas do Esta-do;

    XVIII apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de Contas;

    XIX aprovar, previamente, aps arguio pblica, a escolha:

    a) de conselheiros e auditores do Tribunal de Contas do Estado, indicados pelo Gover-nador;

    b) de interventor em Municpio;

    c) dos titulares de cargos que a lei determi-nar;

    XX apreciar a legalidade dos convnios a serem celebrados pelo Governo do Estado;

    XXI autorizar plebiscito e referendo, na forma da lei;

    XXII aprovar convnios intermunicipais para modificao de limites;

    XXIII solicitar interveno federal;

    XXIV aprovar ou suspender interveno em Municpio;

    XXV suspender, no todo ou em parte, a execuo de lei ou ato normativo declarado inconstitucional por deciso irrecorrvel do Tribunal competente;

    XXVI sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regula-mentar ou dos limites de delegao legisla-tiva;

    XXVII fiscalizar e controlar os atos do Po-der Executivo, includos os da administrao indireta;

    XXVIII dispor sobre limites e condies para a concesso de garantia do Estado em operaes de crdito;

    XXIX zelar pela preservao de sua com-petncia legislativa em face da atribuio normativa dos outros Poderes;

    XXX aprovar, previamente, a alienao ou concesso de terras pblicas, com rea su-perior a cem hectares, ressalvado o dispos-to no art. 49, XVII, da Constituio Federal;

    XXXI mudar temporariamente sua sede;

    XXXII manifestar-se, mediante resoluo aprovada pela maioria de seus membros, perante o Congresso Nacional, na hiptese de incorporao, subdiviso ou desmem-bramento de rea do territrio do Estado, nos termos do art. 48, VI, da Constituio Federal;

    XXXIII convocar, por si ou qualquer de suas comisses, Secretrios de Estado ou quaisquer titulares de rgos diretamente subordinados ao Governo do Estado para prestarem, pessoalmente, informaes so-

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    bre assunto previamente determinado, im-portando em crime de responsabilidade a ausncia sem justificao adequada;

    XXXIV autorizar operaes de natureza fi-nanceira externa ou interna;

    XXXV sustar as despesas no autorizadas na forma do art. 76 desta Constituio.

    Pargrafo nico. Nos casos previstos no in-ciso XII, funcionar, como Presidente, o do Tribunal de Justia, limitando-se a conde-nao, que somente ser proferida por dois teros dos votos da Assembleia Legislativa, perda do cargo, com inabilitao, por oito anos, para o exerccio de funo pblica, sem prejuzo das demais sanes judiciais cabveis.

    Art. 55. A Mesa da Assembleia Legislativa pode-r encaminhar pedidos escritos de informaes aos Secretrios de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no inciso XXXIII do art. 54 des-ta Constituio, importando em crime de res-ponsabilidade a recusa, ou o no atendimento, no prazo de 30 (trinta) dias, bem como a presta-o de informaes falsas.

    Art. 56. Salvo disposio constitucional em con-trrio, as deliberaes da Assembleia Legislativa e de suas comisses sero tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

    Pargrafo nico. No ser permitido o voto secreto nas deliberaes do processo legis-lativo.

    Seo III DOS DEPUTADOS

    Art. 57. Os Deputados so inviolveis por suas opinies, palavras e votos.

    1 Desde, a expedio do diploma, os De-putados no podero ser presos, salvo em flagrante de crime inafianvel, nem pro-cessados criminalmente, sem prvia licena da Assembleia Legislativa.

    2 O indeferimento do pedido de licena ou a ausncia de deliberao suspende a prescrio enquanto durar o mandato.

    3 No caso de flagrante de crime inafian-vel, os autos sero remetidos, dentro de vinte e quatro horas, Assembleia Legislati-va, para que a mesma, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a priso e autorize, ou no, a formao de culpa.

    4 Os Deputados sero submetidos a jul-gamento perante o Tribunal de Justia do Estado.

    5 Os Deputados no sero obrigados a testemunhar sobre informaes recebi-das ou prestadas em razo do exerccio do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informaes.

    6 A incorporao s Foras Armadas de Deputados, embora militares e ainda que em tempo de guerra, depender de prvia licena da Assembleia Legislativa.

    7 As imunidades de Deputados subsisti-ro durante o estado de stio, s podendo ser suspensas mediante o voto de dois ter-os dos membros da Assembleia Legislativa, nos casos de atos praticados fora de seu re-cinto que sejam incompatveis com a execu-o da medida, e s quando assim o forem as dos Deputados Federais e Senadores, conforme fixa a Constituio Federal.

    Art. 58. Os Deputados no podero:

    I desde a expedio do diploma:

    a) firmar ou manter contrato com pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, em-presa pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio p-blico, salvo quando o contrato obedecer a clusulas uniformes;

    b) aceitar ou exercer cargo, funo ou em-prego remunerado, inclusive os de que se-jam demissveis "ad nutum", nas entidades constantes da alnea anterior;

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    II desde a posse:

    a) ser proprietrios, controladores ou dire-tores de empresa que goze de favor decor-rente de contrato com pessoa jurdica de direito pblico, ou nela exercer funo re-munerada;

    b) ocupar cargo ou funo de que sejam de-missveis "ad nutum", nas entidades referi-das no inciso I, alnea "a";

    c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o in-ciso I, alnea "a";

    d) ser titular de mais de um cargo ou man-dato pblico eletivo.

    Art. 59. Perder o mandato o Deputado:

    I que infringir qualquer das proibies es-tabelecidas no artigo anterior;

    II cujo procedimento for declarado incom-patvel com o decoro parlamentar;

    III que deixar de comparecer, em cada ses-so legislativa, tera parte das sesses or-dinrias, salvo se em licena ou misso au-torizadas pela Assembleia;

    IV que perder ou tiver suspensos os direi-tos polticos;

    V quando o decretar a Justia Eleitoral, nos casos previstos na Constituio Federal;

    VI que sofrer condenao criminal em sentena transitada em julgado.

    1 Alm de outros casos definidos no Regimento Interno, considerar-se- incompatvel com o decoro parlamentar o abuso das prerrogativas asseguradas ao Deputado, ou a percepo, no exerccio do cargo, de vantagens indevidas.

    2 Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda de mandato ser decidida pela Assembleia Legislativa, pela maioria absoluta de seus membros, mediante provocao da Mesa ou de partido poltico representado na

    Assembleia Legislativa, assegurada ampla defesa.

    3 Nos casos dos incisos III, IV e V, a per-da ser declarada pela Mesa, de ofcio ou mediante a provocao de qualquer de seus membros, ou de partido poltico represen-tado na Assembleia Legislativa, assegurada ampla defesa.

    Art. 60. No perder o mandato o Deputado:

    I investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Territrio, Secretrio de Es-tado, Secretrio de Prefeitura de Capital ou chefe de misso diplomtica temporria;

    II licenciado pela Assembleia Legislativa por motivo de doena, ou para tratar, sem remunerao, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento no ultra-passe cento e vinte dias por sesso legisla-tiva.

    1 O suplente ser convocado nos casos de vaga decorrente da investidura em funes previstas neste artigo ou de licena superior a cento e vinte dias.

    2 Ocorrendo vaga e no havendo suplente, far-se- eleio para preench-la, se faltarem mais de quinze meses para o trmino do mandato.

    3 Na hiptese do inciso I, o Deputado poder optar pela remunerao do mandato.

    Seo IVDAS REUNIES

    Art. 61. A Assembleia Legislativa reunir-se-, anualmente, na Capital do Estado, independen-te de convocao, de 2 de fevereiro a 17 de ju-lho e de 1 de agosto a 22 de dezembro.

    1 As reunies marcadas para essas datas sero transferidas para o primeiro dia til subsequente, quando recarem em sbados ou feriados.

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    2 A sesso legislativa no ser interrom-pida sem a aprovao do projeto de lei de diretrizes oramentrias.

    3 A Assembleia Legislativa do Paran reu-nir-se- em sesso preparatria, a partir de 1 de fevereiro, no primeiro ano de legisla-tura, para a posse de seus membros e elei-o da mesa para mandato de dois anos.

    4 A convocao extraordinria da Assem-bleia Legislativa poder ser feita:

    I pelo seu Presidente, para o compromisso e a posse do Governador e Vice-Governador do Estado, bem assim em caso de interven-o;

    II pelo seu Presidente, ou a requerimento da maioria de seus membros, ou pelo Go-vernador do Estado, em caso de urgncia ou de interesse pblico relevante.

    5 Na sesso legislativa extraordinria, a Assembleia Legislativa somente deliberar sobre a matria para a qual foi convocada, vedado o pagamento de parcela indenizat-ria, em razo da convocao.

    Seo VDAS COMISSES

    Art. 62. A Assembleia Legislativa ter comis-ses permanentes e temporrias, constitudas na forma e com as atribuies previstas nesta Constituio, no Regimento Interno, ou no ato de que resultar a sua criao.

    1 Na constituio da Mesa e de cada comisso, assegurada, tanto quanto pos-svel, a representao proporcional dos partidos, ou dos blocos parlamentares que participam da Assembleia Legislativa.

    2 As comisses, em razo da matria e sua competncia, cabe:

    I discutir e votar o projeto de lei que dis-pensar, na forma do regimento, a compe-tncia do Plenrio, salvo se houver recurso de um dcimo dos membros da Assembleia Legislativa;

    II realizar audincias pblicas com entida-des da sociedade civil;

    III convocar Secretrios de Estado para prestarem informaes sobre assuntos ine-rentes a suas atribuies;

    IV receber peties, reclamaes, repre-sentaes ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omisses das autoridades ou entidades pblicas;

    V solicitar depoimento de qualquer auto-ridade ou cidado;

    VI apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e setoriais de desenvol-vimento e sobre eles emitir parecer.

    3 As comisses parlamentares de in-qurito, que tero poderes de investigao prprios das autoridades judiciais, alm de outros previstos no Regimento Interno da Assembleia Legislativa, sero criadas me-diante requerimento de um tero dos Depu-tados, para apurao de fato determinado e por prazo certo, sendo suas concluses, se for o caso, encaminhadas ao Ministrio Pblico, para que promova a responsabiliza-o civil ou criminal dos infratores.

    4 Durante o recesso, haver uma comis-so representativa da Assembleia Legislati-va, eleita na ltima sesso ordinria do pe-rodo legislativo, com atribuies definidas regimentalmente e cuja composio repro-duzir, tanto quanto possvel, a proporcio-nalidade da representao partidria.

    Seo VIDO PROCESSO LEGISLATIVO

    Subseo IDISPOSIO GERAL

    Art. 63. O processo legislativo compreende a elaborao de:

    I emendas Constituio;

    II leis complementares;

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    III leis ordinrias;

    IV decretos legislativos;

    V resolues;

    VI leis delegadas.

    Pargrafo nico. Lei complementar dispo-r sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis.

    Subseo II

    DA EMENDA CONSTITUIO

    Art. 64. A Constituio poder ser emendada mediante proposta:

    I de um tero, no mnimo, dos membros da Assembleia Legislativa;

    II do Governador do Estado;

    III de um tero das Cmaras Municipais do Estado, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

    1 A Constituio no poder ser emen-dada na vigncia de interveno federal no Estado, estado de defesa ou estado de stio.

    2 A proposta ser discutida e votada em dois turnos, considerando-se a mesma aprovada quando obtiver, em ambas as vo-taes, o voto favorvel de trs quintos dos membros da Assembleia Legislativa.

    3 A emenda Constituio ser promul-gada pela Mesa da Assembleia Legislativa, com o respectivo nmero de ordem.

    4 A matria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudica-da no pode ser objeto de nova proposta na mesma sesso legislativa.

    5 Ser nominal a votao de emenda Constituio.

    Subseo IIIDAS LEIS

    Art. 65. A iniciativa das leis complementares e ordinrias cabe a qualquer membro ou comis-so da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Presidente do Tribunal de Justia, ao Procurador-Geral de Justia e aos cidados, na forma e nos casos previstos nesta Constitui-o.

    Art. 66. Ressalvado o disposto nesta Constitui-o, so de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre:

    I criao de cargos, funo ou empregos pblicos na administrao direta e autrqui-ca do Poder Executivo ou aumento de sua remunerao;

    II servidores pblicos do Poder Executi-vo, seu regime jurdico, provimento de car-gos, estabilidade e aposentadoria, reforma e transferncia de policiais militares para a reserva;

    III organizao da Defensoria Pblica do Estado e das Polcias Civil e Militar;

    IV criao, estruturao e atribuies das Secretarias de Estado e rgos da adminis-trao pblica.

    1 O Governador do Estado pode solicitar urgncia para apreciao de projetos de sua iniciativa.

    2 No caso do 1, se a Assembleia Le-gislativa no se manifestar em at quarenta e cinco dias sobre a proposio, ser esta includa na ordem do dia, suspendendo-se a deliberao quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votao.

    3 O prazo do pargrafo anterior no flui no perodo de recesso da Assembleia Legis-lativa, nem se aplica aos projetos de cdigo, leis orgnicas e estatutos.

    Art. 67. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Assembleia Legislativa do projeto de lei, subscrito por, no mnimo, um por

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    cento do eleitorado estadual, distribudo em pelo menos cinquenta Municpios, com um por cento de eleitores inscritos em cada um deles.

    Art. 68. No admitido aumento de despesa prevista:

    I nos projetos de iniciativa exclusiva do Go-vernador do Estado, ressalvadas as emen-das ao projeto de lei do oramento anual, quando compatveis com a lei de diretrizes oramentrias e com o plano plurianual;

    II nos projetos sobre organizao dos ser-vios administrativos da Assembleia Legisla-tiva, do Tribunal de Justia e do Ministrio Pblico.

    Art. 69. As leis complementares so aprovadas por maioria absoluta dos integrantes da Assem-bleia Legislativa.

    Art. 70. A matria constante do projeto de lei rejeitado somente pode constituir objeto de novo projeto, na mesma sesso legislativa me-diante proposta da maioria dos Deputados.

    Art. 71. Concluda a votao, a Assembleia Le-gislativa enviar o projeto de lei ao Governador do Estado, que, aquiescendo, o sancionar.

    1 Se o Governador julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou con-trrio ao interesse pblico, vet-lo- to-tal ou parcialmente, dentro de quinze dias teis, contados da data do recebimento, e comunicar, dentro de quarenta e oito ho-ras, ao Presidente da Assembleia Legislativa os motivos do veto.

    2 O veto parcial somente abranger texto integral de artigo, pargrafo, inciso ou al-nea.

    3 Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias, o silncio do Governador importar em san-o.

    4 O veto ser apreciado em sesso nica, dentro de trinta dias a contar de seu recebi-mento, s podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados.

    5 Se o veto no for mantido, ser o proje-to enviado, para promulgao, ao Governa-dor do Estado.

    6 Esgotado sem deliberao o prazo es-tabelecido no 4, que no flui durante o recesso parlamentar, o veto ser colocado na ordem do dia da sesso imediata, sus-pendendo-se as demais proposies, at a sua votao final.

    7 Se a lei no for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Governador do Estado, nos casos dos 3 e 5, o Presi-dente da Assembleia Legislativa a promul-gar; e, se este no o fizer em igual prazo, caber ao Vice-Presidente faz-lo.

    Art. 72. As leis delegadas sero elaboradas pelo Governador do Estado, que dever solicitar de-legao Assembleia Legislativa.

    1 No sero objeto de delegao os atos de competncia exclusiva da Assembleia Le-gislativa, a matria reservada lei comple-mentar e a legislao sobre:

    I organizao do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico, a carreira e garantia de seus membros;

    II planos plurianuais, diretrizes oramen-trias e oramentos;

    III direitos individuais.

    2 A delegao ao Governador do Estado ter forma de resoluo da Assembleia Le-gislativa, que especificar seu contedo e os termos de seu exerccio.

    3 Se a resoluo determinar a apreciao do projeto pela Assembleia Legislativa, esta a far em votao nica, vedada qualquer emenda.

    Art. 73. As resolues e decretos legislativos se faro na forma do Regimento Interno.

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    Seo VIIDA FISCALIZAO CONTBIL,

    FINANCEIRA E ORAMENTRIA

    Art. 74. A fiscalizao contbil, financeira, ora-mentria, operacional e patrimonial do Estado e das entidades da administrao direta e indire-ta, quanto legalidade, legitimidade, economi-cidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pela Assembleia Legisla-tiva, mediante controle externo e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica, jurdica, ou entidade pblica que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores pblicos ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigaes de na-tureza pecuniria.

    Art. 75. O controle externo, a cargo da Assem-bleia Legislativa, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:

    I apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado, mediante pa-recer prvio que dever ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

    II julgar as contas dos administradores e demais responsveis por dinheiro, bens e valores pblicos da administrao direta e indireta, includas as fundaes e socie-dades institudas e mantidas pelo Poder Pblico estadual, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irre-gularidade de que resulte prejuzo ao errio pblico;

    III apreciar, para fins de registro, a lega-lidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na Administrao direta e indireta, includas as fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, excetuadas as nomeaes para cargo de provimento em comisso, bem como a legalidade das con-cesses de aposentadorias, reformas e pen-ses, ressalvadas as melhorias posteriores

    que no alterem o fundamento legal do ato concessrio;

    IV realizar, por iniciativa prpria, da As-sembleia Legislativa, de comisso tcnica ou de inqurito, inspees e auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, nas unidades ad-ministrativas dos Poderes Legislativo, Exe-cutivo e Judicirio e demais entidades refe-ridas no inciso II;

    V fiscalizar a aplicao de quaisquer re-cursos repassados pelo Estado a Municpios mediante convnio, acordo, ajuste ou ou-tros instrumentos congneres;

    VI homologar os clculos das quotas do ICMS devidas aos Municpios, dando cincia Assembleia Legislativa;

    VII prestar as informaes solicitadas pela Assembleia Legislativa, por qualquer das respectivas comisses, sobre a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, opera-cional, patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspees realizadas;

    VIII aplicar aos responsveis, em caso de ilegalidade de despesas ou irregularidade de contas, as sanes previstas em lei, que estabelecer, entre outras cominaes, multa proporcional ao dano causado ao er-rio;

    IX assinar prazo de at trinta dias, pror-rogvel por idntico perodo, para que o rgo ou entidade adote as providncias necessrias ao exato cumprimento da lei, se verificada a ilegalidade;

    X sustar, se no atendido, a execuo do ato impugnado, comunicando a deciso Assembleia Legislativa;

    XI representar ao Poder competente so-bre irregularidades ou abusos apurados.

    1 No caso de contrato, o ato de sustao ser adotado diretamente pela Assembleia Legislativa, que solicitar, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabveis.

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    2 Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, no efetivar as medidas previstas no pargrafo anterior, o Tribunal decidir a respeito.

    3 As decises do Tribunal de que resulte imputao de dbito ou multa tero eficcia de ttulo executivo.

    4 O Tribunal encaminhar Assembleia Legislativa, trimestral e anualmente, relat-rio de suas atividades, e desse todos os par-lamentares tero conhecimento.

    5 No caso de aposentadoria, o ato referi-do no inciso III deste artigo somente produ-zir efeito aps seu registro pelo Tribunal de Contas, que o apreciar no prazo mximo de sessenta dias.

    Art. 76. A comisso permanente de fiscalizao da Assembleia Legislativa, diante de indcios de despesas no autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos no programados ou de subsdios no aprovados, poder solicitar autoridade responsvel que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessrios.

    1 No prestados os esclarecimentos, ou considerados esses insuficientes, a Comis-so solicitar ao Tribunal pronunciamen-to conclusivo sobre a matria, no prazo de trinta dias.

    2 Entendendo o Tribunal que a despesa irregular, a Comisso, se julgar que o gasto pode causar dano irreparvel ou grave leso economia pblica, propor Assembleia Legislativa sua sustao, se ainda no reali-zado, ou reembolso, se j feito.

    Art. 77. O Tribunal de Contas, integrado por sete conselheiros, tem sede na Capital do Esta-do, quadro prprio de pessoal e jurisdio em todo o territrio estadual, exercendo, no que couber, as atribuies previstas no art. 101 des-ta Constituio.

    1 Os conselheiros e auditores do Tribunal de Contas do Estado sero nomeados den-

    tre brasileiros que satisfaam os seguintes requisitos:

    I mais de trinta e cinco e menos de sessen-ta e cinco anos de idade;

    II idoneidade moral e reputao ilibada;

    III notrios conhecimentos jurdicos, eco-nmicos, financeiros, contbeis ou de admi-nistrao pblica;

    IV mais de dez anos de exerccio de funo ou de efetiva atividade profissional que exi-ja os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

    2 Os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado sero escolhidos:

    I dois pelo Governador do Estado, com a aprovao da Assembleia Legislativa, alter-nadamente, entre auditores e membros do Ministrio Pblico junto ao Tribunal, indica-dos em lista trplice pelo mesmo Tribunal, segundo os critrios de antiguidade e me-recimento.

    II cinco pela Assembleia Legislativa.

    3 Os conselheiros do Tribunal de Con-tas do Estado tero as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos desembargadores do Tri-bunal de Justia, aplicando-se-lhes, quanto aposentadoria e penso, as normas cons-tantes do art. 35 desta Constituio.

    4 Os auditores do Tribunal de Contas, em nmero de sete, quando em substituio aos conselheiros, tero as mesmas garan-tias e impedimentos dos titulares.

    5 Os controladores do Tribunal de Con-tas, em nmero de sete, tero suas atribui-es definidas em lei de iniciativa da Assem-bleia Legislativa do Paran, com as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos auditores.

    6 O Tribunal de Contas, quando do en-cerramento do exerccio financeiro, presta-

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    r contas da execuo oramentria anual Assembleia Legislativa.

    7 O Conselheiro, escolhido pela Assem-bleia Legislativa, dever tomar posse no Tribunal de Contas no prazo mximo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua esco-lha.

    I Na hiptese de desateno ao prazo es-tabelecido neste pargrafo, o Poder Executi-vo sujeitar-se- ao disposto no art. 88 dessa Constituio.

    Art. 78. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judi-cirio mantero, de forma integrada, sistema e controle interno com a finalidade de:

    I avaliar o cumprimento das metas pre-vistas no plano plurianual, a execuo dos programas de governo e dos oramentos do Estado;

    II comprovar a legalidade e avaliar os re-sultados, quanto eficcia e eficincia, da gesto oramentria, financeira e patrimo-nial nos rgos e entidades da administra-o estadual, bem como da aplicao de recursos pblicos por entidades de direito privado;

    III exercer o controle das operaes de crdito, avais e garantias, bem como dos di-reitos e haveres do Estado;

    IV apoiar o controle externo no exerccio de sua misso institucional.

    1 Os responsveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer ir-regularidade ou ilegalidade, dela daro ci-ncia ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidria.

    2 Qualquer cidado, partido poltico, as-sociao ou entidade sindical parte legti-ma para, na forma da lei, denunciar irregu-laridades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado.

    3 As decises fazendrias de ltima ins-tncia, contrrias ao errio, sero aprecia-

    das pelo Tribunal de Contas em grau de re-curso.

    CAPTULO IIDO PODER EXECUTIVO

    Seo IDO GOVENADOR E

    VICE-GOVERNADOR DO ESTADO

    Art. 79. O poder Executivo exercido pelo Go-vernador do Estado, com o auxlio dos Secret-rios de Estado.

    Art. 80. A eleio do Governador e do Vice-Go-vernador de Estado, para mandato de 4 anos, realizar-se- no primeiro domingo de outubro, e no ltimo domingo de outubro em segundo turno, se houver, do ano anterior ao trmino do mandato de seus antecessores e a posse ocorre-r em primeiro de janeiro de ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 da Constituio Federal.

    Pargrafo nico. A eleio do Governador do Estado implicar a do candidato a Vice--Governador com ele registrado.

    Art. 81. Ser considerado eleito Governador o candidato que, registrado por partido poltico, obtiver maioria absoluta de votos, no compu-tados os em branco e os nulos.

    1 Se nenhum candidato obtiver a maio-ria absoluta em primeira votao, far-se- nova eleio em at vinte dias aps a pro-clamao do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos vo-tos vlidos.

    2 Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistncia ou impedimento legal de candidato, convocar-se-, dentre os remanescentes, o de maior votao.

    3 Se, na hiptese dos pargrafos ante-riores, remanescer em segundo lugar, mais

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    de um candidato com a mesma votao, qualificar-se- o mais idoso.

    Art. 82. O Governador e o Vice-Governador do Estado exercero o cargo por quatro anos, po-dendo ser reeleitos para um nico perodo sub-sequente.

    Pargrafo nico. O disposto no caput apli-ca-se aos que os houver sucedido ou substi-tudo no curso do mandato.

    Art. 83. O Governador e o Vice-Governador do Estado tomaro posse em sesso solene peran-te a Assembleia Legislativa, especialmente con-vocada, prestando compromisso de cumprir e fazer cumprir a Constituio da Repblica e a do Estado, observar as leis e promover o bem-estar geral do povo paranaense.

    Pargrafo nico. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Governador ou o Vice-Governador, salvo motivo de fora maior, no tiver assumido o cargo, este ser declarado vago.

    Art. 84. O Vice-Governador do Estado, alm de outras atribuies que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliar o Governador, sem-pre que por ele convocado para misses espe-ciais.

    Art. 85. Substituir o Governador, em caso de impedimento, e suceder-lhe-, no de vaga, o Vice-Governador do Estado.

    1 Em caso de impedimento do Vice-Go-vernador, ou vacncia do seu cargo, sero sucessivamente chamados ao exerccio da Governadoria o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justia.

    2 Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador do Estado, far-se- elei-o noventa dias depois de aberta a ltima vaga.

    3 Ocorrendo vacncia nos ltimos dois anos do perodo governamental, a eleio para ambos os cargos ser feita trinta dias

    depois da ltima vaga, pela Assembleia Le-gislativa, na forma da lei.

    4 Em qualquer dos casos os eleitos deve-ro completar o perodo de seus antecesso-res.

    5 Cessada a investidura no cargo de Go-vernador do Estado, quem o tiver exercido e