direito comum e pluralismo jurídico sistema jurídico medieval direito romano (direito comum)...
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Direito comum e pluralismo jurídico
Sistema jurídico medieval
Direito romano (Direito comum)
Direito canónico (Direito comum)
Direitos próprios
Direito romano
• Vigora em “Razão do Império”, em virtude da submissão política à autoridade universal do Imperador;
• Vigora por “imperativo da Razão”, em virtude da crença na sua racionalidade intrínseca, na sua consonância com a “ordem das coisas”, por uma aceitação voluntária da sua razoabilidade, potenciada pelos juristas das Escolas medievais (Glosadores e Comentadores).
Direito canónico
• Vigora em virtude da autoridade universal do Papa;
• Vigora porque tem como fonte primeira as Sagradas Escrituras.
Direitos Próprios(dos Reinos, das Cidades (estatutos), das Corporações, costumes locais,
direitos senhoriais, privilégios pessoais, territoriais e corporativos, etc.)
• Vigoram em virtude da lei Omnis Populi (Digesto, 1,1,1,9);
• Vigoram em virtude da permissão (permissio) ou reconhecimento tácito (tacitus consensus) do Imperador, no Livro da Paz de Constança (1184);
• Vigoram em virtude da submissão política à autoridade dos reis (“O rei que não conhece superior é Imperador no seu Reino”, rex superiorem non recognoscens in regno suo est imperator, Azo, séc. XII)
Direito romano e direito canónico
• Ideal de concórdia: direito romano e direito canónico formavam um único ordenamento normativo mas com duas faces, uma temporal e a outra espiritual, resultando isso do especial parentesco (specialis coniunctio) que existia entre os dois poderes universais;
• Constituíam duas formas complementares de realizar a ordem querida por Deus (utrunque Iuris).
Âmbito de aplicação dos direitos romano e canónico
• O direito romano vigorava como direito comum à Europa nas questões temporais;
• O direito canónico vigorava como direito comum à Europa nas questões espirituais;
• O direito canónico podia intervir nas questões temporais quando a regulamentação temporal pusesse em causa a salvação (de acordo com o critério de pecado, elaborado por Bártolo de Sassoferrato no século XIII).
Âmbito de aplicação dos direitos próprios
• Em virtude do princípio segundo o qual “o particular prefere ao geral”, os direitos próprios prevaleciam sobre o direito comum. Este tinha, face aqueles, o estatuto de direito subsidiário.
• Apesar da regra anterior, a capacidade normativa dos corpos políticos “infra-reinícolas” não podia ultrapassar o âmbito do seu auto-governo (princípio da especialidade).
Conclusão: existe um sistema jurídico medieval?
• Policentrismo: não se pode falar de uma mas de várias ordens jurídicas, espécie de “sub-sistemas”, com o seu espírito próprio, com proveniências diversas, com fontes de legitimidade diversas;
• Ausência de princípios axiomáticos, de “verdades primeiras”, do princípio da “não contradição”: cada ordenamento constitui um “ponto de vista normativo” próprio;
• Abertura a outras ordens normativas: a teologia, a moral, o “senso comum”:
• Flexibilidade: graça e equidade.
• A procura dos princípios comuns a todos os ordenamentos jurídicos, por indução….