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Aula 29/07/2011 DIREITO CONSTITUCIONAL Bibliografia : Guilherme Penha – Manual de Direito Constitucional Alexandre de Moraes – Manual de Direito Constitucional Pedro Lenza – Manual de Direito Constitucional Gilmar Mendes – Manual de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso – Manual de Direito Constitucional Gisela Bester – Manual de Direito Constitucional (encontrado em bibliotecas) Clássicos: Paulo Bonavides Celso Ribeiro Bastos Manuel Gonçalves Ribeira Filho Livro: - O Direito Posto e o Direito Pressuposto – Eros Grau (mas não é para ler para esta matéria) A Norma Constitucional é PRESSUPOSTA e HIPOTÉTICA. Estudo da Constituição como gênero normativo. PROVAS: - 23 de setembro - 25 de novembro - 9 de setembro: 2ª chamada - 13 de dezembro: final Aula 02/08/2011 É necessário entender como funciona o Ordenamento Jurídico para entender a CF. Temos que saber como as leis se organizam, o que é uma Lei, como ela se forma, como as leis se classificam. E como funciona essa malha legislativa diante da CF. No Dto Constitucional vamos aprender a interpretar a legislação infraconstitucional à luz da CF. Em primeiro lugar, a norma jurídica em si é fruto de uma vontade social. Temos que entender que tecnicamente falando, norma

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Aulas de Direito Constitucional Primeiro Período

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14/02/2011

Aula 29/07/2011

DIREITO CONSTITUCIONAL

Bibliografia:Guilherme Penha Manual de Direito Constitucional

Alexandre de Moraes Manual de Direito Constitucional

Pedro Lenza Manual de Direito Constitucional

Gilmar Mendes Manual de Direito Constitucional

Luiz Roberto Barroso Manual de Direito Constitucional

Gisela Bester Manual de Direito Constitucional (encontrado em bibliotecas)

Clssicos:

Paulo Bonavides

Celso Ribeiro Bastos

Manuel Gonalves Ribeira FilhoLivro:

- O Direito Posto e o Direito Pressuposto Eros Grau (mas no para ler para esta matria)

A Norma Constitucional PRESSUPOSTA e HIPOTTICA.

Estudo da Constituio como gnero normativo.

PROVAS:

- 23 de setembro

- 25 de novembro

- 9 de setembro: 2 chamada

- 13 de dezembro: final

Aula 02/08/2011

necessrio entender como funciona o Ordenamento Jurdico para entender a CF. Temos que saber como as leis se organizam, o que uma Lei, como ela se forma, como as leis se classificam. E como funciona essa malha legislativa diante da CF.

No Dto Constitucional vamos aprender a interpretar a legislao infraconstitucional luz da CF.

Em primeiro lugar, a norma jurdica em si fruto de uma vontade social. Temos que entender que tecnicamente falando, norma jurdica produto de um ato jurdico que nasce por vontade da sociedade.

Fazemos leis por intermdio de nossos representantes. No existe uma NJ, em tese, que no tenha sido fruto da vontade do povo. Em tese, porque h uma falha representativa.

Quem legisla no Brasil o Poder Legislativo. STF no cria e nem revoga lei. Quem cria Lei o Poder Legislativo. Excepcionalmente o Executivo tem a prerrogativa de legislar. O Executivo pode editar MPs, Leis Delegadas, etc. Mas uma atividade atpica, pois a atividade do Chefe do Executivo administrativa. Poder Judicirio NUNCA LEGISLA (a no ser seu prprio Regimento Interno).

Desde Dez 2005, por obra a EC 45, o art. 103 da CF foi alterado. Ele fala sobre SMULA VINCULANTE. A Smula Vinculante no ATO NORMATIVO, porque ela no criada pelo mecanismo de elaborao da Lei. Ela nasce pelas decises reiteradas do Tribunal. O STF, aps reiteradas decises, em que ele reitera seu entendimento em vrios julgados da matria, para que no fique com o nus de repetir sua deciso a cada julgamento, ele acaba sumulando seu entendimento. Mas no se trata de smula ordinria. Trata-se de entendimento que vincula todas as demais decises do Poder Judicirio, impondo a todos os magistrados e tribunais no pas que sigam aquele entendimento.

O STF s edita uma smula vinculante quando a matria j foi exaustivamente analisada. O STF faz isso para evitar que recursos de carter meramente procrastinatrio fiquem enchendo o saco do STJ.

O fato que o STF achou-se. Achou que est com a bola toda. E a comeou a meter bala em ao civil pblica, a ponto de exceder-se de sua funo. O Judicirio pode interpretar Lei, mas no cri-la.

Da atividade atpica do Executivo, temos o Decreto Interventivo (espcie normativa exclusiva do Poder Executivo, quando determina interveno federal). Outra medida do Poder Executivo a Lei Delegada, por delegao de poderes do Congresso Nacional.

A Lei Delegada no pode legislar quase nada. A MP tem que ter relevncia e urgncia. O Presidente da Repblica edita uma MP do dia para o outro. A MP revoga ou no revoga Lei? Uma vez editada a MP ela NO REVOGA LEI ANTERIOR. A MP tem um prazo de 60 dias, prorrogveis por mais 60 uma nica vez. Ou seja, ficou com um prazo de 120 dias. Se cair num recesso pode vir a comportar at 135 dias de vigncia. MP no Lei, apenas uma MP.

Quando uma MP est em vigor, ela suspende a eficcia da Lei existente. Qual a diferena entre eficcia e validade de uma Lei? Uma norma vlida na medida em que ela compatvel com a norma superior. No caso do Brasil, quando compatvel com a CF. UMA NORMA EFICAZ NA MEDIDA EM QUE ELA APLICVEL.

Ento h normas vlidas que no so aplicveis. Ex: proibido transitar nessa via pblica em alta velocidade. Essa lei no eficaz, porque primeiro preciso saber o que ALTA VELOCIDADE. Para ter aplicabilidade, a lei tem que ter padres definidos.

Ex: no Parque Barigui tem uma placa escrito: Proibido som alto. uma norma penal em branco. No se pode punir algum. Nullum crimen, nulla poena, sine legem.

A NJ para ter aplicabilidade tem que reunir no seu corpo todos os requisitos para sua aplicao. Uma Norma s invlida a ponto de perder sua eficcia quando um rgo que tenha competncia para isso declare sua invalidade. Quem tem essa competncia o Poder Judicirio.

Mas para isso o Judicirio tem que dizer que ela invlida.

Portanto, VALIDADE e EFICCIA NO SE CONFUNDEM.

A MP suspende a eficcia da Lei at ser confirmada pelo Congresso Nacional. Quando ela confirmada, a sim ela revoga.

Quando o Congresso Nacional aprova uma MP, SEMPRE ELE A CONVERTE EM LEI ORDINRIA.

ATIVIDADE DO PODER LEGISLATIVO

MP relevncia e urgncia. Tem um prazo de 60 + 60 dias. Se aprovada, convertida em Lei. Se no aprovada, retoma-se a eficcia da Lei suspensa.

No mbito federal, a operncia das normas jurdicas se opera em regime bicameral. Nos municpios o regime UNICAMERAL.

O PJ apresentado em uma das Casas, discutido, depois segue para uma Comisso Permanente para avaliar sua constitucionalidade, depois disso o texto votado. Se aprovado, segue para a Casa revisora, que faz suas emendas, e remete para o Chefe do Executivo, que vai sancionar ou vetar. Depois vai para a promulgao, e a lei passa a existir a partir desse momento. Aps a promulgao, ela vai para publicao para que se torne aplicvel. Pode passar a vigorar no momento de sua publicao ou (de acordo com o art. 1 da Lei de Introduo ao Cdigo Civil) 45 dias aps sua publicao, quando do silncio do legislador. Esse perodo chamado de Vacatio Legis (vacncia da Lei). A vacatio legis do novo Cdigo Civil foi de um ano.

Depois do perodo de vacatio legis a lei entra em vigor. Isso quer dizer que j posso invocar sua eficcia.

A norma entrando em vigor ela dura para sempre, at que ela seja revogada. Ela revogada quando o legislador diz que est revogando (Ex: esta lei revoga integralmente o Cdigo Civil de 1916).

Ento para descobrir quando uma lei est revogada, temos que usar os critrios da Lei de Introduo ao Cdigo Civil. Os critrios so o de temporalidade (a lei mais nova revoga a lei mais antiga quando tratarem do mesmo assunto), o de hierarquia (a lei superior revoga a lei inferior, mas a recproca no verdadeira). Uma lei complementar superior a uma lei ordinria. Um dos critrios o de votao. O quorum da Lei Complementar maior do que o quorum da Lei Ordinria. Um maioria absoluta (mais da metade de todos os integrantes da Casa) e outro maioria relativa (mais da metade de todos os presentes) e o de especialidade. Lei especial revoga lei geral, mas a recproca no verdadeira.

VAI CAIR NA PROVA SOBRE ASSUNTO DE QUORUM!!!

Tem um artigo da LICC que diz que na aplicao da lei o juiz deve buscar o seu sentido social, a funo social da norma. Quando precisarmos fazer uma petio, invocar o Art. 5 da LICC. Na aplicao da Lei o Juiz deve deixar de aplicar a Lei em sua letra fria e buscar o melhor sentido da Lei. s vezes a aplicao automtica da Lei algo suicida. Se quisermos que o juiz leia uma petio, no esquecer de elencar o Art. 5 da LICC.

O Direito parte do pressuposto que conhecemos a Lei.

SEGURANA DAS RELAES JURDICAS

Para garantir a segurana das Relaes Jurdicas, existe o Direito Adquirido, o Ato Jurdico Perfeito e a Coisa Julgada.

O Direito Adquirido quando vc adquire a prerrogativa do exerccio de um direito por fora da Lei. Ex: lei que altera a idade para tirar CNH. Se algum j completou 18 anos e a lei muda, a pessoa tem direito adquirido e pode tirar a CNH.

O Ato Jurdico Perfeito um direito adquirido exercitado. Ex: a pessoa tirou efetivamente a carteira. Mesmo que venha nova lei ela no pode cassar a carteira.

Coisa julgada o ato que no comporta mais recurso para sua alterao. o TRNSITO EM JULGADO. Portanto, se tenho uma deciso de um juiz botando um ponto final no processo, no posso mais mexer nele.

Aula 05/08/2011

A gente vai falar como funciona o Poder Judicirio. Faremos essa abordagem ampla sobre o Sistema Normativo Brasileiro e depois sobre o Poder Judicirio.

Tudo isso que falamos sobre a norma (gnese, matria...). A CF funciona como um regimento de um prdio. preciso que se contemple o interesse de todos os condminos e por isso no raro encontrar-se-o divergncias. A CF vai ter que conformar todos os valores humanos diferentes.

Para as matrias que o legislador entendeu no poderem ser abordadas na CF, surgiu a chamada LEI COMPLEMENTAR, que uma lei diferenciada (no confundir LC com Emenda Constitucional). Comporta um processo de quorum de aprovao mais significativo que a Lei Ordinria. Quorum de maioria absoluta. Precisamos de mais brasileiros aprovando.

A EMENDA CONSTITUIO vai trabalhar com o texto da CF. Ela se presta para alterar o texto constitucional, reformar a CF. Reforma FORMAL. Alteramos o texto da CF.

A LC de competncia do Legislativo cujo quorum de aprovao MAIORIA ABSOLUTA dos integrantes da Casa. Na verdade no metade + 1. mais da metade dos membros integrantes da Casa. O CN precisa que mais da metade dos integrantes da Cmara e Senado.

J maioria simples relativamente aos integrantes da SESSO (respeitado o quorum mnimo).

A MP convertida sempre em Lei Ordinria.

O Presidente da Repblica no pode criar tipo penal mediante MP. MP no Lei, Medida Provisria.

EMENDA CONSTITUIO

um ato prprio para se reformar a CF. Atravs dela pode-se alterar o texto da CF, mas com limites.

As clusulas ptreas so um conjunto de matrias petrificadas, proibidas que sejam mexidas. Art. 60 4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e peridico;

III - a separao dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

A EC deve respeitar os limites da CF. Agora, pq ela trabalha na alterao do texto Constitucional, evidentemente tenho que ter um quorum elevadssimo: quorum de 60% dos parlamentares por duas vezes em cada Casa, ou seja, so quatro sesses de votao, para que eles possam refletir sobre a deciso tomada.

Para a MP, o quorum 1, somente do Chefe do Executivo. Agora, para sua aprovao, maioria relativa, porque ela convertida em Lei Ordinria.

Quando algum fala nos termos da lei, est sendo usada em sentido amplo. Agora, quando quiserem citar uma lei, tem que citar qual a Lei. Ex: LC nr tal. Ou seja, estrito senso.

Norma incompatvel com a CF deve ser jogada para fora do Ordenamento.

Se a Norma Infraconstitucional foi anterior CF e incompatvel, revogada. Se foi aps a CF, trata-se de inconstitucionalidade. A diferena a data que a lei nasceu e os efeitos da norma. Se antes da CF, todos os efeitos que ela produziu at a CF so vlidos. Se depois da CF, todos os seus efeitos so invlidos.

PODER JUDICIRIO

responsvel pela interpretao e aplicao da Lei. Na verdade, tudo o que falamos tarefa do Judicirio. ele quem fala quando uma lei se aplica, quando ela est revogada...

O foro competente para julgar uma ao de divrcio o de residncia da mulher. Acontece que a CF diz que homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes. Uma corrente entende que o artigo estaria revogado enquanto outra corrente entende que no houve revogao, para atribuir tratamento desigual aos que so desiguais.

O assunto vai acabar sendo respondido na jurisprudncia e ser uniformizado pelo STJ. Compete ao Judicirio essas questes de interpretao e aplicao do Direito.

O Judicirio se estrutura hoje em trs instncias:

1 GRAU DE JURISDIO esto os juzos monocrticos, pq no 1 GJ quem julga o processo ser sempre um nico juiz. Ele se divide em JUSTIA COMUM e JUSTIA ESPECIALIZADA. Essa justia pode ser ESTADUAL ou FEDERAL. Quem julga o processo so juzes estaduais ou juzes federais. Na justia estadual ou federal h os JECs, que so os juizados especiais cveis ou criminais.

H no 1 Grau de Jurisdio a justia do trabalho, eleitoral e militar. O que no for isso tudo justia comum. As causas de menor potencial ofensivo caem nos Juizados Especiais. A nica exceo de 1 grau que vai se submeter a mais de um juiz o Tribunal do Jri.

Aqui vm as justias especializadas dentro da justia comum: vara cvel, de famlia, criminal, de acidentes de trnsito...

Das decises de 1 grau, a Justia brasileira oferece uma INSTNCIA RECURSAL, que so grupos de 3 magistrados competentes para revisar as decises dos juzes monocrticos. Aqui temos os TJ dos Estados e os TRFs. O Paran a 4 regio, com sede em Porto Alegre.

Da justia do trabalho h o Tribunal Regional do Trabalho, e o Paran pertence 9 Regio.

Tribunal eleitoral tb tem turma recursal, o TRE.

E o tribunal militar, que tambm tem nos estados.

O TERCEIRO GRAU DE JURISDIO composto pelos tribunais superiores, que vo unificar os entendimentos de todos os tribunais regionais e estaduais.

No mbito da justia comum e tribunais regionais federais, temos o STJ. No nvel das relaes de trabalho, temos o TST. Na justia eleitoral, TSE. E na justia militar, STM.

Existe uma outra instncia que no exatamente superior a tudo isso, que o STF. a nossa Corte Constitucional. Todas as matrias que digam respeito a interpretao da CF vo ter como turma recursal o STF. Art. 102 a 109, CF.

STF

SUPERIORSTJTSTTSESTM

RECURSAL (2 GRAU)TJ dos EstadosTRFTRTTERTM

1 GRAUJUSTIA COMUMJUSTIA DO TRABALHOELEITORALMILITAR

JUSTIA COMUM E JECsFEDERAL

Principal concluso q com antinomia ou sem antinomia todo o texto jurdico deve respeitar a CF. O estado de direito, graas a isto temos liberdade, graas a isto no vale a lei do mais forte, pois todos so iguais perante a lei e ningum obrigado a fazer ou deixar de fazer algo se no estiver em lei.

O nascimento do Constitucionalismo nem sempre se viveu em uma ordem constitucional, nem sempre a constituio foi uma carta fundante da sociedade, e isto por conta de um paradigma em que ns nos reunimos por varias praticas democrticas, entendemos que somos capazes de nos reunir e eleger uma ordem constitucional para que seja construda uma malha infraconstitucional.

CF = produto da modernidade (todo q vem aps a poca medieval) para garantir que o Estado na agrida ou no invada a nossa esfera privada o estado agride mas os indivduos se valem de ordens constitucionais para se proteger. O BR no tem cultura constitucional, no tem educao poltica e por conta disto no tem a ideia de como a constituio importante para nos. A CF no tinha nada a ver com oq hj. A historia do mundo por uma perspectiva jurdica tem um marco q separa duas eras de uma maneira bastante sensvel:

Paradigmas: Teocentrismo - Homocentrismo

Marco: Movimento iluminista (antes disso a sociedade no conhece a razo, antes era tudo baseado numa ordem (de carter moral/tico) imposta por Deus.)Revolues Burguesas ( Rev. Francesa 1789.

Durante a era medieval a constituio era apenas algo q revelava um modo de ser do estado, que era ainda baseado numa ordem divina... neste estado medieval a sociedade acaba sendo guiada pelo discurso da Fe (o fiscal de normas a sua prpria conscincia), s que essa ordem chega por meio do soberano (quem exerce o poder no estado legitimado por Deus para emitir ordem divina). Ento qual a segurana jurdica q se tem? O soberano legitimado para punir, legislar em nome de Deus, mas ele humano....

Isso foi ate o momento em que os iluministas comearam a pensar sobre isto, comearam a raciocinar sobre este assunto, e comearam a contestar tudo o que era falado lutaram contra um sistema posto / que ningum discutia mais pois os iluministas deram a cara a bater e foram corajosos para levar isto a diante movimento sculo das luzes que durou mais de 100 anos comeou a minar questes fundamentais do absolutismo e de Deus...

Iluministas comeam a levantar guerra da f contra a cincia (fsica quntica tenta a achar um denominador comum entre cincia e f), eles comeavam plantando duvida, o questionamento e deste movimento eles comeam a plantar a cultura da racionalidade, a f cega muda e entra no paradigma da RAZAO e o homem comea a acreditar que a sua vida pode ser escrita a partir de sua razo. O resultado da quebra paradigmtica faz nascer o estado liberal. O estado liberal onde o sujeito se liberta e se emancipa do poder absoluto do governante sujeito se descobre livre, livre pela razo liberdade coletiva, liberdade da sociedade para quebra do absolutismo.

Quebra do modelo absolutista que deu origem ao modelo ocidental para no se ter mais o risco de um soberano acabar conduzindo a sociedade a uma f ou dogma cego, o poder foi tripartido, para contrabalancear possveis interesses - Teoria dos freios e contrapesos de Montesquieu (Locke idealizou isto). Teoria esta que acredita que a melhor forma de controlar o poder dividir ele em trs e que cada parte seja oposicionistas opositores entre si cada um sabe que se uma parte do sistema escorregar ele vai cair por que a outra parte vai estar ali para desbanc-lo. Repartio de competncias = o povo escolhe quem vai governar e divide em executivo legislativo e judicirio esta questo tem que estar escrita em algum lugar, e ento surge o constitucionalismo (ordem constitucional) agora a constituio no mais um retrato do estado e sim uma ordem jurdica, poltica e econmica do estado que se impe para governados e governantes instrumento de garantia do cidado contra as agresses do estado). Agora a lei no emana mais de Deus, agora ela vem do povo Contrato Social de Rousseau malha legislativa que deriva do povo. Com a quebra do absolutismo os senhores feudais que tinham apenas o direito de trabalhar nas propriedades, agora eram donos das propriedades e no precisavam mais pagar impostos a coroa (divrcio estado x sociedade) = da origem ao capitalismo passa a seguir a lei da oferta e da procura o problema do movimento liberal uma economia desenfreada o neoliberalismo (modelo de hj) uma viso mais eficiente deste estado, por que a economia j regulada pelo estado. S que como o $$ o que move os homens, no a tripartidarismo que de conta.

Quando nasceu a constituio no estado liberal nasceu exatamente para botar o estado no seu canto e se operava uma presuno em favor do cidado (o homem de bem) Constituio surge para proteger os homens de bem dos ataques do estado. Mas hj, no BR a constituio tem outro valor o parlamentar brasileiro faz e desfaz e se vale de um principio federal o da presuno da inocncia (se no se tem prova, presume-se que ele inocente provas obtidas por meios ilcitos servem mais para crimes do colarinho branco. A hermenutica constitucional bem desenvolvida por Lenio Luis Streck Hermenutica jurdica em crise desperta para a necessidade de um direito constitucional.

A CF passa a ser o estatuto do homem, fincado em princpios ticos etc que pretendem ser eternos Constitucionalismo.

Constitucionalismo moderno como um estatuto de garantia CF = estatuto do homem documento fundante de uma sociedade para amparar o cidado a CF nasce de um movimento revolucionrio, mas no de mto destaque como a revoluo francesa.

Teocentrismo governo centralizado estado absoluto/incondicionado (pq o gov centralizado na mao de um soberano, de um monarca) o soberano no precisava homologar suas ordens por que estas j eram previamente homologadas por Deus. Estado absoluto marcado tb pela propriedade de imprio criao dos feudos senhores feudais (caras que tem licena para trabalhar com bens de capitais, fomentar o soberano mas tinham que pagar altos impostos para garantir sua segurana que era protegida pelo Estado).

Ver decoro parlamentar Art 50 CF

Com o estado liberal o paradigma no mais teocentrismo, agora INDIVIDUALISMO que cria um Estado abstencionista (o estado no regula mais ele apenas assiste), com esse sistema abstencionista camos no capitalismo. No mbito jurdico, este estado trouxe o constitucionalismo com agora a constituio do estado moderno inaugura o estado de direito que se ope ao estado de natureza.

Estado de direito um estado da ordem estado garantia graas a isto no se impoe a lei do mais forte, graas a ele, todos tem direitos e obrigaes iguais que derivam de uma ordem constitucional.

Estado liberal trabalha com o fracionamento do poder, com a inteno de fiscalizar e limitar os demais poderes.

SOMENTE LEI CRIA NORMA PENAL (no tem medida provisria para criar um crime).No Estado liberal a CF a maior conquista deste modelo e nascem os direitos fundamentais de primeira dimenso para assegurar tudo que no tnhamos no estado absoluto (direito a vida, integridade fsica, liberdade de expresso, de credo, e a propriedade) a propriedade do feudalismo virou algo extremamente importante bem sagrado do homem.

O estado liberal trabalha com base na liberdade de mercado na liberdade de gesto comercial, o problema do liberalismo que ele parte de uma premissa que todos so dotados da mesma capacidade para trabalhar as relaes sociais / econmicas isto foi um erro que no foi detectado pelo sistema (quem mais se beneficiou com a Rev Francesa foram os burgueses as propriedades da coroa foram para quem j trabalhavam com estas propriedades da coroa) o problema que dentro da sociedade se tem talentos distintos, enquanto um tem talento para tocar um negocio e fazer dinheiro outros tem talento para torrar a grana ( talento nas mos de poucos alguns ganham muito dinheiro, outros no quem tem mto direito pode ter mto direito justamente ou corruptamente seja pelo bem ou seja pelo mal tem pessoas que tem talento para multiplicar dinheiro, e geralmente so poucos.

O capitalismo comeou a provocar este fosso entre a sociedade liberalismo que vena o melhor, esse modelo acaba se tornando um modelo autofgico, auto destrutivo,, disparidade social que se agravou com um outro movimento social (rev industrial) que surgiu sob a bandeira do progresso e avano social (momento em que o homem descobre que pode trocar a mao de obra por uma maquina), mas isso gerou desemprego, ento pobreza, criminalidade, revolta social.

A crise se agravou no foi s com a Rev industrial mas sim com o conflito mundial, a base que j estava fragilizada no agentou a esse conflito comeam a perceber que a separao do estado x sociedade no dava mto certo, tinham que se unir, dando inicio ao estado social (estado intervencionista) o estado social deve concertar o que antes foi feito no liberalismo antes: individualismo / agora: coletivismo o maior problema a ser resolvido de cara o desemprego, ento tem que criar emprego e isto foi feito pelas estatais (empresas criadas para diminuir o problema de empregabilidade, ento teoricamente no visam lucro, elas visam se sustentar honrando as folhas de pagamento) assim o governo tem que criar plano de iniciativa privada (cada pessoa que monta empresa contrata pessoa).

Estado liberal: Individualismo Estado ausente

Estado social: Coletividade Estado intervencionista - modelo da estatizao

Estado neo-liberal: Desestatizao - modelo da privatizao

O estado social encontra respaldo nas ordens constitucionais. O novo modelo do estado social o homem buscava ser feliz atravs do estado, criando os direitos fundamentais de segunda dimenso (de carter coletivo) relaes de trabalho (empregabilidade), e os servios essenciais ao cidado: educao, sade, segurana. O estado social cuida da sociedade, torna-se um elefante branco. Antes no liberal, a sociedade levava o estado nas costas, no estado social o estado que leva a sociedade nas costas.

Outra esfera de interesse que surge no estado social so os interesses difusos ou meta-individuais bens importantes para todos independente de classe, raa etc: direitos fundamentais de terceira dimenso: meio ambiente, etc.. (as questes de meio ambiente so imperialistas por que na verdade as propostas desta classe so estimuladas por que a rea de meio ambiente esta deixando as pessoas ricas em nome de algo legal.

Outra mudana/modelo que se processa, que no mais natural como os anteriores, temos o Neoliberalismo pases do centro (pases ricos) que trabalha com as premissas: globalizao livre mercado (bom para os mercados internos saturados dos pases ricos) a globalizao no aceita medidas protecionistas e isto afeta o mercado interno, por exemplo, se os EUA colocar sapato super barato aqui, como fica a nossa industria? para isto o BR taxa alguns produtos importados .

O Novo liberalismo, agora de desestatizao, mas agora o estado continua na regulao da economia (Anatel/Copel regularizadoras).

Os direitos fundamentais de quarta dimenso, mas no mais de ordem econmica, o paradigma do agir comunicativo velocidade de informao internet direito de informao por conta disso nasce um novo direito fundamental que o direito de informao, oq que faz ruir qualquer tipo de censura e potencializa a democracia, agora ela uma democracia participativa, e alguns mecanismos disto so adotados pelo Brasil, como por exemplo o plebiscito.

Direitos jurdicos fundamentais:

1 vida, bens, propriedade

2 empregabilidade relaes trabalhistas, sade, educao

3 ???

4 direito de informao agir comunicativo

Base: Vital Moreira A ordem jurdica do capitalismo. / Do estado social ao estado neo-colonial Paulo.

Bolsa de valores: expresso mais forte do capitalismo (serve para fomentar empresas, indstrias capitalizao para fomento/desenvolvimento).

Aula 12/08/2011

A premissa bsica do constitucionalismo moderno de deve a duas premissas bsicas. A CF surge como um estatuto de garantia. Alguns autores trabalham a constituio como o estatuto do homem.

A CF um documento fundador de uma sociedade que vem para amparar o cidado. A sociedade no tem a menor garantia contra o poder do soberano. Assim ela passa a ser vista como um estatuto de garantia. Ento temos o conforto de saber que como homens livres e bons no podemos ser vitimados pelos desmandos do Estado.

Existe um elemento forte de ideologias. de interesse de toda a sociedade moderna se garantir contra as arbitrariedades do Estado. Hoje a concepo que se faz da CF TENDENCIOSA, uma interpretao dirigida, forjada pelo prprio Estado.

O Estado faz a sociedade acreditar que o voto o maior instrumento de expresso de uma democracia, verdade. Mas UM VOTO CONSCIENTE. Desde que tenhamos uma sociedade culta, bem-informada, isso sim uma DEMOCRACIA. Quando o sujeito troca votos por cadeiras de roda, ele no est fazendo uma democracia, ele est comprando votos.

Todo o problema da democracia se resume em EDUCAO. O discurso que deu origem ao Estado Moderno no mais o discurso que temos hoje. Essa classe interpreta tendenciosamente a Constituio.

Hoje a interpretao que se faz do texto constitucional legitimar os atos dos que esto no poder.

A Constituio tem de um lado o PODER, de outro o POVO. H clusulas ptreas porque no confiamos nos governantes.

A nossa histria tem uma linha divisria, que a REVOLUO FRANCESA. Depois dela surgiu o ESTADO LIBERAL: cada um por si e Deus por todos. Surge a Lei da Oferta e da Procura. o Estado controlado pela MO INVISVEL, de Adam Smith.

O Estado Liberal marcado pelo nascimento de uma Constituio. A Constituio do Estado Moderno inaugura ao ESTADO DE DIREITO, que se ope ao ESTADO DA NATUREZA.

Tem que entender uma coisa. O Estado de Direito o estado da ordem. o Estado Garantia. Graas ao Estado de Direito sei que no se impe a Lei do Mais Forte. Graas ao Estado de Direito sou igual a todos. Esse estado trabalha na perspectiva da diviso de competncias. FRACIONAMENTO DE COMPETNCIAS do exerccio de poder. FREIOS E CONTRAPESOS.

S LEI CRIA TIPO PENAL.

O Estado Liberal trabalha com base na liberdade de mercado. Na liberdade de gesto comercial. O problema do capitalismo e do liberalismo que ele parte de uma premissa de que todos so dotados de uma capacidade para trabalhar as relaes econmicas. Mas isso no foi detectado pelo sistema. O grande problema que no se atentou para o fato de que as pessoas tm talentos distintos. Enquanto um tem talento para ganhar dinheiro, o outro tem talento para cultivo da natureza. Ento, se o Capitalismo no for regrado ele se torna um caos. Ele concentra naturalmente a riqueza nas mos de poucos.

Depois do capitalismo instaurado, ele comeou a provocar esse fosso entre duas classes sociais bem distintas. Poucos ricos de um lado, muitos pobres de outro. Esse modelo acaba se tornando um modelo autofgico. Ele se autodestri. E ele encontra um momento grave. O homem acelera o processo de cavar sua prpria cova.

A Revoluo Industrial do sculo XIX foi uma revoluo que surgiu pela idia do progresso. De avano social. O momento em que o homem descobre que ele pode trocar o homem pela mquina. Isso gerou desemprego, criminalidade, pobreza, marginalizao, fome, doena e revolta social.

O grande entrave na vida do empresrio o funcionrio. A folha de pagamento o maior peso na coluna do passivo da empresa. Quando o empresrio descobre que ele pode contratar uma mquina, ento entramos na era da Revoluo Industrial, que uma revoluo nas relaes de emprego, porque comea uma grande massa de pessoas a serem demitidas porque no lugar delas encontra-se uma mquina.

O capitalismo gerou alguns problemas cuja soluo paradoxal. Mesmo o progresso deve ser dosado. Quando o empresrio quer crescer de verdade ele tem que pensar que tem que crescer devagar.

A crise se agravou por causa da 1 Guerra Mundial. A base j estava fragilizada. Acabou de vez com as economias dos principais pases que concentravam o capital.

Ento perceberam que o Estado tem que trabalhar em UNIO COM A SOCIEDADE, e no SEPARADO DELA. CIDADO FELIZ ATRAVS DO ESTADO. Estado do bem-estar social. Estado intervencionista. Estado paternalista. Todos esses nomes podem ser usados.

A bandeira do Estado Social que ele tem que dar emprego. Tem que criar emprego atravs das empresas estatais. O governo tem que oferecer subsdios para as empresas privadas. Mas esse foi um paradigma do incio do sculo XX.

No Estado Liberal a Constituio a maior conquista do mundo jurdico. O cidado no tinha direito vida no Estado Absoluto. Junto com o direito vida, seus consectrios. A propriedade, o direito de crena...

Na alterao para o Estado Social, o homem percebe que tudo o que ele tentou fazer no deu certo. O Estado passa a ser intervencionista. Surgem os direitos fundamentais de 1 e 2 geraes. 2 dimenso so os de carter coletivo: empregabilidade social e aqueles servios essncias ao cidado: sade, segurana e educao.

Agora temos um estado que cuida da populao. Mas um Estado inchado. Ele leva a sociedade nas costas.

O meio ambiente. O homem chega concluso que ou d ateno ao meio ambiente ou o bicho pega. Mas no existe poltica pblica de proteo ao meio ambiente que funcione se no der lucro.

Ento temos duas ordens de direitos fundamentais: 1 e 2 dimenso. Por fim uma outra mudana que se processa, atingimos um 3 estgio de evoluo depois do estgio moderno, que o Estado chamado NEOLIBERAL. Esse modelo foi uma construo dos pases do centro. Esse modelo trabalhava com algumas premissas: a GLOBALIZAO. A queda das barreiras econmicas. Os pases ricos promoveram essa globalizao com o fim de alcanar mercados consumidores nos pases mais pobres.

Mas isso no foi uma via de mo dupla. E os pases ricos no aceitam que tenhamos uma poltica protecionista aqui. Esse novo paradigma uma nova verso do LIBERALISMO. Trabalhava com liberdade de mercado, desestatizao. Mas aqui no pra sair da regulao. O Estado continua vivo para regulao: ANATEL, ANEEL, ANAC...

Quais so os direitos fundamentais que nascem aqui? Direitos econmicos. Viveramos no AGIR COMUNICATIVO. A velocidade de informao, que nasceu com a internet. Por conta disso nasce o DIREITO INFORMAO. Disso resultou a LEI DE IMPRENSA no Brasil. Diante disso faz ruir qualquer tipo de censura. A INFORMAO FAZ TAMBM POTENCIALIZAR A DEMOCRACIA. Passa a ser uma democracia PARTICIPATIVA, em vez de REPRESENTATIVA. E a o Brasil adota alguns mecanismos constitucionais como o PLEBISCITO, INICIATIVA POPULAR... do Art. 14.

ISSO ENCONTRO NO VITAL MOREIRA (xerox). OU EM SEBO. Chama-se a ORDEM JURDICA DO CAPITALISMO.

OU COMPRA O LIVRO DO PAULO BONAVIDES, DO ESTADO SOCIAL AO ESTADO NEO-LIBERAL.

Aula 16/08/2011

Vimos essa evoluo do marco zero do Constitucionalismo moderno, que se inicia na Revoluo Francesa. Vimos a evoluo dos direitos: direitos fundamentais de 1 dimenso. Os direitos fundamentais partem de uma idia individualista e vo se ampliando. Partimos num primeiro momento com os bens primrios da vida, que a VIDA e a LIBERDADE. Direito de ir e vir, direito de se associar, direito de expresso. Depois fala-se em direitos coletivos, direitos difusos e por conta da nova era, da informatizao, a gente vai buscar uma plenitude democrtica, com MECANISMOS DE PARTICIPAO POPULAR.

Se observarmos bem, existe uma RACIONALIDADE DA CONSTITUIO. Existe uma INTELIGNCIA CONSTITUCIONAL. Ela trabalha sempre na ampliao e no aprimoramento de direitos fundamentais do homem e do cidado. Por isso devemos estar sempre atentos.

Uma coisa a racionalidade. Outra coisa o que se faz dela. Hoje temos uma perspectiva dos que exercem o poder no Estado. E esses que so exercentes do poder, distorcem esse discurso constitucional para conseguir legitimao dos seus atos. Ento vrios discursos so jogados para o Z Povo, ele assimila esse discurso que vem do poder, que o discurso que apresenta uma verso ilegtima da racionalidade constitucional. E a convencionam que a Carta Constitucional deve ser aplicada a todos os seres humanos indistintamente.

A Constituio para garantir o governado e no o governante. O Constitucionalismo deve ser interpretado como um mecanismo de proteo do indivduo. Quando falamos que deve prevalecer o Princpio do Devido Processo Legal, no pode se deixar procrastinar o andamento do feito. O sujeito usa tudo quanto artifcio processual para arrastar o processo para frente. O tempo vai apagando prova e fazendo tudo cair no esquecimento.

Tambm h o Princpio da Presuno de Inocncia. Assim no punimos mais ningum.

A evoluo do Direito Constitucional deve nos levar cada vez mais a um estado de liberdade e emancipao.

O NEOCONSTITUCIONALISMO deve ser interpretado como preceito principiolgico. E como tal ele tem uma postura aberta. Mais do que isso, o Direito Constitucional no pode ser interpretado para blindar o exerccio do poder. No possvel que os chefes de poder blindem-se, de forma com que no consigamos chegar por causa da Constituio.

O fato que no adianta nada termos uma obra-prima de Constituio se no sabemos oper-la.

Marilena Chau fala do processo ideolgico, o qual faz uma mentira ser repetida diversas vezes e virar verdade.

PODER CONSTITUINTE

O nosso sistema no cai no nosso colo pronto. A sociedade brasileira no nasceu com seu sistema jurdico pronto. Isso foi sendo construdo. Foi a que conseguimos separar uma sociedade organizada dentro de um Estado de Direito. O Estado de Direito regulamenta as coisas. Ele marcado pelo nascimento de uma ordem constitucional. Tem que ser um direito que amarre a todos.

Tem que ser um direito que submete igualmente governados e governantes. Como nasceu?

O constitucionalismo moderno surgiu por um PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO. Poder de se auto-determinar sob uma ordem constitucional. No momento em que a sociedade se rene num texto emancipatrio, formulando um CONTRATO SOCIAL, essa sociedade se investe de um poder que lhe natural. A gente estabelece quais so os direitos que cada um tem. Entramos num acordo que somos iguais mesma lei. Terei garantias contra os mais fortes. Nesse momento em que nos constitumos numa ordem suprema estabelecemos quais so os direitos fundamentais de cada um e estabelecemos limites ao poder.

Quem delibera? Cada Poder com sua autonomia, de forma harmnica entre si, fiscalizando um ao outro.

Quando o povo se d conta de que tem o poder constituinte ele opera milagres. Evidentemente que o exerccio do poder constituinte perigoso. Tem meia dzia que sabe o que quer, o restante vaca de prespio.

Os manuais dizem que esse poder de criao de um Estado obra do chamado PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO. E a parte da doutrina entende que esse um poder de fato e parte entende que esse um poder de direito. Quando falamos que de fato, dizemos que imanente constituio humana. Est dentro de ns. O dono do Estado o povo. Os titulares desse poder se organizam, fundam um Estado com base num poder que se legitimam em si prprios. A conseqncia disso que se um poder de fato, no tem limite. Na prtica assim: o Brasil desde sempre refugou a pena de morte. Isso a garantia de que nunca vamos ter? No. Porque no Brasil entendemos que esse poder do povo, e a ns podemos tudo.

Para aquele grupo de doutrinadores, visualiza-se na verdade um limite. Ele autorizado por uma ORDEM DE DIREITO SUPRA-POSITIVO, EXTRA-NATURAL. A tica seria nosso limite. Nosso senso tico e moral tenta sempre melhorar o sistema.

Agora, existe outra faco doutrinria (KARL SCHMIDT foi pelas suas mos que a humanidade conheceu um estado de exceo. O Bush jogou no lixo o estatuto dos direitos humanos como a liberalizao da tortura em Guantnamo, a escuta telefnica...). Karl Schmidt fala que ele no um poder que pode tudo (no se submete quele status cultural da sociedade). Ele um poder poltico que se origina numa determinada sociedade, sobre um territrio, sob certas circunstncias). Diante de algumas circunstncias possvel que a sociedade reflita e acabe criando outro perfil. Por isso pode chegar um momento que a populao diga para meter a pena de morte.

Dito isso, se cabe ao Poder Constituinte Originrio criar uma Constituio, est certo afirmar que o Estado Brasileiro nasceu em 1988? SIM! EST CERTO.

Antes do dia 5 de outubro de 1988 existia outro estado que no tem nada a ver com o nosso. O perodo militar foi outro Estado. O AI 5 foi outra Constituio.

Quando criamos um Estado, uma ordem constitucional, no podemos deixar passar batido que qualquer ordem normativa, quando precisa de uma atualizao se torna obsoleta. As relaes civis so dinmicas.

Uma ordem constitucional tem que ser atualizada para acompanhar a dinmica social. O Poder constituinte tem que ser um CRIADOR (originrio) e o DERIVADO (quer deriva do originrio). O CRIADOR UM PODER DE FATO E O DERIVADO UM PODER DE DIREITO.

Os caras que fazem parte do PODER CONSTITUINTE DERIVADO so os mesmos que fazem as propostas de EMENDA CONSTITUIO (reforma formal). Agora, esse Poder Constituinte Derivado um poder de reforma do Texto Constitucional. ( PLUS A MAIS

A Proposta de Emenda Constitucional uma REFORMA FORMAL. O STF faz reformas INFORMAIS. Art. 5, inciso LXVII, CF, o Estado no admite priso para o depositrio infiel. LXVII - no haver priso civil por dvida, salvo a do responsvel pelo inadimplemento voluntrio e inescusvel de obrigao alimentcia e a do depositrio infiel;

Mas o STF mudou esse artigo dizendo que no h mais priso para o depositrio infiel. Ele no mudou o texto, mas mudou o sentido. Isso uma REFORMA INFORMAL. O texto no mudado, mas sim o sentido.

O Poder Constitudo Derivado um poder que nem tanto um poder, mas uma competncia.

CARACTERSTICAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO:

- INICIALIDADE: trata-se de um poder que inaugura um Estado. Se ele inaugura um Estado, significa que no h absolutamente nada antes dele. Quando a CF foi promulgada, no tnhamos a CF de 1967? Tnhamos mas ela no vale mais.

Com relao legislao infraconstitucional pr-existente CF recepcionada pela nova Carta. Salvo o que com ela for incompatvel. Ento se pegarmos o art. 9 do CC de 1916, que dizia que o pai podia emancipar o filho e a me no, logo escancaradamente machista. Ento o CC foi revogado pela CF. Por dois critrios: temporrio e hierrquico.

- ILIMITAO: trata-se de um poder que ilimitado. Acabamos incorporando o fato de ser um poder de fato. O poder pode tudo, no encontra barreiras nem limites.

- INCONDICIONAMENTO: esse Poder no est condicionado a nenhuma forma de manifestao. No est escrito a forma como esse pode se manifesta. No Brasil a forma cultural que conhecemos essa da Assemblia Nacional Constituinte. Precisamos mudar e de um respaldo constitucional. Nossos representantes se renem e convocam eleies para que se estabelea uma Assemblia Nacional constituinte.

ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE PURA: os caras so eleitos s pra fazer a Constituio. Acabou a Constituio, eles vo embora.

Ela tem essa prerrogativa. O sujeito no faz a constituio para ele, ele faz para outro.

Mas tem outra hiptese. o modelo de ANC que o sujeito participa e nunca mais pode retornar para a vida parlamentar.

Esse o modelo que tende a ser o mais garantidor possvel.

A ANC uma forma de exercer o Poder Constituinte Originrio.

Existe a REVOLUO, que se opera na base do titular do poder, que o povo. O povo vai para a rua, toma o poder, dissolve o Congresso, desfaz a estrutura do poder e impe a sua ordem popular.

A REVOLUO um movimento que tem legitimidade mxima, mas a ordem legal no o legitima.

O GOLPE DE ESTADO, alm de ilegal, tambm se configura uma ruptura de legitimidade. O GOLPE DE ESTADO a tomada do poder de forma ilegtima, com o uso do poder. O Brasil j teve isso, na Constituinte de 1987.

Em 1986 houve o Senador Binico, que no foi eleito pelo povo, mas que ocupou um dos 3 lugares para os senadores no Senado.

Restam duas outras formas de possibilidade de manifestao do Poder Constituinte. PLEBISCITO e REFERENDO. So consultas populares. O Estado chama a populao para consulta direta. A diferena entre eles que no Plebiscito antes de ser feito e o Referendo depois que j foi feito.

No Plebiscito ns aprovamos o TEMA e depois o Congresso faz a lei. No Referendo o Congresso faz a lei e depois ns dizemos se aprovamos a Lei.

Aula 19/08/2011

PODER CONSTITUINTE DERIVADO

Ns estamos acompanhando a crise do Legislativo local com relao ao Derosso. Ele est sendo alvo de investigaes pq teria participado de alguns contratos que importam em desvio de verbas pblicas. J houve a produo de algumas provas e vai ser submetido a devido processo legal, e assim com tantos outros de representantes polticos, que acabam exatamente do mesmo jeito: Em pizza. Mas na linguagem jurdica o sujeito cumpre seu mandado at o fim (normalmente a cassao s existe quando ru confesso), se duvidar ele reeleito, e a o processo cai no tempo. E a esquea. O tempo o grande aliado de qquer advogado habilidoso.

E por que isso assim? Por causa do processo ideolgico de discurso do poder. fazer acreditar que o melhor caminho assim. Somos levados a acreditar que isso assim, pq assim. Acreditamos em dogmas. A gente vai reproduzindo uma verdade e deixa de ser verdade. Isso um dogma.

Ento ns acreditamos que o devido processo legal um instituto que deve ser aplicado assim como na esfera civil, deve ser aplicado na esfera eleitoral. E a passamos na faculdade acreditando que isso assim.

Fazemos isso pq somos criados a nos conformar. Simplesmente samos reproduzindo os manuais. Se aprendemos nos manuais que o Poder Constituinte Derivado exercido pelos representantes, os quais gozam de imunidade parlamentar.

Cada escndalo que estoura, com provas para qualquer um, assim a classe poltica e o judicirio fazem questo de no acusar. Ento o poder se blinda. E os otrios aqui embaixo acham que isso assim e pronto!

Temos que investir na educao para mudar.

Quando uma sociedade elege um grupo de pessoas (uma comisso, um parlamento...) para falar em seus interesses, a sociedade faz isso desconfiando. Quando chegamos na fase da vida que assumimos certas responsabilidades, aquela fase da irresponsabilidade passa. A vida chega e fala: meu amigo, agora a conversa outra. Temos que acertar as contas com a vida. Preciso me sustentar e dependendo da situao, sustentar outras pessoas.

A grande preocupao pensar em arrumar a minha situao de dinheiro, e tb a dos meus filhos. E a, pq isso um problema da natureza humana, como viver dignamente at a velhice.

A estabilidade financeira passa a ser uma preocupao para todos. A chegamos num ponto em que vo aparecer oportunidades em que somos tentados a arrumar a situao, a arrumar a vida numa tacada, e a vamos ser tentados a entrar no ilcito.

Nessa hora que aparece essa oportunidade, nessa hora que tenho que ter convico e estar muito firme no meu propsito tico. A eu penso que se eu no roubar vem outro e rouba.

Ou vc fala que comigo no tem conversa. Acharam o cara errado. Isso acontece uma, duas, trs vezes na vida do cidado.

Quando vc exerce um cargo de poder poltico, isso aparece quase todos os dias do ano. Pq vc tem poder. Faz a coisa acontecer do jeito que vc quer.

Na Frana, a doutrina francesa entendeu isso. E o princpio que impera l o princpio da DESCONFIANA. E no o da PRESUNO DE INOCNCIA.

Na Frana no existe esse monte de prerrogativas que tem no Brasil.

Quando a gente estuda o PODER CONSTITUINTE DERIVADO, estudamos a constituio de um grupo para mudar a constituio. Os manuais dizem que o PCD o poder de reforma da CF. o poder de representao. Os parlamentares devem alterar a CF em benefcio do povo. O parlamentar deve apenas atualizar a CF, para que no se torne obsoleta. A CF tem que ser alterada para no virar uma lei morta. Mas NO SE PODE MEXER EM FUNDAMENTOS DA CF.

L pelo ano 2000 uma grande emissora de TV precisava de dinheiro. E uma das sadas para ela era abrir o capital da empresa para injeo de capital estrangeiro. S que o art. 222 da CF no permite. Ele diz que as empresas de radiodifuso tm que ter 100% de capital brasileiro. Agora, devido a uma emenda na CF, isso passou para 70%.

Se o capital estrangeiro resolver que os brasileiros tem que acreditar que temos que entregar a Amaznia, no d 6 meses para os brasileiros irem fazer passeata para vender a Amaznia.

O QUARTO PODER um filme com o Jhon Travolta. A mdia faz o sujeito acreditar que uma coisa certa ou errada por causa de um sujeito s.

Quando falo em PODER CONSTITUINTE DERIVADO, falo em reforma da CF. quem faz a reforma da CF o Congresso, onde trabalham os parlamentares. Uma atividade como PODER LEGISLATIVO. Outra PODER COSNTITUINTE DERIVADO (para reformar a CF) e tambm de PODER COSNTITUINTE ORIGINRIO (para criar outra Constituio). Todas essas funes esto investidas nas mesmas pessoas, que so os PARLAMENTARES. Ou seja, os parlamentares assumem essas 3 funes de suma importncia.

Quando eles estiverem fazendo leis ordinrias, so poder legislativo. E quando estiverem fazendo novo texto constitucional, eles so ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE. Na verdade eles esto trabalhando.

Quando falamos em PCD, quem que cria ele. O PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO. O produto final deste a CF. Ele cria a CF e j sabe que ela precisa ser atualizada.

Ento o poder que j sabe que a CF foi feita para atravessar geraes, precisa ser atualizada. E a cria-se um mecanismo, fruto da Lei Maior. O Poder Constituinte Derivado um PODER DE DIREITO, porque necessariamente ele decorre da Lei, da CONSTITUIO.

Se isso um poder de direito, mais uma competncia. Porque poder nos d uma idia de poder pleno.

E qual o fundamento filosfico desses limites do Poder Constituinte Derivado? A DESCONFIANA.

Ex: resolvi que estou estressado e preciso passar trs anos fora. Passo uma procurao para algum gerir o meu dinheiro. Posso fazer isso? Sim, mas ponho limites. Tenho que ser honesto. Eu no confio.

O Poder Constituinte Originrio encheu de limites o Poder Constituinte Derivado. Ento os limites existem por causa da desconfiana. Por isso existem as CLUSULAS PTREAS.

Agora, mesmo com clusulas ptreas, no faltam retardados para burlar a CF. Ento esse PODER DERIVADO um poder criado. um poder artificial. um poder de direito, portanto.

Esse poder tem a incumbncia de reformar o texto da CF, e pq ele reforma o texto, e a CF a certido de nascimento do Estado, ento a gente encheu de limites.

As trs caractersticas principais do PC Originario so:

- INICIALIDADE

- ILIMITAO

- INCONDICIONAMENTO

J o PC Derivado no inicial. Ele um poder de continuidade. Ele tambm no um poder incondicionado. O PCD s se manifesta na perspectiva traada pela CF. ela que diz quando e como ele se manifesta. um PODER LIMITADO. Limitado pela CF. Quais so esses limites??Existem na doutrina moderna, todos os Estados constitucionais estabelecem limites na reforma da Constituio.

LIMITE SUBJETIVO

Nas democracias existem limites ao poder de reforma a CF. O primeiro limite um limite SUBJETIVO. Que nos remete aos sujeitos legitimados a propor emendas. No confundir com quem tem legitimidade para propor a emenda e quem efetivamente aprova a emenda. Quem pode reforma a CF neste pas o Congresso Nacional (senado e camara dos deputados).

O Presidente da Repblica pode propor, mas no julga e no aprova. Para propor podem o Presidente, os parlamentares e as Assemblias Legislativas dos Estados Membros.

Art. 60. A Constituio poder ser emendada mediante proposta:

I - de um tero, no mnimo, dos membros da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal;

II - do Presidente da Repblica;

III - de mais da metade das Assemblias Legislativas das unidades da Federao, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

S esses. O povo no pode propor emenda Constituio. Porm, alguns entendem que essa autorizao esteja no Pargrafo nico do Art. 1: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.LIMITE TEMPORAL

Segundo limite da reforma da CF: LIMITE TEMPORAL. Probe que se reforme a CF durante um certo perodo aps a promulgao de seu texto. Segundo essa doutrina preciso que haja uma adaptao entre a CF e a sociedade. para ela amadurecer junto com a CF. Ns adotamos isso na CF de 1988. Colocamos no Art. 3 da ADCT, que teramos uma reviso constitucional cinco anos aps a sua promulgao, mas em 1993, no mudou muito.

Passado esse perodo est franqueada a emenda.

LIMITE CIRCUNSTANCIAL

Terceiro limite: LIMITE CIRCUNSTANCIAL. aquele que impe uma vedao ao poder de alterar a CF diante de certas circunstncias. Quais so elas: circunstncias que fragilizam o pacto federativo. Os manuais falam que as circunstncias so o Estado de Stio, Estado de Defesa e Interveno Federal. Qual o fundamento jus filosfico a legitimar os limites circunstanciais?

A Emenda vai ser alterada no Congresso Nacional. Se eu estou diante de um Estado de Stio, Estado de Defesa e Interveno Federal, no estou tranqilo para votar.

Estado de Defesa uma prerrogativa constitucional para resgatar a ordem em estados ou circunstncias de calamidade pblica. Ex: chuva que detonou o Rio de Janeiro. Ou at uma epidemia.

Estado de Stio uma circunstncia de fragilizao da harmonia social pelo fato do homem: guerra, conflito, invaso de povo estrangeiro.

Interveno Federal a prerrogativa que o Chefe do Executivo tem de interferir nos Estados Membros nas hipteses do Art. 34 da CF: Falta de pagamento do bolo fiscal, fragilizao do pacto federativo, etc.

Art. 34. A Unio no intervir nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invaso estrangeira ou de uma unidade da Federao em outra;

III - pr termo a grave comprometimento da ordem pblica;

IV - garantir o livre exerccio de qualquer dos Poderes nas unidades da Federao;

V - reorganizar as finanas da unidade da Federao que:

a) suspender o pagamento da dvida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de fora maior;

b) deixar de entregar aos Municpios receitas tributrias fixadas nesta Constituio, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execuo de lei federal, ordem ou deciso judicial;

VII - assegurar a observncia dos seguintes princpios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrtico;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestao de contas da administrao pblica, direta e indireta.

e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade.LIMITES PROCEDIMENTAIS

um poder condicionado a limites PROCEDIMENTAIS. a forma como ele deve se manifestar. Ele se manifesta por voto duplo em ambas as Casas do Congresso, com voto duplo, com a maioria qualificada de 3/5 do TOTAL dos membros que compem cada Casa. Se no for assim no passa.

LIMITES MATERIAIS

Dizem respeito a certos contedos que ns no permitimos que sejam retirados da CF. Petrificamos essas matrias. So as CLUSULAS PTREAS. Art. 60, pargrafo 4:

4 - No ser objeto de deliberao a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e peridico;

III - a separao dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

LIMITES IMPLCITOS

So os limites que no so explcitos. Ex: algum querer criar uma emenda para revogar o que estabelece o que uma CLUSULA PTREA.

SE O POVO BRASILEIRO RESOLVE SE REUNIR NUMA PROPOSTA POPULAR CONTANDO COM 20 MILHES DE ASSINATURAS PROPONDO UMA PEC PARA INSTITUIO DA PENA DE MORTE, SERIA POSSVEL ALTERAR?

Aula 23/08/2011

Falamos sobre os limites do Poder Constituinte Derivado. A iniciativa de proposta 1% dos eleitores nacionais distribudos em 5 Estados com um quorum mnimo de 03,% em cada Estado. Mas isso para Lei Ordinria.

Poderamos pensar uma proposta de Emenda com 20 milhes de assinaturas? Temos defesa tcnica para se defender uma pena de morte? Os limites constitucionais impostos ao poder derivado so impostos queles rgos que so legitimados para reformas. Que so representantes, e no representados. Porque no confiamos em nossos representantes institumos algumas proibies. Mas o povo, dono do poder, no tem esses limites.

No existem proibies para os donos de certa empresa. Por isso que no h clusula ptrea contra o povo. Ele pode jogar a CF inteira no lixo e fazer uma nova, quanto mais modificar as clusulas ptreas.

Mas quem est no poder no deixa, ou dificulta muito, que o povo faa isso.

Canotilho levantou uma expresso PARADOXO DA DEMOCRACIA. Como que pode algum amarrar geraes futuras atravs de clusulas ptreas?

Se a CF o auge da democracia, se eu proibir o povo de mexer, eu no estou sendo democrtico.

O povo pode oferecer proposta de Emenda. CLUSULA PTREA PARA O PARLAMENTAR, NO PARA O POVO.

Quais so os trs requisitos de validade de um ato jurdico? Sujeito capaz, (capacidade), forma prescrita em lei, objeto lcito.

O grande problema do Brasil no est no povo, est nas instituies. Ser?

PODER CONSTITUINTE DERIVADO (continuao...)

O Poder Constituinte se divide em:

- PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO: que pode tudo (de fato)- PODER CONSTITUINTE DERIVADO: todo o resto derivado (de direito)

O Brasil adota um sistema federativo e conta com Estados Membros, sendo que cada Estado comporta sua prpria Constituio. Os deputados estaduais fazem as Constituies dos Estados. Esse Poder Constituinte a nvel de Estado, o chamado PODER CONSTITUINTE DERIVADO, decorrente da Carta Magna Instituicionalizador, porque institui os Estados Federados Constituicionais.

As CEs tambm precisam de atualizao. A prpria CC constitui um poder constituinte derivado de reforma.

Temos 4 tipos de poder constituinte. Dois federais e dois estaduais. S PODER CONSTITUINTE ORIGINRIO PODER DE FATO!!!

Se formos estudar a Const. Norte-Americana, veremos que os estados americanos tm mais autonomia do que os nossos. O modelo federativo norte-americano surgiu da unio de colnias independentes, formando a UNIO FEDERAL NORTEAMERICANA. E ns surgimos de um modelo de Estado Unitrio e nos fragmentamos em estados membros.

No Brasil resguardou-se o maior poder ao estado central e distribuiu-se nos estados membros. Nossa gnese federativa diferente dos EUA. Nos EUA foi o contrrio.

Por conta disso institumos o PRINPIO DA SIMETRIA, que o princpio segundo o qual as Constituies nos Estados devem ser editadas imagem e semelhana da Constituio da Repblica. A Const. dos Estados devem andar na esteira da CF da Repblica. Tem certos temas que se no foram contemplados nas CF dos Estados, vo resolver isso aplicando a CF da Repblica subsidiariamente.

Se pegarmos a Constituio do Estado do Paran, no vamos achar um rol de direitos fundamentais, mas aplicamos por simetria a Constituio da Repblica. A CONSTITUIO DOS ESTADOS DEVEM ANDAR NA ESTEIRA DA CONSTITUIO DA REPBLICA.

As constituies dos Estados ficam amarradas Constituio Federal.

Quando o Presidente decreta interveno federal, ele no pede licena. Por conta do respeito ao pacto federativo. PRINCPIO DA SIMETRIA, PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS SENSVEIS ao Art. 34, CF.

A CF traz um corpo de normas fundantes e que constitui validade para o ordenamento jurdico infra-constitucional. A ordem fundante tem duas perspectivas. A primeira representa uma perspectiva PROSPECTIVA da CF, ou seja, uma CF como instrumento dirigente do Estado.

Canotilho escreveu uma obra que legitimou a Constituinte Portuguesa. CONSTITUIO DIRIGENTE no pode ser um documento esttico, deve ser um instrumento para conduzir o Estado. Vemos a Constituio como um filme do Estado e no como uma fotografia. Ela no pode parar no tempo.

A doutrina mundial traz trs conceitos da Constituio. Esses conceitos de Constituio no revelam valores conflitantes. So modos de olhar para o mesmo objeto do conhecimento. Devemos extrair o que cada um tem de melhor. Quanto mais se conhece, mais se compreende.

Trs conceitos, de Ferdinand Lassalle: nos traz um aporte SOCIOLGICO. A Constituio deve representar com a maior coincidncia possvel, deve revelar no seu corpo as reais foras do Estado. Ele diz que uma Constituio Ser efetivamente boa na medida em que ela revela as reais foras de poder do Estado. Quem que manda, como que manda. Quanto maior a fidelidade entre a realidade social e o texto da Const., mais efetiva ela ser. Pag 61 Gisela Bester

Ele diz que a Constituio ser normativa se houver uma fidelidade entre o seu texto e as aspiraes do povo. Caso contrrio ela ser um MERO PEDAO DE PAPEL. O contrato deve apresentar a realidade das partes contratantes.

Outro sujeito chamado CARL SCHMIDT (alemo, que criou uma teoria do chamado ESTADO DE EXCEO, atravs do qual as aes de Hitler foram legitimadas. O Estado de Exceo o estado segundo o qual em situaes de anormalidade o soberano pode governar revelia do texto constitucional. Entendeu-se que Hitler fez todas aquelas atrocidades legitimado pelo Estado de Exceo), ele criou o chamado SENTIDO POLTICO DA CONSTITUIO. O tal sentido poltico da Constituio. Ele define a Constituio como DECISO POLTICA FUNDAMENTAL. Quando um povo se rene para votar uma Constituio, ele est votando nos valores daquele momento. Isso no significa que ele esteja votando valores justos.

Por fim, temos o aporte de HANS KELSEN, austraco. SENTIDO JURDICO DA CONSTITUIO. Ela a norma jurdica fundamental. Ela atribui fundamento de validade a todo ordenamento jurdico infraconstitucional. O contedo da Constituio pode at ser uma deciso poltica do povo, mas a norma constitucional impe-se a todo o ordenamento jurdico. Seja a norma jurdica materialmente ou to somente formalmente constitucional.

KARL LOEWENSTEIN: conceito ONTOLGICO, ESSENCIAL (de essncia) da Constituio.

Aula 30/08/2011

Os manuais costumam elencar algumas funes da Constituio. Quando estivermos brigando num processo, vamos perceber que construir uma tese articular os conceitos que vimos na Faculdade. Os manuais trazem a NOO DE UNIFICAO, GARANTIA e IDENTIFICAO.

UNIFICAO

muito romantismo achar que a sociedade brasileira pensa algo sobre isso ou sobre aquilo. Na verdade o povo tem vontades que no so nem um pouco homogneas. Existem diversas matizes ideolgicos, na rea econmica, poltica, educacional, religiosa... o pluralismo ideolgico, democracia. E onde temos pluralismo, temos encrenca. Onde temos ideologias distintas temos conflitos de interesse.

Herdamos uma cultura da propriedade privada, liberal, que prima pelo absolutismo da propriedade privada. Vc faz o que a LEI quiser. Agora, na legalidade vc no arranca uma rvore sequer da sua propriedade. Muito acima do interesse individual daquela propriedade, temos um interesse meta-social.

A UNIFICAO VEM A SER A CAPACIDADE DE CONFORMAR CONFLITOS ADVINDOS DESSE PLURALISMO IDEOLGICO. A constituio deve ser um documento que prima pela conformao dos valores. Eu no posso conceber que o Z da Esquina compre uma fazenda e faa o que quer com ela. H um BEM MAIOR, que o BEM ESTAR em face do meio ambiente. Por isso que a Constituio diz, no Art. 5, que a PROPRIEDADE TEM UMA FUNO SOCIAL.

A Constituio se presta a transformar esses interesses opostos em convivncia harmnica. O que vai dar dose de aplicao para a CF o CASO CONCRETO. Por isso que o juiz deve ponderar a realidade dos fatos. Ora ele vai privar pela propriedade privada, ora pela funo social.

O uso indevido da imagem provoca um dano indenizvel. A CF traz no Art. 5 a proteo da imagem, mas no mesmo artigo, traz o direito da informao. Quem vai ganhar? Para onde as coisas penderem.

Ento, por conta da UNIFICAO, o Judicirio deve ponderar as circunstncias do fato concreto e dizer se deve preponderar o direito de expresso ou a privacidade.

Direito ponderao de bens. Vamos ponderar que peso atribumos de acordo com as circunstncias do caso concreto. PONDERAO DE BENS a palavra chave. LIVRO: LEVANDO OS DIREITOS A SRIO, Ronald Working. Robert Alexi.

FUNO DE PONDERO E CONFORMAO DE VALORES, a unificao.

GARANTIA

Garantia dos Direitos Fundamentais. A CF texto normativo supremo, fundante do Estado e se presta em primeiro lugar para garantir Direitos Fundamentais. A GARANTIA SEMPRE DO CIDADO AOS ATAQUES DO ESTADO. O Estado igual sogra, ataca indiretamente. A sogra vem e mina sua filha. O Estado faz assim. Na medida em que ele realiza uma obra pblica e ele frauda uma licitao pblica, quando o Estado admite uma licitao fraudulenta, ele est nos agredindo.

Quando o Estado cria um imposto que inconstitucional, ele est agredindo. Ele agride diariamente. Ento a CF se presta a garantir a efetividade dos Direitos Fundamentais. Essa garantia vem expressa no pargrafo 1 do Art. 5.

Por outro lado, a garantia dos Direitos Fundamentais pelo CIDADO, e no pelo ESTADO. Portanto, quando acontece uma cagada com um servidor pblico, ele passa a ser uma encarnao do Estado.

Por exemplo, o Art. 37 da CF traz um elenco de direitos administrativo. LIMPE. Publicidade dos atos, eficincia.

IDENTIFICAO DO ESTADO

A sociedade no homognea, e nem pode ser. Talvez a circunstncia mais prxima de um Brasil homogneo, seja a Copa do Mundo. Embora no sejamos homogneos, cada Estado tem uma forma de ser, tem sua prpria Constituio. Ento poderamos classificar o Brasil como uma social-democracia, e a Constituio serve para esse tipo de identificao, para mostrar como a sociedade se compe, como se compe a economia do Estado.

COMO SE ESTRUTURA A CONSTITUIO

Sabemos que a Constituio aquele conjunto de normas que estrutura jurdica e politicamente o Estado. A CF se estrutura em trs grandes partes, PREMBULO, DISPOSIES CONSTITUCIONAIS PERMANENTES e DISPOSIES CONSTITUCIONAIS TRANSITRIAS.

PREMBULO

o incio da Constituio. Segundo o STF apenas uma diretriz hermenutica subsidiria do texto constitucional. Nossos constituintes disseram como devemos interpretar a Constituio. A parte importante do prembulo que ele NO TEM FORA NORMATIVA, o STF no admite. Para ele, norma constitucional vai do Art. 1 ao 250. E se no norma qual a diferena? A palavrinha importante do prembulo JUSTIA. Que o que est ACIMA DO DIREITO.

DISPOSIES PERMANENTES

So os artigos propriamente ditos. Cada Estado se estrutura de uma forma. A CF de 88 adota uma disposio diferente de todas as outras constituies anteriores. Art. 1, 2, 3 e 4 (diretrizes bsicas). Art. 5 ao 16 (direitos coletivos), depois um captulo sobre as competncias (municpios, Estados e Unio) e a os poderes (Legislativo, executivo e Judicirio), depois a estrutura econmica (organizao tributria do Estado), direitos sociais, direitos meta-individuais, cincia e tecnologia, normas dispondo sobre a famlia (Art. 226) e a encerra a 3 parte, que so as disposies constitucionais transitrias, que se prestam a regulamentar perodos que se prestam entre uma constituio e outra. Aps a CF de 1967 entramos na CF de 1988.

Em 1986, 87 e 88, quando vieram os planos econmicos, muita gente achou que o Brasil ia arrebentar de crescer e se quebrou feio.

ELEMENTOS DA CONSTITUIO

So oito elementos da Constituio.

1) Prxima aula.

Aula 02/09/2011

Hesse quis desmontar a tese de Lassalle. Primeiro ele traa o discurso de Lassalle, a traa a postura do Lassalle. No incio do captulo II, na pgina 13, o trabalho dele se divide em 3 tpicos: o condicionamento recproco existente entre a Constituio jurdica e a realidade poltico-social. Devem ser considerados os limites e as possibilidades da atuao da Constituio jurdica. Ho de ser investigados os pressupostos de eficcia da Constituio. Deve haver um meio termo entre a Constituio e a realidade. Quando voc se mantm inerte na atribuio de um sentido constitucional dinmico, voc est falhando. Mas se voc mudar demais, voc desnatura a Constituio.

O objetivo desse texto provar que Lassalle est errado. Hesse diz que a Constituio no um pedao de papel. A Constituio jurdica tem sim fora normativa. Ele diz que Lassalle est errado, mas no muito. Ele diz que a Constituio real legitima as reais foras de poder. Hesse diz que a Constituio deve estabelecer uma via de mo dupla para com a sociedade.

A Constituio precisa estabelecer, p. ex., um sistema tributrio. Isso faz parte de uma situao tcnica que no tem como voc impor realidade social. Aqui um espao do Ser, e no do Dever Ser. Em outras instncias no adianta voc trabalhar fora da realidade social.

Ex: Brasil legitima a unio entre homens e mulheres. E a a realidade demonstra pelo reconhecimento da unio homoafetiva. Nesse caso, a Constituio que deve ser moldada pela realidade social. Ento, ora condicionando, ora sendo condicionada.

Ele joga com a hiptese de que embora a Constituio seja um documento jurdico, ela contempla um momento jurdico, e depois disso, esse poder, firmando a Constituio, passa a ser um documento jurdico. E a ele deve comportar a normatividade. Mas para isso ela deve conter VONTADE DE CONSTITUIO.

Se a gente observar o discurso do Rousseau, em que ele busca estabelecer uma diferena entre poder e direito, ele diz que direito no questo de poder, mas sim de conscincia. Traduzindo, a nossa colega usa cinto de segurana. Ela diz que porque, seno, o guarda multa ela. Ento ela no se submete ao Direito, mas fora. Porque cinto para ela s uma questo de sobreposio pela fora do Estado. Mas se ela se conscientiza de que o uso do cinto em decorrncia da elaborao de uma norma para salvar sua vida, ela se submete ao Direito. O Direito, quando incorporado, no precisa mais de fora. Se voc aprendeu aquilo, acabou.

Kelsen disse que se houvesse a conscincia geral no precisaria mais de preceito primrio. Sabendo da natureza humana, porque o homem no se submete a uma regra, mesmo sendo a regra boa para ele, o homem faz isso por conta de um cigarro, no faz? O fumante um suicida em potencial. E ele sabe disso e se injeta o veneno.

VONTADE DE CONSTITUIO conscincia constitucional. Essa conscincia no para ns. O destinatrio tambm somos ns, mas a maior parcela de responsabilidade das instituies do Estado. Vontade de Constituio a respeitarmos e adotarmos ela como nossa Lei Maior. VONTADE DE CONSTITUIO respeitar os direitos e as prerrogativas dos outros. Liberdade essa: acaba onde comea a do seu vizinho.

O recado maior desse discurso do Hesse no para ns. Pois quem aplica a Constituio so as instituies, principalmente o Poder Judicirio.

A Constituio uma ORDEM NORMATIVA ABERTA, absolutamente aberta para um dilogo com a sociedade.

Questes constitucionais so questes polticas ou jurdicas? A constituio o estatuto jurdico do poltico. Eu no posso olhar a constituio como um documento pura e simplesmente jurdico.

A via de mo dupla tem que ser adequada. Se eu for alterar a Constituio por conta dos caprichos sociais no d certo.

A norma deve ter uma racionalidade prpria, mas na dvida, entre a racionalidade da norma e do legislador, a gente tem que buscar a racionalidade do legislador. INTERPRETAO AUTNTICA a interpretao dada pelo legislador.

EXPOSIO DE MOTIVOS o porqu o cdigo foi criado. Isso a MENS LEGISLATORIS (vontade do legislador). A MENS LEGIS a vontade da Lei.Voltando continuidade da matria:

ELEMENTOS

Elementos da Constituio so normas constitucionais plasmadas de caractersticas que nos do certos elementos.

A CF possui vrios elementos:1) ORGNICOS: responsveis pela criao, estruturao, exerccio dos rgos do estado. Desde macro-rgos (poderes da Repblica) at os rgos de 3 Escalo (instituies em cada nvel de poder da Repblica (rgos que compem os 3 Poderes)

2) LIMITATIVOS: normas que se prestam em limitar o exerccio do poder em face do cidado, notadamente as que estabelecem os direitos fundamentais. Agora, vejam s: para garantir direitos fundamentais, temos um elenco de normas processuais constitucionais.

Direitos so prerrogativas. Garantias so direitos que asseguram dar efetivo emprego aos direitos: HABEAS CORPUS, HABEAS DATA, MANDADO DE SEGURANA...

3) SCIO-IDEOLGICOS: so as normas responsveis pela criao de direitos sociais. Inerentes sade, segurana, educao, das quais o Estado no pode se afastar.

4) ESTABILIZAO: revelam as normas que se prestam a dar estabilidade ao Estado e s Instituies. Nossa CF tem um grupo dessas normais, mais aparentes: dizem respeito ao Estado de Stio, de Defesa e Interveno Federal. Isso serve para assegurar a ESTABILIDADE DO PACTO FEDERATIVO.

5) FORMAIS DE APLICABILIDADE: so normas responsveis por atribuio de aplicabilidade por outras normas. Por garantir a eficcia de outras normas. Normas definidoras de direitos fundamentais no precisam de regulamentao. So BASTANTES EM SI MESMAS.Aula 06/09/11

CLASSIFICAO DAS CONSTITUIES

So critrios que a doutrina elencou para classificar algumas espcies de constituies trata-se de uma classificao acadmica.

- Quanto a Forma:

a) Escritas / Codificadas: Escrita no sentido de que a CF perfaz um texto compilado, valores supremos do estado que so compilados em uma nica lei CF. Postas positivamente em documentos formais, em um corpo textual nico. Tiveram origem no contrato social de Rousseau s podendo ser codificadas pela soberania popular. O Estado que adota a CF escrita adota controle de constitucionalidade (forma hierrquica). Mas isso no quer dizer que uma CF escrita menos estvel que uma CF no escrita.

Razaes: - crena na superioridade da lei escrita sobre o costume; - a imagem simblica de quando se criasse uma CF estar-se-ia renovando o contrato social;

- concepo de que no h melhor instrumento de educao poltica de que o texto de uma constiuio.

b) No escritas / Consuetudinrias: A constituio no escrita ela contem normas escritas s que so normas espaas que no esto compiladas num texto normativo supremo. Praticamente auto-explicativas. Pode-se dizer que so impostas ou positivadas pela prtica.

Ex de constituio no escrita: Constituio Inglesa.

c) Materiais / Formais: CF no sentido material de Kelsen, equivale a Constituio real e efetiva de Lassalle. Teremos assim a formal como uma constituio sempre escrita, como a simples formalizao / codificao da material (real para Lassalle).

- Quanto a origem

a) Promulgadas / Democrticas: A CF promulgada a de fruto de um amplo debate, quem embora tenha sido organizada por uma assemblia nacional constituinte ela posta em debate para a sociedade, quando editada ela revela de uma forma mais estreita, ela revela os maiores ideais da sociedade.

Aquelas que tem origem em rgo constitucional especialmente eleito pelo povo para tal finalidade, por meio de sufrgio universal e direto. So elaboradas pelas ANC como expresso do poder constituinte originrio, isto exprimindo o principio poltico-juridico representativo de que todo o governo deve ser legitimado pelo consentimento dos governantes, assim como democrtica dever ser a origem de toda legislao Gisela Bester, pg 84.Silencio eloqente: falta de maturidade social para discutir tal tema, assim colocado como clausula ptrea.b) Outorgadas: A CF outorgada a CF imposta que sendo fruto de um poder dominante ela imposta ao povo, no ha participao social nesta CF, isto no quer dizer um governo totalitrio, no necessariamente.

- Quanto ao objeto: CF social e CF liberal.

A CF liberal a CF primeira do constitucionalismo a primeira que nasceu marcada por um no intervencionismo do estado afastamento do estado, autonomia privada, liberdade econmica, individualismo. A CF social que o resultado da experincia amarga do liberalismo, quando percebemos que a cf liberal no funcionou, criamos o intervencionismo estatal, estado presente, estado partenalista, do bem estar social, interferncia do estado tb na economia. Esse estado de co-participao que da primazia a esfera coletiva sob a esfera privada. Hj se quisermos um modelo puro de CF social ou liberal no se consegue achar, a nossa CF uma CF hibrida, por que temos preceitos liberais mas tb temos interveno do estado (pelas agencias reguladoras)- Quanto ao grau de mutabilidade / grau de reforma: rgida, semi rgida ou flexvel.

No h constituio imutvel, todas pdem sofrer alteraes, o que varia apenas o grau de dificuldade ou facilidade para tanto.

a) Rgidas:

CF Rigida, entende-se a CF aquela que comporta um processo rigoroso de alterao. A nossa constituio uma CF rgida (3/5 + 2 votaes em cada casa). Alguns autores classificam a legislao brasileira como super rgida, alem de todas estas votaes ainda temos as clausulas ptreas que so um tipo de blindagem da CF.Este procedimento diferenciado no processo de reforma visa proteger a constituio dos golpes de fora das maiorias partidrias, de tendncias oportunistas de grupos polticos predominantes e da exaltao dos nimos em momentos de crise nacional.Ex: CF do Brasil

Pode se alterar o texto da CF? pode desde que seja para agregar direitos fundamentais ( Ver Gisella Bester. Temos vedao ao retrocesso no podemos regredir em direitos fundamentais que so ganho de uma luta e no podemos nos abdicar delas. Aqui necessita-se um controle de constitucionalidade, pois uma vez emendada, tudo que for incompatvel com ela vai cair por que ela que permanece.b) Flexiveis:

A CF flexvel a que cujo processo de reforma idntico ao processo comum para alterao de qualquer norma no precisa de um processo formal aqui entra em cena a cultura do estado, a conscincia constitucional no deixa que o texto se banalizado.

Ex: Constituio da Inglaterrac) Semi-rigida ou semi flexvel

a que comporta os 2, uma parte da CF admite uma reforma rigorosa e outra parte admite um reformulao flexvel.- Quanto a extenso: As CF podem ser sintticas ou analticas.a) Sintetica:

So aquelas com poucos artigos / mais enxutas - mas com ampla normatividade (carter axiolgico valor / valorado) carregadas de valor. Abrangem somente direitos e princpios gerais, bem como regras bsicas e fundamentos do sistema poltico-juridico estatal deixando demais assuntos s legislaes complementares.Ex: Constituio dos EUA

b) Analticas / Prolixas:

J as analticas so mais extensas, inchadas, devido ao modo minucioso com que os preceitos so redigidos. Modelo normativo mais bem delineado muitas regras minuciosas e acaba perdendo normatividade - um principio tem uma margem bem maior de interpretao mas assim que se tem maior interpretao, melhor do que explicitar tudo.Ex: CF do Brasil 345 artigos

Estas constituies extremamente extensas surgiram em um contexto de larga desconfiana em relao a recm-extintos regimes ditatoriais ou no ps-guerra, o que fez com que se quisesse p o Maximo de direitos nos textos constitucionais justamente para que ai se desfrutasse de garantias.

- Quanto ao modo de eleborao: Constituies dogmticas e histricas. a) As dogmticas aquele modelo delimitado por Carl Schmitt que se fundamenta nas decises polticas fundamentais a que da primazia aos importantes valores da sociedade em um determinado momento histrico e determinadas condies sociais no h comprometimento com ideal de justia EX: Pena de morte. A CF histrica aquele que se rende a tradio e a cultura da sociedade mais estveis.As dogmticas se subclassificam em: ortodoxas e eclticas. As ortodoxas so constituies de uma nica linhagem ideolgica. As eclticas so constituies de um plurarismo ideolgico Brasileira.- Quanto ao fim: a CF se classifica em do tipo garantia e do tipo dirigente se presta para dirigir o estado. A do tipo garantia, no impe absolutamente nada ao estado mas se responsabiliza em garantir status quo social. A sociedade atravs da CF vislumbra um estado que garante as prerrogativas de direitos fundamentais.- Quanto ao sistema normativo: CF preceituais e CF principiolgicas. Preceitual composta por regras de direito. A principiolgicas composta por princpios.- Quanto a sua essncia aspecto ontolgico (ponto de vista existencial, do mundo do ser) de Loewenstein. Classificao ontolgica constituies normativas, nominais e semnticas.

O critrio de analise ontolgico radica na concordncia das normas constitucionais com a realidade do processo do poder Uma constituio o que os detentores e os destinatrios do poder fazem dela na pratica.a) Normativas:

As normativas so as que o texto encontra-se em perfeita sintonia com a realidade social. A CF ter que ser observada lealmente por todos os interessados e ter que estar integrada na sociedade estatal, e esta nela.

b) Nominal:

A nominal a que comporta uma normatividade tendente a respaldo da constitucionalidade mas ainda precisa de ajustes. Uma constituio poder ser juridicamente valida mas se a dinmica do processo poltico no se adapta as suas normas, a constituio carece de realidade existencial.

Qualificao meramente nominal.

c) Semntica: A semntica tem foras meramente semnticas e no se adqua a realidade social ela tem internamente outro modo de exerccio do poder. Enquanto a tarefa original da Constituio escrita foi limitar a concentrao do poder, dando possibilidade a um jogo livre de foras social, sob o tipo de constituio aqui analisado, ter restringida a sua liberdade de ao e ser enfocada na forma desejada pelos detentores do poder.Loewenstein faz uma metfora: A constituio normativa uma veste que serve com perfeio ao manequim, a nominal veste o manequim mas precisa de ajustes, a semntica simplesmente um disfarce.Aula 13/09/11Regras dos PrincpiosREGRA X PRINCIPIO Regra para ser cumprida e principio para ser observado.

Regra, tipo descritivo de conduta descritivo se a conduta realizada na realidade dos fatos ela esta enquadrada nos princpios do fato SUBSUNO.

Principio, tipo axiolgico de conduta diretrizes, valores as vezes no sabe o lado positivo mas consegue se abstrair o lado negativo.

Quando a lei diz matar algum ela no diz se desagradvel feio ou bonito, ele fala apenas o que a conduta, leia-se: tirar a vida de algum.

Norma constitucional uma norma diferenciada e isto preciso saber. Diferenciada por que ela superior por contedo, fornece as bases estruturais do estado, o documento que registra o nascimento do Estado, diferenciada tb por conta da sua linguagem que basicamente principiolgica, A CF um estatuto jurdico que performa todos os interesses do estado, no fruto da parte dominante da maioria, mas inclusive da minoria, para que seja democrtico.A norma constitucional tem uma carga axiolgica ampla, e porque ela tem q agradar gregos e troianos ela tem uma ideologia que pode ser entendida de uma forma que agrade a ideologia de uns e de outra forma que agrade a ideologia de outros tambm. O elemento que vai determinar o sentindo da norma constitucional so as circunstancias do caso contrato, ate por que no existe interpretao de uma norma sem o parmetro/referencia de uma aplicao. Por isso a importncia da relatividade da norma, os princpios so retirados dos fatos sociais.A norma constitucional tem tambm referencia poltica, a norma constitucional o produto acabado de um poder constituinte livre e soberano (pr-juridico), embora o Brasil tenha uma cultura eminentemente presidencialista, no quer dizer que no possamos fazer uma mudana nesse modelo em uma nova constituio. A norma constitucional tem um carter poltico, mas no se pode dar primazia a uma questo poltica.Quando a CF promulgada e ela apresenta um aplo nvel poltico, depois disso ela passa a ter um valor jurdico, passa a valer. ( VALOR POLITICO ANTES DO VALOR JURDIO (PR-JURIDICO).A norma constitucional prioritria / suprema e soberana sob qualquer outra norma, ate mesmo de contratos internacionais. Se respeita contratos internacionais por que na maioria deles tem acordos econmicos que beneficiariam o Brasil.. Por que a Alca no foi aceita ainda pelo BR? Por que neste caso o BR entraria com a bunda e os demais pases com o p.Somente se for uma constituio supra nacional, como a Europia, mas da isto autorizado na prpria constituio. Outra caracterstica da norma constitucional sua caracterstica gentica... ela tem a sua origem num processo diferenciado no o mesmo processo legislativo comum como os das normas infraconstitucionais, um processo qualificado, por que preciso repensar e repensar por que se estar alterando a estrutura do estado. Outro aspecto desta origem gentica, o BR ainda no comporta um controle / mecanismo para afastar da CF uma norma constitucional que se desvie da CF, mesmo se houver antinomias entre ela, ela ainda uma norma constitucional. Por inconstitucionalidade da prpria constituio no se altera uma CF, somente se houver mudana da sociedade.

Classificao da norma constitucional:

Eficcia: Aplicabilidade da norma a existncia da norma se da no momento que ela promulgada, mesmo que ela ainda no tenha sido publicada. Ela se reputa vigente no momento que ela supera a vacatio legis1.Existncia2.Vigncia3.Validade, diz respeito da compatibilidade da norma em relao a CF(ela s no ter validade quando ela for incompatvel com a constituio)4.Eficcia, diz respeito a aplicabilidade, evidente que todas as normas so aplicveis s que algumas normas no conseguem ser aplicadas sozinhas, elas precisam de outras para complementar (ex. norma penal em branco no eficaz sozinha). (Para Eros Grau eficcia jurdica)

5.Efetividade o resultada para qual a norma foi idealizada (Para Eros Grau efetividade social)

Teoria Tripartida (aceita pelo STF)

Nos EUA eles classificam as normas entre auto-aplicaveis (independentes / autnomas) e no auto-aplicaveis (precisa de outra norma)O BR copiou este conceito e ainda deu uma melhoradinha nele. O BR fala em:

Normas de aplicabilidade Imediata (auto aplicveis bastantes em si mesmas): O STF reconhece normas que tem eficcia plena e normas que tem eficcia contida.

a) Norma de eficcia plena no precisa de outra norma, totalmente independente e irrestringvel.b) Norma de eficcia contida (tem aplicabilidade imediata mas pode ser restringida), a norma diz o direito mas pode colocar algumas condies vem uma norma infraconstitucional que reduz o mbito de abrangncia desta norma.

Ex: Art 5, pargrafo 1. ( Fala sobre as normas de aplicabilidade imediata.c) Normas de aplicabilidade Limitada (se limitam a edio de outra norma para lhe conferir aplicabilidade) no so aplicveis a principio, s sero quando outra norma vier para regulamentar o seu texto. Ex: toda criana ter direito a escola, nos critrios da lei (Expectativa de direito e condicionou esta expectativa a uma outra lei mandando de injuno) ( Agora esta norma constitucional ela fica dependente de outra legislao (no mbito da educao) para ser regulamentada.A lei fala que como bachareis somos livres para exercer a profisso, mas tem uma norma infraconstitucional que exige o exame da ordem.

Constituio dirigente do Canotilho ( Ler.

Outra classificao das normas constitucionais:Regras e Principios: O positivismo jurdico criou uma perspectiva que na verdade as regras eram os preceitos e que os princpios seriam apenas algumas intenes / prerrogativas acima da lei princpios qse como paradigmas (inspiraes do hermeneuta). Mas esse positivismo foi sendo vencido e o direito comea a ganhar espao para trazer espao para aquilo que era paradigma e trouxe isto para descrever o estado. Hj se tem o mesmo texto normativo com regras e princpios (no tem nada a ver com que regras so escritas e princpios no so escritos) entendemos que regras e princpios convivem lado a lado na norma. Podemos identific-los pelo:Contedo de uma regra: meramente descritivo, no comporta valor descreve conduta, se limita a investigar dados objetivos.Descritivo do que??? Descreve objetivamente situaes que detectamos do fato social faticidade. O estado atravs do legislativo, nossos parlamentares observam a faticidades, relaes jurdicas na sociedade e observam algumas condutas que esto sendo reiteradas em mbito social mas no esta sendo regulamentadas ainda pelo direito no existe um ncleo jurdico regularizado, mas as vezes trazem efeitos na sociedade (unies sem casamento, acabam gerando efeitos patrimoniais etc). Ento o legislador observa essas situaes e abstrai como se aquilo fosse um problema de fato, de toda sociedade e desta abstrao ele cria o tipo normativo (enunciado normativo) nasce de um padro de condutas. Trata-se de SUBSUNO, tipificar a faticidade.O tipo normativo o padro de fatos que inspirou o legislador se vc quer comprar ou vender algum tipo de bem mvel ou imvel, vc ter que se submeter ao CC, mas ai se tem uma relao travada entre Ze e Maria, Z vendeu um carro para Maria que usou 3 dias e o carro fundiu, ela pede o dinheiro de volta e ele nega, ela fala que vai botar um processo nele e ele fala que ela vai ter que provar que comprou o carro dele j com problema (o nus da prova cabe ao acusador), mas estamos enquadrado em outro parmetro de faticidade, naquele parmetro que criou o cdigo do consumidor e no mais o CC, em que o nus da prova se vira para o fornecedor. ( Isto no mais uma relao normal de compra e venda (CCivil), agora trata-se de um problema entre consumidor e fornecedor (CConsumidor).Pais Unicuritiba, para entrar aqui tem q ter o crach, da um cara quer entrar e no tem crach e o porteiro fala que no pode, da o cara fala que bombeiro e quer entrar por que ta pegando fogo, ento ele pode entrar por que no permitindo invaso somente em padres normais, se saindo disso, mudou a lei, agora a prioridade a segurana das pessoas, ele pode sim entrar.

A lei jurdica tem um padro de normalidade para ser seguida o que inspirou o legislador se o padro fugir muito, esta lei j no vale, mais. As vezes quando o desvio to anormal, muitas vezes o legislador ate j menciona na prpria norma.

Ex: penalizado quem matar algum (padro de normalidade) mas quando se mata algum em legitima defesa, tem-se um carter de anormalidade, a norma da outra.

Quando se tem uma norma que foge do padro de normalidade a melhor coisa a se fazer no aplicar a norma. negar esta por que esta se enquadra apenas a normalidade e este caso que temos foge disto.A norma jurdica no pode ser casustica por isso no se aceita a retroatividade das leis, se no se cria casusmos.Aula 16/09/2011

Prova at regras e princpios.Classificao da norma qto estrutura / contedo estamos falando de regras e princpios. O racionalismo trouxe um paradigma para a sociedade em que ele praticamente transformava as regras jurdicas em dogmas e que o Z povo acredita q a lei tem um carter qse q divino. O homem mdio, encara a lei como se fosse algo indiscutvel, em que nos simplesmente nos submetemos cultura tpica do positivismo. Este pensamento vem contra o principio socrtico. O legislador sabendo deste pensamento muitas vezes acaba a legislar em causa prpria, por que sabem q o Z povo vai acatar. A cultura do racionalismo de que a lei acima de tudo. O ps-positivismo fala q na verdade a lei algo descritivo, subordinada a uma principiologia, por mais que tenhamos a