direito Às cidades sustentÁveis (meio ambiente urbano)

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DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

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DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano). A intenção. Apresentar o ramo do direito ; Discutir seus principais aspectos e desdobramentos ; Apontar suas tendências e perspectivas atuais. A abordagem. Problematizar o tema ; - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

DIREITO ÀS CIDADES

SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente

Urbano)

Page 2: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A intençãoApresentar o ramo do direito;Discutir seus principais aspectos e

desdobramentos; Apontar suas tendências e

perspectivas atuais.

Page 3: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A abordagemProblematizar o tema;Uma reflexão necessariamente

multidisciplinar (direito, geografia, sociologia, antropologia e urbanismo, dentre outros);

Orientação à pesquisa científica;Pensar global e localmente.

Page 4: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Conceito – Meio Ambiente Urbanoo meio ambiente urbano ou artificial é

formado pelas cidades, caracterizado por suas aglomerações humanas e pelas edificações e logradouros nele construídos pelo homem, que o servem tanto como moradia, quanto como áreas de lazer (MARQUES, 2005);

“todo o espaço construído, bem como todos os espaços habitáveis pela pessoa humana, compõem o meio ambiente artificial” (FIORILLO, 2006, p. 256).

Page 5: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Conceito – Meio Ambiente UrbanoSão formações culturais humanas e

construídas para atender as necessidades humanas;

A relação que os homens estabeleceram nesse meio ambiente artificial, entre si e coexistindo com equipamentos e serviços criados para atendimento de várias de suas demandas, acabou por constituir um espaço atípico, equiparando-se a um ecossistema;

“a cidade é um ecossistema, efetivamente, mas não natural. Nele sobressai-se o homem, pois por ele construído para suprir suas necessidades” (MARQUES, 2005, p. 94);

Page 6: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Conceito – Meio Ambiente Urbano Intensa relação entre o meio ambiente urbano e o

natural;Focos de demanda;Focos de poluição;“As concentrações urbanas criam problemas

ambientais que lhe são peculiares, como a canalização de rios, o completo desmatamento e a impermeabilização do solo, devendo-se levar em conta que a questão ambiental decorre também das relações entre os homens e não somente das relações entre homem e natureza” (DEXHEIMER, 2006, p. 136).

Concentração de pessoas - o que também poderá significar a possibilidade de um enfrentamento exitoso dos problemas ambientais relativos;

Page 7: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

RelevânciaEm 2008 mais da metade da população

mundial passou a ser urbana (UNFPA/ONU);

Na Ásia e na África, a população urbana dobrará entre 2000 e 2030 e 80% da população mundial viverá em grandes centros e cidades;

Embora cidades concentrem prioritariamente as favelas, elas ainda representam a melhor esperança de superá-las (UNFPA/ONU);

Page 8: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

RelevânciaOs potenciais benefícios da urbanização são

maiores do que suas desvantagens, o desafio é aprender a utilizá-los;

Ritmo da urbanização é muito mais acelerado atualmente e naqueles países que não se prepararam para esse fenômeno;

A urbanização poderá ajudar a resolver problemas históricos de cunho ambiental e social;

O Brasil e a Amazônia em particular, passam por acelerado processo de urbanização;

A primeira onda de urbanização levou dois séculos (1750-1950) e ocorreu na América do norte e Europa, com aumento de 10 a 52% de urbanos e acréscimo de 15 a 423 milhões de urbanos;

Page 9: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

RelevânciaA segunda onda, que ocorre em países menos

desenvolvidos, aumentará o número de urbanos para cerca de 3,9 bilhões de 1950 a 2030, de 18% a 56%;

Em 2005, 3,2 bilhões de pessoas já viviam nas cidades e, igualmente, no campo;

Estima-se que em 2050 a taxa mundial de urbanização alcance 65%, dos quais 45 a 50% viverão na pobreza;

95% do crescimento populacional ocorrerá nos países periféricos, devendo totalizar uma população de cerca de 4 bilhões de pessoas;

A população que habitará áreas faveladas será de 2 bilhões de pessoas entre 2030 e 2040;

Page 10: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

RelevânciaCrescimento acelerado – pobreza –

megacidades – pequenas e médias cidades;Entre 20 megacidades, somente 6 cresceram

acima de 3% ao ano nos últimos 30 anos, nos próximos 10 anos, somente Dhaka e Lagos crescerão a taxas acima de 3% ao ano e 6 crescerão abaixo de 1% ao ano;

52% da população urbana está localizada em cidades com menos de 500 mil habitantes e durante todo tempo compuseram mais da metade da população urbana e contribuirão com metade do crescimento da população urbana até 2015;

Page 11: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

RelevânciaAumento da cisão/segregação nas

cidades; “Nossa cidade democrática é mais

excludente do que foi a escravista, onde os senhores e escravos se misturavam” (RISÉRIO, 2012);

Privatização do espaço público x crescimento da “cidade ilegal”;

Aumento das demandas por cidadania;

Cidades como lugares de “encontros”?

Page 12: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

TrajetóriaPeríodo pós-guerra;Golpe militar de 1964;Movimento Nacional pela Reforma

Urbana;I UN-HABITAT (Vancouver, 1976):

continuar a desenvolver-se espontaneamente ou planejar?

Mobilização e inclusão de uma capítulo da “Política Urbana” na CF/88;

Agenda 21 (“Cidades Sustentáveis”);

Page 13: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

TrajetóriaII UN-HABITAT (Istambul, 1996): Agenda

habitatEstatuto da Cidade (2001) – Conferências das

Cidades;Fóruns internacionais (Fórum Mundial de

Cidades, Fórum Social Mundial);Carta Mundial do Direito à cidade (2001 – FSM);Criação do Ministério das Cidades e a

campanha pela massificação dos planos diretores;

Fórum Mundial Urbano (Rio, 2006): Avanços e retrocessos da “Agenda”;

Page 14: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Meio ambiente urbano como um bem jurídico“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (CF/88);

“Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes” (CF/88);

Page 15: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Meio ambiente urbano como um bem jurídico

É um bem jurídico, pois reveste-se de um conjunto de bens determinantes para a sadia qualidade de vida e o bem-estar de seus habitantes, ajudando a realizar a previsão constitucional do Art. 225 e o Art. 182;

“[...] a cidade – e suas duas realidades, a saber, os estabelecimentos regulares e os estabelecimentos irregulares – passam a ter natureza jurídica ambiental, ou seja, a partir de 1988 a cidade deixa de ser observada no plano jurídico a partir de regramentos adaptados tão-somente aos bens privados ou públicos, e passa a ser disciplinada em face da estrutura jurídica do bem ambiental (art. 225 da CF), de forma mediata e de forma imediata em decorrência das determinações constitucionais dos artigos 182 e 183 da Carta Magna (meio ambiente artificial)” (FIORILLO, 2006).

Page 16: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Meio ambiente urbano como um bem jurídico

“[...] toda coisa, material ou imaterial que, relacionando-se com o homem, traz-lhe um benefício, referente (1) à preservação da vida, (2) ao seu bem-estar, à saúde e à segurança, ou, mais propriamente, à sadia qualidade de vida.” (MARQUES, 2005, p. 96-97).

A degradação ambiental urbana é consequência do processo de desenvolvimento econômico, do consumo realizado de maneira descontrolada, do trânsito intenso e estressante e das condições de moradia e que tais degradações assumem diversas formas no ambiente urbano, quais sejam: poluição do solo, da água, do ar, sonora, visual e luminosa;

Page 17: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Meio ambiente urbano como um bem jurídicoA política ambiental deve incluir as

preocupações com as cidades e as políticas urbanas devem considerar as especificidades e demandas ambientais;

Atualmente essa política pública é chamada de “política ambiental urbana”;

Page 18: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

O urbano Cultura urbana: sistema característico da

sociedade industrial capitalista;Cidades: para alguns não englobam as

aglomerações pré-industriais;As cidades pós-industriais: padronização e

fragmentação – racionalismo técnico, primazia do lucro e fusão das culturas;

Problemas: ritmo acelerado, concentração em regiões subdesenvolvidas, metropolização, reflexo de novas formas de relações sociais oriundas do capitalismo;

Page 19: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

O urbano“Desenvolvimento”: um discurso ideológico –

uma “simples e natural evolução”?Região metropolitana: tamanho, diversidade de

atividades e interdependência (uma rede cada vez mais autônoma do meio geográfico);

Suporte da tecnologia e da sociedade de massa (consumo);

EUA: um bom exemplo (cidades de apoio administrativo, financeira e de comando e controle);

França: concentração numa capital administrativa, terciária e impulsionada pela industrialização;

Page 20: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

O urbanoHiperurbanização – incapacidade de

desenvolvimento voltado à coletividade;Urbanização dependente: uma formação

diversa, mas com função própria articulada no capitalismo – uma estrutura depende de uma outra, com ela articulada;

É ideológico tratar como sendo uma marginalidade (relação de dominação), quando se trata de interpenetração de duas estruturas sociais;

Page 21: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

O urbanoNa América Latina: poucos aglomerados

(Brasil é exceção);Zonas urbanas deterioradas, com bairros

insalubres: o resto;Desmedida em relação ao nível de

industrialização e reforço da segregação;Colonização espanhola (interesse

administrativo) - colonização portuguesa (troca e exploração de produtos);

Page 22: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

O urbanoAceleração industrial no pós-guerra e

migração rural-urbana;Não é a expressão de um processo de

modernização, mas a expressão do nível das relações socioespaciais (acentuação das contradições sociais no interior de um sistema capitalista);

(Castells)

Page 23: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Mercantilização das cidadesQueda do socialismo real e o

Consenso de Washington (década de 90);

O Estado do bem-estar social e o administrativismo;

A mudança do administrativismo para o empreendedorismo: as cidades como uma mercadoria;

As construções em si possuem capacidade própria para a ação social?

Page 24: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Mercantilização das cidadesO formato da urbanização das

décadas anteriores servem para explicar as atuais dinâmicas? (fragmentação e aceleração dos meios de transporte)

As atuais análises devem considerar as diferentes escalas: local e global, centro e subúrbio, região metropolitana, região e Estado-Nação, dentre outros;

Page 25: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Mercantilização das cidadesCaracterísticas: 1- Parcerias Público Privadas;2- O setor público assumindo a grande

maioria dos riscos (lei das PPPs no Brasil);

3- Foco na economia política do lugar e desvio de atenção dos grandes (e coletivos) problemas;

Planos diretores x plano estratégico (ou plano diretor estratégico?)

Page 26: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Mercantilização das cidades

As alternativas:1- exploração de vantagens específicas para

produção de bens e/ou serviços do local;2- Fomento ao consumo de massa (revalorização

de centros, shopping centers, estádios, centros de convenções, etc);

3- luta por recursos oriundos de atividades de controle e comando – base informacional, atividades financeiras e produção de conhecimento;

4- recebimento de superávits dos governos centrais – embora menores os fluxos se mantém para atividades cruciais;

Page 27: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Mercantilização das cidades

“Governança Urbana”;Maior vulnerabilidade das cidades:Diminuição dos custos para o setor

privado e “abertura das cidades” ao “humores” do mercado;

Contradições distributivas;Mercantilização das cidadesAumento da desigualdade e de níveis de

empregos;Efemeridade das “vantagens

comparativas”;

Page 28: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Mercantilização das cidadesInvestimentos especulativos e não

duradouros;Fortalecimento da identidade ao local

(mecanismo ideológico?);Autonomia da autoridade local (uma

nova forma de empresa?);A lógica de mercado conduzindo ações

que conformam o espaço urbano;(Harvey)

Page 29: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A especificida

de brasileira e amazônida:

uma metade

ilegalizada

Page 30: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A especificidade brasileira – uma metade ilegalizadaAs cidades de porte médio (entre 100 e

500 mil habitantes) crescem a um ritmo maior que as metrópoles (4,8% contra 1,3% entre os anos 80 e 90);

as cidade de porte médio abrigam cerca de 20% da população brasileira;

Das 12 regiões metropolitanas, os municípios de maior porte (centrais) cresceram 3,1% contra 14,7% dos municípios periféricos entre 1991 e 1996. As metrópoles que mais se expandiram foram: Belém (157,9%), Curitiba (28,2%), Belo Horizonte (20,9%), Salvador (18,1%) e São Paulo (16,3%);

Page 31: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A especificidade brasileira – uma metade ilegalizadaEstima-se que o número de favelas

em algumas cidades brasileiras seja: 20% no Rio de Janeiro, 22% em SP, 20% em Belo Horizonte, 13,3% em Goiânia, 30% em salvador, 46% em Recife, 31% em Fortaleza;

Metade da população brasileira é ilegalizada (Maricato)

Page 32: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A especificidade amazônida

As teorias clássicas servem para explicar o fenômeno da urbanização na Amazônia? O processo de industrialização influenciou pouco;

As lógicas que governam a detenção do capital, divisão internacional do trabalho/riqueza nos servem;

Deve-se incorporar as noções da informalidade econômica e social e a composição étnico-racial;

Cidades coloniais: servir à conquista do território e para a organização dos interesses econômicos – aviamento;

Page 33: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A especificidade amazônida

Década de 90 em diante impulsiona a urbanização (Amapá);

Anos 70: urbanização impulsionada pela ação do Estado;

Efeitos: desmembramento de municípios e fortalecimento de elites locais, concentração da terra e aumento do trabalho assalariado e projetos de desenvolvimento regional (custo ambiental);

Page 34: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A especificidade amazônida

Padrões: cidades históricas, decorrentes de aldeias e de missões religiosas, oriundas de atividades agroextrativistas e com função portuária, ligação fluvial, presença das florestas, impacto de rodovias, laços com atividades centros internacionais;

A urbanização aqui não se caracteriza meramente pela densidade demográfica;

Pequenas e médias cidades catalizadoras de outras;

Relevância da atividade informal, embora pouco considerada nas abordagens clássicas;

(Castro)

Page 35: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A especificidade amazônidaAs cidades da Amazônia e o Estatuto das

cidades: Dificuldades: uma grande extensão territorial; por

diferentes formas de aglomeração; interferência de grandes empresas; indefinição fundiária de muitos dos novos municípios por ainda não terem recebido o domínio de seu território; inexistência ou insuficiência dos cadastros existentes de imóveis urbanos, de infraestrutura instalada; dificuldades em implementar uma tributação adequada; dificuldades de transporte em decorrência da trafegabilidade de rodovias de terra, ou navegabilidade de rios; grande “distância social” existente entre habitantes das cidades mais antigas e de pequenas vilas, o que dificulta, por exemplo, a participação popular; forte dependência de repasses federais; frágil capacidade administrativa e incapacidade de atendimento do poder judiciário e do Ministério Público em muitas áreas dos municípios (CARDOSO, 2007)

Page 36: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A constituição Federal e o Estatuto das cidadesOs Artigos 182 e 183 da CF/88 e Estatuto

das cidades – produtos da luta política do Movimento Nacional pela Reforma Urbana;

Qual é o papel/pauta atual do Movimento pela Reforma Urbana?

De acordo com artigo 21, XIX da CF/88, a União tem competência privativa para instituir as diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano do país;

O município é o ente federal principal da execução urbana;

Page 37: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A constituição Federal e o Estatuto das CidadesA aplicação de instrumentos pelos municípios

previstos no CF/88 é mecanismo para viabilizar que se cumpra preceitos constitucionais, tais como: gestão democrática da cidade, da participação popular, da função social da propriedade, do direito a moradia, a saúde e a regularização.

A função social da propriedade urbana;Uma redução da importância dada por institutos

do direito civil, publicizando-a, para espelhar as necessidades da sociedade;

Um regime que imponha limites à propriedade, visando o bem-estar da sociedade;

Page 38: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

A constituição Federal e o Estatuto das CidadesA gestão democrática e a participação

popular como fundamentos da gestão e do planejamento das cidades

o cidadão passa a ter papel ativo, atuando como um co-gestor;

Cidades Sustentáveis (garantia de terra urbana, moradia, saneamento ambiental, infraestrutura urbana, transporte e serviços públicos);

Planejamento e desenvolvimento das cidades (planos diretores);

Page 39: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Os planos diretoresO principal instrumento da política

ambiental urbana;Um pacto da população pela

edificação da cidade possível e que se quer – deve ser construído de maneira participativa;

A responsabilidade é essencialmente do município;

Deve redundar na gestão democrática, que implementará as decisões tomadas;

Page 40: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Direito Ambiental Urbano ou um Direito das cidades?Uma questão teórica em debate: o

meio ambiente urbano faz parte do estudo sobre o direito ambiental ou constitui um ramo autônomo? (Mukai (2002); Machado (2007) e Fiorillo (2006) x Saule Júnior (2007) e Fernandes (2004));

Saule Júnior: a distinção é irrelevante;

Page 41: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Cidades Sustentáveis e Função Social das cidades – O que é ?“Art. 2o A política urbana tem por objetivo

ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; [...]” (Art. 2º da lei 10.257/2001);

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O direito às cidades no Brasil e no mundoO direito à cidade como um direito humano: Um

documento elaborado e aprimorado nos fóruns mundiais que visa “tratar de assuntos estratégicos para as cidades, como o tema da governança urbana democrática, da implementação dos direitos econômicos, sociais e culturais dos habitantes das cidades, da adoção de uma economia mais justa e solidária, que promova o desenvolvimento humano de forma sustentável, dos compromissos a serem assumidos pelos diversos segmentos da comunidade internacional para o seu cumprimento, e as ações necessárias para o reconhecimento internacional do direito à cidade como um direito humano (SAULE JÚNIOR, 2007);

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O direito às cidades no Brasil e no mundoHá como efetivar a discussão sobre a

eficácia das políticas e instrumentos já institucionalizados sem considerar a base material em que se funda nossa sociedade? (COUTINHO, 2007)

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Referências Básica: CASTELLS, Manuel. A Questão urbana. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,

1983. CASTRO, Edna (org.). Cidades na Floresta. São Paulo: Annablume, 2008. DALLARI, Adilson Abreu; FERRAZ, Sérgio (Coord.). Estatuto da cidade

(comentário à lei federal 10.257/2001). 2ª edição. São Paulo: Malheiros, 2006.

FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 12ª edição. São Paulo: Saraiva, 2011.

HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. 2ª edição. Rio de Janeiro: Annablume, 2005.

MARICATO, Ermínia. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

MATTOS, Liana Portilho. Nova ordem jurídico-urbanística: função social da propriedade na prática dos tribunais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.

Page 45: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Referências Complementar: BRASIL . Câmara dos Deputados. Estatuto da Cidade: guia para implementação pelos municípios e

cidadãos: Lei n. 10.275, de 10 de julho de 2001, que estabelece diretrizes gerais da política urbana. 3. ed. Brasília: Coordenação de Publicações, 2002.

______. Congresso Nacional. Lei n. 10.257/2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Site do Palácio do Planalto, Poder Executivo, Brasília, DF, 2007b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 27 abr. 2007.

______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Brasília: Site do Palácio do Planalto, Poder Executivo, Brasília, DF, 2007a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%E7ao.htm>. Acesso em: 01 ago 2007.

______. Ministério das Cidades. Como delimitar e regulamentar Zonas Especiais de Interesse Social: ZEIS de vazios urbanos. Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.mp.mg.gov.br/portal/public/interno/arquivo/id/14599>. Acesso em 10 abr. 2012.

BUENO, Laura Machado de Mello & CYMBALISTA, Renato (org.). Planos Diretores municipais: novos conceitos de planejamento territorial. São Paulo: Annablume, 2007.

CANEPA, Carla. Cidades sustentáveis: o município como locus da sustentabilidade. São Paulo: RCS editora, 2007.

CARDOSO, Ana Cláudia Duarte. Possibilidades do estatuto da cidade para as cidades da Amazônia. 2007. Disponível em: <http://www.comova.org.br/pdf/Possibilidades_do_Estatuto_da_Cidade_para_as_cidades_da_Amazonia.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2007.

DEXHEIMER, Marcus Alexsander. Estatuto da cidade e democracia participativa. Florianópolis: OAB/SC Editora, 2006.

FSA; FMU; V FSM. Carta mundial do direito à cidade. Disponível em: <http://www.forumreformaurbana.org.br/index.php/documentos-do-fnru/41-cartas-e-manifestos/133-carta-mundial-pelo-direito-a-cidade.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2012.

Page 46: DIREITO ÀS CIDADES SUSTENTÁVEIS (Meio Ambiente Urbano)

Referências Complementar: MARQUES, José Roberto. Meio ambiente urbano. Rio de Janeiro: Forense

Universitária, 2005. RISÉRIO, Antonio. “A segregação é o grande problema urbano”. Entre para

jornal “o Globo”. Edição de 21/04/2012 (carderno “prosa e verso”). SANT’ANA. Ana Maria de. Plano diretor municipal. São Paulo: Liv. e Ed.

Universitária de Direito, 2006. SAULE JÚNIOR, Nelson. O Direito à Cidade como paradigma da governança

urbana democrática. 2005. Disponível em:

<http://www.institutoapoiar.org.br/imagens/bibliotecas/O_Direito_a_Cidade_como_paradigma_da_governanca_urbana_democratica.pdf>. Acesso em 10 abr. 2012.

UNFPA. State of world population 2007. ONU: United Nations Population Fund. 2007. Disponível em: <http://www.unfpa.org/swp/2007/presskit/pdf/sowp2007_eng.pdf>. Acesso em: 01 jul. 2007.

VILLAÇA, Flávio. As ilusões do Plano Diretor. São Paulo, agosto de 2005.

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OBRIGADO!