direito civil - direito de imagem

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  • 7/24/2019 Direito Civil - direito de imagem

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    O Direito de Imagem e a Constituio

    O direito imagem era necessariamente associado privacidade,

    intimidade e honra, no entanto, aps discusses, esta temtica ganhou maior

    autonomia e passou a ser considerado um ente separado, ainda que haja alguma

    aproimao!

    Di" #ulmar $achin que%

    Trs teorias historicamente buscaram explicar o direito imagem. A

    primeira delas (negativista) no admitia a existncia desse direito. A segunda

    reconhecia sua existncia, mas como relexo de outro instituto !ur"dico (teorias

    airmativas). #or im, a terceira passou a reconhecer a imagem como direito

    aut$nomo, desvinculando de %ual%uer outro instituto !ur"dico.

    &a Constituio $ederal de '()) destacada*se a eist+ncia de tr+s

    ormas de imagem! &o inciso - do art! ./ da Constituio $ederal de '()),

    assegura*se o direito de resposta, proporcional ao agravo, al0m da indeni"ao por

    dano material, moral ou imagem! &o inciso 1 do mesmo artigo, esta2eleceu*se

    que 3so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,

    assegurado o direito a indeni"ao pelo dano material ou moral decorrente de sua

    violao4! 5l0m destes, no inciso 11-III, do mesmo artigo ./, assegura*se, nos

    termos da lei, a proteo s participaes individuais em o2ras coletivas e

    reproduo da imagem e vo" humanas, inclusive nas atividades desportivas! Odireito, portanto, se a" necessrio, pois regulamenta as apropriaes das imagens,

    2em como suas diuses, evitando os a2usos e preservando os chamados Direitos

    de 6ersonalidade!

    7sse direito a2riga duas vertentes% imagem*retrato e imagem*atri2uto!

    &o h relao direta entre as duas!

    5 primeira di" respeito proteo da imagem 8sica e se estende a todas

    as partes do corpo, desde que identiicveis! 7ssa proteo 0 inviolvel, a no ser

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    que haja autori"ao ou que a imagem seja necessria administrao da justia ou

    manuteno da ordem p92lica!

    5 segunda di" respeito 3ao conjunto de caracteres ou qualidadescultivadas pela pessoa, reconhecidos socialmente4, como di" :aria ;elena Dini"!

    7m outras palavras, 0 a imagem constitu8da pela pessoa dentro do seu conv8vio

    pessoal!

    5ssim di" noma contra a simples utili"ao no consentida da simples

    imagem, como igualmente pode encontrar*se atrelada a outros valores como a

    reputao ou honra2ilidade do retratado4!

    5nalogia com o crime ormal

    ? importante salientar que a simples captao da imagem no autori"ada

    j caracteri"a ato il8cito! 5 reproduo da imagem sem permisso ampliica o dano e

    a utili"ao para ins econ>micos intensiica*o ainda mais!

    6ode*se a"er uma analogia com o crime ormal, pois a lei se antecipa

    antes que ocorra o dano!

    Conlito entre os direitos% li2erdade de epresso e imagem

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    O direito a li2erdade de epresso 0 undamental, mas ele no deve ser

    tomado como a2soluto! &o conlito entre esses direitos, deve*se ater ao princ8pio da

    proporcionalidade! Como o direito a imagem 0 personal8ssimo, entende*se que ele

    deve prevalecer so2re o direito a li2erdade de imprensa, a no ser que haja

    necessidade de privilegiar o interesse p92lico!

    6ara Celso @i2eiro Aastos%

    3? cil imaginar que eercido irresponsavelmente, este direitotornar*se*ia uma onte de tormento aos indiv8duos nasociedade! 5 todo instante poderiam ser o2jeto de inormaesinver8dicas, de epresses valorativas de conte9do negativo,tudo isso sem qualquer 2ene8cio social, mas com a inevitvelconsequ+ncia de causar danos morais e patrimoniais spessoas reeridas!4

    Bm eemplo de a2uso muito comum cometido por ve8culos de imprensa,

    especialmente os sensacionalistas, 0 a divulgao da imagem de uma pessoa

    suspeita de um crime como se osse autora! rata*se de um desrespeito, tanto a

    imagem, como ao princ8pio de presuno de inoc+ncia!

    7m um caso assim, o ri2unal de ustia de =o 6aulo risou que%

    3Indeni"ao! @esponsa2ilidade Civil! Eei de Imprensa! Dano moral!

    Imagem! 7posio indevida pela imprensa! =uspeita de autoria de crime hediondo

    no conirmada! 6u2licao de nova not8cia so2re aus+ncia de prova do delito!

    IrrelevFncia! Culpa maniesta! 5o procedente! =entena conirmada!

    @esponsa2ilidade Civil! Dano moral! Divulgao, pela imprensa, de otograia do

    autor, como suspeito de latroc8nio! 5utoria do crime, logo em seguida, no

    conirmada, com aluso ao atingido! Oensa honra e dignidade da pessoa

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    atingida! IrrelevFncia de pu2licada outra not8cia, mais tarde, pelo mesmo rgo,

    dando conta de no o2tida prova de autoria contra o demandante! Culpa maniesta,

    na divulgao da primeira not8cia e da otograia do apontado como suspeito, antes

    do desenvolvimento das investigaes so2re o crime! Dano moral maniesto e de

    intuitivo reconhecimento! Indeni"ao iada, dentro de parFmetros aceitveis, no

    comportando aumento nem reduo! @ecursos principal e adesivo no providos!4

    5 not8cia no pode ser passada de orma a2usiva! Outro eemplo de dano

    imagem comumente cometido por ve8culos de comunicao 0 revelar o nome ou

    epor oto de adolescente que tenha cometido ato inracional! Isso 0 uma violao

    ao 7statuto da Criana e do 5dolescente!

    O =upremo ri2unal de ustia decidiu%

    36rocesso Civil! 5o indeni"atria! Dano imagem! &ot8cia de crime!

    -eiculao da oto e do nome de menor! 6roi2io! 7statuto da Criana e do

    5dolescente! 6etio inicial mal ormulada! Caracteri"ao do autor da ao!

    Ilegitimidade! 6reliminar aastada! 6recedente! @ecurso acolhido! I * O direito

    imagem constitui direito personal8ssimo, protegendo o interesse que tem a pessoa

    de opor*se divulgao de sua imagem, em proteo sua vida privada! 5

    legitimidade ativa, portanto, 0 da prpria pessoa que teve sua imagemindevidamente veiculada, que em ju8"o pode ser representada ou assistida por quem

    de direito! II * &o o2stante a deici+ncia t0cnica na redao da petio inicial,

    depreende*se dos autos que o autor da ao indeni"atria 0 o menor, estando o pai

    apenas como assistente, no se justiicando, assim, a etino do processo por

    ilegitimidade ativa, em o2s0quio ao ormalismo que o processo contemporFneo

    repudia! III * O processo contemporFneo h muito que repudia o ormalismo

    eacer2ado, recomendando o aproveitamento dos autos sanveis, adotando a regra

    retratada no 2rocardo pas de nullit0 sans grie! 7 j pertence ao anedotrio da

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    histria processual a nulidade declarada to*s pelo uso da palavra vitis GvideiraH em

    ve" da palavra ar2or GrvoreH!4