direito do consumidor

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DIREITO DO CONSUMIDOR Relação jurídica de consumo Conceito : É a relação estabelecida entre um consumidor e um fornecedor com o objetivo de prestar serviços ou fornecer produtos. Temos que ter: Consumidor Fornecedor Serviço prestado / produto fornecido

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slydes e resumos de direito do consumidor

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DIREITO DO CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR Relao jurdica de consumo Conceito : a relao estabelecida entre um consumidor e um fornecedor com o objetivo de prestar servios ou fornecer produtos. Temos que ter:Consumidor Fornecedor Servio prestado / produto fornecido

DIREITO DO CONSUMIDORA EVOLUO DA PROTEO DO CONSUMIDOR

A Evoluo do Direito do Consumidor no MundoA origem do consumidor atribuda aos EUA.Capitalismo - conseqncia do marketing agressivo da produo, da comercializao e do consumo em massa. Sc. XIX.

DIREITO DO CONSUMIDORA EVOLUO DA PROTEO DO CONSUMIDOR

2. Evoluo do Direito do Consumidor no Brasil

Cdigo Civil de 1916Constituio Federal de 1988 - assegurando proteo no art. 5, XXXII.CDC 1990 - Lei 8.078 de 11/09/1990 Massificao da relaes contratuais.

DIREITO DO CONSUMIDORA EVOLUO DA PROTEO DO CONSUMIDORO CDC - disciplina transversal entre o direito pblico e privado.Direito privado solidrio.Microssistema moderno das relaes de consumo

4DIREITO DO CONSUMIDOR NOES GERAIS - CDC

O CDC COMO NORMA PRINCIPIOLGICA DE ORDEM PBLICA E INTERESSE SOCIAL MICROSSISTEMA JURDICO

Nasceu da constatao da desigualdade de posio e de direitos entre o consumidor e o fornecedor, fundamentado na proteo da dignidade humana.

5DIREITO DO CONSUMIDORO microssistema do consumidor- carter multidisplinar.

Questes voltadas aos Direitos Constitucional, Civil, Penal, Administrativo, Processual Civil, Processual Penal, mas sempre tendo como pedra de toque a vulnerabilidade do consumidor frente ao fornecedor,

DIREITO DO CONSUMIDORCludia Lima Marques declara que:

[...] o direito do consumidor visa cumprir um Triplo Mandamento constitucional:

1.promover a defesa dos consumidores; 2.de observar e assegurar como princpio geral e imperativo da atividade econmica, a necessria defesa do sujeito de direitos , o consumidor; 3.de sistematizar a tutela especial infraconstitucional atravs de uma microcodificao. (MARQUES, 2009, p.21)

DIREITO DO CONSUMIDORATENO:

As normas que compem o direito do consumidor so de direito privado, porm no so disponveis, so de ordem pblica e interesse social, conforme dita o art. 1 do CDC, que no toleram renncia por convenes, nem mesmo afastamento por disposio particular

8DIREITO DO CONSUMIDORO Superior Tribunal de Justia (STJ) entende:

As normas de proteo e defesa do consumidor tm ndole de ordem pblica e interesse social. So, portanto, indisponveis e inafastveis, pois resguardam valores bsicos e fundamentais da ordem jurdica do Estado Social, da a impossibilidade de o consumidor delas abrir mo. (RECURSO ESPECIAL N 586.316 )

DIREITO DO CONSUMIDORA DEFESA DO CONSUMIDOR COMO DIREITO FUNDAMENTAL

Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

XXXII - o Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor;

DIREITO DO CONSUMIDORRELAO JURDICA DE CONSUMO

CONCEITO DE RELAO JURDICA DE CONSUMO

o negcio jurdico no qual o vnculo entre as partes se estabelece pela aquisio ou utilizao de um produto ou servio, sendo o consumidor como adquirente na qualidade de destinatrio final e o fornecedor na qualidade de vendedor.

DIREITO DO CONSUMIDOR2 - ELEMENTOS DA RELAO DE CONSUMO

elementos subjetivos: fornecedor e consumidor;elementos objetivos: produtos e servios, objetos da relao de consumo.elemento finalstico ou teleolgico: traduz a idia de que o consumidor deve adquirir ou utilizar o produto ou servio como destinatrio final.

3 . CONCEITO DE CONSUMIDORA) Consumidor em sentido estrito (art. 2, caput do CDC)

CONCEITO DE CONSUMIDOR DO CDCArt. 2, CDC: Consumidor toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utiliza produto ou servio como destinatrio final. 3 . CONCEITO DE CONSUMIDOR

O elemento subjetivo : pessoa fsica ou jurdica. O elemento objetivo: refere-se aos produtos e servios. O elemento teleolgico diz respeito ao fim, ao objetivo daquela relao jurdica, ou seja, se a aquisio de servios ou produtos para uso prprio.3 . CONCEITO DE CONSUMIDOR

Existem trs teorias contrrias que tentam explicar o que vem a ser destinatrio final.

So as teorias maximalista, a teoria finalista e a teoria finalista moderadaB) Teorias que explicam a expresso destinatrio final

A teoria finalista - Princpio da vulnerabilidade.

O consumidor deve ser aquele que, alm de retirar o produto do mercado (destinatrio final ftico), no o insira em sua cadeia produtiva (destinatrio final econmico).

Desse modo, o profissional no poder ser considerado consumidor, pois, de uma forma ou outra, utilizar o bem ou servio adquirido em sua atividade B) Teorias que explicam a expresso destinatrio final

Teoria maximalista - O CDC seria um Cdigo geral de consumo, para toda a sociedade de consumo, uma lei que estabelece regras para todos consumidores e fornecedores.

Consumidor ser aquele que retira a mercadoria do mercado de consumo (destinatrio ftico) no importando se ir utilizado para o desenvolvimento de uma atividade lucrativa.

B) Teorias que explicam a expresso destinatrio final

O STJ reconheceu mais adequada a teoria finalista moderada, admitindo que o poder judicirio reconhea a vulnerabilidade de um profissional que adquire um produto ou servio fora de sua especialidade. Tambm admite que seja considerado como consumidor a pequena empresa. Para o STJ a teoria que prevalece a Finalista, porm atenuada ou mitigada ou moderada.

Significa que a pessoa fsica tem a sua vulnerabilidade presumida, j a pessoa jurdica tambm pode ser considerada consumidora, mas desde que comprove a sua vulnerabilidade. Ou seja, as empresas ou profissionais que so considerados consumidores para o STJ (as Micro-Empresas e Pequenas Empresas, os Profissionais Liberais e os Autnomos) devem demonstrar a vulnerabilidade. (STJ Resp. 476428/SCSTJ - AgRg nos EREsp 1331112 / SP - DJe 02/02/2015:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGNCIA. CONCEITO DE CONSUMIDOR. INCIDNCIA DO CDC. PESSOA JURDICA. FINALISMO MITIGADO. VULNERABILIDADE. AUSNCIA DE DIVERGNCIA ENTRE OS ACRDOS CONFRONTADOS. 1. Hiptese em que, em verdade, no h divergncia entre os acrdos comparados, pois todos aplicam a teoria finalista mitigada, que admite a incidncia do CDC, ainda que a pessoa fsica ou jurdica no sejam tecnicamente destinatrias finais do produto ou do servio, quando estejam em situao de vulnerabilidade diante do fornecedor. C) Consumidor por equiparaoArt. 2, nico, CDC: Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indeterminveis, que haja intervindo nas relaes de consumo.

Este dispositivo fundamenta a tutela coletiva do Consumidor.

O exemplo mais evidente o caso do fornecedor que veicula publicidade enganosa.

C) Consumidor por equiparao

Art. 17, CDC: Para os efeitos desta Seo, equiparam-se aos consumidores todas as vtimas do evento. aquele que sofreu algum prejuzo em razo de um acidente de consumo. a figura do Bystander do direito ou da doutrina Americana. Aqui, a vtima do evento danoso no quem adquiriu diretamente o produto.

C) Consumidor por equiparao

Art. 29 Para os fins deste Captulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determinveis ou no, expostas s prticas nele previstas.

A coletividade de pessoas que hajam intervindo nas relaes de consumo pode ser considerada consumidor, assim como, as vtimas de um produto ou servio defeituoso, bem como, as pessoas expostas a prticas comerciais.

4) Conceito de Fornecedor

Art. 3, CDC: Fornecedor toda pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produo, montagem, criao, construo, transformao, importao, exportao, distribuio ou comercializao de produtos ou prestao de servios.4) Conceito de Fornecedor

Os requisitos fundamentais para a caracterizao do fornecedor na relao jurdica de consumo so o da habitualidade e do profissionalismo na atividade fim, ou seja, o exerccio contnuo e profissional de determinado servio ou fornecimento de produto.

4) Conceito de Fornecedor

O Poder Pblico poder ser enquadrado como fornecedor de servio toda vez que, por si ou por seus concessionrios, atuar no mercado de consumo, prestando servio mediante a cobrana de preo. Do mesmo modo, os concessionrios de servios pblicos de telefonia, que atuam no mercado de consumo atravs de contratos administrativos de concesso de servios pblicos, so fornecedores de servios nas relaes com os usurios e, conseqentemente, devem observar os preceitos estabelecidos pelo CDC.

5) Produto Artigo 3, 1 do CDC: 1 Produto qualquer bem, mvel ou imvel, material ou imaterial.

Pode ser bem mvel ou imvel, material ou imaterial, novo ou usado, fungvel ou infungvel, principal ou acessrio, corpreo ou incorpreo, suscetvel de apropriao e que tenha valor econmico, destinado a satisfazer uma necessidade do consumidor6) Servio

Art. 3, 2, CDC: Servio qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remunerao, inclusive as de natureza bancria, financeira, de crdito e securitria, salvo as decorrentes das relaes de carter trabalhista.Servio remunerado: aquele em que h alguma contraprestao em troca do servio

Servio gratuito: aquele em que no h nenhuma contraprestao, seja direta ou indireta6) Servio

Observao:

A jurisprudncia majoritria defende que no se aplica o CDC nas relaes locatcias, vez que existe norma especfica que regulamenta a relao locatcia a Lei 8.245/91.

Smula 297 do STJ: O Cdigo de Defesa do Consumidor aplicvel s instituies financeiras.6) Servio

Aplica-se o CDC:Profissionais liberais e seus clientes (STJ, REsp 80.276)Entidades de previdncia privada (STJ, Smula 321)Contratos de arrendamento mercantil (STJ, REsp 664.351)Na relao entre condomnio e concessionria de servio pblico (STJ, REsp 650.791)Contratos do sistema financeiro de habitao (STJ, AgRg no REsp 107.33.11)

6) Servio

No se aplica o CDC:

atividade notarial (STJ, 625.144)s relaes entre condomnio e condminos (STJ, REsp 650.791)Entre autarquia previdenciria e seus beneficirios (STJ, REsp 369.822)s relaes de locao (STJ, AgRg no REsp 510.689)Contratos de crdito educativo (STJ, REsp 600.677)

7) PRINCPIOS INFORMADORES DO DIREITO DO CONSUMIDOR

Os princpios que informam o direito do consumidor esto previstos tanto na Constituio Federal quanto no CDC.

7.1) PRINCPIOS PREVISTOS NA CONSTITUIO FEDERAL

Princpio da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1, III, CF)

Princpio da Isonomia (art. 5, caput da CF)

7.2) PRINCPIOS ESPECFICOS DO DIREITO DO CONSUMIDOR PREVISTOS NA LEI N. 8.078/90

Princpio da Vulnerabilidade do Consumidor (art. 4, I do CDC).

Est acobertado em todo o CDC, tal como a possibilidade de inverso do nus da prova, a possibilidade da interposio de aes no domiclio do consumidor, a proibio de veiculao de publicidade enganosa. Todas so normas que tm o escopo de garantir a igualdade substancial entre o consumidor e o fornecedor.

Princpio da Vulnerabilidade

Para Cludia Lima Marques (2009) o princpio da vulnerabilidade se apresenta em trs vertentes:vulnerabilidade tcnica, a vulnerabilidade jurdica e a vulnerabilidade ftica.

a) Princpio da Vulnerabilidade

Vulnerabilidade tcnica o desconhecimento das caractersticas tcnicas do produto ou servio. O consumidor profissional pode ser carecedor desse conhecimento tcnico chamando para si a aplicao do CDC.A vulnerabilidade tcnica no CDC presumida.

Princpio da Vulnerabilidade

Vulnerabilidade jurdica pode ser tambm cientfica. a falta de conhecimentos jurdicos, econmicos e contbeis. Para o consumidor no profissional essa vulnerabilidade presumida, mas para os profissionais e pessoas jurdicas a presuno de que devam ter tais conhecimentos.

a) Princpio da Vulnerabilidade

Vulnerabilidade ftica o mesmo que vulnerabilidade scio-econmica. O fornecedor, pela natureza do produto ou por seu grande poder econmico, impe aos seus consumidores as suas condies. A vulnerabilidade ftica presumida para o consumidor no-profissional, mas no para o consumidor profissional ou para a pessoa jurdica. b) Princpio de Hipossuficincia

Hipossuficincia probatria Menor capacidade de se produzir prova.Deve ser verificada no caso concreto. um fenmeno processual.Distino entre vulnerabilidade e hipossuficincia do consumidor:

a hipossuficincia diz respeito (...) ao direito processual, ao passo que a vulnerabilidade diz respeito ao direito material

Hipossuficincia traz consequncias de cunho processual, notadamente a inverso do nus da prova em favor do consumidor. J a vulnerabilidade, noo central, consistindo em uma caracterstica que implica na aplicabilidade (ou no) do CDCc) Princpio da Boa-F

A concepo subjetiva corresponde ao estado psicolgico da pessoa, ou seja, sua inteno ou seu convencimento de estar agindo de forma a no prejudicar ningum.

J a concepo objetiva significa uma regra de conduta de acordo com os ideais de honestidade, probidade e lealdade, ou seja, as partes contratuais devem agir sempre respeitando a confiana e os interesses do outro.

O CDC prev, de modo expresso, o princpio da boa-f no o art. 4 inciso III e o art. 51 inciso IV.

O artigo 4 do CDC traz o princpio da boa-f como instrumento de controle das clusulas contratuais abusivas.O artigo 51, inciso IV do CDC trata da boa-f objetiva que se traduz na imposio de uma regra de conduta, cujo fim estabelecer o equilbrio nas relaes de consumoD) Princpio da Transparncia corolrio do princpio da boa-f objetiva. Decorre da boa-f e tem maior incidncia na formao dos contratos. Visa regular a propaganda, a oferta destinada ao consumidor, bem como o contedo do contrato de consumo.Por esse princpio as partes tm o dever de trazerem informaes claras e precisas sobre a relao de consumo a ser firmada.D) Princpio da TransparnciaAliado ao dever de transparncia est o dever de informar, que tambm decorre da boa-f objetiva. No dever de informar o fornecedor deve trazer ao consumidor todas as informaes sobre o produto, sobre o contrato, e sobre o negcio jurdico em geral. Verificar: Arts. 12, 14, 30-35, 46 do CDCE) Princpio da Equidade ou Equilbrio ContratualTem incidncia na fase de execuo contratual. o princpio que visa garantir a justia contratual. Impede a imposio de clusulas que imponham desvantagens unilaterais ou exageradas para o consumidor, entre outros.Art. 51, IV do CDC.

F) Princpio da Ao Governamental (art. 4, II da Lei n 8.078/90).

Determina a interveno do Estado na economia, a fim de proteger o consumidor e impedir o desenvolvimento do capitalismo selvagem (lucro a qualquer custo).

Decorre da limitao constitucional ordem econmica, estabelecida pelo art. 170, V da Constituio Federal.

G) Princpio da Harmonizao dos Interesses dos Consumidores e Fornecedores

O fornecedor tem direito ao lucro que, no entanto, no pode ser exagerado. J o consumidor tem direito de acesso ao mercado de consumo, sem qualquer discriminao.

H) Princpio da Reparao Integral

um princpio relativo reparao de danos, caso o consumidor sofra um dano, a reparao que lhe devida deve ser a mais ampla possvel, abrangendo a todos os danos causados.o art. 6, VI, do CDC encontra-se a efetiva preveno e reparao de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos, o que indica uma reparao de forma efetiva, real, e integral, sendo vedado ao fornecedor condicionar a reparao.

I) Princpio da interpretao mais favorvel ao consumidor

Art. 47 As clusulas contratuais sero interpretadas de maneira mais favorvel ao consumidor.

Este princpio ser aplicvel no apenas s clusulas contratuais, mas tambm em relao s leis em geral, ou seja, havendo conflito, aplica-se a lei ou a clusula que melhor atenda aos interesses do consumidor.

8) RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAES DE CONSUMO