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DIREITO CIVIL V. Aula 3 - Casamento. Conteúdo Programático desta aula. Casamento: Conceito; Natureza Jurídica; Características; Finalidade; Casamento civil e casamento religioso; Esponsais Formalidades preliminares do casamento: Habilitação e Pressupostos de existência do casamento. Casamento. - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
DIREITO CIVIL V
Aula 3 - Casamento
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Conteúdo Programático desta aula
Casamento: Conceito;
Natureza Jurídica;
Características; Finalidade;
Casamento civil e casamento
religioso; Esponsais
Formalidades preliminares do
casamento: Habilitação e
Pressupostos de existência do
casamento
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Casamento
Como fato natural, não há dúvidas de que
a família precedeu o casamento. A
estabilização e legalização das uniões
entre homem e
mulher surgiu da necessidade de se impor
exclusividade das relações e da
concentração de grupos de pessoas em
lugares determinados.
Portanto, o casamento, como instituição
social que é, varia de tempos em tempos
e de acordo com a sociedade em que está
inserido.
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No Brasil colônia havia três modalidades de casamento: o católico (Concílio de Trento de 1563); o misto (entre católicos e não-católicos, mas que seguia a orientação do Direito Canônico) e o que unia pessoas de religiões diferentes.
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Casamento e as Constituições
1824 – Não tratou do tema;
1890 - Reconheceu como
casamento apenas o
realizado civilmente;
1934 - proteção foi
estendida ao casamento
religioso capaz de gerar
efeitos civis.
1937; 1946; 1967 e 1988 -
Idem
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O Casamento
“casamento é o vínculo
jurídico entre o homem e
a mulher que se unem
material e
espiritualmente para
constituírem uma família”
(Eduardo de Oliveira Leite,
2005, p. 47)
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Natureza Jurídica do Casamento
1- Contratualista (concepção clássica):
é concepção que remonta ao Direito
Canônico e que permitia que o
casamento fosse considerado como um
contrato. O problema de se atribuir o
caráter contratual (em sentido amplo)
ao casamento é que a sua validade e
eficácia dependeriam exclusivamente
da vontade das partes e poderia ser ele
desfeito, por exemplo, por mero
distrato.
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Natureza Jurídica do Casamento2- Contrato especial (ou de feição
especial): o casamento é um contrato
especial que não se subordina às regras
contratuais gerais, mas a regras
especiais de Direito de Família. Portanto,
a manifestação pura e simples da
vontade dos nubentes não é suficiente
para inseri-lo no mundo jurídico. No
entanto, admiti-lo puramente como
contrato é conferir-lhe uma visão
demasiadamente materialista,
ignorando-se as relações sociais e
espirituais que dele decorrem.
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Natureza Jurídica do Casamento
3- Institucionalista (ou supra-
individualista): considera o casamento
uma instituição social uma vez que se
define num estatuto imperativo pré-
organizado ao qual os nubentes
aderem. No entanto, considerá-lo
meramente instituição significaria
afirmar que as partes simplesmente
aderem a normas impostas pelo Estado.
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Natureza Jurídica do Casamento
4- Híbrida, eclética ou mista:
considera o casamento um ato
complexo e, portanto, seria
contrato ‘sui generis’ na formação
(casamentofonte) e instituição no
conteúdo e na formação
(casamento-estado). É a teoria
que prevalece na doutrina
brasileira
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Características do Casamento
Ato pessoal, garantida a liberdade de
escolha e de manifestação da vontade
(art. 1.542, CC); Ato solene; Normas
são cogentes e visam dar a proteção
deferida pela Constituição Federal;
Estabelece comunhão plena de vida
(art. 1.511, CC) que implica
necessariamente na exclusividade da
união (art. 1.566, I, CC); Representa
união permanente, o que não significa
que seja indissolúvel.
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Finalidade do Casamento
O Código Civil de 2002
prevê a finalidade do
casamento, de acordo
com o artigo 1.511: “O
casamento estabelece
comunhão plena de vida,
com base na igualdade
de direitos e deveres dos
cônjuges.”.
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ESPONSAIS
A jurisprudência tem se manifestado
no sentido de fixar a responsabilidade
extracontratual (art. 186, CC) desde
que presentes os seguintes requisitos:
que a promessa tenha sido séria e
feita livremente pelos noivos; recusa
de cumprir a promessa por parte do
noivo arrependido; ausência de justo
motivo; dano; inexistência de
impedimentos para o casamento.
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CASAMENTO CIVIL E CASAMENTO RELIGIOSO
Dispõe o art. 1.512, CC “o
casamento é civil e gratuita a sua
celebração”. No entanto, o art.
1.516, CC, autoriza o
reconhecimento de efeitos civis
ao casamento religioso que
preencher todas as exigências
legais e for levado ao respectivo
registro.
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Habilitação Para o Casamento
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II- autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
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HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO
Art. 1.526. A habilitação será
feita pessoalmente perante
o oficial do Registro Civil,
com a audiência do
Ministério Público.
Parágrafo único. Caso haja
impugnação do oficial, do
Ministério Público ou de
terceiro, a habilitação será
submetida ao juiz.
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Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
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Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
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Art. 1.531. Cumpridas as
formalidades dos arts. 1.526 e
1.527 e verificada a inexistência
de fato obstativo, o oficial do
registro extrairá o certificado de
habilitação.
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Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado.
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Da Capacidade Para o Casamento
Art. 1.517. O homem e a mulher
com dezesseis anos podem casar,
exigindo-se autorização de ambos
os pais, ou de seus representantes
legais, enquanto não atingida a
maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver
divergência entre os pais, aplica-se
o disposto no parágrafo único do
art. 1.631.
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Art. 1.518. Até à celebração do
casamento podem os pais,
tutores ou curadores revogar a
autorização.
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Art. 1.519. A denegação do
consentimento, quando injusta,
pode ser suprida pelo juiz.
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Art. 1.520. Excepcionalmente,
será permitido o casamento de
quem ainda não alcançou a
idade núbil (art. 1517), para
evitar imposição ou
cumprimento de pena criminal
ou em caso de gravidez.
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Caso Concreto 1Texto de apoio: DINIZ, M.H. Curso de direito
civil brasileiro – direito de família. 18ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 47-51.
Laffayte define esponsais como “a promessa que o homem e a mulher reciprocamente se fazem e aceitam de se casarem em um prazo dado. Ato preliminar, os esponsais têm por fim assegurar a realização do casamento, dificultando, pelas solenidades que o cercam, o arrependimento que não seja fundado em causa justa e ponderosa”.
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A promessa de casamento (hoje mais conhecida como “noivado”) tem origem no Direito Romano e, embora inicialmente no Direito brasileiro (Direito pré-codificado) tivesse natureza contratual cujo inadimplemento resolvia-se em perdas e danos foi instituto esquecido pelo Código Civil de 1916 e 2002.
A grande maioria dos autores entende que no moderno Direito Civil a promessa esponsalícia não cria nenhum vínculo de parentesco e, portanto, tem unicamente o efeito de acarretar responsabilidade extracontratual com fundamento no art. 186, CC.
Então, partindo da premissa que o não cumprimento da promessa de casamento pode gerar responsabilidade extracontratual, analise as decisões abaixo e indique, ao final, se foram decisões acertadas.
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1ª DECISÃO - Indenização – dano moral e gastos efetuados – Promessa de casamento – indeferimento – apelante que contraiu despesas com roupas e produtos pessoais sem qualquer relacionamento de responsabilidade pelo varão – Hipótese de união efêmera (48 dias), sendo a apelante não tão jovem (37 anos) – Não comprovação, ademais de que fosse ingênua ou virgem – Impossibilidade, ainda, de se atribuir responsabilidade pelos gastos com a festa comemorativa do início da união concubinária entre ambos, também por ausência de provas – Improcedência – Recurso não provido. (TJSP – Ap. Cível 140.494-1 – 28/05/91, Rel. Silvério Ribeiro.
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2ª. DECISÃO - O rompimento do noivado é um exercício regular do direito, uma vez que existe a possibilidade de os noivos se arrependerem antes da celebração do casamento. Com esse entendimento, a 13ª Câmara Cível do TJ de Minas Gerais negou o pedido de indenização por danos morais e materiais formulado por uma vendedora de Araxá, Triângulo Mineiro, contra seu ex-noivo. Ele rompeu o relacionamento, 40 dias antes do casamento, marcado para 19 de junho de 2004.
Ela ajuizou a ação, alegando ter sofrido danos morais, uma vez que o ex-noivo desfez o vínculo em razão de comentários infundados que denegriam a sua idoneidade moral.
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Segundo a inicial, ela ficou abalada com as brincadeiras e comentários feitos pela sociedade de Araxá. Pediu também indenização por danos materiais, referentes a despesas com a cerimônia.
Os votos ponderaram que a vendedora não conseguiu demonstrar os danos morais, constatando que o rompimento do noivado ocorreu em condições normais, sem a prática de qualquer ato ofensivo ou ilícito.
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Segundo o relator Elpídio Donizetti, pela ordem jurídica brasileira, o simples rompimento não pode ser considerado ato ilícito. Ao noivo "assiste a possibilidade de se arrepender a qualquer tempo antes da consumação do matrimônio", concluiu.
O voto explica que "não se trata da famigerada hipótese de abandono da noiva ´ao pé do altar´, já que o noivado foi desfeito mais de 40 dias antes da data marcada para o casamento, devendo-se frisar que os convites sequer foram distribuídos", acrescentou o relator.
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Quanto aos danos materiais, os desembargadores constataram que as despesas com o casamento foram partilhadas entre o casal, cada um assumindo os seus ganhos e suas perdas, não havendo o que indenizar. (Proc. n° 1.0040.04.021738-8/001 - com informações do TJMG).
Ambas as notícias foram retiradas do site Espaço Vital.
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Caso Concreto 2Em virtude das fortes chuvas ocorridas em janeiro, Pedro
não consegue chegar ao cartório de São Paulo onde será realizada a cerimônia de seu casamento. Estando sua noiva lá presente, o juiz de paz propõe que Pedro utilize um computador com acesso à Internet e acompanhe a cerimônia ‘on-line’. Feito o acesso, o juiz de paz realiza a cerimônia com a noiva presente e a manifestação de vontade do noivo teletransmitida.
Uma vez que o ordenamento civil brasileiro admite o casamento por procuração, também poderia admitir como válido o casamento ‘virtual’, ou seja, o casamento em que um ou ambos os nubentes não possam estar presentes e utilizam qualquer dos meios de comunicação ‘on-line’ para emitir sua vontade? Fundamente sua resposta destacando quais são os requisitos para o casamento por procuração ‘ad nuptias’.
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DIREITO CIVIL VQuestão objetiva
(TJSP 1999) Homem casado apenas no religioso e que enviuvou, pretende contrair matrimônio com a sogra. Esse casamento:
a) É proibido porque o casamento religioso, mesmo não registrado, produz efeitos como impedimento dirimente público.
b) É permitido porque o casamento religioso não produziu efeitos civis por falta de registro e, portanto, para fins civis é considerado inexistente.
c) É proibido, pois a natureza do primeiro casamento equivale a concubinato, constituindo impedimento dirimente público.
d) É proibido porque o Código Civil veda casamento entre afins em linha reta, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo.
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