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Direito Administrativo Alexandre Prado

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Direito AdministrativoAlexandre Prado

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Lei 9784/99Processo Administrativo Federal

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Apresentação da Lei

A Lei Nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 regula genericamente o processoadministrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

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DIFERENÇA ENTRE PROCESSO E PROCEDIMENTO

Processo e Procedimento são sinônimos?

Não. O processo administrativo é a forma através da qual a Administração dialogacom os administrados, com seus agentes e registra seus atos.

O procedimento administrativo, por sua vez, é o rito, o “caminho” que o processosegue.

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PROCEDIMENTO E PROCESSO

Procedimento administrativo é a sucessão ordenada de operações que propiciam aformação de um ato final objetivado pela Administração. E o iter legal a serpercorrido pelos agentes públicos para a obtenção dos efeitos regulares de um atoadministrativo principal.

O processo, portanto, pode realizar-se por diferentes procedimentos, consoante anatureza da questão a decidir e os objetivos da decisão. Observamos, ainda, quenão há processo sem procedimento, mas há procedimentos administrativos quenão constituem processo, como, p. ex., os de licitações e concursos. O quecaracteriza o processo é o ordenamento de atos para a solução de umacontrovérsia; o que tipifica o procedimento de um processo é o modo específico doordenamento desses atos.

Fonte: Hely Lopes Meirelles

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DISPOSIÇÕES GERAIS

A quem se aplica a Lei 9.784/99?

Ela estabelece normas básicas sobre o processo administrativo para aAdministração Federal direta (órgãos da Presidência da República, dos Ministérios,bem como Poderes Legislativo e Judiciário) e indireta (Autarquias, EmpresasPúblicas, Sociedades de Economia Mista e Fundações Públicas), conforme prevê oart. 1ºArt. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal diretae indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins daAdministração.

§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando nodesempenho de função administrativa.

Continuam em plena vigência os processos administrativos específicos(previstos em leis especiais), utilizando-se a Lei No 9.784/99 quando houver lacuna(subsidiariamente), conforme determina o art. 69.Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenassubsidiariamente os preceitos desta Lei.

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Princípios Processuais Administrativos

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

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Princípios Processuais Administrativos

PRINCÍPIOS BÁSICOS EXPLÍCITOS:

a) legalidadeb) Finalidadec) interesse públicod) Moralidadee) Publicidadef) razoabilidadeg) proporcionalidadeh) Motivaçãoi) ampla defesaj) contraditóriok) segurança jurídical) eficiência

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS:

a) Legalidade Objetiva

b) Oficialidade (ou Impulso Oficial dos Processos)

c) Informalidade (ou Informalismo)

d) Verdade Material

e) Gratuidade

Princípios Processuais Administrativos

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS:a) Legalidade Objetiva:Decorre do princípio da legalidade, informador de todo Direito Administrativo. A atuação do administrador deve ser em conformidade com a lei, exigindo-se que o processo administrativo seja regrado do início ao fim, sendo caso de nulidade o desrespeito a tal princípio.

b) Oficialidade (ou Impulso Oficial dos Processos):Decorre do poder-dever da Administração de controlar a legalidade dos seus atos (autotutela), competindo-lhe impulsionar o processo administrativo até a sua conclusão, ainda que iniciado por iniciativa de um particular.Maria Sylvia Zanella Di Pietro ressalva que “em todas as fases, a Administração pode agir ex officio” e “que a oficialidade está presente:1 . no poder de iniciativa para instaurar o processo;2 . na instrução do processo;3. na revisão de suas decisões.”

Princípios Processuais Administrativos

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS:c) Informalidade (ou Informalismo):Segundo Hely Lopes Meirelles: “o princípio do informalismo dispensa ritos sacramentais eformas rígidas para o processo administrativo, sobretudo para os atos a cargo do particular.Bastam as formalidades estritamente necessárias à obtenção da certeza jurídica e àsegurança procedimental.”

Como decorrência de tal princípio, é um direito do administrado fazer-se assistir,facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força delei.

Princípios Processuais Administrativos

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O Superior Tribunal de Justiça, pela Súmula nº 343, fixou o entendimento de que "éobrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativodisciplinar".

Não obstante, essa Súmula, restou, implicitamente, revogada em decorrência da SúmulaVinculante nº 5, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal:

"A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofendea Constituição".

Princípios Processuais Administrativos

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS:

d) Verdade Material:É o princípio mais característico dos processos administrativos, que traça uma das principaisdiferenças em relação aos judiciais.Ao contrário do que ocorre no processo judicial, em que se procura a verdade formal, ouseja, a verdade é colhida através do exame dos fatos e das provas trazidos pelas partes aosautos, no processo administrativo o que importa é conhecer a verdade dos fatos no mundoreal.

Princípios Processuais Administrativos

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Para isso, cabe à autoridade julgadora do processo administrativo conhecer asprovas apresentadas pelas partes, por terceiros ou até pela própria Administração.Daí, nos processos administrativos, em maneira geral, a decisão de um recursoadministrativo poderá reformar a decisão anterior, prejudicando a parteinteressada.

Assim, nos processos administrativos, admite-se a reformatio in pejus (reformaem prejuízo), a qual não é admissível nos processos judiciais criminais, porexemplo.

Tal regra, também não é aplicável ao processo de revisão, estabelecido na Lei8.112/90, em seu art. 182, § único, o qual estabelece que: “Da revisão do processonão poderá resultar agravamento de penalidade.”

Princípios Processuais Administrativos

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS:

e) Gratuidade:Sendo a Administração Pública parte interessada então, há gratuidade no processoadministrativo, pois não cabe a aplicação do princípio da sucumbência. Ademais,para fins de propositura de recurso na esfera administrativa, o STJ sumulou que "éilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recursoadministrativo" (Súmula nº 373) .

O Supremo Tribunal Federal corrobora esse entendimento na Súmula Vinculante nº21:"É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheirosou bens para admissibilidade de recurso administrativo."

Princípios Processuais Administrativos

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Princípios Processuais Administrativos

Art. 2º Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entreoutros, os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito; (legalidade)

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial depoderes ou competências, salvo autorização em lei; (Finalidade, Impessoalidadeou Interesse Público)

III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoalde agentes ou autoridades; Interesse Público e Impessoalidade)

IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;(Probidade/moralidade)

V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigiloprevistas na Constituição; (Publicidade)

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Princípios Processuais Administrativos

Art. 2º Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entreoutros, os critérios de:

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições esanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimentodo interesse público; (Proporcionalidade/razoabilidade)

VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;(Motivação)

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dosadministrados; (Segurança Jurídica)

IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau decerteza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; (Segurança Jurídicae Informalismo)

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Princípios Processuais Administrativos

Art. 2º Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entreoutros, os critérios de:

X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, àprodução de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possamresultar sanções e nas situações de litígio; (Contraditório e Ampla Defesa)

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas emlei; (Gratuidade)

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dosinteressados; (Oficialidade)

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta oatendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de novainterpretação. (Impessoalidade e Segurança Jurídica )

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Art. 3º - DIREITOS DOS ADMINISTRADOS:

I – Tratado com respeito;II – Ciência, vista dos autos, fotocópias e conhecimento das decisões;III – Alegações e apresentação de documentos antes da decisão;IV – Direito a Advogado (facultativamente)

Art. 4º - DEVERES DOS ADMINISTRADOS:

I – Exposição da Verdade;II – Lealdade, Urbanidade e Boa-Fé;III – Não agir temerariamente;IV – Prestar Informações e esclarecer os fatos

DIREITOS E DEVERES DOS ADMINISTRADOS

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Como decorrência do princípio do informalismo, é vedada à Administração a recusaimotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor que recusar, orientar ointeressado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

Havendo pluralidade de pedidos com o mesmo conteúdo a administração admite-se aadoção de um único formulário, um único requerimento, tendo em vista que o objeto é omesmo.

O processo pode iniciar-se de ofício (“ex-officio”), cabendo a iniciativa à Administração emdecorrência do poder-dever de agir e com fundamento na autotutela ou a pedido dointeressado, que deverá requerer, em regra, por escrito, salvo nos casos em que for admitidaa solicitação oral.Exige-se a qualificação do requerente, narração dos fatos fundamentos e o documentodatado e assinado. É a usufruição do exercício do direito de petição previsto no art. 5º, XXXIV,a da CF/88.

Art. 5º ao Art. 8º - INICIO DO PROCESSO

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Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:

I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuaisou no exercício do direito de representação;II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam serafetados pela decisão a ser adotada;III - as organizaçõese associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interessesdifusos.

Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos,ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

Art. 9º - DOS INTERESSADOS

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A Lei 9.784/99 estabeleceu regras importantes a respeito da delegação e avocação decompetência.

Como regra geral, a competência é irrenunciável, devendo ser exercida pelos órgãosadministrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocaçãolegalmente admitidos.

A delegação é possível quando não proibido pela Lei e é possível quando um órgãoadministrativo e seu titular delegam parte da sua competência a outros órgãos ou titulares,ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, emrazão de circunstânciasde índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

ART. 11 AO ART. 17 - DA COMPETÊNCIA

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Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:I - a edição de atos de caráter normativo;II - a decisão de recursos administrativos;III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.§1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuaçãodo delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conterressalva de exercício da atribuição delegada.§2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.§3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade econsiderar-se-ão editadas pelo delegado.

ART. 11 AO ART. 17 - DA COMPETÊNCIA

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Quanto à avocação temporária de competência, a órgão hierarquicamente inferior, em seu art.15, a Lei estabelece que será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantesdevidamente justificados.Assim, fica claro que na avocação de competência, ao contrário da delegação, deve haver umarelação de subordinação entre os órgãos envolvidos.Por fim, em seu art. 17 estabelece que na hipótese de inexistir competência legal específica, oprocesso administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquicopara decidir.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamentejustificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamenteinferior.Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais dasrespectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria deinteresse especial.Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciadoperante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.

ART. 11 AO ART. 17 - DA COMPETÊNCIA

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Avocar é chamar para si aresponsabilidade para aprática do Ato. E não épermitida no que dizrespeito aos atos decompetência exclusiva doagente subordinado.

Delegar é atribuir a outremdeterminada competência,porém permanecer com opoder, a propriedade. Inclusive,é princípio fundamental daAdministração Pública Federal,conforme dispõe o Decreto –Lei nº 200/67.

ART. 11 AO ART. 17 - DA COMPETÊNCIA

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Segundo José Náufel temos que:a) Impedimento – é a circunstância que impossibilita a pessoa de exercer regularmentesuas funções ou que a proíbe de realizar certos atos jurídicos.b) Suspeição – é o fato de se duvidar da imparcialidade de um juiz.A principal diferença entre tais institutos é que o impedimento da autoridade julgadora deum processo gera uma presunção absoluta de incapacidade para a prática do ato, ao passoque a suspeição gera uma presunção relativa de incapacidade, restando o vício sanado se ointeressado alegá-la em momento oportuno.

A suspeição, em seu art. 20, é uma faculdade a argüição da suspeição quando a autoridadeou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados oucom os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.Do indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeitosuspensivo.

ART. 18 AO ART. 21 - IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO

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Já o Impedimento, previsto no art. 19, regulamenta que a autoridade ou servidor que incorrerem impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Aomissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitosdisciplinares.

Assim, é impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou setais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceirograu;III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjugeou companheiro.

ART. 18 AO ART. 21 - IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÃO

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Em decorrência do princípio do informalismo, os atos do processo administrativo nãodependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, devendo osatos do processo serem produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de suarealização e a assinatura da autoridade responsável.

A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgãoadministrativo. Sendo que o reconhecimento de firma somente será exigido quando houverdúvida de autenticidade, salvo imposição legal.

O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.

ART. 22 AO ART. 25 - DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

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O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.

Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamentoda repartição na qual tramitar o processo, podendo ser concluídos depois do horário normalos atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou causedano ao interessado ou à Administração.

Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processoe dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvomotivo de força maior, podendo ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.

Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-seo interessado se outro for o local de realização.

ART. 22 AO ART. 25 - DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

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O particular interessado no objeto do processo administrativo deverá ser intimado, perante oórgão competente, para ciência de decisão ou a efetivação de diligências necessárias. Aintimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data decomparecimento, devendo conter:a) identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;b) finalidade da intimação;c) data, hora e local em que deve comparecer;d) se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;e) informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;f) indicação dosfatos e fundamentos legais pertinentes.

ART. 26 AO ART. 28 - DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

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A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso derecebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, aintimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.

Como decorrência do princípio da economia processual e da instrumentalidade das formas,as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas ocomparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.

ART. 26 AO ART. 28 - DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

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O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem arenúncia a direito pelo administrado. Daí, concluímos que está afastada qualquer presunçãoou renúncia a direito decorrente do simples desatendimento à intimação, como decorrênciado princípio da verdade material.

Devem, ainda, ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessadoem imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades eos atos de outra natureza, de seu interesse.

ART. 26 AO ART. 28 - DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

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Assim, como no Processo Administrativo Disciplinar, a fase de instrução destina-se àapuração e comprovação dos fatos necessários a uma decisão fundamentada.

Em atendimento a comprovação dos fatos (verdade material), a Administração não podeutilizar provas obtidaspor meios ilícitos.

Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, salvo quando se tratar de fatos edados registrados em documentos existentes na Administração, hipótese em que estaproverá de ofício, a obtenção dos documentos e suas cópias.

ART. 29 AO ART. 47 - DA INSTRUÇÃO

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Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários àapreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administraçãopara a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.

Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostaspelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

ART. 29 AO ART. 47 - DA INSTRUÇÃO

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CONCEITOS IMPORTANTES

Consulta Pública = a Administração busca a opinião pública de pessoas e entidades sobreassunto de relevância discutido no processo. As manifestações colhidas são formalizadasatravés de peças formais instrutórias.

Audiência pública =são manifestações orais que geram debates em sessão públicadesignada especificamente para determinada matéria.

A realização de ambas, que podem influenciar a vontade estatal, ficam a critério daautoridade que se utilizará dos instrumentos citados se entender relevante para a matéria,sob pena de macular o princípio da participação popular.

ART. 29 AO ART. 47 - DA INSTRUÇÃO

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Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processosadministrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo deaté trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

ART. 48 AO ART. 49 – DO DEVER DE DECIDIR

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A Lei 9.784/99 também trouxe importante regra quanto à motivação dos atosadministrativos.

Com a evolução do Direito Administrativo Brasileiro, e a importância, cada vez maior, dadaà transparência da Administração Pública, modernamente, entendia-se que a boa técnicaadministrativa exigia a motivação de todos os atos, visando-se, também, ao contraditório ea ampla defesa dos administrados.

A Lei 9.784/99 estabeleceu uma lista exemplificativa de hipóteses em que deverá havermotivação dos atos, assim, deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dosfundamentos jurídicos, nos termos previstos no art. 50 da lei.

ART. 50 – DA MOTIVAÇÃO

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Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dosfundamentos jurídicos, quando:I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;III - decidam processos administrativosde concurso ou seleção pública;IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;V - decidam recursos administrativos;VI - decorram de reexame de ofício;VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,laudos, propostas e relatórios oficiais;VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

ART. 50 – DA MOTIVAÇÃO

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Art. 50. § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir emdeclaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações,decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânicoque reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantiados interessados.

§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões oraisconstará da respectiva ata ou de termo escrito.

ART. 50 – DA MOTIVAÇÃO

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Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmentedo pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenhaformulado.§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica oprosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim oexige.

Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida suafinalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fatosuperveniente.

ART. 51 E ART. 52 – DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

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É uma obrigação do administrador observar dois requisitos:1) ordem material - a explicação de sua conduta e de2) ordem formal - a exigência da justificativa formalizada no ato de reapreciação do recurso

Quanto ao princípio da pluralidade de instâncias existem algumas diferenças entre oprocesso civil e o administrativo;no âmbito administrativo é possível:1) alegar em instância superior o que não foi arguido de início;2) reexaminar a matéria de fato (legalidade administrativa);3) produzir novas provas.

Só não há possibilidade de pluralidade de instâncias quando a decisão partir da autoridademáxima, nesse caso caberá apenas pedido de reconsideração que, se não atendido, abrirácaminho para a via judicial.

ART. 56 E ART. 65 – DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

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Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão

recorrida;III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses

coletivos;IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitosou interesses difusos.

Atenção! São os mesmos legitimados para iniciarem o processo.

ART. 56 E ART. 65 – DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

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Na hipótese de interpor o recurso perante órgão incompetente a autoridade indicará aointeressado a autoridade competente, assegurando àquele a devolução do prazo, para nãosofrer prejuízo. Entretanto, mesmo não conhecido o recurso, a Administração Pública podeexercer seu poder de autotutela através da revisão, de ofício. o ato ilegal, ressalvada apreclusão administrativa. Ocorrendo fatos novos ou relevantes, o interessado pode requerer.

Ao órgão competente para a decisão do recurso também compete esclarecer os motivos daaplicabilidade ou inaplicabilidade do que consta no enunciado da súmula vinculante, se orecorrente tiver alegado esse tipo de ofensa. Caso acolhida a reclamação proposta pelointeressado, o Supremo dará ciência ao órgão prolator da decisão e ao órgão competentepara julgamento do recurso, objetivando que futuras decisões sobre o assunto sejamadequadas ao que dispõe a súmula vinculante desobedecida pela decisão administrativa,sob pena de responsabilização pessoal no âmbito cível, administrativo e penal.

ART. 56 E ART. 65 – DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

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Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:I - fora do prazo;II - perante órgão incompetente;III - por quem não seja legitimado;IV - após exaurida a esfera administrativa

§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o atoilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ourevogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame àsituação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antesda decisão.

ART. 56 E ART. 65 – DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

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Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgãocompetente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidadeda súmula, conforme o casoArt. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação deenunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgãocompetente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisõesadministrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferascível, administrativa e penal.

Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, aqualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstânciasrelevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção

ART. 56 E ART. 65 – DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

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Na revisão do processo só será admitida a “reformatio in mellius”.

Não obstante, a lei faça referência à revisão somente de ofício nos processos de queresultem sanção, tal possibilidade existe em relação a qualquer ato da Administração, pois éa aplicação do poder de autotutela sobre os atos administrativos, consagrado pelas Súmulasnºs 346 e 473 do STF, esta que, em última análise, decorre do princípio da legalidade. Oprincípio da pluralidade de instâncias também decorre do poder de autotutela.

Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. Orecurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar noprazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.

ART. 56 E ART. 65 – DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

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Salvo disposição legal diversa, o recurso administrativo tramitará no máximo por trêsinstâncias administrativa. Como visto anteriormente, antes da impetração de recursoadministrativo, caberá pedido de reconsideração que deverá ser encaminhado àautoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar, no prazo de cinco dias, oencaminhará à autoridade superior.

Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recursoadministrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.

Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido noprazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.Esse prazo poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.

ART. 56 E ART. 65 – DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

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A interposição de recurso ocorrerá por meio de requerimento no qual o recorrente deveráexpor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgarconvenientes.

Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo, ou seja, a decisãoanterior poderá ser executada pela Administração, antes mesmo do julgamento do recurso,assim, dizemos que tal recurso possui o denominado efeito devolutivo.

ART. 56 E ART. 65 – DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

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Recurso Administrativo:

1) Independe de caução (regra)2) Efeito devolutivo (regra)3) Tramita em até trêsinstâncias4)Há possibilidade de concederefeito suspensivo em caso deprejuízo de difícil reparação5) 10 dias para interpor6) Pode ocorrer reformatio inpejus7) Mesmos legitimados iniciamo processo

Revisão Administrativa:

1) Punição aplicada aointeressado2) fatos novos ou circunstânciasrelevantes suscetíveis dejustificar a inadequação dasanção aplicada.3) A qualquer tempo4) Somente reformatio in mellius

CARACTERÍSTICAS DOS RECURSOS E REVISÃO

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NATUREZA DO ATO PRAZO PRORROGAÇÃO FUNDAMENTOPrática de Atos 5 dias Igual período Art. 24

Intimação –Comunicação de atos

3 dias úteis de antecedência Não Art. 26, §2º

Intimação - instrução 3 dias úteis de antecedência Não Art. 41

Parecer de órgãoconsultivo

15 dias Não (salvo comprovada necessidade de maior prazo)

Art. 42

Direito de Manifestação- após instrução

10 dias Não Art. 44

Decisão 30 dias Igual período Art. 49

Recurso Administrativo -interposição

10 dias Não Art. 59

Reconsideração - decisão 5 dias Não Art. 56, §1º

Recurso Administrativo -decisão

30 dias Igual período Art. 59, §§1º e 2º

Alegações Finais 5 dias úteis Não Art. 62

DOS PRAZOS DA LEI 9784/99

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SANÇÕES: Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. Natureza Pecuniária Exemplo: Multa Natureza das Sanções: Fazer/ Positiva Exemplo: Demolição. Obrigação Não Fazer/ Negativa Exemplo: Não fazer o fechamento de uma via pública.

DAS SANÇÕES

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Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por leiprópria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, osprocedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;III – (VETADO)IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença deParkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave,estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação porradiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, combase em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sidocontraída após o início do processo.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS:

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Art. 69-A.§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de suacondição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, quedeterminará as providências a serem cumpridas.§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencieo regime de tramitação prioritária.§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS: