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Direito Constitucional Prof. Daniel Sena

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Direito Constitucional

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Direito Constitucional

Professor Daniel Sena

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Edital

DIREITO CONSTITUCIONAL: Constituição Federal de 1988: Direitos e Garantias Individuais e Co-letivos: Artigo 5. Funções Essenciais: Artigos 127 a 135. Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: Da Segurança Pública: Artigo 144.

BANCA: Fundação La Salle

CARGO: Agente Penitenciário e Agente Penitenciário Administrativo

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Introdução

Olá querido aluno da Casa do Concurseiro,

É uma honra para mim estar aqui com você para trabalhar a disciplina de Direito Constitucional ao lado do professor André Vieira. Juntos vamos ajuda-lo nessa caminhada rumo a aprovação no concurso da SUSEP.

Como concurseiro posso lhe garantir que a única coisa que está entre você e a aprovação é a deter-minação em lutar até conseguir. E nossa missão com a disciplina de Direito Constitucional é facilitar esse caminho possibilitando o acerto da maior quantidade de questões possíveis em sua prova.

Eu e o professor André Vieira dividimos o conteúdo de forma que você possa se preparar com eficiência para esse concurso. A minha parte será:

1. Direitos e deveres individuais e coletivos

2. Funções essenciais à justiça;

3. Segurança Pública.

Para que você consiga acompanhar as aulas de forma mais produtiva, separei nesse material os artigos da Constituição Federal que compõe esse conteúdo. Fiz algumas anotações importantes mas nada que substitua o seu caderno depois de assistir as aulas. Eu sinceramente acredito que o melhor material do concurseiro é o caderno, então venha preparado para anotar tudo que falarei em minhas aulas, pois tenho muita coisa para compartilhar.

No final de cada aula, resolveremos dez questões para fixarmos o conteúdo. Sugiro que você deixe para resolver as questões em sala de aula, logo após a minha explicação. Desta forma, o conteúdo ficará melhor fixado e você entenderá como cada tema poderá ser cobrado em sua prova. Como a banca escolhida foi a La Salle e ela não possui muitas questões, selecionei os exercícios de várias bancas para que possamos fixar o conteúdo.

Farei o meu melhor para que você tenha a melhor aula e saia daqui preparado para todos os concursos que enfrentar. Caso deseje estar em contato comigo, deixo aqui alguns canais que utilizo para estar mais próximos dos meus alunos:

Email: [email protected]: /ProfDanielSenaTwitter: @ProfDanielSenaYoutube: ProfDanielSenaSite: www.danielsena.com.brFeitas essas considerações iniciais, iniciemos a nossa caminhada rumo à aprovação! E vamos que vamos...

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Direito Constitucional

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Neste capítulo vamos estudar os direitos individuais previstos nos artigo 5º da Constituição Fe-deral, artigo este que possui a maior quantidade de questões nas provas de concurso público. O perfil da banca La Salle se aproxima muito das outras bancas que costumam cobrar a leitura do texto constitucional. Sugiro que você sempre lei esse artigo com muita atenção, mas princi-palmente, que você faça muitos exercícios. São os exercícios que te darão o melhor suporte de como esse artigo cai nas provas. Bom estudo!

CAPÍTULO IDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

1. Destinatários dos Direitos Fundamentais:

• Brasileiros

• Estrangeiros residentes no país

2. Vida

• Aborto: proibido no Brasil, ressalvados os casos de excludentes de ilicitude previs-tos no Código Penal, no artigos 128:

a) Aborto necessário – para salvar a vida da mãeb) Aborto sentimental – para as vítimas de estuproc) Aborto do feto anencefálico – STF para os casos de feto sem cérebro

• Eutanásia: proibido no Brasil

3. Liberdade

• 1ª geração de direitos fundamentais

• Direito de autodeterminação, escolha

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4. Igualdade

• 2ª geração de direitos fundamentais

• Principio da igualdade ou isonomia

a) Igualdade formal – todos são iguais perante a lei, igualdade jurídica

b) Igualdade material – igualdade efetiva, substancial: “tratar os iguais com igualda-de e os desiguais com desigualdade, na medida das suas desigualdades”

• Ações afirmativas ou discriminações positivas

5. Segurança

• Segurança jurídica

• Tranqüilidade para exercer os direitos fundamentais

• Estabilidade nas relações jurídicas

• Garantias constitucionais

6. Propriedade

• É o direito de usar, gozar, dispor e reivindicar os seus bens

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

1. Regra: igualdade entre homens e mulheres

2. Exceções:

a) Aposentadoria

Homem: 35 de contribuição e 65 de idadeMulher: 30 de contribuição e 60 de idade

b) Licença

Maternidade: 120 diasPaternidade: 5 dias

c) Serviço militar obrigatório: só para os homens

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

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1. Liberdade matriz

2. Princípio da Legalidade:

• Legalidade para o particular – pode fazer tudo o que não for proibido

• Legalidade para o agente público – só pode fazer o que a lei manda ou permite

III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Liberdade de pensamento

• O pensamento é livre, mas sua manifestação deve ser controlada, pois não é um direito absoluto

• Denúncia anônima: Não é possível instauração de Inquérito policial baseado uni-camente na denúncia anônima. Neste caso, o poder público deve atestar a veros-similhança da denúncia e a comprovação dos fatos

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

Juntamente com a vedação ao anonimato, a responsabilização de quem ofende ou-trem funciona como garantia constitucional, norma de proteção para o exercício da liberdade de pensamento

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

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Liberdade de consciência e crença religiosa (VI – VIII)

• Decorre do fundamento constitucional de Pluralismo Político

• O Brasil não possui religião oficial

• No Brasil a relação entre o Estado e a igreja é uma relação de separação, logo, ele é reconhecido como Estado Laico, Leigo ou não – confessional

• Todas as manifestações religiosas possuem proteção constitucional desde que compatíveis com todo o ordenamento jurídico

• Escusa de consciência (imperativo ou objeção de consciência)

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, indepen-dentemente de censura ou licença;

Liberdade de expressão

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

1. Exceções a inviolabilidade da casa:

Qualquer hora: flagrante delito, desastre ou para prestar socorro

Durante o dia: determinação judicial

2. Casa: local delimitado e separado, não aberto ao público, ocupado com exclusivi-dade a qualquer título. Para o STF, o conceito de casa pode ser ampliado (escritó-rio profissional, quarto de hotel, oficina mecânica, garagem)

3. Dia:

• 06:00 às 18:00

• Aurora ao Crepúsculo

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XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Inviolabilidade das Comunicações

• Inviolabilidade relativa

• Correspondências podem ser restringidas no Estado de defesa e Estado de sítio ou em estabelecimentos penais para evitar-se a prática de crimes

• Comunicação telefônica: Prevista expressamente sua quebra, ordem judicial, investigação criminal ou instrução processual penal

• Lei 9.296/96 – Lei das interceptações telefônicas

Interceptação – gravação, no momento em que se realiza, terceira pessoa, sem consentimento. Autorização judicial

Gravação – um dos interlocutores, sem consentimento do outro. Permitida no caso de legítima defesa

Gravação ambiental – captação de conversa, imagem, consentimento de um dos interlocutores. Permite-se no caso de legítima defesa.

• Sigilo bancário e fiscal (STF)

Permite-se a quebra quando utilizados para ocultar atividades ilícitas

Indispensável a individualização do objeto e do investigado

Autorização judicial, de CPI, diretamente pelo FISCO, requisição do MP (ao juiz ou a CPI segundo o STF).

HC para impugnar decisão judicial

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Liberdade de ação profissional

• Norma de eficácia contida

XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional ;

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Liberdade de informação

XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

Liberdade de locomoção

• Direito de ir, vir e ficar

• Durante o Estado de Defesa e Estado de Sítio a liberdade de locomoção poderá sofrer restrições

• Restrições ilegais e com abuso de poder, pode-se utilizar o Habeas Corpus para se proteger

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

1. Requisitos para exercer o direito de reunião:

• Pacifica

• Sem armas

• Locais abertos ao público

• NÃO precisa de autorização X PRECISA de prévio aviso

• Não frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local

2. Limitação ao direito de reunião

Estado de Defesa: restrição

Estado de Sítio: suspensão

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

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XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Liberdade de associação (XVII – XXI)

• Sua criação não depende de autorização

• Vedada associação paramilitar

• Proibida a interferência estatal em seu funcionamento interno

• Dissolução X Suspensão

a) Dissolução – mais grave, precisa de sentença judicial mais forte (transitada em julgado)

b) Suspensão – mais branda, qualquer decisão judicial resolve

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

Desapropriação:

• Necessidade ou utilidade pública ou interesse social

• Prévia e justa indenização em dinheiro

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

Requisição administrativa

• Indenização só se houver dano

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XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

Bem de família

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

Propriedade autoral (XXVII e XXVIII)

• Lei 9.610/98

• O direito do autor é vitalício e o do herdeiro é temporário

XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

Propriedade industrial

• Lei 9.279/96

• O direito do autor é temporário

XXX – é garantido o direito de herança;

XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

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Bens de estrangeiros situados no Brasil serão regulados pela lei mais favorável aos herdeiros podendo ser a estrangeira ou brasileira

XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Lei 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Liberdade de informação

• Não é um direito absoluto: possibilidade de restrição por meio de sigilo quando for necessário à segurança da sociedade ou do Estado.

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Direito de petição e certidão

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição, direito de ação ou principio do livre acesso ao poder judiciário.

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XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Princípio da segurança nas relações jurídicas

• Direito adquirido – direito já incorporado ao patrimônio do indivíduo

• Ato jurídico perfeito – ato jurídico acabado, consumado

• Coisa julgada – decisão judicial da qual não caiba mais recurso

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

Principio do juiz natural ou juiz legal

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Tribunal do Júri

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Principio da anterioridade

XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Principio da irretroatividade

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XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

Imprescritíveis Inafiançáveis Insuscetíveis de graça e anistia

• Racismo • Ação de grupos armados

• Racismo • Ação de grupos armados • Terrorismo • Tráfico de drogas • Tortura • Crimes hediondos

• Terrorismo • Tráfico de drogas • Tortura • Crimes hediondos

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

Principio da personalidade da pena

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII – não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

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d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

Principio da individualização da pena

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Extradição (LI e LII):

• Ato de cooperação internacional

• Exige-se tratado internacional de reciprocidade

• Observa-se os princípios da Dupla Tipicidade e especialidade

• Regras para extradição passiva:

a) Brasileiro nato – nunca

b) Brasileiro naturalizado – pode ser extraditado no caso de pratica de crime comum antes da naturalização ou de comprovado envolvimento com tráfico de drogas antes ou depois da naturalização

c) Estrangeiro – pode, exceto por crime político ou de opinião

LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

Principio do Juiz Natural

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LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

Princípio do Devido Processo Legal

• Limitação a arbitrariedade do Estado

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Principio do contraditório e ampla defesa

• Processo judicial ou administrativo

• Inquérito policial, sindicâncias, inquéritos civis e demais investigações: não é necessário

• Contraditório: direito de se opor, debater, contraditar, direito a informação e a se manifestar no processo

• Ampla defesa: trazer ao processo todos os meios de defesa permitidos no direito

• SV nº 3 – Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

• SV nº 5 – A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

• SV nº 14 – É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

• SV nº 21 – É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

• SV nº 28 – É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

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Inadmissibilidade das provas ilícitas

• Provas ilícitas por derivação

Teoria dos frutos da árvore envenenada

Interpretação restritiva

Não anula o processo de pronto

As provas lícitas são preservadas

• Em caso de legitima defesa, o STF permite que a prova ilícita seja utilizada

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

Principio da não culpabilidade, presunção de inocência

LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

Lei de identificação criminal

• Lei 12.037/2009

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

Ação penal privada subsidiária da pública

LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Principio da publicidade dos atos processuais

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LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

Sumula Vinculante STF nº 25: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito

LXVIII – conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Habeas Corpus

• Gratuito

• Ação constitucional penal

• Cessar violência à liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder

• Espécies:

Repressivo ou liberatório – Violência produzida

Preventivo – Ameaça, antes de ocorrer a violência (salvo-conduto)

• Partes:

Impetrante

Paciente

Autoridade coatora

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• Legitimidade ativa universal, nacional ou estrangeiro, Independente da capacidade civil, idade ou estado mental, pessoa física ou jurídica

• Em benefício próprio ou de terceiros

• Contra autoridade pública (autoridade policial) ou particular (hospital particular psiquiátrico)

• Magistrados no exercício da função: concede de ofício

• Pode ser interposto para trancar ação penal ou inquérito policial desde que da imputação possa advir pena privativa de liberdade

• Não se aplica a pena de multa ou simples advertência

• Não se aplica a PAD ou processo de IMPEACHMENT

• Não cabe contra punições disciplinares militares

• Serve para impugnar excesso de prazo da instrução penal

• Serve para impugnar inserção de provas ilícitas

LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não ampara-do por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcio-namento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Mandado de segurança individual e coletivo

1. Ação constitucional civil

• Lei nº 12.016/09

• Requisitos:

Direito líquido e certo

Caráter subsidiário: não amparado por HC e HD

Ilegalidade ou abuso de poder

Autoridade pública ou agente da pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público

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• Legitimidade ativa: qualquer pessoa física ou jurídica

• Legitimidade passiva: autoridade coatora. Autoridade com poder de decisão para anular o ato.(pública ou privada)

• Repressivo ou preventivo

• Prazo: 120 dias a partir da ciência do ato a ser impugnado (decadencial)

• Cabe MS contra diretor de estabelecimento particular de ensino

2. MS Coletivo

• Objeto: preservação de interesses transindividuais

• Legitimidade ativa:

a) Partido político

Representação no CN

A Lei 12.016/09 limitou a atuação aos fins partidários ou de seus membros

b) Organização sindical, entidade de classe ou associação em funcionamento há pelo menos um ano

Têm que estar legalmente constituída e atuar na defesa dos interesses dos seus membros ou associados

Substituição processual: não precisa de autorização específica dos membros des-de que haja previsão expressa no estatuto social

Pertinência temática

• Objetivo:

Fortalecimento das organizações classistas

Pacificar as relações sociais

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora tor-ne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Mandado de injunção

• Ação constitucional Civil

• Requisitos:

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Norma constitucional de eficácia limitada

Falta de norma regulamentadora tornando impossível o exercícios de direitos

• Objetivo: curar a inefetividade das normas constitucionais

• Legitimidade ativa: qualquer pessoa

• Legitimidade passiva: pessoa estatal com competência de regulamentar as nor-mas constitucionais

• Teoria concretista: o STF concretiza o direito no caso concreto, com efeito erga omnes ou inter partes, até que sobrevenha norma integrativa pelo poder legisla-tivo

• É possível mandado de injunção coletivo nos termos do mandado de segurança coletivo

Em 2016 entrou em vigor a primeira lei que regulamenta o Mandado de Injunção (Lei 13.300/16). Dentre as mudanças mais relevantes para sua prova podemos citar:

• Ampliação do rol de legitimados para impetração do mandado de injunção co-letivo com a inclusão do Ministério Público e da Defensoria Pública além dos le-gitimados para impetrar o Mandado de Segurança coletivo (Partido Político com representação no Congresso Nacional, Organização Sindical, entidade de classe e associação legalmente constituída e em funcionamento há um ano.

• Outra mudança relevante é que o efeito do MI passa a ser em regra inter partes podendo ter efeito erga omnes no caso de necessidade para efetivação do direito.

LXXII – conceder-se-á "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

Habeas Data

• Gratuito

• Ação constitucional civil

• Lei 9.507/97 – Rito processual sumário

• Assegura conhecimento, retificação, complementação ou explicação de informa-ções e Anotação nos assentamentos funcionais

• Banco de dados de repartições públicas ou privadas acessíveis ao público

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• Informações de interesse particular relativos a pessoa do impetrante (personalís-sima)

• Legitimidade ativa: PF, PJ, brasileiro ou estrangeiro

• Não é absoluto: sigilo indispensável a segurança do Estado ou da sociedade.

• Requisito: petição administrativa recusada (Súmula 2 STJ)

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Ação popular

• Ação processual civil

• Preventiva e repressiva

• Legitimidade ativa: pessoa física detentora dos direitos políticos (cidadão)

• Defesa de interesse coletivo contra ato lesivo ao: Patrimônio público ou de entida-de de que o Estado participe, moralidade administrativa, meio ambiente, patrimô-nio histórico e cultural

• Lei 4.717/65

• Meio direto de exercício da democracia

• Isento de custas ou ônus da sucumbência, salvo má fé

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

Assistência judiciária gratuita

• Destinados aos hipossuficientes

• Defensorias Públicas

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

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LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

Gratuidade das Certidões de Nascimento e de óbito

• De acordo com a Lei 6.015/73, todas as pessoas têm direito a 1ª certidão gratuita e os reconhecidamente pobres têm direito a todas as certidões de nascimento e óbito gratuitas.

LXXVII – são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Principio da Eficiência, Celeridade Processual

• Processos judiciais e administrativos

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

Formas de eficácia da norma Constitucional

1. Eficácia jurídica – toda norma constitucional possui

2. Eficácia Social – nem toda norma constitucional possui

• Plena – norma auto-aplicável com aplicabilidade direta, imediata, integral

• Contida (redutível ou restringível) – norma auto-aplicável com aplicabilidade dire-ta, imediata, não-integral

• Limitada – norma não auto-aplicável, com aplicabilidade indireta, mediata, redu-zida

De princípio institutivo ou organizativo

De princípio programático

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§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

O rol de direitos e garantias fundamentais é meramente exemplificativo.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Decreto Legislativo com força de Emenda Constitucional)

Tratados Internacionais com força de emenda Constitucional:

• Direitos humanos

• 2 casas

• 2 turnos

• 3/5 dos membros

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Questões

1. (FCC – SEGEP-MA – 2016) A teor da Cons-tituição brasileira vigente, o exercício da liberdade de reunião em locais abertos ao público

a) pode não ser pacífico.b) pode ser com armas.c) independe de autorização, ainda que

frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

d) é um direito social coletivo.e) exige prévio aviso à autoridade compe-

tente.

2. (FCC – SEGEP-MA – 2016) Segundo a Consti-tuição brasileira vigente

a) as associações poderão ser compulso-riamente dissolvidas por decisão judi-cial cautelar não transitada em julgado.

b) as entidades associativas, independen-temente de autorização, têm legitimi-dade para representar seus filiados ju-dicial ou extrajudicialmente.

c) é plena a liberdade de associação para fins lícitos, permitida a de caráter para-militar.

d) a criação de associações independe de autorização, vedada a interferência es-tatal em seu funcionamento.

e) ninguém poderá ser compelido a asso-ciar-se ou a permanecer associado, sal-vo determinação legal expressa.

3. (FCC – PREF. TERESINA – 2016) Sobre direi-tos de proteção da intimidade previstos em diversos incisos do art. 5o da Constituição Federal, é correto afirmar que se assegura o direito

a) à liberdade da manifestação do pensa-mento, inclusive garantindo-se o anoni-mato.

b) à inviolabilidade do direito à intimida-de, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas, assegurado o direito a in-denização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

c) de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização exclusiva por dano moral.

d) à inviolabilidade irrestrita da liberda-de de consciência e de crença, mesmo para eximir-se de obrigação legal a to-dos imposta.

e) à plena inviolabilidade do sigilo da cor-respondência e das comunicações tele-gráficas, de dados e das comunicações telefônicas.

4. (FCC – PREF. TERESINA – 2016) A respeito dos direitos fundamentais,

a) a sucessão de bens de estrangeiros si-tuados no País, com filhos brasileiros, sempre ocorrerá de acordo com as leis brasileiras.

b) todos podem reunir-se pacificamente em locais abertos ao público, indepen-dente de aviso prévio às autoridades, ainda que frustrem outra reunião an-teriormente convocada para o mesmo local.

c) no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular.

d) a pena de banimento é uma das pe-nas adotadas pelo ordenamento jurí-dico brasileiro, sendo reconhecida pela Constituição Federal de 1988.

e) o Brasil não se submete à jurisdição de nenhum órgão internacional.

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5. (FCC – PREF. TERESINA – 2016) Ao tratar dos direitos e garantias fundamentais a Constituição Federal dispõe que

a) será admitida a ação privada nos crimes de ação pública desde que a ação seja proposta no prazo legal.

b) o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na senten-ça.

c) os tratados e convenções internacio-nais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-tos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às leis ordinárias.

d) os brasileiros naturalizados não pode-rão ser extraditados.

e) sempre que solicitada, poderá ser con-cedida a extradição de estrangeiro pela prática de qualquer crime cometido no país de origem.

6. (FCC – TRF3 – 2016) Nos termos do art. 5º, LIII, da Constituição Federal, “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.

O dispositivo constitucional citado consagra o princípio

a) do juiz natural. b) do contraditório. c) da inafastabilidade da jurisdição. d) da ampla defesa. e) do devido processo legal.

7. (FCC – TRF3 – 2016) Geremoabo, dirigente de sociedade de economia mista da qual participa o Estado de São Paulo, pratica ato que causa dano ao patrimônio da empresa. Inconformado com tal ato, Trasíbulo resolve questioná-lo judicialmente. Para tanto, po-derá fazer uso de

a) mandado de segurança, desde que comprove possuir domicílio no Estado de São Paulo.

b) mandado de segurança, pouco impor-tando o local de seu domicílio.

c) ação popular, desde que demonstre a sua qualidade de cidadão, pouco im-portando o local de seu domicílio.

d) ação popular, bastando para tanto a prova de que reside no país e que pos-sui domicílio no Estado de São Paulo.

e) ação popular, desde que demonstre a sua qualidade de cidadão e que possui domicílio no Estado de São Paulo.

8. (FCC – TRF3 – 2016) Sobre o disposto nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, é INCORRETO afirmar que é

a) livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, desde que atendi-das as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

b) permitido se reunir pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização ou prévio aviso, desde que a iniciativa não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local.

c) livre a expressão da atividade intelec-tual, artística, científica e de comunica-ção, independentemente de censura ou licença.

d) assegurada, nos termos da lei, a presta-ção de assistência religiosa nos estabe-lecimentos penitenciários.

e) livre a criação de associações e, na for-ma da lei, a de cooperativas, indepen-dentemente de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

9. (FCC – TRT14 – 2016) Um grupo de advoga-dos que trabalham exclusivamente perante a Justiça do Trabalho, deseja criar uma As-sociação visando ajudar trabalhadores ex-clusivos de empresas de telecomunicações. De acordo com a Constituição Federal, a criação de associações

a) depende de autorização expressa do órgão público competente, sendo esta-

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belecida a interferência estatal em seu funcionamento para qualquer hipótese.

b) independe de autorização, sendo esta-belecida a interferência estatal em seu funcionamento em qualquer hipótese.

c) depende de autorização expressa do ór-gão público competente, sendo vedada a interferência estatal em seu funciona-mento.

d) independe de autorização, sendo veda-da a interferência estatal em seu fun-cionamento.

e) depende de autorização expressa do órgão público competente, sendo esta-belecida a interferência estatal em seu funcionamento apenas para verificação da regularidade de seus empregados.

10. (LA SALLE – TEC-ENFERMAGEM – 2016) “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofí-cio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". Esse dispositivo constitucional trata dos:

a) Direitos humanos.b) Direitos sociais.c) Direitos civis.d) Direitos e garantias fundamentais.e) Direitos trabalhistas.

11. (FUNDATEC – SUSEPE – 2014) Analise as as-sertivas abaixo segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, em especial o Art. 5º, que dispõe sobre os direitos e de-veres individuais e coletivos.

I – No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de pro-priedade particular, assegurada ao proprie-tário indenização ulterior, se houver dano.

II – Às presidiárias serão asseguradas con-dições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamen-tação.

III – O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu in-terrogatório policial.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas I e II.c) Apenas I e III.d) Apenas II e III.e) I, II e III.

12. (LA SALLE – GUARDA MUNICIPAL DE CANO-AS – 2015) O art. 5º da Constituição Fede-ral contempla os direitos e garantias funda-mentais do cidadão. Analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa que NÃO traduz os direitos arrolados no art. 5º da Lei Maior:

a) Ninguém será obrigado a fazer ou dei-xar de fazer alguma coisa senão em vir-tude de lei.

b) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

c) É assegurado o direito de resposta, pro-porcional ao agravo, além da indeniza-ção por dano material, moral ou à ima-gem.

d) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garanti-da, na forma da lei, a proteção aos lo-cais de culto e a suas liturgias.

e) É garantida a prevalência dos direitos humanos.

13. (LA SALLE – ASSISTENTE LEGISLATIVO – CA-NOAS – 2014) Assinale a alternativa correta em relação aos direitos e garantias funda-mentais, mais precisamente ao direito de associação.

a) É relativa a liberdade de associação para fins lícitos, posto que sempre con-dicionada à autorização legal.

b) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização; porém, é permitida a inter-ferência estatal em seu funcionamento.

c) As associações só poderão ter suas ati-vidades suspensas por determinação de

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autoridade administrativa investida no poder de punir.

d) Ninguém poderá ser compelido a asso-ciar-se. Todavia, depois de associada, a pessoa só poderá da associação se reti-rar com expressa anuência dos demais associados.

e) As entidades associativas, quando ex-pressamente autorizadas, têm legitimi-dade filiados judicial ou extrajudicial-mente.

14. (LA SALLE – ASSISTENTE LEGISLATIVO – CA-NOAS – 2014) Assinale a alternativa que re-presenta um direito individual e coletivo:

a) Direito à livre a expressão da ativida-de intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

b) Direito ao piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.

c) Direito à irredutibilidade do salário, sal-vo o disposto em convenção ou acordo coletivo.

d) Direito à garantia de salário, nunca infe-rior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

e) Direito ao décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no va-lor da aposentadoria.

15. (LA SALLE – ASSISTENTE LEGISLATIVO – CA-NOAS – 2014) Em relação aos direitos in-dividuais e coletivos, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.

I – Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse parti-cular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so-ciedade e do Estado.

II – É a todos assegurado, independen-temente do pagamento de taxas, entre outros, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ile-galidade ou abuso de poder.

III – A lei não excluirá da apreciação do Po-der Judiciário lesão ou ameaça a direito.

IV – A lei poderá ressalvar o direito adquiri-do, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, quando assim exigir o interesse do Estado.

Das afirmações acima, quais estão corretas?

a) Apenas I, II e III.b) Apenas II e III.c) I, II, lll e lV.d) Apenas I e II.e) Apenas I e III.

Gabarito: 1. E 2. D 3. B 4. C 5. B 6. A 7. C 8. B 9. D 10. D 11. E 12. E 13. E 14. A 15. A

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FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

Introdução

As funções essenciais à justiça, previstas no texto constitucional expressamente a partir do ar-tigo 127 até o artigo 135 da Constituição Federal é composta de quatro instituições fundamen-tais para a efetivação da prestação jurisdicional no Brasil

1. Ministério Público

2. Advocacia Pública

3. Defensoria Pública

4. Advocacia

Apesar do desempenho das suas funções estarem atreladas ao Poder Judiciário, é bom dei-xar claro que não compõem este poder nem exercem função jurisdicional, apenas viabilizam a prestação jurisdicional, cada qual com suas funções.

Costumo dizer que essas quatro instituições funcionam como se fossem advogados, mudando apenas a beneficiário dessa atuação. Desta forma, dizemos que o Ministério Público defende a sociedade e a ordem jurídica, a Advocacia Pública defende o poder público, a defensoria pú-blica defende os hipossuficientes e a advocacia privada defende quem tiver interesse e pague pelos serviços. Em suma, essa é uma diferença básica entre as instituições.

Feitas essas considerações, vamos ao texto constitucional que traz inúmeras regras envolvendo cada uma das instituições.

Ministério Público

CAPÍTULO IVDAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

SEÇÃO IDO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

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§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen-dência funcional.

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, obser-vado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a políti-ca remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do pra-zo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigen-te, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orça-mentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Ministério Público

O Ministério Público possui três princípios institucionais sempre cobrados em prova:

1. Unidade – esse princípio revela que o Ministério Público é uma instituição única chefiada por um procurador geral. Qualquer divisão interna ter caráter meramente funcional;

2. Indivisibilidade – esse princípio diz que um membro nunca age em nome próprio, mas sempre em nome da instituição. Desta forma, é possível realizar a troca de um membro do MP em um processo, pois não é o membro por si mesmo que oficia, mas o MP representado por seus órgãos;

3. Independência funcional – revela tanto a independência dos membros que se sub-metem apenas a lei quanto a independência da instituição, que não está subordinada a nenhum poder.

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I – o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

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c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II – os Ministérios Públicos dos Estados.

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista trí-plice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador--Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permiti-da uma recondução.

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser desti-tuídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministé-rio Público, observadas, relativamente a seus membros:

I – as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegia-do competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegu-rada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II – as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas pro-cessuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magis-tério;

e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitu-cional nº 45, de 2004)

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Ministério Público

Lembre-se: não existe Ministério Público eleitoral. Quem faz esse trabalho é o MPF e o MPE. Outra peculiaridade é que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, é instituição autônoma ao Ministério Público e não possui a mesma natureza deste.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar menciona-da no artigo anterior;

VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalida-de, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de pro-vas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização,

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exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposi-ções desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomea-dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I – o Procurador-Geral da República, que o preside;

II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;

III – três membros do Ministério Público dos Estados;

IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;

V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respecti-vos Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:

I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providên-cias necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, de-terminar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos propor-cionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

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IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Minis-tério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribui-ções que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:

I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Minis-tério Público e dos seus serviços auxiliares;

II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisi-tar servidores de órgãos do Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para re-ceber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Minis-tério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Advocacia Pública

Seção IIDA ADVOCACIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vincula-do, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramen-to jurídico do Poder Executivo.

§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.

§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procu-radoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

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Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Ad-vogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Advocacia Pública

A advocacia pública faz a defesa dos entes públicos. No âmbito da União, está repre-sentada pela Advocacia Geral da União. Ela será responsável pela defesa da União e de todos os poderes da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) bem como prestará consultoria e assessoramento apenas ao Poder Executivo da União.

Advocacia Privada

SEÇÃO IIIDA ADVOCACIA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Advocacia Privada

O Supremo Tribunal Federal já reconheceu a constitucionalidade do exame de ordem como condição para o exercício da advocacia no Brasil.

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Defensoria Pública

SEÇÃO IVDA DEFENSORIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Esta-do, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 80, de 2014)

§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Ter-ritórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus in-tegrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a inde-pendência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo se-rão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

Defensoria Pública

A Defensoria Pública tem como atribuição principal defender os interesses dos pobres e hipossuficientes. É a advocacia gratuita. As Defensorias possuem autonomia para realizarem sua própria gestão razão pela qual não se subordinará a nenhum poder.

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Questões

1. (FUNCAB – ANS – 2016) Em relação às fun-ções essenciais da justiça e correlates prin-cípios, assinale a alternativa correta.

a) Englobam a Advocacia Pública, Defen-soria Pública, Ministério Público e Polí-cias Civil e Militar.

b) Constituem princípios institucionais do Ministério Público a unidade, indivisibi-lidade e dependência funcional.

c) O Ministério Público integra o Poder Ju-diciário, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e promoção dos direitos huma-nos.

d) A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado- Geral da União, de li-vre nomeação pelo Presidente da Repú-blica dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

e) Os membros do Ministério Público não gozam da garantia de irredutibilidade de subsídio.

2. (UECE-CEV – DER-CE – 2016) Assinale a op-ção que apresenta corretamente exemplo(s) de função essencial à Justiça.

a) O Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público.

b) O Legislativo, o Executivo, o Judiciário, o Ministério Público, a Advocacia e a De-fensoria Pública.

c) A União, os Estados e Municípios.d) A Advocacia Pública.

3. (FCC – DPE-RR – 2015) Instituição perma-nente, incumbida da defesa da ordem jurí-dica, do regime democrático e dos interes-ses sociais e individuais indisponíveis.

Tal conceito constitucional refere-se

a) à Advocacia Pública.b) à Defensoria Pública.c) à Ordem dos Advogados do Brasil.d) ao Poder Judiciário.

4. (IBFC – MGS – 2015) Assinale a alternati-va correta considerando as disposições da Constituição Federal sobre o Ministério Pú-blico e a Advocacia Pública.

a) A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da Re-pública dentre cidadãos maiores de de-zoito anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

b) O Conselho Nacional do Ministério Pú-blico compõe-se de doze membros nomeados pelo Presidente da Repúbli-ca, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de quatro anos, ad-mitida uma recondução.

c) Na execução da dívida ativa de nature-za tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

d) A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presiden-te da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Congresso Nacional.

5. (FCC – TRE-AP – 2015) O Ministério Público da União compreende, além do Ministério Público Federal,

a) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e tem por chefe o Promo-tor de Justiça.

b) os Ministérios Públicos dos Estados, e em por chefe o Procurador-Geral da Re-pública.

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c) o Ministério Público do Trabalho, o Mi-nistério Público Militar, o Ministério Pú-blico do Distrito Federal e Territórios, e tem por chefe o Procurador-Geral da República.

d) o Ministério Público do Trabalho, o Mi-nistério Público Militar, o Ministério Pú-blico do Distrito Federal e Territórios, e tem por chefe o Promotor de Justiça.

e) os Ministérios Públicos dos Estados, e tem por chefe o Promotor de Justiça.

6. (FCC – ELETROBRAS – 2016) O Conselho Na-cional do Ministério Público é composto por quatorze membros, dentre eles,

a) quatro membros do Ministério Público da União, e quatro membros do Minis-tério Público dos Estados.

b) dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça.

c) dois advogados, indicados um pela Câ-mara dos Deputados e outro pelo Sena-do Federal.

d) um cidadão de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicado pelo Supre-mo Tribunal Federal.

e) cinco membros do Ministério Público da União, e cinco membros do Ministé-rio Público dos Estados.

7. (UFMT – TJ-MT – 2016) Sobre as funções essenciais à Justiça, de acordo com a Consti-tuição Federal, considere as afirmativas.

I – A destituição do Procurador-Geral da Re-pública por iniciativa do Presidente da Re-pública deve ser precedida de decisão de maioria absoluta do Senado Federal.

II – O Advogado-Geral da União tem seu in-gresso nas carreiras iniciais mediante apro-vação em concurso público de provas e tí-tulos.

III – São princípios institucionais do Ministé-rio Público: a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

IV – É função institucional do Ministério Pú-blico: a defesa extrajudicial dos direitos e in-teresses indígenas.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e III. b) II, III e IV. c) I e III, apenas. d) IV, apenas.

8. (CESPE – DPU – 2016) A respeito do Poder Judiciário e das funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir.

Os princípios institucionais da Defensoria Pública incluem a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (FCC – TRT9 – 2015) Considere as seguintes atividades:

I – Participar de sociedade comercial, na forma da lei.

II – Exercer atividade político partidária.

III – Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública.

Aos integrantes do Ministério Público do Trabalho é VEDADO, constitucionalmente, o constante em

a) I, II e III.b) I e III, apenas.c) I e II, apenas.d) II, apenas.e) III, apenas.

10. (ITAME – CAMARA DE INHUMAS – 2015) Consideradas as funções essenciais à justiça descritas na Constituição Federal, assinale a alternativa correta:

a) São princípios institucionais do Ministé-rio Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

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SUSEPE 2017 – Direito Constitucional – Prof. Daniel Sena

b) A garantia da inamovibilidade é confe-rida de forma expressa pela CF aos pro-curadores.

c) À defensoria pública incumbe a orien-tação jurídica e a defesa daqueles que não desejam pagar por um advogado.

d) É facultado aos membros do Ministério Público exercer atividade político-parti-dária.

Gabarito: 1. D 2. D 3. E 4. C 5. C 6. B 7. C 8. C 9. C 10. A

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SEGURANÇA PÚBLICA

A Constituição Federal, com o intuito de assegurar a preservação da ordem pública e da incolu-midade das pessoas e do patrimônio, estruturou a chamada Segurança Pública. Localizada no artigo 144 da Constituição, a a segurança pública não deve ser confundida com a segurança na-cional, esta executada pelas forças armadas. O instituto que desenvolveremos aqui é responsá-vel pela segurança social cujo dever de garantia é do Estado bem como a titularidade exclusiva na proteção desse direito. É uma atividade essencial na manutenção do estado de democracia social haja vista o estado ter avocado para si essa missão retirando das mãos dos particulares o poder de autotutela. Vejamos agora o que diz o artigo 144 da Constituição:

CAPÍTULO IIIDA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I – polícia federal;

II – polícia rodoviária federal;

III – polícia ferroviária federal;

IV – polícias civis;

V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como ou-tras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o des-caminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estru-turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias fede-rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estru-turado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias fede-rais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos cor-pos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de ati-vidades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exérci-to, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos ór-gãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

Polícia Administrativa X Polícia Judiciária

Se você observar bem, quando se fala em segurança pública, inevitavelmente se fala em polícia. Para de realizarmos uma melhor análise do artigo que rege a segurança pública, faremos uma distinção doutrinária muito importante para o entendimento do assunto. Quais as espécies de polícias de segurança pública que existem na Constituição?

A doutrina tem trabalhado com duas espécies: Policia Administrativa e Polícia Judiciária.

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A Polícia Administrativa, também chamada de polícia preventiva ou ostensiva, é aquela cuja atividade de segurança ocorre antes da infração penal ser cometida. Integram ainda esse rol de polícias preventivas: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal e Corpo de Bombeiro Militar.

Já a Polícia Judiciária é responsável pela atividade repressiva por isso é também chamada de polícia repressiva ou investigativa. Entram no rol de órgãos classificados como polícia judiciária a polícia civil e a polícia federal, sendo a polícia civil a polícia judiciária dos Estados e do Distrito Federal enquanto que a polícia federal é a polícia judiciária da União.

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Questões

1. (FUNDATEC – PGE-RS – 2010) No que tange á disciplina constitucional da segurança pú-blica, analise as seguintes afirmações:

I – A polícia federal é órgão permanente, or-ganizado e mantido pela União e estrutura-do em carreira, que desempenha exclusiva-mente funções de polícia judiciária.

II – As polícias civis são órgãos estaduais que desempenham exclusivamente funções de polícia judiciária, ressalvada a competência da União e a apuração das infrações penais militares.

III – Os Municípios podem constituir guardas municipais, que desempenharão atividades de proteção de bens, serviços e instalações municipais, bem como o patrulhamento os-tensivo das vias municipais.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) Apenas I e III

2. (IADES – PC-DF – 2016) A segurança públi-ca é dever do Estado e direito e responsa-bilidade de todos. É exercida pela Polícia Federal e por outros órgãos, com base na Constituição Federal, para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pes-soas e do patrimônio. Acerca desse tema, assinale a alternativa correta.

a) Juntamente com a Polícia Civil, cabe à Polícia Federal exercer funções de Polí-cia Judiciária da União.

b) A Polícia Federal é um órgão permanen-te, organizado e mantido pela União, e estruturado em carreira que se destina,

na forma da lei, ao patrulhamento os-tensivo das rodovias federais.

c) As Polícias Federais, Militares e os Cor-pos de Bombeiros Militares, as forças auxiliares e a reserva do Exército subor-dinam-se, juntamente com as Polícias Civis, aos governadores dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

d) À Polícia Federal cabe apurar as infra-ções penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, ser-viços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas pú-blicas.

e) Às Polícias Civis incumbe, ressalvada a competência da União, a apuração de infrações penais, incluindo as militares.

3. (FGV – GUARDA MUNICIPAL – 2015) A Constituição de 1988 atribuiu a diversos ór-gãos o dever de zelar pela segurança públi-ca. A respeito da divisão de competências entre esses órgãos, é correto afirmar que:

a) a polícia federal deve realizar o patru-lhamento ostensivo das rodovias fede-rais;

b) a polícia marítima federal é responsável pelas funções de polícia portuária;

c) a polícia aeronáutica federal é respon-sável pelas funções de polícia aeropor-tuária;

d) à guarda municipal incumbe a preserva-ção da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio;

e) as polícias militares realizam a polícia ostensiva e a preservação da ordem pú-blica.

4. (COPESE – GUARDA MUNICIPAL – 2015) So-bre Segurança Pública, considerando o tex-to constitucional vigente no País, é CORRE-TO afirmar:

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a) Ressalvadas a competência da União, cabe à Polícia Civil as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações pe-nais, inclusive as militares.

b) Compete às polícias militares a polícia ostensiva e a preservação da ordem pú-blica

c) A prevenção e a repressão ao tráfico ilí-cito de entorpecentes e drogas afins é de competência da Polícia Rodoviária Federal.

d) Incumbe às guardas municipais a ativi-dade de policiamento ostensivo na área territorial de seus respectivo município, além da proteção dos bens, serviços e instalações da municipalidade.

e) É de competência da Polícia Rodoviária Federal o patrulhamento ostensivo das rodovias federais e estaduais.

5. (FUNIVERSA – PC-DF – 2015) Com relação à defesa do Estado e das instituições demo-cráticas, é correto afirmar que

a) a polícia federal se destina a apurar quaisquer infrações que tenham reper-cussão interestadual ou internacional.

b) a polícia civil pode ser dirigida por qual-quer servidor integrante com carreira de delegado, agente, perito ou escrivão.

c) compete à polícia federal apurar infra-ções penais cometidas contra a União, suas fundações, autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mis-ta.

d) a CF prevê a polícia federal, a polícia rodoviária federal, a polícia ferroviária federal e a polícia aeroportuária federal como órgãos permanentes, estrutura-dos em carreira, organizados e manti-dos pela União.

e) a polícia civil do Distrito Federal, a polí-cia militar do Distrito Federal e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal são organizados e mantidos pela União, mas estão subordinados ao governador do Distrito Federal.

6. (FUNIVERSA – SAPJUS-GO – 2015) Acerca das disposições constitucionais a respeito dos órgãos de segurança pública, assinale a alternativa correta.

a) A polícia federal possui a atribuição de apurar infrações cuja prática tenha re-percussão interestadual e exija repres-são uniforme conforme dispuser a lei, ainda que tais infrações não ocorram em detrimento de bens, serviços e inte-resses da União.

b) Segundo a CF, os municípios podem constituir guardas municipais para su-plementar eventual omissão do Estado em matéria de segurança pública.

c) Segundo a CF, as guardas municipais possuem a atribuição de colaborar com o órgão que atua como polícia judiciária local.

d) Às polícias militares, cabem a polícia os-tensiva, a preservação da ordem públi-ca e a execução de atividades de defesa civil.

e) Às polícias civis, dirigidas por agentes de polícia de carreira, incumbem as funções de polícia judiciária e de patru-lhamento das divisas interestaduais e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

7. (FUNIVERSA – SAPJUS-GO – 2015) De acor-do com a CF, a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio por meio de determinados órgãos. Assinale a alternativa que apresen-ta o(s) órgão(s) que não se encontra(m) enumerado(s) na CF entre os que se desti-nam especificamente à segurança pública.

a) polícia rodoviária federalb) polícia ferroviária federalc) polícias militares e corpos de bombei-

ros militaresd) polícia federale) Forças Armadas

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8. (VUNESP – PC-CE – 2015) Sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públi-cos nas respectivas áreas de competência, a Carta Magna estabelece que prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descami-nho, é uma competência da

a) Polícia Rodoviária Federal.b) Polícia Civil.c) Polícia Militar.d) Guarda Municipal.e) Polícia Federal.

9. (VUNESP - PC-CE - 2015) Às polícias civis, dirigidas _______ , incumbem, ressalva-da a competência da União, as funções de_________e a apuração de _____. A al-ternativa que preenche, correta e respecti-vamente, na ordem, as lacunas é:

a) por delegados de polícia de carreira … polícia judiciária … infrações penais, ex-ceto as militares

b) por delegados de polícia … polícia ju-diciária … infrações penais, inclusive as militares

c) pelos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios … po-lícia judiciária … infrações civis e penais, exceto as militares

d) por policiais civis … polícia ostensiva … infrações penais, exceto as militares

e) pelos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios … polí-cia ostensiva … infrações p enais, inclu-sive as militares

10. Qual destinação da Polícia Federal está IN-CORRETA, dentro das atribuídas pela Cons-tituição Federal?

a) Exercer as funções de polícia marítima.b) Executar atividade de defesa civil.c) Exercer, com exclusividade, as funções

de polícia judiciária da União.d) Apurar infrações penais em detrimento

de bens, serviços e interesses da União.e) Exercer as funções de polícia de frontei-

ras.

Gabarito: 1. B 2. D 3. E 4. B 5. E 6. A 7. E 8. E 9. A 10. B