16 OPINIÃOA GAZETA SÁBADO, 22 DE MARÇO DE 2014

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UM FILTRONECESSÁRIO

NOSSA OPINIÃOLegislatura que se encerra neste

ano teve seis deputados federaiscondenados à prisão pelo STF.Que isso sirva de alerta ao eleitor

A legislatura a ser encerrada emdezembro no Congresso entrapara a história com um triste re-corde:aprisãodeseisdeputadosfederais condenados pelo STF. Évergonha nacional e deve servir

dealertaaoseleitores.QuetipoderepresentantesestamosenviandoaoLegislativo?

O deputado Asdrúbal Bentes é o sexto conde-nado pelo Supremo Tribunal Federal. O fato é“escabroso”, definiu o ministro Dias Tófoli. OSTF acolheu a tese do Ministério Público segun-do a qual, em 2004, Bentes teria usado a estru-turadafundação“PMDBMulher”,noPará,paracomprarvotoscomaofertadecirurgiasgratuitasdelaqueadura(esterilizaçãofeminina).Agora,aperdadomandatoserádecididapelaCâmara.Ocasoexigerapidez.Aferidaestáaberta.

Na atual legislatura, já haviam sido presos osmensaleirosJoséGenoino,ValdemarCostaNe-to, Pedro Henry e João Paulo Cunha. Todos re-nunciaram ao mandato. Além disso, em feve-reiro último, o então deputado-presidiário Na-tan Donadon foi cassado em votação aberta.

AindahápendêncianapautamoraldoCongres-so.Em2010,AnthonyGarotinhofoicondenadoadoisanosemeioporformaçãodequadrilha,teveapenadeprisãosubstituídaporprestaçãodeser-viços e os direitos políticos suspensos. Recorreu eaguardaodesfechodoprocessonoSTF.

Dos22parlamentaresqueassumiramhápou-cos dias as comissões na Câmara dos Deputa-dos, oito têm processos na esfera judicial, se-gundoaONGTransparênciaBrasil.Piordoqueisso foi denunciado em setembro de 2013, pelamesma ONG: dos 594 parlamentares em exer-cício, na época, 190 receberam sentenças con-denatórias da Justiça ou de Tribunais de Con-tas. Com certeza, não é esse o perfil do Con-gresso desejado pela maioria dos brasileiros.

A mudança tem de partir dos inconformados,comousodaarmademocráticaquepossuem,ovoto. A Lei da Ficha Limpa não é um filtro per-feito.Muitoscasosnãosãoenquadrados.Oquefunciona é a informação do eleitor e o seu cri-tério de escolha dos candidatos.

EU DIGO QUE...

“Seria ridículo daminha partequerer que omeu filhorespondesse poresse crime emliberdade, sendoque a filha deoutra pessoa nãoestá mais aqui”—Carlos EduardoAzevedo CunhaPai de ChristianCunha, jovem quematou a ex-namoradaBárbara Richardelle,em Vila Velha

“Na Copa de 58,ele foi um dosjogadores que mederam muitasorientações,porque era umdos maisexperientes. Éuma perda muitogrande para ofutebol brasileiro”—PeléLamentando a mortedo ex-zagueiro Bellini,capitão da SeleçãoBrasileira campeãmundial de2 1958

Dificuldadepara inovar

Matheus Albergaria de MagalhãesÉ economista e professor da Fucape Business SchoolE-mail: matheus.albergaria.magalhaes@gmail.com

À medida que o conhecimento científico avança,desde a segunda metade do século XX, é necessárioum processo de aprendizado cada vez mais longo

Hoje sabemos que uma das principaiscondições para promover processos dedesenvolvimento de uma localidade cor-responde à sua capacidade de incentivaratividades de inovação. De fato, a criaçãode uma agência como a Fundação deAmparo à Pesquisa e Inovação do Es-pírito Santo (Fapes ) sinaliza o reco-nhecimento desta importância pelo setorpúblico estadual nos últimos anos.

Existe uma série de estudos recentes,de autoria do economista Benjamin Jo-nes, da Northwestern University, queprocura explicar por que processos deinovação tendem a ocorrer de maneiraesparsa e, muitas vezes, lenta. Bus-cando causas relacionadas ao fenômenode desaceleração da produtividade,ocorrido em escala mundial desde adécada de 1970, Jones criou uma teoriabaseada em uma observação casual:desde a segunda metade do século XX aspessoas vem gastando um tempo cadavez maior na escola.

Segundo o economista, o fato de aspessoas passarem mais tempo nos ban-cos escolares deve-se ao fato de que, àmedida que o conhecimento científicoavança, é necessário um processo deaprendizado cada vez mais longo para

que um aluno alcance a “fronteira” deuma área. Ou seja, nosso conhecimentohoje cresce a uma velocidade bemmaior que no passado.

Se, por um lado, este é um aspectopositivo da vida moderna, por outro, trazo resultado indesejado de que futuroscandidatos a cientistas, empreendedores einovadores terão de gastar, em média,mais tempo estudando. Isto faz com que aidade média de grandes cientistas e in-ventores de destaque aumente. Jonesdemonstrou este ponto ao apresentaruma série de evidências empíricas con-vincentes corroborando a visão de que,nos últimos anos, aumentou a idade mé-dia de cientistas e ganhadores do PrêmioNobel. Adicionalmente, atentou para ofato de que é muito difícil encontrarmoshoje, em uma era de extrema espe-cialização, um “homem renascentista”; ouseja, alguém capaz de desenvolver ta-lentos e capacidades em diversas áreas,como Leonardo Da Vinci, por exemplo.

Esta é uma informação relevante paracomeçarmos a repensar o desenho eimplementação de políticas públicas vol-tadas para a inovação no Espírito Santo.Especificamente, passa a ser importantepensarmos em novos critérios de con-cessão de incentivos à pesquisa no Es-tado, que procurem levar em conta arealidade da produção de conhecimentoem tempos modernos, dada sua im-portância fundamental para processosde crescimento e desenvolvimento sus-tentável de longo prazo. Inovar pode serdifícil, mas ainda não é impossível.

HÁ 50 ANOS

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Pagamento dosservidores sóficará em dia nomês de agosto

Servidores públicosestaduais estãoalarmados com notíciasveiculadas pela imprensaoficiosa de que somenteem agosto pretende ogoverno colocar em diasos seus vencimentos.Conhecedores daexpressiva arrecadação,que vêm superandotodas as expectativasmais otimistas, sabe queo governo do Estado játem condições, nopróximo mês, de colocarem dia o pagamento dofuncionalismo público.

Documento:AG22CAON016;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:21 de Mar de 2014 20:02:14