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www.derechoycambiosocial.com ISSN: 2224-4131 Depósito legal: 2005-5822 1 Derecho y Cambio Social DIREITO AO TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A TRANSIÇÃO DE JOVENS DA UNIVERSIDADE AO MERCADO LABORAL Simone Mota Barbosa Novais 1 Unilson Gomes Soares 2 Maria Célia da Silva Gonçalves 3 Margareth Vetis Zaganelli 4 Fecha de publicación: 08/07/2017 Sumário: Introdução- I. O mercado de trabalho: breve revisão da literatura- II. Expectativas quanto à inserção no mercado de trabalho de alunos em fase de conclusão de curso superior. III. Já me formei, e agora que caminho seguir? Considerações Finais. Referências. 1 Bacharel em Administração pela Faculdade Cidade de João Pinheiro (FCJP). [email protected] 2 Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade: Universidade de Santo Amaro SP. Pós-graduado: Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Professor no curso de Administração da Faculdade Cidade de João Pinheiro (FCJP). [email protected] 3 Pós-doutoranda em Educação pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Pós-doutoranda em História pela Universidade de Évora. Doutora em Sociologia e Mestre em História pela Universidade de Brasília - UnB. Especialista em História Pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Comunidade Escolar: Encontros e Diálogos Educativos CEEDE e do CIDEHUS.UE - Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora. [email protected] 4 Doutora em Direito (UFMG). Mestre em Educação (UFES). Estágios de Pós-doutorado na Universitàdegli Studi di Milano-Bicocca (UNIMIB) e na Alma Mater Studiorum Universitàdi Bologna (UNIBO). Professora Titular de Direito Penal e Processual Penal e de Teoria do Direito da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Coordenadora do Grupo de Pesquisa Bioethik (UFES). [email protected]

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Derecho y Cambio Social

DIREITO AO TRABALHO:

UM ESTUDO DE CASO SOBRE A TRANSIÇÃO DE JOVENS DA

UNIVERSIDADE AO MERCADO LABORAL

Simone Mota Barbosa Novais1

Unilson Gomes Soares2

Maria Célia da Silva Gonçalves3

Margareth Vetis Zaganelli4

Fecha de publicación: 08/07/2017

Sumário: Introdução- I. O mercado de trabalho: breve

revisão da literatura- II. Expectativas quanto à inserção no

mercado de trabalho de alunos em fase de conclusão de curso

superior. III. Já me formei, e agora que caminho seguir?

Considerações Finais. Referências.

1 Bacharel em Administração pela Faculdade Cidade de João Pinheiro (FCJP).

[email protected]

2 Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade: Universidade de Santo Amaro –

SP. Pós-graduado: Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Professor no curso de

Administração da Faculdade Cidade de João Pinheiro (FCJP).

[email protected]

3 Pós-doutoranda em Educação pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Pós-doutoranda

em História pela Universidade de Évora. Doutora em Sociologia e Mestre em História pela

Universidade de Brasília - UnB. Especialista em História Pela Universidade Federal de Minas

Gerais (UFMG). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Comunidade Escolar: Encontros e

Diálogos Educativos – CEEDE e do CIDEHUS.UE - Centro Interdisciplinar de História,

Culturas e Sociedades da Universidade de Évora.

[email protected]

4 Doutora em Direito (UFMG). Mestre em Educação (UFES). Estágios de Pós-doutorado na

Universitàdegli Studi di Milano-Bicocca (UNIMIB) e na Alma Mater Studiorum

Universitàdi Bologna (UNIBO). Professora Titular de Direito Penal e Processual Penal e de

Teoria do Direito da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Coordenadora do

Grupo de Pesquisa Bioethik (UFES).

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Resumo: Este trabalho objetivou analisar as perspectivas e

desafios de formandos e recém graduados no processo de

transição entre a universidade e o mercado de trabalho.

Foram entrevistados concluintes e graduados de diversos

cursos em instituições de ensino no noroeste de Minas, todos

residente na cidade de João Pinheiro/MG. Objetivando

compreender o que as pessoas esperam do mercado de

trabalho, quais as dificuldades e facilidades encontradas para

se conseguir um emprego. O estudo foi realizado por meio de

uma pesquisa qualitativa, buscando entender as expectativas

acerca dessa transição, avaliando um conjunto de variáveis

pessoais e contextuais sobre a atuação profissional.

Participaram da amostra 25 jovens, que responderam a

Survey composto por perguntas fechadas e abertas. De

acordo com os resultados coletados, as pessoas estão

otimistas quanto ao seu futuro profissional, acreditando em

uma carreira promissora, mesmo diante da crise econômica

esses novos profissionais apostam na qualificação e em sua

capacidade, se sentindo seguros e preparados para atuar na

profissão da qual se formaram.

Palavras-chave: Mercado de trabalho. Formandos.

Graduados. Expectativas.

RIGHT TO WORK: A CASE STUDY ON THE

TRANSITION OF YOUNG PEOPLE FROM THE

UNIVERSITY TO THE LABOR MARKET

Abstract: This work aimed to analyze the perspectives and

challenges of graduates and recent graduates in the transition

process between the university and the labor market. We

interviewed graduates and graduates of several courses at

educational institutions in the northwest of Minas Gerais, all

of them living in the city of João Pinheiro / MG. In order to

understand what people expect from the job market, what

difficulties and facilities are available to get a job. The study

was carried out through a qualitative research, trying to

understand the expectations about this transition, evaluating a

set of personal and contextual variables on the professional

performance. Twenty-five young people participated in the

survey, who answered Survey with closed and open

questions. According to the results collected, people are

optimistic about their future career, believing in a promising

career, even in the face of economic crisis, these new

professionals are betting on their skills and ability, feeling

safe and prepared to work in the profession of which Were

formed.

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Keywords: Labor market. Graduates. Graduates.

Expectations.

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INTRODUÇÃO

O mercado de trabalho no Brasil tem se tornado cada vez mais competitivo

e a busca por qualificação profissional é vista como uma forma de se

destacar no mercado, porém se há algumas décadas o diploma de um curso

superior era garantia para uma boa colocação profissional com um emprego

bem remunerado, hoje a realidade é diferente. A transição da universidade

para o mercado de trabalho gera expectativas em meio a grande

concorrência, se tornando um momento desafiador para o recém-formado

que deverá mostrar competência para não ser apenas mais um em busca do

sucesso profissional.

Vários fatores influenciam na dificuldade em ingressar no mercado de

trabalho, dando ênfase aqui na redução do número de empregos oferecidos

bem como o crescente aumento de desemprego perante a crise do nosso

país. Conquistar um espaço no mercado de trabalho vai além de um

diploma universitário, as exigências estão sendo cada vez mais definidas

pelas empresas na hora da contratação, como experiência profissional,

competências e qualificações específicas.

Há um crescimento significativo do número de pessoas que chegam ao

ensino superior, crescendo também a demanda por uma oportunidade de

trabalho. As universidades recebem um número cada vez maior de pessoas

com faixa etária diversificada, que vão de jovens que acabaram de concluir

o ensino médio até adultos que encerram sua vida escolar há algum tempo e

resolveram retomar suas atividades acadêmicas ingressando em um curso

superior.

O ingresso no mercado de trabalho caminha por várias vertentes, com

aqueles que se veem aptos a exercer sua profissão e aqueles que ainda estão

inseguros devido ao grande número de profissionais oferecendo seus

serviços, por isso este estudo objetivou avaliar as dificuldades mais comuns

encontradas entre os entrevistados e descobrir através desta pesquisa o

melhor caminho para entrar nesta “competição” por uma oportunidade no

mercado de trabalho; analisar as expectativas dos recém-formados;

identificar as oportunidades; avaliar a satisfação com a escolha

profissional; apontar as dificuldades encontradas pelos entrevistados;

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descobrir as exigências do mercado para contratação; buscar respostas para

a causa do sucesso ou fracasso profissional.

Para muitos jovens adultos universitários, o término de um curso

superior significa a promessa de uma nova etapa de vida, marcada pelo

início do exercício da vida profissional. Contudo, um dos principais

problemas com os quais os recém-formados se deparam é a dificuldade de

ingressar no mercado de trabalho de suas profissões. O diploma

universitário era garantia para um emprego bem remunerado ou de uma boa

colocação no mercado de profissionais autônomos, há algumas décadas

atrás, atualmente, a realidade é muito diferente. O reduzido número de

postos de trabalho ofertados ao lado das inovações tecnológicas

transformaram profundamente o campo das ocupações profissionais; diante

desse cenário, o trabalhador necessita ser mais flexível, apresentando maior

repertório de habilidades e competências profissionais (Lassance & Sparta,

2003).

O presente estudo teve como tema a transição da universidade ao

mercado de trabalho: perspectivas e desafios, e seu objeto de estudo foram

jovens recém formandos dos cursos de Administração, Pedagogia e

Enfermagem de uma faculdade na cidade de João Pinheiro (MG), bem

como aqueles que ainda estão em fase de finalização do curso. Também

foram coletados dados de pessoas que já se formaram, mas que ainda não

estão atuando na área de sua formação, incluindo aqui os cursos de Direito

e Ciências Contábeis de outras instituições também situadas no noroeste de

Minas Grais com a finalidade de melhor entender como essa transição entre

universidade e mercado de trabalho, tem influenciado na vida dos recém-

formados.

O município de João Pinheiro, universo dessa pesquisa, está situado

no Noroeste do estado de Minas Gerais, região Sudeste do Brasil. A cidade

conta com uma população de 48.179 habitantes segundo estimativa do

IBGE (2016), com área territorial 10.727.471(Km²), renda per capita é de

R$ 20.214,94 anual. Sua principal atividade econômica é o agronegócio

com destaques para a pecuária, o setor agroflorestal e sucroalcooleiro.

A presente pesquisa visou responder a seguinte problematização:

quais são as perspectivas criadas pelos universitários e os desafios

encontrados para ingressar no mercado de trabalho após a conclusão do

ensino superior? Será que todos conseguirão atuar na área escolhida? O

mercado de trabalho está preparado para receber esses novos profissionais?

Qual a exigência para se contratar um profissional com nível de ensino

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superior? Essas são perguntas que muitos graduados fazem ao terminar a

faculdade e que podem ser estudadas e discutidas.

As hipóteses iniciais dessa pesquisa apontaram que: muitas vezes não

se pode ter uma resposta exata que ajude a trilhar esse caminho com mais

coragem e determinação, mas na busca por uma vaga de trabalho alguns

fatores são extremamente significativos, como a competitividade no

mercado de trabalho que cria barreiras dificultando a inserção de novos

profissionais. A falta de experiência também conta como fator negativo na

hora da contratação, pois as empresas estão em busca de profissionais

qualificados. Uma cidade pequena dificulta a abertura de novas

oportunidades causando insegurança por parte daqueles que desejam se

destacar profissionalmente, não oferecendo plano de carreira ou de

negócios que possa contribuir para o desenvolvimento das habilidades

adquiridas durante o período de formação acadêmica. Existem ainda

aqueles que já estão inseridos no mercado e procuram ingressar em um

curso superior para não perder seu cargo, o que é visto também como um

desafio para os recém-formados.

Por outro lado, as perspectivas podem ser otimistas quando a pessoa

busca após sua formação se qualificar, adquirir experiência e se dispor a

começar “de baixo” para se chegar ao topo, sendo umas das dificuldades

encontradas no começo de uma carreira, onde o baixo salário pode ser

considerado como uma falta de reconhecimento e valorização do

profissional. As pessoas que não se preparam com antecedência e não

planejam sua carreira profissional procurando se antecipar as tendências do

mercado de trabalho, tem mais probabilidade de se frustrarem ao terminar o

curso superior. Ter objetivos para o futuro e se empenhar em realiza-los

buscando se atualizar e não esperar que o emprego bata a sua porta é um

grande passo para se alcançar o sucesso profissional e o indivíduo é visto

como responsável tanto pelo seu sucesso quanto pelo seu fracasso, pois a

conquista por um espaço vai além de um diploma e está relacionado a

características pessoais, competências e capacidade de ajustar-se a

diferentes demandas de trabalho.

A coleta de dados facilitou o entendimento relativo de várias questões

e que pode ser adquirida com a colaboração de pessoas que estão em busca

de alternativas para seu crescimento profissional, este estudo se

desenvolveu usando como metodologia a pesquisa qualitativa,

apresentando de forma descritiva os problemas encontrados pelo grupo

estudado, visto que a pesquisa pretendeu esclarecer algumas situações

quanto à dificuldade e/ou facilidade dos formandos em se inserir no

mercado de trabalho de sua área escolhida.

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De acordo com Demo

São consideradas metodologias qualitativas, por exemplo, pesquisa

participante, pesquisa-ação, história oral, observação de cariz

etnometodológico, hermenêutica, fenomenologia, levantamentos feitos com

questionários abertos ou diretamente gravados, análises de grupo, que, como

vemos, abrigam horizontes bastante heterogêneos. Em parte, define-se como

metodologias alternativas, porque buscam salvaguardar o que a metodologia

dura joga fora, por não caber no método, sendo isso por vezes o mais

importante na realidade. Advindo geralmente esse gesto da parte das

ciências sociais, existe o interesse em apanhar também o lado subjetivo dos

fenômenos, buscando depoimentos que se transformam em dados

relevantes, também oriundos de pessoas simples. (DEMO, 2000, p. 151).

Os dados foram coletados com jovens participantes escolhidos que

aceitaram contribuir com este estudo. Participaram desta pesquisa (25)

vinte e cinco pessoas do sexo masculino e feminino, que foram divididos

de acordo com os cursos acima citados.

A estratégia utilizada nesta pesquisa foi o método survey, com uma

amostra da população pinheirense incluindo acadêmicos de uma faculdade

particular situada no referido município. Com o intuito de saber das

pessoas sobre suas expectativas com relação ao fim do curso universitário e

a inserção no mercado de trabalho. A pesquisa foi realizada através de

questionário misto, formado por algumas questões fechadas e outras

questões abertas de forma que o entrevistado possa expressar sua opinião,

ponto de vista e argumentos quanto ao tema em questão.

O momento de transição entre a Universidade e o Mercado de trabalho

para muitos é motivo de dúvidas e incertezas quando se trata do caminho

que irá trilhar após a conclusão de seu curso, por isso a importância de se

retratar este tema que envolve pessoas em busca de um futuro promissor e

que muitas vezes se frustram diante das dificuldades e precisam optar por

atuar em uma área diferente de sua formação ou até mesmo buscar

colocação em outras cidades.

I. O MERCADO DE TRABALHO: BREVE REVISÃO DA

LITERATURA

O termo mercado de trabalho encontra-se na pauta dentre os principais

temas na atualidade. No presente estudo busca-se analisar o conceito de

mercado de trabalho em diferentes perspectivas, a fim de aprofundar a

discussão sobre a problemática da inserção de jovens adultos egressos das

instituições de ensino superior no mercado laboral.

1.1. Mercado de trabalho em perspectiva teórica

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Braverman (2007) faz uma comparação entre a utilização do trabalho

não humano e o trabalho humano dizendo que, pode-se obter da força de

trabalho do animal, apenas mínimas variações de trabalho concreto, e que o

trabalho humano por outro lado, é suscetível de vasta gama de atividades

produtivas devido a um entendimento que foi social e culturalmente

desenvolvido. Com essa afirmação entende-se que o homem ao contrário

do animal é capaz de exercer várias funções que lhe são atribuídas, dentro

de suas possibilidades é claro, estando sempre pronto para atuar em

diversas áreas.

Braverman afirma ainda que o homem se diferencia pelo seu potencial

intelectual.

O que distingue a força de trabalho humano é, portanto, não sua

capacidade de produzir um excedente, mas seu caráter inteligente e

proposital, que lhe dá infinita adaptabilidade e que produz as condições

sociais e culturais para ampliar sua própria produtividade, de modo que seu

produto excedente pode ser continuamente ampliado. Do ponto de vista do

capitalista, essa potencialidade multilateral dos seres humanos na sociedade

é a base sobre a qual efetua-se a ampliação do seu capital.

(BRAVERMAN, 2007, p. 58).

As habilidades do ser humano se destacam pela sua capacidade de

raciocínio o que o torna capaz de ser melhor a cada dia, buscando novas

formas de conhecimento, se destacando pessoal e profissionalmente.

Falar de mercado de trabalho a nível mundial traz sempre à tona a

questão da crise econômica, um fator que reflete diretamente na quantidade

de desempregados. Mesmo antes da crise já existia a questão do

desemprego, sendo que até os países industrializados tem convivido com

esta situação.

As inovações tecnológicas podem ser consideradas como grande

concorrente, pois irão substituir muitas profissões existentes, podendo

alcançar até os países desenvolvidos, e as estimativas quanto ao número de

vagas de trabalho são cada vez mais pessimistas, porém Jacob Gorender

pondera quanto à causa do desemprego, em seu dossiê sobre globalização.

A fim de esclarecer a questão do desemprego estrutural, é necessário

definir suas causas, bem como, aproximadamente, a hierarquia da

influência delas. Não há razão para duvidar que a tecnologia informacional

e a organização do trabalho conforme a produção enxuta são causas do

desemprego estrutural. Difícil é esclarecer o quanto cabe a cada qual desses

fatores. A introdução de dispositivos informatizados (robôs, MFCMC,

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microprocessadores, etc.) elimina postos de trabalho, porém é duvidoso que

o faça em maior proporção do que a reengenharia, o enxugamento, a

reestruturação organizacional. O fato é que seja por via da automação

eletrônica, seja por via da remodelação do layout organizativo da empresa,

os empregos somem aos milhares e aos milhões, enquanto aumenta a carga

de trabalho sobre aqueles que continuam empregados. (GORENDER,

1997, p.21).

Gorender (1997) ainda cita que “algumas indicações permitem

concluir que, ao menos nos países mais desenvolvidos, certas empresas se

excederam na introdução de inovações de automação dispensadoras de

trabalho vivo”. O que se constata é a necessidade de ter sempre a

disposição o trabalho humano, não sendo possível exercer qualquer

atividade através da máquina sem o apoio do humano, concluindo portando

que a máquina poderá facilitar e dar apoio ao operário ao invés de substituí-

lo.

A transição entre a universidade e o mercado de trabalho: perspectivas

e desafios é um tema que pode ser discutido a nível mundial dentro do

contexto de mercado de trabalho, visto que a qualificação profissional é um

grande diferencial, e que muitas vezes não é tão reconhecida e valorizada, e

que o diploma já não abre tantas portas quanto se esperava.

1.2. Mercado de trabalho no Brasil

No Brasil quando se fala em mercado de trabalho existem várias

questões envolvendo esse fator, podendo destacar o desemprego, a crise

econômica como já foi dito, a desestruturação no governo que paralisa o

desenvolvimento econômico afetando diretamente o mercado de trabalho.

Para aqueles que estão se formando e esperam se realizar

profissionalmente, as perspectivas não são as melhores e são muitos os

desafios encontrados pela maioria.

Imagine que, após longos anos de estudos árduos, você consiga

finalmente se formar na faculdade. Agora, sim, você está pronto para dar

início a uma brilhante carreira. Mas, será que existirão vagas na área em

que você deseja trabalhar? Será que pagarão bem pelos serviços de um

jovem recém-formado? Ou será que a economia passa por uma fase

recessiva, com desemprego acentuado, e você será obrigado a aceitar um

trabalho que, além de não lhe pagar a remuneração dos seus sonhos,

também não vai aproveitar seu preparo, adquirido em incontáveis horas de

aula e de estudo ao longo de anos? As respostas a essas questões não são

simples e dependerão, em grande parte, do número de vagas disponíveis e

da taxa de desemprego da economia. (PASSOS, NOGAMI, 2005, p.513).

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As discussões a respeito da dificuldade em se inserir no mercado de

trabalho não é um assunto novo, já vem a algumas décadas sendo discutido,

segundo Maia o Brasil vem sofrendo profundas alterações na estrutura do

mercado de trabalho.

Chahad (2003) enfatiza sobre importantes transições econômicas,

sociais, demográficas e tecnológicas, que interferem na evolução do

mercado de trabalho.

Observando-se a evolução recente da economia brasileira,

especialmente a partir do início da década de 90, é possível destacar um rol

de importantes transições econômicas, sociais, demográficas e

tecnológicas, com profundas implicações para a evolução do mercado de

trabalho e para as mudanças nas relações de emprego. Essas transições

devem ser entendidas como indo muito além de sua influência sobre o nível

das principais variáveis que compõem o mercado de trabalho, afetando-lhe,

também a dinâmica e as estruturas regional, setorial e ocupacional.

(CHAHAD, 2003, p.2).

As mudanças na economia brasileira têm afetado muito o mercado de

trabalho, a situação do governo influenciou e vem influenciando muito nas

relações de emprego, e isso envolve toda a estrutura do mercado.

1.3 Mercado de trabalho em João Pinheiro (MG)

O mercado de trabalho no Brasil e no mundo não tem muita

divergência de opinião no relato de alguns autores aqui citados, quando

falam da crise econômica como sendo uma das causas do desemprego e da

falta de oportunidade para se inserir no mercado após a conclusão de um

curso superior. Pode-se avaliar essa situação como sendo um problema que

vem se arrastando desde os países mais desenvolvidos e as grandes

metrópoles até chegar a cidades pequenas como é o caso da cidade de João

Pinheiro que é o universo de pesquisa deste artigo.

É uma cidade do interior que fica situada entre duas capitais, Belo

Horizonte e Brasília, tendo como principal atividade econômica o

agronegócio com destaque na pecuária, parte considerável da mão de obra

da cidade se concentra também no setor de confecções. Acredita-se que por

ser uma cidade pequena possa gerar menos oportunidades de negócios e

emprego, a cidade tem crescido bastante nos últimos anos na construção

civil, com um aumento significativo na construção de casas, prédios

residenciais, entre outros. Este aumento pode significar geração de

emprego e oportunidade para quem está atuando em áreas como:

engenharia, arquitetura, administração, contabilidade, direito, enfim, tais

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profissões são de grande valia para auxiliar na execução dessas obras que

tem ocorrido com frequência na cidade.

João Pinheiro conta também com um hospital municipal e vários PSFs

espalhados nos bairros da cidade, além de um hospital particular e várias

clinicas medicas, o que desperta também o interesse das pessoas por se

qualificar na área de saúde, com a expectativa de conseguir se realizar

profissionalmente nesta área. Outra opção de grande interesse da população

pinheirense é a área da educação, muitos procuram se graduar em cursos de

pedagogia a fim de conseguir uma colocação profissional.

A faculdade da cidade oferece vários cursos com os quais as pessoas

se identificam e começam seus estudos com a esperança de uma

oportunidade profissional que lhes garanta estabilidade, sucesso e um bom

salário, ou seja, sua independência financeira. Por isso a pesquisadora está

em busca de respostas quanto à situação desses futuros profissionais na

cidade de João Pinheiro que anseiam por um bom cargo em sua área

escolhida e ainda dialogar com aqueles que já se formaram, mas não estão

exercendo suas profissões.

Talvez seja necessário que esse tema a nível local se estenda para

outras cidades próximas a João Pinheiro, pois muitos não encontram aqui

as oportunidades que esperam e se veem obrigados a se deslocar para

outras cidades em busca de realização profissional. Mas nada do que se

retrata aqui são afirmações, mas apenas observações acerca da atual

situação econômica que atinge toda população e que carece de

investigação.

II. EXPECTATIVAS QUANTO À INSERÇÃO NO MERCADO DE

TRABALHO DE ALUNOS EM FASE DE CONCLUSÃO DE

CURSO SUPERIOR

Ao aproximar o fim de um curso superior os estudantes criam expectativas

quanto ao seu futuro profissional, alguns se sentem confiantes e

capacitados para exercer sua profissão enquanto outros ainda se mostram

inseguros. Este capítulo teve como objetivo apresentar os resultados de

formandos em fase de conclusão quanto a sua percepção frente ao mercado

de trabalho.

2.1. Perfil social dos entrevistados

A primeira pergunta objetivou saber em que curso cada entrevistado

está se formando. Nesta etapa foram distribuídos 15(quinze) questionários

divididos entre os cursos de Pedagogia, Administração e Enfermagem da

FCJP, e o curso de Direito de outra instituição.

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Distribuição dos participantes por curso:

Curso Entrevistados %

Pedagogia 04 27

Administração 05 33

Enfermagem 05 33

Direito 01 7

Total 15 100

Gráfico 1- Curso que está se formando. Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O estudo do gráfico 1 demonstrou que: 33% dos formandos

entrevistados estão cursando Administração, 33% Enfermagem, 27%

Pedagogia e 7% Direito. Os dados da pesquisa demonstraram maior

participação de alunos nos cursos de Administração e Enfermagem,

obtendo também uma participação significativa no curso de Pedagogia,

sendo que os entrevistados de tais cursos são acadêmicos da Faculdade

universo da pesquisa , facilitando a colaboração na mesma, enquanto que

no curso de Direito houve uma pequena participação, levando em

consideração que se trata de um curso pertencente à outra instituição,

havendo maior dificuldade em participar da pesquisa.

A segunda pergunta buscou informar o ano de conclusão do curso dos

15 formandos entrevistados. Apresentando o resultado da tabela abaixo:

27%

33%

33%

7%

Pedagogia

Administração

Enfermagem

Direito

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Curso Entrevistados Ano de conclusão

Pedagogia 04 2016

Administração 05 2016

Enfermagem 05 2017

Direito 01 2016

Total 15

Gráfico 2 - Ano de conclusão - Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

No gráfico 2 a amostra dos formandos entrevistados apresentou um

percentual de: 67% concluindo seus estudos acadêmicos no ano de 2016 e

33% em 2017. Os dados apresentados demonstraram que neste ano de 2016

existe um número considerável de pessoas encerrando sua vida acadêmica

para entrar no mercado de trabalho.

Teixeira (2002, p.10) fala sobre o fim do curso universitário, das

experiências vividas e do que ainda está por vir, relatando que: “A

conclusão do curso universitário, portanto, implica uma reavaliação das

escolhas realizadas, das experiências vividas até o momento e também uma

antecipação do que está por vir tanto em termos profissionais como não

profissionais”.

A terceira pergunta objetivou averiguar o percentual de entrevistados

do sexo masculino e feminino em fase de conclusão de curso.

Distribuição dos entrevistados por sexo:

67%

33%

Ano - 2016

Ano - 2017

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Curso Sexo Fem. Sexo Masc. Total

Pedagogia 03 01 04

Administração 02 03 05

Enfermagem 04 01 05

Direito 01 00 01

Total 10 05 15

Gráfico 3 - Sexo dos entrevistados - Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O resultado do gráfico 3 demonstrou que: 67% dos entrevistados são

do sexo feminino e 33% do sexo masculino. Os dados da pesquisa

demonstraram uma tendência mundial de participação da mulher no mundo

acadêmico, buscando qualificação profissional para ingressar com mais

segurança no mercado de trabalho.

A quarta pergunta buscou identificar a faixa etária dos formandos

entrevistados.

Distribuição dos entrevistados por idade:

Idade Quant.

18 a 25 anos 02

26 a 33 anos 03

34 a 41 anos 04

67%

33%

Sexo Feminino

Sexo Masculino

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42 a 49 anos 03

50 a 57 anos 03

Maior 00

Total 15

Gráfico 4 - Faixa etária dos entrevistados - Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

No gráfico 4 constatou-se que: 13% dos alunos entrevistados possuem

idade entre 18 a 25 anos, 20% de 26 a 33 anos, 27% de 34 a 41 anos, 20%

de 42 a 49 anos, 20% de 50 a 57 anos e 0% maior que 57 anos. Os dados

apresentaram grande variedade no que se refere à idade dos acadêmicos,

concentrando maior percentual entre 34 a 41 anos, o que demonstrou uma

grande participação dos adultos no mundo acadêmico com intuito de

aprimorar e ampliar seus conhecimentos.

A quinta pergunta objetivou averiguar o estado civil dos formandos

entrevistados, ficando distribuído conforme a tabela e representada no

gráfico abaixo.

Estado civil Quant.

Casado 03

Solteiro 08

Divorciado 04

13%

20%

27%

20%

20%

0%

18 a 25

26 a 33

34 a 41

42 a 49

50 a 57

Maior

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Viúvo 00

Total 15

Gráfico 5 - Estado civil dos entrevistados - Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O resultado do gráfico 5 demonstrou que: 53% dos alunos

entrevistados são casados, 27% divorciados e 20% solteiros, não havendo

nenhum viúvo entre os participantes. Os dados da pesquisa demonstraram

que a maior parte dos entrevistados que estão se formando é casado,

levando a uma interpretação de que existe grande procura por qualificação

daqueles que já constituíram família, e buscam mais oportunidades no

mercado de trabalho.

A sexta pergunta tratou de informar a renda familiar dos formandos,

ficando distribuído conforme a tabela e representado no gráfico abaixo.

Renda familiar Quant.

Até 1 salário 04

De 1 a 2 salários 02

De 2 a 3 salários 04

Acima 05

Total 15

20%

53%

27%

0%

Solteiro

Casado

Divorciado

Viúvo

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Gráfico 6 - Renda familiar dos entrevistados - Fonte: Pesquisa direta, 2016.

No gráfico 6 constatou-se que: 33% dos formandos entrevistados

possuem uma renda familiar acima de 3 salários, 27% 2 a 3 salários, 27%

até 1 salário e 13% de 1 a 2 salários. Os dados da pesquisa apontaram que a

maior parte dos entrevistados possuem renda acima de 3 salários e existe

também um percentual considerável nesta amostra que ganham até 1

salário mínimo, levando em consideração esses dados é possível analisar

esses resultados como uma busca por melhoria salarial familiar desses

formandos que acreditam conseguir se destacar no mercado de trabalho

com um salário compensativo.

2.2. Avaliação quanto ao curso escolhido e as oportunidades de

trabalho

A sétima pergunta objetivou averiguar como o formando avalia o

mercado de trabalho de sua profissão, obtendo o percentual conforme o

gráfico abaixo.

Gráfico 7 - Como você avalia o mercado de trabalho de sua profissão?

Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

27%

13%

27%

33% Até 1 salário

De 1 a 2 salários

De 2 a 3 salários

Acima

20%

60%

20%

0% 0%

Muito bom

Bom

Razoável

Ruim

Muito ruim

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O estudo do gráfico 7 demonstrou que: 20% dos formandos avalia o

mercado de trabalho de sua profissão como sendo razoável, 20% muito

bom e 60% bom. Estes dados demonstraram que grande parte dos

entrevistados considera o mercado de trabalho bom, o que leva a crer que

as pessoas ainda não têm uma visão tão positiva quanto à empregabilidade

na profissão para a qual está se formando.

A oitava pergunta tratou de descobrir junto aos formandos quais são

as oportunidades de exercer sua profissão após o término de seu curso.

Gráfico 8 - Quais são as oportunidades de exercer sua profissão após o término de seu

curso?

Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

No gráfico 8, a opinião dos formandos dividiu-se em: 7% que veem

pouca oportunidade em exercer sua profissão, 20% já exerce a profissão de

seu curso, 20% veem grandes oportunidades, 20% muito grandes e 33%

acreditam que são médias as oportunidades. Os dados da pesquisa

demonstraram uma divisão bem equilibrada de opinião quanto à visão de

oportunidades com a profissão escolhida onde se vê um bom percentual

que já exerce sua profissão, podendo analisar isso como uma forma de

buscar mais conhecimento e aperfeiçoamento.

A nona pergunta buscou investigar junto ao formando como é avaliada

a faculdade no papel de prepará-lo para o mercado de trabalho.

20%

20%

33%

7%

0%

20%

Muito grandes

Grandes

Médias

Poucas

Nenhuma

Já exerço a profissão do meucurso

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Gráfico 9 - Como você avalia a faculdade no seu papel de prepará-lo para o mercado de

trabalho?

Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O estudo do gráfico 9 constatou que: 27% dos formandos

entrevistados consideram a faculdade ótima, 40% muito boa, 6% boa, e

27% consideram a faculdade regular no papel de prepará-lo para o mercado

de trabalho. Os dados apresentados revelaram que a maioria dos formandos

considera a faculdade importante quando se trata de formar profissionais e

prepará-los para iniciar sua carreira profissional.

A décima pergunta objetivou analisar junto aos formandos o que é

mais importante para conseguir um lugar no mercado de trabalho em sua

opinião.

Gráfico 10 - Em sua opinião o que é mais importante para conseguir um lugar no

mercado de trabalho? Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

27%

40%

6%

27%

0% 0%

Ótima

Muito boa

Boa

Regular

Ruim

Muito ruim

20%

60%

6%

7% 7%

Experiência profissional

Qualificação profissional

Um bom currículo

Diploma

Influência profissional e pessoal

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Os resultados do gráfico 10 demonstraram que: 20% dos formandos

acreditam ser a experiência profissional o mais importante, 60% acreditam

que seja a qualificação profissional, 6% acham mais importante um bom

currículo, 7% acreditam que o diploma seja o mais importante e 7% acham

que a influência profissional e pessoal é o mais importante para conseguir

um lugar no mercado de trabalho. Os dados apresentaram um grande

número de formandos que acreditam na qualificação profissional como

sendo o fator mais importante na busca por um lugar no mercado de

trabalho e tendo grande importância também à experiência profissional, o

que levou a uma análise bem objetiva e clara de que experiência e

qualificação têm um grande papel na vida profissional e que as pessoas

devem estar sempre em busca de aprimoramento de forma a enriquecer

cada vez mais seu conhecimento.

2.3. Resultado das expectativas dos entrevistados à cerca do

mercado de trabalho

Os resultados descritivos deste estudo nos mostraram que os

formandos participantes apresentaram expectativas positivas quanto ao

ingresso no mercado de trabalho após o término da faculdade. A maioria

respondeu que se sente preparada para trabalhar na profissão do curso que

está se formando. Quanto às perspectivas para entrar no mercado os

entrevistados se mostraram bastante otimistas, afirmando que são as

melhores possíveis, pois acreditam que a qualificação e a busca por

oportunidades é um meio de se alcançar o sucesso, basta ter força de

vontade e dedicação, outros já tem poucas perspectivas devido ao fato de

ser um mercado muito disputado e acreditam que encontrarão dificuldades

diante da grande concorrência. Frente aos desafios, muitos consideram que

a competitividade, a concorrência, a falta de experiência, a falta de

oportunidade são os maiores desafios e veem a qualificação, a

especialização e a atualização constante como uma maneira de enfrentar

esses obstáculos. Ainda que a atual situação do país tenha causado

insegurança devido ao baixo crescimento econômico e o alto nível de

desemprego, e também devido ao grande número de profissionais que são

lançados no mercado a cada ano aumentado assim a concorrência por uma

vaga de trabalho, é surpreendente o otimismo apresentado pelos formandos,

que consideram boas as chances de ingressar no mercado de trabalho após

o término de seu curso.

A visão que se tem, é de que as pessoas estão se conscientizando cada

dia mais da importância em buscar conhecimento e aplicá-lo onde quer que

seja, embora exista a crise as pessoas acreditam que dias melhores virão e

que ficar parado esperando esta crise passar não levará ninguém a

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conquistar um lugar no mercado de trabalho, pois somos os únicos

responsáveis por nosso sucesso ou fracasso, e ainda que a situação não

esteja favorável, cabe a cada um buscar seu lugar de destaque, o desafio é

fazer a diferença, e fazer a diferença é querer o melhor, desejar ser o

melhor, oferecendo o melhor serviço, disseminando conhecimento, sendo o

melhor profissional em sua área. Quem está no topo não é aquele que usou

as pessoas como degrau, mas aquele que sabe caminhar lado a lado,

dividindo experiências e se alimentando de conhecimento. Neste processo

de transição existe o medo do desconhecido, e quando já se conhece existe

o medo da frustração, de não se atingir o objetivo desejado, o retorno dos

anos dedicados ao estudo, à especialização, a qualificação, o medo do não

reconhecimento, mas uma boa dose de confiança e autoestima pode ser

uma alternativa para enfrentar esse mercado tão competitivo e no qual esses

e vários outros formandos pretendem se inserir.

De acordo com os estudos de Teixeira e Gomes sobre a perspectiva de

jovens formandos, eles relatam em seu artigo que:

O momento de transição é caracterizado pela expressão de

expectativas otimistas quanto à possibilidade de ingresso no mercado de

trabalho. Tais expectativas são alimentadas pela crença de que, para quem é

competente e esforçado, sempre haverá trabalho. O sentimento de

competência profissional é, portanto, um dos elementos essenciais que

qualificam a experiência de transição. [...]. É com base em suas crenças de

eficácia que as pessoas escolhem os desafios a enfrentar, decidem quanto

esforço estarão dispostas a despender e também o quanto irão perseverar

em face de obstáculos. Quanto mais forte o senso de eficácia menor tende a

ser a vulnerabilidade do indivíduo em situações de estresse e depressão e

maior a resiliência em situações adversas. (TEIXEIRA; GOMES, 2004,

p.16).

Os autores descrevem em seu artigo sobre reflexões e perspectivas dos

Universitários, a mesma ideia apresentada pelos formandos participantes

deste estudo, de que a competência profissional é relevante nesse processo

de transição e que as pessoas é que escolhem onde querem chegar e os

desafios que pretendem enfrentar.

III. JÁ ME FORMEI, E AGORA... QUE CAMINHO SEGUIR?

Muitas pessoas que concluem um curso superior nem sempre atuam na área

da qual se formou, ou porque não conseguiram uma oportunidade ou

porque não se identificaram com o curso escolhido para exercer tal

profissão. Este item objetivou investigar junto aos graduados nos cursos de

Administração, Enfermagem, Direito e Ciências Contábeis, como eles

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veem o mercado de trabalho, sendo que o ano de formação variou entre os

anos de 2009 a 2015, podendo extrair dos mesmos, informações

relacionadas à sua atuação como profissional no mercado desde sua

formação até os dias de hoje. Os entrevistados concluíram seu curso em

universidades localizadas no noroeste de Minas Gerais.

3.1. Perfil social dos entrevistados

A primeira pergunta objetivou saber qual a graduação de cada

entrevistado, onde oito pessoas participaram desta pesquisa.

Gráfico 11 - Curso que se formou? Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

Os resultados do gráfico 11 demonstraram um percentual de: 37% que

se formaram em Ciências Contábeis, 25% em Administração, 13% em

Enfermagem e 25% em Direito. Os dados da pesquisa apresentaram um

número maior de entrevistados que se formaram em Ciências Contábeis,

ficando os cursos de Administração e Direito com percentual igual, e um

pequeno percentual em Enfermagem.

A segunda pergunta tratou de averiguar junto aos entrevistados o ano

em que concluíram seu curso.

37%

25%

13%

25%

Ciências contábeis

Administração

Enfermagem

Direito

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Gráfico 12 - Ano de conclusão dos entrevistados. Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O gráfico 12 demonstrou que: 12% concluíram seu curso em 2009,

12% em 2010, 38% em 2011, 13% em 2012 e 25% em 2015. Os dados da

pesquisa demonstraram que houve um número maior de graduados no ano

de 2011, prontos para entrar no mercado de trabalho, e em 2015 outro

percentual significativo também entrava nessa disputa por uma carreira

profissional.

A terceira pergunta objetivou averiguar o percentual de entrevistados

do sexo masculino e feminino que participaram desta pesquisa.

Gráfico 13 - Sexo dos entrevistados - Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O estudo do gráfico 13 demonstrou que: 62% dos entrevistados são do

sexo feminino e 38% do sexo masculino. Os dados apresentaram maior

número de mulheres buscando qualificação através de um curso superior,

para se destacarem no mercado de trabalho.

12%

12%

38%

13%

25% Ano - 2009

Ano - 2010

Ano - 2011

Ano - 2012

Ano - 2015

62%

38%

Sexo Feminino

Sexo Masculino

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A quarta pergunta buscou identificar a faixa etária dos entrevistados.

Gráfico 14 - Faixa etária dos entrevistados - Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

No gráfico 14 constatou-se que: 37% dos entrevistados têm entre 18 a

25 anos, 50% tem entre 26 a 33 anos e 13 % tem entre 34 a 41 anos. Os

dados da pesquisa demonstraram que a maioria dos entrevistados que já se

formaram são jovens adultos com idade entre 26 a 33 anos.

A quinta pergunta objetivou saber o estado civil de cada entrevistado

Gráfico 15 - Estado civil dos entrevistados - Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

Os dados apresentados no gráfico 15 demonstraram que: 62% dos

entrevistados são solteiros e 38% casados. Os dados indicaram que a

maioria das pessoas está procurando primeiro terminar um curso superior

para depois assumirem o compromisso de formar uma família, e existem

37%

50%

13%

0% 0% 0%

18 a 25

26 a 33

34 a 41

42 a 49

50 a 57

Maior

62%

38%

0% 0%

Solteiro

Casado

Divorciado

Viúvo

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também muitos jovens que já saem do ensino médio e ingressam em uma

faculdade, terminando assim o curso superior ainda muito jovem.

A sexta pergunta objetivou informar a renda familiar dos

entrevistados, ficando distribuída conforme o gráfico abaixo.

Gráfico 16 - Renda Familiar - Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O resultado do gráfico 16 demonstrou que: 25% possui renda familiar

de dois a três salários e 75% acima de três salários, não havendo nenhum

percentual para as outras opções. Os dados da pesquisa apresentaram maior

renda acima de três salários, tratando-se de renda familiar, muitos sonham

com um padrão de vida melhor ou necessitam aumentar sua renda, o que

leva as pessoas a procurarem por um curso superior que lhes proporcione

maior conhecimento e traga mais oportunidades de trabalho que ofereça

uma remuneração mais significativa.

3.2. O caminho para o mercado de trabalho

A sétima pergunta objetivou saber do entrevistado como o mesmo

avalia o mercado de trabalho de sua profissão, obtendo os resultados

representados no gráfico abaixo.

0% 0%

25%

75%

Até 1 salário

De 1 a 2 salários

De 2 a 3 salários

Acima

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Gráfico 17 - Como você avalia o mercado de trabalho de sua profissão

Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O estudo do gráfico 17 demonstrou que: 62% dos entrevistados

consideram bom o mercado de trabalho de sua profissão, 13% razoável e

25% consideram ruim. Os dados da pesquisa apontaram para um grande

número de pessoas que ainda veem boas oportunidades para atuarem na

profissão do curso que se formaram, mas existe um percentual significativo

de pessoas que não tem uma avaliação positiva para a profissão que

escolheu.

A oitava pergunta analisou junto aos entrevistados quais são as

oportunidades de exercer sua profissão após o término de seu curso,

conforme representado abaixo:

Gráfico 18 - Quais são as oportunidades de exercer sua profissão após o término de seu

curso?

Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

0%

62% 13%

25%

0%

Muito bom

Bom

Razoável

Ruim

Muito ruim

25%

12%

25%

25%

0% 13%

Muito grandes

Grandes

Médias

Poucas

Nenhuma

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Os dados do gráfico 18 apontaram que: 25% dos entrevistados

acreditam serem muito grandes as oportunidades, 12% grandes, 25%

médias, 25% poucas oportunidades, e 13% afirmam que já exercem a

profissão de seu curso. Diante dos dados apresentados foi possível verificar

que a visão dos entrevistados está bem dívida e que apenas uma pequena

porcentagem dos que já se formaram exerce a profissão do curso escolhido

e mesmo havendo um percentual considerável de pessoas que veem poucas

oportunidades, existem também aqueles que acreditam que ainda poderão

exercer a profissão da qual se formou, demonstrando que no mercado de

trabalho há sempre um lugar para quem corre atrás das oportunidades.

A nona pergunta tratou de investigar como o entrevistado avalia a

faculdade no seu papel de prepará-lo para o mercado de trabalho, obtendo

as respostas apresentadas no gráfico abaixo:

Gráfico 19 - Como você avalia a faculdade no seu papel de prepará-lo para o mercado de

trabalho?

Fonte: Pesquia Direta, 2016.

O gráfico 19 demonstrou que: 12% dos entrevistados avaliam como

ótima a faculdade, 12% muito boa, 38% boa e 38% avaliam como regular a

faculdade no seu papel de prepará-lo para o mercado de trabalho. Os dados

da pesquisa demonstraram um grau de satisfação positivo quanto à

faculdade, podendo levar em consideração que a bagagem que o acadêmico

recebe durante o período de formação é rica em conteúdo e não depende

somente da instituição, que tem um importante papel, oferecendo cursos de

qualidade e profissionais capacitados para formar novos profissionais,

porem o que conta na verdade é o papel do indivíduo quando decide

12%

12%

38%

38%

0% 0%

Ótima

Muito boa

Boa

Regular

Ruim

Muito ruim

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escolher por um curso superior, pois um grande profissional absorve aquilo

que recebe e busca fazer o melhor onde quer que esteja.

A décima pergunta objetivou averiguar o que é mais importante para

conseguir um lugar no mercado de trabalho na opinião dos entrevistados.

Gráfico 20 - Em sua opinião o que é mais importante para conseguir um lugar no

mercado de trabalho?

Fonte: Pesquisa Direta, 2016.

O resultado do gráfico 20 demonstrou que: 37% dos entrevistados

acreditam que a experiência profissional seja o mais importante, 50%

acreditam ser a qualificação profissional e 13% acreditam que a influência

profissional e pessoal seja o mais importante para se conseguir um lugar no

mercado de trabalho. Os dados da pesquisa apontaram que metade dos

entrevistados tem a qualificação profissional como um dos fatores mais

importantes para entrar no mercado de trabalho, esta qualificação pode ser

entendida como uma busca por mais conhecimento, atualização e

capacitação, que aliados à experiência profissional fazem a diferença ao

entrar neste mercado tão competitivo.

3.4. Relatos sobre a formação e a profissão

Os resultados relatados neste estudo evidenciaram que dos

participantes que já possuem graduação, a metade se sente preparado para

exercer a profissão na qual se formou e afirmam que obtiveram na

faculdade uma boa base teórica bem como o estágio que proporcionou

experiência e ajudou a aprofundar seus conhecimentos. A outra parte dos

participantes não se sente preparada para exercer a profissão, pois nunca

atuaram na área da qual se formaram e afirmam que se sentem

37%

50%

0%

0%

13% Experiência profissional

Qualificação profissional

Um bom currículo

Diploma

Influência profissional epessoal

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desatualizados, e alguns encontraram oportunidade em outras áreas,

portanto não se veem qualificados para exercer a profissão. E os que se

veem preparados, tem como perspectivas maior ganho financeiro, o

crescimento pessoal e profissional, e acreditam que há um leque de

possibilidades. Para aqueles que não se sentem preparados não há

perspectivas, devido à falta de oportunidade, qualificação e experiência, e

ainda que estejam atuando em outras áreas alguns não descartam a

possibilidade de trabalhar na profissão da qual se formou. Os desafios

encontrados para ingressar neste mercado competitivo segundo os

entrevistados é a inexperiência frente aqueles que já estão no mercado há

mais tempo, a falta de oportunidade em mostrar serviço após o término do

curso, a deslealdade profissional, a concorrência e principalmente a

qualificação e atualização de mercado.

Muitas pessoas se formam e se sentem perdidas, para aqueles que

saem da faculdade e já tem um norte a seguir pode não ser tão complicado,

pois já atuam em uma área especifica de seu curso ou já vem estudando o

mercado, como forma de garantir uma vaga em sua profissão, mas para

outros a direção a seguir ainda não está bem definida, o que dificulta a

inserção no mercado, o que acontece é que para essas pessoas o caminho às

vezes tenha sido mais difícil e muitas vezes buscam oportunidades em

outra área que não seja de sua formação, criando certa frustração e

incerteza. O que foi exposto neste item relatou opiniões bem divididas

quanto a atual vida profissional dessas pessoas que já possuem uma

formação, e percebeu-se que muitos não se identificaram com o curso

escolhido e optaram por atuar em outra profissão, enquanto alguns já

saíram da faculdade com o propósito de exercer a profissão e assim o

fizeram. Portanto, é possível analisar essas questões como uma forma de

identificação da pessoa com o curso escolhido e a profissão exercida, um

bom profissional busca as oportunidades de acordo com sua capacidade em

lidar com aquilo que vai lhe proporcionar não somente um expressivo

ganho financeiro, mas o bem-estar e a certeza de ter escolhido a profissão

certa.

Teixeira se expressa da seguinte maneira:

Por fim a decisão de carreira deve estar associada à percepção de cada

indivíduo acerca das suas possibilidades pessoais de conseguir um trabalho

satisfatório dentro da sua profissão. A expectativa de boas oportunidades de

trabalho deve atuar como um elemento facilitador do processo de decisão,

pois o indivíduo não necessitaria ajustar seu projeto às demandas do

mercado de trabalho, podendo optar por um caminho profissional levando

em consideração primordialmente os seus interesses pessoais. (TEIXEIRA,

2002, p. 40).

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Entende-se, portanto que a decisão de carreira deve ser uma escolha

pessoal baseada não necessariamente na escolha do curso universitário,

mas que seja uma decisão acertada que prime pelos interesses pessoais,

pois a atividade laboral deve estar ligada a vocação, ao dom e a habilidade

em executar algo. Uma carreira bem definida traz benefícios não somente

para a pessoa interessada, envolve toda população que é capaz de

identificar um profissional que buscou por algo que o realizasse

profissional e pessoalmente, transferindo às pessoas ao seu redor,

segurança, confiança, carisma, competência e acima de tudo

profissionalismo. Vivemos em um mundo onde o respeito pelo ser humano

deixou de ser um fator primordial, muitos profissionais usam sua formação,

seu título de profissional como um troféu valorizando apenas e somente o

retorno financeiro. É admirável assistir a atuação de um profissional que

exerce sua função por amor, dedicação, desempenho, a necessidade de

fazer sempre o melhor é visível, e o trabalho se torna algo gratificante

ainda que seja exaustivo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo visou analisar os desejos e expectativas dos recém-formados

quanto a sua vida profissional, e avaliar a trajetória que vem percorrendo

aqueles que já se formaram a algum tempo, extraindo informações quanto a

relação com o curso de formação e a atual profissão exercida. Muitos

formandos têm boas perspectivas de trabalho e acreditam que adquiriram

na faculdade uma base teórica satisfatória para mostrar na prática seus

conhecimentos, acreditando que já poderão exercer sua profissão com

segurança e qualidade, e apostam no aperfeiçoamento e constante

atualização como sendo um fator essencial para se manter neste mercado

tão competitivo, as ideias de quem se formou e está atuando no mercado,

não se divergem muito, visto que muitos já saíram da faculdade e se

inseriram no mercado de sua profissão e tem o desejo de se destacarem

como grandes profissionais, confirmando junto aqueles que estão entrando

agora que podem sim apostar em sua capacidade, e não desanimar diante

dos desafios, para que agarrem as oportunidades.

O mercado nem sempre é favorável em relação às oportunidades, que

para muitos é uma questão de sorte e quando se deparam com certo grau de

dificuldade preferem buscar outros meios, o que de acordo com os relatos

deste estudo levou muitos graduados a optarem por outra profissão, se

identificando mais em outras áreas, não desvalorizando o curso que

escolheram, sendo apenas uma questão de opção. E mesmo diante da crise

que vem acompanhada do desemprego, as pessoas não estão pessimistas,

acreditando que o mercado de trabalho esteja de portas abertas para receber

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novos profissionais e que as exigências estão de acordo com a capacidade e

a determinação de cada um que deseja se destacar profissionalmente.

Existem ainda muitas pessoas desacreditadas quando se fala em conseguir

um emprego após a formação em um curso superior, o que não foi o caso

dos resultados obtidos neste estudo, que apresentou um parecer positivo

dos participantes.

Por fim, este foi um estudo limitado que não teve a pretensão de

estabelecer conclusões ou ditar regras para toda uma população de

concluintes ou graduados, que pretendem se inserir no mercado de

trabalho, mesmo porque se obteve uma pequena amostra da população,

considerando, portanto que outros estudos se fazem necessários, para que

seja possível uma análise mais aprofundada abrangendo diferentes

contextos e ampliando as propostas aqui apresentadas.

Diante de tantos desafios na transição universidade-mercado laboral,

as instituições de ensino superior devem assumir cada vez mais como

protagonismo de política educacional, a criação de uma estrutura de

informação sobre a dinâmica do mercado de trabalho que possa ser uma

referência para as decisões institucionais e os projetos profissionais dos

graduandos (neste sentido, Gazo-Figuera 1996).

Em um cenário cada vez menos promissor, os futuros profissionais,

recém egressos das instituições de ensino superior, devem buscar

qualificação, mantendo-se atualizados, pois a busca constante do saber é

que enriquece e qualifica o ser humano.

A persistência e a resistência fortalecem no momento em que surgem

os desafios, e o mais importante é acreditar na capacidade de ser o melhor,

aproveitando as oportunidades para mostrar trabalho e se destacar na

profissão escolhida. O mercado carece de bons profissionais, por isso, esse

é o momento de fazer a diferença, a hora é agora.

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