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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL DINO DE TARSO PINHEIRO E PINHO SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDE DE CONCRETO UM ESTUDO DE CASO FORTALEZA 2010

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Page 1: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

ENGENHARIA CIVIL

DINO DE TARSO PINHEIRO E PINHO

SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDE DE CONCRETO – UM ESTUDO DE CASO

FORTALEZA

2010

Page 2: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

ii

DINO DE TARSO PINHEIRO E PINHO

SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDE DE CONCRETO – UM ESTUDO DE CASO

Monografia submetida à Coordenação do

Curso de Engenharia Civil da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial para

obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. D. Sc. Augusto Teixeira de

Albuquerque

FORTALEZA

2010

Page 3: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

iii

DINO DE TARSO PINHEIRO E PINHO

SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDE DE CONCRETO – UM ESTUDO DE CASO

Monografia submetida à Coordenação do Curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal

do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Aprovada em ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Prof. Augusto Teixeira de Albuquerque (Orientador), D. Sc.

Universidade Federal do Ceará - UFC

_______________________________________________________

Eng. Joaquim Caracas

Impacto Protensão

________________________________________________________

Prof. D. Sc. Alexandre Araújo Bertini

Universidade Federal do Ceará - UFC

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iv

Aos meus pais,

Osvaldino Antonio Martins de Pinho e Ana Raquel Araújo Pinheiro

Por serem meu maior exemplo e a quem eu devo tudo o que sou.

Page 5: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

v

AGRADECIMENTOS

A DEUS, acima de tudo pela vida, e por guiar, proteger e iluminar todos os meus

passos. Que me dê força para continuar a caminhada em busca dos meus objetivos.

Aos meus pais, Osvaldino Pinho e Ana Raquel Pinheiro, que sempre me incentivaram

e acreditaram e mim.

A minha namorada Lívia Brasileiro Lima, que sempre me apoiou nos momentos mais

difíceis dessa trajetória de curso, nunca me deixando fraquejar em momento algum.

Ao professor, Augusto Teixeira, pelo incentivo e pela dedicada orientação para a

elaboração desta monografia.

Aos meus amigos por todo apoio me deram.

Aos professores pelo apoio direto e indireto, que tanto contribuíram para a minha

formação pessoal e profissional.

A todos que de alguma forma desejaram minha obtenção do Grau de Engenheiro Civil.

Page 6: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

vi

“As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que

precisam e, quando não as encontram, as criam.”

Bernard Shaw

Page 7: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

vii

RESUMO

Um dos motivos para o crescimento do numero de construções no Brasil é o

incentivo da iniciativa pública em programas habitacionais, como o „„Minha Casa, Minha

Vida‟‟. Em função da retomada destes programas, as construtoras têm buscado sistemas

construtivos econômicos e produtivos para produzir casas em massa, sem comprometer a

qualidade e o desempenho das edificações. O sistema construtivo parede de concreto, muito

utilizado em países como Chile, Colômbia e México por apresentar vantagens em termos de

prazos, custos e qualidade, é um sistema que, em função da velocidade de execução e

otimização de mão-de-obra, tem sido uma das escolhas das empresas que ingressaram no

mercado econômico de habitação. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é mostrar que o

sistema construtivo parede de concreto pode ser mais uma alternativa construtiva para ser

utilizada no programa „„Minha Casa, Minha Vida‟‟. A metodologia usada foi o estudo de caso

em uma obra que utiliza o sistema parede de concreto e o de alvenaria convencional, onde foi

realizada uma comparação entre os sistemas. A partir desta comparação se obteve o custo do

item paredes e painéis, de uma habitação, para cada sistema. Por fim, foi realizada uma

análise comparativa mais detalhada, calculou-se uma estimativa de potencial de ganho de

cada sistema no período de um mês, trabalhando com o mesmo quantitativo de mão-de-obra.

Os resultados encontrados foram que o custo unitário de uma habitação no sistema de

alvenaria convencional é mais baixo do que no sistema parede de concreto, porém o potencial

de ganho no sistema parede de concreto é maior, pois produz mais habitações em um mesmo

intervalo de tempo.

Palavras-chaves: Alvenaria convencional, governo federal, parede de concreto e programa

habitacional.

Page 8: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Ilustração do programa federal (MINHACASAMINHAVIDA, 2010) ................. 2 Figura 2.1 – Vedação e estrutura constituem o mesmo elemento .............................................. 5 Figura 2.2 – Empreendimento com alta repetitividade (HESKETH, 2009) ............................... 6 Figura 2.3 – Exemplos de tipologias (HESKETH, 2009) .......................................................... 6

Figura 2.4 – Os operários são montadores e executam todas as tarefas necessárias como

armação, instalações, montagem, concretagem e desfôrma ....................................................... 7 Figura 2.5 – Resíduos gerados no sistema de Alvenaria Convencional ..................................... 8 Figura 2.6 – Comparação entre as etapas construtivas que sucedem o acabamento

(HESKETH, 2009) ..................................................................................................................... 9

Figura 2.7 – Exemplo de procedimento para ser feita a concretagem (ABCP, 2007).............. 11 Figura 2.8 – Concretagem com auxilio de bomba-lança .......................................................... 12

Figura 2.9 – Adensamento do concreto feito com vibrador de mangote (MISURELLI;

MASSUDA, 2009) ................................................................................................................... 12 Figura 2.10 – Tipos de fôrmas utilizadas (ABCP, 2007) ......................................................... 14 Figura 2.11 – Nivelamento da laje ........................................................................................... 14

Figura 2.12 – Marcação das linhas de paredes ......................................................................... 15 Figura 2.13 – Colocação das armaduras e instalações.............................................................. 15

Figura 2.14 – Montagem dos painéis........................................................................................ 16 Figura 2.15 – Numeração dos painéis ...................................................................................... 16 Figura 2.16 – Colocação de ancoragens para fechamento das fôrmas ..................................... 17

Figura 2.17 – Limpeza dos painéis ........................................................................................... 18 Figura 2.18 – Interatividade entre cobertura, fachada e piso para melhor desempenho acústico

(WENDLER, 2009) .................................................................................................................. 19 Figura 2.19 – Espessura mínima das paredes (WENDLER, 2009) .......................................... 20

Figura 2.20 – Conjunto Habitacional em Cunha(MARGANELLI, 2004) ............................... 21 Figura 2.21 – Empresários brasileiros durante a missão técnica em Bogotá na Colômbia

(LOTURCO, 2007) ................................................................................................................... 22

Figura 2.22 – Empreendimento Garden Village realizado pela Rodobens Negócios

Imobiliários no sistema construtivo parede de concreto (SODRÉ, 2008) ................................ 23 Figura 2.23 – Foto de um empreendimento Bairro Novo (MOACYR, 2008) ......................... 24 Figura 3.1 – Planta baixa da casa ............................................................................................. 26 Figura 3.2 – Localização da obra.............................................................................................. 27 Figura 3.3 – Placa na entrada da obra com as empresas responsáveis ..................................... 27

Figura 3.4 – Sistema de alvenaria convencional ...................................................................... 28 Figura 3.5 – Os três tipos de fôrmas utilizados na obra ........................................................... 29

Figura 3.6 – Central de Concreto ............................................................................................. 29 Figura 3.7 – Foto das visitas realizadas .................................................................................... 30

Page 9: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 2-1 – Resumo dos tipos de concreto (ABCP, 2007) ..................................................... 10 Tabela 2-2 – Instituições e laboratórios onde foram realizados testes nos quatro tipos de

concreto (WENDLER,2009) .................................................................................................... 19 Tabela 3-1 – Piso salarial.......................................................................................................... 30

Tabela 3-2 – Diárias mais encargos .......................................................................................... 31 Tabela 3-3 – Orçamento do sistema construtivo parede de concreto ....................................... 31 Tabela 3-4 – Orçamento do sistema de alvenaria convencional .............................................. 31

Page 10: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

x

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico I – Comparativo de custo entre os sistemas ................................................................ 32 Gráfico II – Índices de mão-de-obra e de material ................................................................... 33 Gráfico III – Produtividade dos sistemas com 12 homens trabalhando durante 20 dias úteis . 34

Gráfico IV – Potencial de ganho dos sistemas ......................................................................... 34

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xi

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 1.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 1 1.2 Objetivos ........................................................................................................................ 3 1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 3

1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 3

1.3 Metodologia ................................................................................................................... 3 1.4 Estrutura do trabalho .................................................................................................. 4 2 SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDE DE CONCRETO ....................................... 5

2.1 Características .............................................................................................................. 5

2.2 Materiais ........................................................................................................................ 9 2.2.1 Concreto ....................................................................................................................... 9

2.2.2 Fôrmas ....................................................................................................................... 13 2.2.3 Aço ............................................................................................................................. 18

2.3 Homologação do sistema ............................................................................................ 18 2.3.1 Desempenho Térmico ................................................................................................ 19

2.3.2 Desempenho Acústico ............................................................................................... 20

2.4 Entidades que apóiam o sistema ............................................................................... 20

2.5 Empresas nacionais que utilizam o sistema ............................................................. 22 2.5.1 Rodobens ................................................................................................................... 22 2.5.2 Bairro Novo ............................................................................................................... 24

3 ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 26 3.1 A obra .......................................................................................................................... 26

3.2 Comparação de custos entre os sistemas .................................................................. 30 3.3 Análise dos dados ........................................................................................................ 32

4 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 37

ANEXOS ................................................................................................................................. 39

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1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais

A crise econômica de 2008, iniciada nos EUA e depois espalhada pelo mundo em

decorrência da globalização econômica e financeira fez com que os governos do capitalismo

central tomassem varias medidas de intervenção para controlar a crise. Nos EUA, o governo

Bush elaborou um plano de socorro aos bancos de investimentos da ordem de mais de um

trilhão de dólares. (FOLHA ONLINE, 2009)

O Brasil inicialmente não foi atingido em cheio pela crise, pois os bancos não

possuíam papéis ligados às hipotecas de alto risco que originaram os problemas. Mas vários

setores sofreram com a contração de crédito e pela queda das exportações e da demanda

interna. O resultado foi o avanço do desemprego e a expectativa de desaceleração no

crescimento econômico do país. (FOLHA ONLINE, 2009)

Uma das principais medidas tomada pelo governo federal para combater a crise,

foi investir no setor da construção civil, pois é um setor muito representativo para a economia

nacional, tanto para o bem ou para o mal, sendo assim, se o setor voltasse a crescer, o Brasil

estaria de novo no caminho do crescimento econômico. (ROMANELLI, 2009)

Segundo a Agência Brasil (2010) o grande carro-chefe do setor da construção

civil foi a criação do Programa habitacional ``Minha Casa, Minha Vida`` (Figura 1.1).

O governo federal está investindo R$35 bilhões para que milhões de brasileiros

tenham acesso à casa própria. O Minha Casa, Minha Vida viabiliza a construção de

1 milhão de moradias para famílias com renda de até 10 salários mínimos, em

parceria com estados, municípios e iniciativa privada, vai impulsionar a economia,

gerar empregos e trazer reflexos positivos para toda sociedade.

(MINHACASAMINHAVIDA, 2009)

O Principal objetivo do programa é chegar em 2010, com a construção de 1

milhão de casas populares, com prestações baratas e mais acessíveis à população de baixa

renda. O dinheiro deverá sair do FGTS e do tesouro nacional. Do total de moradias, 400 mil

serão destinadas para quem tem renda até três salários mínimos, outras 200 mil para quem

recebe entre três e quatro salários mínimos, 100 mil para quem tem renda entre quatro e cinco

salários mínimos, 100 mil para quem recebe entre cinco e seis salários mínimos e as 200 mil

restantes são para população que recebe entre seis e dez salários mínimos.

(MINHACASAMINHAVIDA, 2009)

Page 13: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

2

A partir desse cenário, os empresários do setor da construção civil têm pela frente

uma rara oportunidade e um grande desafio, diante de uma demanda jamais vista no país. Eles

podem abrir um imenso mercado, criando produtos com qualidade para a população de menor

poder aquisitivo. Mas o crescimento da construção civil coloca a todos uma questão: Como

executar todas essas habitações em um intervalo de tempo tão curto, utilizando sistemas

construtivos econômicos sem comprometer a qualidade e o desempenho das edificações?

O lançamento do programa trouxe à tona uma série de processos construtivos e

para poder construir todas essas moradias, é necessário contar com tecnologias aplicáveis em

grande escala e de custo acessível. Em palavras exatas, industrializar a construção civil é o

modo que as construtoras estão encontrando para executar toda essas moradias, e é nesse

contexto que o sistema parede de concreto aparece como uma alternativa viável, pois é

indicada à produção de empreendimentos que têm alta repetitividade, em construções de

grandes e médios conjuntos habitacionais ou até de pequenos bairros. É um método de

construção racionalizado que oferece padronização, produtividade, qualidade e economia de

escala. Foi o sistema construtivo usado para erradicar o déficit habitacional do México, e é

muito usado no Chile e na Colômbia. (JUSTUS, 2009; ABCP, 2007)

Figura 1.1 – Ilustração do programa federal (MINHACASAMINHAVIDA, 2010)

Page 14: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

3

No sistema construtivo parede de concreto, a vedação e a estrutura são compostas

por um único elemento, e o método se resume basicamente na montagem de fôrmas que

depois são preenchidos com concreto tendo embutidas as instalações elétricas e hidráulicas. O

sistema foi utilizado no Brasil nas décadas de 70 e 80, em experiências consagradas e bem-

sucedidas do sistema Gethal (concreto celular) e sistema Outinor (concreto convencional),

mas devido à falta de escala e de continuidade de obras nesses padrões e também pela

escassez de financiamentos e programas habitacionais, essas tecnologias não se consolidaram

no mercado brasileiro. (ABCP, 2007)

A Votorantim Cimentos prevê que 70% do mercado total de habitação popular no

Brasil serão de parede de concreto, já a ABCP tem uma projeção mais conservadora,

considera que 50% dos projetos irão utilizar o método. (JUSTUS, 2009)

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Mostrar que o sistema construtivo parede de concreto pode ser mais uma

alternativa construtiva para ser utilizada em obras do programa habitacional “Minha Casa,

Minha Vida”.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Descrever todo o sistema construtivo parede de concreto;

b) Apresentar vantagens do sistema em relação aos sistemas tradicionais;

c) Apresentar empresas nacionais que utilizam e entidades que apóiam o sistema;

d) Comparar o sistema construtivo parede de concreto com o de alvenaria convencional –

estudo de caso;

1.3 Metodologia

Nesta monografia foram utilizados dois procedimentos metodológicos, o primeiro

uma pesquisa bibliográfica, que mostra uma coletânea de informações do sistema parede de

concreto, que foi obtida a partir de uma coleta de dados. O segundo é um estudo empírico, do

tipo estudo de caso, que aborda a comparação do sistema construtivo parede de concreto com

Page 15: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

4

o sistema de alvenaria convencional, que foi realizado em uma obra que utiliza os dois

sistemas construtivos.

1.4 Estrutura do trabalho

Esta monografia encontra-se dividida em quatro capítulos, conforme a descrição

abaixo:

a) Capítulo 1 – Introdução: Neste capítulo é abordado o contexto em que se insere o tema

explorado, bem como o problema de pesquisa, a justificativa para o estudo, a

metodologia, os objetivos e a estrutura do trabalho;

b) Capítulo 2 – Sistema construtivo parede de concreto: Este capítulo trata da revisão

bibliográfica sobre o tema;

c) Capítulo 3 – Estudo de Caso: Este capítulo aborda o estudo de caso, onde se faz a

comparação do sistema construtivo parede de concreto com o de alvenaria

convencional, em uma obra que utiliza os dois sistemas.

d) Capítulo 4 – Conclusões: Neste capítulo final será discutida a avaliação dos objetivos

traçados e trará também as considerações finais.

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5

2 SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDE DE CONCRETO

2.1 Características

O sistema construtivo parede de concreto é um método que utiliza fôrmas que são

montadas no local da obra e depois preenchidas com concreto, já com as instalações

hidráulicas e elétricas embutidas. A principal característica do sistema é que a vedação e

estrutura constituem um único elemento (Figura 2.1) (MISURELLI; MASSUDA, 2009).

Figura 2.1 – Vedação e estrutura constituem o mesmo elemento

O sistema é recomendado para empreendimentos que têm alta repetitividade

(Figura 2.2) e podem ser utilizadas em obras de pequeno, médio e alto padrão, devido a sua

grande versatilidade. O que define a escolha é uma criteriosa análise de custos, que leve em

consideração todos os fatores tais como mão-de-obra e tempo de construção com seus

encargos. Podem ser utilizados em edificações de casas térreas, sobrados, edifícios de até seis

pavimentos, edifícios de até nove pavimentos com apenas esforços de compressão, e tendo

inclusive exemplos de utilização em edifícios de até 30 pavimentos (Figura 2.3) (ABCP,

2007).

Page 17: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

6

Figura 2.2 – Empreendimento com alta repetitividade (HESKETH, 2009)

O sistema de alvenaria convencional que é bastante utilizado para construção de

conjuntos habitacionais no Brasil é marcado pelo tempo de execução lento, atividades

artesanais que demandam índices de mão-de-obra elevados e onde se predomina o

desperdício. Já o sistema construtivo parede de concreto é totalmente sistematizado, pois é

baseado inteiramente em conceitos de industrialização de materiais e equipamentos,

mecanização, modulação, controle tecnológico e multifuncionalidade. Por esses fatos a obra

se transforma em uma linha de montagem, como na indústria automobilística (ABCP, 2007).

Dessa forma é possível conseguir um produto homogêneo, independentemente da região do

país e da mão de obra a ser empregada, sendo um diferencial para empresas que constroem

em vários estados (CICHINELLI, 2009).

Figura 2.3 – Exemplos de tipologias (HESKETH, 2009)

Page 18: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

7

O sistema reduz as atividades artesanais e improvisações, contribuindo para

diminuir o numero de operários no canteiro, com maior produção em menos tempo, o sistema

se viabiliza a partir de escala, velocidade, padronização e planejamento sistêmico. Para se ter

a qualidade final, produtividade e o prazo desejado, é necessário que o engenheiro faça todo o

controle da obra desde a fase de projetos até a entrega da obra, atentando principalmente a

fase de montagem das fôrmas até a desfôrma, pois qualquer erro pode acarretar a danificação

das fôrmas ou a perda do concreto (ABCP, 2007).

Uma das principais características do sistema é a racionalização dos serviços. Os

operários são multifuncionais e executam todas as tarefas necessárias como armação,

instalações, montagem, concretagem e desfôrma (Figura 2.4), outra vantagem também é que o

sistema não necessita de mão-de-obra especializada. Os benefícios do sistema Parede de

Concreto são: Velocidade de execução, garantia nos prazos de entrega, industrialização do

processo, maior qualidade e desempenho técnico, mão-de-obra não especializada e

diminuição da mão-de-obra e dos custos indiretos (ABCP, 2007;MISURELLI; MASSUDA,

2009).

Figura 2.4 – Os operários são montadores e executam todas as tarefas necessárias como armação, instalações,

montagem, concretagem e desfôrma

Além da velocidade e da economia de custos, o sistema parede de concreto

também reduz o desperdício e as etapas construtivas de uma obra. No sistema de alvenaria

convencional, depois de erguida a casa, as paredes têm de ser quebradas para as instalações

hidráulicas e elétricas serem colocadas, como no sistema parede de concreto as instalações já

Page 19: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

8

vem embutidas, o desperdício de mão-de-obra com estes retrabalhos são eliminados. Esta

quebra nas paredes no sistema de alvenaria convencional para serem colocadas as instalações

gera desperdício, e esse desperdício se transforma em resíduos (Figura 2.5) (JUSTUS, 2009).

No sistema Parede de Concreto o desperdício é mínimo, em relação à alvenaria convencional,

gera 80% menos resíduos (D'AMBROSIO, 2009).

Figura 2.5 – Resíduos gerados no sistema de Alvenaria Convencional

Em relação ao acabamento, as paredes de alvenaria convencional requerem a

aplicação do chapisco e o reboco para depois ser feito o acabamento final. Na parede de

concreto, depois de desenformada, dependendo do acabamento final do concreto, a casa já

está pronta para ser pintada ou ser feito o assentamento cerâmico (Figura 2.6) (JUSTUS,

2009). Se o acabamento final do concreto não ficar perfeito, é feito a estucagem, que é a

correção das falhas e emendas do concreto (PINI, 2009). Outra vantagem em relação à

alvenaria convencional é que pelo fato da espessura da parede ser menor, permite obter ganho

de área de útil para a mesma área total da unidade. (ABCP, 2007)

Page 20: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

9

Figura 2.6 – Comparação entre as etapas construtivas que sucedem o acabamento (HESKETH, 2009)

2.2 Materiais

2.2.1 Concreto

O concreto é o principal elemento do sistema Parede de Concreto, por isso exige-

se uma atenção especial com este componente (MISURELLI; MASSUDA, 2009).

2.2.1.1 Tipos

São remendados quatro tipos de concreto para o sistema (Tabela 2-1):

Concreto Celular (Tipo L1)

O concreto celular é preparado com agregados convencionais (areia e brita),

cimento Portland, água e minúsculas bolhas de ar distribuídas uniformemente em sua massa.

Por causa das bolhas de ar, adquire características como a baixa massa especifica e o bom

desempenho térmico e acústico. É usualmente utilizado para estruturas de até dois

pavimentos, quando a resistência especificada seja igual à resistência mínima de 4Mpa

(ABCP, 2007).

Concreto com elevado teor de ar incorporado - até 9% (Tipo M)

Page 21: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

10

Tem características acústicas, térmicas e mecânicas parecidas às do concreto tipo

L1, é usualmente utilizado em residências térreas e assobradas, desde que especificado com

resistência igual à resistência mínima de 6Mpa (ABCP, 2007).

Concreto com agregados leves ou baixa massa especifica (Tipo L2)

Esse concreto é composto com agregados leves, tem características como bom

desempenho térmico e acústico mas levemente inferior aos concretos Tipos L1 e M. É usado

em qualquer estrutura que necessite de resistência de até 25Mpa (ABCP, 2007).

Concreto convencional ou auto-adensável (tipo N)

Tem duas principais características: Aplicação é muito rápida, feita por

bombeamento e a mistura é extremamente plástica, dispensando o uso de vibradores (ABCP,

2007).

Tabela 2-1 – Resumo dos tipos de concreto (ABCP, 2007)

2.2.1.2 Transporte, Lançamento e Cura

O caminhão betoneira é o transporte mais indicado para transportar o concreto

matriz feito em centrais dosadoras até os locais que as fôrmas estiverem. Antes de iniciar a

concretagem, tem que ser conferido o documento de entrega, para certifica-se de que a

descrição do material solicitado está correta (ABCP, 2007).

Page 22: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

11

Figura 2.7 – Exemplo de procedimento para ser feita a concretagem (ABCP, 2007)

Para ser feito o lançamento do concreto nas fôrmas é necessário que antes tenha

sido feito um planejamento detalhado, levando em consideração as características do concreto

que será utilizado, a geometria das fôrmas e o layout do canteiro. O procedimento para ser

feito o lançamento consiste em iniciar a concretagem por um dos cantos da edificação, depois

de uma significativa parcela das paredes próximas ao ponto esteja totalmente cheia, muda-se a

posição em direção ao canto oposto, até que se complete o rodízio dos quatros cantos opostos

da estrutura (Figura 2.7). A utilização de bomba (Figura 2.8) para lançamento do concreto

reduz a probabilidade de falhas de concretagem e não deve haver interrupções com duração

superior a 30 minutos, pois ficaria caracterizada uma junta de dilatação (MISURELLI;

MASSUDA, 2009).

Page 23: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

12

Figura 2.8 – Concretagem com auxilio de bomba-lança

O concreto deve ser vibrado (Figura 2.9) com equipamento adequado durante e

imediatamente após o lançamento. O adensamento deve ser cuidadoso, para que a mistura

preencha todos os espaços da fôrma. Deve-se também acompanhar o enchimento das fôrmas

por meio de leves batidas com martelo de borracha nos painéis. O concreto autoadensável

(Tipo N) ou celular (Tipo L1) não tem necessidade de ser vibrado, pelo fato de ter maior

fluidez, plasticidade e viscosidade (evita a segregação dos materiais) (ABCP, 2007).

Figura 2.9 – Adensamento do concreto feito com vibrador de mangote (MISURELLI; MASSUDA, 2009)

Page 24: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

13

Para ser feito a cura corretamente, o concreto deve ser protegido contra agentes

que lhe são prejudiciais como mudanças bruscas de temperatura, secagem, vento, chuva forte,

água torrencial, agentes químicos, choques e vibrações de intensidade que possam ocasionar

fissuras no concreto ou afetar a aderência com a armadura (ABCP, 2007).

2.2.2 Fôrmas

São estruturas provisórias com o objetivo de moldar o concreto fresco. Elas têm

que resistir a todas as pressões do lançamento do concreto até que adquira resistência

suficiente para a desfôrma. O projeto de fôrma deve abordar o detalhamento dos seguintes

itens: Posicionamento dos painéis, equipamentos auxiliares, peças de travamento e prumo,

escoramento e seqüência de montagem e desmontagem (MISURELLI; MASSUDA, 2009).

2.2.2.1 Tipos

São recomendado três tipos de fôrmas (Figura 2.10):

Fôrma Metálica

Utilizam quadros e chapas metálicas. O material mais usado é o alumínio, por ser

mais leve e resistente outro material usado nesse tipo de fôrma é o aço (ABCP, 2007). São

consideradas as fôrmas mais caras e que mais podem ser reutilizadas, cerca de 1000 vezes

(PINI, 2009).

Fôrma Mista

Utilizam quadros em peças metálicas e chapas de madeira compensada. As chapas

são parte da fôrma que mantém o contato com o concreto (ABCP, 2007).

Fôrma Plástica

Utilizam quadros e chapas feitas em plástico reciclável. São consideradas as

fôrmas mais baratas e que menos podem ser reutilizadas, cerca de 100 vezes (ABCP, 2007).

Page 25: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

14

Figura 2.10 – Tipos de fôrmas utilizadas (ABCP, 2007)

2.2.2.2 Montagem e desmontagem

A montagem do sistema de fôrmas deve seguir a seqüência do projeto original do

fornecedor, mas geralmente, a maioria das fôrmas segue a mesma seqüência padrão:

Nivelamento da laje de piso (Figura 2.11). A laje de piso (“radier”) tem a função de

fundação.

Figura 2.11 – Nivelamento da laje

Page 26: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

15

Marcação de linhas de paredes no piso de apoio (Figura 2.12)

Figura 2.12 – Marcação das linhas de paredes

Montagem das armaduras e redes hidráulica e elétrica (Figura 2.13)

Figura 2.13 – Colocação das armaduras e instalações

Page 27: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

16

Montagem dos painéis (Figura 2.14), seguindo a numeração das fôrmas (Figura 2.15).

Figura 2.14 – Montagem dos painéis

Figura 2.15 – Numeração dos painéis

Page 28: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

17

Colocação de ancoragens: fechamento das fôrmas de paredes (Figura 2.16)

Figura 2.16 – Colocação de ancoragens para fechamento das fôrmas

Na desmontagem, os painéis devem ser posicionados ao lado da próxima

habitação a ser executada. Após o sistema ser desmontado, a fôrma deve ser limpa (Figura

2.17) para a reutilização, o material tem de ser escovado para que todo o resíduo de argamassa

seja eliminado do molde, possibilitando a aplicação de um desmoldante. Como o sistema

paredes de concreto admite o uso de três tipos de fôrmas, uma atenção especial deve ser dada

ao desmoldante escolhido. O produto precisa ser adequado a cada superfície, evitando-se que

o concreto grude na fôrma e não deixe resíduos na superfície das paredes, o que

comprometeria a aderência do revestimento final (ABCP, 2007).

Page 29: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

18

Figura 2.17 – Limpeza dos painéis

2.2.3 Aço

A armação adotada no sistema parede de concreto é a tela soldada posicionada no

eixo vertical da parede. Bordas, vãos de portas e janelas recebem reforços de telas ou barras

de armadura convencional. Em edifícios mais altos, as paredes devem receber duas camadas

de telas soldadas, posicionadas verticalmente, e reforços verticais nas extremidades das

paredes. As armaduras devem atender a três requisitos básicos: resistir a esforços de

flexotorção nas paredes, controlar a retração do concreto e estruturar e fixar as tubulações de

elétrica, hidráulica e gás (ABCP, 2007).

2.3 Homologação do sistema

Os quatros tipos de concreto foram testados e aprovados nos mais renomados

laboratórios e institutos de pesquisa (Tabela 2-2). Todos os testes foram realizados sob o rigor

da norma de desempenho ABNT NBR 15.575, que foi aprovada recentemente. O sistema

apresentou desempenho superior aos sistemas convencionais e os ensaios realizados com base

nessa norma levam em consideração os seguintes aspectos: segurança estrutural, segurança

contra incêndio, uso e operação, estanqueidade, desempenho térmico, desempenho acústico,

desempenho luministico, durabilidade, manutenibilidade, saúde, funcionalidade, conforto

antropodinamico e adequação ambiental (WENDLER, 2009). O sistema já foi homologado

Page 30: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

19

em vários estados brasileiros e esses laudos certificam que essa metodologia pode ser usada

em território nacional (ABCP, 2007).

Tabela 2-2 – Instituições e laboratórios onde foram realizados testes nos quatro tipos de concreto

(WENDLER,2009)

Concreto celular - L1 Avaliações de sistemas construtivos e estabelecimentos de requisitos para

edificações térreas - Furnas, dezembro de 2003

Concreto com

agregado leve - L2

Desenvolvimento de concreto de alto desempenho estrutural leve - USP São

Carlos, fevereiro de 2005

Avaliação do desempenho construtivo - CETEC, julho de 2005

Relatório de desempenho de conforto térmico - USP São Carlos, agosto de

2006

Avaliação do desempenho acústico - USP São Carlos, dezembro de 2006

Concreto com ar

incorporado – M

Avaliação de desempenho térmico de edifícios habitacionais em oito zonas

bioclimáticas do Brasil - IPT, maio de 2008

Concreto normal – N Sistemas construtivos em concreto moldado in loco e tilt up - Furnas, 2006

O desempenho térmico e acústico só pode ser aprovado conforme algumas

observações.

2.3.1 Desempenho Térmico

A edificação habitacional deve reunir características que atendam exigências entre

o local de implantação da obra e a respectiva zona bioclimática, e o desempenho interativo

entre fachada,cobertura e piso (Figura 2.18) (WENDLER, 2009).

Figura 2.18 – Interatividade entre cobertura, fachada e piso para melhor desempenho acústico (WENDLER,

2009)

Page 31: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

20

O país tem oito zonas bioclimáticas definidas pela variação de temperatura e para

cada zona são feitas recomendações sobre tamanho e sombreamento das aberturas e condições

gerais de ventilação (WENDLER, 2009).

2.3.2 Desempenho Acústico

Os níveis de ruídos admitidos na habitação devem proporcionar isolamento

acústico entre o meio externo e interno, bem como entre unidades distintas (mínimo de 45dB)

e complementarmente entre cômodos de uma mesma unidade (mínimo de 30dB). O conforto

acústico depende da massa das paredes que é a relação entre a massa especifica e a espessura

das paredes (Figura 2.19) (WENDLER, 2009).

Figura 2.19 – Espessura mínima das paredes (WENDLER, 2009)

2.4 Entidades que apóiam o sistema

A ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) em 2004 com uma parceria

firmada com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de

São Paulo) desenvolveram um projeto piloto visando o melhor conhecimento do sistema

construtivo parede de concreto na produção de casas populares. As casas foram executadas

pelos futuros moradores, em forma de mutirão, comandados por um mestre de obras da

CDHU e assessorados pela ABCP (Figura 2.20). Foram construídas 21 casas de 45m² de área

construída por unidade na cidade de Cunha, região do Vale do Paraíba, a 222 km de São

Page 32: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

21

Paulo. A ABCP fez todo acompanhamento e o controle tecnológico, tanto do sistema

construtivo quanto do concreto utilizado (ANTUNES, 2004).

Figura 2.20 – Conjunto Habitacional em Cunha(MARGANELLI, 2004)

Em 2007, visando conhecer in loco o sistema Parede de Concreto, a ABCP junto

ao IBTS (Instituto Brasileiro de Telas soldadas) e a ABESC (Associação brasileira de serviços

de concretagem) lideraram a visita de um grupo de construtoras nacionais a obras em

Santiago do Chile e Bogotá na Colômbia (Figura 2.21). A viagem consistiu em encontros com

empresários e técnicos do setor da construção civil desses países e visita a uma série de obras,

desde residenciais de pequeno e médio porte, até edifícios de 18 pavimentos, onde foi

possível constatar que o sistema realmente é viável dos pontos de vista técnicos e econômicos.

(ABESC, 2007)

Page 33: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

22

Figura 2.21 – Empresários brasileiros durante a missão técnica em Bogotá na Colômbia (LOTURCO, 2007)

A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) foi fundada em 1936 e é

uma entidade privada de pesquisa, desenvolvimento e prestação de serviços técnicos sem fins

lucrativos. A entidade é mantida pela indústria brasileira do cimento com o objetivo de

difundir e assessorar para a aplicação do melhor uso do cimento e seus derivados. A ABCP é

um centro de referência em tecnologia do cimento e concreto, reconhecida nacional e

internacionalmente pelos serviços prestados à construção civil, à comunidade e às empresas

associadas. A entidade desenvolve o mercado de produtos e sistemas construtivos à base de

cimento, realizando pesquisas, oferecendo cursos de aperfeiçoamento, colaborando com

universidades em pesquisas científicas e apoiando tecnicamente as construtoras e as indústrias

que utilizam o cimento como matéria-prima (ABCP, 2010).

O Instituto Brasileiro de Telas Soldadas (IBTS), foi criada em 1983 por iniciativa

dos fabricantes de telas soldadas, é uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo de

desenvolver o mercado de telas soldadas através de palestras, cursos, elaboração de material

técnico, pesquisas e outros serviços tenham alguma relação com a instituição (IBTS, 2010). A

Associação Brasileira de Cimento Portland (ABESC) foi criada em 1978 pelas empresas de

concretagem com o objetivo de promover o desenvolvimento e o aperfeiçoamento tecnológico

das concreteiras (ABESC, 2010).

2.5 Empresas nacionais que utilizam o sistema

2.5.1 Rodobens

Page 34: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

23

A Rodobens Negócios Imobiliários foi a primeira empresa brasileira a adotar o

sistema construtivo parede de concreto em 2006. Antes de implantar o sistema, o corpo

técnico da empresa foi ao México visitar a maior construtora do país, a Homex, que adota

esse modelo desde 1989 e hoje constrói uma casa em sete dias, e tinha como missão de

conhecer melhor o modelo (D`AMBROSIO, 2009). Hoje a empresa possui 57 jogos de

fôrmas que custam entre R$500 a R$600 mil que são capazes de produzir quatro casas por

semana, conseguiu reduzir o ciclo de construção de uma casa, entre o lançamento e a entrega,

de 12 para oito meses e aplica o sistema parede de concreto (Figura 2.22) para todos os 26

empreendimentos que se enquadram no ``Minha casa, Minha Vida``. Segundo o diretor,

Eduardo Gorayeb, a economia de custos na parede de concreto pode chegar a até 10% em

relação à alvenaria convencional e afirma que o método construtivo vai se tornar uma

tendência em médio prazo, principalmente entre as grandes construtoras brasileiras. A

Rodobens possui a homologação do sistema construtivo pela Caixa Econômica Federal, e está

habilitada a utilizar esse sistema em todo território nacional (JUSTUS, 2009).

Figura 2.22 – Empreendimento Garden Village realizado pela Rodobens Negócios Imobiliários no sistema

construtivo parede de concreto (SODRÉ, 2008)

A Rodobens Negócios Imobiliários é uma empresa que faz parte do grupo

empresarial Rodobens, fundado em 1949 e que se encontra entre os 100 maiores do Brasil. A

área de construção e negócios imobiliários do grupo começou a se desenvolver a partir de

1991 e hoje já lançou cerca de 120 empreendimentos, em 45 cidades de nove estados

brasileiros, somando mais de 38 mil unidades com área total de três milhões de m²,

Page 35: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

24

conseguindo assim, se consolidar entre as 15 maiores construtoras do país (RODOBENS,

2010).

2.5.2 Bairro Novo

A Bairro novo está construindo em Fortaleza um empreendimento residencial de

2.846 unidades que se enquadram no programa “Minha casa, Minha Vida`` para a classe de

três a dez salários mínimos (Figura 2.23). As habitações serão feitas pelo sistema construtivo

parede de concreto, tendo como tipologias casas térreas e prédios de até quatro pavimentos.

Na moldagem das paredes serão usadas fôrmas de alumínio. Segundo o diretor regional da

Bairro Novo, Hugo Montenegro, o custo das fôrmas é alto se comparado a outros tipos de

fôrmas mas assegura que o valor é amortizado pois o a fôrma de alumínio permite cerca de

1000 reutilizações (PINI, 2009).

Figura 2.23 – Foto de um empreendimento Bairro Novo (MOACYR, 2008)

Antes de decidir pelo sistema parede de concreto, a empresa realizou comparações

com sistema de alvenaria convencional. Na tabela comparativa da empresa de custos, na

parede de concreto se gasta R$ 12,4 mil com material e R$ 5,6 mil com mão de obra, já com

alvenaria convencional se gasta R$ 4,3 mil com material e R$ 12,1 mil com mão de obra.

Tendo assim um aumento de aproximadamente 9% o custo da parede de concreto em relação

à alvenaria convencional. Diante desses números, surge a pergunta. Porque o sistema de

parede de concreto sendo mais caro que o de alvenaria convencional, segundo os cálculos da

Page 36: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

25

empresa, foi o escolhido para a execução do empreendimento? A resposta foi maior

velocidade e produtividade na execução, dessa forma o ganho é em escala. Em uma

comparação sobre produtividade realizada pela empresa, no sistema parede de concreto, com

20 homens se faz um módulo, composto por duas casas de três quartos, em um dia, usando o

segundo dia para a estucagem (correção de falhas e emendas no concreto). Já na alvenaria

convencional a construção de um módulo composto levaria no mínimo quatro dias, com 20

homens trabalhando. O cálculo considera a elevação da alvenaria e o revestimento das

paredes (PINI, 2009).

A Bairro Novo é uma empresa da Odebrecht Realizações Imobiliárias e foi criada

para atuar no segmento econômico da construção civil. Tem como proposta construir bairros

planejados de mil a 10 mil unidades, formados por diversos condomínios integrados, com

casas de 2 e 3 dormitórios e apartamentos de 2 dormitórios, localizados em zonas residenciais,

com qualidade de vida e infra-estrutura urbana (BAIRRONOVO, 2010).

Page 37: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

26

3 ESTUDO DE CASO

3.1 A obra

O estudo de caso ocorreu em uma obra que utiliza o sistema construtivo Parede de

Concreto e participa do programa „„Minha Casa, Minha Vida‟‟. A obra em questão é o

Residencial Nova Terra que tem um projeto de 4051 casas de 36,15m² de área total e 32m² de

área útil (Figura 3.1). Hoje é o maior complexo habitacional que esta sendo construído no

estado do Maranhão (EMIR, 2010a). Fica localizado na região Metropolitana de São Luís

(MA) - São José de Ribamar (MA) na estrada Quinta da Mata (Figura 3.2). A obra teve as

atividades iniciadas em março/2010, e tem prazo de entrega para março/2011. No anexo A

uma figura que ilustra a sequência construtiva do sistema Parede de Concreto, a casa pronta,

logo depois a desfôrma e por ultimo a montagem das fôrmas.

Figura 3.1 – Planta baixa da casa

Page 38: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

27

Figura 3.2 – Localização da obra

Quatro empresas participam da construção da obra, são elas (Figura 3.3): a

Techmaster Engenharia LTDA que possui 1367 unidades, a Lastro Engenharia Indústria e

Comercio LTDA que possui 1020 unidades, a K2 Engenharia LTDA que possui 960 e a Vitral

Construção e Incorporação LTDA que possui 704 unidades.

Figura 3.3 – Placa na entrada da obra com as empresas responsáveis

Page 39: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

28

Ao todo serão construídas 4051 casas, sendo 3500 no sistema construtivo parede

de concreto, e 551 no sistema convencional de alvenaria (Figura 3.4). As empresas foram

pioneiras em utilizar o sistema construtivo parede de concreto no programa habitacional

``Minha Casa, Minha Vida`` no estado do Maranhão. O estado passa por uma grande escassez

de mão-de-obra, pelo fato de ser um dos estados que mais aprovaram projetos do programa do

governo, dessa forma, o fator mão-de-obra foi o principal motivo para as empresas

escolherem o sistema, pois em relação ao sistema convencional de alvenaria utiliza menos

mão-de-obra para se construir uma casa. Como o prazo da obra é muito curto (1 ano) para a

quantidade de casas do projeto, a maior velocidade do sistema construtivo parede de concreto

foi outro fator importante para a escolha do sistema. A escolha da execução de 551 casas de

alvenaria convencional foi particular de uma das empresas do consórcio, que já possuía duas

fabricas de bloco de cimento e com isso podia aproveitar para a obra (EMIR, 2010b).

Figura 3.4 – Sistema de alvenaria convencional

A obra tem os três tipos de fôrmas: as metálicas, mistas e de resina plásticas

(Figura 3.5). Sendo sete metálicas, duas mistas e uma de resina plástica. Uma jogo de fôrma é

montada para duas casas, pois são geminadas, dessa forma se consegue fazer duas casas por

dia com um jogo de fôrma, pois o tempo da montagem até a concretagem é de um dia. O

preço de uma fôrma metálica é R$360.000,00, podendo ser reutilizada até 1000 vezes. O tipo

de concreto usado nas fôrmas é o tipo M – com alto teor incorporado, e na casa geminada são

utilizados 18m³ de concreto.

Page 40: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

29

Figura 3.5 – Os três tipos de fôrmas utilizados na obra

Diariamente a obra consome em média 180m³ de concreto, e como a obra se

encontra na região metropolitana de São Luís, as concreteiras não teriam estrutura para

atender a demanda de concreto da obra. Diante disso as empresas montaram três centrais de

concreto, uma de silo e duas ``rasga-saco``, para não dependerem do precário fornecimento

das terceirizadas. Com mais 10 caminhões betoneiras para atender a logística (Figura 3.6).

Figura 3.6 – Central de Concreto

Foram realizadas quatro visitas a obra, uma no mês de março, outra no mês de

maio, uma no mês de agosto e a ultima no mês de outubro de 2010 (Figura 3.7). Durante as

visitas pôde-se observar a velocidade do sistema, como mostram as fotos aéreas nos anexos

B,C e D.

Page 41: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

30

Figura 3.7 – Foto das visitas realizadas

3.2 Comparação de custos entre os sistemas

De acordo com o corpo técnico do consórcio no sistema construtivo parede de

concreto, uma equipe com 24 meio-oficiais fazem duas casas por dia, então 12 meio-oficiais

fazem uma casa por dia. Desde a montagem da fôrma até o final do processo (desfôrma). No

sistema de alvenaria convencional com bloco de cimento, uma equipe de três pedreiros e três

serventes faz uma casa em quatro dias. Levam dois dias para levantar a alvenaria e dois dias

para fazer o reboco interno e externo. Os valores de mão-de-obra foram calculados com base

no piso salarial estipulado pelo Sinduscon-MA (Tabela 3-1).

Tabela 3-1 – Piso salarial

OFICIAL

R$ 728,20

R$ 3,31/h

MEIO-OFICIAL

R$ 545,60

R$ 2,48/h

SERVENTE

R$ 530,20

R$ 2,41/h

Para se calcular uma diária de cada profissional, foi dividido o salário por 20 dias

e depois somado com os encargos (Tabela 3-2). Segundo a Sinapi da CAIXA-MA, os

encargos sociais em setembro de 2010 são 124,06%.

Page 42: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

31

Tabela 3-2 – Diárias mais encargos

OFICIAL R$ 81,58

MEIO-OFICIAL R$ 61,12

SERVENTE R$ 59,40

Todos os quantitativos dos materiais e mão-de-obra foram adotados com base em

informações da obra, tal como os valores dos materiais. Logo abaixo se apresentam as tabelas

de custos dos dois sistemas construtivos (Tabela 3-3;Tabela 3-4).

Tabela 3-3 – Orçamento do sistema construtivo parede de concreto

Sistema construtivo parede de concreto

1.1 Paredes e Painéis UND Quant. Custo unit. Custo total

1.1.1 Forma em painéis metálicos (estruturados) UND 1,00 180,00 180,00

1.1.2 Concreto usinado fck 20 mpa para paredes M³ 9,00 340,00 3.060,00

1.1.3 Tela soldada Q61 - Malha 15x15cm - Ø 3,4mm UND 6,00 68,00 408,00

1.1.4 Espaçadores para tela soldada UND 200,00 0,36 72,00

1.1.5 Mão-de-obra Homens 12,00 61,12 733,44

CUSTO TOTAL DO ÍTEM R$ 4.453,44

Tabela 3-4 – Orçamento do sistema de alvenaria convencional

Sistema de alvenaria convencional com blocos de cimento

1.1 Paredes e painéis UND

Quant. Atual

Custo unit. Custo total

atual

1.1.1 Bloco de cimento 9x19x39 com argamassa m2 94,65 18,80 1.779,42

1.1.2 Mão-de-obra Homens 12,00 70,49 845,88

CUSTO TOTAL DO SUB ÍTEM 2.625,30

2.1 Revestimento Interno

2.1.1 Reboco Interno m² 106,43 4,80 510,86

2.1.2 Mão-de-obra Homens 8,00 70,49 563,92

CUSTO TOTAL DO SUB ÍTEM 1.074,78

3.1 Revestimento externo

3.1.1 Reboco Externo m² 70,00 4,80 336,00

3.1.2 Mão-de-obra Homens 4,00 70,49 281,96

CUSTO TOTAL DO SUB ÍTEM 617,96

CUSTO TOTAL DO ÍTEM R$ 4.318,04

Page 43: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

32

3.3 Análise dos dados

De acordo com os dois orçamentos comparativos, o sistema construtivo parede de

concreto apresentou um valor 3% superior ao de alvenaria convencional. Na parede de

concreto o índice de mão-de-obra representa 16,46%, enquanto na alvenaria convencional

representa 39,17% (Gráfico I;Gráfico II).

Gráfico I – Comparativo de custo entre os sistemas

R$ 3.720,00

R$ 2.626,28

R$ 733,44

R$ 1.691,76

R$ 0,00

R$ 500,00

R$ 1.000,00

R$ 1.500,00

R$ 2.000,00

R$ 2.500,00

R$ 3.000,00

R$ 3.500,00

R$ 4.000,00

R$ 4.500,00

R$ 5.000,00

Parede de Concreto Alvenaria Convencional

Material Mão-de-obra

Page 44: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

33

Gráfico II – Índices de mão-de-obra e de material

Para fazer uma análise de custos mais detalhada, será feito uma estimativa do

potencial de ganho de cada sistema. De acordo com o orçamento da Pini (2009), o custo de

uma casa popular sem o item paredes e painéis é R$15.746,65, dessa forma o custo de uma

casa no sistema construtivo parede de concreto é R$20.200,09 e o custo no sistema de

alvenaria convencional é R$20.064,69. O valor pago em média pelo mercado é R$22.000,00,

dessa maneira, qual o sistema que teria maior potencial de ganho em um mês com 12 homens

trabalhando? Considerando 20 dias úteis, no sistema construtivo parede de concreto, 12

homens fazem uma casa em um dia, então a produção seria 20 casas no mês, no sistema de

alvenaria convencional seis homens fazem uma casa em quatro dias, então a produção seria de

10 casas no mês (Gráfico III). O lucro de uma casa no sistema parede de concreto é

R$1.799,91 e no sistema de alvenaria convencional é R$1.935,31. Como na parede de

concreto podem ser produzidas 20 casas, o potencial de ganho é R$35.998,2, enquanto na

alvenaria convencional podem ser feitas 10 casas, o potencial de lucro é R$19.353,1 (Gráfico

IV).

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Parede de Concreto Alvenaria convencional

Mão-de-obra

Material

Page 45: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

34

Gráfico III – Produtividade dos sistemas com 12 homens trabalhando durante 20 dias úteis

Gráfico IV – Potencial de ganho dos sistemas

0

5

10

15

20

25

Dia

1

Dia

2

Dia

3

Dia

4

Dia

5

Dia

6

Dia

7

Dia

8

Dia

9

Dia

10

Dia

11

Dia

12

Dia

13

Dia

14

Dia

15

Dia

16

Dia

17

Dia

18

Dia

19

Dia

20

Parede de Concreto

Alvenaria convencional

Potencial de ganho

Parede de Concreto R$ 35.998,20

Alvenaria convencional R$ 19.353,10

R$ 0,00

R$ 5.000,00

R$ 10.000,00

R$ 15.000,00

R$ 20.000,00

R$ 25.000,00

R$ 30.000,00

R$ 35.000,00

R$ 40.000,00

Page 46: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

35

Após a análise dos resultados apresentados, pode-se afirmar que o sistema

construtivo parede de concreto teve melhores resultados quando comparado ao sistema de

alvenaria convencional, mesmo o custo total de uma unidade seja maior 3% no sistema

construtivo parede de concreto, a grande vantagem do sistema é o ganho em escala,

proporcionando assim um maior potencial de lucro com a mesma quantidade de mão-de-obra.

Page 47: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

36

4 CONCLUSÃO

Essa monografia tratou sobre o sistema construtivo parede de concreto. O tema

apresenta grande relevância tendo em vista a grande demanda de construções que surgiu

depois da criação do programa habitacional ``Minha Casa, Minha Vida``.

Os objetivos específicos dessa monografia estão contemplados no capitulo 2, onde

foi descrito o sistema construtivo parede de concreto como um todo, apresentaram-se as

vantagens do sistema em relação ao de alvenaria convencional, falou-se sobre as empresas

nacionais que já utilizam o sistema e as entidades que o apóiam, e por fim comparou-se o

sistema com o de alvenaria convencional. A partir dessa comparação se pôde chegar também

ao objetivo principal.

Vale ressaltar que esta comparação foi favorável ao sistema parede de concreto

neste empreendimento, e pode ter variações de produtividade e valores de mão-de-obra como

também os preços de materiais de região para região. Salienta-se ainda que o custo inicial

com o sistema construtivo parede de concreto é alto, pois o jogo de fôrma para duas casas

desta obra custou R$360.000,00, podendo ser reutilizados até 1000 vezes, por isso, para

amortizar o investimento, é ideal que a forma seja utilizada toda sua vida útil. Recomenda-se

então que para cada empreendimento se execute um comparativo de custos detalhado, levando

em consideração todas as características dos sistemas construtivos, de forma que seja

exaustivamente estudado para que não sejam tomadas decisões equivocadas.

Concluímos assim que o sistema construtivo parede de concreto pode ser mais

uma alternativa construtiva para ser utilizada em obras do programa habitacional ``Minha

Casa, Minha Vida``.

Page 48: Dino_Pinho_Sistema Construtivo de Parede de Concreto.pdf

37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABCP. Coletânea de ativos – Parede de concreto, 2007/2008.

ABCP. Associação Brasileira de Cimento Portland, 2010. Disponível em

<http://www.abcp.org.br/conteudo/quem_somos/apresentacao/associacao-brasileira-de-

cimento-portland> acesso em: 3 ago. 2010.

ABESC. GRUPO DE ESTUDO VISITA CHILE E COLÔMBIA, 28 ago. 2007. Disponível em

<http://www.abesc.org.br/php/noticias.php> acesso em: 10 jun. 2010.

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ANEXOS

Anexo A – Sequência construtiva do sistema Parede de Concreto

Anexo B – Início da montagem da fôrmas em março/2010

Anexo C – Em maio/2010 já se pôde observar a velocidade do sistema

Anexo D – Em outubro/2010 mais da metade das estruturas já se encontra prontas

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ANEXO A – Sequência construtiva do sistema parede de concreto

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ANEXO B – Início da montagem da fôrmas em março/2010

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ANEXO C – Em maio/2010 já se pôde observar a velocidade do sistema

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ANEXO D – Em outubro/2010 mais da metade das estruturas já se encontra prontas