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Engº. Dr. A. E. Giansante 2013 1 PROPOSIÇÃO DIDÁTICA DE DIMENSIONAMENTO DE REDE COLETORA DE ESGOTOS SANITÁRIOS. Engº. Dr. Antonio Eduardo Giansante. 1. INTRODUÇÃO. O dimensionamento de rede coletoras de esgotos constitui-se, na realidade, da verificação se o diâmetro adotado é adequado para as condições operacionais previstas ou adotadas. A justificativa está na disponibilidade de diâmetros comerciais disponíveis no mercado, de modo que um desses é adotado e se verifica hidraulicamente a sua operação. Os Sistemas de Esgotos Sanitários SES dividem-se em unidades como ligação predial, rede coletora, coletor-tronco, interceptor, estação elevatória, emissário e estação depuradora de esgotos sanitários ou, simplesmente, estação de tratamento de esgotos ETE. Os elementos lineares, ligação predial, rede coletora etc. caracterizam-se pelo regime hidráulico por conduto livre, portanto com pressão efetiva nula. Não sendo pressurizados, os tubos necessitam de uma declividade mínima para que não aconteçam problemas como entupimentos e, mesmo sendo executados em seção fechada, o regime hidráulico é livre, ocorrendo a superfície de contato entre o líqüido que escoa e a atmosfera. Este artigo tem por objetivo apresentar de uma forma didática, todo o processo de dimensionamento de rede coletora de esgotos sanitários, de maneira que se espera que facilite a aprendizagem do método. Atualmente, existem vários programas de computador ou planilhas eletrônicas que dimensionam as redes coletoras, inclusive já possibilitando a exportação direta para outros programas de desenho eletrônico. Apesar dessas facilidades de cálculo, o conhecimento mais apurado do método de dimensionamento permitirá ao projetista ter uma noção de “ordem de grandeza” quanto ao resultado esperado. Isso não somente se trata de uma necessidade, mas também de uma vantagem, porque contribui para que não se cometam erros grosseiros. Na elaboração deste artigo houve a contribuição de estudantes, sugestão de profissionais e foram ainda utilizadas apostilas em versões anteriores, aos quais se agradece e se referencia.

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Dimensionamento de Rede Coletora

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  • Eng. Dr. A. E. Giansante

    2013

    1

    PROPOSIO DIDTICA DE DIMENSIONAMENTO DE REDE COLETORA

    DE ESGOTOS SANITRIOS.

    Eng. Dr. Antonio Eduardo Giansante.

    1. INTRODUO.

    O dimensionamento de rede coletoras de esgotos constitui-se, na realidade, da

    verificao se o dimetro adotado adequado para as condies operacionais previstas ou

    adotadas. A justificativa est na disponibilidade de dimetros comerciais disponveis no

    mercado, de modo que um desses adotado e se verifica hidraulicamente a sua operao.

    Os Sistemas de Esgotos Sanitrios SES dividem-se em unidades como ligao

    predial, rede coletora, coletor-tronco, interceptor, estao elevatria, emissrio e estao

    depuradora de esgotos sanitrios ou, simplesmente, estao de tratamento de esgotos

    ETE. Os elementos lineares, ligao predial, rede coletora etc. caracterizam-se pelo regime

    hidrulico por conduto livre, portanto com presso efetiva nula. No sendo pressurizados, os

    tubos necessitam de uma declividade mnima para que no aconteam problemas como

    entupimentos e, mesmo sendo executados em seo fechada, o regime hidrulico livre,

    ocorrendo a superfcie de contato entre o lqido que escoa e a atmosfera.

    Este artigo tem por objetivo apresentar de uma forma didtica, todo o processo de

    dimensionamento de rede coletora de esgotos sanitrios, de maneira que se espera que

    facilite a aprendizagem do mtodo. Atualmente, existem vrios programas de computador

    ou planilhas eletrnicas que dimensionam as redes coletoras, inclusive j possibilitando a

    exportao direta para outros programas de desenho eletrnico. Apesar dessas facilidades

    de clculo, o conhecimento mais apurado do mtodo de dimensionamento permitir ao

    projetista ter uma noo de ordem de grandeza quanto ao resultado esperado. Isso no

    somente se trata de uma necessidade, mas tambm de uma vantagem, porque contribui

    para que no se cometam erros grosseiros.

    Na elaborao deste artigo houve a contribuio de estudantes, sugesto de

    profissionais e foram ainda utilizadas apostilas em verses anteriores, aos quais se

    agradece e se referencia.

  • Eng. Dr. A. E. Giansante

    2013

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    2. MTODO DE DIMENSIONAMENTO.

    O clculo do conduto de transporte de esgotos pressupe o conhecimento da

    hidrulica dos escoamentos livres. Na medida do possvel, esses conceitos sero colocados

    ao longo do texto.

    2.1. PROBLEMA HIDRAULICAMENTE DETERMINADO. O regime hidrulico por conduto livre, existindo dados assumidos e incgnitas a

    determinar o valor.

    Dados:

    - dimetro (D): adotado dentre os comercialmente disponveis como 150, 200, 250

    mm etc.;

    - vazo (Q): calculada por trecho, considerando a contribuio linear de incio e fim

    de plano e a vazo de infiltrao;

    - declividade (S): do terreno ou mnima.

    Incgnitas:

    - altura molhada (y): seo circular; D

    - velocidade (v); tenso trativa (). y

    Q = (1/n). A. Rh2/3.S1/2

    2.2. PROJETOS. v

    Os necessrios so de dois tipos: geomtrico e de dimensionamento. Para efetuar os

    clculos, necessrio ter o traado da rede coletora de esgotos sanitrios, incluindo

    localizao de elementos de inspeo como poo-de-visita - PV, poo-de-inspeo PI e

    terminal de limpeza - TL. Este o projeto geomtrico, elaborado a partir de levantamento

    topogrfico e cartas geogrficas disponveis.

    2.2.1. Geomtrico - Traado.

    - Concepo de sistema de esgotos sanitrios: esc. 1: 10.000 ou 1: 50.000.

    - Projeto executivo: levantamento topogrfico (planialtimtrico) nas escalas 1: 1.000 ou

    1: 2.000. O estaqueamento deve ser a cada 20 m. Tambm efetuar o levantamento de

    interferncias no campo como rede de distribuio dgua, telefonia, gua pluvial etc.

    - Locao dos elementos de inspeo: a cada 100 m. Eventualmente, 120 m.

    - Elementos de inspeo: terminal de limpeza - TL, poo-de-inspeo - PI e poo-de-

    visita PV (fig. 1). Hoje praticamente no se utiliza o terminal de limpeza, sendo substitudo

    pelo poo-de-inspeo.

  • Eng. Dr. A. E. Giansante

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    Fig. 1: elementos de inspeo.

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    A fig. 2 apresenta o resultado do levantamento planialtimtrico. H os elementos de

    inspeo, profundidade e cota do terreno e do fundo. Consta ainda, a extenso entre os

    elementos de inspeo, o dimetro adotado e a declividade da rede coletora por trecho. Na

    prtica, durante o levantamento topogrfico, os elementos de inspeo so locados em

    campo, verificando na etapa de escritrio sua funo.

    Roteiro de projeto geomtrico:

    1. Colocao dos elementos de inspeo (verificando no campo sua posio).

    2. Clculo da declividade da rede e distncias.

    3. Dimetro dos coletores: adotado.

    TL-1 502,05 (cota terreno) 1,20 1,20 m => prof. TL-1

    I-1 500,85 (cota do fundo do TL)

    150mm dimetro da rede entre TL-1 e PI-1.

    89m extenso do trecho entre TL-1 e PI-1.

    0,0455 m/m declividade entre TL-1 e PI-1.

    PI- 1 498,00 (cota terreno) 1,20 1,20 m =>prof. PI-

    1 I-2 496,80 (cota do fundo do PI) 150mm dimetro da rede entre PI-1 e PI-2. 38m extenso do trecho entre PI-1 e PI-2. 0,0603 m/m declividade entre PI-1 e PI-2. 495,71 (cota terreno) 1,20 m => prof. do PI 494,51 (cota do fundo do PI)

    PI - 2 1,20 m

    Fig. 2: apresentao do levantamento topogrfico (esc. 1: 1.000 ou 1: 2.000) e projeto geomtrico da rede.

    2.2.2. Dimensionamento da rede coletora: por trecho.

    A. Admitir dimetro da rede:

    D 100 mm Dcomercial (mm) = 100, 150, 200, 250, 300 etc.

    Na prtica, o dimetro mnimo varia com a operadora de saneamento:

    - Sabesp: D 150 mm.

    - DAE Jundia: D 200 mm.

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    B. Clculo de vazes.

    So as vazes de toda a rea atendida, as contribuies lineares e as vazes de cada

    trecho para o incio e fim-de-plano.

    B.1. Esgoto Domstico. - Vazo domstica no incio-de-plano (Qdi).

    Qdi = K2 x Pincio x C x qpc 86.400

    - Vazo domstica no final-de-plano (Qdf).

    Qdf = K1 x K2 x Pfinal x C x qpc 86.400

    Onde:

    C = coeficiente de retorno gua-esgoto. Em geral adotado como C = 0,80.

    qpc = quota per capita, l/hab.dia. Em geral, varia de 100 a 250 l/hab.dia. Costuma-se

    adotar 200 l/hab.dia.

    K1 = coef. do dia de maior consumo, 1,2.

    K2 = coef. da hora de maior consumo, 1,5.

    Pincio = populao de incio-de-plano.

    Pfinal = populao de final-de-plano.

    B.2. Clculo de vazo linear.

    Definio: a vazo por unidade de comprimento da rede. Considerada a contribuio

    de esgotos sanitrios e a infiltrao de gua fretica na rede. Esta ltima ser tanto maior,

    quanto mais inserida no aqfero fretico estiver a rede, dependendo ainda da

    permeabilidade do solo. Assim, se faz necessrio conhecer o comprimento total da rede

    coletora de esgotos, o qual vem do levantamento topogrfico.

    - Taxa de infiltrao (ti): varia de 1 l/s.Km ti 0,01 l/s.Km.

    - Taxa de contribuio linear inicial Txi:

    Txi = Qdi + ti [Txi] = l/s.Km Li

    - Taxa de contribuio linear final - Txf:

    Txf = Qdf + ti [Txf] = l/s.Km Lf

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    2013

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    - Extenso de rede. As fontes so: levantamento topogrfico ou projeto de um

    loteamento. Na falta dessas informaes, adota-se aproximadamente 2 m de rede por

    habitante atendido no final de plano. Para loteamentos, em geral Li (comprimento de incio-

    de-plano) igual a Lf. (comprimento de final-de-plano).

    B.3. Vazo no trecho (Qtr).

    calculada a partir de trs parcelas: vazo de montante, se existir o trecho anterior;

    contribuio no prprio trecho e, eventualmente, contribuio singular. A saber:

    - Vazo montante: vem do trecho montante, se houver e deve ser somada a de

    contribuio no trecho. So: Qmi e Qmf

    - Vazo de contribuio no trecho: calculada para o incio e o fim-de-plano, aonde

    em geral os comprimentos so iguais Lti = Ltf

    Qctri = Txi x Lti Qctrf = Txf x Ltf - Vazo total no trecho: a soma das vazes anteriores. Eventualmente deve ser

    considerada alguma contribuio singular, proveniente de escola, hospital etc.

    Qtri = Qctri + Qmi = Txi x Lti + Qmi

    Qtrf =Qctrf + Qmi = Txf x Ltf + Qmf

    Se os valores de incio e fim-de-plano forem menores que a vazo mnima de

    dimensionamento por trecho, 1,5 l/s, esta que deve ser adotada.

    - Vazo de jusante: a que vai para o trecho de jusante da rede coletora. So obtidas

    as vazes tambm para o incio e o final-de-plano. So: Qtri e Qtrf + contribuio singular.

    C. Declividades.

    - Terreno:

    It = Cotamont Cotajus

    L

    - Mnima:

    Imn = 0,0055 x Qdi-0,47 [Qdi] = L/s

    [Imn] = m/m

    - Para a vazo mnima de Q = 1,5 l/s => Imn = 0,0045 m/m = 4,5 m/km ou 0,45%

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    - Verificao:

    It Imn => adotar It

    It < Imn => adotar Imn

    D. Clculo das lminas e velocidades (incio e fim-de-plano).

    - 1 tentativa: D = 150 mm

    y (condio de lmina) D - Q tabela 1 I V (condio de velocidade)

    I

    D.1. Lmina: y 0,75 (regime fluvial) y 0,50 (regime torrencial) D D D.2. Velocidade crtica: Vc = 6 x 9xRH

    Onde: RH = Raio hidrulico

    y/D tabela 2 RH /D = => RH = x D

    - Vi < Vc => regime fluvial => y/D 0,75

    Vf < Vc => regime fluvial => y/D 0,75

    - Vi > Vc => regime torrencial => y/D 0,50

    Vf > Vc => regime torrencial => y/D 0,50

    Se no for verificada a condio de altura de escoamento (lmina), aumenta-se o

    dimetro ou se reduz a declividade, iniciando a 2 tentativa.

    E. Tenso Trativa.

    = . RH . I RH = A/p

    1,0 Pa 1Kgf/m2 = 10 N/m2 = 10 Pa

    RH => tabela 2.

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    Tabela 1.

    Fonte: ORSINI, 1991.

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    Tabela 2.

    Fonte: ORSINI, 1991.

    3. EXEMPLO DIDTICO.

    Projeto da rede coletora de um loteamento: sero dimensionados os dois trechos da fig. 1.

    A. Dados.

    Populaes: inicial 2.000 hab. (= Pi) e final 3.500 hab (= Pf).

    Quota per capita dgua: q = 160 l/hab.dia.

    Coeficientes:

    - retorno gua/ esgoto: 0,80;

    - mxima vazo diria: k1 = 1,2;

    - mxima vazo horria: k1 = 1,5.

    Taxa de infiltrao: ti = 0,1 l/s.km = 0,0001 l/s.m (adotada em funo do solo).

    B. Coeficiente de contribuio linear.

    Incio-de-plano

    Qdi = C.k2.Pi.q/ 86.400 = 0,8 x 1,5x2.000x160/86.400 = 4,44 l/s

    Extenso da rede coletora inicial: Li = 2.877 m. Se este valor no for disponvel, adotar

    aproximadamente 2,0 metros de rede por habitante.

    Taxa de contribuio linear inicial:

    Txi = (Qdi /Li) + ti = (4,44/2.877) + 0,0001 = 0,00164 l/s.m = 1,64 l/s.km

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    Final-de-plano

    Qdf = C.k1.k2.Pf.q/ 86.400 = 0,8x1,2x1,5x3.500x160/86.400 = 9,33 l/s

    Extenso da rede coletora final: Lf = 2.877 m. igual ao inicial por se tratar de um

    loteamento e o comprimento total das ruas fixo. Para uma cidade, se este valor no for

    disponvel, adotar aproximadamente 2,0 metros de rede por habitante.

    Taxa de contribuio linear final:

    Txf = (Qdf /Lf) + ti = (9,33/2.877) + 0,0001 = 0,00334 l/s.m = 3,34 l/s.km

    C. Vazes de verificao por trecho.

    Trecho I-1:

    Vazo montante Qi (l/s) 0,0

    Qf (l/s) 0,0

    Vazo no trecho Qi (l/s) 0,00164x 89 = 0,146

    Li = lf = 89 m Qf (l/s) 0,00334x 89 = 0,297

    Vazo a jusante Qi (l/s) 0,146

    Qf (l/s) 0,297

    Como a vazo no trecho inferior a 1,5 l/s, que a mnima, este o valor adotado

    para a verificao do tubo coletor, conforme a norma.

    Trecho I-2:

    Vazo montante Qi (l/s) 0,146

    Qf (l/s) 0,297

    Vazo no trecho Qi (l/s) 0,00164x 38 = 0,062

    Li = lf = 38 m Qf (l/s) 0,00334x 38 = 0,127

    Vazo a jusante Qi (l/s) 0,146+0,062=0,208

    Qf (l/s) 0,297+0,127=0,424

    Como a vazo no trecho inferior a 1,5 l/s, que a mnima, este o valor adotado

    para a verificao do tubo coletor, conforme a norma.

    D. Declividade.

    Trecho I-1:

    - terreno: It = 502,05 498,00/ 89 = 0,0455 m/m

    - mnima do coletor: Imn = 0,0055. Qi-0,47 = 0,0055 x 1,5-0,47 = 0,0045 m/m = 4,5 m/km

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    Como It > Imn , adota-se a declividade do terreno para reduzir o movimento de terra.

    Assim, se a profundidade da rede for tomada como 1,5 m, o tubo ser paralelo ao solo ao

    longo de todo trecho.

    Trecho I-2:

    - terreno: It = 498,00 495,71/ 38 = 0,0603 m/m

    - mnima do coletor: Imn = 0,0055. Qi-0,47 = 0,0055 x 1,5-0,47 = 0,0045 m/m = 4,5 m/km

    Como It > Imn , adota-se a declividade do terreno para reduzir o movimento de terra.

    Assim, se a profundidade da rede for tomada como 1,5 m, o tubo ser paralelo ao solo ao

    longo de todo trecho.

    E. Lmina e velocidades.

    Trecho I-1:

    Q/I = 0,0015/0,0455 = 0,0070 . y/D = 0,15 e v/I = 4,45 Tabela 1

    v/I = 4,45 v = 4,45 x 0,0455 = 0,98 m/s

    Portanto: yi/D = yf/D = 0,15, yi = yf = 0,0225 e vi = vf = 0,98 m/s

    Trecho I-2:

    Q/I = 0,0015/0,0603 = 0,0061 Tabela 1 y/D = 0,14 e v/I = 4,44 v/I = 4,44 v = 4,44 x 0,0603 = 1,09 m/s

    Portanto: yi/D = yf/D = 0,14, yi = yf = 0,0210 e vi = vf = 1,09 m/s

    F. Tenso trativa.

    Trecho I-1:

    Para yi/D (= yf/D) = 0,15 Tabela 2 Rh = 0.093x0,15= 0,0140 m

    i = .Rh.I = 1000x0,0140x0,0455 = 0,64 kgf/m2 no sistema tcnico ou

    i = .Rh.I = 9810x0,0140x0,0455 = 6,4 P (=N/m2) no SI de medidas.

    Atende norma, pois i > 1,0 Pa.

    Trecho I-2:

    Para yi/D (= yf/D) = 0,14 Tabela 2 Rh = 0.0862x0,15= 0,0129 m

    i = .Rh.I = 1000x0,0129x0,0603 = 0,78 kgf/m2 no sistema tcnico ou

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    i = .Rh.I = 9810x0,0140x0,0455 = 7,8 P (=N/m2) no SI de medidas.

    Atende norma, pois i > 1,0 Pa.

    G. Velocidade crtica.

    Trecho I-1:

    Vc = 6g.Rh = 6 x 9,81 x 0,0140 = 2,22 m/s > 0,98 m/s, logo o regime fluvial.

    Nesse caso y/D 0,75. Como y/D = 0,15, foi tambm verificada a condio de lmina.

    Trecho I-2:

    Vc = 6g.Rh = 6 x 9,81 x 0,0129 = 2,13 m/s > 1,09 m/s, logo o regime fluvial.

    Nesse caso y/D 0,75. Como y/D = 0,14, foi tambm verificada a condio de lmina.

    Portanto, as condies de lmina e tenso trativa foram verificadas para os dois

    trechos. Na prtica, a rede coletora calculada na seqncia dos trechos de montante para

    os de jusante. Aqui se calculou os trechos I-1 e I-2 ao mesmo tempo para auxiliar na

    compreenso. Como j escrito, existem programas e planilhas eletrnicas que calculam toda

    a rede a partir das informaes das cotas dos terrenos e dos elementos de inspeo, porm

    o projetista precisa ter a noo de ordem de grandeza para evitar erros grosseiros.

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    4. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.

    GIANSANTE, A.E. Notas de Aula, 2002, So Paulo.

    GIANSANTE, A.E. Projeto do Sistema de Esgotos da Bacia do Rio Capivari no Municpio de

    Jundia, 2004, So Paulo.

    ORSINI, E. Q. Sistemas de Esgotos Sanitrios EPUSP, 1991, So Paulo.

    TSUTIYA, M.T. & ALM, P. Coleta e Transporte de Esgotos Sanitrios, EPUSP, 2000, So

    Paulo.

    VEDADA A REPRODUO DESTE MATERIAL SEM AUTORIZAO DO AUTOR.