direito administrativo - exercícios cespe

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AULA 1: ORGANIZA O ADMINISTRATIVA BRASILEIRA

1. Organizao Administrativa Brasileira. 1.1. Regime jurico administrativo 1.2. Administrao Plica. Conceitos. 1.3. Desconcentrao e descentralizao. 1.4. Administrao Direta e Indireta. 1.5. rgs plicos. 1 - (ESAF/PFN/2003) Assinale, entre os atos abaixo, aquele que n pode ser considerado como de manifestao da atividade finaltica da Administra o Plica, em seu sentido material. a) Concess para explora o de servi p lico de transporte coletivo urbano. b) Desapropriao para a construo de uma unidade escolar. c) Interdi o de um estabelecimento comercial em raz de viola o a normas de posturas municipais. d) Nomeao de um servidor plico, aprovado em virtude de concurso p lico. e) Concess de benefio fiscal para a implantao de uma nova indtria COMENTARIOS em Essa quest permite que estudemos os conceitos de Administrao Plica. determinado Estado-federado. Como cheguei a comentar na aula inaugural, n existe um ico conceito deAdministrao Plica, mas sim acepes, conforme o critio que se utilize. Merecem nota, brevemente, os conceitos de Administrao em sentido amplo e em sentido estrito. Administrao Plica em sentido amplo abrange os s de Governo, que g exercem funo polica, e os g e pessoas juricas que exercem funo meramente administrativa. Entendemos por funo polica, aqui, o estabelecimento das diretrizes de ao governamental, a fixao das denominadas policas plicas. Funo meramente administrativa resume-se execuo das policas plicas. Administrao Plica em sentido estrito sinclui os gs e pessoas juricas que exercem funo meramente administrativa. Ficam excluos os gs e funes policos.

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO muito raro aparecer em concurso o conceito de Administrao em sentido amplo. Portanto, sempre, que uma quest usar simplesmente a express Administrao Plica, trata-se de Administrao em sentido estrito. Outra distino, muito mais importante, a que a doutrina faz entre Administrao em sentido formal e administrao em sentido material. Administrao em sentido formal, subjetivo ou orgico simplesmente o conjunto de gs e pessoas juricas a que o nosso ordenamento atribui o exercio da funo administrativa do Estado. A rigor, sempre que temos uma classificao em sentido formal, interessa exclusivamente o que o ordenamento jurico disp. Nenhum outro fator deve ser levado em conta. Assim, Administrao em sentido formal, no Brasil, s todos os gs e pessoas juricas que nosso ordenamento jurico identifica como Administrao Plica. Como o critio que adotamos no Brasil o formal, somente serAdministrao, juridicamente, aquilo que nosso Direito diz que N importa a atividade. No Brasil, portanto, sAdministrao Plica: (1) os gs integrantes da denominada Administrao Direta (s os gs que, em uma pessoa polica, exercem funo administrativa); e (2) as entidades da Administrao Indireta. Somente s entidades da Administrao indireta estas, e nenhuma outra, n importa a atividade que exerm: a) autarquias; b) fundaes plicas (FP); c) empresas plicas (EP); d) sociedades de economia mista (SEM).

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO Administrao em sentido material, objetivo ou funcional o conjunto de atividades que s consideradas atividades administrativas. O conceito adota como refercia a atividade, n obrigatoriamente quem a exerce. Portanto, em sentido material, o Banco do Brasil ou a Petrobr, por exercerem atividade econica tica, n s considerados administrao plica (administrao em sentido material geralmente escreve-se com mincula). Por outro lado, as delegatias (pessoas privadas que prestam servis plicos por delegao) concessionias, permissionias e autorizadas de servis plicos - s consideradas administrao em sentido material, embora n o sejam em sentido formal. A doutrina enumera quatro atividades como pr rias da administrao em sentido material, sempre as mesmas, a saber: 1) servi plico (toda a atividade que a Administrao Plica executa, direta ou indiretamente, para satisfazer a necessidade plica, sob regime predominantemente plico); 2) polia administrativa (restries ou condicionamentos impostos ao exercio de atividades privadas em benefio do interesse plico; exemplo tico s as atividades de fiscalizao); 3) fomento (incentivo iniciativa privada de utilidade plica, por exemplo, mediante a concess de benefios ou incentivos fiscais); 4) interveno (abrangendo toda atuao do Estado no setor privado, o que inclui a interveno na propriedade privada, como a desapropriao,e interveno no domio econico, como o tabelamento de pres, a formao de estoques reguladores, etc.). Podemos, portanto, resolver a quest. Ela pede que identifiquemos a alternativa em que n hatividade finaltica da administrao em sentido material. Na letra temos um servi plico; na letra interveno; na letra exercio do poder de polia; na letra um exemplo de fomento. Ssobrou a letra que o gabarito. Mesmo que o candidato n soubesse as atividades que s classificadas como prrias de administrao em sentido material, ele poderia acertar a quest, simplesmente raciocinando que a nomeao de servidor n atividade-fim, mas atividade-meio. Gabarito, letra 2 - (Cespe/Papiloscopista PF/1997) Em um sentido formal, a express

administrao plica pode ser entendida como o conjunto de s e g entidades voltados realiza o dos interesses governamentais; de um ponto de vista material, pode ser compreendida como o conjunto das funes que constituem os servis plicos.www.pontodosconcursos.com.br 3

Esse item trata do mesmo tema que vimos acima. Sempre temos dificuldade quando encontramos um item que n esterrado, mas estincompleto. O gabarito da quest foi verdadeiro. Acredito que esse item seja transcrio parcial de algum parrafo de um livro de Direito Administrativo. Sn CURSOS ON-LINE ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS identifiquei qual.DIREITOMARCELO ALEXANDRINO PROFESSOR Vejam que a definio do sentido formal a comum: conjunto de g s e COMENTRIOS entidades destinados a exercer fun o administrativa (embora o sentido formal n leve em conta a atividade, comum mencionar-se a estinao fun o plicaou algo assim na defini o). Ja defini o de administrao em sentido material parece ter adotado o conceito de servi plico em sentido ampl simo, que inclui todas as atividades exercidas pela Administrao Plica. Mesmo assim haveria problema, porque em sentido ampl simo servi p lico inclui mesmo as atividades que n s comumente descritas como administra o em de sentido material. Seja como for, certo que a presta o de servis plicos, juntamente com o exerc io de atividade de pol ia, s tidas como as mais importantes atividades de administrao em de sentido material. Talvez o autor tenha adotado um conceito de servi plico em sentido amplo, que abranja a atividade de pol ia administrativa. Quests do tipo ou t esse problema. E o pior que mesmo a ESAF as adota, quando usa as quests com diversas afirma es, e pede para o candidato marcar a alternativa que contenha a combinao correta de e o que COMENTRIOS freq nos Essa questnte. enseja estudar dois assuntos muito importantes: desconcentrao odescentralizao. Vejamos cadacerto. Repetindo, e item foi considerado um. 3 - (ESAF/MPOG/2002) Na organizao administrativa brasileira, a 4 www.pontodosconcursos.com.br descentralizao dos servis plicos em geral procede-se a) no bito interno da Administrao Direta b) no bito restrito da Administrao Direta e Indireta c) no bito restrito da Administrao Indireta d) quer utilizando-se das entidades da Administrao Indireta como das de particulares, mediante contrato de concess de servi plico e) utilizando-se de entidades particulares, mediante concess, permiss, delega o, autoriza o, com exclus das pertencentes Administra o Indireta

CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO - Desconcentrao Temos a chamada desconcentrao administrativa quando uma entidade da Administrao distribui competcias no bito de sua prria estrutura a fim de tornar mais il e eficiente a prestao dos servis. A desconcentrao pressup, obrigatoriamente, a existcia de uma spessoa jurica. Trata-se de simples distribuio interna de competcias dessa pessoa. Ocorre desconcentrao, por exemplo, no bito da Administrao Direta federal, quando a Uni distribui competcias entre diversos gs de sua prria estrutura, como os Ministios (Ministio da Educao, Ministio dos Transportes etc.); ou quando uma autarquia, por exemplo, uma Universidade Plica, estabelece uma divis interna de funes, criando, na sua prria estrutura, diversos Departamentos (Departamento de Graduao, Departamento de PGraduao, Departamento de Direito, Departamento de Filosofia, Departamento de Economia etc.). Como a desconcentrao ocorre no bito de uma mesma pessoa jurica, surge relao de hierarquia, de subordinao, entre os gs dela resultantes. No bito das entidades desconcentradas temos controle hierquico (implica os poderes de comando, fiscalizao, revis, punio, soluo de conflitos de competcia, delegao e avocao). - Descentralizao Ocorre a chamada descentralizao administrativa quando o Estado (Uni, DF, Estados ou Municios) desempenha algumas de suas funes por meio de outras pessoas juricas. A descentralizao pressup duas pessoas juricas distintas: o Estado e a entidade que executaro servi, por ter recebido do Estado essa atribuio. A descentralizao pode ocorrer por outorga ou por delegao. A descentralizao serefetivada por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado servi plico. A outorga normalmente conferida por prazo indeterminado. o que ocorre na criao das entidades da Administrao Indireta: o Estado descentraliza a prestao dos servis, outorgando-os a outras pessoas juricas (autarquias, empresas plicas, sociedades de economia mista e fundaes plicas). A descentralizao serefetivada por meio de delegao quando o Estado transfere, por contrato (concess ou permiss de servis plicos) ou ato unilateral (autorizao de servis plicos), unicamente a execuo do servi, para que o ente delegado o preste ao plico em seu prrio nome e por sua conta e risco, sob fiscalizao do Estado. A delegao por contrato sempre efetivada por prazo determinado. Na delegao por ato administrativo (autorizao de servis plicos), como regra, n hprazo certo, por causa da precariedade tica da autorizao (possibilidade de revogao a qualquer tempo, em regra sem indenizao).

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO Em nenhuma forma de descentralizao hhierarquia. Na relao entre a Administrao Direta e a Indireta, diz-se que hvinculao

(nunca subordina o). A primeira exerce sobre a segunda o denominado controle finaltico ou tutela administrativa ou supervis (tamb denominada, na esfera federal, upervis ministerial. Segundo a doutrina, para exerc io do controle final tico, exigida expressa previs legal, que determinaros limites e instrumentos de controle (atos de

tutela). O controle exercido pelo poder delegante muito mais amplo do que o exercido nos casos de outorga (ex., alterao unilateral das condies de prestao do servi; interveno, decretao de caducidade, aplicao direta de sanes etc.). Mesmo nesse caso, n hhierarquia entre o Poder Plico delegante e a delegatia do servi plico. Podemos analisar a quest. Quer-se saber quais entidades podem receber atribuies picas mediante descentralizao. A quest n se restringe a outorga ou delegao. Portanto, o gabarito letra Temos um t ico caso de marca o por eliminao. As outras alternativas est erradas por restringirem indevidamente o bito COMENTRIOS Esse item trata dodescentralizao.de ver. A dida quese falou, quanto delega o, possel da assunto que acabamos Na letra s ele suscita quanto a essa possibilidade de descentralizao para pessoa fica. Seria isso nas possel? Na verdade, claro quevejam e descentralizao ter como destinatia uma concesss. Mas a regra que o enunciado diz m geral Realmente, a forma pessoa jurica. Na outorga, sersempre uma pessoa jurica. Na delegao por tica, a delegatia sersempre uma pessoa jurica. Mas, na delegao concess,mais importante e disparadamente mais mencionada de delegao de por permiss e por autorizao permitido que a delegatia seja pessoa fica servis plicos a concess. ou jurica. No caso da permiss, isso estexpresso na Lei n 8.987/1995, que Gabarito, letra veremos ao estudarmos servis plicos.De resto, um excelente item para estudo das definies de descentralizao e desconcentrao.

4 - (CESPE/Min. Plico do TCU/2004) Descentralizao a distribui o de competcias de uma pessoa para outra, fica ou jurica, e difere da 6 www.pontodosconcursos.com.br desconcentrao pelo fato de ser esta uma distribuio interna de compet cias, ou seja, uma distribuio de competcias dentro da mesma pessoa jurica.

Item certo (C).

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5 - (Cespe/Agente PF/1997) Sabendo que o Servi Federal de Processamento de Dados (SERPRO), que tem a natureza de empresa p lica, foi criado porque a Uni concluiu que lhe conviria criar uma pessoa jurica especializada para COMENTRIOS atuar Item certo. informica, correto afirmar quetemos praticou, nesse caso, na ea de Como o SERPRO uma pessoa, a Uni descentraliza o. Como descentralizao administrativa. uma empresa p lica (EP), temos descentraliza o por outorga (mas isso nem foi abordado na quest).COMENTRIOS

6 - (Cespe/Agente PF/1997) Tendo o Departamento de Pol ia Federal (DPF) Item certo. Nem o DPF nem as Superintendcias Regionais do DPF t criado, nos estados da Federao, Superintendcias Regionais (SRs/DPF), personalidade jurica. Todos integram a estrutura da pessoa Uni. Como estamos no bito de uma mesma pessoa jurica, temos desconcentrao. correto afirmar que o DPF praticou desconcentrao administrativa.

7 - (Cespe/Agente PF/1997). As pessoas jur icas integrantes da administra o plica indireta constituem um produto do mecanismo de desconcentrao COMENTRIOS administrativa. Item errado. As pessoas jur icas integrantes da Administra o P lica Indireta resultam de descentralizao por outorga. 8 - (Cespe/Agente PF/1997) Tanto na descentralizao quanto na desconcentrao, mant-se relao de hierarquia entre o Estado e os gs e COMENTRIOS pessoas Nunca temos dela surgida. Item errado. juricas hierarquia na descentralizao. Temos hierarquia nadesconcentrao. Al disso, gs, por n terem personalidade jurica, s podem resultar de desconcentrao, nunca de descentralizao. www.pontodosconcursos.com.br

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9 - (CESPE/Atendente Judiciio/TJBA/2003) Administrao indireta, tamb denominada administra o descentralizada, decorre da transfer cia, pelo poder plico, da titularidade ou execuo do servi plico ou de utilidade p COMENTRIOS Item incorreto. lica, por Administrao descentralizada mesmo, comumente, usado como sinimo outorga ou delegao. de Administra o Indireta. Mas a Administra o Indireta obrigatoriamente surge por outorga, n por delega o. Outro problema que a maioria da doutrina entende que a outorga transfere, sim, a titularidade do servi plico. A delegao que transfere a mera execuo (isso pacico). A diferen a mera execu que o pode se retomada com muito maior facilidade (encampao, decretao de caducidade). No caso da outorga, a retomada do servi pela pessoa polica sempre exige lei e, se for total, exige a extino da pessoa jurica da Administrao Indireta. 10 - (ESAF/AFC/STN/2000) A diferen fundamental existente entre gs COMENTRIOS p licos e entidades da Administra o Indireta Federal gira em torno de Vou utilizar essa quest n spara falar sobre a diferen fundamental entre terem ou gs e entidades, que a personalidade jurica, mas tamb para estudarmos a criao das entidades da Administrao Indireta. n Como eu disse acima, a Administrao Direta integrada pelo conjunto de gs a) autonomia administrativa que integram as pessoas policas (Uni, Estados, Distrito Federal e Municios), b) personalidade jurica aos quais foi atribua a competcia para o exercio, de forma centralizada (mas desconcentrada), de atividades administrativas. c) poder de polia A Administrao Indireta integrada pelas pessoas juricas administrativas que, d) sujeio ao controle externo vinculadas Administrao Direta, t a competcia para o exercio, de forma descentralizada, de atividades administrativas. e) sujeio ao princio da legalidade As pessoas juricas que integram a Administrao Indireta s, exclusivamente:

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO a) autarquias; b) fundaes plicas (FP); c) empresas plicas (EP); d) sociedades de economia mista (SEM). A criao das entidades da Administrao Indireta ocorre por outorga, ou seja, depende de lei. A criao das entidades da Administrao Indireta estdisciplinada no art. 37, inciso XIX, da Constituio. a seguinte sua redao: rt. 37, XIX somente por lei especica poderser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa plica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste timo caso, definir as eas de sua atuao; Como vemos, hduas formas distintas para criao das entidades da Administrao Indireta, a saber: 1) Para as autarquias: criao pela lei especica, diretamente.

2) Para as demais entidades: autorizao para sua criao em lei especica. Nesses casos, a criao da entidade efetivamente ocorre quando o Pode Executivo registra os atos constitutivos no Registro Plico competente (os atos constitutivos integram um decreto; mas n a publicao do decreto que cria a entidade, seu registro). A primeira forma de criao a forma adotada para conferir-se a uma entidade personalidade jurica de direito plico (n existe registro de pessoa jurica de direito plico em cartio). A segunda a forma jurica de criao de pessoas juricas de direito privado. Portanto, n hdida que o inciso XIX do art. 37 da Constituio, com a redao dada pela EC 19/998, pretendeu conferir personalidade jurica de direito privado EP, SEM e FP. Para as EP e SEM n hpolica alguma. Elas s e sempre foram tidas por pessoas juricas de direito privado. Quanto FP, a quest mais complicada. O STF entende que elas podem ser criadas pela forma prevista no inciso XIX do art. 37, caso em que sem dida ser pessoas juricas de direito privado, mas podem, alternativamente, segundo o STF, serem criadas diretamente por lei especica. Nesse caso, sempre segundo o STF, pois isso n estem nenhuma parte da Constituio, elas ser spie do gero autarquiae ter, evidentemente, personalidade jurica de direito plico, assim como as autarquias. Veremos esse assunto de novo mais frente. Voltando ao inciso XIX do art. 37, vemos que em sua parte final h a exigcia de

lei complementar para o estabelecimento das eas em que poder atuar as fundaes plicas. A lei complementar poderia, por exemplo, estabelecer que as eas em que poder atuar as fundaes plicas sejam somente as relacionadas a atividades 9

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO de ensino, pesquisa, sae, assistcia social, proteo ao meio ambiente. Essa lei complementar nunca foi editada. Abaixo, trago uma lista com aquelas que, a meu ver, s as principais caracterticas comuns entidades da Administrao Indireta: a) Personalidade jurica pr ria; b) Autonomia administrativa e financeira (Obs.: A Prof Maria Sylvia condena o uso do voculo utonomia pois este implicaria poder de editar leis, conferido diretamente pela Constituio, inexistente para as pessoas da Administrao Indireta; a autora utiliza o termo uto-administrao; c) Relao de vinculao (n de subordinao) com a Administrao Direta; sujeitas ao poder de tutela da Administrao Direta (controle finaltico / supervis ministerial); d) N cabe recurso contra seus atos ao Ministio Supervisor ou Presidcia da Replica, salvo os denominados ecursos hierquicos imprrios que devem ser expressamente previstos em lei (entendimento doutrinio); e) As suas despesas e receitas integram o ormento fiscal da pessoa polica a que pertencem, devendo constar da lei ormentia anual (CF, art. 165, 5, I); f) Sujeio fiscalizao e ao controle legislativo (CF, art. 49, X); g) Todos os seus atos sujeitam-se ao controle judicial irrestrito; h) Sujeio ao controle dos Tribunais de Contas; i) Todas sujeitam-se aos princios administrativos expressos no caput do art. 37 da CF; j) Contratao de pessoal efetivo mediante concurso plico; k) Vedao acumulao remunerada de cargos ou empregos plicos (extensiva a subsidiias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Plico); l) Obrigatoriedade de licitao para contratao de obras, servis, compras e alienaes (que pode ter regime pr rio no caso das EP e SEM que explorem atividade econ ica); m) Seus agentes, servidores ou n, sujeitam-se lei que tipifica e sanciona os atos de improbidade administrativa (Lei n 8.429/1992); n) Podem ser sujeitos passivos de ao popular; o) Seus agentes, quando praticantes de tos de autoridade podem ser sujeitos passivos de mandado de seguran; p) Todos os seus agentes plicos s considerados uncionios plicos para fins penais; q) T legitimidade ativa para propor ao civil plica;

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r) Responsabilidade civil objetiva pelos atos de seus agentes que, nessa qualidade, causem danos a terceiros (no caso das EP e SEM, shessa modalidade de responsabilidade para as prestadoras de servis plicos, n para as exploradoras de atividades econicas). Voltando nossa quest , que simplesmente quer saber a diferen fundamental existente entre g s p licos e entidades da Administra o Indireta Federal, o gabarito letra erem ou n personalidade jurica(tanto faz ser federal ou n; a diferen essencial essa, em todos os neis). verdade que g s p licos n t autonomia administrativa propriamente (mas os g s de hierarquia mais elevada t algum grau de autonomia) e as entidades da Administrao Indireta teoricamente t ampla autonomia administrativa. Entretanto, claro que entre essa diferen e a de terem ou n personalidade jurica, esta a fundamental. Gabarito, letra COMENTRIOS Conforme vimos no comentio quest anterior, a parte final do inciso XIX do art. 37 da Constituio preva edio de lei A espieque defina as eas 11 - (ESAF/AFC/STN/2000) complementar organizacional de atuao das fundaes plicas (essa lei complementar ainda n foi editada). lica O gabarito letra

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da Administrao P

12 - (Esaf/AFC/SFC/2000) Em relao organizao administrativa, n correto a) empresa plica afirmar: a) A autonomia gerencial de g despersonalizado pode ser ampliada b) g automo mediante contrato de gest. c) autarquia b) Somente lei especica pode criar autarquia. c) As organizaes sociais gozam de personalidade jurica de direito privado. d) fundao d) A ea de atuao da fundao deve ser objeto de lei complementar. e) sociedade de economia mista e) A participao da sociedade de economia mista em empresa privada prescinde de autorizao legislativa.

Indireta que deve ter sua ea de atuao definida em lei complementar

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Com essa quest tenho o objetivo de complementar o estudo do inciso XIX do art. 37 da Constituio, analisando o inciso XX do mesmo artigo. Sua reda o a seguinte: CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO autorizao Art. 37, XX X depende de ALEXANDRINOlegislativa, em cada caso, a cria o COMENTRIOS de subsidiias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participao de qualquer delas em empresa privada; A Constituio n explica o que significa utorizao legislativa Parece claro que pode ser uma lei ou outro instrumento de natureza legislativa, como um decreto legislativo. O conceito de ubsidiian nada claro. Pelos Dicionios Juricos da Maria Helena Diniz e do De Plido e Silva, seria uma sociedade anima cujas a es pertencem integralmente a uma empresa brasileira. Na verdade, esse o conceito de ubsidiia integral que estna Lei das S.A. (Lei 6404/1976). Minha opini que essas subsidiias constituas por entidades da Administrao Indireta integrar, tamb, a Administrao Plica. Caso contrio, seria fil burlar a Constituio em assuntos como exigcia de concurso plico e de licitao. Seja como for, sobre esse inciso XX do art. 37, pode ser interessante voc conhecerem a posio do STF, manifestada na ADI n 1.649, segundo a qual ispensa-se de autorizao legislativa a criao de empresas plicas subsidiias, desde que haja previs para esse fim na pr lei que instituiu ria a empresa de economia mista matriz. A lei criadora a prria medida autorizadora. A decis surpreendente, porque o texto da Constituio clar simo ao afirmar que epende de autorizao legislativa, em cada caso, a criao de subsidiias Apesar disso, o STF entende que n necessia a autoriza o especica do Congresso Nacional para a instituio de cada uma das subsidi ias de uma mesma entidade, considerando que a autorizao legislativa para a 12 criao de subsidiias de empresa plica, sociedade de economia mista, www.pontodosconcursos.com.br autarquia ou fundao plica, a que se refere o inciso XX do art. 37 da CF, pode ser dada em carer genico. Basta, portanto, para a criao de subsidi ias, a autorizao genica prevista na lei que instituiu a entidade matriz, n se exigindo, para cada nova entidade subsidiia, autorizao legislativa espec ica. Voltando quest, o gabarito letra pois pedida a alternativa errada ea

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13 - (CESPE/Delegado PF-Nacional/2004) possel a existcia, no plano federal, de entidades da administra o indireta vinculadas aos Poderes Legislativo e Judiciio.

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Como vimos, na Administrao Direta de cada ente da Federao, n temos uma ica pessoa, que a prria pessoa polica (por exemplo, na Administrao Direta federal a ica pessoa a Uni), atuando por meio de gs, que s centros de competcia despersonalizados resultantes da desconcentrao. H subordinao, ou seja, hierarquia entre os gs. Diferentemente, na Administrao Indireta de cada ente federado, eu tenho sempre pessoas juricas (autarquias, FP, EP e SEM), vinculadas (ou seja, sem hierarquia) Administrao Direta do mesmo ente. Esse item da quest do CESPE me surpreendeu, quando o vi da primeira vez. Eu nunca havia visto essa meno a uma entidade da Administrao Indireta vinculada ao Legislativo ou ao Judiciio. O DL 200/1967, o definir Administrao Indireta, somente fala que suas entidades s vinculadas a um Ministio supervisor. Tudo bem, sabe-se que o DL 200/1967 estsuperado em muitas coisas. Por exemplo, basta ler a lei geral de organizao do Poder Executivo (Lei n 10.683/2003, cuja leitura, para concurso, eu n recomendo), para ver que mesmo as entidades da Administrao Indireta vinculadas ao Poder Executivo nem sempre s vinculadas a um Ministio; hmuitas vinculadas diretamente Presidcia da Replica. Mas o fato que eu nunca havia pensado na existcia, ou n, de entidades da Administrao Indireta vinculadas aos Poderes Legislativo e Judiciio. Como o gabarito do item foi certo (, eu procurei descobrir algum exemplo concreto. Pelo que averigi, hpelo menos uma universidade vinculada ao Legislativo Federal; possel que haja fundaes ou outras entidades ligadas aos tribunais superiores ou ao TCU. Na verdade, isso n importa. Como um professor me disse, basta lermos, diretamente, o caput do art. 37 da Constituio: rt. 37. A administrao plica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uni, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municios obedeceraos princios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficicia e, tamb, ao seguinte: Vejam que a Constituio fala claramente em dministrao (...) indireta de qualquer dos Poderes Basta a literalidade desse dispositivo para marcarmos

verdadeiro no item. Como dito, foi mesmo o gabarito definitivo. 14 - (ESAF/CGU/2004) No contexto da Administrao Plica Federal, o que distingue e/ou assemelha os gs da Administrao Direta em relao entidades da Administrao Indireta, que a) os primeiros integram a estrutura orgica da Uni e as outras n.

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b) os primeiros s dotados de personalidade jurica de direito plico, as outras s de direito privado. c) s todos dotados de personalidade jurica de direito plico. d) s todos dotados de personalidade jurica de direito privado. e) todos integram a estrutura orgica da Uni.

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Essa quest permite que eu trate do assunto rgs plicos Esse assunto estinserido no assunto eorias acerca da atuao do Estado e de seus agentes plicos Essas teorias t, ou tiveram, o intuito de explicar ou de justificar a atribuio ao Estado, e pessoas juricas de direito plico em geral, dos atos das pessoas naturais que agem em nome deles, uma vez que pessoas juricas n possuem vontade prria. importante essa atribuio para que se estabele a presuno de que o ato foi praticado em nome do Estado. Assim, embora o ato tenha sido efetivamente executado por uma pessoa fica (o agente plico), a legitimidade de tal ato e a responsabilidade pelas conseqncias dele decorrentes s do Estado, o qual responde pela atuao de seus agentes (quando estes atuam na qualidade de agentes plicos). Os livros apresentam tr diferentes teorias, a saber: 1) Teoria do mandato Mandato, no Direito Privado, o contrato mediante o qual uma pessoa, o mandante, outorga poderes a outra, o mandatio, para que este execute determinados atos em nome do mandante e sob a responsabilidade deste. O instrumento do contrato de mandato a procurao. Assim, o agente plico, pessoa fica, seria o mandatio da pessoa jurica (Estado), agindo em seu nome e sob a responsabilidade dela, em raz de outorga especica de poderes. O principal problema dessa teoria que, se for adotado o regime que o Direito Privado confere ao mandato, o mandante n ternenhuma responsabilidade por atos do mandatio que extrapolem os poderes especicos a ele outorgados. Assim, sempre que o agente plico atuasse de forma irregular, mesmo que na qualidade de agente plico, n decorreria qualquer responsabilidade para o Estado. 2) Teoria da representao Essa teoria equipara o agente plico ao representante dos incapazes, como o tutor ou o curador. Seu principal problema idtico ao existente na teoria do mandato. Adotado o regime jurico da representao, existente no Direito Privado, o Estado ficaria

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO isento de qualquer responsabilidade quando o agente plico atuasse irregularmente, mesmo que na qualidade de agente plico. 3) Teoria do g a teoria adotada em nosso ordenamento, amplamente aceita pelos administrativistas em geral. Ela baseia-se na ida de imputao. Significa que a atuao do agente imputada ao Estado, quer dizer, considerada como se fosse atuao do prrio Estado. Simples assim. A vantagem que quando o agente plico, agindo nessa qualidade, atuar com excesso ou qualquer irregularidade, considera-se que a atuao indevida foi do prrio Estado. Com isso, o Estado diretamente responsabilizado pelos danos decorrentes da atuao de seus agentes plicos, quando estes atuam na qualidade de agente plico. Mais precisamente, a teoria do g, conjugada com a teoria da imputao, estabelece que o Estado atua por intermio de seus gs que, por sua vez, atuam por meio de seus agentes. A atuao do agente a prria atuao do g. Como o g um centro de competcias despersonalizado, sua atuao imputada pessoa jurica a que ele pertence. Sisso. Maria Sylvia Di Pietro explica que essa teoria utilizada para justificar a validade dos atos praticados por funcionio de fato, pois considera que o ato por ele praticado ato do g, imputel, portanto, Administrao. A express uncionio de fatousualmente empregada para descrever a situao do agente quando hvio ou irregularidade na sua investidura em cargo ou funo plica, a exemplo da nulidade do concurso plico, da nomeao efetuada por servidor incompetente, do descumprimento de requisito essencial para a posse. Segundo lio de Celso Antio Bandeira de Mello, funcionio de fato aquele cuja investidura foi irregular, mas cuja situao tem aparcia de legalidade. Em nome do princio da aparcia, da boa-fdos administrados, da seguran jurica e do princio da presuno de legalidade dos atos administrativos reputam-se vidos os atos por ele praticados, se por outra raz n forem viciados. Continuando com a lio de Maria Sylvia, a imputao n poderia ser usada no caso do usurpador de funo. il transcrever este trecho de sua obra: ssa teoria utilizada por muitos autores para justificar a validade dos atos praticados por funcionio de fato; considera-se que o ato do funcionio ato do g e, portanto, imputel Administrao. A mesma soluo n aplicel pessoa que assuma o exercio de funo plica por sua prria conta, quer dolosamente (como o usurpador de funo), quer de boa-f para desempenhar funo em momentos de emergcia, porque nesses casos evidente a inexistcia de investidura do agente no cargo ou funo. Vale dizer que existem limites teoria da imputabilidade ao Estado de todas as atividades exercidas pelos gs plicos; para que se reconhe essa

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO imputabilidade, necessio que o agente esteja investido de poder jurico, ou seja, de poder reconhecido pela lei ou que, pelo menos, tenha aparcia de poder jurico, como ocorre no caso da funo de fato. Fora dessas hipeses, a atuao do g n imputel ao Estado Conceito de g plico Apresento, abaixo, duas tradicionais definies de g plico: Hely Lopes Meirelles define gs como entros de competcia instituos para o desempenho de funes estatais, atrav de seus agentes, cuja atuao imputada pessoa jurica a que pertencem Para Celso Antio Bandeira de Mello, gs plicos s nidades abstratas que sintetizam os vios cculos de atribuies do Estado. Temos ainda uma definio legal. A Lei 9.784/1999, que regula os processos administrativos na esfera federal, nos incisos I e II do 2 do seu art. 1 assim define g e entidade: g a unidade de atuao integrante da estrutura da Administrao direta e da estrutura da Administrao indireta; II entidade a unidade de atuao dotada de personalidade jurica; Vejam que a Lei deixa claro que existem gs tanto no bito da Administrao Direta quanto no da Indireta. Basta que se trate de um conjunto de competcias despersonalizado, resultado da desconcentrao. Como jvimos, a principal caractertica dos gs a auscia de personalidade jurica. Segue, abaixo, uma lista com esta e outras caracterticas dos gs plicos: a) integram a estrutura de uma pessoa jurica; b) n possuem personalidade jurica; c) s resultado da desconcentrao; d) alguns possuem autonomia gerencial, ormentia e financeira; e) podem firmar, por meio de seus administradores, contratos de gest com pessoas juricas (CF, art. 37, 8); f) n t capacidade para representar em juo a pessoa jurica que integram; g) n possuem patrimio prrio. Al dessas caracterticas, os gs t capacidade processual para defesa em juo de suas prerrogativas funcionais, isto s legitimados ativos para impetrao de mandado de seguran com esse objetivo. Hely Lopes Meirelles classifica os gs em quatro neis, conforme a posio estatal, isto a hierarquia: independentes, automos, superiores e subalternos; somente os gs independentes e automos t essa capacidade processual, mesmo assim restrita e especica.

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Voltando nossa quest , vemos que o elaborador, para ugirda manjad sima distin o entre g e entidade a personalidade jur ica , menciona outra distino. Os g s integram a estrutura de uma pessoa jur ica (dizer que o g integra a strutura orgicade uma pessoa chega a ser meio redundante) e as entidades n (isso vio, jque entidades s pessoas jur icas elas prrias). O gabarito, portanto, letra Essa mesma distin o entre g e entidade j pareceu em umas duas outras quests da ESAF, que n repetirei aqui por serem quase idticas. Gabarito, letra 15 - (ESAF/PFN/2004) Quanto teoria do g e sua aplicao ao Direito Administrativo, aponte a opo correta. a) Consoante tal teoria, o g apenas parte do corpo da entidade e, por conseqncia, todas as suas manifesta es de vontade s consideradas como da prria entidade. COMENTRIOS n distingue g de entidade, reconhecendo personalidade b) Essa teoria Mais uma quest sobre indistintamente,oe, por conseguinte, reconhecendo serem jurica a ambos, g, para encerrarmos assunto. O gabarito letra que descreve a teoria do g, a qual, como vimos, sujeitos de direitos e obrigaes, de forma direta. conjuga-se com a teoria da imputao para afirmar que a atuao do g considerada atuao da prria pessoa jurica que ele integra. c) Essa teoria, de ampla aceita o entre os administrativistas p rios, As letras e afirmam que g tem personalidade jurica, o que reconhece absurdamente errado. personalidade a teoria da representao. A letra descreve jurica ao g , que passa a ser sujeito de direitos e obriga A letra afirma que a teoria do g n tem aceitao, o que esttotalmente es. incorreto. d) Por tal Gabarito, letra teoria, o agente (pessoa fica) atua como representante da pessoa jurica, semelhan do tutor e do curador de incapazes. e) Essa teoria n tem aceitao entre os publicistas contemporeos, por n explicar, de forma satisfatia, como atribuir aos entes plicos os atos das 17 www.pontodosconcursos.com.br pessoas humanas que agem em seu nome.

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LISTA DE QUESTES APRESENTADAS 1 - (ESAF/PFN/2003) Assinale, entre os atos abaixo, aquele que n pode ser considerado como de manifestao da atividade finaltica da Administrao Plica, em seu sentido material. a) Concess para explorao de servi plico de transporte coletivo urbano. b) Desapropriao para a construo de uma unidade escolar. c) Interdio de um estabelecimento comercial em raz de violao a normas de posturas municipais. d) Nomeao de um servidor plico, aprovado em virtude de concurso plico. e) Concess de benefio fiscal para a implantao de uma nova indtria em determinado Estado-federado.

2 - (Cespe/Papiloscopista PF/1997) Em um sentido formal, a express administrao plica pode ser entendida como o conjunto de gs e entidades voltados realizao dos interesses governamentais; de um ponto de vista material, pode ser compreendida como o conjunto das funes que constituem os servis plicos. 3 - (ESAF/MPOG/2002) Na organizao administrativa brasileira, a descentralizao dos servis plicos em geral procede-se a) no bito interno da Administrao Direta b) no bito restrito da Administrao Direta e Indireta c) no bito restrito da Administrao Indireta d) quer utilizando-se das entidades da Administrao Indireta como das de particulares, mediante contrato de concess de servi plico e) utilizando-se de entidades particulares, mediante concess, permiss, delegao, autorizao, com exclus das pertencentes Administrao Indireta

4 - (CESPE/Min. Plico do TCU/2004) Descentralizao a distribuio de competcias de uma pessoa para outra, fica ou jurica, e difere da desconcentrao pelo fato de ser esta uma distribuio interna de competcias, ou seja, uma distribuio de competcias dentro da mesma pessoa jurica.

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO 5 - (Cespe/Agente PF/1997) Sabendo que o Servi Federal de Processamento de Dados (SERPRO), que tem a natureza de empresa plica, foi criado porque a Uni concluiu que lhe conviria criar uma pessoa jurica especializada para atuar na ea de informica, correto afirmar que a Uni praticou, nesse caso, descentralizao administrativa. 6 - (Cespe/Agente PF/1997) Tendo o Departamento de Polia Federal (DPF) criado, nos estados da Federao, Superintendcias Regionais (SRs/DPF), correto afirmar que o DPF praticou desconcentrao administrativa. 7 - (Cespe/Agente PF/1997). As pessoas juricas integrantes da administrao plica indireta constituem um produto do mecanismo de desconcentrao administrativa. 8 - (Cespe/Agente PF/1997) Tanto na descentralizao quanto na desconcentrao, mant-se relao de hierarquia entre o Estado e os gs e pessoas juricas dela surgida. 9 - (CESPE/Atendente Judiciio/TJBA/2003) Administrao indireta, tamb denominada administrao descentralizada, decorre da transfercia, pelo poder plico, da titularidade ou execuo do servi plico ou de utilidade plica, por outorga ou delegao. 10 - (ESAF/AFC/STN/2000) A diferen fundamental existente entre gs plicos e entidades da Administrao Indireta Federal gira em torno de terem ou n a) autonomia administrativa b) personalidade jurica c) poder de polia d) sujeio ao controle externo e) sujeio ao princio da legalidade 11 - (ESAF/AFC/STN/2000) A espie organizacional da Administrao Plica Indireta que deve ter sua ea de atuao definida em lei complementar a) empresa plica b) g automo c) autarquia

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO d) fundao e) sociedade de economia mista 12 - (Esaf/AFC/SFC/2000) Em relao organizao administrativa, n correto afirmar: a) A autonomia gerencial de g despersonalizado pode ser ampliada mediante contrato de gest. b) Somente lei especica pode criar autarquia. c) As organizaes sociais gozam de personalidade jurica de direito privado. d) A ea de atuao da fundao deve ser objeto de lei complementar. e) A participao da sociedade de economia mista em empresa privada prescinde de autorizao legislativa.

13 - (CESPE/Delegado PF-Nacional/2004) possel a existcia, no plano federal, de entidades da administrao indireta vinculadas aos Poderes Legislativo e Judiciio. 14 - (ESAF/CGU/2004) No contexto da Administrao Plica Federal, o que distingue e/ou assemelha os gs da Administrao Direta em relao entidades da Administrao Indireta, que a) os primeiros integram a estrutura orgica da Uni e as outras n. b) os primeiros s dotados de personalidade jurica de direito plico, as outras s de direito privado. c) s todos dotados de personalidade jurica de direito plico. d) s todos dotados de personalidade jurica de direito privado. e) todos integram a estrutura orgica da Uni.

15 - (ESAF/PFN/2004) Quanto teoria do g e sua aplicao ao Direito Administrativo, aponte a opo correta. a) Consoante tal teoria, o g apenas parte do corpo da entidade e, por conseqncia, todas as suas manifestaes de vontade s consideradas como da prria entidade. b) Essa teoria n distingue g de entidade, reconhecendo personalidade jurica a ambos, indistintamente, e, por conseguinte, reconhecendo serem sujeitos de direitos e obrigaes, de forma direta. c) Essa teoria, de ampla aceitao entre os administrativistas prios, reconhece personalidade jurica ao g, que passa a ser sujeito de direitos e obrigaes.

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO d) Por tal teoria, o agente (pessoa fica) atua como representante da pessoa jurica, semelhan do tutor e do curador de incapazes. e) Essa teoria n tem aceitao entre os publicistas contemporeos, por n explicar, de forma satisfatia, como atribuir aos entes plicos os atos das pessoas humanas que agem em seu nome.

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AULA 2: ENTIDADES DA ADMINISTRAO INDIRETA

1.6. Entidades da Administrao Indireta. 1.7. Terceiro Setor. Organiza es sociais. OSCIP. Servi s sociais automos. Contratos de Gest. 16 (ESAF/Analista MPU/2004) O servi plico personificado, com personalidade jurica de direito plico, e capacidade exclusivamente administrativa, conceituado como sendo um(a) a) empresa plica. b) g automo. c) entidade autquica. d) fundao plica. COMENTRIOS de economia mista. e) sociedadeAs autarquias quase sempre s definidas em quests de concursos como ervi plico personificado ao passo que as fundaes plicas s conceituadas como atrimio personificado Essa definio de autarquia decorre do disposto no Decreto-Lei 200/67, que implementou a primeira reforma administrativa de nosso Pa (restrita, na oca, esfera federal). O DL 200/67 assim define autarquia: servi automo, criado por lei, com personalidade jurica, patrimio e receita prrios, para executar atividades ticas da Administrao Plica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gest administrativa e financeira descentralizada. A doutrina, em linhas gerais, define autarquias como entidades administrativas automas, criadas por lei especica, com personalidade jurica de direito plico interno, patrimio prrio e atribuies estatais especicas. Reproduzo, como exemplo, a definio de Maria Sylvia: essoa jurica de direito plico, criada por lei, com capacidade de auto-administrao, para o desempenho de servi plico descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei Abaixo, listo as principais caracterticas das autarquias: - Criao por lei especica; - Personalidade jurica de direito plico; - Imunidade tributia recroca;

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- Seus bens sujeitam-se ao regime jurico dos bens plicos (inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade, n-onerao); - Regime jurico de seu pessoal pode ser estatutio ou celetista; - Seus dirigentes s nomeados pelo Chefe do Poder Executivo, podendo, se a lei assim determinar, depender de aprovao pria pelo Poder Legislativo (na esfera federal a aprovao feita pelo Senado, nos termos do art. 52, III, da CF, obrigatia para Presidente e Diretores do Banco Central); - Julgamento de suas causas pela Justi Federal (autarquias federais) ou Estadual (autarquias estaduais e municipais); - Praticam atos administrativos e celebram contratos administrativos; - Privilios processuais; a) Prazo em quruplo para contestar e em dobro para recorrer nos processos em que parte (CPC, art. 188); b) Pagamento das custas judiciais sao final, quando vencidas (CPC, art. 27); c) Dispensa de exibio de instrumento de mandato em juo, pelos procuradores de seu quadro de pessoal, para a prica de atos processuais; d) Prescrio qnqnal das didas e demais direitos contra as autarquias; e) Execuo de suas didas mediante precatio (seus bens n est sujeitos a penhora), excetuados os cr itos de pequeno valor, definidos em lei; - Responsabilidade subsidiia do Estado por suas didas. O gabarito da quest letra 17 (ESAF/AFTE-MG/2005) Relativamente autarquias, aponte o item correto. a) Os bens de uma autarquia n podem ser objeto de penhora, n obstante tais entidades n COMENTRIOS integrarem a Administrao direta. b) quest subordinao hierquica EssaH continua o assunto utarquias entre a autarquia e a Administrao direta. c) Nosso sistema legislativo expressamente exclui a possibilidade de criao de 2 www.pontodosconcursos.com.br autarquias municipais. d) N se pode dizer que as autarquias tenham capacidade de autoadministrao, tendo em vista a tutela que sobre ela exerce a Administrao direta. e) Os servidores das autarquias est subordinados ao regime jurico ico estatutio, n havendo mais amparo, em nosso sistema legislativo, para a contratao pelo regime da Consolidao das Leis do Trabalho CLT.

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O gabarito letra Como vimos acima, os bens das autarquias, assim como todos os bens de qualquer pessoa jur ica de direito p lico, ao bens p licos, portanto, sujeitos ao CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS regime jurico dos bens plicos: inalienabilidade, impenhorabilidade, PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO imprescritibilidade, n-onerao. Por esse motivo, pela impenhorabilidade, as didas judiciais das autarquias, salvo as de pequeno valor, s pagas pelo sistema de precatios, nos termos do art. 100 da Constituio. A Letra esterrada porque subordina o sexiste em rela o hier quica. Nenhuma entidade da Administra o Indireta subordinada Administra o Direta. Todas elas s vinculadas, express que se usa para explicitar a auscia de hierarquia. A letra esterrada porque, como visto na aula inaugural, temos Administrao Direta e Administrao Indireta, com todas as entidades que integram esta tima, em todas as esferas da Federao. Na letra correto dizer que a Administra o Direta exerce tutela administrativa (controle final tico) sobre todas as entidades da Administra o Indireta. Mas, juridicamente, a tutela n exclui a capacidade de auto-administrao. A letra stincorreta porque a EC 19/1998 retirou do texto constitucional (art. 39) a obrigatoriedade de adoo de egime jurico icoem cada ente federado. Assim, a partir de 1998, todos os entes federados, desde que prevejam isso em suas leis, podem admitir agentes para suas pessoas jur icas de direito plico pelo regime estatutio ou pelo regime celetista. Ma esfera federal, a contratao de empregados plicos celetistas pela Administrao Direta, autarquias e fundaes plicas estdisciplinada na Lei n 9.962/2000. Gabarito, letra 18 - (ESAF/Fiscal RN/2005) O patrimio personificado, destinado a um fim especico, que constitui uma entidade da Administrao Plica, com personalidade jurica de direito plico, cuja criao depende de pria autorizao expressa por lei, se conceitua como sendo a) um g automo. b) um servi social automo. c) uma autarquia. d) uma empresa plica. e) uma fundao plica.www.pontodosconcursos.com.br 3

CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO COMENTRIOS Como mencionei acima, sempre que voc virem a express atrimio personificado ela se refere fundaes. No caso das fundaes plicas, temos um patrimio plico personificado. Vimos acima que a EC 19/1998 alterou o inciso XIX do art. 37 da Constituio, que passou a exigir apenas autorizao em lei especica para a criao de fundao plica, assim como ocorre com as empresas plicas e sociedades de economia mista, que s entidades dotadas de personalidade jurica de direito privado. O fato que essas entidades n s criadas pela lei, mas sim pelo registro no Registro Plico competente de seus atos constitutivos, consubstanciados em um decreto editado pelo Poder Executivo. N hdida de que essa forma de criao, mediante registro, dorigem a pessoas juricas de direito privado. Apesar disso, nossos autores e tribunais entendem ser possel, tamb, a criao de fundaes plicas diretamente por lei especica. Basta a lei especica criar uma fundao plica e expressamente conferir a ela personalidade jurica de direito plico, caso em que a simples publicao dessa lei darsurgimento fundao. Para nossa doutrina e nossos tribunais, a fundao plica criada diretamente pela edio de lei especica, portanto com personalidade de direito plico, na verdade, uma espie de autarquia. As fundaes plicas com personalidade de direto plico s, portanto, espie do gero autarquia (comum a denominao undao autquicaou utarquia fundacional. Seu regime jurico idtico ao das autarquias. Dessa forma, atualmente admite-se a existcia de duas espies distintas de fundaes plicas na Administrao Indireta: fundaes plicas com personalidade jurica de direito plico e fundaes plicas com personalidade jurica de direito privado. comum as quest s de concursos referirem-se a elas como undao plica de direito plicoe undao plica de direito privado Em resumo, ap a EC 19/1998, passaram a coexistir na Administrao Indireta fundaes plicas com personalidade jurica de direito plico, instituas diretamente por lei especica, e fundaes plicas com personalidade jurica de direito privado, instituas pelo Poder Executivo, autorizado por lei especica. Em qualquer caso, exige-se lei complementar para o estabelecimento das eas em que poder atuar as fundaes plicas. Voltando nossa quest, vemos que foi feita uma certa confus no enunciado. N termos como errar, porque, como eu disse, atrim io personificado sin imo de fundao. O problema do enunciado que ele se restringiu fundaes plicas com personalidade jurica de direito plico, mas afirmou que sua riao depende de pria autorizao expressa por lei Como vimos acima, n assim que se cria uma fundao plica com personalidade jurica de direito plico. E isso

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pacico. Como as fundaes plicas com personalidade jurica de direito plico s espie de autarquia, elas s criadas diretamente pela lei espec ica. Para completar, totalmente absurdo imaginar o registro no Registro Plico de uma pessoa jurica de direito plico. Mas, a ica dida possel seria entre fundao plica e autarquia. Seja como for, tamb seria errado afirmar, para as autarquias, que sua ria o depende de pr ia autoriza o expressa por lei porque elas sempre s criadas diretamente pela lei especica. Quanto outras alternativas: g nem tem personalidade; servi social automo sequer integra a Administra o P lica (falaremos neles mais COMENTRIOS tarde); Apresento esse item spara reforr o que acabamos de ver. Notem que a empresa usa o termo undaes de direito plico referindo-se funda quest plica obrigatoriamente tem personalidade de direito privado. Gabarito, letra es plicas com personalidade jurica de direito plico. 19item verdadeiro (V). O - (CESPE/Tnico Judiciio/TRT 6/2002) As fundaes de direito p lico t a mesma natureza das autarquias: desfrutam A recente reformado processo 20 - (ESAF/Analista Comcio Exterior/2002) dos privil ios do Estado, especial empreendida pelo Governo Federal, introduziu diversas novas figuras na de execu o e Plica Federal. No rol abaixo, ju o e aquela que pode ser ia Administrao possuem prazos dilatados em assinale imunidade tribut relativa conceituada como o resultado da qualificao que se atribui a uma autarquia aos impostos sobre o patrimio, renda ou servis. ou fundao plica, cujo objetivo institucional seja uma atividade exclusiva de Estado, com o prop ito de dotlade maior autonomia gerencial. a) agcia reguladora b) organizao social c) servi social automo d) agcia executiva e) organizao da sociedade civil de interesse plicowww.pontodosconcursos.com.br 5

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO COMENTRIOS N muito comum encontrarmos uma quest falando sobre gcias executivas Essa figura n uma entidade distinta das entidades da Administrao Indireta. somente uma qualificao atribua a autarquias ou fundaes plicas (nada dito na lei sobre serem estas de direito plico ou de direito privado; por isso, entendo que pode ser qualquer fundao plica). N hcomo confundir gcias executivascom gcias reguladoras principalmente porque estas timas sempre s autarquias, pelo menos na esfera federal. Al disso, para as gcias executivassempre exigida a celebrao de um contrato de gest e para as gcias reguladorasa celebrao de contrato de gest sexigida se a lei especica que a criou fizer essa exigcia. Voltando agcias executivas, essa qualificao estprevista na Lei 9.649/1998. Essa Lei autorizou o Poder Executivo a qualificar como agcia executiva a autarquia ou a fundao plica que houvesse celebrado contrato de gest com o respectivo ministio supervisor, para o fim de cumprir objetivos e metas com este acertados. Teoricamente, com a celebrao do contrato de gest, a autarquia ou a fundao plica, agora qualificada como agcia executiva, terassegurada, pelo Poder Executivo, maior autonomia de gest, bem como a disponibilidade de recursos ormentios e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos no contrato de gest. Em resumo, os requisitos estabelecidos na Lei 9.649/1998 para qualificao s: a) Possuir um plano estratico de reestruturao e de desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade da gest e para a reduo de custos, jconcluo ou em andamento. b) Haver celebrado contrato de gest com o respectivo ministio supervisor. O contrato de gest deverser celebrado com periodicidade mima de um ano e estabeleceros objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os recursos necessios e os critios e instrumentos para a avaliao do seu cumprimento. Ap a celebrao do contrato de gest, o reconhecimento como agcia executiva feito por decreto. A ica conseqncia jurica direta, em termos pricos, decorrente da qualificao como agcia executiva, que eu conhe, estno parrafo ico do art. 24 da Lei 8.666/1993. Esse parrafo amplia os limites de valor de contrataes atos quais a licitao dispensel. Para a Administrao em geral, dispensel a licitao quando o valor do contrato de at10% do valor mimo admitido para a utilizao da modalidade convite. Para as agcias executivas esse limite ato qual a licitao dispensel o dobro, ou seja, 20% do valor mimo admitido para a utilizao da modalidade convite.

Observao: como veremos ao estudarmos licitaes, esse limite de 20% tamb aplicel aos cons cios plicos (estudaremos ons cios plicos ao final desta unidade) e a todas as empresas plicas e sociedade de economia mista, por estarem incluos na regra do mesmo parrafo ico do art. 24 da Lei www.pontodosconcursos.com.br 6

8.666/1993; nesse caso, por, n hnenhuma relao com celebrao de contratos de gest. O gabarito da quest, portanto, letra 21 - (ESAF/Contador Recife/2003) As ag cias reguladoras criadas nos timos anos na esfera federal assumiram a forma jurica de: a) fundaes plicas b) gs da administrao direta c) empresas plicas d) sociedades de economia mista e) autarquias COMENTRIOSEssa quest singela, mas serve para uma rida exposio acerca das denominadas agcias reguladoras. As agcias reguladoras s autarquias instituas sob regime especial. A doutrina conceitua as autarquias em regime especial como aquelas que receberam da lei instituidora privilios especicos, a fim de aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns (que seguem o regime geral, previsto no DL 200/67). S as seguintes as principais caracterticas das agcias reguladoras: a) exercem funo de regulao sobre determinado setor da atividade econica, ou concernente a determinadas relaes juricas decorrentes das atividades econicas em geral; b) contam com instrumentos, previstos em lei, que asseguram sua relativa independcia perante o Poder Executivo; c) possuem um amplo poder normativo no que concerne eas de sua competcia; e d) submetem-se, como qualquer outra entidade integrante da Administrao Plica, aos controles judicial e parlamentar. Os mais importantes instrumentos assecuratios da autonomia ampliada das agcias reguladoras federais s: (1) a nomeao de seus dirigentes sujeita a aprovao pria pelo Senado; (2) a nomeao de seus dirigentes para o exercio de mandatos fixos (somente perder o mandato em caso de rencia, de condenao judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar); (3) seus dirigentes sujeitam-se a uarentenaquando deixam seus cargos;

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO (4) inexistcia, como regra geral, de revis hierquica de seus atos (recurso hierquico imprrio); e (5) a celebrao de contrato de gest (somente algumas delas). Quanto nomeao dos dirigentes precedida de aprovao legislativa, o STF j se pronunciou sobre o tema e decidiu o seguinte (ADIMC 2.225): a) desde que prevista em lei, constitucional a exigcia de pria aprovao legislativa para a nomeao de dirigentes de autarquias e fundaes plicas, tanto na esfera federal (aprovao pelo Senado), quanto para os estados, DF, e municios (aprovao pelo respectivo Poder Legislativo); o fundamento, na esfera federal o art. 52, III, da Constituio, e para os estados, DF, e municios, o princio da simetria com a Constituio Federal; repita-se, necessio que essa exigcia de aprovao legislativa pria esteja prevista em lei do respectivo ente federado; b) inconstitucional a exigcia de pria aprovao legislativa para a exonerao de dirigentes de entidades da Administrao Indireta pelo Chefe do Executivo (assim como inconstitucional a previs de que a exonerao decorra diretamente de ato do Poder Legislativo); o STF considera que previs legal com esse teor ofensiva ao princio da separao entre os poderes (ADIMC 1.949); c) O STF, em medida cautelar (ADIMC 2.225), decidiu que a exigcia de aprovao legislativa pria para nomeao de dirigentes de empresas plicas ou sociedades de economia mista inconstitucional; fundamentou sua decis no art. 173 da Constituio, o que nos levaria a concluir que sseria inconstitucional para as empresas plicas ou sociedades de economia mista exploradora de atividade econ ica; vejam entretanto, que isso n estexpresso na decis, portanto, para concurso, eu marcaria verdadeiro mesmo que a afirmao seja genica, isto n especifique a atividade das EP e SEM. Voltando a nossa quest, na esfera federal, athoje, todas as agcias reguladoras foram criadas como autarquias (em regime especial). Gabarito, letra 22 (ESAF/AFRF/2003) A Constituio Federal preva edio do estatuto jurico da empresa plica e da sociedade de economia mista que explorem atividade econ ica. No conteo da referida norma jurica, conforme o texto constitucional, n estprevisto dispor sobre: a) licitao e contratao de obras, servis, compras e alienaes, observados os princios da administrao plica. b) constituio e o funcionamento dos conselhos de administrao e fiscal, com a participao dos acionistas minoritios. c) a sujeio ao regime jurico pr rio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributios. d) sua funo social e formas de fiscalizao pelo Estado e pela sociedade.

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e) forma de distribuio de seus resultados, inclusive para os acionistas minoritios.COMENTRIOS Essa quest permite estudarmos as empresas plicas (EP) e sociedades de economia mista (SEM). As EP e SEM s pessoas juricas de direito privado, integrantes da Administrao Indireta, que podem ter por objeto a prestao de servis plicos ou a explorao de atividades econ icas. Como jvimos, sua criao depende de lei especica autorizadora e feita pelo Poder Executivo, que deve providenciar o registro de seus atos constitutivos no Registro Plico competente. A quest trata de uma importante distino, quanto ao regime jurico, entre EP e SEM exploradoras de atividades econ icas e EP e SEM prestadoras de servis plicos. As EP e SEM exploradoras de atividades econ icas t seu regime jurico mais geral delineado no art. 173 da Constituio. Esse artigo preva edio do estatuto jurico das EP e SEM exploradoras de atividades econ icas, ou seja, uma lei geral das EP e SEM exploradoras de atividades econ icas. Essa lei, que nunca foi editada, seruma lei ordinia da Uni, aplicel a todos os entes da Federao. A doutrina costuma chamar esse tipo de norma de ei nacional para diferenciar das leis da Uni que sse aplicam Uni; reservam para estas a designao ei federal para concursos, podemos tranqlamente usar a express ei federalpara qualquer lei editada pelo Congresso Nacional, inclusive para as que a doutrina chama de eis nacionais O estatuto jurico das EP e SEM exploradoras de atividades econ icas dever dispor sobre (art. 173, 1): I - sua funo social e formas de fiscalizao pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeio ao regime jurico pr rio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributios; III - licitao e contratao de obras, servis, compras e alienaes, observados os princios da administrao plica; IV - a constituio e o funcionamento dos conselhos de administrao e fiscal, com a participao de acionistas minoritios; V - os mandatos, a avaliao de desempenho e a responsabilidade dos administradores. Os dois incisos mais importantes, s, sem dida, o segundo, que determina expressamente que as EP e SEM exploradoras de atividades econ icas devem sujeitar-se ao regime jurico pr rio das empresas privadas, e o terceiro, que prevo estabelecimento de normas pr rias de licitao para elas.

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO Observamos que a quest, infelizmente, foi de pura e simples ecoreba Em vez de tratar de alguma decorrcia importante dos dispositivos do art. 173, simplesmente reproduziu, literalmente, nas alternativas quatro dos cinco incisos do 1 desse artigo e, na alternativa inventou uma regra que n consta do texto constitucional. O gabarito, portanto, letra jque o enunciado pede a alternativa incorreta. De qualquer forma, vou aproveitar para expor o que entendo relevante sobre as EP e SEM exploradoras de atividades econicas e as diferens entre os regimes juricos delas e das EP e SEM prestadoras de servis plicos Um ponto importante a possibilidade de falcia. A doutrina administrativista, em peso, defendia a possibilidade de ser decretada a falcia das EP e SEM exploradoras de atividades econicas. Diferentemente, era praticamente unime o entendimento pela impossibilidade de falcia das EP e SEM prestadoras de servis plicos, em raz do princio da continuidade dos servis plicos. Pois bem, a nova Lei de Falcias (Lei 11.101/2005), no seu art. 2, inciso I, sem fazer qualquer distino, simplesmente afirma: sta Lei n se aplica a empresa plica e sociedade de economia mista Claro que isso muito estranho, tendo em vista que o art. 173, 1, como visto, sujeita as EP e SEM exploradoras de atividades econicas ao regime prrio das empresas privadas quanto aos direitos e obrigaes comerciais. Mas, para concurso, n importa que seja estranho. A menos que, no futuro, o STF se manifeste em contrio, empresas plicas e sociedades de economia mista, qualquer que seja seu objeto, n est sujeitas a falcia. O segundo ponto que, embora sujeitas ao regime prrio das empresas privadas, as EP e SEM exploradoras de atividades econicas continuam obrigadas licitao, observados os princios da Administrao Plica. O estatuto das EP e SEM exploradoras de atividades econicas n poder suprimir a exigcia de licitao, mas somente adotar modalidades e procedimentos de licitao mais eis, que permitam a sua competitividade com as empresas do setor privado, desde que observados os princios da Administrao Plica. importante voc atentarem que, enquanto n for editado o estatuto das EP e SEM exploradoras de atividades econicas, todas as EP e SEM est sujeitas ao regime de licitao previsto na Lei 8.666/1993. Uma diferen relevante diz respeito responsabilidade civil. As EP e SEM prestadoras de servis plicos est sujeitas responsabilidade civil objetiva por atos de seus agentes lesivos a terceiros (CF, art. 37, 6); o Estado reponde subsidiariamente. Diferentemente, as EP e SEM exploradoras de atividades econicas n est sujeitas responsabilidade civil objetiva. Outro ponto importante: as EP e SEM exploradoras de atividades econicas

n podem gozar de privilios fiscais n extensivos empresas do setor www.pontodosconcursos.com.br 10

privado (CF, art. 173, 2). O fundamento dessa vedao o princ io da livre concorrcia, que um princ io fundamental da ordem econica (CF, art. 170, IV). Por outro lado, o STF decidiu que as EP prestadoras de servis plicos de prestao obrigatia pelo Estado (o julgado envolvia a ECT) s abrangidas pela imunidade tributia recroca (CF, art. 150, VI, c/c art. 150, 2). Outra diferen que pode aparecer em concursos que, embora todas as EP e SEM estejam sujeitas ao controle ordinio de suas contas pelos Tribunais de Contas, o STF decidiu que as EP e SEM exploradoras de atividades econicas n est sujeitas ao instituto da tomada de contas especial pelo TCU (tratava-se de julgado envolvendo o Banco do Brasil, SEM econica federal). Ainda, voc devem saber: 1) o pessoal de todas as EP e SEM contratado pela CLT (s empregados plicos); 2) a contratao dos efetivos obrigatoriamente precedida de concurso p lico (CF, art. 37, II); 3) est sujeitos veda o acumula o remunerada de cargos, empregos e funes plicos, ressalvadas as excees constitucionalmente previstas (CF, art. COMENTRIOS 17, XVI e XVII); Trouxe esse item do CESPE para reforr a novidade trazida pela Lei de 4) suas causas s bem provel isso aparecer nos pr do concursos. Falcias, porque acho julgadas pela Justi Trabalho; imos Como eu disse, a doutrina quase toda afirmava que as EP e SEM exploradoras de Por timo, est sujeitas ao teto de remunera o do servi p lico atividades econicas podiam falir, por causa de sua sujeio ao regime jurico somente as prrio das empresas privadas. EP e SEM, e suas subsidiias, que receberem recursos da Uni, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (n se incluem nessa regra 11 os www.pontodosconcursos.com.br investimentos); as que n recebam esses recursos n se sujeitam ao teto de remunerao. Gabarito, letra 23 - (CESPE/T nico Judici io TST/2003) As sociedades de economia mista que explorem atividades econicas vinculam-se ao regime jurico prrio das empresas privadas, inclusive quanto a direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributios, estando sujeitas falcia.

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO Com a vigcia da nova Lei de Falcia, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005, empresas plicas e sociedades de economia mista, qualquer que seja seu objeto, n est sujeitas a falcia.

Portanto, o gabarito desse item, que foi de uma quest de 2003, foi erdadeiro (V), mas, hoje, o gabarito desse item seria also (F).

24 - (ESAF/AFC/STN/2000) Como entidades da Administra o P lica Federal Indireta, as autarquias e empresas p licas podem ter em comum, por lhes serem iguais, a) a sua natureza jurica. b) a imunidade fiscal. COMENTRIOS c) o foro da Justi Federal. Utilizo regime para tratarmos das diferens formais entre as EP e as SEM. d) o essa quest jurico dos seus servidores. Vimos, na quest anterior, que elas submetem-se a algumas regras comuns a e) o a algumas regras diferenciadas em servi plico essencial personificado. todas efato de constituem umfuno de seu objeto (econicas eexploradoras de servis plicos). Mas em todas essas regras, tratamos das EP e SEM conjuntamente, isto sem distinguir EP de SEM. O que acontece que sexistem mesmo tr diferens entre EP e SEM,e as tr diferens s formais, quer dizer, n t nada a ver com o objeto, com a atividade. Essas diferens s: a) A forma jurica. As SEM devem ter a forma de Sociedade Anima (S.A.); portanto, s reguladas, basicamente, pela Lei das S.A. (Lei 6.404/1976). As empresas plicas podem assumir qualquer forma admitida em Direito (Ltda., S.A., ou qualquer outra). b) A composio do capital social. O capital das SEM deve obrigatoriamente pertencer ao Estado e a particulares (economia mista significa justamente capital plico e capital privado). A maioria das aes com direito de voto (aes ordinias) devem pertencer entidade instituidora da SEM (se for federal, Uni; se for estadual, ao estado; se for municipal, ao municio; se for distrital, ao DF). Diz-se que o controle acionio deve ser do poder plico. O capital das EP integralmente plico, isto oriundo de pessoas integrantes da Administrao Plica. A EP pode ser unipessoal (100% do capital pertencente pessoa polica instituidora) ou pluripessoal (nesse caso, o controle societio

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deve ser da pessoa polica instituidora e o restante do capital pode estar nas ms de quaisquer outras entidades da Administra o Indireta de qualquer esfera da Federao, ou mesmo de outras pessoas policas). c) O foro processual (somente para as entidades federais). CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO Essa uma diferen que sexiste entre as EP federais e as SEM federais. As EP federais t suas causas, exceto as, trabalhistas, de acidente de trabalho, de falcia e eleitorais, julgadas pela Justi Federal (CF, art. 109, I). As SEM federais t suas causas julgadas pela Justi Estadual. Para as EP e SEM estaduais e municipais n hdiferen de foro; todas est sujeitas Justi Estadual. Essa terceira diferen, o foro processual, muito cobrada em concursos. ela, ali, que resolve nossa quest. As autarquias e as EP federais podem ter em comum o foro da Justi Federal. O gabarito letra A letra esterrada porque autarquias s pessoas juricas de direito p lico e empresas plicas s pessoas juricas de direito privado. A letra esterrada porque empresas p licas n t imunidade. Aqui ho problema do julgado do STF que reconheceu imunidade Empresa Brasileira de Correios e Tel rafos (uma empresa p lica federal). Mas vejam, a regra continua sendo EP n ter imunidade. O julgado do STF foi especico para a ECT; o mimo que podemos fazer estendlo EP prestadoras de servis p licos de prestao obrigatia pelo Estado, ou seja aqueles que teoricamente n podem ser delegados. N podemos generalizar e sair dizendo que as EP t imunidade tributia! A letra mais problemica. Os empregados das EP sempre s celetistas e os empregados das autarquias, em tese, podem ser estatutios ou celetistas. Portanto, as EP e as autarquias podem ter em comum o regime de seu pessoal. 13 Apesar disso,www.pontodosconcursos.com.br a ESAF desconsiderou essa hipese, apresentou como gabarito a letra n anulou a quest. Como a parte final do enunciado or e lhes serem iguais minha opini que aceit el dizer que a letra estmesmo errada, porque o regime de pessoal n igual. Al de EP n poder ter agentes efetivos estatutios, mesmo que uma autarquia federal contrate empregados p licos eles ser regidos pela CLT e tamb pela Lei 9.962/2000,

25 - (CESPE/T nico Judici io TST/2003) Caso um banco estadual, organizado na forma de sociedade de economia mista, tenha o seu controle societio O item tenta confundir oacandidato. Primeiro porqueaesuma hipese em transferido para a Uni, competcia para apreciar cria judiciais contra o que seralterada, passando da justi comum estadual para a justi banco uma SEM estadual aparentemente passaria a ser uma SEM federal (na minha COMENTRIOS federal opini seria necess ia uma como parte ou interessada. em raz da presen da Uni lei autorizando que isso acontecesse, mas a quest n tocou nesse ponto). Segundo porque diz que a Uni seria interessada nas causas, o que justificaria o foro da Justi Federal. Vejam a redao do art. 109, inciso I, da Constituio: rt. 109. Aos jues federais compete processar e julgar: I - as causas em que a Uni, entidade autquica ou empresa plica federal forem interessadas na condi o de autoras, r , assistentes ou oponentes, exceto as de falcia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas Justi Eleitoral e Justi do Trabalho; Vejam bem, se o simples fato de a Uni deter o controle societio de uma entidade atrase o foro da Justi Federal, as causas que envolvessem SEM federais sempre seriam julgadas pela Justi Federal. Portanto, o simples fato de a Uni ser acionia de uma entidade, mesmo que detenha o controle societ io, como ocorre com as SEM federais, n enseja a incidcia do art. 109, I, da Constituio, ou seja, n atrai o foro da Justi Federal. O item esterrado. 26 - (CESPE/ Agente PF/2000) As empresas plicas e as sociedades de economia mista 1. respondem objetivamente pelos atos praticados por seus agentes independentemente de prestarem servi s p licos ou de explorarem atividades 14 www.pontodosconcursos.com.br econicas. 2. que explorem atividades econicas est obrigadas a realizar concurso plico para a contratao de seus empregados. 3. somente poder ser instituas ap a edio de lei especica. 4. vinculadas administra o plica federal possuem foro privilegiado na justi federal. 5. dever ser registradas em cartios de pessoas juricas ou em juntas comerciais para poderem adquirir personalidade jurica.

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO COMENTRIOS Item 1 - Somente as EP e SEM prestadoras de servis plicos t responsabilidade civil objetiva (enquadram-se no art. 37, 6 da Constituio); EP e SEM econ icas n se aplica o art. 37, 6 da Constituio. O item est errado. Item 2 - Esse item fala somente nas EP e SEM econ icas com o objetivo de deixar o candidato inseguro. O natural o candidato pensar: por que serque ele falou sdas econ icas? Serque existe alguma ressalva para elas quanto exigcia de contratao mediante concurso? A resposta n! A exigcia de concurso vale para toda a Administrao Plica. O item estcorreto. Item 3 - Vejam que o item n fala que a criao de EP e SEM feita por lei especica. Diz que necessia uma lei especica pria. Isso estcorreto. Lembrem que o art. 37, XIX, exige autorizao em lei especica para a criao de EP, SEM (e tamb para as FP). A entidade, entretanto, snasce, sadquire personalidade jurica, com o registro de seus atos constitutivos no Registro Plico. Item correto. Item 4 - Novamente a quest da Justi Federal. Como vimos, sas EP federais t foro na Justi Federal; as SEM t foro na Justi Estadual. O item est errado.

Item 5 - Esse item estabsolutamente correto. As EP e SEM snascem com o registro, obviamente depois de ter sido autorizada a sua cria o por meio de lei espec ica, nos termos do inciso XIX do art. 37 da Constitui o. Item certo.

27 - (ESAF/PROCURADOR FORTALEZA/2002) Em rela o organizao administrativa da Uni Federal, assinale a opo verdadeira. a) O contrato de gest spode ser celebrado entre a Uni Federal e as suas empresas estatais. b) possel, na esfera federal, uma empresa plica ser organizada sob a forma COMENTRIOS de sociedade an ima, sendo a Uni Federal a sua ica proprietia. Por algum motivo que eu desconhe, muito freqnte a ESAF e o CESPE aparecerem com a afirmao da alternativa perguntando se estcerta ou c) As fundaes plicas de direito p lico n podem exercer poder de errada. polia administrativa. 15 www.pontodosconcursos.com.br d) As agcias reguladoras representam uma nova categoria jurica no bito da Administrao Indireta, distintas de autarquias e fundaes. e) As entidades do denominado Sistema S, inclusive o Sebrae, integram o rol da Administrao Plica Indireta.

CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO Lembrem que a SEM spodem ser criadas sob a forma de sociedade anima. As EP podem ser criadas sob qualquer forma admitida em Direito, o que inclui, obviamente, a forma de sociedade anima! Al disso, as EP sempre podem ser unipessoais ou pluripessoais. Portanto, claro que se uma EP for criada sob a forma de sociedade anima ela poderter 100% de seu capital, nesse caso, de suas aes, nas ms da pessoa polica instituidora. Esquem as vedaes existcia de um ico acionista ou outras quaisquer constantes da Lei 6.404/1976. Elas n se aplicam empresas plicas. O gabarito dessa quest letra A letra fala sobre contrato de gest, que sero tema da prima quest. A letra trata de um assunto um pouco polico. A doutrina diverge sobre a possibilidade de ser exercido poder de polia administrativa por pessoas juricas de direito privado. Minha opini que, em princio, para concursos da ESAF e do CESPE, devemos adotar a posio conservadora, segundo a qual poder de polia spode ser exercido por pessoas juricas de direito plico. Portanto, na quest, o que estafirmado na alternativa n polico. Como ela trata somente do exercio de poder de polia administrativa pelas fundaes plicas de direito plico (ou seja, pessoas juricas de direito plico), pacico que n hvedao. A afirmao, portanto, esterrada. Quanto letra jvimos que, pelo menos na esfera federal, todas as agcias reguladoras s autarquias. Al disso, em qualquer caso, elas n poderiam de forma nenhuma ser uma entidade diferente das que a Constituio prevcomo integrantes da Administrao Indireta. A afirmao da alternativa tamb aparece com alguma freqncia. Jvimos que o Brasil adota o conceito formal de Administrao Plica. Por isso, independentemente da atividade, s integram a Administrao Plica os gs e entidades que o nosso ordenamento jurico definem como Administrao Plica. Nenhuma outra entidade. Os denominados servis sociais automos (que s apelidados Sistema S) SECS, SESI, SENAI etc. fazem parte daquilo que a doutrina chama de terceiro setor. Normalmente s considerados integrantes do terceiro setor, al dos servis sociais automos, as organizaes sociais (OS) e as organizaes da sociedade civil de interesse plico (OSCIP), que estudaremos adiante. Todos t como caractertica serem pessoas privadas, sem fins lucrativos, n integrantes da Administrao Plica, que exercem atividades de utilidade plica ou interesse coletivo n exclusivas de Estado. A letra portanto, est errada. Gabarito, letra 28 (ESAF/Fiscal Trabalho/2003) A Constituio Federal estabeleceu a possibilidade de se firmar um contrato de gest entre organismos da Administrao Plica para concess de autonomia gerencial, ormentia e

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COMENTRIOS

financeira a g s e entidades. A norma constitucional prevuma lei para reger o assunto. N estprevista para esta lei dispor sobre o seguinte: a) prazo de durao do contrato. b) critios de avaliao de desempenho. c) remunerao de pessoal. d) formas de contratao de obras, compras e servis. e) responsabilidade dos dirigentes.

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Essa quest possibilita estudarmos o assunto ontratos de gest N existe uma definio legal de contrato de gest. Em linhas mais gerais, contrato de gest um ajuste que tem como objetivo o cumprimento de uma espie de programa. Todo contrato de gest estabelece: a) metas a serem atingidas; b) prazo para atingimento; c) critios objetivos de avaliao de desempenho, para verificao do atigimento, ou n, das metas. Al disso, dispm sobre remunerao de pessoal ou diretores, assim como sobre a responsabilidade destes. Hduas espies de contratos de gest no Brasil. O que muda s as partes contratantes e a contrapartida. S elas:

1 Espie: O contrato de gest com previs constitucional. celebrado no bito da Administrao Plica e estprevisto no art. 37, 8, da Constituio. o mais cobrado em concursos plicos. Seu fundamento o princio da eficicia. A ida central reduzir os controles de atividades-meio e concentrar os controles nas atividades-fim (verificao do atingimento das metas, estabelecidas tendo em vista os fins do g ou entidade). a seguinte a redao do dispositivo constitucional: CF, art. 37, 8 autonomia gerencial, ormentia e financeira dos gs e entidades da administrao direta e indireta poderser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder plico, que tenha por objeto a fixao de metas de desempenho para o g ou entidade, cabendo lei dispor sobre: I - o prazo de durao do contrato;

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CURSOS ON-LINE DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCCIOS PROFESSOR MARCELO ALEXANDRINO II - os controles e critios de avaliao de desempenho, direitos, obrigaes e responsabilidade dos dirigentes; III - a remunerao do pessoal." Como se v o ajuste firmado entre a Administrao Direta Centralizada e

administradores de entidades da Administra o Indireta, ou de g s da pr ria Administrao Direta. A contrapartida a amplia o da liberdade de atua o administrativa do g ou entidade (amplia o da utonomia gerencial, or ment ia e financeira. 2 Espie:vimos, essa esp ie de contrato de gest , quando celebrado Como j O contrato de gest previsto na Lei 9.637/1998. com Trata-se de um contrato de gest celebrado entre a Administrao e uma espie autarquias e funda es Administrao Plica. Essas que elas recebam a qualifica de entidade privada, n integrante da p licas possibilita pessoas privadas, que s as icas pessoas fora da Administrao que celebram o de contratos de gest com a Administrao Plica, s as denominadas agcias executivas. organizaes sociais.Vimos que o contrato de gest celebrado no bito da Administrao, aquele previsto no art. 37, 8 da Constituio, tem como contrapartida a ampliao da autonomia do g ou entidade que se compromete a atingir as metas estabelecidas no contrato de gest. Pois bem, diferentemente, esse contrato de gest celebrado com as organizaes sociais, acaba resultando em sensel reduo da autonomia da (OS). Por outro lado, a OS recebercomo contrapartida recursos plicos. Mais especificamente, a contrapartida das OS traduz-se principalmente em: a) dotaes ormentias pr rias; b) permiss gratuita de uso de bens plicos; c) cess de servidores com us para a origem ( us para a Administrao cedente); d) dispensa de licitao quando a Administrao contrata servis contemplados no contrato de gest (Lei 8.666/1993, art. 24, XXIV). Logicamente, a OS fica sujeita a controle n srelativo a atingimento de metas, mas tamb aos controles decorrentes do recebimento e utilizao de recursos plicos, como o exercido pelo TCU. Quanto a contratos de gest sisso mesmo. Ateno para o fato de que nenhuma outra pessoa privada (isto n integrante da Administrao) al das OS celebra contrato de gest com a Administrao Plica.

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Voltando a quest , vemos que ela trata somente do contrato de gest previsto no art. 37, 8 , da Constitui o. Al disso, uma quest literal, que exigia pura ecorebados incisos do 8 do art. 37. As alternativas praticamente reproduzem os incisos citados. e O gabarito letra A Constituio n prevque a lei sobre os contratos de gest do art. 37, 8, disponha sobre ormas de contrata o de obras, compras e servis 29 - (CESPE/T nico Judici io TST/2003) A autonomia gerencial, or mentia e Quests ou itens com conteo praticamente iguais ao deste s bastante financeira das que isso j da administra o indireta poderser ampliada comuns. Minha opinientidades apareceu tantas vezes que improvel que continue aparecendo. mediante O ponto tratado simples. A doutrina costuma criticar a previs de que contratos contrato que tenha por objeto os gs n de metas de desempenho para a de gest sejam celebrados por gs. Afinal, a fixa ot personalidade jurica (n podem ser sujeitos de direitos e obrigaes) e fazem parte da prria entidade, pessoa com quem est contratando. No fundo, uma pessoa contratando algo cabendo lei dispor sobre o prazo de durao com ela mesma, o que, convenhamos, realmente difil de aceitar. do contrato, os controles e crit Provavelmente por isso o texto constitucional diz que o contrato sercelebrado ios com o administrador do g. Mas claro que isso n resolve o problema, de evidente que o de desempenho, g (lembrem da as porqueavalia o administrador atua em nome doos direitos, teoria obriga es e as da imputao: o g atua por meio de seus agentes e sua atuao imputada responsabilidades pessoa jurica a quem ele pertence). dos dirigentes a gs podem celebrar contratos de gest, g Seja como for, o certo e queremunera o do pessoal. Osporque s da administra o isso estno 8 do art. 37 da Constituio. E tanto faz, em uma quest, ser direta, afirmado que o g ou que o administrador do g que celebra o contrato por sua de gest. vez, est impedidos de fazer semelhante pactuao em raz de n O item, portanto, esterrado (E). terem personalidade jurica prria. 30 - (ESAF/PFN/2003) Tratando-se de Administrao Plica Descentralizada ouCOMENTRIOS Indireta, assinale a afirmativa falsa. a) A qualificao como agcia executiva pode recair tanto sobre entidade autquica quanto fundacional, integrante da Administrao Plica.

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b) Conforme a norma constitucional, a empresa p lica exploradora de atividade econica terum tratamento diferenciado quanto regras de licitao. c) Admite-se, na esfera federal, uma empresa p lica, sob a forma de sociedade anima, com um ico sio. d) Pode se instituir uma agcia reguladora cujo objeto de fiscalizao ou regulao n seja uma atividade considerada como de servi plico. e) As entidades qualificadas como Organizaes Sociais, pela Uni Federal, COMENTRIOS passam a integrar, para efeitos de supervis, a Administrao Plica Com essa quest vou tratar do assunto rganizaes sociais Athoje nunca vi Descentralizada. uma quest de concurso aprofundada sobre organizaes sociais. Por isso,veremos sas linhas gerais. Antes, analisemos cada alternativa (a quest pede a falsa). Alternativa Jvimos que a qualificao de gcia executivapode ser atribua a autarquia ou fundao plica que celebre contrato de gest com a Administrao Direta. A alternativa estcorreta. Alternativa A regra a que se refere a assertiva estno art. 173, 1, inciso III, e aplicel EP e SEM econicas, conforme jestudamos. A alternativa estcorreta. Alternativa Jvimos afirmativa praticamente idtica a esta na quest 27. A alternativa est correta. Alternativa Essa alternativa n tem muito sentido. N existe uma ei geral das agcias reguladoras nem norma constitucional que estabele as eas em que elas poderiam atuar. Como n existe nenhuma regra desse tipo, simplesmente as agcias reguladoras podem atuar em qualquer ea, regulando qualquer setor da economia, qualquer servi plico ou mesmo um conjunto de servis ou de eas ou relaes econicas. Basta voc compararem a ANP (Agcia Nacional de Petreo), que regula setor econico, com a ANEEL (Agcia Nacional de Energia Elrica), que regula servi plico. A alternativa estcorreta. Alternativa Ssobrou essa como gabarito.

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