dinÂmica do desmatamento em 2018 no estado...
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Governo do Estado do Acre Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental – Cigma
DINÂMICA DO DESMATAMENTO EM 2018 NO ESTADO DO ACRE - PRODES
Rio Branco – Acre
2018
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GOVERNO DO ESTADO DO ACRE Governador do Estado do Acre Gladson de Lima Cameli Vice-Governador do Estado do Acre Wherles Fernandes da Rocha Chefe da Casa Civil José Ribamar Trindade de Oliveira Procurador Geral do Estado João Paulo Setti Aguiar Secretário de Estado de Meio Ambiente Geraldo Israel de Nogueira Milani
Secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia Anderson Abreu de Lima
Diretor-Presidente do Instituto de Meio Ambiente e Análises Climáticas do Acre André Luiz Pereira Hassem
Direto-Presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Regularização de Serviços Ambientais Érico Maurício Pires Barboza
Diretor-Presidente do Instituto de Terras do Acre Alirio Wanderley Neto Diretor-Presidente da Fundação de Tecnologia do Estado do Acre Antônio Aurisérgio Sérgio de Menezes de Oliveira
Equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente Diretora executiva Vera Reis Brown Diretora administrativa Danielle Formiga Nogueira Coordenador Técnico Roger Daniel Recco Equipe Técnica da Unidade Central de Geoprocessamento do Estado do Acre -
Antonio Marcos Costa da Silva Djallene Rebêlo de Araújo Elaine Lopes Marcelo José Silveira Lima Maria Alice Silva de Paula Valmira Domingos de Oliveira
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa da Amazônia Legal ...................................................................................... 9
Figura 2 - Plataforma TerraBrasilis ...................................................................................... 11
Figura 3 - Modelo conceitual do trabalho ............................................................................. 12
Figura 4 - Distribuição do desmatamento no estado do Acre - acumulado Prodes até 2018 .. 13
Figura 5 – Distribuição do desmatamento no estado do Acre, no período de 2008 a 2018 .... 14
Figura 6 - Distribuição percentual do desmatamento por regional em 2018 .......................... 16
Figura 7 – Percentual de desmatamento acumulado até 2018, em relação extensão dos
municípios ........................................................................................................................... 18
Figura 8 - Percentual de desmatamento por município, em 2018 no estado Acre .................. 19
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Incremento anual do desmatamento no estado do Acre de 2008 a 2018 ............... 14
Gráfico 2 - Acumulado de desmatamento em hectares de 2008 a 2018 por Regional
Administrativa ..................................................................................................................... 15
Gráfico 3 - Distribuição do desmatamento acumulado por municípios até 2018 ................... 17
Gráfico 4 - Distribuição do percentual desmatamento acumulado até 2018, por extensão dos
municípios ........................................................................................................................... 17
Gráfico 5: Distribuição do incremento do desmatamento por municípios em 2018 ............... 19
Gráfico 6: Distribuição das maiores áreas de desmatamento nas classe fundiária acumulado
2018 .................................................................................................................................... 21
Gráfico 7: Distribuição das maiores áreas de desmatamento nas classes fundiárias em 2018 21
Gráfico 8 - Projetos de assentamento com maior acumulado de desmatamento acumulado até
2018 .................................................................................................................................... 22
Gráfico 9 - Projetos de assentamento com maior desmatamento em 2018 ............................ 22
Gráfico 10 - Área com maior acumulado de desmatamento até 2018 nas Unidades de
Conservação ........................................................................................................................ 23
Gráfico 11 - Área com maior desmatamento em 2018 nas Unidades de Conservação ........... 23
Gráfico 12 - Terras Indígenas com maior área de Desmatamento acumulado até 2018 ......... 24
Gráfico 13 - Terras Indígenas com maior área de Desmatamento em 2018........................... 24
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LISTA DAS ABREVIATURAS E SIGLAS
AC – Acre
APA – Área de Proteção Ambiental
CAR – Cadastro Ambiental Rural
Floes – Floresta Estadual
Funtac – Fundação de Tecnologia do Estado do Acre
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC – Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais
Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Ipam – Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia
Iteracre – Instituto de Terras do Acre -
PA – Projeto de Assentamento
PAD – Projeto de Assentamento Dirigido
Parna – Parque nacional
Prodes – Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
Resex – Reserva Extrativista
Sema – Secretaria de Estado de Meio Ambiente
TI – Terra Indígena
UC – Unidade de Conservação
Ucegeo – Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... 4
LISTA DE GRÁFICOS ......................................................................................................... 5
LISTA DAS ABREVIATURAS E SIGLAS .......................................................................... 6
SUMÁRIO ............................................................................................................................ 7
O ESTADO DO ACRE E O DESMATAMENTO ................................................................. 8
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 9
2. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 11
3. RESULTADOS ............................................................................................................ 13
3.1. Dinâmica do desmatamento no estado do Acre ......................................................... 13
3.1.1. Extensão e Número de áreas de desmatamento no Acre ............................................. 15
3.1.2. Desmatamento por Regional .................................................................................. 15
3.1.3. Desmatamento acumulado até 2018 por Município ................................................ 16
3.1.4. Desmatamento em 2018 por Município ................................................................. 18
3.1.5. Desmatamento acumulado até 2018 por classe fundiária ........................................ 20
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 25
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 26
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8 Benjamin Constant, 856 – Centro - CEP. 69.900-062 - Rio Branco – Acre – Brasil
Fone: +55 (68) 3224-3990 l 3224-7129 l 3224-8786 e (68) 3223-3447 E-mail: [email protected] l Homepage: www.sema.ac.gov.br
APRESENTAÇÃO
O ESTADO DO ACRE E O DESMATAMENTO
O Governo do Acre tem trabalhado uma gestão ambiental compartilhada, para o
desenvolvimento das ações de monitoramento, controle e fiscalização do desmatamento, das queimadas
e incêndios florestais, com vistas ao cumprimento das metas estabelecidas nos Planos Estadual e
Municipais de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, com o objetivo principal de zerar
o desmatamento ilegal.
Para a redução do passivo florestal, conforme estabelecido no Código Florestal1, o Governo
traçou estratégias a partir do Cadastro Ambiental Rural – CAR e da implementação do Plano de
Regularização Ambiental – PRA, no sentido de promover o desenvolvimento socioeconômico,
respeitando a legislação e conservando as florestas. Assim, são apoiados os Planos de Desenvolvimento
Comunitário – PDC, os Planos de Gestão Territorial Indígena – PGTI, as Concessões Florestais e o
Manejo Florestal Não Madeireiro nas florestas estaduais, tendo como referência o Zoneamento
Ecológico-Econômico do Estado – ZEE.
Através do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental – Cigma, que
reúne a Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Estado do Acre – Ucegeo,
a Unidade de Situação de Monitoramento Hidrometeorológico, Escritório Técnico de Gestão do
Cadastro Ambiental Rural - CAR e do Programa de Regularização Ambiental - PRA e a Divisão de
Geoprocessamento (DIGEO) do Licenciamento do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC), é
realizado o monitoramento da cobertura da terra, com foco no desmatamento, queimadas, além das
condições hidrometeorológicas das principais bacias hidrográficas do estado.
A Ucegeo tem realizado desde a sua criação2 o monitoramento das alterações da cobertura da
terra, com ênfase no desmatamento e degradação por queimadas, para o território do estado do Acre.
Acompanha o desmatamento com Imagens Landsat em uma série histórica como base o ano de 1988,
utilizando imagens Sentinel para o monitoramento de cicatrizes de queimadas, além dos dados de
suporte do Instituto de Pesquisas Espaciais – Inpe (Prodes e Deter B) e mais recentemente, dos dados
do MAPBiomas.
Este relatório tem como objetivo analisar a dinâmica do desmatamento no estado do Acre,
no período florestal 2017/2018, utilizando os dados do Projeto de Monitoramento da Floresta
Amazônica Brasileira por Satélite – Prodes (Inpe).
1 Lei n° 12.651 de 2012 2 Decreto no 3.413 de 12 de setembro de 2008
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9 Benjamin Constant, 856 – Centro - CEP. 69.900-062 - Rio Branco – Acre – Brasil
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1. INTRODUÇÃO
A Amazônia Legal é uma região política criada pelo governo brasileiro em 1953
através da Lei n° 1.806, com o intuito de planejar e promover o desenvolvimento da região.
Com uma área de aproximadamente 5.020.000 km2, compreendendo 61% de todo o território
brasileiro, envolve nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima,
Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão (Figura 1), 771 municípios e cerca de 27 milhões
de pessoas em 2018 (IBGE, 2018). Abrange todo o bioma Amazônia do Brasil, 20% do bioma
Cerrado e parte do Pantanal matogrossense.
Figura 1 - Mapa da Amazônia Legal
Fonte: ESRI, 2017 e IBGE, 2015
Inúmeras são as causas da variação das taxas de desmatamento, dentre as quais as
correlacionadas com as questões econômicas e sociais (HOMMA, 2010), interligadas a fatores
como o ciclo pecuária-desflorestamento-madeireira, preço das commodities agropecuárias,
agricultura, conflitos sociais, grilagem de terras, pequena escala da atividade madeireira,
queimadas e falta de infraestrutura regional (NEPSTAD et al., 2009; VIANA et al., 2007;
KAIMOWITZ et al. 2004; KRUG, 2001; SCARCELLO e BIDONE; 2007; BARRETO et al.,
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2011; FERARNSIDE, 2001). Assim, elaborar estratégias e políticas que envolvam todos esses
pontos é um grande desafio.
As taxas anuais de desmatamento são publicadas pelo Instituto de Pesquisas Espaciais
- Inpe, a partir do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento da Amazônia Legal – Prodes,
cujo monitoramento obedece ao calendário florestal. De agosto de 2017 a julho de 2018 para a
Amazônia Legal identificou-se uma taxa de desmatamento de 7.536 km2, representando um
aumento de 8,5% no período. O estado do Acre teve um aumento de 73% no ano florestal
2017/2018 comparado a 2016/2017 e uma redução de 39% de 2004 a 2018(Tabela 1).
Tabela 1 - Taxas de desmatamento dos estados da Amazônia Legal de 2004 a 2018
Ano/
Estados AC AM AP MA MT PA RO RR TO AMZ
LEGAL 2004 728 1.232 46 755 11.814 8.870 3.858 311 158 27.772 2005 592 775 33 922 7.145 5.899 3.244 133 271 19.014 2006 398 788 30 674 4.333 5.659 2.049 231 124 14.286 2007 184 610 39 631 2.678 5.526 1.611 309 63 11.651 2008 254 604 100 1.271 3.258 5.607 1.136 574 107 12.911 2009 167 405 70 828 1.049 4.281 482 121 61 7.464 2010 259 595 53 712 871 3.770 435 256 49 7.000 2011 280 502 66 396 1.120 3.008 865 141 40 6.418 2012 305 523 27 269 757 1.741 773 124 52 4.571 2013 221 583 23 403 1.139 2.346 932 170 74 5.891 2014 309 500 31 257 1.075 1.887 684 219 50 5.012 2015 264 712 25 209 1.601 2.153 1.030 156 57 6.207 2016 372 1.129 17 258 1.489 2.992 1.376 202 58 7.893 2017 257 1.001 24 265 1.561 2.433 1.243 132 31 6.947 2018 444 1.045 24 253 1.490 2.744 1.316 195 25 7.536
Var. 2018-2017*
73% 4% 0% -5% -5% 13% 6% 48% -19% 8%
Var. 2018-2004*
-39% -15% -48% -66% -87% -69% -66% -37% -84% -73%
Fonte: Inpe/Prodes, 2019
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2. MATERIAL E MÉTODOS
Os dados geográficos de desmatamento para a Amazônia do Programa de
Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite – Prodes,
foram adquiridos do Instituto de Pesquisas Espaciais – Inpe (TerraBrasilis3), que possui uma
plataforma para acesso, consulta, análise e disseminação dos dados geográficos gerados pelos
projetos de monitoramento da vegetação (Figura 2).
Figura 2 - Plataforma TerraBrasilis
Fonte: Inpe/TerraBrasilis
O Prodes realiza o monitoramento da cobertura da Amazônia Legal, classificando o
desmatamento por corte raso, isto é, a remoção completa da cobertura florestal primária de
áreas maiores que 6,25 hectares, utilizando imagens de satélite (INPE, 2019a).
As taxas anuais para a Amazônia Legal do Prodes são estimadas a partir dos incrementos
de desmatamento identificados em 215 cenas do satélite Landsat (INPE, 2019a). Em dezembro
de cada ano é realizada uma primeira apresentação dos resultados, com estimativa, dos dados
monitorados entre agosto de um ano e julho do ano subsequente e no primeiro semestre do ano
seguinte são divulgados os dados consolidados.
3 http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/dadosn/mosaicos/2018/
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Os demais vetores utilizados como limites municipais, sedes municipais, situação
fundiária, vias de acesso e hidrografia são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE4, do Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre, Fase II e da Agência Nacional de
Águas – ANA.
Os dados de cobertura da terra para a Amazônia Legal do Prodes apresentam as
seguintes categorias: desmatamento, floresta, nuvem e resíduos. Neste trabalho foram utilizadas
as classes que compõem o desmatamento apenas nas categorias de desmatamento e resíduo, na
coluna Mainclass. Posteriormente foi realizada a intersecção dos polígonos de desmatamento
com a base fundiária do Estado do Acre - ZEE II, conforme Figura 3.
Figura 3 - Modelo conceitual do trabalho
4 https://mapas.ibge.gov.br/bases-e-referenciais/bases-cartograficas/malhas-digitais.html
Aquisição de dados Prodes
Seleção das Classes Desmatamento
Base Municípios e
Fundiária Intersecção
Desmatamento por classe fundiária
Desmatamento por municípios
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3. RESULTADOS 3.1. Dinâmica do desmatamento no estado do Acre
O desmatamento acumulado no estado do Acre até 2018, totalizou 2.288.909,9 ha,
representando aproximadamente 14% da extensão territorial do Acre. De modo geral a
distribuição do desmatamento no estado tem relação com a estrutura de ocupação territorial,
concentrado principalmente no Sudeste acreano, ao redor dos centros urbanos e ao longo dos
grandes rios e rodovias, com destaque para as rodovias federais, BR 364 e BR 317 (Figura 4).
Estes eixos, em geral relacionam-se com o processo de escoamento da produção familiar nos
projetos de assentamento e nas áreas discriminadas, estas últimas em fase de regularização
fundiária pelo Instituto de Terras do Acre – Iteracre.
Figura 4 - Distribuição do desmatamento no estado do Acre - acumulado Prodes até 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; UFAC/Sema,2019; IBGE 2015; ZEE Fase II, 2006; Ana, 2010
O desmatamento de 2008 a 2018 apresentou 35.781 polígonos de desmatamento que
somam 346.342,6 ha, com tamanho médio de 9,7 ha (desvio padrão de 8,5 ha), ocorrendo
principalmente próximo a áreas já desmatadas e a BR 364 entre os municípios de Sena
Madureira e Tarauacá (Figura 5).
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Figura 5 – Distribuição do desmatamento no estado do Acre, no período de 2008 a 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; UFAC/Sema,2019; IBGE 2015; ZEE Fase II, 2006; Ana, 2010
Nos 10 anos analisados, o maior registro de desmatamento no período foi de 46.534
hectares ocorridos no ano de 2018 e o segundo maior registro foi em 2015, com 46.409 ha
desmatados. Já os anos com menores registros foram 2009 com 16 mil ha e 2013 com 20 mil
ha (Gráfico 1).
Gráfico 1- Incremento anual do desmatamento no estado do Acre de 2008 a 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018.
28.926
16.174
29.309 29.919 27.299
20.497
35.246
46.409 40.521
25.507
46.534
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Hect
ares
Ano
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3.1.1. Extensão e número de áreas de desmatamento no Acre
De 2008 a 2018 foram analisados 35.781 polígonos desmatados representando
346.342,6 ha. A classe de pequenos polígonos de desmatamento (aqueles com até 10 ha)
indicadas na Tabela 2 correspondem a 170 mil hectares, com maior número de áreas
desmatadas nos polígonos de tamanhos entre 6,1 a 10 hectares, correspondendo 57,5 %. Os
desmatamentos na classe de médios polígonos (de 10,1 ha a 60 ha) apresentou 165 mil hectares
de desmatamentos e a classe de grandes polígonos apresentou cerca de 106 hectares de
desmatamento.
Tabela 2 - Número de áreas/polígonos e extensão do desmatamento no estado do Acre, por tamanho de
polígono – de 2008 a 2018
Classes Tamanho dos polígonos Número de polígonos
% de polígonos
Área desmatada (ha)
% desmatado
1 Pequena ≤3 2.581 7,2 2.714,4 0,8 2 3,1 a 6 1.768 4,9 8.441,0 2,4 3 6,1 a 10 20.567 57,5 159.131,3 45,9 4 Média 10,1 a 60 10.763 30,1 165.380,0 47,8 5 Grande 60,1 a 200 97 0,3 8.902,4 2,6 6 >200 5 0,0 1.773,5 0,5
Total 35.781 100,0 346.342,6 100,0 Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018.
3.1.2. Desmatamento por Regional As regionais que apresentaram maior área desmatadas foram Baixo Acre, com mais de
10 mil hectares e Purus com cerca de 7 mil hectares. Já a regional do Juruá apresentou a menor
extensão de área desmatada, com cerca de 4 mil hectares (Gráfico 6).
Gráfico 2 - Acumulado de desmatamento em hectares de 2008 a 2018 por Regional Administrativa
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018.
Alto Acre Baixo Acre Juruá Purus Tarauacá
/Envira
6.503
10.263
4.344 7.377 8.351
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Em 2018 a regional Tarauacá/Envira destacou-se com 13.395,8 ha, representando 29%
dos desmatamentos do estado (Figura 6), seguida pelas regionais do Baixo Acre (26%) e Purus
(14%).
Figura 6 - Distribuição percentual do desmatamento por regional em 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; UFAC/Sema,2019; IBGE 2015; ZEE Fase II, 2006; Ana, 2010
3.1.3. Desmatamento acumulado até 2018 por Município
A distribuição do acumulado de desmatamento até 2018, por município, indica que Rio
Branco possui a maior área de florestas convertidas, com 274.422,2 ha, seguido por Sena
Madureira (198.549,2 ha), Senador Guiomard (168.881,8 ha) e Feijó (162.190,8 ha). Os
municípios isolados de Santa Rosa do Purus e Jordão são os que possuem menor área de
desmatamento.
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Gráfico 3 - Distribuição do desmatamento acumulado por municípios até 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018.
Levando em consideração a extensão das áreas desmatadas em relação a área dos
municípios, verifica-se maior criticidade em Senador Guiomard, com 85% da extensão
territorial desmatada, Plácido de Castro (74,9%) e Acrelândia (65%).
Gráfico 4 - Distribuição do percentual desmatamento acumulado até 2018, por extensão dos municípios
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018.
Observando o percentual de desmatamento acumulado em relação a extensão do
município, é no Vale do Acre, onde se localizam as bacias dos rios Acre e Abunã, que se
encontram os municípios mais impactados por desmatamento. Os vetores de desmatamento
nessa região estão relacionados principalmente a pecuária bovina, agricultura, e proximidade
com as rodovias (Figura 7).
27
4.4
22
,2
19
8.5
49
,2
16
8.8
81
,8
16
2.1
90
,8
15
7.9
53
,7
14
5.5
10
,7
14
2.1
71
,8
14
1.6
29
,6
13
1.1
36
,8
12
5.6
66
,4
11
7.5
75
,1
10
4.3
25
,5
90
.98
4,1
87
.46
4,0
50
.66
0,4
43
.84
2,7
41
.35
8,7
28
.94
4,2
25
.75
0,2
21
.10
0,4
16
.97
6,0
9.9
09
,3
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Feijó
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85
,5
74
,9
65
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53
,4
52
,9
50
,3
41
,4
36
,3
31
,1
26
,5
16
,5
11
,9
7,8
7,6
7,1
5,8
5,8
4,1
3,3
3,2
3,1
1,6
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18 Benjamin Constant, 856 – Centro - CEP. 69.900-062 - Rio Branco – Acre – Brasil
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Figura 7 – Percentual de desmatamento acumulado até 2018, em relação extensão dos municípios
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; UFAC/Sema,2019; IBGE 2015; ZEE Fase II, 2006; Ana, 2010
3.1.4. Desmatamento em 2018 por Município
A distribuição do desmatamento por município indica Feijó com maior área de
desmatamento em 2018, com 8.100,5 ha, seguido por Sena Madureira com 5.318,8 ha, Manoel
Urbano com 4.736,6 ha, Tarauacá com 4.608,9 ha e Rio Branco com 3.606,2 ha, conforme
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Gráfico 5.
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Gráfico 5: Distribuição do incremento do desmatamento por municípios em 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
Os municípios de Senador Guiomard e Acrelândia, bem como aqueles que compõem o
Vale do Acre historicamente são municípios com os maiores percentuais de área desmatada,
situação que se repete em 2018. No que se refere a expansão do desmatamento em relação a
extensão territorial, os municípios Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul e
Rodrigues Alves também ganharam evidência em 2018 (Figura 8).
Figura 8 - Percentual de desmatamento por município, em 2018 no estado Acre
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; UFAC/Sema,2019; IBGE 2015; ZEE Fase II, 2006; Ana, 2010
8.1
00
,5
5.3
10
,8
4.7
36
,6
4.6
08
,9
3.6
06
,2
2.5
60
,3
2.3
52
,9
2.3
09
,7
1.7
45
,8
1.5
13
,9
1.3
62
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1.2
47
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1.1
40
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1.0
15
,1
90
8,8
88
0,9
84
9,7
68
3,1
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38
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32
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3.1.5. Desmatamento acumulado até 2018 por classe fundiária
No Acre o corte e queima para a agricultura familiar, realizados anualmente, é o sistema
que predomina em Projetos de Assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária – Incra, assim como em toda a Amazônia Legal. No Acre os projetos de assentamento
representaram a classe fundiária que mais contribuiu com o desmatamento em 2018, com
798.437 ha, representado 48,8% da área total dos assentamentos e 4,9% do desmatamento do
estado (Tabela 3Erro! Fonte de referência não encontrada.). Na sequência, as propriedades
particulares tiveram a cobertura da terra alterada em 699.595,95 ha, representando 22,5% da
área total das propriedades particulares e 4,3% do desmatamento estadual, de modo geral.
As Áreas Discriminadas apresentaram um desmatamento de 454.236,88 ha,
equivalentes a 20,4% da área da categoria e 2,8% do desmatamento do estado. Com menores
contribuições estão as Unidades de Conservação com 157.799,13 ha, representando 3,1% do
território das UCs, e 1% do estado do Acre, enquanto nas Áreas sem Estudo Discriminatório
ocorreu um desmatamento de 103.682,91 ha, 7% de sua área desmatada, correspondendo a
menos de 1% do desmatamento do estado As Terras Indígenas e as Áreas Arrecadadas são as
que menos contribuíram para o desmatamento no estado, com 0,2% e 0,3%, respectivamente,
ao longo dos últimos 10 anos.
Tabela 3 - Desmatamento acumulado por classe fundiária até 2018
Tipo/Categoria Área Total (ha) Desmatamento até 2018 (ha)
% desmatamento até 2018 em
relação a área da classe
% desmatamento acumulado 2018
em relação a área do Estado
Projetos de Assentamento 1.635.945,00 798.437,00 48,8% 4,9% Propriedades Particulares 3.114.417,60 699.595,95 22,5% 4,3%
Áreas Discriminadas 2.229.415,70 454.236,88 20,4% 2,8% Unidade de Conservação 5.167.966,60 157.799,13 3,1% 1,0%
Áreas sem Estudo Discriminatório 1.474.934,20 103.682,91 7,0% 0,6% Áreas Arrecadadas 313.595,40 43.411,35 13,8% 0,3% Terras Indígenas 2.485.209,00 29.823,22 1,2% 0,2%
Total 16.421.483,50 2.286.986,44 13,9% 13,9%
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
As áreas particulares e as áreas discriminadas apresentaram a maior contribuição no
desmatamento acumulado até 2018, com cerca de 679 mil e 454 mil hectares, seguido dos
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Projetos de Assentamento Dirigidos, com 252,9 mil ha, as Áreas Não Discriminadas, com 103
mil ha e a Reserva Extrativista Chico Mendes, com 59 mil ha (Gráfico 6).
Gráfico 6: Distribuição das maiores áreas de desmatamento nas classe fundiária acumulado 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
Na distribuição das maiores áreas de desmatamentos por classe fundiária, 2018 conta
com as áreas particulares com 10,8 mil ha desmatados, as áreas discriminadas com 10,2 mil ha
de desmatamento e as áreas não discriminadas com 5 mil ha desmatados, consideradas as
classes que mais contribuiram com o desmatamento no período. Das Unidades de Conservação
de Uso Sustentável, a Reserva Extrativista Chico Mendes e a Floresta Estadual do Antimay
também apresentaram valores expressivos de desmatamento, com 2,5 mil ha e 914 ha,
respectivamente (Gráfico 7). Gráfico 7: Distribuição das maiores áreas de desmatamento nas classes fundiárias em 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
679.123,1
454.236,9
252.943,5
103.331,8 59.555,8 46.580,0 45.935,3 38.051,4 30.005,1 26.685,7
Propriedade
Particular
Discriminada P.A.D. Pedro
Peixoto
Não
Discriminada
Reserva
Extrativista
Chico Mendes
P.A.D. Boa
Esperança
P.A.D. Humaitá P.A.D. Quixadá P.A.R. Mário
Lobão
P.A.D. Santa
Luzia
Hect
ares
10.828,6
10.229,9
5.047,1
2.476,9
2.073,1
914,3
881,4
835,6
754,9
606,3
- 2.000,0 4.000,0 6.000,0 8.000,0 10.000,0 12.000,0
Propriedade Particular
Discriminada
Não Discriminada
Reserva Extrativista Chico Mendes
P.A.D. Pedro Peixoto
Floresta Estadual do Antimary
P.A.D. Boa Esperança
P.A.E. Remanso
áreas arrecadadas
P.A. Berlim Recreio
HECTARES
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O Projeto de Assentamento com maior acumulado de desmatamento até 2018 foi o PAD
Pedro Peixoto, com 252,9 mil hectares de desmatados, seguido pelo PAD Boa Esperança com
46 mil hectares e PAD Humaitá com 45 mil hectares (Gráfico 8).
Gráfico 8 - Projetos de assentamento com maior acumulado de desmatamento acumulado até 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
Em 2018 o PAD Pedro Peixoto também foi o projeto de assentamento que mais
contribuiu para a conversão de áreas de florestas, com cerca de 2 mil ha de desmatamento,
seguido do PAD Boa Esperança, com 881 ha e PAE Remanso, com 835 ha (Gráfico 9).
Gráfico 9 - Projetos de assentamento com maior desmatamento em 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
O acumulado de desmatamento nas Unidades de Conservação até 2018 foi de
157.799,13 ha, cerca de 3% das áreas destinadas a essa classe. A Resex Chico Mendes foi a UC
que mais apresentou áreas de desmatamento - cerca de 59 mil ha, seguida da APA São Francisco
com 20 mil ha e a Reserva Extrativista Alto Juruá com 15 mil ha de florestas convertidos
(Gráfico 10).
252.943,5
46.580,0 45.935,3 38.051,4 30.005,1 26.685,7 18.053,4 16.127,6 14.583,2 13.855,6
P.A.D. Pedro
Peixoto
P.A.D. Boa
Esperança
P.A.D.
Humaitá
P.A.D.
Quixadá
P.A.R. Mário
Lobão
P.A.D. Santa
Luzia
P.A.E. Santa
Quitéria
P.A. Figueira P.A. Gal.
Moreno Maia
P.A. Berlim
Recreio
2.073,10
881,39
835,59
606,32
548,40
452,08
389,40
386,85
379,85
372,63
- 500,00 1.000,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00
P.A.D. Pedro Peixoto
P.A.D. Boa Esperança
P.A.E. Remanso
P.A. Berlim Recreio
P.A.E. Porto Dias
P.A.D. Santa Luzia
P.A.D. Quixadá
P.A.F. Providência Capital
P.A. São Pedro
P.A. Paraná dos Mouras
HECTARES
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Gráfico 10 - Área com maior acumulado de desmatamento até 2018 nas Unidades de Conservação
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
Analisando apenas para as áreas desmatadas em 2018 nas Unidades de Conservação,
vê-se que a Reserva Extrativista Chico Mendes teve a maior área de floresta convertida, com
2.476,9 ha, seguida da Floresta Estatal do Antimay, com 914,3 ha (Gráfico 11).
Gráfico 11 - Área com maior desmatamento em 2018 nas Unidades de Conservação
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
59.555,85
20.479,80
15.910,48 14.713,85 14.482,48 10.974,38
6.519,15 4.727,69 4.639,08 3.901,07
Reserva
Extrativista
Chico Mendes
APA São
Francisco
Reserva
Extrativista do
Alto Jurua
Parque
Nacional da
Serra do
Divisor
Floresta
Estadual do
Antimary
Reserva
Extrativista
Cazumbá -
Iracema
Resex
Riozinho da
Liberdade
Reserva
Extrativista do
Alto Tarauacá
Floresta
Estadual do
Rio Gregório
Floresta
Estadual do
Mogno
2.476,9
914,3
487,2
256,4
208,6
181,4
120,2
117,6
95,0
62,8
- 500,0 1.000,0 1.500,0 2.000,0 2.500,0
Reserva Extrativista Chico Mendes
Floresta Estadual do Antimary
Reserva Extrativista Cazumbá - Iracema
Reserva Extrativista do Alto Jurua
Floresta Estadual do Rio Gregório
APA São Francisco
Reserva Extrativista do Alto Tarauacá
Floresta Estadual do Mogno
Resex Riozinho da Liberdade
Floresta Estadual do Rio Liberdade
HECTARES
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Os dados de desmatamento acumulado até 2018 demonstram que nas Terras Indígenas
foram desmatados aproximadamente 29.823,22 ha, isto é 1,2% da extensão do conjunto de
Terras Indígenas e 0,2% do estado do Acre.
A Terra Indígena Kaxinawá do Seringal Curralinho - Campinas Katukina, foi a que mais
apresentou áreas desmatadas (7.804 ha), seguido da Terra Indígena Nawa, com 3.472 ha e Terra
Indígenas Alto Rio Purus 2.514 ha (Gráfico 12).
Gráfico 12 - Terras Indígenas com maior área de Desmatamento acumulado até 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
Já em 2018 as áreas desmatadas nas Terras Indígenas concentraram-se na Terra
Indígena Kaxinawá do Seringal Curralinho, com 500,8 ha, TI Manchineri do Guanabara - 34,8
ha, TI Katukina/Kaxinawá - 29,4 ha, TI Arara do Igarapé Humaitá - 21,7 ha (Gráfico 13).
Gráfico 13 - Terras Indígenas com maior área de Desmatamento em 2018
Fonte: Inpe/Prodes/TerraBrasilis, 2018; ZEE Fase II, 2006
7.804,0
3.472,2 2.514,1
1.971,7 1.952,7 1.907,5 1.713,3 1.617,1 1.233,9 1.211,5
T.I. Kaxinawa do
Seringal Curralinho
T.I. Nawa T.I. Alto Rio Purus T.I. Nukini T.I. Kaxinawa da
Praia Do Carapana
T.I.
Katukina/Kaxinawá
T.I. Rio Gregorio T.I. Poyanawa T.I. Manchineri do
Guanabara
T.I. kaxinawa do
Rio Jordão
500,8
34,8
29,4
21,7
16,4
15,8
15,5
15,0
9,8
9,0
- 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0
T.I. Kaxinawa do Seringal Curralinho
T.I. Manchineri do Guanabara
T.I. Katukina/Kaxinawá
T.I. Arara do Igarapé Humaita
T.I. Kaxinawa da Praia Do Carapana
T.I. Nukini
T.I. Cabeceira do Rio Acre
T.I. kaxinawa do Rio Jordão
T.I. Xinane
T.I. Rio Gregorio
HECTARES
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O desmatamento acumulado no estado do Acre até 2018 correspondeu a 14% do seu
território, concentrado principalmente nos municípios que compõem a Regional do Baixo Acre.
Os desmatamentos de 2018 ocorreram próximos a áreas antropizadas e ao longo da BR 364,
entre os municípios de Sena Madureira e Tarauacá.
Rio Branco, Sena Madureira e Senador Guiomard possuem a maior extensão de áreas
desmatadas em todo o estado do Acre, mas os municípios de Senador Guiomard, Plácido de
Castro e Acrelândia possuem o maior percentual de seus territórios desmatados, com 85,8%;
74,9% e 65%, respectivamente.
Os projetos de Assentamentos foram a classe fundiária que mais contribuiu com os
desmatamentos no estado do Acre, seguidos das Propriedades Particulares. O desmatamento
ocorreu em 60% das pequenas propriedades inscritas no Cadastro Ambiental Rural – CAR.
As Terras Indígenas e as Unidades de Conservação no estado do Acre foram as classes
fundiárias que menos contribuiram com o desmatamento no período. Dentro da categoria de
Unidades de Conservação, a Resex Chico Mendes e a Floresta Estadual do Antimay foram as
que mais contribuíram para o desmatamento
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REFERÊNCIAS
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Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico: Desflorestamento e queimadas no Acre –
Análise de tendências recentes. Rio Branco: Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente, Volume 2, 2000.
ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecológico-Econômico do
Estado do Acre. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre Fase II: Documento Síntese – Escala
1:250.000, Rio Branco: SEMA, 2006. 356p.
ACRE. Decreto Nº 3.413 de 12 de setembro de 2008. Cria a unidade Central de Geoprocessamento
e Sensoriamento Remoto do Estado do Acre – Ucegeo e Regulamenta o seu funcionamento.
Diário Oficial do Estado do Acre, Rio Branco, AC 15 de set. 2008. Nº 9.888. Publicado do D.O.E. em
15/09/2008.
ACRE - Governo do Estado do Acre (no prelo). Revisão da Dinâmica do Desmatamento no Estado
do Acre: Análise Temporal de 23 Anos (Período de 1988 a 2010). Rio Branco: (Ucegeo -
Funtac/Sema), 2011. (Não publicado).
LAURANCE, W.F., COCHRANE, M.A., BERGEN, S., FEARNSIDE, P.M., DELAMONICA, P.,
BARBER, C., DÁNGELO, S. E FERNANDES, T. “The Future of the Brazilian Amazon”. Science
291, 2001, pp. 438-439.
SOARES-FILHO, S. B., NEPSTAD, C. D., CURRAN, L., CERQUEIRA, C. G., GARCIA, A. R.,
RAMOS, A., C., VOLL, E., MCDONALD, A., LEFEBVRE, P. SCHLESINGER e MCGRATH.
Cenários de desmatamento para a Amazônia. Estudos Avançados 19(54), pag. 137-152, 2005.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativa de população. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/populacao/9103-estimativas-de-
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IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores Sociais. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9221-sintese-de-indicadores-
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VIANA, Ana Luiza d'Ávila et al. Sistema de saúde universal e território: desafios de uma política
regional para a Amazônia Legal. Cad. Saúde Pública [online]. 2007, vol.23, suppl.2 [cited 2019-10-
14],pp.S117-S131. Available from: . ISSN 0102-311X. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-
311X2007001400002.
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28 Benjamin Constant, 856 – Centro - CEP. 69.900-062 - Rio Branco – Acre – Brasil
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Suplementar 1- Incremento de Desmatamento 2018
Município Extensão Territorial (ha)
IBGE, 2018
Desmatamento
Acumulado até 2018
Desmatamento em
2018
% de Dematamento
Acumulado até 2018
% de
desmatamento em
2018
% de desmatamento
acumulado até 2018 por
município
Acrelândia 180.795 117.575,1 2.309,7 65,0 1,28 5,1%
Assis Brasil 497.422 28.944,2 908,8 5,8 0,18 1,3%
Brasiléia 391.652 142.171,8 2.352,9 36,3 0,60 6,2%
Bujari 303.486 125.666,4 1.513,9 41,4 0,50 5,5%
Capixaba 170.259 90.984,1 1.140,7 53,4 0,67 4,0%
Cruzeiro do Sul 877.942 104.325,5 1.745,8 11,9 0,20 4,6%
Epitaciolândia 165.478 87.464,0 849,7 52,9 0,51 3,8%
Feijó 2.797.552 162.190,8 8.100,5 5,8 0,29 7,1%
Jordão 535.732 16.976,0 683,1 3,2 0,13 0,7%
Mâncio Lima 545.261 41.358,7 381,5 7,6 0,07 1,8%
Manoel Urbano 1.063.326 43.842,7 4.736,6 4,1 0,45 1,9%
Marechal Thaumaturgo 819.179 25.750,2 404,9 3,1 0,05 1,1%
Plácido de Castro 194.326 145.510,7 1.247,9 74,9 0,64 6,4%
Porto Acre 260.485 131.136,8 1.362,9 50,3 0,52 5,7%
Porto Walter 644.387 21.100,4 473,6 3,3 0,07 0,9%
Rio Branco 883.560 274.422,2 3.606,2 31,1 0,41 12,0%
Rodrigues Alves 307.697 50.660,4 1.015,1 16,5 0,33 2,2%
Santa Rosa do Purus 614.562 9.909,3 325,3 1,6 0,05 0,4%
Senador Guiomard 232.144 198.549,2 5.310,8 85,5 2,29 8,7%
Sena Madureira 2.375.311 168.881,8 880,9 7,1 0,04 7,4%
Tarauacá 2.017.107 157.953,7 4.608,9 7,8 0,23 6,9%
Xapuri 534.747 141.629,6 2.560,3 26,5 0,48 6,2%
TOTAL 16.412.410,54 2.287.003,5 46.520,1 13,9 0,28 100,0%
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