direito do trabalho...jornada de trabalho: tempo diário em que o empregado tem que se colocar em...

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DIREITO DO TRABALHO JORNADA DE TRABALHO: Conceito Fundamentos da Limitação. Biológico, social e econômico Composição da jornada de trabalho. Tempo a disposição. Trajeto interno e Trajeto externo TRABALHO EXTRAORDINÁRIO: Conceito. Adicional Hipóteses de prorrogação legal da jornada: Acordo de Prorrogação de horas Acordo de Compensação de horas. Acordo individual x negociação coletiva. Compensação semanal/mensal. Banco de horas semestral e anual. 12 x 36. Força Maior Conclusão de serviço inadiável Compensação de horas paradas Sonia Soares

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DIREITO DO TRABALHO

JORNADA DE TRABALHO:Conceito

Fundamentos da Limitação. Biológico, social e econômico

Composição da jornada de trabalho. Tempo a disposição. Trajeto interno e

Trajeto externo

TRABALHO EXTRAORDINÁRIO:Conceito. Adicional

Hipóteses de prorrogação legal da jornada:Acordo de Prorrogação de horas

Acordo de Compensação de horas. Acordo individual x negociação coletiva.

Compensação semanal/mensal. Banco de horas semestral e anual. 12 x 36.

Força Maior

Conclusão de serviço inadiável

Compensação de horas paradas

Sonia Soares

Jornada de Trabalho: tempo diário em que o empregado tem que se colocar em disponibilidade perante seu empregador, o tempo delimitado que o empregador pode dispor da força do trabalho do empregado.

Duração de Trabalho: noção mais ampla = compreende lapso temporal de trabalho/disponibilidade do empregado perante seu empregador em virtude do contrato de trabalho, considerando parâmetros de mensuração: dia, semanas, mês e ano.

Horário de Trabalho: indica início e término do horário de trabalho.

Fundamentos, para limitação do tempo de trabalhonatureza biológica, uma vez que visa combater os problemas psicofisiológicos oriundos da fadiga e da excessiva racionalização do serviço. caráter social, por isso que possibilita ao trabalhador viver, como ser humano, na coletividade a que pertence, gozando os prazeres materiais e espirituais criados pela civilização, entregando-se à prática de atividades recreativas, culturais ou físicas, aprimorando seus conhecimentos e convivendo, enfim, com sua família; natureza econômica, porquanto restringe o desemprego e acarreta, pelo combate à fadiga, um rendimento superior na execução do trabalho.

Importância do tema

Tema importante na atualidade em decorrência de outros significados: Saúde (RT deu nova concepção - Art. 611-B - Parágrafo

único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são

consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho

para os fins do disposto neste artigo.” – dicutível em face da CF); Segurança; Política de combate ao desemprego.

Tema pode ser estudado sob três significados: jornada e salário; Jornada e saúde do trabalhador e Jornada e emprego.

LIMITAÇÃO LEGAL JORNADA DE TRABALHO:

Art. 7º, XIII da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII - duração do trabalho normal não superior a

oito horas diárias e quarenta e quatro

semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

Jornada ordinária: 8 horas diárias e 44 semanais (Art. 7º, XIII da CF). Jornada diária: 44 horas : 6 dias = 7h20’

JORNADA DE TRABALHO:

FIXADA NA LEI;

NORMA COLETIVA/ACORDO COLETIVO;

CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO.

ANTES DA REFORMA TRABALHISTA =

Fixação da jornada ERA RELEVANTE

a) Tempo à disposição: artigo 4º da CLT

b) Horas “in itinere” art.58, par. 2º., CLT c.c.Súmulas 90 TST e 320

Art. 4º - Considera-se como de

serviço efetivo o período em

que o empregado esteja à

disposição do empregador,

aguardando ou executando

ordens, salvo disposição

especial expressamente

consignada.

X INALTERADO

Nihil X § 1o Computar-se-ão, na contagem de tempo de

serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os

períodos em que o empregado estiver afastado do

trabalho prestando serviço militar e por motivo de

acidente do trabalho.

TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR art. 4º. ALTERAÇÃO:

Redação anterior Nova redação

Nihil X § 2oPor não se considerar tempo à disposição do

empregador, não será computado como período

extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda

que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no

§ 1o

do art. 58 desta Consolidação, quando o

empregado, por escolha própria, buscar proteção

pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas

ou más condições climáticas, bem como adentrar ou

permanecer nas dependências da empresa para

exercer atividades particulares, entre outras:

I - práticas religiosas;

II - descanso;

III - lazer;

IV - estudo;

V - alimentação;

VI - atividades de relacionamento social;

VII - higiene pessoal;

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade

de realizar a troca na empresa.” (NR)

.

Redação anterior Nova redação

Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os

empregados em qualquer atividade privada, não

excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não

seja fixado expressamente outro limite.

X INALTERADO

§ 1o Não serão descontadas nem computadas

como jornada extraordinária as variações de

horário no registro de ponto não excedentes de

cinco minutos, observado o limite máximo de dez

minutos diários.

X INALTERADO

DURAÇÃO JORNADA E MINUTOS RESIDUAIS

Redação anterior Nova redação

§ 2o O tempo despendido pelo empregado até o

local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer

meio de transporte, não será computado na

jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de

local de difícil acesso ou não servido por transporte

público, o empregador fornecer a condução.

X § 2oO tempo despendido

pelo empregado desde a

sua residência até a

efetiva ocupação do posto

de trabalho e para o seu

retorno, caminhando ou por qualquer

meio de transporte, inclusive o fornecido

pelo empregador, não será

computado na jornada

de trabalho, por não ser

tempo à disposição do

empregador.

.

HORAS IN ITINERE

Redação anterior Nova redação

Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá

ser acrescida de horas suplementares, em

número não excedente de 2 (duas),

mediante acordo escrito entre empregador

e empregado, ou mediante contrato

coletivo de trabalho.

X “Art. 59. A duração diária do trabalho

poderá ser acrescida de horas

extras, em número não excedente

de duas, por acordo individual,

convenção coletiva ou acordo

coletivo de trabalho.

§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de

trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a

importância da remuneração da hora

suplementar, que será, pelo menos, 20%

(vinte por cento) superior à da hora normal.

X § 1o A remuneração da hora extra

será, pelo menos, 50%

(cinquenta por cento)

superior à da hora

normal.

JORNADA EXTRAORDINÁRIA/LIMITAÇÃO PRORROGAÇÃO JORNADA/ADICIONAL HORAS EXTRAS

Art. 59, suprimiu do “caput” a expressão

“escrito”, dando a entender que o acordo podeser tácito.

Substituiu a expressão ultrapassada de “contratocoletivo de trabalho” por “Convenção coletiva ouacordo coletivo”, mas, a leitura já era essa, eis queno Brasil jamais existiu contrato coletivo de trabalho.

O parágrafo primeiro adequa o percentual de 50% àprevisão constitucional neste sentido. Semnovidade. Já era a leitura feita da CLT emconsonância com a Constituição Federal.

Redação anterior Nova redação

Art. 59 § 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por

força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de

horas em um dia for compensado pela correspondente

diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período

máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho

previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas

diárias.

X INALTERADO

§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem

que tenha havido a compensação integral da jornada

extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o

trabalhador jus ao pagamento das horas extras não

compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração

na data da rescisão.

X § 3o Na hipótese de rescisão

do contrato de trabalho sem

que tenha havido a

compensação integral da

jornada extraordinária, na

forma dos §§ 2o e 5o deste

artigo, o trabalhador terá

direito ao pagamento das

horas extras não

compensadas, calculadas

sobre o valor da

remuneração na data da

rescisão.

Redação anterior Nova redação

Art. 59 § 2oPoderá ser dispensado o

acréscimo de salário se, por força de

acordo ou convenção coletiva de

trabalho, o excesso de horas em um dia for

compensado pela correspondente diminuição em

outro dia, de maneira que não exceda,

no período máximo de um ano, à soma

das jornadas semanais de trabalho previstas, nem

seja ultrapassado o limite máximo de dez horas

diárias.

X INALTERADO

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS/BANCO DE HORAS

Banco de Horas anual permaneceu inalterado =

mediante Acordo ou Convenção Coletivos

§ 4o Os empregados

sob o regime de

tempo parcial não

poderão prestar

horas extras.

X REVOGADO.

Compensação

Foi destinado tratamento especial ao regime de

tempo parcial – será visto posteriormente

Redação

anterior

Nova redação

Art. 59 NIHIL X § 5o O banco de horas de que trata o § 2o deste

artigo poderá ser pactuado por acordo

individual escrito, desde que a

compensação ocorra no período

máximo de seis meses.

NIHIL § 6o É lícito o regime de compensação de

jornada estabelecido por acordo

individual, tácito ou escrito, para a

compensação no mesmo mês.”

Compensação

Banco de horas

anual

Acordo coletivo ou Convenção

coletiva.

Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em outro

dia até um ano da data do contrato. Somente paga horas

extras se houver rescisão do contrato antes do término do

acordo (um ano) e o saldo for positivo ou, se no término do

período o empregado tiver horas não compensadas.

Banco de horas

semestral

Acordo coletivo, Convenção

Coletiva ou acordo individual

escrito.

Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em outro

dia até seis meses da data do contrato. Somente paga horas

extras se houver rescisão do contrato antes do término do

acordo (um ano) e o saldo for positivo ou, se no término do

período o empregado tiver horas não compensadas.

Acordo de

compensação

mensal

Acordo coletivo, Convenção

coletiva, acordo individual

escrito ou acordo individual

tácito

Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em outro

dia no mesmo mês. Somente paga horas extras se houver

saldo positivo sem compensação ao término do mês.

Jornada 12 x 36 Acordo coletivo, Convenção

Coletiva ou acordo individual

escrito.

Quebra o limite máximo de duas horas por dia.

Compensação

ilegal semana.

Sem requisitos. Compensação dentro da semana remunera apenas o adicional

para as horas destinadas á compensação.

Compensação - RESUMO

DA LIMITAÇÃO LEGAL JORNADA DE TRABALHO:

Jornada extraordinária é a que excede a JORNADA PADRÃO, fixada por lei ou cláusula contratual.

JORNADA EXTRAORDINÁRIA gera o direito à HORA EXTRA remunerada, com adicional de no mínimo 50%

CF Art. 7º, XVI - remuneração do serviço extraordinário superior,

no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

CLT Art.59 § 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.

ADICIONAL REMUNERA dano: indeniza a maior fadiga decorrente do trabalho em excesso à jornada normal.

JORNADA ESCALA 12 X 36 – INSERIDA COM A

REFORMA NA CLT art.59-A

Regra anterior Nova redação

INEXISTENTE X Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é

facultado às partes, mediante acordo individual escrito,

convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,

estabelecer horário de trabalho de doze horas

seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de

descanso, observados ou indenizados os intervalos

para repouso e alimentação.

INEXISTENTE Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada

pelo horário previsto no caput deste artigo abrange

os pagamentos devidos pelo descanso semanal

remunerado e pelo descanso em feriados, e serão

considerados compensados os feriados e as

prorrogações de trabalho noturno, quando houver,

de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta

Consolidação.”

Derruba a Súmula 444. O regime não é mais

excepcional e sim normal.

Súmula nº 444 do TST

JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36.

VALIDADE. - É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho

por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante

acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a

remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao

pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima

segunda horas.

Pode ser pactuado individualmente, desde que por escrito.

Com a concessão do intervalo ou indenização do períodocorrespondente, ou seja, 12 horas de efetivo trabalho sem descansoalgum, remunera:Os DSR’s;Os Feriados;A redução da jornada noturna

Redação

anterior

Nova redação

NIHIL X “Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para

compensação de jornada, inclusive quando estabelecida

mediante acordo tácito, não implica a repetição do

pagamento das horas excedentes à jornada normal diária

se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo

devido apenas o respectivo adicional.

NIHIL Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não

descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o

banco de horas.”

.

Do não atendimento das exigências legais para

compensação de jornada

Redação anterior Nova redação

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim

consideradas as constantes dos quadros

mencionados no capítulo "Da Segurança e da

Medicina do Trabalho", ou que neles

venham a ser incluídas por ato

do Ministro do Trabalho,

Industria e Comercio, quaisquer

prorrogações só poderão ser

acordadas mediante licença

prévia das autoridades

competentes em matéria de

higiene do trabalho, as quais, para

esse efeito, procederão aos necessários exames

locais e à verificação dos métodos e processos

de trabalho, quer diretamente, quer por

intermédio de autoridades sanitárias federais,

estaduais e municipais, com quem entrarão em

entendimento para tal fim.

X INALTERADA

PRORROGAÇÃO DE JORNADA ATIVIDADE INSALUBRE

Redação anterior Nova redação

Art. 60 parágrafo único NIHIL X Parágrafo único. Excetuam-se da

exigência de licença prévia

as jornadas de doze horas

de trabalho por trinta e seis

horas ininterruptas de

descanso.” (NR)

Redação anterior Nova redação

Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa,

poderá a duração do trabalho exceder do limite

legal ou convencionado, seja para fazer face a

motivo de força maior, seja para

atender à realização ou conclusão de

serviços inadiáveis ou cuja

inexecução possa acarretar

prejuízo manifesto.

X INALTERADO.

§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo,

poderá ser exigido independentemente de

acordo ou contrato coletivo e deverá ser

comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à

autoridade competente em matéria de

trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no

momento da fiscalização sem prejuízo dessa

comunicação.

X § 1oO excesso, nos casos

deste artigo, pode ser

exigido

independentemente de

convenção coletiva ou

acordo coletivo de

trabalho.

HORAS EXTRAS NECESSIDADE IMPERIOSA

Horas extras decorrentes de necessidade

imperiosa de serviços (art.61 CLT):

1 - motivo de força maior;

2- para realização ou conclusão de serviços

inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar

prejuízo manifesto.

Nova redação § 1º, art. 61 da CLT, não é mais necessário que o empregador comunique o fato à autoridade local do Ministério do Trabalho e Emprego.

A lei é omissa no que se refere à quantidade de horas extraordinárias que se pode exigir do empregado nos casos de força maior; limitando, no entanto, 4 horas em se tratando de realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.

Alice Monteiro de Barros: empregado não poderá laborar mais de doze horas por dia, mesmo nos casos de necessidade imperiosa por força maior, tendo em vista que deve ser obedecido o intervalo intrajornada de no mínimo uma hora e, interjornada, de no mínimo 11 horas, completando, assim, 24 horas do dia (citado por José Cairo Júnior).

§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de

causas acidentais, ou de força maior, que determinem a

impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser

prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas,

durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo

perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em

período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita

essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.

Em caso de interrupção do trabalho, decorrente de causas acidentais ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a jornada de trabalho poderá ser delongada pelo tempo necessário até o máximo de duas horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido.A jornada diária total não poderá exceder de dez horas e o período de prorrogação não poderá ultrapassar quarenta e cinco dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização do Ministério do Trabalho e Emprego (art. 61, § 3º, da CLT).

DIREITO DO TRABALHO

Jornadas Especiais:

Turnos ininterruptos de revezamento

Trabalho em Regime de Tempo Parcial

Bancários e outros

Descanso Semanal Remunerado (DSR’s):

Fundamentos: Histórico, biológico, social e econômico

Labor em domingos e feriados. Possibilidade e legalidade

Remuneração do labor em DSR’s e feriados.

Turnos ininterruptos de revezamento- Art. 14, XIV da CF

Art. 7º, XIV- jornada de seis horas para o trabalho realizado em

turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

O turno ininterrupto de revezamento pressupõetrabalho em horários com sucessivas modificações, ematividade empresarial contínua

Justificativa: a alternância de horários prejudica a saúde

Turno: divisão de trabalho dentro da jornada

Ininterrupto = Empregador que funciona 24 hs

Revezamento = troca contínua de horários de trabalho, de forma que um empregado trabalhe todos os horários de um dia em períodos diferentes. TST vem entendendo que o trabalho em dois turnos caracteriza -Escalas fixas

OJ-SDI1-395. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORA NOTURNA REDUZIDA. INCIDÊNCIA. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da Constituição Federal.

Súmula 360 - Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada e semanal (Res. 79/1997, DJ 13.01.1998)A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não

descaracteriza o turno de revezamento com

jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.

Súmula 423 - Turno ininterrupto de revezamento. Fixação de jornada de trabalho mediante negociação coletiva. Validade. (Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 169 da SBDI-1- Res. 139/2006, DJ 10/10/2006)Estabelecida jornada superior a seis horas e

limitada a oito horas por meio de regular

negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao

pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

Tese Jurídica Prevalecente 11 do TRT da Segunda Região:

11 – Turnos ininterruptos de revezamento. Caracterização.Validade da jornada de oito horas prorrogada por acordocoletivo. Pagamento de horas extras. (Res. TP nº 06/2016 -DOEletrônico 31/05/2016)I) O labor em apenas dois turnos de trabalho, não

abarcando totalmente o ciclo de vinte e quatro

horas do dia, não descaracteriza o turno

ininterrupto de revezamento.II) A prestação habitual de horas extras além da

8ª diária invalida a negociação coletiva que

instituiu turno ininterrupto de revezamento de 8

horas diárias.

RECURSO DE REVISTA. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. NORMA COLETIVA. FIXAÇÃO DE JORNADA SUPERIOR A OITO HORAS. SÚMULA Nº 423 DO TST 1. A jornada especial reduzida de seis horas para os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento é ditada por razões de higiene, saúde e segurança. 2. Apenas excepcionalmente, em observância à parte final da norma do inciso XIV do art. 7º da Constituição Federal e à autonomia privada coletiva dos sindicatos, é válida norma coletiva que estipule, para tais empregados, jornada diária de oito horas. Incidência da Súmula nº 423 do TST. 3. Não se revela válida, portanto, por frustrar a proteção constitucional (inciso XIV do art. 7º), norma coletiva que fixa jornada diária em turnos ininterruptos de revezamento superior a oito horas. Precedente da SbDI-1 do TST. 4. Recurso de revista do Reclamante de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR: 9478420115030026, Relator: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 09/03/2016, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/03/2016)

RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. TURNOS ININTERRUPTOS DE

REVEZAMENTO. I. A Orientação Jurisprudencial nº 360 da SBDI-1 desta Corte

consagra o entendimento de que faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV,

da Constituição Federal, o trabalhador que exerce suas atividades em sistema

de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, desde que

compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno. II. No caso dos

autos, o Reclamante trabalhava em turnos ininterruptos de revezamento com

jornada superior a 8 horas diárias. Extrai-se do acórdão regional que o Autor

laborou em dois turnos distintos, um essencialmente diurno e outro parcialmente

noturno. Nesse contexto, o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento está

caracterizado, pois incontroverso que o Reclamante exerceu suas atividades em

sistema de alternância de turnos entre os horários diurno e noturno. III. Por outro

lado, esta Corte Superior firmou jurisprudência no sentido de que o

elastecimento da jornada de trabalho além da 6ª diária no trabalho realizado em

turnos ininterruptos de revezamento somente é permitido quando previsto em

negociação coletiva e desde que não seja ultrapassada a jornada de oito horas

diárias (Súmula nº 423 do TST). IV. Recurso de revista de que se conhece, por

contrariedade à Súmula nº 423 do TST e à OJ/SBDI-1 nº 360 desta Corte, e a que se

dá provimento.(TST - RR: 102123920135030027, Data de Julgamento: 17/02/2016,

Data de Publicação: DEJT 19/02/2016)

Redação anterior Nova redação

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo

parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco

horas semanais

X “Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de

tempo parcial aquele cuja duração não

exceda a trinta horas semanais,

sem a possibilidade de horas

suplementares semanais, ou,

ainda, aquele cuja duração não

exceda a vinte e seis horas

semanais, com a possibilidade

de acréscimo de até seis horas

suplementares semanais.

§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o

regime de tempo parcial será proporcional à sua

jornada, em relação aos empregados que cumprem,

nas mesmas funções, tempo integral.

X INALTERADO.

§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime

de tempo parcial será feita mediante opção manifestada

perante a empresa, na forma prevista em instrumento

decorrente de negociação coletiva. .

X INALTERADO

TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL

Redação

anterior

Nova redação

NIHIL X § 3o As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão

pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora

normal.

NIHIL X § 4oNa hipótese de o contrato de trabalho em regime de

tempo parcial ser estabelecido em número inferior a

vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este

quantitativo serão consideradas horas extras para fins

do pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas a

seis horas suplementares semanais.

NIHIL. . X § 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser

compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua

execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês

subsequente, caso não sejam compensadas.

Redação

anterior

Nova redação

NIHIL. . X § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de

tempo parcial converter um terço do período de férias a

que tiver direito em abono pecuniário.

NIHIL. . X § 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo

disposto no art. 130 desta Consolidação.” (NR)

.

ANTES DA RT, as férias eram disciplinadas pelo art. 130-A; consideravam a jornada para estabelecer os dias de gozo: I - 18 dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; II - 16 dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; etc – Art. 130-A FOI REVOGADO

Não exceda de 30 horas

na semana

Não pode laborar

em horário extra

Não exceda de 26 horas

na semana

Pode laborar

até 6 horas

extras

semanais

Podem ser

compensadas

diretamente até a

semana imediatamente

posterior à da sua

execução, devendo a quitação

na folha de pagamento ocorrer no

mês subsequente

RESUMO TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL

JORNADAS ESPECIAIS:

Há categorias profissionais que possuem previsão legal de

jornada de trabalho inferior a 8 (oito) horas diárias.

Bancário:

Art 24 - A duração normal do trabalho dos empregados em

bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6

(seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos

sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho

por semana;

§ 1º - A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo

ficará compreendida entre 7 (sete) e 22 (vinte e duas) horas,

assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo

de 15 (quinze) minutos para alimentação. (Redação dada pelo

Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

§ 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem

funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou

que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor da

gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo

efetivo.

Art. 225 - A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser

excepcionalmente prorrogada até 8 (oito) horas diárias, não excedendo

de 40 (quarenta) horas semanais, observados os preceitos gerais sobre a

duração do trabalho.

Art. 226 - O regime especial de 6 (seis) horas de trabalho também

se aplica aos empregados de portaria e de limpeza, tais como

porteiros, telefonistas de mesa, contínuos e serventes,

empregados em bancos e casas bancárias

Parágrafo único - A direção de cada banco organizará a escala de

serviço do estabelecimento de maneira a haver empregados do

quadro da portaria em função, meia hora antes e até meia hora após

o encerramento dos trabalhos, respeitado o limite de 6 (seis) horas

diárias

Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em

bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6

(seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos

sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho

por semana.

Súmula nº 109 do TSTGRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003O bancário não enquadrado no § 2º do art. 224 da CLT, que receba gratificação de função, não pode ter o salário relativo a horas extraordinárias compensado com o valor daquela vantagem.

Súmula nº 113 do TSTBANCÁRIO. SÁBADO. DIA ÚTIL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não cabe a repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração.

Súmula nº 102 do TST BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA (mantida) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos. (ex-Súmula nº 204 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II - O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas extraordinárias excedentes de seis. (ex-Súmula nº 166 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982)

III - Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no artigo 224, § 2º, da CLT são devidas as 7ª e 8ª horas, como extras, no período em que se verificar o pagamento a menor da gratificação de 1/3. (ex-OJ nº 288 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)

IV - O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8 (oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava. (ex-Súmula nº 232- RA 14/1985, DJ 19.09.1985)

V - O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não exerce cargo de confiança, não se enquadrando, portanto, na hipótese do § 2º do art. 224 da CLT. (ex-OJ nº 222 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Se perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa remunera apenas a maior responsabilidade do cargo e não as duas horas extraordinárias além da sexta. (ex-Súmula nº 102 - RA 66/1980, DJ 18.06.1980 e republicada DJ 14.07.1980)

VII - O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não inferior ao terço legal, ainda que norma coletiva contemple percentual superior, não tem direito às sétima e oitava horas como extras, mas tão somente às diferenças de gratificação de função, se postuladas. (ex-OJ nº 15 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994)

Súmula nº 119 do TSTJORNADA DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários não têm direito à jornada especial dos bancários.

SUM-55 FINANCEIRAS (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 As empresas de crédito, financiamento ou investimento, também denominadas financeiras, equiparam-se aos estabelecimentos bancários para os efeitos do art.224 da CLT.

Súmula nº 239 do TST

BANCÁRIO. EMPREGADO DE EMPRESA DE

PROCESSAMENTO DE DADOS (incorporadas as

Orientações Jurisprudenciais nºs 64 e 126 da SBDI-1) -

Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

É bancário o empregado de empresa de

processamento de dados que presta serviço a banco

integrante do mesmo grupo econômico, exceto quando

a empresa de processamento de dados presta serviços a

banco e a empresas não bancárias do mesmo grupo

econômico ou a terceiros. (primeira parte - ex-Súmula nº

239 - Res. 15/1985, DJ 09.12.1985; segunda parte - ex-

OJs nºs 64 e 126 da SBDI-1 - inseridas, respectivamente,

em 13.09.1994 e 20.04.1998)

Súmula 199 do TST - Bancário. Pré-contratação de horas extras. (Res.

5/1985, DJ 10.05.1985. Redação alterada pela Res 41/1995, DJ 17.02.1995.

Nova redação em decorrência da incorporação das Orientações

Jurisprudenciais nºs 48 e 63 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ. 20.04.2005)

I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do trabalhador

bancário, é nula. Os valores assim ajustados apenas remuneram a jornada

normal, sendo devidas as horas extras com o adicional de, no mínimo, 50%

(cinqüenta por cento), as quais não configuram pré-contratação, se pactuadas

após a admissão do bancário. (ex-Súmula nº 199, Res 41/1995, DJ

17.02.1995 e ex-OJ 48 - Inserida em 25.11.1996)

II - Em se tratando de horas extras pré-contratadas, opera-se a prescrição

total se a ação não for ajuizada no prazo de cinco anos, a partir da data em

que foram suprimidas. (ex-OJ nº 63 – Inserida em 14.03.1994)

Súmula nº 257 do TSTVIGILANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O vigilante, contratado diretamente por banco ou por intermédio de empresas especializadas, não é bancário.

ENGENHEIRO· Não tem jornada reduzida, mas deve ser observado que para uma jornada de 6 (seis) horas é pago pelo menos o salário mínimo da categoria.Súmula 370 do TST (abaixo transcrita):“Súmula nº 370 – TST – Res. 129/2005 – DJ 20, 22 e 25.04.2005 –Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 39 e 53 da SDI-1 Médico e Engenheiro – Jornada de Trabalho Tendo em vista que as Leis nº 3999/1961 e 4950/1966 não estipulam a jornada reduzida, mas apenas estabelecem o salário mínimo da categoria para uma jornada de 4 horas para os médicos e de 6 horas para os engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à oitava, desde que seja respeitado o salário mínimo/horário das categorias. (ex-OJs nºs 39 e 53 – Inseridas respectivamente em 07.11.1994 e 29.04.1994).”

MÉDICO· Não tem jornada reduzida, mas deve ser observado que para uma jornada de 4 (quatro) horas é pago pelo menos o salário mínimo da categoria.Súmula 370 do TST, Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 – Conversão das Orientações Jurisprudenciais n.º. 39 e nº. 53 da SDI-1.· No caso de médico que for SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL a jornada é de 20 (vinte) horas semanais, conforme Lei nº. 9.436/97, art. 1º.

TELEGRAFISTAS E TELEFONISTAS· 6 (seis) horas diárias ou 36 (trinta e seis) horas semanais.· Pode ocorrer 7 (sete) horas diárias de trabalho e 17 (dezessete) horas de folga, deduzindo-se desse tempo 20 (vinte) minutos para descanso, de cada um dos empregados, sempre que se verificar um esforço contínuo de mais de 3 (três) horas.Art. 227 e 229 da CLT.

TÉCNICO EM RADIOLOGIA· 24 (vinte e quatro) horas semanais.Art. 30 do Decreto nº. 92.790/1986.

Descanso Semanal Remunerado Origem histórica:

o Historicamente o descanso semanal tem origemreligiosa.

o repouso semanal remunerado é encontrado naBíblia, a palavra sábado (sabbath), possuindo osignificado de descanso. De acordo com a Bíblia,Deus, ao criar o mundo, trabalhou seis dias e nosétimo o abençoou e repousou (Gênesis).

o descanso semanal foi substituído do sábado para odomingo, do latim dies domini, que significacelebrar o dia do Senhor, recordando a ressurreiçãode Jesus Cristo, que ocorreu em um Domingo. OImperador Constantino, proibiu o trabalho aosdomingos, no ano de 321 d.C.

No estado moderno, foi instituído pela Convenção 14da OIT em 1.921.

É regulado no direito brasileiro pela Lei 605/49.

Está também garantido no art. 7º, inciso XIV daConstituição Federal e é de 24 horas consecutivas.

Conceito: “É o período de tempo, de vinte e quatro horas consecutivas, preferencialmente coincidente com o domingo, em que o empregado deixa de prestar serviços ao empregador, bem como de se colocar à disposição deste.” Ricardo Resende (g.n.)

Repouso semanal Periodicidade deve coincidir com a semana 24 horas podendo iniciar a qualquer hora( não um

dia)Ex: Gema sujeita a TIR trabalhou sábado até 8h; usufrui do dsrde 8h de sábado até 8 de domingo, mais o intervalo interjornadaaté 19h de domingo para iniciar nova jornada. Gema usufruiu de 24 horas de d.s.r. e não um dia inteiro

OJ 410 SDI1 TST

REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O

SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA

CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)

Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso

semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de

trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

DSR tem por objetivo a reconstituição das energias físicas e mentais do trabalhador, despendidas no curso de uma semana. Tem ainda, importante objetivo de possibilitar a inserção social, política, familiar e comunitária do trabalhador empregado. Amauri Cesar Alves.

A cada 6 dias de trabalho, intervalo intersemanal de 24 horas consecutivas, respeitado o intervalo de interjornadas;

Se Gema encerra atividade às 20h do sábado, somente será exigível novo serviço a partir das 7h de 2ª. Feira (intervalo total de 35 horas)

Fontes Normativas:

art.7º., XV XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos

domingos;

art. 67 CLT:Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso

semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual,

salvo motivo de conveniência pública ou necessidade

imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no

todo ou em parte.

Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos

domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será

estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada

e constando de quadro sujeito à fiscalização.

Lei 605/49:

Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal

remunerado de vinte e quatro horas consecutivas,

preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências

técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo

com a tradição local.

D.s.r. = coincidência com o domingo, salvo se a

atividade explorada pelo empregador estiver autorizada a funcionar aos domingos.

Empregadores autorizados a funcionar aos domingos:

Em regra, o trabalho aos domingos e feriados

não é permitido

Contudo, existem empresas que, em razão do interesse público, ou pelas condições peculiares às suas atividades ou ao local onde se estabeleceram, são legalmente autorizadas a funcionar nesses dias. Nessa hipótese, o empregador deverá elaborar escala de revezamento, de forma que o d.s.r. coincida com o domingo, observando o disposto:

o Art.386 CLT: em se tratando de mulheres, “será organizada escala de revezamento quinzenal, que favoreça o repouso dominical”;

o para o comércio em geral, a Lei 10.101/2000 anuncia:

Art. 6o Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do

comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30,

inciso I, da Constituição

Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá

coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de

três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas

de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociação

coletiva.

Art. 6o-A. É permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio

em geral, desde que autorizado em convenção coletiva de

trabalho e observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I,

da Constituição.

Autoriza trabalho aos domingos e feriados nas atividades do

comércio em geral. PARA OS FERIADOS deve haver convenção

coletiva

o Portaria 417, 10/06/1966 folga deve coincidir no domingo a cada 7 semanas:

Art. 2º - Os agentes da Fiscalização do Trabalho, no

tocante ao repouso semanal limitar-se-ão a exigir:

b) das empresas legalmente autorizadas a funcionar,

nesses dias, a organização de escala de revezamento

ou folga, como estatuído no parágrafo único do mesmo

artigo, a fim de que, pelo menos em um período

máximo de 7 (sete) semanas de trabalho, cada

empregado usufrua um domingo de folga.

Críticas sobre a admissibilidade da Portaria, com a edição da Lei 10.101/2000, muito embora se destine ao comércio em geral

o Art. 68 CLT:

Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na

forma do art. 67, será sempre subordinado à permissão

prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.

Parágrafo único - A permissão será concedida a título

permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela

conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos,

cabendo ao Ministro do Trabalho, Industria e Comercio,

expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades.

Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória, com

discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não

excederá de 60 (sessenta) dias.

Permissão permanente: Encontram-se listadas Decreto

27.048/49 atividades autorizadas a funcionar de forma

permanente aos domingos e feriados – vide exemplos adiante:

EXEMPLOS: Art 7º É concedida, em caráter permanente e de acordo com o disposto no § 1º do art. 6º, permissão para o trabalho nos dias de repouso a que se refere o art. 1º, nas atividades constantes da relação anexa ao presente regulamento.I - INDÚSTRIA1) Laticínios (excluídos os serviços de escritório).2) Frio industrial, fabricação e distribuição de gêlo (excluídos os serviços de escritório).3) Purificação e distribuição de água (usinas e filtros) (excluídos os serviços de escritório).4) Produção e distribuição de energia elétrica (excluídos os serviços de escritório).5) Produção e distribuição de gás (excluídos os serviços de escritório).6) Serviços de esgotos (excluídos os serviços de escritório).7) Confecção de coroas de flores naturais.8) Pastelaria, confeitaria e panificação em geral.Etc......................

II – COMÉRCIO

1) Varejistas de peixe.2) Varejistas de carnes frescas e caça.3) Venda de pão e biscoitos.4) Varejistas de frutas e verduras.5) Varejistas de aves e ovos.6) Varejistas de produtos farmacêuticos (farmácias, inclusive manipulação de receituário).7) Flores e coroas.8) Barbearias (quando funcionando em recinto fechado ou fazendo parte do complexo do estabelecimento ou atividade, mediante acôrdo expresso com os empregados).9) Entrepostos de combustíveis, lubrificantes e acessórios para automóveis (postos de gasolina).10) Locadores de bicicletas e similares.Etc......................

III - TRANSPORTES1) Serviços portuários.2) Navegação (inclusive escritório, unicamente para atender a serviço de navios).3) Trânsito marítimo de passageiros (exceto de escritório).4) Serviço propriamente de transportes (excluídos os transportes de carga urbanos e os escritórios e oficinas, salvo as de emergência).5) Serviço de transportes aéreos (excluídos os departamentos não ligados diretamente ao tráfego aéreo).6) Transporte interestadual (rodoviário), inclusive limpeza e lubrificação dos veículos.7) Transporte de passageiros por elevadores e cabos aéreos.Etc......................IV - COMUNICAÇÕES E PUBLICIDADE.........V – EDUCAÇÃO E CULTURA............VI - SERVIÇOS FUNERÁRIOS..........VII - AGRICULTURA E PECUÁRIA.................

Casos excepcionais trabalho aos domingos e feriados –atividade do empregador:o Além das empresas legalmente autorizadas, de forma

permanente, excepcionalmente, admitir-se-á o trabalho em dia de repouso nos seguintes casos: a) quando ocorrer motivo de força maior, cumprindo à

empresa justificar a ocorrência perante a autoridade regional do trabalho no prazo de 10 dias;

b) quando, para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, a empresa obtiver da autoridade regional do trabalho autorização prévia, com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 dias.

Nos dias de repouso, em que for permitido o trabalho, não é permitida a execução de serviços que não se enquadrem nos motivos determinantes da permissão.

Requisitos para pagamento do d.s.r.:

frequência e pontualidade:

Lei 605/49: Art. 6º Não será devida a remuneração quando,

sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado

durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu

horário de trabalho.

Pode ser descontado se o empregado faltar injustificadamente durante a semana;

Faltas justificadas art. 473 CLT e outras abonadas

Perde a remuneração, mas o repouso é mantido.

Feriados: Lei 9093, de 12/09/1995:

Art. 1º São feriados civis:

I - os declarados em lei federal;

II - a data magna do Estado fixada em lei estadual.

III - os dias do início e do término do ano do centenário de

fundação do Município, fixados em lei municipal.

Art. 2º São feriados religiosos os dias de guarda, declarados

em lei municipal, de acordo com a tradição local e em

número não superior a quatro, neste incluída

a Sexta-Feira da Paixão.

Lei 662/49:

Art. 1o São feriados nacionais os dias 1o de janeiro, 21 de abril,

1o de maio, 7 de setembro, 2 de novembro, 15 de novembro e 25 de

dezembro. (Redação dada pela Lei nº 10.607, de 19.12.2002)

Art. 2º Só serão permitidas, nos feriados nacionais, atividades

privadas e administrativas absolutamente indispensáveis.

Art. 3º Os chamados “pontos facultativos”, que os Estados,

Distrito Federal ou os Municípios decretarem, não suspenderão as

horas normais do ensino, nem prejudicarão os atos da vida forense,

dos tabeliães e dos cartórios de registro.

Lei 6.802, 30/06/1980 “feriado nacional o dia 12 de outubro, para culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil”

Particularidades:

o Carnaval não é feriado, salvo se declarado por lei municipal por exemplo;

o Caso o feriado coincida com o descanso semanal remunerado, as remunerações não se cumulam

Trabalho realizado descanso semanalremunerado/feriados:

O trabalho em domingos e feriados sem folga compensatória na mesma semana deve ser remunerado

com adicional de 100% (em dobro) - Lei 605/49, art. 9º.

Súmula nº 146 do TST

TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO

COMPENSADO (incorporada a Orientação

Jurisprudencial nº 93 da SBDI-1) - Res. 121/2003, DJ 19,

20 e 21.11.2003

O trabalho prestado em domingos e feriados, não

compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da

remuneração relativa ao repouso semanal.

Empregados excluídos da proteção da jornada:

Trabalhadores Externos

Sonia Soares

CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS:

Jornada de trabalho é o lapso temporal diário em que o trabalhador presta serviços ou se coloca à disposição total ou parcial do empregador, incluídos ainda nesse lapso os chamados intervalos remunerados. (Maurício Godinho Delgado)

Para se aferir a jornada de trabalho, é necessário controle/fiscalização pelo empregador, que decorre do poder diretivo.

As jornadas podem ser controladas e não controladas.

Redação anterior Nova redação

Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste

capítulo:

X INALTERADO

I - os empregados que exercem atividade externa

incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo

tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e

Previdência Social e no registro de empregados;

X INALTERADO

II - os gerentes, assim considerados os exercentes de

cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do

disposto neste artigo, os diretores e chefes de

departamento ou filial.

X INALTERADO

NIHIL X III - os empregados

em regime de

teletrabalho.

JORNADAS NÃO CONTROLADAS:

Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime

previsto neste capítulo:

I - os empregados que exercem atividade externa

incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo

tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e

Previdência Social e no registro de empregados;

O “caput” refere-se ao “regime previsto neste Capítulo”.

ÂMBITO DA EXCLUSÃO: CAPÍTULO “DURAÇÃO DO

TRABALHO” = Art. 57 a 75 da CLT

Jornada de trabalho

Períodos de descanso (intrajornada e interjornada)

Trabalho noturno

Controle de horário

Penalidades

Lei 605/49 : repouso semanal remunerado = fora do

capítulo

Logo, os empregados que estão, efetivamente,inseridos nas exceções legais, não tem nenhumadestas proteções.

E, por serem exceções, devem ser

analisadas cuidadosamente.

Exceção inserida, art. 62, I da CLT dois requisitos

são exigíveis:

1º) Material: Trabalho externo incompatível como controle de horário.

• A atividade externa, significa fora doestabelecimento e, portanto, longe da fiscalizaçãodo empregador.

• Incompatível com a fixação de horário, no sentidode que o empregador não tem condições de

exercer a fiscalização. Portanto, não

basta exercer a função externa. Se for

possível ao empregador o exercício do

controle de horário, este deve ser feito.

ARNALDO SÜSSEKIND:

“ ...não basta ser o empregado designado para executar

serviço externo e declarado que se não encontrava

subordinado a horário, para que pudesse executar os

serviços do empregador durante o período superior a oito

horas diárias, sem que a autoridade fiscalizadora pudesse

cumprir com evidência a sua missão. Assim, a exceção tem

aplicação aos empregados que, executando serviços

externos, em razão da própria natureza, não podem estar

submetidos a horários ...” (ARNALDO SÜSSEKIND,

Instituições do Direito do Trabalho, Ltr, 1.991).

• A ausência de submissão ao controle de horário,portanto, está diretamente ligada à situação fática deimpossibilidade do efetivo controle. Em outraspalavras, somente se aplica a exceção legal quando ocontrole é impossível, e não apenas quando oempregador não deseja fazê-lo.

• É obrigação legal do empregador controlar o horáriode trabalho do seu empregado. (art. 74, § 2º, CLT).

• Desta obrigação o empregador se exime somentequando for impossível o controle efetivo do horário enão quando for "conveniente" ao empregador.

2º) Requisito formal: a anotação

explicitamente referida na Carteira de

Trabalho e Previdência Social e no

registro de empregados. Esta condição estavainserida na alínea “a” (redação antiga) e foi repetidapela redação do inciso I.• A anotação desta condição na Carteira de Trabalho e

Previdência Social do empregado destina-se a dar aeste inequívoca ciência de que está inserido naexceção legal.

• Como vimos, normalmente as condições restritivasde direito são formais, contrariando a natureza docontrato de trabalho, que é informal.

Há previsão de anotação da condição de trabalho externo na CTPS. Qual será a consequência se esta condição não for cumprida?

Questão controvertida

Essa formalidade de anotação na CTPS e no registro tem sido superada em nome do princípio da primazia da realidade, mas não se trata de entendimento pacífico.

A anotação na CTPS é um componente formal. Sua inexistência não afasta o enquadramento. Sua finalidade é dar ciência ao empregado de sua condição.

RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS - TRABALHO EXTERNO INCOMPATÍVEL COM CONTROLE DE JORNADA - AUSÊNCIA DA ANOTAÇÃO DE TAL CONDIÇÃO NA CTPS E NO REGISTRO DE EMPREGADOS . O fato de não haver anotação na CTPS, bem como no registro de empregados, da condição de trabalho externo incompatível com o controle de jornada não é razão suficiente para, por si só, afastar a exceção do artigo 62, I, da CLT, ou promover a inversão do ônus da prova, a fim de condenar o empregador ao pagamento de horas extras, notadamente quando incontroversas as premissas fáticas da prestação de serviço externo e da falta de fiscalização da jornada. Precedentes da SBDI-1 e da 2ª Turma. Recurso de revista conhecido e provido. Prejudicado o exame do tema remanescente.(TST - RR: 9733020125010050, Relator: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 05/08/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 14/08/2015)

TRABALHO EXTERNO. AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO DA CONDIÇÃO NA CTPS DO TRABALHADOR. HORAS EXTRAS DEVIDAS. A exigência legal prevista na norma do artigo 62, I, da CLT, deve ser levada a efeito nos seus exatos termos. A norma, ao expressar que a condição de trabalho externo deve estar anotada na ficha de registro do empregado, estabelece o requisito de validade à configuração da exceção a regra geral da limitação da jornada de trabalho. Não se trata de mera formalidade punível unicamente com sanções administrativas. Trata-se de exigência de maior alcance que se transfere para o processo e reverte o ônus da prova ao empregador quanto ao horário de trabalho ou mesmo da inexistência de controle de horário. No caso em tela, a recorrente reconhece que não observou o comando legal, deixando de anotar a condição de trabalho na externo na CTPS da autora. Correta a sentença.(TRT-4 - RO: 00201970320155040781, Data de Julgamento: 16/02/2017, 4ª Turma)