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DIREITO DAS SUCESSÕES CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CIVIL Prof. Msc. SILVIO ROMERO

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Page 1: DIREITO DAS SUCESSÕES CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CIVIL Prof. Msc. SILVIO ROMERO

DIREITO DAS SUCESSÕES

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CIVIL

Prof. Msc. SILVIO ROMERO

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O DIREITO PRIVADO COMUM

• DIREITO PÚBLICO(institucional)• DIREITO PRIVADO(comum)

• Direito privado é o setor da ordem jurídica que disciplina as relações dos particulares entre si, fundados na sua igualdade e na sua autodeterminação.

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PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO CIVIL

• Os princípios gerais do direito civil são controversos.

• Em primeiro lugar porque eles se confundem com os princípios do próprio Direito.

• E em segundo lugar porque a falta de unidade científica do critério que preside à demarcação do ramos do Direito Civil dificulta a elaboração de princípios comuns.

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Segundo Carlos Alberto da Mota Pinto

• Reconhecimento da pessoa e dos direitos da personalidade.

• O princípio da liberdade contratual

• A responsabilidade civil

• A Concessão de personalidade jurídica as pessoas coletivas

• A propriedade privada• A familia• O fenômeno

sucessório

Page 5: DIREITO DAS SUCESSÕES CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CIVIL Prof. Msc. SILVIO ROMERO

Segundo Cristiano Chaves de Farias

• A personalidade (capacidade de direito)• Autonomia da vontade(dinâmica da pessoa)• Liberdade negocial(autonomia privada)• A propriedade individual• A intangibilidade familiar• A legitimidade da herança e o direito de testar• Solidariedade social(função social)• Boa fé

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A idéia de princípios próprios

• Uma tentativa de demarcação dos princípios do Direito Civil, não deixará de ser incompleta e imperfeita.

• Vamos partir da idéia de publicidade e privacidade

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PRIVACIDADE E PUBLICIDADE

• Privacidade = Direito da decisão livre

• Publicidade = Direito da decisão vinculada

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Princípios: Autonomia e igualdade

• A autonomia – quer no aspecto da liberdade de exercer ou não os poderes ou faculdades de que se é titular, quer no aspecto mais completo, da possibilidade de conformar e compor, conjuntamente com outrem ou por ato unilateral, os interesses próprios.

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• Igualdade = a autonomia nas relações com as outras pessoas, supõe necessariamente igualdade.

• O direito civil se encontra diretamente ao serviço da plena realização da pessoa na sua vida com as outras pessoas.

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Desenvolvimento do Direito Civil

• Tudo tem que partir do homem, pois, é para ele que o direito existe.

• O primeiro núcleo está na caracterização da pessoa.

• Contudo, a pessoa não é um ser isolado, a pessoa deve ser considerada no seu viver e conviver.

• Tem uma importância primordial a familia

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• Exercendo sua autonomia a pessoa realiza negócios jurídicos, tendo como instrumento típico o contrato.

• Em face de sua responsabilidades a pessoa gera obrigações.

• Dos contratos derivam freqüentemente obrigações.

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• Com o seu agir, a pessoa adquire bens, surgindo a figura da propriedade.

• O ramo do Direito Civil que disciplina as posições da pessoa em relação as coisas é o Direito das Coisas ou Direitos Reais.

• Propriedade e função social

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• Sucessão por morte• Enfim, morrendo o titular, há que

disciplinar o destino dos bens e direitos que deixar.

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Plano de Curso Sucessão legítima

• Princípios do Direito Civil• Abertura da sucessão• Capacidade para suceder• Indignidade• Aceitação e renúncia• Herança jacente• Petição de herança• Cessão de direitos hereditários• Sucessão legítima• Vocação hereditária• Sucessão por cabeça e por representação• Sucessão em linha reta• Sucessão do cônjuge e do companheiro• Sucessão dos colaterais

Page 15: DIREITO DAS SUCESSÕES CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CIVIL Prof. Msc. SILVIO ROMERO

Sucessão Testamentária• Disposições gerais• Testamento – conceito, capacidade• Formas de testamento• Disposições testamentárias• Legados• Substituições• Execução e inexecução do testamento• Inventário e partilha• Procedimentos de inventário, arrolamento e

alvará.

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Sucessão – noções gerais

• Início – morte- termo da personalidade humana

• É proibido contratar herança de pessoa viva.

• Com a morte abre-se a sucessão

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Abertura da sucessão

• Morte natural – como causa da transmissão – Não se reconhece direito adquirido à herança, senão depois da morte.

• Morte presumida• Ausente

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Morte presumida• 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem

decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de

quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou

feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

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Momento da transmissão

• Morte• Direito Romano

• Somente os herdeiros necessários adquiriam de imediato

• Os demais herdeiros deveriam aceitar a herança para poder adquirir.

• Para esses últimos existia um estado de jacência

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Três trâmites distintos

• Morte-------------- abertura da sucessão

• Delação----------- oferecimento da herança

• Aceitação--------- aquisição da herança

• Entre a morte e a aceitação existia um período de jacência.

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Droit de Saisine

• França – idade média – período feudal• Foi instituída a praxe de ser devolvida a

herança, por morte do servo, ao seu senhor, que exigia dos herdeiros dele um pagamento, para autorizar a sua imissão

• A partir do Direito de Saisine ficou determinado o imediatismo da transmissão do bens, cuja posse e propriedade passam diretamente da pessoa do morto para os seus herdeiros.

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Sistema atual do Brasil

• Já no Código Civil de 1916 e no atual, a transmissão da herança ocorre de imediato.

• Art. 1784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

• O momento é a morte.

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Com a morte

• Transmitem-se desde logo a posse e a propriedade.

• O patrimônio não pode ficar acéfalo.• Legitima os herdeiros a promoverem

ações em defesa da herança.• Com a morte dos herdeiros transmitem-se

os seus direitos aos seus sucessores• Possibilidade de cessão de Direitos

hereditários

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Transmissão da herança1. Momento

1. Morte2. Certidão de óbito

2. Processo/desenvolvimento1. Lugar do último domicílio2. Competência

3. Herdeiros legítimos e testamentários1. Morte simultânea – comoriência2. Reserva da parte legítima – 50% herdeiros

necessários(descendentes, ascendente , cônjuge)

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CAPACIDADE PARA SUCEDER

• Capacidade civil• Capacidade para suceder

• Aptidão da pessoa para receber bens deixados pelo falecido.

• Verifica-se a capacidade para suceder no momento da morte.

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Requisitos

1. Existência – sujeito de direito1. Direito do nascituro2. Comoriência

2. Prole futura(prole eventual) - condicional3. Pessoas jurídicas4. Vocação hereditária5. Vedação – animais e coisas

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Problemática

• Inseminação artificial pós-mortem

• Caso prático – – Presunção de filiação– Carga genética

– Tem direitos sucessórios??????

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Presunção de paternidade

• Art. 1597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido.

• Trata-se de ficção jurídica. Porque há época da concepção o genitor/marido já estava morto e com isso dissolvido o casamento pela morte. Não na realidade como presumir que a concepção foi feita na constância do casamento.

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Capacidade sucessória

• Art. 1798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.

– Como conciliar a presunção de paternidade com a atribuição de legitimação sucessória às pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão????

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A tendência da doutrina

• A princípio é negar a legitimação para suceder.

– “Toda a dinâmica da sucessão está arquitetada tendo em vista um desenlace da situação a curto prazo. Se se admitisse a relevância sucessória destas situações nunca seria praticamente possível a fixação do mapa de herdeiros e o esclarecimento das situações sucessórias.” José de Oliveira Ascenção.

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Por outro lado

• Há o principio constitucional da IGUALDADE.– “Se, na sucessão legítima, são iguais os

direitos sucessórios dos filhos, e se o novo Código Civil trata os filhos resultantes de fecundação artificial homóloga, posterior ao falecimento do pai, como se houvesse sido ‘concebido na constância do casamento’, como justifica ao menos de lege lata, a exclusão de seus direitos sucessórios??” Caio Mário da Silva Pereira

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Indignidade

• Incapacidade sucessória• O Direito romano admitia que a herança

fosse retirada do herdeiro incurso em falta grave contra o de cujus.– Atentado contra a vida– Contra a honra– Contra a liberdade de testar.

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• Art. 1814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:

• I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;

• II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;

• III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

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Fundamento ético

• O fundamento da indignidade se encontra na repugnância que suscita à consciência social o fato de vir a suceder quem tão gravemente ofendeu o autor da sucessão.

• Difere da deserdação.

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Atentado contra a vida

• Art. 1814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:

• I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;

• Doloso – exclui a forma culposa• Não exige a prévia condenação penal.

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Atentado contra a honra

• Art. 1814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:

• II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;

• Caluniar em juízo.• Necessita de ação penal privada

Page 37: DIREITO DAS SUCESSÕES CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CIVIL Prof. Msc. SILVIO ROMERO

Atentado contra a liberdade de testar

• Art. 1814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:

• III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

• Violência ou fraude contra a liberdade de testar.• Antes ou depois da morte.

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Sentença

• Ação ordinária condenatória• Sentença de exclusão do herdeiro• Prazo para propositura 4(quatro) anos a

partir da morte.• Legitimidade – herdeiros

• Tem o Ministério Público legitimidade???

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• Redação do Código de 1916.• Art. 1596. A exclusão do herdeiro, ou legatário,

em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença em ação ordinária, movida por quem tenha interesse na sucessão.

• Redação do Código de 2002.• Art. 1815. A exclusão do herdeiro ou legatário,

em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença.

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Novo Código Civil

• O Novo Código suprimiu a expressão relativa a legitimação dos interessados na sucessão.

• Interpretação do Centro de Estudo Judiciários do STJ.

• Entende competente o Ministério Público quando houver interesse público.

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Efeitos da exclusão

• São personalíssimos – somente atinge a pessoa do indigno.

• O indigno será considerado morto.• Ex tunc• Os filhos herdarão por representação.• Não terá direito ao usufruto e a

administração dos bens dos filhos

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Ação – prescrição

• O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.

• Deve a ação ser promovida em vida do indigno.

• Reabilitação – O direito de perdoar do autor da herança, como ato de última vontade. Forma de testamento ou escritura pública.

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Indignidade X deserdação• Cominada em lei,

independe da vontade do de cujus, aplicando-se a todos os herdeiros na sucessão legítima e testamentária.

• É peculiar a sucessão legítima.

• Vontade presumida do de cujus.

• Os motivos da indignidade são válidos para a deserdação

• É ato de vontade do testador atingindo os herdeiros necessários.

• Só se verifica na sucessão testamentária.

• Efetiva vontade do de cujus

• Nem todos motivos de deserdação configuram indignidade.

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ACEITAÇÃO DA HERANÇA

• Aberta a sucessão transmitem-se desde logo, a posse e a propriedade da herança.

• Mas é necessária a sua aceitação.

• A aceitação é uma faculdade conferida aos herdeiros, como manifestação livre de vontade para aceitar ou repudiar a herança.

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Três fases

• Abertura da sucessão --- morte• Delação da herança ---- o oferecimento do

patrimônio aos herdeiros, que se dá com a abertura da sucessão.

• Aquisição --- é o momento em que a herança é aceita, adquirindo o herdeiros aqueles bens.– Obs. Esta três fases ocorrem de forma

imediata no Direito brasileiro.

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Aceitação

• Expressa- declaração escrita• Tácita – através de atos compatíveis com

a condição de herdeiro, administração, oneração, cessão.

• Presumida – aberta a sucessão, pode ser intimado o herdeiro para declarar se aceita a herança, o silêncio irá presumir a aceitação.

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Aceitação

• Direta – quando provém do próprio herdeiro.

• Indireta – quando provém de um terceiro– Aceitação pelos sucessores – direito de

representação.– Mandatário – procurador– Aceitação pelos credores.

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Indivisibilidade da aceitação

• Não pode ser aceita em parte, ou aceita tudo ou nada.

• Pode contudo, aceitar a herança deixado por testamento e repudiar a parte legítima, e vice-versa.

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Encargos da herança• Em Roma, se aceitava tudo, o ativo e o passivo,

podendo em certos casos levar o herdeiro a ruína.

• A evolução do Direito Romano permitiu a aceitação em benefício do inventário, limitando suas responsabilidades aos encargos da herança, dentro do ativo.

• No Brasil pré-codificado havia a necessidade de declarar que o herdeiro aceitava a herança em benefício do inventário.

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Código Civil

• 1916, foi adotado no Brasil que o herdeiro não estava obrigado além das forças da herança.

• 2002.• Art. 1792. O herdeiro não responde por

encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.

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RENÚNCIA DA HERANÇA

• O Herdeiro não é obrigado a aceita a herança, pode recusá-la.

• A Renuncia tem que ser expressa– Por instrumento público– Termo nos autos

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RENÚNCIA

• Formalizada a renúncia os bens passarão para os herdeiros da mesma classe.

• Art. 1810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente.

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Capacidade para renunciar

• Sua validade está subordinada a capacidade do agente, deve ter capacidade para alienar.

• Pode ser realizada por mandatário, com poderes especiais.

• Sendo incapaz, não pode ser realizada pelo representante legal.

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Outorga do cônjuge????• Necessita• Em face do caráter de

bem imóvel atribuído a sucessão aberta.

• Determinação patrimonial em face do casamento para a alienação de bens imóveis.

• Exceção: regime de separação de bens

• Não necessita.• Caráter unilateral da

aceitação.• Inexistência de

disposição patrimonial de bens.

• Incomunicabilidade dos bens, em face do regime de bens.

• Exceção: regime de comunhão universal de bens.

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Renúncia

• Não pode ser feita antes de aberta a sucessão.

• Efeito ex tunc, retroage a data da abertura da sucessão.

• O renunciante vai ser considerado como nunca tivesse existido.

• A renúncia deve ser pura e simples, não comporta termo ou condição

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Renúncia abdicativa X translativa

• Abdicativa• É a renúncia

propriamente dita.• Não comporta termo

ou condição.• Passa para os

herdeiros da mesma classe.

• Translativa• É uma cessão de

direitos hereditários.• Passa para a pessoa

que a vontade do renunciante determinar.

• Paga imposto de transmissão inter-vivos

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Renúncia

• É irretratável e definitiva.

• Uma vez formalizada é como se o renunciante nunca fosse herdeiro.

• Pode ser contudo anulada por vicio do consentimento.

• Podem os credores prejudicados anular a renúncia, aceitando-a em nome do abdicante.

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Efeitos da renúncia1. A parte do renunciante passa

automaticamente para os herdeiros da outra classe.

2. Se o renunciante vier a falecer os seus herdeiros não herdam por representação.

3. Somente herdam se não existirem outros herdeiros da mesma classe.

4. Aquele que renuncia herança legitima não está impedido de herda por testamento.

5. Não está privado do usufruto e administração dos bens que caibam aos seus filhos.

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HERANÇA JACENTE

• Visto que em Roma, até a aquisição a herança era jacente.

• Abertura da sucessão --- morte• Delação da herança ---- o oferecimento do

patrimônio aos herdeiros, que se dá com a abertura da sucessão.

• Aquisição --- é o momento em que a herança é aceita, adquirindo o herdeiros aqueles bens.

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• No atual direito das sucessões, HERANÇA JACENTE é aquela que não se conhecem os herdeiros.– Art. 1819. Falecendo alguém sem deixar

testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.

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• Jacente é a herança aberta.

• É jacente porque não se conhece os seus herdeiros.

• Os bens serão administrados por um curador.

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Herança Vacante

• Art. 1820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.

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• Abertura da sucessão• Arrecadação dos bens• Publicação de edital – prazo de 01(um)

ano.• Declaração de vacância.• Passados 05(cinco) anos da abertura da

sucessão, os bens passarão para o domínio do município ou da união.

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• Art. 1822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal.

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PETIÇÃO DE HERANÇA

• Com a abertura da sucessão, o herdeiro adquire a posse e a propriedade, mas pode ser que o herdeiro deixe de conhecer a herança, por qualquer motivo.

• Encerrado o inventário, com a homologação da partilha, não perde o herdeiro os seus direitos.

• Daí a PETIÇÃO DE HERANÇA

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PETIÇÃO DE HERANÇA

• É a postulação de toda a herança ou parte da herança.

• Art. 1824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.

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Petição de herança

• É uma ação e deve ser promovida contra os herdeiros, solicitando a devolução da parte que cabe ao herdeiro não beneficiado.

• É frequente pedido de petição de herança combinado com investigação de paternidade.

• Prazo 10(dez) anos a partir da abertura da sucessão.

• Receberá os bens com os seus acréscimos, frutos e rendimentos.

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Cessão de Direitos Hereditários

• O herdeiro pode fazer a outro herdeiro ou a terceiro a cessão, a título gratuito ou oneroso, realizando a transmissão, ao cessionário, de toda a herança ou parte dela, de todo o seu quinhão ou parte dele.

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Cessão de Direitos Hereditários

• O cedente deve ser capaz, tendo capacidade para alienar(necessita de outorga)

• Somente é válida após a abertura da sucessão.

• Deve ter a forma pública• Deve ser concluída até a partilha, em face

do seu caráter universal.

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• Não há uma discriminação da quota, em face do caráter universal e se houver os outros herdeiros não estão obrigados a concordar.

• O cessionário recebe a herança no estado em que se acha, correndo o risco de ser mais ou menos absorvida pelas dívidas.

• Sendo negócio jurídico aleatório, o cessionário toma para si os riscos da quantidade.

• Em princípio abrange os direitos hereditários havidos até a data de sua realização, se depois houver um acréscimo esta parte não está incluída, salvo disposição em contrário.

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Sucessão legítima

• Sucessão legítima é aquela deferida por determinação legal.

• Ocorre quando o autor da herança morre sem testamento – ab intestato.

• Prevalece a determinação legal, não influindo a vontade pessoal do autor.

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Sucessão legítima

• Funda-se genericamente, no fato de se ligar uma pessoa a um grupamento familiar.– pela consangüinidade – Pelo casamento– E na falta de um outro ou outro sujeita-se a

soberania do Estado– E a partir da lei 8.971/94 também por laços

de união estável.

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Ordem de sucessão legítima

• Ocorre a sucessão legítima quando:– O de cujus tem herdeiros que, de pleno

direito, fazem jus a recolher a parte disponível;

– O de cujus não dispôs de todos os seus bens;– O testamento perde a sua eficácia(por

caducidade ou nulidade)

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Os herdeiros Legítimos

Os legítimos se subdividem em duas categorias:

1. Necessários2. Facultativos

Necessários são os herdeiros com direito a uma parcela mínima de 50% do acervo, da qual não podem ser privados por disposição de última vontade.

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Herdeiros necessários

• Descendentes• Ascendentes• Cônjuge sobrevivente(a partir do CC

2002)

• Clóvis Bevilaqua – no projeto do Código Civil admitia o cônjuge como herdeiro necessário.

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Cálculo da legítima

• O cálculo é feito sobre a herança liquida.

• Art. 1847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

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Cálculo da legítima

• Deve-se levar em consideração:– Os bens existentes no patrimônio do de cujus

à data de sua morte. O valor dos bens doador que devam ser chamados a colação.

– As dívidas da herança.– As despesas do funeral– O valor dos bens sujeitos a colação

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A estimativa da liberalidades

• De acordo com o artigo 2004 do CC/02, o valor da colação é o que lhe for atribuído no ato de liberalidade.

• Contudo, o CPC em seu artigo 1.014 determina que o cálculo seja feito pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da sucessão.

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• Há uma tendência em admitir o que determina o art. 2.004 do Código Civil.– Art. 2004. O valor de colação dos bens doados será

aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade.

– § 1º Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver estimação feita naquela época, os bens serão conferidos na partilha pelo que então se calcular valessem ao tempo da liberalidade.

– § 2º Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim o das benfeitorias acrescidas, as quais pertencerão ao herdeiro donatário, correndo também à conta deste os rendimentos ou lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.

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Clausulação da legítima

• A princípio a legítima é intangível.• Contudo, o Código Civil permite que se grave a

legítima, quando houver justa causa.• Art. 1848. Salvo se houver justa causa,

declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.

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Vocação hereditária

• Na sucessão legítima, a ordem dos herdeiros é distribuída em duas idéias:– Grau - distância entre as gerações, que se

contam de um parente a outro– Ordem – a distribuição dos herdeiros em

classes preferenciais.– Classes- descendente, ascendente, cônjuge,

colateral

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Ordem

• A idéia predominante é a do parentesco, que pode ser:

1. Consagüinidade – é aquele que vincula uma pessoa a outra em razão de um mesmo tronco ancestral. Igualdade dos filhos, sendo proibida qualquer designação discriminatória.

2. Afinidade – é a relação que aproxima um cônjuge dos parentes dos outros. A afinidade é transitória.

3. Civil – parentesco resultante da adoção

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Modo de relacinamento• Tendo em vista o modo de relacionamento

entre as pessoas nas três ordens acima, diz que os parentes são em linha reta ou colateral,– Linha reta – também chamada de direta –

quando as pessoas descendem umas das outras

• Descendentes – Parentes que nascem a partir da pessoa considerada.

• Ascendentes – quando se marcha ao revés da ordem do nascimento

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• Colateral – quando são ligados a um tronco comum, sem descenderem um do outro.

• Há o parentesco ainda em linha reta e colateral por afinidade, que para alguns casos jurídicos se apresentam.

• O parente afim não é herdeiro.

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Contagem dos graus

• Linha reta – enumerando as gerações, subindo ou descendo.

• Linha colateral – subindo até encontrar o tronco comum e descendo até o parente em referência.

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Sucessão por cabeça

• Em razão da sucessão, os herdeiros adquirem os bens por Direito Próprio.

• A herança é deferida a cada um dos herdeiros individualmente, por cabeça.

• Assim, cada um recebe por direito próprio, sendo a herança dividida em partes iguais.

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Sucessão

• A sucessão pode ser feita– Por cabeça– Por linhas

– Direito de transmissão– Direito de representação

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Sucessão por linhas• Na linha reta ascendente, a sucessão pode

adquirir a peculiaridade de atender as duas linhas– A linha paterna– A linha materna

• Assim, o monte não será dividido em tanto quinhões sejam os ascendentes, mas sim divididos em duas linhas e dentro de cada linha, opera-se a divisão por cabeça.

• O que tem valor é a equiparação das linhas.• Só se dá uma vez, não tem representação na

ordem ascendente.

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Direito de transmissão ou representação

• Transmissão – morte após a abertura da sucessão

• Representação- qualidade de pré-morto, deserdação, indignidade.– Na sucessão por direito de transmissão há

dois chamamentos ou dupla transmissão, passando a herança ao herdeiro do sucedendo e por morte deste aos respectivos sucessores.

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Representação

• Em dadas circunstâncias a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos em que ele sucederia, se vivesse.– Art. 1851. Dá-se o direito de representação,

quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.

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Representação

• Assim, quando morre um herdeiro antes da abertura da sucessão, os filhos deste herdarão em sua representação.

• Os parentes do falecido são chamados a suceder, em todos os direitos que ele sucederia.

• Não herdam por direito próprio(cabeça), mas sim na qualidade de representantes.

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Representação

• Somente existe representação na linha descendente, nunca na ascendente.

• Mas também se encontra na classe dos irmãos.

– Art. 1853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

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Ordem de vocação hereditária• Art. 1829. A sucessão legítima defere-se na ordem

seguinte:• I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge

sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

• II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;• III - ao cônjuge sobrevivente;• IV - aos colaterais.

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Sucessão dos descendentes

• Hoje, os descendentes do mesmo grau herdam em condições iguais, independente da ocorrência ou não de casamento.

• Não há mais a categorização do filhos, em legítimos e ilegítimos.

• Ou seja, todos os filhos estão em situação de igualdade.

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No antigo Código Civil

– Não herdavam os adulterinos e incestuosos– Os naturais reconhecidos e concorrendo com

os legítimos só recebiam a metade do que a estes coubesse.

– O filho adotivo concorrendo com filho legítimo superveniente só recebia a metade da herança a este atribuída.

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Sucessão do cônjuge sobrevivente

• Art. 1829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

• I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

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Descendente

• A sucessão do descendente ocorre– Por cabeça(quando encontram-se no mesmo grau de

parentesco)– Por estirpe(por representação, herdeiros em graus

diferentes)• Se o de cujus deixou três filhos, herdam todos por cabeça.• Se o de cujus só deixou netos, por que todos os filhos já

faleceram, herdam todos os netos igualmente, por cabeça, pois se encontram no mesmo grau.

• Mas se à herança concorrem descendentes de graus diferentes, uns receberão por cabeça e outros por estirpe.

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Concorrência

• Agora o cônjuge sobrevivente concorre à divisão da legítima, em igualdade com os descendentes ou ascendentes do falecido.

• Isto é, deixa de ser herdeiros legitimo facultativo e passa a ser herdeiros necessário.

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Exceções gerais

• Art. 1830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.

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Exceções

1. Salvo se casado com o falecido no regime da comunhão universal.

• Sendo meeiro, já tendo metade de todo o patrimônio, não há razão para ser herdeiro, caso contrário ganharia duas vezes

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Exceções

1. Ou(salvo) se casado no regime da separação obrigatória de bens.

• No regime da separação obrigatória não há patrimônio comum

• Mas porque não incluir também o regime de separação convencional de bens, quando as partes por opção dispõem quanto a incomunicabilidade, não seria a mesma intenção?????

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Exceções

1. Ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares.

1. A regra geral dispõe que o cônjuge não concorre com os demais descendentes, por que já é meeiro, quando o autor da herança não houver deixado bens particulares.

2. Se o autor da herança tiver deixado bens particulares, conclui-se que o cônjuge sobrevivente concorre.

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Quota do Cônjuge

• Art. 1832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

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Dúvida

• A quota mínima é sobre a parte dos bens particulares ou sobre toda a herança???

– Giselda Hironaka - sobre os bens particulares

– Silvio Venosa – Sobre toda a herança.

– A tendência majoritária: sobre os bens particulares

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Conflito de interpretações

• A idéia de Maria Berenice Dias.

• A idéia de Giselda Hironaka.

• A idéia de Silvio Venosa.

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Maria Berenice Dias

• Art. 1829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

• I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

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Maria Berenice Dias• Art. 1829. A sucessão legítima defere-se na

ordem seguinte:• I - aos descendentes, em concorrência com o

cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou (salvo) se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;

• Ou seja, se ele não deixou bens particulares, concorre.

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• Quando da dissolução da sociedade conjugal, os cônjuges desejam que os bens sejam partilhados desta maneira: cada um fica com seus bens particulares e divide-se o patrimônio adquirido durante a vida em comum. O fato de o casamento ultimar por separação, divórcio ou morte não pode permitir que a partição seja feita de forma diversa da eleita pelas partes. Aliás, essa foi a preocupação do legislador em fazer a ressalva em sede sucessória, para que se respeitasse a característica do regime de separação de bens: comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento (art. 1.658), excluindo-se da comunhão os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar (inc. I do art. 1.659).

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• Basta figurar um exemplo para flagrar a incongruência do que vem sendo sustentado: alguém, tendo filhos e bens, vem a casar e recebe a herança de seu genitor. Quando de sua morte, o viúvo (que não é o genitor dos filhos do de cujus) recebe fração igual a cada um dos herdeiros. Ou seja, o cônjuge sobrevivente torna-se proprietário de parte da meação do finado e de parte da herança do sogro. Vindo o cônjuge a morrer, seu patrimônio – integrado dos bens do ex-marido – passará aos seus sucessores (seus filhos, seus pais, seu novo cônjuge ou seus irmãos ou sobrinhos), pois não reverterá aos órfãos o patrimônio que o pai havia amealhado sozinho, nem a herança do avô, que cairão em mãos de estranhos.

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Giselda Hironaka

• Sustenta que o cônjuge somente concorre quando existirem bens particulares.

• E a concorrência será sobre os bens particulares.

• Ou seja, os bens comuns não serão objeto de concorrência em relação ao cônjuge.

• A ¼ parte garantida pelo art. 1832, incide somente sobre os bens particulares.

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Silvio Venosa

• Interpreta que o cônjuge somente concorre quando existirem bens particulares.

• Mas a quota do cônjuge será repartida a partir de toda a herança(bens comuns e particulares)

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Questão prática• Maria Berenice Dias

– alguém, tendo filhos e bens, vem a casar e recebe a herança de seu genitor. Quando de sua morte, o viúvo (que não é o genitor dos filhos do de cujus) recebe fração igual a cada um dos herdeiros. Ou seja, o cônjuge sobrevivente torna-se proprietário de parte da meação do finado e de parte da herança do sogro. Vindo o cônjuge a morrer, seu patrimônio – integrado dos bens do ex-marido – passará aos seus sucessores (seus filhos, seus pais, seu novo cônjuge ou seus irmãos ou sobrinhos), pois não reverterá aos órfãos o patrimônio que o pai havia amealhado sozinho, nem a herança do avô, que cairão em mãos de estranhos.

– E, como não há qualquer regime de bens que impeça tal resultado, talvez a solução seja não casar, viver só ou em união estável, onde inexiste esse risco que, certamente, ninguém há de querer correr.

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Questão prática

• Silvio Venosa• a) o casal tem dois filhos e um patrimônio

comum de R$120.000,00. Morto um cônjuge, extingue-se a sociedade conjugal, ficando R$60.000,00 a título de meação ao viúvo e R$60.000,00 de herança a ser dividida entre herdeiros concorrentes. Então, a herança será dividida em 3 partes iguais, cabendo ao cônjuge viúvo R$20.000,00 e a cada um dos dois filhos R$20.000,00;

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• Silvio Venosa • b) o casal tem três filhos comuns e um

patrimônio comum de R$120.000,00. Morto um cônjuge, extingue-se a sociedade conjugal, ficando R$60.000,00 a título de meação ao viúvo e R$60.000,00 de herança a ser dividida entre herdeiros concorrentes. Então, a herança será dividida em 4 partes iguais, cabendo ao cônjuge viúvo R$15.000,00 e a cada um dos três filhos R$15.000,00;

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• Silvio Venosa• c) O casal tem quatro filhos comuns e um patrimônio

comum de R$120.000,00. Morto um cônjuge, extingue-se a sociedade conjugal, ficando R$60.000,00 a título de meação ao viúvo e R$60.000,00 de herança, a ser dividida entre herdeiros concorrentes. Então, a herança será dividida em 4 partes iguais, cabendo ao cônjuge viúvo R$15.000,00, porque a lei a ele assegura o mínimo de ¼ da herança. Dos R$60.000,00, abatem-se os R$15.000,00 do viúvo, restando R$45.000,00 a serem divididos a cada um dos quatro filhos, isto é, caberá R$11.250,00, a cada um deles.

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Questão Prática

• Giselda Hironaka• Entende que a sucessão somente deve

incidir sobre os bens particulares.

• Veja exemplo:

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Imagine-se, primeiramente, a situação de um casal, com um filho, cujo único patrimônio seja constituído pelo apartamento onde reside (no valor de R$ 99.000,00) adquirido na constância do casamento. Nesse caso, falecendo o varão, e não havendo bens particulares, a mulher não concorrerá com o filho, recebendo apenas sua meação (correspondente, no caso, a R$ 49.500,00). Admitamos, agora, que, além desse apartamento, o autor da herança fosse proprietário de uma bicicleta (no valor de R$ 1.000,00), que, por ter sido adquirida em sub-rogação de um bem pré-existente ao casamento, constitui bem particular (art. 1.659, II). Nessa hipótese, existindo bem particular, o cônjuge concorrerá com o descendente, em igualdade de condições, recebendo, portanto, – além de sua meação sobre o apartamento (R$ 49.500,00) – a título de herança, a metade de todos os bens deixados pelo “de cujus”, ou seja, mais R$ 25.500,00. O total dos bens que caberão ao cônjuge sobrevivente (meação + quinhão hereditário) corresponderá, neste segundo caso, a R$ 75.000,00, ficando o filho com R$ 25.000,00. Como se vê desse exemplo, a simples existência de uma bicicleta (na condição de bem particular, no valor de 1% do total dos bens), faz com que surja o direito do cônjuge de concorrer com o descendente, aumentando desproporcionalmente o valor que lhe caberá, que passa de R$ 49.500,00 (na primeira situação, em que recebe apenas a meação) para R$ 75.000,00 (na segunda situação, onde, por existir bem particular, concorre com o descendente)!

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Bens particulares

• A doutrina também diverge na conceituação de bens particulares?

• Seriam todos aqueles descritos no Código Civil como exceção a comunicabilidade, ou não?

• Sempre existirão bens particulares!!!

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Sucessão do Cônjuge em concorrência com ascendentes

•Quanto à concorrência entre cônjuge sobrevivente e ascendentes do de cujus, não existe qualquer dificuldade: o cônjuge sempre irá ter o direito de concorrência, independentemente do regime de bens dotado para o casamento.

• Quanto à porção hereditária a que terá direito, o artigo 1837, ordena: Concorrendo com ascendentes em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.

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Sucessão do Cônjuge inexistindo ascendentes e descendentes

• Neste caso não houve qualquer alteração com relação ao Código de 1916, o cônjuge sobrevivente continua, caso não existam descendentes nem ascendentes do de cujus, herdeiro de todos os bens deixados, independentemente do regime de bens do casamento.

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Colaterais até o 4o. Grau• Art. 1840. Na classe dos colaterais, os mais

próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

• Art. 1841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.

• Art. 1843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.

• § 1º Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça.

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União Estável e Sucessão do companheiro

• Art. 1790 do Código Civil

• Evolução ou retrocesso ???????

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QUESTÃO TERMINOLÓGICA

• Companheiro – União estável– É a relação entre homem e mulher,

configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.

• Concubinato– Relações não eventuais entre homem e

mulher, impedidos de casar.

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Concubinato

• Regras que impedem o casamento, art. 1521 do Código Civil.

• Ao concubino(a) falta vocação hereditária no terreno da sucessão legítima.

• E falta vocação hereditária no terreno da sucessão testamentária.

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Vocação hereditária

• Determinada no momento da morte.

• A lei que irá disciplinar a vocação hereditária é aquela do momento da morte.– Morte antes da vigência da lei 8971/94– Morte durante a vigência da lei 8971/94– Morte durante a vigência do Código Civil de

2002.

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Art. 2o. Da Lei 8.971/94• Art. 2º. As pessoas referidas no artigo anterior

participarão da sucessão do(a) companheiro(a) nas seguintes condições:

• I - o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito enquanto não constituir nova união, ao usufruto de quarta parte dos bens do de cujos, se houver filhos deste ou comuns;

• II - o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito, enquanto não constituir nova união, ao usufruto da metade dos bens do de cujos, se não houver filhos, embora sobrevivam ascendentes;

• III - na falta de descendentes e de ascendentes, o(a) companheiro(a) sobrevivente terá direito à totalidade da herança.

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Novo Código Civil• Art. 1790. A companheira ou o companheiro participará

da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:

• I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;

• II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;

• III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;

• IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

Page 130: DIREITO DAS SUCESSÕES CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CIVIL Prof. Msc. SILVIO ROMERO

Concorrência com os descendentes

• Art. 1790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:

• I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;

• II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;

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Filhos comuns e filhos só do autor da herança

• Duas linhas de interpretação.

– Terá direito somente a metade dos bens, aplicando o inciso II.

– Terá direito a quota equivalente a que terão os filhos, por cabeça.

– Impossibilidade lógica de aplicar as duas regras ao mesmo tempo.(Os direitos sucessórios dos filhos são os mesmos)

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Art. 1832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

Page 133: DIREITO DAS SUCESSÕES CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CIVIL Prof. Msc. SILVIO ROMERO

Concorrência com outros parentes sucessíveis

• Art. 1790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:

• III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;

• IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

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• Quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável

• Ou quanto a herança????

• Que regra deve ser aplicada????

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Quais bens devem compor a herança

• Separada a meação, a herança pode ser composta dos seguintes bens:– Apenas de bens, que durante a união estável,

eram comuns.– De bens comuns, durante a união estável, e

de outros bens particulares.– Apenas de bens particulares.

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Outra questão• É o companheiro herdeiro necessário??

• Art. 1845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

• Como existe concorrência entre o companheiro e os descendentes e ascendentes, não há como deixar o entender que ele seria herdeiro necessário.

• Princípio da proteção da família.(art. 226, par. 3o.)

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Indenização por dano morte

• Âmbito da sucessão: qual o seu objeto, isto é, os direitos e vinculações que podem ser adquiridos pelos sucessores.

• Regra geral são transmissíveis os direitos patrimoniais

• Excepcionalmente os não patrimoniais.

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Transmissão do Direito à Indenização

• Assim, quando a lesão tem lugar antes do falecimento sem que o titular do direito tenha exercido as ações reconhecidas pela lei, pode o mesmo ser substituído em seu direito de ação pelos sucessores, segundo a ordem de vocação hereditária, com uma interpretação extensiva do artigo 12 do Novo Código Civil, ou como determina o artigo 943 do Novo Código Civil, onde dispõe que o direito de exigir a reparação e a obrigação de prestá-la transmite-se com a herança.

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• Ora, neste caso não se trata da transmissão do direito da personalidade, mas sim a transmissão do direito de ação que protege o direito da personalidade, pois o dano evidentemente, foi causado na esfera jurídica do autor da herança, não sendo a morte do titular do direito motivo justificável para excluir a responsabilidade civil do lesante.

• “DANO MORAL – Morte da vítima. Transmissibilidade do direito. O direito de prosseguir na ação de indenização por ofensa à honra transmite-se aos herdeiros. Recurso não conhecido”. (STJ – RESP 440626 – SP – 4ª T. – Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar – DJU 19.12.2002) apud Juris Sintese Millenium, op.cit.

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• Por fim, não há dúvidas de que se o dano foi provocado quando o titular do direito ainda estava vivo e este promoveu a competente ação civil, vindo a falecer logo em seguida, que a transmissão do direito à reparação civil se faz presente, desde que os sucessores queiram continuar com o processo.

• Contudo, no caso de lesão à memória de pessoa já falecida, polemiza-se quem será o detentor do direito subjetivo violado. O próprio falecido ou os seus herdeiros determinados no Novo Código Civil?

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A proteção pós-mortem da personalidade

• A personalidade humana termina com a morte.

• Pode existir proteção por conta de danos causados à pessoa morta?

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• A proteção da personalidade das pessoas já falecidas também respeita interesses próprios dessas pessoas quando tinham vida, assim, além da própria morte, como bem da personalidade indenizável, a memória do falecido construída no decorrer de sua vida merece ser preservada e em caso de lesão, também merece proteção.

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• Quem sofre o dano, os parentes ou a pessoa morta, que já não possui personalidade ?

• Art. 12. Código Civil: “Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei”. Parágrafo único: “Em se tratando de morto, terá legitimação para requere-la o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente da linha reta ou da colateral até o quarto grau”.

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• A esse respeito poderíamos perguntar se é possível depois da morte que uma pessoa continue a ter direitos à honra, à imagem e à intimidade, vez que com fundamento no artigo 6º do Novo Código Civil, com a morte extingue-se a personalidade.

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• Contudo, no caso de lesão à memória de pessoa já falecida, polemiza-se quem será o detentor do direito subjetivo violado. O próprio falecido ou os seus herdeiros determinados no Novo Código Civil?

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• Apesar dos herdeiros terem legitimidade para a propositura de ações visando à proteção pos-mortem da personalidade, não é possível atribuir a eles a titularidade do bem jurídico violado, pois, não se exige a comprovação de dano a sua personalidade, mas sim a comprovação de lesão à memória do falecido. Nesse sentido, o bem jurídico tutelado é a memória do falecido, possuindo os herdeiros, tão somente, legitimação processual para a defesa desses direitos violados.

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• Indaga-se, porém, se a legitimidade atribuída aos herdeiros para a propositura de ações de indenização por danos causados à memória do morto, possibilitaria tantas ações quantos fossem os herdeiros, ou uma única ação coletiva, ou promovida por um só dos herdeiros.

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• O melhor entendimento dessa questão é a de que existe um único direito à indenização, o qual beneficiará todos os sucessores, seguindo a ordem de vocação hereditária, mesmo que a ação tenha sido promovida por aquele que não é o herdeiro mais próximo.

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• No caso, o dano é causado a vida ou a memória do morto. Os sucessores serão beneficiados com o valor pago a título de indenização, não há uma transmissão do direito da personalidade do morto para os seus sucessores, não sendo o herdeiro titular de um direito próprio de indenização, mas possuidor exclusivamente de uma legitimação processual para agir em defesa da memória do morto.

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• O dano pos-mortem à personalidade é único e autoriza uma única ação, que pode ser promovida em conjunto por todos os herdeiros legitimados, por alguns deles, ou por um só herdeiro e terá por objeto a indenização por dano causado á memória do morto, diante dos valores relativos aos direitos da personalidade que devem ser preservados com a sua morte.

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COLAÇÃO

• Art. 2002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.

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CONCEITO

• Colacionar é conferir os bens e valores recebidos antes da abertura da sucessão de forma a garantir a igualdade das legítimass.

• FINALIDADE: restabelecer a igualdade entre herdeiros legitimários.

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Pressupostos

• Ocorrência da sucessão legítima• Existência de co-herdeiros necessários

descendentes.• Ocorrência de uma liberalidade em vida

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Bens sujeitos a colação

• Doações e dotes constituídos pelos ascendentes

• Venda de bens ou doações feitas por interposta pessoa.

• Outros recursos fornecidos pelo ascendente em favorecimento do descendente.

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Dispensa da colação

• Dispensa: quanto à parte disponível que, por estar fora da legítima, é passível de doação, sem comprometimento da cota necessária.

• Art. 2005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação.

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Redução da colação

• Redução: Sempre que ocorrer excesso quanto ao que poderia dispor o doador, no momento da liberalidade.

• Art. 2007. São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador poderia dispor, no momento da liberalidade.

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A estimativa da liberalidades

• De acordo com o artigo 2004 do CC/02, o valor da colação é o que lhe for atribuído no ato de liberalidade.

• Contudo, o CPC em seu artigo 1.014 determina que o cálculo seja feito pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da sucessão.

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• Há uma tendência em admitir o que determina o art. 2.004 do Código Civil.– Art. 2004. O valor de colação dos bens doados será

aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade.

– § 1º Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver estimação feita naquela época, os bens serão conferidos na partilha pelo que então se calcular valessem ao tempo da liberalidade.

– § 2º Só o valor dos bens doados entrará em colação; não assim o das benfeitorias acrescidas, as quais pertencerão ao herdeiro donatário, correndo também à conta deste os rendimentos ou lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.

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Dispensa da colação

• Art. 2010. Não virão à colação os gastos ordinários do ascendente com o descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, tratamento nas enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime.

• Art. 2011. As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente também não estão sujeitas a colação

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Doação aos cônjuges

• Incide a colação???????• Art. 2002. Os descendentes que

concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação.

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Doação

• Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.

• Art. 2003. A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida neste Código, as legítimas dos descendentes e do cônjuge sobrevivente, obrigando também os donatários que, ao tempo do falecimento do doador, já não possuírem os bens doados.