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Page 1: Direito do Trabalho - Ligação Concurso · O que importa aqui é o seguinte: na medida em que tem zona de exclusividade não pode o outro entrar e começar a fazer venda na minha

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Direito do Trabalho Data: 08/04/2002 Eu virei para vocês e falei que o que importava para a gente no 1 momento era o aspecto lá na Lei 8307/57 e a questão relativa a lei do representante comercial. E aí eu se não me engano parei no seguinte ponto: qual é a diferença entre é Lei 4886/65 eu parei exatamente na seguinte coisa: o representante autônomo é autônomo. O que isso que dizer? Trabalha por contra própria em proveito próprio, enquanto que a situação prevista na Lei 3207/77 o individuo é empregado. 1ª coisa que interessa para a gente quando a gente fala aí da Lei 3207. Seguinte: esse individuo, em principio não terá questão de hora extra. Por que? Porque se vocês repararem como é eu é a natureza do serviço dele? Ele é classista viajante. Então é um individuo que não tem um local certo. Eu não tenho portanto como controlar a jornada de trabalho dele. Está é a regra. Nada impede porém que eu tenha casos em que ele tenha jornada controlada. Isso aí para quem começa a mexer com processo, vocês vão ver inclusive na jurisprudência questões como por exemplo se tinha que comparecer todo dia, se tinha que apresentar relatório, se tinha que entrar em contrato porque isso aí daria a idéia de que? Controle para eu saber se o cara está trabalhando ou não. Em regra a situação do viajante eu não vou ter esse tipo de controle porque ele vai estar lá nos “cafundós do Judas” e vai se virar, vai fazer o trabalho e eu não estou sabendo se ele está realmente trabalhando ou se está no bar da esquina se divertindo. Então essa é a 1ª coisa. O 2 aspecto que nos interessa é a questão efetiva do pagamento das comissões. Tinha passado para vocês a definição das comissões. Pois bem. Tanto na Lei 3207 como na lei do representante comercial, quando a gente fala da área desses vendedores nós vamos ter o surgimento de uma expressão que se chama a questão da zona de exclusividade. O que isso quer dizer? Que somente aquele indivíduo pode fazer vendas ou no caso do representante comercial pode ser o representante, o cliente dentro de determinada área, dentro de determinado território. O que interessa isso? Num 1 momento se você tem a zona de exclusividade e já que só ele pode fazer as vendas, todas as vendas que forem efetuadas naquela área serão pagas comissões à ele. Então isso que dizer o seguinte: se algum colega, se algum outro individuo vai e faz venda naquela área ele vai recebe comissão sobre o negócio que foi feito na área. Obvio. Quem fez também vai receber. O que importa aqui é o seguinte: na medida em que tem zona de exclusividade não pode o outro entrar e começar a fazer venda na minha área. Então o que vai acontecer? O empregador ao aceitar que o outro concretize a venda vai estar assumindo o ônus de pagar comissão para dois. Só que tem um detalhe do ponto de vista da jurisprudência, que é o seguinte: você tendo a zona de exclusividade ficaria muito fácil para o cara cruzar os braços, porque o empregador quer colocar o seu produto no mercado, colocar o seu produto na praça. Se você não está fazendo nada, o que ele vai buscar? Alguma outra pessoa que faça. E aí o que vai acontecer? Você ficaria de braços cruzados só recebendo a comissão. Então o que acontece?

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A jurisprudência tem entendido que esse pagamento da comissão quando eu tenho zona de exclusividade e a venda é feita por outra pessoa, ele somente vai ser devido se se tratar de cliente, ou se vocês quiserem de um mercado no sentido de área de atuação já fosse do titular da área. Atenção! Esse “já fosse” tem que ser interpretado no seguinte sentido: não é apenas ser um cliente habitual dele, mas ser alguém que ele tenha pelo menos já feito algum tipo de contato. Na verdade que ele já abriu o mercado em relação àquele cliente. Aluno: (...) Não, não precisa. Se é um cliente habitual está tranqüilo. Se é um cliente habitual é tranqüilo; ele já tem a condição. O problema é o seguinte: vamos imaginar que você passa lá no botequim apresentando um produto novo, o português diz que não quer. “ah, mas posso deixar o folheto?” Pode. Ele é seu cliente? Ainda não, no comprou nada. Não está na sua carteira, não teve cadastro aprovado através de você. Chega o seu colega passa por lá aí “o seu colega passou achei um produto interessante aqui, quero fazer”. Ai esse seu colega vai, manda para lá, a empresa aprova tudo. Mas o 1 contato quem fez? Foi o dono da área. Então a questão principal é o seguinte: se o cara é terceiro que está invadindo a minha área é quem está efetivamente está abrindo o mercado, ou seja, não tem contribuição de espécie nenhuma do titular da zona de exclusividade, não vai haver o pagamento da comissão. O pagamento da comissão só vai existir se o titular da área, da zona de exclusividade tiver tido algum tipo de encaminhamento de participação. Isso é obvio, porque até está ligado a o que? Até ao próprio conceito da comissão quando eu falei para vocês que é a participação na venda ou no encaminhamento de um negócio. Então quando ele faz um contato, faz a divulgação, está preparando a área para o empregador. Ainda em relação à zona de exclusividade o que nós vamos ter? Obvio. Se eu tenho uma zona de exclusividade eu monto o meu mercado, minha área de vendas e vou ali mantendo um padrão de vendas e conseqüentemente um padrão de comissões e de remuneração. Só que pode acontecer do empresário entender que aquela área tenha que ser desmembrada, aglutinada, tem que acabar com a sua exclusividade ou qualquer outra coisa. O que vai acontecer? Na medida em que você reduz a área de atuação dele a tendência natural é de haver perda de cliente. Perdendo cliente cai a comissão, redução de salário. Então o que a lei prevê? Na hipótese da redução da área da zona de exclusividade, ele tem garantido o pagamento mínimo correspondente a média dos últimos 12 meses. No mínimo aquilo porque se ele vinha ao longo daquele tempo fazendo uma venda enorme, tinha um padrão bom, na medida em que eu reduzo a área dele, eu vou estar reduzindo o salário. Ai o que se faz? Garante o mínimo pela media dos últimos 12 meses. Repara só. Qual é a intenção? Evitar exatamente que sob a desculpa de querer buscar novos mercados, sob a desculpa de querer dizer que ele não está dando conta da área, o empregador faça o que? Redução salarial, alteração prejudicial à ele. É obvio, se o cara resolver acertar, o empregador entrega uma área aonde e;lê realmente não tem conseguido atender, ele não vai afetar em nada a remuneração dele. Agora se tiver alguma divisão efetiva, ele vai ter a garantia do mínimo dos últimos 12 meses.

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Aluno: (...) Vira o salário mínimo dele. Pensa assim. Isso ai vai fizer direto. Outra coisa que interessa. Nós estamos falando de comissão sobre vendas, comissão sobre um negócio. Como é que vai funcionar isto? Não vai gastar apenas eu encaminhar um negocio a empresa para eu já poder saber se tenho ou não direito a venda, a comissão. Por que isso? Porque é obvio. Vai depender da própria aprovação por parte do empregado se vai fazer a venda para aquela pessoa verificação de credito, cadastro, uma serie de coisas. Pois bem. Nós temos no art. 3 da Lei 3207, o prazo para a aceitação pelo empregador do negócio. Isso é importante por que? Porque é obvio. Se o conceito do vendedor viajante que não tem contato constante com o empregador o que acontece? Eu vou, faço a intermediação e encaminho tudo para a empresa. Chega lá e a empresa faz a verificação, entra em contato com o cliente, formaliza ou não formaliza a venda. E nisso eu já estou rodando, já estou atendendo outro cliente, estou circulando e obvio vocês têm que lembrar que a lei é de 57, eu não tinha telefone celular, eu não tinha fax, eu não tinha meios de comunicações modernos como nós temos hoje. Então o que acontecia? Você tem no art. 3 a presunção, na verdade mais do que a presunção, a aceitação tácita a partir do momento em transcorridos esses prazos, o empregador não comunique nada ao empregado. Então a questão principal é o seguinte: o prazo não é para o empregador dizer que aceitou. O prazo, a função dele é, se o empregador não quiser concluir a venda tem este prazo para dizer que não efetivou a venda, porque se ele não fizer a presunção legal é de que a venda foi concretizada. Qual é a conseqüência disso? Passa a ser direito receber adquirido do vendedor receber a comissão sobre aquela venda, mesmo que ela não tenha efetivamente se concretizado. Então não foi feita a venda, mas o empregador não comunicou à ele dentro do prazo, dançou, vai ter que pagar o valor da comissão. Outra coisa ainda que interessa para a gente, que está previsto lá no art. 4 da Lei 3207. É o prazo para o repasse, para o pagamento das comissões. As comissões sejam elas na situação da Lei 3207, sejam elas na forma prevista na CLT, no art. 466, as comissões correspondem a única parcela que compõe a remuneração em que eu tenho um período maior do que 30 dias para efetivar o pagamento. O que isso que dizer? Tudo que eu devo ao empregado eu tenho que pagar no período máximo de 30 dias, exceto as comissões aonde eu admito o prazo máximo de 3 meses. Obvio, até porque eu tenho que esperar o que? O final das (...), repasse de dinheiro, uma serie de outras questões. Quando a gente fala do pagamento das comissões sobre as vendas nós vamos ter aí na Lei 3207 uma situação que é um pouco complicada. Por que isso? Você imagina sempre o recebimento do pagamento da comissão em razão da venda concretizada. Se a venda for instantânea, pagamento total, integral do valor, tranqüilo, vocês já sabem que está tudo perfeito, repasse da comissão, está garantido. Agora quando você faz vendas com prazos dilatados ou vendas em prestações sucessivas. O que pode acontecer? Do ciente, do comprador atrasar ou então até mesmo não honrar o pagamento. O que vai acontecer? Do ponto de vista teórico, institucional, a comissão é devida em razão do negócio que foi feito. Então em

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principio eu empregado não tenho culpa se o cliente não está pagando as parcelas; se ele está “dando o cano”. Vamos imaginar até que não seja em parcelas, seja um único pagamento, mas foi faturado para 30 dias. Chegou no prazo de 30 dias, o cara não pagou. A idéia da comissão ela é devida a partir do encaminhamento do negócio. O que vai acontecer? Pelo art. 7 da lei, a gente começa a ter uma pequena confusão. Porque o que fala o art. 7? Art. 7 - Verificada a insolvência do comprador, cabe ao empregador o direito de estornar a comissão que houver pago. Então repara só. Tinha uma venda eu obviamente já paguei a comissão só que eu não recebi ainda o pagamento. 1ª questão em relação ao art. 7 é a seguinte: muita gente acha que ele somente se aplica a hipótese da insolvência do cliente comprador, porque assim está redigido, enquanto que a maior parte da doutrina e da jurisprudência acaba utilizando-o também para as situações de inadimplemento. Então corrente minoritária vai dizer até porque vocês vão ver que ele tem um caráter prejudicial, a corrente minoritária vai dizer que eu só posso tratar disso na hipótese de insolvência e não do inadimplemento. Por que isso? Porque veja só. A venda eu encaminhei para o empresário. O empresário tem que fazer o que? Ter as cautelas necessárias, verificar a situação, o credito, e por aí vai. Se ele aceitou a venda e em função da venda que ele aceitou, ele me pagou a comissão, se chega um cliente e não paga, o que isso quer dizer? Problema dele empresário. Isso é porque é risco do próprio negocio. Ele que vá executar o cliente e cobrar do cliente a parcela que não foi paga. O que o art. 7 acaba fazendo na verdade. Ele transfere parte do risco do negócio para o empregado. Por que o que acontece? Não consegui receber; esse cliente aqui “deu cano”. Então eu não só vou correr atrás como ainda vou estornar o que eu já paguei pelo fato de você ter feito o encaminhamento do negocio. Então eu estaria transferindo para ele culpa na realização do negocio que acabou mal sucedido pela inadimplência do cliente. Então por isso que a corrente que é minoritária vai dizer que isso eu só vou poder tratar em situação extrema. E qual é o caso de situação extrema? No caso da insolvência. Mas mesmo assim quando eles fazem essa abordagem eles dizem o seguinte: a própria aplicação do art. 7 também, mesmo no caso da insolvência, não é feito de forma direta. Por que repara. Qual foi a expressãozinha que eu falei quando eu falei agora pouco do estorno? “porque aí eu vou tirar o dinheiro, eu estou transferindo culpa do negocio mal sucedido.” Pois bem, mesmo para a corrente minoritária que interpreta que é só na hipótese de insolvência, eles vão dizer que eu também só vou poder aplicar o art. 7 se ficar provado o seguinte: que quando o empregado caminhou o negocio ele tinha condição, tinha conhecimento da situação de pré-insolvência do cliente comprador e não passou esta informação para o empregador. Então aí sim, eles só vão admitir a aplicação do art. 7 em que situação? Insolvência e demonstrada a culpa do empregado por não ter feito as verificações, por não ter buscado as informações necessárias garantidoras da idoneidade

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financeira do cliente comprador. Por que? Se ele fez isso tudo; se na época que estava concretizando a venda vamos imaginar a Mesbla, vamos pegar um período que a Mesbla estava super ok. Então estava super ok, não tinha problema nenhum. Quando a Mesbla começou a “balançar das pernas”, qual foi um dos maiores problemas que a Mesbla teve? Exatamente porque os fornecedores não passaram, não entregaram mais mercadorias, porque já estava balançando as pernas, “eu vou colocar mercadoria lá, eles vão vender, mas não vão me pagar.” Então repara. Nessa situação o que acontecia? Já havia o conhecimento geral do fornecimento, o fornecimento era um fornecimento arriscado. Então se eu empregado chego e “pode bancar que eu garanto”, aí sim ele agiu com culpa, vai ter o ônus. Agora não, passo essas informações digo “olha, o cara está meio ruim nas pernas; na praça estão dizendo que vai quebrar.” Se o empregador aceita fazer o negocio, problema do empregador, porque senão estaria transferindo o risco do negocio para o empregado. Aqui vem um elemento importante quando a gente faz o acompanhamento da Lei 3207 em relação à lei do representante comercial. Por que? Porque no direito comercial, quando você trata da representação comercial é possível a colocação desta cláusula embora haja discussão porque alguns entendem que é uma cláusula leonina. Mas é admitido lá na representação comercial esse tipo de cláusula. Por que? Porque é obvio se eu estou tratando aqui de um representante comercial autônomo, qual é o conceito da autonomia? Risco do negocio por conta própria. Então eu empresário industrial quando contrato um representante comercial autônomo legitimo, eu não quero ficar preocupado com a verificação eu até posso ter situação aonde eu não me vinculo e quero sempre que ele me passe as informações financeiras do cliente, mas eu posso criar, como é previsto na legislação, a chamada cláusula star del credere. Então o que acontece? Você na verdade representante comercial autônomo assumi a qualidade de o que? Você na verdade é um fiador, é um avalista do cliente comprador, que isso não pode ter quando eu estou tratando de empregado. Outra coisa que importa aí no art. 7 e é outra discussão. Vocês vejam só. O art. 7 ele fala que na hipótese da insolvência poderá estornar a comissão que foi paga. Vamos imaginar que a venda tenha sido uma venda parcelada e eu venha pagando as comissões a partir do pagamento de cada parcela. Aluna: Essa culpa que você está falando Verificação Aluna: É, é uma presunção de que ele sabia que o comprador estaria “ruim das pernas”, certo? Não é isso. Porque repara só. Em principio o empregador ele quando eu passo que tem uma venda para o fulano de tal, o que o empregador tem que fazer? “ah, a venda é muito alta, a venda dá para a gente correr o risco, não dá para agente correr o risco”, fazer o que? Buscar no mercado informações. Aluna: Então isso compete ao empregador? Ao empregador, mas não é dele Aluna: E ele só vai responder com culpa se ele sabia que ... Que estava ruim e não informou. Por exemplo: tem um cliente dele, da carteira dele, que sempre faz uma compra relativamente tranqüila, vamos supor lá de R$

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2000,00. E ele está sabendo que o cara está dando “cano na praça” e ele faz uma compra, como tem fazendo ao longo desses anos todos na base de R$ 2000,00 que a empresa, como é um cliente habitual, não vai nem verificar como está a situação dele. O que está acontecendo? Ele sabendo, não comunicou, dançou. Ele não sabendo “ah, era uma compra habitual, dentro do parâmetro da carteira, a empresa também não ia procurar”. Sim, mas aí é risco do negocio, problema da empresa. Por outro lado, esse cliente vinha comprando só R$ 2000,00 e chega de uma hora para outra que R$ 20.000,00. “Opa, peraí, vamos ver se ele pode não pagar. Ah não pode sim, porque eu garanto.” Então é essa a idéia. Inclusive você tem situações aonde normalmente eles têm um limite, uma alçada no valor das vendas. A coisa é tão engraçada que você tem situações por exemplo na área de metalurgia tem muito disso, nas grandes industrias de metalurgia, cerâmica, eles têm a área de exclusividade. Aí o que acontece? Vamos supor vai ter lá a construção da termoelétrica de Macaé, vou precisar de uma serie enorme de produtos de ferro. Você sabe que vai ter um grande negocio. Aí você até já está sabendo disso, comunica ao seu diretor, ao seu gerente, aí eles viram, tiram a venda de você para fazer a venda em nível de gerência. Aí dá uma outra discussão porque o que se começa a discutir? Normalmente eles pegam essas vendas grandes e não pagam comissão ao pião porque dizem que são da alçada da gerência. Aí o que você vai discutir aqui? “ah ele fez a venda, não fez.” Não. você vai discutir a idéia da zona de exclusividade, aquele conceito do encaminhamento “Como é que foi feita essa venda?” Se ele não tivesse ali na área; se não fosse o cliente habitual como esse aqui iria fazer a venda? Ele não sai do escritório. Aluna: O empregador pode descontar do gerente vamos supor uma loja que venda que haja erro de caixa ele pode? Deixa eu falar você se lembra quando eu falei que nós vamos falar do art. 466. Aí no art. 466 nós vamos falar porque isso aí na verdade a questão do desconto está até ligada ao art. 462. Por exemplo: você está pensando na questão do gerente ser descontado pelo erro de caixa ou então um exemplo clássico: cheque devolvido. O que acontece na pratica? “Toma, se vira, você que recebeu, porque no prejuízo eu não vou ficar”. Isso em principio é completamente ilegal. Em principio por que? Em relação ao pessoal de posto de gasolina, a norma coletiva do pessoal de posto de gasolina estipula que para receber cheque de cliente não cadastrado se for receber tem que ter verificação de carteira de identidade e anotar a placa do carro. Se o cara não toma essas cautelas, ele tem que devolver o dinheiro ao empregador. Ai vai depender isso ai a gente vai falar quando for falar efetivamente de desconto do art. 462. Aluna: No meu caso era uma locadora de vídeo, sumiram fitas e o empregador resolveu descontar ... Vai ser art. 462. A gente vai lidar com a idéia de culpa ou não de eventual prejuízo causado ao empregador; se pode ou não ter o desconto. Aluno: Dá para o Sr. repetir essa clausula star del credere, eu não entendi. Não a clausula star del credere é o seguinte: o representante comercial funciona como avalista. Então essa clausula na verdade é o que está escrito no art. 7. Ela ao permitir que eu estorne na hipótese do inadimplemento ou da insolvência do

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cliente-comprador, o que eu estou fazendo? Estou transferindo para ele o risco do negocio, correto? Então esse cara na verdade está sendo o avalista, o fiador daquele negócio que está sendo feito. Então entenderam como é que fica a questão da aplicação do art. 7. Aluna: (...) Ah sim. Outra coisa em relação ao art. 7 é o seguinte: pessoal ainda entende que mesmo que você consiga identificar a culpa do empregado, a própria redação do art. 7 teria um absurdo que é o seguinte: vamos supor que a venda tenha sido feita parcelada e você vem pagando na forma no art. 5 as comissões conforme o pagamento das parcelas pendentes. Então já pagou lá 3 parcelas, quando está para vencer a 4ª vem a declaração da insolvência. E você identifica que ele tinha conhecimento do risco de que aquela empresa estava para falir. Então aí entra a situação que é possível fazer o estorno da comissão na forma do art. 7. O que o pessoal fala é o seguinte: é um absurdo porque o art. 7 fala “estornar a comissão.” O conceito maior que se tem é de estornar aquilo que inclusive já foi pago pelo comprador. É um absurdo, mas é isso que acontece. Por que vejam só. Se eu ainda não paguei a comissão e não recebi do comprador, eu não vou estornar a comissão. Na verdade eu vou anular aquele credito dele e não vou pagar. O absurdo maior do art. 7 é esse, aonde você pega, já recebeu o pagamento das 3 parcelas e na forma do art. 5 para cada parcela que você recebeu você transferiu a comissão, você vai e estorna o valor daquelas comissões que já foram pagas. E no entanto, você, o titular do negocio, já recebeu, ainda que parcialmente o pagamento da venda. É feito assim. Aluno: O estorno da comissão não é proporcional Não. É um dos maiores absurdos. É isso aí que o pessoal minoritário acha o caos, porque você está transferindo efetivamente todo o risco do negócio para o cara, entendeu? Porque uma coisa é o seguinte: está bom, a parcela vencia hoje no dia 8 então eu te paguei a comissão; chega lá no final desse mês não pagou, faliu, você sabe que ele não vai pagar a parcela que vencia hoje. Tudo bem, você estornar essa comissão é até plausível. Agora você não pode falar de estornar a comissão das parcelas que ainda vão vencer, porque não era exigível, em principio você ainda não pagou. É obvio. Se você, vamos imaginar que o pagamento tenha sido parcelado e você tenha transferido para ele as condições de forma integral. Seria lógico eu da parte pra a frente estornar proporcionalmente, mas o que o pessoal admite na maior parte dos casos, na forma da aplicação, porque fala “estornar a comissão” é o estorno inclusive das parcelas que foram feitas. E isso é um dos maiores absurdos e dá a maior discussão na jurisprudência. Outra coisa que importa. O art. 5 c/c com art. 6. Art. 5 - Nas transações em que a empresa se obrigar por prestações sucessivas, o pagamento das comissões e percentagens será exigível de acordo com a ordem de recebimento das mesmas. Claro. Se aceitamos o pagamento em parcelas o empregado só passa a ter direito a um percentual das comissões conforme o vencimento das parcelas.

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Aluno: (...) pode descontar tudo inclusive os casos de mera inadimplência? Oi Aluno: Inclusive nos casos de inadimplência e não só no estado de insolvência? Não repara só. Majoritária jurisprudencial também na inadimplência. Agora mesmo a corrente majoritária que aceita na inadimplência ela vai adotar a idéia de que deve provar a culpa do cara. Isso aí eles vão manter a idéia de que tem que provar que ele tinha conhecimento que o cara estava para começar a dar o “cano na praça”. Art. 6 - A cessação das relações de trabalho, ou a inexecução voluntária do negocio pelo empregador, não prejudicará percepção das comissões e percentagens devidas. Qual é problema de conjugar o art. 5 com o art. 6ª? Porque o art. 5 fala o que? Se vai ser em parcela a comissão é devida no vencimento de cada parcela, correto? O art. 6 fala do que? Eu estou com as parcelas ainda para vencer quando eu chego 1 - eu empregador ao entrego, não concretizo o negocio, dançou. É devida a comissão por que o que aconteceu? Decisão sua, vontade sua, eu fiz a minha parte, fechei o negocio. A outra coisa que nos importa é o seguinte: cessação do contrato de trabalho, cessação da própria atividade. Então o que acontece? O empregador chega e mando o cara embora, “rua”. 1ª coisa – não importa se teve ou não justa causa. Por que isto? Porque o negocio foi feito aqui atrás. Se vai ser pago em parcela isso ai foi questão de como foi acertado o negocio. Vocês têm que lembrar qual é a definição da comissão. A comissão é devida em razão do encaminhamento ou concretização do negocio, de uma venda. Isso ele já fez aqui atrás. Então se 2 meses depois ele vai e embolacha o empregador, pouco importa, porque o fato gerador do pagamento da comissão está lá atrás. 2ª questão – embora aqui sejam parcelas de natureza de trato sucessivo, ainda vão vencer, eu não vou falar aqui de aplicação do art. 5, porque o art. 5 é quando o contrato está em vigor. Na medida em que eu mandei o cara embora hoje, eu tenho que pagar todas as comissões no ato da rescisão do contrato de trabalho. Por que senão o que aconteceria? Você na verdade acabaria não tendo uma desvinculação entre as partes. Porque você iria fazer a rescisão e todo mês você ainda estaria pagando comissão. Mas espera aí. Você não tem mais contrato de trabalho, o que você está pagando? “ah mudou a natureza disso aí.” Não tem isso; isso não existe. Passa a ser devido no momento da rescisão do contrato de trabalho. E volto a lembrar a vocês: não importando qual a motivação da terminação do contrato. Vamos voltar lá para o art. 466 da CLT Aluno: Professor, no caso de inadimplemento da empresa compradora, essas parcelas vincendas de comissão o empregador, rola o direito de credor de cobrar as comissões pagas a maior? É a discussão do art. 7. Então vamos lá.

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Parcelas. Veio e recebeu até a segunda parcela. Na data do vencimento da terceira parcela não pagou. Você quer a situação Aluno: Ele foi mandado embora na segunda. Recebeu todas as parcelas no ato da dispensa. Com certeza Não vai afetar porque nós vamos entrar na mesma idéia do art. 7. Por que vejam só: se eu estou com o contrato de trabalho em vigor, o que a gente viu em cima da discussão do art. 7? Que o posicionamento dominante é que eu só vou poder pagar essas comissões se ele tiver tido culpa. Então, se ele tiver tido culpa aí sim eu vou entrar com a ação para pedir a devolução das comissões que eu paguei a maior; agora, se ele não tiver tido culpa eu nem isso posso fazer. Era isso que você queria. Por isso que eu falei. É a questão do art. 7. Aluno: quer dizer que 1 se você (...) contrato de trabalho vai ser feito esse jogo. Não é que vai ser feito esse jogo, você vai cobrar por isso que ele falou em se sub-rogava em poder receber. Na verdade você vai cobrar pelo pagamento indevido. Normalmente isso não vai para frente; tende a ser pedido em reconvenção para compensar eventual parcela que ele (...) trabalhista. Por que normalmente não vai ser pedido? Seguinte: porque o pessoal vai dizer que “ao mandar embora o cara – art. 120 do Código Civil – ele o empregador deu causa ao implemento daquela condição”, que era o que? Pagamento antecipado. Risco do negocio, manifestação da vontade dele quando mandou o cara embora aqui, vai ter que arcar com isso. Então art. 466 da CLT. O art. 466 vai regular o quem? Os empregados que recebam comissão, mas não trabalhem como vendedoras de pracistas, viajentes. Então aqui no art. 466 nós vamos tratar de pagamento de comissão para 1 o cara que vem e trabalha internamente – vendedora da loja ou até mesmo o cara que trabalhe externamente. Não interessa se ele trabalha interna ou externamente. O problema de trabalhar interna ou externamente vai ser importante para a gente no ponto de vista de hora extra. Eu vou tratar aí no art. 466 inclusive daquelas situações aonde a comissão não seja o elemento principal do contrato. Ex. clássico: caixa de banco que fecha negocio de outros produtos do grupo econômico do banco. Então quando você chega lá no caixa do banco, você já conhece a muito tempo, e ele pergunta assim: “ah, não quer comprar um titulo de capitalização, não quer fazer a caderneta de poupança, não quer fazer um seguro”. Tudo que ele conseguir passar para você, o banco, normalmente, paga comissão sobre o valor desse negocio. Então vai ser tudo regulado pelos principio do art. 466. Então o que acontece? 1 - a idéia do próprio caput é a mesma idéia do art. 5 da Lei 3507, que a comissão só passa a ser exigível após o pagamento da mesma. No caso aqui fala o que? “após ultimada a transação a que se refere.” Posicionamento que tem dominado diante disso aqui que vem falado, em especial a questão do inadimplemento é o que? É obvio. Ela passa a ser exigível a partir da data em que seria ultimado. Isso é importante porque o que vai acontecer? Tem uma data marcada para o pagamento. Você que fez a venda está esperando naquela data o pagamento da comissão. Aí o cliente comprador não paga - inadimplente, não precisa nem ser insolvente, inadimplente. “ah, não vou te pagar a comissão não porque eu não recebi o dinheiro.” O que você vai estar fazendo?

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Vai estar transferindo para o cara o risco do próprio negocio. Você vai ter que fazer o que? Vai lá, pega a duplicata pega lá o que for, pega advogado para correr atrás para cobrar do cara que está inadimplente. Então isso é importante porque a interpretação que se dá não é a interpretação literal, porque se você fosse ter interpretação literal de “só ultimada a transação”, você teria que ter o que no 1 momento da leitura? O pagamento. Não é caso. Ela vai ser devida pela concretização do negocio. A questão do pagamento na verdade você só vai poder exigir a comissão se tiver data na data em que ela também for exigível. Mas não quer dizer que ela tem que ser concretizada. Entenderam? Aí vem obvio o § 1 que repete o mesmo conceito do art. 6 e o § 2 que também fala da terminação que dá ensejo ao pagamento de todas as parcelas. Outra coisa que importa para a gente quando a gente fala de comissão, como eu já disse vai ser o problema das horas extras. E aí quando a gente for falar de jornada de trabalho nós vamos ver o Enunciado 340 do TST. Sem entrar no mérito da hora extra, sem entrar no mérito da jornada de trabalho, só para explicar o seguinte, só para vocês entenderem qual era o problema que se tinha aqui na comissão, na questão da hora extra que vem pacificada pelo Enunciado 340. Enunciado 340 – Comissionista. Horas extras. O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo 50% pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor das comissões a elas referentes. Então obvio. 1 coisa – toda vez que eu falo de hora extra, eu tenho que ter a idéia de controle de horário, porque quem não tem controle de horário eu não sei qual é o horário, conseqüentemente eu não sei o que é hora normal, o que é hora extra. Então o 1 aspecto é o controle de horário para eu poder falar de hora extra. O cara trabalha 8 horas; recebe o pagamento a base de comissões, e aí já vem uma 1ª discussão, se é fixo, salário-base + comissão ou se é apenas comissão garantido o mínimo legal? Ele está trabalhando 8 hs e aí para garantir o último negocio, aquele cliente chato que 17:50 hs ele chega para ver todo o móvel para o quarto do bebê. O que o empregado vai falar? Não 18hs a gente baixa a porta, o sr. vai embora e volta amanha. Claro que não. E aí vai e trabalha. Vamos pegar a questão 1ª do cara que só recebia pagamento a base de comissão. O cara que só recebe pagamento a base de comissão está lá trabalhando as outras horas, as 8 hs. Quanto ele vai receber no final do mês? O valor das comissões pelas vendas que ele fez garantido o mínimo legal. Muito bem. Se ele trabalhar além, deste horário, o que vai acontecer? Ele ao fazer vendas, essas vendas aqui, o horário, elas já vão estar em principio pagas pelo valor da comissão. No meu exemplo: eu só continuei trabalhando além da hora para fazer a venda. Então o valor da minha hora está pago por que? Em razão do que? Está pago pela própria comissão. Por isso que eu comecei pegando, porque o problema 1 é o cara que é comissionista puro. O cara que é comissionista puro quanto é que vale a jornada de trabalho dele você sabendo que ele trabalha 8 hs por dia? Em principio, vale o salário mínimo. Fora isso, vai valer as comissões que ele vai fazer a venda ali. Por que ele não é comissionista puro? Você sabe quanto

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lê vai receber efetivamente no final do mês? Não, vai depender das vendas que ele tenha feito. Então o valor da hora dele aqui, da hora normal, é remunerado em função do que? Da quantidade de vendas, da comissão que ele venha a receber no final do mês. No nosso exemplo, ele teve que trabalhar além do horário para concretizar outras vendas. E aí o que vai acontecer? A hora vai estar paga pela própria venda. (virei a fita) ele na verdade ficou aqui porque quis, porque não precisava, e não tendo vendido não tenho que falar de pagamento de nada, porque na verdade a grande discussão que você tinha era o seguinte: de quem é o maior interesse de ficar dentro da loja? Do próprio empregado para fazer a venda. Então o que acontecia. O cara chegava lá, ficava até às 8hs da noite, vamos imaginar, não fazia uma venda. Aí vinha pedindo o pagamento de hora extra. Se a gente fosse analisar que é um empregado comum, que recebe só o salário fixo, é fácil, porque a unidade dele é de tempo. Então eu contratei ele 8hs de trabalho, mas ele ficava até as 20hs, não me importando se ele fez ou não alguma coisa essa idéia de unidade de tempo. Aí é fácil de você saber qual é o valor da hora normal e quanto vale a hora extra. Mas no caso do comissionista puro na verdade você não está contratando, embora tenha uma limitação de tempo, você está pagando à ele em função do que? Da quantidade você tem aqui na verdade um sistema misto, tem uma tarefa, dentro daquele tempo vou lhe pagar a quantidade de vendas que você faça. Só que eu estou trabalhando além do tempo. Eu vou em proveito de quem? Dele mesmo. Então o que acontecia. O pessoal chega “ah, vendeu além do horário”, pouco importa, o interesse era seu de permanecer. Aí diziam o que? Não tem hora extra. Aí chega o Enunciado 340 e fala o que? Não realmente não tem hora extra; a hora que ele trabalhou a mais foi de interesse dele, já está paga pela comissão; só que esta hora realmente é uma hora que não é a hora normal dele. Então se não é hora normal, é extra. Mas eu tenho que pagar o valor da hora? Não, só vou pagar o percentual do adicional. Só esclarecendo, isso ficou meio confuso. Pega o pião comum, que ganha lá R$ 300,00 por mês, trabalha 8hs/dia. O valor normal dele é “x”. Muito bem. Chegou um dia que ele trabalhou a mais, trabalhou mais duas horas. Essa hora que ele trabalhou a mais já foi paga, a hora já foi paga? Não foi paga, então eu tenho que pagar o valor da hora. Só que além dela ser uma hora que ainda não foi paga ela é hora extra. Então é isso + 50%. Então o que acontece? No pião normal aonde normalmente a gente tem o salário fixo e o que me importa é o tempo dele, eu vou mandar pagar o que? O valor da hora extra, como sendo a hora normal + 50%. Neste caso aqui eu não tenho que falar de pagamento da hora normal porque ela está paga a partir do que? Ele não é comissionista puro? A partir das vendas que ele fez naquele período que ele fez a mais. Por isso que o Enunciado 340 chega e fala o que? Só tem que pagar o adicional sobre o valor das comissões daquela hora. É um caos para resolver isso, porque quando você tem registros, por exemplo, de caixa com horário, é tranqüilo; agora se não tem, como é que você

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vai calcular as vendas que foram feitas na hora normal e as que foram feitas além. Aí você tem que sair por artigos; vai na base de perícia, e vai fazer por media. Isso é pacifico em relação ao comissionista puro. O problema que a gente vai ter é quando o cara recebe um salário fixo + as comissões. Por que? Porque ele está misturando as duas situações. Se ele tem um fixo e se ele não vender nada e se ele trabalhar em hora extra, eu em principio consigo calcular a hora extra. Quanto ela vale? A partir do fixo. O problema é que a aplicação do Enunciado 340 que falou só “a base de comissão”, posicionamento dominante é que ser feita só para o comissionista puro. Mas tem gente que acha que é para qualquer tipo de acerto em que envolva comissão. E ao o que eles vão dizer? Em tendo o pagamento da comissão e trabalhando além, eu vou ter que calcular também os 50% sobre o valor da comissão. Alguns acham que eu não tenho que calcular a hora extra do fixo. Mas isso é um absurdo, porque se na verdade é o seguinte: no final do mês isso aqui tudo é o salário total dele. Então o que acontece? Quando eu pego isso e divido por 30 e por sua vez divido por 44 e a gente vai ter aquela base maluca de 220 hs, é isto aqui tudo que me dá o valor da hora normal dele. Tem gente que acha: 1 - que a idéia do Enunciado 340 eu só pagaria o que for além, só pagaria 50% sobre das comissões. Minoritário. Majoritário. Ele tem já uma forma de calcular tempo. Então eu vou pagar a hora extra e vou pagar + 50% sobre a comissão. Então o problema é que a redação do Enunciado 340 foi mal feita, porque ela fala assim: “a base de comissões”. Posicionamento dominante entende que isso aí é o que? Quem é a base de comissões a idéia é que isso aí é só a base de comissões. Mas como ele não especificou isso, não falou do chamado comissionista puro, o pessoal diz o seguinte: não a base de comissões, quer dizer que a remuneração tem comissão, mas isso não afasta a possibilidade de ter a parte fixa. Só para o Enunciado 93 é o que cuida do bancário, que faz venda de produtos e recebe comissão. Então também serve. Enunciado 93 – Bancário Integra a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auferida na colocação ou na venda de papeis ou valores imobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, quando exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consentimento, tácito ou expresso, do banco empregador. Você repara que é obvio, esse Enunciado 93 não sei se vocês se recordam quando a gente falou de grupo econômico eu falei assim Enunciado 129 que é o que trata do grupo econômico tinha vindo em função de banco. É tudo o mesmo conceito. Repara que aí é bem explicita aquela idéia do empregador (...) eu estou no meu horário de trabalho, trabalhando dentro do banco e vendendo papeis das outras empresas do grupo. Acabou comissão. Voltando então lá para o art. 457, § 1:

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DIÁRIAS PARA VIAGEM: Art. 457 § 1 - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. Muito bem. O que são as diárias para viagens? Diária para viagem , em principio, corresponde àquela parcela que indenizaria as despesas de viagem e manutenção do empregado, quando tenha que executar o serviço fora do local contratado. Esta é a idéia original, a idéia primitiva de diária de viagem. Então em principio a idéia de diária de viagem não teria que ter natureza salarial; ela teria natureza indenizatória. Estou mandando o cara ir para São Paulo para passar três dias lá porque tem que fazer um serviço, ele não tem que arcar com as despesas porque o local de trabalho dele é aqui. Então eu vou indenizar as despesas. Só que “malandro faz malandro”, vem aquela confusão, começamos a ter obviamente um bando de gente que começou a pagar empregado tudo a base de diária de viagem. E aí chega a lei e estipula objetivamente que a diária de viagem passa a ter natureza salarial. Se vocês repararem o § 2, que é o que vai nos interessar, ele foi feito em 1953, então quer dizer, algum tempo depois da própria redação original da CLT. Repara. O § 2 fala o seguinte: § 2 - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam 50% do salário percebido pelo empregado. Então o que acontece? Ao ler os §§ 1 e 2 do art. 457 qual é a sensação que você tem? Espera aí, como é que vai trabalhar isso? O 1 diz que vai compõe o salário e o 2 diz que uma parte não compõe. Como eu vou trabalhar isso? Na verdade, a gente começa trabalhando a partir de dois conceitos da diária. 1 é a chamada diária em sentido próprio, que é aquilo que a gente chama de diária para a viagem. Se é sentido próprio o que eu estou querendo falar? É o próprio conceito que a gente deu lá em cima. Então para que obrigue rigorosamente as despesas. Então natureza em principio da diária em sentido próprio é indenizatória. A outra expressão é a chamada diária por viagem ou em sentido impróprio. Se vocês ainda não perceberam, essa serve para o que? Essa o empregador não está preocupado se o valor corresponde ou não as despesas que o empregado vai ter; a gente sabe pela pratica que muitas vezes elas vão até além desse gasto. Elas na verdade vão servir para compensar esse transtorno que você está causando ao empregado ao exigir que ele vá trabalhar num outro local fazendo a viagem. Então repara. O fato gerador aí é a própria prestação de serviço; num caráter precário, prejudicial, você dá um pouquinho mais, entrega o dinheiro para ele e ele fica com aquele dinheiro.