directÓrio de competÊncias, necessidades formativas, … · v.1 – enquadramento do diagnóstico...

85
RELATÓRIO FINAL DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, BASES PARA O PLANO DE FORMAÇÃO Projecto IDENTIFICAR NECESSIDADES DE FORMAÇÃO EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS Equipa de Projecto da FCM Profª Isabel Santos Coordenadora do Projecto Dr. Horácio Covita - Investigador Principal e Relator Dra. Catarina Pacheco - Gestão do Projecto Dezembro de 2011 POAT/FSE: Gerir, Conhecer e Intervir

Upload: others

Post on 26-Oct-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

RELATÓRIO FINAL

DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS,

NECESSIDADES FORMATIVAS,

BASES PARA O PLANO DE FORMAÇÃO

Projecto IDENTIFICAR NECESSIDADES DE FORMAÇÃO

EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Equipa de Projecto da FCM

Profª Isabel Santos – Coordenadora do Projecto

Dr. Horácio Covita - Investigador Principal e Relator

Dra. Catarina Pacheco - Gestão do Projecto

Dezembro de 2011

POAT/FSE: Gerir, Conhecer e Intervir

Page 2: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

2

Índice

Nota Abertura

Reconhecimento e Agradecimentos

Acrónimos e Siglas

I – Enquadramento e Contextualização do Projecto (pag. 6)

I.1 – Fundamentação e Caracterização do Estudo Contratualizado entre a ACSS e a FCM-UNL

I.2 – A RNCCI – Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (olhar institucional)

II - Metodologias e Instrumentos Utilizados no Estudo (pag. 17)

II.1 – Planeamento das Metodologias, Preparação de Facilitadores, Instrumentos e outros

Recursos

II.2 – Evidências e Resultados do Trabalho de Campo; Comentários à Metodologia e aos

Resultados

III - A RNCCI – Missão, Cultura Organizacional, Práticas e Cuidados (pag. 32)

III.1 – A RNCCI – Cultura, Participação e Expectativas

III.2 - Uma Estratégia de Governação dos Profissionais de Saúde dos CCI

IV - Directório de Competências CCI (pag. 39)

IV.1 – Desdobramento de Competências – 12 Áreas de Cuidados

V - Necessidades Formativas nos CCI – (pag. 44)

V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas

V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial & Performance

VI – Desenvolvimento de Competências, Formação e Inovação nos CCI (pag.47)

V.1 – O Plano Nacional de Formação e Desenvolvimento dos CCI 2012-2013

V.2 – Exemplos de Programas e Soluções Formativas CCI

VII – Breve Conclusão (pag. 53)

Anexos (pag.54)

Anexo A – Ventilação dos Inquéritos a Lideranças e Profissionais

Anexo B – Focus Groups – Observação e Notação

Anexo C – Comunicação ao 2º Congresso CC (organizado pela UMP)

Page 3: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 3

Nota de Abertura

Pensado para dotar a RNCCI e, particularmente, as Lideranças, as Equipas e os Profissionais com

instrumentos e recursos que permitam antecipar as necessidades dos CCI, em termos de desafios e

novas competências próximos das profissões clínicas que actuam na Rede, este Estudo, corporizado

pelo Projecto “Identificar Necessidades de Formação nos Cuidados Continuados Integrados”,

constituiu-se, para largas dezenas de responsáveis e profissionais que servem a RNCCI, como uma

oportunidade para:

Reflectir sobre as suas práticas, compará-las com as de outras Unidades/Equipas e profissionais

e extraírem actuações de referência e cooperar;

Pensar os perímetros das responsabilidades e competências de cada Profissão Clínica – Médico,

Enfermeiro, Psicólogo e Fisioterapeuta – à luz das tendências e desafios colocados pelos

cidadãos, mas também no resultado da partilha de abordagens diferenciadas para problemas

semelhantes e, claro, comparando com práticas de referência de outros países;

Olhar as necessidades de formação e particularmente as competências que as podem minorar

como uma oportunidade propiciadora da cadeia de valor CCI, onde o desempenho e o

potencial das Equipas e das Pessoas constituem o Valor que é reconhecido pelo cidadão a quem

se prestam cuidados

Cooperar e construir respostas e cuidados verdadeiramente integrados, que não se esgotam

nas profissões clínicas, mas convocam outros profissionais, nomeadamente, assistentes sociais,

terapeutas ocupacionais, nutricionistas, entre outras.

Trabalhar em Equipa exige confiar e convergir: é necessário trabalhar no plural (team practice)

e não só a solo!

A qualidade dos cuidados prestados e a saúde da própria RNCCI não é matéria que compete

aos dirigentes, é dever de todos os profissionais.

A RNCCI começa na casa e na responsabilidade e autonomia (ou falta delas) do cidadão, por

ela servido e que vive mais longe da sede da Unidade ou da Equipa!

Page 4: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

4

Reconhecimento e Agradecimentos

A realização deste Estudo só foi possível porque muitas dezenas de profissionais, dirigentes e cidadãos

colaboraram desinteressadamente, mas com elevada energia empreendedora.

Aos profissionais de saúde, cuidadores sociais, responsáveis e dirigentes de todas as estruturas da

RNCCI, da Equipa de Coordenação Nacional, das Equipas Regionais e Locais, das Unidades Privadas e

Públicas, que nos proporcionaram visitas muito úteis, que investiram muito do seu tempo, participando

nas reuniões, nas entrevistas, se deslocaram de longe para participarem nos Focus Groups, responderam

a inquéritos e questionários on-line e deram os seus contributos de forma muito desinteressada,

O nosso Muito Obrigado.

Enviaremos o Relatório, por mail, a todos os participantes deste Estudo. Pedimos que o partilhem, o

questionem, nos questionem e se questionem e… extraiam acções!

Page 5: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 5

Acrónimos e Siglas

ACSS – Administração Central do sistema de Saúde, IP

ACES – Agrupamento de Centros de Saúde

ARS – Administração Regional de Saúde

CCI – Cuidados Continuados Integrados

CSP – Cuidados de Saúde Primários

DACUM – Development of a Curriculum

DC-CCI – Directório de Competências para os Cuidados Continuados Integrados

ECL - Equipa de Coordenação Local

ECR - Equipa de Coordenação Regional

EGA – Equipa de Gestão de Altas

ECCI – Equipa

PNS – Plano Nacional de Saúde

UMCCI -

FCM-UNL

FG – Focus Group

PII – Plano Individual de intervenção

RNCCI – Rede Nacional para os Cuidados Continuados Integrados

SNS – Serviço Nacional de Saúde

UMP – União das Misericórdias Portuguesas

Page 6: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

6

I – Enquadramento e Contextualização do Projecto

Ao longo deste capítulo iremos considerar cenários, condicionantes e oportunidades de natureza

metodológica e operacional que permitirão contextualizar o desenvolvimento do estudo, assim como

explicar algumas opções e decisões tomadas ao longo da execução das Fases do projecto.

Irão sendo convocados para a reflexão sobre as competências chave e as práticas dos profissionais da

RNCCI, os desafios e também as ameaças presentes nas transformações do SNS, que se perfilam no

curto prazo; certamente que nuns casos os desafios e as ameaças derivarão da frugalidade e escassez de

recursos, mas noutros casos são determinados pelas dinâmicas actuais da organização social, com

destaque para o envelhecimento da população e consequente prevalência de cidadãos em situação de

fragilidade e dependência; também não poderão ser negligenciadas transformações nas relações e

interacções entre cidadãos e suas famílias e a unidades, equipas e profissionais, que poderão ser

influenciadas pelos aumentos dos níveis de literacia e exigências de maior transparência e feedback na

prestação de cuidados continuados integrados.

Neste capítulo dar-se-á destaque aos seguintes tópicos:

o Descrição genérica e justificação do Roteiro do Projecto;

o Breve narrativa da RNCCI: missão, objectivos, principais características e desafios colocados;

I.1 – Fundamentação e Caracterização do Estudo Contratualizado

entre a ACSS e a FCM-UNL

Na sequência dos balanços realizados regularmente entre a UMCCI e a ACSS, ao longo de 2009 e início

de 2010, em que eram analisados os resultados da formação desenvolvida junto dos profissionais que

integram a RNCCI e em que também eram considerados os resultados e as necessidades mais

prementes das Equipas e Unidades da Rede, foi decidido realizar um estudo que permitisse caracterizar

e antecipar as principais necessidades de formação sentidas na RNCCI.

Também foi decidido apresentar uma candidatura ao POAT/FSE1 de modo a serem obtidos recursos

financeiros de apoio à execução do estudo em causa.

A FCM-UNL foi seleccionada para a realização deste estudo, tendo, para o efeito apresentado

previamente uma proposta de projecto que claramente visava a identificação das necessidades de

formação em Cuidados Continuados Integrados.

O objecto do estudo consistiu em identificar as competências chave das profissões clínicas que actuam

na RNCCI: Médico, Enfermeiro, Psicólogo e Fisioterapeuta e consideradas necessárias à implementação

da Rede de Cuidados continuados Integrados.

Foi estabelecido e contratualizado um Roteiro de Projecto com V Fases e com um cronograma de 10

meses para a sua execução.

1 Programa Operacional de Assistência Técnica, em vigor no período 2007-2013, no âmbito do QREN e que apoia, entre outras

prioridades, iniciativas que visem o reforço das competências e a qualificação dos funcionários públicos.

Page 7: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 7

Fases

Prazo de

execução

Fase I: Elaboração de uma metodologia de trabalho em articulação com a

entidade contratada.

2 Meses

Fase II: Selecção dos locais a visitar, marcação e preparação das visitas e

sessões focus groups com as entidades gestoras.

1 Mês

Fase III – Preparação e execução dos focus group, aplicação de um questionário

e elaboração de relatório intermédio.

3 Meses

Fase IV – Elaboração do relatório final incluindo o reportório de competências

em falta com identificação clara de prioridades, e clusters de competências e

mapeamento de áreas funcionais, assim como de um documento estratégico

para a formação.

3 Meses

Fase V – Disseminação dos resultados pelos participantes e pelas diferentes

unidades que compõem a REDE.

1 Mês

Como definido no caderno de encargos, a FCM-UNL, enquanto entidade prestadora deste serviço e

responsável pela execução do Projecto, comprometeu-se a elaborar um relatório final, discriminando os

principais acontecimentos e actividades ocorridos ao longo da execução das Fases, assim como os

principais resultados apurados e recomendações a considerar.

O presente Relatório Final constitui-se como a evidência que integra um conjunto de análises, propostas

e recomendações que permitem, no entender da FCM-UNL, aos decisores, gestores, profissionais e

demais stakeholders da RNCCI:

o Um conhecimento sólido sobre opções de governação da Rede,

o A identificação das competências chave para os vários níveis de actuação na Rede,

o O estabelecimento de prioridades formativas claras para responsáveis e profissões clínicas e

o A clarificação de possibilidades de curricula para outros actores e profissionais que importa

atrair, reter e desenvolver ao serviço da RNCCI.

Page 8: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

8

I.2 – A RNCCI – Rede Nacional de Cuidados Continuados

Integrados (olhar institucional)

ORGANIZAÇÃO DA RNCCI

A RNCCI, constitui-se como um novo modelo organizacional criado pelos Ministérios do trabalho e da

Solidariedade Social e da Saúde, sendo formada por um conjunto de instituições públicas e privadas, que

prestam cuidados continuados de saúde e de apoio social. Estas novas respostas promovem a

continuidade de cuidados de forma integrada a pessoas em situação de dependência e com perda de

autonomia.

São objectivos da RNCCI a prestação de cuidados de saúde e de apoio social de forma continuada e

integrada a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência. Os

Cuidados Continuados Integrados estão centrados na recuperação global da pessoa, promovendo a sua

autonomia e melhorando a sua funcionalidade, no âmbito da situação de dependência em que se

encontra.

A prestação dos cuidados de saúde e de apoio social é assegurada pela RNCCI através de unidades de

internamento e de ambulatório e de equipas hospitalares e domiciliárias.

COORDENAÇÃO DA REDE

A coordenação da Rede processa-se a nível nacional, sem prejuízo da coordenação operativa, regional e

local.

Durante as fases de instalação e consolidação da RNCCI coube à Unidade de Missão para os Cuidados

Continuados Integrados (UMCCI), a responsabilidade de condução e operacionalização da

implementação efectiva de um nível intermédio de cuidados de saúde e apoio social, entre os de base

comunitária e os de internamento hospitalar, através de um modelo de intervenção integrado e/ou

articulado da saúde e segurança social, de natureza preventiva, recuperadora e paliativa, envolvendo a

participação e colaboração de diversos parceiros sociais, a sociedade civil e o Estado como principal

incentivador.

A MISSÃO DA RNCCI

Prestar os cuidados adequados, de saúde e apoio social, a todas as pessoas que, independentemente da

idade, se encontrem em situação de dependência. O cumprimento da missão pode ser facilitado através

do respeito e operacionalização prática do seguinte conjunto de valores:

Prestação individualizada e humanizada de cuidados.

Continuidade dos cuidados entre os diferentes serviços, sectores e níveis de diferenciação,

mediante a articulação e coordenação em rede.

Equidade no acesso e mobilidade entre os diferentes tipos de unidades e equipas da Rede.

Proximidade da prestação dos cuidados, através da potenciação de serviços comunitários de

proximidade.

Multidisciplinaridade e interdisciplinaridade na prestação de cuidados.

Avaliação integral das necessidades da pessoa em situação de dependência e definição periódica

de objectivos de funcionalidade e autonomia.

Promoção, recuperação contínua ou manutenção da funcionalidade e da autonomia.

Page 9: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 9

Participação das pessoas em situação de dependência, e dos seus familiares ou representante

legal, na elaboração do plano individual de intervenção e no encaminhamento para as unidades

e equipas da rede.

Participação e co-responsabilização da família e dos cuidadores principais na prestação dos

cuidados.

Eficiência e qualidade na prestação dos cuidados.

Os cuidados paliativos devem estar integrados na prática normal dos cuidados. Integração mais

precoce previne “distress” a longo prazo. Não só atender os sintomas e necessidades físicas

mas também os problemas psicológicos e espirituais dos doentes.

Optimização do conforto, função e suporte social aos doentes e familiares quando a cura não é

possível.

A coordenação da rede aos níveis regional e local visa a sua operacionalização em dois níveis territoriais

permitindo, desta forma, uma articulação dos diferentes níveis de coordenação da rede, garantindo

flexibilidade e sequencialidade na utilização das unidades e equipas que a compõem.

A nível regional, a coordenação da Rede é assegurada por cinco equipas constituídas, de modo

multidisciplinar, por representantes das administrações regionais de saúde (ARS) e dos centros distritais

de segurança social, nos termos definidos no Despacho Conjunto n.º 19040/2006, dos Ministros do

Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde.

A equipa coordenadora regional (ECR) é dimensionada em função das necessidades e dos recursos

existentes e constituída por profissionais com conhecimentos e experiência nas áreas de planeamento,

gestão e avaliação. Estão sedeadas nas Administrações Regionais de Saúde – Norte, Centro, Lisboa e

Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

REFERENCIAÇÃO PARA A RNCCI

A referenciação para a RNCCI pode ser feita através de duas formas:

Através da equipa de gestão de altas do hospital, uma equipa multidisciplinar, com o objectivo

de preparar e gerir a alta hospitalar em articulação com outros serviços, para os doentes que

requerem seguimento dos seus problemas de saúde e sociais (cfr. n.º 1 do Art. 23.º do

Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de Junho). Cada Centro Hospitalar, Unidade Local de Saúde

(ULS) e Hospital Distrital das 5 ARS dispõem de EGA.

A referenciação para a RNCCI também pode ser feita na comunidade, através do médico,

enfermeiro, assistente social do ACeS/Centro de Saúde.

CONSTITUIÇÃO DA RNCCI – Tipologias de Unidades

UNIDADES DE INTERNAMENTO

Unidades de Convalescença - “A unidade de convalescença é uma unidade de internamento,

independente, integrada num hospital de agudos ou noutra instituição se articulada com um hospital de

agudos, para prestar tratamento e supervisão clínica, continuada e intensiva, e para cuidados clínicos de

Page 10: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

10

reabilitação, na sequência de internamento hospitalar originado por situação clínica aguda, recorrência

ou descompensação de processo crónico.” (art. 13.º do Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de Junho)

Finalidade – estabilização clínica e funcional, avaliação e reabilitação integral da pessoa com perda

transitória de autonomia potencialmente recuperável e que não necessita de cuidados hospitalares de

agudos.

Objectivos - Pretende-se, com este tipo de unidades, responder a necessidades transitórias, visando

maximizar os ganhos em saúde:

Promover a reabilitação e a independência dos utentes;

Contribuir para a gestão das altas dos hospitais de agudos;

Evitar a permanência desnecessária nos serviços dos hospitais de agudos;

Optimizar a utilização de unidades de internamento de média e longa duração.

Caracterização

Destina-se ao tratamento de situações pós-agudas, com necessidade de recuperação intensiva,

nomeadamente no âmbito da reabilitação da pessoa, na sequência de internamento hospitalar

ou agudização de doença crónica cujo tratamento não exija recursos de um hospital de agudos.

A unidade de convalescença destina-se a internamentos com previsibilidade até 30 dias

consecutivos.

A unidade de convalescença pode estar situada em área adjacente a um hospital de agudos, de

forma a estabelecer complementaridade na utilização de componentes logísticos, terapêuticos e

diagnósticos.

Pode coexistir com a unidade de internamento de média duração e reabilitação.

Destinatários - Os utentes das unidades de convalescença são maioritariamente doentes dependentes

e a necessitar de componente de reabilitação intensiva. São, na sua grande maioria, doentes oriundos de

serviços de Medicina Interna, de Oncologia, de Cirurgia, de Ortopedia/Traumatologia, de Neurologia.

Serviços

Cuidados médicos permanentes;

Cuidados de enfermagem permanentes, pelos quais se entende presença de enfermeiro 24

horas/dia;

Meios complementares de diagnóstico (laboratoriais e radiológicos);

Cuidados de fisioterapia, pelos quais se entende permanência de fisioterapeuta em horário

completo e avaliação por médico fisiatra, pelo menos semanal;

Apoio psicossocial, pelo que se entende permanência de técnico de intervenção social em

horário completo;

Higiene, conforto e alimentação, pelos quais se entende a prestação de serviços hoteleiros com

apoio de dietista, em tempo parcial;

Convívio e lazer, pelo que se entende a criação de ambiente motivador da participação social

dos utentes, cuidadores e voluntários organizados.

Tipo de cuidados - As necessidades de cuidados de convalescença não obrigam à utilização da alta

tecnologia de um hospital de agudos. Os cuidados a prestar nas Unidades de Convalescença decorrem,

sobretudo, da prestação de cuidados de saúde iniciada em internamento hospitalar e/ou da agudização

Page 11: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 11

ou intercorrência de episódio de doença crónica. Os cuidados a prestar nas Unidades de Convalescença

destinam-se, fundamentalmente, à reabilitação e à rápida reintegração dos seus utentes no seu meio de

vida e em condições da maior autonomia possível. Consideram-se como requisitos mínimos para a

prestação de cuidados:

Disponibilidade de cuidados médicos permanente;

Observação médica diária, com revisão do plano terapêutico e funcional;

Disponibilidade de cuidados de enfermagem permanentes;

Disponibilidade de cuidados de reabilitação, com fisiatra, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional;

Apoio na execução das actividades de vida diária assegurado por pessoal auxiliar com formação

específica;

Protocolo de articulação com o hospital de referência, nas especialidades necessárias à

adequada prestação de cuidados.

Equipa - A prestação de cuidados nas Unidades de Convalescença é garantida por uma equipa

multidisciplinar das áreas de saúde e da acção social, determinada pela natureza dos cuidados a prestar,

tendo em conta que se destinam, particularmente, à reabilitação e rápida reintegração dos utentes no

seu meio de vida em condições da maior autonomia possível. A multidisciplinaridade da equipa, bem

como a correcta dotação de pessoal, contribuem para garantir uma prestação de cuidados articulada e

global, com um elevado padrão de qualidade. A equipa multiprofissional para uma Unidade de

Convalescença com 30 camas, deve, no mínimo, integrar os seguintes de profissionais de saúde:

Enfermeiros (sendo preferencialmente, um especialista em Reabilitação)

Médicos (sendo um fisiatra)

Fisioterapeuta

Dietista

Auxiliares de acção médica

A equipa multidisciplinar deve, no mínimo integrar, os seguintes profissionais de acção social:

Técnico de serviço social

Assistentes administrativos

Unidades de Média Duração e Reabilitação - A unidade de média duração e reabilitação é uma

unidade de internamento, com espaço físico próprio, articulada com o hospital de agudos para a

prestação de cuidados clínicos, de reabilitação e apoio psicosocial, por situação clínica decorrente de

recuperação de um processo agudo ou descompensação de processo patológico crónico, a pessoas com

perda transitória de autonomia potencialmente recuperável. (art. 13º do D.L. 101/2006 de 6 de Junho)

Finalidade - A unidade de média duração e reabilitação tem por finalidade a estabilização clínica, a

avaliação e a reabilitação integral da pessoa que se encontre na situação prevista no número anterior.

Objectivos - Pretende-se, com este tipo de unidades, responder a necessidades transitórias, visando

maximizar os ganhos em saúde e:

Evitar permanências desnecessárias em hospitais de agudos;

Page 12: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

12

Contribuir para a gestão das altas dos hospitais de agudos;

Reduzir a utilização desnecessária de unidades de internamento de convalescença e de longa

duração;

Promover a reabilitação e a independência dos utentes.

Caracterização - A unidade de média duração e reabilitação é uma unidade de internamento, com

espaço físico próprio, que presta cuidados clínicos, de reabilitação e apoio psicosocial, por situação

clínica decorrente de recuperação de um processo agudo ou descompensação de processo patológico

crónico, a pessoas com perda transitória de autonomia potencialmente recuperável. O período de

internamento na unidade de média duração e reabilitação tem uma previsibilidade superior a 30 dias e

inferior a 90 dias consecutivos, por cada admissão.

Destinatários

Os utilizadores das unidades de média duração e reabilitação são doentes oriundos de outras

respostas da Rede, de instituições de saúde ou de solidariedade e segurança social ou, ainda, do

domicílio, que careçam de cuidados integrados em regime de internamento, mas não de

cuidados tecnologicamente diferenciados.

Podem, ainda, existir unidades de média duração e reabilitação, com características próprias,

destinadas a grupos específicos de doentes.O regime de unidade de dia destina-se a pessoas em

situação de dependência, cujas condições clínicas e sócio-familiares lhes permitem a

permanência no domicílio, mediante a prestação de cuidados em regime de dia.

Serviços - A unidade de média duração e reabilitação é gerida por um técnico da área de saúde ou da

área psicossocial e assegura, designadamente:

Cuidados médicos diários;

Cuidados de enfermagem permanentes;

Cuidados de fisioterapia e de terapia ocupacional;

Prescrição e administração de fármacos;

Apoio psicossocial;

Higiene, conforto e alimentação;

Convívio e lazer.

Tipo de cuidados - Os cuidados a prestar nas Unidades de Internamento de Média Duração e

Reabilitação destinam-se, fundamentalmente, à reabilitação, manutenção e apoio social e à rápida

reintegração dos seus utilizadores no seu meio habitual de vida, em condições da maior autonomia

possível. As Unidades de Internamento de Média Duração e Reabilitação promovem o treino de funções

cognitivas, sensoriais, e motoras, ressocialização e actividades sócio-ocupacionais. As Unidades de

Internamento de Média Duração e Reabilitação deverão dispor de:

Serviços médicos presenciais, pelo menos duas vezes por semana, com revisão semanal do

plano terapêutico;

Serviços de enfermagem;

Serviços de reabilitação diários;

De ajuda à interacção entre o utilizador e a família, promovendo a participação dos familiares

ou outros directos conviventes ou voluntários organizados;

Serviços de desenvolvimento de actividades lúdico-ocupacionais;

Preparação da alta e respectivo encaminhamento.

Page 13: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 13

Equipa - Cada Unidade de Internamento de Média Duração e Reabilitação deve dispor de uma equipa

técnica multidisciplinar das áreas da saúde e da acção social, determinada pela natureza dos cuidados que

presta e tendo em conta o fim a que se destina. Cada equipa multidisciplinar, no âmbito das Unidades de

Internamento de Média Duração e Reabilitação, deve ser constituída, pelos seguintes profissionais de

saúde:

Médico;

Enfermeiro;

Fisioterapeuta;

Terapeuta ocupacional em tempo parcial;

Psicólogo clínico em tempo parcial;

Nutricionista em tempo parcial;

Auxiliares de acção médica.

Cada equipa multidisciplinar, no âmbito das Unidades de Internamento de Média Duração e

Reabiliatação, deve ser constituída, pelos seguintes profissionais de acção social:

Técnico de serviço social

Pessoal com perfis profissionais que garantam o funcionamento dos componentes logísticos da

Unidade de Convalescença (serviços internos ou de outsourcing).

O número de profissionais deverá estar de acordo com o estabelecido no contrato. Cada Unidade de

Internamento de Média Duração e Reabilitação pode contar, também, com:

Voluntários, devidamente preparados e enquadrados;

Prestadores informais de cuidados, devendo-se promover e facilitar a sua formação e treino

adequados, bem como a sua integração na equipa e no contexto sócio-familiar.

Unidades de Longa Duração e Manutenção - "A unidade de longa duração e manutenção é uma

unidade de internamento, de carácter temporário ou permanente, com espaço físico próprio, para

prestar apoio social e cuidados de saúde de manutenção a pessoas com doenças ou processos crónicos,

com diferentes níveis de dependência e que não reúnam condições para serem cuidadas no domicílio."

(art. 13.º do Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de Junho)

Finalidade - A Unidade de Internamento de Longa Duração e Manutenção tem por finalidade

proporcionar cuidados que previnam e retardem o agravamento da situação de dependência,

favorecendo o conforto e a qualidade de vida, por um período de internamento superior a 90 dias

consecutivos. A unidade de longa duração e manutenção pode proporcionar o internamento, por

período inferior ao previsto no número anterior, em situações temporárias, decorrentes de dificuldades

de apoio familiar ou necessidade de descanso do principal cuidador, até 90 dias por ano.

Objectivos - Pretende-se, com este tipo de unidades, responder a necessidades sociais e de saúde,

visando maximizar a manutenção de aptidões para actividades de vida diária:

Facilitar a gestão das altas dos hospitais de agudos;

Promover a autonomia e a satisfação de necessidades sociais dos doentes.

Caracterização

Page 14: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

14

A Unidade de Internamento de Longa Duração e Manutenção é uma unidade de internamento,

com espaço físico próprio, articulada com o hospital de agudos ou outra entidade

referenciadora para a prestação de cuidados integrados, de reabilitação e manutenção.

O período de internamento de internamento de longa duração e manutenção tem uma

previsibilidade superior a 90 dias, por cada admissão.

A Unidade de Internamento de Longa Duração e Manutenção pode coexistir com a unidade de

internamento de média duração.

A Unidade de Internamento de Longa Duração e Manutenção pode funcionar também em

regime de unidade de dia, articulando-se com as equipas móveis existentes na respectiva área

geográfica.

Destinatários - Os utilizadores das unidades de internamento de longa duração e manutenção são

doentes que, pela sua situação de dependência, por razões de doença ou de patologias associadas à

idade necessitam de Cuidados Continuados Integrados. Os doentes são oriundos de outras respostas da

Rede, de instituições de saúde ou de solidariedade e segurança social ou, ainda, do domicílio.

O regime de unidade de dia, destina-se a pessoas em situação de dependência, cujas condições clínicas e

sócio-familiares lhes permitem a permanência no domicílio, mediante a prestação de cuidados em

regime de dia.

Serviços - A unidade de longa duração e manutenção é gerida por um técnico da área de saúde ou da

área psicossocial e assegura, designadamente:

Actividades de manutenção e de estimulação;

Cuidados de enfermagem diários;

Cuidados médicos;

Prescrição e administração de fármacos;

Apoio psicossocial;

Controlo fisiátrico periódico;

Cuidados de fisioterapia e de terapia ocupacional;

Animação sócio-cultural;

Higiene, conforto e alimentação;

Apoio no desempenho nas actividades da vida diária;

Apoio nas actividades instrumentais da vida diária.

Tipo de cuidados - Os cuidados a prestar nas Unidades de Internamento de Longa Duração e

Manutenção destinam-se, fundamentalmente, à reabilitação, manutenção e apoio social. As Unidades de

Internamento de Longa Duração e Manutenção contemplam a satisfação de necessidades e expectativas,

bem como a relação com a família e com o meio social de referência. As Unidades de Internamento de

Longa Duração e Manutenção deverão dispor:

Serviços de enfermagem diurnos e nocturnos;

Serviços médicos presenciais, pelo menos uma vez por semana, com revisão semanal do plano

terapêutico e revisão mensal do plano de manutenção e reabilitação;

Serviços de reabilitação diários;

De ajuda à interacção entre o utilizador e a família, promovendo a participação dos familiares

ou outros directos conviventes ou voluntários organizados;

Serviços de desenvolvimento de actividades lúdico-ocupacionais;

Page 15: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 15

Preparação da alta e respectivo encaminhamento.

Equipa - Cada Unidade de Internamento de Longa Duração e Manutenção deve dispor de uma equipa

técnica multidisciplinar das áreas da saúde e da acção social, determinada pela natureza dos cuidados que

presta e tendo em conta que se destinam fundamentalmente à manutenção de aptidões e apoio social.

Cada equipa multidisciplinar, no âmbito das Unidades de Internamento de Longa Duração e

Manutenção, deve ser constituída pelos seguintes profissionais de saúde:

Médico;

Enfermeiro;

Fisioterapeuta em tempo parcial;

Terapeuta ocupacional em tempo parcial;

Psicólogo clínico em tempo parcial;

Nutricionista em tempo parcial;

Auxiliares de acção médica/ajudantes de saúde - na base de 1 elemento por cama. Este número

deverá ser reforçado no caso de terem a responsabilidade de limpeza e manutenção das

instalações.

Cada equipa multidisciplinar, no âmbito das Unidades de Internamento de Longa Duração e

Manutenção, deve ser constituída pelos seguintes profissionais de acção social:

Técnico de serviço social

Pessoal com perfis profissionais que garantam o funcionamento dos componentes logísticos da

Unidade de Internamento de Longa Duração e Manutenção (serviços internos ou de

outsourcing).

Cada Unidade de Internamento de Longa Duração e Manutenção pode contar, também, com:

Voluntários, devidamente preparados e enquadrados;

Prestadores informais de cuidados, devendo-se promover e facilitar a sua formação e treino

adequados, bem como a sua integração na equipa e no contexto sócio-familiar.

Unidades de Cuidados Paliativos - A Unidade de Cuidados Paliativos é uma unidade de

internamento, com espaço físico próprio, preferencialmente localizada num hospital, para

acompanhamento, tratamento e supervisão clínica a doentes em situação clínica complexa e de

sofrimento decorrentes de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva, nos termos do

consignado no Programa Nacional de Cuidados Paliativos do Plano Nacional de Saúde. Presta

acompanhamento, tratamento e supervisão clínica de doentes em situação clínica complexa e de

sofrimento decorrente de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva (n.º 1 do Art. 19.º do

Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de Junho).

AMBULATÓRIO

Unidades de Dia e Promoção da Autonomia - Prestam cuidados integrados de suporte, de

promoção de autonomia e apoio social, em regime ambulatório, a pessoas com diferentes níveis de

dependência que não reúnam condições para ser cuidadas no domicílio (n.º 1 do Art. 21.º do Decreto-

Lei n.º 101/2006, de 6 de Junho).

Page 16: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

16

Respostas Domiciliárias - Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI). Equipa

multidisciplinar da responsabilidade dos cuidados de saúde primários e das entidades de apoio social,

que presta serviços domiciliários, a pessoas em situação de dependência funcional, doença terminal ou

em processo de convalescença, cuja situação não requer internamento, mas que não podem deslocar-se

do domicílio (n.º 1 do Art. 27.º do Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de Junho).

Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos - Equipa multidisciplinar que presta

apoio e aconselhamento diferenciado em cuidados paliativos (n.º 2 do Art. 29.º do Decreto-Lei n.º

101/2006, de 6 de Junho). A Admissão pode ser feita ou:

Através do Hospital. Contactar o serviço onde está internado ou a Equipa de Gestão de

Altas (EGA) desse hospital. A EGA do hospital onde o doente está internado é quem faz a

referenciação para a RNCCI. A avaliação da necessidade de cuidados continuados integrados é

realizada, de preferência, logo no início do internamento no hospital, porque é preciso

preparar, com tempo, a etapa que se segue à alta clínica. A proposta desta equipa é

apresentada à Equipa Coordenadora Local (ECL).

Através do Domicílio/Residência. Contactar o ACeS/Centro de Saúde através do Médico

de família, do Enfermeiro ou do Assistente social. A proposta de ingresso na RNCCI é

apresentada por estes profissionais do ACeS/Centro de Saúde à Equipa Coordenadora Local

(ECL). Em caso de dificuldade, contactar directamente a ECL sedeada no ACeS/Centro de

Saúde da respectiva área de residência.

DISTRIBUIÇÃO DE PROFISSIONAIS NAS UNIDADES DE

INTERNAMENTO DA RNCCI (Profissões com responsabilidades clínicas)

Em Janeiro de 2011 a UMCCI projectou alguns indicadores que permitem antecipar o “comportamento”

da RNCCI no final do ano de 2011. De entre essas projecções destacam-se os seguintes dados:

Estima-se que no final de 2001 existam 377 Unidades da RNCCI;

Cada Unidade integra, em média, 21 camas;

Para esta lotação e tendo como referência a dotação de profissionais para uma UMDR, em

Equivalente a Tempo Completo (ETC)2, a dotação preconizada pela UMCCI é:

o Enfermeiro – 6 ETC

o Médico – 1 ETC

o Psicólogo – 0,5 ETC

o Fisioterapeuta – 1 ETC

Partindo deste pressuposto, estima-se que no final de 2011 a distribuição nacional de

profissionais (com responsabilidades clínicas) na RNCCI seja a seguinte:

o Enfermeiros – 2262 ETC

o Médicos – 377 ETC

2 Tradução de FTE – Full-Time Equivalent

Page 17: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 17

o Psicólogos – 189 ETC

o Fisioterapeutas – 377 ETC

II – Metodologias e Instrumentos utilizados no Estudo

II.1 – Planeamento das Metodologias, Preparação de

Facilitadores, Instrumentos e outros Recursos

Planeamento e Operacionalização dos Focus Groups no Projecto “Identificar

Necessidades de Formação em CCI”

Programou-se um itinerário de acções, em cascata, que tiveram como objectivo essencial a

sinalização e levantamento de competências chave e das responsabilidades mais importantes

tanto dos Líderes das Equipas de Coordenação da Rede, como dos Líderes das Unidades que

prestam cuidados e também dos profissionais clínicos (que prestam cuidados de saúde

continuados efectivos) Médicos, Enfermeiros, Psicólogos e Fisioterapeutas.

A qualidade dos resultados dos Focus Groups, enquanto metodologia poderosa, de índole

marcadamente qualitativa e baseada nas contribuições espontâneas dos participantes e nos

enriquecimentos resultantes de reflexões inter-pares esteve dependente de inúmeros

condicionalismos; destacam-se 3, onde foi possível actuar:

Rigorosa selecção dos participantes critical players, cujas práticas foram consideradas de

referência para os seus pares, aliando a uma visão prospectiva e antecipadora dos

desafios que se irão colocar aos profissionais e organizações que prestam cuidados

continuados integrados;

Envolvimento e motivação dos participantes, de modo a investirem e disponibilizarem

os seus melhores conhecimentos e expertise nas actividades preliminares e nas

sessões dos focus groups;

Metodologias rigorosas e bem explicitadas de condução das actividades internas aos

focus groups, garantindo-se o cumprimento de um guião de condução e observação

comum a todos os eventos, que favorecesse a disponibilização das práticas e

conhecimentos fundamentais para a identificação das competências chave das

profissões em estudo.

Page 18: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

18

OS FOCUS GROUPS NO PROJECTO - Roteiro

Acções

Objectivos

Participantes

Actividades

Metodologias &

Instrumentos

A - Workshop

de Treino de

Facilitadores e

Observadores

(que

conduziram e

observaram os

6 focus groups

programados

para o projecto)

Domínio das

técnicas de

condução e de

observação;

Familiarização

com o guião, os

exercícios e os

instrumentos;

A notação de

competências,

responsabilidades

7 Participantes:

(4 Médicas, 2

Psicólogos, 1

Socióloga)

Guião da sessão.

Visita guiada ao guião-

tipo para os focus

groups:

- 30’ - Acolhimento +

exercício “Os CCI em

2015”;

- 45’ – resolução do

exercício “Instalar uma

Unidade CCI” ou

resolução do exercício

“Instalar a uma Rede

de CCI em Probliana”

Mapeamento de

competências

Exercício “O Mundo

ao contrário”

- Os questionários semi-

estruturados a enviar aos

participantes até 1 semana

antes dos focus groups;

- Guião para a condução dos

focus groups;

- Bateria de imagens “ Os CCI

em 2015” (exº)

- -Quadro DACUM

- Consignas dos exercícios

- Folhas para mapeamento de

competências e DACUM

-Grelhas observadores

Exº “ O Mundo ao contrário”

B -Focus groups

Lideranças

RNCCI

Identificar as

competências

chave e principais

responsabilidades

aos níveis:

governação da

Rede CCI, Gestão

de ECR, ECL,

Coordenação

ECCI, Gestão de

Unidades

(privadas)

prestadoras CCI,

Representante

Redes Sociais

12 a 15

participantes;

Convidar 2

intérpretes de

referência das

funções ou

cargos

identificados,

respeitando a

diversidade

territorial e

organizacional

da RNCCI

Resposta ao

questionário semi-

estruturado (enviado

aos participantes até 1

semana antes da sua

participação no focus

group)

(idem)

C - Focus groups

Profissionais

Identificar as

competências

chave das

profissões clínicas

da RNCCI:

Médico,

Enfermeiro,

1 focus group

multiprofissional

(M-E-P-F) + 4

focus groups

destinados a

cada Profissão

Todos os

Resposta ao

questionário semi-

estruturado (enviado

até 1 semana antes da

participação no focus

group)

(idem)

Page 19: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 19

Acções

Objectivos

Participantes

Actividades

Metodologias &

Instrumentos

CCI Psicólogo,

Fisioterapeuta

Recolher

indicações

importantes para

o desenho de

curricula e

metodologias

pedagógicas

profissionais

devem fazer

parte dos

critical players

da RNCCI, e de

referência entre

os seus pares

D - QUESTIONÁRIOS dirigidos às Lideranças e aos Profissionais de Saúde

São apresentadas sínteses dos 2 questionários aplicados3; um dirigido às Lideranças de Equipas

e Unidades e o outro aos Profissionais de Saúde, prestadores de cuidados de saúde, que

participaram nos Focus Groups. Os participantes nos focus groups receberam o respectivo

questionário até uma semana antes da sua realização. A sua resposta ajudou os participantes a

melhor se prepararem para as actividades que lhes foram propostas nos FG.

Garantiu-se o tratamento confidencial dos questionários. Apesar dos questionários se

destinarem a serem respondidos on-line, foi prevista a possibilidade, excepcional, quando tal

não acontecesse, de se aceitar a sua entrega em mão, no inicio da sessão do respectivo grupo

focal.

A aplicação destes questionários semi-estruturados visou um duplo objectivo. Por um lado

estimular algum “trabalho de casa” dos participantes, favorecendo alguma preparação e

reflexão sobre a sua participação, antecipando questões e sugestões, que foram úteis nas

actividades do Focus Group em que se envolveram. Por outro lado, trata-se de uma evidência,

na qual o participante incluiu, de modo sereno, propostas e sugestões que a dinâmica do Focus

Group poderá não ter proporcionado.

QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO – LIDERANÇAS

1. Enumere os principais objectivos e organização da sua Equipa/Unidade

2. Enumere as principais tarefas dos seguintes profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos,

fisioterapeutas) que trabalham na sua Equipa/Unidade

3. Quais as principais funções/responsabilidades da sua Equipa/Unidade?

4. Quais as tarefas ou actividades que, em sua opinião, se encontram em redução

3 O Anexo __ mostra algumas evidências dos questionários on-line aplicados.

Page 20: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

20

5. De acordo com a distribuição de responsabilidades e competências da sua Equipa/Unidade indique

as mais importantes no âmbito dos cuidados continuados integrados?

6. Quais são os 3 desafios principais que se colocam, hoje, às funções e competências chave residentes

na sua Equipa?

7. Em sua opinião o que deverá ser feito na sua Entidade/Serviço que estimule a evolução e o

desenvolvimento das competências?

8. Quais as técnicas e as competências que as 4 profissões (médico, enfermeiro, psicólogo,

fisioterapeuta) devem incorporar e/ou desenvolver?

9. Em sua opinião a futura organização do trabalho nos CCI será mais especializada ou mais

polivalente?

10. Como vê as suas competências e responsabilidades, assim como as da sua Equipa nos próximos 5

anos? Quais os conhecimentos e as técnicas que serão imprescindíveis dentro de 5 anos?

11. Em sua opinião quais serão as profissões chave dos CCI nos próximos 5 anos?

12. Considera que alguma das actuais profissões que actuam nos CCI irá desaparecer?

13. Em que medida os profissionais da sua Equipa/Unidade estão preparados para assumirem diferentes

tarefas e responsabilidades?

14. O que tem feito (ou prevê fazer) para que os profissionais aceitem o enriquecimentos ou o

alargamento das suas competências, responsabilidades e tarefas?

Intencionalmente, algumas questões eram semelhantes nos dois instrumentos, havendo a

expectativa de estimar a consistência, a convergência e o alinhamento de percepções

relativamente a futuros possíveis e às competências e responsabilidades distribuídas.

QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO – PROFISSIONAIS

1. Descreva as principais especificidades do seu posto de trabalho/tarefas actuais

2. Em sua opinião quais as principais competências que integram a sua função nos CCI?

3. Quais os maiores desafios actuais para a sua função nos CCI?

4. Qual o grau de importância que atribui à sua profissão na sua Equipa/Unidade? (use a escala de 1 a 5,

onde 1=a menos importante e 5=a mais importante)

5. Quais são as tarefas e actividades de concretização mais difícil?

6. Quais as tarefas que mais têm mudado na sua profissão?

7. Existem tarefas na sua profissão que estão a desaparecer? Quais?

8. Que tipo de expertise e conhecimento técnico lhe parece fundamental na sua profissão, para os

próximos 5 anos?

9. Na sua opinião, o que deve ser modificado/melhorado na sua profissão para assegurar a evolução

das competências e conhecimentos?

10. Qual a competência ou conhecimento técnico da sua profissão que mais precisa de evoluir?

11. Que desafios teve, recentemente, na sua profissão? O que fez para lidar com esses desafios? Com

que resultados?

12. Que novos desafios, responsabilidades ou tarefas espera vir a ter nos CCI?

13. Em sua opinião, a organização dos CCI nos próximos 5 anos será mais especializada ou mais

polivalente?

14. Como vê as actividades da sua profissão e as da sua Equipa nos próximos 5 anos?

Page 21: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 21

E – Entrevistas a Líderes e Critical Players da Rede, incluindo visitas a Equipas e Unidades

As entrevistas foram programadas nos locais de trabalho dos responsáveis, porque se

considerou imprescindível visitar e “sentir” o ambiente das Equipas e das Unidades e,

particularmente, porque existiram condições, no caso das Unidades, de estabelecer contactos

breves com cidadãos e/ou familiares utentes, tendo em vista a recolha das suas percepções,

expectativas e impressões acerca dos cuidados e serviços prestados.

Os guiões das entrevistas basearam-se nas consignas e itens do questionário dirigido às

lideranças, tendo havido a oportunidade de incluir algumas questões situacionais que

permitissem antecipar formas de resolução de problemas ou de actuação em situações pouco

comuns ou “de crise”.

INSTRUMENTOS Explorados nos Focus Groups

Breve guia de exploração do exercício de acolhimento e que também funcionou como ice

breaker, enquanto momento desbloqueador de eventuais inibições que os participantes

pudessem sentir. Esta actividade também visou a criação de um momento de corte psicológico

e distanciamento do profissional com as suas actividades e rotinas, acreditando-se que assim

estivessem criadas condições de maior disponibilidade para as actividades exigentes que se

seguiram.

Page 22: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

22

OS CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS EM 2015

DESENCADEADOR DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÕES - BATERIA DE IMAGENS

FASES

Mobilizar os participantes para uma prova de criatividade que terá 3 momentos,

individual, em grupos e plenário;

Referir que para os momentos individual e em grupo não são aceites críticas nem

desvalorizações de opiniões, sugestões, propostas, etc..

1º momento - Espalhar as imagens pelo chão e no meio da sala (previamente desviar

mesas) e pedir para as pessoas circularem e escolherem entre 1 a 3 imagens que melhor

representam os CCI em 2015, particularmente a RNCCI, os serviços e cuidados, os

profissionais e as suas responsabilidades e competências.

Pedir a cada participante que se levante, vá buscar a(s) foto(s) escolhida(s) e mostrar o que

representa para si a imagem ou porque a escolheu (podem ser pedidos esclarecimentos,

mas não críticas); tomar notas dos testemunhos (referências a desafios, novos serviços e

cuidados, organização da prestação, desafios às profissões e cuidadores, etc.;

2º momento - Criar 2 grupos e cada grupo terá que criar, em 15 min., uma história, com

todas as imagens escolhidas pelos membros desse grupo, que revele o que serão os CCI

em 2015. Todo o grupo vai à frente e mostra as fotos, pela sequência que definiram e

narram a sua história; tomar notas dos testemunhos;

3º momento – sintetizar e validar principais tendências, desafios, ameaças, eventuais

mutações nos cuidados, nas profissões, dinâmica e funcionamento da RNCCI.

DURAÇÃO: 30 a 40 min.

EXERCÍCIO “Instalar uma Unidade CCI”

Este exercício visou a antecipação das competências e responsabilidades que têm que ser

asseguradas para o início de funcionamento de uma Unidade de CCI.

O exercício teve alguns cambiantes e consignas diferentes, de acordo com a população-alvo:

lideranças ou profissionais de saúde dos CCI.

Page 23: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 23

Consignas do exercício:

Está em preparação o arranque de várias Unidade de CCI, integradas na mesma instituição, de

natureza privada, construídas de raiz e implantadas na malha urbana de uma grande cidade do

litoral.

A população desta cidade ronda as 70000 pessoas, com elevada incidência de idosos, muitos

dos quais com perdas significativas de autonomia. Existe elevada procura de CCI, mas grande

parte da oferta é de natureza informal e precária e das situações mais problemáticas

conhecidas, apenas uma escassa minoria é acompanhada pelos serviços do MS. Estão em curso

diligências para a sua inclusão na RNCCI.

Estas Unidades terão uma capacidade instalada para acolher em regime integral (365 dias por

ano, 24h, por dia) cerca de 100 pessoas com graus de dependência variável e iniciarão as suas

actividades em Janeiro de 2012, prevendo ter todas as Equipas a trabalhar em 1 de Setembro

de 2011(cerca de quatro dezenas de profissionais iniciarão a sua formação e preparação da

abertura).

As Unidades estão em vias de ficar apetrechadas com todos as infra-estruturas, recursos

tecnológicos e ajudas técnicas para prestarem cuidados de reabilitação, manutenção e paliação.

Esta Instituição prevê prestar cuidados nos seguintes domínios: Comportamento e

comunicação; Estimulação cognitiva; Necessidades psicológicas e emocionais; Mobilidade;

Nutrição; Continência; cuidados com a pele (incluindo estimulação muscular e motora),

Respiração; Medicação e gestão de terapêuticas; Alterações de consciência; Outros cuidados

de saúde.

Pretende-se recrutar Equipa multiprofissional que assegurará a coordenação e a prestação dos

cuidados de saúde listados acima. Em concreto irá recrutar os seguintes profissionais de saúde

para trabalharem a tempo inteiro: médicos; enfermeiros; psicólogos; fisioterapeutas. Após

esta Equipa de saúde estar recrutada caber-lhe-á a responsabilidade em participar na selecção

e recrutamento da restante equipa de apoio.

Pretende-se que esta equipa de especialistas (com atribuição de papéis para role play) defina as

competências, os requisitos, factores de preferência e outras exigências para recrutamento e

admissão das 4 profissões listas acima: médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta.

Participantes no exercício: 5 a 7 (os restantes participantes funcionam como observadores, de

acordo com o explicitado a seguir – Mapeamento de competências)

Duração: 45’

Page 24: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

24

EXERCÍCIO “Instalar a uma Rede de CCI em Probliana”

Consignas do Exercício:

Após inúmeros contactos e reuniões foi estabelecido um protocolo entre a Organização Pró

CCI e o governo provincial de Probliana (território na Europa Central, equivalente a Trás-os-

Montes e Beira-Interior e com muitas semelhanças quer na estrutura sócio-demográfica quer

nas características culturais da população, predominantemente católica, com baixas

qualificações, rural, mas com cidades pujantes, em termos económicos e sociais). A população

ronda os 500.000 habitantes.

O pedido do governo de Probliana foi claro. Após manifestarem interesse sobre a forma como

a RNCCI está organizada e funciona em Portugal, pediram à Pro CCI, organização que integra

inúmeros especialistas e profissionais de saúde dos CCI, uma proposta de organização duma

futura Rede de CCI em Probliana e, em concreto, solicitam para já, o seguinte:

Quais as principais missões e actividades das estruturas de gestão, de coordenação e de

prestação de cuidados que devem existir em Probliana?

Quais os perfis profissionais (competências, responsabilidades, principais tarefas, etc.) dos

gestores e responsáveis que devem integrar aquelas estruturas?

Quais as competências chave dos profissionais de saúde (médico, enfermeiro, psicólogo e

fisioterapeuta) que irão prestar cuidados nas Unidades e Equipas daquela Rede?

Principais recomendações sobre a forma de articulação entre aquelas estruturas.

Participantes no exercício: 5 a 7 (os restantes participantes funcionam como observadores, de

acordo com o explicitado a seguir – Mapeamento de competências)

Duração: 50´

MAPEAMENTO de competências (Após Análise DACUM)

No decurso dos exercícios de role-play os participantes com o “status” de observador

estiveram munidos de vários exemplares de folhas A5 e marcadores.

Tiveram toda a liberdade para registar (uma por folha) todas as competências,

responsabilidades objectivas e observáveis que, em sua opinião, integram qualquer das

profissões em análise.

Page 25: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 25

No final do role play e sem necessidade de qualquer justificação, colaram, junto do quadro de

cada profissão as competências, tarefas, responsabilidades que em sua opinião fazem parte do

respectivo portfólio de responsabilidades.

Foram redigidas em maiúsculas, de modo visível, descrevendo em 3 ou 4 palavras-chave a

competência em causa.

Os participantes nos role play foram convidados, de seguida, a incluir também as competências

que, em sua opinião, integram as profissões em análise.

Só depois de todos colocarem as suas folhas com as competências é que se iniciará a

discussão, com vista a eliminar redundâncias, hierarquizar ou sequenciar e agregar os

contributos por clusters ou famílias de competências.

O resultados apresentaram-se de acordo com o esquema seguinte, que permite identificar as

competências específicas de uma profissão e as comuns (ou transversais) a várias profissões :

CALENDARIZAÇÃO dos Focus Groups e Distribuição de Facilitadores

Nº Datas dos FG Local Animador Observador Suplente I

1 28 Mar - Manhã Lisboa Horácio Covita Helena Gomes Catarina Pacheco

2 30 Março –

Tarde

Lisboa Catarina Pacheco Paula Silva Ana Cebolais

3 31 Março -

Manhã

Lisboa Horácio Covita Helena Gomes Catarina Pacheco

4 01 Abril -

Manhã

Lisboa Catarina Pacheco Ana Cebolais

Page 26: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

26

Nº Datas dos FG Local Animador Observador Suplente I

5 04 Abril –

Tarde

Porto Horácio Covita Paula Silva

6 06 Abril –

Manhã

Coimbra Horácio Covita Ana Cebolais

A execução dos focus groups, para além das referências feitas anteriormente, exigiu uma preparação

adequada e treino dos facilitadores e observadores, tendo em vista a sua familiarização comas técnicas e

instrumentos utilizados..

A Matriz apresentada de seguida constituiu um momento de sistematização e síntese, em que os

facilitadores e observadores dos vários FG procuraram organizar e distribuir as competências pelas

profissões e cargos assumidos na RNCCI.

RNCCI

MATRIZ DE CARGOS E PROFISSÕES A ESTUDAR

Gestão e Coordenação RCCI Gestão Prestação Cuidados Prestação Cuidados Rede (Organização e Networking)

Cargos & Responsabilidades

Profissões

Governação RNCCI Gestão ARS e ECR ECL Gestão Unidades Responsabilidades Clínicas, Assistenciais, Técnicas

Responsabilidades Comunicação, Organização,

Conhecimento

MÉDICO

ENFERMEIRO

PSICÓLOGO

FISIOTERAPEUTA

……

Em síntese, os 6 Focus Groups operacionalizados exploraram vários casos e situações, que permitiram

sinalizar e antecipar não só as competências chave necessárias hoje, mas também aquelas que se estima

possam viar a ser cruciais a breve prazo.

1. “Focus groups situacionais”, a realizar preferencialmente com líderes e opinion makers e destinados

a compilar os portfolios de competências relativas à governação, gestão e coordenação de Equipas e

Unidades. Serão preparados case studies cenarizando, entre outros, as seguintes tipologias de

contextos:

a. Situações de recrutamento e admissão de profissionais, provocando a antecipação de

definição das características dos cargos e posições a preencher, assim como as

responsabilidades a atribuir e competências exigidas,

b. Situações que caracterizem cenários de construção de uma equipa, instalação de uma

unidade e definição dos processos e fluxos operacionais chave;

Page 27: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 27

2. Focus groups para definição das competências chave necessárias (actuais) e emergentes

(antecipáveis, pelas exigências do médio prazo) das profissões médico, enfermeiro, psicólogo e

fisioterapeuta; recorrer-se á a metodologias tipo DACUM4, que podem ser enriquecidas com as

“visões 360 graus”5.

SISTEMATIZAÇÃO e UNIFORMIZAÇÃO dos Outputs dos Focus Groups:

O trabalho de análise detalhada das competências, como o que é proposto no quadro a seguir, apesar

de exigente, garante o futuro alinhamento (e eventual reconhecimento) do DC-CCI6 com o Catálogo

Nacional para as Qualificações, com impactos na empregabilidade e mobilidade dos profissionais de

saúde e outros cuidadores; este importante instrumento de gestão previsional permitirá a

sistematização de informação chave para a actualização e a potenciação, entre outros instrumentos de

gestão de RH, dos instrumentos de diagnóstico de necessidades formativas e das metodologias de

desenho de curricula:

O Valor crítico das competências, (estimado a partir da análise da importância e impactos no

desempenho e a qualidade da execução), combinado com Os Resultados esperados fornecem

indicações importantes para a construção dos níveis de proficiência desejados para os

desempenhos “newcomers”, “intermédios” e “seniores” (habitualmente expressos em termos de

autonomia e responsabilidade);

A combinação da informação apurada nas colunas Standards, Conhecimentos e Resultados

constitui a matéria essencial que integra o BI de cada competência e permite a construção de

planos, itinerários e programas de formação por objectivos de aprendizagem, contribuindo

ainda para o desenho de instrumentos de avaliação, tanto para o recrutamento e selecção

como para a formação profissional;

A visualização do portfolio de competências de cada perfil profissional (actual e desejado),

integrados no Directório Organizacional de Competências, contribuirá para a avaliação mais

transparente e rigorosa do potencial e do desempenho dos profissionais de saúde e outros

cuidadores, (mesmo ao nível da auto-avaliação).

4 Development of a curriculum – DACUM: trata-se de metodologia estruturada de construção e validação inter-pares

das principais competências, responsabilidades e mesmo processos de trabalho chave daqueles profissionais.

5 “Visão 360 graus”: trata-se de um processo próximo do role play, em que p. ex., vários médicos são convidados

(recebendo consignas precisas nesse sentido) a construir um consenso sobre as competências chave e as rotinas

relativas a um acto ou processo, sendo desafiados a colocarem-se, cada um, em pontos de vista diferentes (p. ex.,

utente, gestor da unidade, familiar do utente, assistente social, etc.).

6 Directório de Competências para os CCI.

Page 28: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

28

OUTPUTS dos FOCUS GROUP

Profissão/Cargo analisado:___________________________________ Data ___/___/___ Local _____________

Participantes __________________________________________________________________________________

Facilitador & Observador(es)_____________________________________________________________________

Descritores &

Analisadores

Competências

Valor

crítico

Standards, Protocolos

Normas, Orientações

Tecnologias sensíveis

Contextos e Condições

Conhecimentos

Aptidões

Atitudes

(Refª P-D-C-A)

Resultados e Evidências

(Referências para

Objectivos de

aprendizagem e tarefas

curriculares

fundamentais)

Page 29: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 29

II.2 – Evidências e Resultados do Trabalho de Campo;

Comentários à Metodologia, aos Instrumentos e aos Resultados

Contextualização das Actividades Desenvolvidas

Concretizadas as actividades principais de “Trabalho de Campo” do Projecto, nomeadamente os 6

Focus Groups7, os 2 surveys on-line aos profissionais com práticas na Rede de CCI e às Lideranças de

Equipas e de Unidades (cerca de 100 inquéritos respondidos), e ainda as entrevistas presenciais,

acompanhadas de visitas a Unidades e Equipas (10 + 5), importa assinalar as dinâmicas conseguidas,

produzir considerações sobre o processo metodológico e, particularmente, destacar alguns resultados

obtidos.

De facto, colheram-se muitas sugestões e expectativas não só sobre o contexto nacional dos CCI, os

modelos de governação da rede e das suas Estruturas (Equipas e Unidades), mas também (e estes

constituem os outputs esperados do Projecto) ao nível das transformações que se esperam das

profissões estudadas (Médico, Enfermeiro, Psicólogo e Fisioterapeuta), designadamente no que se refere

às competências que são transversais a estas profissões; também foram recolhidas indicações sobre

necessidades e expectativas de formação e competências a desenvolver, assim como motivações,

interesses e apetências sobre os curricula de futuros projectos formativos, assim como sobre eventuais

opções e canais de aprendizagem (estilos de ensino/aprendizagem e dispositivos de disponibilização de

informação e conhecimentos chave para os CCI).

Estes resultados serão mais sistematizados e pormenorizados nos capítulos seguintes (nomeadamente as

competências chave a desenvolver, indicações curriculares e estratégias de ensino/aprendizagem), após

análise comparativa mais aprofundada dos outputs obtidos, hierarquização e “prioritização” de listagens

de competências e indicações curriculares.

Análise Preliminar dos Resultados do Trabalho de Campo

Em termos sintéticos, destaca-se a seguir o roteiro das acções executadas, após a conclusão de todo o

trabalho de campo.

Roteiro do Projecto

Critical Players & Opinion Makers (70 Líderes e profissionais ouvidos);

O Valor dos Focus Groups Situacionais (6 FG, em Lisboa, Porto e Coimbra);

Entrevistas semi-estruturadas (10) e visitas (5);

Surveys on-line (20 Lideranças + 70 Profissionais );

Debriefing e análise Dacum – Sinalização das 20 competências chave - realizada pelos Facilitadores e Observadores dos FG;

Construção dos clusters de competências – sinalização de 4 clusters ou famílias de competências;

7 Realizaram-se 6 FG, mais dois do que o inicialmente programado em sede de Projecto, de modo a garantir maior

acessibilidade aos participantes convidados.

Page 30: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

30

Outputs esperados

Directório de competências chave para os CCI,

Diagnóstico de Necessidades de Formação

Indicações Curriculares e Estratégias de aprendizagem

Após o Trabalho de Campo do Projecto dispunha-se do material fundamental para a construção dos

outputs. O trabalho de análise e comparação dos resultados obtidos através dos diversos “canais de

pesquisa” são discutidos neste capítulo.

Destaca-se ainda que os resultados das actividades de campo com as lideranças e os profissionais dos

CCI integrados na RNCCI foram alvo de comparação com outras fontes de informação e resultados das

pesquisas realizadas (nomeadamente comparações com práticas internacionais).

Relativamente às listagens de competências e por razões operacionais e de gestão é habitual trabalhar-se

com uma short list de competências chave ou críticas (habitualmente as que são centrais em

desempenhos com consequências e impactos mais significativos e exigências em termos de proficiência

esperada mais elevados. Assim, é comum em inúmeras organizações trabalhar-se com mapas de

competências “governáveis”, significando isto que as dimensões habituais dos clusters não vão além de

5 a 7 competências e, por outro lado, é extremamente arriscado (por vezes, induz frustração e risco de

insucesso) tentar operacionalizar o desenvolvimento e a monitorização de mais de 4 a 5 clusters de

competências8.

Em cada um dos temas específicos, enquadrados neste capítulo, dá-se destaque a algumas evidências e

constatações que, pela sua invulgaridade (evidências inesperadas) ou criticidade (com impactos

previsíveis) merecem ser aprofundados e detalhados nso capítulos seguintes e se consideram

pertinentes para conhecimento das lideranças que governam a RNCCI.

Entrevistas a Critical Players – Visões, Tendências e

Expectativas

Questões importantes e que emergiram nas entrevistas semi-estruturadas e nas visitas a Equipas e

Unidades:

O Solo Practice ainda marca as práticas na Rede. A reduzida disponibilidade da grande maioria

dos profissionais de saúde (é frequente os profissionais de saúde dedicarem 4 a 8 h de trabalho

semanal à Rede NCCI) propicia a prática isolada, pois quase não há tempo para construir

planos integrados e actuações comuns…

O Team Practice é incipiente em muito locais e o escasso tempo de dedicação de inúmeros

profissionais é considerado um dos grandes obstáculos ao aprofundamento da cultura de

Equipa responsabilizada;

8 Também é útil a exploração do “princípio de Pareto”, que, aplicado a este particular, pode significar que é

extremamente provável que 20% das competências sejam responsáveis por 80% dos resultados esperados, sendo o

inverso também verdadeiro; isto é, 80% das competências são responsáveis apenas por 20% dos resultados e do

valor acrescentado do profissional e/ou da equipa. O grande desafio consiste em conseguir identificar quais as

competências chave que são, de facto, críticas.

Page 31: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 31

Dificuldades em operacionalizar o PII9, pois grande número de profissionais ainda estão muito

focados na sua profissão e não no cidadão e nos cuidados integrados que ele necessita. A

operacionalização do “gestor de caso” e a possibilidade de concretizar de forma integrada o PII

só poderão acontecer com dedicações exclusivas ou a tempo completo?

A simplificação e a desmaterialização de processos é determinante e deverá evoluir, de modo a

ganhar-se eficiência e uniformização das melhores práticas à escala nacional;

É crucial que as actividades críticas da Rede sejam desempenhadas por profissionais em

exclusividade ou a tempo completo; responsabilidades e actividades chave são desempenhadas

com 2ª ou 3ª actividade do profissional; A RNCCI precisa dos melhores profissionais a tempo

inteiro;

É fundamental aprofundar e consolidar a cultura e os valores da RNCCI de modo a que as

equipas sejam mais coesas, com identidades mais fortes, de modo a socializarem e atraírem os

melhores profissionais,

Em paralelo com a consolidação da RNCCI dever-se-á apostar na sua geometria variável e

mobilidade, através do reforço da supervisão, treino e acompanhamento das equipas de

cuidadores (particularmente os informais);

Profissionalizar a RNCCI - Especializar intervenções por tipologias de cuidados/necessidades

dos cidadãos e treinar os cuidadores informais, coordenando redes de cuidadores (redes de

vizinhança, etc), aprofundando a articulação com os CSP (USF e UCC); consolidar redes de

confiança com os cuidadores informais e cuidadores sociais. (Estratégias fomentadoras do

reforço da identidade e pertença dos cidadãos, para além de se poderem evitar internamentos

dispensáveis)

A RNCCI deverá aprofundar a sua dimensão de proximidade e centralidade do cidadão,

valorizando as suas necessidades e a construção de soluções à medida, reduzindo a foco nos

processos, na organização e na expertise.

Grande parte destas conclusões, retiradas das entrevistas presenciais, ajudam a compreender o

contexto e, particularmente, os facilitadores e os bloqueadores ao desenvolvimento das competências,

particularmente as de natureza transversal e que no nosso modelo situamos ao nível do cluster do SELF.

De facto, as competências inter e intra-pessoais10 (habitualmente associadas à cultura, literacia,

comunicação, autonomia, maturidade, responsabilidade, capacidade de decisão, resolução de conflitos,

etc.) são fortemente influenciadas pelos contextos organizacionais, nomeadamente pela cultura e

práticas de liderança, e também são elas que, quando geridas de modo pro-activo, favorecem grandes

transformações e crescimento, pois asseguram a energia empreendedora e a mobilização entusiástica

que é marca das organizações e equipas de alto desempenho.

9 Plano Individual de Intervenção

10 As competências inter e intra-pessoais (que no modelo de análise utilizado situamos no cluster do SELF: serão

constituídas por “elementos de competência” ou qualidades pessoais e profissionais, próximos das atitudes (p. ex.,

resiliência, coragem, coerência, auto-controlo, maturidade, etc.), a que atribuímos uma importância determinante e

central, pois são estas qualidades pessoais e profissionais que moldam a autonomia e a responsabilidade, dimensões

chave de todas as competências instrumentais e extremamente valorizadas nos habitats organizacionais de hoje.

Page 32: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

32

Inquérito on-line aos Profissionais e às Lideranças – Resultados

preliminares11

Boa adesão aos inquéritos, apesar da sua extensão, exigência e tempo de resposta necessária (cerca de

1h);

O tema das competências ainda é um tema opaco, relativamente ambíguo e de difícil operacionalização;

esta constatação decorre da disparidade de respostas e comentários dados às questões que visavam a

sua ventilação.

O inquérito dirigido aos profissionais dos CCI era composto por 11 questões, na sua grande maioria

abertas e de resposta curta.

Responderam 54 profissionais (13 Médicos, 12 Enfermeiros, 16 Psicólogos e 13 Fisioterapeutas),

distribuídos pelas 5 Regiões de Saúde de Portugal Continental.

Visando demonstrar a riqueza, diversidade, mas também a complexidade da análise, inclui-se, no Anexo

A, excertos das respostas a 2 questões.

Verifica-se que os profissionais têm percepções diversificadas das suas competências, responsabilidades,

actividades e, em última instância, das suas profissões. Em concreto e para a mesma profissão, há, por

um lado, profissionais que, provavelmente fruto da sua experiência e autonomia, têm uma visão do

perímetro das suas responsabilidades mais alargado e também mais detalhado, enquanto outros

profissionais apresentam um perspectiva sintética das suas competências, por vezes, semelhante à

designação da profissão.

Uma hipótese que poderá merecer aprofundamento consiste em conhecer as razões porque há

profissionais que aparentam ter uma visão sintética, redutora e marcada por dinâmicas centrípetas das

suas competências, enquanto outros constroem uma percepção de uma profissão em enriquecimento e

de perímetro alargado, parecendo querer sobrepor-se às profissões que estão na mesma fileira de

prestação de cuidados

O Questionário dirigido às Lideranças, foi respondido por 20 responsáveis, quer das estruturas nacional,

regional e local da Rede, quer por responsáveis de instituições e unidades privadas.

No anexo A ventilam-se algumas respostas à questão que visava colher a opinião dos inquiridos sobre

os serviços e cuidados que as equipas prestarão dentro de 5 anos.

É visível nos comentários a esta e a outras questões que as Lideranças são pressionadas e gastam muita

da sua inteligência e energia na busca de respostas aos problemas e desafios dos contextos e dos

processos. O foco nos cuidados é mais visível nas lideranças das unidades prestadoras que nas

coordenações das equipas de coordenação e apoio.

Também ao nível das Lideranças são visíveis algumas preocupações relacionadas com o modelo da Rede

e o seu futuro.

11 Para além das grelhas de ventilação dos surveys on-line, em anexo, que, obviamente, garantem o anonimato e a

confidencialidade dos inquiridos, os leitores que pretendam aceder a mais detalhes sobre os resultados gerais de

questões em concreto, podem solicitá-lo para [email protected].

Page 33: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 33

Focus Groups – Síntese dos Resultados

O Anexo B apresenta a grelha de ventilação que sintetiza os registos dos observadores presentes nos 6

FG. As grelhas de observação utilizadas integravam espaços de notação dedicados aos 3 casos e

exercícios situacionais: “Os CCI em 2015”, Instalar uma Unidade CCI” e “Instalar uma Rede CCI em

Probliana”.12

Os 6 Focus Groups realizados em Lisboa, Porto e Coimbra, contaram com cerca de 50 líderes e

profissionais dos CCI e foram marcados por uma elevada participação e produção de inúmeras

evidências, sintetizadas no Anexo III, importando, no entanto, destacar os seguintes resultados globais:

Narrativas (através de imagens) sobre o futuro da Rede e dos CCI (futuros desejados e

necessários);

Mapeamento de competências comuns ou transversais às 4 profissões e competências

específicas de cada profissão;

Características e traços das Lideranças de redes e modelos de organização.

Cada um dos focus group contou com 1 ou 2 observadores que registaram em grelha estruturada as

suas observações, assim como evidências e resultados dos vários grupos de trabalho criados nos focus

groups (o Anexo B apresenta a síntese da ventilação das grelhas de observação).

O balanço global dos Focus Groups permite-nos destacar algumas grandes tendências em termos de

desenvolvimentos futuros das competências nos CCI:

Sem desvalorizar a importância do desenvolvimento e actualização das competências técnicas e

clínicas das 4 profissões, assumem importância estratégia os clusters ou famílias de

competências da Comunicação, Relacionamento inter-pessoal, Trabalho em Equipa,

cujas necessidades e sentimento de penúria foram recorrentes em todos os Focus Groups;

Também foi evidente a necessidade do desenvolvimento das competências inter-pessoais e

intra-pessoais (self), com destaque para: análise e reflexão crítica, resiliência

(persistência), auto-controlo, organização e gestão pessoal (do tempo e das

tarefas), partilha e cooperação, disponibilidade para o outro, maturidade

emocional, espírito de pertença;

Ao nível das competências técnicas e organizacionais, mas de natureza transversal e não

específicas a uma determinada profissão, emergem, como mais significativas, as seguintes:

planeamento de cuidados, TIC para a simplificação e a desmaterialização de

processos, trabalhar em rede e comunidades on-line, gestão e avaliação de

resultados, sistemas de qualidade contínua.

O mapeamento das competências técnicas e clínicas (apesar de alguma relutância em as sinalizar e

discutir), é apresentado no capítulo sobre o “Directório de Competências CCI”.

12 A metodologia e os guiões dos exercícios e casos desenvolvidos nos FG estão detalhados no Relatório II

Page 34: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

34

III – A Rede Nacional de CCI – Missão, Cultura

Organizacional, Práticas e Cuidados

Neste capítulo serão destacadas tendências, competências e conhecimentos transversais, assinalados

pelas populações inquiridas e pelos participantes nas provas situacionais, assim como questionamentos,

desafios e mensagens-chave a considerar nas dinâmicas de governação, gestão e coordenação da RNCCI

e nas práticas de funcionamento das Equipas e das Unidades.

III.1 – A RNCCI - Cultura, Participação e Expectativas

Considera-se significativa a adesão das Entidades, Equipas e Profissionais da RNCCI às actividades de

campo do Projecto, desenvolvidas durante 3 meses da vida do Projecto.

Embora sejam claros os sentimentos de necessidade de pertença e de busca de identidade na Rede,

demonstrados por todos os profissionais ouvidos, emergem muitas apreensões e baixas expectativas

sobre o futuro da Rede e dos CCI. Não será estranho o momento difícil e de alguma apreensão que se

vive nos CCI.

A inexistência (ou a ténue existência em alguns contextos e equipas) de traços identitários fortes que

vinculem e favoreçam a pertença à Rede, criam nos profissionais espaço para os sentimentos de

inquietação e de baixa resiliência perante contextos difíceis, para além de não favorecerem a coesão das

Equipas. Não é visível “a espinha dorsal” da Rede, enquanto comunidade de líderes locais e regionais,

com visões e práticas comuns e alinhadas e, simultaneamente, capazes de constituírem uma verdadeira

Rede Humana de Confiança e Prestígio, enquanto “marca distintiva CCI” com capacidade de atracção,

retenção e orientação e dos inúmeros profissionais que buscam referências, orientação, supervisão e

desenvolvimento das suas competências nas várias valências dos CCI.

A aposta na consolidação de uma comunidade de líderes de Equipas e de Unidades CCI fortemente

mobilizada e alinhada em torno da mesma visão, missão e estratégia e capaz de capitalizar a energia

empreendedora dos profissionais de saúde constituirá, provavelmente, um dos desafios mais sérios que

a RNCCI enfrentará nos tempos mais próximos; do sucesso desta iniciativa dependerá a solidez e a

maturidade da própria Rede, assente em cidadãos que confiam, em profissionais prestigiados,

mobilizados e em aprendizagem permanente, pois são inúmeros os desafios que se colocam em termos

de aprofundamento das carteiras de serviços e cuidados a prestar.

Existe energia empreendedora que importa mobilizar de modo convergente pelas Equipas e

profissionais, em torno dos objectivos e prioridades da Rede, através de uma marca cultural que afirme

os Valores de foco no cidadão, da partilha de práticas, da aprendizagem colaborativa, da

melhoria contínua dos processos e dos instrumentos de apoio à prestação de cuidados continuados

integrados.

Existe um longo caminho a percorrer na gestão dos investimentos e das energias empreendedoras

residentes nos CCI.

Page 35: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 35

De facto, ao longo das actividades de campo do projecto foi visível que o lay out produtivo e também o

backoffice da prestação de cuidados, nomeadamente, as formas de organização, as estruturas e os papéis

dos profissionais, constituem ainda o essencial dos conteúdos comunicacionais e das preocupações da

comunidade CCI, em detrimento dos serviços e cuidados e, claro, dos cidadãos que são servidos e

apoiados pela Rede.

Um dos maiores desafios actuais da RNCCI consiste em criar condições para que o foco das

prioridades, da atenção e dos investimentos sejam deslocalizados, como é destacado no gráfico acima,

do binómio Contexto-Profissionais para o binómio Cidadãos-Cuidados.

A partir dos inúmeros contactos com a RNCCI, com os seus Profissionais e, particularmente, com os

esforços das estruturas de Governação, Gestão e Coordenação são visíveis práticas, orientações,

recomendações e testemunhos que evidenciam um conjunto de Valores implícitos na Cultura emergente

da Rede: Adaptabilidade, Empenho, Conhecimento, Responsabilidade, Excelência, Confiança e Espírito

de Equipa. No entanto, também se constata que a intensidade com que os Valores são vivenciados varia

de Equipa para Equipa, sendo fortemente influenciados pelos comportamentos das Lideranças.

Os encontros de carácter regional da RNCCI, os testemunhos, as evidências e as dificuldades que aí se

exprimem, de modo muito frontal, são expressão de um permanente esforço de alinhamento e

convergência das práticas da Rede em torno deste conjunto de princípios e Valores.

Torna-se evidente que será necessário aprofundar e generalizar a apropriação de um conjunto de

elementos motrizes (qualidades pessoais e profissionais) que garantam a interiorização e a consequente

demonstração daqueles Valores.

VALORES DRIVERS

(Elementos Motrizes)

ADAPTABILIDADE Evolução , Aprendizagem, Disponibilidade, Resiliência

EMPENHO Dedicação, Participação, Esforço, Orientação para resultados

CONHECIMENTO Rigor, Domínio Técnico, Eficiência, Qualificação, Inovação

RESPONSABILIDADE Qualidade, Eficiência, Profissionalismo, Autonomia

EXCELÊNCIA Organização, Método, Saber, Motivação, Inovação

CONFIANÇA Fiabilidade da Equipa, Segurança, Compromisso com os Cidadãos

ESPÍRITO DE EQUIPA Interdependência, Partilha de Objectivos, Melhoria Contínua, Ambição

Page 36: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

36

A solidez e consistência da Marca RNCCI sairão reforçadas se existir uma aposta inquestionável nos

“critical players” da Rede. Este “núcleo duro” integrará os profissionais que, aos níveis da governação e

liderança, da comunicação e organização, da prestação de cuidados e da aprendizagem e inovação, são

reconhecidos como os intérpretes inquestionáveis da cultura da Rede, assumindo-se eles próprios como

os garantes da sua Missão.

Falamos de quem? Cabe à própria Rede sinalizar estes mentores e actores-chave dos CCI em Portugal.

A identidade e o futuro da RNCCI dependem, em larga medida, da sua energia empreendedora, da sua

motivação e do seu trabalho. A Rede não pode viver de contributos intermitentes, pontuais ou de

colaborações periféricas.

A profissionalização da Rede, nomeadamente das suas estruturas chave passa, necessariamente, por

legitimar este “núcleo duro”, retê-lo, vinculá-lo e desenvolvê-lo, de forma a dotar a RNCCI de uma

maturidade e sustentabilidade imprescindíveis à sua sobrevivência a longo prazo. Os desafios actuais e

do futuro próximo recomendam este esforço. Assim, consolidar e profissionalizar “a espinha dorsal” da

RNCCI é tarefa estratégica e prioritária.

Este “núcleo duro” de profissionais e Equipas, pela sua excelência e dedicação à RNCCI, garantem a sua

identidade e valores e as suas práticas têm o poder de atracção de “novos” profissionais e o poder de

mobilização e motivação dos outros que já integram a própria Rede.

O alinhamento e coerência destes critical players dos CCI poderão ser reforçados através de um

processo de reflexão estratégico que explicite e favoreça – no plano das práticas e dos cuidados – os

Valores, a Missão, os Objectivos Estratégicos e “modus operandi” da RNCCI.

O esquema abaixo “RNCCI - Reflexão Estratégica” apresenta a síntese do itinerário reflexivo que o

grupo estratégico dos critical players dos CCI poderá realizar, em ordem a dar consistência às

orientações e prioridades existentes, assim como gerar consensos que favoreçam o alinhamento dos

profissionais da Rede, em torno duma cultura comum.

Equacionar e executar planos de formação e mudança, introduzir inovações nas práticas e melhorar a

qualidade dos cuidados e serviços prestados sem consolidar esta “espinha dorsal” da Rede afigura-se

processo arriscado, que pode inflectir a todo o instante, pois não serão comprometidos os actores-

chave, nem será fácil encontrar “guardiões do legado da Rede” que se assumam como garantes da

identidade, do conhecimento e das práticas da RNCCI.

Estes desafios assumem particular relevância quando são conhecidos inúmeros obstáculos e mesmo

bloqueadores do desenvolvimento e consolidação da Rede. No relatório da Fase I foi dado destaque a

Page 37: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 37

alguns deles. Pela sua importância e pertinência actual resumem-se, de seguida, alguns dos desafios

enumerados:

1. Culturas muito heterogéneas presentes na RNCCI: apesar de serem testemunhados e aceites

valores universais comuns (p. ex., a centralidade do cidadão na Rede), urge a construção e

apropriação de uma carta de valores comuns, que funcionem como faróis que favoreçam a

convergência das visões e das práticas das diversas unidades e equipas;

2. Práticas de governo e liderança da RNCCI diversas, apesar da existência de um normativo

macro (DLei nº 101/2006); de facto, é presumível que a cultura de referência e as práticas mais

evidentes na RNCCI variem de ARS para ARS, sendo evidentes (e testemunhado em algumas

evidências) diferentes graus de maturidade e da organização da prestação de cuidados entre as

várias Equipas e Unidades;

3. Intensidade colaborativa muito variável dos profissionais, o que favorece o aumento dos riscos

de fragmentação e de visões dispersas, resultantes, em larga medida, do elevado número de

profissionais que colaboram de modo esporádico com a Rede; em regimes diferente da

dedicação exclusiva, pelo que a construção de equipas coesas e a homogeneização de práticas é

muito difícil; Equipas onde a colaboração semanal de alguns profissionais não vai além de 4h…

4. As práticas dos profissionais de saúde na RNCCI ainda são, em larga medida, marcadas pelas

suas culturas profissionais de referência de outros contextos de onde são oriundos ou onde

trabalham. Constatam-se algumas divergências e mesmo “embates” entre diferentes modos de

estar e visões dos cuidados, como são os casos das culturas dos cuidados primários, dos

cuidados hospitalares e dos cuidados sociais.

5. Sem pretender hostilizar ou anular essas vivências constitui desafio central para a RNCCI o

aprofundamento da sua identidade própria – que existe e se percepciona de modo claro –

baseada em valores e qualidades profissionais que devem ser aprofundadas.

6. Consolidar e destacar o team practice como contraponto ao solo practice, como mudança de

paradigma que poderá enriquecer o Trabalho em Equipa e extrair os grandes benefícios que

resultam de uma abordagem multiprofissional dos cidadãos e de uma verdadeira integração da

prestação de cuidados, na linha do que é exigido pela própria noção de cuidados continuados

integrados.

Assim e apesar dos esforços de organização e uniformização de processos e práticas por parta das

Equipas e Unidades, pode ser recomendável a realização de um processo de reflexão estratégico e de

envolvimento dos principais actores da Rede que favoreça a apropriação por todos os profissionais,

equipas e unidades de uma visão e cultura partilhadas, enquanto oportunidade para alargar a confiança e

a coesão recíprocas, principais garantes da sustentabilidade da própria Rede.

Page 38: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

38

III.2 – Uma Estratégia de Governação dos Profissionais de Saúde dos

CCI

Torna-se central a concretização de uma estratégia de modernização e inovação das práticas de

governação dos RH da RNCCI, tendo como elementos chave da visão da RNCCI para os próximos 5

anos, os seguintes:

Atrair profissionais de saúde jovens para a Rede, enquanto organização portadora de uma

cultura sólida e duma marca distintiva, que presta cuidados de saúde centrais na nossa

sociedade; a RNCCI deverá posicionar-se como uma organização que busca a excelência e

propicia trajectórias profissionais diversificadas e promissoras, pois aposta, entre outros

desideratos, no envolvimento em projectos de investigação, garantindo que cada vez mais

Equipas e Unidades CCI têm idoneidade como locais de estágio e de internato;

Vincular os profissionais de saúde dos CCI à cultura e missão da Rede, assegurando que as

suas práticas são balizadas nos princípios da autonomia, da responsabilização e da recompensa

baseada no mérito; a participação em acções e iniciativas prestigiantes e que conferem

reconhecimento interno e externo será um dos modos de destacar profissionais que se

afirmaram através de práticas inovadoras e de referência nos CCI;

Desenvolver as competências e as trajectórias profissionais dos colaboradores da

RNCCI, adequando-as às especificidades dos cuidados continuados integrados e em

alinhamento com os valores e traços culturais da Rede.

Page 39: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 39

IV – Directório de Competências CCI

Como referido anteriormente e na sequência do debriefing, após os FG e da análise de todos

os outputs (surveys, entrevistas, visitas, FG, comparativos internacionais) e utilizando

referencial exclusivo de construção de clusters é possível propor um directório de

competências que conjugue as interpretações de oportunidades estratégicas, as prioridades e

motivações dos profissionais.

Entre as inúmeras competências sinalizadas tanto nas entrevistas, como nos focus groups

realizados, foram destacadas 20 competências chave13, após um processo de análise da sua

criticidade (importância X dificuldade), estimada a partir dos testemunhos dos participantes

nos FG, a que se juntou um processo de hierarquização e calibração, em sede de debriefing,

realizado pelos facilitadores e observadores.

A resultante – 20 competências chave - integra-se num directório para a RNCCI, que se

descreve e articula do seguinte modo:

5 Competências são de natureza transversal e comuns às 4 profissões clínicas –

médico, enfermeiro, psicólogo e fisioterapeuta - (Cluster do Self),

5 Competências relativas às 4 profissões, quando os profissionais têm funções ou

responsabilidades de gestão e coordenação (cluster da Liderança),

5 Competências relativas às 4 profissões, quando estes profissionais assumem funções

ou responsabilidades clínicas (cluster dos Cuidadores)14,

5 Competências relativas às 4 profissões, quando os profissionais têm funções ou

responsabilidades aos níveis da organização e funcionamento da Rede, incluindo a

articulação entre estruturas, equipas e unidades internas e externas (cluster dos

Promotores e Empreendedores Sociais)15

13 No Anexo B são enumeradas largas dezenas de competências, que resultaram das sínteses dos FG. A short list de

20 competências, agregadas em 4 clusters, constitui o denominador comum representativo dos diversos

contributos e análises.

14 As competências específicas (técnicas e/ou clínicas) de cada profissão não foram objecto deste estudo, pois elas

estão claramente definidas nos respectivos estatutos profissionais.

15 Posicionam-se neste cluster todos os profissionais que assumem funções e responsabilidades fundamentais para o

funcionamento da RNCCI (p. ex., os profissionais que integram as ECR, ECL, EGA e demais equipas de

coordenação e apoio nacional e regional).

Page 40: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

40

O Cluster do Self, pela sua natureza específica, integra competências intra-pessoais (incluindo

drivers internos de natureza tácita) e inter pessoais, sendo, por isso, central e denominador

comum aos outros 3 clusters.

Em termos práticos pode afirmar-se que o desenvolvimento das competências chave e de

natureza transversal dos Clusters Liderança, Cuidadores, Promotores & Empreendedores

Sociais pressupõe, necessariamente, o amadurecimento e o desenvolvimento das

competências do Cluster do Self, porque lhes são prévias, funcionando habitualmente como

potenciadoras das competências de natureza mais explícita e instrumental, que são as que

integram aqueles 3 clusters.

Os Perfis detalhados a seguir apresentam os clusters de competências chave que marcam de

forma significativa a sua identidade, permitindo identificar as principais responsabilidades e

desempenhos que lhes são atribuídos.

Por outro lado, cada gráfico que acompanhada o descritivo dos 2 clusters fundamentais

apresenta, de modo ténue, outros clusters de competências não centrais nesse perfil; isto

significando que os profissionais que assumem esse perfil têm um conjunto de 10

competências chave centrais e que determinam em larga medida os resultados e o

desempenho desse perfil, mas também devem cuidar de outras competências, que, embora

periféricas ou secundárias no seu perfil, lhe garantem compreensão de responsabilidades a

jusante ou a montante das suas e também um potencial de mobilidade e flexibilidade, hoje

cruciais nas profissões.16

Os Perfis detalhados de seguida (2 clusters de competências, que combinados formam um

losango) incluem simultaneamente as competências chave, centrais na RNCCI, mas também

coincidem com aquelas onde foram reportados maiores dificuldades no seu exercício, pelo

que deverão também ser assumidas como necessidades de formação.

16 Esta abordagem alinha-se com o conceito de “perfis de banda larga”, considerados cruciais para a empregabilidade

actual.

Page 41: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 41

Cada competência sinalizada – seja no cluster do Self, seja no cluster da Liderança – é

facilmente desdobrável em várias competências mais específicas e, por isso, mais facilmente

operacionalizáveis em objectivos de aprendizagem e formação.

Page 42: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

42

IV.1 – Desdobramento de Competências – 12 Áreas de cuidados17

Relativamente aos Perfis dos Cuidadores e para além das competências chave transversais,

sinalizadas acima, podemos identificar, para cada uma das 12 “Áreas de Cuidados” utilizadas

pelo NHS, exemplos de competências específicas, a serem assumidas pelas 4 profissões,

segundo níveis de responsabilidade variável (sinalizados através de +); o exercício destas

competências favorecem o aprofundamento não só do team practice, mas também a integração

de cuidados, pois esta abordagem parte das necessidades de cuidados continuados, sentidas

pelos cidadãos.

PROFISSÕES

ÁREAS DE CUIDADOS

Médico

Enfer-meiro

Psicó-logo

Fisio-terapeuta

Competências mobilizáveis

(exemplos não exaustivos)

Comportamento

++ ++ ++ ++ Identificar e estabilizar: atitudes de agressão e violência, desinibição severa, interacções ameaçadoras, resistência aos cuidados imprescindíveis, significativas alterações do estado mental, frustrações descontroladas em contextos de difícil comunicação, interferências inapropriadas com outrem, riscos evidentes de auto-mutilação e suicídio;

Estimulação Cognitiva

+ ++ ++ ++ Reconhecer, diagnosticar e cuidar de: dificuldades de aprendizagem e desorganização perceptiva, associadas a desordens degenerativas, dificuldades cognitivas, alterações das noções de tempo e

17 Adaptação feita a partir da publicação “Decision Support Tool for NHS Continuing Healthcare”, Jul 2009

Page 43: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 43

PROFISSÕES

ÁREAS DE CUIDADOS

Médico

Enfer-meiro

Psicó-logo

Fisio-terapeuta

Competências mobilizáveis

(exemplos não exaustivos)

espaço;

Necessidades Psicológicas e Emocionais

++ ++ +++ ++ Avaliar e cuidar de: descompensações emocionais severas, bloqueios emocionais com incapacidade de expressão emocional; alucinações, quadros de ansiedade e stress, diagnosticar necessidades emocionais (laços afectivos, a perda, o luto);

Comunicação

++ ++ ++ ++ Identificar dificuldades e bloqueios na comunicação e expressão, explorar ajudas e meios facilitadores da comunicação e expressão de necessidades

Mobilidade

++ ++ + +++ Avaliar níveis de autonomia e riscos de mobilidade e quedas, proporcionando ajudas e outros meios redutores de riscos; proporcionar actividade e estimulação motora que proporcione níveis de autonomia adequados;

Nutrição - alimentação e bebidas

+ ++ ++ ++ Reconhecer, sinalizar e minorar riscos de subnutrição, desidratação e aspiração; contribuir para a (re)educação de hábitos alimentares saudáveis, estimular a autonomia na alimentação ; acompanhar com rigor casos de dependência total ou parcial em termos de nutrição; supervisionar situações de subnutrição, desordens alimentares e casos de nutrição assistida;

Continência

++ ++ ++ ++ Identificar e acompanhar situações de incontinências, assim como programas de controlo ou de redução de desconforto e reforço da auto-estima; acompanhar e reportar riscos associados à incontinência (infecções, obstipações e dispositivos aplicados);

Pele (incluindo viabilidade muscular)

++ +++ + +++ Sinalizar, reportar (e tratar) lesões, úlceras, feridas; acompanhar a monitorização destes quadros clínicos, contribuindo para o bem-estar e conforto do cidadão;

Respiração

+++ ++ + +++ Reconhecer, reportar (e cuidar) dificuldades respiratórias, activando os protocolos acordados; verificar medicações e mecanismos de ventilação nas situações protocolados;

Page 44: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

44

PROFISSÕES

ÁREAS DE CUIDADOS

Médico

Enfer-meiro

Psicó-logo

Fisio-terapeuta

Competências mobilizáveis

(exemplos não exaustivos)

Medicação e Gestão de Terapêuticas (controlo de sintomas)

+++ ++ + ++ Assegurar e acompanhar a administração adequada das medicações prescritas; reportar situações de dor, desconforto ou de risco ou alterações associados à toma de medicamentos, particularmente em cidadãos com níveis de autonomia e/ou decisão precários;

Alterações dos Estados de Consciência

++ ++ +++ ++ Identificar e reportar alterações no estado de consciência, especialmente em cidadãos com riscos e história clínica reportada (p. ex., AVC, Epilepsia, etc.);

Outras necessidades de cuidados significativos

+ + + + Sinalizar e reportar comportamentos, quadros anómalos, crises ou situações não esperadas, em cidadãos cujos comportamentos se conhecem e/ou são estáveis.

+ - Graus de responsabilidade e participação das 4 profissões nas áreas de cuidados.

V – Necessidades Formativas nos CCI

V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas

Ao longo das actividades de campo do projecto, particularmente durante a execução dos focus

groups, foram sinalizadas e reportadas diversas necessidades formativas sentidas pela

comunidade de profissionais dos CCI, aos mais variados níveis de actuação.18 Os seus

principais resultados, em termos de competências, estão sintetizados no mapeamento dos 4

clusters de competências, apresentado no capítulo anterior.

No entanto, outras fontes de diagnóstico de necessidades terão de ser consultadas, não só

para confirmar o diagnóstico e o levantamento de necessidades produzidos no âmbito deste

projecto, particularmente na sequência das entrevistas, surveys on-line e focus groups, mas

também para detectar outras necessidades e estimar a sua criticidade.

Classificação das fontes de diagnóstico de necessidades formativas na RNCCI:

(i) Induzidas pelas competências e conhecimentos específicos necessários ao trabalho na Rede

CCI,

18 As provas e exercícios situacionais desenvolvidos nos focus groups são apresentados e documentados no

Relatório da Fase II e os seus resultados, incluindo sínteses da aplicação de surveys on-line, documentam-se no

Relatório da Fase III (em anexo).

Page 45: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 45

(ii) Decorrentes da organização e mapeamento dos processos e dos principais instrumentos de

trabalho CCI (p. ex., sistema de informação),

(iii) Exigidas pelos resultados de assessment e avaliação de desempenho (SIADAP, p. ex.),

(iv) Decorrentes de auditorias e análise a reclamações e recomendações,

(v) Consequência da avaliação dos indicadores de produção e resultados, assim como desvios

relativamente a objectivos e metas fixados.

Sem esquecer os destinatários deste projecto, as profissões clínicas dos CCI e considerando

que os resultados obtidos se dirigem, em larga medida, às suas profissões e perfis, considera-se

que este mapeamento seja alargado a outras profissões importantes nos CCI (p. ex.,

Assistentes Sociais, Terapeutas Ocupacionais, Terapeutas da Fala) e possa incluir as suas

competências e necessidades específicas19.

V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial &

Performance

A análise combinada dos resultados de diagnósticos obtidos através de assessment ao

potencial e à performance de Equipas, Unidades, Líderes e mesmo profissionais permite

posicionar cada um destes players no quadro abaixo.

Alerta-se para eventuais riscos de posicionamentos abusivos, resultantes mais de crenças do

que de evidências, quando este referencial de análise é utilizado de modo inadequado.

Porque se trata de um referencial de apoio à decisão e marcadamente a sua leitura deverá ser

qualitativa (independentemente das grelhas e instrumentos de diagnóstico em que são baseadas

as percepções), recomenda-se que seja explorado ao nível do self assessment de profissionais e

equipas e, antes de tudo, seja uma base de partida para reflexão voluntária sobre melhorias e

desenvolvimentos a seguir, do que instrumento sumativo e de chegada a resultados ou

classificações, ou mesmo comparações entre players.

Uma Equipa pode, a partir de auto diagnósticos anónimos de cada um dos seus membros,

projectar o seu posicionamento, com Equipa e, a partir daí e todos os seus membros podem

partilhar uma reflexão crítica sobre as suas expectativas e futuros desejados, tendo em vista o

estabelecimento de compromissos em torno de acções concretas de melhoria e de

desenvolvimento de competências.20

19 Alguns dos participantes em entrevistas, surveys e focus groups do Projecto são membros destas profissões e

transmitiram também, embora de modo breve, a visão das suas profissões relativamente aos CCI

20 Estas metodologias são desenvolvidas em programas específicos de maturidade e sustentabilidade, como o

ProSUMA – PROgrama para a SUstentabilidade e MAturidade de Equipas Prestadoras de Cuidados de Saúde, que

tem vindo a ser desenvolvido por inúmeras equipas prestadoras de cuidados.

Page 46: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

46

Por outro lado, o posicionamento de uma Equipa ou Unidade, ou Líder permite-lhe verificar

que, em função do seu posicionamento nesta matriz organizacional, assim as suas necessidades

irão variar, tanto ao nível das competências intra-pessoais e interpessoais (Self), como ao nível

das competências comunicacionais, transaccionais e instrumentais (Liderança, Produção,

Cooperação e Networking).

Esta matriz organizacional também pode induzir reflexões sobre cenários de gestão das

pessoas, particularmente, sobre as decisões quanto a estratégias de atracção, vinculação

retenção e desenvolvimento dos profissionais de saúde.

Este processo de reflexão revela-nos que existem várias tipologias e estilos de participação e

envolvimento nas organizações, que são dependentes da motivação pessoal, mas também das

oportunidades aproveitadas ou não e, por outro lado, os contextos e o clima dos locais de

trabalho favorecem ou dificultam o desenvolvimento de competências, o crescimento e a

própria transformação das Equipas.

Onde estamos? Como Somos? Revemo-nos no nosso olhar? Para onde queremos ir? Que

mudanças, transformações e compromissos temos que assumir?

Estas as questões chave induzidas por esta matriz organizacional.

Os esforços de mudança são diferentes, mas dificilmente alguém na Equipa ficará indiferente:

Onde queremos estar e que Equipa ou Unidade queremos ser em 2015? Qual o caminho?

Page 47: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 47

VI – Desenvolvimento de Competências, Formação e

Inovação nos CCI

Princípios Orientadores:

Relacionar competências a desenvolver com necessidades de formação e sua transformação em

objectivos de aprendizagem e programas/itinerários de formação que são consolidados em

plano de formação.

Destacar a importância dos actores nestes processos de desenvolvimento (participantes,

formadores e tutores, coordenadores), valorizando também o papel das equipas e suas

lideranças, pois são eles que favorecem ou não a transferência e incorporação de novos

conhecimentos e práticas nos espaços de trabalho,

Valorizar os canais de aprendizagem assim como os principais dispositivos e metodologias de

formação, que melhor se adequam aos profissionais de saúde comprometidos com os CCI21

O processo de concepção e desenho de soluções formativas a partir de competências em penúria

pressupõe um itinerário, cujo detalhe e investimento será proporcional à dimensão da população alvo

dessa proposta formativa, assim como à natureza das próprias competências a desenvolver.

O conhecimento obtido sobre os profissionais da RNCCI permitem antecipar algumas considerações e

recomendações sobre a importância das abordagens pragmáticas e a focalização em soluções e na

partilha de práticas promissoras ou que deram resultados em contextos semelhantes ou afins.

Para além do trabalho de concepção “puro” e que obriga a análise e validação de objectivos e metas,

conteúdos, protocolos, recomendações, práticas de referência, indicadores de produção, etc., entre

outros métodos e instrumentos, podem ser explorados instrumentos como os demonstrados atrás:

21 Importa destacar o dispositivo de aprendizagem 70-20-10 : (OJT – NJT – OOJ: On the Job Training - Near

The Job Training - Out Of the Job Training). Uma excelente solução de desenvolvimento de competências e de

formação deverá distribuir a sua carga horária e o investimento nos canais e formas de aprendizagem,de acordo

com aquelas proporções: 70% OJT, 20% NJT e 10% OOJ.

Page 48: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

48

Short list with the top fivekey competences of each

strategic cluster of the CCI CARE PROVIDERS

RNCCI

MATRIZ DE CARGOS E PROFISSÕES A ESTUDAR

Gestão e Coordenação RCCI Gestão Prestação Cuidados Prestação Cuidados Rede (Organização e Networking)

Cargos & Responsabilidades

Profissões

Governação RNCCI Gestão ARS e ECR ECL Gestão Unidades Responsabilidades Clínicas, Assistenciais, Técnicas

Responsabilidades Comunicação, Organização,

Conhecimento

MÉDICO

ENFERMEIRO

PSICÓLOGO

FISIOTERAPEUTA

……

Global matrix for fixingkey competences , crossing jobs and

positions

OUTPUTS dos FOCUS GROUP

Profissão/Cargo analisado:___________________________________ Data ___/___/___ Local _____________

Participantes __________________________________________________________________________________

Facilitador & Observador(es)_____________________________________________________________________

Descritores &

Analisadores

Competências

Valor

crítico

Standards, Protocolos

Normas, Orientações

Tecnologias sensíveis

Contextos e Condições

Conhecimentos

Aptidões

Atitudes

(Refª P-D-C-A)

Resultados e Evidências

(Referências para

Objectivos de

aprendizagem e tarefas

curriculares

fundamentais)

Outputs from FG andDACUM process:

Competences, criticalvalue, Standards,

guidelines, knowledge, skills and attitudes,

Outcomes

Important analysis for

ECVET process.

With this form we can

work the ECTS.

After is possible to

“negociate” with

qualifications authorities

the levels of qualifications

of our curricula!

HARD JOB!!!

Mapeamento de Competências das Coordenação de ECCI - Esboço de portfólio (simulação)

Competências

(exemplos)

Valor crítico· (Importância X Dificuldade) EVC - Elevado valor crítico; MVC – Médio valor crítico; BVC – Baixo valor crítico; SVC – Sem valor crítico

Standards, Normas,

Orientações técnicas (relativos

a processos e tecnologias OPE)

Conhecimentos Aptidões Atitudes (inclui valores e

qualidades profissionais exigidos pelas competências)

Resultados esperados·(evidências das competências, em termos de autonomia e responsabilidade)

Competências transversais (exº): - Trabalhar em Equipa, no ambiente da ECCI

- Desenvolver coaching técnico e de Equipa

- Promover comunicação eficaz com utentes e stakeholders (internos e externos).

EVC

Metodologia Formação em Local: Hora Saber + ECCI e Hora Pessoa; Referencial European Coaching Academy

Conhecimento Processos-chave ECCI; inovação; reflexão crítica; comunicação;

Desenho, condução e avaliação de 20 sessões Hora Pessoa e 15 sessões Hora Saber + OPE; Melhoria do índice produtividade da Equipa = 0,05%

Competências de Coordenação Técnica (exº): - Programar, executar e avaliar a distribuição do trabalho na Equipa - Orientar e treinar a execução dos cuidados a úlceras -Orientar a Equipa na implementação de respostas técnicas em momentos de tensão e crise …

EVC

Protocolo de coordenação de equipas em contexto de tensão. Protocolo de segurança. Programa de auto-formação em gestão de crises.

Adaptabilidade; transparência, coerência e comunicação com a equipa; auto-diagnóstico e aprendizagem

Redução do absentismo em 1%;melhoria da capacidade de resposta da equipa, através da redução de 30% de não conformidades e de reclamações

Competências emergentes (Exº): Orientar e gerir equipas multiculturais -Dominar um idioma e os hábitos culturais da principal comunidade emigrante do ACeS

Focus Group output exemples

PROFISSÕES

ÁREAS DE CUIDADOS Médico

Enfermeiro Psicólogo Fisioterapeuta Competências mobilizáveis

(exemplos não exaustivos)

Comportamento

++ ++ ++ ++ Identificar e estabilizar: atitudes de agressão e violência, desinibição severa,

interacções ameaçadoras, resistência aos cuidados imprescindíveis,

significativas alterações do estado mental, frustrações descontroladas em

contextos de difícil comunicação, interferências inapropriadas com outrem,

riscos evidentes de auto-mutilação e suicídio;

Estimulação Cognitiva

+ ++ +++ ++ Reconhecer, diagnosticar e cuidar de: dificuldades de

aprendizagem e desorganização perceptiva,

associadas a desordens degenerativas, dificuldades

cognitivas, alterações das noções de tempo e

espaço;

Necessidades Psicológicas e

Emocionais

++ ++ +++ ++ Avaliar e cuidar de: descompensações emocionais severas,

bloqueios emocionais com incapacidade de expressão

emocional; alucinações, quadros de ansiedade e stress,

diagnosticar necessidades emocionais (laços afectivos, a perda,

o luto);

Comunicação

++ ++ ++ ++ Identificar dificuldades e bloqueios na comunicação e

expressão, explorar ajudas e meios facilitadores da

comunicação e expressão de necessidades

Mobilidade

++ ++ + +++ Avaliar níveis de autonomia e riscos de mobilidade e quedas,

proporcionando ajudas e outros meios redutores de riscos;

proporcionar actividade e estimulação motora que proporcione

níveis de autonomia adequados;

Nutrição - alimentação

e bebidas

+ ++ ++ ++ Reconhecer, sinalizar e minorar riscos de subnutrição, desidratação e aspiração; contribuir para a (re)educação de hábitos alimentares saudáveis, estimular a autonomia na alimentação ; acompanhar com rigor

casos de dependência total ou parcial em termos de nutrição; supervisionar situações de subnutrição, desordens alimentares e casos de nutrição assistida;

Continência

++ ++ ++ ++ Identificar e acompanhar situações de incontinências, assim como programas de controlo ou de redução de desconforto e reforço da auto-estima; acompanhar e reportar riscos associados à incontinência

(infecções, obstipações e dispositivos aplicados);

Pele (incluindo viabilidade muscular)

++ +++ + +++ Sinalizar, reportar (e tratar) lesões, úlceras, feridas; acompanhar a monitorização destes quadros clínicos, contribuindo para o bem-estar e conforto do cidadão;

Respiração

+++ ++ + +++ Reconhecer, reportar (e cuidar) dificuldades respiratórias, activando os protocolos acordados; verificar medicações e mecanismos de ventilação nas situações protocolados;

Medicação e Gestão de Terapêuticas (controlo de sintomas)

+++ ++ + ++ Assegurar e acompanhar a administração adequada das medicações prescritas; reportar situações de dor, desconforto ou de risco ou alterações associados à toma de medicamentos, particularmente em

cidadãos com níveis de autonomia e/ou decisão precários;

Alterações dos Estados de Consciência

++ ++ +++ ++ Identificar e reportar alterações no estado de consciência, especialmente em cidadãos com riscos e história clínica reportada (p. ex., AVC, Epilepsia, etc.);

Outras necessidades de cuidados significativos

+ + + + Sinalizar e reportar comportamentos, quadros anómalos, crises ou situações não esperadas, em cidadãos cujos comportamentos se conhecem e/ou são estáveis.

Crossing main caredomains and jobs

responsabilities withrequired competences

Page 49: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 49

V.1 – O Plano Nacional de Formação e Desenvolvimento dos CCI

2012-2013

Recomendações para a construção do Plano Nacional de Formação e

Desenvolvimento dos CCI 2012-2013:

Metodologia para a inclusão no Plano de Formação CCI da oferta formativa de qualidade

reconhecida e desenvolvida por Escolas e Entidades públicas e privadas; Tratar-se-ia de um

processo de validação e reconhecimento das diversas ofertas formativas; certamente que os

operadores com soluções robustas e de qualidade investiriam o tempo necessário a ajustarem

o layout pedagógico dos seus programas às recomendações e orientações da RNCCI.

Por outro lado, no ponto vista das Equipas e dos cuidadores, este processo demonstraria

transparência na disponibilização de informação de qualidade e fundamental para os processos

de tomada de decisão tanto dos profissionais, como das equipas e entidades, promovendo

ainda equidade no acesso a programas passíveis de co-fianciamento.

Em Portugal, estão em curso práticas com características semelhantes às explanadas acima, que

poderiam funcionar como experiências inspiradoras da RNCCI e, pelo seu modus operandi,

percepcionam-se como soluções low cost, atente-se nos benefícios e oportunidades que

poderiam proporcionar.

Um roteiro possível poderia iniciar-se com a divulgação pública de diagnósticos de

necessidades plurais e independentes, principais conclusões das avaliações da performance e

auditorias a programas, valências das Unidades e Equipas, incluindo os resultados de estudos

de satisfação de cidadãos beneficiários e/ou utilizadores da RNCCI, assim como os resultados

de estudos do clima organizacional e satisfação dos profissionais e cuidadores.

A partir destes inúmeros outputs a RNCCI destacava as principais prioridades para o biénio

seguinte, precisando áreas de desenvolvimento e melhoria, assim como a antecipação de

Programas de Cuidados ou práticas a destacar, pois iriam exigir atenção redobrada da Rede e

esforços de consolidação no período em causa.22

As escolas, centros de investigação, operadores de formação interessados e, claro, as

entidades públicas e privadas que integram a própria Rede participavam neste briefing da

RNCCI (a realizar no início de Setembro) e construiriam oferta formativa para incluírem nos

seus próprios planos de formação, dando conhecimento á RNCCI dessas propostas até

princípios de Outubro.23

22 Já é habitual a marcação, no agendamento de muitas organizações e sectores, de programas bandeira para

períodos específicos; p. ex., “a Governação Clínica nos CCI”, “os Cuidados Paliativos na Primavera 2012”, “a

Investigação em CCI”, “Coaching a Cuidadores Informais”…

23 Seria recomendável que a oferta formativa cumprisse alguns requisitos de qualidade; sugere-se a definição do “BI

de um projecto de desenvolvimento ou programa de formação”, enquanto conjunto de requisitos básicos que essas

propostas deveriam cumprir.

Page 50: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

50

Preconiza-se a existência de um Grupo de Trabalho nos CCI, que, incluindo lideranças e

profissionais conhecedores das orientações estratégicas para os CCI, das práticas e

necessidades da Rede, e também especialistas familiarizados com a gestão da formação, a

condução e avaliação de planos de formação e com o desenho e implementação de formação

certificada, apresente uma proposta de “Plano Nacional de Formação e Desenvolvimento dos CCI

2012-2013”, até princípios de Novembro.

O “Plano Nacional de Formação e Desenvolvimento dos CCI 2012-2013”, após validação e

enriquecimento por focus groups da RNCCI e das entidades co-fianciadoras, é divulgado e

disseminado pela Rede e pelo “mercado”, até finais de Novembro, de modo a que todos os

operadores conheçam e invistam na programação e operacionalização de projectos e

propostas de formação e desenvolvimento inovadoras, úteis e alinhados com as estratégias e

prioridades definidas para os CCI, no biénio considerado.

Embora sejam significativos os investimentos necessários para a construção deste Plano de

Formação e Desenvolvimento dos CCI e tendo em conta as dificuldades crescentes de

participação em iniciativas longe das Equipas, Unidades e locais de trabalho, para além da

escassez de recursos nos tempos actuais, considera-se ser esta a forma mais eficaz para

assegurar, entre outros factores, os seguintes:

Construir soluções de formação úteis, inovadoras e ajustadas às necessidades e

prioridades,

Evitar dispersão e desperdícios na formação e projectos de desenvolvimento dos CCI,

Facilitar a monitorização e a avaliação de transferências de aprendizagens e melhorias

na qualidade dos serviços e cuidados prestados,

Acompanhar e qualificar os elementos críticos na execução da formação,

nomeadamente a qualidade dos programas, a adequação dos formadores e tutores e o

acompanhamento da transferência das aprendizagens e know-how adquirido para as

Unidades e Equipas.

V.2 – Exemplos de Programas e Soluções Formativas CCI

A título meramente exemplificativo esboçam-se resumos de programas de formação e desenvolvimento

de competências, concebidos a partir das competências e necessidades explicitadas nos clusters

descritos atrás.

Este primeiro exemplo pode configurar a arquitectura elementar de uma pós-graduação dirigida,

preferencialmente, às lideranças de unidades e Equipas ou a Profissionais que estão a ser preparados no

âmbito de planos de sucessão.

Page 51: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 51

Designação do Curso CONTINUIDADE DE CUIDADOS - A Gestão de Equipas Multidisciplinares na Integração dos Cuidados

População Alvo Médicos, Enfermeiros, Psicólogos, Fisioterapeutas, Assistentes Sociais, Terapeutas Ocupacionais e Nutricionistas (com experiência mínima de 2 anos nos cuidados continuados integrados), com responsabilidades de gestão e liderança de Equipas e Unidades

Tipologia Pós-graduação

Duração 240h

Objectivos Evoluir do solo practice para o team practice dos profissionais, com focalização no cidadão e nas “carteiras” de serviços e cuidados continuados (posicionamento das intervenções clínicas, sociais e organizacionais no “pipeline” CCI, à luz da cadeia de valor e numa lógica de accountability);Consolidar perfis de liderança que garantam alinhamento de culturas e práticas organizacionais, favorecendo a emergência de um “leadership brand” nos CCI;Integrar práticas e desmaterializar procedimentos, através da utilização de instrumentos colaborativos que garantam um único plano integrado de cuidados por cidadão e um único processo clínico por cidadão;

Metodologias Ensino e Aprendizagem

80h – Sessões presenciais - Métodos de estudo de caso e Problem Based Learning (PBL); análise e discussão de Projectos e Portfólios,80h – Formação a distância (Plataforma Moodle) – análise crítica de textos e práticas de referência, seguidos de reflexão crítica inter-pares; trabalhos teóricos e práticos individuais e em grupo; resolução de casos; 80h – Estágios supervisionados, acompanhamento de projectos de investigação e execução de trabalhos de campo e visitas técnicas, com elaboração e discussão de relatórios;

Módulos & Programa

Posicionamento dos CCI nos sistemas de saúde e social (relações e “tensões” entre sistemas, players, abordagens e práticas); Os cidadãos fragilizados e com necessidades de cuidados integrados: tendências e cenários de evolução da continuação de cuidados; principais desafios à RNCCI, às equipas e às unidades: os CCI em 2015. A Rede Nacional de CCI (cidadãos e beneficiários, a prestação de cuidados, funcionamento e organização das unidades, a gestão deunidades e equipas, a clinical governance e a gestão estratégica);As Competências Intra e Interpessoais (self) dos profissionais, o trabalho colaborativo presencial e a distância (o networking e a partilha e disseminação de práticas);Competências de liderança e coordenação de unidades e equipas (o tutorship e supervisão das redes de cuidadores informais),Competências e skills técnicos & clínicos específicos dos 12 domínios dos cuidados continuados (…)Organização e gestão de unidades e equipas (modelos de organização do backoffice: da rede, das unidades e das equipas; a integração de sistemas de informação: processos clínicos, planos individuais de cuidados, referenciação e supervisão de cuidados);A integração de sinergias locais (networking local e integração dos players: papéis dos criticla players e opinion makers)

Avaliação Contínua: testes presenciais, questionários on-line (20%); trabalhos individuais e de grupo (30%); Análise e discussão de Projecto ou portfólio individual (50%)

Equipa docente

Data 1ª Edição

Neste segundo quadro são esboçados tópicos programáticos para acções de especialização, podendo

algumas disciplinas ou cursos serem desenvolvidos de modo autónomo, para preparar líderes e

profissionais na condução de projectos específicos.

Neste sentido, destacam-se, a título de meros exemplos, os seguintes cursos (estão destacados):

Competências e skills técnicos dos CCI (12 áreas de cuidados);

Tutorship e mentoring das redes de cuidadores informais;

Page 52: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

52

ÁREAS DE

FORMAÇÃO

TEMAS CHAVE DESTINATÁRIOS

A MARCA DISTINTIVA

DA REDE CCI

Carta de Valores (do conhecimento às atitudes) da Rede CCI –

espaço de confiança, bem-estar, autonomia e aprendizagem?

Alinhamento e convergência das práticas de governação e

liderança da Rede,

Práticas de atracção e envolvimento dos cidadãos e das suas

redes de confiança,

Inclusão e participação das redes e actores locais (construção

bottom-up),

Compromissos com os cidadãos e parcerias com os outros

níveis de cuidados?

A Rede enquanto espaço de inovação e de atracção e retenção

de profissionais de elevado desempenho.

Gestores,

Mentores e

Coordenadores de

Comunicação e

Networking CCI

(garantes da cultura da

Rede)

A CONTINUIDADE DE

CUIDADOS – EQUIPAS

MULTIDISCIPLINARES

NA INTEGRAÇÃO

DOS CUIDADOS24

Políticas e Serviços nos Cuidados Continuados: centralidade da

cidadania,

Clinical Governance nos CCI (do solo practice ao team

practice) e a cadeia de valor CCI,

Competências e skills técnicos dos CCI (12 áreas de cuidados):

comportamento, estimulação cognitiva, necessidades psicológicas e

emocionais, comunicação, mobilidade, nutrição, continência, pele e

viabilidade muscular, respiração, medicação e gestão de

terapêuticas, alterações de estados de consciência, outras

necessidades de cuidados significativos

Médicos, Enfermeiros,

Psicólogos,

Fisioterapeutas,

Terapeutas

Ocupacionais (e outros

cuidadores), com

práticas nos CCI

GESTÃO E

ORGANIZAÇÃO DE

UNIDADES E EQUIPAS

DE CC

Competências de Liderança e Coordenação de Unidades e

Equipas,

Modelos de governance e organização da Rede, das Unidades e

das Equipas,

Planeamento de cuidados, contratualização, painéis de

monitorização e assessment,

Tutorship e mentoring das redes de cuidadores informais,

Gestores,

coordenadores e

profissionais da Rede

com responsabilidades

de Liderança (ou em

processos de sucessão)

24 Cada Tema Chave pode configurar acções e/ou módulos de duração muito variável; serão ministrados em

formato blended ( presencial e elearning) e incluirão trabalho de projecto ou práticas supervisionadas.

Page 53: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 53

VII – Breve Conclusão

A título de mensagens-chave considera-se que em simultâneo com os desafios da qualificação e

desenvolvimento de competências dos profissionais que integram a RNCCI, devem ser iniciadas acções

estratégicas que permitam consolidar, amadurecer e sustentar a própria Rede.

Fazem parte da RNCCI, além dos Profissionais que cuidam, os cidadãos que são servidos e cuidados pela

Rede, as lideranças que mobilizam as práticas, as Equipas que apoiam e acompanham, as Unidades que

cuidam dos cidadão, os parceiros e outros stakeholders locais e regionais.

Falamos de inúmeros seres complexos que fazem a Rede. Também é preciso cuidar deles.

Alguns desafios:

Profissionalizar a RNCCI, retendo e desenvolvendo os “melhores”

Simplificação da governação e da organização, aproximando e dando feedback,

Contratualização de carteiras de serviços e cuidados e por resultados, estimulando a auto-

avaliação dos profissionais e das equipas,

Pensar e avaliar a RNCCI “ de for apara dentro”,

Investir na qualificação das lideranças e na cooperação e parcerias horizontais (inter equipas e

unidades)

Programar e preparar a formação à luz do “triângulo virtuoso” da inovação nos CCI:

investigação CCI – ensino superior CCI – Carteiras de serviços CCI,

Desenhar os circuitos e a organização a partir do “ciclo de vida do cidadão na Rede”,

Convocar e responsabilizar parceiros sociais e redes locais,

Construir redes locais de elevada confiança, que protejam a criação de redes locais de

cuidadores informais,

Desmaterializar procedimentos e rotinas e apostar em SI que dê feedback, promova a

responsabilização e a contratualização,

Dinamizar comunidades de práticas nos CCI e criar “bancos” de práticas de referência em CCI

Page 54: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

54

ANEXOS

Anexo A – Ventilação dos Inquéritos a Lideranças e Profissionais

Anexo B – Focus Groups – Observação e Notação

Anexo C – Comunicação ao 2º Congresso CC (organizado pela UMP)

Page 55: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 55

Anexo A - Ventilação dos Inquéritos a Lideranças e Profissionais

Page 56: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

56

Os anexos A1 e A2 são compostos por extractos de respostas a 2 questões que

integraram os 2 surveys on-line

Descreva as principais tarefas do seu posto de trabalho

Unidade privada de CCI para reabilitação de utentes pós AVC Principais tarefas: estudar a situação do utente antes e depois do AVC, tentar reabilitá-lo para melhorar sua autonomia, tentar readaptá-lo nas AVD lidando com as suas novas limitações

RESPONSÁVEL PELA ECCI, ESTOU NA ÁREA DE GESTÃO , PRESTO CUIDADOS COMO ENFERMEIRA DE REABILITAÇÃO , COM MAIOR INCIDÊNCIA NA ÁREA DOS CUIDADOS PALIATIVOS

Avaliação dos utentes, no inicio do internamento, e a sua evolução ao longo do internamento, com registo diário dos tratamentos Prevenir e retardar o agravamento da sua dependencia Aplicação de tecnicas para facilitação do movimento e da autonomia Alivio da dor

Participação nas reuniões e na preparação da Alta, colaborando com a equipa multidisciplinar

Avaliação inicial e acompanhamento ao longo do período de internamento do paciente e da sua familia/cuidador. Participação nas conferências familiares. Prevenção do luto patológico.

Prevenção e gestão de conflitos na equipa. Participação na organização de eventos realizados pela Unidade.

Humanização e qualidade (acolhimento, avaliação da satisfação, comunicação e gestão de informação);Avaliação psicológica; Colaboração no planeamento das acções e cuidados; Apoio psicológico (individual e/ou familiar); Aconselhamento em saúde (confronto psicológico com a doença, a incapacidade e

o internamento, estratégias de confronto, adesão a tratamentos, mudança de comportamentos e a auto-cuidados); Colaboração no planeamento da alta e na articulação com outros serviços para continuidade dos cuidados (identificação das necessidades, em conjunto com equipa, doente e cuidador, identificação do gestor de caso); Elaboração do relatório psicológico (que deve constar no processo de saída do doente); Consultoria e formação.

Acolhimento do utente / família; • Realização de avaliação psicológica; • Prestação de apoio psicológico ao doente e família na gestão do impacto emocional decorrente da doença e / ou incapacidade; • Aconselhamento em saúde (confronto psicológico com a doença, incapacidade e internamento, adesão a

tratamentos e mudança de comportamentos);

• Promoção da comunicação entre doente, família e equipa; • Promoção de estratégias de coping adequadas (situação clínica, melhoria da utilização do suporte social); • Colaboração no planeamento de cuidados; • Colaboração no planeamento da alta; • Preparação para o luto e apoio psicológico no luto; • Promover o auto cuidado da equipa; • Integrar grupos de humanização e qualidade (avaliação da satisfação, comunicação e gestão da

informação);

Page 57: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 57

• Recrutamento e formação de grupos de voluntários;

• Consultoria e formação; • Colaborar em projectos de investigação na área da saúde.

Visitas Domiciliárias para Avaliação da Condição Funcional do utente, Ensino/Orientação do utente e

cuidadores,avaliação do contexto ambiental com sugestões de melhoria de acessibilidades no interior e ao exterior (barreiras arquitectónicas),adequação de ajudas técnicas e treino de competências necessárias à sua utilização, avaliação funcional e do potencial de reabilitação na referenciação para a RNCCI e para Fisioterapia em ambulatório,prestação temporária de cuidados de reabilitação a utentes com diminuição de funcionalidade ou com condições agudas (patologia respiratória), apoio e referenciação para outros profissionais, participação nas reuniões multidisciplinares, participação no projecto de formação da equipa.

1- Realizar avaliação psicológica dos Utentes de modo a obter-se um diagnóstico e avaliação geral, permitindo o delineamento de estratégias e do plano de intervenção; 2- Organizar os processos psicológicos dos Utentes, mantendo registos datados e assinados; 3- Realizar apoio psicológico, com vista a uma maior auto-estima, melhor adaptação para alterações na

situação de vida, aceitação de uma situação de maior dependência, desenvolvimento de capacidade de falar sobre si próprio e dos seus problemas, alívio de sentimentos de insegurança, apoio no processo de luto, entre

outros; 4- Intervir na crise, sendo feita uma intervenção individualizada em situações em que o comportamento de um Utente se alterou em função de determinado acontecimento, no sentido de tentar restabelecer o seu estado de equilíbrio; 5- Analisar as dinâmicas e os problemas resultantes da interacção entre os indivíduos/Unidade de Cuidados Continuados Integrados/grupo; 6- Criar um espaço de atendimento aos familiares sempre que solicitado;

7- Efectuar estimulação cognitiva que visa a reabilitação e estimulação através de jogos, exercícios e dinâmicas; 8- Realizar Avaliação de Satisfação Anual de Utentes; 9- Realizar Avaliação de Satisfação Anual de Colaboradores; 10- Orientar e prestar apoio técnico aos outros membros da equipa, sempre que solicitado; 11- Colaborar em projectos de apoio;

12- Acolher o Utente admitido, em colaboração com os restantes elementos da equipa, de forma a

proporcionar uma primeira aproximação para a integração e adaptação mútua; 13- Promover a intervenção da família ou amigos na vida institucional em colaboração com toda a equipa técnica; 14- Ministrar formação às Auxiliares de Acção Médica; 15- Realizar uma avaliação psicológica colaboradores e proceder ao seu acompanhamento, se necessário; 16- Participar activamente nas reuniões transdisciplinares semanais.

Avaliar, planear e executar programas específicos de intervenção para cada um dos Utentes, utilizando entre outros meios, o exercício físico, técnicas específicas de reeducação da postura e do movimento, terapias manipulativas e outras; Centrar-se na análise e avaliação do movimento e da postura, baseadas na estrutura e função do corpo,

utilizando modalidades educativas e terapêuticas específicas, com base, essencialmente, no movimento, nas terapias manipulativas e em meios físicos e naturais, com a finalidade de promoção da saúde e prevenção da doença, da deficiência, de incapacidade e da inadaptação e de tratar, habilitar ou reabilitar indivíduos com disfunções de natureza física, mental, de desenvolvimento ou outras, incluindo a dor, com o objectivo de os

ajudar a atingir a máxima funcionalidade e qualidade de vida; Desenvolver acções e colaborar em programas no âmbito da promoção e educação para a saúde;

Visitação Domiciliária para avaliação funcional do utente e referenciação para RNCCI ou fisioterapia em ambultório, avaliação funcional do utente e ensino /orientação do próprio e cuidadores,acompanhamento de

Page 58: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

58

utentes em fase pós alta hospitalar até encaminhamento (em especial AVC e fracturas do MI), cuidados de

fisioterapia a utentes em risco de perda funcional por inactividade e / ou acamamento,tratamento de utentes com patologia respiratória aguda. Referenciação para outros profissionais. Participação nas reuniões multidisciplinares, colaboração no projecto de formação da equipa, registos dos utentes.

Apreciar a avaliação clínica e social os objectivos terapêuticos, constantes de proposta de admissão elaborada pela Equipa de Gestão de Altas (EGA) ou pelo Elemento referenciador do ACES, de modo a determinar num período não superior a 48 horas, a admissão ou readmissão numa das unidades ou equipas da Rede; Assumir os fluxos de referência dos utentes na Rede mantendo diariamente informada a respectiva ECR sobre o ingresso e mobilidade dos utentes e sobre a gestão interna a nível local; Assegurar, sob prévia autorização da ECR, sempre que excedido o período de internamento máximo, previsto para a Unidade da Rede, e após reavaliação da situação, a continuidade do utente na respectiva Unidade; Assegurar após a alta

dos utentes e consoante os casos a sua admissão em outra unidade ou equipa da Rede ; Assegurar após a alta dos utentes e consoante os casos a preparação do regresso ao seu domicílio (assegurar a continuidade de cuidados); Assegurar a articulação com as Unidades e equipas da rede a nível local; Assegurar a articulação entre a ECL e a EGA e/ou elemento referenciador do ACES; Assegurar a articulação com as Unidades funcionais do ACES PVVC, nomeadamente com as USF e UCSP; Assegurar a articulação da ECL com

as demais ECLs; Apoiar e acompanhar o cumprimento dos contratos e utilização de recursos das unidades e equipas da Rede; - Divulgar informação actualizada à população sobre a natureza, número e localização das

unidades e equipas da Rede

Quais os 5 serviços/cuidados essenciais que a sua Equipa/Unidade deverá

prestar dentro de 5 anos

Aumentar o nº de lugares na Rede.

Incentivar a criação de mais respostas domiciliárias em Cuidados Continuados Integrados.

Apesar de não estarmos enquadradas em Unidades parece-nos importante:

- implementar estratégias de qualidade nos cuidados de reabilitação, terapia ocupacional e da fala

- incentivar o treino do auto-cuidado

- promover o ensino de competências ao nível dos cuidadores informais

- promover grupos de suporte/ inter-ajuda aos cuidadores informais

- implementar grupos de supervisão aos profissionais

Os que forem essenciais para se cumprirem as competências descritas no art. 10º do Decreto-Lei

nº 101/2006

1.Garantir a equidade no acesso à Rede e a adequação dos serviços prestados;

2.Garantir a utilização eficaz, designadamente em termos orçamentais, da capacidade instalada nas

unidades prestadoras contratualizadas;

Page 59: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 59

3. Articular com a coordenação da Rede a nível nacional e com as equipas coordenadores locais;

4. Promover condições para assegurar padrões de qualidade no funcionamento e cuidados

prestados pelas equipas e unidades da Rede;

5. Fomentar a articulação dentro da Rede entre os vários parceiros que a integram e com outras

entidades que entendam pertinentes para o exercício das suas competências.

Em complemento dos actuais serviços/cuidados médicos, de enfermagem, fisioterapia e de apoio

psicossocial, prevê-se um incremento em esclarecimentos/informação a familiares de utentes e

comunidade/organismos locais nas adaptações do contexto pós alta dos mesmos utentes.

Eventualmente promover formação em cuidados paliativos dos diversos grupos profissionais.

geriatria, paliativos, reabilitação e convalescença, AVC reabilitação, cuidados especializados a

vegetativos, demência

Orientar e consolidar os planos orçamentados de acção anuais e relatórios de execução;

Promover formação específica e permanente dos diversos profissionais envolvidos na prestação dos

cuidados continuados integrados;

Promover a celebração de contratos para implementação e funcionamento das unidades e equipas

que se propõem integrar a Rede

Promover a avaliação da qualidade do funcionamento, dos processos e dos resultados das unidades

e equipas e propor as medidas correctivas consideradas convenientes para o bom funcionamento

das mesmas;

Gerir a pool de doentes em espera e a articulação das diferentes equipas no sentido de garantir a

equidade no acesso à RNCCI e a agilização dos processos de referenciação e internamento,

diminuindo os tempos de espera.

Planeamento da dinâmica da Rede

Acompanhamento do funcionamento das Unidades de internamento e equipas domiciliárias

Formação dos profissionais e promoção de boas práticas

Divulgação aos cidadãos

Page 60: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

60

Anexo B - Focus Groups – Observação e Notação

Page 61: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 61

ANEXO B - FOCUS GROUPS - OBSERVAÇÃO E NOTAÇÃO

IDENTIFICAR NECESSIDADES DE FORMAÇÃO EM CCI

A presente grelha de ventilação sintetiza os registos dos observadores presentes nos 6 FG. As

grelhas de observação utilizadas integravam espaços de notação dedicados aos 3 casos e

exercícios situacionais: “Os CCI em 2015”, Instalar uma Unidade CCI” e “Instalar uma Rede CCI

em Probliana”.

OS CCI EM 2015

Síntese das principais tendências reveladas na justificação da escolha das imagens (testemunhos

individuais e narrativas grupais, mais comentários fase individual):

Tendências, Desafios, Ameaças, Mudanças nos Cuidados, Mutações nas profissões

Objectivos: Diversidade de respostas (ao encontro de cada caso)

Especificidade de respostas (ao encontro de cada caso) – personalização dos cuidados

Qualidade (das respostas)

Qualidade de vida para os utentes

Segurança

Conforto

Tranquilidade

“Desinstitucionalização”

Promoção da autonomia

Evitar o isolamento e solidão

Alegria dos utentes – devem aprender a viver com alegria mesmo com dependências

Integração do utente no seu domicílio, verificando as condições para tal se concretizar

Respostas temporárias (evitar a institucionalização dos cidadãos)

Alargamento da rede – que abranja mais pessoas

Melhoria constante dos tratamentos e cuidados oferecidos

Equilíbrio na acessibilidade aos CCI

Meios/formas para obter bons desempenhos: Capacidade de trabalho, saber trabalhar na rede (conhecer as características da rede, dos seus actores

e meios)

Capacidade de trabalho – trabalhar mais para continuar a ter trabalho, importância de se querer trabalhar = vontade, motivação

Trabalho de equipa e aprofundar a multidisciplinaridade

Troca de conhecimentos, linhas de acordo = trabalho de equipa

Competências de comunicação, articulação e diálogo dentro da equipa, da rede e com os utentes e famílias, estabelecendo uma maior proximidade entre os prestadores formais da rede e os utentes e família

Objectivos da rede e do trabalho desenvolvido – têm de ser bem definidos

Objectivos comuns entre as equipas e colaboradores – coesão, união de esforços, seguir a mesma direcção

Equilíbrio na acessibilidade aos CCI, foco para os cuidados paliativos

Avaliação das necessidades para poder oferecer uma resposta

Page 62: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

62

Trabalho com as famílias – gerir as suas expectativas

Ajustar as expectativas de todos envolvidos

Proporcionar aos utentes: melhor estado de saúde, valorização, melhor auto-estima, identidade, respeito pela sua individualidade, não infantilização dos idosos,

Maior articulação com os outros níveis de cuidados de saúde, redes comunitárias e sociais – estabelecer parcerias favoráveis

Maior especialização e tecnologia dos tratamentos – em diferentes áreas (como reabilitação, demências, etc.)

Adaptação das unidades e serviços aos utentes e não o contrário – respeito pela sua cultura

Personalização dos cuidados

Sítios agradáveis para os utentes

Trabalho contínuo – necessidade de continuar a construir e manter o que foi feito

Maior integração dos CCI na comunidade: construção de unidades mais próximas das pessoas, das famílias, que permitam um melhor e mais rápido regresso a casa

Trabalhar a rede de afectos

Reflexão – nas problemáticas, nas respostas que têm de ser dadas, nos recursos que a rede tem, no acesso que as pessoas têm à rede… etc.

Satisfazer as necessidades dos utentes, das famílias e dos profissionais da rede

Recursos disponíveis para os profissionais poderem realizar o seu trabalho

Criar os mecanismos necessários ao bom funcionamento da rede

Ajustamentos técnico-científicos – por exemplo o aumento da cronicidade das doenças – mudanças necessárias nas respostas a dar

Avaliação do trabalho desenvolvido na rede para reajustamentos e continuar a trabalhar (auto-avaliação)

Encontrar soluções equilibradas e sustentáveis

Adoptar meios, tecnologias simples, tal como as pessoas, mas perceber o que funciona

Maior proximidade entre os serviços/unidades – adaptação à realidade local, ao contexto e vida das pessoas

Conseguir prever riscos

Elementos de equipas que sejam jovens ???

Características/perfis dos prestadores (colaboradores da rede): Alegria

Humor

Esperança

Saber ouvir os utentes

Valorização da família

Disciplina

Saber lidar com a adversidade

Determinação

Características da rede (que têm ou que devem ter): Modelo sólido

Flexível

Humana (humanização dos serviços)

Responsável

Liderança forte

Estrutura sólida

Aberta à comunidade

Determinação

Alegria

Esperança

Page 63: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 63

Construída de forma equilibrada

Construída de forma sustentada

Dilema entre maior especificidade ou maior flexibilidade

“Marca que já deixou ou pretende deixar” = identidade, objectivos = serviço de qualidade

Características da população alvo: Vulnerabilidade

Fragilidade

Insegurança

Instabilidade

Isolamento

Solidão

Dependência

“INSTALAR UMA UNIDADE CCI”

SInalizar competências, responsabilidades, requisitos, factores de preferência para cada uma das

Profissões

Médico Especialidade ou formação:

Generalistas - MGF

Medicina Interna

Fisiatria

Neurologia

Geriatria

Paliativos

Consultoria

Área médico-cirúrgica

Reabilitação

Anestesistas

Psiquiatria

Nutrição

Competências técnicas e/ou experiência:

Experiência profissional na área

Cuidados primários ou hospitalares

Disponibilidade para aprender competências técnicas fortes – como análise e observação de casos

Experiência hospitalar e/ou na rede

Controlo de dor

Experiência em CC e Paliativos

Comunicação eficaz

Relação interpessoal

Qualidade

Conhecimento população alvo

Multidisciplina

Voluntariado

Competências pessoais:

Page 64: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

64

Humanização

Capacidade de adaptação

Disponibilidade

Flexibilidade

Capacidade de liderança e decisão clínica

Enfermeiro Especialidade ou formação:

Generalistas

Reabilitação

Paliativos

Geriatria

Médico-cirúrgico

Nutrição

Competências técnicas e/ou experiência:

Continência

Cuidados com a pele

Controlo de infecções

Treino e experiência em tratamento de feridas

Controle de dor

Ter experiência profissional

Misto de experiência na área e enfermagem e recém-licenciados

Capacidade de identificação de complicações

Capacidade de ensino às famílias

Ajudas técnicas

Relação terapêutica

Competências pessoais:

Escuta activa

Psicólogo Especialidade ou formação:

Clínico

Organizacional – para a própria equipa, visando a componente relacional, supervisão,

interdisciplinaridade

Psicologia do luto

Estimulação cognitiva/neuro-cognitiva (em geral, área das demências e do envelhecimento)

Terapia familiar

C. Continuados

C. Paliativos

Competências técnicas e/ou experiência:

Intervenção a nível familiar

Avaliação das necessidades psico-emocionais

Pratica com idosos

Avaliação psicológica

Psicoterapia

Apoio psicológico familiar

Dinâmica de grupo

Page 65: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 65

Fisioterapeuta Especialidade ou formação:

Traumatologia

Neurologia

Reabilitação

Cuidados paliativos

Promoção da autonomia

Estimulação cognitiva na área das demências

Competências técnicas e/ou experiência:

Neurologia

Traumatologia

Reabilitação

Recuperação pós AVC

Treino em Recuperação/reabilitação neurológica

Treino em reabilitação motora

Cuidados paliativos

Estimulação cognitiva na área das demências

Ajuda técnica

Competências pessoais:

Perseverança

Pessoas dinâmicas

Polivalência

Imaginação

Aspectos transversais

Competências pessoais: Capacidades de comunicação adequadas Competência de liderança

Motivação e gosto para trabalhar nos CCI Dedicação Capacidade de gestão, organização e planeamento Gestão do tempo

Gestão de recursos humanos e materiais

Capacidade de gestão de conflitos, gerir sinergias na equipa

Capacidade de coordenação

Autonomia

Simpatia

Curiosidade/interesse intelectual na área

Capacidade de trabalhar em equipa, de trabalhar com as opiniões dos outros

Capacidade/aptidão para a mudança

Perfil relacional e comportamental

Capacidade de trabalhar por objectivos

Capacidade de liderança de uma equipa focada no utente

Destreza

Humildade/humanidade

Capacidade de diálogo

Imaginação

Disponibilidade para aprender

Sensível

Capacidade para motivar o resto da equipa

Page 66: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

66

Dinamismo

Disponibilidade

Competência humana e relacional

Optimismo e sentido de humor

Relação interpessoal

Experiência profissional e recém-licenciados (para ocupar diferentes posições)

Competência técnico-cientifica

Competência emocional

Bioética

Perfil de resiliência

Perfil para prestar cuidados humanizados

Qualidade

Profissionais jovens para dar alegria aos utentes

Saber articular com a família e ênfase na importância da família

Pluridisciplinaridade

Trabalho interdisciplinar

Visão integrada

Voluntariado

Técnicos da área de residência

Controle custos

Formação transversal:

Gerontologia Geriatria Reabilitação funcional Formação em paliativos

Competências técnicas transversais: Controle de infecção

Elaborar o Plano Individual de Intervenção em equipa Responsabilização, supervisão e identidade do grupo

Conhecimentos na área do planeamento de altas

Capacidade de planificação e gestão dos cuidados, nomeadamente dos recursos, orientada para os

objectivos dos utentes

Competências específicas em CCI:

Conhecer população-alvo

Conhecimento rede

Conhecimentos dos mecanismos da rede

Formação em CCI

Perceber o conceito de rede

Formação/ experiência em cuidados continuados

Gosto pela população

MOBILIDADE DEVIA SER FACILITADA

REDE EM TERMOS DE TIMING É MUITO ESTANQUE

SABER SER E SABER ESTAR: NAO ESTAMOS PREPARADOS, TEMOS DIFICULDADE

Page 67: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 67

INSTALAR UMA REDE CCI EM PROBLIANA

Que estruturas de gestão, coordenação e prestação de cuidados?

Estruturas de gestão: regional – mais centralizado (post-it 5)

Níveis de gestão: regional e local

n.º 3 – distribuição por equipas (das áreas de intervenção)

ECL – dificuldade de distribuição dos circuitos e/ou procedimentos; coordenado por alguém que dê mais tempo

à equipa, e que seja profissional de saúde

n.º 2 – competências transversais aos 2 níveis de gestão/coordenação

diversidade regional no que se refere às funções das ECL e ECR (maior ou menor autonomia conforme a região)

Mantêm a organização actual da Rede.

Foram referidos os aspectos seguintes:

“Necessidade de ter profissionais a tempo inteiro;”

“Necessidade de articular o trabalho das várias equipas;”

“Clarificar circuitos / procedimentos;”

“Importância do trabalho em equipa.” Proposta de haver duas tipologias:

juntar a convalescença com a média duração

longa duração (paliativos e manutenção/reabilitação) – pode depender dos cuidados médicos que os

utentes precisem (estrutura mais pesada para população com maiores necessidades de cuidados

clínicos/médicos e uma estrutura mais leve para população com menores necessidades)

Unidades de dia com internamentos de retaguarda

Centros de dia para demências

Equipas integradas

Ideia dos “vouchers” – capacidade de gerir as vagas, as referenciações

Estudos de caso – supervisão clínica

ECL – irem às reuniões dos casos internados

Estilos pessoais e características geográficas e sociais/sociológicas determinam as práticas mas também a

coordenação/gestão

Recomendar que abaixo do ministro, estejam gestores/coordenadores técnicos/profissionais (e não políticos)

Problemas referidos na rede, actualmente:

ao nível da ECR (coordenação) existem tarefas/responsabilidades que ficam limitadas devido a questões

de tempo

ausência de rotina de procedimentos ainda noutros níveis dos cuidados de saúde – que vão atrapalhar

os procedimentos na rede – conflito de procedimentos entre os outros níveis de saúde e os da rede

as instâncias que avaliam, referenciam e quem atribui/aloca as vagas terão de ser diferentes – para uma

maior isenção

Como grande objectivo - as pessoas terem menos anos dependentes e que o peso da dependência não seja tão

grande

Proposta de estruturas de cuidados:

Unidades convalescença

Unidades de longa duração subdivididas em duas (as que necessitam cuidados clínicos e as que não precisam –

Lares)

Unidades de demências

Centros de Dia com horário alargado

Unidades de Paliativos

Unidades de Noite para resolver problema do isolamento - Respostas centros de noite

Page 68: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

68

Proposta de estrutura de gestão:

Liderança técnica e não política

Manter rede actual mas juntar ECL’s e EGA’s numa equipa - Integrar equipas das EGA’s e ECL’s

Maior poder de decisão e logo autonomia ao nível local

Auditorias

Propostas de alteração à estrutura:

Unificar ECRs e Unidade Missão – ser uma só entidade, pois há sobreposição de responsabilidades

Mais horizontalidade na rede

Proposta de unidades prestação:

- manter as actuais e acrescentar unidades de Saúde Mental, Pediátricos e Centros de Dia

- simplificar a rede para permitir mais mobilidade horizontal e mais autonomia:

unidade de gestão equipa local (de coordenação) < -- > EGA

< -- > Equipa Cuidados Primários

Gestão económica / Jurídica / Clínica seguida de organização clínica e prestadores

Proposta de grupo único de nova estrutura da rede:

Elementos de supervisão:

Equipa Coordenadora do Ministério Saúde + Equipa de Coordenação Regional (formada por 1

elemento de cada equipa local)

Equipa de Gestão Local:

Comunidade < -- > Equipa Clínica (coordenadora local) < -- > Equipa Social

(representantes (representantes de hospitais, (representantes Segurança

Social

de autarquia, cuidados primários e unidades) e Lares)

juntas, parceiros sociais,

vizinhos)

Unidades de Prestação ou Domicílios com apoio

Quais os perfis recomendados (responsabilidades, competências e tarefas) e profissões requeridas

Atributos

Perfis

Responsabilidades Competências Tarefas Profissões

Gestor

Qualquer

profissional

Recursos humanos

Capacidade resolução

problemas

Capacidade decisão

Capacidade gestão

conflitos

Técnico

Disponibilidade

Áreas específicas

Page 69: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 69

Referências e Comentários (incluindo participantes a entrevistar posteriormente e práticas ou

instituições a visitar e observar)

Entrevistar algumas das pessoas que foram convocadas mas que não estiveram presente.

Sugiro :::::::::: da União das Misericórdias.

Boa contribuição do. ::::::::. Seria importante entrevistá-lo e visitar Hospital do Mar.

Boa contribuição da :::::::::::::::::::::::::: de unidade em Ovar

Interessante perspectiva (a aprofundar) :::::::::::::::: - Fisiatra

Page 70: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

70

Anexo C - Comunicação 2º Congresso CC (organizado pela UMP)

Page 71: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 71

A REDE NACIONAL DE CUIDADOS

CONTINUADOS INTEGRADOS

Cultura, Competências e Desafios

2º Congresso Nacional Cuidados Continuados

Lisboa, 26 Nov 11

[email protected]

POAT/FSE: Gerir, Conhecer e IntervirPOAT/FSE: Gerir, Conhecer e Intervir

POAT/FSE: Gerir, Conhecer e Intervir

“Identificar

Necessidades de Formação em

Cuidados Continuados Integrados”

,

Page 72: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

72

Page 73: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 73

Observando as práticas nos CCI: Algumas profissões clínicas

Cultura, Actores e Governance nos CCI: Cuidar “a solo” … “em equipa”?

Famílias de competências nos CCI: desafios presentes. É possívelantecipar respostas?

Processo de Identificação de Competências: envolvimento e participaçãode critical players e líderes de opinião?

Atrair e reter os “melhores” profissionais? Como gerir o Potencial e a performance?

Que soluções formativas? Que dispositivos de formação e qualificação?

Tópicos em discussão

Uma Cartografia de Competências para as Profissões Clínicas

Profissões e Posições analisadas: médico, enfermeiro, psicólogo e fisioterapeuta; posições de governação da Rede, coordenação regional e local, equipas CCI, direcção e lideranças de unidades; cuidadores informais e familiares de cidadãos em situação de dependência de CCI.

Roteiro

Critical Players & Opinion Makers (70)

Focus Groups + simulação de responsabilidades e posições (6)

Entrevistas face-a-face (10), visitas a Unidades e Equipas (10), surveys on-line (30+70)

Sessões de Debriefing (3) e análise Dacum (2)

Outputs Cartografia de competências para as profissões e posições analisadas;

Distribuição de responsabilidades e competências nos CCIModelo de diagnóstico de Performance & potencial das Equipas Propostas Curriculares e Formação para colmatar necessidades identificadas.

RNCCI– COMPETÊNCIAS E NECESSIDADES DE FORMAÇÃO

Page 74: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

74

Governação & Liderança

Continuidade de Cuidados

Self & Atitudes

Organização & Networking

CCI – CLUSTERS de COMPETÊNCIAS

CCI – Perfil GOVERNAÇÃO & LIDERANÇA

Gestão e Direcção da

Rede e de Unidades

Coordenação de

Equipas e Unidades

Governação & Liderança

Continuidade de Cuidados

Self & Atitudes

Organização & Networking

Page 75: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 75

CCI – CUIDADORES E PRESTADORES

MédicosEnfermeirosPsicólogosFisioterapeutasGovernação Clínica

Governação & Liderança

Continuidade de Cuidados

Self & Atitudes

Organização & Networking

CCI – PROMOTORES & EMPREENDEDORES SOCIAIS

Conectores SociaisGestores de LogísticaDinamizadores da Rede

Governação & Liderança

Continuidade de Cuidados

Self & Atitudes

Organização & Networking

Page 76: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

76

Page 77: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 77

VALORES DRIVERS

(Elementos Motrizes)

ADAPTABILIDADE Evolução , Aprendizagem, Disponibilidade, Resiliência

EMPENHO Dedicação, Participação, Esforço, Orientação para resultados

CONHECIMENTO Rigor, Domínio Técnico, Eficiência, Qualificação, Inovação

RESPONSABILIDADE Qualidade, Eficiência, Profissionalismo, Autonomia

EXCELÊNCIA Organização, Método, Saber, Motivação, Inovação

CONFIANÇA Fiabilidade da Equipa, Segurança, Compromisso com os

Cidadãos

ESPÍRITO DE EQUIPA Interdependência, Partilha de Objectivos, Melhoria Contínua,

Ambição

Valores que marcam a cultura da RNCCI

Elementos motrizes e Qualidades que

energizam os Valores

O Processo DACUM: Mapeamento de competências

chave comuns e específicas.

Page 78: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

78

Short list com as 5 competências chave de cada cluster estratégico do Perfil

GOVERNAÇÃO & LIDERANÇA

Short list com as 5 competências chave de cada cluster estratégico do Perfil

CUIDADORES & PRESTADORES

Page 79: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 79

Short list com as 5 competências chave

de cada cluster estratégico do Perfil

PROMOTORES &EMPREENDEDORES

SOCIAIS

RNCCI

MATRIZ DE CARGOS E PROFISSÕES A ESTUDAR

Gestão e Coordenação RCCI Gestão Prestação Cuidados Prestação Cuidados Rede (Organização e Networking)

Cargos & Responsabilidades

Profissões

Governação RNCCI Gestão ARS e ECR ECL Gestão Unidades Responsabilidades Clínicas, Assistenciais, Técnicas

Responsabilidades Comunicação, Organização,

Conhecimento

MÉDICO

ENFERMEIRO

PSICÓLOGO

FISIOTERAPEUTA

……

Global matrix for fixingkey competences , crossing jobs and

positions

Page 80: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

80

OUTPUTS dos FOCUS GROUP

Profissão/Cargo analisado:___________________________________ Data ___/___/___ Local _____________

Participantes __________________________________________________________________________________

Facilitador & Observador(es)_____________________________________________________________________

Descritores &

Analisadores

Competências

Valor

crítico

Standards, Protocolos

Normas, Orientações

Tecnologias sensíveis

Contextos e Condições

Conhecimentos

Aptidões

Atitudes

(Refª P-D-C-A)

Resultados e Evidências

(Referências para

Objectivos de

aprendizagem e tarefas

curriculares

fundamentais)

Outputs from FG andDACUM process:

Competences, criticalvalue, Standards,

guidelines, knowledge, skills and attitudes,

Outcomes

Important analysis for

ECVET process.

With this form we can

work the ECTS.

After is possible to

“negociate” with

qualifications authorities

the levels of qualifications

of our curricula!

HARD JOB!!!

Mapeamento de Competências das Coordenação de ECCI - Esboço de portfólio (simulação)

Competências

(exemplos)

Valor crítico· (Importância X Dificuldade) EVC - Elevado valor crítico; MVC – Médio valor crítico; BVC – Baixo valor crítico; SVC – Sem valor crítico

Standards, Normas,

Orientações técnicas (relativos

a processos e tecnologias OPE)

Conhecimentos Aptidões Atitudes (inclui valores e

qualidades profissionais exigidos pelas competências)

Resultados esperados·(evidências das competências, em termos de autonomia e responsabilidade)

Competências transversais (exº): - Trabalhar em Equipa, no ambiente da ECCI

- Desenvolver coaching técnico e de Equipa

- Promover comunicação eficaz com utentes e stakeholders (internos e externos).

EVC

Metodologia Formação em Local: Hora Saber + ECCI e Hora Pessoa; Referencial European Coaching Academy

Conhecimento Processos-chave ECCI; inovação; reflexão crítica; comunicação;

Desenho, condução e avaliação de 20 sessões Hora Pessoa e 15 sessões Hora Saber + OPE; Melhoria do índice produtividade da Equipa = 0,05%

Competências de Coordenação Técnica (exº): - Programar, executar e avaliar a distribuição do trabalho na Equipa - Orientar e treinar a execução dos cuidados a úlceras -Orientar a Equipa na implementação de respostas técnicas em momentos de tensão e crise …

EVC

Protocolo de coordenação de equipas em contexto de tensão. Protocolo de segurança. Programa de auto-formação em gestão de crises.

Adaptabilidade; transparência, coerência e comunicação com a equipa; auto-diagnóstico e aprendizagem

Redução do absentismo em 1%;melhoria da capacidade de resposta da equipa, através da redução de 30% de não conformidades e de reclamações

Competências emergentes (Exº): Orientar e gerir equipas multiculturais -Dominar um idioma e os hábitos culturais da principal comunidade emigrante do ACeS

Focus Group output exemples

Page 81: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 81

PROFISSÕES

ÁREAS DE CUIDADOS Médico

Enfermeiro Psicólogo Fisioterapeuta Competências mobilizáveis

(exemplos não exaustivos)

Comportamento

++ ++ ++ ++ Identificar e estabilizar: atitudes de agressão e violência, desinibição severa,

interacções ameaçadoras, resistência aos cuidados imprescindíveis,

significativas alterações do estado mental, frustrações descontroladas em

contextos de difícil comunicação, interferências inapropriadas com outrem,

riscos evidentes de auto-mutilação e suicídio;

Estimulação Cognitiva

+ ++ +++ ++ Reconhecer, diagnosticar e cuidar de: dificuldades de

aprendizagem e desorganização perceptiva,

associadas a desordens degenerativas, dificuldades

cognitivas, alterações das noções de tempo e

espaço;

Necessidades Psicológicas e

Emocionais

++ ++ +++ ++ Avaliar e cuidar de: descompensações emocionais severas,

bloqueios emocionais com incapacidade de expressão

emocional; alucinações, quadros de ansiedade e stress,

diagnosticar necessidades emocionais (laços afectivos, a perda,

o luto);

Comunicação

++ ++ ++ ++ Identificar dificuldades e bloqueios na comunicação e

expressão, explorar ajudas e meios facilitadores da

comunicação e expressão de necessidades

Mobilidade

++ ++ + +++ Avaliar níveis de autonomia e riscos de mobilidade e quedas,

proporcionando ajudas e outros meios redutores de riscos;

proporcionar actividade e estimulação motora que proporcione

níveis de autonomia adequados;

Nutrição - alimentação

e bebidas

+ ++ ++ ++ Reconhecer, sinalizar e minorar riscos de subnutrição, desidratação e aspiração; contribuir para a (re)educação de hábitos alimentares saudáveis, estimular a autonomia na alimentação ; acompanhar com rigor

casos de dependência total ou parcial em termos de nutrição; supervisionar situações de subnutrição, desordens alimentares e casos de nutrição assistida;

Continência

++ ++ ++ ++ Identificar e acompanhar situações de incontinências, assim como programas de controlo ou de redução de desconforto e reforço da auto-estima; acompanhar e reportar riscos associados à incontinência

(infecções, obstipações e dispositivos aplicados);

Pele (incluindo viabilidade muscular)

++ +++ + +++ Sinalizar, reportar (e tratar) lesões, úlceras, feridas; acompanhar a monitorização destes quadros clínicos, contribuindo para o bem-estar e conforto do cidadão;

Respiração

+++ ++ + +++ Reconhecer, reportar (e cuidar) dificuldades respiratórias, activando os protocolos acordados; verificar medicações e mecanismos de ventilação nas situações protocolados;

Medicação e Gestão de Terapêuticas (controlo de sintomas)

+++ ++ + ++ Assegurar e acompanhar a administração adequada das medicações prescritas; reportar situações de dor, desconforto ou de risco ou alterações associados à toma de medicamentos, particularmente em

cidadãos com níveis de autonomia e/ou decisão precários;

Alterações dos Estados de Consciência

++ ++ +++ ++ Identificar e reportar alterações no estado de consciência, especialmente em cidadãos com riscos e história clínica reportada (p. ex., AVC, Epilepsia, etc.);

Outras necessidades de cuidados significativos

+ + + + Sinalizar e reportar comportamentos, quadros anómalos, crises ou situações não esperadas, em cidadãos cujos comportamentos se conhecem e/ou são estáveis.

Cruzamento das Áreas de Cuidados e das

Responsabilidades das profissões com as

competências requeridas

Page 82: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

82

Consolidação da Afiliação… a análise de competências é processo exigente!

0 3,5 7

Potencial (knowledge, skills, competences)

Per

form

an

ce (

ou

tco

mes

, a

chie

vem

ents

)

3,5

7

REFLECT

CARE

COACH

LEADERS

GOVERNANCE OF PEOPLE &TEAMS

Page 83: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 83

? 0 3,5 7

Potencial (knowledge, skills, competences)

Per

form

an

ce (

ou

tco

mes

, a

chie

vem

ents

)

3,5

7

REFLECT

CARE

COACH

LEADERS

GOVERNANCE OF PEOPLE &TEAMS

? 0 3,5 7

Potencial (knowledge, skills, competences)

Per

form

an

ce (

ou

tco

mes

, a

chie

vem

ents

)

3,5

7

REFLECT

CARE

COACH

LEADERS

GOVERNANCE OF PEOPLE &TEAMS

Page 84: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

84

?0 3,5 7

Potencial (knowledge, skills, competences)

Per

form

an

ce (

ou

tco

mes

, a

chie

vem

ents

)

3,5

7

REFLECT

CARE

COACH

LEADERS

GOVERNANCE OF PEOPLE &TEAMS

?0 3,5 7

Potencial (knowledge, skills, competences)

Per

form

an

ce (

ou

tco

mes

, a

chie

vem

ents

)

3,5

7

REFLECT

CARE

COACH

LEADERS

GOVERNANCE OF PEOPLE &TEAMS

Page 85: DIRECTÓRIO DE COMPETÊNCIAS, NECESSIDADES FORMATIVAS, … · V.1 – Enquadramento do Diagnóstico de Necessidades Formativas V.2 – O Assessment na RNCCI: Diagnóstico de Potencial

Página 85

Designação do Curso CONTINUIDADE DE CUIDADOS - A Gestão de Equipas Multidisciplinares na Integração dos Cuidados

População Alvo Médicos, Enfermeiros, Psicólogos, Fisioterapeutas, Assistentes Sociais, Terapeutas Ocupacionais e Nutricionistas (com experiência mínima de 2 anos nos cuidados continuados integrados), com responsabilidades de gestão e liderança de Equipas e Unidades

Tipologia Pós-graduação

Duração 240h

Objectivos Evoluir do solo practice para o team practice dos profissionais, com focalização no cidadão e nas “carteiras” de serviços e cuidados continuados (posicionamento das intervenções clínicas, sociais e organizacionais no “pipeline” CCI, à luz da cadeia de valor e numa lógica de accountability);Consolidar perfis de liderança que garantam alinhamento de culturas e práticas organizacionais, favorecendo a emergência de um “leadership brand” nos CCI;Integrar práticas e desmaterializar procedimentos, através da utilização de instrumentos colaborativos que garantam um único plano integrado de cuidados por cidadão e um único processo clínico por cidadão;

Metodologias Ensino e Aprendizagem

80h – Sessões presenciais - Métodos de estudo de caso e Problem Based Learning (PBL); análise e discussão de Projectos e Portfólios,80h – Formação a distância (Plataforma Moodle) – análise crítica de textos e práticas de referência, seguidos de reflexão crítica inter-pares; trabalhos teóricos e práticos individuais e em grupo; resolução de casos; 80h – Estágios supervisionados, acompanhamento de projectos de investigação e execução de trabalhos de campo e visitas técnicas, com elaboração e discussão de relatórios;

Módulos & Programa

Posicionamento dos CCI nos sistemas de saúde e social (relações e “tensões” entre sistemas, players, abordagens e práticas); Os cidadãos fragilizados e com necessidades de cuidados integrados: tendências e cenários de evolução da continuação de cuidados; principais desafios à RNCCI, às equipas e às unidades: os CCI em 2015. A Rede Nacional de CCI (cidadãos e beneficiários, a prestação de cuidados, funcionamento e organização das unidades, a gestão deunidades e equipas, a clinical governance e a gestão estratégica);As Competências Intra e Interpessoais (self) dos profissionais, o trabalho colaborativo presencial e a distância (o networking e a partilha e disseminação de práticas);Competências de liderança e coordenação de unidades e equipas (o tutorship e supervisão das redes de cuidadores informais),Competências e skills técnicos & clínicos específicos dos 12 domínios dos cuidados continuados (…)Organização e gestão de unidades e equipas (modelos de organização do backoffice: da rede, das unidades e das equipas; a integração de sistemas de informação: processos clínicos, planos individuais de cuidados, referenciação e supervisão de cuidados);A integração de sinergias locais (networking local e integração dos players: papéis dos criticla players e opinion makers)

Avaliação Contínua: testes presenciais, questionários on-line (20%); trabalhos individuais e de grupo (30%); Análise e discussão de Projecto ou portfólio individual (50%)

Equipa docente

Data 1ª Edição

Proposta de Pós Graduação “Continuing

of Care –Multiprofessional Teams

Management Focusedon Care Integration”

Obrigado pela vossa

paciência!

[email protected]