dimensionamento e anÁlise de viabilidade … · 2. energia solar fotovoltaica. 3. componentes do...

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DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE USINA FOTOVOLTAICA EM NOVA IGUAÇU RJ Guilherme Trindade Martins Moreira da Silva Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Jorge Luiz do Nascimento Rio de Janeiro AGOSTO de 2015

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Page 1: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE

USINA FOTOVOLTAICA EM NOVA IGUAÇU – RJ

Guilherme Trindade Martins Moreira da Silva

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

Rio de Janeiro

AGOSTO de 2015

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DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE

USINA FOTOVOLTAICA EM NOVA IGUAÇU – RJ

Guilherme Trindade Martins Moreira da Silva

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA DO PETRÓLEO DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO

ELETRICISTA.

Examinada por:

Prof. Jorge Luiz do Nascimento, Dr. Eng.

(Orientador)

Prof. Elkin Ferney Rodriguez Velandia, D. Sc.

Prof. Robson Francisco de Silva Dias, D. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

AGOSTO de 2015

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Trindade Martins Moreira da

Silva, Guilherme

Dimensionamento e Análise de Viabilidade Econômica

de Usina Fotovoltaica em Nova Iguaçu – RJ / Guilherme

Trindade Martins Moreira da Silva. – Rio de Janeiro: UFRJ/

Escola Politécnica, 2015.

XVII, 148 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Elétrica, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 116.

1. Introdução. 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3.

Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos

Regulatórios Da Geração Fotovoltaica No Brasil. 5. O

Projeto. 6. Estimativas De Custo Do Investimento

(CAPEX). 7. Análise De Viabilidade. 8. Conclusão. I. do

Nascimento, Jorge Luiz. II. Universidade Federal do Rio

de Janeiro. III. Dimensionamento e Análise De

Viabilidade Econômica de Usina Fotovoltaica Em Nova

Iguaçu – RJ

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço ao meu querido orientador Jorge Luiz do Nascimento por

ter me dado a oportunidade de realizar este projeto sendo o seu orientando, por ter me

ajudado e, ao mesmo tempo, tido paciência com as minhas dúvida e acima de tudo, por ter

me apoiado.

Agradeço a Deus e aos meus pais pelo apoio e a inspiração que me foram dados

durante esses últimos longos anos.

Agradeço ainda aos professores que tive contato durante o curso de engenharia e da

Katia, uma excelente secretária sempre disposta a ajudar a todos.

Em especial, gostaria de agradecer a minha amiga Mariana de Luca, que me deu o

privilégio de sua companhia ao estudar ao meu lado, enquanto eu redigia este projeto.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE

USINA FOTOVOLTAICA EM NOVA IGUAÇU – RJ

Guilherme Trindade Martins Moreira da Silva

Agosto de 2015

Orientador: Jorge Luiz do Nascimento

Curso: Engenharia Elétrica

Este trabalho apresenta um estudo sobre um dimensionamento de uma usina

fotovoltaico em uma área rural do município de Nova Iguaçu, na Região Metropolitana do

Rio de Janeiro, além de apresentar uma análise de viabilidade econômica considerando o

custo estimado e as variáveis projetadas.

Ao longo do estudo será feito o dimensionamento dos principais componentes do

sistema fotovoltaico, levando em conta considerações técnicas e econômicas. A parte de

viabilidade será baseada a partir das estimativas do custo total de implantação e operação,

no horizonte de tempo de 25 anos. Dessa forma, será realizada a projeção dos balanços e

demonstrativos de resultados anuais e, com os valores projetados, será feita uma análise em

cima do Fluxo de Caixa Descontado. Os critérios de avaliação empregados serão: o Valor

Presente Líquido, a Taxa Interna de Retorno e o período de Payback. Com isso, será possível

avaliar sobre o ponto de vista do investidor financeiro se o investimento é justificável ou

não.

Palavras-chave: Usina Solar fotovoltaica, Custo de Operação, Estudo de viabilidade

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

SIZING AND ECONOMIC VIABILITY ANALYSIS OF A PHOTOVOLTAIC

PLANT IN NOVA IGUAÇU - RJ

Guilherme Trindade Martins Moreira da Silva

August 2015

Advisor: Jorge Luiz do Nascimento

Course: Electrical Engineering

This Undergraduate Project presents a study on a sizing of a photovoltaic plant in a

rural area of Nova Iguaçu, in the metropolitan area of Rio de Janeiro, besides presenting an

economic feasibility analysis considering the estimated cost and other variables designed.

Throughout the study, the main components of the photovoltaic system will be sized,

taking into account technical and economic considerations. The feasibility will be based on

the estimates of the total cost of implementation and operation, considering a timeline of 25

years. Thus, the projection of the annual results will be held and, with the projected values,

will be made an analysis using the Discounted Cash Flow. For the valuation criteria, it will

be use: the Net Present Value, the Internal Rate of Return and the Payback period.

Therefore, after the Cash Flow analyses, it will be possible to determine if the investment

is worth it or not from the point of view of financial investor.

Keywords: PV Plant, PV Plant Operational Cost, Feasibility study

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localiazação da área destinada ao projeto ....................................................... 3

Figura 2 - Crescimento acumulativo da capacidade fotovoltaica [2] ............................... 4

Figura 3 - Distribuição da capacidade fotovoltaica instalada em 2012 [3] ...................... 5

Figura 4 - Potencial de energia solar no mundo. Fonte: [4] ............................................. 5

Figura 5 - Fatores que influenciam no valor da radiação solar ao entrar em contato com a

atmosfera. [5] .................................................................................................................. 10

Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil [7] ........................................................ 11

Figura 7 - Componentes da Radiação Solar. [8] ............................................................. 12

Figura 8 - Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado 23,45°, indicando

as estações do ano no hemisfério sul. [9] ....................................................................... 13

Figura 9 - Conjunto de ângulos que influenciam na incidência solar. [10] .................... 14

Figura 10 – Variação das posições de nascer e pôr-do-Sol ao longo do ano. [10] ......... 16

Figura 11 – Variação da altura máxima do Sol ao longo do ano. [10] ........................... 16

Figura 12 - Distância angular percorrida pelo Sol ao longo de um dia [10] .................. 17

Figura 13 - composição da célula solar fotovoltaica [11] .............................................. 18

Figura 14 - Participação por tecnologia fotovoltaica no mundo [5] ............................... 19

Figura 15 - Painel Fotovoltaico de Silício Monocristalino (a) e policristalino (b) [14] . 20

Figura 16 – Sistemas Isolados [9] .................................................................................. 22

Figura 17 – Sistemas conectados à rede ......................................................................... 23

Figura 18 – Símbolo elétrico de painel fotovoltaico ...................................................... 24

Figura 19 - Curva característica IxV [9] ......................................................................... 25

Figura 20 - Curva típica de potência versus tensão para a célula de silício monocristalino

[5] ................................................................................................................................... 26

Figura 21 - Efeito causado pela variação da intensidade da luz na curva característica IxV

[9] ................................................................................................................................... 27

Figura 22 - Efeito causado pela temperatura da célula na curva característica IxV [9] . 28

Figura 23 – associação em série [16].............................................................................. 29

Figura 24 – associação em paralelo [16] ........................................................................ 29

Figura 25 – Associação mista - Adaptado [15] .............................................................. 30

Figura 26 – Símbolo elétrico do Inversor ....................................................................... 30

Figura 27 – Díodos de bloqueio das fileiras, fusíveis de fileira e caixas de junção do

gerador [6] ...................................................................................................................... 33

Figura 28 – Operação de um diodo de desvio [9]........................................................... 34

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Figura 29 – Resumo dos componentes a serem dimensionados ..................................... 42

Figura 30 – Cálculo da área total através do Google Earth Pro ..................................... 43

Figura 31 - Posição da área do projeto em relação as estações de medição de irradiação

........................................................................................................................................ 44

Figura 32 – Placa HSPV235WP-54M do fabricante Shandong Hilight Solar [23]........ 48

Figura 33 – conexão em série dos painéis fotovoltaicos ................................................ 49

Figura 34 – Representação do arranjo fotovoltaico ........................................................ 50

Figura 35 – Exemplos de fixação de módulos fotovoltaicos no solo [25] ..................... 51

Figura 36 – Arranjo fotovoltaico e estrutura de fixação projetados ............................... 52

Figura 37 - Representação dos ângulos envolvidos no cálculo da projeção de sombras 53

Figura 38 – Dimensionamento da quantidade máxima de arranjos instalados ............... 55

Figura 39 – Modelagem da sala de equipamentos para o caso A ................................... 58

Figura 40 - Visão superior do terreno para o Caso A ..................................................... 58

Figura 41 – Modelagem da sala de equipamentos para o caso B ................................... 59

Figura 42 - Visão superior do terreno para o Caso B ..................................................... 59

Figura 43 - Caixa de controle - fabricante Ingeteam [26] .............................................. 60

Figura 44 - Representação da conexão da Caixa de controle com o Arranjo fotovoltaico

........................................................................................................................................ 61

Figura 45 – Inversor Ingecon Sun Power 110TL B220 [28] .......................................... 64

Figura 46 - Inversor Ingecon Sun PowerMax 500T U X480 [29].................................. 66

Figura 47 - Interligações no Inversor Power TL [28] ..................................................... 68

Figura 48 - Interligações no Inversor PowerMax T U [29] ............................................ 68

Figura 49 – Representação dos 4 QGBTs empregados no Caso A ................................ 69

Figura 50 - Representação do QGBT empregado no Caso B ......................................... 70

Figura 51 – Transformador a seco Geafol do fabricante Siemens [30] .......................... 71

Figura 52 – Exemplo transformador ZILMER 5MVA [31] ........................................... 72

Figura 53 – Diagrama unifilar do projeto – CASO A .................................................... 75

Figura 54 – Diagrama unifilar do projeto – CASO B..................................................... 75

Figura 55 - Gráfico da geração esperada no ano ............................................................ 78

Figura 56 – Preços e taxa dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto [44] .... 102

Figura 57 – Lucro Líquido, 50% do CAPEX financiado e Tarifa de R$ 273,35 ......... 112

Figura 58 - Fluxo de Caixa dos Ativos, 50% do CAPEX financiado e Tarifa de 273,35

...................................................................................................................................... 112

Figura 59 - Geração de Caixa (50% do CAPEX financiado e Tarifa de R$273,35) .... 113

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Níveis de tensão considerados para conexão de centrais geradoras - PRODIST-

ANEEL [21] ................................................................................................................... 39

Tabela 2 – Proteções mínimas em função da potência instalada - PRODIST- ANEEL

Adaptado [21] ................................................................................................................. 40

Tabela 3 – Dados de radiação diária média mensal em kWh/m2dia das cidades mais

próximas ao terreno em Nova Iguaçu [22] ..................................................................... 45

Tabela 4 - Valor do vetor normal para cada mês do ano ................................................ 46

Tabela 5 - Radiação diária média mensal em kWh/m².dia em Nova Iguaçu. ................ 47

Tabela 6 - Modelos fotovoltaicos considerados ............................................................. 47

Tabela 7 – Dados principais do painel HSPV235WP-54M [23] .................................... 48

Tabela 8 - Memória de Cálculo das grandezas do Arranjo fotovoltaico ........................ 50

Tabela 9 - Resumo das configurações da modelagem ideal (inicial) ............................. 55

Tabela 10 - Resumo das configurações da modelagem 3d ............................................. 57

Tabela 11 - Informações técnicas da Caixa de Controle [25]......................................... 61

Tabela 12 - Resumo do componentes após o dimensionamento dos Inversores. ........... 67

Tabela 13 - Resumo do componentes após o dimensionamento do QGBT ................... 70

Tabela 14 - Resumo do componentes após o dimensionamento dos Transformadores . 73

Tabela 15 – Perdas de um sistema fotovoltaico conectado à rede - Adaptado [32] ....... 77

Tabela 16 - Preço do inversor, painel solar e Caixa de controle segundo revendedores 80

Tabela 17 - Preços nacionalizados para os inversores e módulos fotovoltaicos importados

- Adaptado [20] ............................................................................................................... 81

Tabela 18 – Preço dos transformadores .......................................................................... 82

Tabela 19 – Projeção de custos de acordo com a capacidade do SF - ABINEE [20] .... 82

Tabela 20 – Interpolação linear dos custos projetados ................................................... 83

Tabela 21 – Custo total da instalação ............................................................................. 83

Tabela 22 – Representação do DRE projetado ............................................................... 85

Tabela 23 – Valores históricos IGPM - [35] .................................................................. 87

Tabela 24 – Impostos sobre Venda e Lucro Líquido - Adaptado [36] ........................... 88

Tabela 25 - Depreciação Contábil dos bens envolvidos - adaptado [42] ....................... 92

Tabela 26 – Representação inicial do Fluxo de Caixa dos Ativos ................................. 97

Tabela 27 – Valores históricos LIBOR EUR 12M - [43] ............................................... 98

Tabela 28 – Preço dos Inversores ................................................................................... 98

Tabela 29 - Depreciação dos novos inversores .............................................................. 99

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Tabela 30– Memória de cálculo do Beta ...................................................................... 104

Tabela 31 – WACC calculado para as diferentes linhas de crédito .............................. 105

Tabela 32 – Fundo Clima - Analise dos resultados ...................................................... 109

Tabela 33 – Financiamento Direto - Analise dos resultados ........................................ 110

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1

1.1 Panorama internacional da geração FV ...................................................................... 3

1.2 Panorama da geração FV no Brasil ............................................................................ 6

1.3 Objetivo ...................................................................................................................... 7

1.4 Metodologia ................................................................................................................ 7

1.5 Estrutura dos capítulos ............................................................................................... 8

CAPÍTULO 2: ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA .................................................. 9

2.1 Distribuição da radiação solar .................................................................................... 9

2.2 Radiação direta e radiação difusa ............................................................................. 11

2.3 Posicionamento Solar ............................................................................................... 12

2.4 Efeito fotovoltaico .................................................................................................... 17

2.5 Células fotovoltaicas................................................................................................. 18

2.6.1 Silício cristalino (c-Si) ........................................................................................... 20

2.6.1.1 Silício monocristalino (m-Si) ............................................................................. 20

2.6.1.2 Silício policristalino (p-Si) ................................................................................. 20

2.6.2 Filmes finos ........................................................................................................... 20

2.6.2.1 Silício amorfo hidrogenado (a-Si) ...................................................................... 21

2.6.2.2 Outros materiais .................................................................................................. 21

2.7 Sistemas fotovoltaicos (SF) ...................................................................................... 21

2.7.1 Sistemas Isolados (SFVI) ...................................................................................... 22

2.7.2 Sistemas conectados à rede elétrica (SFCR) ......................................................... 23

CAPÍTULO 3: COMPONENTES DO SISTEMA FOTOVOLTAICO ......................... 24

3.1 Módulos Fotovoltaicos ............................................................................................. 24

3.1.1 Características Elétricas do Módulo ...................................................................... 24

3.1.1.1 Tensão de circuito aberto e corrente de curto circuito ........................................ 25

3.1.1.2 Curva característica I x V ................................................................................... 25

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3.1.2 - Fatores que Afetam as Características Elétricas dos Módulos ............................ 26

3.1.2.1 Intensidade luminosa .......................................................................................... 27

3.1.2.2 Temperatura das Células .................................................................................... 27

3.1.3 Associações dos módulos fotovoltaicos ................................................................ 28

3.2 Inversor ..................................................................................................................... 30

3.2.1 Seguidor do Ponto de Máxima Potência (MPPT) ................................................. 31

3.3 Transformador .......................................................................................................... 31

3.4 Proteção, controle e outros sistemas auxiliares ........................................................ 32

3.4.1 Disjuntores e Fusíveis de fileira ............................................................................ 32

3.4.2 Diodos de desvio (By-Pass) e de Bloqueio ........................................................... 33

3.4.3 Aterramento e Sistema de Proteção Contra Descarga Atmosférica ...................... 35

3.4.4 Sistema de Fixação ................................................................................................ 35

3.4.5 Sistema de Conexões e Cabeamento ..................................................................... 36

CAPÍTULO 4: ASPECTOS REGULATÓRIOS DA GERAÇÃO FOTOVOLTAICA NO

BRASIL .......................................................................................................................... 37

4.1 Obstáculos regulatórios ............................................................................................ 38

4.2 Requisitos de Acesso de Centrais Geradoras ........................................................... 39

CAPÍTULO 5: O PROJETO .......................................................................................... 42

5.1 Introdução ................................................................................................................. 42

5.2 Avaliação do espaço fisico da instalação ................................................................. 42

5.3 Avaliação do potencial energético solar ................................................................... 43

5.3.1 Níveis de Irradiação próximos do local ................................................................. 43

5.4 Dimensionamento da instalação ............................................................................... 47

5.4.1 Painel solar ............................................................................................................ 47

5.4.2 Arranjo dos painéis ................................................................................................ 48

5.4.3 Estrutura de apoio dos módulos ............................................................................ 51

5.4.4 Inclinação e Distância entre os arranjos ................................................................ 52

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5.4.5 Dimensionamento do Sistema ............................................................................... 54

5.4.6 Caixas de controle ................................................................................................. 60

5.4.7 Inversores .............................................................................................................. 62

5.4.8 Componentes de proteção ...................................................................................... 67

5.4.8.1 Dispositivos de Proteção de Surto (DPS) ........................................................... 67

5.4.8.2 Dispositivo de Seccionamento Visível (DSV) ................................................... 68

5.4.9 Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT) ............................................................... 69

5.4.10 Transformador ..................................................................................................... 71

5.4.11 Cubículo de média tensão .................................................................................... 73

5.5 Diagrama unifilar ...................................................................................................... 74

5.6 Perdas no Sistema ..................................................................................................... 76

5.7 Geração Fotovoltaica Esperada ................................................................................ 77

CAPÍTULO 6: ESTIMATIVAS DE CUSTO DO INVESTIMENTO (CAPEX) .......... 80

6.1 Componentes importados: inversores, painéis solares e caixas de controle............. 80

6.2 Componente nacional: Transformador Elevador ...................................................... 81

6.3 Custos diversos: Cabos e Proteções, Fixação e Outros ............................................ 82

6.4 Custo total ................................................................................................................. 83

CAPÍTULO 7: ANÁLISE DE VIABILIDADE ............................................................. 84

7.1 Valoração pelo Fluxo de Caixa Descontado ............................................................ 84

7.1.1 Construção do DRE Projetado ............................................................................... 85

7.1.1.1 Projeção da Receita Bruta .................................................................................. 86

7.1.1.2 Impostos sobre Vendas ....................................................................................... 87

7.1.1.3 Receita Líquida ................................................................................................... 88

7.1.1.4 Custos e Despesas ............................................................................................... 88

7.1.1.5 EBITDA ............................................................................................................. 90

7.1.1.6 Depreciação ........................................................................................................ 91

7.1.1.7 EBIT ................................................................................................................... 92

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7.1.1.8 Receitas Financeiras ........................................................................................... 92

7.1.1.9 Despesas Financeiras .......................................................................................... 93

7.1.1.10 Earnings Before Tax ou LAIR ......................................................................... 95

7.1.1.11 Impostos sobre Lucro Líquido .......................................................................... 95

7.1.1.12 Lucro Líquido ................................................................................................... 96

7.1.2 Cálculo dos Fluxos de Caixa ................................................................................. 96

7.1.2.1 Fluxo de Caixa dos Ativos ................................................................................. 96

7.1.2.1.1 Fluxo de Caixa Operacional ............................................................................ 97

7.1.2.1.2 Investimentos ................................................................................................... 97

7.1.2.2 Fluxo de Caixa aos Credores .............................................................................. 99

7.1.2.3 Fluxo de Caixa aos Acionistas ......................................................................... 100

7.1.3 Cálculo do WACC ............................................................................................... 100

7.1.3.1 Cálculo do Custo de Capital Próprio ................................................................ 101

7.1.3.2 Cálculo do Custo de Capital de Terceiros ........................................................ 105

7.2 Resultados Projetados ............................................................................................. 106

7.2.1 Resumo das considerações utilizadas na obtenção dos resultados ...................... 106

7.2.2 Avaliação de Investimentos ................................................................................. 107

7.2.3 Analise dos resultados ......................................................................................... 109

CAPÍTULO 8: CONCLUSÃO ..................................................................................... 115

Referencias ................................................................................................................... 117

Anexo I ......................................................................................................................... 122

Anexo II ........................................................................................................................ 123

Anexo III ...................................................................................................................... 124

Anexo IV ...................................................................................................................... 125

Anexo V ........................................................................................................................ 126

Anexo VI ...................................................................................................................... 127

Anexo VII ..................................................................................................................... 128

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Anexo VIII – Linhas de Guia para o DRE ................................................................... 130

Anexo IX ...................................................................................................................... 131

Anexo X ........................................................................................................................ 136

Anexo XI ...................................................................................................................... 141

Anexo XII ..................................................................................................................... 145

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LISTAS DE SÍMBOLOS

ABINEE Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACR Ambiente de Contratação Regulada

ANEEL Agência Nacional de Energia

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BRL Moeda Real

CA Corrente Alternada

CAPEX Capital Expenditure

CAPM Capital Asset Price Model

CC Corrente Contínua

CDB Certificado de Depósito Bancário

CDI Certificado de Depósito Interbancário

CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica

CGL Capital de Giro Líquido

COFINS Contribuição Financeira Social

CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica

CRI Certificado de Recebíveis Imobiliários

CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

DCF Discounted Cash Flow

DPS Dispositivos de Proteção de Surtos

DRE Demonstração do resultado do exercício

DSV Dispositivo de Seccionamento Visível

EBIT Earnings Before Tax

EBITDA Earnings Before Tax, Depreciation and Amortization

EPE Empresa de Pesquisa Energética

EUA Estados Unidos da América

EUR Moeda Euro

EVA Ethylene Vinyl Acetate

FDI Fator de Dimensionamento de Inversores

FOB Free On Board

FV Fotovoltaico

GHI Global Horizontal Irradiance

HSP Horas de Sol Pleno

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBOVESPA Índice da Bolsa de Valores de São Paulo

ICMS Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços

IEC International Electrotechnical Commission

IGP-M Índice Geral De Preços Do Mercado

IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

IR Imposto de Renda

IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica

ISS Imposto sobre Serviços

LAIR Lucro antes do Imposto de Renda

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xvii

LAJIDA Lucro Antes de Juros, Depreciação e Amortização

LAJIR Lucro antes de Juros e Imposto de Renda

LCA Letra de Crédito do Agronegócio

LCI Letra de Crédito Imobiliário

LER Leilão de Energia de Reserva

LF Letra Financeira

LH Letra Hipotecária

LTN Letra do Tesouro Nacional

MME Ministério de Minas e Energia

MPP Maximum Power Point

MPPT Maximum Power Point Tracker

NCG Necessidades de Capital de Giro Líquido

OPEX Operational Expenditure

PBE Programa Brasileiro de Etiquetagem

PIS Programa de Integração Social

PL Patrimônio Liquido

PLD Preço de Liquidação das Diferenças

PR Performance ratio

PRM Prêmio de Risco de Mercado

PRODEEM Programa de Desenvolvimento Energético dos Estados e Municípios

PRODIST

Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema

Elétrico Nacional

QGBT Quadro Geral de Baixa Tensão

SAA Sistema de Amortização Americano

SAC Sistema de Amortização Constante

SAF Sistema de Amortização Francês

SF Sistema Fotovoltaico

SFCR Sistema Fotovoltaico Conectados à Rede

SFVI Sistema Fotovoltaico Isolado

STC Standard Temperature Conditions

TFSEE Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica

TIR Taxa Interna de Retorno

TJLP Taxa de Juros de Longo Prazo

TUSD Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição

TUST Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão

VPL Valor Presente Liquido

WACC Weighted Average Cost of Capital

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1

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

A afirmação de que o Brasil possui uma matriz energética limpa, por conta dos

seus abundantes recursos naturais e sua geração de energia elétrica, tradicionalmente,

associada às hidrelétricas, não pode ser considerada verdadeira. Isso porque, nesta

afirmativa, geralmente, não se considera os impactos ambientais causado por este meio

de geração.

As barragens de hidrelétricas produzem quantidades consideráveis de metano, gás

carbônico e óxido nitroso, gases que provocam o chamado efeito estufa. O fator principal,

responsável por essa produção, é a decomposição da vegetação pré-existente, ou seja, das

árvores atingidas pela inundação de áreas usadas na construção dos reservatórios.

Ainda nesse contexto, a forte dependência de energia, do nosso país, proveniente

dos recursos hídricos, tem suas desvantagens, que são e têm sido dolorosamente

vivenciada pela população durante a última década. O crescimento econômico do país e

o aumento da demanda de energia coincidiram no horizonte de tempo em que o país

começou a sofrer uma de suas secas mais severas na história.

Uma vez que as hidrelétricas não atendem à demanda, a resposta imediata é

compensar a geração utilizando outras fontes de energia como as termoelétricas, elevando

assim a utilização dos combustíveis fósseis e o custo de produção da energia. Esta saída

vêm aparecendo como uma saída de curto prazo para o acréscimo na capacidade de

geração instalada no Brasil. Isso se deve as características técnicas e econômicas das

termoelétricas, onde a facilidade de localização próxima aos centros de carga,

disponibilidade de combustíveis e o menor tempo de construção, em torno de 1 a 3 anos,

a tornam atrativa.

O aumento da geração hidrelétrica é caro e requer uma grande quantidade de

tempo devido aos complexos requisitos de licenciamento e o período de construção.

Dessa forma, para eliminar a vulnerabilidade do setor elétrico brasileiro em relação às

condições hídricas, surge assim a necessidade de buscar novos recursos para diversificar

a matriz energética brasileira. Por conta disso, a energia renovável torna-se extremamente

importante para o Brasil.

O governo reconhece essa importância e, em 2013, prometeu aumentar o papel

das fontes renováveis de forma significativa ao longo dos próximos sete anos. O primeiro

objetivo é produzir quase 70% de sua energia de fontes renováveis até 2020 e, o segundo,

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2

é alcançar 16GW de capacidade eólica instalada até 2021, que será responsável por cerca

de 9% da demanda nacional de eletricidade.

No entanto, dentre os tipos de fontes de energias renováveis utilizados no país, a

energia solar ainda não tem um papel significativo neste setor. Porém, ainda assim, é e

deve continuar sendo incentivada pelo governo. Isto porque, em virtude do alto potencial

solar energético do Brasil, a geração fotovoltaica é uma das opções a se considerar para

superar os desafios dos próximos anos do setor elétrico brasileiro.

Além disso, uma das principais vantagens que os sistemas fotovoltaicos oferecem

ao governo é o fato de que, ao contrário das hidrelétricas e das usinas eólicas, estes

sistemas podem ser construídos perto de grandes cidades, oferecendo assim uma maior

praticidade e redução nas perdas de geração, pois não haverá a necessidade de longas

linhas de transmissão. Ainda, vale ressaltar que a tecnologia fotovoltaica é prática e fácil

de ser implementada.

Nesse contexto, este estudo visa desenvolver, como exemplo, o projeto de um

sistema fotovoltaico em uma área rural do município de Nova Iguaçu, na Região

Metropolitana do Rio de Janeiro, além de apresentar uma análise de viabilidade

econômica considerando o custo estimado e as variáveis projetadas.

Nova Iguaçu destaca-se pela sua área ocupada de 523,9 km². Em 2012, sua

população foi estimada pelo IBGE em 801746 habitantes. Este município vem mudando

seu perfil socioeconômico nos últimos anos, atraindo recentemente grandes empresas de

diferentes setores do mercado.

A principal fonte de arrecadação de Nova Iguaçu é sem dúvidas o comércio e os

serviços, mas também conta com indústrias nos ramos alimentício, de siderurgia e de

cosméticos. Em 2012, seu PIB nominal ficou em 10º lugar em nível estadual e em 62º em

nível nacional. Além da importância econômica, Nova Iguaçu é um notável centro

turístico da Região Metropolitana, possuindo a Reserva Biológica do Tinguá, com

grandes áreas de preservação ambiental, e Serra do Vulcão, com a prática de voo livre,

que também é um ponto de visitação relevante.

Como pode ser observado na Figura 1, a área destinada para o projeto encontra-

se mais afastada do centro do município, porém, próxima da subestação de Adrianópolis.

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3

Figura 1 - Localiazação da área destinada ao projeto

Segundo FURNAS [1], a Subestação de Adrianópolis é considerada a maior do

estado do Rio de Janeiro e a quarta do seu próprio sistema, com uma capacidade instalada

de 2.580 MVA. Esta subestação é responsável por cerca de 64% de toda energia

consumida nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Além disso, é interessante

ressaltar que ela possui diversos bancos de transformadores na faixa de 500/345/13,8kV.

1.1 Panorama internacional da geração FV

O panorama internacional da geração fotovoltaica sofreu uma mudança radical

nos últimos cinco anos, com aumentos consideráveis na capacidade de produção e,

inclusive, um movimento de fabricação de módulos fotovoltaicos de países europeus e do

Estados Unidos para a Ásia, principalmente na China. Ainda neste horizonte de tempo,

os preços de mercado foram reduzidos drasticamente, como o exemplo dos módulos

fotovoltaicos que reduziram em 5 vezes os seus preços, enquanto que para os inversores

a redução foi em cerca de 3 vezes o seu valor.

A capacidade instalada acumulada da geração fotovoltaica cresceu a uma taxa

média de 49% ao ano nos últimos dez anos. Contudo, pode-se notar na Figura 2 que este

crescimento ficou mais próximo da média anual nos dois últimos anos.

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4

Figura 2 - Crescimento acumulativo da capacidade fotovoltaica [2]

Na maioria dos países, o mercado de FV continua sendo orientado por políticas.

Assim, a introdução ou modificação dos regimes de apoio governamental impacta

fortemente no desenvolvimento desse mercado. Nos últimos anos, o declínio deste

suporte político em alguns países europeus levou a redução no crescimento desse

mercado, nesta região, para os países como Alemanha, Itália, Bélgica, França e Espanha,

por exemplo. O oposto também ocorreu e, com novas políticas tarifárias, países como

China e Japão tiveram grandes destaques, alavancando o mercado.

Segundo estudos realizados pelo IEA [2], no ano de 2013, cerca de 37 GW novos

foram instalados em aproximadamente 30 países, elevando a capacidade mundial total

para mais de 138 GW. Nesse ano, a China liderou o mercado instalando mais energia FV

do que toda a Europa, com mais de 11 GW. Japão ficou em segundo lugar com quase 7

GW e os Estados Unidos em terceiro lugar com mais de 4 GW.

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5

Figura 3 - Distribuição da capacidade fotovoltaica instalada em 2012 [3]

Considerando que, alguns anos atrás, os países europeus lideravam a participação

na potência instalada, é possível notar a mudança neste cenário ao analisar a Figura 3. A

diferença aumentou drasticamente: China agora lidera sobre os países não europeus muito

à frente do Japão, apesar do crescimento, e ainda dos EUA.

Um dado importante, considerando os países que detém o maior percentual

apresentado na Figura 3, é a posição geográfica deles, como mostra o mapa de insolação

da Figura 4, que mostra a não ocorrência de altos índices de irradiação, diferentemente

do Brasil que possui um alto potencial para a inserção da energia fotovoltaica.

Figura 4 - Potencial de energia solar no mundo. Fonte: [4]

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6

1.2 Panorama da geração FV no Brasil

Conforme discutido, o governo brasileiro é fortemente a favor de fontes de

energia limpas e, mais recentemente, um grande apoiador da energia fotovoltaica. No

entanto, como o setor desta energia ainda não foi totalmente desenvolvido no Brasil,

existem poucos mecanismos regulatórios específicos desenvolvidos para estimular o uso

desta tecnologia no país.

Como um exemplo da ação do governo que vale destacar é o PRODEEM, que

representa o Programa para o Desenvolvimento da Energia nos Estados e Municípios,

instituído em 1994 e encerrado em 2010, com o intuito de atender às localidades isoladas

não supridas de energia elétrica pela rede convencional, desenvolvido para atender locais

isolados sem acesso à energia elétrica, sendo esse projeto um dos principais promotores

dos sistemas solares fotovoltaicos no país. Outro exemplo é o projeto Luz para Todos,

que também representa uma iniciativa do governo federal em incentivar o

desenvolvimento de energias alternativas sistemas em zonas rurais e isoladas do Brasil.

Para fomentar a geração distribuída, a ANEEL definiu regras, segundo a resolução

517/2012 (atualização da resolução 482), para permitir que os produtores independentes

e individuais de energia renovável pudessem se conectar à rede nacional, além de um

sistema de compensação de energia introduzido para oferecer créditos em contas de

energia. Ainda nesta resolução, esta entidade também concedeu descontos nas tarifas para

o uso dos sistemas de distribuição e transmissão para plantas com 1 a 30 MW de

capacidade instalada.

As diversas opções de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES), disponíveis para empresas que operam no setor das energias

renováveis, representam também outro ponto positivo.

Todo ano, os Leilões Nacionais de Energia, organizadas pela ANEEL, atraem um

grande número de empresas que querem investir no mercado brasileiro de energia. A

primeira vez que a energia solar foi adicionada a estes leilões foi em 2012, o que mostra

como este mercado ainda é jovem. No entanto, em 2014, os leilões de energia atraíram

cerca de 400 projetos para o desenvolvimento do sistema fotovoltaico, que juntos

totalizam mais de 10 GW.

No panorama atual, as maiores usinas solares existentes no Brasil que merecem

destaque são: a Usina Fotovoltaica Cidade Azul, localizada em Santa Catarina, que opera

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desde 2014 com uma potência instalada de 3 MW e a Usina de Tauá, construída no sertão

do Ceará, que opera desde 2011 com potência instalada de 1 MW.

1.3 Objetivo

Com motivação em um processo de incorporação de novas fontes de energias

alternativas na matriz energética brasileira, este projeto tem como objetivo dimensionar

uma usina fotovoltaica conectada à rede e avaliar a sua viabilidade econômica. A ideia

surgiu a partir de uma solicitação de um estudo de viabilidade para a implementação de

um sistema fotovoltaico em um sítio em Nova Iguaçu, pertencente ao próprio solicitante.

Para isto, será feito o dimensionamento dos principais componentes do SF,

levando em conta considerações técnicas e econômicas. A parte de viabilidade será

baseada a partir das estimativas de custo da instalação e operação do SF, no horizonte de

tempo de 25 anos. Dessa forma, será realizada a projeção dos balanços e demonstrativos

de resultados anuais e, com os valores projetados, será feita uma análise em cima do Fluxo

de Caixa Descontado. Os critérios de avaliação empregados serão: o Valor Presente

Líquido, a Taxa Interna de Retorno e o período de Payback. Com isso, será possível

avaliar sobre o ponto de vista do investidor financeiro se o investimento é justificável ou

não.

1.4 Metodologia

Para atingir os objetivos citados, a metodologia aplicada irá abordar ao longo do

texto, os seguintes passos:

Identificação e discussão das barreiras regulatórias, técnicas e econômicas ainda

existentes no Brasil sobre Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede (SFCR);

Elaboração de um modelo econômico sob a ótica do investidor financeiro,

proprietário da usina. Neste modelo estará presente não só o financiamento do

empreendimento, mas também, a inclusão de outras considerações financeiras e

técnicas, tais como operação e manutenção da planta, degradação anual dos

painéis e troca periódica dos inversores;

Desenvolvimento de uma ferramenta de cálculo no Excel capaz de avaliar a

atratividade do investimento a partir do modelo econômico citado;

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8

Avaliação dos resultados de geração de energia e financeiros obtidos para os casos

que serão apresentados;

1.5 Estrutura dos capítulos

No Capítulo 1 foi apresentado o cenário nacional e o cenário internacional da

geração fotovoltaica, incluindo algumas ações empreendidas pelo governo. Além disso,

também foi abordado o objetivo da dissertação e a sua estrutura.

O Capítulo 2 representa uma breve revisão da literatura disponível sobre a energia

solar fotovoltaica, a fim de apresentar o efeito fotovoltaico, os tipos de células solares e

de configurações dos sistemas fotovoltaicos.

O Capítulo 3 apresenta os principais equipamentos e componentes utilizados em

sistema fotovoltaicos com definições e aplicabilidades.

O Capítulo 4 apresenta as normas, resoluções e requisitos da ANEEL (Agência

Nacional de Energia Elétrica) relativos ao projeto em questão para geração de energia

elétrica por meio do SFCR.

O Capítulo 5 consiste do dimensionamento da usina: estimativa de radiação solar,

dimensionamento dos módulos fotovoltaicos, escolha dos inversores e dos

transformadores, dentre outros componentes que serão apresentados.

O Capítulo 6 apresenta a estimativa de custo dos equipamentos, nacionais e

importados, dimensionados no Capítulo 5, como também abrange a internacionalização

dos equipamentos importados.

No Capítulo 7 são resumidas as considerações utilizadas para desenvolver o

modelo econômico e a ferramenta de cálculo utilizada, obtendo-se assim os resultados

financeiros necessários para julgar a viabilidade do SFCR dimensionado do Capítulo 5.

Além disso, baseando-se nestes resultados é feito uma análise de viabilidade.

E por fim no capitulo 8 são apresentadas as conclusões.

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CAPÍTULO 2: ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

A Terra recebe anualmente 1,5 𝑥 1018 𝑘𝑊ℎ de energia solar, o que corresponde

a 10.000 vezes o consumo mundial de energia neste período [5]. Isto indica que, além do

Sol ser responsável pela manutenção da vida na Terra ele é responsável pela origem de

outras fontes de energia, nas quais, em sua grande maioria, são derivadas dessa energia.

Dessa forma, as seguintes fontes de energia apresentadas, podem ser consideradas formas

indiretas de energia solar:

Hidráulica: Devido a energia solar que se dá a evaporação, dando origem ao ciclo

das águas;

Biomassa: A partir da energia solar, que as plantas realizam a fotossíntese;

Eólica: A radiação solar induz a circulação atmosférica que em larga escala causa

os ventos;

Combustíveis fósseis: gerados a partir de resíduos de plantas e animais, que

absorveram energia do sol;

A radiação solar também pode ser utilizada diretamente como fonte de energia

térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica

ou elétrica.

2.1 Distribuição da radiação solar

A intensidade de radiação solar fora da atmosfera depende da distância entre o Sol

e a Terra durante o decorrer do ano que pode varia entre 1,47 x 108 Km (Periélio) e 1,52

x 108 Km. Devido a este fato, a irradiação varia entre 1.325 W/m² e 1.412 W/m². O valor

médio é designado por constante solar, EO = 1.367 W/m². [6]

No entanto, a atmosfera reduz a radiação solar que incide na superfície da Terra

através de fenômenos como reflexão, absorção (ocasionadas principalmente por ozônio,

vapor d’água, oxigênio e dióxido de carbono) e dispersão (provocada por partículas de

pó e poluição), conforme mostrado na Figura 5.

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Figura 5 - Fatores que influenciam no valor da radiação solar ao entrar em contato

com a atmosfera. [5]

O nível de irradiância na Terra atinge um total aproximado de 1.000 W/m² ao

meio-dia, em boas condições climáticas, independentemente da localização [6]. Ao

adicionar a quantidade total da radiação solar que incide na superfície terrestre durante o

período de um ano, obtém-se a irradiação global anual, medida em kWh/m².

Dentro do contexto apresentado nesse Capítulo não se poderia deixar de analisar

o potencial de energia solar no Brasil, que por ser um país predominantemente tropical

tem características favoráveis em termos do recurso energético solar. Isso está

evidenciado na Figura 4 na qual se pode observar valores significativos de irradiação

média anual em toda a extensão do Brasil quando comparado à outros lugares como, por

exemplo, os países europeus.

Pode-se afirmar que as regiões como a Nordeste, do Brasil, são regiões de

destaque por estarem mais próximas da linha do Equador, ou seja, maior constância de

recurso solar ao longo do ano. Esse fato é possível de ser observado na Figura 6 a seguir.

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11

Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil [7]

2.2 Radiação direta e radiação difusa

Quando a luz solar entra na atmosfera da Terra, parte é absorvida, parte é

espalhada e uma outra parte passa sem ser afetada pelas moléculas na atmosfera. Logo,

esta, ou é absorvida ou é refletida pelos objetos ao nível do solo.

A luz solar que atinge a superfície da Terra sem dispersão é chamada radiação

direta e varia muito ao longo do dia devido às condições atmosféricas, principalmente em

locais com grande nebulosidade.

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A luz do sol espalhada é chamada radiação difusa e representa a parte dispersa e

atenuada pela reflexão nos componentes atmosféricos, como nuvens, poeira e vapor

d’água, por exemplo.

A luz solar que é refletida, a partir do solo, é chamada de Radiação Albedo ou

Refletida, ela pode ser inclusa na radiação difusa.

Quando estas três componentes são somadas representam a Irradiação Global

Horizontal (GHI), que é muito importante para a geração fotovoltaica, pois quantifica a

radiação recebida por uma superfície plana horizontal. O desenho da Figura 7 ilustra essas

radiações citadas.

Figura 7 - Componentes da Radiação Solar. [8]

2.3 Posicionamento Solar

O movimento anual de translação, do nosso planeta, em torno do Sol pode ser

descrito como uma trajetória elíptica em um plano inclinado de aproximados 23,5° em

relação ao plano do equador. Com isso, esta inclinação é responsável pela variação da

elevação do Sol no horizonte em relação à mesma hora, ao longo dos dias, dando origem

às estações do ano. Este fenômeno pode ser observado na Figura 8.

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Figura 8 - Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado 23,45°,

indicando as estações do ano no hemisfério sul. [9]

Desse modo, a duração solar do dia varia, em algumas regiões e períodos do ano,

de 0 hora a 24 horas, ou seja, da posição do Sol abaixo da linha do horizonte durante o

dia até a posição do Sol acima da linha do horizonte.

A Terra também gira sobre seu próprio eixo polar, uma vez por dia. E este eixo

conforme a Figura 8, está inclinado por um ângulo de 23.45° ao plano da órbita da Terra

sobre o sol. Essa inclinação é o que faz com que o sol seja mais alto no céu no verão do

que no inverno.

O ângulo de desvio do sol diretamente acima do equador é chamado de Declinação

Solar (𝛿). Considerando o ângulo norte do Equador como positivo e ângulo ao sul do

equador como negativo, é possível encontrar a Declinação Solar aproximada, em

qualquer dado dia do ano, por meio da formula (1) a seguir:

𝛿 = 23,45 ∗ 𝑠𝑒𝑛 [ 360

365∗ (284 + 𝑁)] (1)

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14

Onde:

𝛿 – declinação solar

N - é o número do dia do ano contado a partir do dia 1 de janeiro.

Além do ângulo de declinação solar, existe um conjunto de ângulos importantes a

serem observados que definem o movimento aparente do Sol em relação a um ponto na

Terra. Esses ângulos são divididos nas coordenadas horizontais e azimutais conforme

ilustrado na Figura 9.

Figura 9 - Conjunto de ângulos que influenciam na incidência solar. [9]

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Esses ângulos são:

Ângulo de incidência (𝜃): ângulo formado entre os raios do Sol e a normal à

superfície de captação;

Ângulo azimutal da superfície (𝛾): ângulo entre o norte geográfico e a projeção

da reta normal à superfície no plano horizontal. O deslocamento angular é tomado

a partir do norte, sendo positivo no sentido leste e negativo no oeste. Varia entre

−180° 𝑒 180° ;

Ângulo azimutal do Sol (𝛾𝑠): ângulo entre o norte geográfico e a projeção do raio

solar no plano horizontal. O deslocamento angular é tomado a partir do norte,

sendo positivo no sentido leste e negativo no oeste. Varia entre −180° 𝑒 180°;

Altura solar (𝛼): ângulo com o vértice no observador e formado pelas semirretas

definidas pela direção do Sol e a projeção da direção do Sol no plano horizontal;

Inclinação da superfície (𝛽): ângulo de menor declive entre a superfície e o plano

vertical. Varia entre 0° 𝑒 90° ;

Ângulo horário solar (𝜔): ângulo diedro com aresta no eixo de rotação da Terra,

formado pelo semiplano que contem o Sol e o semiplano que contem o meridiano

local. Varia entre −180° 𝑒 180°, sendo os valores negativos para o período da

manhã, os positivos para o da tarde e o zero ao meio-dia;

Ângulo zenital (𝜃𝑍): ângulo com o vértice no observador e formado pelas

semirretas definidas pela direção do Sol e a vertical (zênite).

A inclinação do eixo da Terra faz com que as posições de nascer e pôr-do-Sol

variem ao longo do ano conforme está demonstrado na Figura 10.

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Figura 10 – Variação das posições de nascer e pôr-do-Sol ao longo do ano. [10]

Assim, em um dado local, a trajetória aparente do Sol e a sua altura máxima

variam ao longo do ano como pode ser visto na Figura 11.

Figura 11 – Variação da altura máxima do Sol ao longo do ano. [10]

A seguinte expressão relaciona a altura solar com a latitude de um determinado

local 𝜙, a declinação solar 𝛿 e o ângulo horário 𝜔:

𝑠𝑒𝑛(𝛼) = 𝑠𝑒𝑛(𝜙)𝑠𝑒𝑛(𝛿) + cos(𝜙) cos (𝜙)cos (𝜔) (2)

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Define-se a duração do dia solar como o intervalo de tempo entre o nascer e o pôr-

do-sol. Nesses exatos dois momentos a altura solar (𝛼) é nula e durante esse tempo, o Sol

percorre um ângulo de 2𝜔, de acordo com a Figura 12.

Figura 12 - Distância angular percorrida pelo Sol ao longo de um dia [10]

Pode-se, então, calcular a duração do dia para uma determinada localidade

assumindo-se 𝛼 = 0, na expressão acima, e obtendo-se os ângulos horários para o nascer

e para o pôr-do-sol através da equação simplificada a seguir:

𝜔 = 𝑐𝑜𝑠−1(− tan( 𝜙) tan(𝛿)) (3)

Como em 24h, o Sol percorre 360°, ou seja, 15° a cada hora, então é possível se

determinar a duração do dia solar, em horas, através da seguinte equação:

𝐷 = 2𝜔

15 (4)

2.4 Efeito fotovoltaico

O efeito fotovoltaico, também denominado de efeito fotoelétrico, representa o

mecanismo de funcionamento de uma célula fotovoltaica. Como será apresentado

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posteriormente, em sua grande maioria, os módulos fotovoltaicos são compostos de

silício. Este material, durante a produção dos módulos, sofre o processo de dopagem, que

consiste no acréscimo de outros elementos ao material, controlando assim as suas

características elétricas.

Nesse contexto, podemos descrever a composição de uma célula solar fotovoltaica

contendo uma camada fina de silício do tipo N e outra camada de silício mais espessa do

tipo P. A primeiro é feita a partir da dopagem do silício com o fósforo e a segunda é obtida

mediante mesmo processo, mas utilizando o boro ao invés do fósforo. O desenho da

Figura 13 representa esta composição.

Figura 13 - composição da célula solar fotovoltaica [11]

Separadamente, ambas as capas são eletricamente neutras. Mas ao serem unidas,

exatamente na união P-N, gera-se um campo elétrico devido aos elétrons do silício tipo

N que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo P. Ao incidir a luz sobre a célula

fotovoltaica, os fótons que a integram chocam-se com os elétrons da estrutura do silício

dando-lhes energia e transformando-os em condutores. Devido ao campo elétrico gerado

na união P-N, os elétrons são orientados e fluem da camada "P" para a camada "N". Por

meio de um condutor externo, conecta-se a camada negativa à positiva. Gera-se assim um

fluxo de elétrons (corrente elétrica) na conexão. [11]

2.5 Células fotovoltaicas

Os semicondutores mais apropriados à conversão da luz solar, como o Silício

Cristalino e os Filmes Finos, são os mais sensíveis, que no caso, geram o maior produto

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corrente tensão para a luz visível, uma vez que a maior parcela de energia fornecida pelos

raios do sol está dentro da faixa visível do espectro. [12]

Existe todo um processo para que o material semicondutor se transforme

realmente em uma célula fotovoltaica. O que ocorre, de uma maneira geral, é que o

semicondutor deve passar por uma etapa de purificação e, em seguida, por uma etapa de

dopagem, através da introdução de impurezas, dosadas na quantidade certa. [12]

Em relação a produção das células fotovoltaicas, os semicondutores mais

utilizados são o Silício cristalino (c-Si), e os Filmes finos que podem ser classificados em

Silício amorfo hidrogenado (a-Si), entre outras tecnologias, tais como o Telureto de

Cádmio e o Disseleneto de Cobre e Índio.

De acordo com a Figura 14, podemos observar que o c-Si apresenta a maior

participação na produção a nível comercial. Este fato ocorre pois os painéis construídos

a partir deste material apresentam uma maior eficiência de conversão quando comparado

com outros tipos de células fotovoltaicas. No entanto, o custo de produção destes módulos

solares é bastante elevado.

Figura 14 - Participação por tecnologia fotovoltaica no mundo [5]

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20

2.6.1 Silício cristalino (c-Si)

2.6.1.1 Silício monocristalino (m-Si)

Hoje em dia, é a tecnologia fotovoltaica mais eficiente, convertendo cerca de 15%

da energia solar em energia elétrica. O m-Si é feito utilizando células cortados a partir de

um único cristal de silício. O processo de fabricação necessários para produzir este

material é complicado, envolvendo altas temperaturas, resultando assim em um custo

ligeiramente mais elevado em relação a outras tecnologias.

2.6.1.2 Silício policristalino (p-Si)

O silício policristalino (p-Si) apresenta menor eficiência de conversão, com a

vantagem de ter um menor custo de produção, já que a perfeição cristalina é menor que

no caso do m-Si, portanto o seu processo de produção é mais simples. Por conta disso,

ele tende a ser ligeiramente menos eficaz, com eficiência média em cerca de 12%.

Figura 15 - Painel Fotovoltaico de Silício Monocristalino (a) e Policristalino (b) [14]

2.6.2 Filmes finos

Os Filmes Finos são uma vertente da tecnologia multicristalina em que o silício é

depositado num processo contínuo em um material de base que dá sua aparência final de

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21

um grão fino. É normalmente encapsulado num polímero isolante transparente com uma

tampa de vidro temperado.

2.6.2.1 Silício amorfo hidrogenado (a-Si)

O a-Si possui um baixo custo por conta do seu processo de produção ser realizado

a baixas temperaturas e permitir a utilização de uma vasta gama de substratos, tanto

rígidos quanto flexíveis, o que o torna ideal para superfícies curvas ou aplicações normais.

São mais eficientes sob iluminação artificial ou sob radiação difusa, predominante em

dias nublados.

Ao contrário dos outros tipos de células fotovoltaicas, o a-Si não apresenta

redução na potência com o aumento da temperatura de operação. Apresentando assim,

uma vantagem na sua utilização em países de climas quentes. Esta tecnologia é, contudo,

menos eficiente do que o silício cristalino, com eficiências típicas de cerca de 6%, mas

tende a ser mais fácil e barato de produzir.

2.6.2.2 Outros materiais

Uma série de outros materiais, como o Telureto de Cádmio (CdTe) e Disseleneto

de Cobre e Índio (CIS) estão sendo utilizados para módulos fotovoltaicos. A atratividade

destas tecnologias é que seus materiais podem ser obtidos por processos industriais

relativamente baratos.

A maioria oferece uma eficiência ligeiramente inferior: CIS possui cerca de 10-

13% de eficiência e CdTe cerca de 8 ou 9%. Uma desvantagem é a utilização de metais

altamente tóxicos. Logo a sua fabricação e seu descarte devem ser cuidadosamente

controlados.

2.7 Sistemas fotovoltaicos (SF)

Segundo a NBR 11704:2008, os Sistemas Fotovoltaicos (SF) classificam-se

quanto à interligação com a rede e a configuração do sistema. A utilização de cada uma

dessas opções vai depender da disponibilidade de recursos energéticos e/ou da aplicação.

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Quanto a configuração, os sistemas possuem duas classificações: puros ou

híbridos. Além disso, esses sistemas podem ser agrupados em sistemas conectados à rede

elétrica ou representarem sistemas isolados.

Aqueles que utilizam o gerador fotovoltaico como a única fonte de geração de

energia elétrica são os sistemas puros. Já aqueles que realizam uma associação do gerador

fotovoltaico com outros tipos de geradores são os isolados. Como exemplo temos as

turbinas eólicas, o gerador Diesel e módulos fotovoltaicos. Estes sistemas precisam de

algum tipo de controle capaz de integrar os vários geradores, por serem mais complexos,

otimizando assim a operação para o usuário.

2.7.1 Sistemas Isolados (SFVI)

São aqueles que não possuem ligação com a rede de distribuição de energia

elétrica. Dessa forma, por serem isolados, esses sistemas necessitam de um banco de

baterias para armazenar a energia gerada e fornecê-la nos períodos nos quais não há

radiação solar. Os principais componentes desses sistemas são: painel fotovoltaico,

controlador de carga, banco de baterias e inversor, como pode ser visto na Figura 16.

Figura 16 – Sistemas Isolados [9]

Dentre os sistemas isolados existem muitas configurações possíveis. Dessa forma

podemos destacar as mais comuns contendo:

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Carga CC sem armazenamento de energia: usada no momento da geração por

equipamentos que operam em corrente contínua.

Carga CC com armazenamento de energia: também utilizados por equipamentos

que operam em corrente contínua, mas por conta do armazenamento, independe

se há ou não geração fotovoltaica instantânea.

Carga CA sem armazenamento de energia: é o caso onde o arranjo fotovoltaico é

conectado diretamente ao equipamento ou carga por meio do inversor.

Carga CA com armazenamento de energia: semelhante ao CC com

armazenamento, incluindo o inversor entre a carga e controlador de carga.

2.7.2 Sistemas conectados à rede elétrica (SFCR)

São os sistemas que possuem ligação com a rede de distribuição de energia

elétrica. Por conta da energia gerada ser injetada diretamente na rede não há a necessidade

de banco de baterias nesse caso. Assim, os principais componentes que formam esses

sistemas conectados são basicamente: o painel fotovoltaico e o inversor, nos quais são

somados aos elementos de proteção e de comando. A Figura 17 ilustra o fluxo desde a

geração até a conexão com a rede, onde a tensão contínua vinda dos painéis fotovoltaicos

é convertida no inversor em tensão alternada com a mesma fase, frequência e tensão da

rede elétrica a qual está conectado.

Figura 17 – Sistemas conectados à rede

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CAPÍTULO 3: COMPONENTES DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

3.1 Módulos Fotovoltaicos

Este componente é representado pelo símbolo elétrico da Figura 18.

Figura 18 – Símbolo elétrico de painel fotovoltaico

Os módulos fotovoltaicos são compostos por um conjunto de células solares que

são interconectadas entre si para o fim de transformação da energia proveniente da

radiação solar em Energia Elétrica. As ligações das células estão diretamente relacionadas

ao quanto se deseja de produção de energia, corrente e tensão, que o módulo deva atender

ao projeto de fabricação.

Segundo o CRESESB [5], é importante ter cuidado com a seleção das células a

serem utilizadas pois a incompatibilidade de suas características elétricas pode levar a

módulos de baixa qualidade. Isso ocorre por conta do efeito de descasamento, onde as

células de maior fotocorrente e fotovoltagem dissipam seu excesso de potência nas células

de desempenho inferior. Em consequência, a eficiência global do módulo fotovoltaico é

reduzida.

Portanto, o dimensionamento dos painéis deve ser o mais adequado possível,

levando em consideração quais são as características e fatores que limitam ou amplificam

a taxa de conversão de luz em energia elétrica.

3.1.1 Características Elétricas do Módulo

A potência dos módulos fotovoltaicos é expressa, segundo seus fabricantes, pela

potência de pico, ou seja, a potência máxima que o módulo pode atingir. Normalmente

este parâmetro é expresso na unidade de watt-pico (Wp). No entanto, existem outros

parâmetros que devem ser analisados na hora da escolha do módulo a ser utilizado.

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3.1.1.1 Tensão de circuito aberto e corrente de curto circuito

A tensão de circuito aberto (𝑉𝑂𝐶) é denominada a tensão medida quando não há

corrente elétrica circulando no módulo, por conta da desconexão com qualquer

equipamento. Sendo, portanto, a maior tensão que o módulo pode produzir.

Para as mesmas condições de medição da tensão de circuito aberto, agora, com os

terminais em curto circuito, apresentando tensão nula é possível medir a corrente

denominada de corrente de curto-circuito (𝐼𝑆𝐶), na qual representa a máxima corrente que

se pode obter no módulo.

3.1.1.2 Curva característica I x V

A potência realmente produzida pelo módulo pode ser encontrada através da curva

denominada curva característica I x V, em que para cada ponto do produto Corrente x

Tensão representa a potência gerada para aquela condição de operação conforme a Figura

19.

Figura 19 - Curva característica IxV [9]

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Podemos observar na curva I x V, que não existe geração de potência para as

condições de circuito aberto e curto circuito, já que em cada uma dessas condições a

corrente ou a tensão é igual à zero.

3.1.2 - Fatores que Afetam as Características Elétricas dos Módulos

As principais curvas, a respeito do módulo fotovoltaico, estão associadas a várias

condições operativas, mas as principais são irradiação solar e temperatura de operação.

Na curva da Potência com a Tensão, destaca-se em especial, o denominado ponto

de potência máxima (MPP), do qual se obtêm a tensão no ponto de máxima potência

(𝑉𝑀𝑃𝑃) e a corrente no ponto de máxima potência (𝐼𝑀𝑃𝑃) conforme ilustrado na Figura

20.

Figura 20 - Curva típica de potência versus tensão para a célula de silício

monocristalino [5]

Tomando como base a explicação do efeito fotoelétrico, pode-se afirmar que o

desempenho dos módulos fotovoltaicos é diretamente influenciado pela intensidade

luminosa e temperatura das células.

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3.1.2.1 Intensidade luminosa

A corrente de saída da célula fotovoltaica é proporcional à irradiância. Portanto,

conforme esta diminui as curvas IxV vão decrescendo horizontalmente. Isso pode ser

observado na Figura 21 a seguir.

Figura 21 - Efeito causado pela variação da intensidade da luz na curva característica

IxV [9]

3.1.2.2 Temperatura das Células

A variação da temperatura em uma célula fotovoltaica é inversamente proporcional à

tensão de saída da mesma, quanto maior a temperatura, menor a tensão, conforme

ilustrado na Figura 22.

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Figura 22 - Efeito causado pela temperatura da célula na curva característica IxV [9]

Consequentemente quanto maior a temperatura, menor o ponto de máxima

potência de uma célula fotovoltaica (pontos nas curvas), ou seja, a potência de saída será

menor para maiores temperaturas, já que elas acarretam uma diminuição da tensão de

saída da célula.

3.1.3 Associações dos módulos fotovoltaicos

Os módulos fotovoltaicos podem ser conectados em série, paralelo ou em ambos,

conhecida como ligação mista. O conjunto dos arranjos em série, denomina-se como

Fileira ou String, portanto, quando este é ligado em paralelo com outros conjuntos, ocorre

o que chamamos de ligação mista.

Na ligação em série, o terminal positivo de um módulo fotovoltaico é conectado

ao terminal negativo de outro módulo e assim por diante. Portanto, quando conectado em

série dispositivos idênticos, as tensões são somadas e a corrente elétrica não é alterada.

Esta conexão é ilustrada na Figura 23.

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Figura 23 – associação em série [16]

Na conexão em paralelo, os terminais dos dispositivos são interligados entre si,

assim como os terminais negativos. Logo, os módulos fotovoltaicos idênticos submetidos

essa ligação, apresentam as correntes somadas e a tensão inalterada. A Figura 24

exemplifica este tipo de conexão.

Figura 24 – associação em paralelo [16]

O que ocorre quando formamos os Arranjos fotovoltaicos, é a associação mista

dos módulos. Dessa forma, conseguem-se valores mais elevados de corrente e tensão. Um

exemplo dessa conexão pode ser observada na Figura 25.

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Figura 25 – Associação mista - Adaptado [15]

3.2 Inversor

O Inversor é representado pelo símbolo elétrico conforme a Figura 26.

Figura 26 – Símbolo elétrico do Inversor

O uso de um inversor, ou conversor CC-CA, é preciso, uma vez que os módulos

solares fotovoltaicos geram energia em corrente contínua, a fim de que possa se converter

a corrente para alternada, permitindo, assim, a interconexão com a rede.

Há dois tipos de inversores, basicamente: os inversores de rede e os inversores

autônomos. O primeiro é voltado para o sistema conectado à rede, enquanto o segundo é

voltado para sistemas autônomos, sendo então cada um deles empregado em um tipo de

configuração do sistema.

A transferência da energia produzida diretamente ao quadro de distribuição de

força do local é realizada pelos inversores de rede, conhecidos também como Grid-Tie

ou Grid-Conected. No caso da geração distribuída, a energia produzida será injetada e

utilizada enquanto houver luz solar. Porém, se a energia produzida pelos painéis não for

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suficiente para alimentar as cargas do sistema, elas irão buscar a diferença na rede de

distribuição. Mesmo assim, caso a carga não seja capaz de consumir toda energia

produzida, a excedente será então injetada na rede.

Já no caso dos sistemas autônomos, como estes utilizam os inversores autônomos,

geralmente possuem um banco de baterias nos quais a energia produzida pelos módulos

fotovoltaicos é armazenada. Desta forma, estes inversores além da conversão CC-CA

necessitam de proteção contra uma grande descarga da bateria e tolerar flutuações de

tensão das mesmas.

Segundo RUTHER [13], para os inversores, a vida útil não acompanha a dos

módulos fotovoltaicos, além da operação geralmente não demonstrar falhas de 10 até 12

anos de uso. As manutenções serão usualmente necessárias após esse período, além de

que é recomendado que o local de instalação seja ventilado e limpo, a fim de dissipar o

calor gerado na conversão de energia na forma de corrente alternada.

3.2.1 Seguidor do Ponto de Máxima Potência (MPPT)

Durante o dia, o arranjo fotovoltaico é submetido a diferentes níveis de radiação

e de temperatura e observa-se que o ponto de máxima potência varia dentro de uma faixa.

Para otimização do ponto de operação, onde é possível aumentar o rendimento da geração,

utiliza-se um sistema de controle eletrônico, chamados de MPPT - Maximum Power Point

Tracker, que opera de modo a regular a tensão e corrente de operação do arranjo

fotovoltaico, a fim de obter o máximo do produto I x V.

Os principais inversores utilizados para a conexão de plantas solares ao sistema

elétrico são os do tipo Grid Tie. Estes inversores são equipados com a função MPPT

capaz de obter a máxima potência possível dos painéis solares comandados por ele, bem

como com a função de sincronismo, responsável por realizar o sincronismo da usina com

a rede elétrica. [17]

3.3 Transformador

Basicamente, um transformador consiste em dois ou mais enrolamentos acoplados

por meio de um fluxo magnético comum. Tomando um destes enrolamentos, como o

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primário e conectando-o a uma fonte de tensão alternada, será produzido um fluxo

magnético que irá induzir uma tensão no enrolamento secundário, cujo valor dependerá

da magnitude do fluxo, da frequência da fonte utilizada e do número de espiras. De acordo

com a determinação do número de espiras do enrolamento primário e secundário, é

possível obter a relação de tensão desejada.

A conexão de transformadores em paralelo é frequentemente utilizada em banco

trifásico de transformadores. Com o aumento da demanda de uma certa carga, a potência

aparente da unidade transformadora pode ser aumentada com a adição de novos

transformadores em paralelo. A conexão em paralelo garante uma melhor continuidade

no serviço uma vez que um módulo pode suprir a demanda de um transformador

danificado.

O principal problema encontrado na conexão paralela é o modo em que a potência

se distribui pelas diversas unidades conectadas. A situação ideal é aquela em que todos

os transformadores conectados possuem as mesmas características e dessa forma a

potência se distribuiria igualmente pelos transformadores.

O transformador elevador, em um sistema fotovoltaico, possui o trabalho de elevar

a tensão elétrica do gerador fotovoltaico ao nível da tensão elétrica da rede. Porém, o

acoplamento de um transformador ao sistema inversor implica em perdas ôhmicas e

magnéticas reduzindo a eficiência do sistema.

3.4 Proteção, controle e outros sistemas auxiliares

3.4.1 Disjuntores e Fusíveis de fileira

Disjuntores são equipamentos de manobra cujo objetivo é de estabelecer,

conduzir, interromper e suportar correntes elétricas sob sua tensão máxima de rede nas

condições normais de serviço (por exemplo, para conectar ou desligar uma linha em uma

rede elétrica) e nas condições anormais especificadas (em especial para eliminar um

curto-circuito ou as consequências de um raio) [18].

Esses dispositivos eletromecânicos são essenciais em qualquer sistema elétrico,

seja uma simples instalação residencial ou um sistema de grande porte como subestações

e redes de transmissão.

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Certas características são comuns a todos os tipos de disjuntores,

independentemente das classes de corrente e tensão para as quais foram projetados,

embora os detalhes variem significativamente de acordo com essas classificações.

O fusível de fileira, concebido para funcionar em corrente contínua, é um

componente de proteção que tem a finalidade de proteger a série fotovoltaica do fluxo de

corrente reversa de um conjunto série com tensão maior para um com tensão menor.

Portanto, os fusíveis devem ser colocados na saída de cada série tanto no polo positivo

quando no polo negativo.

Na Figura 27, pode ser observado em vermelho com formato retangular, os

fusíveis de fileira aplicados ao circuito do arranjo fotovoltaico.

Figura 27 – Díodos de bloqueio das fileiras, fusíveis de fileira e caixas de junção do

gerador [6]

3.4.2 Diodos de desvio (By-Pass) e de Bloqueio

O diodo de desvio (by-pass) é utilizado no circuito fotovoltaico para evitar a

ocorrência dos “pontos quentes”, limitando assim, a dissipação de potência no conjunto

de células sombreadas. Com isso, a perda de energia e o risco de danificar o módulo são

reduzidos [9].

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Geralmente, dentro da caixa de conexão, o diodo de By-Pass, é conectado em

antiparalelo com um conjunto de células em série, entre 15 e 30 células para cada diodo.

Assim, o diodo deve suportar em operação permanente, a mesma corrente das células

A proteção ocorre porque, com o diodo de desvio, a máxima potência dissipada

sobre uma das células seria a potência do conjunto que o diodo envolve.

A Figura 28, a seguir, serve para auxiliar a compreensão de um diodo de desvio

em operação. Os módulos fotovoltaicos já incluem, na sua grande maioria, um ou mais

destes dispositivos, evitando que o mesmo tenha que ser considerado na hora do projeto.

Figura 28 – Operação de um diodo de desvio [9]

Outro componente de proteção utilizado em conexões de módulos fotovoltaicos é

o diodo de bloqueio, que similar ao fusível de fileira, também impede o fluxo de corrente

de um conjunto de painéis conectados em série com tensão maior para um com tensão

menor. Assim, cada diodo deve suportar pelo menos a corrente de curto-circuito

produzida e também suportar uma tensão reversa de pelo menos duas vezes a tensão de

circuito aberto de todo arranjo.

Em sistemas que utilizam armazenamento, o diodo de bloqueio também pode ser

utilizado para impedir descargas noturnas das baterias, pois a noite os módulos podem

conduzir uma corrente reversa, que apesar de pequena, contribui para a descarga das

baterias. [9]

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3.4.3 Aterramento e Sistema de Proteção Contra Descarga Atmosférica

O sistema de aterramento elétrico fornece um caminho de baixa resistência de um

ponto aterrado no sistema para o chão, onde a carga elétrica pode ser dissipada com

segurança. O aterramento é uma medida preventiva importante e deve ser incluída no

projeto de um Sistema Fotovoltaico de forma a evitar condições perigosas para as pessoas

e para os componentes do sistema.

Em Sistemas Fotovoltaicos é necessário fazer-se o aterramento dos equipamentos

(conexão da carcaça dos equipamentos ao Terra) e o aterramento do sistema (conexão do

circuito elétrico ao Terra, geralmente através da linha de polaridade negativa), com o

objetivo de impedir riscos de choques elétricos, estabilizar a tensão do sistema e proteger

os equipamentos de correntes excessivas, decorrentes de uma falha [5].

As descargas atmosféricas quando ocorrem próximas de uma estrutura capaz de

sofrer uma indução eletromagnética, pode gerar uma sobretensão no sistema,

representando assim um perigo para os equipamentos elétricos e pessoas que estejam

perto do local. No entanto, os efeitos causados por estas descargas podem ser

minimizados com a utilização dos dispositivos de proteção contra surtos (DPS).

Normalmente, os DPS são necessários nos lados CC e CA dos sistemas

fotovoltaicos. No entanto, sua funcionalidade pode estar contida nos inversores mais

modernos. Nestes casos, a instalação deste dispositivo fica a critério do responsável pelo

projeto.

Tanto o uso dos DPS e do sistema de aterramento não são itens obrigatórios para

conexão junto a concessionária Light SESA e, além disso, também encarece o projeto,

porém são itens de segurança importantes para evitar acidentes e danos de equipamentos

no uso do SFCR. A respeito da instalação do DPS, no Brasil, existe a norma Norma NBR

5410.

3.4.4 Sistema de Fixação

O suporte do módulo fotovoltaico tem como função posicioná-lo de maneira

estável. Além disso, ele deve assegurar a ventilação adequada, permitindo dissipar o calor

que normalmente é produzido devido à ação dos raios solares. Isto é importante porque,

conforme visto, a eficiência das células diminui com a elevação da temperatura.

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O sistema de fixação deve ser concebido para adaptar-se ao terreno local. E com

isso, fornecer uma estrutura rígida com formato adequado para dar suporte a orientação e

inclinação dos painéis fotovoltaicos a serem instalados. Tudo isso, a fim de garantir a

máxima captação da luz solar e garantir uma resistência mecânica contra os ventos fortes.

3.4.5 Sistema de Conexões e Cabeamento

Um número considerável de conexões elétricas é necessário para conectar

módulos, arranjos, fileiras, inversores, baterias e qualquer outro dispositivo intermediário,

podendo inclusive utilizar cabos com comprimentos consideráveis. Deve-se atentar para

a utilização de cabos e conexões seguras evitando falhas, perdas e acidentes.

Em um SFCR, o cabeamento pode ser dividido em lado CC e lado CA. No

primeiro são necessários apenas cabos individuais com apenas um núcleo cada. Após o

inversor, lado CA, o cabeamento terá três cabos individuais de núcleo único em caso de

ligação monofásica e cinco em caso de ligação de trifásica (3 fases, o neutro e o terra).

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CAPÍTULO 4: ASPECTOS REGULATÓRIOS DA GERAÇÃO

FOTOVOLTAICA NO BRASIL

Nos últimos anos, o Brasil teve muitos desenvolvimentos políticos por conto de

sua mudança de foco em direção aos recursos renovável para a geração de energia elétrica.

No entanto, poucos incentivos e mecanismos de regulação têm sido desenvolvidos para

estimular o uso da tecnologia fotovoltaica. As políticas e regulamentações mais

importantes que ocorreram no país a respeito desta tecnologia são destacados a seguir:

Resolução normativa Nº 482, torna possível para todos os produtores de micro

geração e de mini geração distribuída o acesso aos sistemas de distribuição de

energia. Este regulamento também permite que as empresas de energia solar que

produzirem um máximo de 30 MW, possam ser elegíveis para a redução de tarifas

para a utilização da transmissão e rede de distribuição;

Resolução normativa Nº 481, concede sistemas fotovoltaicos com capacidade de

1 a 30 MW que começar a operar até 2017 com um desconto de 80% nas tarifas

de transmissão e distribuição para 10 anos, e 50% nos anos subsequentes.

Decreto 3827/01 estabeleceu que os impostos incidentes sobre os módulos

fotovoltaicos seriam reduzidos para 0%;

O Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) é um programa nacional através do

qual cada sistema fotovoltaico utilizado no Brasil tem que passar por um processo

de aprovação, realizado pelo INMETRO. Portanto, não é permitido que nenhum

sistema seja utilizado no país sem que esteja aprovado. Além disso, os

equipamento utilizados necessitam serem rotulados pelo PBE incluindo: módulos

fotovoltaicos, inversores, controladores de carga, baterias e pilhas;

O estudo realizado pela referência [19], levanta alguns avanços significativos que

ocorreram na normatização brasileira, pela criação das seguintes normas:

ABNT NBR 16149:2013 - Sistemas fotovoltaicos (FV) - Características da

interface de conexão com a rede elétrica de distribuição;

ABNT NBR 16150:2013 - Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da

interface de conexão com a rede elétrica de distribuição – Procedimento de ensaio

de conformidade;

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ABNT NBR 16274:2014 - Sistemas fotovoltaicos conectados à rede — Requisitos

mínimos para documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação

de desempenho;

ABNT NBR IEC 62116:2012 - Procedimento de ensaio de anti-ilhamento para

inversores de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica;

Qualquer projeto de geração de energia elétrica deve atender os requisitos

impostos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), para que seja garantida a

segurança e a qualidade da energia elétrica.

Segundo a lei nº 9.074, a implantação de usinas termoelétricas de potência igual

ou inferior a 5.000 kW está dispensada de concessão, permissão ou autorização, devendo

apenas ser comunicada ao poder concedente. Apesar de não haver menção a usinas

fotovoltaicas, a regulamentação trata de usinas termelétricas e de outras fontes

alternativas de energia, e contém os procedimentos para registro de centrais geradoras

com capacidade instalada reduzida, que são definidas como usinas com potência até 5.000

kW segundo a Resolução Normativa nº 390 da ANEEL.

Esta regulamentação inclui um formulário específico para o registro de usinas

solares fotovoltaicas. Ela também exige que seja apresentada a Licença Ambiental

necessária ao início da operação da central geradora. Além disso, ela garante

comercialização de energia e o livre acesso às instalações de distribuição e de

transmissão, nos termos da legislação vigente.

4.1 Obstáculos regulatórios

Não existe regra geral a respeito do tema que padronize de alguma forma os

procedimentos a serem adotados na conexão à rede local de distribuição. Assim, cada

distribuidora analisa os pedidos de acesso de acordo com procedimentos próprios, que de

uma forma geral são elaborados privilegiando a prudência em relação a eventuais

prejuízos que o gerador possa provocar à rede e aos consumidores a ela conectados. O

resultado em geral são procedimentos e exigências por demais complexos e custosos para

empreendimentos nesta faixa de potência. [20]

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A exigência de licença ambiental, sem maiores qualificações, pode constituir

obstáculo especialmente no caso de usinas de menor porte. A questão é que não existe

um limite inferior a partir do qual o procedimento de licenciamento poderia ser

simplificado, ou mesmo, dependendo do caso, dispensado. Com isso, as exigências

acabam sendo estabelecidas pela legislação estadual ou municipal. Isto impede, por

exemplo, que o fabricante ou instalador do equipamento possa de alguma forma

responsabilizar-se pelo eventual licenciamento, uma vez que para fazê-lo necessitaria

conhecer as regras de cada local. [20]

4.2 Requisitos de Acesso de Centrais Geradoras

O PRODIST, da ANEEL, é o instrumento regulatório que normatiza e padroniza

as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho dos sistemas de

distribuição de energia elétrica. Seu conjunto de regras visa subsidiar os agentes e

consumidores do sistema elétrico nacional na identificação e classificação de suas

necessidades para o acesso ao sistema de distribuição.

Portanto, quanto a requisitos técnicos de conexão, o projeto deve atender às regras

do PRODIST, referentes ao módulo 3 que trata das condições de acesso, compreendendo

a conexão ao sistema de distribuição definindo critérios técnicos e operacionais, os

requisitos do projeto, as informações, os dados e a implementação da conexão dos

acessantes.

Na seção 3.3 do PRODIST, para efeito de acesso e estabelecimento das proteções

mínimas necessárias para o ponto de conexão de centrais geradoras, são consideradas as

faixas de potência indicadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Níveis de tensão considerados para conexão de centrais geradoras -

PRODIST- ANEEL [21]

Potência Instalada Nível de Tensão de Conexão

< 10 kW Baixa Tensão (monofásico)

10 a 75 kW Baixa Tensão (trifásico)

76 a 150 kW Baixa Tensão (trifásico) / Média Tensão

151 a 500 kW Baixa Tensão (trifásico) / Média Tensão

501 kW a 10 MW Média Tensão / Alta Tensão

11 a 30 MW Média Tensão / Alta Tensão

> 30 MW Alta Tensão

Os requisitos mínimos de proteção do ponto de conexão da central geradora,

segundo o PRODIST são apresentados na Tabela 2.

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Tabela 2 – Proteções mínimas em função da potência instalada - PRODIST- ANEEL

Adaptado [21]

EQUIPAMENTO

Potência Instalada

< 10 kW 10 kW a 500 kW

> 500 kW ***

Elemento de desconexão * Sim Sim Sim

Elemento de interrupção ** Sim Sim Sim

Transformador de acoplamento

Não Sim Sim

Proteção de sub e sobre tensão

Sim Sim Sim

Proteção de sub e sobre frequência

Sim Sim Sim

Proteção contra desequilíbrio de corrente

Não Não Sim

Proteção contra desbalanço de tensão Não Não Sim

Sobre corrente direcional Não Não Sim

Sobre corrente com restrição de tensão

Não Não Sim

* Chave seccionadora visível e acessível que a acessada usa para garantir a desconexão

da central geradora durante manutenção em seu sistema.

** Elemento de desconexão e interrupção automático acionado por comando e/ou

proteção.

*** Nas conexões acima de 300 kW, se o lado da acessada do transformador de

acoplamento não for aterrado, deve-se usar uma proteção de sub e de sobretensão nos

secundários de um conjunto de transformador de potência em delta aberto.

De forma específica para SFCR, alguns itens dos requisitos mínimos, destacados

na Tabela 2, são esclarecidos a seguir, confirmando assim o fato de que esse tipo de

tecnologia é muito vantajosa em relação a outras fontes pelas suas facilidades de

instalação:

Elemento de desconexão: conhecida como Dispositivo de Seccionamento Visível

(DSV), é a chave seccionadora sobre a carga, deve ser instalada em local visível

e acessível a concessionária;

Elementos de Interrupção: representa um dispositivo de interrupção, sendo,

normalmente, um disjuntor ou fusível adequado. Os inversores utilizados em

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41

usinas fotovoltaicos conectadas à rede, geralmente, possuem este elemento de

interrupção, atendendo assim ao requisito mínimo de proteção;

Os inversores utilizados em usinas fotovoltaicas conectadas à rede, atendem os

requisitos mínimos de proteção por possuírem uma série de funcionalidades que

simplificam bastante a instalação das plantas, tais como:

Proteção de sub e sobre frequência: caso ocorra essa anormalidade na rede

elétrica, o inversor isola a conexão com a rede e inibe o ligamento. Portanto, o

religamento só ocorre quando a anomalia é dissipada e os parâmetros elétricos são

reestabelecidos.

Proteção de sub e sobre tensão: como no caso anterior, o inversor isola a conexão

com a rede e inibe o religamento até que a tensão e outros parâmetros elétricos se

regularizem.

Anti-ilhamento e relé de sincronismo: o inversor emula a tensão da rede, definindo

assim a frequência de comutação interna, com o intuito de maximizar a produção

dos arranjos fotovoltaicos. Com isso, o inversor sempre está em sincronismo e

uma vez que a referência de tensão sai dos parâmetros estabelecidos, o inversor

isola o circuito da planta e da rede, interrompendo a produção. Assim, a

sincronização e religamento do sistema são feitos de forma automática, assim que

o inversor reúne condições operacionais para o religamento.

Com todas essas funcionalidades, portanto, o inversor controla a qualidade de

energia injetada na rede. Os valores de referência das grandezas elétricas deste

equipamento são estipuladas por normas e testes em laboratórios que os certificam.

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42

CAPÍTULO 5: O PROJETO

5.1 Introdução

Este Capítulo visa desenvolver o projeto de um sistema fotovoltaico. Dessa forma,

inicialmente será feito uma breve análise de seu espaço físico, no qual será mensurado o

nível de radiação solar incidente próximo ao local.

Em seguida, será apresentado o dimensionamento dos componentes do sistema,

tais como módulos fotovoltaicos, caixas de conexão, escolha dos inversores, quadros de

conexão e transformador, por exemplo. Na Figura 29, pode ser observado um breve

resumo representando os equipamentos a serem utilizados em dois casos que serão

discorridos posteriormente.

= ~ QGBT

18000 painéis

solares

CASO A

CASO B

72 Caixas de

controle

36 inversores

4 Quadros de

baixa tensão (QGBT)

4

Transformadores (conexão em

paralelo)

8 inversores 1 Quadro de

baixa tensão (QGBT)

1 Cubículo de

Média Tensão

1 Transformador

Rede de Transmissão

Figura 29 – Resumo dos componentes a serem dimensionados

5.2 Avaliação do espaço fisico da instalação

Conforme discutido, o terreno está localizado nas proximidades rurais do bairro

de Nova Iguaçu no Rio de Janeiro, nas presentes cordenadas 22°40'24.9" S 43°30'58.8"

O. O local apresenta uma área total de aproximadamente 51 mil metros quadrados,

calculado através da ferramenta Google Earth Pro conforme demonstrado na Figuras 30.

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43

Figura 30 – Cálculo da área total através do Google Earth Pro

5.3 Avaliação do potencial energético solar

É necessário fazer uma avaliação do potencial energético solar, que constitui em

buscar a quantidade de radiação solar incidente sobre o painel fotovoltaico de forma que

se possa calcular a energia gerada.

5.3.1 Níveis de Irradiação próximos do local

Uma forma bastante conveniente de se expressar o valor acumulado de energia

solar ao longo de um dia é através do número de Horas de Sol Pleno (HSP). Esta grandeza

reflete o número de horas em que a radiação solar deve permanecer constante e igual a 1

kWh/m² de forma que a energia resultante seja equivalente à energia acumulada para o

dia e local em questão. [5]

Para obter-se a irradiação do local é utilizado a ferramenta SunData, fornecida

pelo CRESESB e disponibilizada na internet [22]. De acordo com o ponto de interesse

informado, o programa fornece os dados de irradiação incidente no plano inclinado

convertidos para o seu valor médio diário em kW/m².dia, utilizando o valor numérico

HSP.

Dessa forma, ao inserirmos no SunData as coordenadas, descritas no item 5.2, do

terreno em Nova Iguaçu, é possível obter os valores de irradiação solar, em kWh/m².dia

correspondentes às diárias médias mensais para os 12 meses do ano para três cidades mais

próximas.

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O programa retorna valores para três regiões distintas: Penha (distante 28,2 km),

Santa Cruz (distante 31 km) e Vassouras (distante 34 km). Na Figura 31, é possível

observar estas regiões, representadas pelo marco em vermelho e o terreno como ponto de

interesse, no marco verde.

Figura 31 - Posição da área do projeto em relação as estações de medição de

irradiação

Os valores de irradiação retornados pelo SunData, para as 3 estações de medição,

considerando a inclinação de 23º conforme a latitude local, são apresentados na Tabela 3.

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Tabela 3 – Dados de radiação diária média mensal em kWh/m2dia das cidades mais

próximas ao terreno em Nova Iguaçu [22]

Irradiação solar diária média

mensal [kWh/m2.dia]

Penha Santa Cruz Vassouras

Jan. 4,89 4,83 5,1

Fev. 5,43 5,08 5,4

Mar. 5,24 5,14 5,29

Abr. 4,73 4,86 4,66

Mai. 4,84 4,79 4,75

Jun. 4,4 4,26 4,29

Jul. 4,57 4,27 4,91

Ago. 5,07 4,9 4,86

Set. 4,67 4,74 4,37

Out. 4,78 4,74 4,74

Nov. 4,95 4,75 4,75

Dez. 4,99 5,03 4,91

Média 4,88 4,78 4,83

Delta 1,03 0,87 1,11

Para estimar o nível de radiação em Nova Iguaçu, formou-se um plano a partir dos

dados das três cidades mais próximas, onde cada uma dessas cidades representa um ponto

inserido num sistema de coordenadas definido pela latitude, longitude e pela radiação

diária mensal, num determinado mês.

A partir da obtenção desse plano, gerado com os valores das coordenadas das

localidades sugeridas pelo CRESESB, é possível que seja conhecida a coordenada da

radiação em Nova Iguaçu, uma vez que são dadas sua latitude e sua longitude.

Assim, os pontos a seguir representam a métrica das coordenadas de posição:

Santa Cruz: 𝑃𝑆𝐶,𝑖 = (634187.3031 , 7466945.15225 , 𝑅𝑎𝑑𝑆𝐶,𝑖)

Vassouras: 𝑃𝑉𝐴,𝑖 = (637676.792426 , 7522276.57038 , 𝑅𝑎𝑑𝑉𝐴,𝑖)

Penha: 𝑃𝑃𝐸,𝑖 = (676752.216179 , 7477581.6887 , 𝑅𝑎𝑑𝑃𝐸,𝑖)

Nova Iguaçu: 𝑃𝑁𝐼 = (652418.433518 , 7491841.17986 , 𝑅𝑎𝑑𝑁𝐼,𝑖)

O índice i representa o mês em que foi obtido o dado de radiação. Tomando como

origem Santa Cruz, os vetores �⃑� e 𝑣 foram definidos da seguinte forma:

�⃑� = 𝑃𝑃𝐸,𝑖 − 𝑃𝑆𝐶,𝑖 = (42564.913079 , 10636.53645 , 𝑅𝑎𝑑𝑃𝐸,𝑖 − 𝑅𝑎𝑑𝑆𝐶,𝑖)

𝑣 = 𝑃𝑉𝐴,𝑖 − 𝑃𝑆𝐶,𝑖 = (3489.489326 , 55331.41813 , 𝑅𝑎𝑑𝑉𝐴,𝑖 − 𝑅𝑎𝑑𝑆𝐶,𝑖)

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Logo, de posse dos vetores �⃑� e 𝑣 , é possível calcular a normal (�⃑� ) do plano através

do produto vetorial �⃑� 𝑥 𝑣 , ou seja, calculando a determinante da matriz abaixo:

�⃑� = �⃑� 𝑥 𝑣 = |𝑖 𝑗 �⃑�

42564.913079 10636.53645 𝑅𝑎𝑑𝑃𝐸,𝑖 − 𝑅𝑎𝑑𝑆𝐶,𝑖

3489.489326 55331.41813 𝑅𝑎𝑑𝑉𝐴,𝑖 − 𝑅𝑎𝑑𝑆𝐶,𝑖

|

�⃑� = (10636.53645 ∙ 𝑅𝑎𝑑𝑉𝐴,𝑖 − 55331.41813 ∙ 𝑅𝑎𝑑𝑃𝐸,𝑖 + 44694,88168 ∙

𝑅𝑎𝑑𝑆𝐶,𝑖) ∙ 𝑖 + (3489.489326 ∙ 𝑅𝑎𝑑𝑃𝐸,𝑖 − 42564.913079 ∙ 𝑅𝑎𝑑𝑉𝐴,𝑖 + 39075.423753 ∙

𝑅𝑎𝑑𝑆𝐶,𝑖) ∙ 𝑗 + (2318060922.83337) ∙ �⃑�

Utilizando os valores de radiação diários, presentes na Tabela 3, das cidades de

Santa Cruz, Penha e Vassouras é possível calcular os valores da normal (�⃑� ) por mês. Esses

valores são mostrados na Tabela 4 a seguir.

Tabela 4 - Valor do vetor normal para cada mês do ano

Vetor Normal

i j k

Jan. -448,02 -11283,16 2318060922,83

Fev. -15962,30 -12399,45 2318060922,83

Mar. -3937,66 -6035,79 2318060922,83

Abr. 5065,78 8059,35 2318060922,83

Mai. -3192,03 1877,07 2318060922,83

Jun. -7427,30 -788,42 2318060922,83

Jul. -9792,04 -26194,70 2318060922,83

Ago. -9831,80 2295,81 2318060922,83

Set. -62,32 15504,75 2318060922,83

Out. -2213,26 139,58 2318060922,83

Nov. -11066,28 697,90 2318060922,83

Dez. 936,87 4968,21 2318060922,83

O plano das radiações pode ser definido pela equação 𝑃𝑖 ∙ �⃑� = 𝑃𝑆𝐶 ∙ �⃑� , onde 𝑃𝑖 é

um ponto genérico, em uma localidade qualquer. Assim, para se obter os dados de

irradiação no terreno em Nova Iguaçu, basta considerar 𝑃𝑖 = 𝑃𝑁𝐼,𝑖.

Dessa forma, os valores de radiação diária média mensal em kWh/m², calculados

mês a mês, são apresentados na Tabela 5.

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Tabela 5 - Radiação diária média mensal em kWh/m².dia em Nova Iguaçu.

Irradiação solar diária média mensal (kWh/m2.dia) em Nova Iguaçu

Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

4,88 5,41 5,22 4,77 4,8 4,37 4,68 4,99 4,62 4,76 4,85 4,96

Média 4,86

5.4 Dimensionamento da instalação

5.4.1 Painel solar

Dentre os diversos tipos e modelos de painéis solares no mercado, foram

levantados alguns que apresentam um maior destaque pela sua eficiência e economia. A

Tabela 6 retrata os módulos considerados e algumas de suas características, os valores

pesquisados foram extraídos das referências [23] e [24].

Tabela 6 - Modelos fotovoltaicos considerados [23] e [24]

Fabricante Modelo Area (m²) Potência (W) Potência (Wp/m²) Preço (US$/Wp)

Shandong Hilight Solar HSPV235WP-54M 1,4682 235 160,06 0,53

Talesun TP660P-235 1,6236 235 144,74 0,75

Canadian Solar CS6P-235PX 1,6085 235 146,10 0,81

Kyocera KD315GX-LPB 2,1938 315 143,58 1,19

Devido ao baixo custo e boa eficiência do módulo, será escolhido o painel

fotovoltaico do fabricante chinês Shandong Hilight Solar, modelo HSPV235WP-54M,

fabricado com células fotovoltaicas de silício monocristalino. Cada unidade possui 54

células agrupadas, assumindo as dimensões de 1480 mm de comprimento, 992 mm de

largura e 40 mm de espessura.

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Figura 32 – Placa HSPV235WP-54M do fabricante Shandong Hilight Solar [23]

Esse modelo possui 235Wp (STC – AM 1.5, 1000W/m² e 25 ºC de Temperatura

de operação). A caixa de conexão no lado traseiro da placa está equipada com diodos by-

pass, que eliminam o risco de sobreaquecimento individual de cada célula. Para proteger

contra condições climáticas mais severas, as células estão condicionadas entre uma

cobertura de vidro reforçado e uma película de EVA.

Todos os dados técnicos do painel, fornecidos pelo fabricante, podem ser

observados no Anexo II. A Tabela 7 a seguir apresenta as informações principais

utilizadas durante o estudo.

Tabela 7 – Dados principais do painel HSPV235WP-54M [23]

Modelo HSPV235WP-54M

Dimensões 992 x 1480 x 40 mm

Potência Máxima (Pmax) 235 W

Tensão Máxima (Vmp) 27.2 V

Corrente Máxima (Imp) 8.64 A

Tensão de Circuito Aberto (Voc) 33 V

Corrente de Curto circuito (Ioc) 9.37 A

5.4.2 Arranjo dos painéis

A escolha da quantidade de painéis a serem dispostos em série foi baseada no

limite de operação dos inversores, que possuem uma tensão de saída máxima de 1000 V

e uma tensão máxima de MPPT de 820 V. Além disso, foi considerado o limite do espaço

físico em que cada Fileira poderia ocupar de modo a se adaptar da melhor forma com o

relevo local.

Desse modo, para o projeto foi considerado o agrupamento de 25 módulos

fotovoltaicos em série, formando uma Fileira. Assim, conforme discutido na seção 3.1.3

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49

a tensão do grupo será a soma da tensão de cada placa, 25 x 27.2V = 680 V. A Figura 33

representa o esquema de ligações de cada placa em série.

Figura 33 – conexão em série dos painéis fotovoltaicos

Um conjunto de 10 grupos de 25 placas conectadas em série são conectadas em

paralelo formando assim um arranjo de 250 placas, que possuirá uma corrente total de 10

x 8,64 = 86,4A. Na Figura 34, pode ser observada a proporção do tamanho de um grupo

de painéis ligados em serie em relação ao Arranjo final.

A escolha de apenas 10 conexões em paralelos foi fundamentada pela inclinação

do terreno, conforme pode ser observado no Anexo I, o relevo do local é variado, portanto,

um número maior de conexões iria dificultar a implementação de Arranjos maiores. Além

disso, também foi levado em conta o limite de corrente de entrada na Caixa de Controle

de 160 A, como também o limite para os inversores, de 380 A e 250 A. Estes valores

serem detalhados no item 5.4.7.

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50

Figura 34 – Representação do arranjo fotovoltaico

Além disso, é possível observar, na Figura 34, que serão ao todo 50 módulos

presentes no eixo x e 5 módulos no eixo y. Portanto, levando em consideração as

dimensões de cada módulo, apresentas na Tabela 8, cada Arranjo terá 0,992 m x 50 =

49,6 m de comprimento e 1,48 m x 5 = 7,4 m de largura. Apresentando uma potência

instalada de 250 x 235 W = 58750 Wp, uma tensão de 680 V e uma corrente de 86,4A.

Tabela 8 - Memória de Cálculo das grandezas do Arranjo fotovoltaico

Módulo Arranjo

Dimensões (m) Quantidade Dimensões (m)

Eixo x 0,992 50 49,6

Eixo y 1,48 5 7,4

Área (m2) Área (m2)

1,47 367,04

Módulo Arranjo

Potência (Wp) 235 58.750

Tensão (V) 27,2 680

Corrente (A) 8,64 86,4

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51

5.4.3 Estrutura de apoio dos módulos

Normalmente estruturas metálicas são utilizadas para a fixação dos módulos no

solo. Na Figura 35 são apresentado exemplos desse tipo de fixação dos módulos

fotovoltaicos, cujas vantagens e desvantagens, segundo [9], são destacadas abaixo:

Vantagens:

Forma mais clássica quando o número de módulos é muito grande

Estrutura mais robusta

Mínima influência do vento

Grande facilidade de montagem e manutenção

Desvantagens:

Montagem acessível, facilitando a possibilidade de danos

Maior probabilidade de ser atingido por sombras

Cabos de interconexão longos

Figura 35 – Exemplos de fixação de módulos fotovoltaicos no solo [25]

Para realizar a modelagem do arranjo foi considerada como exemplo a estrutura

de fixação (b), apresenta na Figura 35, produzida pela empresa ARI Metal. Assim, foi

desenhada uma estrutura de suporte com 14 apoios espaçados de 7,2 m entre si e distância

mínima do solo de 500 mm. Tal armação pode ser observada na Figura 36.

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52

Figura 36 – Arranjo fotovoltaico e estrutura de fixação projetados

5.4.4 Inclinação e Distância entre os arranjos

Quando se planeja a instalação de um sistema de geração de energia elétrica

fotovoltaica, os módulos fixos são posicionados com uma inclinação que otimize a

geração de energia anual, a fim de obter-se a maior quantidade de irradiação possível, e

ao mesmo tempo sem causar sombreamento nos módulos vizinhos.

Geralmente, no hemisfério sul, utiliza-se a inclinação dos módulos com o valor da

latitude local apontado para o Norte verdadeiro, pois dessa forma, os raios solares terão

incidência perpendicular ao plano do gerador fotovoltaico. Entretanto, esta inclinação

causa um sombreamento na parte de trás dos arranjos. Logo, a distância projetada entre

os arranjos deve ser maior ou igual a sombra projetada.

Assim, esse espaçamento a ser calculado representa a distância entre o início do

arranjo e o fim da sombra projetada por este mesmo no solstício de inverno. Isto porque

é nesta época do ano em que o sol se encontra mais ao norte da linha do equador,

projetando as maiores sombras.

Dessa forma, para calcular a sombra projetada, primeiramente foi calculado a

declinação solar e a altura solar. Para o projeto foi utilizado o dia 21 de junho que

corresponde ao solstício e inverno no hemisfério sul, onde o Sol apresenta a menor altura

solar e o período de Sol mais curto.

Portanto, utilizando N = 172, que representa o dia 21 de junho, na formula (1),

obtém-se a Declinação Solar (𝛿) igual a 23,4497828°.

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53

𝛿 = 23,45 ∗ 𝑠𝑒𝑛 [ 360

365∗ (284 + 172)] = 23,4497828°

Agora, aplicando este valor calculado em conjunto com o 𝜔 = 0 (meio dia) e 𝜙 =

- 22,673574° (latitude local) na formula (2) apresentada na seção 2.3, é possível calcular

a altura solar: 𝛼 = 43,8766432°

𝛼 = sin−1[𝑠𝑒𝑛(−22,673574°)𝑠𝑒𝑛(23,4497828°)

+ cos(−22,673574°) cos (−22,673574°)cos (0)] = 43,8766432°

A Figura 37, apresenta uma representação dos ângulos discutidos até então.

Analisando esta Figura é possível extrair uma relação entre eles em função da sombra

projetada entre os módulos, em outras palavras, a distância mínima entre os arranjos.

Figura 37 - Representação dos ângulos envolvidos no cálculo da projeção de

sombras

A relação pode ser expressa por meio da formula (5) a seguir.

𝑑 =𝐿 ∗ 𝑠𝑒𝑛(180° − 𝛽 − 𝛼)

𝑠𝑒𝑛(𝛼) (5)

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54

Onde:

d - sombra projetada

L – largura do módulo

β – inclinação do módulo

α – altura solar

Assim, aplicando a altura solar calculada, a inclinação do arranjo igual ao grau da

latitude local e a largura do arranjo na formula (5) obtêm-se d = 9,795 m.

𝑑 =7,4 𝑚 ∗ 𝑠𝑒𝑛(180° − 22,673574° − 43,8766432°)

𝑠𝑒𝑛(43,8766432°)= 9,795 𝑚

5.4.5 Dimensionamento do Sistema

Um sistema fotovoltaico é formado por um conjunto de arranjos. Para determinar

inicialmente o tamanho desse conjunto, as dimensões do terreno foram demarcadas no

programa Google Earth e extraídas para a ferramenta Google SketchUp Pro. Dessa forma,

de posse das características tridimensionais do terreno, os seguintes passos foram

seguidos:

I. Planificação do Arranjo fotovoltaico, representado na Figura 36, levando

em conta as dimensões projetadas (49,6 m x 7,4 m) e a inclinação igual a

latitude local de 26,7º;

II. Planificação do Terreno, ignorando inicialmente as inclinações do relevo;

III. Considerando um espaçamento nulo entre as colunas e uma distância de

9,795 m entre os Arranjos, que representa a sombra total projetada;

IV. Ignorar qualquer área para construção ou lazer com o intuito de simulado

um cenário ideal, com aproveitamento máximo do espaço físico;

V. Disposição dos Arranjos fotovoltaicos, apontados para o Norte

Verdadeiro, a partir das delimitações do terreno, começando no lado

direito até o lado esquerdo;

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55

Após seguir os passos descritos foi possível estimar um número máximo de 91

arranjos, conforme a Figura 38, oferecendo assim uma potência máxima instalada de 91

x 58,750 kWp = 5436,25 kWp.

Figura 38 – Dimensionamento da quantidade máxima de arranjos instalados

Respeitando as demarcações em laranja feitas na Figura 38, desenhada na

ferramenta Google SketchUp Pro, é possível elaborar um resumo das características deste

cenário ideal de geração, que é apresentada na Tabela 9 a seguir.

Tabela 9 - Resumo das configurações da modelagem ideal (inicial)

Arranjos Painéis Área (m2) Potência (kWp)

Coluna 1 8 2000 2.936,32 470

Coluna 2 15 3750 5.505,60 881,25

Coluna 3 16 4000 5.872,64 940

Coluna 4 18 4500 6.606,72 1057,5

Coluna 5 18 4500 6.606,72 1057,5

Coluna 6 16 4000 5.872,64 940

Total 91 22750 33.400,64 5.346,25

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56

Agora, levando em consideração a inclinação real do terreno e a separação de uma

área útil para a construção da sala dos equipamentos e outra para o lazer ou possíveis

construções futuras, foi elaborada uma nova modelagem, agora tridimensional, para

estimar a quantidade de arranjos no sistema fotovoltaico.

Nessa segunda etapa, as seguintes premissas foram adotadas durante a

modelagem:

I. Considerar as dimensões tridimensionais projetadas para o Arranjo

fotovoltaico, e a estrutura de suporte;

II. Analise da inclinação do terreno e observação dos pontos que apresentam

ser mais irregulares;

III. Considerar o espaçamento entre as colunas de acordo com a análise

anterior do relevo, em outras palavras, evitando áreas irregulares. Além

disso, considerar e uma distância de 9,795 m entre os Arranjos, que

representa a sombra total projetada;

IV. Segregação de uma área útil destinada para o lazer ou construções futuras,

além da projeção do espaço destinado a sala de equipamentos e aos

transformadores;

V. Disposição dos Arranjos fotovoltaicos, apontados para o Norte

Verdadeiro, a partir das delimitações do terreno, começando no lado

direito até o lado esquerdo. Agora, considerando uma colocação dos

arranjos com uma distância mínima de 0,5m do solo em relação a pelo

menos 1 dos 14 apoios da estrutura de suporte;

VI. Teste de sombreamento, entre as fileiras adjacentes por conta da inclinação

do terreno e a disposição atípica de alguns arranjos;

A modelagem foi dividida em dois casos (A e B) e, para ambos, foi empregado a

mesma quantidade de painéis fotovoltaicos. Ao todo, foi estipulado um número de 70

arranjos de 250 placas cada e 5 arranjos de 100 placas cada, resultando na utilização de

18000 placas e, totalizando assim, uma potência instalada de aproximadamente 18000 x

235Wp = 4230 kWp.

De forma análoga a Figura 38, a mesma divisão por colunas será considerada na

disposição das fileiras para a modelagem 3d. Neste caso, foram estimadas, também, a

utilização de 6 colunas com o detalhe de que a sexta apresenta 5 arranjos menores, no

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57

entanto, de dimensões semelhantes aos maiores. Dessa forma, por representarem 500

painéis solares, as 5 fileiras menores foram contabilizadas como 2 fileiras normais. As

características desta modelagem encontra-se na Tabela 10 a seguir.

Tabela 10 - Resumo das configurações da modelagem 3d

Arranjos Painéis Área (m2) Potência (kWp)

Coluna 1 15 3750 5.505,60 881,25

Coluna 2 17 4250 6.239,68 998,75

Coluna 3 14 3500 5.138,56 822,5

Coluna 4 12 3000 4.404,48 705

Coluna 5 12 3000 4.404,48 705

Coluna 6 2 500 734,08 117,5

Total 72 18000 26.426,88 4.230,00

A seguir serão apresentados os casos A e B dimensionados. O primeiro, irá utilizar

uma quantidade maior de inversores e também fará uso de transformadores em paralelo.

No segundo, será empregado apenas um transformador e inversores de maior porte,

portanto, em menor quantidade. Em ambos os casos, os transformadores são envoltos por

um cubículo de proteção e disponibilizados ao lado da sala de equipamentos. Ambas as

opções de configurações modeladas serão detalhadas a seguir.

Caso A (transformadores em paralelo)

Como pode ser observado na Figura 39, será utilizado quatro transformadores, que

serão conectados em paralelo. Além disso, nota-se também uma quantidade significativa

de inversores, que quando somados totalizam 36. Também há a presença de 4 quadros

gerais de baixa tensão (QGBT) e 1 Cubículo de Média Tensão.

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58

Figura 39 – Modelagem da sala de equipamentos para o caso A

Figura 40 - Visão superior do terreno para o Caso A

Caso B (único transformador)

Nesse segundo caso, é possível observar na Figura 41 a utilização de apenas 1

QGBT e consequentemente 1 transformador. Além disso, os inversores empregados são

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59

de maior porte e com um transformador acoplado. Portanto nesta configuração serão

utilizados apenas 8 inversores ao todo.

Figura 41 – Modelagem da sala de equipamentos para o caso B

Figura 42 - Visão superior do terreno para o Caso B

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60

5.4.6 Caixas de controle

A caixas de controle, também conhecida como caixa de conexão, é o equipamento

capaz de medir e monitorar a corrente de cada conjunto de placas em série, com precisão.

O dispositivo opera fazendo a interface entre os painéis fotovoltaicos e os inversores

utilizando tecnologias como a comunicação RS-485, GSM/GPRS, Ethernet ou o WiFi.

O modelo utilizado é o Sun String Control 160, do fabricante INGETEAM

conforme apresentado na Figura 43.

Figura 43 - Caixa de controle - fabricante Ingeteam [26]

Segundo o fabricante [26], as principais funções e características do dispositivo

escolhido são:

Medição eletrônica de cada ligação em série de painéis fotovoltaicos.

Detecção de corrente de defeito por ligação série de painéis.

Fusível de proteção individual por ligação série de painéis.

Proteção IP65 para instalação ao ar livre.

Possui descarregadores de sobre tensão em CC e chave seccionadora CC.

Analisando a especificação técnica do equipamento presente na Tabela 11, que foi

originada a partir do Anexo III, verifica-se que, no lado de entrada CC, a corrente por

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61

entrada não deve exceder o limite de 10 A e a tensão máxima do equipamento igual a

1000 V.

Assim, respeitando os limites de segurança do aparelho, podemos conectar cada

grupo de 25 painéis em série, que apresentam uma corrente de 8,64A e tensão de 680V,

a uma entrada da Caixa de Controle, utilizando um total de 10 entradas do dispositivo,

com uma corrente total de saída de 86,4 A por fileira.

Tabela 11 - Informações técnicas da Caixa de Controle [25]

Modelo String Control 160

Máximo de conjuntos em paralelo a serem conectados 16

Corrente Máxima de Entrada (CC) por conexão (A) 10

Corrente Máxima de Entrada (CC) Total (A) 160

Tensão Máxima de Entrada (V) 1000

Desse modo, a caixa de controle é utilizada para conectar em paralelo cada uma

das 10 Fileiras presentes no arranjo de 250 painéis. Portanto, levando em consideração o

que foi dimensionado anteriormente, iremos empregar um total de 72 dispositivos para

realizar a conexão de cada arranjo em cada um dos casos, A e B. A Figura 44 pode ilustrar

esta conexão, demonstrando a quantidade de entradas a

Figura 44 - Representação da conexão da Caixa de controle com o Arranjo

fotovoltaico

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62

Dando sequência à lógica do fluxo de energia, a energia gerada a partir de cada

250 painéis fotovoltaicos é levada para cada inversor, cujo dimensionamento será

apresentada a seguir.

5.4.7 Inversores

Conforme visto na seção 3.2, os Inversores são os equipamentos responsáveis pela

conversão da energia elétrica gerada nos painéis fotovoltaicos em corrente contínua para

corrente alternada.

Devido à redução da potência do módulo FV com o aumento da temperatura,

costuma-se dimensionar o gerador FV com potência nominal superior à do inversor pois,

mesmo com níveis de irradiância próximas do STC, a potência do gerador FV

dificilmente se aproxima de sua potência nominal [9]. Portanto, o dimensionamento do

SF deve ser feito de modo tal que o inversor não seja nem pouco utilizado nem

sobrecarregado.

O FDI (Fator de Dimensionamento de Inversores) representa a relação entre a

potência nominal do inversor (𝑃𝑁𝑐𝑎) e a potência nominal máxima do gerador fotovoltaico

(𝑃𝐹𝑉), conforme a equação abaixo.

𝐹𝐷𝐼 =𝑃𝑁𝑐𝑎(𝑊)

𝑃𝐹𝑉 (𝑊𝑝) (6)

A potência do gerador FV e do inversor devem ser ajustadas de modo que o FDI

do inversor tenha a melhor relação custo benefício. A análise de literatura mostra que os

valores inferiores de FDI recomendados por fabricantes e instaladores situam-se na faixa

de 0,75 a 0,85, enquanto que o limite superior é de 1.06. [9]

De acordo com a referência [27], é admissível que a potência do inversor esteja

no intervalo de: 0,7 ∗ 𝑃𝐹𝑉 < 𝑃𝑁𝑐𝑎 < 1,2 ∗ 𝑃𝐹𝑉 , ou seja, apresentando um FDI entre 0,7 e

1,2.

A tensão de entrada do inversor é representada pela soma das tensões dos módulos

associados em série. Como a tensão possui forte dependência da temperatura, as

condições climáticas da região devem ser consideradas no dimensionamento.

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63

Segundo a referência [9], a máxima tensão do sistema ocorre quando o painel FV

está em circuito aberto (𝑉𝑜𝑐). Nesse contexto, o número máximo de módulos em série

(𝑛𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒) que podem ser conectado ao inversor é calculado pela razão entre a máxima

tensão de entrada do inversor (𝑉𝑖𝑚𝑎𝑥) e a tensão de circuito aberto.

Além disso, o inversor FV possui uma corrente c.c. máxima de entrada (𝐼𝑖𝑚𝑎𝑥).

Desse modo, para que essa condição seja respeitada, o número máximo de fileiras

conectadas em paralelo (𝑛𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜) deve ser estipulado pela razão entre a 𝐼𝑖𝑚𝑎𝑥 e a

corrente de curto circuito do módulo fv (𝐼𝑠𝑐).

Os inversores dimensionados para os casos A e B são do tipo Grid-Tie e

específicos para operar conectado diretamente com a rede.

Em ambos os casos, será consideração a conexão mestre-escravo, ou seja, um dos

inversores assume o papel de mestre, checando as condições da energia gerada pelos

painéis e realizando o sincronismo com a rede elétrica contanto que sejam satisfeitas as

condições, tanto de entrada quanto de saída.

Também fazem o monitoramento da tensão, frequência da rede e possuem a

função anti-ilhamento, que garante que o inversor se desligue em situações em que não

haja detecção de tensão na rede elétrica.

Além disso, ambos os modelos a serem apresentados, dentre outras características,

possuem os seguintes atributos de proteção:

Proteção contra inversão de polaridade.

Proteção contra tensões e frequências fora da faixa.

Proteção contra sobre tensões atmosféricas em corrente contínua e

alternada.

Proteção com fusíveis em corrente contínua.

Proteção com fusíveis em corrente alternada.

Proteção contra sobre correntes e curto circuitos na saída

Caso A

O inversor dimensionado para este caso é da marca Ingeteam, modelo Ingecon

Sun Power 110TL B220 que tem tensão máxima de 1000 V. A temperatura de operação

na faixa de - 20 º C a 65 º C e possui 1 MPPT com tensão de operação no intervalo 405

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64

V a 820 V. Algumas características técnicas do inversor, fornecidas pelo fabricante, são

apresentadas no Anexo IV.

Figura 45 – Inversor Ingecon Sun Power 110TL B220 [28]

Ao todo serão empregados 36 inversores, de modo que cada um receberá a

potência advinda de duas Caixas de Conexão, o que totaliza uma potência de 117,5 kW,

com tensão de 680V e uma corrente de 172,8 A por inversor. Dessa forma, as condições

de tensão e corrente de entrada do inversor, apresentadas anteriormente, são respeitadas

conforme pode ser observado nas relações calculadas a seguir.

𝑉𝑖𝑚𝑎𝑥 < 𝑛𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒 ∗ 𝑉𝑜𝑐 → 1000 𝑉 < 25 ∗ 33 𝑉 = 825 𝑉

𝐼𝑖𝑚𝑎𝑥 < 𝑛𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 ∗ 𝐼𝑠𝑐 → 400 𝐴 < 2 ∗ 10 ∗ 9.37 𝐴 = 187.4 𝐴

O Sun Power 110TL B220 tem a capacidade de operar a uma potência máxima de

110 kW. Nota-se que o valor da potência de entrada no inversor (117,5 kW) está

ligeiramente acima do limite especificado (110 kW). No entanto, ao calcular o Fator de

Dimensionamento de Inversores, obtém-se uma relação FDI de 0,9362, satisfatória

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65

segundo as referências apresentadas. Sendo assim, a potência está dentro de um limite

suportável para a sua operação.

Considerando a potência de saída, 117,5 kW, e a tensão de saída, 220 V, de cada

inversor e um fator de potência unitário, a corrente de saída pode ser calculada pela

formula abaixo:

𝐼𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎

√3 ∗ 𝑉 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜑=

117,5 𝑘𝑊

√3 ∗ 220 ∗ 1= 308,36 𝐴

Portanto, a corrente projetada de saída de cada inversor é de 308,36 A. No entanto,

esta é de projeto, ou seja, um pouco acima da corrente real devido às perdas durante o

processo de geração.

Caso B

Neste segundo caso, o inversor dimensionado é do mesmo fabricante, modelo

Ingecon Sun PowerMax 500T U X480, similar ao inversor apresentado no caso A,

possuindo também tensão máxima de 1000 V, temperatura de operação na faixa de - 20 º

C a 65 º C e MPPT com tensão de operação no intervalo 350 V a 820 V.

No entanto, esse modelo apresenta de diferente uma proteção galvânica através de

um transformador interno que separa a parte de corrente contínua da parte de corrente

alternada. Com isso, esse inversor oferece uma proteção extra contra falhas de tensão,

frequência e ilhamento.

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66

Figura 46 - Inversor Ingecon Sun PowerMax 500T U X480 [29]

Em relação ao inversor do caso A, o Sun PowerMax 500T U X480 possui uma

potência mais elevada, apresentando, portanto, dimensões maiores. Pode ser observado

na Figura 46 que ele é constituído por três blocos de força mais o transformador. Além

disso, ao observar as características técnicas, presentes no Anexo V, nota-se que o

inversor possui 16 conexões de entrada, de modo que cada entrada permite uma corrente

de até 250 A.

Portanto, nesse segundo caso serão empregados apenas 8 inversores, nos quais

cada um receberá a potência advinda de uma String Control Boxes em cada terminal de

entrada. Dessa forma, será utilizado, ao todo, 9 das 16 conexões de entrada em cada

inversor. Com isso, a potência de entrada total será de 9 x 58,75 kW = 528,75 kW, com

tensão de 680V e corrente por conexão e total de 86,4 A e 777,6 A, respectivamente.

Assim, as condições apresentadas anteriormente sobre tensão e corrente de

entrada do inversor são respeitadas.

𝑉𝑖𝑚𝑎𝑥 < 𝑛𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒 ∗ 𝑉𝑜𝑐 → 1000 𝑉 < 25 ∗ 33 𝑉 = 825 𝑉

𝐼𝑖𝑚𝑎𝑥 < 𝑛𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 ∗ 𝐼𝑠𝑐 → 1560 𝐴 < 9 ∗ 10 ∗ 9.37 𝐴 = 843.3 𝐴

Considerando a capacidade do Sun PowerMax 500T U X480 de operar a uma

potência máxima de 500 kW e a potência de entrada projetada, 528,75 kW, obtém-se uma

relação FDI de 0,9456, satisfatória segundo as referências citadas.

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67

A corrente de saída de cada inversor pode ser calculada pela formula abaixo,

considerando a potência de entrada (528,75 kW), a tensão de saída (480 V) e um fator de

potência unitário.

𝐼𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎

√3 ∗ 𝑉 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜑=

528,75 𝑘𝑊

√3 ∗ 480 ∗ 1= 635,99 𝐴

Portanto, obtém-se assim, uma corrente projetada de saída de 635,99 A para cada

inversor. Lembrando que esta é um pouco acima da corrente real devido às perdas durante

o processo de geração.

Tabela 12 - Resumo dos componentes após o dimensionamento dos Inversores.

Caso A Caso B

Caixa de Controle Quantidade

72

Arranjo fotovoltaico

72

Corrente (A) 86,4

Tensão (V) 680

Potência (Vmp) (kW) 58.750

Inversores

Quantidade 36 8

Corrente de Entrada (A) 172,8 777,6

Corrente de Saída (A) 308,36 601

Tensão de Entrada (V) 680

Tensão de Saída (V) 220 480

Potência Máxima (kW) 110 500

5.4.8 Componentes de proteção

O dimensionamento de dispositivos de proteção e cabeamento deve ser baseado

no padrão nacional para instalações de baixa tensão (ABNT NBR-5410) e nas

informações técnicas dos fabricantes de inversores e demais equipamentos utilizados.

Neste projeto, as seções de condutores e seus encaminhamentos não serão

abordadas e os dispositivos de proteção como disjuntores serão englobados nos QGBTs

a serem apresentados, não sendo também, assim, dimensionados.

5.4.8.1 Dispositivos de Proteção de Surto (DPS)

A utilização de DPS está diretamente ligada ao quanto uma instalação está exposta

a descargas atmosféricas diretas e/ou indiretas e também a outros eventos causadores de

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68

sobretensões. Entretanto, o manual do inversor escolhido classifica o uso do DPS como

opcional, não sendo obrigatório inclusive para conexão junto a concessionária Light

SESA.

Como pode ser observado nas Figura 47 e 48, ambos os inversores dimensionados

possuem o DPS tanto do lado CC quando do lado CA.

Figura 47 - Interligações no Inversor Power TL [28]

Figura 48 - Interligações no Inversor PowerMax T U [29]

5.4.8.2 Dispositivo de Seccionamento Visível (DSV)

O Dispositivo de Seccionamento Visível (DSV) consiste em uma chave

seccionadora sob carga abrigada por um invólucro utilizado para garantir a desconexão

da usina fotovoltaico durante manutenção em seu sistema. Este dispositivo está incluído

no cubículo de média tensão, que será apresentado posteriormente, no item 5.4.11.

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69

5.4.9 Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT)

O QGBT proporciona controle e proteção confiáveis aos circuitos dos sistemas de

distribuição. Geralmente, o equipamento consiste de uma estrutura modular com um ou

mais disjuntores por coluna, fixos ou extraíveis, além de serem capazes de fornecer

proteção, controle, medição e até monitoramento e comunicação remota em alguns casos.

Os valores usuais de corrente deste equipamento variam entre 630 e 6300A.

NO SFCR, o quadro geral de baixa tensão serve para fazer a interligação dos

inversores com o transformador, coletando assim a corrente de saída dos inversores e

direcionando por um único caminho até o transformador.

Caso A

Como a conexão em paralelo dos 36 inversores resultaria em uma corrente

máxima muito elevada, 36 x 308,36 A = 11100,96 A, faz-se necessária a utilização de

mais de um QGBT e de um transformador. Assim, serão empregados, ao todo, 4 quadros

gerais de baixa tensão, nos quais cada um receberá a potência de saída de 9 inversores.

Dessa forma, a corrente de saída de cada quadro será de 9 x 308,36 A = 2775,24 A. Logo,

é esperado que haja um disjuntor na saída do barramento dentro do quadro para proteção

de cada um dos transformadores.

Figura 49 – Representação dos 4 QGBTs empregados no Caso A

Caso B

Nesse segundo caso, será utilizado apenas um QGBT que receberá a corrente

proveniente dos 8 inversores. Assim, a corrente máxima de saída do quadro será de 8 x

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70

601 A = 4808 A. Ainda por se tratar de uma alta corrente, maior inclusive do que a

apresentada no caso anterior, um disjuntor geral de proteção deve ser instalado na saída

do barramento do QGBT para proteção do transformador.

Figura 50 - Representação do QGBT empregado no Caso B

Tabela 13 - Resumo do componentes após o dimensionamento do QGBT

Caso A Caso B

Caixa de Controle Quantidade

72

Arranjo fotovoltaico

72

Corrente (A) 86,4

Tensão (V) 680

Potência (Vmp) (kW) 58.750

Inversores

Quantidade 36 8

Corrente de Entrada (A) 172,8 777,6

Corrente de Saída (A) 308,36 601

Tensão de Entrada (V) 680

Tensão de Saída (V) 220 480

Potência Máxima (kW) 110 500

QGBT

Quantidade 4 1

Corrente de Entrada (A) 308,36 601

Corrente de Saída (A) 2775,24 4808

Tensão de Entrada (V) 220 480

Tensão de Saída (V)

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71

5.4.10 Transformador

Caso A

O transformador dimensionado nesse primeiro caso é o modelo Geafol, fabricado

pela Siemens. Segundo ela, por ser um transformador a seco, seu uso não traz as restrições

apresentadas em transformadores isolados em líquido, sem limitar as características já

reconhecidas de confiabilidade e vida útil do equipamento.

O fabricante [30] destaca no catalogo que este equipamento é o único com isenção

de descargas parciais internas até o dobro da tensão nominal, ultrapassando, assim as

exigências das normas IEC 60076-11 e NBR 10295.

Figura 51 – Transformador a seco Geafol do fabricante Siemens [30]

O transformador trifásico dimensionado apresenta uma potência nominal 1250

kVA e relação de transformação 220 V / 13.800 V. Os enrolamentos de baixa são ligados

em estrela, aterrado em conjunto com os de alta para compatibilização com a rede de

distribuição da concessionária local. Algumas características básicas deste transformador

estão apresentadas no Anexo VI.

A corrente projetada para circular no lado de baixa do transformador, como

previamente apresentado, é de 2775,24 A. Aplicando-se a relação de transformação, a

corrente a circular no lado de alta é de 2775,24 x (220 / 13.800) = 44,24 A.

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72

Caso B

Após a passagem pelo QGBT, o fluxo de potência, nesse segundo caso, é levado

a um único transformador elevador para a conexão apropriada com a rede elétrica.

Durante a pesquisa desse componente, não foi encontrado nos catálogos dos fabricantes

convencionais algum que atendesse as especificações do projeto. Em virtude dessa falta,

o transformador foi escolhido mediante proposta (nº 22.452) ao fabricante brasileiro

ZILMER, conforme o anexo IV.

Figura 52 – Exemplo transformador ZILMER 5MVA [31]

O transformador trifásico apresenta uma potência nominal 5000 kVA e relação de

transformação 480 V / 13.800 V. Demais características elétricas do transformador

podem ser observadas no Anexo VII.

A corrente projetada para circular no lado de baixa do transformador, como

previamente apresentado, é de 4808 A. Aplicando-se a relação de transformação, a

corrente a circular no lado de alta é de 4808 A x (480 / 13.800) = 181,89 A. Seguindo o

fluxo de energia, a tensão em 13,8 KV é levada do transformador para o Cubículo de

Média Tensão.

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73

Tabela 14 - Resumo do componentes após o dimensionamento dos

Transformadores

Caso A Caso B

Caixa de Controle Quantidade

72

Arranjo fotovoltaico

72

Corrente (A) 86,4

Tensão (V) 680

Potência (Vmp) (kW) 58.750

Inversores

Quantidade 36 8

Corrente de Entrada (A) 172,8 777,6

Corrente de Saída (A) 308,36 601

Tensão de Entrada (V) 680

Tensão de Saída (V) 220 480

Potência Máxima (kW) 110 500

QGBT

Quantidade 4 1

Corrente de Entrada (A) 308,36 601

Corrente de Saída (A) 2775,24 4808

Tensão de Entrada (V) 220 480

Tensão de Saída (V)

Transformador

Quantidade 4 1

Corrente de Entrada (A) 2775,24 4808

Corrente de Saída (A) 44,24 167,23

Tensão de Entrada (V) 220 480

Tensão de Saída (V) 13800

Potência Máxima (kVA) 1250 5000

5.4.11 Cubículo de média tensão

O Cubículos de média tensão, fabricados de forma modular e compacta,

representam conjuntos manobra e controle de média tensão. A construção desse

equipamento é regida pela norma ABNT NBR IEC 62271-200.

São usualmente utilizados para medição, proteção e distribuição de energia,

atendendo às necessidades dos sistemas de distribuição em média tensão. A formula

modular deste equipamento permite uma ampliação conforme as necessidades de

crescimento e ampliações da instalação que utilizá-lo.

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Assim, após a passagem pelo transformador elevador, um cubículo de média

tensão é instalado para fazer a interface entre o transformador e a linha de transmissão.

Geralmente este cubículo é equipado com um disjuntor a gás SF6 para extinção do arco

elétrico, bem como equipamentos como Transformadores de Potencial e Transformadores

de Corrente. Além disso, é comum a presença de uma Chave Seccionadora e de

Aterramento, além de um Medidor Digital para o controle da geração.

Em instalações como esta, a interligação entre o cubículo de média e o

transformador elevador deve ser feita por cabos isolados através de canaletas

subterrâneas, assim como a interligação da Usina Solar com a rede de distribuição. Desta

forma, a saída do cubículo de média tensão é conectada com um poste de transmissão,

conduzindo a potência gerada a uma tensão de 13,8 kV.

5.5 Diagrama unifilar

As Figuras 53 e 54 apresentam o diagrama unifilar geral do projeto para os casos

A e B, respectivamente, mostrando as conexões das etapas do projeto, desde a geração

até a conexão com a rede de 13,8 kV.

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Figura 53 – Diagrama unifilar do projeto – CASO A

Figura 54 – Diagrama unifilar do projeto – CASO B

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5.6 Perdas no Sistema

Nessa seção serão discutidas e quantificadas as perdas esperadas em um sistema

conectado à rede. Para uma criteriosa estimativa de geração fotovoltaica, é de extrema

importância a consideração desses valores frente a representação negativa que ela possui

no estudo de viabilidade econômica.

Em um SFCR as perdas são geradas por diversos motivos, sendo os principais:

Perdas nos inversores de energia de CC para CA;

Eventuais sombreamentos na instalação;

Eventual acúmulo de poeira ou sujeira nos módulos, reduzindo a capacidade de

absorção da irradiação;

Perdas (ôhmicas) nos cabos, tanto no lado CC como CA da instalação;

Perdas nos diodos e conexões;

Perdas de erro no seguimento do MPP que acarretam o desvio/mismatch no

MPPT;

Redução de eficiência dos módulos fotovoltaicos decorrente de temperaturas mais

elevadas;

Degradação por incidência inicial da luz;

Indisponibilidade do sistema fotovoltaico, seja por paradas forçadas ou

desligamentos para manutenções;

Diferenças nas curvas características (I x V) dos módulos (dentro de tolerância),

o que significa que quando conectados eletricamente não operarão no mesmo

ponto de máxima eficiência;

Baseado no estudos realizado pela referência [32], a Tabela 15 foi transcrita e

adaptada. Nela, apresentam-se os tipos de perdas estimadas de um sistema fotovoltaico,

suas respectivas variações e valores típicos esperados para o sistema, considerando a

realidade do local onde será instalado o sistema projetado.

Além disso, conforme pode ser observado nas Figuras do Anexo I, a disposição

atípica dos módulos seguindo o contorno do relevo do terreno faz com que haja uma certa

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perda de energia ao longo dos dias. Assim, esta perda foi tomada em 2% [13] da geração

e englobada na Tabela 15.

Tabela 15 – Perdas de um sistema fotovoltaico conectado à rede - Adaptado [32]

Perdas Variação Valor considerado

Desvio no rendimento nominal do módulo (dados de placa) e da radiação de 1000W/m2 - 5% à 10% 2,5%

Temperatura no Módulo -3% à 6% 3,5%

Perdas nos condutores no lado DC 1% à 3% 2,0%

Perdas nos condutores no lado CA 0,7% à 2% 1,0%

Eficiência do Inversor na conversão 1% à 15% 1,5%

Mismatch no MPPT 1,5% à 3% 1,5%

Sombreamento 0% à 100% 0,0%

Diodos e conexões 0,3% à 1% 0,5%

Transformadores (como os de isolamento no inversor, por exemplo) 2% à 4% 2,5%

Degradação na incidência solar inicial 1% à 10% 1,0%

Indisponibilidade do sistema 0% à 0,5% 0,0%

Sujeira nos módulos 2% à 25% 2,0%

Perda referente a Inclinação do Arranjo em relação ao relevo - 2,0%

Total de perdas 20,0%

Considerando o valor total estimado na Tabela 15, será possível estimar a geração

fotovoltaica com perdas, apresentando assim valores mais reais para projeção da geração

e da análise de viabilidade a ser apresentada no Capítulo 7.

5.7 Geração Fotovoltaica Esperada

Para determinar o potencial de geração de energia elétrica, foi utilizado a equação

(6) que leva em consideração a potência instalada, a média diária de irradiação no plano

inclinado ao grau da latitude do local (23°) e o fator de desempenho, também conhecido

como performance ratio (PR), que representa o percentual de aproveitamento da geração

de energia considerando as perdas mensuradas.

E = Pfv ∗ HTOT ∗ n ∗ PR (6)

𝑃𝑓𝑣 – potência instalada (Wp)

𝐻𝑇𝑂𝑇 - média mensal de irradiação no plano inclinado (kWh/m²/mês)

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PR – Performance ratio

n – número de dias no mês

Após o levantamento da quantidade de painéis a serem utilizados na seção 5.4.4,

é possível determinar a potência instalada através da multiplicação do número de módulos

pelo valor da potência nominal de cada um.

Uma vez que a perda total, mensurada na Tabela 15, é de 20%, o fator e

desempenho (PR) do SF é de 80%. De posse desses valores, em conjunto com os dados

da irradiação local, presentes na Tabela 5, foi gerado o Gráfico presente na Figura 55,

estimando a geração de energia fotovoltaica nos meses do ano, através da equação (6).

Figura 55 - Gráfico da geração esperada no ano

Somando os valores mensais de geração apresentados no Gráfico da Figura 55,

obtém-se uma geração anual estimada em 5.999,05 MWh.

Segundo a referência [17], a usina fotovoltaica de Tauá, com 1 MWp de potência

instalada, apresentou, durante a sua fase de projeto, uma geração estimada em 1,56 GWh

por ano. Levando em consideração o fator de capacidade (FC) da instalação fotovoltaica,

que mede a relação entre a energia média produzida num intervalo de tempo, geralmente

um ano, e a capacidade nominal do sistema multiplicada pelo número de horas do ano

(8.760), chega-se no valor de 17,7%.

511,93512,61

547,60

484,25503,54

443,64

490,95

523,47

469,02

499,34492,37

520,32

300

330

360

390

420

450

480

510

540

570

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Geração de Energia no ano (MWh)

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Dessa forma, ao considerarmos os valores estimados de geração para a usina de

Nova Iguaçu obtemos um fator de capacidade de 16,19%, conforme demostrado na

formula abaixo.

𝐹𝐶 =𝐸

8760 ∗ 𝑃𝑓𝑣=

5.999,05 𝑀𝑊ℎ

8760 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 ∗ 4,23 𝑀𝑊= 16,19%

Logo, em comparação com a usina de Tauá, considerando que ambas as regiões

possuem níveis de irradiação diferentes, pode-se dizer que os valores projetados neste

estudo estão coerentes com a realidade.

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CAPÍTULO 6: ESTIMATIVAS DE CUSTO DO INVESTIMENTO (CAPEX)

Ao longo do Capítulo são apresentados os custos associados aos equipamentos da

planta e dos custos de internacionalização para os equipamentos importados.

6.1 Componentes importados: inversores, painéis solares e caixas de controle

Como estes custos consideram as fábricas na Europa ou na China, os preços são

cotados no regime Free On Board (FOB) onde os custos de transporte e seguros são de

responsabilidade do comprador. Outro aspecto importante são os impostos incidentes

para a nacionalização do produto importado.

A Tabela 17 foi adaptada a partir de um estudo realizado pela ABINEE [20],

estimando os diversos tributos e encargos na importação de equipamentos fotovoltaicos.

Portanto, baseado nessa referência, as seguintes premissas foram adotadas:

Custo de frete e seguro internacional sendo cerca de 4% do FOB.

Incidência de imposto de importação (II) de 12% e 14% sobre módulos e

inversores respectivamente.

A alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente

sobre módulos fotovoltaicos é de 0%. Há, entretanto, incidência de

alíquota de IPI de 15% sobre os inversores importados.

Incidência de ICMS sobre inversores (considerada a de 12% do estado de

SP);

Incidência de PIS (1,65%) e COFINS (7,6%) sobre os módulos e

inversores “por dentro”, ou seja, com efeito combinado de 1 / (1-0,0165-

0,076) = 10,2%;

Tabela 16 - Preço do inversor, painel solar e Caixa de controle segundo revendedores

Inversor Painel solar Caixa de Controle

Modelo Sun PowerMax 500T U X480 Sun Power 110TL B220 HSPV235WP-54M Sun StringControl

Unidades 8 36 18000 72

FOB unitário (EUR) € 87.500,00 € 15.856,73 € 112,80 € 1.160,41

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Assim, partindo das premissas adotadas e considerando o preço dos equipamentos

dimensionados, disponibilizados na Tabela 16, segundo os revendedores, foi possível

estimar o custo total em reais dos equipamentos importados.

Tabela 17 - Preços nacionalizados para os inversores e módulos fotovoltaicos

importados - Adaptado [20]

Inversores

Caso A Caso B Paineis solares Caixas de controle

FOB € 570.842,28 € 694.000,00 € 2.030.400,00 € 83.549,52

FRETE + SEGURO INTERNACIONAL 4% € 22.833,69 € 27.760,00 € 81.216,00 € 3.341,98

CIF = FOB + FRETE + SEGURO € 593.675,97 € 721.760,00 € 2.111.616,00 € 86.891,50

(A) =II (12% DO VALOR CIF P/MÓDULOS E 14% P/ INVERSORES) € 83.114,64 € 101.046,40 € 253.393,92 € 10.426,98 (B) = IPI (0% P/ MÓDULO E 15% INVERSORES) INCID. CIF + (A) € 101.518,59 € 123.420,96 € - € 14.597,77 (C) = PIS (1,65% "POR DENTRO", APLICÁVEL A CIF + (A) + (B) € 14.151,30 € 17.204,41 € 43.000,87 € 2.034,87 (D) = COFINS (7,6% "POR DENTRO", APLICÁVEL A CIF + (A) + (B) € 65.181,75 € 79.244,55 € 198.064,60 € 9.372,75

(E) = ICMS, 12%* INCIDENTE SOBRE CIF + (B) € 83.423,35 € 101.421,72 € 253.393,92 € 12.178,71

(F) Total Impostos (eur) (A+B+C+D+E) € 347.389,63 € 422.338,03 € 747.853,30 € 48.611,09

(G) Taxas diversas (Siscomex, AFRMM, Armaz etc.) = 12%F € 41.686,76 € 50.680,56 € 89.742,40 € 5.833,33

(H) CUSTOS DE INTERNALIZAÇÃO (F+G) € 389.076,39 € 473.018,59 € 837.595,70 € 54.444,42

Custo total (CIF + H) EUR € 982.752,36 € 1.194.778,59 € 2.949.211,70 € 141.335,92

Spot BRL/EUR R$ 3,498

Custo total (CIF + H) BRL R$ 3.437.667,75 R$ 4.179.335,52 R$ 10.316.342,52 R$ 494.393,05

6.2 Componente nacional: Transformador Elevador

O preço dos transformadores trifásico, dimensionados para o caso A e B são

apresentados na Tabela 18. Todos os encargos e impostos já foram incluídos no preço

apresentado.

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Tabela 18 – Preço dos transformadores

Transformador

Caso A Caso B

Modelo Siemens 1250kVA ZILMER 5.000 kVA

Unidades 4 1

Preço unitário R$ 75.000,00 R$ 255.000,00

Total R$ 300.000,00 R$ 255.000,00

6.3 Custos diversos: Cabos e Proteções, Fixação e Outros

Além dos componentes importados, existem ainda outros itens que devem ser

analisados no CAPEX, como por exemplo: os cabos elétricos, os sistemas de proteção, a

estrutura de suporte, quadros elétricos, entre outros.

Assim, para estimar o custo de tais itens citados, foi aproveitado, ainda, a pesquisa

realizada pela ABINEE [16], utilizamos os valores projetados e apresentados na Tabela

19. Vale ressaltar que o custo do QGBT e o Cubículo de Média Tensão serão incorporados

no item DEMAIS CUSTOS desta mesma Tabela.

Tabela 19 – Projeção de custos de acordo com a capacidade do SF - ABINEE [20]

Residencial Comercial Industrial

Capacidade (kWp) 3 30 30000

CUSTO DE CABOS E PROTEÇÕES R$ 2.250,00 R$ 18.000,00 R$ 13.100.000,00

CUSTO DO SISTEMA FIXAÇÃO R$ 3.750,00 R$ 24.000,00 R$ 14.000.000,00

DEMAIS CUSTOS (CONEXÃO, PROJETO ETC.) R$ 3.750,00 R$ 30.000,00 R$ 18.000.000,00

Total (BRL) R$ 9.750,00 R$ 72.000,00 R$ 45.100.000,00

Como o sistema foi dimensionado com uma potência instalada de 4230 kWp, os

valores da Tabela 19 foram interpolados originando a Tabela 20 a seguir.

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Tabela 20 – Interpolação linear dos custos projetados

Projetado

Capacidade (kWp) 4230

CUSTO DE CABOS E PROTEÇÕES (BRL) R$ 1.849.611,80

CUSTO DO SISTEMA FIXAÇÃO (BRL) R$ 1.979.302,50

DEMAIS CUSTOS (CONEXÃO, PROJETO ETC.) (BRL) R$ 2.544.003,70

Total R$ 6.372.918,00

Ao dividir o custo total da Tabela 20 pela potência instalada (4230 kWp) obtém-

se uma relação de 1,51 R$/Wp. De acordo com estudos realizados pelo EPE [33], o valor

aproximado para os custos levantados nessa seção é em média 0,48 U$/Wp. Ao converter

para o real a taxa de cambio spot do dólar de 3,182, chega-se na relação de 1,53 R$/Wp.

Dessa forma, pode ser considerado coerente os valores projetados na Tabela 20.

6.4 Custo total

De posse dos valores estimados nas seções 6.1, 6.2 e 6.3 é possível determinar o

custo total do Sistema Fotovoltaico, conforme apresentado na Tabela 21 a seguir.

Tabela 21 – Custo total da instalação

Caso A R$/Wp Caso B R$/Wp

Paineis fotovoltacos R$ 10.316.342,52 2,44 R$ 10.316.342,52 2,439

Inversores R$ 3.437.667,75 0,81 R$ 4.179.335,52 0,988

Caixas de controle R$ 494.393,05 0,12 R$ 494.393,05 0,117

Transformador R$ 300.000,00 0,07 R$ 255.000,00 0,06

CUSTO DE CABOS E PROTEÇÕES R$ 1.849.611,80 0,44 R$ 1.849.611,80 0,437

CUSTO DO SISTEMA FIXAÇÃO R$ 1.979.302,50 0,47 R$ 1.979.302,50 0,468

DEMAIS CUSTOS R$ 2.544.003,70 0,60 R$ 2.544.003,70 0,601

Total R$ 20.921.321,31 4,95 R$ 21.617.989,09 5,111

Ao analisar o preço dos equipamentos importados é possível observar como o

CAPEX pode ser afetado pela alta na taxa de câmbio. Uma vez que os equipamentos

importados correspondem mais da metade do investimento, o efeito desta taxa é bastante

nocivo para um investimento de um SFCR no Brasil.

Referente aos valores projetados, o custo total ficou em um patamar próximo ao

da pesquisa realizada pela EPE [33], que apresenta o valor de R$ 5,2/Wp para os sistemas

com uma potência instalada superior a 1000 kWp.

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CAPÍTULO 7: ANÁLISE DE VIABILIDADE

No mundo financeiro existem inúmeras técnicas e metodologias de abordagem

para analisar a viabilidade de certos investimentos. Desde análises gráficas, que tentam

prever as oscilações do mercados, às análises fundamentalistas, nas quais interpretam

alguns múltiplos de receita, tais como: EBITDA, Lucro Líquido, Geração de Caixa e

Dívida, por exemplo. Uma técnica muito difundida é a análise por Fluxo de Caixa

Descontado, traduzida do inglês Discounted Cash Flow ou DCF.

O método do Fluxo de Caixa Descontado é um dos mais importantes para a

avaliação de empresas. Ele consiste na estimação do valor total de todos os fluxos de

caixa futuros, e, então, descontá-los por uma taxa para encontrar o valor presente deste

fluxo. A taxa, por sua vez, reflete o grau de risco destes fluxos, e é, geralmente, representa

pelo Custo Médio Ponderado de Capital, traduzido do inglês Weighted Average Cost of

Capital ou WACC.

O objetivo de um fluxo de caixa descontado é estimar a quantidade total de

dinheiro que um investimento pode retornar, e se esse montante for maior do que o valor

investido, demonstra, geralmente, que vale a pena realizar o investimento.

O processo por trás da criação do modelo de DCF será demonstrado nos próximos

itens deste capitulo. No entanto, podemos resumi-los da seguinte forma:

Projeção dos Fluxos de Caixa - construção e projeção dos fluxos futuros, levando

em consideração fatores como: Receita, impostos, depreciação, amortização etc;

Calcular a taxa de desconto - será calculado através do WACC que considera

fatores como risco do capital próprio e de terceiros, alavancagem financeira e

alíquota de impostos;

Calcular o Valor Presente Líquido - consiste na soma do fluxo de caixa descontado

a valor presente pela taxa do WACC utilizada;

7.1 Valoração pelo Fluxo de Caixa Descontado

Uma visão simplista de uma empresa permite dividi-la em duas partes:

Ativo: Meio através do qual a empresa gera caixa pelas suas atividades

Passivo: Forma como a empresa se financiou para adquirir os ativos, via

credores ou acionistas.

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A parte do Ativo gera o chamado Fluxo de Caixa dos Ativos, que nada mais é que

a geração de caixa advinda das atividades da empresa após dedução de todos os

investimentos necessários (curto prazo, longo prazo e corrente). Relativamente à parte do

Passivo tem-se o Fluxo de Caixa aos Credores e o Fluxo de Caixa aos Acionistas. Para

que se possa calcular os Fluxos de Caixa citados, primeiramente deve-se construir o DRE

projetado.

7.1.1 Construção do DRE Projetado

A valoração de uma empresa, também conhecida como valuation, é um exercício

de futurologia. A partir da situação atual da empresa, os resultados futuros são projetados

e então consolidados no chamado DRE Projetado da empresa.

Para fins de valuation, não é necessário um DRE detalhado como a contabilidade

financeira prepara, bastam apenas as principais linhas, pois dessa forma o exercício de

projetar o futuro fica mais fácil. Um modelo simplificado de DRE para essa análise

financeira tem as linhas presentes na Tabela 22.

Tabela 22 – Representação do DRE projetado

DRE

Código

(1) Receita Bruta

(2) (-) Impostos sobre venda

(3) Receita Liquida (3) = (1) - (2)

(4) (-) Custos Fixos e Variáveis

(5) (-) Despesas

(6) EBITDA ou LAJIDA (Lucro Antes de Juros, Depreciação e Amortização) (6) = (3) - (4) - (5)

(7) (-) Depreciação

(8) EBIT ou LAJIR (Lucro antes de Juros e Imposto de Renda Pessoa Jurídica) (8) = (6) - (7)

(9) (+) Receitas financeiras

(10) (-) Despesas financeiras (Juros)

(11) LAIR (Lucro antes do Imposto de Renda) (11) = (8) + (9) - (10)

(12) (-) Imposto de Renda

(13) Lucro Líquido (13) = (11) - (12)

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7.1.1.1 Projeção da Receita Bruta

Receita Bruta nada mais é que a quantidade de produtos vendidos ou serviços

prestados multiplicado pelo preço unitário do produto vendido ou do serviço prestado.

Logo, para projetar a Receita Bruta devemos projetar a quantidade de energia que será

gerada nos próximos anos e o preço unitário desse produto.

Receita Bruta = Energia gerada (MWh) ∗ Preço de venda (R$/MWh)

Energia gerada

Os valores projetados para geração bruta são obtidos através da soma das gerações

mensais de energia ao longo de um ano, levando em conta um fator de degradação dos

módulos fotovoltaicos. Para o projeto, optou-se por definir uma degradação anual

constante de 0,75%, de forma a atrelar os resultados ao fabricante da placa.

Preço de venda

Na nota técnica [34], foi apresento uma visão geral sobre a participação dos

empreendimentos de geração de energia elétrica a partir da fonte solar fotovoltaica no

Leilão de Energia de Reserva de 2014 – LER/20141. Este foi o primeiro leilão promovido

pelo MME em que foi contratada energia proveniente de empreendimentos fotovoltaicos

no Ambiente de Contratação Regulada (ACR).

O preço médio de venda da energia fotovoltaica no LER/2014 foi R$

215,12/MWh, variando de R$ 200,82 a 220,80/MWh, e representando, na média, um

deságio de 17,9% em relação ao preço-teto de R$ 262,00. [34]

Portanto, para estimar o preço de venda da energia gerada pela usina fotovoltaica

projetada, serão considerados os valores de venda, levantados pela EPE, corrigidos pelo

IGP-M acumulado de 2015 (até o mês de junho). Além disso, será considerado, para os

anos posteriores de geração, um reajuste anual de 5,33% no preço da energia vendida.

Essa variação representa a projeção do IGP-M, considerando a média nos últimos dez

anos, conforme os valores da Tabela 23.

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87

Tabela 23 – Valores históricos IGPM - [35]

IGPM (%)

1998 1,79

1999 20,10

2000 9,95

2001 10,37

2002 25,30

2003 8,69

2004 12,42

2005 1,20

2006 3,85

2007 7,75

2008 9,81

2009 -1,71

2010 11,32

2011 5,10

2012 7,81

2013 5,53

2014 2,66

7.1.1.2 Impostos sobre Vendas

Esse item requer muita atenção, pois impacta fortemente a geração de caixa da

empresa. Em geral, incidem sobre a venda de produtos. Assim, os impostos que incidem

sobre as atividades operacionais das empresas são:

IR – Imposto de Renda;

CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;

PIS - Programa de Integração Social;

COFINS - Contribuição Financeira Social;

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados;

ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços;

ISS - Imposto sobre Serviços.

Esses impostos são calculados conforme as alternativas de apuração: lucro real ou

lucro presumido. Entretanto, micro e pequenas empresas, com faturamento de até R$

R$3.600.000,00 por ano, poderão recolher seus impostos de forma unificada através do

Simples Federal (IR, PIS, COFINS, CSLL, IPI) e do Simples Estadual (ICMS).

A escolha deve ser feita para a modalidade em que o pagamento de tributos,

compreendendo não só o IRPJ e a CSLL, mas também o PIS, COFINS, IPI, ISS e ICMS

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se dê de forma mais econômica, atendendo também às limitações legais de opção a cada

regime.

Dessa forma, a usina fotovoltaica será enquadrada no sistema de tributação de

Lucro Real. Logo, as alíquotas de impostos a serem incididas sobre a receita bruta e lucro

líquido serão de 11,25% e 34% respectivamente. Os valores da Tabela 24 representam o

detalhamento dos impostos a serem pagos.

Tabela 24 – Impostos sobre Venda e Lucro Líquido - Adaptado [36]

Tipo de Imposto Tipo de Atividades Alíquota Base de Cálculo

IR - Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido Comércio, Indústria e Serviços 15% Lucro líquido

CSLL -Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Comércio, Indústria e Serviços 9% Lucro Líquido

PIS - Programa de Integração Social Comércio, Indústria e Serviços 1,65% Valor da Venda

COFINS - Contribuição Financeira Social Comércio, Indústria e Serviços 7,60% Valor da Venda

IPI - Imposto Produtos Industrializados Indústria 0% Valor da Venda

ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços. Indústria e Comércio 0% Valor da Venda

ISS - Imposto sobre Serviços Serviços 2% Valor da Venda

7.1.1.3 Receita Líquida

Projetada a Receita Bruta e conhecidos os Impostos sobre Vendas, a Receita

Líquida é apenas a Receita Bruta deduzida dos Impostos sobre Vendas

Receita Líquida = Receita Bruta – Impostos sobre Vendas

7.1.1.4 Custos e Despesas

Em geral, definem-se: custos como sendo os desembolsos relativos a atividades

efetivamente relacionadas à produção e despesas são definidas como sendo os

desembolsos relativos a atividades não diretamente relacionadas à produção.

Para fins de valuation, essa diferenciação não tem importância, pois tanto custos

quanto despesas são analisados apenas sob a ótica do desembolso necessário para que se

possa produzir o produto ou para a prestação do serviço.

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O que é de fato importante para a projeção do DRE é a identificação do

comportamento dos custos/despesas com relação ao nível de atividade, ou seja, se são

fixos ou variáveis. Como o objetivo é projetar os Custos/Despesas no longo prazo é

primordial entender a relação destes com o nível de atividade.

Custos de operação (OPEX)

Plantas solares fotovoltaicas, sobretudo as conectadas à rede, requerem

manutenção e operação. Dessa forma, segundo [20], uma estimativa comum para o custo

anual de operação nas análises é de 1% do CAPEX. Logo, este será o valor utilizado no

projeto.

TUSD – Tarifa de Utilização do Sistema de Distribuição

Conforme citado pela ABINEE [20]: A RESOLUÇÃO NORMATIVA ANEEL

Nº482, DE 17 DE ABRIL DE 2012, alterou a Resolução Normativa nº77, de 18 de Agosto

de 2004 da seguinte forma:

Para a fonte solar referida fica estipulado o desconto de 80% (oitenta por

cento), para os empreendimentos que entrarem em operação comercial até

31 de Dezembro de 2017, aplicável nos 10 (dez) primeiros anos de

operação da usina, nas tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão

e distribuição – TUST e TUSD, incidindo na produção e no consumo da

energia comercializada.

Este desconto de que trata o caput, será reduzido para 50% (cinquenta por

cento) após o décimo ano de operação da usina.

Os empreendimentos que entrarem em operação comercial após 31 de

dezembro de 2017 farão jus ao desconto de 50% (cinquenta por cento) nas

referidas tarifas.

Para estimar o valor dessa tarifa, foi tomando como base a resolução

homologatória Nº 1.858 da ANEEL [37] e o estudo realizado sobre descontos na TUST

e TUSD para fontes incentivadas [38].

Portanto, o valor estipulado para a TUST e TUSD ficou em R$ 10,80/MWh e R$

2,48/kW, respectivamente. Aplicando o desconto de 80% e 50%, o custo efetivo para

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estas taxas fica em R$ 2,16/MWh e R$ 0,496/kW, para os dez primeiros anos, e R$

5,4/MWh e R$ 1,24/kW para os demais.

TFSEE – Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica

Instituída pela Lei nº 9.427, de 1996, e regulamentado pelo Decreto nº 2.410, de

1997. A Lei 12.783, de 2013, alterou sua alíquota de 0,5% para 0,4%, que incide sobre o

benefício econômico anual auferido pela concessionária, permissionária ou autorizado do

Serviço Público de Energia Elétrica. Seu valor anual é estabelecido pela ANEEL com a

finalidade de constituir sua receita, para a cobertura do custeio de suas atividades. Os

valores estabelecidos em Despacho da ANEEL são pagos mensalmente em duodécimos

e sua gestão fica a cargo da ANEEL. [39]

Conforme o Despacho Nº 76 [40], o valor do benefício anual decorrente da

exploração da atividade de geração de energia relativo ao ano de 2015 ficou estipulado

em R$ 484,21 por kW. Entretanto, como a usina está sendo projetada para operar nos

próximos 25 anos, é necessário projetar o crescimento desta taxa. Para isto, foi

considerado novamente a projeção do IGP-M em 5,33% a.a. como reajuste da TFSEE.

7.1.1.5 EBITDA

Após projetar a Receita Líquida e os Custos/Despesas, pode-se calcular o famoso

EBITDA (Earnings Before Tax, Depreciation and Amortization) ou LAJIDA (Lucro

Antes de Juros, Depreciação e Amortização). De posse desse parâmetro calculado,

Esse parâmetro tem uma relação importante com a Receita Liquida. A razão entre

os dois é chamada de Margem EBITDA, que indica a eficiência na geração de caixa

operacional, apontando assim, a noção exata do quanto se gasta para gerar uma unidade

monetária de receita líquida.

EBITDA = Receita Líquida – Custos – Despesas

Até esse ponto da Construção do DRE Projetado, todas as informações são

relativas a efetivas entradas de caixa e desembolsos, ou seja, refletem de fato a geração

operacional de caixa da empresa. A partir do EBITDA o DRE começa a ser fortemente

impactado por questões contábeis e por decisões financeiras da empresa.

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7.1.1.6 Depreciação

Existem em finanças dois tipos de regime: Competência e Caixa. No primeiro,

uma receita ou despesa impacta o DRE no momento do reconhecimento da mesma, ou

seja, no momento da fatura. Já no regime de caixa, só vale a efetiva entrada de caixa ou

o efetivo desembolso. Além disso, há a necessidade da relação entre receita e custo, ou

seja, toda receita gerada deve estar relacionada a um desembolso ocorrido.

Em termos de caixa, uma empresa que realiza um investimento pesado, tem de

imediato o desembolso relativo ao investimento feito, mas somente terá a entrada de caixa

gerada por este investimento em um segundo momento. Em termos de competência, esse

desembolso relativo ao investimento deverá ser atrelado à receita gerada ao longo da vida

útil do investimento. Surge desta forma, a figura da depreciação.

O cálculo da depreciação envolve o investimento feito e o período de tempo

durante o qual entende-se que haverá geração de receita por conta do investimento

realizado. Ela representa o investimento realizado distribuído ao longo do tempo de

depreciação estabelecido por lei, durante o período no qual o ativo será capaz de gerar

receitas. Essa é a chamada depreciação linear, que é amplamente usada pelas empresas.

Assim, apesar do cálculo da depreciação ser extremamente simples, é necessário

projetar todo o plano de investimentos da empresa para suportar o plano de expansão de

receitas.

A depreciação é um item não monetário, ou seja, não há de fato um desembolso

relativo a esse item do DRE, da mesma forma que ocorre com os Custos e as Despesas.

No entanto, a importância do correto cálculo da Depreciação é por conta do impacto no

Imposto de Renda, pois, para fins de DRE, tudo ocorre como se a Depreciação fosse um

item de custo, ou seja, é um redutor do Lucro Tributável pois, reduz o montante sobre o

qual será aplicada a alíquota de Imposto de Renda.

As taxas de depreciação utilizadas que constam no sistema de controle do Ativo

Imobilizado ou planilhas alternativas do cálculo da depreciação acumulada, devem estar

em conformidade com a Instrução Normativa - IN SRF 162/1998 e IN SRF 130/99. Em

muitos casos, utiliza-se uma taxa menor que a legislação permite, pagando-se mais

tributos. [41]

Na Tabela 25 é demonstrada a perda de valor contábil ao longo do tempo com

base na IN-SRF nº 162/1998, os valores foram extraídos da referência [42].

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Tabela 25 - Depreciação Contábil dos bens envolvidos - adaptado [42]

Depreciação Anual (R$)

Vida Útil (anos)

Taxa de Depreciação

Caso A Caso B

Painéis Fotovoltaicos 25 4% 412.653,70 412.653,70

Inversores de frequência 10 10% 343.766,77 417.933,55

Caixas de controle 10 10% 49.439,30 49.439,30

Transformador 10 10% 30.000,00 25.500,00

Cabos e Proteções 10 10% 184.961,18 184.961,18

Sistema de Fixação 10 10% 197.930,25 197.930,25

Demais custos 10 10% 254.400,37 254.400,37

Total 1.473.151,58 1.542.818,36

Vale ressaltar que os valores apresentados na Tabela 25, não contemplam a

depreciação dos equipamentos que serão trocados durante o décimo e vigésimo ano.

Assim, estes valores serão estimados na seção 7.1.2.1.2 sobre gastos líquidos de capital.

7.1.1.7 EBIT

O EBIT (Earnings Before Tax) também conhecido como LAJIR (Lucro antes de

Juros e Imposto de Renda) posse ser calculado a partir do EBITDA e da Depreciação.

𝐸𝐵𝐼𝑇 = 𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜

7.1.1.8 Receitas Financeiras

As Receitas Financeiras são as receitas advindas da aplicação do caixa disponível

da empresa. Para a projeção destas receitas, é necessário conhecer o caixa efetivamente

disponível ao fim de cada ano e esse cálculo só será possível após calcular todos os fluxos

de caixa da empresa (fluxo de caixa dos ativo, fluxo de caixa aos credores e fluxo de caixa

aos acionistas) que serão apresentados posteriormente.

Considerando o cenário econômico atual, vale ressaltar algumas expectativas e

realidades nas quais o Brasil terá que enfrentar. São elas:

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Inflação acima do teto da meta

Dólar em alta

Instabilidade política devido a todas as investigações sobre corrupção

Baixo crescimento econômico

Possibilidade de aumento dos juros nos EUA com impactos negativos no Brasil;

Juros (taxa Selic) em alta

Aumento dos impostos

O caixa da empresa será investido em aplicações de renda fixa através dos títulos

privados. Estes, por apresentarem um risco mais elevado do que os títulos do tesouro

possuem melhor rendimento. Além disso, proporcionam condições mais flexíveis como

resgate antecipado e período de investimento diferenciado. Os principais são: CDB, LCI,

LCA, Debentures, CRI, LF e LH.

Uma carteira de investimento, com títulos privados bem diversificados consegue

obter uma remuneração acima de 100% do CDI, ou seja, ultrapassar a taxa de juros.

Entretanto, por mais que o cenário futuro apresente um possível aumento dessa taxa, a

projeção considerada para o retorno da receita financeira é de 12,5% a.a. Tomando por

base a taxa over do CDI de 13,64% (cotação 18 de julho de 2015), o retorno projetado

representa 91,64% do juros atual.

7.1.1.9 Despesas Financeiras

As Despesas Financeiras são os Juros pagos relativos aos financiamentos

contraídos para viabilizar o programa de investimento da usina. Para a projeção das

despesas financeiras é necessário conhecer/projetar:

Estrutura de Capital para o financiamento

Condições do financiamento: prazo, carência e taxa de juros

Sistema de Financiamento: SAC (Sistema de Amortização Constante),

SAA (Sistema de Amortização Americano) e o SAF (Sistema de

Amortização Francês)

De posse desses dados, basta preparar uma Tabela para cada financiamento de

cada investimento e os juros a serem pagos em um dado ano será o somatório dos juros a

serem pagos em cada financiamento naquele ano.

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Linhas de crédito

Sendo o financiamento uma das bases para se desenvolver um empreendimento

de energia elétrica, serão apresentados as linhas de crédito foram consideradas nas

simulações de forma a avaliar as diferentes alternativas em cada exemplo de investimento.

Os EUA possuem uma grande quantidade de linhas desse tipo que podem servir de

inspiração para o mercado brasileiro. Estas linhas precisam ser bem desenhadas e

avaliadas para garantir taxas de juros e prazos atrativos e o BNDES se destaca como um

potencial financiador destes projetos.

Programa Fundo Clima

O Programa se destina a aplicar recursos reembolsáveis do Fundo Nacional sobre

Mudança do Clima, criado pela Lei 12.114, de 09/12/2009. Entre os diversos objetivos

inclui-se o apoio aos investimentos em geração de energia a partir da captura da radiação

solar, bem como no desenvolvimento tecnológico e da cadeia produtiva do setor. As

características deste financiamento foram extraídas da referência [20] e são apresentas a

seguir:

Valor mínimo afiançado de R$ 3 milhões;

Taxa Nominal de 5,57% a.a. composta por: 1,1% a.a. de custo financeiro,

0,9% a.a. de remuneração básica do BNDES e 0,9% a.a. de risco de

crédito;

Período de investimento de até 15 anos, com carência de até 8 anos;

Participação máxima do BNDES de até 90% do financiamento;

Ainda que temporariamente o BNDES não enquadre novos pedidos de

financiamento com recursos para este fundo, os resultados serão demonstrados, uma vez

que essa linha de crédito se mostra uma das mais competitivas para energias alternativas

no país com juros nominais baixos e longo período de amortização.

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Simulação de financiamento direto

De forma a traduzir um financiamento comum ao BNDES, essa linha de crédito

fictícia, foi utilizada. As informações desta linha de crédito são resumidas a seguir:

Taxa nominal de 8% a.a. composta pelo custo financeiro indexado a TJLP

(atualmente em 5,5% a.a. mas segundo previsões do BNDES irá passar para 6%

a.a. no segundo semestre de 2015), 1% de remuneração do credor e 1% de risco

de crédito.

Período de investimento de até 25 anos e carência de 12 meses.

O sistema de amortizações considerado para ambas as linhas de crédito será o SAC

que representa amortizações constantes da dívida. Dessa forma, o valor de juros a ser

pago vai diminuindo até o final do período do financiamento.

7.1.1.10 Earnings Before Tax ou LAIR

O LAIR (Lucro antes do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) é apenas o LAJIR

acrescido das Receitas Financeiras e deduzido das Despesas Financeiras.

𝐿𝐴𝐼𝑅 = 𝐸𝐵𝐼𝑇 + 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 – 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 (𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠)

O LAIR (Lucro Antes do Imposto de Renda), ou seja, o Lucro Tributável, a base

para o cálculo do Imposto de Renda, a base sobre a qual será aplicada a alíquota de

Imposto de Renda.

7.1.1.11 Impostos sobre Lucro Líquido

Assim como os Impostos sobre Vendas, o IRPJ e CSLL merecem atenção pois

dependendo da região do país é possível obter alguma isenção por alguns anos como

forma de fomento da região. Vale ressaltar que os créditos de PIS/COFINS não utilizados

para abater os Impostos sobre Vendas podem ser usados para abater o IRPJ no caso da

tributação do Lucro Real.

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Conforme discutido anteriormente o IRPJ e CSLL sobre o Lucro Presumido será

pago sobre a base de cálculo Real, à alíquota de 24%. Entretanto, o que não foi comentado

é que a parcela do Lucro Real que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$

20.000,00 pelo número de meses do período de apuração, é incidido uma alíquota extra

de 10%. Portanto, como a previsão excede esse valor os impostos a serem pagos serão de

34% do Lucro Líquido.

7.1.1.12 Lucro Líquido

O Lucro Líquido é o LAIR deduzido dos impostos IRPJ e CSLL.

Lucro Líquido = LAIR – (IRPJ + CSLL)

7.1.2 Cálculo dos Fluxos de Caixa

Em uma empresa há três fluxos de caixa que se interligam:

Fluxo de caixa dos ativos

Fluxo de caixa aos credores

Fluxo de caixa aos acionistas

Cada um desses fluxos serão detalhados a seguir.

7.1.2.1 Fluxo de Caixa dos Ativos

O Fluxo de Caixa dos Ativos nada mais é que o resultado da geração de caixa

operacional da empresa deduzida de todos os Investimentos necessários.

Fluxo de Caixa dos Ativos = Fluxo de Caixa Operacional – Investimentos

Os Investimentos podem ser classificados em Investimentos em Bens de Capital

(Gastos Líquidos de Capital) e Investimentos em Capital de Giro Líquido (Necessidade

de Capital de Giro Líquido).

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7.1.2.1.1 Fluxo de Caixa Operacional

O Fluxo de Caixa Operacional é basicamente a geração de caixa operacional da

empresa.

Fluxo de Caixa Operacional = EBIT + Depreciação – (IRPJ + CSLL )

Portanto, em função das equações apresentadas, pode ser feita uma representação

do Fluxo de Caixa dos Ativos conforme a Tabela 26.

Tabela 26 – Representação inicial do Fluxo de Caixa dos Ativos

Fluxo de Caixa dos Ativos

código

(1) (+) EBIT

(2) (+) Depreciação

(3) (-) Imposto de Renda

(4) Fluxo de Caixa Operacional (4) = (1) + (2) - (3)

(5) (-) Δ Capital de Giro Liquido

(6) (-) Investimentos de Capital (CAPEX)

(7) Fluxo de Caixa dos Ativos (7) = (4) - (5) - (6)

7.1.2.1.2 Investimentos

Gastos Líquidos de Capital

Os Gastos Líquidos de Capital são investimentos necessários para assegurar: o

Planejamento Estratégico da Empresa (CAPEX) e o perfeito funcionamento da Base de

Ativos da Empresa (Sustaining CAPEX). Conforme visto na seção 6.4, o custo total, em

outras palavras, o CAPEX será aplicado no ano inicial no qual a usina não se encontra

em operação.

Ainda assim, será considerado a vida útil dos inversores em dez anos. Portanto,

será considerado a troca desses equipamentos, ocorrendo no final do décimo e vigésimo

ano de funcionamento, portanto, nesse período será incorporado um Sustaining CAPEX,

que representa a compra de novos inversores.

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Na estimativa do preço dos inversores a serem substituídos, foi considerado o

mesmo valor Spot do EUR, um reajuste pela taxa de juros europeia, no caso a LIBOR

EUR 12M, e ainda um decrescimento no preço dos equipamentos importados em 8% por

ano. Isto porque, segundo a referência [20], como consequência do incentivo à energia

fotovoltaica, no plano internacional, o custo dos sistemas fotovoltaicos baixou a uma taxa

média anual de 8% ao ano nos últimos 30 anos.

Tabela 27 – Valores históricos LIBOR EUR 12M - [43]

LIBOR EUR 12M (%)

1998 3,21

1999 3,18

2000 4,79

2001 4,09

2002 3,49

2003 2,33

2004 2,27

2005 2,33

2006 3,44

2007 4,46

2008 4,83

2009 1,55

2010 1,29

2011 2,01

2012 1,07

2013 0,44

2014 0,43

Considerando a projeção da LIBOR em 2,19% a.a., como a média dos valores

históricos, nos últimos dez anos, é possível estimar o preço do CAPEX a ser

desembolsado no décimo e vigésimo ano, conforme apresentado na Tabela 28.

Tabela 28 – Preço dos Inversores

Preço dos Inversores (R$)

Ano Caso A Caso B

Ano Inicial R$ 3.437.667,75 R$ 4.179.335,52

10º Ano R$ 2.509.938,12 R$ 3.051.450,67

20º Ano R$ 1.832.576,57 R$ 2.227.950,15

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De posse dos valores estimados na Tabela 28 é possível calcular a depreciação

dos inversores a partir do décimo e vigésimo ano de operação. Considerando a taxa anual

de depreciação em 10% é possível estimar o valor da depreciação dos novos inversores a

ser considerado nos períodos de troca.

Tabela 29 - Depreciação dos novos inversores

Depreciação Anual (R$)

Caso A Caso B

1ª troca no final do 10º ano R$ 250.993,81 R$ 305.145,07

2ª troca no final do 20º ano R$ 183.257,66 R$ 222.795,01

Necessidade de Capital de Giro Líquido

Os investimentos para suprir as Necessidades de Capital de Giro Líquido (NCG)

são fruto do cálculo da variação do Capital de Giro Líquido (CGL). A Necessidade dessa

variação advém das diferenças entre Prazo Médio de Contas a Receber, Prazo Médio de

Estoques e Prazo Médio de Contas a Pagar.

O Capital de Giro Líquido em questão tem foco operacional, portanto, a

composição do Ativo Circulante e do Passivo Circulante não deverá ter outros

componentes que não os operacionais. Portanto, para que se possa projetar este item, é

necessário projetar o Ativo Circulante e o Passivo Circulante.

No entanto, para uma usina fotovoltaica não faz sentido calcular a necessidade de

Capital de Giro Liquido. Uma vez que não ocorre a variação entre o Capital de Giro

Liquido, pelo simples fato de não haver um descasamento significativo entre os prazos

médios de contas a pagar e a receber, a NCG será considera como zero para este projeto.

7.1.2.2 Fluxo de Caixa aos Credores

O Fluxo de Caixa aos Credores é função dos desembolsos da dívida e do

pagamento das amortizações do principal e dos juros.

𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑎𝑜𝑠 𝐶𝑟𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 = 𝐷𝑒𝑠𝑒𝑚𝑏𝑜𝑙𝑠𝑜𝑠 – 𝐴𝑚𝑜𝑟𝑡𝑖𝑧𝑎çã𝑜 − 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠

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Essas informações (Desembolsos, Amortização de principal e Juros) dependem

da estratégia de financiamento da empresa e podem ser obtidas através do Sistema

empregado para o financiamento, sendo que o SAC é o mais usual.

7.1.2.3 Fluxo de Caixa aos Acionistas

Por fim, o Fluxo de Caixa aos Acionistas pode ser calculado através dos aportes,

Juros sobre Capital Próprio e Dividendos.

𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑎𝑜𝑠 𝐴𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠

= 𝐴𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 – 𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜𝑠 – 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜

Para os anos que apresentarem um Lucro Líquido positivo, será considerado um

pagamento de 16% de dividendo e 9% de juros sobre capital próprio em cima deste lucro.

7.1.3 Cálculo do WACC

O WACC (Custo Médio Ponderado de Capital, do inglês Weighted Average Cost

of Capital) é, como o próprio nome diz, uma média ponderada da taxa de desconto

utilizada para trazer os fluxos de caixa do empreendimento à valor presente. Composto

pela proporção de dívida e capital próprio no empreendimento, o custo que cada um destes

recursos representa e a alíquota de imposto a ser considerada.

Portanto, o WACC reflete:

Custo de Capital Próprio (custo de capital dos acionistas)

Custo de Capital de Terceiros (custo de capital do credor)

Alavancagem financeira da empresa

Alíquota de Imposto

𝑊𝐴𝐶𝐶 = 𝐾𝑒 ∗ (1 − 𝑇) ∗𝐸

𝐸 + 𝐷 + 𝐾𝑑 ∗

𝐷

𝐸 + 𝐷

Onde,

Ke – Custo de Capital Próprio

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Kd – Custo de Capital de Terceiros

T – Alíquota marginal de imposto

E – Valor de Mercado do Capital Próprio (E = Equity)

D – Valor de Mercado da Carteira de Dívida da empresa (D = Debt)

7.1.3.1 Cálculo do Custo de Capital Próprio

O Custo de Capital Próprio é calculado pelo CAPM (Capital Asset Price Model)

que representa uma das ferramentas utilizadas para avaliar o risco de um ativo que define

que o retorno esperado sobre um ativo é equivalente à taxa livre de risco somado ao

prêmio de exposição ao risco.

𝐾𝑒 = 𝑅𝑓 + 𝛽 ∗ 𝑃𝑅𝑀

Onde,

Ke – Custo de Capital Próprio ou Custo de Capital do Acionista

Rf – Taxa Livre de Risco

β – Beta

PRM – Prêmio de Risco de Mercado

Taxa Livre de Risco (Rf)

A Taxa de Livre de Risco representa o retorno fornecido por um investimento com

um menor risco possível. Assim, para o caso de um investidor atuando no Brasil pode ser

a considerado a taxa anual de rentabilização dos títulos públicos. Uma vez que eles são

ativos de renda fixa, mais detalhadamente, títulos de dívida emitidos pelo governo, o risco

de default é praticamente nulo.

A Figura 56 representa os títulos públicos que encontram-se a venda segundo o

Tesouro Direto [44]. Para este projeto foi considerado a taxa de 13,08% a.a. equivalente

a remuneração de uma LTN com vencimento em 2021. Este é um título pré-fixado,

portanto, embutido na sua taxa de remuneração se encontra a projeção da inflação e uma

taxa PRE.

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102

Figura 56 – Preços e taxa dos títulos públicos disponíveis no Tesouro Direto [44]

Beta (β)

O beta do ativo é calculado a partir da correlação da variação de um ativo com a

variação do índice padrão de mercado, deste mesmo ativo. Logo, representa o retorno

esperado pelo mercado para uma dada classe de ativos. Ele pode ser calculado de maneira

direta ou indireta:

Cálculo Direto do Beta

O cálculo direto do Beta considera apenas a série histórica da ação em questão.

Os seguintes passos devem ser seguidos para que ele possa ser calculado:

Obtenção da série histórica do preço da ação e do IBOVESPA

Cálculo do retorno dos preços da ação e do IBOVESPA

Retorno t = ln (Preçot

Preçot−1 )

Cálculo do beta da ação com relação ao IBOVESPA

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103

𝐵𝑒𝑡𝑎 = 𝐶𝑂𝑉𝐴𝑅 (𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝐴çã𝑜, 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝐼𝐵𝑂𝑉𝐸𝑆𝑃𝐴)

𝐷𝐸𝑆𝑉 𝑃𝐴𝐷 (𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝐼𝐵𝑂𝑉𝐸𝑆𝑃𝐴)2

Entretanto, esse método só é possível ser empregado para empresas de capital

aberto.

Cálculo Indireto do Beta

O cálculo indireto considera empresas comparáveis no Mercado. Os passos são:

Cálculo do beta de uma empresa comparável pelo Método Direto

Como cada empresa tem um nível de alavancagem financeira diferente, deve-se

desalavancar o beta calculado conforme a formula abaixo.

𝛽𝑑𝑒𝑠𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑜 = 𝛽𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑜

1 + (𝐷𝐸)

Esse beta desalavancado deve ser realavancado considerando a alavancagem

financeira da empresa em análise.

𝛽realavancado = 𝛽𝑑𝑒𝑠𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎𝑑𝑜 ∗ [1 + (𝐷

𝐸)]

O cálculo do beta pelo método indireto é a única opção para empresas que não

têm ações negociadas em bolsa, ou o mais adequado para empresas cuja liquidez de

mercado seja muito baixa em comparação com empresas comparáveis no setor.

Portanto, para o cálculo do beta foi utilizado o desempenho de três empresas,

negociadas em bolsa, do ramo de energia elétrica. O banco de dados das cotações de

fechamento (desde 2008), o índice de fechamento diário do Índice da Bolsa de Valores

de São Paulo (Ibovespa) e as informações do balanço de 2014, tais como Ativo, Passivo

e Patrimônio Líquido (PL) foram obtidos na EXAME Abril [45].

As empresas escolhidas foram:

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104

AES Tietê (GETI3) - geradora de energia elétrica com um parque de usinas

composto por 10 hidrelétricas e capacidade de 2.651 megawatts (MW) que

representa 2,4% da Capacidade Total Instalada no Brasil.

Eneva (ELPL4) - antes designada como MPX Energia S.A., atua nos setores de

geração, comercialização e logística de energia elétrica.

AES EletroPaulo (ELPL4) - maior distribuidora de energia elétrica da América

Latina, distribuindo energia elétrica a 24 municípios da Grande São Paulo,

incluindo a capital.

A partir dos dados coletados, o beta de cada empresa foi calculado pelo método

direto. De posse da alavancagem financeira, foi possível desalavancar esses Betas e

calcular a média entre eles. Em seguida, foi calculado o Beta final, ou seja, o Beta

realavancado, para vários de cenários de financiamento, desde 0% a 90%. A Tabela 30

representa estes valores calculados.

Tabela 30– Memória de cálculo do Beta

ELPL4 GETI3 ENEV3

Covariância 0,000235465 0,000109750 0,000074478

(Desvio padrão) ² 0,000343119 0,000343119 0,000197458

Beta 0,686248950 0,319858968 0,377185549

Ativo (bilhões de reais) 11590 4250 7044

Passivo (bilhões de reais) 9022 2,886 5909

PL (bilhões de reais) 2568 1364 1135

Alavancagem financeira 4,5132 3,1158 6,2062

Média

Beta desalavancado 0,152052399 0,102655914 0,060775922 0,105161412

Financiamento 0% 25% 50% 70% 80% 90%

Beta realavancado 0,105161412 0,140215215 0,210322823 0,350538039 0,525807058 1,051614116

Prêmio de Risco de Mercado (PRM)

O prêmio de risco de mercado é o spread entre o retorno da taxa livre de risco e o

retorno do IBOVESPA. Desta maneira, será estimada esta taxa de retorno pela taxa de

crescimento nos últimos 10 anos das cotações do índice. Logo, considerando o índice de

27 de julho de 2005 em 25337,82 pontos com o de 24 de julho de 2015 em 49245,85

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105

pontos, o retorno total no período é de 94,36%. Assim, ao anualizar este retorno, obtém-

se a taxa de 6,78% a.a. Considerando a taxa livre de risco apresentada anteriormente, o

PRM será de 13,08% - 6,78% = 6,3% a.a.

7.1.3.2 Cálculo do Custo de Capital de Terceiros

Diferentemente do Custo de Capital Próprio que é calculado através de uma

fórmula, o Custo de Capital de Terceiros é obtido pelas informações de financiamento

pois, representa o Custo de Capital que os credores da empresa cobram. Assim, para a

linha de credito Fundo clima e a simulação direta o Kd será de 5,57% a.a. e 8% a.a.,

respectivamente.

Portanto, levando em consideração as variáveis projetadas, tais como, a taxa livre

de risco, os Betas para cada tipo de alavancagem, o PRM, o custo de capital de terceiros

e a alíquota de tributos fiscais, é possível estimar um WACC para os diferentes cenários

apresentados.

Tabela 31 – WACC calculado para as diferentes linhas de crédito

Financiamento Rf Beta PRM Ke Kd Impostos WACC

Fundo Clima

0%

13,08%

0,1052

6,30%

13,74%

5,57%

34%

9,07%

25% 0,1402 13,96% 8,30%

50% 0,2103 14,41% 7,54%

70% 0,3505 15,29% 6,93%

80% 0,5258 16,39% 6,62%

90% 1,0516 19,71% 6,31%

Financiamento Direto

0% 0,1052 13,74%

8%

9,07%

25% 0,1402 13,96% 8,91%

50% 0,2103 14,41% 8,75%

70% 0,3505 15,29% 8,63%

80% 0,5258 16,39% 8,56%

90% 1,0516 19,71% 8,50%

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106

7.2 Resultados Projetados

Nesta cessão serão apresentados os resultados obtidos quando projetadas as

receitas e despesas de uma usina fotovoltaica, alterando a estrutura de capital, a tarifa de

energia elétrica contratada e as parcelas de pagamento da dívida.

7.2.1 Resumo das considerações utilizadas na obtenção dos resultados

Como muitas são as variáveis para as simulações do modelo econômico, algumas

delas que foram adotadas para as análises são destacadas a seguir:

Geração: 5.999,05 MWh por ano com uma variação negativa de 0.75% por conta

da degradação dos painéis fotovoltaico;

Preço: Quatro faixas de preço: R$ 209,52, R$ 224,44, R$ 230,37 e R$ 273,35 com

reajuste de 5,33% a.a.;

Impostos sobre venda: 11,5% da Receita Bruta;

Custos e Despesas: Custo operacional (OPEX) equivalente a 1% do CAPEX total

sem reajustes anuais; TUSD de R$ 2,06/MWh nos dez primeiros anos (80%

desconto) e R$ 5,15/MWh a partir da segunda década de operação (50% de

desconto); TFSEE de R$823,157 (=R$ 484,21* 4250 Wp * 0,04%) por ano com

reajuste de 5,33% a.a;

Depreciação Caso A: R$ 1.468.651,58 nos dez primeiros anos, R$ 663.647,51 do

décimo ao vigésimo ano, R$ 595.911,35 do vigésimo primeiro até o final da

projeção;

Depreciação Caso B: R$ 1.547.318,36 nos dez primeiros anos, R$ 717.798,77 do

décimo ao vigésimo ano e R$ 635.448,72 do vigésimo primeiro até o final do

período projetado;

Impostos sobre o Lucro líquido: 34% do lucro líquido;

Retorno da Receita financeira: 12,5% a.a. do saldo total de caixa do ano anterior,

quando positivo;

Dividendo e Juros sobre Capital próprio: segundo a projeção serão pago 17% de

dividendos e 9% de juros sobre capital próprio sob o lucro líquido, quando

positivo;

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107

CAPEX: Para o caso A será considerado um CAPEX inicial de R$ 20.921.321,31,

R$ 2.509.938,12 e R$ 1.832.576,57 de sustaining CAPEX representando a troca

dos inversores, para o décimo e vigésimo ano, respectivamente. Agora, para o

caso B o CAPEX inicial é de R$ 21.617.989,09, e sustaining CAPEX de R$

3.051.450,67 e R$ 2.227.950,15 para o décimo e vigésimo ano, respectivamente;

Relação de Dívida/Equity (financiamento): foram considerados cenários com 0%,

25%, 50%, 70%, 80% e 90% do CAPEX financiado;

Linhas de crédito: Fundo clima com taxa nominal de 5,57% a.a., carência de 1

ano e prazo de 15 anos. Financiamento Direto com taxa de 8% a.a., carência

também de 1 ano e prazo de 25 anos;

7.2.2 Avaliação de Investimentos

A partir da construção dos fluxos de caixas da empresa pelo método do DFC,

conforme apresentado na cessão anterior, será feita uma breve análise da viabilidade do

investimento através dos critérios de avaliação de investimento descritos a seguir.

Período de Payback

Ele informa simplesmente o momento em que as entradas e saídas de caixa se

igualam no tempo. Quanto menor o período de payback, mais atrativo se torna o

investimento. Ignora a ordem na qual o Fluxo de Caixa é gerado dentro do período de

payback e não leva em consideração o Custo de Oportunidade do Capital, ou seja, ignora

o valor do dinheiro no tempo.

Vantagens

Fácil Compreensão

Considera Incerteza de Fluxos de Caixa mais distantes (Viés a favor da liquidez)

Liberação rápida de Caixa para outros usos

Controle sobre gastos (Efeito limitado às perdas)

Desvantagens

Ignora Valor do Dinheiro no Tempo

Estabelece Período de Corte Arbitrário

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108

Ignora Fluxos de Caixa além da data de corte

Tem Viés contra Projetos de Longo Prazo (Pesquisa e Desenvolvimento)

Valor Presente Líquido (VPL)

Esse valor reflete no tempo atual a série anual de fluxo de caixa durante o tempo

de vida da planta, isto é, qual quantidade monetária foi economizada durante toda a vida

da usina, considerando o custo de oportunidade do capital através da taxa de desconto.

Quanto maior o VPL, mais favorável é o investimento.

𝑉𝑃𝐿 = ∑𝐶𝐹𝑛

(1 + 𝑊𝐴𝐶𝐶)𝑛

𝑛

𝑛=0

= 𝐶𝐹0 +𝐶𝐹1

(1 + 𝑊𝐴𝐶𝐶)1+ ⋯+

𝐶𝐹𝑛(1 + 𝑊𝐴𝐶𝐶)𝑛

Onde:

CF – Fluxo de caixa

Taxa Interna de Retorno (TIR)

É a taxa de remuneração do capital investido para que o VPL seja zero. Quanto

maior a diferença entre a TIR e a taxa de desconto (WACC), melhor é o investimento e

consequentemente maior será o VPL.

0 = ∑𝐶𝐹𝑛

(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑛

𝑛

𝑛=0

= 𝐶𝐹0 +𝐶𝐹1

(1 + 𝑇𝐼𝑅)1+ ⋯+

𝐶𝐹𝑛(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑛

Portanto, é comum aceitar projetos cuja Taxa Interna de Retorno seja superior ao

custo de oportunidade de capital. Como na análise do VPL, o Critério da TIR é baseada

na técnica do Fluxo de Caixa Descontado. E o investidor é indiferente a Projeto com VPL

nulo pois, representa um ponto de equilíbrio econômico, em outras palavras, não cria nem

destrói valor ao acionista.

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109

7.2.3 Analise dos resultados

Inserindo na ferramenta desenvolvida no Microsoft Excel, as premissas anteriores,

foram calculados os Fluxos de Caixa do Ativo presentes no Anexo XI e XII para as linhas

de credito do Fundo Clima e Financiamento Direto, respectivamente.

Em cima destes fluxos calculados foi feita uma análise de viabilidade

considerando os critérios de investimentos descritos. O resultado encontrasse nas Tabelas

32 e 33 a seguir que refletem as duas linhas de financiamento consideradas.

Tabela 32 – Fundo Clima - Analise dos resultados

VPL (R$) TIR Payback (anos)

Financiamento WACC Tarifa (R$) Caso A Caso B Caso A Caso B Caso A Caso B

0% 9,07%

209,52 1.902.966,57 1.136.025,55 9,82% 9,51% 12,5 13,0

224,44 3.402.601,00 2.695.862,92 10,40% 10,10% 12,0 12,5

230,37 3.993.078,19 3.286.340,10 10,62% 10,31% 12,0 12,5

273,35 8.098.203,56 7.457.779,39 12,08% 11,78% 11,0 11,0

25% 8,30%

209,52 (1.581.980,55) (2.740.242,17) 7,64% 7,18% 14,5 15,0

224,44 329.888,81 (770.895,03) 8,44% 8,00% 13,5 14,0

230,37 1.061.456,21 (11.495,17) 8,73% 8,30% 13,5 14,0

273,35 6.093.255,22 5.148.906,17 10,62% 10,22% 11,5 12,0

50% 7,54%

209,52 (6.231.393,97) (7.526.177,50) 4,63% 4,05% 17,5 18,5

224,44 (4.294.405,26) (5.680.420,71) 5,62% 5,02% 16,5 17,0

230,37 (3.497.209,26) (4.892.229,34) 6,00% 5,41% 16,0 16,5

273,35 2.461.802,81 1.070.747,28 8,52% 7,96% 13,0 14,0

70% 6,93%

209,52 (6.702.223,41) (7.850.221,67) 3,65% 3,14% 18,5 19,0

224,44 (5.259.038,02) (6.436.927,69) 4,44% 3,92% 17,5 18,0

230,37 (4.671.753,96) (5.856.141,43) 4,75% 4,23% 17,0 17,5

273,35 (72.906,83) (1.423.012,22) 6,90% 6,33% 14,5 15,0

80% 6,62%

209,52 (6.521.358,13) (7.631.602,24) 3,33% 2,94% 18,0 19,0

224,44 (5.132.889,93) (6.281.099,49) 4,18% 3,67% 17,5 18,0

230,37 (4.569.727,49) (5.727.684,10) 4,47% 3,96% 17,0 17,5

273,35 (237.434,50) (1.463.647,02) 6,52% 6,00% 14,5 15,0

90% 6,31%

209,52 (6.150.540,00) (7.217.481,87) 3,33% 2,88% 18,0 19,0

224,44 (4.825.670,79) (5.928.352,89) 4,03% 3,55% 17,0 18,0

230,37 (4.279.457,23) (5.399.415,75) 4,31% 3,82% 17,0 17,5

273,35 (81.458,34) (1.291.197,88) 6,28% 5,76% 14,5 15,0

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110

Tabela 33 – Financiamento Direto - Analise dos resultados

VPL (R$) TIR Payback (anos)

Financiamento WACC Tarifa (R$) Caso A Caso B Caso A Caso B Caso A Caso B

0% 9,07%

209,52 1.902.966,57 1.136.025,55 9,82% 9,51% 12,5 13,0

224,44 3.402.601,00 2.695.862,92 10,40% 10,10% 12,0 12,5

230,37 3.993.078,19 3.286.340,10 10,62% 10,31% 12,0 12,5

273,35 8.098.203,56 7.457.779,39 12,08% 11,78% 11,0 11,0

25% 8,91%

209,52 (2.576.872,57) (3.707.319,47) 7,79% 7,32% 14,0 14,5

224,44 (730.674,19) (1.813.784,23) 8,60% 8,16% 13,5 14,0

230,37 (22.054,53) (1.077.853,21) 8,90% 8,47% 13,0 13,5

273,35 4.817.978,96 3.898.013,36 10,83% 10,43% 11,5 12,0

50% 8,75%

209,52 (7.852.930,97) (9.039.818,98) 4,71% 4,15% 17,0 18,0

224,44 (6.173.149,46) (7.444.186,57) 5,71% 5,12% 16,0 16,5

230,37 (5.454.991,39) (6.758.252,37) 6,11% 5,51% 15,5 16,5

273,35 119.066,91 (1.252.159,76) 8,81% 8,21% 13,0 13,5

70% 8,63%

209,52 (8.744.537,00) (9.749.177,79) 3,76% 3,29% 17,5 18,0

224,44 (7.616.994,13) (8.647.031,18) 4,50% 4,01% 16,5 17,5

230,37 (7.147.798,64) (8.194.789,27) 4,80% 4,30% 16,5 17,0

273,35 (3.971.556,91) (4.474.542,82) 7,06% 6,46% 14,0 14,5

80% 8,56%

209,52 (8.633.762,72) (9.612.490,27) 3,83% 3,34% 17,5 18,0

224,44 (7.605.305,59) (8.574.781,13) 4,40% 3,97% 16,5 17,0

230,37 (7.191.855,44) (8.167.353,76) 4,66% 4,22% 16,0 17,0

273,35 (3.865.522,56) (4.956.325,55) 6,60% 6,08% 14,0 14,5

90% 8,50%

209,52 (8.482.994,25) (9.468.064,28) 3,83% 3,40% 17,5 18,0

224,44 (7.440.095,14) (8.412.674,50) 4,46% 4,04% 16,5 17,0

230,37 (7.030.317,33) (7.996.319,41) 4,70% 4,28% 16,0 16,5

273,35 (4.013.158,95) (5.012.752,95) 6,42% 5,96% 14,0 14,5

A vantagem do Caso A fica evidente em relação ao caso B por apresentar um

CAPEX menor, assim, os retornos para o primeiro caso são mais atrativos. Esta vantagem

ocorre independente do percentual de financiamentos.

Analisando o caso em que algum investidor queira construir uma usina

fotovoltaica apenas com recursos próprios, o não pagamento de juros sobre o empréstimo

irá deixar um fluxo de caixa livre todo ano para os acionistas. Neste cenário, o

empreendimento gera lucro e em ambas as linhas de credito apresenta-se um VPL positivo

para a faixa de tarifas apresentadas.

Sem dúvida, este é o cenário mais otimista que apresenta o menor período de

Payback e a maior TIR. Nota-se que para ambas as linhas de credito os valores

encontrados para o VPL, TIR e Payback são os mesmos pois, como o financiamento é

nulo, a parte da equação do WACC referente ao custo do capital de terceiros também é

nula. Dessa forma, a mesma taxa de desconto é utilizada para ambas as linhas.

Logo, para este cenário, os valores que mais se destacam, por apresentar o maior

retorno, é o VPL de R$ 8.090.210,36, com uma taxa de retorno de 12,08% e tempo de

retorno para o investimento de 11 anos.

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111

A partir dos resultados com financiamento de 25% do CAPEX, introduz-se o

pagamento de juros. Nota-se, portanto, que começa a surgir valores negativos para o VPL

nas tarifas mais baixas em ambas linhas de crédito.

Um ponto importante a ser observado é que os valores do VPL para o Fundo Clima

são mais atrativos que o Financiamento Direto. Entretanto, ao compararmos a TIR, o

resultado é o contrário, ou seja, a segunda linha apresenta uma taxa interna de retorno

maior do que a primeira. Isto ocorre pelo fato do prazo de financiamento de ambas as

linhas serem diferentes. Assim, o efeito causado pela amortização da segunda linha que

possui o prazo maior, de 25 anos, suaviza o pagamento do financiamento no fluxo de

caixa, resultando no aumento de Caixa dos Ativos.

Além disso, este efeito inverso do VPL e TIR ocorre também, por conta da

diferença na taxa de desconto utilizada, que se dá pelo fato do custo de capital de terceiros

ser diferente em ambas as linhas de crédito.

Para a configuração de 50% de capital de terceiros, é possível notar uma maior

diminuição na TIR e no VPL, além é claro, do aumento no período de Payback. Tudo

isso por conta do pagamento mais elevado da amortização e juros do valor financiado.

Infelizmente, esta configuração é o cenário com o maior percentual de financiamento que

possui pelo menos um resultado com o VPL positivo. Em virtude disso, será discorrido,

mais a frente, uma breve analise sobre os fluxos de caixas deste panorama.

Continuando a observar o resultado apresentado nas Tabelas, é possível notar que

conforme aumenta a participação de terceiros, o investimento vai perdendo a sua

atratividade do ponto de vista do VPL. Portanto, o Fluxo de Caixa Descontado a valor

presente fica negativo, em outras palavras, a Taxa Interna de Retorno é menor do que a

Taxa de Desconto utilizada. Por isso que esta recebe o nome de Taxa Mínima de

Atratividade.

Analise: Caso A, financiamento de 50% do CAPEX e Tarifa de R$273,35

Tomando como base o financiamento com 50% que possui a maior alavancagem

financeira e ao mesmo tempo apresente resultados atrativos, será analisado os valores do

Lucro Líquido, do Fluxo de Caixa dos Ativos e da Geração de Caixa, conforme

apresentados nas Figuras a seguir. Vale ressaltar que as linhas completas do DRE que

originaram estes dados, estão dispostas no Anexo IX e X. Para acompanha-los é

necessário utilizar as linhas de guia do DRE presentes no Anexo VIII.

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112

Figura 57 – Lucro Líquido, 50% do CAPEX financiado e Tarifa de R$ 273,35

Figura 58 - Fluxo de Caixa dos Ativos, 50% do CAPEX financiado e Tarifa de 273,35

(2.000.000,00)

(1.000.000,00)

-

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Fundo Clima Financiamento Direto

(1.000.000,00)

-

1.000.000,00

2.000.000,00

3.000.000,00

4.000.000,00

5.000.000,00

6.000.000,00

7.000.000,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Fundo Clima Financiamento Direto

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113

Figura 59 - Geração de Caixa (50% do CAPEX financiado e Tarifa de R$273,35)

Antes de mais nada, é interessante notar que no Gráfico da Figura 58, o forte

impacto que o Fluxo de caixa dos Ativos sofre no décimo e vigésimo ano, decorrente da

troca dos inversores nessa época.

Na Figura 57, nota-se que o lucro líquido do Financiamento Direto é menor em

todos os anos em relação aos valores do Fundo Clima. O que é de se esperar uma vez que

essa linha apresenta um juros mais elevado a ser pago, ocasionando assim uma diferença

entre as opções de crédito. Dessa forma, considerando uma análise simplista, pode se

dizer que de ponto de vista do Lucro Líquido, o Fundo Clima é o mais vantajoso.

No entanto, ao analisarmos o Gráfico do fluxo de Caixa dos Ativos é possível

notar que o Financiamento Direto apresenta um fluxo maior até o vigésimo ano de

operação da Usina. Isto ocorre pela diferença no pagamento de Amortização e de Juros

da dívida entre as linha de crédito, conforme descrito anteriormente. Dessa forma, pelo

fato do Financiamento Direto apresentar prestações mais suaves de Amortização, o saldo

final de caixa fica mais elevado, permitindo assim uma maior Receita Financeira no ano

seguinte.

O impacto da diferença na receita de investimento do caixa pode ser visto,

também, no Gráfico da geração de caixa, onde nota-se uma geração mais elevada para o

Financiamento Direto até o 15º ano. No entanto, o cenário se inverte para os anos

posteriores, por conta do termino do financiamento, no Fundo Clima, uma vez que o seu

prazo é de 15 anos. Ainda assim, esta vantagem nos últimos 5 anos não apresenta-se

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114

valida ao considerarmos a variação do dinheiro no tempo. Ou seja, por mais que o Fundo

Clima apresente fluxos maiores nos últimos anos, não o torna vantajoso ao trazermos todo

o fluxo a valor presente.

Assim, pelos valores considerados na projeção e pela análise dos Gráficos, fica

evidente que o tempo mais longo do Financiamento Direto sobrepõem a vantagem do

juros mais baixos do Fundo Clima. Dessa forma, caso ambas as linhas de crédito

possuíssem a mesma taxa de desconto, o Financiamento Direto seria de fato mais

vantajoso. No entanto, conforme discutido, justamente por possuir um juros mais alto, o

Financiamento direto acaba tendo um percentual mais elevado no Custo de Capital de

Terceiros (Kd), influenciando assim um aumento na taxa do WACC e por sua vez,

resultando em um VPL inferior ao do Fundo Clima.

Portanto, conclui-se que a Linha de crédito do Fundo Clima torna-se a mais

vantajosa quando envolvido o Custo do Capital de Terceiros no cálculo da taxa de

desconto. Dessa forma, do ponto de vista pragmático, o ideal para o sucesso de um

investimento como esse dimensionado é que o BNDES continue fomentando esse tipo de

financiamento com juros nominal atrativamente baixo e ainda, se possível, oferecer um

prazo de financiamento mais longo.

Por fim, considerando os valores apresentados nas Tabelas 32 e 33, fica evidente

que, por menor que seja a diferença entre os casos, o primeiro, caso A, apresenta-se mais

vantajoso que o segundo (caso B). Além disso, conforme mencionado no Capítulo 5, os

inversores dimensionados, para ambos os casos, apresentam apenas 1 MPPT cada,

portanto, o primeiro caso, por apresentar mais inversores possui uma confiabilidade maior

do sistema do que o segundo caso. Dessa forma, tanto do ponto de vista econômico quanto

do ponto de vista técnico o caso A prova-se mais viável e vantajoso.

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115

CAPÍTULO 8: CONCLUSÃO

Em resumo, este trabalho teve como objetivo dimensionar uma usina fotovoltaica

conectada à rede, para uma localidade específica em Nova Iguaçu. Ainda assim, de posse

dos valores projetados, foi realizado uma análise de viabilidade econômica para o projeto.

Inicialmente, foi apresentado o cenário nacional e internacional da geração

fotovoltaica. Em seguida, na parte teórica, uma breve revisão sobre a energia solar

fotovoltaica foi discorrida, em conjunto com o detalhamento dos principais componentes

do sistema fotovoltaico, sobre as normas e a regulamentação que regem este sistema.

Entrando na parte do dimensionamento, os principais itens foram estimados e projetados,

dando origem a modelagem tridimensional realizada. Dando continuidade, os custos do

projeto foram apresentados e por fim, a análise de viabilidade econômica foi realizada.

Ademais, na parte técnica foram considerados os limites físicos do local como

também os elétricos dos componentes dimensionados. Na parte financeira, foi realizado

a projeção dos balanços e demonstrativos de resultados anuais e, de posse dos valores

projetados, foi feita a análise em cima do Fluxo de Caixa Descontado, por meio da

elaboração de uma ferramenta de cálculo no Excel. Os critérios de avaliação empregados

foram o Valor Presente Líquido, a Taxa Interna de Retorno e o período de Payback.

A inclinação atípica do relevo local ocasionou uma dificuldade no

dimensionamento e na disposição dos arranjos fotovoltaicos. Com a utilização da

ferramenta Google SketchUp foi possível contornar o problema ao importar, além da

latitude e longitude local, a altura dos pontos contidos no terreno. Dessa forma, tornou-

se viável englobar as oscilações do relevo na modelagem do sistema fotovoltaico.

Com a finalidade de tornar os resultados mais condizentes com a realidade

financeira, analisaram-se cenários econômicos distintos. Conforme esperado, as centrais

geradoras têm uma tendência a ficar cada vez menos competitivas, com a redução no

preço da energia. Além disso, o cenário não é muito animador quando observados os

casos com alavancagem financeira mais elevada. Nesse contexto, os valores encontrados

não atingiram uma atratividade desejada, refletindo o “Valor Presente Líquido” negativos

e por consequência taxas internas de retorno inferiores as taxas de desconto.

Dessa forma, a fim de que o investimento se torne viável sob a ótica do investidor,

para todos os cenários apresentados, é necessário uma tarifa de energia acima do teto

estipulado no LER/2014 ou uma redução no custo de aquisição dos equipamentos.

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116

No entanto, é possível notar que o investimento fica mais competitivo quando não

há recursos externos alocados. Sendo esta afirmação refletida nas projeções com capital

de terceiros igual a 0%, ou seja, o CAPEX total financiado com o capital próprio.

Ainda assim, observa-se uma viabilidade econômica positiva para alguns cenários

com financiamento de 25% a 50% do valor investido. Portanto, por mais que Nova Iguaçu

não esteja localizada em uma das regiões do Brasil de maior incidência de radiação solar,

ainda assim ela apresenta um potencial de geração fotovoltaica que aparenta ser viável

economicamente, em alguns casos projetados.

Existe também a possibilidade da energia produzida pela usina ser vendida no

mercado livre de energia. Como no caso da empresa Tractebel, que opera a maior usina

fotovoltaica do Brasil, instalada em Santa Catarina. Atualmente ela utiliza esse mercado

e vende a sua energia para empresas privadas.

O preço da energia no mercado de curto prazo atingiu valores de R$ 690/MWh

em 2014. No entanto, ainda neste ano a ANEEL aprovou novos limites do PLD para 2015,

reduzindo o teto de R$ 822,83/MWh para R$ 388,48/MWh. Ainda assim, considerando

um cenário com esse preço reduzido, os ganhos a curto prazo iriam aumentar muito. No

entanto, não oferecem a segurança de um contrato de longo prazo.

Logo, o que é possível extrair deste trabalho é que existem muitas oportunidades

no setor fotovoltaico. Nesse contexto, caso haja um domínio maior da tecnologia FV em

conjunto com uma mão de obra mais qualificada, será possível garantir uma melhor

performance do sistema e com isso, diminuir o risco do investimento, atraindo melhores

condições de financiamento.

Além de tudo, é essencial destacar que este estudo é apenas uma estimativa para

os valores reais de um empreendimento deste porte. Durante o trabalho foram feitas

muitas considerações que podem acabar se tornando falsas ao longo dos anos ou então

inválidas, dependendo da metodologia de projeto a ser utilizada. Como exemplo o custo

estimado dos cabos, dos sistemas de proteção, da fixação e demais custos, que foram

calculados com base na referencia [20].

Por fim, um dimensionado mais detalhado do sistema pode refletir em uma

estrutura de custos mais real, podendo assim, alterar a atratividade do investimento.

Portanto, como ideia para um futuro trabalho seria realizar um estudo mais aprofundado

e específico para atender quais quer outros requisitos que não foram considerados neste

projeto para melhorar a estimativa da viabilidade de um sistema deste porte.

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117

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Disponível em: http://www.greenpro.de/po/fotovoltaico.pdf. Acesso no dia: 15 de julho

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[8] Focusolar - Potencial Solar Brasileiro, Disponível em:

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[9] CRESESB-CEPEL, Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos, Rio de

Janeiro, 2014. Disponível em:

http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_2014.p

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[11] SolarTerra - Energia Solar Fotovoltaica, Guia Prático. Disponível em:

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[12] GEPEA, Fadigas E. - Energia Solar Fotovoltaica :Fundamentos, Conversão e

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http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/56337/mod_resource/content/2/Apostila_sol

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[13] RUTHER, R. Edifícios Solares Fotovoltaicos. LABSOLAR, 2004. Disponível em:

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[18] Angelo Teodoro Macie - Elementos de protecção em esquemas eléctricos.

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[31] ZILMER - Transformadores imersos em óleo isolante - TAO. Disponível em:

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[33] EPE - Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira.

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Acesso no dia: 17 de julho de 2015.

[34] EPE - Leilão de Energia de Reserva de 2014, Participação dos Empreendimentos

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http://www.epe.gov.br/leiloes/Documents/Leil%C3%B5es%202014/NT_EPE-DEE-

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[35] Portal Brasil - ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO - IGP-M.

Disponível em: http://www.portalbrasil.net/igpm.htm. Acesso no dia: 17 de julho de

2015.

[36] NC NET - Tabela de Incidência de Impostos LUCRO REAL - PRESUMIDO e

SIMPLES FEDERAL. Disponível em:

http://www.ncnet.com.br/contabil/tabelas/tabsimples.html. Acesso no dia: 17 de julho

de 2015.

[37] ANEEL - RESOLUÇÃO HOMOLOGATÓRIA Nº 1.858, DE 27 DE FEVEREIRO

DE 2015 Disponível em:

Page 138: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

121

http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2015/007/resultado/reh20151858

.pdf. Acesso no dia: 17 de julho de 2015.

[38] Montalvão E. - DESCONTOS NA TUST E NA TUSD PARA FONTES

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http://www12.senado.gov.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-estudos/textos-

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[39] ANEEL – Informações Técnicas. Disponível em:

http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=527. Acesso no dia: 17 de julho de 2015.

[40] ANEEL - DESPACHO Nº 76, DE 15 DE JANEIRO DE 2015. Disponível em:

http://www.aneel.gov.br/cedoc/dsp2015076ti.pdf. Acesso no dia: 17 de julho de 2015.

[41] Lunelli, R - Ativo Imobilizado - Melhor tratamento contábil. Disponível em:

http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ativo-imobilizado-tratamento-

contabil.htm. Acesso no dia: 17 de julho de 2015.

[42] FISCONET – Taxas de Depreciação de Bens do Ativo Imobilizado

http://www.fisconet.com.br/colecao-contabil/conteudo/taxas-de-depreciacao-de-bens-

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[43] ECONSTATS – Interest Rates and other econ. Disponível em:

http://www.econstats.com/r/rlib_aa9.htm. Acesso no dia: 17 de julho de 2015.

[44] TESOURO DIRETO - Preços e taxas dos títulos públicos disponíveis para compra.

Disponível em: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-precos-e-taxas-dos-

titulos. Acesso no dia: 20 de julho de 2015.

[45] EXAME ABRIL - Cotações Bovespa e Ações. Disponível em:

http://exame.abril.com.br/mercados/cotacoes-bovespa. Acesso no dia: 20 de julho de

2015.

Page 139: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

122

Anexo I

Figura 58 - Vista lateral da modelagem 3d para o caso A

Figura 59 - Vista lateral da modelagem 3d para o caso B

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Anexo II - Dados do painel HSPV235WP-54M, informados pelo fabricante [23]

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124

Anexo III - Especificação técnica - String Control Box [25]

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125

Anexo IV - Especificação técnica - Ingecon Sun Power 110TL B220 [28]

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126

Anexo V - Especificação técnica: Ingecon Sun PowerMax 500T U X480 [29]

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127

Anexo VI - Transformador Geafol, SIEMENS - Características básicas [30]

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128

Anexo VII

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129

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130

Anexo VIII – Linhas de Guia para o DRE

Código Descrição

(1) Receita Bruta

(2) (-) Impostos sobre venda

(3) Receita Liquida = (1) - (2)

(a) OPEX

(b) TUST e TUSD

(c) TFSEE

(4) (-) Custos e Despesas = (a) + (b) + (c)

(5) EBITDA = (3) - (4)

(6) (-) Depreciação

(7) EBIT = (5) - (6)

(8) (+) Receitas financeiras

(9) (-) Despesas financeiras (Juros)

(10) LAIR = (7) + (8) - (9)

(11) (-) Imposto de Renda (IPRJ + CSLL)

(12) Lucro Líquido = (10) - (11)

(13) Fluxo de Caixa Operacional = (7) + (8) + (6) - (11)

(14) (-) Investimento (CAPEX)

(15) Fluxo de Caixa dos Ativos = (13) - (14)

(16) Desembolso

(17) Amortização

(18) Juros

(19) Fluxo de caixa do Credor = (16) - (17) - (18)

(20)

Aporte

(21) Dividendos

(22) Juros sobre Capital

(23) Fuxo de Caixa dos Acionistas = (20) - (21) - (22)

(24) Geração de Caixa = (15) + (19) + (23)

(25) Saldo Acumulado

Financiamento Inicial (CAPEX)

(26) Saldo Inicial

(27) Amortização

(28) Saldo Final

(29) Juros

Sustaining CAPEX - 10 anos

(30) Saldo Inicial

(31) Amortização

(32) Saldo Final

(33) Juros

Sustaining CAPEX - 20 anos

(34) Saldo Inicial

(35) Amortização

(36) Saldo Final

(37) Juros

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131

Anexo IX – DRE – Caso A, Fundo Clima, 50% de financiamento e Tarifa de R$

273,35

Código Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

(1) 1.646.841,01 1.721.608,01 1.799.769,44 1.881.479,42 1.966.899,06

(2) 189.386,72 197.984,92 206.973,49 216.370,13 226.193,39

(3) 1.457.454,30 1.523.623,09 1.592.795,96 1.665.109,29 1.740.705,67

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 15.111,22 15.013,62 14.916,75 14.820,61 14.725,19

(c) 823,16 867,03 913,24 961,92 1.013,19

(4) 225.147,59 225.093,86 225.043,21 224.995,74 224.951,60

(5) 1.232.306,71 1.298.529,22 1.367.752,75 1.440.113,55 1.515.754,07

(6) 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58

(7) (236.344,87) (170.122,36) (100.898,83) (28.538,03) 47.102,49

(8) - - 1.200,94 22.026,61 59.356,07

(9) 582.658,80 543.814,88 504.970,96 466.127,04 427.283,12

(10) (819.003,67) (713.937,23) (604.668,85) (472.638,47) (320.824,55)

(11) - - - - -

(12) (819.003,67) (713.937,23) (604.668,85) (472.638,47) (320.824,55)

(13) 1.232.306,71 1.298.529,22 1.368.953,69 1.462.140,15 1.575.110,15

(14) 20.921.321,31 - - - - -

(15) (20.921.321,31) 1.232.306,71 1.298.529,22 1.368.953,69 1.462.140,15 1.575.110,15

(16) 10.460.660,66 - - - - -

(17) 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38

(18) 582.658,80 543.814,88 504.970,96 466.127,04 427.283,12

(19) 10.460.660,66 (1.280.036,18) (1.241.192,26) (1.202.348,34) (1.163.504,42) (1.124.660,50)

(20)

10.460.660,66 - - - - -

(21) - - - - -

(22) - - - - -

(23) 10.460.660,66 - - - - -

(24) - (47.729,46) 57.336,97 166.605,35 298.635,74 450.449,65

(25) - (47.729,46) 9.607,50 176.212,85 474.848,59 925.298,24

(26) 10.460.660,66 9.763.283,28 9.065.905,90 8.368.528,53 7.671.151,15

(27) 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38

(28) 9.763.283,28 9.065.905,90 8.368.528,53 7.671.151,15 6.973.773,77

(29) 582.658,80 543.814,88 504.970,96 466.127,04 427.283,12

(30)

(31)

(32)

(33)

(34)

(35)

(36)

(37)

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132

Código Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

(1) 2.056.196,77 2.149.548,62 2.247.138,66 2.349.159,32 2.455.811,74

(2) 236.462,63 247.198,09 258.420,95 270.153,32 282.418,35

(3) 1.819.734,14 1.902.350,53 1.988.717,72 2.079.006,00 2.173.393,39

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 14.630,49 14.536,50 14.443,21 14.350,62 14.258,72

(c) 1.067,19 1.124,07 1.183,99 1.247,09 1.313,56

(4) 224.910,90 224.873,78 224.840,41 224.810,93 224.785,50

(5) 1.594.823,25 1.677.476,74 1.763.877,31 1.854.195,07 1.948.607,89

(6) 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58

(7) 126.171,67 208.825,16 295.225,73 385.543,49 479.956,31

(8) 115.662,28 193.745,90 293.433,05 407.037,85 535.663,82

(9) 388.439,20 349.595,28 310.751,36 271.907,44 233.063,52

(10) (146.605,25) 52.975,78 277.907,42 520.673,90 782.556,61

(11) - 18.011,77 94.488,52 177.029,13 266.069,25

(12) (146.605,25) 34.964,02 183.418,90 343.644,77 516.487,36

(13) 1.710.485,53 1.853.210,88 1.962.821,84 2.084.203,79 2.218.202,46

(14) - - - - 2.509.938,12

(15) 1.710.485,53 1.853.210,88 1.962.821,84 2.084.203,79 (291.735,66)

(16) - - - - 1.254.969,06

(17) 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38

(18) 388.439,20 349.595,28 310.751,36 271.907,44 233.063,52

(19) (1.085.816,58) (1.046.972,66) (1.008.128,74) (969.284,82) 324.528,16

(20)

- - - - 1.254.969,06

(21) - 5.594,24 29.347,02 54.983,16 82.637,98

(22) - 3.146,76 16.507,70 30.928,03 46.483,86

(23) - (8.741,00) (45.854,72) (85.911,19) 1.125.847,22

(24) 624.668,95 797.497,22 908.838,38 1.029.007,78 1.158.639,72

(25) 1.549.967,19 2.347.464,41 3.256.302,78 4.285.310,57 5.443.950,29

(26) 6.973.773,77 6.276.396,39 5.579.019,02 4.881.641,64 4.184.264,26

(27) 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38

(28) 6.276.396,39 5.579.019,02 4.881.641,64 4.184.264,26 3.486.886,89

(29) 388.439,20 349.595,28 310.751,36 271.907,44 233.063,52

(30)

(31)

(32)

(33)

(34)

(35)

(36)

(37)

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133

Código Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15

(1) 2.567.306,21 2.683.862,55 2.805.710,58 2.933.090,54 3.066.253,59

(2) 295.240,21 308.644,19 322.656,72 337.305,41 352.619,16

(3) 2.272.065,99 2.375.218,36 2.483.053,86 2.595.785,13 2.713.634,42

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 17.314,64 17.224,12 17.134,28 17.045,11 16.956,61

(c) 1.383,58 1.457,32 1.535,00 1.616,81 1.702,99

(4) 227.911,43 227.894,65 227.882,49 227.875,14 227.872,81

(5) 2.044.154,56 2.147.323,70 2.255.171,38 2.367.909,99 2.485.761,61

(6) 663.647,51 663.647,51 663.647,51 663.647,51 663.647,51

(7) 1.380.507,05 1.483.676,19 1.591.523,86 1.704.262,48 1.822.114,10

(8) 680.493,79 777.001,39 888.555,81 1.016.377,55 1.161.775,77

(9) 264.121,38 220.617,34 177.113,30 133.609,26 90.105,22

(10) 1.796.879,46 2.040.060,24 2.302.966,38 2.587.030,77 2.893.784,65

(11) 610.939,02 693.620,48 783.008,57 879.590,46 983.886,78

(12) 1.185.940,44 1.346.439,76 1.519.957,81 1.707.440,31 1.909.897,87

(13) 2.113.709,33 2.230.704,61 2.360.718,62 2.504.697,08 2.663.650,60

(14) - - - - -

(15) 2.113.709,33 2.230.704,61 2.360.718,62 2.504.697,08 2.663.650,60

(16) - - - - -

(17) 781.041,98 781.041,98 781.041,98 781.041,98 781.041,98

(18) 264.121,38 220.617,34 177.113,30 133.609,26 90.105,22

(19) (1.045.163,36) (1.001.659,32) (958.155,28) (914.651,24) (871.147,20)

(20)

- - - - -

(21) 189.750,47 215.430,36 243.193,25 273.190,45 305.583,66

(22) 106.734,64 121.179,58 136.796,20 153.669,63 171.890,81

(23) (296.485,11) (336.609,94) (379.989,45) (426.860,08) (477.474,47)

(24) 772.060,86 892.435,35 1.022.573,89 1.163.185,76 1.315.028,93

(25) 6.216.011,15 7.108.446,51 8.131.020,40 9.294.206,16 10.609.235,09

(26) 3.486.886,89 2.789.509,51 2.092.132,13 1.394.754,75 697.377,38

(27) 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38 697.377,38

(28) 2.789.509,51 2.092.132,13 1.394.754,75 697.377,38 -

(29) 194.219,60 155.375,68 116.531,76 77.687,84 38.843,92

(30) 1.254.969,06 1.171.304,46 1.087.639,85 1.003.975,25 920.310,65

(31) 83.664,60 83.664,60 83.664,60 83.664,60 83.664,60

(32) 1.171.304,46 1.087.639,85 1.003.975,25 920.310,65 836.646,04

(33) 69.901,78 65.241,66 60.581,54 55.921,42 51.261,30

(34)

(35)

(36)

(37)

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134

Código Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

(1) 3.205.462,27 3.350.991,05 3.503.126,88 3.662.169,72 3.828.433,14

(2) 368.628,16 385.363,97 402.859,59 421.149,52 440.269,81

(3) 2.836.834,10 2.965.627,08 3.100.267,29 3.241.020,20 3.388.163,33

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 16.868,77 16.781,60 16.695,07 16.609,20 16.523,97

(c) 1.793,76 1.889,37 1.990,07 2.096,14 2.207,86

(4) 227.875,75 227.884,18 227.898,36 227.918,55 227.945,05

(5) 2.608.958,36 2.737.742,91 2.872.368,94 3.013.101,65 3.160.218,28

(6) 663.647,51 663.647,51 663.647,51 663.647,51 663.647,51

(7) 1.945.310,85 2.074.095,39 2.208.721,42 2.349.454,14 2.496.570,77

(8) 1.326.154,39 1.598.190,71 1.895.316,18 2.219.444,61 2.572.624,67

(9) 46.601,18 41.941,07 37.280,95 32.620,83 27.960,71

(10) 3.224.864,05 3.630.345,04 4.066.756,65 4.536.277,91 5.041.234,73

(11) 1.096.453,78 1.234.317,31 1.382.697,26 1.542.334,49 1.714.019,81

(12) 2.128.410,27 2.396.027,73 2.684.059,39 2.993.943,42 3.327.214,92

(13) 2.838.658,97 3.101.616,30 3.384.987,85 3.690.211,77 4.018.823,14

(14) - - - - 1.832.576,57

(15) 2.838.658,97 3.101.616,30 3.384.987,85 3.690.211,77 2.186.246,57

(16) - - - - 916.288,29

(17) 83.664,60 83.664,60 83.664,60 83.664,60 83.664,60

(18) 46.601,18 41.941,07 37.280,95 32.620,83 27.960,71

(19) (130.265,79) (125.605,67) (120.945,55) (116.285,43) 804.662,97

(20)

- - - - 916.288,29

(21) 340.545,64 383.364,44 429.449,50 479.030,95 532.354,39

(22) 191.556,92 215.642,50 241.565,35 269.454,91 299.449,34

(23) (532.102,57) (599.006,93) (671.014,85) (748.485,86) 84.484,56

(24) 2.176.290,61 2.377.003,70 2.593.027,45 2.825.440,48 3.075.394,10

(25) 12.785.525,70 15.162.529,40 17.755.556,86 20.580.997,33 23.656.391,43

(26) - - - - -

(27) - - - - -

(28) - - - - -

(29) - - - - -

(30) 836.646,04 752.981,44 669.316,83 585.652,23 501.987,62

(31) 83.664,60 83.664,60 83.664,60 83.664,60 83.664,60

(32) 752.981,44 669.316,83 585.652,23 501.987,62 418.323,02

(33) 46.601,18 41.941,07 37.280,95 32.620,83 27.960,71

(34)

(35)

(36)

(37)

Page 152: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

135

Código Ano 21 Ano 22 Ano 23 Ano 24 Ano 25

(1) 4.002.244,96 4.183.947,89 4.373.900,17 4.572.476,33 4.780.067,90

(2) 460.258,17 481.154,01 502.998,52 525.834,78 549.707,81

(3) 3.541.986,79 3.702.793,88 3.870.901,65 4.046.641,55 4.230.360,09

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 16.439,38 16.355,42 16.272,10 16.189,40 16.107,31

(c) 2.325,54 2.449,49 2.580,05 2.717,57 2.862,42

(4) 227.978,14 228.018,13 228.065,36 228.120,18 228.182,94

(5) 3.314.008,66 3.474.775,75 3.642.836,28 3.818.521,37 4.002.177,14

(6) 595.911,36 595.911,36 595.911,36 595.911,36 595.911,36

(7) 2.718.097,30 2.878.864,39 3.046.924,93 3.222.610,01 3.406.265,79

(8) 2.957.048,93 3.359.994,06 3.798.317,75 4.274.660,34 4.791.846,02

(9) 74.337,85 66.275,25 58.212,65 50.150,04 42.087,44

(10) 5.600.808,38 6.172.583,20 6.787.030,03 7.447.120,31 8.156.024,37

(11) 1.904.274,85 2.098.678,29 2.307.590,21 2.532.020,91 2.773.048,28

(12) 3.696.533,53 4.073.904,91 4.479.439,82 4.915.099,41 5.382.976,08

(13) 4.366.782,74 4.736.091,52 5.133.563,82 5.561.160,81 6.020.974,88

(14) - - - - -

(15) 4.366.782,74 4.736.091,52 5.133.563,82 5.561.160,81 6.020.974,88

(16) - - - - -

(17) 144.750,49 144.750,49 144.750,49 144.750,49 144.750,49

(18) 74.337,85 66.275,25 58.212,65 50.150,04 42.087,44

(19) (219.088,34) (211.025,74) (202.963,14) (194.900,53) (186.837,93)

(20)

- - - - -

(21) 591.445,36 651.824,79 716.710,37 786.415,90 861.276,17

(22) 332.688,02 366.651,44 403.149,58 442.358,95 484.467,85

(23) (924.133,38) (1.018.476,23) (1.119.859,96) (1.228.774,85) (1.345.744,02)

(24) 3.223.561,02 3.506.589,55 3.810.740,73 4.137.485,42 4.488.392,93

(25) 26.879.952,45 30.386.542,00 34.197.282,73 38.334.768,15 42.823.161,08

(26) - - - - -

(27) - - - - -

(28) - - - - -

(29) - - - - -

(30) 418.323,02 334.658,42 250.993,81 167.329,21 83.664,60

(31) 83.664,60 83.664,60 83.664,60 83.664,60 83.664,60

(32) 334.658,42 250.993,81 167.329,21 83.664,60 -

(33) 23.300,59 18.640,47 13.980,36 9.320,24 4.660,12

(34) 916.288,29 855.202,40 794.116,51 733.030,63 671.944,74

(35) 61.085,89 61.085,89 61.085,89 61.085,89 61.085,89

(36) 855.202,40 794.116,51 733.030,63 671.944,74 610.858,86

(37) 51.037,26 47.634,77 44.232,29 40.829,81 37.427,32

Page 153: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

136

Anexo X – DRE – Caso A, Financiamento Direto, Financiamento de 50% e Tarifa

de R$ 273,35

Código Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

(1) 1.646.841,01 1.721.608,01 1.799.769,44 1.881.479,42 1.966.899,06

(2) 189.386,72 197.984,92 206.973,49 216.370,13 226.193,39

(3) 1.457.454,30 1.523.623,09 1.592.795,96 1.665.109,29 1.740.705,67

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 15.111,22 15.013,62 14.916,75 14.820,61 14.725,19

(c) 823,16 867,03 913,24 961,92 1.013,19

(4) 225.147,59 225.093,86 225.043,21 224.995,74 224.951,60

(5) 1.232.306,71 1.298.529,22 1.367.752,75 1.440.113,55 1.515.754,07

(6) 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58

(7) (236.344,87) (170.122,36) (100.898,83) (28.538,03) 47.102,49

(8) - - 6.718,94 29.986,52 69.391,91

(9) 836.852,85 803.378,74 769.904,62 736.430,51 702.956,40

(10) (1.073.197,72) (973.501,09) (864.084,52) (734.982,03) (586.462,00)

(11) - - - - -

(12) (1.073.197,72) (973.501,09) (864.084,52) (734.982,03) (586.462,00)

(13) 1.232.306,71 1.298.529,22 1.374.471,68 1.470.100,06 1.585.145,98

(14) 20.921.321,31 - - - - -

(15) (20.921.321,31) 1.232.306,71 1.298.529,22 1.374.471,68 1.470.100,06 1.585.145,98

(16) 10.460.660,66 - - - - -

(17) 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43

(18) 836.852,85 803.378,74 769.904,62 736.430,51 702.956,40

(19) 10.460.660,66 (1.255.279,28) (1.221.805,16) (1.188.331,05) (1.154.856,94) (1.121.382,82)

(20)

10.460.660,66 - - - - -

(21) - - - - -

(22) - - - - -

(23) 10.460.660,66 - - - - -

(24) - (22.972,57) 76.724,06 186.140,63 315.243,13 463.763,16

(25) - (22.972,57) 53.751,49 239.892,13 555.135,25 1.018.898,41

(26) 10.460.660,66 10.042.234,23 9.623.807,80 9.205.381,38 8.786.954,95

(27) 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43

(28) 10.042.234,23 9.623.807,80 9.205.381,38 8.786.954,95 8.368.528,53

(29) 836.852,85 803.378,74 769.904,62 736.430,51 702.956,40

(30)

(31)

(32)

(33)

(34)

(35)

(36)

(37)

Page 154: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

137

Código Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

(1) 2.056.196,77 2.149.548,62 2.247.138,66 2.349.159,32 2.455.811,74

(2) 236.462,63 247.198,09 258.420,95 270.153,32 282.418,35

(3) 1.819.734,14 1.902.350,53 1.988.717,72 2.079.006,00 2.173.393,39

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 14.630,49 14.536,50 14.443,21 14.350,62 14.258,72

(c) 1.067,19 1.124,07 1.183,99 1.247,09 1.313,56

(4) 224.910,90 224.873,78 224.840,41 224.810,93 224.785,50

(5) 1.594.823,25 1.677.476,74 1.763.877,31 1.854.195,07 1.948.607,89

(6) 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58 1.468.651,58

(7) 126.171,67 208.825,16 295.225,73 385.543,49 479.956,31

(8) 127.362,30 206.646,91 310.358,04 441.824,88 589.085,86

(9) 669.482,28 636.008,17 602.534,05 569.059,94 535.585,83

(10) (415.948,32) (220.536,10) 3.049,71 258.308,43 533.456,34

(11) - - 1.036,90 87.824,87 181.375,16

(12) (415.948,32) (220.536,10) 2.012,81 170.483,57 352.081,19

(13) 1.722.185,55 1.884.123,65 2.073.198,44 2.208.195,09 2.356.318,59

(14) - - - - 2.509.938,12

(15) 1.722.185,55 1.884.123,65 2.073.198,44 2.208.195,09 (153.619,53)

(16) - - - - 1.254.969,06

(17) 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43

(18) 669.482,28 636.008,17 602.534,05 569.059,94 535.585,83

(19) (1.087.908,71) (1.054.434,59) (1.020.960,48) (987.486,37) 300.956,81

(20)

- - - - 1.254.969,06

(21) - - 322,05 27.277,37 56.332,99

(22) - - 181,15 15.343,52 31.687,31

(23) - - (503,20) (42.620,89) 1.166.948,76

(24) 634.276,84 829.689,05 1.051.734,76 1.178.087,83 1.314.286,04

(25) 1.653.175,25 2.482.864,30 3.534.599,06 4.712.686,89 6.026.972,94

(26) 8.368.528,53 7.950.102,10 7.531.675,67 7.113.249,25 6.694.822,82

(27) 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43

(28) 7.950.102,10 7.531.675,67 7.113.249,25 6.694.822,82 6.276.396,39

(29) 669.482,28 636.008,17 602.534,05 569.059,94 535.585,83

(30)

(31)

(32)

(33)

(34)

(35)

(36)

(37)

Page 155: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

138

Código Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15

(1) 2.567.306,21 2.683.862,55 2.805.710,58 2.933.090,54 3.066.253,59

(2) 295.240,21 308.644,19 322.656,72 337.305,41 352.619,16

(3) 2.272.065,99 2.375.218,36 2.483.053,86 2.595.785,13 2.713.634,42

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 17.314,64 17.224,12 17.134,28 17.045,11 16.956,61

(c) 1.383,58 1.457,32 1.535,00 1.616,81 1.702,99

(4) 227.911,43 227.894,65 227.882,49 227.875,14 227.872,81

(5) 2.044.154,56 2.147.323,70 2.255.171,38 2.367.909,99 2.485.761,61

(6) 663.647,51 663.647,51 663.647,51 663.647,51 663.647,51

(7) 1.380.507,05 1.483.676,19 1.591.523,86 1.704.262,48 1.822.114,10

(8) 753.371,62 872.502,89 1.007.708,70 1.160.273,13 1.331.572,89

(9) 602.509,24 565.019,22 527.529,21 490.039,19 452.549,18

(10) 1.531.369,43 1.791.159,86 2.071.703,35 2.374.496,42 2.701.137,81

(11) 520.665,61 608.994,35 704.379,14 807.328,78 918.386,86

(12) 1.010.703,82 1.182.165,51 1.367.324,21 1.567.167,64 1.782.750,96

(13) 2.276.860,57 2.410.832,24 2.558.500,93 2.720.854,34 2.898.947,64

(14) - - - - -

(15) 2.276.860,57 2.410.832,24 2.558.500,93 2.720.854,34 2.898.947,64

(16) - - - - -

(17) 468.625,19 468.625,19 468.625,19 468.625,19 468.625,19

(18) 602.509,24 565.019,22 527.529,21 490.039,19 452.549,18

(19) (1.071.134,43) (1.033.644,41) (996.154,39) (958.664,38) (921.174,36)

(20)

- - - - -

(21) 161.712,61 189.146,48 218.771,87 250.746,82 285.240,15

(22) 90.963,34 106.394,90 123.059,18 141.045,09 160.447,59

(23) (252.675,96) (295.541,38) (341.831,05) (391.791,91) (445.687,74)

(24) 953.050,19 1.081.646,45 1.220.515,48 1.370.398,05 1.532.085,54

(25) 6.980.023,13 8.061.669,58 9.282.185,06 10.652.583,12 12.184.668,66

(26) 6.276.396,39 5.857.969,97 5.439.543,54 5.021.117,12 4.602.690,69

(27) 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43

(28) 5.857.969,97 5.439.543,54 5.021.117,12 4.602.690,69 4.184.264,26

(29) 502.111,71 468.637,60 435.163,48 401.689,37 368.215,26

(30) 1.254.969,06 1.204.770,30 1.154.571,54 1.104.372,77 1.054.174,01

(31) 50.198,76 50.198,76 50.198,76 50.198,76 50.198,76

(32) 1.204.770,30 1.154.571,54 1.104.372,77 1.054.174,01 1.003.975,25

(33) 100.397,52 96.381,62 92.365,72 88.349,82 84.333,92

(34)

(35)

(36)

(37)

Page 156: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

139

Código Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

(1) 3.205.462,27 3.350.991,05 3.503.126,88 3.662.169,72 3.828.433,14

(2) 368.628,16 385.363,97 402.859,59 421.149,52 440.269,81

(3) 2.836.834,10 2.965.627,08 3.100.267,29 3.241.020,20 3.388.163,33

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 16.868,77 16.781,60 16.695,07 16.609,20 16.523,97

(c) 1.793,76 1.889,37 1.990,07 2.096,14 2.207,86

(4) 227.875,75 227.884,18 227.898,36 227.918,55 227.945,05

(5) 2.608.958,36 2.737.742,91 2.872.368,94 3.013.101,65 3.160.218,28

(6) 663.647,51 663.647,51 663.647,51 663.647,51 663.647,51

(7) 1.945.310,85 2.074.095,39 2.208.721,42 2.349.454,14 2.496.570,77

(8) 1.523.083,58 1.736.386,49 1.973.175,76 2.235.266,04 2.524.600,69

(9) 415.059,16 377.569,15 340.079,13 302.589,12 265.099,10

(10) 3.053.335,27 3.432.912,74 3.841.818,05 4.282.131,06 4.756.072,36

(11) 1.038.133,99 1.167.190,33 1.306.218,14 1.455.924,56 1.617.064,60

(12) 2.015.201,28 2.265.722,41 2.535.599,91 2.826.206,50 3.139.007,76

(13) 3.093.907,95 3.306.939,07 3.539.326,56 3.792.443,13 4.067.754,37

(14) - - - - 1.832.576,57

(15) 3.093.907,95 3.306.939,07 3.539.326,56 3.792.443,13 2.235.177,80

(16) - - - - 916.288,29

(17) 468.625,19 468.625,19 468.625,19 468.625,19 468.625,19

(18) 415.059,16 377.569,15 340.079,13 302.589,12 265.099,10

(19) (883.684,35) (846.194,33) (808.704,32) (771.214,30) 182.564,00

(20)

- - - - 916.288,29

(21) 322.432,20 362.515,59 405.695,99 452.193,04 502.241,24

(22) 181.368,11 203.915,02 228.203,99 254.358,59 282.510,70

(23) (503.800,32) (566.430,60) (633.899,98) (706.551,63) 131.536,35

(24) 1.706.423,28 1.894.314,13 2.096.722,26 2.314.677,20 2.549.278,14

(25) 13.891.091,94 15.785.406,07 17.882.128,33 20.196.805,53 22.746.083,68

(26) 4.184.264,26 3.765.837,83 3.347.411,41 2.928.984,98 2.510.558,55

(27) 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43

(28) 3.765.837,83 3.347.411,41 2.928.984,98 2.510.558,55 2.092.132,13

(29) 334.741,14 301.267,03 267.792,91 234.318,80 200.844,68

(30) 1.003.975,25 953.776,49 903.577,72 853.378,96 803.180,20

(31) 50.198,76 50.198,76 50.198,76 50.198,76 50.198,76

(32) 953.776,49 903.577,72 853.378,96 803.180,20 752.981,44

(33) 80.318,02 76.302,12 72.286,22 68.270,32 64.254,42

(34)

(35)

(36)

(37)

Page 157: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

140

Código Ano 21 Ano 22 Ano 23 Ano 24 Ano 25

(1) 4.002.244,96 4.183.947,89 4.373.900,17 4.572.476,33 4.780.067,90

(2) 460.258,17 481.154,01 502.998,52 525.834,78 549.707,81

(3) 3.541.986,79 3.702.793,88 3.870.901,65 4.046.641,55 4.230.360,09

(a) 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21 209.213,21

(b) 16.439,38 16.355,42 16.272,10 16.189,40 16.107,31

(c) 2.325,54 2.449,49 2.580,05 2.717,57 2.862,42

(4) 227.978,14 228.018,13 228.065,36 228.120,18 228.182,94

(5) 3.314.008,66 3.474.775,75 3.642.836,28 3.818.521,37 4.002.177,14

(6) 595.911,36 595.911,36 595.911,36 595.911,36 595.911,36

(7) 2.718.097,30 2.878.864,39 3.046.924,93 3.222.610,01 3.406.265,79

(8) 2.843.260,46 3.180.079,86 3.550.188,55 3.956.097,57 4.400.493,86

(9) 300.912,15 260.490,01 220.067,87 179.645,74 139.223,60

(10) 5.260.445,61 5.798.454,24 6.377.045,60 6.999.061,85 7.667.536,04

(11) 1.788.551,51 1.971.474,44 2.168.195,50 2.379.681,03 2.606.962,26

(12) 3.471.894,10 3.826.979,80 4.208.850,10 4.619.380,82 5.060.573,79

(13) 4.368.717,61 4.683.381,17 5.024.829,33 5.394.937,92 5.795.708,74

(14) - - - - -

(15) 4.368.717,61 4.683.381,17 5.024.829,33 5.394.937,92 5.795.708,74

(16) - - - - -

(17) 505.276,72 505.276,72 505.276,72 505.276,72 505.276,72

(18) 300.912,15 260.490,01 220.067,87 179.645,74 139.223,60

(19) (806.188,87) (765.766,73) (725.344,59) (684.922,46) (644.500,32)

(20)

- - - - -

(21) 555.503,06 612.316,77 673.416,02 739.100,93 809.691,81

(22) 312.470,47 344.428,18 378.796,51 415.744,27 455.451,64

(23) (867.973,53) (956.744,95) (1.052.212,52) (1.154.845,21) (1.265.143,45)

(24) 2.694.555,21 2.960.869,49 3.247.272,21 3.555.170,25 3.886.064,98

(25) 25.440.638,89 28.401.508,38 31.648.780,59 35.203.950,84 39.090.015,82

(26) 2.092.132,13 1.673.705,70 1.255.279,28 836.852,85 418.426,42

(27) 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43 418.426,43

(28) 1.673.705,70 1.255.279,28 836.852,85 418.426,42 (0,00)

(29) 167.370,57 133.896,46 100.422,34 66.948,23 33.474,11

(30) 752.981,44 702.782,67 652.583,91 602.385,15 552.186,39

(31) 50.198,76 50.198,76 50.198,76 50.198,76 50.198,76

(32) 702.782,67 652.583,91 602.385,15 552.186,39 501.987,62

(33) 60.238,51 56.222,61 52.206,71 48.190,81 44.174,91

(34) 916.288,29 879.636,75 842.985,22 806.333,69 769.682,16

(35) 36.651,53 36.651,53 36.651,53 36.651,53 36.651,53

(36) 879.636,75 842.985,22 806.333,69 769.682,16 733.030,63

(37) 73.303,06 70.370,94 67.438,82 64.506,70 61.574,57

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141

Anexo XI - Fluxo de Caixa dos Ativos para o Fundo Clima

Linha de crédito: FUNDO CLIMA - Tarifa: R$ 209,52

Fluxo de caixa dos Ativos de acordo com o Percentual de financiamento

Ano 0% 25% 50% 70% 80% 90%

A

0 (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31)

1 891.974,44 891.974,44 891.974,44 891.974,44 891.974,44 891.974,44

2 1.054.242,59 974.240,33 942.745,79 942.745,79 942.745,79 942.745,79

3 1.239.093,78 1.071.516,72 995.816,65 995.816,65 995.816,65 995.816,65

4 1.449.455,31 1.185.784,35 1.051.291,46 1.051.291,46 1.051.291,46 1.051.291,46

5 1.613.834,13 1.319.276,28 1.109.279,37 1.109.279,37 1.109.279,37 1.109.279,37

6 1.783.987,03 1.474.509,65 1.169.894,49 1.169.894,49 1.169.894,49 1.169.894,49

7 1.966.480,84 1.650.624,89 1.233.256,11 1.233.256,11 1.233.256,11 1.233.256,11

8 2.162.161,45 1.780.576,03 1.299.488,95 1.299.488,95 1.299.488,95 1.299.488,95

9 2.371.930,85 1.921.750,67 1.368.723,36 1.368.723,36 1.368.723,36 1.368.723,36

10 86.812,59 (435.004,91) (1.068.842,48) (1.068.842,48) (1.068.842,48) (1.068.842,48)

11 2.561.867,84 1.977.065,50 1.351.640,60 1.350.338,68 1.368.298,93 1.386.259,19

12 2.786.265,19 2.117.493,28 1.405.585,28 1.381.824,80 1.396.826,78 1.411.828,76

13 3.026.913,19 2.270.322,01 1.467.925,69 1.415.677,00 1.427.720,70 1.439.764,41

14 3.284.924,80 2.436.426,42 1.539.288,72 1.452.002,70 1.461.088,13 1.470.173,56

15 3.561.486,67 2.616.740,26 1.620.344,95 1.490.914,20 1.497.041,35 1.503.168,51

16 3.857.864,01 2.812.260,11 1.711.811,55 1.532.528,89 1.535.697,77 1.538.866,65

17 4.175.405,62 3.059.419,87 1.885.195,94 1.595.459,22 1.598.311,21 1.601.163,20

18 4.515.549,33 3.324.971,02 2.072.551,06 1.661.343,76 1.663.878,87 1.666.413,97

19 4.879.827,77 3.610.185,67 2.274.875,45 1.730.316,64 1.732.534,86 1.734.753,07

20 3.437.297,91 2.083.844,11 660.658,98 27.626,43 (28.157,18) (26.255,85)

21 5.664.400,15 4.230.769,31 2.723.092,52 2.053.745,41 1.884.413,01 1.889.467,99

22 6.108.498,67 4.576.520,50 2.965.914,77 2.247.438,67 1.972.132,40 1.965.856,76

23 6.583.764,29 4.947.602,98 3.227.949,03 2.457.503,63 2.161.405,99 2.045.934,04

24 7.092.292,93 5.345.751,58 3.510.551,50 2.685.120,74 2.367.045,03 2.129.867,28

25 7.636.317,79 5.772.816,07 3.815.169,87 2.931.551,09 2.590.237,20 2.296.110,83

B

0 (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09)

1 885.007,77 885.007,77 885.007,77 885.007,77 885.007,77 885.007,77

2 1.046.405,08 963.738,79 935.779,11 935.779,11 935.779,11 935.779,11

3 1.230.276,58 1.057.119,30 988.849,98 988.849,98 988.849,98 988.849,98

4 1.439.535,96 1.167.084,91 1.044.324,78 1.044.324,78 1.044.324,78 1.044.324,78

5 1.633.215,71 1.295.817,90 1.102.312,69 1.102.312,69 1.102.312,69 1.102.312,69

6 1.806.190,35 1.445.778,32 1.162.927,81 1.162.927,81 1.162.927,81 1.162.927,81

7 1.991.680,50 1.619.738,88 1.226.289,43 1.226.289,43 1.226.289,43 1.226.289,43

8 2.190.542,84 1.782.419,15 1.292.522,27 1.292.522,27 1.292.522,27 1.292.522,27

9 2.403.690,83 1.923.832,40 1.361.756,69 1.361.756,69 1.361.756,69 1.361.756,69

10 (419.352,32) (974.142,35) (1.617.321,70) (1.617.321,70) (1.617.321,70) (1.617.321,70)

11 2.592.689,84 1.974.020,68 1.336.669,87 1.374.409,20 1.393.834,75 1.413.260,30

12 2.820.111,17 2.112.616,96 1.385.285,18 1.404.801,04 1.421.112,00 1.437.422,95

13 3.063.970,26 2.263.571,99 1.442.108,70 1.437.558,97 1.450.755,33 1.463.951,68

14 3.325.391,64 2.427.757,89 1.507.755,73 1.472.790,40 1.482.872,16 1.492.953,91

15 3.605.574,27 2.606.105,63 1.582.884,53 1.510.607,63 1.517.574,79 1.524.541,94

16 3.905.796,40 2.799.608,86 1.668.199,17 1.551.128,06 1.554.980,61 1.558.833,17

17 4.227.420,69 3.045.876,14 1.837.548,82 1.613.579,81 1.617.047,11 1.620.514,41

18 4.571.899,71 3.310.510,70 2.020.681,76 1.678.985,78 1.682.067,82 1.685.149,87

19 4.940.781,70 3.594.783,15 2.218.584,93 1.747.480,08 1.750.176,87 1.752.873,66

20 3.107.766,66 1.672.098,62 204.362,32 (408.747,22) (406.435,68) (404.124,15)

21 5.730.464,62 4.210.302,30 2.656.087,49 1.996.710,95 1.901.982,49 1.908.128,06

22 6.179.466,33 4.553.522,43 2.891.419,04 2.181.866,34 1.977.973,23 1.983.452,26

23 6.659.938,53 4.921.971,07 3.145.606,74 2.383.015,84 2.086.982,82 2.062.464,98

24 7.173.995,91 5.317.376,67 3.419.984,77 2.601.316,53 2.282.520,45 2.145.333,66

25 7.723.891,60 5.741.582,26 3.715.977,45 2.838.004,68 2.495.158,38 2.232.233,34

Page 159: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

142

Linha de crédito: FUNDO CLIMA - Tarifa: R$ 224,44

Fluxo de caixa dos Ativos de acordo com o Percentual de financiamento

Ano 0% 25% 50% 70% 80% 90%

A

0 (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31)

1 971.522,52 971.522,52 971.522,52 971.522,52 971.522,52 971.522,52

2 1.147.345,68 1.067.343,42 1.025.905,37 1.025.905,37 1.025.905,37 1.025.905,37

3 1.347.610,23 1.180.033,17 1.082.751,70 1.082.751,70 1.082.751,70 1.082.751,70

4 1.539.160,44 1.311.812,22 1.142.173,38 1.142.173,38 1.142.173,38 1.142.173,38

5 1.705.682,15 1.465.183,69 1.204.287,35 1.204.287,35 1.204.287,35 1.204.287,35

6 1.884.364,98 1.642.968,88 1.269.215,85 1.269.215,85 1.269.215,85 1.269.215,85

7 2.076.045,76 1.778.681,95 1.337.086,69 1.337.086,69 1.337.086,69 1.337.086,69

8 2.281.616,90 1.919.667,81 1.408.033,47 1.408.033,47 1.408.033,47 1.408.033,47

9 2.502.030,05 2.072.701,20 1.518.235,42 1.482.195,83 1.482.195,83 1.482.195,83

10 228.361,78 (271.314,20) (845.559,93) (950.218,34) (950.218,34) (950.218,34)

11 2.715.729,87 2.154.439,05 1.525.888,96 1.432.185,09 1.450.145,34 1.468.105,59

12 2.953.363,27 2.309.557,66 1.594.331,11 1.467.387,05 1.482.389,03 1.497.391,01

13 3.208.235,02 2.478.154,92 1.672.234,71 1.505.123,80 1.517.167,50 1.529.211,21

14 3.481.526,82 2.661.179,90 1.760.300,27 1.545.510,41 1.554.595,84 1.563.681,27

15 3.774.498,72 2.859.645,63 1.859.276,87 1.588.667,18 1.594.794,33 1.600.921,49

16 4.088.494,19 3.074.633,27 1.969.965,38 1.634.719,89 1.637.888,77 1.641.057,65

17 4.424.945,53 3.342.666,86 2.163.962,54 1.702.289,71 1.705.141,70 1.707.993,69

18 4.785.379,66 3.630.594,05 2.373.416,47 1.773.024,38 1.775.559,49 1.778.094,59

19 5.171.424,18 3.939.789,45 2.599.427,24 1.924.855,50 1.849.285,81 1.851.504,02

20 3.752.237,37 2.439.142,65 1.010.592,94 290.079,99 93.894,29 95.795,62

21 6.004.367,66 4.613.593,12 3.100.219,81 2.337.979,45 2.063.506,69 2.017.060,63

22 6.475.294,40 4.988.824,26 3.372.169,55 2.555.052,43 2.259.740,09 2.099.242,14

23 6.979.311,24 5.391.473,77 3.665.396,55 2.790.206,72 2.472.865,14 2.195.044,11

24 7.518.645,01 5.823.417,54 3.981.396,74 3.044.740,50 2.704.106,38 2.405.438,15

25 8.095.668,47 6.286.655,69 4.321.766,73 3.320.040,39 2.954.772,29 2.634.066,72

B

0 (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09)

1 964.555,84 964.555,84 964.555,84 964.555,84 964.555,84 964.555,84

2 1.139.508,17 1.056.841,88 1.018.938,69 1.018.938,69 1.018.938,69 1.018.938,69

3 1.338.793,02 1.165.635,75 1.075.785,02 1.075.785,02 1.075.785,02 1.075.785,02

4 1.559.360,37 1.293.112,78 1.135.206,70 1.135.206,70 1.135.206,70 1.135.206,70

5 1.728.754,45 1.441.725,32 1.197.320,67 1.197.320,67 1.197.320,67 1.197.320,67

6 1.910.487,39 1.614.237,55 1.262.249,18 1.262.249,18 1.262.249,18 1.262.249,18

7 2.105.406,99 1.784.583,19 1.330.120,02 1.330.120,02 1.330.120,02 1.330.120,02

8 2.314.417,36 1.926.018,73 1.401.066,79 1.401.066,79 1.401.066,79 1.401.066,79

9 2.538.482,54 2.079.569,64 1.475.229,15 1.475.229,15 1.475.229,15 1.475.229,15

10 (272.820,27) (805.368,75) (1.448.513,46) (1.498.697,56) (1.498.697,56) (1.498.697,56)

11 2.751.843,03 2.156.791,61 1.503.450,84 1.456.255,60 1.475.681,16 1.495.106,71

12 2.992.827,81 2.310.412,69 1.566.101,57 1.490.363,30 1.506.674,25 1.522.985,21

13 3.251.258,30 2.477.490,88 1.637.997,65 1.527.005,77 1.540.202,13 1.553.398,49

14 3.528.329,03 2.658.973,92 1.719.826,21 1.566.298,11 1.576.379,87 1.586.461,62

15 3.825.313,69 2.855.873,43 1.812.322,14 1.608.360,61 1.615.327,77 1.622.294,93

16 4.143.570,20 3.069.269,05 1.916.271,25 1.653.319,05 1.657.171,61 1.661.024,16

17 4.484.546,24 3.336.861,05 2.105.609,86 1.720.410,30 1.723.877,60 1.727.344,90

18 4.849.785,03 3.624.350,44 2.310.179,20 1.790.666,40 1.793.748,44 1.796.830,49

19 5.240.931,50 3.933.112,04 2.531.065,35 1.873.048,61 1.866.927,82 1.869.624,61

20 3.431.788,76 2.036.662,14 541.477,99 (162.362,20) (284.384,21) (282.072,68)

21 6.080.076,75 4.602.964,35 3.019.603,36 2.275.683,21 2.029.575,12 2.035.720,70

22 6.556.503,45 4.976.273,18 3.283.220,20 2.483.892,75 2.187.437,59 2.116.837,64

23 7.066.360,55 5.376.935,25 3.567.706,32 2.709.785,86 2.390.420,22 2.201.906,09

24 7.611.895,96 5.806.822,43 3.874.532,43 2.954.636,10 2.611.063,70 2.313.409,45

25 8.195.504,78 6.267.930,55 4.205.268,31 3.219.803,98 2.850.648,32 2.530.252,00

Page 160: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

143

Linha de crédito: FUNDO CLIMA - Tarifa: R$ 230,37

Fluxo de caixa dos Ativos de acordo com o Percentual de financiamento

Ano 0% 25% 50% 70% 80% 90%

A

0 (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31)

1 1.003.119,24 1.003.119,24 1.003.119,24 1.003.119,24 1.003.119,24 1.003.119,24

2 1.184.326,49 1.104.324,23 1.058.936,59 1.058.936,59 1.058.936,59 1.058.936,59

3 1.390.713,26 1.223.136,20 1.117.282,54 1.117.282,54 1.117.282,54 1.117.282,54

4 1.572.199,13 1.361.870,84 1.178.271,93 1.178.271,93 1.178.271,93 1.178.271,93

5 1.741.846,77 1.523.138,53 1.242.024,78 1.242.024,78 1.242.024,78 1.242.024,78

6 1.923.898,06 1.693.897,90 1.308.666,58 1.308.666,58 1.308.666,58 1.308.666,58

7 2.119.207,06 1.827.588,01 1.378.328,49 1.378.328,49 1.378.328,49 1.378.328,49

8 2.328.684,58 1.972.835,71 1.468.910,06 1.451.147,65 1.451.147,65 1.451.147,65

9 2.553.301,92 2.130.450,75 1.602.627,48 1.527.267,41 1.527.267,41 1.527.267,41

10 284.156,63 (208.640,87) (768.853,74) (903.100,49) (903.100,49) (903.100,49)

11 2.776.388,87 2.222.402,14 1.596.828,72 1.464.694,71 1.482.654,96 1.500.615,22

12 3.019.251,50 2.383.201,91 1.671.136,21 1.501.372,62 1.516.374,60 1.531.376,58

13 3.279.743,03 2.557.898,86 1.755.335,08 1.540.652,32 1.552.696,02 1.564.739,73

14 3.559.072,40 2.747.471,00 1.850.155,48 1.582.651,93 1.591.737,36 1.600.822,79

15 3.858.528,66 2.952.962,23 1.956.378,10 1.627.494,94 1.633.622,09 1.639.749,25

16 4.179.486,27 3.175.486,62 2.074.837,54 1.675.310,43 1.678.479,31 1.681.648,20

17 4.523.410,57 3.451.603,33 2.277.166,49 1.744.723,08 1.747.575,07 1.750.427,06

18 4.891.863,71 3.748.197,46 2.495.551,40 1.832.913,42 1.819.919,34 1.822.454,45

19 5.286.510,88 4.066.683,51 2.731.133,22 2.023.177,11 1.895.659,61 1.897.877,83

20 3.876.550,44 2.575.993,66 1.152.553,60 396.590,63 142.373,48 144.274,80

21 6.138.573,57 4.761.112,76 3.253.165,25 2.453.281,41 2.171.042,81 2.067.740,78

22 6.620.105,19 5.147.772,57 3.536.879,38 2.679.789,58 2.376.230,90 2.152.223,18

23 7.135.487,55 5.562.662,35 3.842.703,16 2.925.067,34 2.598.969,17 2.313.700,51

24 7.686.999,28 6.007.712,98 4.172.188,76 3.190.460,17 2.840.527,65 2.533.950,97

25 8.277.068,39 6.484.983,12 4.526.992,72 3.477.405,19 3.102.263,35 2.773.159,99

B

0 (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09)

1 996.152,56 996.152,56 996.152,56 996.152,56 996.152,56 996.152,56

2 1.176.488,98 1.093.822,69 1.051.969,91 1.051.969,91 1.051.969,91 1.051.969,91

3 1.381.896,06 1.208.738,78 1.110.315,87 1.110.315,87 1.110.315,87 1.110.315,87

4 1.592.399,06 1.343.171,40 1.171.305,26 1.171.305,26 1.171.305,26 1.171.305,26

5 1.764.919,08 1.499.680,15 1.235.058,11 1.235.058,11 1.235.058,11 1.235.058,11

6 1.950.020,47 1.681.150,03 1.301.699,90 1.301.699,90 1.301.699,90 1.301.699,90

7 2.148.568,29 1.835.447,81 1.371.361,81 1.371.361,81 1.371.361,81 1.371.361,81

8 2.361.485,04 1.981.266,38 1.444.180,97 1.444.180,97 1.444.180,97 1.444.180,97

9 2.589.754,41 2.139.527,62 1.548.376,55 1.520.300,73 1.520.300,73 1.520.300,73

10 (217.025,42) (740.350,34) (1.355.152,01) (1.451.579,72) (1.451.579,72) (1.451.579,72)

11 2.812.502,04 2.227.244,88 1.574.183,56 1.488.765,23 1.508.190,78 1.527.616,33

12 3.058.716,03 2.386.701,20 1.642.686,82 1.524.348,87 1.540.659,82 1.556.970,78

13 3.322.766,31 2.560.042,70 1.720.864,57 1.562.534,29 1.575.730,65 1.588.927,01

14 3.605.874,61 2.748.246,64 1.809.433,53 1.603.439,63 1.613.521,39 1.623.603,15

15 3.909.343,63 2.952.356,12 1.909.160,14 1.647.188,37 1.654.155,53 1.661.122,69

16 4.234.562,28 3.173.484,40 2.020.863,89 1.693.909,60 1.697.762,16 1.701.614,71

17 4.583.011,28 3.449.367,55 2.218.516,99 1.762.843,67 1.766.310,97 1.769.778,27

18 4.956.269,08 3.745.744,76 2.431.998,95 1.835.026,25 1.838.108,30 1.841.190,34

19 5.356.018,20 4.064.031,59 2.662.436,65 1.970.409,35 1.913.301,62 1.915.998,42

20 3.556.101,83 2.177.787,71 683.083,27 (56.871,88) (235.905,03) (233.593,49)

21 6.214.282,66 4.755.023,04 3.172.171,44 2.389.901,71 2.106.680,72 2.086.400,85

22 6.701.314,24 5.140.041,39 3.447.529,31 2.607.479,41 2.302.045,51 2.169.818,69

23 7.222.536,86 5.553.241,97 3.744.587,42 2.843.424,80 2.514.524,86 2.257.292,49

24 7.780.250,23 5.996.552,69 4.064.872,59 3.099.058,51 2.745.361,87 2.438.007,44

25 8.376.904,70 6.472.029,08 4.410.014,49 3.375.791,24 2.995.884,91 2.665.188,21

Page 161: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

144

Linha de crédito: FUNDO CLIMA - Tarifa: R$ 273,35

Fluxo de caixa dos Ativos de acordo com o Percentual de financiamento

Ano 0% 25% 50% 70% 80% 90%

A

0 (20.921.321,31)

(20.921.321,31)

(20.921.321,31)

(20.921.321,31)

(20.921.321,31)

(20.921.321,31)

1 1.232.306,71 1.232.306,71 1.232.306,71 1.232.306,71 1.232.306,71 1.232.306,71

2 1.452.567,56 1.372.565,30 1.298.529,22 1.298.529,22 1.298.529,22 1.298.529,22

3 1.623.560,48 1.535.784,97 1.368.953,69 1.367.752,75 1.367.752,75 1.367.752,75

4 1.802.067,35 1.717.064,73 1.462.140,15 1.440.113,55 1.440.113,55 1.440.113,55

5 1.993.783,95 1.853.730,71 1.575.110,15 1.515.754,07 1.515.754,07 1.515.754,07

6 2.199.625,93 2.002.317,54 1.710.485,53 1.594.823,25 1.594.823,25 1.594.823,25

7 2.420.570,03 2.163.665,56 1.853.210,88 1.677.476,74 1.677.476,74 1.677.476,74

8 2.657.658,11 2.338.671,79 1.962.821,84 1.763.877,31 1.763.877,31 1.763.877,31

9 2.912.001,37 2.528.293,62 2.084.203,79 1.852.538,22 1.854.195,07 1.854.195,07

10 674.846,73 223.614,64 (291.735,66)

(613.577,15)

(597.728,83)

(581.880,51)

11 3.201.493,78 2.691.644,32 2.113.709,33 1.712.056,75 1.718.464,19 1.736.424,45

12 3.481.365,56 2.892.184,25 2.230.704,61 1.765.971,84 1.762.889,63 1.777.891,61

13 3.781.642,25 3.109.566,33 2.360.718,62 1.830.079,30 1.810.402,90 1.822.446,60

14 4.103.726,59 3.344.972,85 2.504.697,08 1.905.149,96 1.861.144,19 1.870.229,62

15 4.449.114,47 3.599.665,64 2.663.650,60 1.992.008,74 1.915.260,06 1.921.387,21

16 4.819.401,01 3.874.991,24 2.838.658,97 2.091.538,23 1.972.903,72 1.976.072,60

17 5.216.286,98 4.207.756,74 3.101.616,30 2.303.719,38 2.055.366,41 2.058.218,40

18 5.641.585,64 4.565.111,66 3.384.987,85 2.533.288,31 2.245.161,83 2.144.219,59

19 6.097.230,07 4.948.752,51 3.690.211,77 2.781.495,90 2.473.382,89 2.234.251,19

20 4.752.704,32 3.527.912,11 2.186.246,57 1.217.101,84 887.823,30 609.481,30

21 7.084.904,23 5.787.895,92 4.366.782,74 3.340.526,50 2.992.301,02 2.698.163,78

22 7.641.679,63 6.254.777,50 4.736.091,52 3.638.622,54 3.264.994,03 2.948.800,47

23 8.237.719,19 6.755.610,50 5.133.563,82 3.960.675,36 3.560.171,79 3.220.656,96

24 8.875.670,89 7.292.714,17 5.561.160,81 4.308.385,83 3.879.444,08 3.515.264,75

25 9.558.356,51 7.868.561,22 6.020.974,88 4.683.569,95 4.224.530,19 3.834.260,01

B

0 (21.617.989,09)

(21.617.989,09)

(21.617.989,09)

(21.617.989,09)

(21.617.989,09)

(21.617.989,09)

1 1.225.340,03 1.225.340,03 1.225.340,03 1.225.340,03 1.225.340,03 1.225.340,03

2 1.444.730,05 1.362.063,76 1.291.562,55 1.291.562,55 1.291.562,55 1.291.562,55

3 1.644.487,83 1.521.387,55 1.360.786,07 1.360.786,07 1.360.786,07 1.360.786,07

4 1.825.912,08 1.706.272,68 1.436.911,74 1.433.146,87 1.433.146,87 1.433.146,87

5 2.020.726,58 1.868.382,64 1.541.885,18 1.508.787,40 1.508.787,40 1.508.787,40

6 2.229.858,13 2.017.880,56 1.668.426,12 1.587.856,57 1.587.856,57 1.587.856,57

7 2.454.295,35 2.180.236,07 1.819.386,18 1.670.510,06 1.670.510,06 1.670.510,06

8 2.695.092,69 2.356.352,14 1.953.929,09 1.756.910,63 1.756.910,63 1.756.910,63

9 2.953.374,72 2.547.192,50 2.073.387,42 1.847.228,39 1.847.228,39 1.847.228,39

10 178.890,01 (297.665,09)

(846.027,20)

(1.129.246,82)

(1.112.870,76)

(1.109.809,46)

11 3.243.155,59 2.707.562,15 2.095.718,62 1.724.574,46 1.744.000,01 1.763.425,56

12 3.526.722,08 2.907.443,90 2.207.197,66 1.770.863,90 1.787.174,85 1.803.485,80

13 3.830.922,07 3.124.198,19 2.331.496,36 1.820.241,17 1.833.437,52 1.846.633,88

14 4.157.172,46 3.359.009,21 2.469.548,12 1.872.846,46 1.882.928,22 1.893.009,98

15 4.506.984,18 3.613.140,77 2.622.350,46 1.945.267,18 1.935.793,49 1.942.760,65

16 4.881.968,28 3.887.941,53 2.790.969,29 2.036.090,06 1.992.186,56 1.996.039,11

17 5.283.842,46 4.221.398,65 3.049.639,61 2.242.522,90 2.074.102,31 2.077.569,61

18 5.714.438,00 4.579.519,09 3.328.521,08 2.466.074,92 2.188.117,07 2.162.955,49

19 6.175.707,04 4.964.003,93 3.629.039,31 2.707.980,41 2.410.199,48 2.252.371,78

20 4.441.780,34 3.148.717,28 1.724.765,89 741.607,82 422.847,36 141.364,47

21 7.170.727,29 5.801.993,63 4.294.272,94 3.253.752,10 2.917.003,41 2.619.838,85

22 7.733.628,45 6.268.482,86 4.655.750,41 3.541.470,11 3.179.196,48 2.858.956,24

23 8.336.172,79 6.768.953,03 5.045.014,47 3.852.653,46 3.463.396,83 3.118.774,41

24 8.981.031,77 7.305.725,25 5.464.002,96 4.188.972,58 3.771.184,68 3.400.792,73

25 9.671.052,05 7.881.274,15 5.914.783,51 4.552.211,20 4.104.247,96 3.706.613,30

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145

Anexo XII - Fluxo de Caixa dos Ativos para o Financiamento Direto

Linha de crédito: FINANCIAMENTO DIRETO - Tarifa: 209,52

Fluxo de caixa dos Ativos de acordo com o Percentual de financiamento

Ano 0% 25% 50% 70% 80% 90%

A

0 (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31)

1 891.974,44 891.974,44 891.974,44 891.974,44 891.974,44 891.974,44

2 1.054.242,59 975.787,64 942.745,79 942.745,79 942.745,79 942.745,79

3 1.239.093,78 1.074.469,14 995.816,65 995.816,65 995.816,65 995.816,65

4 1.449.455,31 1.189.981,90 1.051.291,46 1.051.291,46 1.051.291,46 1.051.291,46

5 1.613.834,13 1.324.538,98 1.109.279,37 1.109.279,37 1.109.279,37 1.109.279,37

6 1.783.987,03 1.480.635,05 1.169.894,49 1.169.894,49 1.169.894,49 1.169.894,49

7 1.966.480,84 1.661.081,76 1.233.256,11 1.233.256,11 1.233.256,11 1.233.256,11

8 2.162.161,45 1.835.343,78 1.299.488,95 1.299.488,95 1.299.488,95 1.299.488,95

9 2.371.930,85 1.983.299,74 1.368.723,36 1.368.723,36 1.368.723,36 1.368.723,36

10 86.812,59 (366.421,05) (1.068.842,48) (1.068.842,48) (1.068.842,48) (1.068.842,48)

11 2.561.867,84 2.058.137,58 1.467.181,51 1.511.411,30 1.513.601,14 1.513.601,14

12 2.786.265,19 2.207.022,39 1.535.156,69 1.545.760,10 1.584.181,40 1.592.683,02

13 3.026.913,19 2.368.645,37 1.612.023,61 1.582.474,97 1.618.346,95 1.654.218,94

14 3.284.924,80 2.543.902,13 1.698.439,87 1.621.663,34 1.654.986,01 1.688.308,67

15 3.561.486,67 2.733.748,55 1.795.108,63 1.663.437,52 1.694.210,86 1.724.984,20

16 3.857.864,01 2.939.204,76 1.902.781,67 1.707.914,89 1.736.138,91 1.764.362,94

17 4.175.405,62 3.161.359,34 2.022.262,59 1.755.218,18 1.780.892,89 1.806.567,59

18 4.515.549,33 3.401.373,80 2.154.410,30 1.805.475,70 1.828.601,08 1.851.726,46

19 4.879.827,77 3.660.487,34 2.300.142,68 1.858.821,55 1.879.397,61 1.899.973,67

20 3.437.297,91 2.107.445,35 627.863,92 82.819,36 100.846,10 118.872,84

21 5.664.400,15 4.230.818,89 2.638.244,29 1.987.207,41 2.007.669,43 2.028.131,46

22 6.108.498,67 4.549.190,67 2.821.051,62 2.049.289,55 2.067.002,87 2.084.716,19

23 6.583.764,29 4.892.200,77 3.021.359,78 2.166.928,73 2.130.024,83 2.144.989,44

24 7.092.292,93 5.261.541,14 3.240.419,08 2.305.501,89 2.196.902,74 2.209.118,65

25 7.636.317,79 5.659.016,01 3.479.564,81 2.460.181,84 2.267.811,65 2.277.278,86

B

0 (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09)

1 885.007,77 885.007,77 885.007,77 885.007,77 885.007,77 885.007,77

2 1.046.405,08 965.337,62 935.779,11 935.779,11 935.779,11 935.779,11

3 1.230.276,58 1.060.170,03 988.849,98 988.849,98 988.849,98 988.849,98

4 1.439.535,96 1.171.422,23 1.044.324,78 1.044.324,78 1.044.324,78 1.044.324,78

5 1.633.215,71 1.301.255,85 1.102.312,69 1.102.312,69 1.102.312,69 1.102.312,69

6 1.806.190,35 1.452.107,69 1.162.927,81 1.162.927,81 1.162.927,81 1.162.927,81

7 1.991.680,50 1.626.724,31 1.226.289,43 1.226.289,43 1.226.289,43 1.226.289,43

8 2.190.542,84 1.828.201,02 1.292.522,27 1.292.522,27 1.292.522,27 1.292.522,27

9 2.403.690,83 1.985.666,79 1.361.756,69 1.361.756,69 1.361.756,69 1.361.756,69

10 (419.352,32) (905.148,08) (1.617.321,70) (1.617.321,70) (1.617.321,70) (1.617.321,70)

11 2.592.689,84 2.056.748,95 1.457.949,95 1.506.634,46 1.506.634,46 1.506.634,46

12 2.820.111,17 2.204.119,03 1.521.379,44 1.576.899,65 1.585.716,34 1.585.716,34

13 3.063.970,26 2.364.194,85 1.593.541,98 1.612.671,52 1.650.883,96 1.668.383,19

14 3.325.391,64 2.537.870,00 1.675.085,35 1.650.916,90 1.686.445,30 1.721.973,70

15 3.605.574,27 2.726.098,24 1.766.702,30 1.691.748,08 1.724.592,44 1.757.436,80

16 3.905.796,40 2.929.897,43 1.869.133,52 1.735.282,45 1.765.442,78 1.795.603,11

17 4.227.420,69 3.150.353,76 1.983.170,86 1.781.642,75 1.809.119,04 1.836.595,33

18 4.571.899,71 3.388.626,18 2.109.660,76 1.830.957,26 1.855.749,52 1.880.541,78

19 4.940.781,70 3.645.951,18 2.249.507,83 1.883.360,11 1.905.468,33 1.927.576,56

20 3.107.766,66 1.695.697,70 175.728,61 (288.958,64) (269.534,45) (250.110,26)

21 5.730.464,62 4.210.274,28 2.575.507,50 2.012.419,16 2.035.219,34 2.058.019,52

22 6.179.466,33 4.525.334,54 2.749.536,88 2.073.257,20 2.093.130,94 2.113.004,68

23 6.659.938,53 4.864.909,08 2.940.685,69 2.137.783,74 2.154.731,04 2.171.678,35

24 7.173.995,91 5.230.682,17 3.150.180,62 2.232.608,14 2.220.187,11 2.234.207,98

25 7.723.891,60 5.624.449,90 3.379.331,90 2.376.276,29 2.289.674,18 2.300.768,61

Page 163: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

146

Linha de crédito: FINANCIAMENTO DIRETO - Tarifa: 224,44

Fluxo de caixa dos Ativos de acordo com o Percentual de financiamento

Ano 0% 25% 50% 70% 80% 90%

A

0 (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31)

1 971.522,52 971.522,52 971.522,52 971.522,52 971.522,52 971.522,52

2 1.147.345,68 1.068.890,73 1.025.905,37 1.025.905,37 1.025.905,37 1.025.905,37

3 1.347.610,23 1.182.985,58 1.082.751,70 1.082.751,70 1.082.751,70 1.082.751,70

4 1.539.160,44 1.316.009,77 1.142.173,38 1.142.173,38 1.142.173,38 1.142.173,38

5 1.705.682,15 1.470.446,40 1.204.287,35 1.204.287,35 1.204.287,35 1.204.287,35

6 1.884.364,98 1.649.094,28 1.269.215,85 1.269.215,85 1.269.215,85 1.269.215,85

7 2.076.045,76 1.831.833,95 1.337.086,69 1.337.086,69 1.337.086,69 1.337.086,69

8 2.281.616,90 1.979.667,29 1.408.033,47 1.408.033,47 1.408.033,47 1.408.033,47

9 2.502.030,05 2.139.805,71 1.524.197,99 1.482.195,83 1.482.195,83 1.482.195,83

10 228.361,78 (196.831,16) (841.127,22) (950.218,34) (950.218,34) (950.218,34)

11 2.715.729,87 2.241.775,31 1.642.287,48 1.593.257,71 1.634.228,34 1.637.610,84

12 2.953.363,27 2.405.738,56 1.724.813,19 1.631.322,35 1.669.743,66 1.708.164,97

13 3.208.235,02 2.583.541,65 1.817.299,66 1.671.921,77 1.707.793,76 1.743.665,74

14 3.481.526,82 2.776.156,02 1.920.478,28 1.715.171,05 1.748.493,72 1.781.816,38

15 3.774.498,72 2.984.618,42 2.035.130,94 1.761.190,50 1.791.963,84 1.822.737,19

16 4.088.494,19 3.210.035,22 2.162.093,36 1.810.105,88 1.838.329,91 1.866.553,93

17 4.424.945,53 3.453.586,93 2.302.258,69 1.862.048,67 1.887.723,38 1.913.398,08

18 4.785.379,66 3.716.533,11 2.456.581,29 1.917.156,32 1.940.281,70 1.963.407,08

19 5.171.424,18 4.000.217,46 2.626.080,84 1.975.572,49 1.996.148,55 2.016.724,61

20 3.752.237,37 2.473.496,79 979.270,02 228.226,68 222.897,57 240.924,31

21 6.004.367,66 4.625.060,93 3.016.934,81 2.202.265,40 2.135.262,07 2.155.724,10

22 6.475.294,40 4.973.619,17 3.228.966,35 2.334.270,15 2.200.388,25 2.218.101,57

23 6.979.311,24 5.348.946,52 3.460.569,96 2.481.895,77 2.269.465,93 2.284.430,55

24 7.518.645,01 5.752.878,69 3.713.136,06 2.646.288,18 2.342.674,50 2.354.890,41

25 8.095.668,47 6.187.373,15 3.988.149,22 2.828.672,35 2.452.071,71 2.429.668,70

B

0 (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09)

1 964.555,84 964.555,84 964.555,84 964.555,84 964.555,84 964.555,84

2 1.139.508,17 1.058.440,71 1.018.938,69 1.018.938,69 1.018.938,69 1.018.938,69

3 1.338.793,02 1.168.686,47 1.075.785,02 1.075.785,02 1.075.785,02 1.075.785,02

4 1.559.360,37 1.297.450,10 1.135.206,70 1.135.206,70 1.135.206,70 1.135.206,70

5 1.728.754,45 1.447.163,27 1.197.320,67 1.197.320,67 1.197.320,67 1.197.320,67

6 1.910.487,39 1.620.566,92 1.262.249,18 1.262.249,18 1.262.249,18 1.262.249,18

7 2.105.406,99 1.820.750,16 1.330.120,02 1.330.120,02 1.330.120,02 1.330.120,02

8 2.314.417,36 1.985.717,98 1.401.066,79 1.401.066,79 1.401.066,79 1.401.066,79

9 2.538.482,54 2.146.468,32 1.475.229,15 1.475.229,15 1.475.229,15 1.475.229,15

10 (272.820,27) (730.996,84) (1.444.703,29) (1.498.697,56) (1.498.697,56) (1.498.697,56)

11 2.751.843,03 2.245.230,27 1.625.045,25 1.625.340,26 1.630.644,17 1.630.644,17

12 2.992.827,81 2.407.978,48 1.702.529,61 1.662.461,90 1.703.358,37 1.715.356,12

13 3.251.258,30 2.584.552,65 1.789.785,37 1.702.118,33 1.740.330,76 1.778.543,19

14 3.528.329,03 2.775.923,35 1.887.532,21 1.744.424,61 1.779.953,01 1.815.481,41

15 3.825.313,69 2.983.126,41 1.996.539,58 1.789.501,06 1.822.345,42 1.855.189,79

16 4.143.570,20 3.207.267,23 2.117.629,98 1.837.473,44 1.867.633,77 1.897.794,10

17 4.484.546,24 3.449.525,31 2.251.682,55 1.888.473,24 1.915.949,53 1.943.425,82

18 4.849.785,03 3.711.159,10 2.399.636,74 1.942.637,88 1.967.430,14 1.992.222,40

19 5.240.931,50 3.993.511,15 2.562.496,40 2.000.111,06 2.022.219,28 2.044.327,51

20 3.431.788,76 2.070.063,46 513.383,87 (166.907,17) (147.482,98) (128.058,79)

21 6.080.076,75 4.613.345,10 2.939.596,35 2.152.066,46 2.162.811,98 2.185.612,16

22 6.556.503,45 4.959.138,10 3.141.946,46 2.273.784,43 2.226.516,31 2.246.390,06

23 7.066.360,55 5.331.609,96 3.363.431,34 2.410.713,17 2.294.172,15 2.311.119,46

24 7.611.895,96 5.732.590,84 3.605.414,32 2.563.973,24 2.365.958,88 2.379.979,75

25 8.195.504,78 6.164.032,24 3.869.351,26 2.734.762,68 2.442.064,02 2.453.158,45

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147

Linha de crédito: FINANCIAMENTO DIRETO - Tarifa: 230,37

Fluxo de caixa dos Ativos de acordo com o Percentual de financiamento

Ano 0% 25% 50% 70% 80% 90%

A

0 (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31)

1 1.003.119,24 1.003.119,24 1.003.119,24 1.003.119,24 1.003.119,24 1.003.119,24

2 1.184.326,49 1.105.871,54 1.058.936,59 1.058.936,59 1.058.936,59 1.058.936,59

3 1.390.713,26 1.226.088,61 1.117.282,54 1.117.282,54 1.117.282,54 1.117.282,54

4 1.572.199,13 1.366.068,39 1.178.271,93 1.178.271,93 1.178.271,93 1.178.271,93

5 1.741.846,77 1.528.401,23 1.242.024,78 1.242.024,78 1.242.024,78 1.242.024,78

6 1.923.898,06 1.716.006,75 1.308.666,58 1.308.666,58 1.308.666,58 1.308.666,58

7 2.119.207,06 1.882.698,57 1.378.328,49 1.378.328,49 1.378.328,49 1.378.328,49

8 2.328.684,58 2.034.914,93 1.476.476,60 1.451.147,65 1.451.147,65 1.451.147,65

9 2.553.301,92 2.199.763,69 1.609.535,88 1.527.267,41 1.527.267,41 1.527.267,41

10 284.156,63 (131.812,76) (743.075,84) (903.100,49) (903.100,49) (903.100,49)

11 2.776.388,87 2.312.228,58 1.716.502,47 1.625.767,33 1.666.737,96 1.686.867,85

12 3.019.251,50 2.482.027,07 1.805.096,19 1.665.307,92 1.703.729,23 1.742.150,53

13 3.279.743,03 2.666.093,47 1.904.093,12 1.707.450,29 1.743.322,28 1.779.194,26

14 3.559.072,40 2.865.428,74 2.014.255,09 1.752.312,58 1.785.635,24 1.818.957,91

15 3.858.528,66 3.081.101,12 2.136.396,42 1.800.018,26 1.830.791,60 1.861.564,95

16 4.179.486,27 3.314.250,57 2.271.387,44 1.850.696,43 1.878.920,45 1.907.144,48

17 4.523.410,57 3.566.093,43 2.420.158,16 1.904.482,04 1.930.156,75 1.955.831,45

18 4.891.863,71 3.837.927,43 2.583.702,27 1.961.516,17 1.984.641,55 2.007.766,93

19 5.286.510,88 4.131.137,00 2.763.081,38 2.040.700,79 2.042.522,36 2.063.098,42

20 3.876.550,44 2.614.622,36 1.126.852,85 331.722,61 271.376,76 289.403,50

21 6.138.573,57 4.777.119,62 3.175.850,29 2.314.366,11 2.185.942,22 2.206.404,25

22 6.620.105,19 5.137.387,38 3.400.015,62 2.455.607,99 2.253.369,29 2.271.082,62

23 7.135.487,55 5.525.253,24 3.644.608,26 2.613.146,74 2.324.852,33 2.339.816,94

24 7.686.999,28 5.942.608,94 3.911.076,28 2.788.174,85 2.426.380,51 2.412.791,37

25 8.277.068,39 6.391.471,68 4.200.965,71 2.981.966,98 2.584.477,73 2.490.198,37

B

0 (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09)

1 996.152,56 996.152,56 996.152,56 996.152,56 996.152,56 996.152,56

2 1.176.488,98 1.095.421,52 1.051.969,91 1.051.969,91 1.051.969,91 1.051.969,91

3 1.381.896,06 1.211.789,51 1.110.315,87 1.110.315,87 1.110.315,87 1.110.315,87

4 1.592.399,06 1.347.508,72 1.171.305,26 1.171.305,26 1.171.305,26 1.171.305,26

5 1.764.919,08 1.505.118,10 1.235.058,11 1.235.058,11 1.235.058,11 1.235.058,11

6 1.950.020,47 1.687.479,40 1.301.699,90 1.301.699,90 1.301.699,90 1.301.699,90

7 2.148.568,29 1.890.369,74 1.371.361,81 1.371.361,81 1.371.361,81 1.371.361,81

8 2.361.485,04 2.043.263,80 1.444.180,97 1.444.180,97 1.444.180,97 1.444.180,97

9 2.589.754,41 2.208.866,67 1.554.537,67 1.520.300,73 1.520.300,73 1.520.300,73

10 (217.025,42) (663.387,06) (1.350.571,70) (1.451.579,72) (1.451.579,72) (1.451.579,72)

11 2.812.502,04 2.318.435,25 1.696.349,80 1.657.849,88 1.679.901,17 1.679.901,17

12 3.058.716,03 2.487.188,96 1.779.722,08 1.696.447,47 1.737.343,94 1.766.849,40

13 3.322.766,31 2.670.207,23 1.873.297,07 1.737.646,85 1.775.859,28 1.814.071,71

14 3.605.874,61 2.868.490,81 1.977.824,20 1.781.566,13 1.817.094,53 1.852.622,93

15 3.909.343,63 3.083.107,72 2.094.104,62 1.828.328,82 1.861.173,18 1.894.017,54

16 4.234.562,28 3.315.197,67 2.222.994,66 1.878.063,99 1.908.224,32 1.938.384,65

17 4.583.011,28 3.565.976,77 2.365.409,48 1.930.906,61 1.958.382,90 1.985.859,19

18 4.956.269,08 3.836.742,48 2.522.327,01 1.986.997,74 2.011.790,00 2.036.582,25

19 5.356.018,20 4.128.878,95 2.694.792,08 2.046.484,86 2.068.593,09 2.090.701,31

20 3.556.101,83 2.215.912,53 655.970,73 (113.117,82) (99.003,80) (79.579,61)

21 6.214.282,66 4.770.419,54 3.093.206,74 2.259.931,15 2.213.492,13 2.236.292,31

22 6.701.314,24 5.128.232,41 3.307.362,39 2.390.624,13 2.279.497,36 2.299.371,10

23 7.222.536,86 5.513.572,34 3.541.487,72 2.537.187,68 2.349.558,55 2.366.505,85

24 7.780.250,23 5.928.326,69 3.797.002,50 2.700.787,92 2.423.859,83 2.437.880,70

25 8.376.904,70 6.374.507,97 4.075.422,68 2.882.671,49 2.502.593,69 2.513.688,13

Page 165: DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE … · 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Componentes do Sistema Fotovoltaico. 4. Aspectos ... Figura 6 - Potencial de energia solar no Brasil

148

Linha de crédito: FINANCIAMENTO DIRETO - Tarifa: 273,35

Fluxo de caixa dos Ativos de acordo com o Percentual de financiamento

Ano 0% 25% 50% 70% 80% 90%

A

0 (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31) (20.921.321,31)

1 1.232.306,71 1.232.306,71 1.232.306,71 1.232.306,71 1.232.306,71 1.232.306,71

2 1.452.567,56 1.374.112,61 1.298.529,22 1.298.529,22 1.298.529,22 1.298.529,22

3 1.623.560,48 1.538.737,39 1.374.471,68 1.367.752,75 1.367.752,75 1.367.752,75

4 1.802.067,35 1.729.169,67 1.470.100,06 1.440.113,55 1.440.113,55 1.440.113,55

5 1.993.783,95 1.905.037,50 1.585.145,98 1.515.754,07 1.515.754,07 1.515.754,07

6 2.199.625,93 2.060.689,89 1.722.185,55 1.594.823,25 1.594.823,25 1.594.823,25

7 2.420.570,03 2.229.374,52 1.884.123,65 1.677.476,74 1.677.476,74 1.677.476,74

8 2.657.658,11 2.412.005,19 2.073.198,44 1.763.877,31 1.763.877,31 1.763.877,31

9 2.912.001,37 2.609.557,09 2.208.195,09 1.854.195,07 1.854.195,07 1.854.195,07

10 674.846,73 313.132,72 (153.619,53) (561.330,24) (561.330,24) (561.330,24)

11 3.201.493,78 2.794.945,92 2.276.860,57 1.880.419,22 1.902.547,19 1.943.517,82

12 3.481.365,56 3.005.318,34 2.410.832,24 1.954.385,70 1.950.244,25 1.988.665,56

13 3.781.642,25 3.232.955,23 2.558.500,93 2.039.264,26 2.001.029,15 2.036.901,14

14 4.103.726,59 3.479.065,03 2.720.854,34 2.135.870,28 2.055.042,07 2.088.364,74

15 4.449.114,47 3.744.937,30 2.898.947,64 2.245.075,95 2.112.429,57 2.143.202,91

16 4.819.401,01 4.031.948,04 3.093.907,95 2.367.814,08 2.173.344,85 2.201.568,88

17 5.216.286,98 4.341.565,38 3.306.939,07 2.505.082,15 2.237.948,09 2.263.622,79

18 5.641.585,64 4.675.355,51 3.539.326,56 2.657.946,64 2.359.206,29 2.329.532,08

19 6.097.230,07 5.034.989,16 3.792.443,13 2.827.547,60 2.495.832,57 2.399.471,78

20 4.752.704,32 3.589.671,81 2.235.177,80 1.182.527,00 816.260,93 641.048,30

21 7.084.904,23 5.828.465,01 4.368.717,61 3.233.778,78 2.836.272,37 2.574.013,81

22 7.641.679,63 6.270.474,34 4.683.381,17 3.448.598,88 3.011.687,20 2.683.632,63

23 8.237.719,19 6.745.897,22 5.024.829,33 3.685.026,22 3.206.771,29 2.844.109,01

24 8.875.670,89 7.257.019,67 5.394.937,92 3.944.616,27 3.422.960,21 3.024.049,08

25 9.558.356,51 7.806.279,02 5.795.708,74 4.229.030,67 3.661.788,25 3.224.885,62

B

0 (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09) (21.617.989,09)

1 1.225.340,03 1.225.340,03 1.225.340,03 1.225.340,03 1.225.340,03 1.225.340,03

2 1.444.730,05 1.363.662,59 1.291.562,55 1.291.562,55 1.291.562,55 1.291.562,55

3 1.644.487,83 1.524.438,28 1.360.786,07 1.360.786,07 1.360.786,07 1.360.786,07

4 1.825.912,08 1.710.610,00 1.444.423,99 1.433.146,87 1.433.146,87 1.433.146,87

5 2.020.726,58 1.920.396,71 1.551.453,39 1.508.787,40 1.508.787,40 1.508.787,40

6 2.229.858,13 2.077.133,52 1.679.613,71 1.587.856,57 1.587.856,57 1.587.856,57

7 2.454.295,35 2.247.004,16 1.831.701,99 1.670.510,06 1.670.510,06 1.670.510,06

8 2.695.092,69 2.430.928,70 2.010.871,97 1.756.910,63 1.756.910,63 1.756.910,63

9 2.953.374,72 2.629.889,02 2.191.659,54 1.847.228,39 1.847.228,39 1.847.228,39

10 178.890,01 (206.517,84) (713.769,23) (1.109.809,46) (1.109.809,46) (1.109.809,46)

11 3.243.155,59 2.813.814,12 2.255.090,03 1.893.659,11 1.937.239,62 1.980.820,12

12 3.526.722,08 3.023.925,19 2.383.740,15 1.942.962,50 1.983.858,97 2.024.755,44

13 3.830.922,07 3.251.345,86 2.525.880,60 2.011.375,66 2.033.566,15 2.071.778,59

14 4.157.172,46 3.497.287,35 2.682.486,30 2.100.588,26 2.086.501,36 2.122.029,76

15 4.506.984,18 3.763.042,18 2.854.598,82 2.202.114,65 2.142.811,15 2.175.655,51

16 4.881.968,28 4.049.989,51 3.043.330,87 2.316.869,96 2.202.648,72 2.232.809,05

17 5.283.842,46 4.359.600,80 3.249.870,94 2.445.832,88 2.266.174,24 2.293.650,54

18 5.714.438,00 4.693.445,80 3.475.488,32 2.590.049,95 2.333.555,14 2.358.347,40

19 6.175.707,04 5.053.199,01 3.721.538,47 2.750.640,05 2.437.518,26 2.427.074,68

20 4.441.780,34 3.212.696,32 1.761.518,49 700.849,08 353.504,56 272.065,19

21 7.170.727,29 5.844.844,09 4.283.125,02 3.140.227,01 2.763.090,71 2.603.901,87

22 7.733.628,45 6.285.826,55 4.587.596,43 3.342.077,86 2.925.654,38 2.683.670,23

23 8.336.172,79 6.760.239,89 4.918.383,53 3.564.959,89 3.107.350,90 2.768.252,26

24 8.981.031,77 7.270.371,19 5.277.333,12 3.810.392,92 3.309.582,65 2.924.482,90

25 9.671.052,05 7.818.658,93 5.666.416,21 4.080.000,76 3.533.848,68 3.110.566,71