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DIREITO DAS COISAS Prof. Mário Teixeira da Silva

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Page 1: DIREITO DAS COISAS Prof. Mário Teixeira da Silva

DIREITO DAS COISAS

Prof. Mário Teixeira da Silva

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SUMÁRIO

• 1. Conceito

• 2. Relação das pessoas com as coisas

• 3. Direitos reais e direitos pessoais

• 4. Denominação

• 5. Subdivisões do direito no Código Civil

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1. Conceito

• Direito das coisas é um conjunto de normas reguladoras das relações jurídicas concernentes aos bens materiais ou imateriais (direitos autorais) suscetíveis de apropriação pelo homem (baseado em Clóvis Beviláqua).

• Estabelece normas tanto para aquisição, exercício, conservação e perda de poder dos homens sobre esses bens como para os meios de sua utilização econômica (de coisas úteis e raras).

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2. Relação das Pessoas com as Coisas

• Na parte especial, o Código trata do que denomina Direito das Coisas, dedicando-se exclusivamente à propriedade, direito real mais amplo, e respectivos direitos derivados (menos amplo);

• No direito das obrigações, já estudamos que o objeto das relações jurídicas é um dar, fazer ou não fazer. O objeto dessa relação jurídica é uma prestação de parte do devedor, em benefício do credor;

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• Essa obrigação pode servir de veículo (contrato) de aquisição da propriedade;

• Ora, se o objeto de uma obrigação é um bem apropriável, importa agora desvincular-se dessa relação pessoal credor-devedor (direito obrigacional), para estudarmos, no direito das coisas, a relação que liga a pessoa às coisas;

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• Se de fato existe essa relação de sujeição, adentramos no campo dos direitos do sujeito, dos direitos subjetivos;

• É essa relação senhor-coisa, relação de senhoria, como dizem os italianos, de poder, de dominus, que devemos estudar;

• Como direito subjetivo, o direito de senhoria é poder outorgado a um titular; requer, portanto, um objeto (propriedade, usufruto, p. ex.);

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• Esses direitos (propriedade, usufruto, habitação, penhor, hipoteca, etc.) são oponíveis erga omnes, ou seja, devem ser respeitados por todos, perante todos;

• Como as coisas apropriáveis são finitas, cabe ao Estado regular sua apropriação e utilização;

• A amplitude da senhoria sobre os bens será mais ou menos ampla de acordo com a orientação estrutural de cada Estado no curso de sua história.

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3. Direitos Reais e Direitos Pessoais

• Direitos reais (ius in re)• Direitos pessoais (ius ad rem)

• Diferenças:• 3.1 O direito real é exercido e recai diretamente

sobre a coisa. É um direito real absoluto, exclusivo e exercitável erga omnes; o direito obrigacional é relativo. A prestação é o objeto de direito pessoal, somente podendo ser exigida do devedor.

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• 3.2 O direito real concede o gozo e fruição de bens, ao passo que o direito obrigacional concede um direito a uma ou mais prestações (transitória), a serem cumpridas por uma ou mais pessoas;

• 3.3 O chamado direito de sequela é consequência natural do caráter absoluto do direito real: seu titular pode perseguir o objeto de seu direito com quer que esteja;

• O credor de direito real, quando promove execução, tem apenas a garantia real do patrimônio do devedor;

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• 3.4 os direitos reais inserem-se em numerus clausus, isto é, são somente aqueles direitos considerados pela lei, ao passo que os direitos pessoais apresentam-se em número ilimitado porque as necessidades sociais exigem sempre a criação de novas formas jurídicas para atendê-las.

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4. Denominação• Direito das coisas ou direito real?• O Código Civil, no Livro III, apresenta a matéria

sob o título “Do Direito das Coisas”;• O vocábulo reais decorre de res, rei, que

significa coisa;• Portanto, podemos usar indiferentemente as

duas expressões, consagradas pela doutrina nacional e estrangeira;

• Salientamos que toda terminologia básica desse ramo do direito civil decorre da palavra res: reivindicação, ação reivindicatória, ação real, obrigação real ou reipersecutória, etc.

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• Atenção:

• Ação real é a que tem por objeto coisa móvel ou imóvel;

• Direito real versa sobre propriedade mobiliária ou imobiliária.

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5. Subdivisões do direito no Código Civil

• O conteúdo do direito das coisas está contido no CC, no Livro III, da Parte Especial, dos arts. 1.196 a 1.510.

• Principais institutos: posse, propriedade, direitos reais sobre coisas alheias, direitos reais de garantia e os direitos de aquisição pelo compromisso irrevogável de venda.

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5.1 Posse

• a) classificação (arts. 1196/1203)

• b) aquisição (arts. 1204/1209)

• c) efeitos (arts. 1210/1222)

• d) perda (arts. 1223 e 1224)

• e) proteção (CPC arts. 920 a 933)

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5.2 Propriedade• a) propriedade em geral (arts. 1228/1237)

• b) propriedade imóvel

• b.1 aquisição

- registro do título (arts. 1245 a 1247, 1275 e 1227)

- acessão - arts. 1249/1259: ilhas, aluvião, avulsão, álveo abandonado, construção e plantações

- usucapião (arts. 1238 a 1244)

- direito hereditário (arts. 1784 e s.)

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• b.2 direitos de vizinhança - uso anormal da propriedade (arts. 1277/1281)

- árvores limítrofes (arts. 1282/1284)

- passagem forçada (art. 1285)

- águas (arts. 1288/1296)

- limites entre os prédios e direito de tapagem (arts. 1297 e 1298)

- direito de construir (arts. 1299/1313)

- passagem de cabos e tubulações (1286 e 87)

- b.3 perda (arts. 1275 e 1276)

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• c) propriedade móvel• aquisição e perda

- ocupação (art. 1263)

- descoberta (arts.1233/1237)

- tesouro (arts. 1264/1266)

- especificação (arts. 1269/1271 – ex.: pintura em relação à tela)

- confusão, comistão e adjunção (art. 1272: confusão é a mistura de líquidos; comistão é a mistura de sólidos; e adjunção é a justaposição de uma coisa à outra)

- usucapião (art. 1260/1262)

- tradição (arts. 1267 e 1268)

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• d) condomínio:- direitos e deveres dos condôminos (arts.

1314/1322)

- administração do condomínio (arts. 1323/1326)

- condomínio necessário (arts. 1327/1330)

- condomínio edilício (arts. 1331/1358)

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• e) propriedade resolúvel (arts. 1359 e 1360)

• f) propriedade literária, científica e artística (Lei 9610/98)

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5.3 Direitos Reais sobre coisas alheias

• a) direitos reais de gozo ou fruição: - enfiteuse (CC/1916, arts. 678/694 e CC-02, art. 2038)

- superfície (CC, arts. 1369/1377)

- servidões prediais: constituição, exercício e extinção (CC, arts. 1378/1389)

- usufruto: disposições gerais, direitos do usufrutuário, obrigações do usufrutuário e extinção (CC, arts. 1390/1411)

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- uso (CC, arts. 1412 e 1413)

- habitação (CC, arts. 1414/1416)

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• b) direitos reais de garantia- disposições gerais (CC, arts. 1419/1430)

- penhor: constituição (CC, arts. 1431 e 1432), direitos e obrigações do credor pignoratício (CC, arts. 1433/1435), espécies (arts.

1438/1472) e extinção (arts. 1436/1437)

- anticrese (arts. 1506/1510)

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• hipoteca: disposições gerais (CC, arts.

1473/1488), hipoteca legal (CC, arts. 1389/1491), registro (CC, arts. 1492/1498), extinção (CC, arts.

1499/1501) e hipoteca de linhas férreas (CC, arts. 1502/1505)

• alienação fiduciária (CC, arts. 1361/1368; Lei 4728/65, art. 66 e Lei 6071/74, art. 4º)

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• c) direito real de aquisição (sobre coisas alheias):

- o compromisso ou promessa irrevogável de venda (CC, arts. 1417 e 1418; Decreto-lei n. 58/37; Decreto n. 3079/38; Lei n. 649/49; Lei n. 6014/73; Lei 4380/64, art. 69 e Lei 6766/79, arts. 25/36).