direito civil - aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados...

43
AULA DEMONSTRATIVA

Upload: truongkhue

Post on 20-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

AULA DEMONSTRATIVA

Page 2: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 2

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO E RESUMO DA LINDB ........................................................... 5

1. FONTES DO DIREITO CIVIL ...................................................................... 5

1.1 Fontes Indiretas ............................................................................... 6

1 .2.1 Costumes................................................................................ 6

1.2.2 Lei ............................................................................................ 7

2. VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO .........................................................8/21

3. REGRAS DE DIREITO INTERNACIONAL .................................................. 22

QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................ 27

QUESTÕES PARA TREINAR ....................................................................... 45

Page 3: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 3AULA DEMONSTRATIVA!

JOÃO LELESAnalista de Planejamento e Orçamento do Ministério Público da União, aprovado no concurso de 2013, é pós-graduado em Contabilidade Pública e Lei de Responsabilidade Fiscal. É pro-fessor em cursos de graduação em Direito, cursos promovidos pelo Ministério Público, e de preparatórios para concursos, também é palestrante sobre técnicas de escrita e de apren-dizado. Já foi Técnico de Orçamento do Ministério Público da União (aprovado em 16º lugar) e Analista Jurídico da Agência Nacional de Transporte Terrestres (aprovado em 13º lugar), com lotação na Superintendência de Gestão e atuação na ge-rência de Licitações e Contratos.

Olá, futuros servidores públicos!

Antes de entrarmos efe� vamente no conteúdo do nosso curso, gostaria de dizer a vocês sobre o processo de estudo para concursos públicos. Ele é geralmente dividido em três etapas: APRENDIZADO do conteúdo; APLICAÇÃO do conhecimento por meio da resolução de exercícios; e REVISÃO da matéria, por meio de esquemas, resumos, releitura e repe� ção de exercícios já resolvidos.

Esse ciclo é necessário e traz resultados efe� vos para quem o aplica. É o que se costuma chamar de � me vencedor, ou seja (repe� ndo), APRENDIZADO – APLICAÇÃO – REVISÃO.

O nosso curso se dedica a esses três requisitos:

• Exposição teórica de forma completa, simples e obje� va, com a linguagem mais acessível possível.

• Exercícios resolvidos e comentados.

• Não há a exigência de conhecimentos prévios. O curso é voltado tanto para pessoas que nunca estudaram o assunto quanto para o aluno mais avançado.

Page 4: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 4

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

Não se esqueçam que é importante saber a literalidade da lei, pois muitas vezes cai o texto literal da lei no enunciado da questão. E ainda assim o candidato deve tomar cuidado, pois o examinador costuma elaborar um enunciado grande com apenas uma palavra diferente do texto legal, tornando, com isso, a afi rmação errada. Além disso, costuma-se exigir orientações doutrinárias dominantes e jurisprudências atuais, em especial do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Jus� ça.

Quero dizer que o nosso curso engloba tudo isso! Vamos “esmiuçar” os ins� tutos legais para que o aluno aprimore a aprendizagem e interprete muito bem cada questão.

Vamos começar então!

Page 5: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 5AULA DEMONSTRATIVA!

INTRODUÇÃO E RESUMO DA LINDB

O Decreto-Lei n° 4.657/42 � nha a defi nição de “Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro”. Pois bem... a Lei n° 12.376 de 31 de dezembro de 2010 alterou esse nome para Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Ou seja, houve uma lei apenas para alterar o nome da lei. Nada mudou em seu conteúdo. Atualmente, portanto, a sigla deste conteúdo passou a ser LINDB, e não LICC.

A Lei de Introdução não é parte integrante do Código Civil. Como diz seu próprio nome, suas normas são aplicáveis não só ao Direito Civil, mas também a todo nosso ordenamento jurídico (evidentemente que respeitadas as peculiaridades de cada ma-téria).

1. FONTES DO DIREITO CIVIL

• Fontes formais: formadas pela lei, a analogia, os costumes e os princípios ge-rais de direito. Lembrem-se que no Brasil a lei é a principal fonte de Direito. As demais são apenas formas acessórias. Mas nem por isso são menos impor-tantes, especialmente para fi ns de concurso.

• Fontes não formais: formadas pela doutrina e pela jurisprudência.

Para outra corrente doutrinária, a classifi cação é um pouco diferente:

• Fontes diretas ou imediatas: são as que geram por si mesmas a regra jurídi-ca (lei e costumes). Observem que esta classifi cação possui um caráter mais restrito, pois não menciona a analogia e os princípios gerais de direito, que seriam formas de integração (e não fontes) da norma jurídica.

• Fontes indiretas ou mediatas: são as que não geram por si mesmas a regra jurídica, mas contribuem para que a mesma seja elaborada (doutrina e juris-prudência).

Page 6: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 6

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

1.1 Fontes Indiretas

Doutrina é a interpretação da lei feita pelos estudiosos da matéria. Também é chamada de Direito Cien� fi co.

Jurisprudência é a interpretação da lei feita pelos juízes em suas decisões. Como fonte de direito podemos dizer que a jurisprudência é o conjunto uniforme, constante e pacífi co das decisões judiciais sobre determinada matéria em determinado sen� -do. “Uma andorinha não faz verão” e, da mesma maneira, uma decisão solitária não cons� tui jurisprudência. Por isso, é necessário que as decisões se repitam e sem va-riações de fundo. Costuma-se usar o termo “jurisprudência mansa e pacífi ca” quando as decisões não sofrem alterações em julgados da mesma natureza. A jurisprudência é fonte indireta de direito porque muitas vezes cria soluções não encontradas na lei ou em outras fontes.

É possível que a par� r de agora a jurisprudência tenha maior relevância no cenário do Direito, pois a chamada “Reforma do Poder Judiciário” (Emenda Cons� tucional n° 45/04) aprovou a “Súmula de Efeitos Vinculantes”. Há uma grande discussão a respeito do tema, dividindo os autores a respeito dos “prós e contras” do disposi� vo, pois por um lado ela “engessaria” a magistratura, tornando o direito está� co, impossibilitando a interpretação do Juiz e afetando sua independência. Mas por outro lado dará uma melhor igualdade sistêmica, conferindo maior homogeneidade nas decisões judiciais e limitando o excessivo número de recursos para matérias que já foram amplamente deba� das, desafogando o Poder Judiciário.

1.2 Fontes Diretas

Falemos, agora sobre as Fontes Diretas, que são as mais importantes para nosso sistema jurídico e, por isso mais complexas exigindo um estudo mais aprofundado:

1 .2.1 Costumes

Costume é o uso reiterado, constante, notório e uniforme de uma conduta, na convicção de ela (a conduta) ser obrigatória.

Page 7: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 7AULA DEMONSTRATIVA!

1.2.2 Lei

É a principal fonte de Direito no Brasil. E� mologicamente o vocábulo lei é ori-ginário do verbo la� no leaere = eleger, escolher (em sen� do fi gurado seria a escolha de uma determinada regra dentro de um conjunto). A lei pode ser defi nida de vários modos. Para conceituá-la adotamos o ensinamento da Professora Maria Helena Diniz: Lei é a norma imposta pelo Estado e tornada obrigatória na sua observância, assumindo forma coa� va. Também podemos conceituá-la como sendo um preceito jurídico escrito formulado por meio de um processo previamente defi nido pela autoridade compe-tente, sendo ins� tuidora de uma ordem jurídica, impondo-se coerci� vamente a todos (somente o Estado detém o monopólio da força coerci� va), protegendo interesses e norma� zando as ações.

Trata-se de uma norma jurídica escrita, elaborada pelo Poder Legisla� vo, por meio de um processo adequado, de caráter geral e obrigatório.

Caracterís� cas da Lei

• Generalidade: não se dirige a um caso par� cular, mas a um número inde-terminado de indivíduos, tendo-se em vista o seu caráter abstrato (pode ser des� nada a todos os cidadãos em geral ou a uma categoria de pessoas, como o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar ou o Estatuto dos Funcionários Civis).

• Impera� vidade: impõe um dever, uma conduta a ser observada pelos indiví-duos. Trata-se de ordem, quando exige a prá� ca de uma ação ou uma proibi-ção quando exige uma abstenção.

• Autorizamento: autoriza que o lesado pela violação exija o seu cumprimento ou a reparação pelo mal causado.

• Permanência: a lei não se exaure numa só aplicação; ela perdura até que seja revogada por outra. Mas algumas normas são temporárias, como por exem-plo, as disposições transitórias de uma lei, as leis orçamentárias etc.

Page 8: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 8

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

• Competência: como a lei é um ato do Estado, deve emanar de autoridade competente, ou seja, respeitando o processo legisla� vo previsto na Cons� tui-ção.

2. VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO

As leis também possuem um ciclo vital: nascem, aplicam-se a determinadas situa-ções, podem ser modifi cadas e “morrem”. São regidas por dois princípios fundamentais:

a) Princípio da obrigatoriedade das leis (também chamado de princípio da ines-cusabilidade da ignorância das leis).

Publicada a lei, ninguém se escusa de cumpri-la alegando que não a conhece (art. 3o, LINDB), tornando-se obrigatória para todos os seus des� natários (ignoranti a legis neminem excusat).

Ocorre que a alegação de desconhecimento da lei não é uma regra absoluta. O erro de direito apesar de não poder ser alegado pela LINDB, pode ser invocado, por expressa disposição do art. 139, III, CC, em situações especiais, e desde que não haja intenção de furtar-se ao cumprimento da lei (serve para jus� fi car a boa-fé no descum-primento de um contrato).

Concluindo... Para a LINDB o desconhecimento da lei não pode ser alegado como escusa de seu cumprimento. Para o Código Civil tal alegação é admissível em situações especialíssimas.

b) Princípio da con� nuidade das leis

A par� r de sua vigência, a lei tem efi cácia con� nua, até que outra a modifi que ou revogue (embora possam exis� r “leis temporárias”, conforme veremos adiante: art. 2o, LINDB). O desuso ou o decurso de tempo, não fazem com que a lei perca sua efi cácia.

Page 9: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 9AULA DEMONSTRATIVA!

Regras da Lindb sobre o Início da Obrigatoriedade das Leis

Primeira Regra. Salvo disposição em contrário, uma lei começa a vigorar, em todo o País, quarenta e cinco dias depois de ofi cialmente publicada (art. Io, caput, LINDB). Essa regra não é absoluta, pois na prá� ca quase todas as leis contêm em seu texto disposição que elas entram em vigor “na data de sua publicação”.

O espaço compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vigor (quando há esse espaço de tempo) denomina-se vacati o legis. Trata-se de uma expressão la� na, muito comum em concursos, que signifi ca “vacância da lei”. Geralmente este prazo é estabelecido para melhor divulgação dos textos legais e adaptação dos cidadãos, para que sejam melhor compreendidos antes que entrem em vigor e se tornem obrigató-rios e para que os órgãos da administração se aparelhem melhor ao novo texto legal. Enquanto não transcorrido esse período, a lei nova, ainda que já publicada, não tem força obrigatória ou vinculante. Observem: a norma é válida, mas ainda não é vigente.

Quanto ao prazo de vacati o legis, as leis podem ser classifi cadas em:

a) Lei com vacati o legis expressa: a própria lei faz referência ao seu período de vacati o.

b) Lei com vacati o legis tácita: o texto da lei é omisso em relação ao momento em que ela entra em vigor; neste caso ela passará a vigorar 45 dias após a pu-blicação; é a regra teórica do art. Io, caput, LINDB (raríssimo de se encontrar na prá� ca).

c) Lei sem prazo de vacati o legis: a lei entra em vigor na data de sua publicação, devendo esta frase constar de seu texto.

Segunda Regra. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admi� da, se inicia três meses depois de ofi cialmente publicada (art. Io, §1° da LINDB). Isto é, se uma lei for editada no Brasil, para sur� r efeitos no estrangeiro (em geral, quando cuida de atribuição de ministros, embaixadores, cônsules, convenções de direito internacional etc.), ela somente entrará em vigor 03 (três) meses após a sua publicação, caso seja omissa quanto a isso.

Page 10: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 10

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

Terceira Regra. Uma lei pode ter sido publicada com algum erro substancial, implicando em uma divergência de aplicabilidade (geralmente são erros materiais ou falhas de ortografi a). O art. Io, §3° da LINDB determina que “se antes de entrar em vi-gor ocorrer nova publicação desta lei, des� nada à correção de seu texto, o prazo deste ar� go e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação”. Exemplo: uma lei foi publicada em determinado dia e é omissa em relação ao dia que entrará em vigor. Assim, somente entrará em vigor 45 dias após a publicação. Vinte dias depois de publicada (portanto, ainda estamos no curso do prazo de vacati o legis), alguém notou que houve um erro no texto da lei. Desta forma, ela deve ser republicada. E aquele prazo de 45 dias recomeça a contar; inicia-se novamente a contagem do prazo de va-cati o a par� r do dia da republicação da lei. Notem que con� nua sendo a mesma lei.

Quarta Regra. As emendas e correções de texto de lei que já tenha entrado em vigor consideram-se lei nova (art. Io, §4°, LINDB). Exemplo: uma lei foi publicada, cum-priu o prazo de vacati o legis e entrou em vigor. Alguns dias depois, um erro foi notado. Neste caso, quando houver a “republicação”, esta será considerada como lei nova, sendo necessário um novo processo legisla� vo.

Questão Polêmica

Digamos que uma lei esteja no período de vacati o legis e quase no fi nal do prazo ela foi republicada com algumas modifi cações. Pergunta-se: a lei inteira deve cumprir novo prazo de vacati o? Ou aplica-se o novo prazo de vacati o apenas àquilo que foi modifi cado pela nova publicação? A professora Maria Helena Di-niz, em sua obra, “Lei de Introdução ao Código Civil Interpretada”, pondera que:

“Se apenas uma parte da lei for corrigida o prazo recomeçará a fl uir somente para a parte re� fi cada, pois seria inadmissível, no que a� na à parte certa, um prazo de espera excedente ao li-mite imposto para o início dos efeitos legais, salvo se a re� fi ca-ção afetar integralmente o espírito da norma” (grifos meus).

Page 11: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 11AULA DEMONSTRATIVA!

Portanto, diante dessa situação, devemos analisar cada caso em concreto. Se a parte corrigida afetar a norma de uma forma geral, a lei inteira deve esperar o novo prazo de vacati o. Mas se a parte corrigida não afetar o espírito da lei ou for indepen-dente em relação a ela, nada impede que a lei entre em vigor, excetuada a parte que foi modifi cada, recomeçando-se o prazo de vacati o apenas naquilo que foi modifi cado.

Fim da Obrigatoriedade das Leis

Não se des� nando à vigência temporária, uma lei terá vigor até que outra a mo-difi que ou a revogue. É o que dispõe o art. 2o, caput, LINDB, que podemos chamar de efi cácia con� nua, ou seja, o desuso não implica em perda de vigência.

No entanto, algumas leis são expedidas com prazo de duração. Nestes casos a lei possui vigência temporária. Ex.: Leis Orçamentárias, cujo período de vigência é de 1 ano.

Expressões Importantes

1) A� vidade: é o fenômeno jurídico pelo qual a lei regula todas as situações du-rante o seu período de vida (vigência). É a regra em nosso Direito.

2) Extra-a� vidade: ocorre quando uma lei regula situações fora do seu período de vigência. Trata da exceção em nosso Direito. A extra-a� vidade pode abran-ger situações passadas e/ou futuras. Portanto, possui duas espécies:

a) Retroa� vidade: a lei regula situações que ocorreram antes do início de sua vigência.

b) Ultra� vidade: a lei foi revogada, mas con� nua sendo aplicada em relação aos fatos ocorridos durante o seu período de vida.

Repris� nação

Preceitua o art. 2o, §3° da LINDB que a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo disposição em contrário. Ex.: Se a Lei “A” é revoga-da pela Lei “B” e posteriormente a Lei “B” é revogada pela Lei “C”, não se restabelece

Page 12: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 12

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

a vigência da Lei “A”. No Brasil não há repris� nação ou restauração automá� ca da lei velha, se a lei mais nova foi revogada.

Repris� nação X Efeito Repris� natório

O efeito repris� natório advém do controle de cons� tucionalidade, por meio da atuação do Poder Judiciário. Ex.: foi editada a Lei “A”. Posteriormente foi editada a Lei “B” que revogou a lei “A”. Tempos depois, a Lei “B” foi considerada incons� tucional pelo Supremo Tribunal Federal. Neste caso a Lei “A” volta a vigorar.

Leis Gerais e Especiais

Outro item que vem caindo muito em concursos é a regra disposta no art. 1°, §2° da LINDB: “a lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifi ca a lei anterior”. Este disposi� vo consagrou o que se costuma chamar de Princípio da Conciliação.

Explicando. Lei geral é a que aborda todo um ramo do Direito (ex.: Código Civil). Norma especial é aquela que tem um conteúdo especializado dentro de certo ramo (ex.: Lei do Inquilinato, do Condomínio, etc., em relação ao Código Civil). Como regra a norma geral não revoga a especial e a norma especial não revoga a geral. Quando a lei especial regula determinada matéria que também está prevista num Código, contendo outras disposições que não se encontram no Código e que não o contradizem, ambas con� nuam em vigor; coexistem.

Confl ito das Normas no Tempo

Quando uma norma é modifi cada por outra e já se haviam formado relações jurí-dicas na vigência da lei anterior, podem surgir confl itos. Qual norma deve ser aplicada a um caso concreto? O chamado direito intertemporal visa solucionar esses confl itos. Para tanto são usados dois critérios: a) disposições transitórias; b) princípio da irre-troa� vidade das leis.

a) Disposições Transitórias (ou direito intertemporal). A lei, para evitar even-tuais e futuros confl itos, em seu próprio corpo, geralmente ao fi nal, pode

Page 13: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 13AULA DEMONSTRATIVA!

estabelecer regras temporárias, des� nadas a dirimir confl itos entre a nova lei e a an� ga.

b) Irretroa� vidade das Leis. Uma lei é expedida para disciplinar fatos futuros, a par� r de sua vigência em diante (chamamos isso de efeito ex nunc). A re-gra no Brasil é a irretroa� vidade das leis, ou seja, elas não se aplicam às situações cons� tuídas anteriormente. Trata-se de um princípio que visa dar estabilidade e segurança ao ordenamento jurídico preservando situações já consolidadas sob a lei an� ga, em que o interesse par� cular deve prevalecer. Isso é chamado de princípio da intangibilidade das situações jurídicas defi ni� -vamente consolidadas.

No entanto, há casos em que a lei nova pode retroagir, alcançando consequências jurídicas de fatos efetuados sob a égide de lei anterior. Portanto, apesar da irretroa-� vidade ser um princípio cons� tucional, não é absoluto. Há um duplo fundamento (cons� tucional e infracons� tucional) para isso: a) o art. 5o, XXXVI, CF/88 prevê que “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”; b) de forma parecida, prevê o art. 6o, LINDB que: “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”.

Vejamos agora o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

1) Ato Jurídico Perfeito

Segundo o art. 6o, §1°, LINDB “reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou”. Ex.: comprei um carro, paguei por ele e o vendedor o entregou a mim, transferindo a documentação. Tudo resolvido! Se uma lei posterior proibir esse � po de venda, a lei não irá a� ngir nosso contrato.

2) Direito Adquirido

Segundo o art. 6o, §2°, LINDB, “consideram-se adquiridos os direitos que o seu � tular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fi xo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem”.

Page 14: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 14

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

Exemplo: Pessoa se aposentou e logo a seguir entrou em vigor uma lei que am-pliou o prazo de aposentadoria. Essa pessoa não será a� ngida pela nova lei. O direito não só foi adquirido, como exercido, havendo uma relação jurídica consumada que não pode mais gerar ques� onamentos.

3) Coisa Julgada

Segundo o art. 6o, §3°, LINDB “chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso” (transitou em julgado). É interessante acrescentar que mesmo após o trânsito em julgado de uma decisão, ela ainda pode ser modifi cada, por meio de uma revisão criminal ou ação rescisória. No entanto estes expedientes não são propriamente “recursos”, mas sim ações autônomas.

Interpretação das Leis

Aparecendo uma ambiguidade no texto, má redação, imperfeição ou falta de técnica, haverá a atuação do intérprete, para pesquisar o verdadeiro sen� do que o legislador quis estatuir. Surge então a hermenêu� ca, que é a teoria cien� fi ca da arte de interpretar: descobrir o sen� do da norma jurídica e fi xar o seu alcance.

Critérios de interpretação das leis:

1. Quanto às Fontes ou Origem (ou quanto ao agente que a realiza)

a) Autên� ca: feita pelo próprio legislador aclarando, no próprio texto ou em ou-tra espécie norma� va, o sen� do e o alcance da norma (um exemplo muito citado é o art. 327 do Código Penal, em que o próprio legislador interpreta o sen� do da expressão “funcionário público no âmbito penal”).

b) Doutrinária (ou cien� fi ca): feita pelos estudiosos da matéria em obras ou pa-receres.

c) Jurisprudencial (ou judicial): feita por nossos Juízes ou Tribunais ao decidirem um caso concreto que lhe é subme� do a julgamento (ex.: um acórdão ou uma súmula do STJ ou STF).

Page 15: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 15AULA DEMONSTRATIVA!

2. Quanto ao Método ou Meio u� lizado

a) Grama� cal (ou literal): são observadas as regras de linguís� ca; examina-se cada expressão, o sen� do das palavras, a colocação dos vocábulos, a origem e� mológica, pontuação, etc. É a mais pobre das técnicas.

b) Lógica (ou racional): busca-se, por meio de um raciocínio lógico, o signifi cado, o sen� do, a fi nalidade e o alcance da norma nos fatos e mo� vos polí� cos, his-tóricos e ideológicos que culminaram na sua criação.

c) Sistemá� ca (ou orgânica): compara a lei considerando-a como parte integran-te de todo um sistema jurídico (e não isolada no mundo jurídico); a norma deve ser analisada em seu conjunto (e não apenas um disposi� vo isolado) e em consonância com as demais normas, pertencente a um sistema jurídico (e não de forma isolada).

d) Ontológica: busca-se a essência da lei, sua razão de ser, a rati o legis ou o pro-pósito da edição da norma. Ex.: O Código de Defesa do Consumidor (CDC) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) têm como obje� vo a proteção destas pessoas em especial.

e) Histórica (ou inves� ga� va): pesquisam-se os fatos que antecederam a norma, as circunstâncias ou o contexto polí� co-jurídico em que a norma foi editada (histórico do processo legisla� vo).

f) Sociológica, teleológica ou fi nalís� ca: é a que busca o fi m (tetos) da norma. Adapta o sen� do ou a fi nalidade da norma às novas exigências sociais. Para nós, que estamos estudando para concursos, esta é a principal forma de inter-pretação (há maior incidência nas provas). Até porque há uma previsão, ain-da que indireta, no próprio art. 5o, LINDB. Este disposi� vo indica o caminho que um Juiz deve seguir: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fi ns sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

Page 16: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 16

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

3. Quanto aos Resultados

a) Extensiva (ou amplia� va): o intérprete conclui que o alcance da norma é mais amplo do que indicam os termos da lei. Nesse caso, diz-se que o legislador es-creveu menos do que queria dizer e o intérprete alarga o campo de incidência da norma, aplicando-a a situações que não estão textualmente escritas. Ex.: o legislador usa o termo “fi lhos”, mas queria dizer “descendentes”, abrangendo não só os fi lhos, como netos, bisnetos, etc.

b) Restri� va: o intérprete restringe o sen� do da norma ou limita sua incidência, concluindo que o legislador escreveu mais do que realmente pretendia dizer. O intérprete elimina a amplitude das palavras.

c) Declara� va (ou especifi cadora): a letra da lei corresponde exatamente ao pensamento do legislador, não sendo necessária (em tese) qualquer forma de interpretação; não se amplia e nem se restringe seu alcance.

Integração da Norma Jurídica - Preenchimento das Lacunas

De uma forma geral, a lei procura prever e disciplinar todas as situações impor-tantes às relações individuais e sociais. Chamamos de SUBSUNÇÃO quando um caso concreto se enquadra à hipótese prevista na norma legal em abstrato. Mas muitas vezes o legislador não consegue prever todas as situações que uma norma pode criar.

Esgotados os critérios interpreta� vos sem resultados, cumpre ao aplicador da lei suprir a lacuna encontrada, recorrendo, aí sim, aos meios de integração (ou colmatação) da norma jurídica, ou seja: à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do direito. Estes são os meios suple� vos de preencher as lacunas da lei, � das como “ferramen-tas de correção do sistema”. Observem que há uma ordem preferencial na u� lização desses métodos de integração da norma jurídica. No entanto não se pode afi rmar que haja uma rígida hierarquia entre eles, pois o Juiz pode se valer de todos eles conforme seu critério discricionário, de oportunidade e conveniência ao caso concreto. Vejamos cada um deles:

Page 17: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 17AULA DEMONSTRATIVA!

1) Analogia: aplicação de disposi� vos legais rela� vos a outro caso dis� nto, porém semelhante, ante a ausência de normas que regulem o caso concreto apresentado à apreciação jurisdicional.

2) Costumes: Costume é o uso reiterado, constante, notório e uniforme de uma conduta, na convicção de ser a mesma (a conduta) obrigatória. Em outras palavras: é uma prá� ca que se estabelece por força do hábito, com convicção.

Elementos:

a) Obje� vo: uso reiterado e uniforme de um comportamento;

b) Subje� vo: convicção de que o mesmo é obrigatório.

Um ó� mo exemplo que podemos citar sobre os costumes são as fi las. Elas não estão previstas na lei, mas a sua reiterada prá� ca em nosso dia a dia, cria a convicção de sua obrigatoriedade.

3) Princípios gerais de direito: não sendo solucionada a lacuna com a analogia e os costumes, aplicam-se então os princípios gerais de direito. Na verdade, eles nada mais são do que regras que se encontram na consciência dos povos, mesmo que não sejam escritas. Já caiu em concurso público a seguinte afi rmação, considerada correta: “os princípios gerais de direito são normas de valor genérico que orientam a compreensão do ordenamento jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou não posi� vados”.

CUIDADO COM A EQUIDADE!

EQUIDADE consiste na adaptação razoável de uma regra existente a um caso concreto, observando-se os critérios de jus� ça e igualdade (isonomia). Na re-alidade trata-se do uso do “bom senso”. Muitos a chamam de “jus� ça do caso concreto”.

Tomem muito cuidado com a forma pela qual a questão da prova é elaborada. Se ela fi zer menção expressa à Lei de Introdução, a equidade não é um meio de suprir a lacuna da lei, pois o art. 4o, LINDB, não a menciona no seu texto. No entanto, analisando

Page 18: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 18

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

nosso sistema jurídico como um todo, não há dúvidas de que ela é aplicável, podendo auxiliar o Juiz nesta missão.

An� nomia - Confl ito entre Normas

An� nomia, também chamada de “lacuna de confl ito”, é a presença de duas ou mais normas confl itantes, válidas e emanadas de autoridade competente, sem que a lei afi rme qual delas deva ser aplicada a um caso concreto; há uma incompa� bilidade entre o conteúdo das normas. A an� nomia pode ser:

a) Real (ou lacuna de colisão): quando não há na ordem jurídica qualquer crité-rio norma� vo para solucionar o impasse. Aplicando-se uma norma, viola-se outra. E vice-versa. Somente se elimina este � po de an� nomia com a edição de uma nova norma. Na prá� ca, o Juiz acaba harmonizando os disposi� vos ou simplesmente eliminando uma das normas de colisão, com base nos arts. 4o e 5o da LINDB, conforme o caso concreto; é o que a doutrina chama de inter-pretação corre� va.

b) Aparente: quando os critérios para a solução forem as normas integrantes do próprio ordenamento jurídico. Observem que nesta hipótese o confl ito é apenas aparente, sendo que uma das normas será aplicada ao caso concreto. Para isso, existem alguns critérios para a solução e eliminação deste confl ito. Vejamos:

Critérios para solução do confl ito aparente

• Hierárquico (/ex superior derogat legi inferiori): é o primeiro a ser aplicado, baseado na superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre outra. Ve-rifi ca-se qual das normas em confl ito é superior, independentemente da data de sua publicação. Ex.: a Cons� tuição Federal se sobrepõe a todas as demais espécies norma� vas; uma lei ordinária se sobrepõe a decretos, resoluções, regulamentos, etc.

Page 19: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 19AULA DEMONSTRATIVA!

• Especialidade (/ex specialis derogat legi generaii): o segundo critério leva em consideração a amplitude das normas. Ou seja, se o legislador tratou um de-terminado assunto com mais cuidado e rigor, ele deve prevalecer sobre o ou-tro que foi tratado de forma geral.

• Cronológico (/ex posterior derogat legi priori)\ é baseado no momento em que a norma jurídica entra em vigor, restringindo-se somente ao confl ito de normas pertencentes ao mesmo escalão. Ex.: leis ordinárias mais recentes (posteriores) revogam as mais an� gas (anteriores).

A an� nomia ainda se classifi ca em:

1) Primeiro grau: o confl ito envolve apenas um dos critérios acima mencionados; ou seja, para a solução aplica-se apenas um dos critérios. Situações: havendo confl ito entre uma norma superior e outra inferior, aplica-se a primeira (hierárquico); no con-fl ito entre uma norma anterior e outra posterior, aplica-se esta úl� ma (cronológico); no confl ito entre uma norma geral e outra especial, também se aplica esta úl� ma (especialidade).

2) Segundo grau: o confl ito envolve mais de um daqueles critérios. É um pouco mais complexo. Vejamos.

Situações:

a) Concorrendo os critérios hierárquico e cronológico (confl ito entre uma nor-ma superior-anterior com outra inferior-posterior): prevalece o hierárquico (aplica-se a norma superior-anterior, pois a hierarquia das normas é um crité-rio mais sólido que o temporal).

b) Concorrendo os critérios de especialidade e cronológico (norma especial-an-terior com norma geral-posterior): prevalece o da especialidade (aplica-se a lei especial, ainda que ela seja mais an� ga).

c) Concorrendo os critérios hierárquico e especialidade (norma superior- ge-ral com norma inferior-especial): não há consenso na doutrina. A maioria

Page 20: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 20

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

entende que não é possível aplicar um critério sobre o outro sem contrariar a adaptabilidade do Direito, portanto não há qualquer predominância de um critério sobre o outro. No entanto alguns autores entendem que seria hipóte-se de aplicação do critério hierárquico, principalmente quando está envolvida a Cons� tuição Federal: uma norma cons� tucional geral deve prevalecer sobre uma lei ordinária especial, pois se se admi� sse o princípio de que uma lei or-dinária especial pudesse derrogar normas cons� tucionais, os princípios fun-damentais do ordenamento jurídico estariam des� nados a esvaziar-se, rapi-damente, de seu conteúdo. Sendo hipótese de an� nomia real, dois caminhos poderiam ser dados. O primeiro pelo Poder Legisla� vo com a edição de uma terceira norma, dizendo o que deve ser aplicado. O segundo pelo Poder Judi-ciário, com a adoção do “princípio máximo da justi ça”, analisando cada caso concreto e optando pela mais justa. O Juiz deve aplicar uma das duas normas, tentando solucionar o confl ito acordo com a sua livre convicção, desde que devidamente mo� vada, aplicando os arts. 4o (analogia, costumes e princípios gerais de direito) e 5o (função social da norma e exigências do bem comum), da LINDB.

Questões Doutrinárias

1) Há hierarquia entre Lei Complementar e Lei Ordinária?

Resposta: a posição majoritária é a de que não há hierarquia. Sobre o assun-to ainda devemos acrescentar as seguintes orientações do Supremo Tribunal Federal: a lei ordinária não pode regular matéria reservada pela Cons� tuição para a lei complementar, sob pena de incons� tucionalidade formal; já a lei complementar pode tratar de matéria rela� va à lei ordinária sem haver vício formal, mas neste caso a lei complementar, apesar do nome, será considera-da materialmente ordinária, posto que seu conteúdo permanecerá de cunho mais simples, podendo, portanto, ser revogada por outra lei ordinária.

2) A lei federal é hierarquicamente superior a lei estadual ou municipal?

Page 21: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 21AULA DEMONSTRATIVA!

Resposta: A princípio não se pode falar em hierarquia entre normas oriundas de entes estatais dis� ntos (leis federais, estaduais, distritais e municipais). Na verdade, não se trata de um confl ito de hierarquia, mas de confl ito de com-petências. O que ocorre é que cada norma deve respeitar seu âmbito de atu-ação previsto na Cons� tuição Federal. Em caso de eventual confl ito entre tais normas analisa-se na Cons� tuição a competência por ela outorgada a cada um de seus entes. Assim, se a matéria é de competência do Estado-membro e a União legislou, a lei estadual é que deve prevalecer (a federal neste caso seria incons� tucional). Portanto, não há uma superioridade hierárquica da lei federal sobre a estadual ou municipal, mas sim a aplicação do princípio da especialidade. Prevalece a norma editada pelo ente competente cons� tucio-nalmente para o trato da matéria.

Vigência das Leis no Espaço

O Estado poli� camente organizado tem soberania sobre o seu território e sobre seus habitantes. Decorre disso que toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou. Chamamos isso de Territorialidade da Lei.

Esse espaço ou território, em sen� do amplo, inclui as terras (ou o território pro-priamente dito), o subsolo, as águas marí� mas e a atmosfera.

O Brasil adotou a Teoria da Territorialidade, mas de forma moderada, também chamada de Territorialidade Temperada (Mi� gada ou Moderada). Leis e Sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil, observadas as seguintes regras:

• Não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando ofende-rem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

• Não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem o devido exequatur (ou seja, o “cumpra-se”), que é a permissão dada pelo Superior Tribunal de Jus-� ça para que esta sentença produza seus efeitos. Observem que o art. 15,

Page 22: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 22

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

alínea “e” da LINDB menciona Supremo Tribunal Federal. No entanto o art. 105, inciso I, letra “i” da CF/88 (Emenda n° 45/04) alterou a competência des-ta homologação para o Superior Tribunal de Jus� ça.

Observem as seguintes regras relacionadas a navios e aeronaves (lembrando que elas são aceitas por quase todos os Países de forma recíproca):

a) Navios e aeronaves de guerra brasileiros, onde quer que se encontrem são considerados como território brasileiro.

b) Navios e aeronaves mercantes brasileiros, em águas territoriais (ou espaço aéreo) brasileiras, navegando (ou sobrevoando) em alto-mar (isto é, fora de nosso território real, porém ainda não ingressando no território de outro País), são considerados como território brasileiro. Em seu interior serão aplicadas as leis brasileiras.

c) Navios e aeronaves mercantes brasileiros, assim que entrarem em território de outro País devem obedecer às leis deste País.

3. REGRAS DE DIREITO INTERNACIONAL

O art. 7o da LINDB adotou a “Regra do Domicílio”, ou seja, se uma pessoa está domiciliada no Brasil é a nossa lei que deve ser aplicada quanto às questões referentes à personalidade (início, capacidade, nome, fi m, etc.), inclusive no tocante aos impedi-mentos matrimoniais (mesmo que ambos os cônjuges sejam estrangeiros) e ao direito de família de uma forma geral.

Prevê o art. 8o, LINDB, que para qualifi car os bens e regular as relações a eles con-cernentes, aplicar-se-á a lei do país em que es� verem situados). No entanto excepciona o §1° afi rmando que aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se des� narem a transporte para outros lugares.

A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do País em que era domici-liado o de cujus (falecido) ou o ausente. Se os bens es� verem situados no Brasil, mas

Page 23: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 23AULA DEMONSTRATIVA!

eles pertencem a estrangeiros, as regras sucessórias são as brasileiras, exceto se a lei estrangeira for mais favorável ao cônjuge ou aos fi lhos brasileiros (art. 5o, XXXI, CF/88).

A competência para apreciação de uma ação em que é parte um réu domiciliado no Brasil, ou aqui � ver de ser cumprida a obrigação, é a brasileira. E também somente compete à autoridade judiciária brasileira (competência absoluta) o conhecimento de ações rela� vas a imóveis situados no Brasil.

A lei a ser aplicada quando da prá� ca de um ato ilícito e o dever de indenizar quem tenha sido a� ngido por ele, deve ser a do local onde se tenha produzido as con-sequências deste ato ilícito (lex damni).

Finalmente, quando aqui � ver que ser apreciado um fato que ocorreu no exterior, a prova é regida pela lei estrangeira. No entanto não são admi� das provas que a lei brasileira desconheça.

Meus queridos, acabamos a parte teórica desta aula. Vamos agora revisar os conceitos por meio de exercícios comentados, e, em seguida, sem comentários para que vocês os refaçam.

Page 24: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 24

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

QUESTÕES COMENTADAS

Julgue as asser� vas em CERTO ou ERRADO.

1. (Cespe/TJ-PB/Juiz Leigo/2013) A lei, fonte primária do direito brasileiro, é genérica, impera� va, permanente e autorizante.

Gabarito: Certo Comentário: Em nosso ordenamento a lei é a principal fonte de direito. Suas ca-

racterís� cas são: genérica: porque des� nada a todos, indis� ntamente; impera� -va: porque representa uma ordem e não uma faculdade; permanente: porque se mantém em vigor até que outra a modifi que ou a revogue; autorizante: porque sua violação autoriza o prejudicado a pleitear o seu cumprimento ou a reparação de eventuais danos pelo seu não cumprimento.

2. (Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de Notas e Registro/2013) A an� ga Lei de Intro-dução ao Código Civil (LICC) mudou de nome, passando a denominar-se Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). Em que pese tal aspecto, esse diploma norma� vo con� nua sendo um apêndice do Código Civil de 2002.

Gabarito: Errado Comentário: Não se pode considerar a LINDB como um “apêndice” do Código Civil.

Ao contrário. Ela é autônoma e independente em relação ao Código Civil. Ela apli-cável a todo nosso ordenamento jurídico e não só ao Direito Civil (evidentemente que respeitando as especifi cidades das outras matérias).

3. (Cespe/TJ-SE/Técnico Judiciário/Direito/2014) No que se refere aos disposi� vos da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigência, aplicação, interpre-tação e integração das leis, julgue os seguintes itens.

Page 25: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 25AULA DEMONSTRATIVA!

a) A Lei Federal n° 12.376/2010 renomeou a Lei de Introdução ao Código Civil para Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, mas não fez quaisquer alterações rela� vas às normas de interpretação, vigência e aplicação das leis.

b) Conforme previsão expressa da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, nas hipóteses de omissão legisla� va, serão aplicados a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito.

c) A interpretação teleológica consiste na análise da norma de forma contextual, com a comparação entre os disposi� vos do próprio texto legal e outros diplomas norma� vos.

Gabarito: a Comentário:

a) Certo. A mencionada lei não realizou qualquer alteração no corpo da lei. Ela apenas alterou a sua ementa (nome): de Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) para Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB).

b) Errado. De acordo com o art. 4o, LINDB, a equidade não está inserida expressa-mente entre as formas de integração da norma jurídica: “Quando a lei for omis-sa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

c) Errado. Interpretação teleológica é a que busca o fi m (te/os) da norma. Adapta o sen� do ou a fi nalidade da norma às novas exigências sociais. Há previsão le-gal da mesma (ainda que indireta) no art. 5o, LINDB: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fi ns sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. A interpretação que consiste na análise da norma de forma contextual, com a comparação entre os disposi� vos do próprio texto legal e outros diplomas norma� vos é chamada de sistemá� ca (ou orgânica).

4. (Cespe/Governo do Estado do Espírito Santo/Analista do Execu� vo/Direito/2013) A Lei n° 12.602, de 3 de abril de 2012 ins� tui a Semana e o Dia Nacional da Educação

Page 26: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 26

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

Infan� l. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. Io. É ins� tuída a Semana Nacional da Educação Infan� l, a ser celebrada anual-mente na semana de 25 de agosto, data esta que passa a ser comemorada como o Dia Nacional da Educação Infan� l, em homenagem à Dra. Zilda Arns.

Art. 2o. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 3 de abril de 2012; 191° da Independência e 124° da República. DILMA ROUSSEFF Aloizio Mercadante Vitor Paulo Or� z Bi� encourt Este texto não subs� tui o publicado no DOU de 4/4/2012.

A respeito da lei acima transcrita, julgue os itens a seguir, com fundamento na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.a) Caso o art. 2o não exis� sse, a lei em pauta entraria em vigor apenas 60 dias após

a sua publicação, período em que se teria a vacância da lei.b) Conforme o princípio da obrigatoriedade, todos terão que comemorar a data

do dia 25 de agosto como sendo o Dia Nacional da Educação Infan� l, já que, por essa norma, foi decretado feriado nacional.

c) Hoje, para se corrigir essa lei, alterando-se a data do Dia Nacional da Educação Infan� l para o dia 26 de agosto, seria necessária uma lei nova.

d) Pelo princípio da con� nuidade, o fi m da vigência da lei em questão ocorrerá somente quando outra a modifi car ou a revogar expressamente.

e) De acordo com as informações con� das no referido documento legal, é correto afi rmar que a data da promulgação corresponde à data da publicação da norma.

Gabarito: c Comentário:

a) Errado. Nesse caso a lei entraria em vigor 45 dias após sua publicação ofi cial, nos termos do art. Io, caput, LINDB.

Page 27: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 27AULA DEMONSTRATIVA!

b) Errado. A norma, em momento algum, ins� tui o dia 25 de agosto como feriando nacional.

c) Certo. Observem que a lei foi editada em 2012 e o exame foi realizado em 2013. Portanto, qualquer alteração nesta lei somente pode ser feita por meio de uma nova lei.

d) Errado. O erro neste caso é su� l. Não é necessário que a modifi cação ou re-vogação seja expressa. A norma também pode perder a vigência em caso de revogação tácita.

e) Errado. Promulgação signifi ca declarar a existência de uma lei. Ela decorre da sanção, quando o chefe do Execu� vo assina o projeto de lei. Pelo que se nota do texto a promulgação e a sanção ocorreram no dia 3 de abril de 2012 e a pu-blicação somente ocorreu no dia 4 de abril de 2012.

5. (Cespe/Serpro/Serviço de Processamento de Dados/Advocacia/2013) A respeito das normas rela� vas à aplicação e vigência da lei con� das na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue os itens seguintes.a) Considerar-se-á revogada uma lei até então vigente quando uma lei nova, apro-

vada segundo as regras do processo legisla� vo, passar a regulamentar inteira-mente a mesma matéria de que tratava a lei anterior, ainda que a lei nova não o declare expressamente.

b) Ao decidir uma lide, caso constate que não há lei que regulamente aquela ma-téria, o juiz deverá suspender o julgamento e aguardar que seja editada lei que regulamente a matéria.

c) A lei federal nova aprovada pelo Congresso Nacional que estabeleça disposições gerais sobre uma norma em vigor no Brasil há mais de cinquenta anos revogará a lei anterior e, salvo disposição em contrário, terá efeito retroa� vo.

Gabarito: a Comentário:

a) Certo. Inicialmente trata-se de uma lei nova nos termos do art. Io, §4°, LINDB: As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Além disso, dispõe

Page 28: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 28

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

o art. 2o, §1°, LINDB: A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompa� vel ou guando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Portanto, ainda que a lei nova não declare expressamente, ela revoga a anterior quando passar a regulamentar inteira-mente a mesma matéria de que tratava a lei anterior.

b) Errado. Pelo princípio da inafastabilidade ou indeclinabilidade da jurisdição, previsto no art. 5o, XXXV, da CF/88 (a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito) é vedado o chamado non liquet, isto é, o juiz não pode, sob o pretexto de ausência de norma aplicável à espécie, deixar de pacifi car o confl ito, prestando a tutela jurisdicional pleiteada. Portanto, diante de um caso concreto o juiz constatar que não há lei regulamentando a matéria sub judice (omissão legisla� va), decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito (art. 4o, LINDB).

c) Errado. Primeiro porque estabelece o art. 2o, §2°, LINDB que a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifi ca a lei anterior. Além disso, a regra em nosso sistema jurídico é a irretroa� vidade das leis, ou seja, elas não se aplicam às situações cons� tuídas anteriormente.

6. (Cespe/Bacen/Procurador/2013) A interpretação segundo a qual o juiz procura alcançar o sen� do da lei em consonância com as demais normas que inspiram determinado ramo de direito é denominada sistêmica.

Gabarito: Certo. Comentário: Interpretação sistemá� ca é aquela em que se analisa a norma em seu

conjunto (e não apenas um disposi� vo isolado) e em consonância com as demais normas, pertencente a um sistema jurídico.

Page 29: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 29AULA DEMONSTRATIVA!

7. (Cespe/STM/Analista Judiciário/2011) Havendo lacuna no sistema norma� vo, o juiz não poderá abster-se de julgar. Nesse caso, para preenchimento dessa lacuna, o juiz deve valer-se, em primeiro lugar, da analogia; persis� ndo a lacuna, serão aplicados os costumes e, por fi m, os princípios gerais do direito.

Gabarito: Certo. Comentário: É o que dispõe o art. 4º, LINDB. Observem que houve a obediência à

ordem preferencial estabelecida no disposi� vo.

8. (Cespe/TRT 21ª Região(RN)/Analista Judiciário) Quando determinada lei, antes mesmo de entrar em vigor, tem seu texto corrigido, por meio de nova publicação ofi cial, considera-se que o prazo de vaca� o legis começará a correr a par� r da pri-meira publicação.

Gabarito: Errado. Comentário: O Io, §3° da Lei de Introdução prevê que se antes de entrar em vigor,

a lei tem seu texto corrigido, por meio de nova publicação ofi cial, considera-se que o prazo de vacati o legis começará a correr a par� r da nova publicação.

9. (Cespe/TJ-AC/Analista Judiciário/2012) Considere que determinada lei tenha sido publicada em 25/6/2012 e passado a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois. Nessa situação, se for constatada a existência de erro material em seu texto após essa data, a sua correção será considerada lei nova.

Gabarito: Certo. Comentário: Como o erro somente foi constatado após a lei ter entrado em vigor,

qualquer alteração nela deve ser feita por meio de lei nova (art. Io, §4°, LINDB).

Page 30: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 30

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

10. (Cespe/TJ-PB/Juiz de Direito/2011) Como, em regra, a lei vigora até que outra a modifi que ou revogue, lei nova que estabeleça disposições especiais a par das já existentes revoga ou modifi ca a lei anterior.

Gabarito: Errado. Comentário: De fato, não se des� nando à vigência temporária, a lei terá vigor até

que outra a modifi que ou revogue (art. 2º, LINDB). No entanto, estabelece o art. 2º, §2°, LINDB que a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifi ca a lei anterior.

11. (Cespe/TCE- RO/Auditor de Controle Externo/Direito/2013) A respeito do confl ito de normas no tempo, deparando-se com a incidência de duas normas em uma mesma situação (uma resolução norma� va de agência reguladora e uma lei a ela anterior), o juiz deverá resolver o confl ito pelo critério da cronologia.

Gabarito: Errado Comentário: A situação da questão é a seguinte: temos duas espécies norma� vas

em confl ito: uma lei mais an� ga e uma resolução norma� va (no caso, ato admi-nistra� vo geral e abstrato, portanto espécie norma� va hierarquicamente inferior à lei) mais nova. Portanto, concorrem dois critérios, o hierárquico e o cronológico: confl ito entre uma norma superior-anterior (lei mais an� ga) com outra inferior--posterior (resolução mais nova). A solução neste caso, portanto, é a prevalência do critério hierárquico.

12. (Cespe/TJ-PB/Juiz/2013) Com relação às formas de integração da norma jurídica, julgue os itens a seguir.a) Entende-se por analogia a aplicação, a determinado caso concreto, de uma nor-

ma próxima ou de um conjunto de normas próximas, a despeito da existência de norma prevista para o referido caso.

Page 31: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 31AULA DEMONSTRATIVA!

b) O costume secundum legem é forma de integração da norma jurídica.c) Em caso de lacuna ou obscuridade da lei, o juiz deve recorrer, primeiramente,

aos princípios gerais do direito, uma vez que são esses princípios que orientam todo o ordenamento jurídico.

Gabarito: Errado Comentário:

a) Errado. Se há norma prevista para o caso concreto não há que se falar em analogia, pois um dos pressupostos para sua aplicação é a inexistência de lei específi ca ou a omissão da lei para o caso em concreto.

b) Errado. Trata-se de uma questão bem doutrinária. Segundo a doutrina o costu-me secundum legem (de forma diferente do costume na omissão da lei) não é mecanismo de integração da norma jurídica, pois não há uma lacuna a ser pre-enchida; trata-se do cumprimento da lei, pois o próprio legislador estabeleceu a forma de solução do confl ito.

c) Errado. Segundo a doutrina, o art. 4o, LINDB, estabeleceu uma ordem preferen-cial hierárquica na u� lização dos métodos de integração da norma jurídica: a) analogia; b) costumes; c) princípios gerais de direito. Estes, portanto, serão os úl� mos a serem u� lizados.

13. (Cespe/TCU/Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas da União/2011) Com relação à Lei de Introdução ao Código Civil, julgue os itens a seguir.a) De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, não há hierarquia entre

as fontes formais do direito, de maneira que, mesmo havendo lei expressa a respeito da causa sob julgamento, o juiz, em vez de aplicar a lei, poderá dar preferência à aplicação da analogia, dos costumes ou dos princípios gerais do direito.

b) Em razão da soberania estatal, pelo sistema da territorialidade, a norma jurídica brasileira aplica-se no território do Estado brasileiro, território esse que com-

Page 32: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 32

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

preende o espaço geográfi co onde se situa e, por extensão, as embaixadas, os consulados e os navios de guerra, onde quer que se encontrem.

Gabarito: b Comentário:

a) Errado. Nos termos do art. 4o da LINDB o Juiz somente pode aplicar as formas de integração da norma (analogia, costumes e princípios gerais do direito) quando a lei for omissa. Isso porque segundo o sistema jurídico que o Brasil adotou (civil law) a lei é a primeira e principal fonte de direito, se sobrepondo às demais.

b) Certo. A afi rmação abrange o conceito correto de território para a lei brasileira, tanto real como fi cto.

14. (Cespe/TJ-PB/Juiz/2013) No que se refere ao que dispõe a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, julgue os itens a seguir.a) Em razão da aplicação do princípio da jus� ça universal, as sentenças proferidas

no estrangeiro terão efi cácia no Brasil ainda quando ofenderem os bons costu-mes.

b) A proibição do non liquet não é dirigida ao juiz.c) A lei do país em que a pessoa tenha nascido determina as regras acerca do

começo e do fi m da personalidade.d) A sucessão por morte obedece à lei do país em que tenha falecido o de cujus.e) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar,

quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admi� ndo os tribunais brasi-leiros provas que a lei brasileira desconheça.

Gabarito: e Comentário:

a) Errado. Segundo o art. 17, LINDB, as leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão efi cácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

Page 33: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 33AULA DEMONSTRATIVA!

b) Errado. A expressão non liquet, signifi ca “não-claro”; trata-se de uma expressão la� na que se aplicava a casos em que o juiz se eximia da obrigação de julgar os casos nos quais a resposta jurídica não era ní� da, líquida, clara. O art. 4o, LIN-DB prevê que: “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

c) Errado. Estabelece o art. 7o, LINDB, que “A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fi m da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família”.

d) Errado. Estabelece o art. 10, LINDB, que “A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens”.

e) Certo. É o que estabelece o art. 13, LINDB: “A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admi� ndo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça”.

15. (Cespe/Serpro/Advogado/2011) Uma das hipóteses em que a lei posterior revoga a anterior é quando seja com ela incompa� vel, sendo que a lei revogada, salvo disposição em contrário, se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

Gabarito: Errado Comentário: De fato, uma das hipóteses em que a lei posterior revoga a anterior é

quando seja com ela incompa� vel (art. 2º, §1º, LINDB). No entanto a lei revogada não se restaura por ter a revogadora perdido a vigência (art. 2º, §3º, LINDB).

16. (Cespe/PGE-PI/Procurador do Estado/2014) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), julgue os itens a seguir.a) O sistema jurídico brasileiro admite que, devido ao desuso, uma lei possa deixar

de ser aplicada.b) A proibição de desconhecimento da lei imposta pela LINDB é absoluta.

Page 34: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 34

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

Gabarito: Errado Comentário:

a) Errado. O desuso da lei não lhe re� ra sua aplicabilidade. Segundo a doutrina essa norma con� nua plenamente válida, pois não foi revogada. No entanto, exatamente por não estar sendo aplicada, afi rma a doutrina que ela perdeu a efi cácia.

b) Errado. De fato o art. 3o, LINDB proíbe o descumprimento de lei alegando que o seu desconhecimento. Porém, a proibição de alegação de desconhecimento da lei. O erro de direito pode ser invocado, em algumas situações especiais, havendo previsão expressa no art. 139, III, CC, quando não houver a intenção de furtar-se ao cumprimento da lei (serve para jus� fi car a boa-fé no descum-primento de um contrato, sem intenção de descumprir a lei).

17. (Cespe/TC-DF/Procurador do Ministério Público/2013) A respeito da efi cácia da lei no tempo e no espaço, no curso de uma relação contratual civil, caso surja lei nova que trate da matéria objeto da relação jurídica entabulada, essa nova lei deverá ser aplicada à referida relação se apresentar regra mais favorável ao devedor.

Gabarito: Errado Comentário: Em regra, se um contrato em curso for apanhado por uma lei nova,

ele con� nuará sendo regido pela lei anterior, pois foi sob sua vigência que ele foi pactuado (tempus regit actum). E ainda que se entenda que em alguns casos possa ser aplicada a lei nova, não será sob o argumento de favorecimento do devedor.

18. (MPE-SC/Promotor de Jus� ça/2013) Em questões sobre a qualifi cação e regulação das relações concernentes a bens, prevalece a lei do país em que for domiciliado o proprietário.

Page 35: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 35AULA DEMONSTRATIVA!

Gabarito: Errado Comentário: Segundo o art. 8o, LINDB, para qualifi car os bens e regular as relações

a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que es� verem situados.

19. (MPE-SC/Promotor de Jus� ça/2013) As emendas ou correções à lei que já tenha entrado em vigor não serão consideradas lei nova.

Gabarito: Errado. Comentário: Segundo a LINDB: As correções a texto de lei já em vigor consideram-se

lei nova.

20. (Cespe/MPE-PI/Promotor de Jus� ça/2012) Considerando as regras de introdução às normas do direito brasileiro, julgue os itens seguintes.a) Segundo as regras legais brasileiras, permite-se ao julgador o non liquet, nos

casos de lacunas ou obscuridade da norma.b) Não existe o efeito repris� natório automá� co. Apenas excepcionalmente, a lei

revogada volta a viger: quando a lei revogadora for declarada incons� tucional ou quando for concedida a suspensão cautelar da efi cácia da norma impugnada. Também voltará a viger quando, não sendo situação de incons� tucionalidade, o legislador assim o determinar expressamente.

Gabarito: a) Errado e b) Certo Comentário:

a) Errado. O Juiz tem o dever de decidir todas as controvérsias que lhe forem apresentadas, sendo proibido o chamado non liquet.

b) Certo. Este texto foi re� rado de forma integral de uma decisão do STF.

Page 36: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 36

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

QUESTÕES PARA TREINAR

1. (Cespe/TJ-PB/Juiz Leigo/2013) A lei, fonte primária do direito brasileiro, é genérica, impera� va, permanente e autorizante.

2. (Cespe/TJ-RR/Titular de Serviços de Notas e Registro/2013) A an� ga Lei de Intro-dução ao Código Civil (LICC) mudou de nome, passando a denominar-se Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). Em que pese tal aspecto, esse diploma norma� vo con� nua sendo um apêndice do Código Civil de 2002.

3. (Cespe/TJ-SE/Técnico Judiciário/Direito/2014) No que se refere aos disposi� vos da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigência, aplicação, interpre-tação e integração das leis, julgue os seguintes itens.a) A Lei Federal n° 12.376/2010 renomeou a Lei de Introdução ao Código Civil

para Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, mas não fez quaisquer alterações rela� vas às normas de interpretação, vigência e aplicação das leis.

b) Conforme previsão expressa da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, nas hipóteses de omissão legisla� va, serão aplicados a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito.

c) A interpretação teleológica consiste na análise da norma de forma contextual, com a comparação entre os disposi� vos do próprio texto legal e outros diplomas norma� vos.

4. (Cespe/Governo do Estado do Espírito Santo/Analista do Execu� vo/Direito/2013) A Lei n° 12.602, de 3 de abril de 2012 ins� tui a Semana e o Dia Nacional da Educação Infan� l. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. Io. É ins� tuída a Semana Nacional da Educação Infan� l, a ser celebrada anual-mente na semana de 25 de agosto, data esta que passa a ser comemorada como o Dia Nacional da Educação Infan� l, em homenagem à Dra. Zilda Arns.

Page 37: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 37AULA DEMONSTRATIVA!

Art. 2o. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 3 de abril de 2012; 191° da Independência e 124° da República.

DILMA ROUSSEFF Aloizio Mercadante

Vitor Paulo Or� z Bi� encourt

Este texto não subs� tui o publicado no DOU de 4/4/2012.

A respeito da lei acima transcrita, julgue os itens a seguir, com fundamento na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.a) Caso o art. 2o não exis� sse, a lei em pauta entraria em vigor apenas 60 dias após

a sua publicação, período em que se teria a vacância da lei.b) Conforme o princípio da obrigatoriedade, todos terão que comemorar a data

do dia 25 de agosto como sendo o Dia Nacional da Educação Infan� l, já que, por essa norma, foi decretado feriado nacional.

c) Hoje, para se corrigir essa lei, alterando-se a data do Dia Nacional da Educação Infan� l para o dia 26 de agosto, seria necessária uma lei nova.

d) Pelo princípio da con� nuidade, o fi m da vigência da lei em questão ocorrerá somente quando outra a modifi car ou a revogar expressamente.

e) De acordo com as informações con� das no referido documento legal, é correto afi rmar que a data da promulgação corresponde à data da publicação da norma.

5. (Cespe/Serpro/Advocacia/2013) A respeito das normas rela� vas à aplicação e vi-gência da lei con� das na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue os itens seguintes.a) Considerar-se-á revogada uma lei até então vigente quando uma lei nova, apro-

vada segundo as regras do processo legisla� vo, passar a regulamentar inteira-mente a mesma matéria de que tratava a lei anterior, ainda que a lei nova não o declare expressamente.

Page 38: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 38

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

b) Ao decidir uma lide, caso constate que não há lei que regulamente aquela ma-téria, o juiz deverá suspender o julgamento e aguardar que seja editada lei que regulamente a matéria.

c) A lei federal nova aprovada pelo Congresso Nacional que estabeleça disposições gerais sobre uma norma em vigor no Brasil há mais de cinquenta anos revogará a lei anterior e, salvo disposição em contrário, terá efeito retroa� vo.

6. (Cespe/Bacen/Procurador/2013) A interpretação segundo a qual o juiz procura alcançar o sen� do da lei em consonância com as demais normas que inspiram determinado ramo de direito é denominada sistêmica.

7. (Cespe/STM/Analista Judiciário/2011) Havendo lacuna no sistema norma� vo, o juiz não poderá abster-se de julgar. Nesse caso, para preenchimento dessa lacuna, o juiz deve valer-se, em primeiro lugar, da analogia; persis� ndo a lacuna, serão aplicados os costumes e, por fi m, os princípios gerais do direito.

8. (Cespe/TRT 21ª Região (RN)/Analista Judiciário) Quando determinada lei, antes mesmo de entrar em vigor, tem seu texto corrigido, por meio de nova publicação ofi cial, considera-se que o prazo de vacati o legis começará a correr a par� r da primeira publicação.

9. (Cespe/TJ-AC/Analista Judiciário/2012) Considere que determinada lei tenha sido publicada em 25/6/2012 e passado a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois. Nessa situação, se for constatada a existência de erro material em seu texto após essa data, a sua correção será considerada lei nova.

10. (Cespe/TJ-PB/Juiz de Direito/2011) Como, em regra, a lei vigora até que outra a modifi que ou revogue, lei nova que estabeleça disposições especiais a par das já existentes revoga ou modifi ca a lei anterior.

Page 39: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 39AULA DEMONSTRATIVA!

11. (Cespe/TCE-RO/Auditor de Controle Externo/Direito/2013) A respeito do confl ito de normas no tempo, deparando-se com a incidência de duas normas em uma mesma situação (uma resolução norma� va de agência reguladora e uma lei a ela anterior), o juiz deverá resolver o confl ito pelo critério da cronologia.

12. (Cespe/TJ-PB/Juiz/2013) Com relação às formas de integração da norma jurídica, julgue os itens a seguir.a) Entende-se por analogia a aplicação, a determinado caso concreto, de uma nor-

ma próxima ou de um conjunto de normas próximas, a despeito da existência de norma prevista para o referido caso.

b) O costume secundum legem é forma de integração da norma jurídica.c) Em caso de lacuna ou obscuridade da lei, o juiz deve recorrer, primeiramente,

aos princípios gerais do direito, uma vez que são esses princípios que orientam todo o ordenamento jurídico.

13. (Cespe/TCU/Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas da União/2011) Com relação à Lei de Introdução ao Código Civil, julgue os itens a seguir.a) De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, não há hierarquia entre

as fontes formais do direito, de maneira que, mesmo havendo lei expressa a respeito da causa sob julgamento, o juiz, em vez de aplicar a lei, poderá dar preferência à aplicação da analogia, dos costumes ou dos princípios gerais do direito.

b) Em razão da soberania estatal, pelo sistema da territorialidade, a norma jurídica brasileira aplica-se no território do Estado brasileiro, território esse que com-preende o espaço geográfi co onde se situa e, por extensão, as embaixadas, os consulados e os navios de guerra, onde quer que se encontrem.

14. (Cespe/TJ-PB/Juiz/2013) No que se refere ao que dispõe a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, julgue os itens a seguir.a) Em razão da aplicação do princípio da jus� ça universal, as sentenças proferidas no

estrangeiro terão efi cácia no Brasil ainda quando ofenderem os bons costumes.

Page 40: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 40

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

b) A proibição do non liquet não é dirigida ao juiz.c) A lei do país em que a pessoa tenha nascido determina as regras acerca do

começo e do fi m da personalidade.d) A sucessão por morte obedece à lei do país em que tenha falecido o de cujus.e) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar,

quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admi� ndo os tribunais brasi-leiros provas que a lei brasileira desconheça.

15. (Cespe/Serpro/Advogado/2011) Uma das hipóteses em que a lei posterior revoga a anterior é quando seja com ela incompa� vel, sendo que a lei revogada, salvo disposição em contrário, se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

16. (Cespe/PGE-PI/Procurador do Estado/2014) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), julgue os itens a seguir.a) O sistema jurídico brasileiro admite que, devido ao desuso, uma lei possa deixar

de ser aplicada.b) A proibição de desconhecimento da lei imposta pela LINDB é absoluta.

17. (Cespe/TC-DF/Procurador do Ministério Público/2013) A respeito da efi cácia da lei no tempo e no espaço, no curso de uma relação contratual civil, caso surja lei nova que trate da matéria objeto da relação jurídica entabulada, essa nova lei deverá ser aplicada à referida relação se apresentar regra mais favorável ao devedor.

18. (MPE-SC/Promotor de Jus� ça/2013) Em questões sobre a qualifi cação e regulação das relações concernentes a bens, prevalece a lei do país em que for domiciliado o proprietário.

19. (MPE-SC/Promotor de Jus� ça/2013) As emendas ou correções à lei que já tenha entrado em vigor não serão consideradas lei nova.

Page 41: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 41AULA DEMONSTRATIVA!

20. (Cespe/MPE-PI/Promotor de Jus� ça/2012) Considerando as regras de introdução às normas do direito brasileiro, julgue os itens seguintes.a) Segundo as regras legais brasileiras, permite-se ao julgador o non liquet, nos

casos de lacunas ou obscuridade da norma.b) Não existe o efeito repris� natório automá� co. Apenas excepcionalmente, a lei

revogada volta a viger: quando a lei revogadora for declarada incons� tucional ou quando for concedida a suspensão cautelar da efi cácia da norma impugnada. Também voltará a viger quando, não sendo situação de incons� tucionalidade, o legislador assim o determinar expressamente.

Page 42: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 42

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

AULA DEMONSTRATIVA!

GABARITO

1. Certo

2. Errado

3. a

4. c

5. a

6. Certo

7. Certo

8. Errado

9. Certo

10. Errado

11. Errado

12. Errado

13. b

14. e

15. Errado

16. Errados

17. Errado

18. Errado

19. Errado

20. a) Errado e b) Certo

Page 43: Direito Civil - Aula 0 - ava.estudioaulas.com.br... direito civil teoria e exercÍcios comentados joão leles aula demonstrativa! sumÁrio introduÇÃo e resumo da lindb

DIREITO CIVILTEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

João Leles

Copyright © Direitos Reservados ao site: www.estudioaulas.com.br 43AULA DEMONSTRATIVA!