dificuldades específicas de aprendizagem

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Dificuldades Específicas de Aprendizagem

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  • Dificuldades Especficas de

    Aprendizagem

  • Definio

    Do National Joint Committee on Learning Disabilities (NJCLD) surge a seguinte afirmao: dificuldades de aprendizagem um termo geral que se refere a um grupo heterogneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisio e uso da audio, fala, leitura, escrita, raciocnio ou habilidades matemticas. Estas desordens so intrnsecas ao indivduo, presumivelmente devem-se a disfunes do sistema nervoso central e podem ocorrer ao longo da vida. Problemas na auto-regulao comportamental, percepo social e interaco social podem existir com as dificuldades de aprendizagem. (NJCLD, 1994; cit. In Campanudo, 2009, p.22)

    As dificuldades de aprendizagem especficas dizem respeito forma como o indivduo processa a informao a recebe, a integra, a retm e a exprime tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizaes. As dificuldades de aprendizagem especficas podem, assim, manifestar-se nas reas da fala, da leitura, da escrita, da matemtica e/ou resoluo de problemas, envolvendo dfices que implicam problemas de memria, perceptivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou metacognitivos. Estas dificuldades, que no resultam de privaes sensoriais, deficincia mental, problemas motores, dfice de ateno, perturbaes emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes ocorrerem em concomitncia com elas, podem, ainda, alterar o modo como o indivduo interage com o meio envolvente. (Correia, 2005; cit in Correia, 2008; p.479)

    O DSM-IV (1994) distingue quatro categorias na classificao dos indivduos por dificuldades ou sndromes especficos que so:

    - Perturbaes da Leitura;

    - Perturbaes do clculo;

    - Perturbaes da escrita;

    - Perturbaes sem outra especificao. (in Campanudo, 2009, p.24)

    2 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

    Educao, Educao Especial

  • Caractersticas

    As caractersticas dos alunos com DA so por inerncia, muito heterogneas, h pelo menos alguns denominadores comuns, independentemente de poderem surgir isoladamente ou em conjunto,

    sendo certo que do conjunto dessas caractersticas resultam muitas vezes, um desempenho

    acadmico irregular.

    Entre vrias caractersticas comuns possveis, ser pertinente salientar os problemas registados no

    processamento de informao transmitida atravs de actividades baseadas na linguagem

    (recepo, integrao e expresso/linguagem falada e escrita); o funcionamento intelectual

    muito prximo da mdia, na mdia ou mesmo acima da mdia e os problemas expressivos na

    aprendizagem da leitura, da escrita ou do clculo. (Campanudo, 2009, p.24-25)

    Tal como uma criana numa cadeira de rodas necessita de uma rampa para contornar escadas, tambm uma criana com dificuldades de aprendizagem necessita de meios especficos

    que a ajudem a contornar os problemas, tantas vezes graves, que encontra no processamento de

    informao, na memria, na leitura, na escrita, no clculo ou na socializao. ()

    Geralmente no imaginamos que a "rampa" que um indivduo com dificuldades de aprendizagem

    possa necessitar ter a ver com ajustamentos e/ou adaptaes curriculares, como, por

    exemplo, mais tempo para processar a informao, ou equipamento electrnico (exemplo, um

    gravador de som) para tirar apontamentos. As dificuldades de aprendizagem podem ser

    invisveis, mas so reais."

    (Jane Browning, s/data in http://www.appdae.net/bibliografia.html)

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    Educao, Educao Especial

  • Enquadramento Legal

    O princpio da diferenciao de respostas tem expresso num conjunto de medidas, que se destacam, para alm do Decreto-Lei n. 3/2008, o Despacho n. 453/2004, o Despacho Normativo n.50/2005 e o Despacho n. 1/2006. Estes diplomas determinam o envolvimento de todos os docentes nas respostas a alunos com dificuldades de aprendizagem ou de adaptao escola, resultantes de desvantagens de diversa ordem: cultural, social ou econmica. Planos de recuperao, planos de acompanhamento individualizado e planos de desenvolvimento, so algumas das medidas previstas.

    O Decreto-Lei n. 3/2008 prev uma interveno circunscrita aos alunos com limitaes significativas ao nvel da actividade e participao num ou em vrios domnios da vida, decorrentes de alteraes funcionais e estruturais, de carcter permanente, resultando em dificuldades continuadas na capacidade de comunicao, aprendizagem, mobilidade, autonomia, relacionamento interpessoal e participao social. Visa-se promover a autonomia desses alunos e levar to longe quanto possvel o potencial que possuem. (Brocardo, J., 2009, p.10)

    4 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

    Educao, Educao Especial

  • Assim

    Os alunos com dislexia esto, efectivamente, abrangidos pelo Decreto-Lei n. 3/2008, de 07 de Janeiro, podendo beneficiar em consequncia de vrios apoios ao longo da sua vida escolar.

    Entre estes apoios, esto os que correspondem a condies especiais na realizao das provas de avaliao, incidentes sobre o prprio tipo de prova, os instrumentos de avaliao ou o tempo necessrio para a fazer.

    Para efeitos de no penalizao na classificao das provas de aferio e exames nacionais, pode ser aplicada a ficha A emitida pelo Jri Nacional de Exames (Condies especiais na classificao de provas de exame nos casos de dislexia) nos exames realizados pelos alunos com dislexia diagnosticada e confirmada at ao final do 2 ciclo do ensino bsico e que exigiram apoios pedaggicos personalizados e/ou tecnologias de apoio, constantes do respectivo programa educativo individual, ao abrigo daquele Decreto-Lei n. 3/2008 de 7 de Janeiro. (Ministrio da Educao, 2009)

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  • Como estrelas na terra

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    Educao, Educao Especial

  • Pr-requisitos para a aprendizagem da

    leitura e da escrita (Bautista, 1993)

    capacidades neuropercetivo e motoras;

    bom desenvolvimento da linguagem (compreenso e expresso);

    amplo vocabulrio;

    desenvolvimento da conscincia fonolgica (grafema/fonema e fonema/grafema);

    desenvolvimento harmonioso das capacidades cognitivas, afetivas e sociais.

    7 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de Educao, Educao Especial

  • Desenvolvimento Fonolgico (Sim-Sim, 1998)

    1 2 meses - Distino dos sons com base no fonema

    30 meses - Deteo de eventuais erros na produo do seu enunciado ou no dos outros interlocutores (autocorrees)

    36 meses - Distino de todos os sons da sua lngua materna

    3 - 4 anos - Sensibilidade s regras fonolgicas da sua lngua/Capacidade de reconhecem rimas e aliteraes/Prazer ldico com as rimas atravs de jogos de sons e de palavras

    4 anos - Maiores dificuldades em tarefas de conscincia fonmica quando comparada silbica/Capacidade de segmentar silabicamente unidades lexicais compostas por duas slabas /Maiores dificuldades na segmentao de palavras polissilbicas e/ou monossilbicas

    5 anos - Capacidades metafonolgicas ao nvel do fonema e do trao distintivo, desde que as tarefas sejam adaptadas realidade lingustica e cognitiva da criana

    6 anos - Domnio, quase total, da capacidade de segmentao silbica/A conscincia fonolgica vai-se complexificando, sendo necessrio receber instrues formais que explicitem as regras de correspondncia dos sons da fala na escrita alfabtica (relaes fonema/grafema)/Desenvolvimento da conscincia fonmica

    A partir dos 6 anos - Maior desenvolvimento das capacidades metafonolgicas, devido aquisio da escrita/Domnio de todos os nveis de conscincia fonolgica

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  • Problemas Especficos de Aprendizagem

    dislexia leitura

    disgrafia escrita

    disortografia escrita

    discalculia - clculo

  • dislexia

    Definio Etimologicamente, a palavra Dislexia composta pelo prefixo dis, que significa distrbio e lexia, que significa em latim leitura, e em grego linguagem (Pereira, 2009). Em 1887, o termo Dislexia, foi usado pela primeira vez, pelo oftalmologista alemo, Berlin, para descrever o caso de um paciente adulto que, aps um acidente vascular cerebral, perdeu a capacidade leitora, apesar de ter mantido a viso, a linguagem e a inteligncia (citado por Teles in www.clinicadislexia.com).

    10 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • dislexia

    Tipos de dislexia (Citoler, 1996)

    Dislexia Adquirida (por traumatismo ou trauma): o sujeito, que j tinha aprendido a ler e a escrever de modo adequado, aps sofrer uma leso ou trauma, no capaz de continuar a ler e a escrever sem erros

    Dislexia Evolutiva ou de Desenvolvimento (por dfice de maturao) : o sujeito desde o comeo da aprendizagem apresenta problemas a nvel da leitura e escrita, ou seja, no consegue soletrar, ler ou escrever com facilidade

    11 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • dislexia

    Causas Shaywitz (2003, in Cruz, 2007)

    factores neurobiolgicos - o crebro dos dislxicos tem dificuldade em aceder facilmente regio parieto-temporal e regio occipito-temporal. Assim, para compensar esta dificuldade, os dislxicos utilizam mais a rea Broca e vai recrutar as reas do lado direito que processam pistas visuais.

    figura.docx

    perspetiva gentica - a dislexia ocorre com maior frequncia nas famlias que tm um dos pais com esta desordem

    perspetiva psicolingustica - aponta como causa de muitas dificuldades na leitura, um problema comum a nvel fonolgico onde os maus leitores revelam um vasto conjunto de dfices da linguagem

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  • dislexia

    Indicadores (Torres e Fernandez , 2001)

    Disllias ou problemas articulatrios: confuses entre fonemas, omisses em slabas compostas e inversas, inverses, etc;

    Vocabulrio pobre; Falta de expresso; Compreenso verbal deficiente; Atraso na estruturao e no conhecimento do esquema corporal; Dificuldades senso-percetivas responsveis pela confuso entre

    cores, formas, tamanhos e posies;

    Dificuldades motoras na execuo de exerccios manuais e grafismos;

    Tendncia para a escrita em espelho: por exemplo, p em vez de q, b em vez de d.

    13 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • dislexia

    Erros na leitura de letras

    Substituies: /v/ e /f/ Inverses: m com w Rotaes: p por p ou b por q Omisses: gota em vez de gosta Adies: mensa em vez de mesa

    Erros na leitura de slabas e palavras

    Substituies: pap em vez de pai ou otimista em vez de timo Inverses: coar em vez de arco ou buarco em vez de buraco

    Omisses: uma vez existiu em vez de uma vez h muito tempo existiu Adies: mensa em vez de mesa

    Leitura lenta com vacilaes e repeties

    Compreenso literal

    Dificuldade na compreenso de palavras ou frases; Dificuldade para recordar factos e detalhes Dificuldade em sintetizar o contedo

    Compreenso interpretativa

    Dificuldade na compreenso de relaes Dificuldade para realizar inferncias

    Dificuldade para diferenciar entre realidade e fico Dificuldade para retirar concluses.

    14 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • dislexia

    Interveno (Serra, 2007)

    Na aula

    Valorizar e incentivar a participao oral

    No o fazer ler, em voz alta, diante dos colegas

    Nos testes

    Usar textos pouco extensos e com letra bem legvel

    Ler sempre os textos a estes alunos

    Questionrio: lacunas, escolha mltipla e ligao por setas

    Composies

    Substituir a composio por outras tarefas escritas (ordenar frases e copiar, ordenar fragmentos de texto e copiar, legendar imagens, descrever imagens, completar

    lacunas

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  • Texto Original Ditado

    16 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

    Educao, Educao Especial

  • Ditado realizado no computador

    A torre da ma hora

    De baixo das estralas, sentado

    no lancil do lago, campanelo

    conta a estria da torre da ma

    hora e os meninos estam de

    roda escutando. E , cuanto a

    sua fala vagarosa arasta todos

    para longe, tira dos bolso da

    jaceta e o livro de mortalhas e

    enrola um sigarro.

    Os olhas das crianas abrem

    um silencio tao grande que so

    se ouve a vos do homem que so

    se hove a a vos do homem e o

    dubras de papel nos dedos

    grosso.

    Aluno do 10 ano

    21-10-11

    17 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

    Educao, Educao Especial

  • disortografia

    Definio (Saldanha, 2011)

    A disortografia constitui uma dificuldade da escrita, que pode manifestar-se independentemente de haver ou no alteraes na leitura.

    Conjunto de erros da escrita, feitos de forma sistemtica, que afetam a palavra mas no o seu traado ou grafia, que podem provocar a total ininteligibilidade dos escritos.

    Causas (Baroja, Paret & Riesgo, 1993)

    Atraso maturacional na aquisio e utilizao da linguagem (disartria e dislalias);

    Erros na perceo visual e auditiva;

    Falhas na ateno;

    Aprendizagem incorreta da leitura e da escrita na sua fase inicial (mtodos de aprendizagem).

    18 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • disortografia

    Caractersticas (Saldanha, 2011)

    Substituio de letras semelhantes

    Omisses e adies, inverses e rotaes

    Unies e separaes

    Omisso - adio de h

    Escrita de n em vez de m antes de p ou b

    Substituio de r por rr

    Textos curtos, com pouca organizao e com desadequada pontuao

    Poucas ideias

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  • disortografia

    Interveno (Bautista, 1993)

    Preveno e favorecimento de atividades orais e escritas desde o ensino pr-escolar;

    Exerccios de desenvolvimento da linguagem;

    Treino visuomotor;

    Treino visuopercetivo;

    Exerccios de reconhecimento oral e escrito de palavras;

    Durao acstica de palavras;

    Isolar e reconhecer sons;

    Diviso em slabas e em fonemas;

    Exerccios de compreenso (sintaxe, elementos da orao, semntica, ...).

    20 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

    Educao, Educao Especial

  • disgrafia

    A disgrafia prende-se com problemas de execuo grfica e de escrita das

    palavras. A criana fala, l, mas apresenta

    acentuadas dificuldades motoras para

    escrever letras, nmeros ou palavras (Johnson e Myklebust, 1991 , cit. in: Gil, Teresa et al, 2003).

    21 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • Tipos de disgrafias

    Adquiridas causadas por leses neurolgicas

    Evolutivas ou desenvolvimentais dificuldades na aprendizagem inicial da

    escrita e ocorrem na ausncia de uma

    razo objetiva para isso. (Campanudo, 2009)

    22 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • Causas da disgrafia

    Causas de tipo maturativo perturbaes da lateralidade ou perturbaes da eficincia psicomotora

    Causas caracteriais factores da personalidade e psicoafetivos

    Causas pedaggicas dficit de orientao do processo de aquisio de destreza motora, ensino rgido e inflexvel, orientao inadequada da mudana de letra de imprensa para letra manuscrita, nfase excessiva na rapidez ou qualidade de escrita, prtica de escrita como atividade isolada das exigncias grficas. (Campanudo, 2000)

    23 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

    Educao, Educao Especial

  • Caratersticas

    Segundo Casas (1988, cit. In: Gil, Teresa et al, 2003), as possveis manifestaes da disgrafia so as que se apresentam :

    - Falhas nos traos da letras, o que pode estar relacionado com: m terminao das letras; dificuldades em alguns traos horizontais; traos superiores curtos; substituio de traos curvos por retos, indiferenciao entre letras maisculas e minsculas; escrita em espelho em determinadas letras, nmeros e palavras.

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    ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de Educao, Educao Especial

  • - Os traos elpticos de algumas letras so realizados de forma

    inversa, ou seja, no mesmo sentido dos ponteiros do relgio.

    - Deteriorao progressiva da qualidade de execuo da escrita

    medida que decorre o tempo de realizao.

    - Traado de algumas letras e nmeros de baixo para cima.

    - Numerosos borres para corrigir a direo das letras e nmeros.

    - Dificuldades para se manter e escrever numa mesma linha e

    tendncia para se verificarem flutuaes da letra de uma linha para

    a outra. As linhas podem aparecer fragmentadas ou ondulantes.

    - Espaamento incorreto entre as letras, palavras e linhas.

    - Ausncia total ou m conservao das margens.

    - Grafismo trmulo ou com uma marcada irregularidade, produzindo-

    se notveis variaes no tamanho das distintas letras.

    - As letras apresentam um tamanho excessivamente grande ou

    pequeno.

    25 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

    Educao, Educao Especial

  • disgrafia

    Interveno Encorajar a expresso atravs de diferentes materiais

    (plasticina, pinturas e lpis). Todas as tarefas que impliquem o uso das mos e dos dedos so positivas.

    Levar a criana a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar.

    Promover situaes em que a criana utilize a escrita (ex.: escrever pequenos recados, fazer convites e postais).

    Fazer actividades como contornar figuras, pintar dentro de limites, ligar pontos, seguir um tracejado, etc.

    Deixar a criana expressar-se livremente no papel, sem corrigir nem julgar os resultados.

    http://www.appdae.net/disgrafia.html

    ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • discalculia

    Definio

    Termo que se refere s dificuldades de aprendizagem especificas da matemtica, sem que estejam presentes outros problemas (Citoler, 1996). As crianas com discalculia so capazes de compreender e usar a linguagem falada, podem ler e escrever, mas no conseguem compreender os princpios e processos matemticos (Jonhson & Myklebust, 1991).

    Tipos de discalculia (Garcia (1998): discalculia verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemticas, os nmeros,

    os termos, os smbolos e as relaes;

    discalculia practognstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.;

    discalculia lxica - dificuldades na leitura de smbolos matemticos.; discalculia grfica - dificuldades na escrita de smbolos matemticos.; discalculia ideognstica dificuldades em fazer operaes mentais e na compreenso

    de conceitos matemticos.;

    discalculia operacional - dificuldades na execuo de operaes e clculos numricos.

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    ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de Educao, Educao Especial

  • discalculia

    Caractersticas (Jonhson & Myklebust, 1991) deficiente organizao visuoespacial dificuldade em distinguir

    diferenas em relao s formas, tamanhos, quantidades e comprimentos;

    distrbio ao nvel da imagem corporal conhecimento incompleto ou errado do prprio corpo;

    distrbios de integrao visuomotora soletram e formulam ideias mas tm dfices na formao das letras e no alinhamento na folha;

    desorientao - esquerda/direita, falta de sentido de orientao; dificuldades na perceo social e na realizao de julgamentos

    maturidade social reduzida (conceo limitada de distncia e tempo);

    testes de inteligncia desempenhos superiores em funes verbais comparativamente s funes no verbais.

    28 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • discalculia

    Manifestaes de discalculia (Casas ,1988) dificuldades na identificao de nmeros (visual e auditiva); incapacidade para estabelecer uma correspondncia recproca (contar objetos e

    fazer corresponder um numeral a cada um);

    escassa habilidade para contar; dificuldade na compreenso de conjuntos; dificuldade na conservao (compreender que o valor bsico de uma quantidade

    no muda mesmo que mude a sua forma ou disposio);

    dificuldade na compreenso da quantidade (760,607 e 706 so diferentes); dificuldades nos clculos (memorizao de tabuadas, formulas, nmeros

    incorretamente alinhados para realizar operaes, etc);

    dificuldade na compreenso do conceito de medida; dificuldade para aprender a dizer as horas; dificuldade na compreenso do valor das moedas (ter noo de que uma moeda de

    2 euros o mesmo que duas de 1 euro);

    dificuldade de compreenso da linguagem matemtica e dos smbolos (+,-, >,< , diferena, soma, raiz quadrada, etc);

    dificuldade em resolver problemas orais.

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  • discalculia

    Interveno(Garcia,2000)

    Permitir o uso da calculadora e da tabuada; usar caderno quadriculado; elaborar perguntas claras e diretas; reduzir ao mnimo o nmero de perguntas; o aluno deve realizar os testes sozinho, sem limite de tempo e com um

    professor que se v certificando de que entende o que pedem todas as questes;

    evitar corrigir o aluno frequentemente diante da turma, para no o expor;

    no forar o aluno a fazer as tarefas quando estiver nervoso por no ter conseguido;

    usar situaes concretas, nos problemas; o aluno poder resolver o exerccio oralmente.

    30 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

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  • Diagnstico (Pereira, 2011)

    Sinalizao do Professor(perfil de leitura e escrita)

    Anamnese.

    Exame visual, audiograma e timpanograma.

    Teste cognitivo (e.g. WIISC).

    Teste emocional.

    Avaliao da maturidade percetiva (e.g. Reversal Test).

    TIL (teste da idade de leitura).

    Tale (teste de avaliao da linguagem escrita).

    DECIFRAR (aferir a idade de leitura da criana).

    PEDE (Programa exploratrio de dislexia especfica).

    Teste de Memria Visual Figura de REY

    31 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de Educao, Educao Especial

  • Papel da Escola (Serra, 2007)

    Detetar casos roteiro.checklist dislexia.pdf e proporcionar atividades de reeducao.

    Desdramatizar: aceitao (pais, professores,...)

    Envolvimento diferenciado (maior apoio, incentivo e reforo).

    Adaptar a avaliao (Decreto-lei 3/2008).

    32 ESE Almeida Garrett - Mestrado Cincias de

    Educao, Educao Especial

  • Sugestes em TIC

    Correo ortogrfica Word

    Criao de exerccios http://puzzlemaker.discoveryeducation.com/

    Estimulao cognitiva http://www.wartoft.nu/software/sebran/portuguese.aspx

    http://www.ribatejo.com/hp/passatempos/actividades.asp

    http://ajudaalunos.blogspot.com/2009/01/mais-jogos-de-matemtica-e-cincias-da.html

    http://nonio.eses.pt/eusei/index.htm

    http://espacoeducar-liza.blogspot.com/search/label/Disgrafia

    http://www.centrodefonoaudiologia.com/disgrafia/

    www.eudactica.com

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  • Em concluso...

    http://www.youtube.com/watch?v=DKoAYz2Phqo&feature=related

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  • Bibliografia

    BIBLIOGRAFIA

    BROCARDO, J. (2009), Educao Inclusiva: da Retrica Prtica Resultado do Plano de Aco 2005-2009, Lisboa: DGIDC.

    CAMPANUDO, M. J. (2009), Representaes dos Professores sobre Dificuldades de Aprendizagem Especficas: Leitura, Escrita e Clculo Dssertao de Mestrado, Porto.

    CITOLER, S. D. & SANZ, R. (1997), A Leitura e a Escrita : Processos e Dificuldades na sua Aquisio. In R BAUTISTA. Necessidades Educativas Especiais (pp111-136), Lisboa: Dinalivro.

    CORREIA, L. M. (2008), Dificuldades de Aprendizagem Especficas, Porto: Porto Editora. CRUZ, V. (1999), Dificuldades de Aprendizagem. Fundamentos, Porto: Porto Editora. CRUZ, V., (2007), Uma abordagem cognitiva da leitura,LIDEL. DEUSCHLE, Vanessa Panda; Cechella, Cludio, O dficit em conscincia fonolgica e sua relao com a

    dislexia: diagnstico e interveno, Revista CEFAC, vol. 11, nm. 2, 2009, pp. 194-200.

    FONSECA, V. da (1984), Uma Introduo s Dificuldades de Aprendizagem. Lisboa: Editorial Notcias. GIL, T. et al (2003), Perturbaes Especficas da Linguagem, DGIDC, Lisboa. PEREIRA, R., (2009), Dislexia e Disortografia Programa de Interveno e Reeducao, You! Books. PEREIRA, R. (2011), Avaliao em Dislexia, Ao de Formao, Ourm. REBELO, J. A. S. (1993), Dificuldades da Leitura e da Escrita em Alunos do Ensino Bsico. Rio Tinto: Edies

    Asa.

    SALDANHA, A. (2011), Apontamentos cedidos na disciplina de Perturbaes da Comunicao e do Sistema Cognitivo, Lisboa

    SERRA, H. (2007), Dificuldades Especficas de Aprendizagem, Ao de Formao, Torres Novas. TORRES, R.; FERNANDEZ, P., (2002), Dislexia, Disortografia, Disgrafia ;Mc Graw Hill.

    www.clinicadislexia.com

    www.appdae.net/disgrafia.html www.appdae.net/bibliografia.html

    www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.html http://www.youtube.com/watch?v=mx3_iAWU5ko

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  • Perturbaes da Comunicao e Sistema Cognitivo

    Ana Mouro

    Clia Cruz

    Clara Henriques

    Cludia Freire

    Odete Mendes

    Susana Ferreira

    novembro de 2011

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