direito ambiental - energia nuclear

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1 CENEC/FACECA FACULDADE CENECISTA DE VARGINHA ALINE GUERREIRO SAGGES, ANGÉLICA PITTOL FARIA, BRUNO ESTEVAM ARANTES, ÉRICK PELOSO PIURCOSKY, JÉSSICA RIBEIRO VALÉRIO, MARCO ANTÔNIO PIMENTEL ENERGIA NUCLEAR

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CENEC/FACECAFACULDADE CENECISTA DE VARGINHAALINE GUERREIRO SAGGES, ANGLICA PITTOL FARIA, BRUNO ESTEVAM ARANTES, RICK PELOSO PIURCOSKY, JSSICA RIBEIRO VALRIO, MARCO ANTNIO PIMENTELENERGIA NUCLEARVARGINHA2014ALINE GUERREIRO SAGGES, ANGLICA PITTOL FARIA, BRUNO ESTEVAM ARANTES, RICK PELOSO PIURCOSKY, JSSICA RIBEIRO VALRIO, MARCO ANTNIO PIMENTELENERGIA NUCLEARAtividade apresentada ao curso de Direito da Faculdade Cenecista de Varginha, como requisito parcial, para obteno de crdito na disciplina Direito Ambiental e Ecologia, ministrada pela Jos de Assis Pereira.

VARGINHA2014SUMRIO

1 INTRODUO........................................................................................................................42 RECURSOS NUCLEARES E PROPRIEDADES............................................................................53 LEGISLAO NACIONAL SOBRE O TEMA..............................................................................64 IMPORTAO E EXPORTAO...................................................................................................85 PRODUTOS MINERAIS COM A IMPORTAO CONTROLADA PELA CNEN................86 DOS RECURSOS MINERAIS RADIOATIVOS.............................................................................87 ENERGIA NUCLEAR: LAVRA E EXTRAO...........................................................................98 ENERGIA NUCLEAR: TRANSPORTE........................................................................................129 ENERGIA NUCLEAR: ENRIQUECIMENTO............................................................................1310 ENERGIA NUCLEAR: REPROCESSAMENTO........................................................................1611 ENERGIA NUCLEAR: COMRCIO...........................................................................................1812 ENERGIA NUCLEAR: PESQUISA............................................................................................2213 CONCLUSO E PERGUNTA............................................................................................2514 ANEXOS...............................................................................................................................2715 REFERNCIAS...................................................................................................................28INTRODUO

O presente trabalho tem por finalidade realizar um sumrio estudo de como se d a produo energtica nuclear, bem como seus impactos em nosso meio onde se muito utilizado fontes de energia, como tambm a sua logstica, comrcio e pesquisas realizadas em torno desta forma de se produzir energia, cuja necessidade vem se tornado crescente nos ltimos anos.

2 RECURSOS NUCLEARES E PROPRIEDADES

Existem dois tipos de recursos, o urnio e o trio, dois minrios radioativos.

Destes dois, o mais conhecido o urnio, devido s reservas serem abundantes, utilizado como combustvel nos reatores nucleares, sob forma de oxido, liga metlica e/ou carboneto. Foi o primeiro elemento a revelar propriedades radioativas, sendo descoberto em 1978.

J o elemento trio, um metal de transio interna, possuindo nmero atmico Z=90 (prtons e eltrons) e massa atmica de 232,0 levemente radioativo. Sua propriedade de baixa atividade radioativa, mas mesmo assim, oferece riscos sade humana por poder dar origens a outras espcies. Foi descoberto em 1828.3 LEGISLAO NACIONAL SOBRE TEMA

Ressalta-se que, acerca do tema energia nuclear, so variadas s disposies normativas especficas, destacando-se regulamentos e normas de ordem administrativa (em um nmero aproximado de 45), expedidas pela autarquia governamental responsvel, ou seja, a Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

A seguir, so listadas as principais normas acerca do tema: Lei n 4.118, de 27 de agosto de 1962: Dispe sobre a poltica nacional de energia nuclear, cria a Comisso Nacional de Energia Nuclear - CNEN, e d outras providncias.

Decreto n 51.726, de 19 de fevereiro de 1963: Aprova o Regulamento para execuo da Lei n 4.118, de 27 de agosto de 1962.

Lei n 6.189, de 16 de dezembro de 1974: Altera a Lei n 4.118, de 27 de agosto de 1962, e a Lei n 5.740, de 1 de dezembro de 1971, que criaram, respectivamente, a Comisso Nacional de Energia Nuclear - CNEN e a Companhia Brasileira de Tecnologia Nuclear - CBTN, que passa a denominar-se Empresas Nucleares Brasileiras Sociedade Annima - NUCLEBRS, e d outras providncias.

Lei n 7.781, de 27 de junho de 1989: D nova redao aos artigos 2, 10 e 19 da Lei n 6.189, de 16 de dezembro de 1974, e d outras providncias.

Decreto n 2.413, de 04 de dezembro de 1997: Dispe sobre as atribuies da Comisso Nacional de Energia Nuclear nas atividades de industrializao, importao e exportao de minerais e minrios de ltio e seus derivados.

Decreto n 5.473, de 21 de junho de 2005: Prorroga o prazo fixado no art. 2 do Decreto no 2.413, de 4 de dezembro de 1997, que dispe sobre as atribuies da Comisso Nacional de Energia Nuclear nas atividades de industrializao, importao e exportao de minerais e minrios de ltio e seus derivados

Decreto n 9.765, de 17 de dezembro de 1998: Institui taxa de licenciamento, controle e fiscalizao de materiais nucleares e radioativos e suas instalaes.

Lei n 10.308, de 21 de novembro, de 2011: Que dispe sobre a seleo de locais, a construo, o licenciamento, a operao, a fiscalizao, os custos, a indenizao, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depsitos de rejeitos radioativos, alm de outras providncias.Alm destas normas, oportuno mencionar a existncia de tratados e convenes internacionais dos quais o Brasil signatrio, que tambm regulamentam a atividade de produo, gerenciamento, transporte dos recursos energticos nucleares, alm das disposies trazidas pela Agncia Internacional de Energia Atmica, IEA.4 IMPORTAO E EXPORTAO

de competncia da CNEN, toda regulamentao referente importao e exportao dos recursos minerais radioativos, como estabelece a Poltica Nacional de Energia Nuclear.

A Comisso Nacional de Energia Nuclear - CNEN, autarquia federal, criada pela Lei n4.118, de 27 de agosto de 1962, vinculada ao Ministrio da Cincia e Tecnologia, com autonomia administrativa e financeira, dotada de personalidade jurdica de direito pblico, com sede e foro no Rio de Janeiro - RJ, de acordo com as atribuies constantes nas Leis n 6.189, de 16 de dezembro de 1974 e n 7.781, de 27 de junho de 1989, e no Anexo I do Decreto n 5.667, de 10 de janeiro de 2006, tem as seguintes finalidades institucionais:colaborar na formulao da Poltica Nacional de Energia Nuclear;executar aes de pesquisa, desenvolvimento, promoo e prestao de servios na rea de tecnologia nuclear e suas aplicaes para fins pacficos conforme disposto na Lei n 7.781, de 27 de junho de 1989; eregular, licenciar, autorizar, controlar e fiscalizar essa utilizao, dentre as quais, as relacionadas comercializao dos recursos minerais radioativos.

Especificamente quanto ao comrcio exterior, compete Diretoria de Radioproteo e Segurana Nuclear o controle das operaes sobreminrios e minerais, materiais, elementos e radioistopos nucleares;fontes, radioistopos e demais materiais radioativos e equipamentos geradores de radiao para a aplicao na medicina, na indstria e na pesquisa cientfica;exigir e receber dos agentes regulados informaes relativas s operaes de produo, importao, exportao, beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferncia, armazenagem, estocagem, distribuio, destinao e comercializao de servios e materiais sujeitos sua regulao.

Alm dessas competncias, cabe aCoordenao de Controle de Matrias Primas e Minerais emitir autorizaes para exportao e importao de minerais e minrios nucleares ou de interesse para a energia nuclear e controlar o estoque estratgico nacional das substncias frteis e fsseis, bem como, fornecer subsdios e proposies sobre minerais e minrios que devem ser considerados nucleares ou de interesse para a energia nuclear e sobre cotas para a exportao e importao de minerais e minrios nucleares ou de interesse para a energia nuclear.5 PRODUTOS MINERAIS COM A IMPORTAO CONTROLADA PELA CNEN E SUJEITAS TLC ( TAXA DE LICENCIAMENTO, CONTROLE E FISCALIZAO)

Diante das regulamentaes trazidas pela CNEN, possvel listar os produtos cuja importao est sujeita controle e fiscalizao de tal entidade, alm de sujeitas ao pagamento de taxa de licenciamento, controle e fiscalizao (TLC).

A seguir, apresenta-se tabela com os referidos materiais, formulada pelos autores para melhor visualizao:

PRODUTOS CUJA IMPORTAO EST SUJEITA AO CONTROLE DA CNEN

Areias de zircnio micronizadas

Badeleita (minrio de zircnio)

Carbonato de ltio

Carbonato de zircnio

Cloreto de ltio

Desperdcios. Resduos e ps

Dixido de zircnio

Espodumnio

Estearato de ltio

Fluoreto de ltio

Graxa lubrificante a base de sabo de ltio

Iodeto de ltio

Minrios de trio e seus concentrados

Minrios de urnio e seus concentrados

Nitrato de ltio

Outros boratos de ltio

Outros compostos orgnicos e inorgnicos de butiltio

Outros materiais minerais (ambligonita, lepidolita, petalita e minrios de ltio)Outros minrios de zircnio e seus concentrados

xido de ltio Hidrxido de ltio

Silicatos de zircnio

Sulfato de ltio

Urnio natural e seus compostos. Ligas.Disper. etc

Zircnio em formas brutas

Zirconita (minrio de zircnio)

6 RECURSOS MINERAIS RADIOATIVOS

Para melhor entender: Os recursos minerais so concentraes naturais de minerais slidos, lquidos e gasosos, na superfcie ou no interior da crosta terreste, possibilitando a extrao econmica. Eram antigamente utilizados para fabricao de objetos de cermica, base de construes como por exemplo as Piramides de Giz no Egito ou estruturas metlicas.

Os recursos minerais so classificados em trs grandes grupos: Metlicos; No Metlicos e Energticos.

importante primeiramente trazer o texto da lei 4.118 de 1962, que dispe acerca da lavra da energia nuclear:Art . 1 Constituem monoplio da Unio:

I - A pesquisa e lavra das jazidas de minrios nucleares localizados no territrio nacional;

No caso em questo, tm-se os recursos minerais Energticos de fonte nuclear utilizados para a produo de energia eltrica, calorfica e mecnica. Os elementos mais utilizados so urnio, trio (obtidos em minerais que os contm ).

Tais recursos, por sua notria e estratgica importncia, so monopolizados pela Unio, como descrito no dispositivo anterior.

de conhecimento geral de que a energia nuclear possibilitou grandes avanos na tecnologia e na vida em geral de toda humanidade, porm cabe ressaltar que os recursos minerais energticos so fontes de energia NO RENOVVEIS, ou seja, no podem ser reutilizados.

Na medida em que so utilizados, causam grandes devastaes e prejuzos na qualidade de vida dos moradores das regies exploradas, devendo ser estabelecidos instrumentos de gerenciamento, reduo dos impactos, bem como fiscalizao constante dos impactos causados pela utilizao de tais recursos para a produo energtica, como dispe as normas especficas, sendo plenamente passvel a imposio de reparao de eventual dano causado pela realizao inadequada das atividades.7 ENERGIA NUCLEAR: LAVRA E EXTRAO

A lavra e extrao, constituem mecanismos de obteno da matria prima para produo de energia nuclear, no caso , a matria so os minrios radioativos.

Sendo atividades de profundos impactos ao equilbrio ambiental, bem como com riscos, aos que esto envolvidos nestas atividades, a legislao especfica, traz inmeras exigncias para a realizao da extrao e disposies sobre as lavras.

Tocante lavra, consta no Decreto n 51.726, de 19 de fevereiro de 1963:Seo II

Da Lavra

Art. 62. constitui monoplio da Unio da lavra das jazidas dos minrios de elementos nucleares indicados no artigo 46 do presente regulamento e localizadas no territrio nacional.

Art. 63. Aprovado o relatrio final de pesquisa nas condies do 2 do artigo 60 do presente regulamento, no decreto de concesso de lavra quando houver, ser feito referncia expressa as obrigaes estabelecidas.

Art. 64. No caso da ocorrncia de elementos nucleares em coexistncia com minrios cuja lavra tiver sido concedida por decreto, fica o concessionrio obrigado a notificar o fato imediatamente, CNEN.

Pargrafo nico. No caso do concessionrio no comunicar imediatamente a ocorrncia mencionada no presente artigo, ficar sujeito perda da concesso da lavra e s demais sanes previstas na Lei n 4.118 de 27-8-62.

Art. 65. Ao tomar a CNEN conhecimento da existncia de elementos nucleares verificar "in loco" a ocorrncia assinalada, quando julgar conveniente.

Pargrafo nico. Considerando a concentrao de elementos nucleares de tal importncia que deva ser includa no monoplio estatal, proceder da seguinte maneira:

a) propor ao Presidente da Repblica a cassao da concesso de lavra;

b) indenizar o detentor da concesso de lavras das despesas feitas com os trabalhos j realizados;

c) comunicar ao DNPM sua resoluo;

d) poder conceder um prmio condizente com o valor da jazida encontrada.

Art .66. Quando a CNEN considerar a jazida como sendo de minrios enquadrados na letra "c" do artigo 48 do presente regulamento, ficar o concessionrio sujeito:

a) fiscalizao da CNEN, alm daquela prevista no Dec. Lei nmero 1.985 de 20-1-1940 (Cdigo de Minas);

b) a separar e a entrega a CNEN, nos casos em que ela o exigir, o rejeito radioativo, de acrdo com o disposto no artigo 49 do presente regulamento;

c) a cumprir o determinado na Seo III do Captulo III do Ttulo VI do presente regulamento;

1 Por autorizao expressa da CNEN, a concesso da lavra poder ser mantida independentemente da necessidade da separao do rejeito radioativo mencionado neste artigo, desde que o concessionrio cumpra o que determina o artigo 50 do presente regulamento.

2 Com o objetivo de atender aos intersses do Pas, face ao desenvolvimento da indstria da energia nuclear, poder a CNEN obrigar ao concessionrio a lhe entregar outros compostos qumicos de elementos fsseis ou frteis de maior intersse, de valor igual ao do rejeito radioativo, que deveria ser devolvido.

3 A no observncia do disposto neste artigo implica na revogao da concesso de lavra declarada por decreto, no cabendo qualquer indenizao ao concessionrio.

Art. 67. No caso da concesso ou manuteno da lavra de acrdo com o artigo 66 do presente Regulamento, a CNEN expedir um ttulo prprio, mediante requerimento do interessado, instrudo com os seguintes requisitos:

a) nmero da resoluo baixada pela CNEN, na qual esta classificou o minrio, possibilitando tal concesso ou manuteno;

b) qualificao completa do requerente e prova de ser brasileiro, sendo pessoa natural (art. 129, itens I e II da Constituio Federal);

c) sede social, contrato ou estatutos sociais e constituio da administrao da sociedade, quando fr pessoa jurdica;

d) declarao do requerente de observar o estabelecido no presente regulamento, na Lei n 4.118-62 e no Decreto-lei n 1.985, de 29 de janeiro de 1940;

e) comprovao de capacidade financeira, bem como sua idoneidade moral;

f) apresentao do plano de aproveitamento racional da jazida.

A atividade de extrao dos minerais radioativos est ampla e inteiramente sujeita s exigncias do chamado Sistema de Licenciamento Ambiental, com todos os instrumentos, quais sejam, Estudo de Impacto Ambiental, Relatrio de Impactos Ambientais, dentre outros, estabelecidos pelo Ministrio do Meio Ambiente, Secretarias Estaduais, alm de outras disposies administrativas fixadas pela CNEN.8 ENERGIA NUCLEAR: TRANSPORTE

A energia nuclear, como j visto, feita basicamente e primeiramente da retirada de recursos minerais naturais com reaes qumicas de laboratrio, ou seja, so elementos em que , qualquer elemento externo pode influenciar em uma reao a mais no prevista ingerindo danos tanto na energia nuclear produzida quanto no meio em que a envolve, sendo em sua maioria, radioativas.

Diante disso, so vastas as normas que regulam tal atividade, dentre as quais se destaca a Norma CNEN-NE-5.01, que disciplina o transporte de materiais radioativos, em especial, os item 1, onde so fixados o objetivo e campo de aplicao do referido regulamento, a saber:CNEN-NE-5.01 TRANSPORTE DE MATERIAIS RADIOATIVOS.

1. OBJETIVO E CAMPO DE APLICAO

1.1 OBJETIVO

O objetivo desta Norma estabelecer, com relao ao TRANSPORTE DE MATERIAIS RADIOATIVOS, requisitos de radioproteo e segurana a fim de garantir um nvel adequado de controle da eventual exposio de pessoas, bens e meio ambiente radiao ionizante, compreendendo:

a) especificaes sobre materiais radioativos para transporte;

b) seleo do tipo de embalado;

c) especificao dos requisitos de projeto e de ensaios de aceitao de embalados;

d) disposies pertinentes ao transporte propriamente dito; e

e) responsabilidades e requisitos administrativos.

1.2 CAMPO DE APLICAO

1.2.1 Esta Norma, no contexto do transporte de materiais radioativos, aplica-se:

a) ao transporte por terra, gua ou ar;

b) ao projeto, fabricao, ensaios e manuteno de embalagens;

c) preparao, expedio, manuseio, carregamento, armazenagem em trnsito e recebimento no destino final de embalados; e,

d) ao transporte de embalagens vazias, que tenham encerrado material radioativo.

1.2.2 Esta Norma no se aplica ao transporte de material radioativo que se realize:

a) no interior de instalaes nucleares ou radiativas, a ser efetuado e supervisionado de acordo com procedimentos elaborados pelo Supervisor de Radioproteo da instalao; ou,

b) atravs de seres humanos nos quais tenham sido implantados marcapasso cardaco ou outros aparelhos radioisotpicos ou que tenham sido tratados com produtos radiofarmacuticos; ou

c) tendo o material radioativo como parte integrante do meio de transporte. 1.2.3 De acordo com o Art. 23 do Regulamento do Servio Postal aprovado pelo Decreto Federal no 83.858, de 15/8/79, no permitido o transporte de substncia radioativa por via postal.

As vantagens dos transportes de energia, pela sua alta tecnologia a segurana, rapidez e ser pouco poluente.

As desvantagens so o alto custo para sua construo, a destruio do ecossistema da regio pela dificuldade de alterar o percurso.

Por estas e outras razes que o transporte da energia nuclear exige minuciosos cuidados, podem ser realizados por meio de veculos terrestres preparados, via area e por submarinos nucleares ou, no caso de gases por meio de gasodutos ou oleodutos que servem para transportas gases e leos a grandes distncias para produo de petrleo.9 ENERGIA NUCLEAR: ENRIQUECIMENTO

Dentre os vrios mtodos disponveis para a produo de energia nuclear o enriquecimento de urnio o principal deles.

por intermdio do enriquecimento que ocorre a adequao (beneficiamento) do urnio para que o mesmo seja utilizado como combustvel na produo energtica, sendo potencializada sua capacidade energtica.

Oportuno trazer a descrio realizada por Othon Luiz Pinheiro da Silva:

Dentre os diversos mtodos de enriquecimento de urnio (separao isotpica do U235 em razo maior do que 0,7%, que aquela que se encontra na Natureza), somente dois processos revelam-se atraentes para produo em escala industrial: a difuso gasosa e a ultracentrifugao. No primeiro, comprimi-se o gs hexafluoreto de urnio (UF6) atravs de membranas microporosas, associadas em srie, de forma a se separar o U238 do U235, sendo este ltimo mais interessante para a fisso com nutrons. Na ultracentrifugao, a separao feita pela fora centrfuga agindo nas partculas de UF6, cujo princpio idntico quele que conhecemos em nossa casa, concentrando-se o U238 em uma regio mais externa do que o U235, porque o primeiro mais pesado somente cerca de 1% em relao ao segundo. Da aparecer o termo ultra centrifugao (operar em velocidades tangenciais muito altas), para separar dois elementos cujas massas so muito prximas.

Todos os demais processos (e.g. eletromagntico, colunas trmicas) no se aproximam em termos de eficincia (da ordem de pelo menos 100 vezes) em relao ultracentrifugao, seja pelo consumo elevado de energia e/ou pela gerao de grande quantidade de efluentes qumicos. Alm disso, h processos que ainda no saram da fase laboratorial, como o enriquecimento a laser. O jet-nozzle seguiu o mesmo caminho, no sendo industrialmente eficaz.

Cumpre esclarecer que, no Brasil, as atividades relacionadas com a extrao, bem como enriquecimento de urnio para a matriz energtica nuclear, so desenvolvidas na de Catit,localizada no sudeste do estado da Bahia, pelas Indstria Nucleares do Brasil S.A INB vinculada ao Ministrio de Cincia,Tecnologia e Inovao, tendo a Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia criada atravs da Lei n 4.118, de 27 de agosto de 1962, alm de regida pelas Leis n 5.740, de 1 de dezembro de 1971 e Lei no 6.189, de16 de dezembro de 1974, sendo tal atividade realizada em regime de monoplio, luz do que consta no art.21, da Constituio.

Para enriquecimento do urnio a ser utilizado na produo de energia utilizado o procedimento da lixiviao em pilhas, onde, depois de britado, o minrio de urnio organizado em pilhas para ser irrigado com soluo de cido sulfrico.

Esta tcnica dispensa fases de moagem, agitao mecnica e filtrao, permitindo, alm de considervel reduo nos investimentos para a produo da energia, tendo em vista menor quantidade de mquinas e equipamentos utilizados.

Aps a etapa de lixiviao o urnio submetido ao processo de concentrao onde ocorrer a extrao mediante o emprego de solventes de natureza orgnica, precipitao, secagem,com posterior acondicionamento em tambores.

O produto obtido na fase de concentrao, o diuranato de amnia, mais conhecido yellowcake, com formato de e a cor amarela, justificando-se tal denominao, ser o principal elemento a ser empregado nos reatores para a produo de energia nuclear.

O concentrado tem a forma de um sal de cor amarela, conhecido como matria prima para produo do combustvel da energia gerada em um reator nuclear.

Ressalta-se que a normatizao quanto ao tema em discusso, quer seja, o enriquecimento urnio para a produo energtica estabelecida atravs da Poltica Nacional de Energia Nuclear, descrita na Lei n 4118, de 27 de agosto de 1962, sobretudo, seu Captulo 1 (um), bem como seu respectivo regulamento aprovado atravs do Decreto no 51.726, de 19 de fevereiro de 1963.

So disposies, do Captulo I (um), da citada Lei n 4118/1962:

CAPTULO I Disposies Preliminares Art . 1 Constituem monoplio da Unio: (Vide Decreto-lei n 1.982, de 1982) I - A pesquisa e lavra das jazidas de minrios nucleares localizados no territrio nacional; II - O comrcio dos minrios nucleares e seus concentrados; dos elementos nucleares e seus compostos; dos materiais fisseis e frteis, dos radioistopos artificiais e substanciais e substncias radioativas das trs sries naturais; dos subprodutos nucleares; III - A produo de materiais nucleares e suas industrializaes. Pargrafo nico. Compete ao Poder Executivo, VETADO, orientar a Poltica Nacional de Energia Nuclear. Art . 2 Para os efeitos da presente lei so adotadas as seguintes definies: Elemento nuclear: todo elemento qumico que possa ser utilizado na libertao de energia em reatores nucleares ou que possa dar origem a elementos qumicos que possa ser utilizados para esse fim. Periodicamente, o Poder Executivo, por proposta da Comisso Nacional de Energia Nuclear, especificar os elementos que devem ser considerados nucleares, alm do urnio natural e do trio. Mineral nuclear: todo mineral que contenham em sua composio um ou mais elementos nucleares. Minrio nuclear: toda concentrao natural de mineral nuclear na qual o elemento ou elementos nucleares ocorrem em proporo e condies tais que permitam sua explorao econmica. Urnio enriquecido nos istopos 235 ou 233: o Urnio que contm o istopo 235, o istopo 233, ou ambos, em tal quantidade que a razo entre a soma das quantidades desses istopos e a do istopo 238 seja superior razo entre a quantidade do istopo 235 e a do istopo 238 existente no urnio natural. Material nuclear: com esta designao se compreendem os elementos nucleares ou seus subprodutos (elementos transurnicos, (U-233) em qualquer forma de associao (i.e. metal, liga ou combinao qumica). Material frtil: com essa designao se compreendem: o urnio natural; o urnio cujo teor em istopo 235 inferior ao que se encontra na natureza: o trio; qualquer dos materiais anteriormente citados sob a forma de metal, liga, composto qumico ou concentrado; qualquer outro material que contenha um ou mais dos materiais supracitados em concentrao que venha a ser estabelecida pela Comisso Nacional de Energia Nuclear; e qualquer outro material que venha a ser subseqentemente considerado como material frtil pela Comisso Nacional de Energia Nuclear. Material fssil especial: Com essa designao se compreendem: o plutnio 239; o urnio 233; o urnio enriquecido nos istopos 235 ou 233; qualquer material que contenham um ou mais dos materiais supracitados; qualquer material fssil que venha a ser subseqentemente classificado como material fssil especial pela Comisso Nacional de Energia Nuclear. A expresso material fssil especial no se aplica porm ao material frtil. Subproduto nuclear: todo material (radioativo ou no) resultante de processo destinado produo ou utilizao de material fssil especial, ou todo material (com exceo do material fssil especial), formado por exposio de quaisquer elementos qumicos radiao libertada nos processos de produo ou de utilizao de materiais fsseis especiais. Pargrafo nico. A Comisso Nacional de Energia Nuclear classificar (quando necessrio) os minrios nucleares para os efeitos do disposto neste artigo.

Sendo atividade de extremo risco, o enriquecimento para a produo energtica nuclear, devem seguir inmeras regras, principalmente, de natureza administrativa, ambiental e laboral.

10 ENERGIA NUCLEAR: REPROCESSAMENTO

A atividade de produo de energia nuclear grande produtora de resduos, comumente denominados como, rejeito radioativo ou lixo nuclear, no havendo uma conceituao normativa ordinria acerca de tal temtica.

Constata-se que o ordenamento jusambiental estabelece algumas regras para a o gerenciamento das sobras oriundas da produo energtica nuclear, dentre as quais, a Lei n 10.308, de 21 de novembro, de 2011 ,que dispe sobre a seleo de locais, a construo, o licenciamento, a operao, a fiscalizao, os custos, a indenizao, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depsitos de rejeitos radioativos, alm de outras providncias, bem como normas de natureza administrativa exaradas pela Comisso Nacional de Energia Nuclear, tais como, as normas de n 6.05 (Gerncia de Rejeitos Radioativos em Instalaes Radiativas), Resoluo CNEN 19/85, de n 6.09 (Critrios de Aceitao para Disposio de Rejeitos Radioativos de Baixo e Mdio Nveis de Radiao).

Tem-se que rejeito radioativo altamente prejudicial ao equilbrio ambiental, podendo causar graves impactos e desastres, caso no seja adequadamente gerenciado.

Diante desse quadro, necessrio um intenso e complexo processo de controle, fiscaliza e acondicionamento de tais rejeitos, sendo a prtica mais adotada a embalagem e o acondicionamento de tais de em estabelecimentos construdos com espessas paredes de cimento e chumbo, para que, de modo natural, a atividade radioativa de tais elementos seja paulatinamente reduzida.

No Brasil, o gerenciamento e o acondicionamento dos rejeitos advindos da produo energtica nuclear, realizada pelas usinas nucleares de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, realizado pela Eletrobrs Eletronuclear, responsvel pela produo energtica nuclear.

Pondere-se que, rejeitos radioativos destas usinas esto armazenados em depsitos prprios, em rea denominada Central Nuclear Almirante lvaro Alberto (CNAAA), em Itaorna, sendo que cabe a Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estabelecer local para armazen-los definitivamente, assim como os demais rejeitos da indstria radioativa, ainda no existindo um depsito definitivo para os mencionados rejeitos.

Como forma de se reaproveitar o eventual potencial energtico de um rejeito radioativo, utilizada a tcnica de reprocessamento, que visa recuperar o urnio no consumido pelo reator durante a produo de energia, o qual, se beneficiado novamente poder ser utilizado sob a forma de combustvel.

Observa-se que o reprocessamento definido, de acordo com o artigo 2, do Decreto n 5935, de 19 de outubro de 2006, que promulgou Conveno Conjunta para o Gerenciamento Seguro de Combustvel Nuclear Usado e dos Rejeitos Radioativos, como um processo ou operao com o propsito de extrair istopos radioativos de combustvel nuclear usado para usos posteriores.

O reprocessamento realizado atravs de vrias etapas, onde, h a conservao do material em piscinas de refrigerao, para reduo da atividade radioativa, para o posterior envio realizao do reprocessamento de natureza mecnica, com ampla incidncia de atividade radioativa, com dissoluo atravs da utilizao de cidos.

Insta destacar que, o chamado reprocessamento nuclear atividade extremamente divergente, pois no elimina por completo o rejeito radioativo, alm de ser utilizado este procedimento, com auxlio de reatores de fisso nuclear ser possvel a extrao de plutnio, elemento base na fabricao da bomba atmica, sendo controversos os programas mantidos em pases como Ir e Coreia do Norte, os quais so alvos constantes de sanes internacionais.

11 ENERGIA NUCLEAR: COMRCIO

Ante a crescente demanda por recursos energticos, seja na ordem interna ou externa , a comercializao de minrios radioativos para a produo de energia atividade que se afigura entre as mais lucrativas na atualidade, considerando, principalmente, a peculiaridade do Brasil no que se refere existncia de urnio no territrio.

Diante disso cita-se anlise realizada por Joo Manoel Losada Moreira e Eloi Fernandes y Fernandez, para os quais:(...)

Considerando-se as condies do Brasil, que possui reservas considerveis de minrio de urnio e pleno domnio tecnolgico do ciclo do combustvel, poderamos encarar a situao atual como uma oportunidade de negcios e ser um participante ativo deste mercado mundial, gerando recursos para o nosso desenvolvimento pleno e garantindo a estabilidade do fornecimento eltrico do pas.Vamos fazer um exerccio simples sobre o que poderamos obter apenas com nossas prprias reservas de urnio e domnio tecnolgico. Segundo a Indstrias Nucleares do Brasil (INB), o pas dispe de 309 mil toneladas de minrio de urnio. O custo de explorao, concentrao e beneficiamento deste minrio encontra-se estimado em US$ 22 bilhes e o valor de mercado do produto final, hoje, da ordem de US$ 64 bilhes, resultando em uma diferena lquida de US$ 42 bilhes. A converso das reservas em hexafluoreto de urnio resultaria em adicionais US$ 3,3 bilhes; o enriquecimento do urnio a 4%, tpico de reatores a gua leve pressurizada (PWR), outros US$ 32,1 bilhes; e a fabricao de elementos combustveis, mais US$ 17,3 bilhes.Em nmeros aproximados, nossas reservas atuais poderiam proporcionar uma receita bruta de US$ 94 bilhes.

Dada a peculiaridade, considerando, o monoplio estatal das atividades nucleares pela unio, constata-se o estabelecimento de regras especficas para a comercializao dos minrios radioativos, em especial, na Lei n 4118, de 27 de agosto de 1962, constituindo crime contra a Segurana Nacional a exportao ou importao clandestina de materiais nucleares.

Consta na citada Legislao que:

CAPTULO IV Do Comrcio de Materiais Nucleares Art . 38. A CNEN autorizada a adquirir fora do Pas os materiais ou equipamentos que interessem ao desenvolvimento e utilizao da energia nuclear, ou contratar servios com o mesmo fim, podendo para isso, utilizar os fundos de que disponha ou outros que lhe sejam atribudos. Pargrafo nico. Para atender s importaes de que trata a presente lei, o Conselho de Superintendncia da Moeda e do Crdito reservar verba especial nos oramentos de cmbio. Art . 39. A exportao ou importao clandestina dos materiais nucleares enumerados no artigo 34, constitui crime contra a Segurana Nacional. Art . 40. proibida a posse ou transferncia de material nuclear, inclusive subprodutos, sem autorizao expressa da CNEN, mesmo no comrcio interno; pena de perda das vantagens ou produtos e recluso de um (1) a quatro (4) anos para os responsveis.

Destaca-se, ainda, o que estabelece a Lei n 6.189, de 16 de dezembro de 1974, acerca do tema:

Art 11. O comrcio de materiais nucleares, compreendendo as operaes de compra, venda, importao, exportao, emprstimo, cesso e arrendamento, ser exercido sob a licena e fiscalizao da CNEN. Art 12. Os preos dos materiais nucleares sero estabelecidos, periodicamente, pela CNEN, na forma do Regulamento desta Lei. Art 13. A CNEN estabelecer os estoques de materiais frteis e fsseis especiais, necessrios execuo do Programa Nacional de Energia Nuclear.

Sobre as questes relacionadas ao comrcio de minrios radioativos, dispe o Decreto n 51.726, que regulamentou a Lei n 4.118/1962:Do Comrcio Interno e Externo

Art. 68. A CNEN ter exclusividade de tdas as operaes referentes a compra, venda, emprstimos, arrendamento, exportao e importao de minerais e minrios nucleares.

Art. 69. Cabe CNEN estabelecer os preos em moeda nacional dos minerais e minrios nucleares para as operaes no Pas.

Art. 70. A CNEN manter um registro das reservas e estoque de minerais e minrios nucleares, com a previso das quantidades necessrias execuo do programa nacional de energia nuclear.

Art. 71. Aps a determinao prevista no artigo anterior a CNEN poder negociar, de Govrno para Govrno, mediante assentimento do Conselho de Segurana Nacional, quantidades excedentes dsses materiais, no mais auto grau de beneficiamento possvel a indstria nacional e preferencialmente para obteno de compensaes especficas, instrumentos e tcnica, visando desenvolver a aplicao industrial da energia nuclear no Pas.

Art. 72. No caso da exportao de minerais ou minrios a que estejam associados elementos nucleares (letra "c" do Art. 48 do presente regulamento), fica o exportador obrigado antes de apresentar as faturas de exportao ao DNPM, a submet-las considerao da CNEN, que as aprovar se fr o caso.

1 Se no tiver sido devolvido o rejeito radioativo quando da lavra, ficar o exportador sujeito ao determinado no artigo 66 do presente regulamento.

2 Para a exportao nos moldes do 1 do presente artigo e de acrdo com o artigo 50 do presente regulamento.

a) caber ao exportador:

1 - declarar a procedncia, quantidade, natureza do minrio;

2 - apresentar os certificados de anlise dos lotes a exportar, previamente amostrados por tcnico da CNEN, ou autorizado por ela, e realizados por laboratrios oficiais credenciados pela mesma;

3 - apresentar cpia fotosttica autenticada do ttulo prprio de lavra, quando fr o caso;

4 - apresentar os comprovantes de importao e procedncia das substncias radioativas, quando a CNEN o exigir;

5 - importar o material radioativo por conta do interessado e em nome da CNEN;

6 - declarar a quantidade de substncias radioativas a ser devolvida.

b) Caber CNEN:

1 - apreciar o constante da letra "a" do presente pargrafo;

2 - conferir e aprovar a quantidade do componente radioativo a ser devolvido;

3 - aprovar ou no a procedncia do material radioativo a ser importado e verificar-lhe a qualidade.

Art. 73. Os exportadores de minerais e minrios a que se refere o artigo 72 do presente regulamento ficam obrigados a apresentar CNEN, quando esta o exigir, os seus planos de exportao, com a indicao precisa dos compradores, quantidades, natureza e preo das remessas.

Art. 74. Os contratos de exportao dos minrios a que se refere o artigo 72 do presente regulamento, s produziro os efeitos aps sua aprovao pela CNEN e pelo DNPM.

Art. 75. A Carteira de Exportao e Importao do Banco do Brasil (CACEX) e a Fiscalizao Bancria (FIBAN) s devero librar cmbio e autorizar a exportao correspondente a determinada fatura dos minerais ou minrios a que se refere o artigo 72 do presente regulamento, uma vez conste do referido contrato o visto aprobatrio do Diretor-Geral do DNPM e a anuncia do Presidente da CNEN, ou de pessoas por les designadas.Do comrcio interno e externo

Art. 90. Compete CNEN, atravs de Resolues, estabelecer as normas para o comrcio interno e externo dos minrios de intersse para a energia nuclear e nles intervir, se assim julgar conveniente aos intersses nacionais.

Art. 91. A CNEN manter registro das reserva estoques e quantidades exportadas de minerais e minrios a que se refere a presente Seo, com previso das quantidades necessrias ao Programa Nacional de Energia Nuclear.

Art. 92. Os exportadores dos minerais e minrios de intersse para a energia nuclear ficam obrigados a apresentar CNEN, quando esta o exigir, os seus planos de exportao, com indicao precisa dos compradores, quantidades, natureza e preo as remessas.

Art. 93. No caso de exportao de minerais e minrios de intersse para a energia nuclear, fica o exportador obrigado, antes de apresentar as faturas de exportao ao DNPM, a submet-las considerao da CNEN que as aprovar ser fr o caso.

Pargrafo nico. Para obter a autorizao mencionada neste artigo, para cada remessa fica o exportador obrigado a declarar: a procedncia, quantidade, natureza, teor, preo e comprador do minrio.

Art. 94. Os contratos de exportao dos minerais e minrios de intersse para a energia nuclear s produziro efeito aps sua aprovao pela CNEN e pelo DNPM.

Art. 95. A CACEX e a FIBRAN s podero liberar o cmbio e autorizar a exportao correspondente a determinada fatura de minerais ou minrios de intersse para a energia nuclear, uma vez conste do referido contrato o visto aprobatrio do Diretor Geral do DNPM e anuncia do Presidente da CNEN, ou de pessoas por les autorizadas.

Constata-se a leitura das normas transcritas que, para a comercializao de minrios radioativos, h ampla interferncia estatal, por ser tratar de atividade estratgica aos interesses nacionais.

Tal posicionamento alvo de crticas, pois afetaria de modo considervel noo de dinmica do mercado estabelecida pela ordem econmica vigente.

Por outro lado, as exigncias nacionais so justificadas, pois so vistas como medidas que resguardam o meio ambiente, e, principalmente, a sociedade dos riscos e da destinao inadequada de tais minrios, considerando o risco do chamado terrorismo nuclear.

12 ENERGIA NUCLEAR: PESQUISA

A energia nuclear, produzida a partir do tomo de urnio, voltou agenda internacional da produo de eletricidade como alternativa importante aos combustveis fsseis.

Conhecida desde a dcada de 40, nos ltimos anos passou a ser considerada uma fonte limpa, uma vez que sua operao acarreta a emisso de baixos volumes de gs carbnico (CO), principal responsvel pelo efeito estufa e, em consequncia, pelo aquecimento global.

Alm da caracterstica ambiental, contribui para a tendncia expanso a existncia de abundantes reservas de urnio no planeta o que, a mdio e longo prazos, garante a segurana no suprimento.

Como mencionado, dada a sua importncia estratgica para os interesses nacionais, tem-se o monoplio das atividades de explorao em todas as etapas dos bens minerais radioativos. A propsito, esta a dico do art.177, da Carta Constitucional, em especial, o inciso V, na redao dada pela Emenda Constitucional n 49,2006:Art. 177. Constituem monoplio da Unio:

(...)

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios e minerais nucleares e seus derivados, com exceo dos radioistopos cuja produo, comercializao e utilizao podero ser autorizadas sob regime de permisso, conforme as alneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituio Federal.

Nota-se que o dispositivo, traz que a pesquisa dos minrios nucleares monopolizada, sendo adotado regime de permisso apenas nas hipteses de produo, comercializao e utilizao de radioistopos, indispensveis para a chamada medicina nuclear. Em virtude do monoplio estatal, atividade amplamente regulamentada, destacando-se as disposies inseridas no Decreto n 51.726:Dos Minerais e Minrios Nucleares

Seo I

Da Pesquisa

Art. 56. Constitui monoplio da Unio a pesquisa de jazidas dos minrios dos elementos nucleares indicados no artigo 46 do presente regulamento.

Art. 57. A pesquisa dos minrios que possuam elementos nucleares em coexistncia com outros elementos de valor econmico, poder ser autorizada de acrdo com o previsto no presente regulamento e com as normas fixadas pela CNEN.

Pargrafo nico. O processamento para as autorizaes de pesquisa e as obrigaes a que ficam sujeitos os titulares de autorizaes de pesquisa, sero reguladas, alm do previsto nesta Seo pelo que determina a Seo II do Captulo III - Ttulo VI do presente regulamento.

Art. 58. No caso de ocorrncia de elementos nucleares, em coexistncia com minrios, cuja autorizao para pesquisa tiver sido concedida por decreto, o titular fica obrigado a notificar o fato imediatamente a CNEN atravs de relatrio preliminar.

1 do relatrio mencionado no presente artigo dever constar:

a) cpia ou fotocpia do decreto de autorizao;

b) situao da jazida e vias de acesso;

c) discriminao do depsito pesquisado com informaes pormenorizadas sbre a ocorrncia de elementos nucleares;

d) memorial com descrio das rochas dominantes na regio e dados gerais sbre a geologia local.

2 A comunicao prevista no presente artigo no desobriga o detentor da autorizao de pesquisa do cumprimento do estabelecido no Decreto-lei n 1.985, de 29.4.40 (Cdigo de Minas).

3 No caso de infrao do disposto no presente artigo, o detentor da pesquisa ter o decreto que a concedeu revogado, independentemente de qualquer indenizao.

Art. 59. Fica o DNPM obrigado a submeter CNEN, antes de qualquer deciso todos os relatrios de pesquisa de que trata o inciso IX do artigo 16 do Decreto-lei n 1.985 de 29 de janeiro de 1940, desde que seja verificada a ocorrncia de qualquer dos elementos nucleares mencionados no artigo 47 do presente regulamento.

Art. 60. ao apreciar a CNEN os relatrios mencionados nos artigos 58, 59 do presente regulamento, verificar "in loco" a ocorrncia assinalado, quando julgar conveniente.

1 Considerando que a jazida pesquisada deve ser includa no monoplio estatal, proceder da seguinte maneira:

a) indenizar o detentor da autorizao de pesquisa das despesas feitas com os trabalhos j realizados;

b) poder conceder um prmio condizente com o valor da jazida pesquisada;

c) comunicar ao DNPM a sua resoluo.

2 Considerando a jazida enquadrada no caso previsto na letra "c" do artigo 48 do presente regulamento, a CNEN remeter o processo ao DNPM estabelecendo as condies para aprovao do relatrio de pesquisa e futura concesso de lavra.

3 No sendo a jazida de intersse para a CNEN, o processo ser restitudo ao DNPM, para o procedimento normal de acrdo com o Cdigo de Minas.

Art. 61. Para auferir os benefcios consubstanciados no 1 do artigo 60 do presente regulamento, o detentor da autorizao da pesquisa dever comprovar, mediante apresentao de documentos hbeis, os gastos realizados com a pesquisa, para serem apreciados pela CNEN.

A pesquisa, de modo geral, fundamental para o desenvolvimento das tcnicas de explorao, novas aplicaes dos recursos minerais radioativos, e, principalmente, , bem como para a descoberta de novas lavras, apurando-se se as mesmas sero de interesse ou no para a Unio.CONCLUSO

Com os devidos assuntos abordados neste trabalho, onde no se buscou encerrar a abordagem, conclui-se que so variadas as organizaes responsveis pelo controle do uso desse recurso bastante importante para a nossa sociedade, para a Unio, que exerce seu monoplio e regulamentao, e, principalmente, no mbito do Direito Ambiental, onde so fixadas as inmeras normas visando a preservao de tais recursos, bem como dos destinatrios de seu beneficiamento.PERGUNTADe quem responsabilidade pela segurana no transporte de um minrio radioativo?

Resposta: O expedidor de um material radioativo o responsvel pela segurana do transporte. Suas responsabilidades incluem a preparao da expedio, elaborar e submeter CNEN a documentao de porte obrigatrio durante as operaes de transporte e fornecer ao transportador informaes, documentos e instrues operacionais pertinentes.ANEXOS

REFERNCIAS

NormativasBRASIL. Constituio (1988). Constituio da repblica Federativa do Brasil, 1988. Braslia: Senado Federal, Centro Grfico, 1988. 292 p.BRASIL, Lei n 4.118, de 27 de agosto de 1962: Dispe sobre a poltica nacional de energia nuclear, cria a Comisso Nacional de Energia Nuclear - CNEN, e d outras providncias.

BRASIL, Decreto n 51.726, de 19 de fevereiro de 1963: Aprova o Regulamento para execuo da Lei n 4.118, de 27 de agosto de 1962.

BRASIL, Lei n 6.189, de 16 de dezembro de 1974: Altera a Lei n 4.118, de 27 de agosto de 1962, e a Lei n 5.740, de 1 de dezembro de 1971, que criaram, respectivamente, a Comisso Nacional de Energia Nuclear - CNEN e a Companhia Brasileira de Tecnologia Nuclear - CBTN, que passa a denominar-se Empresas Nucleares Brasileiras Sociedade Annima - NUCLEBRS, e d outras providncias.

BRASIL, Lei n 7.781, de 27 de junho de 1989: D nova redao aos artigos 2, 10 e 19 da Lei n 6.189, de 16 de dezembro de 1974, e d outras providncias.

BRASIL, Decreto n 2.413, de 04 de dezembro de 1997: Dispe sobre as atribuies da Comisso Nacional de Energia Nuclear nas atividades de industrializao, importao e exportao de minerais e minrios de ltio e seus derivados.

BRASIL, Decreto n 5.473, de 21 de junho de 2005: Prorroga o prazo fixado no art. 2 do Decreto no 2.413, de 4 de dezembro de 1997, que dispe sobre as atribuies da Comisso Nacional de Energia Nuclear nas atividades de industrializao, importao e exportao de minerais e minrios de ltio e seus derivados

BRASIL, Decreto n 9.765, de 17 de dezembro de 1998: Institui taxa de licenciamento, controle e fiscalizao de materiais nucleares e radioativos e suas instalaes.

BRASIL, Lei n 10.308, de 21 de novembro, de 2011: Que dispe sobre a seleo de locais, a construo, o licenciamento, a operao, a fiscalizao, os custos, a indenizao, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depsitos de rejeitos radioativos, alm de outras providncias.

Artigos:

OTHON, Luiz Pinheiro da Silva.ENRIQUECIMENTO DE URNIO NO BRASIL Desenvolvimento da tecnologia por ultracentrifugao. Disponvel em http://ecen.com/eee54/eee54p/enriquec_uranio_brasil.htmFERNANDES, Eloi Fernandez y Fernandez et al.O MERCADO NUCLEAR BRASILEIRO. DIsponvel em:http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/detalhes/14/408Sites:

http://www.sosestudante.com/fisica/energia-nuclear.htmlhttp://www.eletronuclear.gov.br/Saibamais/Gerenciamentoderes%C3%ADduos/Res%C3%ADduosradioativos.aspxhttp://www.inb.gov.br/pt-br/LeiAcesso/EstatutoSocial.pdf?secao_id=139www.agu.gov.br/page/download/index/id/1096549http://www.cnen.gov.br/seguranca/normas/pdf/Nrm501.pdfhttp://www.cnen.gov.br/http://portal.siscomex.gov.brRevistas:

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MACHADO, Paulo Affonso Leme Machado.Direito Ambiental Brasileiro.17.ed.Malheiros Editores,2009.Imagens: https://www.ambientes.ambientebrasil.com.brhttps://www.google.com.br/search?q=google+imagens&oq=google+i&aqs=chrome.1.69i57j0l5.8264j0j9&sourceid=chrome&es_sm=122&ie=UTF-8