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Direito dos Contratos 07/02/2012 Principio da autonomia privada – observar as normas do art 425 CC, não devemos somente observar a essas normas, por exemplo, para fins de locação predial urbana devemos observar a lei 8.045, da locação, que esta fora do CC, ou o CDC quando diz respeito à defesa do consumidor, que tem domicilio privilegiado. Isso diz respeito aos contratos atípicos. Trataremos aqui dos contratos típicos. Aqui estudaremos o contrato de alienação fiduciária em garantia. Em que consiste a eficácia retroperante da condição resolutiva implícita no negocio jurídico da alienação fiduciária em garantia? Quando passo meu carro para uma financeira, que me empresta 35 mil, e então dou meu carro como garantia, que alieno meu carro pra financeira, transfiro o carro pra financeira, e fica com a propriedade resolúvel, há o contrato de mútuo, por causa do empréstimo de coisa fungível. No dia que eu pagar a última parcela, que é uma condição com acontecimento futura e incerta, a propriedade se resolve (que no direito quer dizer desfazer) e passo a ser proprietário novamente do carro. Implícita no negocio jurídico. Contrato gera obrigações, que é a causa dos contratos. Toda obrigação é uma relação jurídica, mas nem toda relação é uma obrigação. Obrigações = contratos, atos unilaterais, atos lícitos e a lei. Cheque, manifestação unilateral de vontade que gera obrigação, não decorre de contrato e sim de declaração unilateral de vontade. Quem prevê o pagamento do IPTU é a própria CF, não há contrato com ninguém, nem com o Município, nem há manifestação de vontade , é a lei que impõe a obrigação de pagar o IPTU, por isso a fonte da obrigação também pode ser lei.

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Direito dos Contratos

07/02/2012 Principio da autonomia privada – observar as normas do art 425 CC, não devemos somente observar a essas normas, por exemplo, para fins de locação predial urbana devemos observar a lei 8.045, da locação, que esta fora do CC, ou o CDC quando diz respeito à defesa do consumidor, que tem domicilio privilegiado. Isso diz respeito aos contratos atípicos. Trataremos aqui dos contratos típicos.

Aqui estudaremos o contrato de alienação fiduciária em garantia. Em que consiste a eficácia retroperante da condição resolutiva implícita no negocio jurídico da alienação fiduciária em garantia?Quando passo meu carro para uma financeira, que me empresta 35 mil, e então dou meu carro como garantia, que alieno meu carro pra financeira, transfiro o carro pra financeira, e fica com a propriedade resolúvel, há o contrato de mútuo, por causa do empréstimo de coisa fungível. No dia que eu pagar a última parcela, que é uma condição com acontecimento futura e incerta, a propriedade se resolve (que no direito quer dizer desfazer) e passo a ser proprietário novamente do carro. Implícita no negocio jurídico.

Contrato gera obrigações, que é a causa dos contratos. Toda obrigação é uma relação jurídica, mas nem toda relação é uma obrigação. Obrigações = contratos, atos unilaterais, atos lícitos e a lei.Cheque, manifestação unilateral de vontade que gera obrigação, não decorre de contrato e sim de declaração unilateral de vontade.Quem prevê o pagamento do IPTU é a própria CF, não há contrato com ninguém, nem com o Município, nem há manifestação de vontade , é a lei que impõe a obrigação de pagar o IPTU, por isso a fonte da obrigação também pode ser lei.

Contrato de Compra e Venda – é um dos mais praticados. Plano de existência, validade eficácia. Existência = vendedor, comprador, produto e preço. Troca ou permuta.Clausulas especiais de compra e venda - retrovenda, reserva de domínio, preempção, com reserva de domínio (consignação), promessa de CV

Art 1225 – direitos reais: o direito do promitente, direito real de aquisição

Doação – doador e doatárioLocação – predial urbana, lei 8.245, relativo a imóveis pra moradia (inclusive temporária) e pra atividade comercial. Empreitada – construção civil. Prestação de Serviços – UCP presta serviços educacionais/intelectual. Poderia ser braçal por exemplo. Empréstimo, comodato e mútuo – comodato, não se paga nada. Mutuo é empréstimo de coisa fungível. Depósito – depositante e depositário. Exemplo: guarda-volumes. Sumula vinculante 25 do STF.

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Mandato – pro advogado celebrar em nome do cliente precisa de um contrato de mandato, a procuração. Pra atuar em juízo precisa celebrar com o cliente um contrato de mandato, você é o mandante e o cliente o mandatário.Seguro – seguradora celebra contrato com o segurado. Contrato de seguradora deve ser interpretado estritamente. Exemplo: caso dos prédios que desmoronaram no Rio de Janeiro, o seguro não cobrirá pois não havia previsão de desmoronamento.Transporte – acidente, assalto... muito extenso o tema.Leasing - Franquia –Declaração unilateral de vontade -

09/02/2012 Fato Jurídico – natural ou voluntário

Nascimento com vida é um fato jurídico, assim como a morte, o casamento, um acidente.Art 481 CC – contrato de compra e venda

Naturais – não são determinados pela vontade humana

Voluntários – determinados/deflagrados pela vontade humana. Ex: casamento é um fato jurídico voluntário, o contrato de CV também é um fato jurídico voluntário. E todo o fato jurídico voluntário é um ato jurídico (ação humana com conseqüências no mundo do direito). Ato jurídico pode ser licito ou ilícito. Só se torna proprietário no momento da entrega/tradição do ‘bem’. Casamento é um acordo jurídico com o objeto da união conjugal. No direito brasileiro o contrato tem efeitos obrigacionais, diferentemente da França, que são efeitos reais. O contrato de compra e venda é um fato jurídico voluntário, ato jurídico, lícito. Quando bato na traseira do veiculo alheio, é um fato jurídico, voluntário (voluntário não quer dizer dolosa, não fiz de propósito mas posso ter feito). Casamento entre irmãos é fato jurídico voluntário, ato jurídico, ilícito penal (delito contra a organização da família) e civil, pois não podem casar os colaterais ate 3º grau (art 1.521). O ato jurídico ilícito pode ser civil ou penal. *O aluguel deve ser pago ate o 6º dia útil do mês subseqüente. O locatário não pagou o aluguel, é um fato jurídico, voluntário, ato jurídico, licito (pois está previsto em lei).

Licito (art 186): ato-fato jurídico ato jurídico stricto sensunegocio jurídico

-Ato fato jurídico é acontecimento deflagrado pela ação humana, a vontade existe, mas o direito não esta preocupado com a vontade e sim com a conseqüência, o reflexo. Ex: o sujeito está doente de cama, sem capacidade, interditado (então se é interditado é por presunção absoluta, ou seja, não admite prova ao contrário, absolutamente incapaz, portanto não cabe nem intervalo lúcido, e todos seus fatos jurídicos serão nulos), e nomeia-se um curador pra este sujeito, o sujeito pinta quadros, na hora de alienação desse bem, o curador tem que estar presente para não permitir que o sujeito sofra alguma injustiça, pois aqui o direito não está ‘interessado’ se a pessoa é doente, capaz ou

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não, ele esta interessado na conseqüência. Art 543 do CC – doação pura é aquela que não tem encargo.

-Ato Jurídico Stricto Sensu – todo ato jurídico é um fato jurídico voluntário licito, e é uma manifestação de vontade sobre um objeto que tem relevância jurídica. O contrato é um acordo de vontade sob um objeto com relevância jurídica (pular amarelinha junto com um amigo, é um acordo de vontades mas não há relevância jurídica, é irrelevante para o direito) e do qual decorrem efeitos jurídicos, e assim configura-se o ato jurídico stricto sensu.

-Negocio Jurídico – posso escolher os efeitos. Negocio jurídico não é sinônimo de contrato. Testamento é negocio jurídico unilateral (não é contrato), pois o testamentário tem liberdade pra escolher as obrigações. No direito negócio jurídico é aquela ação voluntária em que o sujeito tem direito de escolher suas manifestações. Recompensa é ação humana de uma só manifestação, a pessoa escolheu quando dará pra quem achar seu cachorro por exemplo. Mas apesar de não ser sinônimo de contrato, ele pode ser um contrato. Os contratos que estudaremos nesse semestre são todos negócios jurídicos, não porque são contratos, mas porque os contratantes têm o direito, a liberdade de deliberar sobre as obrigações.

14/02/2012Contratos em espécie – primeiro contrato que iremos estudar é o de Compra e Venda (CV). Art 185 – são aplicáveis aos atos jurídico lícitos, que não sejam negócios jurídicos.

O ato jurídico se divide em ato jurídico stricto sensu (adoção, casamento) e negócios jurídicos (os agentes podem escolher direito e obrigações). ATENÇÃO: nem todo negócio jurídico é contrato e nem todo contrato é negócio jurídico. Não posso colocar a condição no ato jurídico (adoção, casamento), mas no negocio jurídico posso (só alugo o meu apartamento pra você se você se formar na faculdade).

Requisitos do Negócio Jurídico

Art 481 – usou o termo domínio, mas deveria usar propriedade. A propriedade do bem imóvel se faz através do registro (RGI) e dos móveis através da tradição.Art 181 é tradução do artigo francês - “A venda é um contrato pelo qual uma das parte se obriga a transferir a outra parte a propriedade de uma coisa, através de um preço, que este se assume a obrigação de pagar”, isso nada mais é que o conceito do contrato de CV.Art 482 – CV pura é aquela que não tem nenhum requisito acidental, só há os elementos essenciais (consenso, objeto e preço).Quando se fala em ato jurídico se fala em plano de existência, validade e eficácia, nestes termos, o contrato de CV existe? A existência tem haver com elementos essenciais.Não existe contrato de CV sem manifestação de vontade, objeto (com relevância jurídica) e preço, na falta de qualquer um desses elementos não há contrato de CV. Art 1.514 – irmão casar com irmã (irmã bastarda não tinha o nome do pai de ambos na sua certidão, portanto a habilitação foi feita pois não existia mesmo pai e mãe em suas certidões

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de nascimento), esse casamento tem existência conforme este artigo, pois os requisitos de existência existem, porém não é válido por causa do art 1.521, que dispõe sobre os impedimentos, portanto será nulo, e assim não tenho que me preocupar quanto à eficácia. Inadimplemento da obrigação – quando for móvel entrar com ação de perdas e danos, quando for imóvel deve-se registrar o imóvel de imediato, pois a entrega do bem imóvel se dá pelo registro, a escritura somente não vale, não há como ter tradição no bem imóvel, pois, como diz o próprio nome ele é imóvel não há como movê-lo.

Requisitos extrínsecos e intrínsecos (próxima aula)

16/02/2012Desenhou no quadro o esquema da folha 02 – requisitos extrínsecos e intrínsecos do negocio jurídico. O casamento se realiza no momento em o homem e a mulher manifestam perante o juiz a vontade de estabelecer vinculo conjuga, este é o elemento jurídico. Elementos essenciais genéricos aparecem em todo negócio jurídico, mas cada ato jurídico, além dos elementos essenciais genéricos, tem os elementos específicos. O objeto do casamento não é o mesmo da locação por exemplo, por isso há o elemento essencial especifico que é próprio de cada ato. O art 482 quando diz CV pura, sem condição, é a CV perfeita (aquele negócio jurídico que está completo, constituído por inteiro, não falta mais nada). Precisamos observar se o negocio jurídico existe, se é válido e se tem eficácia. Caracteres do contrato de CV:

Bilateral: o contrato de CV é bilateral (bilateral não quer dizer que é um acordo de vontades, pois o contrato por si só já é um acordo de vontades. Há a distinção de bilateral e unilateral), pois cria obrigações para ambos os contratantes (contrato de locação é na sua formação bilateral nos efeitos, pois gera obrigação pro locador {entregar o imóvel para o locatário e em bom estado} e pro locatário {pagamento do aluguel e manter o bom estado do imóvel}) o problema nos caracteres é quanto aos efeitos não quanto a constituição. Art 481- ambos tem obrigações, contrato bilateral. Contrato de doação é unilateral pois somente o doador possui obrigações, o donatário só tem direitos.

Onerosidade: O contrato de CV também é oneroso porque importa em 2 diminuições patrimoniais que importam em dois acréscimos, diferente da doação que importa somente uma diminuição (no patrimônio do doador) e um acréscimo (no patrimônio do donatário). Porém nem sempre é oneroso, pois existe o contrato de CV oneroso comutativo ou oneroso aleatório.

-Contrato oneroso comutativo/sinalagmático: quando os contratantes, no momento de celebrar o contrato, têm condições de estimar o ganho e a perda de cada um.

-Contrato oneroso aleatório: Art 458 – compra da esperança (negociar com algum pescador que pagará mil reais na volta da pesca, independente do barco voltar cheio de peixes ou vazio, aqui o objeto do contrato não é o peixe, é a esperança do peixe). A pessoa sabe quanto o comprador vai pagar, mas não sabe o que o vendedor vai entregar. O comprador que quis assumir o risco, quis assumir a esperança, isso é um contrato de CV de risco. Art 459– contrato de risco aleatório, porém tem que ter o mínimo e/ou máximo do objeto (no exemplo do pescador, aqui, teria que ter peixe, mesmo sendo pouco, o comprador fixaria a quantidade de peixes se quisesse, pois os agentes podem

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deliberar os efeitos), ele é oneroso, mas os contratantes ainda não sabem no momento do contrato quanto/quando será a obrigação de cada um; o §ú – se nada vier a existir, a alienação não haverá, não terá contrato de CV, o alienante devolverá o preço eventualmente recebido, pois faltará o elemento essencial genérico, o objeto. Outro exemplo: o estado de SP fez um contrato de risco integral, que mesmo que não houvesse petróleo teria que pagar a ‘pesquisa/extração’, e teve prejuízo pois não há petróleo em SP, teve que pagar da mesma maneira, pois não determinou a quantidade.

Consensual – a lei não impõe formas, basta o acordo de vontades.De execução instantânea/imediata ou diferida – instantânea é o

cumprimento imediato e diferida é cumprimento (pode ser no ato, a regra é no ato) posterior.

21/03/2012 – feriado (carnaval)

23/03/2012 – feriado (carnaval)

28/03/2012 – faltei

01/03/2012Questões da folha 02 dada em sala.

Questão nº 3 - Pode haver suprimento do consentimento? Ver art. 1.519 e 1.648. Resposta: A (pai) quer vender imóvel pra B (filho), só que precisa de consentimento dos outros 2 irmãos (filhos do mesmo pai) C e D. Diante da recusa de C e D, poderia o pai ingressar com ação em juízo pra suprir essa negativa? 2 correntes, a primeira diz que o juiz não pode autorizar, pois quando a lei quer permitir ao juiz dar esta autorização ela o diz. A lei diz apenas que é preciso o consentimento, não diz se a recusa tem que ser fundamentada ou não. Art 1.519 - diz respeito ao casamento, quando o juiz se convencer que a negativa é injusta e Art 1.648 - consentimento de cônjuges de venda de imóvel, nesse dois casos há consentimento previsto em lei, por isso a primeira corrente tem esse entendimento. A lei contempla esses dois casos, mas ela não expressa que só pode haver suprimento nesses dois casos, ela diz pra esses dois casos, mas não está dito que é somente nesses dois casos, princípio da reserva legal, ninguém é obrigado ou tem que deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Não existe no CC a proibição do juiz que ele não poderá suprir esse direito, existe artigo dizendo que a lei faculta aos dois irmãos autorização ou negação, mas quando a lei confere aos irmãos essa possibilidade, não quer 'agasalhar capricho', não tendo justificativa não terá sua vontade acolhida. Se a venda é justa, e mais, se é necessária, não tem porque o juiz não suprir o direito. Entendimento do Profº pode haver suprimento. 

Questão nº 4 – Provada a seriedade do negócio, sem consentimento do descendente, ou do cônjuge, ainda assim, pode o ato ser anulado?Resposta: Se o pai fizer a venda sem o consentimento, sem a concordância, aí sim ele perde o direito. 

Questão nº 5 – Legitimidade ativa para a propositura da ação?

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Resposta: quem pode propor a ação de anulação é quem tem interesse. Condições da ação - interesse, possibilidade jurídica e legitimidade (PLI). Pode ser em litisconsórcio ou não, é litisconsórcio ativo facultativo. Prazo de quatro anos contados da abertura da sucessão. O STF entendeu que a venda de ascendente pra descendente sem consentimento, seria uma simulação (venda pra 'esconder' a doação), e determinou que contaria depois da morte do ascendente, pois se fosse antes estaria discutindo herança futura, e herança futura não pode ser discutida. O prazo começa a partir da data de conclusão do ato, art 179, dois anos. Art 1814-excluídos da sucessão, art 1961.

06/03/2012 – faltei

08/03/2012Questões da folha 02 dada em sala.

Questão nº 10 – Venda de junta de bois, um dos quais tem defeito oculto? Art. 503. Resposta: Venda de junta de bois, onde um tem vicio oculto. Art 503 - mas se for uma junta de boi, é uma coisa só, se um tiver defeito, os outros terão defeitos também. O sentido aqui é de não causar prejuízo ao adquirente, temos que interpretar este artigo dosando o entendimento. O balizamento aqui é o prejuízo do comprador, se houver ele devolve tudo e se tiver como substituir somente uma peça/parte, substitui somente isto. O vicio oculto é do bem todo, ou somente parte dele? Cabe analisar essa questão, se o defeito de uma dessas partes contamina o restante. Vicio oculto ou vicio redibitório.

Questão nº 11 - Fundamento da ressalva do art. 499?Resposta: Fundamento da ressalva do art. 499 (compra e venda entre cônjuges). Primeiro problema- cônjuges são casados, porém hoje em dia união estável pode ser convertida em casamento, inclusive entre pares homoafetivos. A rigor não poderia ser licita a compra e venda entre companheiros, pois a lei diz cônjuges. Mas o projeto do CC é antigo e não havia ainda a questão da união estável, só se pensava na relação entre cônjuge. A interpretação do CC só pode ser feita à luz da Constituição, e a CF aceita a relação entre companheiros, portanto não há porque haver proibição de compra e venda entre companheiros. Só em relação aos bens fora da comunhão, pois dentro da comunhão é impossível. Os bens particulares não se comunicam dependendo do regime de comunhão escolhido. 

Questão nº 12 - O artigo 500, caput, trata de venda ad corpus ou ad mensuram?Resposta: art 500, §3º. Venda ad corpus (venda de corpo certo, determinado, discriminado) só se trata de bem imóvel. Venda ad mensura (leva-se em conta a metragem, a medida, a área), quando a venda é feita por metragem, vendo 10.000 m2. Quando há diferença de área, é melhor vender ad corpus, pode ocorrer de a metragem estar diferente da constante na escritura (ação quanti minoris - ação de abatimento proporcional do preço). Dissolução do negócio ou abatimento proporcional do preço, opções de quem foi prejudicado por venda ad mensura, mas a primeira alternativa, e obrigatória, é tentar complementar a área, parto

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para as duas opções acima caso não haja como complementar a área. Aqui não tenho 3 alternativas, tenho somente 2, o complemento da área não é alternativa, é obrigação. O caput do art 500 trata da venda ad mensura.

Questão nº13 – A presunção do §1º, do art. 500, é absoluta ou relativa? Resposta: o parágrafo 1º só se aplica quando a escritura não deixar claro que a venda é ad corpus ou ad mensura. Se ultrapassar o 5% será venda ad mensura, se não exceder presume-se que é venda ad corpus. 

13/03/2012 – faltei

15/03/2012 - faltei

20/03/2012 Continuação da questão nº 13 - Se a diferença encontrada não exceder a 5% presume-se que a venda foi ad corpus, joga para o comprador o ônus de fazer a prova, ele não queria fazer a prova independente da diferença. Presunção do §1º do art 500 é relativa, pois inverte o ônus da prova pro comprador

Questão nº14 – Porque o prazo previsto no art. 501 é de decadência?Resposta: art 501 o prazo é de decadência, pois estamos diante de um direito potestativo (poder que alguém tem de interferir na esfera jurídica de outra pessoa). Situação: A casou com B e descobre que B é um pilantra, pede anulação do casamento, aqui ocorre o direito potestativo. O marido não poder fazer nada, não há como impedir.Resposta é porquê o próprio artigo diz e porque é um direito potestativo

Questão nº 15- Fundamento da disposição do art. 492? Resposta: vendo um livro a uma pessoa e digo que não poderei entregar na hora pois ainda precisarei do livro no dia seguinte, só entregarei 2 dias depois. Negócio fechado, mas falta a tradição (entrega da coisa). Aí se de hoje pra amanhã, ocorre algo que destrua o livro, a coisa se perdeu, então tenho que devolver o dinheiro que a pessoa me pagou, pois não houve a tradição, eu ainda corro o risco da coisa. Mas se o dinheiro do comprador é roubado no meio do caminho, por exemplo, ele que responderá pois o risco do preço é por conta do comprador. 

Art 499- Fundamento dessa discussão, se o marido/mulher pode vender imóvel para marido/mulher? Pode vender, dependendo do regime de bens. Por exemplo se for do regime de comunhão universal não há cabimento pois é tudo meio a meio, como venderá se já é dos dois? É juridicamente impossível. Mas se o regime for da comunhão parcial de bens, os bens presentes não se comunicam (bens que tinham antes do casamento), então há

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possibilidade da aplicação deste artigo. O fundamento é os bens serem excluídos da comunhão, pois se não forem, não será possível. 

Cláusulas Especiais da Compra e Venda

São especiais pois devem estar previamente declaradas pelo vendedor e comprador. Elas têm que ser inseridas no contrato pelos contratantes.

Da Retrovenda - vendo imóvel, mas na escritura tem que ter a cláusula de readquirir o imóvel dentro do prazo de 3 anos. Direito potestativo, pois o prazo é de decadência. Não é bem visto no cenário jurídico pois normalmente encobre agiotagem. A propriedade será limitada quanto à duração (não será propriedade plena), pois é resolúvel porque o comprador e o vendedor colocaram uma cláusula de retrovenda, uma condição resolutória (condição - é acontecimento futuro e incerto de cuja ocorrência/fato depende do efeito do negócio jurídico), a condição aqui é eu exercer o direito de readquirir, o exercício da retrocompra. Esse contrato terá uma condição resolutória/resolutiva.

Venda a Contento - condição suspensiva, a condição do exemplo do professor é o gosto do comprador (exemplo da tec-auto, o gerente mandava entregar um carro na casa do cliente e pedia para que o cliente “experimentasse” o carro). Se eu não gostar do carro, o negócio não é feito. A condição não atua sobre a existência e a validade, só atua sobre os efeitos. Por isso é condição suspensiva, pois enquanto eu não manifestar o meu agrado, essa compra e venda existe, é válida, mas está em suspenso, por causa da condição suspensiva (condição suspensiva suspende a eficácia), a lei diz, 'ainda que a coisa tenha sido entregue'. O sentido de ‘perfeita’ aqui quer dizer surtir todos os efeitos da compra e venda (o principal efeito da compra e venda é a entrega do objeto). Art 511- como se tivesse sido emprestado a ele gratuitamente. Comodato é empréstimo gratuito de coisa não fungível.

22/03/2012Atenção: Prova dia 17/04/2012

Venda com reserva de domínio (art 521 a 528) – é uma venda com condição suspensiva, acordo de vontade sobre objeto, sobre preço. Requisitos de validade (existência, validade e eficácia) - se a venda com reserva de domínio, é uma venda sob condição, deduzimos que essa condição atuará apenas sobre a eficácia da compra e venda, suspenderá a condição de efeitos de uma compra e venda, que produz efeito de transferência de propriedade (tradição). Compra e venda com reserva de domínio, há o acerto de preço, há a capacidade das partes, mas há uma cláusula (elemento acidental) com condição de o comprador pagar integralmente o preço. A condição é acontecimento futuro e incerto de pagamento total do preço. Essa condição suspende a transmissão da propriedade, por isso condição suspensiva.  Na venda de coisa móvel pode o vendedor reservar para si a propriedade enquanto não haver pagamento total do preço. Posse do bem o comprador tem, (pode tomar medidas possessórias quanto ao bem) mas propriedade não. Art 522- a cláusula de reserva de domínio tem que ser por escrito, não pode ser informal, 'de boca', a lei impõe isso pois a cláusula tem que ser averbada no registro de documento e títulos no domicilio do

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comprador. A compra e venda pura podem ser feitas verbalmente, mas se quiser reserva de domínio terá que fazer cláusula em separado para a reserva de domínio (pacto adjeto ou acessório - é a denominação dada a toda cláusula inserida no contrato, formando uma convenção acessória dentro de uma convenção principal, com a finalidade de garantir seu adimplemento ou modificar seus efeitos). Depende do registro de títulos e documentos (art 129 da lei 6.015). Art 523- se houver dúvida, o 3º será considerado de boa-fé. Princípio da especialização - o bem tem que ser especializado, a espécie tem que ser bem definida, bem caracterizada.  Art 524- na hora que o comprador pagar a última parcela, está extinto o contrato, e nesse momento o comprador adquire a propriedade. Há aplicação do principio res per dominum - coisa perece para o dono - mas tomar cuidado pois caso fortuito e força maior exclui o risco/responsabilidade pelos danos. Esse artigo abre exceção a esse princípio e transfere o risco para o comprador. Repetindo: na compra e venda com reserva de domínio há exceção para o principio res per dominum (caso fortuito: acontecimento imprevisível, força maior: o inevitável). Se o comprador está em atraso o vendedor deve protestar o título (se houver título) ou fazer interpelação judicial, para ensejar a oportunidade de defesa do comprador (princípio constitucional da ampla defesa).

Venda sobre documentos - acontece mais em contratos internacionais. Os documentos chegam antes dos objetos (vendas internacionais, quando vem por navio por exemplo) e por isso o pagamento é feito, mesmo sem a mercadoria em mãos. O documento representa o objeto/mercadoria, é como se o banco entregasse para o comprador os objetos. Se tais objetos vêm com vicio oculto, haverá prazo para desfazer o negócio ou abatimento do preço, cabendo ação redibitória ou quanti minoris (abatimento).

Contrato Estimatório - deixar em consignação é contrato estimatório. O sujeito deixa o objeto autorizando o consignatário a vendê-los, o dono do objeto (consignante) continua com a propriedade e a posse. Se chama estimatório porque o consignante estima o preço mínimo que ele quer. Não pode ser objeto de penhora, porque o objeto não é dele (consignatário), se penhorar cabe embargos de 3º.

Obs: comodato, mútuo, depósito, penhor e estimatório são contratos reais (aquele que exige a entrega da coisa). A tradição da coisa não é efeito do contrato, mas é elemento essencial constitutivo de sua existência.

Contrato a termo - para ser feito posteriormente. O evento futuro é certo. “Contrato derivativo onde uma das partes se compromete a comprar da outra parte um determinado ativo, a um determinado preço, em uma determinada data futura. Diferentemente, dos contratos de futuros, nos contratos a termo, não existe mecanismo de ajuste diário, fato este que eleva o risco de o termo não ser honrado por uma das partes. Normalmente, as negociações a termo são negociadas em mercado de balcão” (Wikipédia).

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27/03/2012Doação

Existia certa divergência doutrinária sobre se doação seria ou não contrato. O art 538, o Cód. Civil não deixa brecha pra essa dúvida, e assim, o legislador brasileiro determinou que doação será contrato. 

Questão nº1 – Doação é contrato formal? Art 541.Resposta: os acordos existem pois são exteriorizações da vontade, e assim devem ser exteriorizadas de alguma forma, não há contrato sem forma. A regra do dtº  brasileiro é o principio do consensualismo/forma livre (art 107). O art 541 cria muita polêmica. A escritura publica é exigida para bens imóveis de valor maior a 30 salários mínimos, coisas moveis podem ser feitas por instrumento particular. O parágrafo único diz que a doação verbal é válida, quando o bem for de menor valor... No dia a dia, o comum é ocorrer doações de pequeno valor, a exceção é a doação de grande valor de bens moveis ou imóveis, por isso entende-se que houve nesse artigo uma inversão, o capuz deveria ser o parágrafo e você versa, pois assim seria a regra da atualidade,  a norma jurídica deve ser interpretada dentro de um contexto. A doação verbal valerá independente de causa escrita. O parágrafo seria a regra e o caput a exceção. Outra questão dentro desse artigo é: o que seria doação de pequeno valor? Pode se levar em conta o patrimônio do doador, mas tem-se usado como parâmetro dentro da jurisprudência o valor de 1 salário mínimo.

Questão nº2 – A doação feita ao nascituro é pura e simples? Ou tem modalidade? art 542Resposta: A modalidade é o nascimento com vida (condição suspensiva) o dtº será adquirido pelo nascituro no momento em que nascer, mas somente se nascer com vida, se nascer morto, a doação não terá eficácia. Feito o exame de Docimasia Hidrostática de Galeno, será constatado se o nascituro nasceu ou não com vida.

Questão nº3 – Como conciliar o art 538 com o art 543?  Resposta: Aqui se trabalha com uma ficção jurídica, doação pura (quando não existe encargo/ônus nenhum).

Questão nº4 – Ocorrerá reversão se doador e donatário forem comorientes? Art 547. Reposta: Reversão é o bem voltado ao doador Reversão em favor do doador, o doador pode estipular condição que o bem volte ao seu patrimônio. Ex: Doação de imóvel, com condição de que se o donatário morrer antes do doador, o imóvel volta a ser do doador. Se forem comorientes (morrerem no mesmo instante), há o principio de que entre comorientes não há transmissão de direitos. Aqui é doação pura e simples, porque a clausula de reversão em favor de 3º não prevalece, a condição resolutória é inoperante.

Questão nº5 – É nula a doação com clausula de reversão em favor de terceiros?Resposta: art 547 parágrafo único. Ex: você me doa um bem, mas se eu morrer quero que vá pro meu filho. A doação é valida, só a clausula que não valerá/será ineficaz, a doação ainda existirá. A vedação legal à clausula de reversão a favor de 3º, se da por causa do principio da função social da propriedade, porque quando colocamos muitas clausulas de restrição à propriedade se impede a livre circulação de transação de imóveis.

Questão nº6 – Fundamentação da vedação do art 548.

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Resposta: O fundamento é que a lei não quer que o sujeito seja reduzido a miséria, e vá depender da caridade alheia pública ou não ( seja dos filhos ou da sociedade). Os pais só podem doar até 50% do seu patrimônio. E até pode sim doar a casa, mas com usufruto pra eles próprios. Quem doa aos pobres, empresta a Deus, mas quem doa e empresta, adeus. Só há crime por causa de 3 barras, barra de terra, barra de ouro e barra de saia.

03/04/2012

Questão nº7 – A disposição conjuntiva e o direito de acrescer? Art 551 – Companheiros.Resposta: O doador faz doação a A e B a lei entende que cada um receberá 50%. Se quiser dar porção diferente, terá que estar expresso em contrato. Parágrafo único, diz a lei que a titularidade será inteiramente do cônjuge vivo. Há disposição conjuntiva porque o doador está dispondo em favor de dois donatários em conjunto, nesse caso marido e mulher, e quando um vem a falecer aquela cota acresce na titularidade do outro. Direito de acrescer entre herdeiro s e legatários. Art. 1.942 Cód. Civil são co-legatários porque há um legado em favor de duas pessoas, sem discriminar a parte, se fizer testamento e disser que deixa metade de tal imóvel pra cada pessoa, ele institui dois legados. Se a doação for feita a companheiros (porque a lei fala pra marido e mulher), tratamento equiparado, art 1725, regime igual o do cônjuge. Art. 1.990.

Questão nº8 – A revogação da doação, tem efeitos ex tunc ou ex nunc?Resposta: Revogação é diferente de anulação. Revogação da doação, art 555, o doador impretará com ação judicial revogatória para que o donatário tenha direito de defesa (art 5º LIV CRFB/88), atos de ingratidão. Art 556 - quando fizer a doação o doador não pode por essa cláusula, pois será nula/ineficaz, pois é norma congênere, tem fundamento ético/moral, se fizesse isso seria implicitamente autorizar o donatário cometer ato de ingratidão. Art 557 - pode haver atos de ingratidão fora desse rol, mas para revogação, somente nesses casos. No caso de homicídios dolosos, sendo a revogação ato personalíssimo, como faria? Art 561, os herdeiros representarão o doador falecido. Ofensa física, injúria grave. Revogação da doação tem efeitos ex nunc ou ex tunc, é a partir da sentença que reconhece o efeito da ingratidão do transito em julgado, é ex nunc (daqui pra frente). Se o donatário vendeu o imóvel, e comete ingratidão após a venda, o comprador continuará com o imóvel, pois nada constava como irregular nas certidões do imóvel.

Questão nº9 –As instância cível e criminal são interdependentes? Resposta: Doador doa a donatário e esse donatário tenta contra a vida do doador. Pra esse doador revogar a doação, pode fazê-la independente da condenação criminal. Não há interdependência, em termos, é possível que na área criminal ocorra a prescrição, e isso não impede o doador de revogar. Art. 935, pode no crime o donatário ter sido condenado, mas se for absolvido não poderá mais haver revogação, pois aqui a sentença do crime fará coisa julgada para o cível. Art 265, IV - se há ação cível, o juiz do cível terá que aguardar a decisão do criminal.

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10/04/2012

Questão nº11 – Que princípio geral do NCC expressa a extensão de causas do art 558? Resposta: Agredir o cônjuge do doador revoga a doação, mas se for união estável? Também pode o doador revogar a doação. A ofensa que é à companheira do doador atingirá com certeza o próprio doador, e assim será fundamento para a revogação da doação. Extensão de causa do art 558- no Cód. Civil antigo só se permitia à revogação da doação se o ofendido fosse o próprio doador, agora não, admite-se a revogação se as pessoas ofendidas forem do circulo próximo do doador, o principio geral que "amarra" esse alargamento dos fundamentos da revogação é o principio da eticidade. 

Questão nº12 – Lançamento de alugueres não pagos.Resposta: Locador não precisa necessariamente ser o proprietário. Art 189 e 206, se o locatário deixou de pagar os alugueis hoje, surge a pretensão (poder que o locatário tem de cobrar judicialmente os alugueis), que prescreve em três anos. O credito/divida existe mas não pode cobrar em juízo, se o devedor quiser pagar com a doação de um automóvel, por exemplo, o valor dos alugueres vencidos e não pagos e ai o locador/donatário comete um ato de ingratidão ao doador/locatário, locatário pode revogar essa locação? Art 564, III, não pode, e não há necessidade que seja expresso. Depois da divida prescrita, ela se transforma em uma obrigação natural.

LocaçãoLocatio-conductio -> nome romano para locação.

O contrato de locação é um contrato consensual, ou seja, a lei não impõe uma forma especial para esse acordo,as partes possuem liberdade para escolher a forma que acharem adequada, porém sempre existirá um contrato, é bilateral, ou seja, estabelece direitos e obrigações para as partes, é oneroso, pois há duas diminuições que correspondem a dois acréscimos no patrimônio dos contratantes, é um contrato comutativo (as partes estão cientes de seus direitos e obrigações desde da celebração do contrato) de trato sucessivo (continuado, como se ao final de cada período o contrato fosse renovado). Ex: Art. 51 da Lei 8.245/91.

Existe uma critica da doutrina em relação a locação operarum (de prestação de serviços), pois quando eu empresto a alguém determinada coisa, ao final da locação o locador deverá devolver ao locatário o bem exatamente como recebeu. Porém, na locação de serviços isso não iria ocorrer, pois quem presta serviço recebe por isso, o locatário iria receber o serviço (é quem paga pelo serviço), o serviço prestado não voltaria ao locador (quem presta o serviço).Art. 593 – A prestação de serviço que não estiver prevista nas leis trabalhistas, estará sujeita as leis do CC. Prestação de serviço especializado.Contrato de trabalho – regida por lei especial. Possui como características: Subordinação jurídica (o empregado possui uma subordinação jurídica em relação ao empregador), pessoalidade (é o próprio empregado que precisa trabalhar)

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Em relação ao contrato de empreitada (operis), o empreiteiro (quem vai construir) constrói a obra que não irá retornar para ele, constrói tudo em nome do dono da obra.No Código anterior empreitada era considerado inclusive escrever um livro, hoje em dia, é considerada apenas a de construção.

Locação de coisas: Art. 565 CC (móveis e imóveis) – só é aplicado quando houver uma exceção na lei 8245/91. Lei 8245/91 – Lei de Locação – Art. 22 – estabelece as obrigações do locador na locação urbana.

Locação de coisas pode ter por objeto moveis e imóveis. No dtº prédio irá se referir a coisa imóvel, construído ou não. Atualmente só há por objeto locação de coisas. A distinção entre um prédio urbano e um prédio rural se dá ou pela distinção ou pela localização.

Imóvel urbano se destina a moradia/residencial, temporada (máximo de 90 dias) ou comercio, industria, etc, não quer dizer que este imóvel urbano tem que estar dentro do perímetro urbano.

Imóvel rural se destina a agricultura/pecuária, pode ser rural dentro ou fora do perímetro urbano.

A Câmara de Vereadores é quem decide o perímetro urbano da cidade. Para fins de usucapião o critério é a localização e para fins contratuais é a finalidade/destinação que é o critério.Lei 4.504/64 - Estatuto da Terra, regula os contratos de parceria ou arrendamento rural.O art 1º, §ú da Lei 8.245 - (atos para elaboração de uma lei, atos que se refere a ementa é a promulgação) regula locação de imóvel urbano, com exceção dos expressos no §ú. Lei 9.760/46 regula os imóveis de propriedade da União. Vagas autônomas de garagem regulado pelo Cód. Civil, art 565 e seg. Apart-hotéis regulado pelo Cód. Civil e CDC. Arrendamento Mercantil Lei 6.099/74.

Locação não residencialArt. 51 da lei 8.245/91 – Segundo o art. 51, o contrato de locação verbal será válido, a forma escrita só é obrigatória para a situação renovatória (para o efeito de propiciar ao locatório a renovação), caso o contrato não tenha sido feito por escrito o locatário não possuirá direito a renovatória.A lei 8.245 é considerada um micro sistema porque as normas dessa lei tratam especificamente de um objeto – apenas de locação de imóveis. Diferentemente por exemplo do Código Civil que trata de diversos institutos. (Ex: família, contratos, etc) e é considerado um macrosistema.A lei de locação também é considerada uno e mista, pois compreende normas de direito material e processual.

12/04/2012

Questionário Locação – Lei 8.245/91Questão nº1 – Critério distintivo entre imóvel urbano (residencial e não residencial), e imóvel rural? Art. 1º.

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Resposta: Distingue-se apenas pela destinação do imóvel (residência, moradia, comércio, temporada, agricultura). Obs: O poder competente para estabelecer o limite territorial de território urbano e rural é a Câmara dos vereadores.

Questão nº2 – Inquilino e locatários são expressões sinônimas?Resposta: Não, todo inquilino é locatário, mais nem todo locatário é inquilino. Inquilino é a locação para efeitos de moradia. Questão nº3 – O art. 3º aplica-se também aos companheiros? - Aos cônjuges e companheiro do locador e do locatário? Ver art. 1725 NCC e 10, 11 e 12 da Lei 8.245.Resposta: Sim. Se A e B querem fazer um contrato igual ou superior a 10 anos, a lei exige que o locador tenha o consentimento do cônjuge, porém a doutrina tem entendido que tanto o locador quanto o locatário precisariam da autorização do cônjuge para celebrar o contrato (da anuência do cônjuge). Se o contrato não for feito com a anuência dos cônjuges, o contrato será válido para quem celebrou o contrato. Ex: Se foi feito um contrato de 12 anos sem a anuência do cônjuge, será válido e eficaz para o cônjuge até 10 anos, após os 10 anos o cônjuge que não participou não será obrigado a respeitar o prazo superior aos 10 anos, podendo exigir a resolução do contrato e a ação de despejo. Obs: No contrato de locação de temporada é permitido cobrar o aluguel antecipadamente, no contrato de locação sem ser para temporada não é permitido cobrar antecipadamente, somente se não existir nenhum tipo de garantia (cheque caução, etc,) permite-se cobrar antecipadamente o valor de um aluguel.

Questão nº4 – Critério para aplicação da multa de que trata o art. 4º / 571 NCC (não se aplica a imóvel urbano), combinado com o art. 413? Ver 416,§.Resposta: Se eu tenho um contrato de aluguel de 30 meses, com a multa prevista no valor de 3.000 reais e o locatário cumpriu 25 meses, ele deverá pagar a multa proporcionalmente ao período de não cumprimento do contrato, ou seja, ele teria que pagar 500 reais de multa por rescisão contratual.

Questão nº5 – Fundamento jurídico da extinção da locação prevista no artigo 7º ?Resposta: usar , fruir, dispor. Art.7º da Lei de locação: usufruto, A transfere para B o usufruto (direito de usar e fruir). O usufrutuário pode não só usar o bem, como também fruir lucros sobre o bem. O B (locador) poderá celebrar um contrato de locação com C (locatário), já que B pode fruir do bem (frutos civis).

Fideicomisso - A (testador) deixa um bem para B, e transfere para C com a ocorrência de um evento futuro e incerto. O fideicomitente, transfere o bem ao fidunciário, que será posteriormente, sob termo ou condição, transferida ao fideicomissário.

Nu-proprietário - o proprietario do bem tranfere os direitos inerentes desta, quais sejam, usar e fruir, podendo portanto dispor.

Extinção do usufruto: o usufruto terá um termo ou uma condição resolutiva. Com a extinção do contrato de usufruto, o proprietário terá o prazo de 30 dias para denunciar o contrato de locação e pedir a desocupação.

Res inter alios act, aliis nec nocet nec prodest - esse acordo celebrado entre o locador e locatário nada tem a ver com o proprietário, não podendo este ser prejudicado nem beneficia (o que acontece aos terceiros nem prejudica nem beneficia quem não faz

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parte dele).SALVO:1) Se houver aquiescência escrita do nu-proprietário (só podendo pleitear a resilição do contrato nos casos autorizados em lei). Sendo assim, o proprietário volta a ter os direitos de usar e fruir do bem, tornando-se locador, no contrato de locação, pois terá propriedade plena.2) Se a propriedade estiver consolidada em mãos do usufrutuário - ex.: se o pai constitui usufruto em favor do filho, com a morte do pai, o filho se torna proprietário pleno do bem. Se o usufrutuário tiver irmãos, estes poderão denunciar o contrato, se eram estranhos ao contrato.

O fundamento jurídico é o direito de usar e fruir do bem concedido ao usufrutuário.

Questão nº6 – Locatário autorizado a ceder a locação pode sublocar o imóvel?Resposta: Art.13 da lei de locação: Cessão de direitos. Há uma subrogação. Quem pode o mais pode o menos. Quem está autorizado a ceder, está implicitamente autorizado a sublocar, uma vez que não sai da relação jurídica.

Questão nº7 – Fundamento da ressalva do art. 8º ? Ver 33Resposta: Art.7º da lei de locação - Presume-se a publicidade do ato com a matrícula do imóvel, portanto, neste caso, não poderá o adquirente denunciar o contrato. A jurisprudência é pacífica no entendimento de que o adquirente que não buscar a certidão do imóvel, verificando as averbações, não poderá alegar boa-fé. Art.33 da lei de locação - Prelação - preferência do locatário.

Questão nº8 – O desfazimento da locação previsto no artigo 9º constitui denúncia cheia ou vazia?Resposta: Denúncia cheia é aquela em que o denunciante deve apresentar o fundamento da denúncia, devendo se justificar. Denúncia vazia é aquela em que basta a vontade de denunciante de extinguir o contrato pela denúncia. Art.9° da lei de locação - constitui denúncia cheia. Apesar de haver controvérsia em relação ao inciso I.

Questão nº9 – Razões praticas da diferença entre locação ajustada por prazo igual ou superior a trinta meses e por prazo inferior? Art. 46 e 47.Resposta: Normalmente os contratos se realizam no prazo de 30 meses (2 anos e 6 meses), um prazo razoável. Movimento pendular: lei da oferta e da procura - hoje portanto protege-se o locatário, presumido hipossuficiente;Art.46 - formalidade: escrito; acabando o prazo, extingue-se a locação, salvo se o locatário continuar na posse do imóvel por mais de 30 dias sem oposição do locador, presume-se a prorrogação por tempo indeterminado. Para despejar o locatário o contrato deve estar extinta. §2° - denúncia vaziaArt.47 - verbal ou escrito; denúncia cheia casos dos incisos; ver inciso V; Podendo também ser desfeito por ação de despejo no dia seguinte ao atraso do pagamento, ainda que seja o primeiro mês de atraso. Não é possível a denúncia em razão do fim de prazo. Denúncia cheia.

Questão nº10 – A ressalva do art. 35 e art. 421 CC.Resposta: Art.35 da lei de locação e 421 NCC. Cláusula de praxe nos contratos de locação:

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quaisquer benfeitorias introduzidas pelo locatário somente serão indenizáveis se houver aquiescência expressa e por escrito do locador. Tal ressalva fica sucumbida pelos princípios que regem a relação contratual, bem como os que orientam o novo Código Civil. Atenção: contrato de adesão é diferente de contrato por adesão. Art.421 - A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato - MELHOR REDAÇÃO PARA O ARTIGO 421. Em razão da autonomia privada. Deve-se observar o equilíbrio contratual, com isso se atende à função social do contrato. Além disso, o locador deve manter o imóvel em estado possível de ser habitado. E o locatário tem o dever de conservar o imóvel conforme recebeu.

Questão nº11 – Porque o art 9º discrimina o inc. III em relação ao inc. II? Ver art. 62 e §ú.Resposta: Art.9º - ação de rescisão e despejo. III - há a possibilidade de purga da mora; art.62

Questão nº12 – Pode o locatário, no contrato, renunciar ao direito a renovação?? art. 45Resposta: Não poderá renunciar em face do art.45 da lei da locação. Se fosse assim, essa renúncia se tornaria de praxe nos contratos de locação; sendo assim, estaria extinta a renovatória, além disso, o art.45 é norma cogente. Movimento pendular: ora favorece o locador, ora o locatário.

Questão nº13 – Porque o Decreto nº 24.150/03, se denominou Lei de Luvas?Resposta: Porque veda a cobrança das chamadas Luvas. Porém, tal decreto está absorvido pela lei de locação.

Questão nº14 – Renovação do contrato ou da locação??Resposta: Art.51, comércio no sentido amplo. A formalidade deste contrato se verifica apenas para os efeitos do referido artigo. Trata-se de renovação da locação, ainda que o artigo se refira à renovação do contrato. Fizeram-se umas interpretações teleológicas, sendo esta a intenção do legislador. Antes disso, vigia a interpretação literal.

Questão nº15 – Pagamento de aluguel é obrigação quesível ou portável? Art. 23,I – 327Resposta: Quesível é quando o credor é que tem a obrigação de ir receber. Portável é quando o devedor é que deve ir pagar. Trata-se de obrigação quesível – art.23, I da lei 8.245, atendendo a regra geral do art. 327 CC. Isso acontece, em favor do devedor, presumidamente em situação inferior. Estabeleceu-se o sexto dia útil do mês seguinte como prazo, para se coadunar com a data em que normalmente se recebe o salário.

Questão nº16 – Natureza jurídica dos direitos do locatário previsto no art. 33? Resposta: Trata-se de direito real, pois tem como característica a seqüela, isto é, o locatário pode ir buscar o bem. É direito potestativo sujeito a decadência.

10/05/2012Questionário Comodato 

Questão nº02 - A partir de que momento se considera existente o comodato?

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Resposta: Art 579 - empréstimo de uso, contrato unilateral com obrigações apenas para o comodatário, essencialmente gratuito, real (o contrato só existe com a tradição do bem), intuito personae, temporário. Então a resposta é a partir da tradição, porque é um contrato real. 

Questão nº03 – Comodatário de imóvel pode emprestá-lo, dá-lo, em locação?Resposta: Não pode, pois é intuito personae. A não ser que haja autorização do comodatário. Não posso emprestar algo que já é emprestado, ou que emprestei pra outra pessoa. O locatário não pode ceder o imóvel art 13 da lei da locação.

Questão nº04- Obrigação de pagar impostos, taxas, condomínio, luz, água, telefone, por parte do comodatário, descaracterizam o comodato? Art 584.Resposta: Mesmo havendo cláusula transferindo todas as obrigações, não descaracteriza. Pagar as obrigações é encargo do comodatário, seria custo da utilização, e continua sendo comodato.

Questão nº08- Pode o comodante cobrar do comodatário as despesas com seguro do bem, dado em comodato?Resposta: Para o profº pode sim cobrar as despesas com o seguro do comodatário, e há responsabilidade sim. Há também inclusive jurisprudência favorável à esta cobrança. É obrigação do comodatário conservar o bem do comodante.

Questão nº05- Quid iuris, se o proprietário cede casa para instalação de colégio que se obriga a educar gratuitamente os filhos daquele?Resposta: O que acontece juridicamente, qual a consequência jurídica? o tribunal considerou que este é um contrato atípico (art 425), decorre da autonomia privada (principio geral dos contratos) a pessoa tem o poder de desenhar as cláuslas do contrato. Não é locação pois não há pagamento de alugueres, e não é comodato pois não é gratuito. Para o profº esse artigo é inútil pois já há expressão dessa autonomia no princípio, e há de se observar os artigos do Cód. Civil e CDC. 

Questão nº06- A presunção do artigo 581, do CCB, é absoluta ou relativa?Resposta: É relativa, pois pode haver prova em contrário. Se empresto um trator e não fixou prazo, a presunção é o prazo necessário para acabar o serviço, mas a presunção não é absoluta. E esta presunção beneficia o comodatário, pois não foi determinado o prazo, posso usar o trator pelo tempo necessário, mas quem estipulou o tempo necessário? Ninguém, portanto posso ficar com o trator até quando quiser, então eu que tenho que provar que a pessoa já teve tempo suficiente de usar o trator. Prazo convencional é o prazo entre as partes.

Questão nº07- A empresta gratuitamente a B, pelo prazo de 30 dias, sua casa de campo, para tratamento de saúde deste. apos 15 dias, o comodatário B falece. Resolve-se o comodato? Resposta: Sim, porque o empréstimo foi para tratamento de saúde, com a morte não precisa mais de tratamento. Se o comodante morrer, o contrato continua por partes dos herdeiros. 

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Questão nº09- Nos termos do artigo 582, CCB, comodatário em mora passa à situação de locatário?Resposta: Art 582, não converte o comodato em locação , será simples penalidade a cobrança da locação dita no art.

Questão nº10- Ação cabível para desalojar o comodatário se este recalcitra em desocupar o imovel, findo o comodato?Resposta: Ação de restituição de posse.

Questão nº11- Efeitos da mora do comodante em receber o objeto - Art 400? E do comodatário? Art 395 e 399.Resposta: Quando o comodatário devolve o bem e o comodante não quiser receber, este estará em mora (impontualidade culposa). O que o comodatário pode fazer é consignar, e ai haverá indenização por parte do comodante. O comodante que não quiser receber, terá que indenizar os prejuízos que o comodatário tiver após a data que quis entregar o bem. 

Questão nº12- O que se entende por comodato modal? (Revendedora de Combustível)Resposta: Elementos acidentais de qualquer negocio jurídico é a condição, termo e encargo (modo). Modo é uma obrigação acessória a um contrato gratuito. Empresto minha casa durante 5 anos, de graça, mas determino que todo sábado tem que abrir a casa para visitação pública, isso é um encargo, é um modo, isto é um comodato modal. Não é pagamento, é um modo/encargo, e este só se aplica a um contrato gratuito. As revendedora de combustível trabalham com o sistema de bandeira (shell, esso...), portanto são franquias. As franqueadoras instalam as bombas, mas cedem em comodato os equipamentos, e o franqueado exige a exclusividade da venda dos produtos. 

15/05/2012Mútuo

Comodato é essencialmente gratuito, mutuo é emprestar o bem. Quem recebe o bem é o mutuante, quem cede é o mutuário.Tem por objeto especificamente bens fungíveis, em geral, o dinheiro. Pode ser oneroso e gratuito.Comodato é essencialmente gratuito, não pode ser oneroso. O mútuo pode ser oneroso ou gratuito.Art. 586, CC – este artigo traz o conceito de mútuo. Mas, como regra geral, o legislador não deve definir conceitos, pois toda definição é perigosa (omnis definitio periculosa). A lei não deve conceituar. È a doutrina que deve dar conceitos e definir.É um contrato real, unilateral, de coisas fungíveis. Sempre pensamos logo em dinheiro, que é essencialmente fungível. Mas pode se tornar infungível. Ex.: uma nota recebida de uma pessoa famosa.É real, pois se constitui com a tradição do bem.Os juros referem-se à remuneração pelo empréstimo. Os juros tem que ser da mesma natureza do bem emprestado.

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Mutuante – quem emprestaMutuário – quem pega emprestadoAntes da tradição (elemento essencial constitutivo = existência) é um contrato preliminar de mútuo.Ex. De juros: empresto 10 sacas de café (ou qualquer outro bem fungível) e quero de volta 15 sacas. Essas 5 sacas são juros. O contrato oneroso corresponde a dois acréscimos e a duas diminuições patrimoniais. Contrato oneroso = feneratício (que incide juros).Há quem sugira que o artigo só deveria ir até “coisas fungíveis” porque o resto seria conceituação. É na parte geral que se conceitua o bem fungível (art. 85, CC) e que deve ser aplicado a parte especial. No artigo se diz gênero, mas no artigo 85 não se conceitua como gênero, por isso seria melhor tirar gênero do artigo.Porque se eu pego emprestado um quilo de feijão, eu tenho que devolver feijão, mas se eu devolver arroz, continua sendo do mesmo gênero, mas não é a mesma espécie. E por isso seria contrato de troca e não de mútuo. Por esse entendimento deveria se retirar gênero e colocar espécie.Mútuo econômico: para fins econômicos. Os juros são presumidos relativamente. A presunção milita em função do mutuante. Inverte-se a prova e o mutuário é que tem que provar o juro.Mútuo oneroso: mútuo feneratício. É o único contrato oneroso no direito brasileiro que é unilateral. Os juros cobrados têm que ser regulados pela lei (oficial). Não podendo ultrapassá-lo.Código de 1916: A cobrança de juros devia estar expressa no contrato, uma vez que havia uma presunção iuris tantum de que o mútuo era gratuito, militando em favor do mutuário. Aplicava-se a taxa legal (0,5% ao mês) de juros se no contrato não for expresso o quantum. A lei de usura proibia a taxa de juros acima do dobro da taxa legal. No entanto, diante dos costumes, percebeu-se que tal presunção não condizia com a realidade. Acarretando a mutação dessa regra, portanto, hoje vigora a regra do art.591, que traz a presunção iuris tantum da onerosidade do contrato, militando em favor do mutuante. Com isso, inverte-se o ônus da prova, devendo o mutuário provar que não foi compactuada a cobrança de juros.

Contudo, o art.591 traz o critério da destinação do empréstimo (fins econômicos) para caracterizar a onerosidade do contrato de mútuo, porém, tal destinação só será verificada no caso em concreto.Se for um empréstimo de coisas fungíveis, o mutuário (aquele que toma emprestado) deverá devolver ao mutuante (aquele que empresta) aquilo que seja da mesma espécie.

Questão nº01 – Você daria redação diferente ao art 586?Resposta: Empréstimo de consumo, objeto são bens fungíveis (art 586). Art 85 - se empresto 10 kg de arroz agulhinha tipo 2... Não teria necessidade do artigo explicar o que é fungível, visto que já há a especificação de fungível no artigo 85. Outra complicação é o art 586 falar em gênero e o 85 falar em espécie (cereal é gênero, arroz, feijão e trigo são espécies), se emprestei arroz, o mutuante deve me devolver arroz, e não feijão. A lei não deve ter dispositivos inúteis, e aqui há uma inutilidade e ainda, com um equívoco cego. A comissão que elaborou o Cód. Civil era constituída por 5 membros, quem foi o responsável pela parte geral foi o Ministro José Carlos

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Moreira Alves, na questão dos contratos foi Agostinho de Arruda Alvim que já era bem idoso segundo o profº. Bastaria que o artigo dissesse: “O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis.” Isto porque o art. 85 já define o que são coisas fungíveis, além disso, o art.586 ainda erroneamente usa a expressão gênero em vez de espécie. Ex.: gênero: cereal; espécie: feijão, arroz, trigo; qualidade: Iberabinha; quantidade: 2 sacas.Logo, não está correto afirmar que se poderia restituir o mesmo gênero, uma vez que estaríamos diante do contrato de permuta ou troca, e não do contrato de mútuo.

Questão nº02 – O mútuo é naturalmente ou essencialmente gratuito?Resposta: Art 591, o mutuo é naturalmente gratuito, mas em termos. Ele pode ser essencialmente oneroso. Se emprestei 20 reais e a pessoa me devolve 20 reais, esse é o mutuo gratuito e unilateral, o mutuo é contrato real, só se realiza com a tradição. é gratuito pois há uma diminuição (mutuário) e em contrapartida um acréscimo (mutuante), e unilateral pois, só o mutuário terá obrigação, a partir da tradição, o mutuante só tem direitos. Mas se emprestei 20 reais e a pessoa me devolve 22 reais, há um juros, esse é chamado o mútuo oneroso ou feneratício, oneroso pois há duas diminuições correspondentes a dois acréscimos. Se exigir correção monetária continuará sendo gratuito, pois a correção monetária é somente uma atualização, não é um 'plus'. Art 591 - quando tiver fins econômicos (empréstimo para minha loja por exemplo), presumem-se juros (presunção relativa ou 'iuris tantum', militará em favor do mutuante, e o ônus da prova é do mutuário, este que terá que conseguir provar que ficou combinado entre eles que não teria cobrança de juros). A interpretação ao contrário é que se o mútuo não for pra fins econômicos, não se presume juros, e aí a interpretação será a favor do mutuário. Art 406, entre particulares, não podem ultrapassar essa taxa, 12% ao ano, que é a taxa SELIC. Se cobrar juros superiores, não será nula a clausula, haverá apenas redução. Não é da essência do contrato de mútuo ser gratuito. O mútuo pode ser oneroso (ou feneratício) ou gratuito. Ex.: Se A empresta a B R$ 500,00, aquele poderá exigir juros ou não. Art. 591 – presunção juris tantum (admite prova em contrário) e milita em favor do mutuante, que não tem o ônus de provar. A cultura atual é a de que quem empresta dinheiro quer juros. O mútuo quando não é para fins econômicos, presume-se gratuito e a presunção milita em favor do mutuário, cabendo ao mutuante o ônus da prova. Feita a tradição do mutuante para o mutuário, ficará o mutuário obrigado a devolver.O mútuo feneratício (oneroso) corresponde a duas diminuições e dois aumentos no patrimônio dos contratantes.O contrato de mútuo feneratício é o único contrato no direito brasileiro que é oneroso e unilateral.Taxa de juros: o máximo que pode ser estabelecido é a taxa selic. Se forem fixados acima, tem de ser reduzidos. O mútuo é naturalmente gratuito quando é para fins não econômicos. Para fins econômicos não é gratuito.

Questão nº03 - Efeitos da tradição nos artigos 579 e 587?Resposta: No caso do comodato, a tradição da coisa transfere apenas a posse direta. O comodante continua com a propriedade e a posse indireta. No caso do mútuo é

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transferida a propriedade e a posse plena para o mutuário. Assim, a coisa perece para o mutuário.O efeito da tradição no comodato é a posse direta, que vai pro comodotário, e o comodante continua com a posse indireta. No caso do mútuo, quando empresto a alguém 200 reais, transfiro a propriedade e a posse plena, a tradição gera esses dois efeitos. Art 587 nao transfere o domínio como diz o artigo, transfere a propriedade (posse, propriedade e domínio são coisas diferentes), o efeito é transferir a propriedade.

Questão nº04 - Mútuo feito a menos, sem autorização de seu representante legal, é válido, nulo ou anulável? Art 588, 589, 824.Resposta: A regra é o empréstimo de dinheiro. Entre 16 e 18 anos, o menor é capaz em relação a alguns atos, exceto se for doente mental. Apenas os atos anuláveis podem ser ratificados. Assim, os atos praticados pelo menor de 18 anos poderão ser ratificados (art. 589, I), seja pelo seu representante, seja pelo agente quando se tornar maior. O ato praticado pelo absolutamente incapaz é nulo. Inciso II – art. 7º, XXXIII, CF e art. 5º, V, CC.Inciso III - Mesmo que o adolescente seja emancipado, o credor só poderá penhorar os bens ganhos com o seu trabalho. Apesar da emancipação, a lei busca proteger o patrimônio do menor.Inciso IV - Se o empréstimo reverteu em benefício do menor, poderá ser cobrado do representante.Mútuo para doente mental é nulo -> art 824, mas neste caso (quando quem recebe, quem é o mutuário, é o incapacitado mental) pode ser afiançado. O art 824 diz que a obrigação nula não pode ser afiançada, somente neste caso. Se emprestar pro menor que é absolutamente incapaz até os 16 anos, dai pra frente é relativamente incapaz. 824§ú, não pode cobrar nem de menor e nem do fiador    Art. 589 - (i) se o responsável pelo menor vir e disser que aprova/confirma o mútuo, mas eu posso emprestar dinheiro pra um menino de 15 anos esse negócio jurídico é nulo, como ratifica um negocio nulo? Não pode ratificar ato nulo. Mas se eu emprestar pra alguém que tem 16 anos, o ato é anulável e ai o pai/mãe/tutor, poderá ratificá-lo, pois negocio jurídico anulável pode ser ratificado. Se a pessoa que pegou o bem, quiser ratificar ele próprio após completar 18 anos, também pode; (ii) se o menor precisar do dinheiro para o sustento dele próprio, posso cobrar do representante (aquele que tinha a obrigação de sustentá-lo); (iii) se o menor já tiver rendimento próprios, só pode cobrar o menor até o limite do rendimento dele; (iv) se emprestei pro menor e como dinheiro ele comprou roupas por exemplo, vai valer o empréstimo, se falsificar documento dizendo que é maior por exemplo.

Questão nº05 - Menor com 17 anos, falsifica certidão de nascimento, fazendo nela constar a idade de 19 anos, para contrair empréstimo em dinheiro - Esse mútuo é válido? Art 589, V.Resposta: Aplicação do princípio malitia suplet aetatem (a malícia supre a menoridade). O direito entende que se o menor tem a malícia para realizar algumas práticas, ele está apto para responder pelos seus atos. É válido.

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Questão nº06 - Que pode fazer o mutuante se, no mútulo feneratício, o mutuário deixar de pagar os juros vencidos?Resposta: Entrar com a cobrança dos juros ou com a execução do contrato.

Questão nº08 – Como conjugar os artigos 331 e 592?Resposta: O art. 592 traz exceções ao art. 331. O art. 331 é a regra. O inciso III não está de acordo com o caput.

Questão nº09 – Limite de juros e de multa no contrato de mútuo? Art 406, 412, 1336, §1º CC e 52§º CDC.Resposta:

Questão nº10 – SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia.

22/05/12Depósito

É um dos contratos reais (só se constitui com a tradição). Há quatro contratos reais no direito brasileiro: comodato, mútuo, depósito e penhor.A finalidade do contrato de depósito é a guarda do bem.Cum signare = marcarNo direito romano, a mercadoria deixada nos galpões para depósito precisavam ser marcadas. Também chamado de contrato estimatório.No Brasil não há previsão legal no CC, mas há situações em que se torna possível o depósito de bem imóvel. DEC – 58/1937 – art.17. Também será possível no caso de depósito judicial (consignação em pagamento). O sequestro e o arresto e depósito de lote também são contratos de depósito.

O guarda-volume e o estacionamento do supermercado é contrato de depósito oneroso, uma vez que o preço pelos serviços prestados pelo supermercado já está embutido no preço dos bens. Portanto, não é válida qualquer cláusula que retire a responsabilidade do supermercado sobre a perda ou dano dos bens depositados. Há responsabilidade objetiva.

Art. 627, CC – objeto do contrato de depósito é a coisa móvel, embora possa haver depósito de coisas imóveis (leis especiais). Ex.: Decreto 58 – sobre loteamentos.O contrato presume-se gratuito (art.628), observadas as exceções legais: convenção em contrário, atividade negocial ou profissão.

Atividade negocial (contrato de transporte, por exemplo) ≠ Profissão (armazém);

O contrato pode ser gratuito ou onerosoGratuito – uma diminuição que corresponde a um acréscimo – a guarda do bem é aliviado do patrimônio do depositante, e um peso acrescido ao patrimônio do depositário. Trata-se de contrato unilateral.

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Oneroso – duas diminuições que correspondem a dois acréscimos – além do exposto acima, há ainda a diminuição do preço do patrimônio do depositante, e um acréscimo do preço no patrimônio do depositário, há, portanto, uma contraprestação, sendo bilateral.

O depositário tem a posse direta do bem, pois a detenção ocorre quando há subordinação de emprego. Aquele que tem a detenção não está vinculado ao contrato de depósito.

Questão nº01 – De que dispositivo legal se infere que o contrato de depósito é real? Art 627.Resposta: É real, pois diz “recebe o depositário um objeto móvel”. Significa que é necessário que haja tradição. Porém, é possível que se dê em depósito bens imóveis (exceção), decreto lei 58/37, art. 17. Ex.: loteamento, arresto judicial etc.Temos que observar qual é a finalidade do contrato. Ex.: penhor e transporte. Quando eu contrato com uma transportadora, eu entrego meu bem a ela, e ele acaba ficando depositado com ela, mas não é contrato de depósito e sim de transporte.Guarda-volumes é um contrato de depósito oneroso, mesmo que embutido no preço.Os contratos de transporte para terceira idade não são gratuitos. Apesar dos idosos não pagarem, o preço já está embutido e são contratos onerosos. Por isso eles podem reclamar em caso de acidentes e etc.

Questão nº02 – Caracterizar o depósito gratuito e o oneroso. Real, não solene, unilateralmente ou bilateral, gratuito ou oneroso, intuito personae.Resposta: A presunção é a gratuidade, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão - Art. 628, CC. Gratuito: depositante A e depositário B. A entrega o objeto a ser guardado por B. O que sai do patrimônio de A é a guarda do objeto. O objeto em si continua no patrimônio do depositante. Por outro lado, o depositante se alivia do peso da guarda do objeto, o que configura um aumento no seu patrimônio. Já para o depositário, a guarda do objeto aumenta a sua responsabilidade, o que configura uma diminuição do patrimônio. Quando é gratuito é unilateral, pois cria obrigação apenas para o depositário.Oneroso: é bilateral, pois cria obrigação para depositante e depositário. Real : art. 627, CCIntuito personae: relativo uma vez que o bem não é guardado diretamente pela pessoa de) confiança contratada.

Questão nº03. Em que se distingue o depósito previsto no artigo 645 e o mútuo? Resposta: O depósito tem como finalidade a custódia do bem, enquanto que o mútuo tem como finalidade transmitir a propriedade e a posse para consumo. Além disso, a diferença mais importante está no fato de saber em favor de quem milita o prazo. Ex.: A empresta dinheiro a B, tendo exatamente 30 dias para devolver (art. 592, CC). A não pode exigir antes. Mútuo. O prazo milita em favor do mutuário.Ex.: A pede para que B guarde uma quantia de dinheiro para ele. A poderá pedir o dinheiro de volta a qualquer momento. Depósito. O prazo milita em favor do depositante.

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Quanto à origem

Depósito voluntário – art.627

Depósito necessário: legal e miserável

Legal – 647, IEmpregador que desconta 8% do salário do empregado, segundo a lei 8.866/94, trata-se de depósito legal; que será recolhido ao erário público, inclusive, sujeito a ser considerado depositário infiel.

Miserável (misericórdia; compaixão) – 647, II – 649Decorre de uma situação extraordinária, trata-se de uma emergência; ex.: no caso de uma calamidade em que a pessoa entrega bens que tenha conseguido salvar para alguém a fim de guardá-lo. Art.932

Depósito Judicial

– art.824 CPCSequestro de bens

Depósito Bancário *(não se confunde com o depósito feito em conta corrente)

Consignação em pagamento (forma de pagamento especial) – v. arts. 334 a 336 CC;– 890 CPC§1° - a redação original era “(...) em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar no pagamento (...)” – logo, onde não houver estabelecimento bancário oficial, o depósito pode ser feito em estabelecimento bancário privado.

Essa interpretação é pacífica, mesmo diante da redação equivocada do referido §. A mudança da vírgula leva a interpretação de que o depósito só poderia ser em feito em banco oficial.- “em estabelecimento bancário oficial, onde houver, situado (...)” –

Questão nº04 – A obrigação de restituir do depositário é quesível ou portável? Art 631 e 327.Resposta: A obrigação de restituir do depositário é quesível, uma vez que o credor (depositante) é que deve ir receber, nessa hipótese, o credor que fica sujeito a mora.

Questão nº05 – Que princípio geria expressa o artigo 639? Concursus partes fiunt.Art. 639 CCResposta: É o princípio Concursu partes fiunt. Significa dizer que em obrigação divisível, concorrendo na mesma obrigação vários credores ou devedores, a obrigação se presume devida em tantas partes quantos sejam os credores ou devedores. Logo, a solidariedade não se presume.Regra Geral: Concursu partes fiunt.

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Exceções: 1) Solidariedade; 2) Indivisibilidade do objeto

Questão nº06 – Como conciliar a exegese do artigo 633, 1ª parte, com o princípio pacta sunt servanda? Art 627 - 629Resposta: O prazo no depósito milita em favor do depositante, enquanto no mútuo, o prazo milita em favor do mutuário.

Questão nº07 – Você deixa, mediante remuneração, em vaga coletiva, seu automóvel em estacionamento destinado à guarda de veículos, confiando ao responsável as chaves – Deposito, locação, prestação de serviços.Resposta: Trata-se de depósito, visto que com a entrega das chaves do carro, foi confiada a guarda do veículo. Se não houvesse o dever de guarda, e o dono do bem tivesse total acesso ao local e ao objeto, poderia se configurar a hipótese de locação, uma vez apenas seria cedido o espaço em troca de remuneração.

29/05/2012Mandato

(de manu + datum)*mandante - mandatáriooutorgante - outorgado (ex: parte outorgante que mediante contrato e procuração outorga poderes ao advogado outorgado)

representado (parte) - representante (advogado)

*dar-se as mãos, aperto de mãos

É um contrato que só se considerava celebrado e constituído quando os contratantes apertavam a mão, hoje o aperto de mão só estabelece um ok, não é exigido, é apenas um costume. As partes são os mandatários e mandantes. Mandante é quem concede poderes a outrem, para que este pratique atos jurídicos (outorga de poderes para ato jurídico), também chamado outorgante/representado. Mandatário/outorgado/representante/procurador é quem recebe os poderes para praticar atos jurídicos (é procurador porque vem do latim pro+curare, quem vai cuidar/zelar). A procuração é a forma do contrato de mandato.Art 653 - pode usar 'celebra-se o contrato' invés de 'opera-se o contrato'. É ato jurídico, estará celebrando contrato pela forma de procuração. Posso dar poderes a alguém sem ser por procuração. O objeto do mandato é sempre a prática de ato jurídico. Parecer é prestação de serviço, não é mandato, no mandato existe representação, na prestação de serviço não. No mandato o mandatário atua pelo mandante, na prestação de serviço o contratado atua para o contratante. 

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'A procuração é um instrumento só mandato' art 656 'pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito' -> CONFLITO <- entendo o 653 como 'a procuração é o instrumento do mandato escrito'.

Art 657 - Ex: CV de imóvel tem que ser por escritura pública (art 78), então a procuração também tem que ser por escritura pública. Princípio da atração de forma - a forma do ato a ser praticado atrai a forma da procuração (a forma exigida por lei para o ato a ser praticado atrai a forma da procuração). Contrato de locação e contrato acessório de fiança (só esxiste contrato de fiança acessório) por procuração - essa procuração será por escrito pois o art 819 define fiança por escrito, público ou particular (contrato de locação pode ser feita de forma livre, pode ser por escritura pública ou particular, ou verbalmente), mas fiança não pode ser verbal, tem que ser por escrito. 

3. Requisitos (é aquilo que a lei exige para o contrato, qualidade que se exige do negócio jurídico, aquilo que a lei requer para que o ato seja bom/correto): - Subjetivos (art 654 e 666): 1) Capazes (quem já tem 18 anos, quem se emancipou) são aptas para dar poderes mediante instrumento particular (não é que seja obrigatório o instrumento particular, pode ser feito mediante instrumento público). 2) Absolutamente incapaz: representante legal que assina, pode ser por instrumento público ou particular (ação de alimentos - menor representando por sua mãe, e esta representada pelo advogado. Não é necessário procuração do menor, pois já é previsto em lei a representação de mãe/filho)3) Relativamente Incapazes: (entre 16 e 18 anos) para ad negotia é necessário que seja instrumento público, já a ad judicia não há necessidade, tanto faz particular ou pública. Os atos praticados em juizo são fiscalizados pelo juiz e pelo Ministério Público, por isso não se exige instrumento público, pode ser por ambos. 

-ObjetivosPodem ser objeto de mandato os atos que o mandante pode praticar por si, sejam ou não de natureza patrimonial, EXCETO os atos personalíssimos (ex: testamento, poder familiar, voto, etc)

- Formais Art 654 a 657 - 1542: 655 c/c 657 Casamento por procuração, a lei não permite que a duração deste mandato seja superior a 90 dias, só tem vigência por 90 dias (não há que se falar em validade, o ato é válido. É vigência por 90 dias, não validade). Se os dois nubentes não puderem comparecer e ambos usarão de procuração, pode ser o mesmo procurador? Não. 655 - sempre tenho que levar em conta o ato que vai ser praticado, se for por exemplo CV de imóvel, tem que estar munido de procuração E substabelecimento público. Art 220 - 472 - 1793  Art 667 - o maior de 16 e menor de 18 pode ser mandatário.Art 682 - cessa por morte, 

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interdição do mandatário, quando deu poderes era solteiro, mas ai casou, o mandatário não pode mais vender o imóvel, precisa da anuência da mulher.

Art 672 CC: Não há necessidade de se fazerem dois instrumentos diferentes. No mesmo instrumento poderá constar tanto a procração quanto o contrato de prestação de serviços.

Como se distingue o contrato de mandato do contrato da prestação de serviço?Normalmente, o cliente que procura um escritório de advocacia, por exemplo, celebra com os advogados desse escritório dois contratos (de modo geral). Tratam-se de instrumentos diferentes. O primeiro é a procuração, que é o instrumento do mandato. Através desse mandato, o cliente dá poderes ao advogado para praticar atos jurídicos do processo. O cliente também assina o contrato de prestação de serviços. Neste contrato não há representação. Os atos que o mandatário praticar são tidos e havidos como se fossem praticados pelo mandante. O ato que o mandatário pratica reflete na esfera jurídica do mandante. A revogação do mandato não precisa ser justificada. Trata-se de denúncia vazia. Mas na prestação de serviço aplica-se o pacta sunt servanda. O contrato precisa ser cumprido, não cabendo revogação ad nutum.Na prestação de serviços, o prestador de serviços trabalha para o contratante.

Quando na folha fala em requisitos objetivos, temos o exemplo de uma coisa personalíssima que é o casamento, que pode ser por procuração. O representado dá procuração para a pessoa (representante) receber fulana de tal (noiva) no seu casamento em seu nome.Consensual na regra geral, uma vez que a lei não impõe forma especial para a sua celebração. (ex: dou poderes, de forma verbal, para uma pessoa fazer alguma coisa pra mim, tipo comprar alguma coisa na livraria...). Porém, mandato para celebração de um ato formal, exige forma ver Art. 657... A exemplo da procuração, forma utilizada pela parte para atribuir poderes para o advogado (celebrando o mandato).. dando-lhe poderes para atuar em seu nome e por sua conta no processo. Os atos praticados pelo mandatário são tidos e havidos como se tivessem sido praticados pelo mandante. Ao mesmo tempo, geralmente, é celebrado também, através do instrumento de contrato de honorários, um contrato de prestação de serviços. Através do qual o advogado se responsabiliza pelo andamento do processo, pela assistência à parte, cooperação, lealdade, informação, etc. No mandato o mandatário atua pelo madante (atos de responsabilidade do mandante). Na prestação de serviços o contratado atua para o contratante (atos de responsabilidade do prestador do serviço). Por isso que o mandato é contrato intuito personae, de confiança, uma vez que o mandante tem que confiar no mandatário. A partir do momento que acaba a confiança o contrato deve ser revogado. Não precisa nem de justificativa. Denúncia vazia. (no caso de advogado, o mandante pede substabelecimento para outro advogado sem reserva de poderes para o primeiro). Se o advogado entra com um recurso que é considerado meramente procastinatório (para atrasar o processo), e o tribunal estabelece uma muita em função disso. A multa vai ser para a parte, e não para o advogado, em função do contrato de mandato. Pois o ato é como se fosse praticado pelo cliente. (mandatário age em nome do mandante). Porém até cabe ação de regresso para com o advogado uma vez que o mandato é outorgado para a prática de atos jurídicos e não para a prática de atos ilícitos, de forma que ele teria se exaurido do contrato

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com sua própria conta e risco ao praticar atos ilícitos e reprováveis, ainda mais quando implica em sanções (ex: multa), levando em conta que a parte nada soubesse com relação a isso ou fosse contra seu consentimento, tendo ele faltado com dever de informação, cooperação... Fora que ele presta serviços a favor do interesse parte no processo e não contra seus interesses. Consensual, gratuito por natureza, intuito personae, unilateral (quando é gratuito, gera obrigações somente para o mandatário), porém quando é oneroso é bilateral. Ver Arts. na folha!

A procuração é instrumento do mandato, quando escrito. É a interpretação que se deve ter do art.653.Quem pode outorgar mandato:

O objeto do contrato de mandato é a prática de negócio jurídico.

Art.655 CC – o substabelecimento pode ser feito por instrumento particular, ainda que o mandato tenha sido feito por instrumento particular.Ocorre quando o mandatário também não pode comparecer ao negocio jurídico, então, o mandatário substabelece, com ou sem reserva de poderes, outro para praticar o ato em nome do mandante. “Substabeleço na pessoa de C os poderes que me foram outorgados por A ...”. Se houver reserva de poderes, haverá uma adição de mandatário. Se não houver, o mandante originário sai da relação jurídica, por renúncia ao mandato, (Súmula do STF: o substabelecimento sem reserva equivale à renúncia). Ficando o substabelecido como mandatário único. O problema é quando o substabelecimento é omisso quanto a reserva de poderes. STJ: se o substabelecimento é omisso quanto a reserva de poderes, deve-se entender que é com reserva. Uma vez que a renúncia deve ser expressa, ocorrendo apenas quando o substabelecimento é sem reservas.

Art.682, II – cessa o mandatoSe morrer o substabelecente, não cessa o mandato, uma vez que outra relação jurídica já foi formada, não sendo o substabelecente mais partes.

O mandato é intuito personae, portanto, a confiança do mandante no mandatário vai ao ponto de ter certeza que o substabelecimento feito pelo mandatário é correto e confiável.

Persiste, o problema quanto a forma mencionada no art.655 CC – de acordo com a literalidade do artigo é possível instrumento particular, ainda quando se utilize instrumento particular, no entanto se houver obrigatoriedade de instrumento público para o ato a ser realizado pelo outorgado, o substabelecimento deve ser feito também por escritura pública, em razão do Princípio da atração de forma (art.657).Ex.: fiança não exige instrumento público, logo tanto o mandato quanto o substabelecimento podem ser feitos por instrumento particular. Ex2.: compra e venda de imóvel (superior a 30 salários) exige-se instrumento publico, logo, o mandato e o substabelecimento deve ser da mesma forma.

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Pacto adgecto de fiança – quando o contrato principal é feito de forma verbal, o contrato acessório de fiança deve ser feito de forma escrita e tem essa denominação (pacto adgecto).

Toda norma jurídica precisa ser interpretada, ainda que pareça esclarecida. O supracitado artigo, no diploma de 1916, tinha uma redação ininteligível (uma esfinge exegética), devido a variadas sugestões de redação. A doutrina trazia, por isso, inúmeras interpretações.Portanto, tentou-se trazer no NCC uma redação mais clara, no entanto, não foi o que ocorreu.

O mandatário pratica negócio jurídico em nome do mandante, como se ele próprio fosse. O casamento, por exemplo, pode ser realizado por procuração, em que o mandatário irá comparecer e aceitar o negócio em nome do mandante; o mandatário é uma longa manus do mandante. Logo, o mandato não se confunde com a prestação de serviços.

A fiança é um contrato acessório ao contrato de locação. Ex.: X e Y celebram contrato de locação em que A é fiador. No entanto, este não pode comparecer no momento da celebração do contrato, portanto, outorga a B poderes para agir em nome por procuração. Assim, B assinará o contrato, representando A, tendo este último a obrigação de cumprir o inadimplemento do devedor. Pode-se dizer que o mandante não estará presente no contrato fisicamente, mas sim juridicamente.

Art.658 – presume-se gratuito, observada a exceção expressa pelo artigo.

Art. 659 – com base nos usos, só o mandante assina a procuração, uma vez que a execução dos poderes conferidos ao mandatário representam a aceitação tácita.