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Analista – Área Administração Direito Administrativo – Parte 1 Prof. Rodrigo Motta

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Analista – Área Administração

Direito Administrativo – Parte 1

Prof. Rodrigo Motta

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Direito Administrativo

Professor Rodrigo Motta

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Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO: Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, re-vogação e convalidação; discricionariedade e vinculação. Serviços Públicos: conceito e princí-pios; classificação; titularidade; prestação direta e prestação indireta; delegação: concessão, permissão e autorização. Licitação: conceito; natureza jurídica; finalidade; princípios; obriga-toriedade; dispensa; inexigibilidade; tipos; modalidades; procedimento. Negócios Jurídicos da Administração e Contrato Administrativo: conceito; natureza jurídica; classificação; formaliza-ção; cláusulas exorbitantes; alteração; execução; inexecução; duração; prorrogação; extinção. Responsabilidade civil do Estado.

BANCA: FCC

CARGO: Analista – Área Administração

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Direito Administrativo

ATOS ADMINISTRATIVOS

INTRODUÇÃO

Nem todo ato praticado no exercício da função administrativa pode ser considerado ato admi-nistrativo. Isso ocorre porque muitos atos praticados pela Administração Pública não são regi-dos pelo direito público, ou sequer expressam uma vontade. Desta forma, alguns autores utili-zam, de forma mais genérica, o termo “atos da administração” para designar os atos praticados pela Administração Pública no exercício da função administrativa. Seu sentido é mais amplo que o de atos administrativos.

Neste diapasão, percebe-se que o simples fato de ter sido praticado pela Administração Pública não induz à conclusão de tratar-se de um ato administrativo. É necessário que haja incidência de regime de direito público, constando as prerrogativas e restrições inerentes ao poder pú-blico. Há, naturalmente, um afastamento do direito privado, limitando o âmbito de enquadra-mento do ato instituído.

Para a conceituação do ato administrativo, nota-se a necessidade do conhecimento da noção de ato jurídico, posto que, da mesma forma que este, aquele pode produzir efeitos no mundo jurídico. Há entre eles uma relação de gênero e espécie. O ato administrativo é uma espécie do gênero ato jurídico. Contudo, nem todo jurídico é ato administrativo, já que abrangem também outras disciplinas do Direito.

Importante!!!

Nem todo ato praticado no exercício da função administrativa pode ser considerado ato administrativo.

O ato administrativo é uma espécie do gênero ato jurídico.

Nem todo ato jurídico é um ato administrativo.

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CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO

Maria Sylvia Zanella Di Pietro leciona que o ato administrativo corresponde a uma “declaração do Estado ou de quem a represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário 1”.

O saudoso mestre Hely Lopes Meirelles fala em “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguar-dar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.2 ”.

FATO ADMINISTRATIVO

Fato administrativo, segundo Hely Lopes Meirelles, é “toda realização material da Administra-ção em cumprimento de alguma decisão administrativa”. Consiste na materialização da vonta-de administrativa. Pode também decorrer de um fato da natureza que venha a produzir conse-quências administrativas.

Ex: construção de uma ponte. A morte de uma servidor (gera a vacância do cargo)

ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Atributos representam as características dos atos administrativos. São elas:

• Presunção de legitimidade e veracidade

• Autoexecutoriedade

• Imperatividade

OBS: Di Pietro trata ainda da Tipicidade, como atributo do ato.

1 – Presunção de legitimidade e veracidade

Presunção de legitimidade: Presume-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos em conformidade com a lei.

Presunção de veracidade: Presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração.

OBS: A presunção é relativa (juris tantum).

1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. ob. cit., p. 205.2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 39ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013, p. 159.

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2 – Autoexecutoriedade

Consiste na possibilidade que certos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial.

Não está presente em todos os atos administrativos.

OBS: Alguns autores falam em dois aspectos: exigibilidade (meios indiretos de coação) e execu-toriedade (meios diretos de coação).

3 – Imperatividade

Imposição unilateral a terceiro, independentemente de sua concordância.

Decorre do poder extroverso.

Não está presente em todos os atos administrativos.

4 – Tipicidade (Di Pietro)

O ato administrativo deve corresponder a figuras previamente definidas pela lei como aptas a produzir determinados resultados.

Garantia para o administrado.

ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Correspondem aos requisitos necessários que o ato administrativo deve possuir. Temos como elementos ou requisitos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e obje-to. Ressalte-se que esta natureza quíntupla possui influência direta da Lei 4.717, de 29 de junho de 1965, que regula a ação popular, em seu artigo 2º.

• COmpetência

• FInalidade

• FOrma

• MOtivo

• OBjeto

OBS: Alguns doutrinadores, ao invés do termo “competência”, falam em “sujeito”.

OBS2: Alguns doutrinadores, quanto ao objeto, falam também em conteúdo.

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Competência

Caracteriza-se pelo poder legal que o agente possui para que pratique o ato administrativo. É atribuída pela lei, sendo irrenunciável e inderrogável, em função do princípio da indisponibili-dade do interesse público.

É elemento vinculado, já que a competência não pode ser objeto de margem de liberdade. Sua determinação é legal, devendo ser exercida por quem a lei lhe atribuiu como própria. É sempre elemento vinculado, porque decorre da lei e é por ela delimitado3 .

Art. 11, Lei 9.784/99 – “A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admiti-dos.”

Finalidade

É o resultado a ser alcançado pelo ato. É elemento que sucede o ato praticado. Deve necessa-riamente estar ligado ao interesse público. Está umbilicalmente atrelado à legitimidade, prin-cípio que, ligado à moralidade e legalidade, formam a plêiade necessária para a atuação admi-nistrativa em conformidade com a ideia de juridicidade4 , instituída no direito administrativo moderno.

Forma

Refere-se ao modo como o ato administrativo é exteriorizado. No direito privado, nota-se a liberdade das formas. No Direito Administrativo, contrapõe-se a referida ideia, devendo corres-ponder às formalidades necessárias para a seriedade e existência do ato. É como a Administra-ção Pública manifesta a sua vontade.

Motivo

Corresponde aos pressupostos que levam à prática do ato. A razão, o porquê. Não é elemento dos atos privados, posto que não interessa saber a razão da prática deste ato. Já nos atos admi-nistrativos, torna-se essencial, pois deve saber as razões que levam a Administração Pública a praticar o ato em questão.

Funciona como um pressuposto de justificação, sendo certo que deve ser um pressuposto de fato (por corresponder a uma circunstância ou acontecimento) ou de direito (por ter como ali-cerce um dispositivo legal).

Mesmo que o ato não tenha a obrigatoriedade da motivação, percebe-se que, caso haja a apre-sentação das razões, se não coadunam com o ato praticado, ainda assim o vício estará configu-rado. Imaginemos que um servidor seja exonerado de um cargo em comissão, de livre nome-

3 CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Administrativo. 10ª ed. rev. atual. e ampl. Salvador: Ed. Juspodivm, 2011, p. 108.

4 MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. ob. cit., p. 85.

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ação e exoneração5 . Não há a necessidade de motivação neste caso. Todavia, a Administração alega que a exoneração ocorre por falta de verba e, no dia seguinte, nomeia um servidor para a mesma vaga. Claro está que a tal “falta de verba” não é verdadeira. O motivo alegado não con-diz com a realidade. Assim, mesmo a motivação não sendo obrigatória, a partir do momento em que ocorreu, passou a haver vinculação entre a razão exposta e a prática do ato. Uma vez alegados os motivos, estes passam a constituir pressuposto de validade na prática do ato admi-nistrativo. É a chamada Teoria dos Motivos Determinantes, definida didaticamente pelo profes-sor Reinaldo Couto como a que “ilustra que os atos administrativos, ainda que independam de motivação, quando motivados ficam vinculados aos motivos ou causas expostos6 ”.

Neste sentido, entendeu o STJ que, pela Teoria dos Motivos Determinantes, “a validade do ato administrativo está vinculada à existência e à veracidade dos motivos apontados como funda-mentos para a sua adoção, a sujeitar o ente público aos seus termos"7 .

Objeto

É o efeito jurídico gerado pelo ato, o seu conteúdo. Pode consistir na “criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público8”. Deve ser lícito, possível e determinado (ou determinável)9, pois não pode haver a prática de ato em que há desconformidade com a lei, impalpável na esfera de fa-tos e do direito ou ainda indefinido quanto a quem se destina. Versa ainda Di Pietro que, além do acima exposto, deve ser moral, ou seja, “em consonância com os padrões comuns de com-portamento, aceitos como corretos, justos, éticos”10.

VÍCIOS NOS ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Art. 2º, Lei 4.717/1965 – “São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:

a) incompetência;

b) vício de forma;

c) ilegalidade do objeto;

d) inexistência dos motivos;

e) desvio de finalidade.

Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes nor-mas:

5 Art. 37, II da Constituição Federal.6 COUTO, Reinaldo. Curso de Direito Administrativo: segundo a jurisprudência do STJ e STF. São Paulo: Atlas, 2011, p.

172.7 STJ – MS 19.374/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/09/2013, DJe

02/10/2013.8 MEIRELLES, Hely Lopes. ob. cit., p. 164.9 Art. 104, II, Código Civil.10 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. ob. cit., p. 216.

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a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;

b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formali-dades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;

c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regula-mento ou outro ato normativo;

d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fun-damenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;

e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daque-le previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.”

VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE

• ATOS VINCULADOS – Não há faculdade de opção para o administrador. A lei determina to-dos os elementos necessários à sua prática, sem que haja margem de liberdade para a Administração.

• ATOS DISCRICIONÁRIOS – A Administração possui certa margem de liberdade, havendo li-berdade de decisão no caso concreto. Pauta-se na conveniência e oportunidade.

Ato Vinculado Ato Discricionário

Competência V V

Finalidade V V

Forma V V

Motivo V D

Objeto V D

ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Anulação – é a extinção do ato por motivo de ilegalidade.

Pode ser feita pela própria Administração Pública pautada pelo princípio da autotutela OU ser anulado pelo Poder Judiciário pautado no princípio da inafastabilidade da jurisdição. (art. 5º, XXXV, CF)

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

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Tem efeito retroativo (ex tunc).

Revogação – Extinção do ato por razões de conveniência e oportunidade. Tem efeitos ex nunc.

O Poder Judiciário não pode revogar os atos administrativos praticados pela Administração Pú-blica.

Quando o Poder Judiciário atua no desempenho de função administrativa atípica, ele pode re-vogar os seus próprios atos administrativos.

Alguns atos não comportam revogação:

• Atos vinculados

• Atos que exauriram os seus efeitos

• Meros atos administrativos

• Ato que integra um procedimento

• Atos que geram direitos adquiridos

• Atos que a lei declarar irrevogáveis

SÚMULA 473 STF

“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

Convalidação – Ato administrativo pelo qual é suprido o vício que o ato ilegal possui, com efei-tos ex tunc..

Para acontecer a convalidação, o vício tem que ser sanável e não pode haver lesão ao interesse público, nem prejuízo a terceiros.

A convalidação é realizada pela Administração. Eventualmente, o administrado pode realizá-la, se a edição daquele ato dependia da sua manifestação e não houve o cumprimento da forma-lidade.

Regra geral, segundo a doutrina, apenas a competência (quando não for exclusiva) e forma (quando não essencial à validade do ato) seriam convalidáveis. Finalidade, motivo e objeto não são elementos convalidáveis (posição adotada pela professora Di Pietro). Alguns doutrinadores admitem a convalidação do objeto, quando plúrimo, mediante conversão ou reforma.

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Questões

1. (ANALISTA – ADMINISTRAÇÃO – DPE-RS – 2013 – FCC)

Servidor público integrante do Poder Execu-tivo estadual editou ato administrativo con-cedendo a entidade privada sem fins lucra-tivos permissão de uso de bem público, em caráter precário. Subsequentemente, veio a saber que seu superior hierárquico era desafeto do dirigente da entidade permis-sionária e, temendo represálias, revogou o ato concessório, apresentando como funda-mento da revogação o motivo − falso − de que a Administração necessitava do imóvel para outra finalidade pública. Considerando a situação fática apresentada, o ato de re-vogação

a) padece de vício quanto ao motivo, em face da falsidade do pressuposto de fato para a edição do ato.

b) padece de vício quanto à competência, eis que somente o superior hierárquico poderia revogar o ato vinculado.

c) é legal, eis que, em se tratando de ato vinculado, é passível a revogação a cri-tério da Administração.

d) é legal, eis que atos discricionários não estão sujeitos a controle quanto ao mo-tivo ou finalidade.

e) é ilegal, eis que os atos discricionários não são passíveis de revogação.

2. (TÉCNICO – ÁREA ADMINISTRATIVA – DPE--RS – 2013 – FCC)

Pretendendo um administrador público re-ver determinado ato administrativo, um as-pecto que pode configurar impedimento à conduta é:

a) Caso o ato seja discricionário, tendo em vista que o poder da administração pú-blica de rever os próprios atos está res-trito a vícios de ilegalidade.

b) Caso o ato seja vinculado, tendo em vis-ta que revisão por vício de ilegalidade deve ser feita judicialmente.

c) Caso se esteja diante de ato consuma-do, qual seja, aquele que já exauriu seus efeitos, cuja revisão depende de provo-cação judicial para seu desfazimento.

d) Caso se esteja diante de ato consuma-do, pois já tendo exaurido seus efeitos, tornou-se definitivo, não podendo ser desfeito, cabendo, se for o caso, res-ponsabilização dos envolvidos.

e) Caso se esteja diante de vício referente a forma ou a competência, que não po-dem ser sanados ou convalidados.

3. (ANALISTA – ADMINISTRADOR – COPER-GAS – 2016 – FCC)

Antônio, servidor público estadual, praticou ato administrativo com vício em um de seus elementos, pois o resultado do ato adminis-trativo praticado importou em violação da lei. Em razão do vício narrado, decidiu anu-lar o citado ato. De acordo com os fatos nar-rados, trata-se de vício de

a) competência e a anulação produz efei-tos ex nunc.

b) finalidade, não sendo cabível a anula-ção mas sim a revogação.

c) motivo e a anulação produz efeitos ex nunc.

d) forma, não sendo cabível a anulação mas sim a revogação.

e) objeto e a anulação produz efeitos ex tunc.

4. (ANALISTA – ADMINISTRADOR – COPER-GAS – 2016 – FCC)

Claudio, servidor público estadual, praticou ato administrativo viciado. Determinado ad-ministrado, ao notar o ocorrido, comunicou

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ao servidor o vício, no entanto, houve a con-validação do ato administrativo. A propósito do tema, é correto afirmar que

a) a Administração pública não tem a op-ção de retirar ou não o ato viciado do mundo jurídico; o que ela pode é extir-par o ato viciado através do instituto da revogação.

b) todo ato administrativo viciado deve ser anulado pela Administração pública, não importando o vício nele contido.

c) nem sempre é possível a convalidação do ato administrativo; depende do tipo de vício que atinge o ato.

d) a Administração pública pode, por ra-zões de conveniência e oportunidade, manter hígido ato administrativo vicia-do, não importando o vício nele conti-do.

e) se o vício existente no ato encontra-se no motivo do ato administrativo, agiu corretamente a Administração pública.

5. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT-14ª REGIÃO – 2016 – FCC)

Sobre atos administrativos, considere:

I – Os atos administrativos vinculados com-portam anulação e revogação.

II – Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser re-vogados.

III – A competência para revogar é intransfe-rível, salvo por força de lei.

Está correto o que se afirma em

a) III, apenas.b) I, II e III.c) I e III, apenas.d) I e II, apenas.e) II, apenas.

6. (AUXILIAR ADMINISTRATIVO – COPERGAS--PE – 2016 – FCC)

Afrânio, Prefeito de determinado Municí-pio do Estado de Pernambuco, exonerou ad

nutum Onofre, servidor ocupante de cargo em comissão, sob o fundamento de que o aludido cargo seria extinto por não ser mais necessário às finalidades da municipalida-de. Ocorre que o citado cargo não foi extin-to e, passados cinco dias da exoneração de Onofre, o Prefeito nomeou outro servidor para o mesmo cargo. No caso narrado, o ato de exoneração

a) deve ser revogado por vício de finalida-de.

b) pode ser convalidado.c) apresenta vício de objeto e, portanto, é

nulo.d) apresenta vício de motivo, aplicando-se

a teoria dos motivos determinantes.e) é ato discricionário, ou seja, movido por

razões de conveniência e oportunidade, razão pela qual, não comporta anula-ção.

7. (OFICIAL DE CHANCELARIA – MRE – FGV – 2016)

O Ministro de Estado da Justiça editou por-taria determinando a expulsão de estran-geiro do território nacional, em razão de sua condenação em processo criminal à pena privativa de liberdade de oito anos. Incon-formado, o estrangeiro ajuizou a ação judi-cial cabível e comprovou que o ato expulsó-rio baseou-se unicamente em pressuposto de fato equivocado, uma vez que, na ver-dade, foi absolvido naquela ação penal, por força do provimento de sua apelação cri-minal pelo Tribunal. Dessa forma, o estran-geiro obteve judicialmente a declaração da nulidade da portaria de sua expulsão, por-que a validade do ato administrativo, ainda que discricionário, vincula-se aos motivos apresentados pela administração, ou seja, o motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade. Com base na doutrina de Direito Adminis-trativo, no caso em tela houve a aplicação:

a) da teoria dos motivos determinantes;

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b) da teoria da vinculação da expulsão;c) do princípio administrativo da autotu-

tela;d) do princípio da reciprocidade adminis-

trativa;e) do princípio da motivação ministerial.

8. (ADVOGADO – CÂMARA DE FRANCA – IBFC – 2016)

Decorre do tratamento jurídico devotado à ação popular, em especial, quando se cuida da anulação de atos administrativos, a se-guinte conclusão:

a) a ilegalidade do objeto consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispen-sáveis à existência ou seriedade do ato.

b) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é mate-rialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido.

c) o vício de forma ocorre quando o resul-tado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo.

d) o desvio de finalidade fica caracterizado quando o ato não se incluir nas atribui-ções legais do agente que o praticou.

9. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE--PR – 2016 – CESPE-UnB)

A revogação do ato administrativo é a su-pressão de um ato legítimo e eficaz, seja por oportunidade, seja por conveniência, seja por interesse público; entretanto, o poder de revogar da administração pública não é absoluto, pois há situações insuscetíveis de modificação por parte da administração.

Tendo as considerações apresentadas como referência inicial, assinale a opção que apre-senta ato suscetível de revogação.

a) parecer emitido por órgão público con-sultivo

b) ato de concessão de licença para exer-cer determinada profissão, segundo re-quisitos exigidos na lei

c) ato de posse de candidato nomeado após aprovação em concurso público

d) ato administrativo praticado pelo Poder Judiciário

e) ato de concessão de licença funcional já gozada pelo servidor

10. (CONHECIMENTOS GERAIS – FUNAI – 2016 – ESAF)

Assinale a opção que corresponda ao requi-sito de validade do ato administrativo que configura “o círculo definido por lei dentro do qual podem os agentes exercer legitima-mente sua atividade”. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual do

Direito Administrativo. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 106).

a) Competência.b) Forma.c) Motivo.d) Objeto.e) Finalidade.

11. (ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO – ANAC – 2016 – ESAF)

Considerando-se os elementos do ato ad-ministrativo, sabemos que alguns deles são sempre vinculados, enquanto outros po-dem ser ora vinculados, ora discricionários.

Assinale a opção em que os dois elementos nela listados admitam tanto a vinculação quanto a discricionariedade.

a) Finalidade / motivo.b) Forma /objeto.c) Competência / finalidade.d) Motivo / objeto.e) Finalidade / forma.

12. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO – TCM--RJ – 2016 – IBFC)

Considere a seguinte situação hipotética: Autoridade municipal fixou as linhas e os itinerários de ônibus da cidade, de modo a beneficiar determinada empresa, que

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disputa a concessão de serviço público de transporte coletivo.

Desse modo, o ato da autoridade municipal poderá ser:

a) anulado, por desvio de finalidadeb) revogado, desde que seja caracterizado

o desvio de poderc) revogado, desde que se trate de ato ad-

ministrativo vinculadod) convalidado, desde que a autoridade

municipal tenha poder discricionário para a fixação das linhas e dos itinerá-rios.

13. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – TRT-4ª RE-GIÃO – 2015 – FCC)

Considere que determinada autoridade pú-blica tenha concedido licença para funcio-namento de um estabelecimento comercial sem, contudo, atentar para o fato de que não estavam presentes os requisitos legais para a concessão. Referido ato é passível de

a) revogação pela mesma autoridade que o praticou, indicando o vício de legali-dade incorrido.

b) anulação pela própria Administração, com base no princípio da autotutela ou pelo Poder Judiciário mediante provo-cação.

c) anulação pela autoridade superior àquela que praticou o ato, com base no poder de polícia administrativa.

d) revogação, pela via judicial, por ofensa aos princípios básicos da Administração pública.

e) anulação, pela própria Administração, com base no princípio da discricionarie-dade administrativa.

14. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-RO – 2015 – FGV)

O ato administrativo é espécie de ato jurídi-co e, por ser emanado de agentes dotados de parcela do poder público, possui certos atributos que o distinguem dos atos de di-reito privado, ou seja, características que

permitem afirmar que ele se submete a um regime jurídico administrativo ou a um re-gime jurídico de direito público. Nesse con-texto, destaca-se o atributo da:

a) imperatividade, segundo o qual o ato administrativo se impõe e cria obriga-ções para determinada pessoa, desde que haja sua prévia intimação e concor-dância, respeitado o contraditório;

b) presunção de legitimidade, segundo o qual existe presunção absoluta de que o ato administrativo foi praticado em con-formidade com os ditames legais;

c) autoexecutoriedade, segundo o qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de interven-ção do Poder Judiciário;

d) discricionariedade, segundo o qual o particular pode aferir a oportunidade e a conveniência de aderir a determinado ato administrativo que gere efeitos em sua esfera jurídica;

e) atipicidade, segundo o qual a Adminis-tração Pública pratica, em regra, atos inominados, em decorrência do prin-cípio da autonomia da vontade, desde que não haja proibição legal.

15. (TÉCNICO – ADMINISTRAÇÃO – CNMP – 2015 – FCC)

Ato administrativo é:

a) manifestação bilateral de poder da Ad-ministração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato ad-quirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obri-gações aos administrados.

b) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria.

c) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nes-sa qualidade, tenha por fim imediato

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adquirir, resguardar, transferir, modifi-car, extinguir e declarar direitos, ou im-por obrigações aos administrados ou a si própria.

d) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa.

e) sinônimo de fato administrativo.

Gabarito: 1. A 2. D 3. E 4. C 5. A 6. D 7. A 8. B 9. D 10. A 11. D 12. A 13. B 14. C 15. C

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LICITAÇÕES

CONCEITO DE LICITAÇÃO

A doutrina administrativa traz diversos conceitos acerca das licitações públicas.

Hely Lopes Meirelles define licitação como o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, in-clusive o da promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias produtivas e serviços domésticos.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro trata a licitação como o procedimento administrativo pelo qual o ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujei-tem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propos-tas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato.

O grande mestre José dos Santos Carvalho Filho define o instituto da licitação como o procedi-mento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessa-dos, com dois objetivos – a celebração do contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico.

Por fim, trazemos o conceito apresentado pelo professor Rafael Oliveira. Licitação, em sua linha de pensamento, seria o processo administrativo utilizado pela Administração Pública e pelas demais pessoas indicadas pela lei com o objetivo de selecionar a melhor proposta, por meio de critérios objetivos e impessoais, para celebração de contratos.

Repare que, em todos os conceitos, percebemos que trata-se de um procedimento de natureza competitiva, com vistas a selecionar a proposta mais vantajosa para que a Administração reali-ze contratações.

ASPECTOS CONSTITUCIONAIS

Inicialmente, cabe citar a base constitucional para a realização das licitações:

Art. 37, XXI, CF “Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamen-to, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”

Pelo que vimos acima, a regra geral é a realização da licitação, mas existem exceções ao dever de licitar (dispensa e inexigibilidade, estudadas em tópico posterior).

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Mas quem tem competência para legislar sobre licitação? Versa o art. 22, XXVII da Constituição Federal:

Art. 22, CF – “Compete privativamente à União legislar sobre:(...)

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administra-ções públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municí-pios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de econo-mia mista, nos termos do art. 173, §1º, III.”

Assim, em 1993, tivemos o advento da Lei nº 8.666/93, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. É a norma geral acerca das licitações, tendo aplicabilidade não apenas no âmbito federal, mas também nos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Importante frisar que, mesmo a competência para legislar sobre normas gerais sendo da União, não há impedimento para que Estados e Municípios legislem acerca de licitações, desde que não sejam normas gerais. Assim, é possível termos, por exemplo, uma lei estadual sobre licita-ções, referindo-se à especificidades daquele Estado, e desde que não contrarie a norma geral.

Ressalte-se ainda que existem outras normas regulamentadoras das licitações, como no caso da modalidade Pregão, prevista expressamente na Lei nº 10.520/2002.

Outro detalhe é que a previsão do art. 22, XXVII, CF cita o art. 173, §1º, III, que assevera:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança na-cional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)(...)

III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Não tínhamos, até 2016, tal estatuto jurídico. Entretanto, foi editada a Lei nº 13.303/2016, hoje considerada o Estatuto Jurídico das Estatais. A citada lei dispõe sobre o estatuto jurídico da em-presa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Em seu artigo 28, a lei prevê:

“Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às empresas públicas e às so-ciedades de economia mista, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30”.

Em suma, no caso de empresas públicas e sociedades de economia mista, busca-se uma maior flexibilidade, em razão das atividades desempenhadas.

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OBJETO DA LICITAÇÃO

Diz o art. 1º da Lei nº 8.666/93:

“Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Pode-res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.”

A própria lei traz definições de obras, serviços, compras e alienações, em seu art. 6º:

Art. 6º, Lei 8666/93 “Para os fins desta Lei, considera-se:

I – Obra – toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por exe-cução direta ou indireta;

II – Serviço – toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Ad-ministração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou traba-lhos técnico-profissionais;

III – Compra – toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parce-ladamente;

IV – Alienação – toda transferência de domínio de bens a terceiros;”

O art. 2º da Lei refere-se ainda às concessões, permissões e locações.

Art. 2º, Lei 8666/93 “As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, conces-sões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, se-rão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.”

Sobre concessões e permissões, veja abaixo:

Art. 175, CF “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de conces-são ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.”

Pelo acima exposto, percebe-se que a necessidade de licitação também alcança as concessões e permissões de serviços públicos. Autorizações não necessitam de licitação.

OBJETIVOS DA LICITAÇÃO

Os objetivos da licitação são encontrados no art. 3º da Lei nº 8.666/93, a saber:

Art. 3º, Lei 8666/93 “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do de-senvolvimento nacional sustentável (...)”

O último objetivo (promoção do desenvolvimento nacional sustentável) não constava no texto da lei, mas foi incluído pela Lei nº 12.349/2010.

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SUJEITOS A LICITAR

Estão sujeitos a licitar, segundo a Lei nº 8.666/93:

Art. 1º, Parágrafo único, Lei 8666/93 “Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.”

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS ÀS LICITAÇÕES

As licitações são norteadas por alguns princípios. A lista de princípios apresentada no artigo 3º da Lei nº 8.666/93 tem caráter meramente exemplificativo. Veja que o final do caput do art. 3º fala em princípios correlatos.

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios bá-sicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probi-dade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010).

Princípios expressos

Legalidade – Como sabemos, é princípio-base da atividade da Administração Pública, que só pode fazer o que a lei determina. Sendo assim, o procedimento licitatório deve transcorrer de acordo com o que a norma traçou.

Impessoalidade – Deve-se atentar para a finalidade pública do procedimento licitatório. Ali-nha-se ainda com os princípios da isonomia e da competitividade.

Moralidade – Preceitos éticos devem pautar as licitações. Condutas imorais, providas de má-fé e ímprobas não devem ser adotadas, pois comprometeriam o processo de seleção.

Publicidade – A licitação deve ser amplamente divulgada, objetivando dar conhecimento a to-dos das regras do procedimento. Prega o art. 3º, §3º da Lei nº 8.666/93 que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.”

Isonomia ou igualdade – Representa o idêntico tratamento aos participantes de uma licitação. Veja que o próprio inciso XXI do art. 37 da Constituição expressa sobre “processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes”. A disputa deve ocorrer em igualdade de condições, não havendo preferências injustificadas. Está umbilicalmente liga-do ao princípio da impessoalidade.

OBS: Ainda sobre o princípio da isonomia, convém citar a alteração processada pela Lei nº 12.349/2010, no art. 3º da Lei 8.666/93, incluindo como objetivo a promoção do desenvolvi-

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mento nacional sustentável. A doutrina costuma tratá-la como mitigação da isonomia, em face das margens de preferência adotadas nos parágrafos subsequentes do citado artigo.

Art. 3º (...)

§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasilei-ras; e

II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de re-serva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Nova redação – Lei nº 13.146, de 2015)

§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5o será estabelecida com base em estudos revis-tos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Inclu-ído pela Lei nº 12.349, de 2010)

I – geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

IV – custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

V – em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adi-cional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos ma-nufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 9º As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

II – ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta Lei, quando for o caso. (In-cluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser estendida, total ou parcialmen-te, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul – Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de

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órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sis-temas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

Outro detalhe importante: o §2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93 fala em critérios de desempate. A adoção desses critérios não viola o princípio da isonomia, mas apenas visa a resolução de uma possível situação em que os licitantes apresentarem empate na disputa pelo objeto da licitação.

Art. 3º § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferên-cia, sucessivamente, aos bens e serviços:

I – (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

II – produzidos no País;

III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)

Ressalte-se, por derradeiro, que as microempresas e empresas de pequeno porte, abrigadas na Lei Complementar nº 123/2006, gozam de tratamento diferenciado. Veja abaixo o texto da LC:

Art. 44, Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contrata-ção para as microempresas e empresas de pequeno porte.

§ 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas micro-empresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada.

§ 2º Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço.

(...)

Art. 47. Nas contratações públicas da administração direta e indireta, autárquica e fundacio-nal, federal, estadual e municipal, deverá ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte objetivando a promoção do desenvolvi-

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mento econômico e social no âmbito municipal e regional, a ampliação da eficiência das polí-ticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Parágrafo único. No que diz respeito às compras públicas, enquanto não sobrevier legislação estadual, municipal ou regulamento específico de cada órgão mais favorável à microempresa e empresa de pequeno porte, aplica-se a legislação federal. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

A Lei Complementar nº 147/2014 também modificou a Lei nº 8.666/93, incluindo o §14 no art. 3º.

§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Probidade administrativa – Está alinhado com o princípio da moralidade. Ressalte-se que exis-tem atos de improbidade administrativa que se relacionam com a licitação. Destaque-se o art. 10 da Lei nº 8.429/92, que trata como prejuízo ao erário frustar a licitude do procedimento licitatório.

Vinculação ao instrumento convocatório – O edital é a “lei interna” da licitação. Tanto a Admi-nistração Pública quanto os licitantes devem observar o que prega o edital da licitação. O art. 41, caput, da Lei nº 8.666/93 assevera que “a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.”

Julgamento objetivo – O art. 44, caput da Lei nº 8.666/93 prevê que “no julgamento das pro-postas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei”. Sendo assim, descarta-se subjetivismos e aspectos pessoais da análise. A definição do tipo de licitação serve para afastar tal possibilidade, conforme o art. 45 da Lei:

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o respon-sável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Admi-nistração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II – a de melhor técnica;

III – a de técnica e preço.

IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

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Princípios correlatos

Eficiência – É princípio expresso no art. 37, caput da Constituição. Impossível dizer que não se relaciona ao processo licitatório também, já que é inerente à própria atividade administrativa, na busca pela perfeição e pleno rendimento funcional.

Adjudicação compulsória – Hely Lopes Meirelles afirma que a Administração não pode, con-cluído o procedimento, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor. Entretanto, é importante lembrar que adjudicar não é contratar. Existem situações que podem levar à anu-lação ou revogação do procedimento licitatório. Não havendo nenhuma razão ensejadora da extinção da licitação, então a contratação não pode ocorrer com outro que não o vencedor do certame.

O art. 64 traz disposições importantes:

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contra-to, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando soli-citado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de con-formidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

Ampla defesa – A professora Di Pietro é entusiasta deste princípio em matéria licitatória tam-bém. O art. 87 da Lei nº 8.666/93 traz previsão que ressalta a importância deste princípio nos certames licitatórios.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a pré-via defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I – advertência;

II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Ad-ministração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquan-to perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o con-tratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da san-ção aplicada com base no inciso anterior.

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Sigilo das propostas – É exceção ao princípio da publicidade. Deve-se resguardar o sigilo das propostas, até o momento adequado da abertura dos envelopes, conforme previsão do art. 3º, §3º, já analisado. Importante dizer que a devassa do sigilo das propostas é crime, conforme o art, 94:

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcio-nar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Procedimento formal – Pode ser chamado de formalismo procedimento ou apenas formalis-mo. Significa que as regras do procedimento adotadas para a licitação devem seguir os parâme-tros estabelecidos na lei. Possui relação direta com o princípio da legalidade.

O art. 4º, §único assevera que “o procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato ad-ministrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.”

Competitividade – Está diretamente alinhado com os princípios da igualdade e impessoalidade. Não se pode comprometer o caráter competitivo da licitação.

O art. 3º, em seu §1º, reza:

§ 1º É vedado aos agentes públicos:

I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que com-prometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

Vale dizer que frustrar o caráter competitivo pode configurar crime, conforme previsão do art. 90:

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o ca-ráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

EXCEÇÕES AO DEVER DE LICITAR

O art. 37, XXI da CF, ao tratar da obrigatoriedade da licitação, traz exceções. Ao prever que que existem ressalvas na legislação, admite casos em que a contratação será direta. São duas as exceções ao dever de licitar: dispensa e inexigibilidade. No caso da dispensa, há viabilidade de competição. Entretanto, existem situações em que a lei obriga a dispensa e outras em que a lei apenas faculta a dispensa. Na inexigibilidade, não há viabilidade de competição.

Em resumo:

Há diferença entre LICITAÇÃO DISPENSADA (a lei obriga a dispensa), LICITAÇÃO DISPENSÁVEL (a lei faculta a dispensa) e LICITAÇÃO INEXIGÍVEL (inviabilidade de competição).

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Outro ponto importante é o que trata da taxatividade do rol da dispensa. Já a inexigibilidade possui rol meramente exemplificativo.

Portanto:

DISPENSA DE LICITAÇÃO – Rol taxativo

INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO – Rol exemplificativo

Os casos de LICITAÇÃO DISPENSADA são encontrados nas alíneas do art. 17, I e II da Lei nº 8.666/93:

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, de-penderá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

d) investidura;

OBS: o §3º do art. 17 define investidura:

“§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imó-veis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a catego-ria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)”

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou per-missão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desen-volvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

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g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezem-bro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou per-missão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (du-zentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de quinze módulos fiscais e não superio-res a 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Incluído pela Medida Provisória nº 759/2016)

II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alie-nação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pú-blica, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Públi-ca, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezem-bro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

Já as hipóteses de LICITAÇÃO DISPENSÁVEL são dispostas no art. 24 da Lei nº 8.666/93.

Art. 24. É dispensável a licitação:

I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que pos-sam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

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IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pes-soas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições pre-estabelecidas;

VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;

VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contra-tado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos esta-belecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamen-te corrigido;

XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pes-quisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico apro-vado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajo-sas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administra-ção, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pes-soa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessá-rios à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movi-mentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder com-prometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de co-missão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alí-nea “b” do inciso I do caput do art. 23; (Redação dada pela Lei nº 13.243/2016)

XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (In-cluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de ex-ploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos

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do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por asso-ciações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhe-cidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envol-vam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamen-te justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Co-mandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucra-tivos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Pro-grama Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2010).

XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela cons-tantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição des-tes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012).

XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013).

XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológi-co e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estra-tégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia

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mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agên-cias Executivas.

§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública es-tabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produ-zem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica. (In-cluído pela Lei nº 13.243/2016)

§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei nº 13.243/2016)

Quanto às hipóteses de INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO, temos, conforme o art. 25 da lei nº 8.666/93, exemplificativamente:

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, de-vendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindi-cato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza sin-gular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas ati-vidades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfa-turamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

OBS: As empresas públicas e sociedades de economia mista possuem algumas especificidades nos art. 29 e 30 da Lei 13.303/2016, com casos de dispensa e inexigibilidade que são muito pró-ximos das situações previstas na Lei nº 8.666/93, com uma ou outra diferença pontual.

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MODALIDADES DE LICITAÇÃO

As modalidades representam a estrutura procedimental da licitação. A Lei nº 8.666/93 fornece expressamente cinco modalidades licitatórias, a saber: concorrência, tomada de preços, convi-te, concurso e leilão. Todas estão expressas no art. 22 da lei.

Ressalte-se que o pregão, expresso na Lei 10.520/02, também é modalidade licitatória, porém não está expresso na Lei 8.666/93, aplicada apenas subsidiariamente nesta modalidade. Há ainda a consulta, aplicada de forma específica no âmbito das agências reguladoras. Por fim, importante frisar que alguns doutrinadores consideram o RDC (Regime Diferenciado de Con-tratações), previsto na Lei 12.462/2011, como modalidade de licitação. Nosso estudo está di-recionado às principais modalidades, então focaremos nas 05 expressas na lei, bem como no pregão.

Importante lembrar que o art. 22, § 8º da Lei nº 8.666/93 afirma que “é vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo.”

Concorrência

§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

Segundo a doutrina, a concorrência apresenta como principais características:

Universalidade – participação de quaisquer interessados

Ampla publicidade – ampla divulgação da realização do procedimento licitatório

Habilitação preliminar – comprovação dos requisitos mínimos para execução do objeto da lici-tação

O § 3º do art. 23 também traz algumas considerações importantes acerca da concorrência:

§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas con-cessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

O mesmo artigo 23 traz uma “hierarquia implícita” em relação aos valores aplicáveis. Sendo assim, a concorrência deverá ser a modalidade aplicada no caso de obras e serviços de enge-nharia de valor superior a R$ 1.500.000,00 e compras e outros serviços (não de engenharia) de valor superior a R$ 650.000,00. Nos demais valores, a concorrência pode ser empregada, em razão da regra prevista no §4º (“Quem pode mais, pode menos”). No art. 17, §6º, no caso de alienação de bens móveis de valor superior a R$ 650.000,00, também será utilizada a concor-rência.

No caso de alienação de bens imóveis, em regra utiliza-se a concorrência, existindo casos em que a licitação será dispensada (art. 17, I).

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Há uma particularidade no art. 19, tratando da concorrência ou leilão:

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimen-tos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade compe-tente, observadas as seguintes regras:

I – avaliação dos bens alienáveis;

II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Nas concessões, conforme previsto na Lei nº 8.987/95, também teremos a concorrência como modalidade empregada (Art. 2º, II)

Tomada de preços

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastra-dos ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia an-terior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

Nesta modalidade, o vulto é menor que o da concorrência, e o interessado já deve estar cadas-trado (art. 34 trata dos registros cadastrais), ou, pelo menos, reunir as condições para cadastra-mento dentro do prazo estipulado pela lei.

Conforme prevê o §3º do art. 23, pode ser utilizada no caso de licitações internacionais, quan-do o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores.

Quanto aos valores, o mesmo artigo 23, que traz uma “hierarquia implícita” em relação aos va-lores aplicáveis, afirma que a tomada de preços é cabível no caso de obras e serviços de enge-nharia até R$ 1.500.000,00 e compras e outros serviços (não de engenharia) até R$ 650.000,00. No caso de valores menores, a tomada de preços também pode ser empregada, em razão da regra prevista no §4º (“Quem pode mais, pode menos”).

Convite

§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade admi-nistrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

Nesta modalidade de licitação, o instrumento convocatório, diferentemente das demais, cha-ma-se carta-convite, não se exigindo publicação em Diário Oficial.

Quanto aos valores, o artigo 23, que traz uma “hierarquia implícita” em relação aos valores aplicáveis, afirma que o convite é cabível no caso de obras e serviços de engenharia até R$ 150.000,00 e compras e outros serviços (não de engenharia) até R$ 80.000,00.

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Pode ser utilizada no caso de licitações internacionais, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

Dois incisos também devem ser destacados aqui, no art. 22:

§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impos-sível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstân-cias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

Concurso

§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de tra-balho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antece-dência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

O julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não. (art. 51, §5º)

Conforme o art. 52, deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessa-dos no local indicado no edital. O regulamento deverá indicar:

I – a qualificação exigida dos participantes;

II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

No concurso, não cabe a utilização de nenhum dos tipos de licitação previstos no art. 45, §1º da Lei nº 8.666/93.

O art. 13, §1º da lei ainda traz uma especificidade sobre o concurso.

§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de servi-ços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

Leilão

§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens mó-veis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Não podemos esquecer da particularidade trazida no art. 19 (bens imóveis), onde se admite a utilização de concorrência ou leilão, bem como no art. 17, §6º (bens móveis), em relação ao valor do bem.

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O art. 53, que trata do leilão, assevera, em seu caput que “o leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação per-tinente.”

Pregão

Hoje, a modalidade licitatória pregão é disciplinada na Lei nº 10.520/02, aplicada a todos os entes federativos. Ressalte-se que, quando instituído por Medida Provisória (MP 2026/00), sua aplicação de dava apenas no âmbito da União, o que suscitou divergências e controvérsias acer-ca do seu alcance.

É utilizado para aquisição de bens e serviços comuns, definidos como “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especifi-cações usuais no mercado.” (art. 1º, §único).

O tipo de licitação utilizado no pregão é o menor preço. Importante dizer que não há limite de valor no pregão.

Por haver norma específica tratando desta modalidade licitatória, a lei nº 8.666/93 é aplicada apenas de maneira subsidiária.

Sobre o procedimento do pregão, previsto na Lei nº 10.520/02, temos duas fases: uma prepa-ratória (art. 3º) e uma externa (art. 4º). Destaco, como principais pontos, a inversão de fases, que torna o pregão uma modalidade indiscutivelmente célere, a possibilidade de negociação do valor pelo pregoeiro, e a ausência de garantia de proposta.

Sobre a inversão de fases, podemos destacar os seguintes incisos do art. 4º:

VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, pode-rão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

Importante ainda destacar:

XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

XII – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor pro-posta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

O art. 5º traz vedações:

Art. 5º É vedada a exigência de:

I – garantia de proposta;

II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame; e

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III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

Quanto ao prazo de validade das propostas, reza o art. 6º que o mesmo será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.

No plano federal, o pregão é regulamentado pelo Decreto nº 3.555/00.

pregão pode ser realizado em ambiente físico ou virtual. Quando realizado com a utilização de recursos de tecnologia da informação, temos o chamado pregão eletrônico, regulamentado pelo Decreto nº 5.450/05.

TIPOS DE LICITAÇÃO

Os tipos representam o critério de escolha. Segundo o art. 45, §1º, são tipos de licitação:

§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Admi-nistração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II – a de melhor técnica;

III – a de técnica e preço.

IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

PROCEDIMENTO

A disposição sobre o procedimento licitatório inicia-se no art. 38. Percebemos assim a existên-cia de duas fases, uma interna e outra externa. Dispõe o art. 38, acerca do procedimento:

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indica-ção sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportu-namente:

I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entre-ga do convite;

III – ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;

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IV – original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V – atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;

VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade;

VII – atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e deci-sões;

IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado cir-cunstanciadamente;

X – termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI – outros comprovantes de publicações;

XII – demais documentos relativos à licitação.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, con-vênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licita-ção, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e lici-tações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação ante-cedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

No art. 43, temos:

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:

I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;

II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda

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com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registra-dos na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;

VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.

§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstancia-da, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comis-são.

§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclu-são posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.

§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.

§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decor-rente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Diante do exposto, percebemos a existência, na fase externa, de cinco momentos distintos: Edital, Habilitação, Classificação e Julgamento, Homologação e Adjudicação. Em regra, a ordem é esta, mas há que se observar algumas peculiaridades, como no pregão, onde temos inversão de fases.

Sobre o edital, segundo Di Pietro, é o ato pelo qual a Administração divulga a abertura da con-corrência, fixando os requisitos ára participação, define objeto e condições básicas do contrato, convidando os interessados a apresentarem as suas propostas. As regras básicas acerca do edi-tal encontram-se no art. 40 da Lei nº 8.666/93.

O art. 21 da Lei nº 8.666/93 trata da publicação dos editais. Assevera o citado artigo:

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Admi-nistração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circula-ção no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, aliena-do ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:

I – quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada inte-gral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (In-cluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV – cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publica-ção do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Poderá ainda o cidadão impugnar administrativamente o edital de licitação, conforme prevê o art. 41. É forma de controle popular sobre a atividade administrativa.

Conforme vimos anteriormente, deve-se obediência ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório, tanto por parte da Administração Pública quanto por parte dos licitantes.

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

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§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.

§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do proces-so licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subse-quentes.

No que tange à fase habilitatória, temos basicamente o direcionamento no art. 27, que prevê:

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, docu-mentação relativa a:

I – habilitação jurídica;

II – qualificação técnica;

III – qualificação econômico-financeira;

IV – regularidade fiscal e trabalhista (alterado pela lei nº 12.440/2011).

V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Os artigos seguintes da seção referente à habilitação dissertam sobre a documentação neces-sária e algumas formalidades.

Após a fase habilitatória, temos a terceira fase do procedimento, qual seja, a classificação e o julgamento, onde teremos a análise e julgamento das propostas, classificando-as pela ordem, segundo critérios objetivamente definidos no edital. Percebe-se aqui a incidência do princípio do julgamento objetivo.

Nas suas fases finais, temos a homologação (reconhecimento da validade e aprovação do pro-cedimento) e adjudicação (atribuição do objeto da licitação ao licitante vencedor).

Sobre a adjudicação, leciona a professora Di Pietro, em seu Direito Administrativo, Editora Fo-rense, 30ª edição, pág 472:

“Trata-se de ato vinculado, já que as únicas hipóteses em que a Administração pode deixar de efetuar a adjudicação são as de anulação ou revogação do procedimento, conforme previsto no art. 49 da Lei nº 8.666/93. A anulação ocorrerá em caso de ilegalidade, e a revogação, em caso de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado”.

Visando corroborar com o texto acima mencionado, veja o texto do art. 49:

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Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente com-provado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no pará-grafo único do art. 59 desta Lei.

§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.

§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Por fim, destaca-se que o art. 109 refere-se aos recursos administrativos, cabíveis nas hipóteses e prazos previstos na lei. O referido artigo fala em três modalidades distintas: recurso, pedido de reconsideração e representação. Versa o art. 109:

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:

I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:

a) habilitação ou inabilitação do licitante;

b) julgamento das propostas;

c) anulação ou revogação da licitação;

d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;

e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;

III – pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Mu-nicipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.

§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na im-prensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.

§ 2º O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, po-dendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atri-buir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.

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§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recor-rido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida den-tro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsa-bilidade.

§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.

§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos estabe-lecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

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Questões

1. (ANALISTA – ADMINISTRAÇÃO – DPE-RS – 2013 – FCC)

Considere:

I – alienação de imóvel remanescente de de-sapropriação.

II – escolha de trabalho técnico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.

III – venda de produtos legalmente apreen-didos ou penhorados.

A modalidade licitatória aplicável para as si-tuações acima são, respectivamente,

a) concorrência; concurso e leilão.b) leilão; concorrência e pregão.c) leilão; concurso e leilão.d) convite; concurso e leilão.e) convite; convite e leilão.

2. (ANALISTA – ADMINISTRAÇÃO – DPE-RS – 2013 – FCC)

O Estado do Rio Grande do Sul pretende contratar uma empresa especializada para desenvolver projeto urbanístico em muni-cípio integrante de região metropolitana vi-sando à recuperação de áreas degradadas. Para tanto, de acordo com as disposições da Lei nº 8.666/93,

a) poderá contratar entidade pública ou privada, com dispensa de licitação, des-de que comprove as razões de interesse público para a contratação e preço abai-xo do praticado pelo mercado.

b) poderá contratar empresa privada, com dispensa de licitação, desde que a mes-ma comprove notória especialização no objeto da contratação e o preço seja compatível com o praticado no merca-do.

c) poderá contratar entidade integrante da Administração pública estadual ou municipal, dotada de notória especiali-zação, formalizando o ajuste mediante convênio.

d) poderá contratar, com dispensa de li-citação, entidade integrante da Admi-nistração pública estadual, criada para esse fim específico, em data anterior à vigência da Lei nº 8.666/93, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

e) poderá contratar entidade integrante da Administração pública municipal, do-tada de notória especialização, com ine-xigibilidade de licitação, ainda que não configurada a inviabilidade de competi-ção, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no merca-do.

3. (TÉCNICO – DPE-RS – 2013 – FCC)

O princípio da adjudicação compulsória que instrui o procedimento de licitação, expres-sa-se como

a) a proibição à administração de revogar o certame por razões de conveniência e oportunidade, sendo-lhe possível, ape-nas, a anulação do procedimento por vício de ilegalidade.

b) o direito do vencedor à homologação do certame e à adjudicação do objeto em seu favor, sob pena de responsabili-zação da administração.

c) a proibição da administração de cance-lar o certame e o direito subjetivo do vencedor à celebração do contrato.

d) o direito subjetivo do vencedor do cer-tame à adjudicação do objeto em seu favor e à lavratura do contrato no prazo máximo de 90 dias.

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e) a proibição à administração de adjudi-car o objeto da licitação a outrem que não o vencedor do certame, inexistindo para esse, no entanto, direito subjetivo a celebração do contrato.

4. (TÉCNICO – DPE-RS – 2013 – FCC)

A administração pública pretende locar um imóvel para instalar uma unidade regional, onde será feito atendimento à população, inclusive para fins de cadastro em progra-mas habitacionais. De acordo com as espe-cificações técnicas e posturas legais para atendimento ao público, o imóvel precisa ser amplo, com capacidade para circulação de grande número de pessoas, acessibilida-de, rotas de fuga em caso de incêndio, além de outros itens de segurança etc.

A orientação jurídica para essa contratação pode ser pela

a) dispensa de licitação, observando-se a compatibilidade do preço da locação com o valor de mercado.

b) inexigibilidade de licitação, observando--se a compatibilidade do preço da loca-ção com o valor da avaliação realizada pela própria administração.

c) necessidade de procedimento simplifi-cado de licitação, a fim de restar certifi-cada a inexistência de imóveis similares com oferta de locação por preço infe-rior.

d) contratação direta, prescindindo de pro-cedimento de dispensa ou inexigibilida-de de licitação, por força de autorização legal expressa.

e) dispensa ou inexigibilidade de licitação, a critério do administrador, uma vez que, no caso concreto, a decisão insere--se em juízo discricionário do mesmo.

5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-TRATIVA – TRF-3ª REGIÃO – 2016 – FCC)

O princípio que obriga a Administração pú-blica à prévia licitação para contratação dos diversos bens e serviços de seu interesse

convive com situações em que o certame se mostra dispensável ou inexigível. As hipóte-ses são várias, algumas que a lei escolheu excluir da obrigatoriedade de serem licita-das, outras cuja a realização do certame não se mostra possível ou adequada.

Diante de um cenário em que a Adminis-tração pública precise firmar contrato para prestação de serviço de atendimento da população para orientação inicial e encami-nhamento aos setores adequados de conhe-cido complexo que concentra vários serviços públicos em um mesmo local, é

a) possível declarar inexigibilidade de lici-tação para contratação de associação sem fins lucrativos que congregue por-tadores de deficiência física e pessoas com reconhecida hipossuficiência finan-ceira, como forma de execução de polí-tica social.

b) permitido dispensar a licitação para contratar associação sem fins lucrativos, de pessoas portadoras de deficiência física, tendo em vista que as atividades necessárias à Administração são con-dizentes com as limitações físicas dos associados, o que não afasta a necessi-dade do valor ser compatível com o pra-ticado no mercado.

c) necessário realizar licitação, tendo em vista que se trata de contratação de mão de obra, para cuja finalidade inexis-te previsão legal de dispensa ou inexigi-bilidade de certame.

d) dispensada a licitação para contratação de associações sem fins lucrativos, bas-tando à Administração pública compro-var essa condição e a respectiva decla-ração de utilidade pública emitida pelo ente da mesma esfera do potencial con-tratante.

e) inexigível a licitação para os casos em que o contratado seja pessoa jurídica sem fins lucrativos e desde que o va-lor da contratação seja compatível com o praticado no mercado.

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6) (ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-TRATIVA – TRT-23ª REGIÃO – 2016 – FCC)

No curso do pregão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até dez por cento superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor. Nos termos da Lei nº 10.520/2002, NÃO havendo pelo menos

a) cinco ofertas nas condições narradas poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, de-vendo os preços, obrigatoriamente, cir-cundarem em torno de limite máximo fixado pelo pregoeiro.

b) duas ofertas nas condições narradas poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de cinco, ofere-cer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços ofereci-dos.

c) três ofertas nas condições narradas po-derão os autores das melhores propos-tas, até o máximo de cinco, oferecer novos lances verbais e sucessivos, de-vendo os preços, obrigatoriamente, cir-cundarem em torno de limite máximo fixado pelo pregoeiro.

d) duas ofertas nas condições narradas poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de três, ofere-cer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços ofereci-dos.

e) três ofertas nas condições narradas poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de três, ofere-cer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços ofereci-dos.

7. (ADVOGADO – EBSERH – IBFC – 2016)

Considere as disposições da Lei Federal nº 8.666, de 21/06/1993 que Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,

institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras provi-dências e assinale a alternativa correta so-bre as modalidades de licitação.

a) Concorrência é a modalidade de licita-ção entre quaisquer interessados que, na fase posterior à de habilitação pre-liminar, comprovem possuir os requisi-tos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

b) Tomada de preços é a modalidade de li-citação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastra-mento até o quinto dia anterior à data do recebimento das propostas, observa-da a necessária qualificação.

c) Convite é a modalidade de licitação en-tre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhi-dos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrati-va, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que ma-nifestarem seu interesse com antece-dência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

d) Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para es-colha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prê-mios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com ante-cedência mínima de 30 (trinta) dias.

e) Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a adminis-tração ou de produtos legalmente apre-endidos ou penhorados a quem ofere-cer o maior lance, desde que superior ao valor da avaliação.

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8. (ADVOGADO – CÂMARA DE FRANCA – IBFC – 2016)

É inexigível a licitação quando houver invia-bilidade de competição, em especial na con-tratação:

a) de profissional de qualquer setor artís-tico, diretamente ou através de empre-sário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opi-nião pública.

b) de entidades privadas sem fins lucrati-vos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e pro-dução de alimentos, para beneficiaras famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.

c) de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assis-tência técnica e extensão rural no âmbi-to do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.

d) realizada por Instituição Científica e Tec-nológica – ICT ou por agência de fomen-to para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

9. (ADVOGADO – EBSERH – IBFC – 2016)

Considere as disposições da Lei Federal nº 8.666, de 21/06/1993 que Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras provi-dências e assinale a alternativa correta so-bre a alienação de bens da Administração Pública.

a) A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de in-teresse público devidamente justifica-do, será seguida de avaliação.

b) A alienação de bens imóveis da Admi-nistração Pública dependerá de autori-

zação legislativa para órgãos da admi-nistração direta e entidades autárquicas e fundacionais.

c) A alienação de bens imóveis da Admi-nistração Pública independerá de ava-liação prévia e de licitação na modalida-de de concorrência.

d) A alienação de bens imóveis da Admi-nistração Pública dependerá de autori-zação judicial para órgãos da adminis-tração direta.

e) A alienação de bens imóveis da Admi-nistração Pública dependerá de auto-rização judicial para órgãos da admi-nistração direta, apenas nos casos de dação em pagamento.

10. (GESTOR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA – FJP--MG – IBFC – 2014)

Em consonância com os preceitos contidos na Lei de Licitações e Contratos Administra-tivos (Lei 8.666 de 1993), o prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da rea-lização do evento deverá ser de:

a) sessenta dias para o convite.b) trinta dias para concorrência, quando o

contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quan-do a licitação for do tipo “melhor técni-ca” ou “técnica e preço”.

c) trinta dias para tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”.

d) vinte dias para o pregão.e) inte dias para a consulta.

11. (ANALISTA PORTUÁRIO – ADVOGADO – CO-DEBA – 2016 – FGV)

Atacado por acusações de corrupção e frau-de envolvendo o orçamento de empresas estatais, o Governador do Estado XYZ resol-ve contratar uma auditoria financeira inde-pendente, a fim de demonstrar que nunca houve qualquer malversação de verbas pú-blicas, seja do Tesouro estadual, seja das empresas estatais.

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DPE-RS (Analista - Área Administração) – Direito Administrativo – Prof. Rodrigo Motta

Considerando o exposto, assinale a afirma-tiva correta.

a) É possível a contratação direta, por ine-xigibilidade de licitação, da auditoria financeira, desde que se possa caracte-rizá-la como serviço de natureza singu-lar, e que a contratada goze de notória especialização.

b) É possível a contratação direta, por dis-pensa de licitação, da auditoria finan-ceira, uma vez caracterizada a situação de urgência e desde que o serviço possa ser concluído no prazo máximo de 180 dias.

c) É possível a contratação direta, por dispensa de licitação, da auditoria fi-nanceira, desde que não haja, entre os servidores do Estado, profissionais habi-litados ao desempenho do serviço.

d) Não é possível, em qualquer hipótese, a contratação direta, sendo imprescin-dível a realização de licitação para a se-leção do profissional ou empresa que realizará a auditoria financeira.

e) Somente será possível a contratação direta, por inexigibilidade, no caso de haver um único profissional ou empresa capacitado à realização de uma audito-ria financeira.

12. (OFICIAL DE CHANCELARIA – MRE – FGV – 2016)

A União pretende adquirir determinados bens nos termos de acordo internacional es-pecífico aprovado pelo Congresso Nacional, sendo as condições ofertadas manifesta-mente vantajosas para o Poder Público. De acordo com a Lei nº 8.666/93, a contratação em tela:

a) pode ocorrer mediante dispensa de lici-tação;

b) pode ocorrer mediante inexigibilidade de licitação;

c) deve ocorrer necessariamente median-te prévia licitação, cuja modalidade va-ria de acordo com o valor da contrata-ção;

d) deve ocorrer necessariamente median-te prévia licitação, na modalidade pre-gão, independentemente do valor;

e) deve ocorrer necessariamente median-te prévia licitação, na modalidade con-corrência, independentemente do valor.

13. (AGENTE FAZENDÁRIO – PREF. NITERÓI – 2015 – FGV)

A Lei nº 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pú-blica, prevê diversas modalidades de licita-ção, como por exemplo:

a) leilão, convite e concurso;b) concorrência, concessão e permissão;c) delegação, outorga e pregão;d) tomada de preços, pregão e concessão;e) concorrência, tomada de preços e loté-

rica.

14. (FISCAL DE TRIBUTOS – PREF. NITERÓI – 2015 – FGV)

Prefeito Municipal deseja contratar deter-minada sociedade empresária para prestar serviços técnicos de consultorias técnicas e auditorias financeiras e tributárias, median-te inexigibilidade de licitação, pelo valor glo-bal de trezentos mil reais, compatível com o preço de mercado. Instada a se manifestar, a Procuradoria-Geral do Município emitiu pa-recer, com base na Lei nº 8.666/93, no sen-tido da:

a) inviabilidade da contratação na forma pretendida, haja vista que seria impres-cindível prévia licitação na modalidade pregão;

b) inviabilidade da contratação na forma pretendida, haja vista que seria impres-cindível prévia licitação na modalidade tomada de preços;

c) inviabilidade da contratação na forma pretendida, haja vista que seria impres-cindível prévia licitação na modalidade concorrência;

d) viabilidade da contratação na forma pretendida, desde que os serviços se-

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jam de natureza singular, com empresa de notória especialização;

e) viabilidade da contratação na forma pretendida, desde que a contratada já seja concessionária ou permissionária prestadora de serviço público.

15. (FISCAL DE POSTURAS – PREF. NITERÓI – 2015 – FGV)

A Lei nº 8.666/93 dispõe que a licitação destina-se a garantir a observância do prin-cípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a adminis-tração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com alguns princípios básicos, como o da:

a) subordinação às regras do edital e da pessoalidade formal;

b) publicidade do edital e do julgamento subjetivo do certame;

c) improbidade administrativa e da vincu-lação ao edital de licitação;

d) supremacia do poder público e da pre-ferência da modalidade tomada de con-tas;

e) vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo.

16. (CONTADOR – PREF. NITERÓI – 2015 – FGV)

A licitação é norteada por alguns princípios que definem os lineamentos em que se deve situar o procedimento. A verificação da vali-dade ou invalidade de atos do procedimento leva em consideração esses princípios, razão por que devem ser observados. Dentre os princípios básicos previstos expressamente na Lei nº 8.666/93, destaca-se o da:

a) continuidade do serviço público, se-gundo o qual a sociedade empresária vencedora da licitação, findo o prazo contratual, pode celebrar sucessivos termos aditivos com o poder público, in-dependentemente do valor;

b) isonomia, segundo o qual todos devem receber o mesmo tratamento, sendo ve-dado à Administração, em igualdade de condições, como critério de desempate, assegurar a preferência aos bens e ser-viços produzidos no País;

c) economicidade, segundo o qual a Admi-nistração deve sempre optar pelo tipo de licitação de “melhor preço”, vedada a utilização de “melhor técnica”, para evi-tar subjetivismo na escolha do contrata-do;

d) publicidade, segundo o qual a licitação deve ser amplamente divulgada, de modo a possibilitar o conhecimento de suas regras a um maior número possí-vel de pessoas e maior transparência ao certame;

e) indisponibilidade, segundo o qual os bens adquiridos por meio de licitação devem ser utilizados exclusivamente por órgãos da Administração Direta do ente federativo, independentemente de qual entidade tenha sido a licitante.

Gabarito: 1. A 2. D 3. E 4. A 5. B 6. E 7. C 8. A 9. B 10. C 11. A 12. A 13. A 14. D 15. E 16. D