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[EDITORIAL

Algo parece certo na atualidade: não é mais possível viver sem a internet. Ela reconfigurou nossas relações sociais, modificou nosso modelo de participação política e transformou nossa forma de vivenciar o lúdico. Mexeu também com a nossa ideia de tempo, já que fomos (e somos) ‘obrigados’ a reorganizar nossa ideia de prioridade, de observação da realidade e de estilo de vida. Temos mais acesso a conteúdo num único dia, do que poderia ter uma pessoa, em toda sua vida, há menos de meio século. Contudo, é bem provável, inclusive porque sabemos que não existiu ‘época de ouro’, que isso não nos tornou pessoas melhores ou piores, mas certamente diferentes.

Temos ouvido recorrentemente, apesar de uma série de esforços jurídicos de regulamentação, de que a internet é uma “terra sem lei”. Há, sem dúvida, nessa afirmação, elementos de verdade. Vidas são recorrentemente expostas, sem que se consiga (quando se consegue!), depois de difundida a informação, que a dignidade seja recuperada na mesma proporção. Desde esse ponto de vista, vivemos uma tirania da intimidade (minha e do outro); tudo precisa ser exibido para ganhar os likes necessários em nome da plena felicidade. Por outro lado, é inegável a contribuição da internet para a melhoria do planeta e da nossa

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existência nele. Entre outras coisas, ela já mobilizou revoluções, derrubou ditadores, transformou positivamente realidades e deu voz a um corpus social antes invisível e à margem de tudo. Nessa fronteira virtual, de lei ainda precária, estamos aprendendo a reconstruir a ideia de individualidade e de coletividade.

Nova ágora, a internet é o lugar da agonistica contemporânea, onde posições contrárias se encontram e se confrontam, gerando tanto caminhos de diálogo como de intolerância. Nesse sentido, se acreditamos de fato que ela é uma ferramenta, logo iremos concluir que somos nós que precisamos crescer em humanidade para assim colocá-la em seu devido lugar: a de mediadora de relações, de transmissora de conhecimento e de articuladora de ideias para a construção de um mundo mais tolerante, onde as diferenças não se fundem, mas se tocam, num constante processo de revisão e reconstrução de identidades.

Com este boletim, queremos convidar educadores e jovens para que assumam a responsabilidade de tornar a internet um “espaço virtual-real” no qual é possível viver experiências éticas e estéticas que respeitem e potencializem o ser humano e a sua

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dignidade integral. Talvez tenha chegado o momento, como propõe Victor Hugo, em relação ao dinheiro, no seu famoso poema Desejos, de colocarmos a internet na nossa frente, para “(...) que fique bem claro quem é o dono de quem”.

Boa leitura!

Fabiano Incerti Diretor do Instituto Ciência e Fé PUCPR

Rodrigo de Andrade Especialista do Observatório das Juventudes PUCPR

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1. C U L T U R A D I G I T A L

De acordo com a União Internacional de Teleco-municações (UIT), 94% dos jovens entre 15 e 24 anos nos países desenvolvidos estão online. Nos países em desenvolvimento este número ronda os 65%. Esta presença massiva de jovens nas redes sociais e o modo como as tecnologias digitais intervêm nas relações e processos de subjetivação da juventude costumam aparentar uma relação direta entre cultura juvenil e cultura digital. O conceito de cultura juvenil está associado à forma como os jovens “tornam sua” ou reinterpretam a cultura na qual vivem. Nesse sentido, compreende-se que as tecnologias digitais de informação e comunicação não estão associadas exclusivamente ao universo juvenil, mas a uma cultura mais ampla que impacta toda a sociedade.

De acordo com o pesquisador José Antonio López Ruiz, do Observatório da Juventude na Ibero-América, a Internet pode ser compreendida como uma

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forma de cultura e, simultaneamente, como um produto cultural. Entendê-la como Cultura significa reconhecer que existe na rede uma espécie de realidade paralela na qual as relações online alcançam certa independência daquelas que as pessoas realizam na vida offline. Nesse sentido, a internet é um canal de comunicação que cria novas formas de relações sociais, na qual os laços que unem as pessoas podem romper barreiras de espaço e tempo, não correspondendo necessariamente a uma relação física cara-a-cara.

Por outro lado, ao conceber a Internet como um produto cultural, aceita-se que a rede seria dependente das experiências subjetivas e imaginárias, das estruturas e lógicas econômicas e, em definitivo, de todos os sistemas socioculturais vigentes. A partir deste ponto de vista é possível compreender que a Internet, mais do que gerar um mundo virtual com características próprias, reflete as condições que já existem na sociedade, fazendo o que sempre era feito, mas agora com novos meios. Exemplo disso são os chamados discursos de ódio, cujas vítimas têm aumentado principalmente entre os jovens.

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Um estudo da University College London, que contou com a participação de 11 mil jovens, indicou que 40% das meninas e 25% dos meninos entrevistados já foram vítimas de algum tipo de discurso de ódio na internet.

Entre os brasileiros, 29% dos jovens já passaram pela mesma situação, o que classifica

o Brasil como o 2º país com mais casos de cyberbullying no mundo, ficando atrás

somente da Índia, que tem 37%.

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Valendo-se da sensação de anonimato online, pessoas e grupos veiculam mensagens e conteúdos que violam os Direitos Humanos, propagando o ódio, a intolerância e desrespeitando a dignidade das pessoas. Há quem justifique tais práticas como brincadeiras ou liberdade de expressão.

2. D I S C U R S O

D E Ó D I O

A liberdade de expressão é um direito humano fundamental expresso no artigo 5º da Constituição brasileira de 1988. Entretanto, este direito não pode ser compreendido de forma absoluta, conforme aponta o advogado João Jacinto Anhê Andorfato, pois encontra seu limite quando coloca em risco a liberdade e a integridade física, psicológica e social de qualquer indivíduo. Portanto, discurso de ódio não é liberdade de expressão.

Confira: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/redes-sociais-liberdade-de-expressao-nao-e-direito-a-ofensa/

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Só a SaferNet, uma organização não governamental que visa defender e pro-mover os direitos humanos na Internet, já recebeu mais de 2 milhões de de­núncias de conteúdos de ódio desde 2006. A série histórica mostra que há picos de denúncias, normalmente relacionados a eventos fora da internet, como em épocas eleitorais, quando os ânimos se acirram.

De maneira geral, os discursos de ódio são formas de expressão que propagam, incitam, promovem ou justificam o ódio racial, a xenofobia, a homofobia, o antissemitismo e outras formas de ódio baseadas na intolerância.

new.safernet.org.br

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é o número de denúncias relacionadas a crimes de ódio recebidas pela SaferNet Brasil desde 2006

2.061.141

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discurso de ódioracismo misoginia

homofobia

xenofobiaxenofobiaintolerância religiosa

ciberbullying

ciberbullyinghomofobia

discurso de ódio

racismo misoginia

homofobia

xenofobiaintolerância religiosa

ciberbullying

ciberbullyinghomofobia

discurso de ódioracismomisoginia

homofobia xenofobia

xenofobia

intolerância religiosa

ciberbullying

ciberbullying

racismo

xenofobia

xenofobiaciberbullying

ciberbullying Nem tudo é discurso de ódio.

Banalizar o termo pode fazer com que discussões relevantes e de interesse público possam ser retiradas do ar, sem que necessariamente sejam violações de direitos. Além disso, uma abordagem excessivamente punitiva pode levar ao aumento no monitoramento de mensagens, em uma patrulha do discurso e até à censura.

ATENÇÃO!

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Alguns discursos e crimes de ódio mais comuns

CIBERBULLYING

O Ciberbullying é a modalidade virtual do bullying, que é identificado pelas intimidações repetitivas principalmente entre crianças e jovens, mas com características próprias, pois tem um efeito multiplicador e de grandes proporções quando acontece na web. Nessa modalidade de bullying, as tecnologias como celulares e as câmeras fotográficas, e os ambientes como as redes sociais, servem para produzir, veicular e disseminar conteúdos de insulto, humilhação e violência psicológica que provocam intimidação e constrangimento dos envolvidos. Três aspectos centrais caracterizam tanto o Bullying quanto o Ciberbullying:

• Comportamento intencional de perturbar, intimidar ou agredir.

• Repetição ao longo do tempo.

• Desequilíbrio de poder.

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RACISMO

O racismo é um caso particular de discriminação em que o indivíduo, pelas características físicas que determinam sua raça, pode sofrer tratamentos diferentes que ofendem sua dignidade e interferem em suas oportunidades sociais e econômicas, o colocando como alvo de segregação. Qualquer pensamento ou atitude de separação por raça é classificado como crime de racismo.

O racismo corresponde a 28% entre as denúncias de crimes de ódio

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MISOGINIA

Trata-se de material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de ideias ou teorias que incitem o ódio, a discriminação ou violência contra a mulher em razão da sua condição femi-nina. No Brasil, apesar da lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) proteger as mulheres em situação de violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, estas violações continuam sendo praticadas, incitadas ou difundidas pela internet.

HOMOFOBIA

Homofobia ou lgbtfobia é um comportamento preconceituoso e discriminatório contra a população LGBT+. Recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada um crime equivalente ao racismo (Lei Federal 7716/89).

69% das vítimas que procuram ajuda no Helpline da SaferNet são mulheres

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INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Intolerância religiosa é um termo que descreve a atitude caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças ou crenças religiosas de terceiros. Com base na Lei 7.716 de 1989, comete este crime quem pratica, induz ou incita a discriminação ou preconceito de cunho religioso.

Em 2018, a SaferNet Brasil recebeu 884 denún-cias de Intolerância Religiosa envolvendo 574 páginas na internet. Destas, 51 foram removidas.

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XENOFOBIA

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) define xenofobia como atitudes, preconceitos e comportamentos que rejeitam, excluem e frequentemente difamam pessoas, com base na percepção de que eles são estranhos ou estrangeiros à comunidade, sociedade ou identidade nacional. A partir dessa definição, entende-se qualquer forma de violência baseada nas diferenças de origens geográfica, linguística ou étnica de uma pessoa como xenofobia. De acordo com o relatório da Secretaria Especial de Direitos Humanos, publicado em 2018, houve um crescimento de 633% das denúncias de xenofobia no Brasil em comparação com 2014.

9.486 denúncias de Xenofobia na internet foram registradas pela SaferNet Brasil em 2018.

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3. C O M O I D E N T I F I C A R ?

A mensagem usa como motivo de

ofensa algum Grupo ao qual eu pertenço,

como o gênero, orientação sexual,

raça, etnia ou religião?

Tudo ok!NÃO

SIM

A mensagem te ofendeu?

SIM

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Foi uma agressão pessoal?

É discurso de ódio! E agora?

Pode ser classificada como injúria, calúnia

ou difamação

A mensagem desumaniza ou pode ofender outras pessoas do mesmo grupo

que eu (negros, mulheres, LGBTS)?

Tenta restringir as liberdades e os direitos desse grupo?

Incita a violência e a discriminação?

Propaga a ideia de superioridade

de uma raça?

Tenta fazer parecer que esse tipo de manifestação é aceitável e que há

outras pessoas que passam o mesmo?

SIM

SIM

NÃO

Fonte: SaferLab

SIM

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Denuncie!

Proteja­se

Empodere­se

Busque apoio

Manifestações de racismo, homofobia e incitação ao genocídio e à violência são crimes e devem ser denunciadas.

Procure ajuda, proteja suas informações pessoais.

Contra o ódio e a intolerância, ocupe a rede com conteúdo positivo, que valorize a diversidade, o respeito e o debate qualificado

Grupos, coletivos e redes podem te ajudar

Fonte: SaferLab

É discurso de ódio! E agora?

www.denuncie.org.br

new.safernet.org.br/helpline

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4. F A K E N E W S

Associado aos discursos de ódio na internet, outro risco crescente na rede tem sido as chamadas Fake News, quase sempre divulgadas com o objetivo de prejudicar pessoas ou grupos.

Fake news ou “notícias falsas”, em português, são expressões que se popularizaram a partir de 2016, sobretudo durante a campanha presidencial de Donald Trump nos Estados Unidos. Apesar do recente uso do termo, a propagação de notícias falsas não representa uma novidade. Há séculos algumas publicações já divulgavam conteúdo falso, plágios e difamações, feitas por autores anônimos, que distorciam fatos através do apelo ideológico ou emocional. Atualmente, a novidade é o uso da internet e das redes sociais, que facilitam a viralização de notícias, alcançando um amplo público, de forma rápida e sem monitoramento da veracidade dos dados divulgados.

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A produção e veiculação de Fake News constituem um verdadeiro mercado. Esse universo é alimentado por pessoas de grande influência que contratam equipes especializadas nesse tipo de conteúdo viral.

Alguns produtores de Notícias Falsas compram endereços de e-mail e números de telefone celular de milhões de pessoas para “disparar” o conteúdo produzido. Nas redes sociais, criam perfis para espalhar notícias, imagens e vídeos, incentivando seus seguidores a fazerem o mesmo.

O alto investimento em tecnologia e a adoção de estratégias para evitar identificação de quem contrata o serviço e das pessoas que o fazem são mecanismos que dificultam o rastreamento dos disseminadores de Fake News. Além da dificuldade de localização dos culpados, a legislação brasileira ainda não apresenta punição específica para esse tipo de crime.

Compartilhar informações falsas, fotos e vídeos mani-pulados pode trazer riscos, incentivar o preconceito e até resultar em mortes, como apontam os exemplos a seguir:

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LEGITIMAÇÃO DA VIOLÊNCIA

Fake News sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada em

2018, foram espalhadas pelas redes sociais. Entre os boatos,

estava a suposta ligação da vítima com o tráfico. A Justiça do Rio

de Janeiro entrou no caso e determinou a retirada do conteúdo

do ar.

LINCHAMENTO DE INOCENTESEm 2014, moradores de Guarujá-SP lincharam uma mulher até a morte por causa de um boato divulgado no Facebook. Ela foi acusada de sequestrar crianças para fazer rituais de magia negra, no entanto, a informação era falsa.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2014/05/05/morre-mulher-linchada -pela-populacao-no-guaruja.htm

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2018/07/30/interna_politica,698273/fake-news-ameacam-a-vacinacao-no-brasil-e-ressuscitam-doencas.shtml

https://exame.abril.com.br/brasil/noticias-falsas-sobre-marielle-franco-se-espalham-na-internet/

QUESTÕES DE SAÚDE PÚBLICAAlgumas pessoas contrárias ao uso de vacinas disseminam notícias falsas e propagam a informação de que vacinar faz mal, o que é um problema grave, pois a resistência à vacinação coloca em perigo a população.

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Analise

Pesquise

Como identificar e combater fake news?

Antes de compartilhar, analise com calma. Observe se o conteúdo possui palavras em letras maiúsculas, exclamações, abreviações, erros de ortografia e excesso de adjetivos. Desconfie se houver muitas opiniões, títulos sensacionalistas e dados sem indicar a fonte.

Sites com nomes parecidos com o de veículos conhecidos, que não identificam seus autores e não possuem informações de contato são suspeitos. Às vezes, os especialistas consultados nem existem. Vale dar um Google ou consultar algum dos seguintes sites:• Fato ou Fake - g1.globo.com/fato-ou-fake• Aos Fatos - aosfatos.org• Lupa - piaui.folha.uol.com.br/lupa• Boatos - www.boatos.org• E-Farsas - www.e-farsas.com

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Confirme

Denuncie

Cheque se a notícia saiu em algum outro jornal, revista ou site. Tome cuidado, pois um conteúdo falso nem sempre é 100% mentiroso. Às vezes é só um trecho usado fora de contexto ou uma matéria muita antiga compartilhada como nova.

Conheça e utilize as ferramentas de denúncia disponi bilizadas pelas redes sociais (especialmente Face book e Whatsapp). Além disso, é possível reportar denúncias de Fake News ao Ministério Público Federal (www.mpf.mp.br/servicos/sac).

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O Espaço Educativo não é apenas um lugar de produção de conhecimentos, mas também de exercício de valores capazes de alterar comportamentos e produzir atitudes comprometidas com o respeito, a liberdade, a justiça, a democracia e os direitos humanos. Nesse sentido, cabe aos educadores e educadoras, facilitar o debate e promover iniciativas orientadas tanto por um maior entendimento desses conceitos, quanto por uma prática efetiva, cotidiana e ininterrupta de uma cultura de paz. Esses dois âmbitos (teórico e prático) indicam uma tarefa socioeducativa em seu sentido pleno (que une saber e ser) para a qual todos nós devemos estar atentos e efetivamente envolvidos, testemunhando valores, agindo com entusiasmo e engajamento, ensinando responsabilidades e obrigações, empoderando criti-camente os estudantes, valorizando as diferenças e

E NOSe d u c a d o r e s ?

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similaridades, promovendo atividades de diálogo e compreensão, utilizando metodologias de solução de conflitos de forma respeitosa e autônoma. No caso do uso das tecnologias de informação, que dão livre acesso às redes sociais e todos os demais espaços da internet, precisamos educar para o seu uso, compreendendo-as como espaços políticos que implicam responsabilidade, senso crítico e tolerância. Assim aproveitados, eles podem ser ótimos aliados da educação, facilitadores de interação, diálogo, autonomia e corresponsabilidade dentro e fora da sala de aula. Nosso esforço é um só: fazermos do espaço educativo uma experiência concreta daquilo que queremos para toda a sociedade.

Jelson Oliveira, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia PUCPR.

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HOJE

Digite uma mensagem

Se colocar no lugar do outro é essencial para solucionar conflitos e entrar em um consenso com paz e amor

Seja propositivo! Isto é, avalie o contexto e traga soluções de melhoria

Aceitar as diferenças é importante, viu?

Saiba lidar com os haters*

Esse é o melhor caminho para vencermos a intolerância e promover a igualdade! #XôPreconceito

Comentários negativos estão em todo lugar Por isso, não dê palco para esse pessoal. Tente focar nas coisas boas!

Passo a passo de como cultivar boas práticas nas redes sociais

*hater é um termo usado na internet para classificar pessoas que postam comentários de ódio ou crítica sem critério.

Pratique a Empatia!

Pense antes de agir

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• https://super.abril.com.br/sociedade/como-identificar-e-combater-fake-news/

• https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/o-que-sao-fake-news.htm

• http://saferlab.org.br

• https://new.safernet.org.br/

• https://www.observatoriodajuventude.org/

• https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/07/brasil-e-2-pais-em-que-criancas-e-adolescentes-mais-sofrem-com-bullying-virtual.html

REFERENCIAS

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Waldemiro Gremski ReitorVidal Martins Vice-reitorIr. Rogério Mateucci Pró-reitor de Missão, Identidade e ExtensãoFabiano Incerti Diretor de Identidade Institucional e Instituto Ciência e FéJosé André Azevedo Gerente de Identidade InstitucionalRodrigo de Andrade Especialista do Observatório das JuventudesDouglas Borges Candido Analista de projetosAndrei Souza Santos Analista de comunicaçãoDeborah Naomi Kosaka DesignerAutoresRodrigo de Andrade Especialista do Observatório das JuventudesElisa Tkatschuk Analista de projetosEvelyn Bruna Bonatti dos Santos Acadêmica de Relações Públicas PUCPR

EXPEDIENTE

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V. 5 – Fevereiro de 2020

Boletim De olho nas Juventudes | Observatório das Juventudes

Instituto Ciência e Fé | Diretoria de Identidade Institucional

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

[email protected]

identidade.pucpr.br

(41) 3271-1546

Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho, Curitiba-PR

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