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http://alexandriacatolica.blogspot.com.br Dicionário da doutrina católica Pelo Pe. JOSÉ LOURENÇO TIP. EMPRESA GUEDES, LTDA 242-RUA FORMOSA-248 PORTO - 1945- Administração de VERDADE E VIDA Rua Clemente Meneres, 88

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Dicionário

da

doutrina católica

Pelo

Pe. JOSÉ LOURENÇO

TIP. EMPRESA GUEDES, LTDA

242-RUA FORMOSA-248

— PORTO - 1945-

Administração de VERDADE E VIDA

Rua Clemente Meneres, 88

http://alexandriacatolica.blogspot.com.br

Nihil obstat.

Porto, 1 de Abril de 1945.

FR. FRANCISCO RENDEIRO O. P.

Pode imprimir-se.

Porto, 3 de Abril de 1945.

AGOSTINHO, BISPO DO PORTO,

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CARTA AO AUTOR

Meu reverendo e caro Padre

Muito obrigado por me ter dado ensejo de ler o seu novo livro Dicionário da

Doutrina Católica. É um dicionário popular, sem dúvida, mas muito útil e oportuno.

Se a frase do Pe. Mateo, o povo português é o melhor do mundo mas é muito

ignorante, é um pouco exagerada quanto à primeira parte, é bem certa e verdadeira

quanto à segunda.

A ignorância em assuntos religiosos, mesmo entre a classe culta, é tão grande que

por vezes nos espanta e entristece-nos sempre.

Urge combater com todas as nossas forças essa praga, causa de muitos outros

males morais.

Ao sacerdote mais do que a ninguém compete ser a luz do mundo e «ir por toda a

parte ensinar todos os povos».

Quantas vezes o nosso bom povo pede pão e não há quem lho reparta? (Lam. IV,

4).

Após os numerosos livros e opúsculos de V. R.ma: O Santo Evangelho de Jesus

Cristo, Cartas confidenciais sobre o Casamento, Considerações Cristãs, Lições de

Doutrina Católica, Vida dos Santos do Calendário Romano, Catequese Prática, Hora

Santa, Quadros da História Bíblica, Como Pedrinho conheceu Jesus, O meu livro de

Doutrina e de Missa», etc. este vem em boa hora e irá por toda a parte espalhar a boa

doutrina. A sua luz modesta, mas segura e clara, muito poderá contribuir para

esclarecer os espíritos ávidos de verdade. A todos dará conhecimentos sobre a doutrina

católica, em alguns talvez desperte a vontade de a aprofundar mais.

Felicito V. R.ma por teimar em não pôr debaixo do alqueire a candeia acesa e em

praticar obras boas, luminosas, das que recomendava o divino Mestre: «luza a vossa

luz diante dos homens de tal sorte que, vendo as vossas obras boas, deem glória a vosso

Pai que está nos céus» (Mt. V, 16).

Glorificar a Deus, contribuindo para o bem do povo, é bem realizar o belo lema de

que fala o Doutor Angélico: contemplata aliis tradere, dar aos outros o fruto da sua

contemplação.

Contemplação que é o resultado do estudo e da oração, da graça de Deus e do

esforço pessoal. Estudo e esforço que frequentemente são um sacrifício, uma

penitência, sobretudo quando outros trabalhos apostólicos absorvem a nossa atividade

e nos vão roubando com o tempo as forças e o vigor do espírito.

Ainda assim é para desejar que V. R.ma se imponha muitas destas penitências para

bem do povo cristão. Feliz penitência que tão «dignos frutos» produz e que animada

pelo amor de Deus e do próximo tanto pode merecer!

Aceite, reverendo e caro Padre, com as felicitações e os agradecimentos reiterados,

a expressão de estima e dedicação do

V. R.ma

ínfimo servo em J. C.

Porto, Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, 1-IV-1945.

Fr. TOMÁS MARIA VIDEIRA O. P.

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DUAS PALAVRAS

Três fins me propus na organização deste Dicionário: 1.° — Oferecer a Deus o meu

trabalho como uma penitência; 2. ° — Contribuir para o bem do povo cristão; 3.° —

Glorificar a Deus com o bem que pode produzir.

Penso que os cristãos encontrarão na leitura deste livro: instrução e educação, — os

dois requisitos indispensáveis para, com a graça de Deus, poderem viver como

verdadeiros cristãos. Assim lhes desejo e assim seja.

O AUTOR.

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Act. .................................... Atos dos Apóstolos

C. ...................................... Cânon (Direito Canônico).

Cap. ................................... Capítulo.

C. Lit. Rom. ....................... Curso de Liturgia Romana.

Coloss. .............................. Colossenses.

Const. Bisp. ....................... Constituições do Bispado.

Cor. .................................... Coríntios.

C. P. .................................. Concílio Plenário Português.

Deut. ................................. Deuteronômio.

Efes. .................................. Efésios.

Eccli. .................................. Eclesiástico.

Ep. ..................................... Epistola.

Ev. ...................................... Evangelho.

Ex. ou Exod. ....................... Êxodo.

Filip. ................................. Filipenses.

Gal. ................................... Gálatas.

Gen. .................................. Gênesis.

Heb. ................................... Hebreus.

Is. ....................................... Isaías.

Jo. ..................................... João.

Lev. ................................... Levítico.

Luc. ......... .......................... Lucas.

Macab. .............................. Macabeus.

Mar. ......... ....................... Marcos.

Mat. ................................... Mateus.

Par. .................................... Paralipômenos.

Ped. ................................... Pedro.

Pont. Rom. ......................... Pontifical Romano.

Rit. Rom. ............................ Ritual Romano.

Rom. .................................. Romanos.

S. ....................................... Santo.

Sap. ................................... Sapiência.

S. C. R. e S. C. R. ........ Sagrada Congregação dos Ritos.

Sess. ................................... Sessão.

Tessal. ............................... Tessalonicenses.

S. Teológ. ........................... Suma Teológica.

Tiag. .................................. Tiago.

Timót. ................................ Timóteo.

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A

ABADE é o Padre Superior dum Mosteiro. Em Dioceses de Portugal também se dá o

nome de Abade aos Párocos das freguesias, e o povo também chama Abade a

qualquer Sacerdote.

ABADESSA é a Superiora duma Comunidade nos Mosteiros de Religiosas.

ABADIA é a igreja, ou também o território, dum Mosteiro, cujo superior tem o título

de Abade.

ABANDONO À DIVINA PROVIDÊNCIA é a nossa inteira

conformidade com as disposições da vontade de Deus. É muito racional este

abandono, por mais misteriosa que seja a vontade divina, porque Deus ama-nos

e quer o nosso bem, conhece as nossas necessidades e pode sempre auxiliar-nos.

A um tal abandono nos convida Jesus, dizendo: «Não andeis cuidadosos da

vossa vida, de que vos sustentareis, nem do vosso corpo de que vos vestireis.

Olhai para as aves do céu, que não semeiam nem ceifam, nem recolhem em

celeiros, e contudo vosso Pai celestial as sustenta. Porventura não sois vós mais

do que elas? Procurai primeiro que tudo o reino de Deus e a sua justiça, e todas

estas coisas vos serão dadas em acréscimo». Ev. S. Mat. VI, 25 e segs.

Jesus não reprova as nossas preocupações legítimas relativas às necessidades da

vida; o que condena é a ansiedade exagerada, que provém do apego às coisas do

mundo e da falta de confiança em Deus.

ABORTO. Aquele que procura produzi-lo, sem excetuar a mãe, incorre em pena de

excomunhão reservada ao Bispo, quando o efeito se realiza. C. 2350. É

gravíssimo o crime daquele que provoca um aborto ou o consente, pois o mesmo

é que matar um inocente que não se pode defender.

ABSOLVIÇÃO é uma sentença que o Sacerdote confessor pronuncia em nome de

Jesus Cristo, no tribunal da Penitência, em favor do seu penitente. Pela

absolvição são perdoados todos os pecados àquele que ali os confessa com

arrependimento, e com propósito de não mais cair em pecado e de cumprir a

penitência que o Confessor lhe impuser.

Há vários casos em que o Confessor pode e deve negar a absolvição àquele que

se confessa. Citam-se alguns: quando o que se confessa não quer restituir os

bens que furtou; — quando não quer reparar, quanto possível, o escândalo

público que causou; — quando não quer deixar a ocasião próxima do seu

pecado; — quando exerce uma profissão diretamente contrária aos bons

costumes; — quando não manifesta arrependimento sincero dos pecados que

confessa (Rit. Rom.), porque, em tais casos, o pecador não se apresenta com a

disposição essencial, que é a contrição, para ser absolvido.

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ABSTINÊNCIA consiste em não comer carne nem caldo de carne em alguns dias

determinados pela Igreja. São dias de abstinência; a) todas as sextas-feiras do

ano; b) quarta-feira de Cinzas e das Quatro Têmporas; c) sábados da Quaresma e

das Quatro Têmporas; d) vigílias do Natal, do Pentecostes, da Assunção e de

Todos os Santos, salvo os privilégios da Bula e do Indulto pelo qual só são dias

de abstinência a) sextas-feiras do Advento, da Quaresma e das Quatro Têmporas

b) vigílias do Pentecostes, Assunção de Nossa Senhora, Todos os Santos e Natal.

Por lei da Igreja são obrigados à abstinência todos os cristãos que completem

sete anos de idade e que não estejam legitimamente dispensados. A abstinência é

recomendada pelo Apóstolo São Paulo, quando diz: «Bom é não comer carne

nem beber vinho, nem coisa em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou

enfraqueça» (na fé). Ep. Rom. XIV, 21. A Igreja impõe este preceito para que

façamos penitência dos pecados passados, evitemos os futuros, mortificando a

gula e paixões e santifiquemos as principais épocas e festas do ano. O uso de

qualquer comida só constitui pecado por ser proibido pela lei da Igreja, ou por

ser prejudicial à saúde, pois, se não é coisa má comer carne ou beber vinho, é

coisa má transgredir a lei da Igreja ou prejudicar a saúde.

AÇÃO CATÓLICA é a participação dos leigos no apostolado da Hierarquia; isto

é, uma instituição de católicos militantes, uma santa milícia, um exército de

apóstolos, de ativos e generosos auxiliares da Hierarquia eclesiástica, sob a

direção dos Bispos. A Ação Católica constitui um verdadeiro apostolado. Todos

os seus diretores e promotores devem ser católicos praticantes, convictos da sua

fé, solidamente instruídos na doutrina religiosa, dotados de verdadeira piedade,

de virtudes varonis, de costumes tão puros e vida tão ilibada que sirvam de

exemplo eficaz para todos. A Ação Católica deve consistir essencialmente em

duas coisas: na fase de formação para a vida católica, e na fase de ação, isto é,

na comunicação da vida adquirida durante a fase de formação. O fim essencial

das obras da Ação Católica é a formação dos militantes que operarão nos seus

meios.

ACOLITATO é uma das quatro Ordens Menores, pela qual é conferido o poder de

acender velas para a Missa, e de ministrar ao celebrante as galhetas com água e

vinho.

ACÓLITO é aquele que recebe a Ordem de Acolitato. Atualmente o ministério

próprio do acólito é exercido pelo sacristão, o qual pode usar batina e sobrepeliz

quando faz o ofício de acólito.

ATO HERÓICO DE CARIDADE consiste em oferecer a Deus, pelas almas

do Purgatório, mentalmente ou por meio de alguma fórmula, todas as obras

satisfatórias que o oferente fizer durante a vida, e todos os sufrágios que fizerem

por ele depois da sua morte. Este ato, posto que lhe dêem o nome de voto, não

obriga sub gravi, e pode ser rescindido pelo próprio oferente.

ATO HUMANO é o ato que o homem quer praticar, sabendo o que faz. Para que o

homem produza um verdadeiro ato humano e dele tenha a responsabilidade, não

é necessário que conheça com toda a perfeição o que faz e que nisso consinta

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plenamente; basta que haja um conhecimento imperfeito e um consentimento

livre, embora com hesitação e alguma relutância. O ato humano é bom, se direta

ou indiretamente é ordenado pela razão e de harmonia com a lei eterna ao fim

último; é mau, se, por estar em desarmonia com a razão e a lei eterna, afasta do

fim último para que o homem foi criado. Se o ato é bom, produz algum bem e

merece recompensa; se é mau, produz algum mal, e merece punição. É nosso

interesse fazer sempre o bem e evitar tudo o que seja mal; e em todos os nossos

atos devemos ter em vista agradar a Deus, para merecermos recompensa eterna.

ATOS DOS APÓSTOLOS é o livro do Novo Testamento que segue

imediatamente ao Santo Evangelho. Compreende a história de trinta anos, desde

a morte de Jesus Cristo até ao ano 63 da era vulgar. O seu autor é o Evangelista

São Lucas, que descreve todas as coisas notáveis que os Apóstolos fizeram por

inspiração do divino Espírito Santo. Este livro é uma perfeita e admirável

imagem da Igreja nascente.

ADIVINHAÇÃO é o conhecimento de coisas ocultas por obra do demônio. É uma

espécie de curiosidade quanto ao fim, mas quanto ao modo de a satisfazer é uma

espécie de superstição. Não é lícita, quer seja por invocação do demônio, ou

pelos astros, ou pelos sonhos, ou por sortes, ou pelos lineamentos das mãos. Cai

neste pecado de adivinhação não só o adivinho ou feiticeiro mas também aquele

que o consulta, por querer saber, por obra do demônio, alguma coisa oculta,

presente ou futura.

ADORAÇÃO é ato de culto de latria devido só a Deus, nosso Criador e supremo

Senhor. De três modos devemos adorar a Deus: com adoração interior, que

consiste em fazer atos de fé, de esperança, de amor, de gratidão, de submissão,

apenas com pensamento; — com adoração exterior, manifestando o nosso

pensamento por meio de sinais sensíveis, tais como a genuflexão, a oração

vocal, o sacrifício, e outros atos semelhantes; — com adoração social ou

pública, que consiste na oração feita em comum, na assistência à Missa e a

outros atos de culto público. — Podemos adorar a Deus em toda a parte, mas a

igreja é o lugar mais próprio para manifestarmos a Deus o nosso culto de

adoração — A adoração é devida igualmente a Jesus Cristo, porque é igualmente

Deus. Devemos, pois, adorar a Deus não só com atos exteriores, mas de maneira

que esses atos sejam a expressão sincera do amor que nos merece. Assim disse

Jesus Cristo: «Deus é Espírito, e é necessário que aqueles que O adoram, O

adorem era espírito e em verdade». Ev. S. Jo. IV, 24.

ADRO era um pátio quadrado junto à igreja, no meio do qual, antigamente, havia

uma fonte com uma taça, onde os fiéis lavavam as mãos e o rosto antes de

entrarem na igreja, símbolo da purificação dos pecados. Na taça da fonte

estavam gravadas estas palavras: «Lavai os vossos pecados e não o vosso rosto».

Esse uso desapareceu, e a taça foi substituída pelas pias de água-benta à entrada

interior da igreja, para os fiéis, tocando-a com devoção, serem purificados dos

pecados veniais.

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ADULAÇÃO é o excesso de louvores dirigidos a alguém para lhe ser agradável, ou

por causa de algum lucro. É pecado sobretudo quando se faz com intenção de

prejudicar, ou com escândalo.

ADULTÉRIO é a cópula entre pessoa casada e outra que não seja o seu cônjuge. É

pecado mortal contra a castidade, e também contra a justiça, porque viola o

direito do cônjuge inocente; é uma profanação da santidade do Matrimônio; é

uma quebra da promessa feita solenemente à face da Igreja. O Apóstolo São

Paulo condena o adultério, dizendo que os adúlteros serão excluídos do Reino de

Deus. Ep. I Cor. VI., 9. Aquele que pratica adultério, com o fim combinado de

casar com o seu cúmplice após a morte do legítimo cônjuge, não pode

validamente contrair tal matrimônio. C. 1075.

ADVENTO é o tempo de quatro semanas anteriores à festa do Natal. O primeiro dia

do Advento ocorre no fim de Novembro ou primeiros dias de Dezembro, e com

ele começa o ano litúrgico ou ano eclesiástico. Quer a Igreja que durante o

tempo do Advento os fiéis se preparem com a oração e o jejum, para

comemorarem cristãmente a vinda ou o nascimento de Jesus Cristo. — As

sextas-feiras do Advento são de abstinência sem jejum, mesmo para os fiéis que

têm o Indulto Quaresmal.

AFILHADO é o indivíduo que tem um padrinho quando recebe o sacramento do

Batismo ou o da Confirmação. Deve-lhe respeito especial, porque contrai com o

seu padrinho um grau de parentesco espiritual. Na falta dos pais, o padrinho tem

o direito e o dever de o instruir e educar na Religião Cristã.

AFINIDADE é o parentesco espiritual que resulta dum casamento legítimo entre

cristãos e existe entre o marido e os consanguíneos da mulher, e entre a mulher e

os consanguíneos do marido. É impedimento dirimente do Matrimônio até ao

segundo grau de linha colateral inclusive; em linha reta dirime o Matrimônio em

qualquer grau. C. 1077.

ÁGAPE refeição entre os cristãos dos primeiros séculos da Igreja, para manifestarem

mutuamente os laços de caridade que os uniam. Este banquete começou por ser

uma comemoração da última Ceia de Jesus Cristo, mas não tardou em

desaparecer tal uso.

AGNÓSTICO é aquele que, sem negar a existência de Deus, afirma que não

podemos provar que Deus existe. O agnóstico afirma um erro. Nós sabemos com

certeza que Deus existe, porque sem Deus não se explica nada do que existe,

visto como as coisas não existem por si mesmas, e porque Deus revelou ou

manifestou a sua existência a pessoas que tal nos afirmam e que são dignas de

crédito. Com efeito, desde a primeira geração humana as pessoas mais dignas de

fé afirmam que Deus se revelou aos homens, provando com milagres que era

Deus que se lhes revelava. A existência de Deus é afirmada na história de todos

os povos e em todos os tempos. Tal afirmação não seria universal se não

houvesse a certeza da existência de Deus.

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AGNUS DEI (significa Cordeiro de Deus) é uma breve oração que o Sacerdote

repete três vezes, na Missa, antes de comungar. — Também se dá este nome a

uma espécie de medalha de cera branca, feita dos restos do círio pascal de anos

anteriores, tendo de um lado a efígie de um cordeiro. Por virtude da oração da

bênção, que é reservada ao Papa, a medalha protege contra os perigos das

doenças contagiosas, do mar, do incêndio, das inundações.

AGREGAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO é uma

Associação fundada pelo Venerável Pedro Eymard, fundador da Congregação do

Santíssimo Sacramento, a qual tem por fim desenvolver no povo cristão a

devoção à Sagrada Eucaristia, e especialmente a prática da oração.

ÁGUA BATISMAL é a que os Párocos benzem nas vigílias da Páscoa e do

Pentecostes, segundo as rubricas do Missal, para a administração solene do

sacramento do Batismo. A água simboliza a purificação da alma. — Se a água

estiver demasiado fria, para não prejudicar a saúde da criança que se batiza,

pode acrescentar-se-lhe uma pequena quantidade de água natural, tépida (Rit.

Rom.) A água usada no batismo duma criança não deve cair na água conservada

na mesma pia.

ÁGUA BENTA é aquela sobre a qual o Sacerdote faz uma bênção com orações

prescritas pela Igreja. Serve para aspergir os fiéis antes da Missa conventual,

para aspergir as imagens dos Santos, os paramentos, as casas, os frutos, etc. Está

em pias próprias à entrada das igrejas para os fiéis a tocarem com devoção, e é

recomendável que a tenham em casa para se aspergirem com ela, podendo por

isso ser purificados dos seus pecados veniais.

ALFAIAS são os vários objetos usados nos atos do culto religioso, tais como: o

cálice, a patena, a custódia, os paramentos, etc. O cálice e a patena, para serem

usados na Missa, têm de ser sagrados pelo Bispo diocesano, e não perdem a

sagração por ter desaparecido ou por se ter renovado a douradura, salvo contudo

no primeiro caso a obrigação de os mandar dourar novamente. C. 1305. — Os

cálices, patenas, sanguíneos, corporais e palas usados na celebração da Missa

não devem ser tocados senão por clérigos, ou por seculares de confiança, a quem

esteja entregue a guarda dos mesmos. C. 1306.

ALELUIA Palavra hebraica conservada nas preces litúrgicas, e que significa

«Louvai a Deus». É uma exclamação de alegria, por isso se chama «Sábado de

Aleluia» ao sábado da semana santa, dia em que se comemora a Ressurreição de

Nosso Senhor Jesus Cristo.

ALMA é um espírito imortal, incorruptível, dotado de inteligência e de vontade,

criado por Deus para forma do corpo humano. É criada para cada corpo humano

depois de concebido, e contrai o pecado original no momento da sua união com

o corpo. É operação própria da alma entender o que abstrai das coisas sensíveis

por meio dos sentidos. É pela alma que conhecemos e queremos. Está toda em

todo o corpo e em cada parte do corpo, dando-lhe unidade e vida. Após a morte,

vai imediatamente ou para o Céu, ou para o Purgatório, ou para o Inferno,

segundo a sentença que Deus lhe der, e conserva os conhecimentos adquiridos

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neste mundo. Pode conhecer as ações dos vivos pelas almas que vão entrando na

eternidade, ou pelos Anjos, ou pelos demônios, ou por revelação de Deus, e

pode aparecer aos vivos, mas tal aparição é miraculosa. — A alma, porque é

puramente espiritual, não tem forma, nem peso, nem cor; é invisível, mas todos

vêem os seus efeitos, atos que nenhum corpo é capaz de produzir: entender,

querer, amar, raciocinar. — Devemos querer-lhe mais do que ao corpo. — A

salvação da nossa alma é o negócio mais importante da nossa vida, pois disse

Jesus: «Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se vier a perder a sua

alma?». Ev. S. Mat. XVI. 26. É também um negócio absolutamente pessoal, pois

ninguém pode substituir outrem no trabalho da sua santificação. Ao mesmo

tempo é um negócio urgente, porque a vida é breve e a morte pode chegar

repentinamente. Por isso Jesus preveniu: «Estai preparados». Há quem diga que

a alma não existe, que o homem é apenas um animal aperfeiçoado. Isto é uma

afirmação falsa. Com efeito, se o homem fosse apenas um animal aperfeiçoado,

não haveria entre ele e os outros animais senão uma diferença de grau, isto é, as

faculdades que existem nos animais seriam mais perfeitas no homem, e nele não

haveria mais faculdades que nos animais. Mas sucede o contrário: o homem é

menos forte que o boi, menos ligeiro que o cão, etc. Há no homem faculdades

que nenhum animal possui: a faculdade de pensar, a de compreender, a de julgar,

a de falar, a de progredir, a de prestar culto. Estas faculdades são absolutamente

distintas das faculdades do corpo, são de natureza mais elevada, mais nobre, são

de natureza espiritual. Os animais têm o instinto preciso para se conservarem e

se reproduzirem. Só o homem tem a inteligência indispensável para progredir.

As faculdades que são só do homem existem na alma humana.

ALTAR é a mesa sobre a qual se faz o sacrifício da Missa. Pode ser fixo ou portátil.

É fixo, se a mesa é uma só pedra, embora o suporte seja de alvenaria; é portátil,

se sobre a mesa de alvenaria ou de madeira é colocada uma pedra chamada

pedra d’ara, que é consagrada pelo Bispo e contém relíquias dum Santo Mártir

numa cavidade coberta e cimentada. — Para a celebração da Missa o altar há de

estar coberto com três toalhas de linho, devendo a toalha superior tocar com as

extremidades laterais no chão; há de ter um crucifixo bem visível no meio, com

duas velas de cera em castiçais aos lados. — Sobre o altar não se deve pôr coisa

alguma que não seja precisa para o Sacrifício da Missa, ou que não sirva para

ornato do mesmo altar. — É uso colocar sobre a parte posterior do altar um

degrau ou banqueta, na qual se põem os castiçais, o crucifixo e as flores; embora

estas sejam permitidas como ornamento, não se deve esquecer que o melhor

ornamento do altar é a limpeza, o asseio. — O altar deve ter um supedâneo, isto

é, deve haver junto ao altar um estrado do comprimento do mesmo, e bastante

largo para o celebrante da Missa poder fazer a genuflexão sem pôr o pé fora. —

O altar em que se conserva o Santíssimo deve ser o mais ornamentado de todos,

para que o mesmo, desta forma, excite a devoção e piedade dos fiéis (C. 1268).

— Não pode o crucifixo ser colocado diante da porta do sacrário, nem sobre o

trono em que se costuma expor o Santíssimo na custódia (S. C. R.). — É

proibido colocar sobre o altar outro lume que não seja o de cera (S. C. R.). —

Com consentimento do Bispo, pode colocar-se a imagem do Coração de Jesus

por detrás do sacrário (S. C. R.), mas é preferível que fique ao lado, podendo ser.

— Sem licença do Bispo, não é permitido colocar de novo, na igreja, quaisquer

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altares, imagens de Santos, ou transferir de lugar, uns e outros, nem abrir nichos

nas paredes, destinados a imagens de Santos (C. P.).

ALTAR PRIVILEGIADO é aquele em que à Missa nele dita e aplicada por

uma alma, anda ligado o privilégio de uma Indulgência Plenária. No dia da

Comemoração dos Fiéis Defuntos todas as Missas gozam desse privilégio, como

se fossem celebradas em altar privilegiado. Igualmente são privilegiados todos

os altares da igreja, nos dias em que nela se faz a solenidade das Quarenta Horas

(C. 917). O Bispo pode designar um altar privilegiado em cada igreja paroquial

(C. 916).

ALVA é uma veste de linho ou cânhamo, que o Sacerdote põe sobre a batina,

nalgumas funções litúrgicas, cobrindo-a totalmente. Pelo seu comprimento e

brancura, a alva recorda ao Sacerdote a perseverança nas boas obras, a gravidade

que deve acompanhar as funções sagradas, e a pureza com que deve subir ao

altar. — A alva era uma veste de dignidade entre a nobreza romana. A Igreja

adotou-a, porque não há dignidade igual à do Sacerdote. — A alva deve ser

benzida antes de começar a ser usada.

AMENTA é uma oração que o Pároco faz (onde há esse costume) pelos defuntos da

sua paróquia. Geralmente é feita ao domingo, antes da Missa paroquial. Por essa

obra de piedade recebe dos seus paroquianos uma determinada oferta.

AMITO é uma veste litúrgica feita de linho ou de cânhamo, de forma retangular,

bastante ampla para envolver a cabeça e cobrir as espáduas do Sacerdote quando

tem de vestir a alva. — Começou a ser usado nas frias e vastas igrejas da Idade

Média, como precaução, nos Ofícios divinos, para a conservação da voz. Cobria

primitivamente, até ao aparecimento do barrete, a cabeça e o pescoço do

sacerdote. Recorda ao Sacerdote o cuidado que deve ter em omitir, durante o

Sacrifício da Missa, toda a palavra estranha ao ato que pratica, e que o deve

ocupar inteiramente. — O amito deve ser benzido antes de começar a ser usado.

AMIZADE é o amor de mútua benevolência, fundado sobre alguma comunicação.

Conserva-se e aumenta com o exercício de obras amigáveis, pela meditação e

pela recompensa de benefícios. Cinco coisas são próprias da amizade: querer

estar e conviver com o amigo, querer-lhe bem, fazer-lhe bem, conversar com ele

amigavelmente, manter-se em concórdia com ele. Pode haver discrepância de

opiniões entre os amigos, conservando, todavia, a amizade e a paz. O homem

deve sofrer corporalmente pelo amigo, mas não deve sofrer detrimento

espiritual.

AMOR é a complacência do amante no amado, é um movimento unitivo da alma, que

se compraz no bem, um atrativo poderoso que nos impele para um objeto, ou por

causa da sua bondade (amor de benevolência), ou pelas vantagens que a sua

posse nos oferece (amor de concupiscência). A origem do amor encontra-se na

simpatia natural que existe entre a vontade e o bem; simpatia tal que não é

possível a vontade aperceber-se do bem sem que se mova a amá-lo. É tão

estreita a relação que existe entre a vontade e o bem, que sendo-lhe proposto o

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mal sob aparências de bem, também o ama, mas detestá-lo-ia se o apreendesse

como mal.

O amor de Deus causa bondade nas coisas; em nós causa amor. Deus deve ser

amado sobre todas as coisas, e devemos amar a Deus mais do que a nós mesmos.

Disse Jesus: «Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua

alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças». (Ev. S. Mar. XII,

30). Para cumprir este preceito, devemos: procurar conhecer Deus e a sua Lei,

ter as nossas afeições unidas a Deus, preferir Deus a tudo, dedicar as nossas

forças ao serviço de Deus, tomar Deus como objeto principal dos nossos

pensamentos. O amor a Deus manifesta-se não tanto por palavras como por

obras; assim o disse Jesus: «Se me amas, guarda os meus mandamentos. Aquele

que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama». (Ev. S. Jo.

XV, 15 e 20).

O nosso amor próprio, ou o amor que temos a nós mesmos, posto que seja

natural o bom, dentro dos justos limites, por causa dos excessos a que arrasta,

torna-se um agente muito perigoso. O amor desordenado de nós mesmos é o

princípio de toda a culpa, e é origem de todas as paixões más e de todas as

desordens da vida. Por isso é preciso combater eficazmente o amor próprio, até

que se sujeite e se submeta ao que o amor de Deus exige, e não subtraia o que ao

amor do próximo é devido.

Devemos amar o próximo como a nós mesmos. Assim foi preceituado por Jesus

Cristo, dizendo: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» (Ev. S. Mat. XXII,

39). E acrescentou: «Assim como quereis que vos façam os homens, da mesma

sorte fazei vós a eles também» (Ev. S. Luc. VI, 31). O amor ao próximo tem

olhos que vêem as necessidades de seja quem for, tem ouvidos que ouvem as

súplicas dos necessitados, tem coração que se compadece das misérias alheias,

tem mãos que praticam o bem, tem pés que caminham em procura das misérias

escondidas. E, se tem dinheiro, tem também uma bolsa sempre aberta para

socorrer os pobres que necessitam de dinheiro.

De entre o nosso próximo, os nossos consanguíneos devem ser mais amados que

os outros, e os filhos mais do que os irmãos.

Devemos amar os nossos inimigos, não como inimigos, mas por serem nosso

próximo. Também é preceito de Jesus Cristo: «Amai os vossos inimigos; fazei

bem aos que vos têm ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam» (Ev. S.

Mat. V, 44). «O nosso amor para os nossos inimigos, é verdadeiro quando nos

não afligimos da sua prosperidade ou quando nos não alegramos de suas perdas

e angústias», diz São Gregório Magno.

AMOS são pessoas que recebem em sua casa, para serviços que não podem ou não

querem fazer, outras pessoas que lhes prestam esses serviços a troco de um

ordenado estabelecido em contrato. Devem: pagar aos seus criados, com

exatidão, o que foi contratado; poupá-los a trabalhos excessivos ou demasiado

pesados para a idade ou para as forças que têm; dar-lhes o necessário para a sua

alimentação: tratá-los com bondade, antes aconselhando do que repreendendo, e,

tendo de castigar, castigando com caridade, paternalmente; vigiar sobre a sua

conduta moral, dar-lhes bom exemplo, facilitar-lhes o cumprimento das

obrigações da vida cristã; considerá-los como irmãos pobres e humildes, que

procuram abrigo e pão em casa dos seus irmãos ricos, a troco dos serviços

grosseiros e pesados da casa.

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ANÁTEMA é a pena de excomunhão aplicada solenemente pela Igreja ao cristão

por algum crime grave que pratica. O cristão anatematizado fica excluído da

comunhão dos bens espirituais da Igreja (C. 2257, 2262).

ANIQUILAÇÃO. Se Deus retirasse a sua ação conservadora sobre as criaturas,

tudo seria subitamente reduzido ao nada. Mas é da ordem da divina Providência

não aniquilar nenhuma criatura; nem mesmo aniquila os pecadores, para que a

justiça não seja sem misericórdia, e para que a pena corresponda à culpa. O

nosso corpo após a morte é reduzido a pó, mas não é aniquilado, e ressuscitará

no fim do mundo.

ANJOS são espíritos sem corpo criados por Deus para O louvarem, servirem,

amarem e gozarem por toda a eternidade. Muitos, porém, tornaram-se soberbos,

e Deus expulsou-os para o Inferno, onde sofrem eternamente o castigo do seu

pecado. A existência dos Anjos é muitas vezes afirmada na Sagrada Escritura. A

respeito dos Anjos que pecaram disse Jesus Cristo: «Retirai-vos de mim,

malditos, para o fogo do Inferno que está preparado para o diabo e para os seus

anjos» (Ev. S. Mat. XXV, 41). Quanto aos Anjos fiéis, disse: «Os meus Anjos

vêem sempre a face de meu Pai que está nos Céus» (Ev. S. Mat. XVIII, 10).

Os Anjos do Céu — Anjos bons — protegem os homens contra muitos males, e

cada pessoa tem um Anjo da Guarda, ao qual deve recorrer todos os dias,

invocando-o em seu auxílio, para que o livre de cair em tentação, e de ser vítima

de algum perigo. Por isso devemos invocá-los e amá-los. Os Anjos do Inferno

— Anjos maus ou demônios — são inimigos da nossa alma, tentam-nos para o

pecado a fim de cairmos no Inferno. Por isso devemos estar vigilantes contra a

tentação, e desprezá-la.

ANTICRISTO. Nome por que é designado aquele que será o chefe de todos os

maus em malícia completa, e cuja vinda, segundo o pensar dos teólogos, é um

dos sinais do fim do mundo. O Apóstolo São Paulo chama-lhe o «homem do

pecado», filho da perdição, que suscitará contra a Igreja a maior de todas as

perseguições; que fará milagres falsos e aparentes, com os quais muitos hão de

ser enganados; que se assentará no templo de Deus, ostentando-se como se fosse

Deus. Mas Jesus Cristo o matará com o sopro da Sua boca, o destruirá com o

esplendor da Sua vinda (Ep. 2, Tessal. II, 8). O Anticristo só virá pouco tempo

antes do fim do mundo, e depois que o Santo Evangelho tiver sido pregado em

todo o mundo e a todos os povos da terra (Ev. S. Mar. XIII).

APARIÇÃO DOS ESPÍRITOS. Deus permite que os Anjos apareçam aos

homens, não quando os homens querem, mas quando Deus quer. Para que os

homens os vejam, os Anjos assumem ou tomam um corpo formado

misteriosamente. — Também quando Deus quer, os mortos aparecem aos vivos,

mas essa aparição é feita por operação dos Anjos ou dos demônios. Deus

permite tais aparições unicamente para instrução dos vivos e para benefício das

almas do Purgatório. Devemos, todavia, ser muito reservados quanto à aceitação,

como verdadeiras, de todas as coisas que se contam como aparições de espíritos.

São possíveis, mas são raras.

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APOCALIPSE é o último livro do Novo Testamento, e com ele terminam as

Sagradas Escrituras. Foi escrito pelo Apóstolo São João quando esteve

degredado na ilha de Patmos por ordem do imperador Domiciano. O Apóstolo

prediz que a Igreja triunfará após o reinado do Anticristo, e, diz São Jerônimo:

«compreende tantos mistérios quantas são as suas palavras».

APÓCRIFOS (livros) são os livros que certos autores consideram como inspirados

pelo divino Espírito Santo, dando-lhes a mesma autoridade que aos Santos

Evangelhos, mas que a Igreja não admite no número dos livros sagrados do

Novo Testamento.

APOSTASIA é o afastamento total da fé cristã. Ê pecado gravíssimo, filho da

soberba. As principais causas da apostasia dos jovens são: adesão às seitas

maçônicas, as más leituras, as más companhias e as paixões.

APÓSTATA é aquele cristão que renegou da fé e caiu no pecado da apostasia (C.

1325). O apóstata notoriamente reconhecido, morrendo na apostasia, não pode

ter sepultura eclesiástica (C. 1240); nem missa exequial, mesmo de aniversário,

nem outros Ofícios fúnebres públicos (C. 1241).

APOSTOLADO é o trabalho para a salvação das almas. É a grande necessidade

de todos os tempos. Sem apostolado não se salvam as almas, porque não

conhecem Jesus Salvador, não O amam, não praticam a Sua Lei, não participam

dos Seus méritos. Foi essa a missão que Jesus confiou aos Seus Apóstolos, e que

estes transmitiram aos seus sucessores — os Bispos — e de que estes

encarregaram os seus auxiliares — os Padres. O apostolado dos Bispos e dos

Padres, atualmente, é insuficiente para chegar a todas as almas; os leigos são,

por isso, chamados à obra do apostolado. Não devem recusar a sua cooperação;

pelo contrário, devem acudir, pressurosos, a receber a honra que lhes é

oferecida, e desempenhar-se com a máxima dedicação e diligência da sua

missão. São meios fáceis de fazer apostolado: a oração pelos pecadores e pelo

bom êxito do apostolado; — a expiação, aceitando os sofrimentos, o trabalho e

as renúncias que a sua ação exigir; — a palavra instrutiva, educativa, sempre

que haja oportunidade; — o bom exemplo, com uma conduta sempre edificante;

— a bondade, mostrando interesse pelas almas, e desculpando as faltas de

consideração, de gratidão, de delicadeza daqueles a quem se quer fazer bem.

APOSTOLADO DA ORAÇÃO é uma pia união de vontades e esforços para

levar a efeito, frutuosamente, a obra ou apostolado por meio da oração, em nome

de Jesus Cristo e em união com as intenções do Seu divino Coração. São três os

graus deste Apostolado: O 1.° Grau, essencial e comum a todos, é constituído

por aqueles que, estando inscritos num Centro do Apostolado, e tendo Patente

de admissão, oferecem a Deus em cada manhã as obras do dia, segundo as

intenções do Coração de Jesus. O 2.° Grau compreende os que, além do

oferecimento quotidiano, oferecem todos os dias a Nosso Senhor um Pai-Nosso

e dez Ave-Marias, segundo as intenções do Apostolado. O 3° Grau compreende

todos os associados que se comprometem a fazer a Comunhão reparadora

semanal ou mensal pelas mesmas intenções.

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APOSTOLICIDADE é um dos quatro caracteres da Igreja Católica, e significa

que a Igreja Católica é a mesma que os Apóstolos receberam de Jesus Cristo e

estabeleceram no mundo com a sua pregação. O fato é demonstrado pelo

catálogo dos Bispos e dos Papas, que, sem interrupção de tempo, vêm sucedendo

como Pastores da Igreja desde os primeiros Apóstolos de Jesus Cristo, ensinando

a mesma doutrina, o mesmo culto, e mantendo o mesmo regime. Só a Igreja

Católica apresenta esta nota de apostolicidade, nota da verdadeira Igreja fundada

por Jesus Cristo.

APÓSTOLOS foram os doze discípulos que Jesus Cristo escolheu para seremos

continuadores da Sua missão divina entre os homens até ao fim dos tempos. Para

isso lhes comunicou um tríplice poder: ENSINAR — «ensinai todas as gentes a

cumprir o que vos mandei» (Ev. S. Mat. XXVIII, 19); REGER — «tudo o que

ligardes na terra será ligado ao Céu » (Ev. S. Mat. XVIII, 18). SANTIFICAR —

«recebei o Espírito Santo, serão perdoados os pecados a quem os perdoardes»

(Ev. S. Jo , XX, 23). — Jesus Cristo ordenou-os Sacerdotes em Quinta-feira

Santa, quando instituiu a Sagrada Eucaristia, dizendo-lhes: «Fazei isto em

memória de mim». Por este Sacramento receberam o poder de consagrar a

Eucaristia ou de oferecer o Santo Sacrifício.

Os Apóstolos eram homens de condição humilde e ignorantes, mas, tendo

recebido de Jesus e do divino Espírito Santo toda a ciência de que necessitavam

para converter os homens à Religião cristã, dedicaram-se de tal modo à obra do

apostolado que fizeram, de fato, milhões de conversões, e deram a vida por amor

de Jesus Cristo.

ARCEBISPO é o Bispo que preside a uma Província Eclesiástica, o qual tem na

própria Diocese os mesmos direitos e as mesmas obrigações que um Bispo na

sua (C. 272, 273).

ARCIPRESTE é o Sacerdote que o Bispo coloca à frente de um Arciprestado ou

grupo de Paróquias, com os direitos e os deveres estatuídos na legislação

canônica (C. 217). Nalgumas Dioceses o Arcipreste tem o nome de Vigário da

Vara, e o Arciprestado tem o nome de Vigararia.

ARQUICONFRARIA é a Confraria que tem o direito de agregar outras

Associações da mesma espécie; assim como se chama UNIÃO PRIMÁRIA a

que pode agregar outras Pias Uniões (C. 720). Nenhuma Associação pode

validamente agregar outras sem Indulto Apostólico (C. 721). Pela agregação

comunicam-se à Associação agregada privilégios e outras graças comunicáveis,

que à Associação agregante tenham sido ou venham a ser concedidas pela Santa

Sé. Por essa comunicação, a Associação agregante nenhum direito adquire sobre

a agregada (C. 722), mas esta perde todas as Indulgências Papais que antes

tivesse obtido.

ASCENÇÃO DE JESUS CRISTO é comemorada festivamente quarenta

dias após a festa da Ressurreição. Jesus subiu ao Céu por sua própria virtude

com as duas naturezas, divina e humana. Após a Ressurreição apareceu doze

vezes aos seus Apóstolos para os confirmar na fé. Não se sabe onde permaneceu

antes de subir ao Céu. Quinta-feira da Ascensão é dia santo de guarda. Assiste-

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se à missa e não se trabalha. A Ascensão de Jesus ao Céu é um dogma da nossa

fé, expresso no Santo Evangelho (S. Mar. XVI, 19). Como Jesus subiu ao Céu

com a sua natureza humana, também nós podemos subir ao Céu após a nossa

ressurreição. É esta uma verdade que nos conforta durante a passagem por este

mundo.

ASCETA é o cristão que, seguindo a doutrina ascética, se esforça por conseguir a

perfeição da sua vida espiritual.

ASCÉTICA é a doutrina que propõe os exercícios pelos quais podemos, com o

concurso ordinário da graça, tender ativamente à perfeição espiritual. A ascética

insiste mais no lado negativo, mas absolutamente indispensável, da vida

espiritual: no combate ao pecado, às paixões más, ao apego às criaturas e às

imperfeições, e assim nos dispõe para a união com Deus que é a parte mística da

vida espiritual.

ASSOCIAÇÕES PIAS OU RELIGIOSAS DOS FIÉIS. Na Igreja

há três espécies de Associações pias ou religiosas, em que os fiéis se podem

congregar: Ordem Terceira Secular, Confraria, Pia União (C. 700). A primeira

tende a promover entre os associados a perfeição da vida cristã; a segunda visa

especialmente ao incremento do culto público; a terceira procura o exercício de

alguma obra de piedade ou de caridade. Nenhuma Associação é reconhecida na

Igreja se não for ereta ou ao menos aprovada pela legítima Autoridade

eclesiástica, que é o Papa para toda a Igreja, e o Bispo para a sua Diocese;

excetuam-se as Associações, cuja instituição foi reservada por privilégio

Apostólico a outras entidades (C. 686), como, por exemplo, a Confraria do

Rosário, cuja instituição é reservada ao Mestre Geral da Ordem dos Pregadores.

Cada Associação há de ter os seus Estatutos examinados e aprovados pela Santa

Sé ou pelo Bispo do lugar (C. 689). Todas as Associações sem exclusão das que

foram eretas pela Santa Sé, se não tiverem privilégio especial que as isente,

estão subordinadas à jurisdição e vigilância do Bispo do lugar. Salvos os casos

expressamente excetuados, todas as Associações legitimamente eretas podem

possuir e administrar bens temporais, sob a autoridade do Bispo do lugar, a

quem devem prestar contas da sua administração (C. 1525), não sendo, porém,

obrigadas a prestá-las ao Pároco, embora estejam eretas no seu território (C.

691), a não ser que o Bispo determine outra coisa. Para gozar os direitos e graças

espirituais da Associação, é necessário e suficiente que o fiel seja nela

validamente admitido e não seja legitimamente expulso (C. 692). — Não podem

admitir-se validamente os acatólicos, os que pertencem a alguma seita

condenada, os que estão notoriamente incursos em censura, e em geral os

pecadores públicos (C. 693). A mesma pessoa pode ser admitida em várias

Associações, a não ser que se trate das Ordens Terceiras (C 693). A admissão

deve ser feita de harmonia com o direito e com os respectivos Estatutos. Para

que as Pias Associações consigam o seu fim, devem os sócios ou irmãos

santificar-se pelo fiel cumprimento dos Mandamentos da Lei de Deus e da sua

Igreja, pela frequência dos Sacramentos da Penitência e da Comunhão, pelo bom

exemplo ao povo cristão, e pelo exercício das obras de caridade tanto espirituais

como corporais. O Bispo do lugar pode demitir ou expulsar sócios ou irmãos em

todas as Associações (C. 696), a não ser que por indulto apostólico estejam

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isentas. Os associados podem sair da Associação por sua própria renúncia, e não

são obrigados sob culpa a observar os Estatutos da Associação, nem podem ser

coagidos a isso por meio de penas eclesiásticas.

O Pároco, não sendo irmão, não pode intervir no regime da Associação, a não

ser que seja seu Diretor ou delegado do Bispo, ou que isso seja permitido pelos

Estatutos. A ordem de precedência entre Associações de pessoas leigas é a

seguinte: 1 — Ordens Terceiras; 2 — Arquiconfrarias; 3 — Confrarias ou

Irmandades; 4 — Pias Uniões Primárias; 5 — Outras Pias Uniões.

Dissolvida que seja a Associação, os bens não pertencem aos associados, mas

devem ser aplicados pela Autoridade eclesiástica competente para outro fim

piedoso (C. 1501). Salvos os direitos legitimamente adquiridos, a vontade dos

fundadores e benfeitores e os Estatutos da Associação.

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA. É doutrina da Igreja que a Virgem

foi elevada ao Céu em alma e corpo após a sua morte. Em memória deste fato

celebra-se a festa da Assunção no dia 15 de Agosto.

Os Portugueses têm um motivo especial para solenizar a festa da Assunção de

Nossa Senhora: foi na véspera desse dia, em 14 de Agosto de 1385, que D. Nuno

Álvares Pereira firmou a independência de Portugal, derrotando os Castelhanos

na batalha de Aljubarrota. É dia santo de guarda.

ATEU é aquele que não crê na existência de Deus. O ateu é néscio e insensato,

porque, conhecendo o mundo e a sua grandeza, ignora o seu Autor, e,

observando as leis admiráveis do Universo, nega o seu Ordenador.

ATRIBUTOS DIVINOS são perfeições que, segundo o nosso modo de ver,

atribuímos à essência divina: a eternidade (quer dizer que não tem princípio nem

fim); a imensidade (quer dizer que está presente em todas as coisas); a

imutabilidade (quer dizer que não muda nem no entender nem no querer): a

onipotência (quer dizer que pode tudo o que não é contrário às suas perfeições),

a bondade (quer dizer que é bom em si mesmo e comunica os seus bens a todas

as criaturas); a justiça (quer dizer que aprecia todas as coisas segundo o seu

valor real e dá a cada um segundo o mérito das obras que fizer); e outras

perfeições.

ATRIÇÃO é o arrependimento e a detestação do pecado por motivo sobrenatural

distinto da caridade, como por exemplo: o medo do Inferno, a perda do Céu, a

consideração da maldade do pecado. A atrição, também chamada «contrição

imperfeita», é suficiente para obter o perdão dos pecados no Sacramento da

Penitência, pois a detestação do pecado, segundo Santo Agostinho, não se pode

separar de um certo princípio de amor de Deus; não se aborrece verdadeiramente

o pecado senão quando se principia a amar a Deus.

AUDÁCIA é um movimento da alma que nos leva a combater com vigor a

dificuldade que se opõe à aquisição de um bem esperado. É necessário não

confundir a audácia com o ímpeto natural; este move a atacar com bravura o mal

e as dificuldades em vencê-lo, mas no meio da luta enfraquece e faz voltar as

costas ao inimigo — é a covardia. Também é necessário não permitir que a

audácia degenere em temeridade, para evitar excessos perigosos; deve ser

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sempre regulada pela prudência, de sorte que não empreenda qualquer ação que

seja superior às suas forças ou contrária à razão.

AURÉOLA DOS SANTOS (coroa de ouro). Designa-se por este nome o

prêmio especial que Deus dá aos Santos, correspondente a virtudes especiais,

tais como o martírio, a ciência, a virgindade, ele.

AUTORIDADES legítimas na sociedade civil, quaisquer que sejam, têm o poder

que Deus lhes comunica, visto como «todo o poder vem de Deus » (Ep. Rom.

XIII, 1), que é o único Senhor absoluto. — As Autoridades não dispõem de um

poder ilimitado, nem podem usá-lo contra a lei natural nem contra a lei divina

positiva.

Como a sociedade foi instituída para o bem comum dos cidadãos, aqueles que à

sociedade presidem devem trabalhar por que o bem comum dos cidadãos, quer

material, quer espiritual, seja uma realidade. Devem pois: pôr em prática os

meios de fazer prosperar material e moralmente o País; distribuir com justiça os

diversos encargos e favores da administração pública; fazer leis justas, sempre

de harmonia com a lei natural e a lei divina positiva; manter a ordem social,

proteger os bons costumes, promover e proteger as Associações particulares que

têm por fim o bem material, intelectual ou moral dos seus associados.

Todos os homens constituídos legitimamente em autoridade devem considerar-

se e ser considerados como ministros de Deus para o bem dos que lhe são

inferiores. O Apóstolo São Paulo escreve: «Toda a pessoa esteja sujeita aos

poderes superiores, porque não há poder que não venha de Deus. Aquele pois

que resiste ao poder, resiste à ordenação de Deus. E os que lhe resistem, a si

mesmos atraem a condenação. Porque os Príncipes não são para temer quando se

faz o que é bom, mas quando se faz o que é mau. Queres pois não temer o

poder? Faz o bem, e terás louvor dele, porque é ministro de Deus para o bem.

Mas se fizeres o mal, teme, porque não é debalde que ele traz a espada» (Ep.

Rom. XIII, 4).

AVARENTO é o escravo do vício da avareza, quer seja rico, quer seja pobre. O

avarento é um infeliz; escravo dos bens que possui, não tem coragem para os

gozar.

AVAREZA é um dos sete pecados capitais. É o amor desordenado aos bens do

mundo, principalmente ao dinheiro. A avareza manifesta-se: se nos alegramos

desordenadamente pela posse da riqueza ou nos afligimos desordenadamente

pela sua perda; se usamos meios injustos e criminosos em a procurar; se a

procuramos com demasiada cobiça; se não socorremos os pobres conforme

podemos.

São efeitos da avareza: a dureza do coração, a inquietação do espírito, a fraude, a

traição, a indiferença pelos bens do Céu. São remédios contra a avareza: a

oração, a esmola, a meditação da morte, a recordação das palavras de Jesus

Cristo, que disse: «Guardai-vos de toda a avareza, porque a vida de cada um não

está na abundância das coisas que possui» (Ev. S. Luc. XII, 15). O Apóstolo São

Paulo adverte-nos, dizendo: «Sejam os vossos costumes isentos de avareza,

contentando-vos com o que tendes, porque Deus mesmo disse: não te deixarei

nem te desampararei; de maneira que possamos dizer com confiança: «o Senhor

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é quem me ajuda, não temerei o que me possa fazer o homem» (Ep. Heb. XIII, 5,

6).

É insensatez pôr o homem as suas esperanças na riqueza para a conservação e

gozo da vida. A vida dos ricos não é mais nem menos crucificada que a dos

pobres, se for da vontade de Deus enviar-lhes o sofrimento, ou encurtar-lhes a

existência.

AVE-MARIAS é uma devoção que consiste em saudar a Virgem Maria quando

toca o sino, de manhã, ao meio-dia e ao sol-posto, rezando três Ave-Marias em

memória dos mistérios da Encarnação e da Anunciação. É uma prática

antiquíssima e enriquecida com muitas Indulgências. Lucram as mesmas

Indulgências os fiéis que, ouvindo o toque do sino, rezarem às horas devidas,

assim como os que, não sabendo as orações, rezarem cinco Ave-Marias.

AVERSÃO é um movimento da alma que nos afasta de um mal iminente. Sentimo-

la quando se apresenta ao nosso Espírito alguma coisa que julgamos ser-nos

nociva ou perniciosa; instintivamente produz-se em nós um movimento de

repulsa e uma repugnância invencível, que nos dispõe a evitá-la. Porque a

aversão pode ser o produto mórbido da natureza mal educada, devemos procurar

vencer as nossas repugnâncias, praticar as virtudes que desagradam à natureza, e

evitar tudo o que pode oferecer algum obstáculo ao nosso progresso espiritual.

ÁZIMO é o pão fabricado sem fermento, do qual se fazem as hóstias que hão de ser

consagradas na Missa, conforme o uso na Igreja Latina, a qual tem por certo que

Jesus Cristo, na última Ceia, consagrou o pão ázimo. Todavia, a Igreja ensina

que não é inválida a consagração Eucarística com o pão fermentado, como usa a

Igreja Grega.

B

BÁCULO é o bastão do Bispo, Pastor dos fiéis, o emblema do seu poder pastoral.

BALDAQUINO é uma espécie de dossel sustentado por colunas, que serve de

ornamento a um altar ou a um trono, para se colocar nele a custódia com a

Sagrada Hóstia, na exposição solene do Santíssimo Sacramento. Não pode ser

colocado o crucifixo sobre o trono em que se costuma expor o Santíssimo na

custódia (S. C. R.).

BATISMO é um sacramento que Jesus Cristo instituiu para apagar o pecado original

e fazer o homem cristão, filho de Deus e herdeiro do Céu. Ninguém se pode

salvar sem ser batizado. Assim o afirmou Jesus Cristo, dizendo: «Aquele que

não renascer da água e do Espírito Santo não pode entrar no reino de Deus» (Ev.

S. Jo. III, 5). Em consequência desta necessidade, Jesus ordenou aos seus

Apóstolos que fossem por todo o mundo pregar o Evangelho a todos os homens,

batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo (Ev. S. Mat.

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XXVIII, 19). A necessidade do batismo é tão urgente para a salvação que,

havendo impossibilidade de o receber, pode ser suprido pelo martírio (batismo

de sangue), ou por um ato de amor (batismo de desejo). Esta afirmação é

fundada na Sagrada Escritura.

Disse Jesus: «Aquele que me confessar diante dos homens, também eu o

confessarei diante de meu Pai que está no Céu» (Ev. S. Mat. X, 32). Portanto,

aquele que dá a vida pela fé em Jesus será recompensado com a glória do Céu.

Disse também Jesus: «Aquele que me ama é amado de meu Pai, e eu o amo»

(Ev. S. Jo. XVI, 27). Aquele que é amado de Deus e de Jesus, está na sua divina

graça, é isento de pecado, é herdeiro do Céu.

Todo o ser humano pode receber o sacramento do Batismo. Portanto todos os

fetos abortivos devem ser batizados: aqueles de que houver dúvidas se são vivos,

e os que não têm figura humana são batizados sob condição. As crianças

expostas ou encontradas, se após diligente investigação não houver a certeza do

seu Batismo, são batizadas sob condição. Se a mãe falecer antes do parto, o filho

será extraído pelos competentes e batizado se ainda viver; duvidando-se se ainda

vive, batiza-se sob condição. — Os recém-nascidos devem ser batizados quanto

antes (C. 770). — Os adultos, fora do caso de necessidade, não podem ser

batizados sem que o queiram, e sem conhecerem que Deus existe, que é

Remunerador, e o mistério da Santíssima Trindade. Duvidando-se se algum

adulto foi batizado, não se lhe administre o sacramento sem ouvir o Bispo, salvo

em caso de necessidade (C. P.). — As crianças batizadas em casa em perigo de

vida, se foram verdadeiramente batizadas e viverem, serão levadas à igreja

somente para serem feitas as cerimônias complementares do Batismo. Se houver

dúvidas sobre a realidade do Batismo, serão batizadas sob condição.

A Administração do sacramento do Batismo é reservada ao Pároco do local em

que moram os pais do batizando. Em perigo de morte, o batismo pode ser

administrado por qualquer pessoa, mesmo pelo pai ou mãe do batizando, se não

houver mais ninguém que batize, contanto que observe a forma da Igreja, isto é:

que deite água sobre a cabeça do batizando três vezes, dizendo ao mesmo tempo:

«Eu te batizo em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo». — Fora do

perigo de morte, nem mesmo o Bispo pode permitir o Batismo privado, a não ser

que se trate de hereges adultos, que hajam de ser batizados condicionalmente (C.

759). — Esforçar-se-ão os Párocos para que seja posto ao batizado um nome

cristão, e, se o não puderem conseguir, acrescentem ao nome imposto pelos pais

o de algum Santo, escrevendo no assento do Batismo os dois nomes (C. 761).

Escreva-se entre parêntesis o nome não cristão.

Não se deve batizar ninguém solenemente sem ter o seu padrinho, sendo isso

possível. Até mesmo no Batismo privado deve haver padrinho, se facilmente se

poder conseguir. Se não o houver, tenha-o ao suprir as cerimônias do batismo,

embora nesse caso não contraia parentesco espiritual (C. 762). Só pode ser

admitido um padrinho no Batismo, ou quando muito dois. Se for um, pode ser de

qualquer sexo; se forem dois, deve ser um do sexo masculino e outro do sexo

feminino (C 764). Pelo Batismo somente o batizante e os padrinhos contraem

parentesco espiritual com o batizado (C. 768). O padrinho deve: ser batizado,

não pertencer a alguma seita herética ou cismática, ter atingido o uso da razão,

ter intenção de assumir esse encargo, no ato do Batismo sustentar ou tocar

fisicamente, por si ou por procurador, o batizando (C. 765). Sejam afastados

nominalmente do múnus de padrinho os concubinários públicos (quer ligados

pelo contrato civil ou não), os duelistas, os que proíbem que seus filhos se

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batizem ou recebam a primeira comunhão, os que impedem que os seus

domésticos cumpram os preceitos da Igreja, assim como os que divulgam

doutrinas contrárias à Religião, se isso constar publicamente (C. P.).

Para o efeito das cerimônias do Batismo são consideradas crianças ou infantes os

que ainda não atingiram o uso da razão, e a estes são equiparados os dementes

desde a infância, seja qual for a sua idade; adultos são os que têm o uso da razão

(C. 745).

O lugar próprio para a administração solene do Batismo é o batistério da igreja

ou capela pública (C. 773). O Batismo privado em caso de necessidade urgente

deve-se administrar em qualquer lugar e tempo (C. 771).

BATISTÉRIO é o lugar da igreja onde está a pia batismal com água para o

batismo. Deve estar em capela própria à entrada da igreja, do lado do Evangelho.

Não havendo capela, deve estar ao fundo da igreja, cercado por uma grade. No

batistério deve haver um armário, onde se conservem os Santos Óleos, o sal

bento e a concha para deitar a água sobre a cabeça do batizando; deve estar

fechado, assim como a pia, ficando a chave em poder do Pároco. Convém que

junto da pia do batistério haja alguma representação do batismo de Nosso

Senhor (C. P.).

A pia batismal é obrigatória em cada igreja paroquial; deve ser de pedra e

dividida em duas partes, sendo uma para conservar a água batismal, e a outra

para receber a água usada era cada batismo, a qual se escoará por um orifício

para a terra. Não havendo essa divisão na pia, a água deve escorrer da cabeça do

que se batiza para uma bacia, e depois lançada no sumidouro. O Bispo pode,

para comodidade dos fiéis, permitir ou mandar que haja também uma pia

batismal noutra igreja ou capela pública dentro dos limites da paróquia (C. 774).

BARRETE ECLESIÁSTICO é o que os Sacerdotes põem na cabeça como

complemento do vestuário coral, e deve ser usado somente nos atos litúrgicos.

BASÍLICA é uma igreja a que a Santa Sé concede esse título honorífico. Em

Portugal há as Basílicas de Mafra, da Estrela e da Sé de Évora. No Brasil, há a

Basílica de Nossa Senhora da Conceição de Aparecida.

BEATIFICAÇÃO dos Servos de Deus. Para a beatificação dos Servos de Deus é

necessário que, além da prova do heroísmo das suas virtudes, ou o martírio, haja

a prova da dois, três, ou quatro milagres, segundo os casos, feitos por sua

intercessão (C. 2116, 2117). A discussão das suas virtudes, no processo para a

beatificação, não deve começar antes de passados cinquenta anos após a sua

morte (C. 2101). A beatificação dos Servos de Deus feita pela Igreja não é

objeto de infalibilidade, isto é, a Igreja não é infalível na beatificação dos Servos

de Deus, porque a sentença dada em seu favor não é definitiva como é na

canonização dos Santos.

BEATÍSSIMO é o tratamento honorífico dado ao Romano Pontífice.

BEATO é o Justo que é beatificado pela Igreja. Não pode ter culto senão no lugar e

pelo modo que o Romano Pontífice conceder, nem pode ser tomado como

Padroeiro sem especial Indulto da Santa Sé (C. 1277, 1278).

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BEM-AVENTURADOS são os justos que, imediatamente após a morte, vêem a

Deus face-face e O amam com amor beatífico. Nem todos porém, gozam essa

felicidade em grau igual, sendo todavia completamente felizes em qualquer grau

de gozo. Disse Jesus que são bem-aventurados: os pobres em espírito; os

mansos; os que choram; os que têm fome e sede de justiça; os misericordiosos;

os que têm o coração puro; os pacíficos; os que padecem perseguição por amor

da justiça. Todos eles têm recompensa abundante no Céu. São pobres em

espírito os que têm o coração desprendido das riquezas e os que não as invejam;

são mansos os que não provocam as iras, e os que aceitam resignadamente as

provações da vida; os que choram lágrimas de resignação, de contrição e de

amor; têm fome e sede de justiça os que desejam conhecer, amar e servir a Deus;

são misericordiosos os que sofrem do sofrimento alheio e de uma maneira

constante e universal; têm o coração puro os que não amam senão o que devem

amar; são pacíficos os que esquecem as injúrias e detestam as querelas.

Assim se podem explicar as primeiras palavras do Sermão da Montanha pregado

por Jesus Cristo (E. S. Mat. V. 3-12).

BEM-AVENTURANÇA é a última perfeição do homem. É o sumo bem, o qual

consiste essencialmente na visão de Deus e na deleitação do gozo que da visão

resulta.

Exclui, portanto, todo o mal, satisfaz plenamente todos os desejos, e não se pode

perder; é eterna.

BÊNÇÃOS são ritos sagrados feitos pelo Sacerdote em nome da Igreja, para obter

de Deus algum bem espiritual ou temporal, ou para conferir a alguma pessoa,

objeto, ou lugar, caráter sagrado em ordem ao culto divino. O fim das bênçãos

litúrgicas é consagrar as pessoas e os objetos ao culto divino, de tal sorte que não

mais possam ser aplicadas a usos profanos; se o forem, perdem o privilégio da

bênção. Todos os Sacerdotes podem fazer as bênçãos que não são reservadas ao

Romano Pontífice ou aos Bispos; se todavia as fizerem sem a necessária licença,

são ilícitas mas válidas (C. 1147). As coisas benzidas devem ser tratadas com

reverência (C. 1150).

São inválidas as bênçãos feitas sem a fórmula prescrita pela Igreja (C. 1148).

BÊNÇÃO APOSTÓLICA em artigo de morte é a que o Papa ou o seu

Delegado dá ao moribundo, a qual tem anexa Indulgência Plenária. O Pároco, ou

outro Sacerdote que assista aos enfermos, tem a faculdade de lhes conceder a

Bênção Apostólica, em artigo de morte, e não a deve omitir (C. 468).

BÊNÇÃO SOLENE DE NÚPCIAS é proibida desde o primeiro domingo

do Advento até ao dia de Natal inclusive, e desde quarta-feira de Cinzas até

domingo de Páscoa inclusive. O Bispo do lugar pode, salvas as leis litúrgicas,

permiti-la nesse tempo, havendo justa causa, devendo ser admoestados os

esposos a que se abstenham de pompas demasiadas (C. 1108).

BÊNÇÃO DE PARAMENTOS - Deve ser dada a: corporais, palas, toalhas

de altar, amitos, alvas, cíngulos, manípulos, estolas e casulas. A bênção pode ser

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dada pelo Pároco para a igreja e capelas da sua paróquia; pelos Superiores e

Encarregados das igrejas não paroquiais, somente para essas igrejas, e por outros

Sacerdotes delegados pelo Bispo (C. 1304). As alfaias benzidas ou sagradas

perdem a sagração: a) se tiverem sofrido lesões ou mudanças tais que tenham

perdido a antiga forma e já não sejam idôneas para o seu uso; b) se tiverem sido

empregadas em usos indecorosos, ou expostos à venda pública. O cálice e a

patena não perdem a consagração por falta ou renovação da douradura, mas há

obrigação de os mandar dourar (C. 1305).

BENÇÃO DO SANTÍSSIMO - Ver a palavra EXPOSIÇÃO.

BENS. Todo o bem do homem consiste na sua sujeição a Deus. O bem da alma é

melhor que o bem do corpo, e o deste é melhor que os bens exteriores. Nos bens

espirituais deve o homem atender primeiro a si mesmo do que aos outros; nos

bens temporais é louvável que atenda primeiro aos outros. Os bens corporais são

quase de nenhum valor em comparação dos bens futuros. Os bens temporais não

são prêmio de virtude, nem a sua subtração é principalmente pena de pecados.

Deus dá aos Justos os bens ou males temporais somente quando lhes convêm

para a sua bem-aventurança. Todos os bens e todos os males temporais

acontecem igualmente aos bons e aos maus, quanto à substância, não quanto aos

fins. Os bens espirituais não apetecem aos que têm afeto aos prazeres do corpo,

principalmente ao da incontinência. O bem moral consiste principalmente na

conversão a Deus, o mal consiste na aversão. Os bens espirituais saciam

perpetuamente; não assim os temporais, porque estes pouco a pouco se

corrompem.

BÍBLIA OU SAGRADA ESCRITURA é uma coleção de livros escritos

por alguns homens a quem Deus deu o pensamento de os escrever, inspirando-

lhes tudo o que escreveram. Deus, pois, é o seu Autor; contêm por isso a palavra

de Deus, e como tais a Igreja os recebeu. O que está escrito na Bíblia refere-se a

duas grandes épocas da vida da humanidade. A primeira época refere o que Deus

revelou antes da vinda de Jesus Cristo, e chama-se o Antigo Testamento, ou

aliança de Deus com o povo hebreu; a segunda época refere o que Jesus Cristo e

os seus Apóstolos ensinaram, e chama-se o Novo Testamento, ou aliança de

Deus com o povo cristão.

O Antigo Testamento compreende quarenta e seis livros, o primeiro dos quais,

chamado Gênesis, narra a criação do mundo seguindo-se outros livros com

Profecias, Salmos, Leis divinas, e a história do povo de Israel, que continua até à

vinda de Jesus Cristo. O Novo Testamento compreende o Santo Evangelho,

escrito por quatro Evangelistas, seguido do livro dos Atos dos Apóstolos e de

várias Epistolas, escritas por alguns Apóstolos, terminando com o livro chamado

Apocalipse, escrito pelo Evangelista São João.

BINAÇÃO é a celebração de duas Missas pelo mesmo Sacerdote no mesmo dia.

Com exceção do dia de Natal e do dia da comemoração dos Fiéis Defuntos, nos

quais, por privilégio da Santa Sé, os Sacerdotes podem celebrar três Missas, não

lhes é permitido dizer mais de uma Missa em cada dia. Contudo o Bispo pode

autorizá-los a dizer duas Missas (binar) no mesmo dia, quando, por falta de

Sacerdotes, sem essa binação uma parte notável de fiéis ficaria sem Missa em

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dia de preceito. Não pode o Bispo permitir que um Sacerdote celebre mais de

duas Missas (C. 806) a não ser por Indulto Apostólico. Exceto no dia de Natal,

não pode o Sacerdote receber estipêndio de mais de uma Missa quando bina,

mas pode receber alguma retribuição por motivo estranho à aplicação da Missa

(C. 824).

Nalgumas Dioceses o Sacerdote pode receber estipêndio pela Missa binada, —

mas esse estipêndio é destinado à sustentação do Seminário ou de outra obra pia.

BISPOS são os sucessores dos Apóstolos, e por disposição divina presidem a Igrejas

especiais, que governam com poder ordinário sob a autoridade do Pontífice

Romano, que os nomeia livremente (C. 329). — Bispo residencial ou diocesano

é aquele a quem o Papa confia uma Diocese, para a governar como Pastor

ordinário e imediato. Bispo Coadjutor é aquele que o Papa nomeia para Auxiliar

do Bispo diocesano com direito de sucessão. — Bispo Auxiliar é aquele que o

Papa nomeia para Coadjutor sem direito de sucessão. — Bispo Titular é aquele

que o Papa não liga ao governo de alguma Diocese. Jesus Cristo, confiando aos

seus Apóstolos, e portanto aos Bispos, o governo da sua Igreja, disse-lhes:

«Aquele que vos ouve a Mim ouve, aquele que vos despreza a Mim despreza»

(Ev. S. Luc. X. 16). Veneremos, pois, os Bispos, e obedeçamos ao nosso Bispo

no que manda, no que aconselha, e quando exorta. O Bispo deve ter pelo menos

trinta anos de idade e cinco anos de Presbítero. É seu direito e ofício governar a

Diocese tanto nas coisas espirituais como nas coisas temporais com poder

legislativo, judicial e coativo, que há de exercer de harmonia com os Cânones

Sagrados (C. 335).

BLASFÊMIA consiste em atribuir a Deus o que não lhe convém, ou em querer

tirar-lhe o que lhe convém; como se alguém dissesse: Deus é cruel, Deus é

injusto.

Também se chama blasfêmia toda a palavra contumeliosa contra Deus, a Virgem

Maria ou os santos, enquanto que se consideram em relação a Deus, porque a

injúria que se lhes faz ofende o mesmo Deus. — É sempre pecado mortal

quando com deliberado consenso; por lapso de língua e sem intenção, é pecado

venial.

BOLSA DE CORPORAIS é a que serve para guardar o corporal. Deve ser da

cor dos paramentos da Missa.

BREVIÁRIO é o livro que contém o Ofício Divino, isto é, a Oração Oficial, que

por lei da Igreja todos os Clérigos de Ordens Sacras e uma grande parte dos

Religiosos e de Religiosas são obrigados a rezar diariamente. O Ofício Divino,

também chamado Horas Canônicas, consta de: Matinas e Laudes, Prima, Tércia,

Sexta, Noa, Vésperas e Completas, e estas orações devem ser rezadas a diversas

horas do dia.

BULA E INDULTO são dois documentos, pelos quais a Igreja dispensa os fiéis

da obrigação da abstinência e do jejum em certos dias, e concede outras graças

espirituais a quem os recebe, dando uma esmola determinada pelo sumo

Pontífice. Os fiéis não têm obrigação de tomar a Bula e o Indulto, mas, se

quiserem aproveitar-se dos privilégios que concedem, hão de os tomar dando a

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esmola determinada; se derem esmola menor, não lhes aproveitam os

privilégios. Os que quiserem a dispensa do jejum têm de tomar os dois

documentos desde a idade de 21 anos; os que quiserem somente a dispensa da

abstinência têm de os tomar desde a idade de 7 anos. A ocasião de tomar a Bula

e o Indulto é durante o mês de Janeiro, e a sua validade dura de 1 de Janeiro a 31

de Janeiro do ano seguinte. As esmolas que os fiéis dão quando recebem a Bula

e o Indulto são distribuídas pelas igrejas pobres e pelos Seminários, que só

vivem de esmolas. Também têm o nome de Bula e Indulto outros documentos

emanados da Santa Sé.

C

CABIDO é uma corporação de Cônegos nomeados pelo Bispo e instituída pela Santa

Sé, com o fim de dar maior solenidade ao culto divino na Igreja, de o auxiliar no

governo da Diocese, e de tomar conta do regime diocesano quando estiver vaga

a Diocese (C. 381). Ao Cabido deve o Bispo pedir conselho em casos a que a

isso é obrigado pelo direito, e quando tiver de tratar dos negócios mais difíceis

do governo diocesano (C. 1532)

CÁLICE é uma espécie de copo de pé alto, no qual se deita o vinho que há de ser

consagrado na Missa. Deve ser de ouro, ou de prata com o copo dourado no

interior. Antes de ser usado na Missa tem de ser sagrado pelo Bispo.

CALÚNIA é o pecado daquele que maliciosamente atribui ao próximo um defeito

ou uma culpa de que está inocente. A calúnia pode ser levantada: ou atribuindo a

alguém um defeito que não tem, ou um crime que não praticou, ou exagerando

defeitos, ou negando boas qualidades ou boas ações. A calúnia é sempre

proibida, é sempre um pecado.

CANÔNICOS (LIVROS). São os livros que constituem a Sagrada Escritura ou a

Bíblia. Uns eram chamados Protocanônicos, sobre a autenticidade dos quais

nunca houve dúvidas; outros Deuterocanônicos, porque havia dúvidas sobre a

sua autenticidade. O Concílio de Trento pôs termo a essa distinção, definindo

quais os livros autênticos, isto é, quais os livros que deviam ser considerados

como divinamente inspirados, tanto do Antigo como do Novo Testamento.

Os livros canônicos do Antigo Testamento são de quatro classes. Da primeira

classe são os livros legais ou da Lei: o Gênesis, o Êxodo, o Levítico, Números,

Deuteronômio. Da segunda classe são os livros históricos: Josué, Juízes, Ruth,

quatro dos Reis, dois dos Paralipômenos, dois de Esdras, de Tobias, de Judite, de

Ester, de Jó, e dois dos Macabeus. Da terceira classe são os livros morais ou de

Moral: 150 Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria,

Eclesiástico. Da quarta classe são os livros proféticos, que compreendem os

quatro Profetas Maiores: Isaías, Jeremias (a que anda junto o de Baruc),

Ezequiel, Daniel; e os 12 Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas,

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Miquéias, Naum, Abacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os livros

canônicos do Novo Testamento são: o Santo Evangelho escrito pelos quatro

Evangelistas: São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João. Os Atos dos

Apóstolos, escritos por São Lucas, 14 Epístolas de São Paulo, l de São Tiago, 2

de São Pedro, 3 de São João, 1 de São Judas e o Apocalipse de São João, que é o

último Livro da Sagrada Escritura ou da Bíblia.

CANONIZAÇÃO DOS SANTOS é a declaração solene, feita pela Igreja de

que tal fiel que entrou na eternidade, é Santo. A Igreja é infalível quando faz

essa declaração. No princípio da Igreja consistia a Canonização em pôr o nome

do fiel defunto no Catálogo dos Santos, ou em levantar uma igreja ou oratório

com altar para nele se dizer Missa sob a sua invocação. As solenidades da

Canonização tais como hoje se praticam foram instituídas pouco a pouco. Hoje,

para que um Servo de Deus seja canonizado, é necessário que depois de

beatificado e de receber culto público, se mostre que por sua intercessão foram

feitos dois ou três milagres. (C. 2138).

CÂNTICO DOS CÂNTICOS é um livro da Sagrada Escritura. É um cântico

sublime, um diálogo entre o esposo e a esposa, que são representados, umas

vezes como um rei e uma rainha, outras como um pastor e uma pastora, e outras

como um hortelão e uma hortelã. Este Livro em todas as suas partes é

misterioso, e representa, segundo a interpretação dos Santos Padres, o amor

incompreensível de Jesus Cristo para com a sua Igreja e o amor recíproco da

Igreja para com Jesus Cristo.

CANTO LITÚRGICO é o canto usado nos atos do culto, realizados na igreja. É

o canto Gregoriano, assim chamado porque foi o Papa São Gregório Magno

(séc. VI) que coordenou as melhores composições musicais e oficializou o

canto. É muito para desejar que os fiéis na igreja cantem alternadamente com os

Sacerdotes, mas não podem admitir-se nas funções sagradas coros musicais

formados por homens e mulheres. Não convém que um grupo de homens cante

sendo acompanhado ao órgão por uma mulher, nem que um grupo de mulheres

cante sendo acompanhado ao órgão por um homem (C. P.). Nas procissões com

o Santíssimo é proibido ao Clero cantar em língua vulgar, alternadamente com

hinos litúrgicos. Fora da igreja o povo pode cantar cânticos em língua vulgar,

mas não trechos litúrgicos, contanto que esses cânticos sejam aprovados pelo

Bispo, e a sua execução seja dirigida pelo Clero.

CAPELA é um lugar destinado ao culto divino, mas não com o fim principal de

servir para que todos os fiéis pratiquem aí publicamente a religião. A Capela

pode ser Pública, Semi-Pública, e Privada ou Doméstica.

A Capela Pública é estabelecida principalmente para uso de uma corporação ou

de pessoas particulares, contanto que ao menos durante os Ofícios divinos todos

os fiéis tenham o direito de aí assistir (C. 1188). A Capela não deixa de ser

pública pelo fato de pertencer em propriedade a um particular. Não pode ser

construída ou reparada com modificações de forma, sem licença do Bispo, dada

por escrito. Em regra não se poderá edificar uma Capela a menos de 3

quilômetros de distância de outra igreja ou capela pública. Na capela pública

podem celebrar-se todas as funções não paroquiais, salvas as prescrições

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contrárias das rubricas (C. 1191). As Capelas Públicas são regidas pelas mesmas

disposições das igrejas (C. 1191).

A Capela Semi-Pública é a estabelecida para o serviço de alguma Comunidade

ou porção de fiéis que se reúnem nesse lugar, onde a entrada não é de livre

acesso para outros (C. 1188). Para a ereção duma capela Semi-Pública é

necessária licença do Bispo, e não pode voltar para usos profanos sem sua

licença (C. 1192). Nestas capelas podem celebrar-se todos os Ofícios divinos ou

funções eclesiásticas, a não ser que obstem as rubricas, ou alguma exceção feita

pelo Bispo (C. 1193). Posto que estas capelas não tenham bênção própria e

apenas possam ter a de lugar ou casa nova, contudo devem ser reservadas

exclusivamente ao culto divino, e livres de todos os usos domésticos (C. 1196).

Capela doméstica é a que se erige em casa particular para comodidade duma

família ou duma pessoa (C. 1188). Somente pode estabelecer-se por um Breve

da Santa-Sé, e antes de se permitir a celebração da Missa é necessário a visita e

aprovação do Bispo (C. 1195). Nestas capelas não se pode celebrar diariamente

mais de uma Missa, e esta mesmo será rezada.

Nos dias mais solenes nem mesmo se permite uma Missa rezada, mas tomando-

se a Bula ou Indulto de Oratório obtém-se alguns privilégios. Não se pode fazer

aí outras funções eclesiásticas, nem se pode ter confessionário. Não é lícito

celebrar Missa sem estar presente o indultário, isto é, a pessoa a quem o Breve é

dirigido. O Indulto termina com a morte do indultário, não passando para os seus

herdeiros a não ser que os seus nomes estejam escritos no Breve. — Só

cumprem o preceito da Missa em capela Doméstica as pessoas cujos nomes

estão mencionados no Breve que permite a capela. Não podem ser benzidas à

maneira das igrejas; podem, apenas, ter a bênção de lugar ou casa nova.

CAPELANIA é o encargo do Capelão; e também se dá o nome de Capelania à

Capela a que está ligado um Sacerdote como Capelão.

CAPELÃO é o Sacerdote que tem o encargo de celebrar Missa em determinada

igreja e a determinada hora.

Os Sacerdotes não devem aceitar capelanias sem acordo com o Bispo, ou seja

em capelas domésticas ou em capelas públicas, semi-públicas ou em igrejas (C.

P). A não ser que haja privilégio Apostólico, a nomeação de Capelão nas

Associações Pias e nas Associações Religiosas eretas fora das igrejas próprias,

pertence ao Bispo (C. 698). Nas Associações isentas dos Religiosos em igrejas

próprias, se o Capelão pertence ao Clero secular requere-se apenas o

consentimento do Bispo (C. 698).

Os Capelães militares estão sujeitos a ordenações especiais, prescritas pela Santa

Sé (C. 451).

CARÁTER é o complexo de propensões nativas, com alguma estabilidade adquirida

pela educação ou pelo esforço próprio Devem os educadores empregar os

maiores cuidados em auxiliar os jovens na formação do caráter, quer cultivando

o que tiverem de bom, quer corrigindo o que tiverem de mau nas suas nativas

propensões.

CARÁTER SACRAMENTAL é um sinal espiritual, indelével, que os

sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem, imprimem na alma,

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tornando o homem batizado, membro de Jesus Cristo; o confirmado, soldado de

Jesus Cristo; e o ordenado, associado ao sacerdócio de Jesus Cristo, seu

ministro, com a faculdade de ministrar aos outros as coisas sagradas. Os

sacramentos que imprimem caráter só podem ser recebidos uma vez, e o caráter

é perpétuo; não se perde pelo pecado como se perde a graça de Deus.

CARDEAL é o Sacerdote livremente eleito pelo Romano Pontífice para fazer parte

do seu Senado, e lhe assistir como principal conselheiro e auxiliar no governo da

Igreja. Os Cardeais formam o Sacro Colégio com três Ordens: Episcopal, que

tem seis Cardeais, Presbiteral, que tem cinquenta Cardeais e Diaconal com

catorze Cardeais.

O Senado do Romano Pontífice ou Sacro Colégio consta, pois, de setenta

Cardeais, os quais têm também o direito de eleger o Sumo Pontífice, e gozam

dos privilégios estabelecidos no Código de Direito Canônico (C. 230 e segs.).

CARIDADE. A doutrina da Caridade, ensinada por Jesus Cristo e pelos seus

Apóstolos, pode ser resumida no seguinte:

a) Deus é Caridade ou Amor, e o amor de Deus por nós é tal que o seu Filho

divino fez-se homem e morreu para nos podermos salvar do inferno e gozar a

felicidade do Céu. Ev. S. Jo. III, 16, 17. — 1 Ep. S. Jo. IV, 8, 9.

b) Deus concede-nos o seu amor para O amarmos mais que tudo o que há no

mundo, mais do que a nós mesmo. Ev. S. Marc. XII, 30. — Ep. Rom. V, 5.

c) Devemos também amar o nosso próximo como a nós mesmos. Ev. S. Jo. XIII.

34, 35. — Ev. S. Mat. XXII, 39.

d) Devemos tratar a todos, ainda que inimigos, como desejamos que todos nos

tratem. — Ev. S. Luc. XIV, 12. — Ep. Rom. XII, 20.

e) Devemos, nas nossas generosidades, preferir os pobres aos ricos. Ev. S. Luc.

XIV, 12, 14.

f) Devemos manifestar a nossa caridade por obras, e não somente por palavras.

Ev. S. Mat. VII, 21 — Ev. S. Jo XIV, 15.

g) A Caridade, como virtude sobrenatural que é, não pode existir em quem está

em pecado mortal, mas existe com o pecado venial.

CASAMENTO - Ver a palavra MATRIMÔNIO.

CASOS RESERVADOS são certos pecados gravíssimos, cuia absolvição o

Papa ou o Bispo reservam para si, proibindo aos simples Sacerdotes a absolvição

deles. O fim que a Igreja tem em vista com esta reservação é reprimir tais

pecados, por causa da dificuldade em obter a absolvição.

CASTIÇAIS são utensílios com orifício na parte superior, onde se seguram velas

de iluminação. Deve haver seis castiçais no altar-mor e seis no altar do

Santíssimo, e devem estar aos lados da cruz. — Sobre a banqueta não podem

estar na mesma linha castiçais com velas acesas em número superior ao indicado

nas rubricas. Não devem exceder em altura o pé da cruz que lhes fica no meio.

CASTIDADE é a virtude moral que modera ou exclui o apetite da deleitação

venérea, segundo o estado de cada um. Exclui a deleitação sensual nos solteiros

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e nos viúvos; modera-se nos casados, aos quais não é lícito fazer uso do

matrimônio de maneira que impeçam a geração. A castidade é virtude que

dispõe o homem para a perfeição das operações intelectuais. Acerca da castidade

escreve o Apóstolo São Paulo: «Não reine o pecado no vosso corpo mortal de

maneira que obedeçais às suas concupiscências, nem tão pouco entregueis os

vossos membros ao pecado como instrumento de iniquidade; mas oferecei-vos a

Deus como ressuscitados dos mortos, e os vossos membros a Deus como

instrumentos de justiça (ou de virtude). Caminhemos como dia, honestamente,

não com glutonarias e em embriaguez, não em desonestidade e dissoluções, mas

revesti-vos de Jesus Cristo, e não procureis satisfazer a carne em suas

concupiscências». Ep. Rom. VI. 12;XIII, 13. E escreve ainda o mesmo Apóstolo:

«Andai segundo o espírito e não satisfareis os desejos da carne. As obras da

carne são manifestas, e os que tais coisas cometem não possuirão o reino de

Deus». (Ep. Gal. V, 16, 19).

Devemos considerar o nosso corpo como instrumento da nossa alma para

praticarmos ações boas, atos de virtude que agradem e dêem glória a Deus.

Devemos: recusar aos sentidos tudo o que possa despertar algum prazer sensual;

fugir das ocasiões de tentação; resistir prontamente aos movimentos

desordenados da carne; praticar a mortificação; tratar com honra o nosso corpo e

o corpo dos nossos semelhantes; fazer oração assídua pedindo as graças precisas

para guardar a virtude da castidade; recorrer aos sacramentos da confissão e da

comunhão com alguma frequência; suplicar o auxílio da Virgem Maria, nossa

Mãe do Céu.

As causas exteriores que provocam ao pecado contra a castidade são: a

ociosidade, as más leituras, as más companhias, as modas imodestas, os

espetáculos, os bailes, as assembléias mundanas. «Saiba cada um de vós possuir

o seu corpo em santificação e honra», diz o Apóstolo São Paulo (Ep. II Tessal.

IV, 4).

CASULA é a veste que o Sacerdote enfia pela cabeça, caindo pela frente e por detrás

até quase aos pés, para celebrar o sacrifício da Missa. É o último ornamento que

veste. É sinal da caridade que deve revestir inteiramente o Sacerdote, da

caridade que nos faz compadecer das misérias alheias, cobrindo-as com um

manto de misericórdia que as oculte aos olhos dos homens, como a casula oculta

todos os outros ornamentos. Antes de ser usada deve ser benzida.

CATACUMBAS Dá se este nome aos antigos cemitérios subterrâneos, onde os

cristãos sepultavam os seus mortos. Durante as perseguições que os cristãos

sofreram nos três primeiros séculos, também as catacumbas serviam de lugar de

refúgio para aí se reunirem e celebrarem os atos do culto divino. As mais

célebres são as catacumbas romanas, que ainda existem no campo dos arredores

de Roma.

CATECISMO é o livro que contém um resumo das verdades e preceitos divinos

que os fiéis devem conhecer para praticar. O catecismo é o livro elementar da

doutrina cristã, que nenhum cristão deve ignorar, livro que todos devem possuir

e reler com frequência.

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CATECÚMENOS são as pessoas adultas que se preparam com a instrução

religiosa para receberem o sacramento do Batismo.

CATEDRAL OU SÉ EPISCOPAL é a igreja em que o Bispo tem a sua

Cátedra ou Sede.

CATEQUESE é a educação religiosa dada às crianças pelo ensino do Catecismo,

de sorte que os faça bons cristãos, bons filhos de Deus e herdeiros do Céu. É

obrigação gravíssima do Clero, particularmente dos Párocos, fazer a catequese,

mas tal obrigação pesa igualmente sobre os pais e sobre aqueles que fazem as

suas vezes, como são os amos e os padrinhos. Não o podendo fazer por si

mesmos, devem mandá-los à igreja para aí aprenderem, ou pedir a pessoa

competente que as catequize.

A catequese é uma obra tão necessária que a Igreja manda aos Párocos que, não

podendo, por motivo de algum impedimento, dar instrução religiosa às crianças,

se façam substituir por alguns leigos piedosos (C. 1333).

CELIBATO é o estado das pessoas que renunciam ao sacramento do Matrimônio.

Uns renunciam ao Matrimônio para entrarem no Sacerdócio; outros para

abraçarem a vida, religiosa; outros para dedicarem a sua vida ao exercício da

piedade e da caridade; outros por motivo de incapacidade para os deveres

matrimoniais, como é a doença do corpo ou do espírito; outros por motivo de

egoísmo, para gozaram plena liberdade de afeições, mesmo criminosas. O

celibato eclesiástico, religioso e piedoso é de vocação divina. O celibato de

incapacidade é de defeito natural. O celibato de egoísmo é de defeito moral.

CELIBATO ECLESIÁSTICO é a abstenção do sacramento do Matrimônio

imposta pela Igreja aos clérigos de Ordens maiores (desde o Subdiaconato

inclusive), os quais são obrigados a guardar perpétua castidade (C. 132), ainda

que voltem ao estado laical (C. 213), a não ser que tivessem sido coagidos à

Ordenação por medo e, passado o medo, não queiram aceitar o estado

eclesiástico (C. 214). O celibato eclesiástico só foi imposto por lei positiva a

partir do século IV.

CEMITÉRIO é o dormitório onde os mortos esperam o dia da ressurreição

universal. É direito da Igreja Católica possuir cemitérios próprios (C. 1206).

Cada paróquia deve ter o seu cemitério, a não ser que pelo Bispo do lugar seja

designado um para várias paróquias. Os religiosos isentos podem ter cemitério

próprio, distinto do cemitério comum. O Bispo do lugar pode permitir a outras

pessoas morais ou famílias particulares que tenham sepultura privada fora do

cemitério comum, benzida à maneira de cemitério. (C. 1208). O cemitério deve

ser convenientemente fechado por todos os lados e cautelosamente guardado (C.

1210). O cemitério para a sepultura dos fiéis deve ser benzido com bênção

litúrgica, dada pelo Bispo ou com sua autorização. Além do cemitério benzido

deve haver, sendo possível, um lugar vedado e guardado, em que se enterrem os

cadáveres a que se não possa dar sepultura eclesiástica (C. 1212). Não havendo

esse lugar vedado, haja ao menos e para o mesmo fim uma parte do cemitério

comum não benzido. Convém que no cemitério haja uma Capela decente com o

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competente altar para aí se poder celebrar a Santa Missa. Os membros

amputados dos fiéis devem ser sepultados em lugar sagrado.

Os Bispos dos lugares, os Párocos e os Superiores respectivos procurem evitar

que nos cemitérios os epitáfios, elogios fúnebres, e os ornatos dos sepulcros

contenham qualquer coisa que seja destoante da Religião católica e da piedade

(C. 1211) — Os sepulcros dos Sacerdotes e doutros Clérigos devem ser

separados dos sepulcros dos leigos, e colocados em lugar mais nobre, se isso for

possível; além disso os sepulcros dos Sacerdotes sejam distintos dos outros

Clérigos, quando isso possa fazer-se comodamente (C. 1209). Os corpos das

crianças que não completarem sete anos devem ter lugar e sepultura separados

dos outros, se isso for fácil (C. 1209). Exortem-se os fiéis a colocar nas

sepulturas algum piedoso sinal, especialmente a cruz, para significar que os ali

sepultados viveram e morreram em Nosso Senhor (C. P.). Deve aconselhar-se os

fiéis a que ao passarem diante de algum cemitério se descubram e sufraguem

com as suas orações as almas das pessoas ali sepultadas.

CENSURA ECLESIÁSTICA é uma pena espiritual e medicinal imposta

"pela autoridade da Igreja ao cristão delinquente e contumaz, privando-o de

alguns bens espirituais (C. 2241 e segs.). Há várias espécies de censura:

Excomunhão, pela qual o cristão é separado da comunidade dos fiéis; —

Suspensão, pela qual é proibido ao Clérigo algum exercício do ministério

eclesiástico; — Interdite, pelo qual são proibidos em certos lugares os Ofícios

divinos, e a certas pessoas alguns sacramentos e a sepultura eclesiástica.

A Censura pode ser: determinada, se está estabelecida na lei ou no preceito;

indeterminada, se a pena depende do prudente arbítrio do Superior; latae

sententiae, se é de tal maneira determinada que, cometido o delito, ipso fato nela

se incorre; ferendae sententiae, se deve ser infligida por sentença do juiz; a jure,

se a pena determinada é estatuída na mesma lei, quer seja latae sententiae quer

ferendae sententiae; ab homine, só é dada por sentença judicial condenatória,

embora seja estatuída na lei; reservada e não reservada. A pena entende-se

sempre ferendae sententiae a não ser que expressamente se diga que é latae

sententiae, ou ipso fato, ou ipso jure (C. 2217 e segs. 2245 e segs.)

CATOLICIDADE é um dos quatro caracteres da Igreja, e exprime a sua

universalidade. A Igreja é universal quanto aos seus adeptos, os quais habitam

em todas as nações conhecidas e em obediência ao mesmo Chefe, que é o Papa.

É universal quanto à doutrina, porque em toda a parte ensina a mesma doutrina e

condena os mesmos erros. É universal quanto à sucessão, porque abraça todos os

tempos desde os Apóstolos, isto é, começou com os Apóstolos, e desde então

não se pode dizer que a Igreja Católica tenha principiado em algum lugar da

terra, como se diz de cada seita religiosa aparecida em tal ou tal tempo.

CATÓLICO é o cristão que vive em união de doutrina e de disciplina com a Igreja

Católica.

CATÓLICOS LIBERAIS são aqueles que tentam conciliar as suas crenças

com as liberdades chamadas modernas. Este movimento começou em 1830,

sobretudo em França. A Igreja condenou alguns exageros que logicamente

conduziam a graves erros, como por exemplo a «liberdade de opinião plena e

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sem limites», a liberdade absoluta de consciência procedente dum certo

indiferentismo que afirma que todas as religiões são igualmente boas, etc. Ora

em princípio não se pode dar o mesmo tratamento e a mesma liberdade ao erro e

à verdade, ao bem e ao mal, e se afirmamos que a Igreja Católica é divina

estamos certos que as outras são falsas. De fato pode haver tolerância para evitar

maiores males e por respeito pela boa fé dos que estão no erro.

No ponto de vista político os católicos liberais inspiravam-se nos princípios da

Revolução Francesa.

CERIMÔNIAS RELIGIOSAS são certas ações e atitudes usadas no culto

religioso, que têm por fim exprimir exteriormente os sentimentos interiores que

temos para com Deus. A Igreja instituiu certas cerimônias para a administração

dos sacramentos, para a celebração da Missa, e para outros atos do culto, com o

fim de lhes dar maior solenidade. As cerimônias, além de serem a expressão da

nossa adoração em alma e corpo, recordam as verdades divinas, excitam em nós

e nos outros a atenção e a devoção. As cerimônias litúrgicas são obrigatórias, e

não podem ser alteradas ou suprimidas senão pelo Sumo Pontífice.

CÉU é o estado e lugar de suprema felicidade, no qual os Anjos e os homens justos

gozam por toda a eternidade a visão de Deus, face a face. É tal a felicidade que

se goza no Céu, que o Apóstolo São Paulo escreve: «Nem o olho viu, nem o

ouvido ouviu, nem jamais subiu ao coração do homem o que Deus preparou para

aqueles que O amam» (Ep. I Cor. II, 9). Isto bastaria para desejarmos o Céu,

ainda à custa de todos os sacrifícios, porque todos eles são passageiros e o gozo

do Céu é eterno. O Céu é a recompensa das virtudes praticadas neste mundo, o

prêmio de todas as humilhações sofridas por amor de Jesus Cristo, como diz o

Apóstolo São Paulo: «Eu tenho para mim que as penalidades da vida presente

não têm proporção alguma com a glória vindoura, que se manifestará em nós»

(Ep. Rom. VIII, 18). Esta glória vindoura no Céu é para a alma e para o corpo:

«O corpo semeado na corrupção ressuscitará na incorrupção, semeado em vileza

ressuscitará em glória» (Ep. I Cor. XV, 42). Pela alma «veremos Deus como Ele

é» (Ep. I S. Jo. III, 2), e a essa visão perfeita correspondera um amor total que

nos transformará de tal sorte que «seremos semelhantes a Deus» (Idem).

Diz-se que o Céu é não só estado de gozo perfeito mas também lugar, porque,

embora as almas não ocupem um lugar à maneira dos corpos, é certo que

separadas do nosso corpo estão em alguma parte, visto que são imortais; e, como

os nossos corpos ressuscitarão e viveremos eternamente em alma e corpo, certo

é que em algum lugar viveremos, como em algum lugar estão os Anjos e os

Santos. Onde seja o Céu não sabemos porque Deus não o revelou. Indicamos o

Céu como sendo acima do que os nossos olhos descobrem, e essa indicação é

fundada na Sagrada Escritura, dizendo que Jesus Cristo subiu ao Céu. Não custa

a crer que acima de todos os astros exista um espaço de grandeza imensa para

habitação dos eleitos de Deus.

CIBÓRIO OU PÍXIDE é um vaso largo com pé, de ouro ou de prata ou outros

metais, mas o interior é sempre dourado, para conter as hóstias consagradas, que

se guardam no sacrário para dar a Comunhão fora da Missa e para Jesus

sacramentado estar entre os cristãos. Deve ser benzido com a bênção litúrgica.

Cobre-se com um véu branco quando contém o Santíssimo.

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CIDADÃOS estão ligados àqueles que constituem o poder civil por vários deveres:

a) O dever de respeito (ainda que eles não sejam sábios nem virtuosos), porque

estão investidos de uma autoridade que lhes vem de Deus, de quem são

ministros, como afirma o Apóstolo São Paulo, dizendo que «o Soberano é

ministro de Deus para o bem» (Ep. Rom. XIII, 4).

b) O dever de obediência às leis que não forem manifestamente injustas, porque

o Apóstolo manda que «todo o homem seja submisso ao Poder, porque todo o

Poder vem de Deus»; e porque nenhuma sociedade pode subsistir sem a guarda

fiel das leis que a dirigem.

c) Devem pagar os impostos justos que as leis lhes exigem, como manda o

mesmo Apóstolo: «pagai o tributo a quem ele é devido». (Os impostos ou

tributos pagos revertem em benefício dos cidadãos, assegurando a paz e o

progresso da Pátria).

d) Devem usar do direito de voto nas eleições políticas, cooperando para a

eleição dos homens mais idôneos para o governo da Nação.

CÍNGULO é um cordão de linho, ou de cânhamo, que aperta a alva na cintura do

Sacerdote quando se paramenta para algum ato litúrgico. Deve ser benzido e é

branco ou da cor dos paramentos. Lembra ao Sacerdote que deve ter em volta

dos rins um cinto de inocência e pureza, a fim de conservar a virtude da

castidade. Em certas associações piedosas também se usa um cíngulo, como o

cíngulo da Milícia Angélica ou de Santo Tomás de Aquino para obter a pureza.

CINZAS, feitas de folhas de oliveira e benzidas pelo Sacerdote em Quarta-feira de

cinzas, são impostas nesse dia na cabeça do Sacerdote e na dos fiéis, como

símbolo de penitência e imagem da fragilidade humana. Os fiéis que querem

receber as cinzas benzidas aproximam-se do Sacerdote, e ficam de joelhos

enquanto lhes faz na testa uma cruz com as cinzas, ao mesmo tempo que diz:

«Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar». A Igreja faz esta cerimônia no

início da Quaresma para recordar aos fiéis que são pó, devendo por isso

preparar-se pela humilhação e pela penitência para receberem o perdão dos seus

pecados.

CIRCUNCISÃO era, entre os judeus, uma cerimônia imposta pela lei mosaica, à

qual se sujeitavam os meninos oito dias após o nascimento. A cerimônia era feita

em casa, e ordinariamente, pelo pai, e às vezes pela mãe. Nesse momento davam

ao circunciso o nome porque o haviam de chamar. É em memória da circuncisão

do Menino Jesus que a Igreja celebra festivamente o dia 1 de Janeiro, oitavo dia

depois do Natal. É dia santo de Guarda, e os fiéis têm obrigação de ouvir Missa

e de se abster de trabalhos servis.

CÍRIO PASCAL é uma vela grande e muito grossa que se benze durante as

cerimônias de Sábado Santo, e que se conserva junto do altar do lado do

Evangelho, para acender à Missa até ao dia da Ascensão de Jesus. O círio é o

símbolo de Jesus Cristo ressuscitado e ainda entre nós.

CÍRIOS são cortejos religiosos que se fazem por ocasião de uma festa religiosa, nos

quais é levada uma bandeira com mais ou menos solenidade. Não se podem

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fazer sem licença do Bispo, requerida pelo Superior da igreja ou pelos

interessados. É proibida qualquer festa religiosa por ocasião da qual haja tal

cortejo sem a licença devida, que tem de ser requerida com grande antecedência.

CISMA é a separação voluntária dos católicos da unidade da Igreja, recusando

obediência ao Romano Pontífice.

CISMÁTICO é o cristão que recusa sujeição ao Romano Pontífice, ou recusa

comunicar com os membros da igreja que lhe são sujeitos (C. 1325).

CLARIDADE DO CORPO GLORIOSO é como um reflexo comunicado

pela glória que a alma goza no Céu. O corpo glorioso será lúcido após a

ressurreição, mas a sua claridade não será vista por corpos não gloriosos.

CLAUSURA, recinto fechado. Nas casas dos Regulares, quer de homens quer de

mulheres, canonicamente instituídas, embora não formais, há clausura papal, que

abrange toda a casa que a comunidade habita, incluindo a horta e excetuando

somente a igreja pública, o locutório e o hospício, se o houver. (C. 597). A lei da

clausura proíbe, sob pena de excomunhão (com raras exceções e era casos

especiais), a entrada de mulheres na clausura dos Religiosos, e a entrada de

homens e de mulheres na clausura das Religiosas, ditas de clausura ou Monjas, e

proíbe que estas saiam do convento, ainda que por breve tempo, sem Indulto

especial da Santa Sé, exceto no caso iminente de morte ou de algum gravíssimo

mal (C. 598,600,601).

CLEMÊNCIA, é a virtude que inclina o Superior a mitigar a pena devida aos maus

que ofendem a justiça.

CLÉRIGO é o cristão fiel que pela Prima Tonsura é destinado a exercer funções

divinas. Há vários graus de Clérigos, e entre eles existe uma sagrada hierarquia,

na qual uns estão subordinados a outros (C. 108). Os Clérigos de Ordens

menores podem contrair Matrimônio, mas saem do estado clerical (C. 132). O

Clérigo de Ordens menores que por própria autoridade e sem legítima causa

depuser o hábito eclesiástico e a tonsura, e, sendo admoestado pelo Bispo,

dentro de um mês não se corrigir, sai do estado clerical (C. 136). Pela recepção

da Prima Tonsura o Clérigo fica incardinado na Diocese para cujo serviço foi

ordenado. Importa que o Clérigo pertença a alguma Diocese ou a alguma

Religião, pois não pode haver Clérigos extravagantes (C. 111).

CLERO é o corpo dos clérigos ou eclesiásticos que sob a autoridade dos Bispos, os

quais formam a primeira Ordem do Clero, desempenham funções sagradas na

Igreja Católica. Há o Clero Regular, que compreende todos os Religiosos, e o

Clero Secular, formado por todos os que não são religiosos.

COGNAÇÃO ESPIRITUAL é um impedimento que dirime o Matrimônio

entre o batizante e o batizado e entre o padrinho e a afilhada, ou entre a

madrinha e o afilhado (C. 1079, 768).

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COMPANHIAS. Acerca daqueles homens cuja companhia não nos convém,

escreve o Apóstolo São Paulo estes ensinamentos: «Um pouco de fermento

corrompe toda a massa. (As más companhias corrompem os costumes). Nós vos

intimamos, irmãos, em nome de Jesus Cristo, que vos afasteis de todo o irmão

que andar desordenadamente, e não segundo a tradição (ou ensino) que

receberam de nós. Se alguém, porém, não obedece ao que ordenamos pela nossa

carta, notai-o, e não tenhais comunicação com ele, para que se envergonhe. Não

o considereis, todavia, como inimigo, mas adverti-o como irmão. Rogo-vos que

não percais de vista aqueles que causam dissensões e escândalos (ensinando)

contra a doutrina que aprendestes, e afastai-vos deles, porque estes tais não

servem a Cristo Senhor nosso, mas ao seu ventre, e com doces palavras e

adulações enganam os corações dos simples» (Ep. I Cor. V, 6. — II Tessal. III,

6, 14, 15. — Rom XVI, 17, 18).

COMPLETAS é o nome da última Hora do Ofício divino, que os Clérigos de

Ordens Maiores são obrigados a rezar diariamente.

COMUNHÃO ESPIRITUAL consiste no pio desejo de receber Jesus Cristo,

quando não é possível fazer a Comunhão Sacramental.

COMUNHÃO FREQUENTE. A Sagrada Comunhão é.o nosso principal

alimento espiritual; aumenta as nossas forças e enfraquece as más inclinações;

preserva-nos do pecado e é um penhor de salvação; por isso: «Exortem-se

vivamente os fiéis a que, com frequência e mesmo quotidianamente, recebam a

Sagrada Eucaristia, conforme as normas indicadas nos Decretos da Sé

Apostólica (C. 863). As quais normas resumem-se nestas duas disposições:

estado de graça, e intenção reta, isto é, intenção de viver em íntima união com

Deus. — As pessoas que desejam comungar com frequência devem, para

proceder com prudência, consultar o seu Confessor.

Quem comunga com frequência:

a) há de ter um amor mais delicado e mais generoso para com Deus;

b) há de lutar mais corajosamente contra os inimigos da alma;

c) há de ter uma vida mais fecunda em boas obras;

d) há de ser mais desprendido dos bens terrenos;

e) há de ser mais diligente na guarda e defesa da Fé, e dos Mandamentos de

Deus e da Igreja;

f) há de aplicar-se mais à oração, sobretudo à oração mental;

g) há de esforçar-se por adquirir a perfeição no próprio estado.

COMUNHÃO SACRAMENTAL é o ato de receber como alimento

espiritual a Sagrada Eucaristia. É obrigatória para todos os fiéis cristãos, a quem

o Direito não proíbe, desde a idade do uso da razão, pelo menos no tempo da

Páscoa. Por motivo de indignidade, o Direito Canônico proíbe dar a comunhão

aos excomungados, aos interditos, aos manifestamente infames, a não ser que

conste da sua penitência e emenda e tenham previamente reparado o escândalo

público. Aos pecadores ocultos, se pedirem a Comunhão ocultamente, negue-lha

o Ministro se os não reconhecer emendados; não lha negue se a pedirem

publicamente e não puder negá-la sem causar escândalo (C. 855). Conforme este

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mesmo cânon, a Comunhão deve ser negada aos concubinados, quer unidos por

contrato civil, quer não.

São duas as condições necessárias para se poder receber a Sagrada Comunhão:

estado de graça ou sem pecado mortal, e estar em jejum natural desde a meia-

noite. Porém, a Comunhão por Viático aos enfermos pode ser dada a qualquer

hora do dia ou da noite, sem que estejam em jejum. Os enfermos que há um mês

estão de cama (ou retidos em casa embora se levantem algumas horas por dia)

sem esperança certa de em breve convalescerem, podem, mediante prudente

conselho do Confessor, receber a Sagrada Comunhão uma ou duas vezes por

semana, embora tenham tomado algum remédio ou alguma coisa como bebida

(C. 858).

A Sagrada Comunhão pode ser dada todos os dias, exceto em Sexta-feira Santa;

no Sábado Santo não pode ser dada senão dentro da Missa solene ou

imediatamente no fim (C. 867). — Pode ser recebida nos lugares e durante o

tempo em que é lícito celebrar Missa, mas não é lícito ao Celebrante distribuí-la

durante a Missa aos fiéis tão distanciados que ele mesmo perca de vista o altar

(C. 868). No mesmo dia em que o fiel tenha recebido a Comunhão por devoção,

dando se o perigo de vida, deve ser exortado a que comungue outra vez por

Viático, e, perdurando o mesmo perigo, é lícito e convém que o fiel receba o

Viático mais vezes em dias distintos, segundo o prudente conselho do Confessor

(C. 864).

Qualquer Sacerdote tem o direito de administrar a Sagrada Comunhão mesmo

fora da Missa, com licença ao menos presumida do Superior da igreja, se for

estranho (C. 846); assim como pode levar a Comunhão aos enfermos,

particularmente, com igual licença (C. 849). — Todos os fiéis que chegaram ao

uso da razão têm obrigação de comungar ao menos pela Páscoa, todos os anos;

não o podendo fazer nesse tempo, devem fazê-lo depois (C. 859).

COMUNICAÇÃO DOS SANTOS é a participação de todos os fiéis que

estão na terra, no Purgatório e no Céu, dos bens espirituais que lhes são comuns,

os quais bens são: os méritos de Jesus Cristo, os méritos da Virgem Maria, os

méritos das penitência e das boas obras dos Santos, e os méritos das Missas. Por

virtude da comunicação dos Santos, que é uma verdade de Fé, os fiéis que vivem

neste mundo podem auxiliar-se mutuamente com os bens espirituais que

oferecem uns pelos outros; podem aliviar as almas do Purgatório com sufrágios

e Indulgências em favor delas, e podem honrar os Santos do Céu com as

homenagens que lhes prestam. As almas do Purgatório podem auxiliar-nos com

as suas orações, e podem render homenagem aos Santos do Céu. Os Santos

podem auxiliar-nos e às almas do Purgatório, intercedendo por nós e por elas.

Tal é, em resumo, a doutrina da Comunicação dos Santos.

CONCÍLIO é a legítima reunião ou assembléia dos Pastores da Igreja, para

julgarem ou definirem acerca da doutrina católica ou da disciplina eclesiástica.

O Concílio é Ecumênico, se convocado pelo Romano Pontífice e por ele ou pelo

seu Delegado presidido. É infalível nas suas definições em doutrina de fé e de

costumes. Os Decretos do Concílio só obrigam depois de confirmados e

mandados promulgar pelo Romano Pontífice. O Concílio é Plenário ou

Nacional, se constituído pelos Bispos duma Nação, pedida vênia ao Romano

Pontífice, que designa o seu Legado para convocar e presidir ao Concílio. O

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Concílio é Provincial, se constituído pelos Bispos duma Província Eclesiástica;

deve ser celebrado pelo menos de vinte em vinte anos. É convocado e presidido

pelo Metropolita; os seus Decretos, assim como os Decretos do Concílio

Plenário, só obrigam no território de cada um, e os Bispos não podem dispensar

a não ser em casos particulares e com justa causa.

CONCLAVE é a assembléia dos Cardeais reunidos após a morte do Papa, para

elegerem um sucessor do Chefe da Igreja Católica.

CONCORDATA é o acordo positivo pelo qual a Igreja e o Estado regulam as suas

recíprocas relações.

CONCUBINATO PÚBLICO E NOTÓRIO faz o impedimento de

pública honestidade, o qual dirime o Matrimônio no primeiro e segundo grau em

linha reta entre o homem e os consanguíneos da mulher, e vice-versa (C. 1078).

CONCUPISCÊNCIA é o apetite da deleitação sensível. A concupiscência da

carne contra o espírito, quando a razão lhe resiste, não é pecado, mas é matéria

de exercer a virtude. Devemos sujeitar os apetites à razão e à consciência, para

evitar grandes males.

CONDENAÇÃO DO PECADOR é a sentença dada por Jesus Cristo aos

que morrem em pecado mortal, mandando-os para o inferno. Da condenação por

causa do pecado ninguém se livra senão pelos merecimentos de Jesus Cristo, e

só por um de quatro modos: ou pelo Batismo, ou pelo Sacramento da Confissão,

ou pelo martírio, ou pelo amor de caridade, mas nestes dois últimos casos com o

desejo ao menos implícito do Sacramento da Confissão. A pena dos condenados

no inferno não acaba, e as penas variam, sendo umas mais aflitivas do que

outras. O bem que fizeram neste mundo aproveita-lhes, mitigando as penas.

Assim como pecaram de vários modos, assim sofrerão de vários modos.

CÔNEGOS são Sacerdotes que o Bispo nomeia para formarem o Cabido da Igreja

Catedral. Assistem ao Bispo nos atos litúrgicos que celebra com solenidade,

rezam o Ofício divino em coro na Sé Catedral; são os conselheiros do Bispo nos

negócios em que precisa de conselho. Em nenhuma Igreja Catedral deve faltar o

Cônego teólogo, que nos dias designados pelo Bispo com o conselho do Cabido,

explique publicamente a Sagrada Escritura (C. 398, 400).

CONFERÊNCIAS DE SÃO VICENTE DE PAULO, obra de

caridade fundada em Paris em 1833, por Frederico Ozanam e mais seis

companheiros, todos estudantes. Tem por fim fortalecer e aperfeiçoar a vida

cristã dos seus membros por meio da prática da caridade, e levar aos pobres o

socorro material da esmola e o conforto espiritual da instrução religiosa e do

bom conselho. Na visita semanal aos pobres, o contacto direto e íntimo do

homem de caridade com a miséria desperta na sua alma um amor mais vivo a

Deus e mais terno ao próximo, e desperta na alma do pobre aspirações

sobrenaturais.

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CONFESSIONÁRIO é a cadeira onde se senta o Sacerdote para ouvir as

confissões dos pecadores, que querem ser absolvidos dos seus pecados por meio

do sacramento da Penitência. Deve ser fechado a toda a roda, e não se admite

que o lugar onde se ajoelha o penitente tenha uma cortina para o cobrir. Os

confessionários de uma só tábua são proibidos, a não ser por exceção no caso de

necessidade (C. P.). Os confessionários serão sempre colocados em lugar bem

público da igreja, ou capela e não na sacristia, coro alto, claustro ou outras

dependências (C. 909 e C. P.). Não se podem colocar confessionários nos

Oratórios domésticos. Os homens podem ser ouvidos de confissão mesmo nas

casas particulares, as mulheres nunca fora do confessionário senão por motivo

de enfermidade ou por outro de verdadeira necessidade, e guardadas as cautelas

que o Ordinário do lugar julgue oportunas (C. P.) Para que o Confessor possa

ouvir de confissão as mulheres doentes em casa delas, não se requer que estejam

gravemente doentes, basta que não se possam levantar do leito ou mesmo que

não possam por motivo de doença ir à igreja ou capela.

CONFIANÇA EM DEUS. Devemos ter confiança em Deus de uma maneira

absoluta, e esta confiança é fundada: a) no seu amor, que ofereceu Jesus Cristo à

morte para nossa salvação; b) e na sua misericórdia, que cobre todas as misérias

que se inclinam pedindo perdão; c) e na sua justiça, que só é aplicada

inexoravelmente àqueles que não se arrependem do mal que fazem.

CONFIRMAÇÃO OU CRISMA é um sacramento que comunica os dons do

Espírito Santo, faz dos cristãos soldados de Cristo, e robustece-os na fé recebida

no Batismo. Não é de absoluta necessidade para a salvação, mas não convém

deixar de recebê-lo, pois é muito útil para o bem espiritual da vida e por lei da

Igreja é necessário para se ser admitido na vida eclesiástica e no estado religioso.

Embora possa ser recebido em qualquer idade, convém não o receber antes dos

sete anos, a não ser em perigo de vida, ou por razões justas e graves, e aquele

que estiver em pecado mortal deve-se confessar antes de se crismar. O

sacramento da Confirmação imprime caráter sacramental, que é um poder

espiritual destinado a exercer ações próprias dum soldado de Jesus Cristo. Este

sacramento é administrado ordinariamente pelo Bispo, em casos extraordinários

também por um Sacerdote com poderes especiais, e exige que o confirmado se

apresente com um padrinho, que seja bom católico, e diferente do padrinho do

Batismo; com ele contrai parentesco espiritual, que, todavia, não é impedimento

do Matrimônio. Cada confirmando deve apresentar-se com uma cédula de

confirmação, que lhe será fornecida pelo respectivo Pároco. O confirmado fica

obrigado a defender-se dos inimigos da sua alma, e a defender a Igreja de todos

os que a combaterem.

CONFISSÃO SACRAMENTAL é a acusação dos pecados próprios,

cometidos depois do Batismo, feita ao legítimo Sacerdote para receber a

absolvição. Os homens como as mulheres, ou sejam crianças ou velhos, pobres

ou ricos, sábios ou ignorantes, sãos ou enfermos, desde que chegam ao uso da

razão e enquanto conservam o uso do discernimento, têm obrigação de confessar

os seus pecados pelo menos uma vez cada ano (C. 906). Para obter o perdão dos

pecados no sacramento da Penitência é necessário acusar todos os pecados

mortais cometidos e as circunstâncias que mudam a espécie de pecado. O cristão

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que se quer confessar deve: a) fazer exame de consciência; b) ter

arrependimento ou contrição de todos os seus pecados; c) confessar todos os

pecados de que se recordar; d) estar disposto a cumprir a penitência que o

Confessor lhe impuser e cumpri-la sem demora. A contrição é de tal modo

necessária para obter o perdão do pecado que sem ela, diz Santo Tomás, nem

mesmo um pecado venial pode ser perdoado. E a contrição para ser sincera há de

ser acompanhada do propósito firme, que o penitente terá de não tornar a pecar.

O Confessor tem obrigação de dar a absolvição ao penitente que julga estar bem

disposto, e tem obrigação de a negar àquele que julga ser incapaz ou indigno da

absolvição (C. 886). Incapazes da absolvição são: os perpetuamente dementes,

os não batizados, os que já estão mortos, os que ignoram as verdades

absolutamente necessárias para a salvação. Indignos são: os que não dão nenhum

sinal de arrependimento; os que se recusam a acabar com os ódios e inimizades,

ou a restituir o alheio podendo fazê-lo; os que não querem deixar a ocasião

próxima do pecado ou não querem corrigir-se de algum pecado; os que deram

escândalo público, a não ser que acabem com o escândalo e o retratem

publicamente. O lugar próprio da confissão sacramental é a igreja ou capela

pública ou semi-pública (C. 908). As mulheres não se devem confessar fora do

confessionário, a não ser por motivo de enfermidade ou por causa de verdadeira

necessidade (C. 910).

CONFRARIA é uma Associação de fiéis constituída à maneira de corpo orgânico,

para o incremento do culto público. As Confrarias não podem existir sem um

Decreto formal de ereção, e não devem ser eretas senão em igrejas ou capelas

públicas, ou ao menos semi-públicas, e costumam ter altar determinado. No

mesmo altar podem estabelecer-se diversas Confrarias; porém as ulteriores

devem obter para isso autorização das já estabelecidas. Uma Confraria ereta fora

da igreja paroquial deve julgar-se independente daquela enquanto se não provar

o contrário, e não pode o Pároco intrometer-se na administração das ofertas e

esmolas recolhidas nas capelas das Confrarias. Os confrades ou irmãos que têm

direito de hábito religioso não o podem usar nas procissões públicas e noutras

funções sagradas sem licença do Bispo do lugar. São obrigatórias em todas as

paróquias a Confraria do Santíssimo Sacramento e a da Doutrina Cristã.

Pertence ao Pároco cantar as Missas das Confrarias eretas na sua igreja ou em

capelas delas dependentes. Não podem as Confrarias eretas em igreja ou capela

não própria proibir ao Pároco o uso dos altares em que estiverem eretas, nem

privá-lo das alfaias usuais para nelas exercerem quaisquer funções, ou do uso da

sacristia para nela se revestir. O Pároco, não sendo irmão, não tem o direito de

intervir nas reuniões ou sessões das Confrarias; pode, porém ser delegado pelo

Bispo, mas sem direito de voto. Os Estatutos podem conceder-lhe aquele direito.

As mulheres somente podem ser admitidas nas Confrarias para o efeito de

lucrarem as Indulgências e graças espirituais concedidas aos confrades (C. 709).

CONGREGAÇÃO RELIGIOSA é uma Sociedade aprovada pela legítima

Autoridade eclesiástica, na qual os associados se regem por leis próprias da

mesma Sociedade, tendendo à perfeição evangélica por meio dos votos simples,

quer perpétuos quer temporários.

Há Congregações de direito Pontifício, são as que obtêm aprovação ou ao

menos Decreto de louvor da Santa Sé; e há Congregações de direito Diocesano,

as que, eretas pelo Bispo, não obtiveram aquele Decreto de louvor (C. 488).

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Qualquer Congregação Religiosa, ainda que somente Diocesana, uma vez

legitimamente estabelecida, não pode ser suprimida senão pela Santa Sé (C.

493).

CONGREGAÇÕES ROMANAS são corporações constituídas por Cardeais

e Prelados com residência em Roma, às quais o Sumo Pontífice confia certos

poderes para o exercício do Magistério e do Governo da Igreja universal, pela

impossibilidade de governá-la por si só. São doze as Congregações Romanas,

cada uma das quais se ocupa dos negócios que o Pontífice lhe confia; gozam de

grande autoridade os seus Decretos e obrigam àqueles a quem dizem respeito.

1) Congregação do Santo Ofício julga os casos de heresia e certos casos de

Matrimônio, e regula a proibição de livros perigosos para a Fé e para a Moral.

2) Congregação Consistorial trata dos negócios relativos aos Bispos e suas

Dioceses.

3) Congregação dos Sacramentos legisla com respeito aos Sacramentos acerca

da validade da Ordem e da maneira por que se deve celebrar a Missa.

4) Congregação do Concílio dirige o Clero secular e, de modo geral, o povo na

disciplina eclesiástica.

5) Congregação dos Religiosos dirige os Religiosos de todas Ordens.

6) Congregação da Propaganda ocupa-se da propagação da fé em terras de

infiéis, das Obras Missionárias e dos Seminários das Missões.

7) Congregação dos Ritos ocupa-se das cerimônias do rito latino, das relíquias,

beatificações e canonizações dos Santos.

8) Congregação do Cerimonial regula as cerimônias e funções da Corte Papal e

dos Cardeais.

9) Congregações dos Negócios Extraordinários trata da criação de novas

Dioceses ou divisão das antigas e da nomeação dos Bispos quando para isso se

tem de lidar com os Governos civis; ocupa-se de assuntos que o Papa lhe

submete sobretudo dizendo respeito às leis civis ou Concordatas com os diversos

Estados.

10) Congregação dos Seminários e dos Estudos dirige superiormente a

disciplina e administração dos Seminários e das Universidades Católicas.

11) Congregação da Igreja Oriental ocupa-se de todas as Igrejas do Oriente.

12) Congregação da Fábrica de São Pedro de Roma, cujo nome indica

claramente as funções que exerce.

CÔNJUGES (MARIDO E MULHER). O marido é o chefe da família e a

mulher deve-lhe obediência.

São deveres de ambos: a) auxiliarem-se mutuamente nos cuidados da vida

material e da vida espiritual. Geralmente o marido ocupa-se da vida exterior e a

esposa ocupa-se do interior da casa; o marido toma as resoluções, mas depois de

ouvir o parecer da esposa, b) Suportarem-se mutuamente nos enfados de cada

dia, sem o manifestarem, c) Perdoarem-se mutuamente nos desgostos com que

ferirem o coração um do outro, o que será fácil se rezarem juntos a oração da

noite todos os dias. d) Tratarem-se com bondade e delicadeza, fazendo

agradavelmente quanto possível por darem prazer um ao outro, e) Guardarem

mútua fidelidade, que há de ser absoluta e perpétua, f) Terem como ideal

próximo a procriação e educação dos filhos, e como ideal supremo o

conseguirem ambos e os filhos a bem-aventurança eterna. O Apóstolo São Pedro

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escreveu: «As mulheres sejam obedientes a seus maridos. Vós, maridos, vivei

em toda a prudência com vossas mulheres, tratando-as com honra como um vaso

mais fraco e como herdeiras convosco da graça da vida eterna, para que as

vossas orações não tenham impedimento» (Ep. I S. Ped. III, 1, 7).

CONSAGRAÇÃO é o ato litúrgico por virtude do qual uma pessoa ou uma coisa

fica dedicada ao serviço de Deus. A consagração é função reservada ao Bispo,

ou a quem tenha Indulto Apostólico para isso (C. 1147).

As coisas consagradas devem ser tratadas com reverência, e não podem servir

para usos profanos ou impróprios, embora pertençam a pessoas particulares (C.

1150). Quando já não servem ao fim para que foram consagradas, devem ser

queimadas e lançadas as cinzas em lugar decente, por causa da consagração.

Os lugares sagrados são isentos da jurisdição da Autoridade civil, e a legítima

Autoridade da Igreja exerce neles livremente a sua jurisdição (C. 1160).

Consagração é também a parte da Missa em que o Sacerdote consagra a hóstia e

o vinho para ficar sobre o altar o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.

CONSANGUINIDADE é o vínculo existente entre pessoas que descendem do

mesmo tronco ou progenitor, quer seja por geração lícita ou ilícita. É

impedimento dirimente do Matrimônio entre consanguíneos em qualquer grau

de linha reta, ou até ao terceiro grau de linha colateral. Com dispensa da Santa

Sé podem contrair Matrimônio os parentes em segundo e em terceiro grau

colateral (C. 1076).

CONSCIÊNCIA é um juízo que nos indica o que devemos fazer ou evitar nas

circunstâncias particulares em que nos encontramos. Nós sabemos que a lei de

Deus é a regra das nossas ações, e que uma ação só é boa se é conforme com

aquela lei; mas encontramo-nos por vezes em circunstâncias que não nos deixam

ver se uma ação é ou não conforme com a lei de Deus, nem temos quem nos

esclareça. Em tal caso consultamos a nossa consciência, e, tendo intenção reta,

procedemos de harmonia com o que ela nos aconselhar.

Quando pretendemos praticar uma ação moral, devemos procurar saber se nos é

lícito ou não praticá-la. Para adquirirmos a certeza da sua liceidade,

confrontâmo-la com a lei, segundo as regras da prudência, não se exigindo,

todavia, a certeza absoluta. Pode acontecer que, não obstante a diligência

empregada para se formar a consciência certa e convencido o agente da liceidade

do ato, este não seja bom nem lícito. Em tal caso, o agente que seguiu a sua

consciência não procedeu mal, embora a ação seja má. Devemos proceder

sempre com a consciência certa de não pecar, certa quanto possível.

CONSELHOS EVANGÉLICOS são incitamentos contidos no santo

Evangelho, induzindo à prática mais perfeita da Religião cristã em ordem ao fim

último. São assim chamados estes três: Pobreza voluntária, que consiste em

renunciar à posse dos bens materiais; Obediência inteira, que consiste em

renunciar ao império da própria vontade; Castidade perpétua, que consiste em

renunciar ao gozo dos prazeres da carne. Os conselhos não obrigam como os

preceitos, mas são necessários para viver com maior perfeição.

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CONSISTÓRIO é a Assembléia dos Cardeais residentes em Roma, sob a

presidência do Papa. É secreto, se só os Cardeais assistem. É público, se, além

dos Cardeais, podem também assistir outros Prelados e representantes dos

Chefes das Nações.

CONTINÊNCIA é a abstenção de toda a deleitação venérea. Para conservar a

continência é eficaz a mortificação da carne com a abstinência da comida e da

bebida e com o trabalho corporal.

CONTRIÇÃO é o arrependimento e detestação do pecado cometido, com o

propósito de não tornar a pecar. A contrição é um ato de vontade, uma impressão

desagradável de ter ofendido a Deus. A contrição é perfeita quando a causa do

arrependimento é ser o pecado uma ofensa a Deus, Bondade infinita, nosso Pai e

Benfeitor, e nesse caso obtém o perdão dos pecados, mesmo sem a Confissão

sacramental, se há impossibilidade de a fazer; é imperfeita quando a causa do

arrependimento é o pecador merecer o castigo do inferno, ou a privação do Céu.

Para obter o perdão dos pecados na Confissão sacramental basta a contrição

imperfeita, também chamada atrição. A contrição é de tal modo necessária para

obter o perdão dos pecados que sem ela, diz Santo Tomás, nem mesmo o pecado

venial pode ser perdoado. Que a contrição é necessária para obter o perdão

ensina-o a Sagrada Escritura, dizendo: «Arrependei-vos e convertei-vos para que

os vossos pecados sejam perdoados». (Act. Apost., III, 19).

CORAÇÃO DE JESUS. A Igreja instituiu uma festa em honra do Coração de

Jesus, com o fim de acender nas almas dos fiéis um amor mais profundo a Jesus

Cristo, pela devoção ao seu Coração inflamado de amor por nós; e também para

repararmos com atos de piedade pelas ofensas que lhe são feitas, particularmente

na Eucaristia. O dia próprio da festa é a sexta-feira seguinte à oitava da festa de

Corpus Christi. O mês de Junho é consagrado pela Igreja à devoção em honra do

Sagrado Coração de Jesus, assim como a primeira sexta-feira de cada mês.

CORO é a parte da capela-mor, onde o Clero assiste às funções litúrgicas. Deve estar

separado do corpo da igreja por uma balaustrada que, coberta com uma toalha

branca, serve de mesa de comunhão para os fiéis.

Também se dá o nome de coro a uma espécie de palanque elevado à entrada da

igreja, para os músicos tocarem ou um grupo de fiéis cantar nas solenidades

religiosas.

COROAS MORTUÁRIAS. É pouco conforme com o espírito da Igreja o uso

de colocar coroas ou flores sobre o féretro dos adultos. Em lugar disso, os fiéis

devem sufragar a alma do falecido com esmolas e outras obras pias, e

principalmente com o Sacrifício da Missa. É proibido colocar nas paredes da

igreja ou de alguma capela pública coroas mortuárias para ali ficarem.

CORPO MÍSTICO DE CRISTO é a Igreja, de que são membros todos os

fiéis, de que é Cabeça Jesus Cristo, de que é alma o Espírito Santo, cujos dons

misteriosos circulam nas veias dos membros unidos entre si e à única cabeça que

é Jesus Cristo, representado na terra pelo seu Vigário, o Papa. De sorte que a

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Igreja não é um mero agregado moral como qualquer outra sociedade natural; é

o Corpo místico de Jesus Cristo.

CORPUS CHRISTI OU CORPO DE DEUS é a festa que se celebra na

quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade. A Igreja instituiu esta

festa para louvar com uma procissão solene a Santíssima Eucaristia. É certo que

a Eucaristia foi instituída por Jesus Cristo na quinta-feira santa; mas, como nesse

dia não pode haver uma comemoração festiva, por causa das cerimônias que

recordam a Paixão de Jesus, a Igreja escolheu outro dia — a quinta-feira

seguinte ao Domingo da SS. Trindade — para festejar aquela sublime

instituição. É dia santo de guarda. Nos povos onde se faz a procissão costumam

os fiéis embandeirar as janelas e juncar de flores as ruas por onde passa em

procissão Jesus Sacramentado.

CORREÇÃO FRATERNA é a admoestação feita ao próximo, privadamente e

procedendo da caridade fraterna, para emenda de delito. Pode ser coativa, e

pertence ao Superior e ostensiva, e pertence a todos. Ambas são de preceito, mas

a segunda só quando o delinquente pode ser corrigido sem incômodo, com

esperança de emenda, e não havendo Superior. O Superior deve ser corrigido

pelos súditos, mas secretamente, com mansidão e reverência, a não ser que, por

causa do perigo da fé, deva ser feita em público. A correção deve ser feita: 1) —

em segredo, ao delinquente; 2) — particularmente ao Superior, em segredo; 3)

— perante testemunhas; 4) — publicamente. Mas esta ordem deve ser guardada

somente quanto aos pecados ocultos. O que deixa de fazer a correção fraterna,

por não esperar emenda ou por pensar que resulta pior, não peca. O Apóstolo

São Paulo ensina como deve ser feita o correção: «Não repreendas com aspereza

ao velho, mas admoesta-o como a pai; aos jovens como a irmãos; às velhas

como a mães; às jovens como a irmãs, com toda a pureza. Aos pecadores

repreende-os diante de todos, para que também os outros tenham medo» (Ep. I

Timót. V, 1, 2, 20).

Quem corrige ou castiga deve fazê-lo com caridade, embora algumas vezes com

severidade, e não para satisfazer a um movimento de ira, ou de vingança, ou de

simples mau humor. Devemos aceitar a correção assim como o castigo com

humildade, esperando que de algum proveito nos servirá.

COSTUME é o Direito (não escrito) introduzido pelos usos continuados da

Comunidade, com algum consentimento do Superior ou do Legislador. Não

pode haver costume legal sem que a força proceda da vontade do Superior, posto

que começasse a ser introduzido contra a sua vontade. Mas o costume nada pode

contra a Lei divina e a lei natural, porque essas leis procedem da vontade de

Deus, que não pode ser mudada pela vontade dos homens.

CRIAÇÃO é o ato de produzir alguma coisa sem matéria preexistente. Só Deus

pode criar, porque para de nada fazer alguma coisa é preciso um poder infinito.

Tudo o que existe, exceto Deus, foi criado por Deus. Assim o ensina a Sagrada

Escritura, dizendo: «No princípio criou Deus o céu e a terra» (Gen. I, 1). O

mesmo afirma o Apóstolo São Paulo: «Por Deus foram criadas todas as coisas

nos céus e na terra, visíveis e invisíveis» (Ep. Coloss. I, 16). E ninguém ainda

provou nem pode provar que o mundo não tivesse sido criado por Deus. O fim

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da criação foi: a manifestação de Deus aos homens, para o glorificarem e para

gozarem a glória de Deus.

CREDÊNCIA é uma pequena mesa que deve estar ao lado do altar — lado da

Epístola — sobre a qual se colocam os objetos necessários para o serviço do

altar, tais como as galhetas, etc. Deve estar coberta com uma toalha branca sem

renda, e que desça até ao chão.

CREMAÇÃO é o ato de queimar cadáveres. É reprovada pela lei eclesiástica. Se

alguém mandar que o seu corpo seja queimado, é ilícito fazer-lhe a vontade e

não se executa o seu testamento (C. 1203). Não tem sepultura eclesiástica (C.

1240).

São excomungados os que mandarem ou coagirem a dar-lhe sepultura

eclesiástica (C. 2339). A Igreja quer que respeitemos os cadáveres que foram

habitação de Deus pela graça e que um dia hão de ressuscitar. Condena, a não

ser em casos raros (peste, guerra, etc.), a cremação por ser contrária aos

costumes cristãos que vêm dos Apóstolos e por muitos promoverem a cremação

negando a existência da outra vida.

CRER é pensar com assentimento. É ato de inteligência assentindo à verdade divina,

por império da vontade movida por Deus por meio da graça. Cada um é

obrigado a crer explicitamente alguns artigos da Fé, e a crer noutros

implicitamente. O primeiro e principal mistério da Fé que todos devem crer é o

da existência de Deus e a sua Providência. Crer o que a razão não compreende

não é leveza de espírito, porquanto se se crê é porque se reconhece que há

motivos suficientes para aceitar o que Deus revelou. A fé apoia-se na autoridade

de Deus que não erra nem pode enganar.

CRIADOS são pessoas pobres que vivem em casa dos seus amos para lhes

prestarem os serviços contratados, mediante determinada remuneração. Devem:

a) respeitar os seus amos, ouvindo-os submissamente; b) obedecer-lhes,

trabalhando com zelo e com perfeição, de harmonia com a vontade deles; c) ser-

lhes fiéis, interessando-se pelos bens materiais que lhes são confiados, não os

prejudicando nem consentindo que alguém os prejudique, defendendo-os e à sua

casa na honra de que gozam; d) guardar rigoroso segredo sobre a vida

doméstica.

O criado, que espontaneamente e sem motivo legítimo sair da casa antes do

tempo prefixo, perde o direito ao ordenado correspondente ao tempo em que

serviu; se for injustamente despedido ou tiver de sair por culpa do amo antes de

findar o tempo do contrato, tem direito a ser compensado por todos os danos que

por tal ação lhe forem causados.

CRIPTA é o subterrâneo duma igreja, no qual se praticam atos do culto. É uma

recordação das catacumbas.

CRISMA é nome que comumente é dado ao sacramento da Confirmação.

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CRISMA OU ÓLEO SANTO é azeite consagrado pelo Bispo, na Quinta-feira

Santa para uso de certos sacramentos. Há dois gêneros de óleo Santo: um é

composto de azeite e bálsamo, a que se dá o nome de crisma do qual se usa nos

sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem; outro é só azeite, também

consagrado pelo Bispo, para o sacramento da Extrema-Unção.

CRISTÃO é o homem que pelo sacramento do Batismo promete ser discípulo de

Jesus Cristo, professando a sua doutrina e seguindo os seus exemplos. O cristão

é obrigado, pelas promessas que faz no Batismo: a) a crer em todas as verdades

reveladas por Deus e ensinadas pela Igreja Católica, e a rejeitar todos os

princípios contrários ao espírito do Evangelho; b) a cumprir os dez

Mandamentos da Lei de Deus e as Leis da Igreja; c) a receber os Sacramentos;

d) a fazer oração.

CRISTO quer dizer Ungido, Sagrado. É um nome que se junta ao de Jesus, a Pessoa

sagrada por excelência.

CRISTIANISMO é a Religião que Jesus Cristo instituiu e confiou à sua Igreja,

cujo Chefe é o Papa, sucessor do Apóstolo São Pedro. É a Igreja Católica que

conserva e ensina o Cristianismo como Jesus Cristo o deixou no mundo para os

homens o conhecerem e o viverem, e por meio dele se salvarem do inferno e

poderem gozar o Céu.

CRISTO REI. Celebra-se a festa de Cristo Rei no último domingo do mês de

Outubro. Foi o Papa Pio XI quem instituiu esta festa dando a Jesus aquele título

para que os homens reconhecessem e confessassem que Jesus Cristo é o Rei da

humanidade e para afirmarem o dever que têm de obedecer à sua Santa Lei.

CRUCIFIXO é a imagem de Jesus Cristo pregado numa cruz. Devemos prestar-lhe

culto de veneração, tê-lo patente em nossa casa, trazê-lo conosco, recordar-nos

de que é uma imagem daquele Senhor divino que morreu por amor de nós, para

nos podermos salvar do inferno e podermos ir para o Céu. O crucifixo é

necessário no meio do altar em que se celebra o sacrifício da Missa, e pode ser

esculpido ou pintado. Pode ser bento por qualquer Sacerdote.

CRUZ foi o leito de morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso é lícito o culto que

lhe prestamos, recordando o sacrifício de Jesus pela nossa Redenção.

A VERA CRUZ, isto é, a própria cruz era que Jesus foi pregado e morreu, foi

encontrada por Santa Helena, segundo se crê, no monte Calvário, e ainda existe

uma parte na igreja chamada de Santa Cruz de Jerusalém, em Roma.

O SINAL DA CRUZ foi instituído para nos avivar a memória dos principais

mistérios da nossa Fé: a Santíssima Trindade, a Encarnação e a Redenção,

manifestando, ao fazê-lo, que cremos nesses mistérios.

CULTO RELIGIOSO é o ato pelo qual manifestamos a Deus, aos seus Anjos e

aos seus Santos a devida honra e reverência. A Deus, e só a Deus, nas três

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Pessoas divinas como na sagrada Eucaristia, é devido culto de Latria (adoração).

Culto de Dulia é a honra devida aos Santos, em atenção às virtudes sobrenaturais

que praticaram e à glória que gozam junto de Deus. Culto de Hiperdulia é a

honra devida à Virgem Maria por ser Mãe de Jesus Cristo, Filho de Deus feito

homem. O culto pode ser: a) Interior, se não passa da mente ou do coração; b)

Externo, se é manifestado por atos do corpo; c) Individual, se é praticado por

alguma pessoa; d) Social, se é praticado socialmente ou em comum; e) Absoluto,

se a honra é dirigida imediatamente a Deus ou aos Santos; f) Relativo, se é

dirigido imediatamente às imagens e às relíquias dos Santos; g) Público, se é

praticado em nome da Igreja e por pessoas pela Igreja a isso consagradas; h) de

outro modo é culto Privado.

O fim do culto é o homem dar glória a Deus e imitar os seus Santos. Não se

diminua, porém, o culto de Deus por causa do culto dos Santos, cujas imagens se

vêem. Os Santos têm culto público e universal. Os Beatos têm culto público

segundo a concessão feita pelo Romano Pontífice, limitada a alguma Ordem

Religiosa ou a algum lugar. Os Servos de Deus, isto é aqueles que morreram

com fama de santidade, assim como os Veneráveis, isto é, aqueles de cujas

virtudes heróicas já existe um Decreto canônico, não podem ter culto público.

Não é proibido, porém, prestar-lhes culto privado, rezando-lhes, tendo as suas

imagens, mesmo nas paredes da igreja, mas sem auréola.

CÚRIA DIOCESANA é constituída por pessoas que o Bispo nomeia para o

auxiliarem no governo da Diocese, dando despacho e solícita expedição aos

negócios eclesiásticos. Fazem parte da Cúria: os Censores de livros, o Conselho

de vigilância doutrinal, a Comissão de vigilância para a pregação, o Conselho de

administração diocesana, os Examinadores sinodais, os Párocos consultores e a

Comissão disciplinar do Seminário.

CÚRIA ROMANA é constituída pelas Sagradas Congregações, Tribunais e

Ofícios, aos quais compete tratar dos negócios eclesiásticos que são

determinados pelo Direito Canônico.

CUSTÓDIA é um objeto de metal, em que se coloca a sagrada Hóstia na meia lua,

ou lúnula, de ouro ou de prata dourada, para a Exposição solene do Santíssimo

Sacramento.

D

DALMÁTICA é uma veste litúrgica, comprida, estreita, com ou sem mangas,

aberta dos lados, que cai dos ombros, e cobre o corpo por diante e por trás. E

usada pelo Diácono e pelo Subdiácono, nas Missas cantadas e em outros atos

litúrgicos.

DECÁLOGO são os dez Mandamentos da Lei que Deus deu aos Israelitas, por

intermédio de Moisés, depois de saírem do Egito e ao chegarem ao monte Sinai,

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1500 anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Os três primeiros Mandamentos

pertencem à glória de Deus, os outros sete são para o bem do próximo. Todos os

deveres do homem para com Deus, e para consigo mesmo, e para com o

próximo estão implícitos nos dez Mandamentos, e todos os homens são

obrigados a praticá-los, porque estão impressos no coração de todos como lei

natural.

DEÍSMO, sistema filosófico que, em religião, admite somente a existência de Deus,

e nega a Revelação divina, a possibilidade do milagre, a intervenção de Deus

nos acontecimentos particulares da vida humana.

DEÍSTAS são os que seguem o deísmo. Fazem consistir a sua Religião em crer em

Deus.

DEMISSÓRIAS. Dá-se este nome à autorização do Bispo a um ordinando, seu

súdito, para ser ordenado noutra Diocese.

DEMÔNIO. Dá-se o nome de demônios aos Anjos que pecaram e que Deus

castigou com os tormentos do inferno, como ensina a Sagrada Escritura,

dizendo: «Deus não perdoou aos anjos que pecaram, e precipitou-os no abismo

do inferno, para serem atormentados» (Ep. II S. Ped. II, 4). O demônio é um

espírito maligno, que pela mentira seduziu os nossos primeiros pais, levando

Adão a cometer o pecado original, de que resultou a morte e todos os

sofrimentos da humanidade. Rebelde a Deus e punido por Deus, tem ódio a

Deus, e o seu empenho é levar os homens à revolta contra Deus, para serem

punidos como ele.

Os demônios não são maus por natureza, mas por vontade. Tentar para fazer o

mal é próprio do demônio; o mundo e a carne são instrumentos seus para nos

tentar (Ep. Efes. VI, 11, 12). Pode exercer uma ação imediata sobre o homem,

não diretamente sobre a inteligência e sobre a vontade, e sim sobre a imaginação

e sobre o apetite sensitivo; permitindo-o Deus também pode exercer a sua ação

maligna sobre os objetos exteriores e sobre o nosso corpo, sendo causa de males

físicos que sofremos (Ev. S. Mat. XVII, 14-17 e VIII, 28). Pode conhecer as

coisas exteriores materiais, mas não pode saber o que se passa no íntimo da

nossa alma, se não o manifestarmos por algum sinal exterior.

Podemos vencer as tentações do demônio com o auxílio da graça divina, que

obtemos por meio da oração, da penitência e da vigilância.

O Apóstolo São Pedro deixou-nos esta advertência: «Sede sóbrios e vigiai,

porque o demônio, vosso adversário, anda ao redor de vós como um leão que

ruge, buscando a quem devorar; resisti-lhe, fortes na Fé, sabendo que os vossos

irmãos que estão espalhados pelo mundo sofrem a mesma tribulação» (Ep. I S.

Ped. V, 8, 9).

DENÚNCIA é a manifestação feita à Autoridade, de um crime ou de um fato

grave, prejudicial à moral ou à sociedade. Não se façam denúncias

imprudentemente, mas não se omitam covardemente quando o exigir o interesse

geral ou superior, porque em tais casos a denúncia é um dever.

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DESÂNIMO é um dos grandes tormentos da vida espiritual. Chega, por vezes,

quando a alma tem ganhado alguma coisa no seu progresso, que, todavia, não se

faz sentir.

Como a uma virtude praticada ou, a um bom desejo, não corresponde sempre a

graça sensível, a alma desanima porque não vê premiada a virtude. O desânimo

não é razoável; é, antes, filho do orgulho, e como uma espécie de repreensão a

Deus, por não dispor as coisas de outro modo. Quem quer progredir no caminho

da vida espiritual não se deixa dominar pelo desânimo; não pára: caminha,

animado pela confiança na bondade de Deus.

DESEJOS. O desejo é um movimento da alma para um bem ausente. Os nossos

desejos são tendências naturais para o bem que não possuímos, e em cuja posse

julgamos encontrar algum gozo. Há desejos que devemos repelir, há outros que

devemos moderar, e outros a que devemos excitar-nos. a) Devemos repelir todos

os desejos que tendem àquilo que é contrário à lei de Deus. b) Devemos moderar

os desejos que, embora não sejam contrários à lei de Deus, podem ser-nos

prejudiciais se não forem regulados pela prudência e pela humildade, como são

os desejos inspirados pelas satisfações sensuais e os que têm por objeto os bens

temporais, c) Devemos excitar-nos aos desejos que tendem à glória de Deus e ao

bem das nossas almas, como ao bem das almas dos nossos semelhantes.

DESESPERAÇÃO é a voluntária desconfiança de conseguir a felicidade eterna,

ou os meios necessários para consegui-la. O pecado de desesperação, que é

mortal, procede principalmente da luxúria e da preguiça. Da luxúria, porque pela

afeição aos prazeres carnais o pecador se desgosta dos bens espirituais, e já não

os espera por lhe parecer coisa muito difícil. Da preguiça, porque, sendo ela

uma tristeza que abate e afrouxa o espírito, mostra-lhe a felicidade eterna como

fora de toda a esperança. Aos que querem, na verdade, caminhar para o Céu e

fazem por isso, Deus concede as graças necessárias para vencerem as

dificuldades, e chegam ao fim desejado.

DEUS. A Sagrada Escritura ensina não só que Deus existe, mas também quem Deus

é. O Apóstolo São Paulo diz que: «as perfeições invisíveis de Deus, depois da

criação do mundo, consideradas pelas obras que foram feitas, passaram a ser

visíveis, como a sua virtude sempiterna e a sua divindade » (Ep. Rom. I, 20). —

O Santo Evangelho como os santos Apóstolos ensinam que: «Deus é Espírito

Onipotente, Invisível, Imenso, Uno em natureza e Trino em Pessoas — Pai,

Filho, Espírito Santo — , Remunerador sobrenatural, Infinito em todas as

perfeições, a Quem devemos amar sobre todas as coisas, adorar, servir e

glorificar. Deus é o Ente Supremo que existe por Si mesmo, Eterno, Criador e

Governador de tudo o que existe.

Devemos honrar a Deus: a) pela Fé, reconhecendo-O como único e verdadeiro

Deus, nosso Senhor e Mestre infalível; b) pela esperança nas suas promessas,

reconhecendo que é Fiel; c) pela caridade ou amor de todo o coração,

reconhecendo que é infinitamente Bom; d) pela adoração, reconhecendo que é

infinitamente Grande; e) pelo temor, reconhecendo que é inquebrantavelmente

Justo. A sua vontade todos devemos obedecer, para O irmos ver face a face no

Céu e aí gozarmos a eterna felicidade.

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DEVER é o conjunto das nossas obrigações para conosco, para com o próximo e

para com Deus. O dever tem o seu fundamento na lei natural e na lei divina

positiva, que nos determinam e nos impõem todas as nossas obrigações. Para

cumprirmos o dever havemos de consagrar-lhe todas as nossas forças da alma e

do corpo, sem que coisa alguma nos afaste dele. O dever primeiro que tudo; o

dever é a Regra da nossa conduta. Nem o prazer, nem o dinheiro, nem as honras

nos hão de afastar do cumprimento do dever. Mas cumpramos o dever não tanto

para agradar aos homens, e sim porque é essa a vontade de Deus e para lhe

sermos agradáveis. Há deveres que se apresentam difíceis de cumprir; perante as

dificuldades sejamos corajosos, esforçemo-nos por vencê-las, peçamos auxílio a

quem no-lo pode prestar, e recorramos a Deus com humildade, com fé e

perseverança. O cumprimento do dever dá paz à consciência e alegria ao

espírito; atrai a consideração dos bons e é recompensado por Deus.

DEVERES DO CRISTÃO CONSIGO MESMO. Para o homem viver

como cristão há de cumprir deveres relativos à sua vida corporal, à sua vida

intelectual, à sua vida moral e à sua vida sobrenatural. a) Relativamente à vida

corporal, o cristão tem de aceitá-la como lhe é comunicada, sem murmurar se

alguns defeitos físicos a acompanham; têm de dar ao corpo o alimento, o

trabalho, o repouso e a higiene que lhe são necessários para conservação da vida

e da saúde; na doença tem de tratar-se segundo os meios ordinários de que pode

dispor, ou lhe sejam oferecidos, b) Relativamente à vida intelectual, o cristão

deve esclarecer e aperfeiçoar a sua inteligência pelo conhecimento da verdade,

tanto de ordem natural segundo a condição de cada um, como de ordem

sobrenatural segundo os ensinamentos da Igreja Católica, c) Relativamente à

vida moral, o cristão deve habituar-se à ordem, à disciplina, à prática do bem;

deve combater e procurar vencer as inclinações más que sentir, deve seguir os

bons exemplos e bons conselhos das pessoas justas, e deve evitar as más

companhias e as más leituras, d) Relativamente à vida sobrenatural, o cristão

deve formar um ideal de vida virtuosa, que procurará realizar fazendo só o que a

sua consciência lhe disser que é bem; deve aperfeiçoar a sua vida moral pela

oração, pelos vários exercícios do culto divino e pela frequência dos

sacramentos da Confissão e da Comunhão; deve tomar como modelo da sua vida

a vida de algum Santo, ou a do próprio Jesus Cristo.

DEVERES DE ESTADO são as obrigações inerentes ao modo de vida que

cada um tem. Primeiro que qualquer outro dever estão os deveres de estado, os

quais obrigam em consciência; por isso faltar a eles é ofender a Deus. Os

deveres de estado hão de ser cumpridos com a perfeição possível, embora sem

gosto e com sacrifício. É zelo mal entendido ou vaidade pôr de parte algum

dever de estado para satisfazer o gosto próprio ou de outrem, ainda que não seja

coisa má, ainda que seja coisa boa.

DEVERES FAMILIARES. No lar doméstico todos os membros da família

devem propor-se estes fins: a) o bem-estar pelo trabalho, segundo as aptidões e

as forças de cada um; b) a paz suportando-se mutuamente e perdoando-se; c) a

alegria, dedicando-se mutuamente, sem olhar aos incômodos próprios; d) a vida

virtuosa, orando uns pelos outros, edificando-se com os bons exemplos,

amparando com bons conselhos, sendo fiéis à prática da lei de Deus e da Igreja;

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e) alívio mútuo dando os cuidados da caridade aos que os necessitam,

particularmente aos velhos, aos doentes e às crianças.

DEVOÇÃO consiste na prontidão da vontade em dedicar-se ao serviço de Deus.

Não se deve confundir com a devoção uma certa doçura espiritual que por vezes

dela resulta; aquela é da vontade, esta é da sensibilidade. A consideração das

coisas que distraem do que é divino, impede a devoção; a consideração da

Humanidade de Jesus Cristo excita grandemente a devoção. Abunda nas pessoas

simples por causa da humildade; mas a ciência e qualquer perfeição conhecida

em Deus aumenta a devoção. A devoção há de levar-nos a amar e servir a Deus

de todo o nosso coração, com uma confiança firme na sua divina bondade.

DEVOÇÕES. Há uma grande variedade de devoções na vida cristã, mas nem todas

podem ser facilmente praticadas por todos os cristãos, nem todas são igualmente

recomendadas pela Igreja, nem convém que os cristãos embaracem as suas

obrigações com as devoções. As principais são: a) ao Santíssimo Sacramento,

devoção que se manifesta pela Comunhão frequente, pela visita ao Sacrário, pelo

respeito na Igreja, por tomar parte nas procissões em sua honra; b) ao Sagrado

Coração de Jesus. Os seus devotos fazem parte da Associação do Apostolado da

Oração, comungam na primeira sexta-feira de cada mês, e fazem a devoção do

mês de Junho; c) À Virgem Maria. Os seus devotos rezam o Terço do Rosário

todos os dias, assistem à Missa nos dias das festas, fazem a devoção do mês de

Maio e do mês de Outubro; d) Às almas do Purgatório, pelas quais se deve

mandar celebrar a Santa Missa e fazer outros sufrágios, particularmente no mês

de Novembro. e) A Via Sacra, devoção que consiste em fazer a visita de 14

Estações diante de 14 cruzes suspensas na parede de uma igreja, meditando na

Paixão e morte de Jesus.

DIACONATO é a Ordem Sacra concedida ao Subdiácono, a qual dá o poder de

servir imediatamente ao celebrante na Missa, de pregar, e, em caso de

necessidade, de administrar a Sagrada Comunhão. Para a ordenação de Diácono

requere-se a idade de 22 anos completos, o IV ano teológico começado, 3 meses

passados depois da ordenação de Subdiácono, salvo, quanto a este requesito, se a

necessidade da Igreja outra coisa exigir (C. 975, 976, 978).

DIACONISAS. Dava-se este nome às mulheres, virgens ou viúvas, que nos

primeiros tempos da Igreja eram destinadas para certos ofícios, que por causa do

pudor não podiam ser desempenhados por homens. Assistiam ao Batismo das

mulheres adultas, que era feito por imersão, e indicavam às mulheres os lugares

que deviam ocupar na igreja para assistirem aos atos do culto. O ofício das

diaconisas foi abolido quando o Batismo começou a fazer-se só na cabeça do

batizando.

DIAS SANTOS DE GUARDA são, além dos Domingos, os seguintes: Natal,

Circuncisão (l de Janeiro), Epifania (6 de Janeiro), Ascensão, Corpus Christi,

Imaculada Conceição (8 de Dezembro). Assunção (l5 de Agosto), São José (19

de Março), São Pedro (29 de Junho), Todos os Santos (1 de Novembro). Nestes

dias os cristãos, a partir dos 7 anos, têm obrigação de ouvir Missa e de se abster

de trabalhos servis e de atos forenses. Os trabalhos servis são proibidos nestes

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dias, não porque sejam maus, mas porque distraem do serviço de Deus e afastam

do culto divino, que é o principal fim do preceito. Quando, porém, os fiéis

tiverem necessidade, verdadeira e urgente, de trabalhar nesses dias, peçam a

precisa licença ao seu Bispo ou ao seu Pároco, ainda que esse trabalho se destine

a obras de caridade (C. 1245).

DIFAMAÇÃO consiste em denegrir injustamente a fama do próximo. O difamador

fica gravemente obrigado, por motivo de justiça, e mesmo com incômodo

proporcionalmente grave, a restituir a fama e a satisfazer por todos os danos que

a difamação causou.

DEFINIÇÃO EX-CÁTEDRA é a declaração feita pelo Papa, como Chefe da

Igreja, sobre doutrina de Fé ou de Moral, isto é, sobre verdades reveladas que

devemos crer ou viver, declaração solene que obriga toda a Igreja. Em tal caso o

Papa é infalível, não por inspiração divina ou por revelação, e sim por

assistência divina, isto é, por auxílio divino que não permite que erre quando

define doutrina da Revelação.

DINHEIRO DE SÃO PEDRO é uma obra estabelecida pela Igreja, que

consiste em fazer um peditório anual, em todas as igrejas e capelas públicas

onde houver Missa. O peditório é feito no dia 6 de Janeiro, e o produto é

destinado a auxiliar o Sumo Pontífice nas suas enormes despesas no governo da

Igreja em todo o mundo. Os fiéis devera mostrar-se generosos para com o

Vigário de Jesus Cristo, Pai espiritual de todos.

DIOCESE é o território atribuído pela Santa Sé a cada Bispo, para o exercício do

seu Poder Ordinário. A um grupo de certo número de Dioceses dá-se o nome de

Província Eclesiástica, da qual é Superior o Bispo da cidade principal, com o

nome de Metropolita e o título de Arcebispo, que quer dizer Chefe dos Bispos,

seus sufragâneos. Cada Diocese é formada por várias Paróquias com o Clero

respectivo, sob a obediência do próprio Bispo.

DIRETOR ESPIRITUAL é um sacerdote por meio do qual Deus conduz as

almas no caminho da perfeição. O modo ordinário porque as almas se hão de

conduzir na vida espiritual é confiarem-se à direção de um Sacerdote. Diz São

Vicente Ferrer: «quem tem Diretor e a ele se sujeita no pouco e no muito,

chegará mais fácil e prontamente à perfeição do que governando-se por si

mesmo, seja qual for o seu talento, e quaisquer que sejam os livros que possua

sobre as virtudes e o modo de adquiri-las».

DISCRIÇÃO é a qualidade que regula a sinceridade e a contém nos limites da

prudência. Não se deve dizer tudo o que se sabe sem pensar na conveniência ou

inconveniência de tudo dar a saber. Muitas coisas sabemos, sobretudo da vida

alheia, que o respeito ou outros motivos exigem que calemos.

DISPARIDADE DE CULTO é um impedimento dirimente do Matrimônio

pelo fato de um dos nubentes não ser batizado e o outro ter sido batizado na

Igreja Católica, ou por se ter convertido da heresia ou do cisma (C. 1070).

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DISPENSA é a permissão de obrar contra o Direito comum, ou é a sua relaxação

por causa justa. Nunca se deve dispensar com prejuízo do bem comum. Não se

pode dispensar contra o Direito natural comum. O Papa não pode dispensar nos

preceitos divinos. Nem Deus pode dispensar nos preceitos do Decálogo. Quando

se dispensa em alguma lei humana não se dispensa da obediência à lei, mas

determina-se que aquilo que era lei não o seja em tal caso. Os que governam a

multidão podem dispensar nas leis humanas quando falham em algum caso, ou

em necessidade iminente, ou quando não convém a alguma pessoa. Na lei

pública humana só pode dispensar aquele de quem a lei tem autoridade, ou

aquele a quem a comunica. Das leis gerais da Igreja só o Papa pode dispensar,

ou os Bispos, se o Papa lhes der esse poder, ou se for difícil o recurso à Santa Sé

e houver perigo de grave dano na demora (C. 81). Os Bispos podem dispensar

nas Diocesanas. Da lei eclesiástica não se deve dispensar sem causa justa e

razoável (C. 84).

DISPENSA MATRIMONIAL é a dispensa de algum impedimento

eclesiástico para o Matrimônio, concedida por quem tem o direito de dispensar

em algum caso particular. Só o Papa pode dispensar de todos os impedimentos

de Direito eclesiástico (C. 1040). A dispensa, porém, não pode ser concedida

sem que haja causa grave para a pedir. Os Bispos e mesmo os Párocos podem

dispensar em casos especiais indicados no Código de Direito Canônico (C. 1043

e segs.).

DIVÓRCIO é a separação dos cônjuges com a intenção de não tornarem a viver sob

o mesmo teto. Pode ser: a) — pleno, e consiste na separação para passar a outras

núpcias, o que nunca é lícito; b) — semi-pleno, e consiste na separação dos

cônjuges sem intenção de romperem o vínculo conjugal, o que é lícito havendo

causa. As causas são: adultério de um dos cônjuges; afastamento da verdadeira

Religião para a apostasia ou heresia; grave dano para a alma ou para o corpo;

mútuo consentimento. O Matrimônio válido e consumado não pode ser

dissolvido por nenhuma Autoridade humana (C. 1118).

Sobre a indissolubilidade do Matrimônio escreveu o Apóstolo São Paulo o

seguinte: «Aqueles que estão unidos em Matrimônio mando, não eu, mas o

Senhor, que a mulher não se separe do marido e, se se separa (por causa justa)

que fique sem casar ou que se concilie com seu marido. E o marido, da mesma

maneira, não deixe a sua mulher» (Ep. I Cor. VII, 10, 11). E Jesus Cristo já tinha

condenado o divórcio com estas palavras: «Qualquer que repudiar a sua mulher

e se casar com outra comete adultério contra a sua primeira mulher. E, se a

mulher repudiar o seu marido e se casar com outro, comete adultério» (Ev. S.

Mar. X, 11). É, pois, absolutamente proibido por lei divina que os casados, se

tiverem de se separar por causa justa, façam novo casamento, enquanto ambos

forem vivos. Não podem os fiéis aceitar o divórcio pleno embora seja admitido

pelo Poder civil.

DÍZIMO é a porção de bens materiais que os fiéis devem aos Párocos, para sua

decente sustentação, e à Igreja para as despesas do culto e para a sua

conservação. É uma obrigação imposta pelo V Mandamento da Igreja.

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DOGMA CATÓLICO é uma verdade divina que a Igreja propõe à nossa fé, e

em que devemos crer, sob pena de cairmos em heresia. Os principais Dogmas da

nossa Fé estão contidos no Símbolo dos Apóstolos ou Credo. Não pode ser

considerado católico aquele que nega alguma das verdades ensinadas pela Igreja

como dogma católico ou verdade divinamente revelada.

DOMICÍLIO é o lugar onde alguém habita com intenção de longa permanência;

não o perde pelo fato de ausência temporária.

QUASE-DOMICÍLIO é o lugar onde alguém habita durante a maior parte do

ano, com intenção de regressar ao seu domicílio. Pode, pois, alguém ter

domicílio numa paróquia e quase domicílio noutra. A esposa não legitimamente

separada retém o domicílio de seu marido, e os filhos menores, embora ausentes

da casa paterna, têm o seu domicílio onde os pais habitam (C. 92, 93).

DOMINGO é chamado entre os cristãos o dia do Senhor. Por preceito divino os

Judeus santificavam um dia na semana, que era o Sábado. Não trabalhavam e

reuniam-se nas Sinagogas para orar e ouvir a palavra de Deus. Os cristãos, em

memória da Ressurreição de Jesus Cristo, substituíram o dia de Sábado pelo dia

de Domingo, cumprindo nesse dia a lei divina da santificação de um dia na

semana. É, pois, lei dos cristãos absterem-se de trabalhos servis e ouvirem Missa

todos os Domingos do ano. Entende-se por trabalhos servis aqueles em que o

corpo tem maior parte que o espírito, e que tendem ordinariamente para

benefício do corpo, como são o cultivar a terra, qualquer trabalho dos

trabalhadores e dos operários e outros semelhantes. Da santificação do domingo

resultam grandes benefícios para a família, para a sociedade, como para o

indivíduo; grandes benefícios de ordem material, moral e religiosa.

DONS DO ESPÍRITO SANTO são hábitos sobrenaturais que dispõem as

faculdades a obedecer prontamente à moção do divino Espírito Santo. Posto que

as virtudes movam aos atos bons, os Dons são necessários para a prática dos atos

mais perfeitos e para atos heróicos. Nisso se distinguem as virtudes dos Dons do

Espírito Santo. São sete:

I - Sapiência — move-nos a julgar retamente das coisas divinas e a dedicarmo-

nos a elas.

II - Entendimento — faz-nos penetrar as verdades da Fé.

III - Conselho — dirige-nos em todas as circunstâncias particulares da vida.

IV - Fortaleza — aperfeiçoa a vontade, quanto aos nossos deveres em ocasião de

perigo.

V - Ciência — faz-nos julgar acertadamente das coisas humanas.

VI - Piedade — aperfeiçoa a vontade, quanto aos deveres relativos ao próximo e

a Deus.

VII - Temor de Deus — aperfeiçoa a vontade, quando é necessário resistir ao

atrativo dos prazeres proibidos.

DOTES DOS CORPOS GLORIOSOS são disposições próprias dos

corpos ressuscitados que fazem com que o corpo se sujeite perfeitamente à sua

alma. São quatro:

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I - Claridade — O vidro é feito de areia. A areia não brilha; feita vidro e

recebendo a luz do sol, brilha, reflete o mesmo. Assim o nosso corpo

ressuscitado quando receber a glória que a alma goza.

II - Sutileza — O nosso pensamento penetra, entra por toda a parte e o nosso

corpo agora fica onde está. Quando ressuscitar segue a alma, vai a toda a parte

como agora o nosso pensamento.

III - Agilidade — Como o vento leva uma palha, assim a alma levará o corpo

onde ela quiser e em tempo imperceptível.

IV - Impassibilidade — O corpo ressuscitado para o céu não sofrerá, não

morrerá; gozará a vida eternamente feliz da alma junto de Deus.

DOUTORES DA IGREJA. Dá-se este nome aos escritores eclesiásticos que

se distinguiram dos outros pela excelência da doutrina que ensinaram.

São quatro na Igreja Ocidental ou Latina: Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo

Agostinho, São Gregório Magno. São quatro na Igreja Oriental ou Grega: Santo

Atanásio, São Basílio, São Gregório Nazianzeno, São João Crisóstomo. Além

destes, que são maiores, há outros Doutores da Igreja, que são mais recentes:

Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, etc. A sua doutrina, nas coisas

divinas, goza grande autoridade na Igreja, pela ciência que possuem e pelo zelo

da verdade.

DOUTRINA CRISTÃ é a doutrina de Jesus Cristo, que os Apóstolos pregaram

e que a Igreja Católica ensina. Consta de verdades que os cristãos devem crer, de

Mandamentos que devem cumprir, de Sacramentos que precisam de receber, de

promessas cuja realização hão de pedir. Tem por fim preparar os homens para

viverem virtuosamente, para glorificarem a Deus devidamente, para

conseguirem a felicidade eterna após a morte. É dever grave dos pais ensinar a

doutrina Cristã aos seus filhos o dar-lhes exemplo de que a praticam.

DUELO é a luta entre duas ou mais pessoas, feita por pacto privado quanto ao tempo

e lugar de combate, com armas aptas para matar ou ferir gravemente.

O duelo é condenado pela lei da Igreja, que impõe a pena de excomunhão aos

que se batem em duelo, ou simplesmente a ele provocam ou aceitam, assim

como aos seus cúmplices, e aos que auxiliam ou favorecem os duelistas, aos que

de propósito deliberado assistem ao duelo, aos que o permitem ou não o

impedem, se podem. A igreja impõe a nota de infames aos duelistas e aos

chamados padrinhos do duelo (C. 2351), e recusa sepultura eclesiástica aos que

morrem em duelo ou de ferimento nele recebido, a não ser que tenham dado

sinais de arrependimento (C. 1240).

DULIA. — Ver a palavra CULTO.

E

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ECUMÊNICO significa universal, e diz-se particularmente de um Concílio

quando se quer dar a entender que é reconhecido por toda a Igreja.

EDUCAÇÃO é a progressiva e harmônica cultura das faculdades, pelas quais as

crianças, pouco a pouco e ordenadamente, se fazem homens perfeitos. Na

educação hão de intervir: 1.° — Os pais, cultivando as boas qualidades e

propensões dos filhos, dirigindo-os à prática da virtude, para que consigam o seu

fim natural e sobrenatural. 2.° — O Estado, suprindo as deficiências dos pais,

com escolas para formar bons cidadãos, que consigam o mesmo fim natural e

sobrenatural. 3.° — A Igreja, ministrando aos batizados a formação moral e

religiosa que os fortaleça contra a corrupção do meio em que se encontram. A

instrução e educação religiosa e moral dos fiéis deve logo, desde a infância,

ocupar o primeiro lugar na sua formação, e intensificar-se e ampliar-se

paralelamente ao desenvolvimento da inteligência e dos conhecimentos profanos

de cada um (C. 1372).

Alguns meios a empregar para a educação das crianças:

a) inculcar os princípios morais e religiosos;

b) dar bom exemplo em tudo;

c) moderar e guiar as paixões logo ao despertar;

d) cultivar a inteligência com o estudo, com a meditação, com o costume de

nada empreender senão por um motivo honesto e sobrenatural;

e) impedir ou vencer hábitos maus;

f) evitar excessos que debilitem o corpo e perturbem o sistema nervoso;

g) exercitar virilmente e constantemente a vontade, mesmo nas pequenas coisas;

h) orar e frequentar os Sacramentos.

EMOLUMENTOS PAROQUIAIS são lucros eventuais que o Pároco tem

direito a receber dos seus paroquianos por serviços que lhes presta, segundo o

costume aprovado, ou legítima taxação.

Não deve, em regra, o Pároco deixar de receber o que lhe pertence como Pároco,

nem fazer favores que possam vir a prejudicar o seu sucessor. Os emolumentos

temporais recebidos pelo Pároco não são salários do seu ministério, que é

espiritual; são simplesmente subsídios para a sua sustentação, e a eles tem

direito ainda que possua outros bens. É obrigado, porém, a distribuir o supérfluo

pelos pobres ou por obras pias (C. 1473). Àqueles que não puderem pagar por

falta de meios, não deve o Pároco negar o seu ministério gratuito (C. 463).

ENCÍCLICA é uma Carta circular dirigida pelo Papa a todos os Bispos, ou aos de

uma Nação somente, versando algum assunto de interesse geral para a

Comunidade cristã.

ENDOENÇAS. Dá-se este nome às cerimônias litúrgicas que se celebram nos três

últimos dias da Semana Santa, comemorando a instituição da Missa, a paixão e a

morte de Jesus Cristo, e a sua Ressurreição.

As igrejas não paroquiais não podem fazer as funções da Semana Santa sem

solenidade, isto é, segundo o Memoriale Rituum a não ser com Indulto da Santa

Sé (S. C. R.). Na Quinta-feira santa não deve tapar-se a luz das janelas da igreja

com panos pretos ou quaisquer outros. Quando se não fazem as funções da

Semana Santa pode conservar-se a píxide no seu altar até ao sol posto, para que

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os fiéis possam adorar o Santíssimo Sacramento, mas a píxide não pode ser

exposta à boca do Sacrário. Nas igrejas paroquiais em que não se celebram as

funções da Semana Santa pode o Pároco, com licença do Bispo, dizer Missa

rezada, e também com a mesma licença, pode cantar Missa, mas não pode fazer

a procissão do Santíssimo Sacramento. Não pode tolerar-se que o altar-mor seja

o altar da exposição do SS. (S. C. R.). As solenidades de Quinta-feira não podem

separar-se das de Sexta, mas podem fazer-se as de Sábado sem aquelas (S. C.

R.). A Missa de Sábado deve ser precedida da benção do lume e do círio pascal.

A benção da água para o Batismo é obrigatória em todas as igrejas paroquiais.

Desde a Missa de Quinta-feira até à Missa de Sábado não se tocam os sinos, nem

música na igreja, em sinal da tristeza que causa a lembrança da Paixão e morte

de Jesus Cristo.

Os atos principais que se celebram Quinta-feira Santa são:

a) a Missa solene, que recorda a instituição da Sagrada Eucaristia; b) — a

procissão do SS. em seguida à Missa; c) — a desnudação dos altares, depois da

procissão, cerimônia que recorda Jesus despojado dos seus vestidos para ser

açoitado; d) — o lava-pés, feito à tarde, que recorda o ato de humilhação

praticado por Jesus Cristo lavando os pés aos seus discípulos, após a última

Ceia. Os atos principais de Sexta-feira são: a) — o canto da Paixão, que deve ser

ouvido de pé; b) — a adoração da cruz, à qual é nesse dia prestado um culto

especial; c) — a procissão do SS., e a Missa chamada dos pressantificados,

porque o Sacerdote não consagra, mas comunga a Sagrada Hóstia consagrada na

véspera; d) — a procissão chamada do enterro, porque nela é levada a imagem

de Jesus morto. Os atos principais de Sábado Santo ou Sábado de Aleluia são: a)

— a benção do fogo; b) — a benção da pia batismal, seguida da Ladainha de

todos os Santos; c) — a Missa solene.

ENFERMIDADES Muitas das nossas enfermidades são uma consequência dos

nossos pecados. Quando doentes, recorremos aos remédios para obtermos a

cura, e por vezes gastamos nisso os nossos haveres. E também, se temos fé,

recorremos ao poder de Deus por meio da oração, com o mesmo fim de

recuperarmos a saúde.

As enfermidades da alma são muito mais perigosas que as do corpo; estas são

passageiras, purificadoras ou expiatórias, aquelas fazem perder a amizade de

Deus e, se não forem curadas pela Confissão sacramental, levam às penas do

inferno. Sem desprezar a cura do corpo, cuidemos principalmente de obter o

perdão dos nossos pecados.

EPIFANIA é a festa que a Igreja celebra no dia 6 de Janeiro, para comemorar a

manifestação de Jesus Cristo aos gentios, nas pessoas dos Reis de Nações pagãs.

Esses Reis que segundo a tradição eram três — Melchior, Gaspar e Baltazar —

viram aparecer no Oriente uma estrela de extraordinário brilho. Resolveram

seguir a direção da estrela e, guiados por ela, foram a Belém, onde tinha nascido

e ainda estava o Menino Jesus. Adoraram Jesus, ofereceram-lhe valiosos

presentes — ouro, mirra, e incenso — e voltaram para os seus Países anunciando

que tinha nascido Jesus, o Filho de Deus, que era esperado como Salvador do

mundo. O dia da Epifania é dia Santo de Guarda.

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EPISCOPADO é uma Ordem sagrada e suprema, que confere a quem a recebe o

poder de confirmar os fiéis, ordenar os Ministros do altar, e consagrar as coisas

pertencentes ao culto religioso.

Os Bispos na sua Ordenação recebem a plenitude do Poder Sacerdotal: Poder de

Ordem, para ordenarem os ministros do altar; Poder de Jurisdição, para

governarem a Igreja. Embora o Papa seja o Chefe da Igreja Católica e Superior

aos Bispos, não é dele que recebem a Jurisdição e sim do Espírito Santo, que os

estabeleceu Bispos para governarem a Igreja de Deus como sucessores dos

Apóstolos.

Também se entende por Episcopado o Corpo Episcopal, isto é, os Bispos

considerados como um corpo moral.

EREMITAS eram ascetas cristãos que aspiravam a uma vida mais perfeita no

Cristianismo, e que se separavam da convivência social para viverem no deserto.

Faziam voto de castidade, abstinham-se do uso de carnes e de vinho, repartiam

os seus bens com os pobres, e viviam pobremente.

ESCÂNDALO é o que se diz, se faz, ou se omite menos retamente, embora

licitamente, dando a outrem ocasião de cair em pecado, ou causando-lhe alguma

ruína espiritual. O escândalo pode ser dado diretamente, se há intenção de levar

outrem ao pecado; ou indiretamente, se somente se prevê que outrem cairá em

pecado.

É severamente condenado por Jesus Cristo, quando diz: «Aquele que

escandalizar um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor é que se lhe

pendure ao pescoço uma mó de azenha e seja lançado ao fundo do mar. Ai do

mundo por causa dos escândalos» (Ev. S. Mat. XVIII, 6.)

Quem escandaliza fica obrigado a reparar o escândalo dado, umas vezes por

caridade, outras vezes por motivo de justiça.

Devemos, pois, abster-nos de toda a palavra ou ação de que possa resultar

escândalo para alguém.

ESCAPULÁRIO dos Religiosos é uma tira larga de pano que os Religiosos

trazem sobre o hábito, e que dos ombros desce ao longo do peito e das costas.

Para os simples fiéis o escapulário consta de dois bocados de pano unidos por

dois cordões que se suspendem ao pescoço, ficando uma parte para o lado do

peito e outra para o lado das costas. O escapulário é um distintivo para os fiéis

que entram em alguma Ordem Terceira ou Confraria que concede esse

privilégio, e ao seu uso andam anexas muitas indulgências. Para lucrá-las é

necessário receber nos ombros o escapulário, benzido por Sacerdote que tenha a

faculdade de benzê-lo, trazê-lo ao pescoço dia e noite, e ter o nome inscrito no

Registro da Ordem Terceira ou da Confraria. Só o primeiro escapulário — o da

imposição — tem de ser benzido; qualquer outro que o substitua não carece de

benção, exceto o das Ordens. O escapulário de algumas Associações pode ser

substituído por uma medalha de metal, tendo de um lado a imagem do Coração

de Jesus, e do outro lado a imagem de Nossa Senhora. A medalha tem de ser

benzida por quem tem o privilégio de benzer o escapulário.

Aquele que tendo recebido o escapulário o tivesse deixado, mesmo por tempo

considerável, não carecia de nova imposição (a não ser que o tivesse repelido

por desprezo ou impiedade), para tornar a trazê-lo e lucrar as Indulgências.

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Estando deteriorado o escapulário ou tendo-se perdido, é preciso substituí-lo por

outro igual, quer benzido quer não. A medalha que substitui o escapulário pode

trazer-se ao pescoço ou de outro modo qualquer, e, se for perdida, deve ser

substituída por outra, que há de ser benzida.

ESCRITURA SAGRADA — Ver a palavra BÍBLIA ou CANÔNICOS.

ESCRÚPULO é uma ansiedade ou temor excessivo de pecar, sem razão

suficiente. Confunde-se por vezes com a consciência delicada, que é um

sentimento que percebe e procura corrigir os menores defeitos, não por julgar

que são graves, mas porque impedem de caminhar para a perfeição. Os sinais

que dão a conhecera consciência escrupulosa são: pertinácia no juízo, mudança

frequente de opinião, reflexões importunas, ansiedade no modo de falar. O

grande remédio contra o escrúpulo é a obediência ao confessor.

ESMOLA é qualquer benefício corporal dado ao indigente, por compaixão, para

aliviá-lo em suas necessidades. A esmola é de preceito divino, pois Jesus disse:

«Dai esmola do que é vosso» (Ev. S. Luc. XI, 41) e o Apóstolo São Paulo

escreveu: «Não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir dos vossos bens com

os outros, porque com tais sacrifícios se agrada a Deus» (Ep. Hebr. XIII, 16).

A esmola é como que um imposto suplementar lançado por Jesus Cristo sobre os

ricos em proveito dos pobres, pelos quais se faz substituir. De sorte que quem dá

esmola é um auxiliar da divina Providência junto dos necessitados. A esmola

deve ser dada, não por vaidade nem com ostentação, mas por compaixão e com

caridade, acompanhando a dádiva com alguma palavra carinhosa que console a

alma do pobre, e deve ser dada com generosidade, segundo as possibilidades de

quem dá e as necessidades daquele a quem é dada. Em casos iguais deve ser

dada: a) aos mais indigentes; b) aos de melhor vida moral; c) aos parentes; d)

aos benfeitores; e) aos que prestam serviços espirituais.

O pobre deve ver na esmola a bondade da divina Providência, deve ficar, e

mostrar-se reconhecido a quem a dá e deve fazer bom uso da esmola recebida.

ESMOLAS. Os Párocos e Superiores das igrejas podem coligir esmolas para a

sustentação do culto nas suas igrejas ou capelas, e bem assim para outras obras

pias, segundo as prescrições do Bispo (C. P.). — Ninguém poderá colocar nas

igrejas ou capelas públicas, ainda que em propriedade pertencendo a

particulares, quaisquer caixas destinadas a receber esmolas ou donativos dos

fiéis, sem licença do Bispo ou do Sacerdote legitimamente encarregado do culto

dessa igreja ou capela, e as chaves dessas caixas pertencem ao dito Sacerdote ou

à Associação aí canonicamente ereta (C. P.). As esmolas e ofertas a alguma

igreja, capela, altar, imagem ou corporação eclesiástica, serão sempre aplicadas

conforme a intenção do oferente; se esta não for expressa nem se puder

conjecturar qual fosse, aplicar-se-ão em atos de Religião ou de piedade (C. P.).

ESPÉCIES SACRAMENTAIS são as aparências do pão e do vinho depois

da consagração na Missa sob as quais espécies, que os nossos olhos vêem,

sabemos, pela Fé, que está o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.

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ESPERANÇA é uma virtude sobrenatural que nos dá a confiança certa da nossa

salvação, mediante os auxílios divinos para a merecermos. Esta confiança é

fundada na palavra de Jesus Cristo, que disse: «Vós recebereis o cêntuplo neste

mundo e a vida eterna no outro» (Ev. S. Marc. X, 30). E o Apóstolo São Paulo

afirma que «na esperança é que temos sido salvos»; e ainda: «meus amados

irmãos, estai firmes e constantes, trabalhando sempre cada vez mais na obra do

Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor» (Ep. I Cor. XV, 58).

A esperança anima-nos ao cumprimento do dever, por causa do bem que daí nos

resulta, impede de nos prendermos aos bens da terra, que havemos de deixar

para recebermos os bens celestes; consola-nos e eleva-nos o espírito quando

somos feridos pela adversidade, pois sabemos que todas as penas desta vida não

têm comparação com a glória que esperamos na eternidade. Tenhamos, pois,

esperança firme na bondade de Deus e digamos com o Salmista: «Em Vós,

Senhor, esperei, não serei confundido eternamente» (Salmo XXX, 1).

ESPIRITISMO é um conjunto de superstições prejudiciais à Fé católica.

Pretendem os espíritas evocar as almas dos finados para saberem delas coisas

que não se podem saber naturalmente, ou por meios naturais. Como evocação

dos espíritos é ilícito; como doutrina é contrário à Fé. A Igreja proíbe assistir a

reuniões espíritas, mesmo no caso de os assistentes protestarem excluir todo o

pacto com o demônio, e ainda que nessas reuniões nada se ouça contra a

doutrina da Igreja, ou se peçam sufrágios pelos defuntos.

Ficam excomungados todos os que tomarem parte ativa nas reuniões do

espiritismo, ou as promoverem, ou simplesmente a elas assistirem (C. P.).

ESPÍRITO SANTO é uma Pessoa Divina, a terceira Pessoa da Santíssima

Trindade. Esta verdade é ensinada pela Sagrada Escritura, dizendo Jesus Cristo

aos seus Apóstolos que batizassem «em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito

Santo» (Ev. S. Mat. XXVIII, 19). Com estas palavras proclama que o Espírito é

igual ao Pai, que é Deus, e ao Filho, que é igualmente Deus. Nos Atos dos

Apóstolos conta São Lucas que o apóstolo São Pedro, repreendendo Ananias,

disse-lhe: «Satanás tentou o teu coração para que tu mentisses ao Espírito Santo;

não mentiste aos homens, mas a Deus» (Act. V, 3-4).

Deus Pai e Deus Filho e Deus Espírito Santo são um só Deus em três pessoas

divinas, e, embora estas três divinas Pessoas operem igualmente em toda a nossa

vida natural e sobrenatural, atribuímos a Deus Pai a nossa criação, a Deus Filho

a nossa redenção e a Deus Espírito Santo a nossa santificação. Peçamos ao

divino Espírito Santo que nos conceda as graças precisas para cooperarmos com

as graças que lhe pedimos, e nos santificarmos.

ESPOSOS — Ver a palavra CÔNJUGES.

ESTAMPAS. Nas estampas religiosas que piedosamente se distribuem para pedir

preces e outros sufrágios pelos defuntos, não devem imprimir-se elogios dos

mesmos, nem quaisquer textos da Escritura ou orações, sem a aprovação do

Bispo.

ESTOLA era entre os Romanos um pano de linho muito fino e muito limpo, que as

pessoas de distinção usavam em volta do pescoço.

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Como ornamento sacerdotal, é uma longa faixa de seda com uma cruz no meio e

duas nas extremidades, que o Sacerdote usa, caindo dos ombros sobre o peito,

quando exerce alguma função sagrada. Em regra não deve ser usada senão nos

atos litúrgicos em que é exigida pelas rubricas. É permitida, mas não é

preceituada, ao Sacerdote, para pregar, se esse for o costume.

ETERNIDADE é a posse perfeita e permanente de vida interminável.

A eternidade em Deus é permanência sem princípio nem fim, sem passado nem

futuro; é um presente continuado. Neste sentido só Deus é eterno. Para nós, a

eternidade, ou a vida eterna, começa no momento da morte; nesse momento

termina o passado e começa um presente que nunca mais acaba. Então, a alma

entra na morada da sua eternidade, que será ou o Céu, embora passando pelo

Purgatório, ou o Inferno. E a vida, quer de felicidade quer de tormentos, nunca

mais acaba. Eternidade de gozo no céu com Deus, ou eternidade de tormentos no

inferno com o demônio.

EUCARISTIA é um Sacramento que contém, verdadeira, real e substancialmente,

o próprio Jesus Cristo sob as espécies do pão consagrado, para alimento

espiritual da nossa alma. Foi instituída por Jesus Cristo na véspera da sua morte

por amor de nós, e foi dada em comunhão aos seus Apóstolos, comunicando-

lhes também o poder de fazerem o mesmo que Ele acabava de fazer. Por isso,

todas as vezes que um Sacerdote na Missa pronuncia sobre a hóstia as mesmas

palavras que Jesus Cristo pronunciou sobre o pão — «Isto é o meu Corpo» — a

hóstia deixa de ser pão, e nela fica sob as aparências de pão, o Corpo, o Sangue e

Alma e Divindade de Jesus Cristo, ou a Eucaristia. É um mistério profundo, mas

é um dogma da Fé católica. Devemos adorar a Eucaristia porque ela é o próprio

Jesus Cristo, invisível sob as espécies visíveis do pão consagrado. Devemos

receber a Eucaristia em Comunhão, porque foi principalmente para a recebermos

que Jesus Cristo a instituiu, dizendo «Tomai e comei. Isto é o meu Corpo» (Ep. I

Cor. XI, 24). A Eucaristia, que significa ação de graças, é designada por vários

nomes: Sagrada Hóstia, porque nos recorda o sacrifício da cruz, de que é em

certo modo a renovação incruenta. Santíssimo Sacramento, em razão da sua

dignidade, superior a todos os outros Sacramentos. Mistério de Amor, porque é

o prolongamento da Encarnação; — por amor encarnou o Verbo divino, e por

amor permanece entre os homens. Vínculo de Caridade, porque é sinal e causa

da paz, da concórdia e da unidade na Igreja. Viático, quando é dado aos fiéis

moribundos como alimento no seu caminho para a pátria celeste.

Jesus Cristo permanece na Eucaristia enquanto as espécies sacramentais não

estão inteiramente corrompidas; está na hóstia consagrada no mesmo estado de

glória, de felicidade e de impassibilidade como está no Céu, e está não com as

dimensões da sua quantidade material e com a sua extensão, mas no estado de

substância, como a substância do pão está sob as suas espécies, pois o Corpo de

Jesus Cristo substitui a substância do pão, e só no Céu está com as suas

propriedades de dimensão.

Nas igrejas onde está a Sagrada Eucaristia deve haver ao menos uma Missa cada

semana. — Com licença do Bispo pode conservar-se a Eucaristia nas capelas

públicas e nas semi-públicas das casas pias ou religiosas. Para se conservar a

Eucaristia noutras capelas é necessário Indulto Apostólico, mas o Bispo pode

conceder essa licença e somente para capela pública, havendo justa causa e per

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modum actus (C. 1265). — A Eucaristia não pode ser conservada habitualmente

senão num altar da mesma igreja, e convém que esteja no altar-mor, exceto nas

igrejas Catedrais e Colegiadas onde, por causa dos Ofícios eclesiásticos, deve

estar numa capela lateral (C. 1268). A Eucaristia deve conservar-se em sacrário

inamovível, colocado no meio do altar, e a chave do sacrário deve ser

cuidadosamente guardada, à responsabilidade do Reitor da igreja (C. 1269). —

Diante do sacrário deve haver ao menos uma lâmpada, acesa dia e noite,

alimentada com azeite ou cera (C. 1271).

EVANGELHO é o primeiro livro do Novo Testamento, o livro sagrado que narra a

vida de Jesus Cristo, com o fim de crermos que Ele é Deus, e para que crendo,

pratiquemos a sua doutrina, sigamos os seus exemplos, vivamos santamente, e

consigamos a felicidade eterna.

Jesus Cristo mandou pregar o Evangelho em todo o mundo, dizendo aos seus

Apóstolos: «Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura» (Ev. S.

Mar. XVI, 15). E não há outro evangelho senão aquele que Jesus pregou na

Palestina e mandou pregar em todo o mundo. Assim o afirma o Apóstolo São

Paulo, dizendo: «Ainda que nós mesmos ou um Anjo do Céu vos anuncie um

Evangelho diferente do que vos anunciamos, seja anátema» (Ep. Gal. I, 8).

Devemos tomar o Evangelho como Regra de conduta para a nossa vida moral,

guiados sempre pela Autoridade da Igreja, à qual Jesus confiou o seu

ensinamento, e devemos repudiar como falsa e errônea toda a doutrina, seja de

quem for, que estiver em oposição como a doutrina do Evangelho.

EVANGELISTAS são os quatro escritores que redigiram o Evangelho, isto é: os

ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, a sua vida, morte, ressurreição, e

ascensão ao Céu. São os dois Apóstolos São Mateus e São João, e São Marcos

discípulo de São Pedro, e São Lucas, companheiro de São Paulo.

EXAME DE CONSCIÊNCIA para a Confissão, consiste em procurar

conhecer os pecados cometidos depois da última Confissão.

Para fazer o exame de consciência, implora-se o auxílio de Deus, e interroga-se

cuidadosamente a consciência sobre se os nossos pensamentos, as nossas

palavras, ações e omissões têm sido conforme ou contra os Mandamentos da Lei

de Deus e da Igreja e os deveres do nosso estado. Nesta investigação deve-se

procurar saber não somente a qualidade dos pecados cometidos, mas também,

quanto possível, o número deles, e a sua gravidade.

EXCOMUNHÃO é uma censura eclesiástica ou pena canônica, pela qual o cristão

delinquente e contumaz é privado dos bens espirituais de que a Igreja é

dispensadora. Disse Jesus: «Se teu irmão pecar contra ti... di-lo à Igreja, e se não

ouvir a Igreja tem-no por um pagão ou um publicano» isto é, como um separado

da Igreja (Ev. S. Mat. XVIII, 17).

A excomunhão é a maior pena que a Igreja impõe aos seus súditos. Os bens

espirituais de que o excomungado fica privado são: a) da participação das

orações públicas que a Igreja faz por todos os fiéis: b) de administrar e receber

os Sacramentos; c) de assistir aos ofícios divinos, exceto aos sermões; d) de ser

sepultado com honras litúrgicas. A Igreja excomunga ou afasta os indignos, não

para que se percam, mas para que se convertam e se salvem; para que se

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conserve a disciplina eclesiástica, e para que os fiéis não se corrompam com os

maus exemplos do excomungado. Só os Bispos e Prelados maiores podem

excomungar, porque só eles têm jurisdição no foro judicial.

EXÉQUIAS são honras litúrgicas que a Igreja presta àquele que faleceu em paz

com Deus. — Ver a palavra FUNERAL.

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS são práticas que, por meio de exames de

consciência, de oração vocal e mental, e de outros atos de vida espiritual, têm

por fim preparar e dispor a alma para tirar de si todas as afeições desordenadas,

e, depois de tiradas, procurar conhecer a vontade divina para segui-la,

conformando com ela a vida. Os exercícios espirituais são feitos no silêncio do

recolhimento, onde não cheguem as notícias mundanas, nem as ocasiões de

dissipação do espírito. São os meios mais aptos para cada um se conhecer e

conhecer a vontade de Deus a seu respeito. Quem os faz com as devidas

disposições ganha sempre em perfeição espiritual.

EXORCISMOS são orações que o Sacerdote reza, invocando o nome de Deus,

para expulsar o demônio do corpo dos obsessos. Ninguém, nem mesmo o

Sacerdote, pode ler os exorcismos aos obsessos sem licença expressa do Bispo

(C. 1151), e essa licença só é concedida depois de ter averiguado por meio de

uma investigação cuidadosa e prudente, que o exorcismando está realmente

obsesso.

EXORCISTA é aquele que recebe a Ordem do Exorcistato, a qual confere o poder

de expulsar os demônios dos corpos dos possessos, e de preparar a água que há

de ser benzida para as bênçãos litúrgicas usadas na Igreja. Segundo a disciplina

atual, nem os Exorcistas nem mesmo os Sacerdotes podem exercer o poder de

fazer os exorcismos sem autorização expressa do Bispo (C. 1151).

EXPOSIÇÃO DO SANTÍSSIMO pode fazer-se sem licença do Bispo, com

a píxide à boca do sacrário, havendo causa justa (C. 1274), mas não depois do

sol posto sem licença do Bispo (S. C. R.). A Exposição solene só se pode fazer

sem licença do Bispo no dia do Corpo de Deus e dentro da sua Oitava, durante a

Missa, e a Vésperas (C. 1274). Durante a Exposição com a píxide à boca do

Sacrário devem arder 6 velas, ao menos. Durante a Exposição, sob dossel ou

baldaquino, devem arder 12 velas. Sendo a Exposição no trono, devem arder 16

velas, ao menos, e na devoção das Quarenta Horas devem arder 20, pelo menos,

não sendo permitido substituir as velas exigidas por lâmpadas elétricas. Na

Exposição privada a píxide deve ficar dentro do Sacrário, tirando-se apenas para

dar a benção (S. C. R). Sem licença do Bispo não se pode dar a benção do

Santíssimo mais de uma vez por dia na mesma igreja, salvo se aí tiverem a sua

sede várias Confrarias ou Associações pias (S. C. R.). Nunca se pode dar a

benção do Santíssimo sem o véu de ombros, que deve ser sempre de cor branca.

Na benção com a custódia é indispensável que o celebrante revista também o

pluvial. Durante a benção, nem os sacerdotes, nem os músicos, nem quaisquer

outras pessoas podem cantar coisa alguma, devendo haver profundo silêncio (S.

C. R.). A incensação é necessária na Exposição solene; é facultativa na

particular.

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É proibido colocar sobre o altar em que está o Santíssimo exposto quaisquer

imagens ou relíquias, com exceção das imagens dos Anjos em adoração (S. C.

R.). Na Exposição solene far-se-á a incensação, tanto na ocasião da exposição

como depois do Genitori, ainda que entre a exposição e o Tantum ergo não

tenha havido nenhumas preces, mas neste caso não se faz nova imposição de

incenso (S. C. R.). Não é lícito intercalar entre o Tantum ergo e o Genitori, assim

como entre este hino e a oração Deus qui... e entre esta oração e a benção,

nenhumas outras preces (S. C. R.).

EXTREMA-UNÇÃO é um Sacramento que Jesus Cristo instituiu para alívio da

alma, e também do corpo, dos enfermos que estão em perigo de morte. Já os

Apóstolos administravam este sacramento, como se afirma em São Tiago,

dizendo: «Está entre vós algum enfermo? Chame os Presbíteros da Igreja e orem

sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor, e a oração (nascida) da fé

salvará o enfermo, e se estiver em pecados ser-lhes-ão perdoados (Ep. S. Tiag.

V, 14, 15). — Este Sacramento só pode ser administrado ao fiel que, depois de

ter atingido o uso da razão, se veja em perigo de morte, ou por causa da

enfermidade ou pela velhice (C. 940), mas não pode ser conferido aos que

perseveram, de modo contumaz, impenitentes, em manifesto pecado mortal. Se

disso houver dúvida, seja conferido sob condição (C. 942). Na mesma doença

não se pode receber a Extrema-unção mais de uma vez (C. 940). Se o enfermo

tiver expirado há pouco tempo, deverá ser ungido sob condição (Const. Bisp.

Coimbra).

F

FALSO TESTEMUNHO é o depoimento contrário à verdade. É mais grave

quando feito em juízo por aquele que jurou dizer a verdade. É sempre proibido.

Está escrito na Lei de Deus: «Contra o teu próximo não dirás falso testemunho »

(Exod. XX. 16). As testemunhas citadas pelo Juiz têm obrigação de dizer a

verdade, e só a verdade, sem atenção aos interesses de ninguém e só aos

interesses da Justiça. Uma testemunha falsa fica obrigada a reparar todo o dano

que maliciosamente causou ao próximo, ainda que lhe custe igual ou maior

dano, e também a retratar-se do testemunho dado, se tanto for necessário para

restabelecer a Justiça.

FAMÍLIA. Foi fundada por Deus quando deu Eva por companheira a Adão,

abençoando-os e dizendo-lhes que se multiplicassem. Sempre que uma mulher

aceita unir-se a um homem, com a benção de Deus dada à face da Igreja, com o

fim de terem filhos, fica constituída legitimamente uma família cristã. Os

membros de uma família que formam o lar doméstico devem propor-se os

seguintes fins: a) o bem estar, pelo trabalho de todos; b) a paz, suportando-se

mutuamente; c) a alegria, dedicando-se ainda que com incômodo próprio; d) a

vida virtuosa, sendo fiéis à lei de Deus e à lei da Igreja; e) o auxílio mútuo,

sobretudo nas dificuldades e nas doenças.

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FATALISMO é um sistema doutrinário, que afirma serem as ações humanas

reguladas por uma necessidade exterior e superior ao mundo. Esta doutrina é a

negação absoluta da nossa liberdade e da nossa responsabilidade. A verdade é

esta: os acontecimentos produzidos na natureza física seguem a ordem

estabelecida pelas leis que Deus impôs à natureza; os atos humanos são

produzidos pela vontade do homem, pois a Providência divina não nos dispensa

do uso das nobres faculdades de que nos dotou. Portanto, o que fazemos não o

fazemos por assim estar escrito, mas porque o queremos fazer; depois é que fica

escrito na nossa consciência e no livro da vida de cada um, e é por ele que Deus

nos há de julgar e sentenciar.

FÉ. É uma virtude sobrenatural que Deus infunde em nossa alma, para crermos em

tudo o que revelou, só por causa da sua Autoridade, pois não se pode enganar

nem pode enganar-nos. Assim nos ensina São Paulo, dizendo: «A nossa fé não

se funda na sabedoria dos homens, mas na virtude de Deus» (Ep. 1 Cor. II 5).

A realização das Profecias acerca de Jesus Cristo, os milagres que operou e os

que têm sido operados em seu nome, a pureza da sua doutrina imutável, a vida

santa dos que a seguem, a constância dos Mártires do Cristianismo, são motivos

que bastam para darmos fé ao que a Igreja Católica nos ensina ter sido revelado

por Deus.

O Apóstolo São Pedro diz que «o fim da nossa fé é a salvação das almas» (Ep. I.

Ped. 1, 9). É-nos de tal modo necessário ter fé que quem não a tem será

condenado. Foi Jesus Cristo que o afirmou (Ev. S. Mar. XVI, 16). Todavia não

basta ter fé para nos salvarmos, pois Jesus disse também que é igualmente

necessário guardar os Mandamentos para termos a vida eterna (Ev. S. Mat. XIX,

17). A nossa fé deve ser firme e universal, crendo em tudo o que a Igreja

Católica ensina ter sido revelado por Deus; e prática, levando-nos a viver de

harmonia com os Mandamentos da Lei de Deus.

FELICIDADE. Os homens fazem consistir a sua felicidade em cinco coisas: no

prazer, na riqueza, no poder, na dignidade, na honra. Posto que sejam coisas

apreciáveis, a razão e a experiência mostram que é ilusão perigosa procurar a

felicidade nos bens da vida presente. Todos são contingentes, fugitivos.

Só os bens do Céu são eternos, por isso só eles fazem o homem feliz após a sua

passagem pelo mundo. Jesus Cristo disse: «Não queirais entesourar para vós

tesouros na terra, mas entesourai para vós tesouros no Céu». A felicidade no Céu

é tal que o Apóstolo São Paulo, a quem Deus concedeu a visão momentânea do

Céu, escreveu: «O que os olhos não viram, nem o ouvido ouviu, nem jamais

subiu ao coração do homem é o que Deus preparou para aqueles que o amam»

(Ep. I Cor. II, 9). — É no Céu que se gozam todos os bens e se está isento de

todos os males, por toda a eternidade. Para tanto, basta ter fé e cumprir os

Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja.

FESTAS RELIGIOSAS. A palavra festa quer dizer dia feliz, dia agradável, ou

dia de assembléia solene. O fim das festas religiosas é recordar todos os anos os

acontecimentos memoráveis da Religião. Reúnem-se os fiéis junto do Senhor de

todos; cimentam entre eles a paz e a fraternidade; despertam a lembrança dos

mistérios da Religião, da vida de Nosso Senhor ou dos Santos, e dos benefícios

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de Deus; levam os homens à gratidão para com Deus; tornam o homem melhor,

mais moral, mais espiritual.

Nas festas religiosas são reprovados os arraiais, as danças e espetáculos no adro

ou junto da igreja, assim como os leilões, quermesses ou rifas (C. P.) — Não

podem admitir-se nas funções sagradas músicas formadas de homens e de

mulheres (C. P.) Ao Bispo pertence a aplicação dos saldos das Festas (C. P.).

FESTAS DE PRECEITO — Ver as palavras DIAS SANTOS.

FIÉIS são todas as pessoas batizadas que praticam a Religião como a Igreja Católica

ensina. Todos, qualquer que seja a categoria social, têm deveres para com os

Sacerdotes, isto é, para com o Papa, os Bispos e os Clérigos em geral. São

deveres dos fiéis:

a) Considerar os Sacerdotes como embaixadores de Jesus Cristo, cooperadores

de Deus, dispensadores dos mistérios de Cristo, como lhes chama São Paulo

(Ep. I Cor. IV, 1. — Hebr. V, 1 — 3).

b) Respeitar os Sacerdotes, não obstante as suas imperfeições e os seus defeitos,

que não destroem o seu caráter sagrado.

c) Amar filialmente os Sacerdotes, que são os seus pais espirituais.

d) Obedecer-lhes em tudo o que diz respeito à ordem espiritual, como a Jesus

Cristo, que disse aos seus Apóstolos: «Quem vos ouve, a Mim ouve, quem vos

despreza, a Mim despreza» (Ev. S. Luc. XIX, 16).

e) Prestar-lhes assistência temporal, isto é, contribuir para a sua sustentação, não

somente porque eles dedicam as suas faculdades, o tempo e a saúde ao bem

espiritual dos fiéis, mas também por causa da benéfica ação social que exercem

na vida das famílias e da sociedade, e ainda porque o seu ministério é

incompatível com quaisquer ofícios rendosos. «Se nós vos semeamos as coisas

espirituais, é porventura muito recolhermos as coisas temporais que vos

pertencem?» diz o Apóstolo São Paulo (Ep. I Cor. IX, 11).

FILHOS têm para com seus pais deveres impostos pela Lei de Deus: «Honra teu pai

e tua mãe» (Ex. XX, 12). Tão grave é este dever dos filhos que contra aquele que

não o cumpre está decretada a maldição: «Maldito seja aquele que não honra seu

pai e sua mãe» (Deut. XXVII, 16). São palavras da Sagrada Escritura.

No preceito da honra entram os deveres de respeito, de amor, de obediência e de

assistência. Devem os filhos:

a) Respeitar seus pais, falando-lhes sempre com humildade e com a maior

consideração, e sofrendo sem queixa as suas exigências e os seus castigos.

b) Amar seus pais, sendo-lhes dedicados, comprazendo-se na sua companhia,

sacrificando as próprias comodidades e os próprios prazeres, para lhes serem

agradáveis.

c) Ser obedientes a seus pais enquanto estiverem sob a sua dependência, como

manda o Apóstolo: «Filhos, obedecei a vossos pais segundo a vontade de Deus»

(Ep. Efes. VI, 1).

d) Prestar assistência a seus pais, auxiliando-os como puderem e segundo as

necessidades espirituais ou temporais em que os virem, e ainda sufragando a sua

alma depois da morte.

O lugar de origem dos filhos é aquele em que, quando nascem, seu pai tinha o

domicílio, ou sua mãe, se é ilegítimo ou póstumo. O lugar de origem dos filhos

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dos vagabundos é aquele em que nascem, e o dos expostos é aquele em que são

encontrados (C. 90.)

Filhos legítimos são os concebidos ou nascidos de matrimônio válido ou

putativo (C. 1114), presumem se legítimos os que nascem depois de seis meses

do dia da celebração do Matrimônio, ou dentro de dez meses após o dia em que

foi dissolvida a vida conjugal.

FLORES NOS ALTARES. É permitido colocar flores sobre a banqueta, e não

sobre a mesa do altar, nem sobre o sacrário. Nos ofícios fúnebres e nos ofícios

do tempo do Advento e da Quaresma não se colocam flores no altar, exceto nos

Domingos Gaudete e Laetare.

FORTALEZA é uma virtude pela qual a vontade é de tal modo robustecida que

não desiste de fazer o bem, por muito árduo que ele seja, nem por causa das

dificuldades, nem pelo perigo de morte. A virtude da fortaleza manifesta-se

principalmente na constância em suportar o peso da dor. Muito contribuem para

conservar a fortaleza, além da oração, a comparação da fragilidade dos bens

terrenos com a grandeza dos bens eternos, a previsão dos males a que estamos

sujeitos, o costume de agir decididamente nas coisas pequenas, o fervoroso amor

de Deus. São virtudes inseparáveis da fortaleza: a magnanimidade, a paciência e

a perseverança.

FRAUDE consiste em enganar o próximo, ao fazer ou cumprir algum contrato. É

uma forma de roubar, acompanhada de mentira e de hipocrisia. Aquele que

engana na qualidade, ou na quantidade, ou no preço do que tiver de vender ou

comprar peca contra a justiça e fica obrigado a restituir.

FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO são os efeitos ou produtos dos Dons do

divino Espírito Santo. São 12: Caridade, dispõe-nos ao amor afetivo e efetivo

para com Deus e para com o próximo. Gozo, faz-nos viver sempre contentes

com as disposições da divina Providência. Paz, dispõe-nos a viver sempre de

acordo com o nosso próximo, ainda que com algum prejuízo de nosso direito.

Paciência, torna-nos calmos no meio dos sofrimentos que nos visitam.

Benignidade, torna-nos indulgentes e agradáveis para com o próximo. Bondade,

leva-nos a prestar serviços a outrem, ainda que à custa de incômodos nossos.

Magnanimidade, faz-nos suportar o que não podemos impedir, e esperar a hora

favorável para praticarmos o bem e corrigirmos o mal. Mansidão, detém o mau

humor e torna amável o caráter. Fidelidade, impede de faltar à palavra dada.

Modéstia, acalma a vivacidade nas ações mesmo boas e ensina a refletir antes de

operar. Continência, contém nos devidos limites as exigências dos sentidos.

Castidade, leva-nos a tomar precauções, a exercer vigilância e a praticar a

mortificação, para evitarmos os perigos contra a pureza.

FUNERAL RELIGIOSO é o conjunto de cerimônias litúrgicas que se fazem

junto do cadáver de um cristão que vai ser sepultado. Não obstando alguma

causa grave, os cadáveres dos fiéis, antes de serem dados à sepultura, serão

transportados do lugar em que se encontram, para a igreja onde há de efetuar-se

o funeral, isto é, as exéquias descritas nos livros litúrgicos aprovados (C. 1215).

Se com justa causa o cadáver não for levado à igreja paroquial, ou à igreja do

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funeral, e no cemitério houver capela apropriada, levar-se-á lá o cadáver e aí se

dirão as preces do Ritual. O cadáver deve ser sepultado no cemitério do funeral,

a não ser que se escolha outro, ou o falecido tenha sepultura ou jazigo de família

(C. 1231). Morrendo alguma pessoa nos três dias antes da Páscoa, será enterrada

sem pompa, nem Ofício cantado nem entoado, e somente lhe rezarão em voz

baixa os Responsos e Ofício de sepultura; o mais ficará para tempo desimpedido

(S. CR). Terminado o funeral, se houver algum discurso por pessoa leiga, o que

não é conforme com o espírito da Igreja, os Clérigos devem retirar-se (C. P.). No

acompanhamento fúnebre não pode ir senão uma cruz (S. C. R.). O governo e a

direção do acompanhamento fúnebre, assim como a designação da hora do

levantamento do cadáver, é atribuição do Pároco, ao qual são obrigados a

obedecer todos os que tomam parte na cerimônia (salvo os direitos de

precedência de cada um) (C. 1233). Pertence também ao Pároco determinar o

caminho do préstito, o qual será em regra o mais breve e acomodado que para

isso houver. Se o cemitério ficar distante da igreja, os Clérigos assistentes ao

Ofício (se o houver,) poderão retirar-se após a Missa exequial. Não é permitido

aos Clérigos conduzir os cadáveres dos leigos, seja qual for a dignidade ou

condição social destes (C. 1233). Não é lícito colocar na eça ou catafalco o

retrato do defunto por ocasião das exéquias (S. C. R.), nem pode ser de cor

branca o caixão de pessoas adultas.

É pouco conforme com o espírito da Igreja o uso de colocar coroas ou flores

sobre o féretro dos adultos, aos quais só aproveitam os sufrágios. Não devem ser

admitidos no préstito fúnebre associações ou insígnias manifestamente hostis à

Religião Católica (C. 1233). As bandeiras benzidas das Associações católicas

com hábito leigo devem seguir atrás do féretro. (S. C. R.).

A taxa dos emolumentos devidos ao Clero pelos funerais religiosos é

determinada pelo Bispo (C. 1234). Salvo direito particular, são devidos ao

Pároco do defunto os emolumentos do funeral, ainda que se não realize na igreja

paroquial própria, exceto se o cadáver não pode ser levado comodamente à

igreja da própria paróquia. Se alguém tiver várias paróquias às quais possa ser

comodamente levado, e for sepultado noutra, os emolumentos paroquiais são

divididos entre todos os Párocos próprios (C. 1236). — (Ver a palavra

SEPULTURA).

FURTO consiste era alguém apropriar-se de coisas alheias contra a vontade racional

do seu dono. É pecado contra a justiça. Mas não é pecado quando a apropriação

é feita por motivo de extrema necessidade, pois em tal caso cada um pode

apropriar-se do que lhe é indispensável para sustentar a vida. Não se considera

furto aquilo que se tira para bem daquele a quem se tira; como por exemplo, a

mulher que tira dinheiro ao marido para que ele não gaste em vícios. O furto é

proibido pela lei de Deus, dizendo no VII Mandamento: «Não Roubar».

O furto pode ser feito de vários modos; por violência, como fazem os ladrões;

por dolo, enganando na quantidade ou na qualidade ou no preço dos objetos a

vender; por usura, exigindo um juro elevadíssimo no empréstimo de dinheiro,

etc. Aquela que furta fica com a obrigação de restituir.

G

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GALHETAS são os pequenos vasos de vidro ou de outra matéria, em que se deita o

vinho e a água para a Missa. São colocadas num prato onde cai a água do

Lavabo. Devem estar sempre muito limpas, como convém ao serviço em que se

empregam.

GEENA, palavra usada na Sagrada Escritura para significar o lugar de tormentos

eternos a que os réprobos são condenados. É uma alusão a um vale profundo,

onde eram lançadas as imundícies da cidade de Jerusalém, as quais ardiam

continuamente sem que o fogo se extinguisse.

GENEROSIDADE é uma virtude que imprime à nossa vontade a força precisa

para cumprir, com grandeza de ânimo e até ao fim, o que a consciência nos

indica ser o nosso dever. Reconhecemos se somos generosos se, interrogando a

consciência sobre se poderíamos ter feito mais por melhor cumprir um dever, ela

nos responde que fizemos tudo quanto podíamos. A virtude da generosidade

manifesta-se principalmente no cumprimento dos deveres de cada dia, nos

sofrimentos, e no zelo.

GENUFLEXÃO faz-se com os dois joelhos; a) diante do Santíssimo Sacramento

exposto; b) diante do sacrário aberto, estando dentro a Hóstia consagrada; c)

diante do cofre que encerra a Hóstia consagrada para a Missa dos

pressantificados, Quinta e Sexta-feira santa. — Faz-se a genuflexão com um

joelho: a) quando se passa diante do sacrário fechado, e diante do altar onde se

está celebrando a Missa, desde a consagração até à comunhão, e quando está

exposto, a não ser quando se chega ao altar da exposição ou quando se sai; b)

quando se saúda uma relíquia do santo Lenho ou de outro instrumento da Paixão

de Jesus Cristo, estando exposta à veneração dos fiéis no lugar principal do altar;

c) quando se passa diante do altar durante os atos litúrgicos; (os Prelados, os

Cônegos da Catedral, nos atos em que têm direito a revestir-se das insígnias

canonicais, e o celebrante paramentado, saúdam a cruz com inclinação apenas);

d) Sexta-feira santa, desde que a cruz é descoberta até Sábado de Aleluia depois

de Noa; d) ao Bispo na sua diocese e ao Metropolita na sua Província

eclesiástica, e ao Cardeal. Na presença de um Cardeal só a ele e a nenhum outro

Prelado se faz a genuflexão.

GOZO é um movimento da alma que se compraz em um bem presente. Como o bem

se apresenta à nossa alma ou por intermédio dos sentidos, ou imediatamente

pelas faculdades superiores do espírito, assim há gozos que provêem dos

sentidos e gozos que nascem do espírito. Uns e outros podem afastar-nos de

Deus e levar-nos a toda a espécie de imperfeições e pecados, se não forem

convenientemente moderados. O verdadeiro gozo que uma alma cristã deve

procurar encontra-se em Deus, pois só em Deus descobrimos todas as perfeições

que podem satisfazer as aspirações da nossa alma. Mas esse gozo só pode ser

sentido por quem traz a consciência tranquila, isenta de pecado, e ansiosa por

conformar-se com Deus. Não pode sentir esse salutar e verdadeiro gozo quem

põe a sua afeição e procura prazer nas coisas passageiras, como são as riquezas,

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as amizades carnais, as comodidades da vida, os vãos prazeres que o mundo

oferece.

GRAÇA é um dom sobrenatural que Deus nos concede gratuitamente e pelos

merecimentos de Jesus Cristo, para podermos santificar a nossa vida e obter a

nossa salvação eterna. A Graça é um bem maior que todos os bens do Universo;

estes são para a vida presente que termina com a morte e não mais lhe

aproveitam; a Graça é para a perfeição moral da vida presente e para a vida

eterna; é já um princípio da vida celeste em nós, é Deus vindo até nós com o seu

auxílio para nós nos elevarmos até Ele. O Apóstolo São Paulo diz: «A Graça de

Deus é a vida eterna em Nosso Senhor Jesus Cristo» (Ep. Rom. VI, 23). A Graça

de Deus é uma realidade, é alguma coisa como que o reflexo de Deus projetado

na nossa alma, um princípio de ação e de força que nos é comunicado do alto. O

seu caráter próprio é infundir em nós possibilidades novas, um vigor

sobrenatural que não existia na nossa alma. Assim o ensina São Paulo, dizendo:

«Posso tudo n’Aquele que me dá a força» (Ep. Filip. IV, 13).

A Graça é-nos tão necessária que sem ela não podemos ir para o Céu; perdemo-

la se cometemos um pecado mortal; recuperamo-la por meio do sacramento da

Penitência, ou por um ato de contrição perfeita não sendo possível receber o

Sacramento; e conserva-se pela prática de atos de piedade, pela fuga das

ocasiões de pecado, e sobretudo pela sagrada Comunhão frequente.

Chama-se Graça atual o auxílio sobrenatural, momentâneo, passageiro, que

Deus concede à alma para cada ato bom que praticamos; — Graça habitual, a

que permanece na alma enquanto não cometemos um pecado mortal; — Graça

santificante, a que apaga o pecado e nos eleva ao estado de santidade ou de

união com Deus; — Graça sacramental, a que recebemos em cada Sacramento,

dando-nos a aptidão para cumprirmos de modo sobrenatural os deveres que o

Sacramento nos impõe.

A Graça é comunicada aos homens, servindo-se Deus de vários meios: ou a

comunica diretamente, inspirando-lhes bons pensamentos e movendo-lhes a

vontade para o bem; ou indiretamente, pela pregação do Evangelho, pelos

Sacramentos, e pela oração, na qual o homem está em comunicação com Deus.

GRADUAL era o livro que continha as orações que se cantavam depois da Epístola,

à Missa cantada. Agora chama-se Gradual a uns versículos que se lêem ou

cantam depois da Epístola.

GREMIAL é um pano que se coloca sobre os joelhos do Bispo que exerce uma

função litúrgica, quando está sentado.

GUERRA é uma luta armada entre duas ou mais Nações, para fazerem vingar pela

força os seus direitos, verdadeiros ou pretendidos. Três condições hão de dar-se

para que a guerra seja legítima:

Autoridade do supremo poder civil, causa justa, intenção reta, a qual intenção

consiste no desejo de promover o bem da sociedade ou de livrá-la de um mal

gravíssimo. A causa da guerra é indicada pelo apóstolo ao. Tiago: «Donde vêm

as guerras e contendas entre vós? Não vêm elas das vossas paixões que

combatem em vossos membros? Cobiçais e não tendes, matais, invejais e não

podeis alcançar, litigais e fazeis guerras, e não tendes porque não pedis (a Deus).

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Pedis e não recebeis, e isto porque pedis mal, para satisfazerdes as vossas

paixões» (Ep. S. Tia. IV, 1-3).

Não haveria guerras nem contendas se os homens se submetessem à vontade de

Deus, se cumprissem os mandamentos do Decálogo e pedissem a Deus luzes e

forças para dominarem as próprias paixões.

GUISAMENTOS são a mesma coisa que alfaias da igreja.

GULA é o desordenado apetite de comer e de beber. É um dos sete pecados capitais,

mas só é mortal quando o excesso na comida ou na bebida prejudica gravemente

a saúde ou impede o uso da razão.

São efeitos da gula: o embrutecimento da inteligência, a imoderação da língua, a

propensão para a luxúria, a embriaguês, o alcoolismo. Por isso Jesus Cristo nos

advertiu, dizendo: «Velai sobre vós para que não suceda que os vossos corações

se façam pesados com demasias de comer e de beber» (Ev. S. Luc. XXI, 34).

São remédios contra a gula: a consideração do fim porque nos alimentamos; a

observação dos efeitos do excesso da comida e da bebida; a mortificação do

apetite ao comer e ao beber e a prática dos exercícios de piedade.

H

HÁBITO é uma inclinação adquirida pela repetição dum ato, para fazer atos

semelhantes. A repetição de um ato dá à faculdade que o produz uma certa

facilidade em praticá-lo, esta facilidade dispõe a faculdade a produzir

constantemente o mesmo ato, e deste modo nasce e se radica o hábito. Os

mesmos atos repetidos, se são maus, formam o hábito vicioso ou o vício; se são

bons, formam o hábito virtuoso ou a virtude. O que se faz por hábito

voluntariamente contraído e não retratado é imputável; o que se faz por hábito

inadvertidamente contraído ou retratado depois de conhecido, não é imputável.

HÁBITO ECLESIÁSTICO ou clerical é o vestuário próprio dos

Eclesiásticos, os quais devem trazer hábito decente, segundo os costumes

legítimos dos lugares e as prescrições do Bispo próprio (C. 136).

Sem licença do Bispo do lugar, não podem os associados de qualquer Confraria,

ainda que ereta por Religiosos, trazer hábito próprio em procissões ou em outras

funções sagradas (C. 713, 714).

HEREGE é aquele que, tendo recebido o sacramento do Batismo, embora

conservando o nome de cristão, nega ou põe em dúvida, pertinazmente, alguma

das verdades da Fé divina e católica, propostas pela Igreja à crença dos cristãos

(C. 1325). Se é notoriamente herege, fica separado da união com a Igreja

Católica e não pode receber os Sacramentos (C. 731).

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HERESIA é o erro voluntário e pertinaz do cristão contra alguma verdade da Fé

divina. É pecado gravíssimo, que separa o cristão radicalmente de Deus e do

caminho da salvação.

HERESIARCA é o autor de uma heresia, ou o chefe de uma seita herética.

HETERODOXO é aquele que professa doutrina contrária à doutrina Católica.

HIERARQUIA ECLESIÁSTICA é, por instituição divina, constituída

pelos Bispos, Presbíteros e Ministros, sob a Autoridade suprema do Papa, Chefe

da Igreja universal (C. 108). Aos Apóstolos deu Jesus Cristo o poder de ensinar,

reger e santificar os fiéis, e a Pedro deu o Primado sobre os outros Apóstolos,

dizendo-lhes que estaria com eles até à consumação dos séculos. São Pedro tem

como sucessor o Papa; os Apóstolos têm como sucessores os Bispos, os quais

têm como auxiliares os Presbíteros e os Ministros ou Clérigos menores. Desta

sorte a hierarquia instituída por Jesus Cristo se perpetua na Igreja até à

consumação dos séculos.

HIPERDULIA — Ver a palavra CULTO.

HIPOCRISIA é a simulação de pessoa alheia ou o fingimento daquilo que a

pessoa não é. O fim próximo que o hipócrita tem em vista é mostrar-se diferente

do que é; o fim remoto é o lucro ou a glória. A hipocrisia é sempre um pecado,

mas só é mortal quando em detrimento grave da Fé, ou de pessoa, ou da Igreja.

HISSOPE é uma varinha de madeira com pêlos na extremidade, ou haste de metal

terminada por uma esfera com orifícios, que se usa na igreja para fazer aspersão

da água benta.

HOLOCAUSTO era, entre os judeus, o sacrifício em que a vítima ficava

totalmente consumida pelo fogo. Deste modo manifestavam que reconheciam

Deus como Senhor Supremo de todas as criaturas.

HOMEM é uma criatura composta de corpo organizado, mas corruptível, e alma

racional, espiritual e imortal. O primeiro homem foi criado por Deus, que o

colocou no paraíso terreal em estado de poder ir gozar a felicidade do Céu,

depois de passar algum tempo neste mundo sem nada sofrer. Ao primeiro

homem, chamado Adão, Deus deu a primeira mulher, Eva, e de ambos descende

o gênero humano. Adão ofendeu a Deus, desobedecendo-lhe, como o fez

igualmente sua mulher. Como castigo, Deus expulsou-os do paraíso, sujeitou-os

e a toda a sua descendência ao sofrimento e à morte, ficando privados da graça

divina, sem a qual é impossível entrar no Céu. Não obstante, o homem é a maior

grandeza do mundo em que vive, não pelo corpo, que é fraqueza e corrupção,

mas pela alma espiritual, pela qual conhece, raciocina, e se eleva até ao próprio

Deus. Honremos a nossa própria grandeza com uma vida honrada, vivendo

sempre como homens que caminham para Deus.

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HOMICÍDIO é o atentado contra a vida do próximo. É proibido pelo V Mandamento da

Lei de Deus.

Mas, para ser pecado ou crime grave é necessário que seja voluntariamente

praticado. Não só é criminoso aquele que mata voluntariamente, mas também

aquele que manda, aconselha, ou fornece armas para matar, e ainda aquele que

não impede o assassinato, podendo impedi-lo sem grave inconveniente. Todavia

o homicídio é lícito em caso de legítima defesa, desde que não haja outro meio

de defender a própria vida ou os bens de fortuna de valor importante. Quem,

usando do direito natural de legítima defesa, mata outrem, não mata para matar,

mas para não ser morto por um malfeitor, cuja vida não nos merece mais

respeito do que a nossa própria vida.

HOMILIA é uma breve explicação do evangelho ou de alguma parte da doutrina

cristã, feita nas Missas dos Domingos e Dias Santos a que assistam fiéis, quer

nas igrejas, nas capelas, ou oratórios. Não só os Párocos, mas também todos os

Sacerdotes que nesses dias celebram Missa a que assistem fiéis são obrigados a

fazer homilia (C. 1344, 1345 e C. P.). Dessa obrigação resulta para os fiéis a

obrigação de a ouvirem com a intenção de aprender e praticar.

HONESTIDADE PÚBLICA é um impedimento dirimente do Matrimônio

que nasce de um Matrimônio inválido, quer consumado quer não, e de um

concubinato público ou notório. Dirime o Matrimônio no primeiro e no segundo

grau de linha reta entre o homem e as consanguíneas da mulher, e vice-versa (C.

1078).

HONRA é o prêmio de qualquer virtude; é o testemunho da excelência que há no

homem, principalmente da sua virtude. É o máximo bem entre os bens

exteriores.

Quanto a Deus, pode ser no coração de cada um: quanto aos homens, tem de se

manifestar nos atos exteriores. É devida aos Superiores por causa da sua

excelência; é devida aos que ocupam na sociedade um lugar superior.

HORAS CANÔNICAS são o ofício divino ou a reza do Breviário, que a Lei da

Igreja impõe aos Clérigos de Ordens maiores, e que devem recitar a

determinadas horas.

HORA SANTA é um exercício de devoção pedido por Jesus Cristo a santa

Margarida Maria, o qual deve durar uma hora passada em oração, recordando a

agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras. Este exercício pode ser feito em

qualquer lugar, e tanto em particular como em comum; mas é preferível fazê-lo

diante do Santíssimo Sacramento. Deve ser feito de quinta para sexta-feira, e a

qualquer hora desde as 14 horas, mas a hora mais própria é das 23 à meia noite.

HOSANA, canto de alegria, aclamação.

HÓSTIA é o nome que se dá ao pedacinho de pão sem fermento, de forma circular e

muito tino, que o Sacerdote consagra na Missa, e sob cujas aparências ou

espécies fica, depois de consagrado, o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de

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Nosso Senhor Jesus Cristo, tão realmente como está no Céu. Com a forma

redonda foram usadas as hóstias desde os primeiros séculos da Igreja, mas eram

grandes, para serem divididas na comunhão aos fiéis. Pela disciplina da Igreja,

provavelmente desde o século XI, o Sacerdote consagra para o Sacrifício da

Missa e sua comunhão uma hóstia grande e para a comunhão dos fiéis consagra

hóstias menores. A hóstia é feita de massa de farinha de trigo puro, sem

fermento, porque era assim fabricado o pão que os judeus usavam na ceia pascal.

HUMILDADE é a virtude que refreia o espírito, para que não tenda

imoderadamente para coisas altas. Tender para coisas altas com confiança em

Deus, não é contra a humildade. Esta virtude faz-nos conhecer a nossa facilidade

e leva-nos a atribuir a Deus tudo o que temos e tudo o que fazemos de bom, pois

Jesus disse que «sem Deus nada podemos fazer». Pertence à humildade

considerar os próprios defeitos, para não nos exaltarmos, o que seria orgulho:

nem desprezarmos os Dons de Deus, o que sena ingratidão. Jesus Cristo disse:

«Aquele que se exaltar será humilhado, aquele que se humilhar será exaltado»

(Ev. S. Mat. XXIII, 12): e o Apóstolo São Pedro escreveu: «Inspirai todos a

humildade uns aos outros, humilhai-vos debaixo da poderosa mão de Deus, para

que vos exalte no fim da sua visita (ou no vosso julgamento) (Ep. S. Ped. V. 56).

HIPNOTISMO é a arte de produzir no homem o sono por meios mais ou menos

científicos, geralmente por aqueles que fatigam os sentidos e debilitam a atenção

do que se sujeita a ser hipnotizado. O meio mais vulgar de hipnotizar é a

sugestão verbal: o hipnotizante exprime verbalmente e com império o preceito

de dormir, e imediatamente o homem dorme, fica completamente sujeito à

vontade do hipnotizante. Não deve ser usado por motivo de curiosidade, por

causa dos perigos de ordem física e moral que daí podem resultar; pode ser

usado pelos médicos e outros homens de ciência, para cura de alguma

enfermidade e por motivo de progresso da ciência, contanto que se observem os

direitos da honestidade.

I

IDADE CANÔNICA é a que a Igreja determina aos fiéis para cumprirem certas

obrigações e aceitarem certos encargos. Assim: a) Às leis meramente

eclesiásticas ninguém é obrigado antes dos sete anos completos, ainda que tenha

chegado ao uso da razão, salvo se a lei determinar outra coisa (C. 12); b)

Ninguém é obrigado à lei da abstinência antes dos sete anos completos, nem ao

jejum antes dos 21 anos completos ou depois dos 60 anos começados (C. 1254):

c) É considerado de maior idade aquele que completou 21 anos; d) Só podem

receber validamente o sacramento do Matrimônio o homem depois de 16 anos

completos, e a mulher depois dos 14 anos completos (C. 1067): e) Para entrar no

Noviciado de uma Ordem Religiosa é preciso ter completado 15 anos (C. 555);

para fazer Profissão religiosa é preciso ter 16 anos completos; para receber o

Subdiaconato é preciso ter 21 anos completos; para o Diaconato 22; para o

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Presbiterato 24 completos (C. 975); para exercer o múnus episcopal é preciso ter

30 anos (C. 331). São obrigados ao preceito da Confissão e da Comunhão anual

os fiéis que chegam ao uso da razão (C 906).

IDEAL é uma luz que brilha no horizonte da vida guiando-nos para um determinado

fim, para o fim a que Deus nos destina. O ideal de cada um há de ser em

harmonia com a sua condição, com as suas forças, com as suas faculdades, com

o seu temperamento; mas qualquer que ele seja deve ser uma aspiração à

verdade, a uma realidade realizável por meio do exercício da virtude. O ideal de

cada um pode resumir se em quatro palavras: a) trabalhar contra as suas

inclinações viciosas, e por ser útil a si mesmo e à sociedade; b) amar, saindo do

próprio egoísmo para se dar ao serviço de Deus e do próximo; c) sofrer,

dizendo: seja feita a vontade de Deus; d) morrer na graça de Deus; e) gozar a

vida eterna feliz no céu.

IDÓLATRA é aquele que adora os seres criados como se fossem Deus.

IDOLATRIA é o culto de adoração prestado a uma criatura. A idolatria é um erro

muito antigo. A Sagrada Escritura fala da idolatria no livro do Gênesis, (Cap.

XXX, 1-30 e segs.), dizendo que Raquel furtara os ídolos a seu pai; na verdade

Labão chamava-lhes os seus deuses, e Jacob chamou-lhes deuses estranhos e

abomináveis. A idolatria existe ainda nas regiões onde o Evangelho não é

conhecido. Os homens que ignoram Deus inventam deuses a seu capricho, quer

sejam os astros ou os animais, ou qualquer outra criatura, e prestam-lhes culto de

adoração, sentindo a necessidade de um ser que lhes seja superior e que os

proteja. A idolatria é o mais grave dos pecados. Proibiu-a Deus na Antiga Lei,

dizendo: «Não tenhas deuses estranhos, não adores as imagens que fizeres»

(Êxod. XX, 3).

IGREJA é o edifício dedicado ao culto divino, com o fim, principalmente, de servir

a todos os fiéis para o exercício público da Religião (C. 1161). As igrejas

distinguem-se pelo grau da sua dignidade, e tomam vários nomes: Basílica é

uma igreja, à qual a Santa Sé concede esse título honorífico. Catedral ou Sé é a

Igreja onde o Bispo tem a sua cátedra ou sede. Paroquial é a igreja, à qual o

Bispo dá um Pároco para governar uma determinada porção de fiéis.

A igreja tem: Nave, que é o espaço onde se agrupam os fiéis; Cruzeiro, que é a

parte transversal da igreja entre a nave e a capela-mor; Coro ou presbitério é a

capela-mor, lugar reservado aos Ministros que exercem funções sagradas; Altar

ou altares, onde é celebrada a Santa Missa; Púlpito ou tribuna destinada à

pregação; Pia batismal, Confessionário e Pias de água benta.

Nenhuma igreja seja edificada ou reparada com modificações da forma

primitiva, sem expressa licença do Prelado, dada por escrito. A bênção da

primeira pedra de uma igreja e a bênção da própria igreja pertencem ao Bispo

(C. 1163, 1156). Não se guardem na igreja objetos estranhos ao culto, nem

mesmo os móveis que algumas vezes virão a servir para o culto ou ornato (C. P).

Sem licença do Bispo não se ponham na igreja inscrições, estátuas, ou outros

monumentos ou coroas fúnebres (S. C. R.). A determinação do lugar onde devem

ser colocados na Igreja os dons votivos pertence não ao oferente mas ao Pároco

ou Superior da igreja (C. P.). A igreja não pode ter portas ou janelas que

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comuniquem com casas de seculares. Se tiver subterrâneos ou sótãos, estes não

podem ser destinados a usos meramente profanos (C 1164). As chaves da igreja

assim como as da sacristia e das dependências da mesma igreja estejam em

poder do Pároco ou do Superior respectivo, ou, com licença destes, em poder

doutra pessoa de confiança (C. P.). A igreja é execrada quando perde a bênção

ou a sagração, o que acontece se esta ou a maior parte for destruída e

reconstruída; em tal caso tem de ser de novo benzida ou sagrada. A igreja é

poluta, ou violada, se dentro dela ocorre: homicídio voluntário e injusto; efusão

de sangue humano causada por ferida gravemente injuriosa; ações ímpias ou

indecentes; sepultura do cadáver de um infiel ou de um excomungado vitando.

Mas é necessário que qualquer destes crimes seja notório. Numa igreja poluta

não se podem realizar os Ofícios divinos. Tem de ser reconciliada.

IGREJA CATÓLICA é a sociedade de todos aqueles que sendo batizados,

professam a doutrina de Jesus Cristo e obedecem à Autoridade do Papa, Vigário

de Jesus Cristo na terra. Foi instituída por Jesus Cristo e confiada aos seus

Apóstolos, para que fosse conservada, propagada e praticada em todos os

tempos e em todas as Nações a Religião divina, como Jesus mesmo a ensinou.

Para que a igreja fundada por Jesus Cristo se conservasse sempre a mesma até ao

fim dos tempos e se tornasse católica ou universal, o próprio divino Fundador

deu-lhe um governo composto de um Chefe supremo, que é o Papa, e Chefes

inferiores, que são os Bispos, e Ministros, que são os Sacerdotes, em obediência

ao Papa. É missão da Igreja ensinar a todos os homens a doutrina que Jesus

mandou aos seus Apóstolos que pregassem, e administrar os Sacramentos que

Jesus instituiu para os homens poderem conseguir a vida eterna. Por isso a Igreja

goza do privilégio da Infalibilidade, e os homens não conseguem a vida eterna se

não quiserem obedecer à Igreja. Foi esta a ordem de Jesus Cristo aos seus

Apóstolos: «Assim como meu Pai me enviou, assim eu vos envio» (Ev. S. Jo.

XX, 21): «ide, ensinai todas as Nações» (Ev. S. Mat. XXVIII, 19). «Eu estou

convosco todos os dias até à consumação dos séculos». «Quem vos ouve a mim

ouve, quem vos despreza a mim despreza» (Ev. S. Luc. X, 16). A Igreja é

constituída do seguinte modo: o Papa é o Chefe supremo; os Bispos são os

Chefes imediatamente inferiores, escolhidos pelo Papa para governarem as

Dioceses que ele lhes designa; os Sacerdotes são os auxiliares dos Bispos no

governo das Paróquias. Dignidades que concorrem mais ou menos para a

perfeição do governo da Igreja: os Cardeais, os Patriarcas, os Primazes, os

Metropolitas, os Vigários gerais, os Cônegos. Finalmente, os fiéis, a cuja

salvação eterna dedicam a vida todas aquelas entidades.

Além da Igreja Católica existem outras sociedades religiosas chamadas igrejas,

ensinando doutrinas opostas mas afirmando cada uma ser a verdadeira Igreja.

Nenhuma delas pode ser a verdadeira Igreja porque cada uma tem como

fundador alguém que nasceu e viveu muitos séculos depois de Jesus Cristo ter

fundado a sua Igreja.

IGREJA GREGA começou a existir no século IX, quando a Igreja Católica já

tinha 800 anos de vida. Foi fundada por um homem ambicioso chamado Fócio,

que pretendeu ser Patriarca de Constantinopla. Como o Papa não aprovasse tal

pretensão, Fócio e os seus sectários separam-se da união com a Igreja Católica e

formaram uma igreja à parte. Dividida em várias igrejas que se espalham pelas

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Nações orientais, cada uma governada por um chefe com o título de Patriarca, e

todos em oposição com o Papa, e com algumas verdades da doutrina católica.

IGREJA PROTESTANTE apareceu no século XVI, tendo como chefe

Lutero, sacerdote alemão que se revoltou contra o Papa por ter condenado os

seus erros em matéria religiosa. A igreja protestante começou a existir quase

1600 anos depois de Jesus Cristo ter fundado a sua Igreja ou a Igreja Católica.

Como, porém, a igreja fundada por Lutero não tem um chefe, está dividida em

várias seitas religiosas sem unidade de doutrina nem de disciplina, dizendo-se

todas elas igrejas cristãs, ou dizendo-se cada uma a verdadeira Igreja de Jesus

Cristo, o que é evidentemente falso.

IMACULADA CONCEIÇÃO. É uma verdade de Fé que a Virgem Maria,

Mãe de Jesus Cristo, foi concebida sem pecado original. Esta verdade foi

definida por Pio IX em 1854. Em 1858, a Virgem Maria apareceu em Lourdes a

Bernadete, e confirmou a definição do Papa, dizendo que se chamava

IMACULADA CONCEIÇÃO.

IMAGENS DOS SANTOS. O culto que prestamos às imagens de Jesus Cristo,

da Virgem Maria e dos Santos é legítimo, e é antiquíssimo na Igreja. Devemos

honrar, respeitar e reverenciar as imagens dos Santos, não porque julguemos que

elas tenham alguma virtude particular em si mesmas, mas porque a honra que

lhes damos se refere às pessoas que elas representam, de tal sorte que, quando

saudamos ou nos pomos de joelhos diante das imagens, adoramos a Deus e

veneramos os Santos, de que elas são uma representação. O nosso culto não é à

imagem que os nossos olhos vêem, é ao Santo que a imagem representa.

Respeita-se a imagem como se respeita a estátua ou o retrato de uma pessoa que

nos merece consideração e amizade. Não é permitido expor ao culto imagens

novas e insólitas sem que sejam aprovadas peio Bispo do lugar (C. 1279).

A bênção solene das imagens para serem expostas ao culto público é reservada

ao Bispo, que pode delegar em qualquer Sacerdote (C. 1279). Na mesma igreja

não pode haver mais de uma imagem do mesmo Santo, ou, tratando-se da

imagem de Nossa Senhora, mais de uma imagem do mesmo título (S. C R.).

Com o consentimento do Bispo pode colocar-se a Imagem do Sagrado Coração

de Jesus por trás do sacrário (S. C. R.), mas é preferível colocá-la ao lado,

podendo ser. Não se coloque nas imagens, fitas, flores, ou outros ornamentos (C.

P ). No sábado da Paixão devem velar-se com véu roxo todas as cruzes e

imagens, mas esta obrigação estende-se somente às imagens dos altares e não às

outras (S. C. R.). No tempo da Paixão podem tolerar-se as procissões com as

imagens descobertas (S. C. R.). É digno de louvor que os fiéis tenham e venerem

em suas casas as imagens, especialmente de Jesus e de Maria, mas é preciso que

não se diminua o culto de Deus por causa do culto dos Santos. A melhor maneira

de honrar os Santos é imitar as suas virtudes (C. P.). As imagens preciosas pela

antiguidade, ou pela arte, ou pelo culto que lhes prestam, nunca podem ser

restauradas sem consentimento por escrito do Bispo, que antes consultará os

peritos; nem podem ser alienadas nem perpetuamente transferidas para outra

igreja sem autorização da Santa Sé (C. 1280, 1281)

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IMENSIDADE DE DEUS quer dizer que Deus está substancialmente

presente em toda a parte. Está em todas as criaturas, enche todos os lugares,

todos os espaços; cria, conserva, governa, vê, conhece todos os seres, conhece

mesmo os nossos pensamentos e os segredos do nosso coração. Todavia não é

contido em nenhum lugar, nem é limitado por alguma criatura. Já o Sábio dizia:

«O espírito do Senhor enche todo o Universo» (Sap. 1, 7), e São Paulo afirma

que «em Deus vivemos, nos movemos e existimos» (Act. XVII, 28). Deus está no

Céu comunicando a sua glória aos Anjos e aos Santos; está na terra governando

tudo com a sua Providência; está no Purgatório exercendo a sua justiça com as

almas dos Justos; está no inferno fazendo sentir aos condenados as penas da

condenação.

IMPASSIBILIDADE é um dote ou qualidade do Corpo de Jesus Cristo depois

da sua ressurreição, e será também o do nosso corpo no Céu, após o julgamento

final. Consiste em estar absolutamente isento de todo o sofrimento e de todo o

mal. Afirma-o São Paulo, dizendo: «O corpo semeado em corrupção ressuscitará

na incorrupção» (Ep. I Cor. XV 42).

IMPEDIMENTO DO MATRIMÔNIO é a causa que obsta a que o

matrimônio seja contraído lícita ou validamente. O impedimento é impediente,

se, não obstante a proibição, não invalida o matrimônio, no caso de ser

contraído; e é dirimente se o torna inválido no caso de ser contraído; e é público,

se pode ser provado no foro externo, no caso contrário é oculto (C. 1036, 1037).

Os impedimentos impedientes ou proibitivos são: a) voto simples de virgindade

ou de castidade perfeita, o voto de não casar, ou de receber Ordens Sacras ou de

abraçar o Estado religioso; b) religião mista; c) parentesco legal, nos Países onde

é impedimento civil.

Os impedimentos dirimentes são: a) falta de idade canônica; b) impotência

antecedente e perpétua, relativamente ao matrimônio: c) vínculo matrimonial; d)

disparidade de culto; e) Ordem Sagrada; f) profissão religiosa solene; g) rapto; h)

crime de adultério; i) consanguinidade; j) afinidade em linha reta; k) honestidade

pública; l) parentesco espiritual; m) parentesco legal nos Países que o

consideram dirimente.

IMPERFEIÇÕES são negligências em seguir as inspirações para o bem, ou para

o melhor, em coisas que não são mandadas pela Lei de Deus.

IMPOTÊNCIA, em matéria conjugal, é um impedimento dirimente do

matrimônio. Consiste na incapacidade dos cônjuges ou de um deles poder

consumar o matrimônio, contanto que essa incapacidade existisse antes do

casamento e seja perpétua.

Se o impedimento da impotência for duvidoso, não impede o matrimônio. A

esterilidade, porém, não impede nem dirime o matrimônio (C. 1068).

IMPRENSA CATÓLICA são as publicações — jornais, folhas periódicas,

opúsculos, livros — que não ofendem da menor forma a Fé e os bons costumes,

que prestam a devida submissão ao Romano Pontífice e aos Bispos, e que se

mostram sinceramente conformes com as suas prescrições, advertências e

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conselhos (C. P.). É dever de todos os fiéis ajudar, conforme as suas forças, as

publicações verdadeiramente católicas (C. P.).

INCARDINAÇÃO é a inscrição ou admissão de um Clérigo na Diocese para o

serviço da qual foi ordenado. O Clérigo fica incardinado pela recepção da Prima

Tonsura, e não pode mudar de Diocese sem autorização do seu próprio Bispo e

aceitação do Bispo da Diocese para onde pretende mudar. A licença para mudar

da Diocese onde está incardinado chama-se EXCARDINAÇÃO. Pela profissão

religiosa o que a faz fica excardinado, e pertence à Ordem em que fez profissão

(C. 111 e segs.).

ENCARNAÇÃO é o mistério de Deus Filho feito homem, ou a união da natureza

divina com a natureza humana na Pessoa do Verbo divino, da qual união

resultou Jesus Cristo, Deus e homem. O modo porque foi feita a Encarnação é

indicado pelas palavras que o Anjo Gabriel dirigiu à Virgem Maria de Nazaré,

dizendo-lhe que o Divino Espírito Santo a cobriria com a sua sombra, e que ela

daria à luz um filho que seria chamado Jesus, porque a Deus nada é impossível

(Ev. S. Luc. 1, 30-38).

O fim que Deus se propôs na Encarnação foi a salvação dos pecados e a

manifestação da sua justiça, da sua bondade, da sua virtude, do seu poder, da sua

sabedoria, e do seu amor aos homens, como diz o Evangelista São João: «Deus

amou tanto os homens que lhes deu seu Filho único, para que todo o que crê nele

não pereça mas tenha a vida eterna» (Ev. S. Jo. III, 16); e o Apóstolo São Paulo

escreveu: «É verdade certa que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os

pecadores» (Ep. I Tim I, 15). A fé no mistério da Encarnação é o princípio do

caminho que nos conduz ao Céu.

INCENSAÇÃO é o ato de incensar com o turíbulo em algumas funções litúrgicas.

Incensa-se a Sagrada Hóstia, incensam-se os Ministros do altar, o povo, o livro

do Evangelho, e o altar nas Missas cantadas, assim como vários objetos que têm

relação com o culto religioso.

A incensação é ao mesmo tempo um símbolo das nossas orações, subindo ao céu

como se eleva o suave perfume do incenso, e uma demonstração de honra devida

a Deus, a Quem servem as pessoas e os objetos incensados.

INCREDULIDADE ou descrença. Há incrédulos que negam em absoluto todas

as verdades religiosas; há incrédulos que negam algumas verdades religiosas e

aceitam outras, sendo indiferentes à prática da Religião; há incrédulos que

negam em público o que crêem secretamente ou em família. A incredulidade não

tem fundamento algum racional. Provém: a) ou da ignorância das verdades

religiosas; b) ou das idéias falsas bebidas na opinião corrente contra a Religião

divina; c) ou do respeito humano; d) ou da covardia; e) ou do orgulho. Um

homem sem fé não tem sobre que assente as suas esperanças, e um homem sem

esperança é um triste, um melancólico, ou um doido.

INDEX. Dá-se este nome ao catálogo dos livros condenados pela Igreja, como

prejudiciais para a Fé ou para os costumes, e cuja leitura e posse a Igreja proíbe

aos fiéis.

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INDIFERENTISMO RELIGIOSO proclama que os homens podem ter a

Religião que lhes aprouver, porque todas são agradáveis a Deus, tanta esperança

devendo nós ter na salvação eterna dos filhos da Igreja Católica como na

daqueles que morrem fora dela. Conclusão: praticar a verdadeira Religião ou

uma religião falsa, ou não praticar nenhuma é para o indiferentismo coisa igual.

É uma aberração da inteligência.

INDISSOLUBILIDADE DO MATRIMÔNIO consiste em não poder

romper-se o vínculo matrimonial senão pela morte de um dos esposos. Foi o que

Jesus Cristo afirmou quando disse, falando do matrimônio: «O que Deus uniu, o

homem não separe» (Ev. S. Mat. XIX, 6). E também disse: «Aquele que repudiar

sua mulher e casar com outra comete adultério contra a sua primeira mulher; e se

a mulher repudiar o seu marido e casar com outro comete adultério» (Ev. S. Mar.

X, 11, 12). De sorte que o Matrimônio válido e consumado não pode ser

dissolvido por nenhuma autoridade humana e por nenhuma causa (C. 1118).

INDULGÊNCIA é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos

pecados já perdoados quanto à culpa, remissão concedida do tesouro da Igreja

pela Autoridade eclesiástica, aos vivos por modo de absolvição, e aos defuntos

por modo de sufrágio (C. 911).

O tesouro da Igreja é constituído pelas satisfações de Nosso Senhor Jesus Cristo,

da Virgem Maria e dos Santos. A indulgência é Plenária, se é intenção de quem

a concede remir toda a pena temporal; a indulgência é Parcial, se a intenção é

remir uma parte da pena temporal. Só o Papa pode conceder indulgência

plenária; o Bispo pode conceder indulgências parciais. Só aproveitam as

indulgências àquele que faz o que é exigido para as lucrar. A indulgência

plenária só pode ser lucrada uma vez cada dia, embora se repitam os atos

prescritos para as lucrar, a não ser que outra coisa seja determinada.

A indulgência parcial, a não ser que o contrário seja expresso, pode ser lucrada

mais duma vez cada dia, tantas vezes quantas forem repetidos os atos para as

lucrar (C 928). Ninguém pode aplicar em benefício dos vivos as indulgências

que lucrar; pelas almas do Purgatório podem ser aplicadas todas as indulgências

concedidas pelo Sumo Pontífice, a não ser que determine o contrário (C. 930).

INDULGÊNCIAS APOSTÓLICAS chamam-se as que o Sumo Pontífice

costuma aplicar aos objetos de devoção por ele benzidos, objetos que não sejam

de chumbo, estanho, vidro, ou outra matéria que facilmente se possa quebrar. As

mesmas indulgências podem ser aplicadas por qualquer Sacerdote que obtenha

concessão da Santa Sé.

Não podem ser indulgenciados os objetos de matéria que quebre ou se deteriore

facilmente, como são os crucifixos, as medalhas, etc., de estanho, chumbo ou

outra matéria frágil.

Todavia os Terços do Rosário, ainda que de chumbo, madeira, e mesmo de vidro

ou cristal sólido, podem ser indulgenciados, e não perdem as indulgências pelo

fato de quebrar a cadeia ou de se perderem algumas contas; neste caso

substituem-se por outras e não precisam de nova bênção ou de ser novamente

indulgenciados. As indulgências anexas a Terços ou a outros objetos somente

cessará quando estes deixarem completamente de existir ou forem vendidos (C.

924).

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INDULTO — Ver a palavra BULA.

INFALIBILIDADE é um privilégio que Deus concede à Igreja, por virtude do

qual não pode errar quando, pela voz do Papa, propõe aos homens doutrina de

Fé ou de Moral, como necessidade de crer e de praticar para entrar no Céu. Esta

verdade foi definida no Concílio do Vaticano I e é fundada nas palavras de Jesus

Cristo, dizendo ao Apóstolo Pedro, depois de constituí-lo Chefe da Igreja: «Eu

roguei por ti, a fim de que a tua fé não desfaleça; uma vez convertido confirma

os teus irmãos», que eram os outros Apóstolos (Ev. S. Luc. XXII, 32). E aos

Apóstolos em união com Pedro disse: «Eu estarei convosco até à consumação

dos séculos» (Ev. S. Mat. XXVIII, 20). E ainda: «Quem vos ouve a Mim ouve»

(Ev. S. Luc. X, 16).

É um fato histórico que a Igreja nunca errou no seu ensinamento em matéria de

Fé ou de Moral. De sorte que ou o Papa só, ou os Bispos em união com o Papa,

quando ensinam doutrina de Fé ou de Moral como sendo doutrina que todos os

fiéis devem crer e praticar para entrar no Céu, por todos deve ser aceita como

verdade infalível, pois em tal caso o Papa não pode errar, por virtude de um

auxílio divino.

INFIDELIDADE é a carência da fé naqueles que não foram batizados, ou

naqueles que a perderam. Há três espécies de infidelidade: a dos hereges, a dos

judeus e a dos pagãos. Os hereges perderam a fé; os judeus não a querem

receber; os pagãos ou não a conhecem porque não lhes foi anunciada, ou

conhecendo-a não a quiseram receber. O pecado dos hereges é mais grave que o

dos judeus; o dos judeus mais grave que o dos pagãos. A infidelidade é o último

pecado a que o homem chega por via doutros pecados. As causas principais da

infidelidade daqueles que conhecem a Fé são: a ignorância dos motivos de

credibilidade; a independência da vontade que não quer sujeitar-se a nenhuma

autoridade; o desprezo da oração; a educação neutra ou irreligiosa dada nas

escolas; a leitura de livros contrários às verdades da Fé; a frequentação com

incrédulos; a corrupção dos costumes. Os meios de vencer estes obstáculos são:

procurar sólida instrução religiosa; considerar as funestas consequências da falta

de Fé, e as vantagens que ela oferece para a vida presente e para a vida futura;

rezar; frequentar os atos do culto religioso.

INFINIDADE DE DEUS é atributo pelo qual Deus é infinito; isto quer dizer

que não podemos conceber perfeição alguma que não haja em Deus, mas em tal

grandeza que nenhuma tem limites. Também há perfeições nas criaturas, mas

são limitadas como as mesmas criaturas, porque estas e as suas perfeições não o

são de si mesmas, vêm de Deus. Deus, porém, não recebeu de nenhum ser as

perfeições que tem; tem-nas de Si mesmo, e por isso ilimitadas, infinitas. Deus é

infinito no poder, no saber, na bondade, na misericórdia, na justiça, em todas as

perfeições.

INFERNO é o estado e lugar dos condenados que morrem em pecado mortal, os

quais sofrem as penas da separação de Deus (penas de dano) e as penas de fogo

(penas de sentido por toda a eternidade. A existência do inferno é uma verdade

de Fé, afirmada na Sagrada Escritura e na Tradição, e cuja necessidade é

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reconhecida pela razão. São de Jesus Cristo estas palavras: «Temei o que pode

lançar no inferno tanto a alma como o corpo» (Ev. S. Mat. X, 28); melhor é

entrar para a vida eterna coxo do que tendo dois pés ser lançado ao fogo

inextinguível do inferno» (Ev. S. Mar. IX, 44). E no dia do julgamento final

Jesus dirá aos condenados: «Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno,

que está preparado para o diabo e para os seus anjos (ou ministros)» (Ev. S. Mat.

XXV, 41). Ora, sendo o fogo do inferno de natureza corpórea, afirmar que é

apenas metafórico seria estar em oposição com a doutrina comum entre os

teólogos e recebida na Igreja. Por muito que custe ao nosso orgulho, temos de

crer na existência do inferno, para satisfação da justiça divina contra aqueles que

rejeitaram o perdão de Deus e quiseram morrer em pecado mortal, ou em estado

de rebelião contra Deus.

INFIÉIS. Ver a palavra INFIDELIDADE.

INIMIGOS. Por preceito de caridade devemos amá-los, não por serem nossos

inimigos mas apesar de inimigos, embora abominando o pecador por causa do

mal que fez, ou porque é um mal para nós como pecador. Não é lícito querer-lhe

mal, nem conservar contra ele espírito de vingança; não devemos negar-lhe a

saudação, nem a esmola, nem a oração, nem a venda do que temos a vender. Por

ser nosso inimigo não deixa de ser nosso próximo, e Deus manda amar o

próximo como a nós mesmos. Disse Jesus: «Amai os vossos inimigos; fazei bem

aos que vos têm ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam» (Ev. S. Luc.

VI, 27).

E o Apóstolo São Paulo escreveu: «Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de

comer; se tiver sede, dá-lhe de beber, porque fazendo isto, amontoarás brasas

sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem

(Ep. Rom. XII, 20, 21).

INSPIRAÇÃO DA SAGRADA ESCRITURA é a ação do divino

Espírito Santo sobre os escritores sagrados para escreverem o que Deus quis que

escrevessem, de sorte que o que escreveram é a própria palavra de Deus. Deus é

o Autor dos livros da Sagrada Escritura; os escritores foram os instrumentos de

que Deus se serviu para que a sua palavra ficasse escrita e fosse conhecida dos

homens. Para que os escritores sagrados escrevessem o que Deus quis ensinar, o

Espírito Santo moveu-lhes a vontade, iluminou-lhes a inteligência para

conceberem tudo e só o que Deus quis que escrevessem, assistiu-lhes enquanto

escreveram, para não omitirem nada do que deviam escrever, nada

acrescentarem e não errarem. Por isso aceitamos tudo o que está nos livros

Sagrados como tendo sido inspirado por Deus, e lhe chamamos a palavra de

Deus.

INTENÇÃO é o fim ou motivo porque se faz alguma coisa. As nossas ações tiram

a sua principal moralidade do fim ou da intenção com que as praticamos. De

sorte que uma ação boa praticada com um fim mau ou com má intenção torna-se

inteiramente má. Mas uma ação má como tal conhecida, embora praticada com

um fim bom, fica sempre má, porque a intenção boa não lhe tira a maldade

conhecida.

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INTERDITO é uma censura pela qual a Igreja proíbe em certos lugares e a certas

pessoas os Ofícios divinos, alguns Sacramentos, e sepultura eclesiástica. É

pessoal, se a proibição afeta diretamente a pessoa acompanhando-a em toda a

parte; e tanto pode afetar uma pessoa como uma associação de pessoas. É local,

se afeta diretamente um lugar, de sorte que as pessoas só não podem celebrar os

Ofícios divinos nesse lugar (C. 2268 e segs.). O interdito geral sobre o território

ou sobre as pessoas de uma Diocese ou de uma Nação só pode ser lançado pelo

Papa; o interdito geral sobre uma Paróquia ou sobre o povo de uma Paróquia,

assim como o particular, local ou pessoal, pode ser lançado pelo Bispo (C.

2269).

INTERSTÍCIOS são intervalos de tempo que devem decorrer entre a recepção

dos vários graus do Sacramento da Ordem. São necessários para que o Clérigo

se exercite no grau da sua Ordem, e reconheça e mostre se, pela vida e pela

doutrina, pode subir ao grau seguinte.

O interstício entre a Prima Tonsura e primeiro grau de Ordens Menores e entre

cada um dos graus das mesmas depende da vontade do Bispo; do Acolitato ao

Subdiaconato deve mediar um ano; do Subdiaconato ao Diaconato e deste ao

Presbiterato, pelo menos três meses; a não ser que o Bispo julgue necessário

reduzir o tempo dos interstícios.

INVEJA é a tristeza causada pelos bens que outros têm enquanto se julga

diminuírem a glória própria. A inveja nasce geralmente da soberba, e é um dos 7

pecados capitais. Dá origem à maledicência, à calúnia, à intriga, à rivalidade, ao

ódio, à alegria nas adversidades e aflição na prosperidade do próximo. Devemos

combater a inveja dos bens alheios, e contentar-mo-nos com aquilo que podemos

legitimamente conseguir e que Deus nos conceder. O Apóstolo São Paulo

escreveu: «Não nos façamos cobiçosos da vanglória, provocando-nos uns aos

outros» (Ep. Gal. V, 26).

INVOCAÇÃO DOS SANTOS é o pedido que fazemos aos Santos para que

roguem a Deus por nós e conosco, pela intercessão de Nosso Senhor Jesus

Cristo. Invocamo-los e confiamo-nos ao seu patrocínio, porque esperamos que,

como Santos, serão atendidos mais favoravelmente do que nós.

IRA é um dos 7 pecados capitais. É um movimento desordenado da alma que nos leva

a rejeitar com violência o que nos desagrada e a nos vingarmos dos que nos

ofendem. A ira é condenada por Jesus Cristo, dizendo: «Todo o que se ira contra

seu irmão será réu no juízo» (Ev. S. Mat. V, 22). As origens deste pecado são as

paixões, tais como a soberba, a sensualidade, a avareza. São efeitos da ira: as

inimizades, as contendas, as injúrias, o desejo de vingança, de fazer mal, e até o

desejo de matar. Os remédios contra a ira são: reprimir os primeiros ímpetos, a

paciência, a humildade, refletir antes de falar, pensar nos males a que a ira dá

origem, recordar os exemplos de Jesus Cristo.

A ira pode irromper em nós contra nossa vontade, e, nesse caso, não é um

pecado; se, porém, a conservarmos refletidamente pecamos contra a caridade.

Há, porém, uma espécie de ira, que é antes justa indignação, a qual não só não é

pecado, mas é manifestação de zelo por uma justa causa.

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IRMÃOS estão ligados por deveres de afeição e de proteção muito particulares,

porque procedem do mesmo tronco de modo imediato. Devem ter como coisa

comum o que diz respeito às alegrias e às penas, e aos bens materiais do lar

doméstico; devem tratar-se com intimidade delicada e sacrificar-se cada um pelo

bem de todos. Devem proteger-se reciprocamente, vigiando os mais velhos pela

inocência dos mais novos, defendendo-os dos perigos, aconselhando-os,

guiando-os com o bom exemplo, exercendo junto deles o ofício de pai e de mãe

quando estes faltaram. Os mais novos devem guardar respeito afetuoso aos

irmãos mais velhos, devem receber de boa vontade as advertências que lhes

fizeram e seguir os bons conselhos que lhes derem.

IRMÃOS DE JESUS. Toda a tradição afirma e a Igreja ensina como dogma que

Nossa Senhora foi sempre Virgem. Os hebreus designavam por irmãos não só os

filhos dos mesmos pais, mas os sobrinhos (Gen. XIII, 8: XIV16), qualquer primo

ou parente (I Par. XV. 5-10), um homem da mesma tribo (Lev. X, 4), etc. Não há

dúvida nenhuma que a expressão «irmãos de Jesus» se deve entender por

«parentes de Jesus». Nossa Senhora nunca é apresentada como mãe deles, mas

só como «mãe de Jesus». Ao morrer na cruz o Salvador a nenhum deles confiou

sua mãe e ao apresentar-lhe João, filho de Zebedeu, disse-lhe «eis o teu filho»

como que substituindo-o a Ele e excluindo qualquer outro.

São Paulo afirma que viu em Jerusalém o Tiago «irmão do Senhor» (Ep. Gal. I,

19). Mas Tiago (o menor) é um dos que os Nazarenos chamam irmãos de Jesus,

como José, Judas e Simão (Ev. Mar. VI, 3). Ora, junto da Cruz no Calvário está a

Mãe de Jesus (Ev. Jo. XIX, 25) com outras piedosas mulheres, entre elas «Maria

(esposa) de Alfeu, mãe de Tiago e de José» (Ev. Mar. XV, 40) e entre os

Apóstolos está um «Tiago, filho de Alfeu» (Ev. Mar. III, 18). Por estes

documentos vê-se que se trata do mesmo Tiago, chamado «o menor», para o

distinguir de Tiago, irmão de São João, filhos de Zebedeu. São Judas na sua

epístola (V 1) diz-se «irmão de Tiago» e na enumeração dos Apóstolos o seu

nome vem logo a seguir. De tudo isto se conclui que os «irmãos de Jesus»

podiam ser, quando muito, seus primos. Os evangelistas não estiveram com

explicações porque para eles como para a Igreja primitiva, cuja opinião tem sido

fielmente conservada através dos séculos pela tradição, a questão era clara e não

oferecia dificuldades.

IRREGULARIDADE é um impedimento canônico que deixa inábil, aquele que

o tem, para receber o sacramento da Ordem, ou para exercê-la, se a tiver já

recebido. A irregularidade pode ser por defeito ou por delito daquele que

pretende receber o Sacramento, ou que já o recebeu. O Bispo pode dispensar os

seus súditos de todas as irregularidades provenientes de delito oculto, exceto o

do Canon 985, n.°4. A mesma faculdade compete a qualquer Confessor, em

casos ocultos e urgentes, nos quais não seja possível recorrer ao Bispo, e haja

perigo de grave dano ou de infâmia, mas isso somente para que o penitente

possa exercer licitamente as Ordens já recebidas (C. 990).

J

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JACULATÓRIA é uma aspiração doce e fervorosa, repetida ou por palavras ou

só mentalmente, para nos recordarmos da presença de Deus, do amor que Lhe

devemos, e para nos conservarmos em união com Ele.

JAZIGOS. Nos cemitérios paroquiais, com autorização por escrito do Ordinário, ou

do seu delegado, podem os fiéis construir, para si e para os seus, jazigos que,

com licença do mesmo Ordinário, podem também alienar (C. 1209), mas as

sepulturas dos jazigos devem ser benzidas (S. C. R).

JEJUM. O jejum, como a abstinência, são mortificações impostas pela Igreja aos

seus súditos, em cumprimento da lei geral, pela qual todos temos de fazer

penitência para nos livrarmos da condenação eterna (Ev. S. Luc. XIII). A lei do

jejum prescreve uma única refeição ao dia, mas não proíbe que se tome algum

alimento de manhã e à noite, observando-se, quanto à sua quantidade e

qualidade, o costume aprovado dos lugares; nem proíbe comer carne e peixe à

refeição principal, quando não é dia de abstinência. Convém não confundir a

abstinência com o jejum. (Ver a palavra ABSTINÊNCIA). Pode-se estar isento

da obrigação do jejum sem por isso ficar dispensado da obrigação da abstinência

(C. 1251).

Estão obrigados à lei do jejum todos os cristãos desde que completaram 21 anos,

até ao começo dos 60 (C. 1254). Nos dias de jejum é permitido permutar a hora

do jantar com a da consoada (C. 1251). Durante o dia é permitido beber o que

em geral é considerado como simples bebida, e em quantidade indeterminada:

água, vinho, café, chá, etc., mas não o leite nem o caldo, que são considerados

como alimentos. Uma vez quebrado o jejum, com ou sem culpa, o preceito já

não obriga o resto do dia. Pelo contrário, nos dias de abstinência peca-se tantas

vezes quantas se come carne sem motivo suficiente que isento do preceito. A lei

do jejum, como a da abstinência, obrigam gravemente, a não ser que haja

dispensa ou impossibilidade física ou moral (doença, convalescença, trabalhos

pesados, grande pobreza, etc.). Será pecado venial se a quantidade de alimentos,

além da permitida, for pouca. Pela lei geral da Igreja (C. 1252) para os que não

têm Indulto são dias só de abstinência: todas as sextas-feiras do ano; de

abstinência e jejum: quarta-feira de Cinzas, sextas e sábados da Quaresma e das

Quatro Têmporas, Vigílias de Pentecostes, Assunção de Nossa Senhora, Todos

os Santos e Natal; só de jejum: todos os outros dias da Quaresma. Pelo Indulto e

Bula são dias só de abstinência: sextas-feiras do Advento e das Quatro

Têmporas; de abstinência e jejum; sextas-feiras da Quaresma e as 4 vigílias

acima mencionadas, podendo — e segundo alguns, devendo — a do Natal ser

transferida para o sábado anterior; só de jejum; quartas e sábados da Quaresma.

Para compensar de um certo modo a dispensa ou redução de tantos dias de

sacrifício do jejum e da abstinência concedida pelo Indulto a Santa Sé exige o

sacrifício de uma esmola proporcionada aos rendimentos de cada um, e que se

destina aos Seminários e Igrejas pobres.

No Sábado Santo, ao meio dia, nos dias santos de guarda, fora da Quaresma, e

nas vigílias, quando são antecipadas, cessa a lei do jejum e da abstinência.

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JEJUM EUCARÍSTICO. Além do jejum ordinário que é penitência, há o

jejum eucarístico ou natural que consiste em não comer nem beber nada desde a

meia noite até à comunhão.

À meia noite pode-se contar indiferentemente segundo a hora solar, legal ou

local.

Quebra-se o jejum eucarístico quando alguma coisa digerível, vinda do exterior,

se toma a modo de comida ou bebida. Pode-se comungar sem estar em jejum:

em perigo de vida para receber o sagrado Viático; para evitar a profanação das

sagradas espécies; para evitar em certos casos o escândalo ou a infâmia. Os

doentes que estão há um mês de cama (e de que não se espera com certeza uma

rápida convalescença dentro de cinco ou seis dias) podem comungar, segundo o

prudente parecer do confessor, uma ou duas vezes por semana, ainda que antes

tomem algum alimento líquido ou algum remédio, mesmo sólido.

A Santa Sé também dispensa, em casos particulares, por motivos graves do

jejum eucarístico, que foi instituído pela Igreja, para inculcar nos fiéis maior

respeito pela sagrada eucaristia.

JESUS CRISTO é um Personagem histórico. É impossível negar a realidade da

sua natureza humana. Mas não é somente homem; é Deus também, como Ele

mesmo afirmou e como se demonstra por fatos históricos. Foi em Jesus Cristo

que se realizarem as Profecias do Antigo Testamento relativas ao Messias, o

Filho de Deus que se faria homem. O seu nascimento e a sua morte foram

acompanhados de prodígios que manifestam ser Ele o Senhor do Universo, dos

homens e dos Anjos. A sua vida, e a sua doutrina, e os milagres que fez para

provar que era Deus são a prova de que é realmente Deus. A sua Ressurreição,

os seus triunfos após a Ressurreição atraindo tudo a Si, como predissera, assim

como a realização das suas profecias acerca da ruína de Jerusalém, da dispersão

dos judeus, da pregação do seu Evangelho, da perpetuidade da sua Igreja,

confirmam absolutamente a sua palavra, dizendo que era Deus.

É bem fundada a nossa fé afirmando que Jesus Cristo é Deus Filho feito homem.

Nasceu da Virgem Maria, em Belém; viveu na Palestina; morreu numa cruz, no

Calvário; vive gloriosamente no Céu, e está sacramentado nos sacrários das

nossas igrejas. Adoremos e amemos Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Deus

feito homem por amor de nós.

Ouçamos a magnífica descrição que Lacordaire faz do divino Salvador:

«Há um homem a quem o amor guarda o túmulo, um homem cujo sepulcro não

é só glorioso, como disse um profeta, mas cujo sepulcro é amado... Há um

Homem cuja recordação é sempre viva no coração de milhões de homens... Há

um Homem, cujos passos são seguidos, por uma porção considerável da

humanidade, sem se cansar jamais... Há um Homem morto e enterrado há muito

tempo, de que a mais pequena palavra continua a ecoar ainda no meio de nós, e

produz mais do que amor, produz virtudes que frutificam no amor. Há um

Homem, há séculos ignominiosamente pregado numa cruz; e esse Homem,

milhões de adoradores todos os dias O despregam do trono do seu suplício,

ajoelham piedosamente diante d’Ele, prostram-se em vergonha no pó da terra, e

aí, por terra, beijam-lhe com indizível amor os pés ensanguentados. Há um

Homem, flagelado, morto e crucificado, que todos os séculos adoram na glória

dum amor que nada faz desfalecer, que encontra n’Ele a paz, a honra, a alegria e

até o êxtase. Há um Homem perseguido no suplício e no túmulo por um ódio

que se não extingue, — o qual, pedindo apóstolos e mártires a toda a

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posteridade, encontra apóstolos e mártires no seio de todas as gerações. Há um

Homem, enfim, o único que fundou indestrutível reino de amor na terra: esse

Homem, sois vós, — é Jesus, vós que me quisestes batizar, ungir e consagrar no

vosso amor, e cujo Nome, só de O pronunciar, me abre o mais íntimo das

entranhas e me arranca este grilo de fé e amor que a mim mesmo me perturba».

JOGO é a combinação que os jogadores fazem de entregarem um certo preço, como

prêmio, ao que ganhar. É honesto e lícito: como entretenimento ou distração de

espírito, com pequenas somas de dinheiro, observando as regras do jogo, e com

parceiros iguais. Sem estas condições é ilícito, favorece a ociosidade e a

ambição, e causa a ruína de fortunas.

JUBILEU é uma Indulgência plenária, por meio da qual se pode receber plena

remissão da pena temporal devida pelos nossos pecados. O Papa concede um

Jubileu para toda a Igreja de 25 em 25 anos (e só ele o pode conceder),

indicando na Bula ou documento de concessão as condições a que os fiéis

devem satisfazer para lucrarem essa indulgência. Além do Jubileu ordinário de

25 em 25 anos, o Papa pode conceder um Jubileu extraordinário, em qualquer

tempo, por motivo de uma causa grave.

JUGO DE CRISTO é a sua Religião. É ela que nos ensina e leva à prática da

mansidão e da humildade. Quem pratica estas virtudes conserva a paz na sua

alma e não perturba a paz do próximo. Para quem vive em paz, as cruzes que

acompanham a vida são suaves; Deus alivia o seu peso. Foi Jesus que disse:

«tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de

coração, e achareis descanso para as vossas almas, porque o meu jugo é suave e

o meu fardo é leve» (Ev. S. Mat. XI, 29 30).

JUÍZO FINAL é o julgamento que Deus fará de todos os homens, no fim do

mundo. Nesse momento cada um pode ver tudo o que está na consciência dos

outros, pois diz o Apóstolo: «Virá o Senhor, o qual não só porá às claras o que

se acha escondido nas trevas, mas descobrirá os desígnios dos corações» (Ep. I

Cor. IV, 5). A Sagrada Escritura previne-nos de como será feito o julgamento

final. Serão todas as gentes congregadas diante de Jesus Cristo, que separará uns

dos outros como o pastor separa os cabritos das ovelhas, e assim porá as ovelhas

à direita, e os cabritos (os pecadores) à esquerda. Então dirá o Rei aos que hão

de estar à sua direita (que são os justos): «Vinde, benditos de meu Pai, possuí o

reino (celeste) que vos está preparado desde o princípio do mundo». Então dirá

também aos que estão à esquerda: «afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo

eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos». E irão estes para o

suplício eterno, e os justos para a vida eterna (Ev. S. Mat. XXV, 32, 34, 41, 46).

Tal é o fim de todo o homem que vem a este mundo, seja ele quem for, queira ou

não queira, creia ou não creia.

JUÍZO PARTICULAR é aquele a que a alma se há de sujeitar imediatamente

após a morte, para lhe ser determinado o lugar da sua morada eterna. Assim o

ensina São Paulo dizendo: «Está estatuído que o homem morre uma só vez, e

que depois se lhe segue o julgamento» (Ep. Hebr. IX, 27), «todos devemos

comparecer diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo cada

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um tiver feito bem ou mal» (Ep. II Cor. V, 10). O julgamento é mental e

momentâneo. A alma ao separar-se do corpo, encontra-se com Deus, que está

em toda a parte; vê em si mesma todos os atos da sua vida, que estão todos

presentes a Deus; Deus faz-lhe conhecer a sentença que merece, e a alma entra

no lugar do seu justo destino: ou no purgatório, ou no céu ou no inferno.

JUÍZO TEMERÁRIO é a firme convicção, sem razão suficiente, do pecado ou

do vício do próximo. É pecado contra a justiça, porque ofende, embora

interiormente, a fama do próximo. Jesus Cristo previne-nos contra o juízo

temerário, dizendo: «Não queirais julgar segundo as aparências, mas julgai

segundo a reta justiça (Ev. S. Jo. VII, 24). Não devemos julgar os outros sem

estarmos, ao menos moralmente, certos de que é justo o nosso juízo. O juízo

temerário procede de alguma destas causas: da maldade do que julga, do ódio,

da vingança, ou da experiência da fragilidade humana. Quem não tem autoridade

para julgar não se constitua juiz do seu próximo. As dúvidas que se nos

apresentam sobre as ações do próximo devem ser julgadas favoravelmente.

JUÍZOS DO MUNDO são contrários aos juízos do Evangelho, e por isso

conduzem ao erro e ao pecado. Não nos podem tornar melhores do que somos, e

tornam-nos piores se os seguimos. É dever do cristão desprezar o temor de que o

mundo o acuse de espírito fraco, de hipócrita, do que quiser, por praticar

rigorosamente a Religião, e deve lembrar-se e recordar aos outros que só lhe

importam os juízos de Deus.

JURAMENTO é a invocação do nome de Deus em testemunho e confirmação

daquilo que se diz ou que se promete. A dignidade do juramento é afirmada por

São Paulo com estas palavras: «Os homens juram pelo que é maior do que eles,

e o juramento é a maior segurança que podem dar para terminar todas as suas

contendas (Ep. Hebr. IV, 16). Mas não é lícito jurar sem verdadeira necessidade,

e, quando a houver, só se pode jurar com verdade, com reverência pelo nome de

Deus, e em coisa honesta. Quando se faz com juramento a promessa de uma

coisa honesta fica-se com a obrigação de cumpri-la. O juramento feito por

violência ou por medo grave, vale, mas pode ser anulado pelo Superior

eclesiástico (C. 1317). Em muitos casos as fórmulas de juramento não são um

verdadeiro juramento, porque são proferidas levianamente, ou por hábito

inveterado e sem reflexão.

JURISDIÇÃO é o poder de governar. O Papa tem jurisdição em toda a Igreja e

sobre todos os membros da Igreja. Exerce a sua jurisdição por meio dos

Cardeais, dos Núncios, e de Legados seus. Os Bispos têm jurisdição sobre os

fiéis das Dioceses que o Papa lhes confia. Os Párocos só têm jurisdição delegada

pelos Bispos, de quem são auxiliares, para a poderem exercer sobre os súditos

que os Bispos lhes determinam. Os superiores das Ordens religiosas têm

jurisdição sobre súditos das suas respectivas Ordens.

JUSTIÇA é uma virtude moral, cardeal, que inclina a vontade do homem a dar a

outrem o que lhe é devido. Difere da caridade no seguinte: a caridade considera

os homens como unidos entre si, devendo auxiliar-se mutuamente; a justiça

considera-os como distintos uns dos outros, tendo cada um direitos que os outros

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não podem violar. São de quatro espécies os bens do homem, que os outros

devem respeitar: a) os bens da vida; b) os bens da honra, da reputação, da

dignidade; c) o bem da castidade; d) os bens da fortuna. O fundamento da justiça

é o domínio ou o direito que se tem sobre uma coisa, da qual se pode dispor

como própria. Pratica a verdadeira justiça para com Deus aquele que é sempre

fiel cumpridor dos Seus Mandamentos, que satisfaz aos próprios propósitos e é

grato a Deus pelos benefícios recebidos, e que pratica todas as ações com o fim

de glorificar a Deus. Pratica a verdadeira justiça para com o próximo aquele que

nunca faz a outrem o que justamente não queria que lhe fizessem a si mesmo, e

que faz em favor do próximo aquilo que justamente queria que lhe fizessem a si

mesmo.

JUSTIFICAÇÃO consiste na remissão do pecado mortal pela infusão da graça

habitual. É a passagem do estado de pecado mortal ao estado de graça de Deus,

de sorte que a alma que recebe a graça santificante ou habitual fica

completamente transformada como se fosse uma alma nova. Assim o indica o

Apóstolo São João, dizendo: «Se confessarmos os nossos pecados, fiel é (Deus)

e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a iniquidade»

(I Ep. S. Jo. 1', 9). Purificados de toda a iniquidade, ficamos em estado de entrar

no Céu, como ensina o Apóstolo São Paulo, dizendo: «Onde abundou o pecado

superabundou a graça, para que assim como o pecado reinou para a morte, assim

também reine a graça pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo

Senhor nosso» (Ep. Rom. XX, 31).

O homem justificado não pode julgar-se seguro de não perder a graça que o

justificou; pode perdê-la, e perde-a logo que comete um pecado mortal. Jesus

nos faz esta prevenção: «Vigiai e orai para não cairdes em tentação» (Ev. S. Mat.

XXVI, 41). O que o Apóstolo São Paulo diz por estas palavras: «Aquele que

julga estar seguro acautele-se para não cair» (Ep. 1 Cor. X, 12). Não troquemos a

graça de Deus pela vileza dos prazeres sensíveis.

K

KYRIES são invocações que se fazem na Missa e nas Ladainhas, acrescentando-se-

lhes a palavra ELEISON. São duas palavras gregas que querem dizer: Senhor,

tende misericórdia de nós. São dirigidas à Santíssima Trindade, e dizem-se nove

vezes na Missa e três vezes na Ladainha. Como, porém, a segunda invocação se

dirige a Jesus Cristo, em vez de KYRIE diz-se CHRISTE.

L

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LADAINHA é palavra que significa súplica. É uma série de invocações que a Igreja

faz ao nome de Deus, da Virgem Maria e dos Santos. Há várias Ladainhas: a de

Nossa Senhora, invocando a Virgem Maria sob diversos títulos; a de Todos os

Santos, invocando a misericórdia de Deus por intercessão dos Santos; a de São

José, e outras, que se rezam em certos atos de devoção. A Ladainha de Todos os

Santos é obrigatória na Igreja, no dia das Rogações. O Bispo não pode aprovar

novas Ladainhas para serem recitadas publicamente (C. 1259).

LADAINHA DE SÃO MARCOS. No dia 25 de Abril reza-se ou canta-se

nas igrejas a Ladainha de todos os Santos, a que nesse dia se dá o nome de

Ladainha de São Marcos, com ou sem Procissão. É esta a sua origem: No ano de

589 trasbordou o rio Tibre, de tal modo que quase submergiu a cidade de Roma,

causando a inundação uma violenta peste, da qual uma das primeiras vítimas foi

o Papa Gelásio II. O seu sucessor, São Gregório Magno, exortou o povo à

oração e à penitência, para aplacar a justiça divina que pesava tão duramente.

Instituiu preces públicas com procissões pelas ruas da cidade, e ao fim de três

dias cessou o flagelo. Em memória deste acontecimento a igreja continua a fazer

preces públicas no dia 25 de Abril, dia em que se celebra a festa do Evangelista

São Marcos.

Segundo alguns autores esta procissão fora instituída para substituir outra pagã

que se fazia no mesmo dia em Roma. Nas Igrejas Paroquiais deve-se fazer a

Procissão (C. P).

LAICISMO. Tem como princípio fundamental a autonomia absoluta da razão e da

vontade humanas. Nega a possibilidade de qualquer religião, mesmo da religião

natural.

LÂMPADA DO SACRÁRIO deve estar acesa de dia e de noite, alimentada

com azeite de oliveiras ou com cera de abelhas. Quando não houver azeite de

oliveiras, fica à prudência do Bispo permitir o uso de outros óleos, quanto

possível vegetais (C. 1371). É usada como figura de Jesus Cristo, a verdadeira

luz do mundo. Deve estar colocada diante do altar do Santíssimo Sacramento,

não escondida ou ao lado, mas no meio, indicando o lugar onde está Jesus

Sacramentado.

LATRIA. Ver a palavra CULTO.

LAUDES é a segunda parte do Oficio divino, imediatamente após Matinas.

LAUS-PERENE. Ver a palavra QUARENTA-HORAS.

LAVA-PÉS. Cerimônia que se celebra em Quinta-feira santa, em comemoração do

ato de Jesus Cristo lavando os pés aos seus discípulos depois da última Ceia.

LEGADO A LÁTERE é um Cardeal enviado pelo Sumo Pontífice com aquele

título, como alter ego (C. 266), encarregado de uma missão especial.

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LEGADOS PIOS (ou fundações pias) são bens temporais deixados por

testamento a alguma igreja ou instituição religiosa, com o ônus de serem

celebradas algumas Missas ou outras funções eclesiásticas, ou para se

cumprirem algumas obras de piedade ou de caridade (C. 1544). Nas últimas

disposições em favor da igreja observem-se, sendo possível, as formalidades do

Direito civil; mas, ainda que omitidas, sejam advertidos os herdeiros da

obrigação de cumprirem a vontade do testador (C. 1513). Se não estiver

determinado tempo para o cumprimento dessa vontade, deve ser cumprida o

mais breve possível, e nunca além de um ano depois da morte (C. P.). O Bispo é

o executor de todos os Legados pios (C. 15, 15).

LEGITIMAÇÃO DA PROLE. Os filhos ilegítimos ficam legitimados por

subsequente Matrimônio de seus pais, embora não consumado. Legitimados que

sejam, para efeitos canônicos ficam equiparados em tudo aos filhos legítimos,

salvo se outra coisa for expressamente determinada (C. 1116, 1117).

LEI é a ordenação da razão para o bem comum, promulgado por quem dirige a

Comunidade.

Lei eterna é a razão divina ou a vontade de Deus dirigindo todas as criaturas

segundo a natureza de cada uma, em ordem ao fim último de todas, que é a

glória do mesmo Deus. Lei natural é a participação da Lei eterna na criatura

racional, fazendo inclinar livremente aos atos e fins na lei eterna estabelecidos e

conhecida pelas luzes da razão. Pela lei natural o homem conhece o que por sua

natureza é honesto e necessário ao fim último e aquilo que lhe é contrário. Lei

divina positiva é a que Deus faz conhecer por meio da Revelação, como

necessária para o homem conseguir o seu fim sobrenatural. Lei eclesiástica é a

que a Igreja preceitua para o regime espiritual dos fiéis, e que tem por objeto o

culto divino e a salvação do homem. Lei civil é a que procede de quem preside à

sociedade civil, e que tem por fim promover diretamente o bem comum

temporal dos seus súditos, e mediatamente o bem comum espiritual ou a

felicidade dos cidadãos. O homem é inclinado ao cumprimento da lei, de dois

modos: interiormente, por amor, como os bons; exteriormente, por penas, como

os maus. A lei deve ser honesta, justa, possível, segundo a natureza, segundo o

costume da Pátria, do lugar e do tempo, clara, necessária para utilidade da

Comunidade. A lei justa obriga em consciência; a lei injusta, não, a não ser por

causa de escândalo a evitar, naquelas coisas que não são contra a Lei de Deus. A

lei não atende às intenções de quem a deve observar, mas aos seus atos.

A Lei de Deus é absolutamente irrevogável, e não há poder humano que possa

alterá-la. Só Deus, por bi mesmo ou por outrem a quem comunique a sua

autoridade, a pode revogar ou modificar. Disse Jesus: «É mais fácil passar o céu

e a terra do que cair da lei uma só vírgula» (Ev. S. Luc. XVI, 17). E o Apóstolo

São Tiago afirma que qualquer que tiver toda a lei (de Deus) e a transgredir num

só ponto faz-se réu de todos eles (Ep. S. Tiag. II, 10). Devemos considerar a lei

não como um jugo a pesar sobre nós, mas como uma regra a orientar a nossa

conduta, pois diz São Paulo que a lei é boa para aquele que usa dela

legitimamente (Ep. Timot. I, 8).

As leis da Igreja não precisam de ser reconhecidas nem aceitas pelo Poder civil

para obrigarem os fiéis, porque a Igreja é uma sociedade perfeita, completa,

independente do Estado, e nas coisas espirituais goza do poder supremo. Há

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casos que escusam da obrigação da lei, e são: a) a ignorância, que, sendo

invencível, escusa no foro da consciência, porque ninguém peca sem querer

pecar, e não há voluntário onde a ignorância é invencível; no foro externo a

ignorância da lei não escusa, porque se escusasse cada um podia invocar a

ignorância para se eximir ao cumprimento da lei; b) A impossibilidade física ou

absoluta e a impossibilidade moral; c) A dispensa da lei; d) O costume legítimo.

LEIGOS são os fiéis que não pertencem à classe dos Clérigos. Todos devem

reverência aos Clérigos e cometem o delito de sacrilégio quando lhes fazem uma

verdadeira injúria (C. 119). São dignos de louvor se entrarem nas Associações

eretas, ou ao menos recomendadas pela Igreja (C. 684), e devem estar

acautelados contra as Associações secretas, condenadas, sediciosas, suspeitas, ou

que procuram fugir à Vigilância da Igreja. Podem tomar parte na administração

dos bens eclesiásticos. Sem expresso consentimento do Bispo não podem ter

lugar reservado na igreja; mas aos magistrados, segundo a sua dignidade, pode

ser dado um lugar distinto na igreja, conforme as normas litúrgicas (C. 1263).

LEITORATO é a Ordem que dá poder de ler na igreja a Sagrada Escritura, e de

catequizar o povo na doutrina cristã.

LEITURA ESPIRITUAL, ou de livros espirituais, é muito útil e mesmo

necessária às pessoas que desejam seguir vida sobrenatural, assim como aos

Diretores de almas. A necessidade de tal leitura resulta das dificuldades que de

ordinário se encontram no caminho da perfeição, e as dificuldades não são

menores para o Diretor do que para as pessoas dirigidas. Não deve, porém, a

pessoa dirigida ler os livros que lhe apetecer e sim os que o seu Diretor

Espiritual lhe indicar; por seu lado o Diretor só deve indicar livros acomodados

ao grau de perfeição da pessoa que dirige ou que aconselha. Na leitura desses

livros não deve entrar a curiosidade, mas o sincero desejo de encontrar

incitamentos para sua maior perfeição, para a prática mais sólida das virtudes

sobrenaturais.

LIBERALIDADE é a virtude contrária à avareza, e consiste em dispensar a

riqueza em usos bons quer para si próprio, ou para os estranhos. São atos

próprios da liberalidade, não somente usar bem da riqueza, mas também

economizar para fazer o bem. Deus há de dar-nos segundo a medida do nosso

dar (Ev. S. Luc. V, 38). Combatamos o egoísmo que nos faz pensar só em nós e

pensemos nos outros, dando-lhes do que temos, na medida das suas necessidades

e das nossas possibilidades.

LIBERALISMO OU LAICISMO é a doutrina segundo a qual a Autoridade

civil e social não é obrigada a aceitar a Revelação divina suficientemente

proposta, e pode ficar neutra entre a verdadeira e as falsas religiões. Arvora o

homem em norma suprema de si mesmo no exercício da sua liberdade, como se

não houvesse uma lei divina à qual todos devemos obedecer, e rejeita a

Autoridade divina, quer na vida pública, quer na vida particular (C. P.).

LIBERDADE é o poder que nos torna senhores e responsáveis dos nossos atos.

Esta liberdade é inviolável. Não há força interior nem exterior, exceto Deus, que

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possa violentar a vontade do homem, a qual fica sempre livre, ainda que o corpo

esteja inteiramente privado de movimentos. Nunca se faça o mal, porque a

liberdade foi dada por Deus ao homem para fazer o bem com mérito. Aquele que

faz o mal abusa da sua liberdade, como o pobre pode usar mal da esmola, e fica

escravo do seu pecado, como diz a Sagrada Escritura: «quem faz o pecado é

escravo do pecado» (Ev. S. Jo. VIII, 31).

LIMBO é o lugar e o estado dos justos antes da morte de Jesus Cristo. Deus havia

perdoado os seus pecados, mas só pelos merecimentos de Jesus Cristo poderiam

entrar no Céu. Logo que Jesus morreu desceu ao limbo, e as almas que aí

estavam puderam subir à glória do Paraíso. É também o lugar das almas dos

inocentes que morrem sem Batismo, ou sem a graça de Deus que o Batismo

confere.

Estas almas não sofrem as penas próprias dos condenados, gozam de uma outra

felicidade natural mas não daquela felicidade sobrenatural própria dos batizados,

remidos por Cristo, que é infinitamente superior. Daqui se vê a responsabilidade

daqueles que deixam morrer os filhos sem o sacramento do Batismo.

LITURGIA. Etimologicamente esta palavra deriva de duas palavras gregas: —

«leiton + ergon» — que significam um «serviço público». São Paulo emprega

também esta palavra para significar a «esmola» para os cristãos necessitados (II

Corint. IX, 12). Entre os gregos significa também o sacrifício eucarístico; na

igreja latina tinha inicialmente idêntica significação que se foi alargando.

Em sentido real podemos agora definir a Liturgia «o culto da Igreja Católica»,

entendendo por «culto» o exercício da virtude de religião na sua plenitude

exterior, social e positiva do Novo Testamento, que se realiza na Igreja. A

liturgia significa o exercício pleno da própria vida da Igreja, vida que é por

vontade de Cristo essencialmente sacerdotal. Daí que seja característica de todos

os atos litúrgicos o serem presididos por membros da Hierarquia na sua função

sacerdotal. Sendo a Liturgia o próprio culto da Igreja não deve confundir-se com

o conjunto das cerimônias que seguem esse culto às quais chamamos «rubricas».

Estas são a última parte integrante da Liturgia cuja importância grande a Liturgia

nos manifesta. A ordenação do culto oficial católico é direito exclusivo da Santa

Sé (C. 1257).

LIVROS LITÚRGICOS são os que a Igreja usa nas orações e cerimônias

litúrgicas.

O Missal é o livro que contém as Missas que o Sacerdote celebra durante todo o

ano.

O Breviário é o livro que contém a oração quotidiana oficial que a Igreja impõe

aos seus Ministros de ordens maiores e também aos monges perpetuamente

ligados pelos votos.

O Ritual é o livro que contém a forma de administrar os Sacramentos, exceto o

da Ordem, as orações das várias bênçãos, e o cerimonial das procissões.

O Cerimonial dos Bispos é o livro que contém as regras das cerimônias

religiosas presididas pelo Bispo.

O Pontifical Romano é o livro pelo qual o Bispo confere os sacramentos da

Confirmação e da Ordem, e que contém as bênçãos que lhes são reservadas.

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LIVROS PROIBIDOS. Os livros condenados pela Santa Sé devem ser

considerados como proibidos em todos os lugares, seja qual for o idioma em que

estejam publicados (C. 1398). A proibição de um livro faz que ele, sem a devida

licença, não se possa editar, nem ler, nem guardar, nem vender, nem traduzir,

nem de forma alguma dá-lo a conhecer aos outros (C. 1398). O Bispo tem o

direito e o dever de, havendo justa causa, proibir os livros dos seus súditos (C.

1395), e pode conceder-lhes licença de lerem livros proibidos, mas somente para

cada livro e em casos urgentes (C. 1402). Os que obtiverem faculdades

apostólicas de ler e reter livros proibidos, nem por isso podem ler e reter

quaisquer livros proscritos pelo Bispo, a não ser que no Indulto se diga isso

expressamente. Além disso, são obrigados, por preceito grave, a guardar de tal

forma os livros proibidos que estes não possam chegar às mãos de outrem que

não tenha autorização para lê-los (C. 1403). Mesmo aqueles que têm autorização

de ler livros proibidos não ficam isentos da proibição, que é de direito natural, de

ler livros de cuja leitura resulte perigo próximo para a sua alma (C 1405).

LUGARES SAGRADOS são os destinados ao culto divino e à sepultura dos

fiéis, pela consagração ou pela bênção prescritas nos livros litúrgicos (C. 1154).

Ninguém pode consagrar ou benzer um lugar que fique sagrado, sem

consentimento do Bispo do lugar (C. 1157), e da consagração ou da benção deve

ser lavrado documento, ficando um exemplar no arquivo da igreja e sendo outro

enviado à Cúria episcopal (C. 1158). Os lugares sagrados são isentos da

jurisdição da Autoridade civil, e neles exerce a Igreja livremente a sua jurisdição

(C. 1160).

LUXO é todo o excesso nas despesas que cada um faz para a conservação da vida e

do decoro da habitação, segundo a sua condição. O luxo é contrário ao espírito

cristão. Jesus Cristo teve por berço uma manjedoura, não teve mesa lauta nem

palácio para habitação, e morreu numa cruz. O Apóstolo São Pedro escreveu:

«Não seja o adorno destas (mulheres) o exterior enfeite dos cabelos riçados ou

os adereços de ouro ou a gala da compostura dos vestidos (Ep. I. S. Ped. III, 3).

Tudo aquilo com que se possa enfeitar o corpo não acrescenta nada à dignidade

ou à virtude da pessoa adornada. Pode parecer bem aos seus olhos ou aos olhos

de quem a vê, mas não é por isso que se torna agradável a Deus.

LUXÚRIA é um dos pecados capitais, e consiste no desordenado desejo dos

vergonhosos deleites sensuais. São cinco os graus da luxúria: o olhar, o prazer, a

deleitação, o consentimento, a ação. Nenhuma paixão deprime a razão como a

gula e a luxúria. As causas que provocam os pecados da luxúria são: a

ociosidade e a sensualidade, as más leituras, as modas imodestas, a frequentação

de assembléias mundanas, os espetáculos imorais, os bailes. «As más

companhias corrompem os costumes», avisa o Apóstolo São Paulo (Ep. 1, Cor.

XV, 33). E São João recomenda que «não amemos o mundo porque tudo o que

há no mundo é concupiscência da carne, concupiscência dos olhos, e soberba da

vida» (Ep. IS, Jo, II, 16). Para evitar o pecado da luxúria devemos afastar-nos

das más companhias e dos prazeres que o mundo oferece, devemos mortificar os

nossos sentidos e os movimentos desordenados da nossa carne, e devemos pedir

a Deus a graça precisa para guardarmos a virtude da castidade.

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LUZ ELÉTRICA pode usar-se nas igrejas para iluminar, contanto que não se

produzam efeitos teatrais (S. C. R), mas é proibido usá-la para os atos do Culto e

colocá-la sobre a mesa do altar. São toleradas as velas ou candelabros elétricos

aos lados do altar.

LUZ DA GLÓRIA é um auxílio que Deus concede aos Bem-aventurados para

que possam ver a Majestade divina face a face.

M

MAÇONARIA é a coligação dos fautores do mal, que não se importam em

dissimular as suas intenções, rivalizando entre si em audácia contra a augusta

Majestade de Deus. Esta seita é uma associação tão criminosa, tão funesta ao

cristianismo como à sociedade civil (Leão XIII). A maçonaria é uma das

principais causas da apostasia dos jovens.

MÁCULA NA ALMA é a privação da graça de Deus. Passado que seja o ato

pecaminoso, a mácula permanece na alma até que obtenha de novo a graça

divina. A graça volta à alma mediante o perdão do pecado, e o perdão é

concedido por Deus àquele que lho pede com arrependimento sincero. O perdão,

ao mesmo tempo que apaga a mácula, isenta da pena eterna do inferno, mas nem

sempre isenta da pena temporal a sofrer ou neste mundo ou no Purgatório.

MAGIA é o desejo de fazer coisas admiráveis e extraordinárias. Pode ser: natural se

os efeitos admiráveis são produzidos por forças ocultas da natureza; diabólica,

se são produzidos por obra do demônio.

MAGISTÉRIO DA IGREJA é o ofício que a Igreja tem de ensinar a doutrina

da Religião cristã para santificação e salvação das almas. Jesus Cristo confiou à

Igreja o depósito da Fé para que ela, assistida do divino Espírito Santo, ensinasse

fielmente e guardasse santamente a doutrina revelada (C. 1322). À Igreja,

independentemente de qualquer poder civil, compete o direito e o ofício de

ensinar a todas as gentes a doutrina proposta pela Igreja de Deus (C. 1322). O

magistério é exercido pela palavra do Papa, pelos Concílios, pelos Bispos e por

seus auxiliares, os simples Sacerdotes.

MAL não é alguma coisa que exista na natureza; é a privação do bem no sujeito que o

devia possuir.

MALDIÇÃO, ou imprecação, é uma palavra injuriosa, pela qual se deseja mal a

alguém, ou a seres inanimados. Se é feita com a intenção de que suceda o mal,

pelo menos grave, que se deseja, é pecado mortal. Pode não ser pecado mortal se

as palavras não saem do coração; ou se o mal que se deseja é leve, etc.; no

entanto é sempre condenável, ainda que saindo só dos lábios.

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MALEDICÊNCIA consiste em descobrir, sem razão suficiente, as faltas e os

defeitos do próximo, embora verdadeiras, mas ocultas. É um pecado contra a

caridade. Há casos, porém, em que não só é permitido, mas é um dever descobrir

as faltas do próximo. É um dever revelar à Autoridade a incompetência ou a

indignidade de alguém que vai ser empregado em funções públicas, e isto deve-

se fazer para o bem público. É um dever descobrir aos Superiores as faltas dos

seus inferiores para que se corrijam, e isto deve-se fazer para bem dos inferiores.

Pode-se descobrir o nome do culpado de um crime que nos é atribuído, quando

não temos outro meio de justificar a nossa inocência; e isto deve fazer-se para

nosso bem. É um dever informar desfavoravelmente, mas com verdade, quando

somos interrogados por quem deseja tomar um criado, um operário, um

empregado, ou deseja confiar valores a alguém, ou pretende confiar em

determinada pessoa.

MALEFÍCIO é efeito da Magia. Dá se o malefício quando alguém, por obra do

demônio ou por força da parte que com ele tem, faz coisas extraordinárias que

excedem as forças humanas, com o fim de causar mal ao próximo, ou no corpo,

ou na alma, ou nos bens, como são a doença, o amor torpe, ou calamidades, o

que raríssimas vezes acontece. O malefício é um pecado contra a caridade e

contra a justiça.

MANDAMENTOS DA IGREJA são preceitos impostos aos cristãos pela

autoridade governativa da Igreja. A autoridade que a Igreja tem para legislar foi-

lhe dada por Jesus Cristo, dizendo aos seus Apóstolos: «Como meu Pai me

enviou também eu vos envio»; (Ev. S. Jo. XX, 21). «Tudo o que vós ligardes na

terra será ligado no Céu»; (Ev. S. Mat. XVIII. 18). «Aquele que vos escuta a

Mim escuta»; (Ev. S. Luc. X, 16). O poder da Igreja é divino e independente de

todo o poder humano e é universal. Os imperantes estão sujeitos às leis da Igreja

como o mais humilde dos fiéis. «O Imperador está dentro da Igreja, mas não é

superior a ela», dizia Santo Ambrósio. A Igreja pode legislar sobre tudo o que

por sua natureza diz respeito à Religião, ao Culto, à salvação das almas; para

isso Jesus Cristo a instituiu.

A legislação da Igreja está reunida no Código de Direito Canônico, mas os

chamados Mandamentos da Igreja são cinco:

I - Ouvir Missa inteira e abster-se de trabalhos servis nos domingos e festas de

guarda.

II - Confessar-se, ao menos uma vez cada ano.

III - Comungar, ao menos pela Páscoa da Ressurreição.

IV - Guardar abstinência e jejuar nos dias determinados pela Igreja.

V - Contribuir para as despesas do Culto e para a sustentação do Clero, segundo

os legítimos usos e costumes e as determinações da Igreja.

MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS, são dez preceitos e proibições

que Deus impôs aos homens, para que o reconhecessem como Senhor Supremo

e vivessem em comunidade sob o Seu poder. Foram dados por escrito a Moisés

sobre o monte Sinai, e foram impostos por Jesus Cristo a todos os homens, como

uma condição, sem a qual não se podem salvar: «Se queres entrar na vida eterna,

guarda os Mandamentos», (Ev. S. Mat. XIX, 17). Por isso os Mandamentos da lei

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de Deus obrigam a todos os homens, e não admitem exceção de pessoas nem de

algum preceito dos dez Mandamentos. Enunciam-se assim:

I. Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas.

II. Não invocar o santo nome de Deus em vão.

III. Santificar os domingos e festas de guarda.

IV. Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores).

V. Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao

próximo).

VI - Guardar castidade nas palavras e nas obras.

VII - Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo).

VIII. Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à

verdade ou difamar o próximo).

IX. Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos.

X. Não cobiçar as coisas alheias.

A estes preceitos todos os homens são obrigados. Tudo o que for feito contra

algum deles é mau, é pecado, é prejudicial, mesmo à sociedade, impede a

salvação.

Numa sociedade em que todos os homens cumprissem os dez Mandamentos,

reinaria a paz na consciência de cada um e entre todos; com a paz gozariam a

felicidade possível neste mundo, e ganhariam a felicidade eterna, último fim

para que Deus nos criou.

MANÍPULO deriva de mappula, sudarium. É um ornamento que o celebrante,

diácono e subdiácono, usam no braço esquerdo durante o santo sacrifício da

Missa. O manípulo era próprio dos Romanos; era um lenço que servia para

cobrir o rosto, limpar o suor e fazer certos sinais; no uso litúrgico reduziu-se à

forma que hoje tem. Na Liturgia recorda aos que o usam a dor que devem ter dos

seus pecados, e o trabalho para expiação dos mesmos. Deve ser benzido.

MANSIDÃO é a virtude que modera a ira, segundo a reta razão. É filha da

humildade e da fortaleza. Jesus disse que são «bem-aventurados os mansos,

porque possuirão a terra» (dos vivos, que é o Céu), e deu-nos o exemplo,

dizendo: «aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração» (Ev. S. Mat.

V, 4; XI, 29). Por isso São Paulo escreveu: «Não convém ao servo do Senhor que

se ponha a altercar, mas que seja manso para com todos» (Ep. II Timót. II, 25).

Com a mansidão se ganha a benevolência dos Superiores; se consegue a

obediência dos inferiores; se detém o furor dos inimigos; se conserva a

tranquilidade de espírito: vive-se em paz.

MANUSTÉRGIO, é uma pequenina toalha, que pode ser de algodão, e serve para

o Sacerdote, na Missa, enxugar os dedos após o lavabo.

MARIA. A Virgem Maria é Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. O profeta Isaías

predisse que o Messias havia de nascer de uma Virgem (Is. VII, 14). O Anjo

Gabriel, enviado por Deus a Nazaré, disse à Virgem Maria: «Conceberás e darás

à luz um filho e será chamado Filho de Deus» (Ev. S. Luc. I), e São Mateus diz

que Jesus, que se chama o Cristo, nasceu da Virgem Maria (Ev. S. Mat. I).

Porque a Virgem Maria é Mãe de Jesus, que é Deus, também se diz que é Mãe

de Deus. Porque Deus a predestinou para uma dignidade divina, dotou-a de

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privilégios que a mais ninguém concedeu: o privilégio da Imaculada Conceição,

a virgindade perpétua, a plenitude de graça. Por ser a Mãe de Cristo, Chefe e

Redentor de todos os homens, Maria é também Mãe dos homens. Por isso é

venerada pelos cristãos com um culto superior ao que se presta aos Santos,

porque a Virgem Maria é mais santa que os próprios Anjos.

MÁRTIRES, são os cristãos que se deixam matar para não renegar a sua fé em

Jesus Cristo. Foram muitos os milhares de mártires nos três primeiros séculos do

Cristianismo. Homens, mulheres, jovens, de ambos os sexos e de todas as

condições, quiseram antes sofrer os mais atrozes tormentos que os inimigos da

Religião puderam inventar, do que deixarem de confessar a sua dignidade de

cristãos. Depois, em todos os séculos, outros cristãos têm seguido o exemplo dos

primeiros, preferindo morrer por amor de Deus, a renegar a sua fé por medo dos

homens.

MARTÍRIO, é o ato de máxima perfeição, inspirado pela caridade. Aquele que

morre por amor de Deus é mártir de Deus, porque a causa desse martírio é a

firmeza na fé, operando pela caridade. O mártir tolera pacientemente o martírio,

mas não o deve procurar, porque não deve dar ocasião a que outrem proceda

injustamente. O martírio, como o Batismo, obtém o perdão de todos os pecados.

MATERIALISTA, afirma que o homem é um mero organismo corpóreo.

Negando a espiritualidade e a imortalidade da alma humana, torna impossível a

verdadeira moralidade, e a si mesmo se degrada à condição de vil animal (C. P.).

MATINAS, é a primeira parte do Ofício divino, assim chamada porque começou a

ser rezada de manhã cedo. Segundo a disciplina atual podem ser rezadas desde

as 14 horas do dia anterior.

MATRIMÔNIO, é a união conjugal validamente contratada entre homem e

mulher batizados, elevada por Jesus Cristo à dignidade de um sacramento. Foi

instituído por Deus, no paraíso terreal, em ordem à procriação, quando abençoou

Adão e Eva e lhes disse: «Crescei e multiplicai-vos» (Gen. I, 22).

Jesus Cristo confirmou a união do homem e da mulher, como Deus havia

determinado (Ev. S. Mat. XIX, 6), e o Apóstolo São Paulo declara que essa união

é um sacramento: «Este sacramento é grande, digo, em Cristo e na sua Igreja»

(Ep. Efes. V, 32). O fim primário do matrimônio é a procriação e educação dos

filhos; o fim secundário é o auxílio mútuo e remédio da concupiscência (C.

1013). As propriedades essenciais do matrimônio são: a unidade, isto é, só um

homem com uma só mulher e vice-versa; e a indissolubilidade, isto é, a

impossibilidade de se separarem para contraírem novo matrimônio. O homem é

apto para contrair matrimônio desde os 16 anos completos e a mulher desde os

14 anos completos, a não ser que haja entre eles algum impedimento; havendo-o,

não podem casar sem a devida dispensa que, segundo os casos, deve ser

concedida pelo Bispo ou pelo Papa. São vários os atos que devem preceder a

celebração do sacramento do matrimônio, e são indicados no Código de Direito

Canônico. Indicam-se aqui as leis que mais interessam ao conhecimento dos

fiéis.

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a) Antes da celebração do Matrimônio deve o Pároco estar certo de que nada

obsta a que ele se celebre, válida e licitamente (C. 1019). Em perigo de morte,

não podendo haver outras provas, basta, se não houver indícios em contrário, a

afirmação jurada dos contraentes de que foram batizados e de que não há entre

eles nenhum impedimento (C. 1019).

b) Os nubentes devem ser proclamados nas paróquias do seu domicílio ou quase

domicílio se o tiverem, e nas do batismo, e naquelas em que tenham residido por

mais de seis meses contínuos, depois da idade núbil (C. 1023).

c) Depois da última proclamação devem passar três dias para o Pároco poder

assistir ao casamento, a não ser que uma causa razoável exija que o faça antes

(C. 1030).

d) Não se realizando Matrimônio dentro de seis meses depois da última

proclamação, devem ser repetidas, a não ser que o Ordinário do lugar disponha

de outro modo.

e) Para os nubentes contraírem validamente o Matrimônio é condição essencial

darem o consentimento mútuo, diante do Pároco e de duas testemunhas, ou por

si mesmos ou por procurador, e que exprimam o consentimento por palavras, se

poderem falar. As testemunhas podem ser do sexo masculino ou feminino, e de

qualquer idade, contanto que tenham o uso de razão e que possam atestar o que

se faz.

f) O casamento deve, em regra, ser celebrado perante o Pároco da paróquia da

noiva, e na igreja paroquial, fora da qual só pode ser celebrado com licença do

Ordinário.

g) O Matrimônio deve ser recebido em estado de graça, e muito convém que o

seja à hora em que se pode dizer Missa, para que os esposos recebam as bênçãos

matrimoniais.

MEDITAÇÃO, é a aplicação do entendimento a um assunto piedoso, com o fim de

melhorarmos a nossa vida espiritual. De dois modos podemos aplicar o nosso

entendimento a um assunto piedoso: ou raciocinando, isto é, deduzindo de uma

verdade outra verdade, com o fim de excitar afetos e resoluções, ou passando

por uma série de considerações que se prestam ao nosso pensamento sem se

encadearem, mas com o mesmo fim de excitar afetos e resoluções. Geralmente

faz-se sobre um assunto, apresentado em algum livro que trate de verdades

dogmáticas ou morais, não para as estudar, mas para as penetrar com o

entendimento, de sorte que a vontade produza afetos, propósitos, e atos de amor

sobrenatural.

MENTIRA, é a expressão contrária àquilo que se pensa, seja por palavras ou por

qualquer sinal manifestada. Por três motivos costumam os homens mentir; ou

por simples divertimento (mentira jocosa), ou por utilidade própria ou de outrem

(mentira oficiosa), ou para causar dano ao próximo (mentira perniciosa). A

mentira é sempre um mal, e Jesus a condena, dizendo que «o demônio é

mentiroso e pai da mentira» (Ev. S. Jo. VIII, 44). Por isso São Paulo insiste,

dizendo: «renunciando à mentira, fale cada um ao seu próximo a verdade, pois

somos membros uns dos outros» (Ep. Efes. IV, 25). O demônio é pai da mentira;

o homem que mente faz obra do demônio.

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MÉRITO, é o direito a uma recompensa por alguma obra feita em atenção a outrem.

Quando o homem pratica uma ação boa em atenção a outrem, fica, de algum

modo, com direito a uma recompensa. Se esta lhe é antecipadamente prometida,

é um dever de justiça conceder-lha. É certo que nós não temos nenhum direito à

graça divina nem à glória eterna, mas Deus, por sua infinita bondade, dá-nos a

sua graça para podermos praticar ações dignas de recompensa celeste. Se

cooperamos com a graça, as nossas ações são boas e merecem recompensa

celeste, não por serem ações nossas, mas por causa da graça divina que lhes dá

valor sobrenatural e sobrenaturaliza o mérito da nossa cooperação. Jesus Cristo

prometeu-nos recompensa celeste, dizendo: «Alegrai-vos e exultai, porque a

vossa recompensa será abundante no Céu» (Ev. S. Mat. V, 12). E São Paulo diz-

nos: «Tudo aquilo que fizerdes fazei-o de boa vontade, como quem o faz pelo

Senhor e não pelos homens, sabendo que recebereis do Senhor a recompensa da

herança» (Ep. Colos. III, 24). A medida da nossa felicidade no Céu depende do

mérito que tivermos adquirido, na vida presente, com as nossas boas obras feitas

na graça de Deus e por amor de Deus.

MESA DA COMUNHÃO é um acessório do altar. Tem a forma de balaustrada,

sobre a qual deve haver uma tábua plana com largura suficiente para servir de

mesa. Sobre ela se estende a toalha, antes de ministrar a sagrada Comunhão aos

fiéis.

MESAS VOLANTES. Chamam-se assim aquelas de que os homens se servem

para obterem algum efeito, certamente preternatural, como por exemplo: para

adquirir uma notícia que nenhum dos assistentes conhece. Não é lícito usar deste

meio para conhecer alguma coisa, pois contém manifestamente a crença na

intervenção do demônio. Nem merecem louvor aqueles que por simples

passatempo fazem uso da mesa volante, nem é lícito assistir a tal entretenimento.

METROPOLITA, é o Bispo da diocese mais importante de uma Província

eclesiástica, cuja cidade é Sede arquiepiscopal (C. 272).

Na própria diocese tem os mesmos direitos e as mesmas obrigações que um

Bispo na sua (C. 273). Nas dioceses sufragâneas têm os direitos e as obrigações

que lhe são estipulados pelo Código de Direito Canônico (C. 74, 280).

MILAGRE, é um fato sensível que em algum caso particular derroga as leis

constantes da natureza. Só Deus o pode fazer, e serve-se dele para fazer brilhar a

sua Onipotência, para manifestar e autorizar a verdade, quer o milagre seja feito

por Si mesmo, ou pelo ministério dos seus Anjos e dos seus Santos. Os milagres

que Deus fez por intermédio de Moisés, e que se relatam na Sagrada Escritura,

são a prova da verdade da Revelação divina feita à Nação judaica. Os milagres

de Jesus Cristo, narrados no santo Evangelho, são a prova da sua divindade e da

verdade da sua doutrina. Os milagres dos Apóstolos e de outros Santos serviram

e servem para a propagação da Fé, contribuindo para a conversão dos pagãos, e

para exaltação da doutrina católica.

MISERICÓRDIA, é a compaixão do coração pela miséria alheia, que nos impele

a prestar-lhe auxílio, se podemos. É efeito da caridade. Jesus Cristo deixou-nos

este preceito: «Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso»

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(Ev. S. Luc. VI, 36), e prometeu grande recompensa aos que usassem de

misericórdia: «bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão

misericórdia» (Ev. S. Mat. V, 7). Façamos o bem, mesmo aos que nos ofendem e

aos que são ingratos, com o fim de imitarmos a misericórdia de Deus para

conosco.

MISSA é o Sacrifício no qual, pelo ministério do Sacerdote, Jesus Cristo oferece a

seu eterno Pai, em uma imolação mística e não sangrenta, o seu Corpo e o seu

Sangue, sob as espécies de pão e de vinho, em reconhecimento do supremo

domínio de Deus.

A primeira Missa foi oferecida por Jesus Cristo na sua última ceia, na véspera da

sua crucifixão, e foi Ele que ordenou aos Sacerdotes, na pessoa dos seus

Apóstolos, que fizessem o mesmo que acabava de fazer, isto é, que dissessem

sobre o pão e sobre o vinho as mesmas palavras que acabava de dizer, palavras

divinas que operariam a presença de Jesus sob aquelas mesmas espécies. Sobre o

pão estas palavras: «Isto é o meu Corpo»; sobre o vinho: «Este é o meu

Sangue». O Sangue de Jesus separado do seu Corpo, forma o sacrifício, o qual

foi ordenado à comunhão, pois Jesus imediatamente disse: «tomai e comei;

bebei dele todos». São três os atos principais que o Sacerdote pratica na Missa: a

oblação da hóstia e do vinho, a consagração da hóstia e do vinho, a comunhão.

O sacrifício propriamente consiste na consagração. As outras partes da Missa

são orações preparatórias ou de ação de graças. Aos efeitos da Missa dá-se o

nome de frutos, que são de um valor infinito porque a vítima oferecida a Deus é

o próprio Filho de Deus, é Jesus Cristo. Porém, o valor infinito da Missa é

aplicado a seres finitos; a cada um é aplicado na medida das suas disposições.

Por isso convém oferecer muitas Missas pela mesma intenção, isto é, com a

intenção de os seus frutos serem aplicados a determinada necessidade. Se aquele

por quem se oferece uma Missa está nas disposições que Deus exige para lhe

conceder todo o fruto da Missa, aproveita-lhe totalmente, e o fruto de novas

Missas oferecidas pela mesma intenção aproveitará a outros; se não tem as

disposições necessárias quando se celebra uma Missa, pode tê-las quando outra é

oferecida pela mesma intenção.

É por isso que uma Missa oferecida por muitos, pode aproveitar mais a uns do

que a outros, segundo as disposições em que se encontram. É por isso que quem

manda celebrar uma Missa, e quem a celebra, e quem a ela assiste, devem

excitar-se à devoção e a vivos desejos de receber, quanto poderem, os frutos de

cada Missa.

A Missa pode ser aplicada: a) pelos justos, para que obtenham a graça da

perseverança; b) pelos pecadores, para que obtenham a graça do desejo da

justificação; c) pelos infiéis, para que obtenham a graça de se disporem a receber

a Fé; d) pelas almas do Purgatório, para que obtenham o perdão da pena

temporal que sofrem. Pelos defuntos, a quem foi negada sepultura eclesiástica,

não devem ser rezadas Missas senão secreta e ocultamente, sem dia, lugar e hora

determinados. A Missa pode ser rezada em honra dos Santos, mas só com o fim

de dar graças a Deus pelo triunfo que eles alcançaram, ou de implorar o seu

patrocínio em nosso favor.

MISSA CAMPAL, não se pode celebrar sem licença do Bispo, o qual não a

concederá senão havendo causa justa e racional, em algum caso extraordinário e

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por modum actus (C. 882). Em Portugal não se concede essa licença senão por

ocasião de peregrinações ou outras solenidades estritamente religiosas, e noutros

casos de verdadeira necessidade.

MISSA DIALOGADA, consiste em a assistência recitar em voz alta e em latim

as respostas que o sacristão dá na Missa rezada, e o Glória, o Credo, o Sanctus e

o Agnus Dei. É ao Ordinário do lugar que compete julgar da oportunidade desta

prática. Na Missa dialogada não é permitido: a) alternar com o celebrante o

Glória, o Credo, o Sanctus e o Agnus Dei; b) recitar em voz alta as orações que

o celebrante diz em voz baixa, e o Pater Noster; c) dizer em voz alta durante a

elevação a invocação «meu Senhor e meu Deus». Podem os fiéis ser autorizados

a dizer o Domine, non sum dignus, antes da sua comunhão.

A Epístola e o Evangelho podem ser lidos em língua vulgar por um sacerdote,

um seminarista, um professor, um catequista, mas nunca por uma mulher.

É absolutamente proibido acrescentar qualquer rito não prescrito pelas rubricas.

É igualmente proibido, na Missa rezada, incensar, benzer o pão ou outros

objetos, ou retardar o celebrante. O fim da Missa dialogada é dispor os fiéis para

uma mais ativa participação no Sacrifício Eucarístico (Decisões da S. C. R.).

MISSAS GREGORIANAS. Conta São Gregório Magno (séc. VI) que tendo

feito celebrar 30 missas seguidas por alma do monge Justo, teve a revelação de

que ao fim de 30 dias a sua alma subiu ao Céu. Deste fato resultou o uso de os

fiéis mandarem celebrar Trintários de Missas por alguma alma. A Igreja aprova

este uso, sem, todavia, ensinar que o Trintário tem uma eficácia infalível. O

Trintário só pode ser aplicado por alma de um defunto, tem de ser dito em 30

dias sucessivos sem interrupção, mas não é necessário que as Missas sejam

celebradas pelo mesmo Sacerdote, nem no mesmo altar, nem com paramentos

pretos.

MISSAL, é o livro que contém as Missas que os Sacerdotes celebram durante o ano.

O atual foi editado pelo Papa São Pio V, em 1570.

MISSÃO PAROQUIAL, é uma pregação apostólica continuada por 15 dias,

feita por Sacerdotes aptos para esse sagrado ministério. A Missão é a obra mais

fecunda para a glória de Deus e salvação das almas, disse o Santo Padre Pio X.

Sendo a Missão destinada a mover a vontade por meio de pregação das verdades

eternas, durante ela devem ser evitadas na Paróquia quaisquer festas, mesmo de

caráter religioso. Deve ser pregada em cada Paróquia ao menos de dez em dez

anos (C. 1349).

MISSÕES, são organizações eclesiásticas em países de infiéis, com o fim de

convertê-los à religião católica. Foram instituídas por Jesus Cristo quando disse

aos seus Apóstolos: «Ide, ensinai todas as Nações», e são essenciais à vida da

Igreja Católica. A obra das Missões continua, não só nos Países que ainda não

conheceram Jesus Cristo, mas também nos que foram cristãos e caíram na

apostasia ou na heresia. As Missões são sustentadas, materialmente, por

esmolas, a maior parte das quais recolhidas pela obra da Propagação da Fé, da

Santa Infância, e do dinheiro de São Pedro. As Missões, quando se estendem a

vastos territórios, são superiormente governadas por um Vigário Apostólico, que

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em geral é um Bispo, governando em nome e por autoridade do Papa. Quando

são pouco numerosas, tem geralmente como Chefe um Prefeito Apostólico,

nomeado pelo Papa, e que nem sempre tem o caráter episcopal.

MISTÉRIO, é uma realidade ou uma verdade secreta, que nós não conhecemos se

não nos for revelada, ou que, mesmo revelada, não podemos compreender. Há

mistérios na ordem natural, realidades que conhecemos e cuja essência não

compreendemos, tais como: a natureza da vida vegetativa, da vida animal, a

criação do nada, a união da alma humana com o corpo, etc. Há mistérios na

Religião, verdades que conhecemos porque Deus as revelou, mas que não

podemos compreender, tais como: a Trindade de Pessoas em Deus, a

Encarnação do Verbo divino, a Eucaristia, etc. Os mistérios, porém, não são

contrários à razão, são-lhe superiores. A razão humana é limitada no seu poder

de compreensão, por isso não pode compreender todas as obras da Sabedoria e

do Poder de Deus.

MÍSTICA, é a doutrina que nos ensina por que meios Deus atrai e une a alma a Si

mesmo e que estuda as graças eminentes que constituem a contemplação infusa,

ou que a acompanham.

MITRA, é um ornamento que o Bispo põe na cabeça, em alguns atos litúrgicos, como

símbolo da sua dignidade, e que recorda o seu supremo Sacerdócio.

MODÉSTIA, é a virtude moderativa das paixões; modera a vida exterior do

homem, contendo ordenadamente os movimentos corpóreos. Não basta sermos

pessoas modestas: é preciso sermos e parecermos, como recomenda o Apóstolo

São Paulo, dizendo: «A vossa modéstia seja conhecida de todos os homens» (Ep.

Filip, IV, 5). Devemos proceder, sempre em tudo, de tal modo que quem nos

observar reconheça, pelo nosso exterior, que a virtude é o principal ornamento

do nosso espírito, o adorno com que mais nos preocupamos.

MORAL, é a ciência que dirige as ações humanas em ordem ao fim último. Procede

de duas fontes: da Sagrada Escritura, o livro que manifesta a vontade de Deus a

respeito do homem, e do Magistério da Igreja, à qual Jesus Cristo confiou a

autoridade de ensinar aos homens o que lhes é necessário saber e fazer para

conseguirem o seu fim último, que é Deus. Assim diz o Apóstolo São Paulo: «Se

vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos; logo,

ou vivamos ou morramos, do Senhor somos» (Ep. Rom. XIV, 7).

MORALIDADE, é a relação que os nossos atos têm com o nosso fim último. A

moralidade das nossas ações depende duma conformidade ou desconformidade

com as regras da Moral. Se aquilo que fazemos está de harmonia com o que

Deus manda e a Igreja ensina, a nossa ação é moral, é boa, é apta para

conseguirmos o nosso fim último. Se lhe falta essa harmonia, não é ação moral,

não é boa, não é apta para o nosso fim último.

MORDOMOS. Ninguém pode arvorar-se em mordomo ou zelador de qualquer

Imagem, altar, capela pública, ou igreja, e nenhuma Comissão de devotos ou

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outro qualquer agregado de fiéis se pode constituir para a aquisição,

administração e aplicação de esmolas e donativos destinados a festividades ou a

outros fins culturais, sem o expresso consentimento do Bispo, ou do Sacerdote

que legitimamente deve presidir às mesmas festas ou outras funções (C. P.).

Não se aceitam como mordomos ou membros das Comissões referidas senão

pessoas recomendáveis pelo seu bom procedimento, e que costumam cumprir os

preceitos da Igreja. Quando se organize alguma Comissão de festas religiosas,

será seu presidente aquele a quem compete presidir às funções a que se destinam

as esmolas (C. P.).

MORTE, é a separação da alma do seu corpo. A morte e todos os defeitos corporais,

assim como a rebelião da carne contra o espírito, são penas do pecado original,

consequência da perda da justiça original em que foram criados nossos primeiros

pais. Assim o afirma São Paulo, dizendo que «a morte é pena do pecado» (Ep.

Rom. IV, 23). A morte é comum a todos os homens, e ninguém pode prever o

tempo da sua morte. É naturalmente odiosa, mas é apetecível por causa da Bem-

aventurança, e muitos se alegram na morte porque esperam entrar na eterna

felicidade. Mas como não podemos entrar na eterna felicidade se não morrermos

na graça de Deus, Jesus, que quer a nossa salvação, adverte-nos, dizendo:

«Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora» (Ev. S. Mat. XXV, 13).

MORTIFICAÇÃO, é uma virtude moral que modera os nossos apetites interiores

e os sentidos do corpo, segundo os ditames da razão e da Fé.

O nosso corpo tem exigências que não são próprias da natureza racional.

Compete à razão ordená-las, ou dominá-las inteiramente. Como cristãos

havemos de servir-nos do nosso corpo como instrumento da alma para a prática

de ações que agradem a Deus e mereçam recompensa celeste. Sempre que o

corpo tenda para o que é contrário à lei de Deus, é nosso dever e nosso interesse

contrariar tal tendência; nisso consiste a mortificação. O Apóstolo São Paulo

escreveu: «Castigo o meu corpo (rebelde) e o reduzo à escravidão (servindo

inteiramente o espírito) para que não suceda que tendo pregado aos outros (a

doutrina da salvação) venha eu a ser reprovado» (ou condenado) (Ep. I Cor. IX,

26). Para manter os sentidos do corpo em permanente equilíbrio, torna-se

necessário que os tenhamos sempre sujeitos aos ditames da razão e da Fé.

MULHER, foi criada por Deus depois de Adão e com dependência deste, (Gen. II

— 22) mas sujeita, como o homem, a direitos e deveres humanos. A mulher é,

quando fiel à sua missão, o Anjo da Paz e do Amor:

Pelo casamento indissolúvel, Sacramento instituído por Nosso Senhor, a mulher

obriga-se a dedicar a sua vida à felicidade do seu marido, e à educação dos filhos

— é o ideal da mulher esposa. Não convém por isso que se obrigue a um

trabalho fora do lar doméstico, que a impeça de cumprir os seus deveres de

esposa e de mãe. Com o trabalho da mulher casada fora do lar doméstico sofre a

sua saúde, pelo excesso de trabalho, sofre o marido, a quem não pode dedicar os

seus carinhos; sofrem os filhos, de cuja educação não pode cuidar; sofre o

próprio lar doméstico, por falta de ordem e de higiene. É a desorganização da

família. Para evitar isso a organização social deve remunerar suficientemente o

trabalho do homem; é um dever de justiça.

A mulher pode às vezes não ser chamada à vida matrimonial — pode também

consagrar-se exclusivamente a Deus na vida religiosa; e, neste caso, a sua

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missão é ainda mais universal — é hóstia no holocausto da vida religiosa e

bálsamo para tantas dores que o seu amor divinamente puro suaviza nos

hospitais e em outras instituições de caridade.

As mulheres quando assistem nas igrejas aos atos do culto convém que estejam

separadas dos homens; devem ter a cabeça coberta e estar vestidas

modestamente, sobretudo quando vão à sagrada Comunhão (C. 1262). Podem

estar inscritas nas Confrarias, mas somente para lucrarem as Indulgências e as

graças espirituais concedidas aos Confrades (C. 709). Não se podem confessar

fora do Confessionário, a não ser em caso de enfermidade ou por outra

verdadeira necessidade (C. 910). Não podem ajudar à Missa, a não ser por falta

absoluta de acólito, respondendo de longe e sem chegar ao altar (C. 813).

Excluam-se dos Sacramentos as que não trajarem decentemente. Não se

admitam como madrinhas, quer no Batismo quer na Confirmação, ou como

testemunhas no Matrimônio, e até sejam repelidas da igreja, se isso pode fazer-

se sem escândalo (C. P.). Em qualquer Procissão, ainda que levem velas, devem

ir atrás do Sacerdote, e não podem incorporar-se nas alas da Procissão (S. C. R.).

MUNDO, foi criado por Deus quando aprouve à Sua Vontade, e só por um ato da

sua Onipotência, querendo que aparecessem as coisas sem que antes houvesse

alguma coisa. Deus criou o mundo, governa-o, e conserva-o com o fim de se

manifestar a criaturas capazes de amá-Lo e glorificá-Lo, e capazes de

participarem da Sua glória. Foi para o homem que Deus criou o mundo. Quando

tiverem morrido todos os homens o mundo acabará, mas só Deus sabe quando.

O que sabemos acerca da criação do mundo é-nos narrado pela Bíblia, isto é, foi

revelado por Deus e escrito no livro sagrado, que dá o nome de céu e terra a

todas as coisas criadas. Sabemos que o mundo atual acabará, porque a sagrada

Escritura o ensina, dizendo: «Virá como um ladrão o dia do Senhor; e então os

céus passarão com grande ímpeto e os elementos com o calor se dissolverão, e a

terra e todas as obras que há nela se abrasarão. Porém esperamos, segundo as

suas promessas (do Senhor), uns novos céus e uma nova terra, nos quais habita a

justiça. Pelo que, caríssimos, esperando estas coisas, procurai com diligência que

sejais encontrados por ele imaculados e irrepreensíveis em paz» (Ep. II S. Ped.

III, 10, 13, 14). A palavra MUNDO também designa o meio social em que

vivemos; a vida larga dos sentidos, das sensações, dos apetites, em revolta

contra as leis da Moral cristã, contra as verdades da Fé divina, contra a

delicadeza da consciência formada pelas regras da caridade e da justiça. Debaixo

deste ponto de vista, as coisas mundanas reduzem-se a três: as honras, as

riquezas, as delícias. Acerca do mundo assim considerado, o Apóstolo São João

escreveu: «Não ameis o mundo nem o que há no mundo. Se alguém ama o

mundo não há nele o amor do Pai, porque tudo o que há no mundo é

concupiscência da carne, concupiscência dos olhos, e soberba de vida, e isto não

vem do Pai (do Céu) mas sim do mundo» (Ep. I S. Jo. II, 15, 16).

Tanto quanto nos for possível, de vemos viver afastados do mundo, fazendo vida

de família, formando um meio escolhido em que não domine o espírito do

mundo. Tendo de frequentá-lo, devemos procurar exercer nele uma ação

purificadora pela nossa boa conversação, pela nossa conduta respeitável, pela

firmeza das nossas convicções religiosas e pelo nosso bom exemplo em tudo.

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MURÇA, é uma pequena capa redonda, abotoada na frente, que cobre só os ombros,

espáduas e peito, tendo atrás um pequeno capuz. É uma veste de origem

canonical. Pode ser usada por certas dignidades do clero, pelos Doutores em

faculdades eclesiásticas e por outros Sacerdotes a isso autorizados por quem de

direito. É usada sobre a sobrepeliz, mas deve tirar-se quando se administram os

Sacramentos.

MÚSICAS (Bandas). As que tomarem parte em enterros meramente civis, não

podem ser admitidas nas festas religiosas. Não podem admitir-se nas funções

sagradas músicas formadas de homens e mulheres. As Confrarias e Pias Uniões

têm o direito de chamar para as suas festas as músicas e cantores que preferirem

(mas conforme as disposições eclesiásticas), sem que o Pároco a isso possa

opor-se. Nas igrejas e capelas são proibidas as músicas que tiverem caráter

teatral ou profano (C. P).

N

NATAL, é a festa que a Igreja instituiu para comemorar solenemente o nascimento

de Jesus Cristo, Filho de Deus e da Virgem Maria. Desde a segunda metade do

século III a festa do Natal é celebrada no dia 25 de Dezembro. A menção mais

antiga que temos da celebração desta festa em Roma, é a do calendário

filocaliano, ano 336.

Não é fácil determinar ao certo a razão que levou a Igreja de Roma a fixar a

festa do Natal em 25 de Dezembro. Poderia ter sido por influência da Igreja

ortodoxa que fixara como data da morte do Senhor o dia 25 de Março; deste

modo, se nosso Senhor viveu 33 anos, teria nascido a 25 de Dezembro. «Das

explicações sugeridas para explicar a fixação do Natal em 25 de Dezembro, D.

Antônio Coelho diz ser a mais provável, embora contrária aos fatos, a que põe

esta festa em relação com a data da morte de Jesus Cristo». (Curso de Liturgia

Romana, ed. de 1941, vol. I, pág. 184).

Parece também provável que a festa do Natal haja sido instituída para eclipsar a

festa do culto mitraísta do «Sol invictus» que se celebrava a 25 de Dezembro.

(Ver para mais esclarecimentos Duchesne, Orig. du Culte Ch., pág. 271-281).

A festa do Natal é de grande solenidade e alegria, porque recorda a vinda do

Salvador dos homens. Os Sacerdotes podem celebrar Missa à meia noite (C.

821), e podem celebrar nesse dia três Missas (C. 806), por privilégio especial da

Santa Sé. Os fiéis têm obrigação de ouvir Missa (uma Missa) e de se abster de

trabalhos servis.

O Natal, escreve D. Beauduin, ensina-nos a Encarnação. O Natal é este dogma

rezado, cantado, passado no bronze dos sinos, na chama de mil velas; dogma

sentido, vivido pelo povo cristão, e ainda hoje, apesar da perda e decadência dos

costumes, de tal maneira arraigado nos nossos hábitos cristãos que nem os

indiferentes e inimigos escapam totalmente à sua salutar influência (La piété de

l’Eglise, pág. 39).

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NATURAL, é o que é devido à criatura, segundo as exigências da sua natureza.

NATUREZA, considerada genericamente, significa o princípio universal espalhado

por todas as coisas, que opera em todos os corpos, que os move, que lhes dá

certas propriedades, tudo por virtude do seu Agente eterno, que é Deus. Ou é o

princípio intrínseco e essencial do que se faz e do que se recebe. No homem, a

natureza é simultaneamente o corpo e a alma, porque o corpo e a alma são os

princípios intrínsecos de tudo o que o homem faz ou recebe.

NATUREZA INOCENTE, é aquele estado em que Deus criou o primeiro

homem: reto, justo, imortal.

NATUREZA CORRUPTA, é o estado em que o homem nasce depois da

queda de Adão; nasce como réu do pecado original.

NEUTRALIDADE RELIGIOSA, consiste em o Estado deixar livremente

professar, praticar e propagar todas as Religiões. É filha do Indiferentismo, o

qual admite todas as religiões porque não prefere nenhuma, fazendo assim

injúria a todas; e do Liberalismo, que reconhece a todas as religiões os mesmos

direitos que à Religião que considera verdadeira, fazendo-lhe grave injúria, e

preparando o caminho para a indiferença religiosa. A neutralidade religiosa é

condenada por Jesus Cristo, dizendo: «Quem não é comigo é contra mim e quem

não ajunta comigo desperdiça» (Ev. S. Mat. XII, 30). Em Religião não pode

haver neutralidade; ou se pratica a Religião de Jesus Cristo, e tudo se ganha

porque se serve a Deus como Ele merece e quer, ou não se pratica a sua

Religião, que é o mesmo que não praticar a Religião verdadeira, e em tal caso

não se serve a Deus, e por isso não se merece coisa alguma para a vida eterna.

NOA, é a última das Horas Canônicas, que se recitam antes de Vésperas, e

corresponde às 3 horas depois do meio dia, a que os antigos chamavam a nona

hora do dia.

NOIVOS. Devem propor-se, para o casamento, um fim cristão, isto é: a) procurar um

auxílio nas suas necessidades, nos seus trabalhos e uma consolação nas suas

penas; b) dar à igreja filhos educados no temor e no amor de Deus, dar Santos ao

Céu e cidadãos úteis à Pátria; c) apresentar-se à celebração do casamento com a

alma isenta de pecado; d) festejar o casamento sem os excessos que a moral

condena.

NOVICIADO, é palavra que designa: ou a preparação das pessoas que entram no

Convento para seguirem a vida religiosa, ou o tempo que dura essa preparação,

ou a parte do Convento destinada à habitação dos Noviços, isto é, das pessoas

que se preparam para a vida religiosa. Nas Ordens religiosas de votos perpétuos

todas as mulheres, e na dos homens todos os Irmãos leigos, antes de serem

admitidos ao Noviciado, têm no próprio Convento pelo menos seis meses de

postulantado; nas Congregações de votos temporários o tempo de postulantado é

determinado pelas respectivas Constituições (C. 539).

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À vida religiosa pode ser admitido qualquer católico que não tenha algum

legítimo impedimento, que seja movido por intenção reta, e que seja idôneo para

os ônus da vida religiosa (C. 538). As condições da admissão ao Noviciado são

indicadas no Código de Direito Canônico (C. 542, 555 e segs.), e nas

Constituições das Ordens e das Congregações religiosas.

NOVÍSSIMOS, são as últimas coisas que, segundo a economia da divina

Providência, estão reservadas a cada um que sai desta vida. São quatro: morte,

juízo, inferno, paraíso.

NÚNCIO, é o Legado ou Embaixador do Papa, na qualidade de Chefe espiritual,

junto dos Príncipes e dos Governos das Nações.

O

OBEDIÊNCIA, é uma virtude que dispõe o súdito a fazer a vontade do seu

superior, com respeito, piedade e amor. É preferível ao sacrifício. Os seculares

são obrigados a obedecer aos superiores espirituais somente no que prometeram

no Batismo. Os cristãos são obrigados e obedecer aos Príncipes seculares, se

tiverem justo domínio, se preceituarem o que é lícito, e em coisas seculares. O

militar é obrigado a obedecer ao seu Comandante só nas coisas militares; o servo

ao seu amo nas coisas servis; o filho ao seu pai nas coisas domésticas e de

disciplina; qualquer ao seu superior segundo a razão de superioridade. A

obediência é um ato de acatamento à vontade de outrem como vinda de Deus.

São Paulo escreve: «Obedecei aos vossos superiores e sêde-lhes sujeitos porque

eles velam como quem há de dar contas (a Deus) das vossas almas» (Ep. Hebr.

XIII, 17).

O que, em geral, torna a obediência um jugo pesado é o nosso amor próprio.

Devemos obedecer, não em atenção às qualidades pessoais de quem manda, ou

às conveniências que descobrimos na ordem dada ou na lei imposta, mas sim por

causa da autoridade de Deus, que quer que uns mandem e outros obedeçam, e

isto para bem de todos. Devemos obedecer a todos os que estão constituídos em

autoridade como ao próprio Deus, ainda que sejam pessoas más, pois Deus

serve-se por vezes de homens maus para castigar os pecados dos bons, e lhes

fazer merecer maior recompensa no Céu. São Pedro escreve: «sede obedientes

aos vossos superiores com todo o temor, e não somente aos bons, mas também

aos de dura condição. Porque é uma graça sofrer alguém tribulações por

consideração para com Deus, padecendo injustamente» (Ep. I S. Ped. II, 18, 19).

Todavia, quando os homens mandam em oposição com a lei de Deus, devemos

antes obedecer a Deus, pois, em tal caso, eles não mandam com autoridade

comunicada por Deus, mas impõem a sua vontade pessoal. «Importa obedecer

primeiro a Deus do que aos homens» (Act. V, 29).

OBRA DAS VOCAÇÕES SACERDOTAIS, tem por fim favorecer as

vocações para o estado eclesiástico, e procurar recursos para se poderem educar

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no Seminário alunos pobres, guiar e proteger os jovens seminaristas,

especialmente durante as férias. Podem associar-se a esta obra todas as pessoas

que queiram contribuir para a realização daqueles fins.

OBRAS DA VIDA CRISTÃ, são necessárias para termos a recompensa da

vida eterna. Disse Jesus: «O Filho do homem (que é Jesus mesmo) há de vir na

glória de seu Pai com os seus Anjos (a julgar os homens), e então dará a cada um

a paga segundo as suas obras» (Ev. S. Mat. XVI, 27). E o Apóstolo São Tiago

escreve: «Não vedes como pelas obras é justificado o homem, e não pela fé

somente? Sede cumpridores da palavra (de Deus) e não somente ouvintes,

enganando-vos a vós mesmos» (Ep. São Tiago II. 24; I, 22). Mas Jesus

preveniu: «Tende cautela, não façais vossas boas obras diante dos homens para

serdes vistos por eles; de outro modo não tereis a recompensa de vosso Pai que

está nos Céus» (Ev. S. Mat. VI, 1).

Não é, pois, só pela fé que nos salvaremos, mas também pelas boas obras que

fizermos, não para que os homens nos louvem, mas sim para darmos glória a

Deus, como diz o Apóstolo São Paulo: «ou comais, ou bebais, ou façais qualquer

outra coisa, fazei tudo para glória de Deus» (Ep. I Cor. X, 31).

OBSESSÃO DO DEMÔNIO, é a ação do demônio, que exteriormente

molesta o corpo do homem, causando-lhe enfermidades e vexando-o com graves

tentações. Isto pode acontecer: a) ou por causa da impiedade daqueles que

renunciam a Deus; b) ou porque Deus o permite para punir nos homens os

pecados que fazem; c) ou porque Deus o permite para experimentar os seus

servos e confundir a malícia do demônio. Os sinais pelos quais se conhece se

alguém está possesso do demônio são: falar língua estrangeira que não aprendeu;

não poder ver coisas santas ou não ouvir falar delas sem aborrecimento; padecer

de grandes convulsões; falar palavras desonestas, etc. Os remédios que a Igreja

prescreve são as orações, as boas obras, os exorcismos; e aconselha o uso de

remédios naturais indicados pela ciência.

ÓDIO, é a aversão ou repugnância que sentimos em presença do mal, real ou suposto.

O ódio nem sempre é uma paixão má; se o seu objeto é o mal, o ódio é uma

paixão boa; odiar o pecado é ter um amor entranhado à virtude. Mas o ódio

chega a causar grandes perturbações na vida moral; por isso é preciso obstar a

que tal paixão se radique em nós, visto que tanto pode ter por objeto o mal,

como o bem que apreende como sendo um mal. O melhor meio de conseguir

dominar a paixão do ódio é praticar com perseverança todas as virtudes.

OFÍCIO DIVINO, é oração que por lei da Igreja (C. 135) os Clérigos de Ordens

Sacras e alguns Religiosos e Religiosas têm obrigação grave de rezar

diariamente pelo livro chamado Breviário. Consta de várias partes, cuja reza se

distribui pelas horas do dia: Matinas com Laudes, Prima, Tercia, Sexta, Noa,

Vésperas e Completas. A divisão da reza do Ofício por diversas horas do dia

obedece ao desejo que a Igreja tem de que os Clérigos não passem muito tempo

de cada dia sem ocuparem o seu espírito na oração.

O Ofício Divino rezado em nome da Igreja em união com Jesus — o grande

Religioso de Deus — é a continuação do louvor que o Salvador Divino veio

entoar na terra ao Pai celeste. O Ofício Divino está profundamente relacionado

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com o Sacrifício eucarístico cujos fins pretende realizar, insistindo

principalmente nestas duas modalidades de adoração — a admiração e o louvor.

O Ofício Divino tem por origem a primeira parte da Missa, chamada Missa dos

Catecúmenos; imita-a na sua estrutura e dela toma os principais elementos —

Epístola, Evangelho e Coleta. O «Ofício» chama-se «divino» porque: a) tem por

exemplar o Louvor eterno que ressoa no seio da Trindade Santíssima; b) Tem

por origem Deus que inspira à Sua Igreja os afetos, as palavras e os gestos com

que quer ser adorado; c) tem por objeto o próprio Deus cujas perfeições infinitas

glorifica. O Ofício Divino é evidentemente uma oração vocal sendo também

profundíssima oração mental, a meditação tradicional da Igreja (D. Antônio

Coelho, Curso de Lit. Rom., ed. de 1941, vol. I, págs. 290-291).

ÓLEOS SANTOS, são aqueles de que usa a Igreja na administração dos

Sacramentos do Batismo, da Confirmação, da Ordem e da Extrema-Unção. São

benzidos pelo Bispo na Quinta-feira Santa, e não devem ser usados os antigos, a

não ser em caso de urgente necessidade. Faltando o Óleo benzido, pode-se

acrescentar outro, também de oliveira, não benzido, em menor quantidade (C.

734). O Pároco deve guardar os Santos óleos na igreja, em lugar decente e

seguro, fechado à chave, e não os pode ter em sua casa, nem mesmo o óleo dos

enfermos, a não ser por necessidade ou por outra causa razoável, e mediante

licença do Bispo (C. 735). O óleo benzido é também empregado na bênção dos

sinos, na consagração dos altares e dos cálices para a Missa. O óleo é símbolo da

incorruptibilidade e da força.

ORAÇÃO, é;uma piedosa elevação da alma a Deus, com o fim de Lhe prestarmos as

nossas homenagens, e de Lhe pedirmos o que é necessário e útil a nós mesmos

ou ao nosso próximo. A oração pode tomar várias formas: mental, a que se faz

só com o pensamento; vocal, a que se faz exprimindo o pensamento por

palavras; privada, a que é feita por uma só pessoa e em seu nome particular;

comum, a que é feita por várias pessoas reunidas; pública, a que é feita, em

nome e por autoridade da Igreja, pelos seus Ministros; litúrgica, a que a Igreja

faz nas cerimônias litúrgicas.

A oração é um dever que Jesus Cristo nos impôs, dizendo: «É preciso orar

sempre e não desistir nunca» (Ev. S. Luc. XVIII, 1): «vigiai e orai, para não

cairdes em tentação» (Ev. S. Mat. XXVI. 41); «vigiai orando em todo o tempo»

(Ev. S. Luc. XXI, 36). Jesus Cristo mesmo orou e deixou-nos um modelo de

oração: «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice, todavia não se faça a

minha vontade, mas a vossa» (Ev. S. Mat. XXVI, 39), e ensinou-nos a oração do

Pai nosso (Ev. S. Mat. VI, 9-13). Os Apóstolos ensinaram-nos por quem e para

que se deve orar. Escreve o Apóstolo São Paulo: «Eu te rogo que se façam

súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por

todos os que estão elevados em dignidade, para que vivamos uma vida

sossegada e tranquila em toda a sorte de piedade e honestidade, porque isto é

agradável diante de Deus nosso Senhor» (Ep. I. Timót. II, 1-3). Deus quer que

façamos oração, não para Lhe darmos a conhecer as nossas necessidades, nem

para que mude os seus desígnios a nosso respeito, mas porque quer realizar

muitos atos da sua vontade a nosso respeito mediante as nossas orações, de outro

modo não teria dito «pedi e recebereis». E, se as nossas orações não são sempre

eficazes é porque, diz o Apóstolo São Tiago (IV, 3); «pedis e não recebeis, e isto

porque pedis mal, para satisfazerdes as vossas paixões». Em qualquer oração

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deve haver: elevação da mente a Deus, confiança do impetrante, ação de graças

e súplica. Podemos pedir coisas temporais como necessárias, e coisas espirituais

como principais. Podemos pedir aos outros homens e aos Santos que orem por

nós, para que alcancem de Deus, pelos seus méritos e orações, aquilo que

desejamos. Assim o ensina São Tiago, (V, 16), dizendo: «Orai uns pelos outros

para serdes salvos, porque muito vale a oração perseverante do justo». A oração

dominical, ou o Pai nosso, é perfeitíssima, porque contém tudo o que se pode

desejar, e por ordem; por isso devemos dizê-la muitas vezes.

É preciso orar com frequência, principalmente de manhã, pedindo as graças

necessárias para o dia; e à noite, agradecendo os benefícios recebidos, e pedindo

perdão das faltas cometidas durante o dia.

ORATÓRIO. Ver a palavra CAPELA.

ORDEM, é um Sacramento pelo qual se constituem na Igreja os Bispos, os

Presbíteros e os Ministros, dando a cada um poder de exercer as funções

Sagradas, e a graça para exercê-las dignamente» São sete as Ordens que se

incluem no Sacramento da Ordem: três, chamadas Maiores ou Sacras, e quatro,

chamadas Menores. É a Ordem o que distingue os Clérigos dos leigos; os

Clérigos são chamados para regerem os fiéis e exercerem o ministério do Culto

divino (C. 9481). Para o regime dos fiéis e exercício do Culto, os Clérigos

recebem da Igreja o poder em diversos graus. A cada grau desse poder dá-se o

nome de Ordem. São sete os graus que a Igreja confere ao Clérigo, e por isso são

sete as Ordens, embora seja um só o Sacramento da Ordem. São Ordens

Maiores: O Presbiterato, o Diaconato e o Subdiaconato; são Ordens Menores: a

de Acólito, de Exorcista, de Leitor, e de Ostiário. A Ordem é conferida pelo

Bispo consagrado, que é o Ministro ordinário desse Sacramento. Segundo o

cânon 964, um Abade regular de regime, pode conferir a Tonsura e as ordens

menores aos seus súditos. (Ver as palavras: ORDEM, IDADE, INTERSTÍCIO).

O Sacramento da «Ordem» foi instituído por Jesus Cristo na última Ceia quando

conferiu aos Apóstolos, e por eles aos seus sucessores, o poder e a graça de

consagrar.

O Concílio de Trento condena os que neguem ser a «Ordem» verdadeiro

Sacramento, nestes termos: Se alguém disser que a Ordem, isto é, a ordenação

sagrada, não é verdadeira e propriamente um Sacramento instituído por nosso

Senhor Jesus Cristo, seja excomungado (Sess. 23, can. 3).

ORDEM NATURAL, é a apta disposição dos meios naturais para o fim natural.

O fim natural do homem é a posse de Deus conhecido só pela razão, fim que se

há de conseguir pelo exercício das faculdades e forças próprias, principalmente

pela inteligência e vontade sob o influxo natural de Deus, e pelo cumprimento da

lei natural impressa no coração de todos.

ORDEM RELIGIOSA, é uma sociedade aprovada pela legítima autoridade da

Igreja, na qual os seus membros procuram a perfeição da vida cristã, por meio da

observância dos Conselhos Evangélicos com os três votos de castidade,

obediência e pobreza e sujeição às leis próprias da mesma sociedade. Ordem

religiosa propriamente dita é aquela em que se fazem votos solenes. São

Congregações Religiosas aquelas sociedades em que se fazem somente votos

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simples, quer perpétuos, quer temporários. As Ordens Religiosas dizem-se

isentas por não estarem sujeitas ao Bispo e sim ao seu Superior Maior e ao Papa.

As Congregações são de Direito Pontifício, se recebem aprovação do Papa; e de

Direito Diocesano, se são eretas pelo Bispo e não obtiveram aprovação do Papa

(C. 487, 488).

ORDEM SOBRENATURAL, é a apta disposição dos meios sobrenaturais

para o fim sobrenatural. O fim sobrenatural do homem é a visão de Deus, face a

face, e o amor de união eterna. O meio de o conseguir é o exercício das

faculdades humanas, sob o influxo da graça atual e o cumprimento dos preceitos

que Deus acrescenta à lei natural.

ORDENS TERCEIRAS. Terceiros seculares são os fiéis que, vivendo no

século, procuram praticar com maior perfeição as virtudes cristãs, sob a direção

e segundo o espírito de uma Ordem Regular, e conforme as Regras aprovadas

pela Santa Sé (C. 702). Uma pessoa não pode pertencer ao mesmo tempo a mais

de uma Ordem Terceira (C. 705). Há as Ordens Terceiras de São Domingos, a

de São Francisco, e a de Nossa Senhora do Carmo. Para ser admitido numa

Ordem Terceira é preciso pedir ao respectivo Superior a admissão, o qual dará a

conhecer as Regras, as obrigações, e os privilégios dos Terceiros.

ORTODOXO, é uma palavra pela qual se dá a entender tudo o que plenamente

concorda com a doutrina da Fé católica.

OSTIÁRIO, é a Ordem que confere o poder de abrir e fechar a porta da igreja, de

expulsar os indignos e de guardar as alfaias sagradas.

P

PACIÊNCIA, é a virtude pela qual suportamos com resignação as penas que nos

molestam, não somente quando somos culpados mas também quando estamos

inocentes. O homem paciente converte o fel em favo de mel; amansa o mau e fá-

lo bom; muda o amargor do sofrimento em alegria de felicidade eterna. «A

paciência aperfeiçoa as boas obras para que sejais perfeitos e completos, não

faltando em coisa alguma», escreveu São Tiago, e acrescentou: «tende

paciência, irmãos, até a vinda do Senhor (que é o dia da morte). Bem vedes que

o lavrador, na expectativa de recolher o precioso fruto da terra, espera com

paciência as chuvas têmporas e serôdias. Esperai também vós com paciência, e

fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima» (Ep. São

Tiago. V, 7 e 8). As contrariedades são inevitáveis; e a maior parte delas vêm de

nós mesmos. Reconheçamos a inutilidade da impaciência e o mal que nos causa.

Os sofrimentos que nos vêm nas contrariedades da vida são pouco ou nada em

comparação dos nossos pecados.

PADRE. Ver a palavra SACERDOTE.

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PADRES DA IGREJA. Chamam-se assim os escritores da Igreja, cujas obras e

doutrina formam aquela autoridade que constitui a Tradição. A Igreja dá este

título aos Doutores que floresceram nos doze primeiros séculos do Cristianismo,

isto é, desde os Apóstolos até São Bernardo, que se reconhece geralmente como

último dos Santos Padres. Para que um Escritor seja considerado «Padre da

Igreja» são necessárias quatro condições: a) ortodoxia doutrinal; b) santidade de

vida; c) antiguidade; d) aprovação da Igreja. Existem, todavia, alguns que

embora não reúnam em si todas as condições antes indicadas, são, no entanto,

chamados vulgarmente «Padres da Igreja», como por exemplo, Tertuliano,

Orígenes, Fausto de Riez e outros; estes são chamados «Padres» pelos

importantes serviços prestados à causa católica durante o tempo da sua

ortodoxia. Ver a palavra DOUTORES.

PADRINHOS. Segundo um antiquíssimo costume que remonta pelo menos ao

século III, ninguém deve ser batizado sem ser apresentado por um padrinho. No

Batismo, ainda que privado, deve haver um padrinho e uma madrinha, que sejam

batizados, que hajam atingido o uso da razão, e tenham a intenção de assumir tal

encargo; que no ato do Batismo sustentem ou toquem fisicamente, por si ou por

procurador, o batizando, ou imediatamente após aquele ato o tirem ou recebam

da pia batismal ou das mãos do batizante (C. 765). Sejam afastados

nominalmente do múnus de padrinho os concubinados públicos (quer ligados

pelo contrato civil quer não), os duelistas, os que proíbem que seus filhos se

batizem ou recebam a primeira Comunhão (C. P.). Pelo Batismo, o batizante e

os padrinhos contraem parentesco espiritual com o batizado (C. 768). Em

virtude do encargo que assumiram, os padrinhos têm obrigação de velar

perpetuamente pelo seu filho espiritual (C. 769).

Também na Confirmação deve haver um padrinho, que seja do mesmo sexo que

o confirmando, que seja confirmado, que tenha 14 anos de idade e coloque a

mão direita sobre o ombro direito do confirmando durante a imposição do

crisma. Não podem ser padrinhos na Confirmação os que não o podem ser no

Batismo.

PADROEIRO (SANTO), é o Santo escolhido por uma Nação, Diocese

Paróquia, Comunidade Religiosa, ou quaisquer lugares ou pessoas morais, como

seu Protetor especial junto de Deus.

PAGANISMO, é o estado religioso era que vivem os povos que não conhecem o

verdadeiro Deus. Adoram falsas divindades e seguem uma moral de harmonia

com os erros grosseiros que às suas paixões agradam. Os homens tiveram

sempre a ideia de um Deus; como não o conheciam, prestavam culto ao que eles

julgavam ser Deus. Antes de Jesus Cristo só os Israelitas adoravam o verdadeiro

Deus, porque só a eles Deus se tinha revelado. Os povos que não conhecem

Jesus Cristo continuam a viver no paganismo.

PAIS. Unidos pelo Santo Sacramento do Matrimônio o homem e a mulher são

chamados, pelo poder da procriação que recebem de Deus, à missão sublime de

colaborar com Ele na obra da comunicação da vida.

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Devem tomar todas as precauções para que os filhos tenham um nascimento

feliz, e devem fazê-los batizar o mais breve que possam, para os tornarem

herdeiros do Céu. Devem prover suficientemente à conservação da sua saúde,

instruí-los e educá-los, para que sejam homens prestantes e bons. Devem amá-

los sem predileção por algum, e amá-los sobrenaturalmente. Devem corrigi-los,

exercer vigilância sobre a sua conduta, habituá-los ao trabalho, segundo as

aptidões e forças de cada um, dar-lhes bom exemplo, preveni-los a respeito dos

perigos contra a virtude, a respeito das realidades da vida, dirigi-los e ampará-los

na escolha da profissão e do estado de vida que hão de tomar. O Apóstolo São

Paulo lhes diz: «Educai-os em disciplina e correção do Senhor» (Ep. Efes. VI, 4).

Preparar os filhos para ganharem o sustento do corpo é um dever de que os pais

não podem dispensar-se; mais importante e mais grave, porém, é o dever de

prepará-los para ganharem a vida eterna.

PAIXÃO. (Etimologicamente deriva do verbo latino pati que significa sofrer). A

paixão é definida por Aristóteles, «o movimento do apetite sensitivo procedente

da imaginação do bem ou do mal, com uma certa transmutação corpórea». Neste

sentido, as paixões, sendo inclinações próprias da natureza, não são nem boas

nem más e existem em todos os homens. Seguindo o pensamento aristotélico,

Santo Tomás (S. Teolog. I-II, q. 23, a. 4) distingue no homem onze paixões:

amor, ódio, desejo, fuga, deleitação e tristeza, estas no apetite concupiscível;

esperança, audácia, desesperação, temor e ira, no apetite irascível. A paixão é

voluntária, quando excitada pela própria vontade; os atos a que conduz têm

maior mérito se são bons, e maior culpabilidade se são maus. A paixão é

involuntária, quando precede o ato da vontade, inclinando-a a operar; os atos de

que é causa chegam a ser isentos de responsabilidade moral. As paixões

moderadas pela reta razão podem e devem contribuir para a formação de sólidas

e fecundas virtudes. Mas, em nosso modo habitual de falar, paixão significa

simplesmente «o ato ou o hábito desordenado do apetite sensitivo. Neste sentido,

a paixão seria mais propriamente chamada ‘vício’» (S. Teolog. I-II q. 45, a. 1,

resp. à 1.ª obj.).

PAIXÃO DE JESUS CRISTO. Chama-se assim ao conjunto dos

sofrimentos do nosso Divino Salvador desde a sua prisão na noite de Quinta-

feira Santa até à morte na Cruz; foi prognosticada pelos Profetas do Antigo

Testamento, principalmente por Isaías, (cap. LIII), e foi realizada sob o poder de

Pôncio Pilatos, na cidade de Jerusalém, terminando com a crucifixão no

Calvário. A natureza humana de Jesus Cristo, posto que unida à natureza divina,

conservou o que tinha de passível e mortal; por isso Jesus foi sensível às dores e

à morte. Pela Paixão de Jesus Cristo foram tirados todos os impedimentos da

nossa salvação, e foram-nos dados todos os bens, quanto ao mérito. Na remissão

dos pecados ela é a causa universal, que é preciso, todavia, aplicar a cada um por

meio dos Sacramentos, de sorte que nenhum pecado é perdoado, nem alguém

obtém salvação sem que lhe sejam aplicados os méritos da Paixão de Nosso

Senhor Jesus Cristo.

PALA, é um pequeno pano quadrado, de linho ou de cânhamo, que o Sacerdote leva

dentro do corporal quando vai celebrar a Santa Missa. Não admite bordados,

mas pode ter uma renda à volta. A pala serve para cobrir a patena e a hóstia até

ao ofertório, e o cálice desde o ofertório até à comunhão, e de novo a patena

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depois da comunhão. É benzida com o corporal, dentro do qual se conserva.

Depois de servir na Missa, não deve ser dada a lavar nem mesmo a religiosas,

sem ter sido purificada por Clérigo de Ordens Maiores (C. 1306).

PÁLIO, é um dossel portátil, sustentado por varas, que obrigatoriamente serve nas

procissões para cobrir o Sacerdote que leva a custódia com o Santíssimo

Sacramento. É tolerado também que vão debaixo do Pálio as Relíquias da

Verdadeira Cruz do Senhor e os Instrumentos da Paixão, contanto que não

estejam reunidas a relíquias de Santos. É proibido levar nas procissões debaixo

do pálio relíquias ou imagens dos Santos, ainda que sejam da Santíssima Virgem

(S. C. R). Se houver costume, também pode ir debaixo do pálio a imagem do

Senhor morto, na sexta-feira santa (S. C. R.). Também é recebido debaixo do

pálio o Bispo, na visita pastoral (Pont. Rom.). Também se chama Pálio a um

ornamento que o Arcebispo põe sobre os ombros depois de revestido de todos os

outros ornamentos pontificais. O Palio era insígnia do imperador que foi

concedida ao Papa ou no século IV ou no século V. No princípio era sinal do

poder e missão do pastor passando também a ter o significado de uma relíquia de

São Pedro e de um instrumento do poder arquiepiscopal. O Pálio é feito da lã de

cordeirinhos, benzida no altar de Santa Inês e depositado depois sobre o altar da

confissão de São Pedro. (Ver A. Coelho, C. de Lit. Rom., 1943, Vol. II, pág.

240). É formado por duas fitas de lã branca, da largura de dois dedos, que

pendem sobre o peito e sobre as costas, com algumas cruzes pretas. Usam-no os

Metropolitas como sinal de jurisdição sobre as igrejas da sua Província

eclesiástica; antes de o receberem não podem licitamente exercer a sua

jurisdição arquiepiscopal (C. 275, 276). A bênção do «Pálio» é reservada ao

Sumo Pontífice.

PAPA. Esta palavra significa Pai espiritual. O Papa é o Vigário de Jesus Cristo na

terra, o Bispo de Roma, o Chefe da Igreja Católica. (Ver Romano Pontífice).

PARAÍSO TERRESTRE. Dá-se este nome ao lugar onde Deus formou e

colocou Adão e Eva. Conhecemos a sua existência pela narração da Sagrada

Escritura, mas não sabemos em que lugar exato da Terra estava situado.

PARAMENTOS, são todos os ornamentos usados pelo Clero nas funções

sagradas. Devem ser benzidos pelo Bispo ou por Sacerdote que tenha as

necessárias faculdades, exceto os sanguíneos, os véus de cálice e as bolsas de

corporais. Não podem servir para usos profanos (C. 1296).

Acerca da matéria e forma dos ornamentos e outros objetos sagrados devem

observar-se as normas litúrgicas, a tradição da Igreja e, do melhor modo

possível, também as leis da Arte Sagrada (C 1296, § 3).

As várias cores dos paramentos são a expressão de um simbolismo. A cor

branca é símbolo de pureza e de alegria; a cor vermelha é símbolo de amor e de

sacrifício; a verde é símbolo de esperança; a roxa é símbolo de penitência; a

preta é símbolo de luto. Os paramentos não devem estar rasgados nem sujos.

Quando já não podem ser remendados, queimam-se, assim como se queimam

todas as vestes e utensílios litúrgicos benzidos, quando já não estão capazes de

ser usados.

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PÁROCO, é o Sacerdote a quem foi conferida, em título, alguma Paróquia com a

cura de almas, que há de exercer sob a autoridade do Ordinário do lugar (C.

451). Só é propriamente Pároco aquele que é colado. Aos Párocos colados são

equiparados os Encomendados, em tudo o que não seja contrário ao direito (C.

451). É da máxima importância na Igreja Católica o ofício dos Párocos.

Da sua ciência, prudência e zelo depende, em grande parte, a salvação das

almas. São eles os melhores cooperadores dos Bispos, aos quais compete o

direito de nomeá-los em suas Dioceses (C, 455). Os direitos e as múltiplas

obrigações dos Párocos estão determinados no Código do Direito Canônico.

PARÓQUIA, é uma parte do território de uma Diocese, com uma igreja e povo

determinados, sob a direção dum Pároco como seu próprio Pastor, para cuidar

das necessidades, das almas (C. 216).

PÁSCOA, é a principal festa dos cristãos, por comemorar a Ressurreição de Jesus,

fundamento da nossa Religião. A Ressurreição de Jesus Cristo é o triunfo da

vida sobre a morte e dá-nos a esperança da nossa futura ressurreição para irmos

gozar com Jesus as alegrias do Céu.

No Martirológio, antes de se anunciarem as Calendas e a lua, canta-se o elogio

da Festa do dia, que todos escutam de pé. Neste dia, para a aspersão antes da

Missa, emprega-se água tirada da Pia batismal, antes da infusão dos Santos

Óleos.

Neste Domingo e nos que se seguem, até ao Pentecostes inclusivamente, canta-

se à aspersão «Vidi aquam» em lugar do «Asperges» (ver A. Coelho, C. de Lit.

Rom., 1941, Vol. I, pags. 728-729).

PATENA, é uma espécie de prato de ouro ou de prata dourada, onde se coloca a

hóstia que vai ser consagrada na Missa. Deve ser sagrada pelo Bispo.

PÁTRIA nossa, é a Nação a que pertencem nossos pais quando nascemos. Devemos-

lhe amor, trabalho e defesa, a) O amor à nossa Pátria leva-nos a preferi-la às

outras Nações, a aplaudir como nossas as empresas dos nossos compatriotas que

procuram o bem comum, a pôr em relevo todo o bem que se faz na nossa Pátria,

a sentir e a lamentar como mal nosso, todo o mal feito pelos nossos

compatriotas, a nos sentirmos honrados pelos atos que honram os nossos

compatriotas, b) Trabalho pela prosperidade material e moral da nossa Pátria, c)

Defesa pela palavra, pela escrita, pelo capital, pelas armas, sempre que a Pátria

tenha necessidade do nosso esforço e das nossas faculdades.

PATRIARCA, era o nome que se dava aos varões célebres de que a Sagrada

Escritura faz menção e que viveram nos primeiros tempos do mundo e durante

muitos séculos. Atualmente a palavra Patriarca, usada na Igreja, é apenas um

título que, além da prerrogativa de honra e do direito de precedência sobre o

Primaz e o Arcebispo, não tem jurisdição especial (C. 271, 280).

PATRÕES, paguem aos operários um salário justo; não lhes imponham trabalho

excessivo; sejam com eles generosos quanto possível; não os exponham a

ocasiões de pecado, antes procurem auxiliá-los no cumprimento dos seus

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deveres religiosos; e amem-nos como irmãos, filhos do mesmo Pai que é Deus

(C. P.; C. 1524).

Lembrem-se os patrões da rigorosa obrigação que lhes incumbe de manter

completa moralidade nos seus estabelecimentos, evitando a promiscuidade dos

sexos e o trabalho noturno das mulheres, que lhes é tão prejudicial para a alma

como para o corpo. Os amos e patrões devem procurar que os jovens de um e

outro sexo, que se ocupam no seu serviço doméstico, santifiquem os dias do

Senhor, frequentem os Sacramentos, e fujam dos perigos contra a Fé e os bons

costumes (C. P.).

PAVILHÃO. Ver a palavra SACRÁRIO.

PAZ, é a tranquilidade na ordem, principalmente na vontade. A paz procede da justiça,

evitando ocasiões de litígios e tumultos. O mundo oferece paz aos seus,

proporcionando gozos, prazeres, consolações, que, todavia, não acalmam as

paixões, não unem os sentimentos, não confortam o coração, não abatem o

orgulho, não desfazem as invejas, não nivelam as ideias. Por isso o mundo não

dá paz aos homens. A paz vem do Céu. Cantaram-na os Anjos quando Jesus

nasceu; deixou-a Jesus aos seus discípulos quando subiu ao Céu: «A paz vos

deixo, a paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo» (Ev. S. Jo. XIV, 27). A

paz de Jesus Cristo é uma graça que estabelece a harmonia entre as faculdades

do homem e entre os homens que sujeitam a sua vontade à vontade de Deus.

Aquele que Lhe for inteiramente submisso goza o doce prazer da paz no seu

espírito, ainda que viva no meio de adversidades.

PECADO, é qualquer ação, palavra ou desejo contra a Lei eterna de Deus (Santo

Agostinho).

O Pecado é possível porque o homem é livre no exercício da sua vontade; deve

determinar-se ao bem, mas pode determinar-se ao que é oposto ao bem, isto é,

pode não querer conformar os seus atos com o que a Lei divina lhe prescreve. O

pecado pode ser contra Deus, contra o próprio pecador, e contra o próximo, e

pode ser de pensamento, de palavra, de ação e de omissão.

A gravidade do pecado não se mede pelo prejuízo que causa, mas pela má

vontade ou má intenção do pecador. São quatro os graus da gravidade do

pecado, conforme resulta: da paixão, ou da ignorância, ou da malícia, ou da

contumácia. O pecado original foi cometido por Adão, o primeiro homem, o

qual preferiu agradar a sua mulher, desprezando ambos a Lei de Deus. Em

consequência desse pecado, ficaram ambos privados da graça divina em que

haviam sido criados, e ficaram sujeitos a todos os males que resultam da

ignorância, da concupiscência e da fraqueza da vontade, e ficaram sujeitos à

morte. Além disso, todos os descendentes de Adão e Eva estão sujeitos às

mesmas privações e às mesmas penas, visto que o pecado original deteriorou a

natureza humana, que passa de geração em geração privada da graça de Deus.

Esta verdade é afirmada na Sagrada Escritura, dizendo São Paulo: «O pecado

entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte para todos os homens,

porque todos tinham pecado...» (Ep. Rom. V, 12). O Sacramento do Batismo

apaga o pecado original, porque infunde a graça divina na alma de quem o

recebe; mas a natureza humana continua sujeita aos efeitos com que aquele

pecado a infeccionou. Por isso o homem ainda cai em pecado e os seus pecados

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chamam-se pessoais, que podem ser mortais ou veniais. O pecado é venial

quando não faz perder a graça de Deus, e isto sucede se deixamos de cumprir a

Lei de Deus em coisa leve, ou em coisa grave, mas sem pleno conhecimento.

Este pecado é impedimento de atos de virtude e atrai sobre o pecador alguma

pena temporal a sofrer neste mundo ou no Purgatório. O pecado é mortal quando

se transgride a lei divina por desprezo; mas nenhum pecado é mortal sem o

pleno conhecimento da razão.

O pecado mortal faz perder a graça de Deus e sujeita o pecador à condenação

eterna. O pecado venial é comparado a uma doença, o pecado mortal é

comparado à morte. É mais grave pecar por obras do que por palavras, e mais

grave pecar por palavras do que por pensamentos. Os pecados carnais são

menos graves, embora mais torpes do que os pecados espirituais. Todo o pecado

contra o próximo é também contra Deus.

Todos os pecados podem ser perdoados nesta vida, quanto à culpa e quanto à

pena, mas para obter o perdão de qualquer pecado é preciso que se perca

totalmente o afeto ao pecado. Nenhum pecado mortal pode ser perdoado sem

que o sejam todos, porque todos os mortais são conexos na aversão a Deus. «Se

dissermos que não temos pecado algum, nós mesmos nos enganamos e a

verdade não está em nós» (Ep. I S. Jo. I, 8). O pecado é o máximo mal que o

homem pode fazer a si mesmo. O homem que peca mortalmente fica de tal

modo escravizado ao seu pecado que, enquanto está em pecado, nada faz que

mereça recompensa celeste e, morrendo em pecado mortal, não pode ter vida

eterna no Céu.

Há sete pecados mortais, que são chamados capitais, porque são a cabeça ou a

fonte de que procedem outros, e são: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja

e preguiça Os principais meios de evitar o pecado são: a oração, a meditação e a

consideração das consequências do pecado, a frequência dos sacramentos da

Confissão e da Comunhão, os exercícios de piedade, o espírito e a prática da

mortificação, a fuga das ocasiões do pecado, a vigilância sobre os sentidos e

sobre a vontade, sem cujo consentimento não há pecado.

PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO, são os pecados nos

quais, por uma obstinação no mal, se despreza a graça que o divino Espírito

Santo nos oferece para a nossa santificação. Chamam-se pecados contra o

Espírito Santo porque tudo o que dimana da bondade de Deus se atribui

particularmente ao Espírito Santo. Tais pecados são: desesperação da salvação,

— presunção de se salvar sem merecimentos, — contradizer a verdade

conhecida como tal, — ter inveja das mercês que Deus faz a outrem, —

obstinação no pecado — impenitência final. Jesus disse que o pecado contra o

Espírito Santo não será perdoado neste mundo nem no outro (Ev. S. Mat. XII,

32), querendo significar que é muito difícil ao que comete tais pecados o

arrepender-se e sem o arrependimento não recebe o perdão.

PECADOS CONTRA A NATUREZA, geralmente falando, são todos os

pecados de impureza, cometidos contra a ordem da natureza estabelecida para a

geração dos filhos.

PECADOR, é aquele que comete algum pecado. É pecador oculto se o seu pecado

não é conhecido; é pecador público se o seu pecado é do conhecimento público.

Os pecadores públicos — os excomungados, os interditos, os manifestamente

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infames e quaisquer outros — devem ser afastados da sagrada Comunhão, a não

ser que conste da sua emenda e satisfaçam pelo escândalo público. Aos

pecadores ocultos, se pedirem ocultamente a Comunhão e não constar da sua

emenda, não se dê a Sagrada Comunhão; se a pedirem publicamente e houver

escândalo em lha negar, deve ser-lhes dada (C. 855). Se o pecador público ou

ligado por censura notória, pretender o Sacramento do Matrimônio e não se

quiser confessar, ou se se recusar a reconciliar-se com a Igreja, o Pároco não

pode assistir ao seu Matrimônio, a não ser que exija causa grave, e, podendo ser,

depois de ter consultado o Bispo (C. 1066). Os pecadores públicos e manifestos

não podem ser admitidos validamente nas Associações Pias (C. 693) e não

podem ter sepultura eclesiástica (C. 1240).

PEDRA D'ARA, é a pedra sagrada pelo Bispo e colocada sobre uma mesa para a

celebração do Sacrifício da Missa. Deve ter as dimensões suficientes para nela

caberem a hóstia e o cálice. As proporções ordinárias são de 30 centímetros de

comprimento por 26 de largura. Convém que sobressaia um pouco sobre a mesa,

para que o celebrante conheça facilmente os seus limites. A pedra d'ara perde a

sagração: recebendo uma fratura enorme, removendo-se as relíquias, ou

levantando-se o opérculo do sepulcro onde estão as relíquias. Uma fratura leve,

mesmo no opérculo, pode ser tapada por qualquer Sacerdote, cimentando a

fenda (C. 1200).

PENA ou castigo de Deus, é dupla: de sentido ou aflitiva, e de dano ou carência da

visão de Deus. A primeira é devida ao pecador por causa da sua conversão

desordenada às criaturas; a segunda por causa da aversão a Deus. Toda a pena,

como pena, só se aplica ao culpado, mas como satisfação e medicina pode-se

aplicar por culpa alheia. Com pena corporal se castiga o filho por culpa do pai e

o servo por culpa do amo, enquanto que são alguma coisa deles; não porém com

pena espiritual, a não ser que tenham sido participantes da sua culpa.

Deus tarda em punir os pecadores, por duas razões: para que os predestinados se

convertam, e para que os seus juízos sejam reconhecidos como justos.

Os que morrem só com o pecado original não sofrem a pena de sentido. Ao

pecado venial é devida a pena temporal; ao pecado mortal, a pena eterna.

Perdoada a culpa do pecado mortal e a pena eterna, por vezes fica a pena

temporal a sofrer nesta vida ou no Purgatório.

PENA ECLESIÁSTICA, é a privação de algum bem, imposta pela autoridade

legítima da Igreja, para correção do delinquente e punição do delito (C. 2215).

PENAS ESPIRITUAIS. Ver a palavra CENSURA.

PENITÊNCIA, é um Sacramento pelo qual são perdoados os pecados cometidos

depois do Batismo, àquele que os confessa com as devidas disposições. Foi

instituído por Jesus Cristo quando disse aos seus Apóstolos: «Àqueles a quem

perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes ser-

lhes-ão retidos» (Ev. S. Jo. XX, 23). Este poder conferido por Jesus aos seus

Apóstolos, e que só eles podem transmitir e que transmitem somente aos

Sacerdotes, estende os seus efeitos a todos os pecados, de sorte que não há

nenhum pecado que não possa ser perdoado pelo Sacramento da Penitência.

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Para haver Sacramento é necessário que o penitente ou pecador faça a confissão

dos seus pecados com verdadeira contrição e propósito de satisfazer, e que seja

absolvido pelo Confessor. Este Sacramento é tão necessário para a salvação

daqueles que pecam mortalmente após o Batismo, como o Batismo é necessário

para os não batizados. Todavia os pecados seriam perdoados àquele pecador

que, desejando o perdão e não se podendo confessar, morresse com verdadeira

contrição. A contrição procede do amor a Deus, e quem morre no amor de Deus

não é condenado. Todos os fiéis têm obrigação, por preceito da Igreja, de

receber o Sacramento da Penitência, desde que chegam ao uso de razão, ao

menos uma vez cada ano.

PENITÊNCIA (virtude), é uma virtude sobrenatural e moral, inclinando o pecador

à detestação do pecado por ser ofensa a Deus, com o firme propósito de emenda

e de satisfação. Por força da justiça natural, o homem tem de reparar a ofensa

feita a outrem. O homem que ofende a Deus fica obrigado, por preceito de

justiça, a reparar a ofensa, e repara-a fazendo penitência.

PENTECOSTES, é o décimo dia após a Ascensão do Senhor. Chama-se dia de

Pentecostes — palavra que quer dizer quinquagésimo — porque a festa se

realiza 50 dias depois da Páscoa. Chama-se também Domingo do Espírito Santo,

porque nesse dia, estando os Apóstolos reunidos numa casa da cidade de

Jerusalém, em oração, desceu sobre eles o divino Espírito Santo, em forma de

línguas de fogo, produzindo efeitos maravilhosos.

PERDÃO. É um dever cristão perdoar aos que nos ofendem; mas o perdão exige o

arrependimento do ofensor, e por essa razão não facilita a disposição para nova

ofensa. Disse Jesus Cristo: «Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o, e se ele se

arrepender, perdoa-lhe» (Ev. S. Luc. XVII, 3).

Quem se arrepende do mal que faz não fica com vontade de repetir a ação má. O

perdão é uma consoladora esperança para os pecadores, pois disse o Evangelista

S Lucas; «Arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam

perdoados» (Act. Ap. III, 19). Tal é o preço do perdão dos nossos pecados:

arrependimento, acompanhado da conversão, e detestação do mal feito,

começando a fazer o bem que lhe é contrário.

PEREGRINAÇÕES, são uma solene manifestação de Fé, um ato coletivo de

Religião, de piedade e de penitência, que os cristãos costumam fazer, ordenados

em grupos, aos mais célebres Santuários. Não devem ser promovidas sem o

consentimento da Autoridade eclesiástica, a cuja aprovação há de ser submetido

o respectivo programa. Convém que os fiéis sejam preparados para esse ato, por

meio de pregação, e que se confessem e comunguem.

PEREGRINO, é aquele que está fora do domicílio e quase domicílio, que ainda

conserva (C. 91). Não está sujeito às leis particulares do seu território, enquanto

dele estiver ausente, exceto se as leis forem pessoais ou a sua transgressão

causar prejuízo no seu território; e no território em que se encontra é obrigado

somente às leis que dizem respeito à ordem pública. O peregrino deve ser

batizado solenemente na sua paróquia pelo Pároco próprio, se isso for fácil e

sem demora se se puder fazer; em caso contrário, qualquer Pároco no seu

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território pode batizar solenemente o peregrino (C. 738). Pode lucrar as

Indulgências concedidas a todos pelo Bispo da diocese era que se encontra (C.

927).

PERFEIÇÃO, consiste na união permanente da alma com Deus, pois a última

perfeição duma coisa consiste na consecução do fim último para que foi criada.

O fim último do homem é este: conhecer e amar a Deus como Ele é e como

merece. Isto só se consegue de modo completo e permanente no Céu. Ninguém é

obrigado a ser perfeito enquanto viver neste mundo, mas todos são obrigados a

tender à perfeição. Foi neste sentido que Jesus disse: «Sede perfeitos, como

vosso Pai celeste é perfeito» (Ev. S. Mat. V, 48). É dever do cristão imitar as

perfeições divinas, manifestadas na vida humana de Jesus Cristo. Aquela

tendência à perfeição consiste, essencialmente, em cumprir os Mandamentos

divinos, e, secundariamente, no cumprimento dos Conselhos evangélicos que

também se ordenam ao amor de Deus (Sum. Teológ , II-II, q.184 a. 3).

Embora seja necessário para o cristão observar os Conselhos que lhe são

impostos pelos seus deveres de estado, no entanto a perfeição consiste antes de

tudo no cumprimento dos Preceitos.

Não cumprem a vontade de Deus, (e, portanto, não O amam), aqueles que, para

dar grandes esmolas, retardam indefinidamente o pagamento das próprias

dívidas; também não cumprem a vontade de Deus os que se dão a devoções e

esquecem os seus deveres graves de estado, domésticos, profissionais e de

cristão, como, por exemplo, a assistência obrigatória à Santa Missa, aos

Domingos e dias Santos, o contribuir, na medida das suas possibilidades, para as

despesas do culto, etc., etc.

A verdadeira perfeição consiste em amar a Deus e ao próximo por Deus,

distinguindo bem o principal do secundário, sem nunca esquecer aquela máxima

de S. Bernardo: «a medida do amor de Deus é Amá-lo sem medida».

PERIGOS A EVITAR. Entre os perigos que se encontram no caminho da vida

cristã, alguns merecem especial atenção, sobretudo aos jovens, a) A ociosidade:

é preciso empregar bem o tempo e as nossas faculdades; b) As más companhias:

falar a todos, acompanhar com os bons, escolher para amigos os melhores; c) As

más leituras: deve-se por de parte toda a leitura que perturba a consciência; d)

As amizades rápidas, o luxo, o respeito humano, os divertimentos mundanos.

PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA. Deus permite-a por vários motivos: a) para

castigo dos pecadores; b) para fazer conhecer os verdadeiros cristãos e separar

os lobos dos cordeiros; c) para provar a verdade da Religião católica pela prática

de virtudes heróicas, pela abnegação e martírio de uns, por atos de caridade e de

reparação de outros; d) para ser mais glorificado pelas almas que lhe ficam fiéis.

PERSEVERANÇA OU CONSTÂNCIA, é a virtude que firma o espírito

contra o temor de males iminentes, e o fortalece para vencer as dificuldades que

provêem do continuado exercício da virtude. A perseverança na Fé e nas obras

da Fé é absolutamente necessária para ser bom cristão e para a salvação. Disse

Jesus: «Se vós permanecerdes na minha palavra sereis verdadeiramente meus

discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Se alguém não

permanecer em mim, será lançado fora como a vide (separada da videira) e

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secará e o enfeixarão, e meterão no fogo, e arderá» (Ev. S. Jo. VIII, 31, 32; XV,

6). E ainda são de Jesus estas palavras: «Aquele que perseverar até ao fim, esse é

que será salvo». (Ev. S. Mat. X, 22). Para perseverarmos na vida cristã, ou

vivermos isentos de pecado mortal, devemos andar vigilantes e lutar virilmente

contra as desordens da consciência, e trabalhar sempre pela glória de Deus, que

é o mesmo que trabalhar pela nossa felicidade. É o que manda São Paulo,

dizendo: «Vigiai e perseverai, firmes na Fé; portai-vos varonilmente, e

fortalecei-vos» (Ep. I. Cor. XVI, 13).

PERSEVERANÇA FINAL, é a conservação da graça divina no momento da

morte. Todos os dias devemos pedir a Deus esta graça, porque dela depende a

nossa salvação. O momento da morte é decisivo, e o demônio não deixa de

empregar todos os esforços por nos fazer pecar, para sermos condenados como

ele foi. Só a graça da perseverança no amor de Deus nos pode livrar de cair em

tentação.

PESSOA, é um indivíduo dotado de razão e liberdade. Neste mundo é pessoa

unicamente o homem, qualquer que seja a sua raça e a sua condição. Só ele é

dotado de razão e de liberdade, tem um fim eterno a conseguir, com o direito de

usar os meios aptos para conseguir esse fim.

O elemento essencial da personalidade é a vontade livre que supõe a razão e a

reflexão.

Pela sua liberdade a pessoa sente-se verdadeiramente senhora de si mesma e das

suas operações que lhe devem ser atribuídas por inteiro, contanto que as faça

com conhecimento e livre vontade.

A pessoa é um ser moral, quer dizer, é um ser submetido à lei do dever,

susceptível de responsabilidade, de mérito ou demérito, de recompensa ou de

castigo (Ver C. Lahr, Manual de Filosofia, pág. 264 e segs., ed. portuguesa,

Porto 1931).

À pessoa, embora lhe interesse o problema econômico, interessa-lhe,

principalmente, o problema moral. Nisto se distingue do indivíduo. Os que vêem

no homem apenas o indivíduo, só dão atenção ao que diz respeito ao corpo, e, se

lhe reconhecem uma alma, desinteressam-se dela, só lhes interessando o

problema econômico.

PESSOA MORAL, é a agregação de muitas pessoas, formando um corpo

jurídico, com o direito de perpetuamente e coletivamente existirem e possuírem

algum bem. Pode ser civil ou eclesiástica, segundo o bem pelo qual se

congregam é temporal ou espiritual. Por ordenação divina, a Igreja Católica e a

Sé Apostólica têm razão de pessoa moral. Outras pessoas morais inferiores

existem na Igreja, ou por prescrição do Direito, ou por especial concessão do

competente Superior eclesiástico, dada por decreto formal, para algum fim

religioso ou caritativo (C. 100). A pessoa moral, por sua natureza, é perpétua;

extingue se, porém, se a legítima Autoridade a suprimir, ou se faltar por espaço

de cem anos (C. 102).

PIA DE ÁGUA-BENTA, é a que se encontra à entrada da Igreja, nas colunas

ou nas paredes, com água benta para que os fiéis, tocando a devotamente,

purifiquem-se dos pecados veniais, antes de entrarem no templo santo. Substitui

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a fonte que antigamente havia no adro, para os fiéis lavarem o rosto e as mãos

antes de entrarem na Igreja.

PIA BATISMAL (Ver a palavra BATISTÉRIO).

PIAS UNIÕES, são associações de fiéis, instituídas para o exercício de alguma

obra de caridade ou de piedade. Não podem existir sem aprovação do Bispo.

Não devem erigir-se senão em igrejas ou capelas públicas, ou ao menos semi-

públicas. Estando eretas em igrejas que não sejam suas, podem exercer as

funções eclesiásticas próprias, somente na capela ou no altar em que estão

estabelecidas, conforme o Cânon 716, e os seus Estatutos (C. 717).

PIEDADE, é uma virtude moral, que nos faz reverenciar e prestar o devido auxílio

aos autores da nossa vida, da sua conservação e desenvolvimento.

Deve-se primeiramente aos nossos pais, de quem nascemos e por quem somos

criados e, em segundo lugar, à Pátria, na qual vivem os nossos pais, nascemos e

encontramos o ambiente propício à nossa formação física e espiritual. Esta

piedade ou dedicação filial inclui também todos os parentes, isto é, todos os que

nos estão ligados por algum laço de família; o amor da Pátria abrange

igualmente todos os concidadãos que devem viver em boa harmonia, auxiliando

se obsequiosamente, amando-se e respeitando-se uns aos outros. Sendo Deus o

primeiro e principal autor e conservador da nossa vida a Ele se refere

primeiramente a piedade, abrangida neste caso pela virtude da religião e que nos

leva a reverenciar Deus e prestar-lhe o culto devido, como nosso Pai. É neste

sentido que comumente se toma a virtude da piedade.

Há uma falsa piedade, que se conhece por ser: exterior e formalista, pueril e às

vezes ridícula, mundana e sentimentalista. A verdadeira piedade tem o seu

fundamento na Fé viva e esclarecida; é humilde, amável, zelosa, racional,

caritativa e modesta e é moderada pela prudência. O essencial no culto divino,

ou na prática da Religião, é que tudo se faça com amor sobrenatural e

sinceridade, com o desejo de aperfeiçoar a vida moral e de glorificar a Deus. «A

piedade para tudo é útil, porque tem a promessa da vida presente (que se

aperfeiçoa) e da futura (que é o Céu)» (Ep. I Tim. IV, 8). O dom de piedade

reforça a virtude da piedade ou religião e pela moção do Espírito Santo faz-nos

ir mais além, reverenciando a Deus, não já pelos benefícios d’Ele recebidos, mas

por Ele mesmo, pela sua magnificência e bondade.

PLUVIAL OU CAPA DE ASPERGES, é uma veste aberta pela frente,

que o Sacerdote, em certos atos litúrgicos, lança aos ombros, caindo até quase ao

chão.

Era antigamente uma capa que servia para as procissões, tendo um capuz para

abrigar da chuva (donde lhe deram o nome de pluvial). Sendo antes igual à

casula, foi perdendo a sua forma, até que, aberta por diante e coberta de

bordados, começou a ser considerada, na Idade Média, como veste honorífica.

O capuz foi perdendo a sua forma e uso, até se transformar no estofo liso,

ornado duma franja, que atualmente se encontra ao meio das costas, na capa. A

capa é uma veste litúrgica reservada ao Clero. O pluvial dos simples Presbíteros,

não deve ser preso no pescoço com fecho ou broche de metal lavrado, o que é

reservado aos Bispos, mas sim com colchetes ou coisa semelhante.

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Não é permitido haver um Presbítero assistente revestido de capa, numa missa

que não seja de Pontifical, exceto na primeira missa dum novo sacerdote.

POBREZA. Ser pobre, segundo o senso cristão, não é uma desgraça, não é uma

infelicidade; é não ter o espírito pegado aos bens do mundo e não ter a ambição

de possuí-los.

«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus», disse

Jesus Cristo (Ev. S Mat. V, 3). Pobres em espírito são aqueles que, não

possuindo bens, não os ambicionam, e também aqueles que, possuindo-os, só

fazem bom uso da sua riqueza e distribuem o supérfluo pelos que não possuem.

O pobre em espírito não tem afeto aos bens que possui ou que são do seu uso,

nem se entristece por nada possuir, nem apetece o que não é necessário à sua

sustentação, nem desperdiça o que é aproveitável, nem gasta do que é supérfluo,

nem se deleita do que lhe é dado, nem se desgosta do que lhe é negado. Espera,

porém, que a pobreza, sofrida neste mundo, seja substituída pela bem-

aventurança que Jesus lhe prometeu que gozaria no Céu.

POBREZA VOLUNTÁRIA, é um dos três Conselhos Evangélicos e consiste

em renunciar à posse dos bens materiais. Geralmente este Conselho é seguido

pelos fiéis que abraçam o Estado Religioso. Diz o Apóstolo São Paulo: «Nada

trouxemos para este mundo e, sem dúvida, nada levaremos dele». Tendo, pois,

com que nos sustentarmos e com que nos cobrirmos, vivamos contentes (Ep. I

Tim. VI, 7, 8).

POMPAS DO DEMÔNIO. Dá-se este nome às vaidades criminosas do

mundo, às quais todo o cristão se obrigou a renunciar quando recebeu o

Sacramento do Batismo. Vaidades do mundo, ou pompas do demônio, são: a

ambição, a arrogância, a vanglória, as superfluidades que trazem consigo a

soberba, o luxo, a sensualidade.

POSITIVISTA, afirma, absurda e impiamente, que só conhecemos os fenômenos

sensíveis, e que, por isso, não podemos de modo nenhum atingir a natureza das

coisas, ou demonstrar a existência de Deus e da alma humana (C. P.).

POSSESSÃO DO DEMÔNIO, é a ação do demônio no corpo do homem,

produzindo, por meio dos membros e dos sentidos do possesso, atos

extraordinários. São sinais de possessão: o homem falar línguas desconhecidas

ou entendê-las, manifestar coisas ocultas e distantes, produzir forças superiores à

idade e às condições naturais da pessoa, etc. Embora seja de admitir a possessão

diabólica, não devemos ser fáceis em acreditar nos casos que se contam a tal

respeito. Os meios de combater a possessão são os indicados contra os obsessos.

(Ver a palavra OBSESSÃO).

PRÁTICAS DE PIEDADE (Algumas). I. Oração da manhã, para louvar a

Deus e O suplicar desde o princípio do dia, e Oração da noite para agradecer e

pedir perdão. II. Meditação, para aperfeiçoar a vida moral. III. Assistir à Missa,

para tomar parte no único Sacrifício da Religião divina. IV. Comunhão diária,

para alimentar a vida divina na alma. V. Trabalho e deveres de estado, bem

cumpridos, para fazer a vontade de Deus. VI. Visita ao Santíssimo Sacramento e

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Comunhão espiritual, para alimentar o fervor. VII. Leitura espiritual, para

refletir e bem dispor a vontade. VIII. Exame de consciência, para vencer hábitos

maus e defeitos. IX. Regularidade em todas as ações ordinárias, para haver

ordem na vida. X. Comemoração religiosa de aniversários, tais como: do

Batismo, da Comunhão solene e de outros.

PRAZER não é uma coisa condenável. O Apóstolo São Paulo convida-nos a estar

sempre alegres: «Estai sempre alegres» (Ep. I Tessal. V, 16). Mas a alegria cristã

é o prazer próprio de uma consciência isenta de remorsos. Há prazeres

condenáveis: os que resultam de algum pecado; os que são prejudiciais à saúde,

à dignidade, à economia e, sobretudo, os que impedem a felicidade eterna. Jesus

condena esses prazeres, dizendo: «Ai de vós os que estais fartos, porque vireis a

ter fome. Ai de vós os que agora rides, porque gemereis e chorareis» (Ev. S. Luc.

VI, 25). Por isso não devemos procurar os prazeres que regalam

desordenadamente os sentidos, e sim os que resultam do dever cumprido, ou da

admiração das belezas criadas, ou da consideração da verdade.

PRECEDÊNCIA, é o direito que alguém tem de ocupar um lugar superior ao de

outrem, em certas cerimônias oficiais. No Coro, existe também, entre os

membros de Hierarquia, um direito de precedência. Começando pelas maiores

dignidades, a ordem é a seguinte:

1 - Cardeal Legado, Cardeal não Legado, Núncio Legado Visitador Apostólico

Bispo, Metropolita, Bispo Diocesano.

2 - Patriarca, Primaz, Arcebispo, Bispo Residencial e Titular.

3 - Núncio não Legado, Visitador não Bispo (nos seus territórios), Protonotários

Participantes, Núncios (fora dos seus territórios).

4 - Vigário Geral, Vigário Capitular, Cabidos das Catedrais, Dignitários,

Cônegos Titulares: - Cônegos - presbíteros, Cônegos-diáconos, Cônegos

subdiáconos, Cônegos honorários, Beneficiados (na Catedral ou quando

intervêm em corpo, como representação oficial ou com o Bispo da diocese em

qualquer igreja da mesma), Cabidos das Colegiadas (em idênticas condições).

5 - Abades mitrados.

6 - Protonotários supranumerários e «ad instar», Gerais das Ordens religiosas e

Prelados domésticos.

7 - Párocos (colados, encomendados), Presbíteros diocesanos não párocos e

Presbíteros dos Institutos Eclesiásticos.

8 - Presbíteros das Ordens regulares, Cônegos regulares, Clérigos regulares,

Monges e os das Ordens chamadas Mendicantes, Presbíteros das Congregações

religiosas.

9 - Clérigos diáconos, Subdiáconos, Acólitos, Exorcistas, Leitores, Ostiários e

Tonsurados.

(Para mais esclarecimentos, consultar os autores do gênero, por ex. D. A.

Coelho, O. S. B., C. de Lit. Rom., ed. de 1941, vol. I, pág. 1. 399-400).

A precedência entre as Associações de pessoas leigas é a seguinte:

1 - Ordens Terceiras.

2 - Arquiconfrarias.

3 - Confrarias ou Irmandades.

4 - Pias-Uniões Primárias.

5 - Outras Pias Uniões.

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Mas só gozam deste direito, quando incorporadas colegialmente sob a própria

cruz ou bandeira e com hábito ou insígnias da Associação (C. 701). Nos

funerais, a precedência é devida ao Pároco ou Superior que, com estola,

acompanha o cadáver. Nas Procissões, os Clérigos precedem sempre as

Associações ou Confrarias de leigos.

Também no Ano litúrgico há certos Ofícios que, em caso de ocorrência,

concorrência, transferência ou reposição, têm direito de precedência sobre

outros.

A razão desta precedência pode ser o rito, a solenidade extrínseca, a qualidade, a

dignidade e a extensão.

PRECEITO, é a aplicação da lei àquilo que é regulado pela lei. Há preceitos

afirmativos, e estes obrigam sempre, mas admitem exceções em certas

circunstâncias, como por exemplo: o preceito de ouvir Missa, de que em certos

casos alguém está isento; e há preceitos negativos, os quais nunca é lícito

transgredir, como por exemplo: o preceito de não matar. Ninguém é obrigado ao

preceito enquanto não o conhece. Aos Príncipes seculares compete preceituar,

para utilidade comum, nas coisas temporais; aos Prelados compete preceituar

nas coisas eclesiásticas.

Na lei Evangélica ou no Cristianismo, há três gêneros de preceitos: os preceitos

da Fé, que nos obrigam a crer firmemente todos os mistérios que Deus revelou à

sua Igreja; os preceitos Sacramentais, que nos obrigam aos Sacramentos da

Igreja, com as devidas disposições e em certos tempos; os preceitos morais, que

estão contidos no Decálogo e no Santo Evangelho, particularmente no Sermão

da montanha. Todos os preceitos morais pertencem à lei da natureza, por isso

devem ser observados por todos os homens. Toda a lei é cumprida pelos

preceitos da caridade, e os preceitos da caridade são somente dois: amor de Deus

e amor do próximo.

PRECES PÚBLICAS, são orações ordinárias, preceituadas pelo Bispo, para

obter de Deus alguma graça extraordinária.

PREDESTINAÇÃO, é um ato da vontade divina, determinando, desde toda a

eternidade, conduzir certas criaturas para a vida eterna (Ep. Efés. I, 4, 5).

Escrevendo aos Romanos, São Paulo afirma: «aos que Deus predestinou, a esses

chamou e aos chamados justificou-os e aos justificados glorificou-os» (Rom.

VIII, 30).

E noutro lugar, escreve ainda o mesmo Apóstolo: «Deus elegeu-nos (em Cristo),

antes da constituição do mundo... e predestinou-nos em caridade, para sermos

seus filhos adotivos por Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade»

(Efes. I, 4, 5)

O Concílio Valentino (ano 855, can. 3) ensina: «confessamos fielmente a

existência da predestinação dos eleitos para a vida eterna».

A predestinação nada põe no predestinado, senão os seus efeitos, que são a

preparação para a glória e a preparação para a graça, que é o meio único para

conseguir a glória. Os predestinados não estão certos da sua predestinação, a

não ser que Deus lha faça conhecer. Ninguém, pois, pode ter a presunção de que

é predestinado; todavia aquele que vive cristãmente, como a Igreja ensina, pode

ter a esperança de ser chamado ao Céu, porque não pode viver virtuosamente

sem um auxílio especial da graça divina.

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PREGAÇÃO, é o ensino da doutrina cristã ou do Evangelho, feito solenemente. É

múnus próprio do Bispo, e nenhum Clérigo pode pregar na Igreja, sem licença

do Bispo a quem a Igreja pertence. Os leigos, mesmo religiosos, não podem

pregar na Igreja (C. 1342). O convite para a pregação é feito pelo Bispo, ou pelo

Pároco, ou pelo Superior eclesiástico da igreja ou capela em que deve ser feita a

pregação. Para as igrejas paroquiais e capelas dependentes da Igreja paroquial, o

convite deve ser feito pelo Pároco. Para as capelas ou igrejas independentes da

paroquial, o convite deve ser feito pelo Sacerdote que preside à respectiva Mesa

administrativa, ou Confraria. Nenhum Sacerdote pode aceitar convite para

pregação feito por um leigo. Para que a pregação seja feita fora da igreja ou

capela, é necessária licença do Bispo, por escrito. A ninguém é permitido recitar

orações fúnebres sem explícito consentimento do Bispo, e é inteiramente

proibido aos pregadores falar de coisas políticas. A simples licença de pregar

não é suficiente para pregar Missões ou Exercícios Espirituais (C. P.). A

pregação comunica aos homens a graça da Fé, dá aos justos a graça da

perseverança, dá aos pecadores a graça da conversão, dá aos aflitos a graça da

consolação espiritual. Mas para que a pregação produza tão salutares efeitos é

necessário ouvi-la com atenção, meditá-la e praticá-la. «Bem-aventurados são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a guardam», disse Jesus (Ev. S. Luc. XI, 28).

PREGUIÇA, é a propensão para não trabalhar, ou para cumprir os deveres

negligentemente. É um vício capital, que pode produzir consequências muito

funestas, tais como a ociosidade, a fraqueza de espírito, a irritação, a pobreza, a

divagação da imaginação, o desespero, que resulta do desgosto da vida. São

remédios contra a preguiça: a lembrança de que o trabalho é uma lei divina, a

lembrança dos males a que esse vício dá origem e a sujeição a um regulamento

de vida. Nem por ser rico o homem está dispensado de trabalhar; porque é

homem, está sujeito à lei divina do trabalho, como à lei do sofrimento e da

morte. O servo inútil de que fala o Evangelho, foi condenado por não ter feito

frutificar o talento recebido (Ev. S. Mat. XXV). São Paulo escreve: «Não sejais

preguiçosos e cumpri o vosso dever» (Ep. Rom. XII, 11). O preguiçoso é um inútil

e por vezes um prejudicial. Não só não produz, mas pesa sobre a família e sobre

a sociedade.

PRIMÍCIAS E DÍZIMOS, devidos ao Clero são-lhe pagos segundo os

particulares estatutos e costumes louváveis em cada Região (C. 1502).

PRESBITERATO é a Ordem que confere o poder de consagrar o Corpo e o

Sangue de Jesus Cristo, de administrar os Sacramentos, exceto o da

Confirmação e o da Ordem, de pregar, de benzer os fiéis e as coisas que tenham

a seu uso, e de presidir às suas assembléias nos atos do Culto religioso. Para

receber a Ordem de Presbítero é necessário ter vinte e quatro anos completos (C.

975 e 976), e ter passado metade do quarto ano do curso teológico, a não ser que

outra coisa seja permitida por legítimo privilégio.

PRESENÇA DE DEUS. Deus está em todas as criaturas, criando,

conservando, governando, conhecendo tudo, mesmo os nossos pensamentos e os

segredos do nosso coração. Esta verdade é luz e é força; lembrada que seja, evita

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o erro da inteligência e fortalece a vontade no desejo e na prática do bem.

Guiados pelo pensamento da presença de Deus, vivemos sempre e em toda a

parte, acompanhados ou sós, como um filho bem educado sob os olhares de seu

pai, abstemo-nos de toda a ação má ou palavra repreensível, repelimos toda a

ideia que possa despertar um mau desejo, vivemos alegremente e confiados na

sua divina proteção. O Apóstolo São Paulo, falando da presença de Deus,

escreveu: «Não há criatura alguma invisível à Sua vista; antes todas as coisas

estão nuas e descobertas aos olhos d’Aquele (Deus) a quem havemos de dar

contas» (Ep. Hebr. IV, 13).

PRESÉPIO. Dá-se este nome à gruta onde nasceu Jesus Cristo, em Belém. É uma

gruta irregular, aberta na rocha, no campo, a pouca distância da pequena cidade.

Está transformada em igreja, que não recebe luz do exterior e é iluminada por

muitas lâmpadas. Também se dá o nome de presépio ao lugar que os fiéis

preparam na igreja, ou em suas casas, para comemorarem, com imagens

religiosas, o nascimento do Menino Jesus.

PRESUNÇÃO, é a temerária ingerência em coisas de que não se é capaz, ou, mais

restritamente, é a temerária esperança de conseguir a salvação, contra a ordem

da divina Providência. É pecado grave: a) quando se espera a salvação só pelas

próprias forças; b) quando se espera só pela misericórdia de Deus; c) quando se

espera o auxílio divino para coisas más; d) quando da misericórdia de Deus se

toma pretexto para pecar.

PRIMA, é a primeira das Horas Canônicas que se segue a Laudes. Chama-se Prima

porque devia ser recitada na primeira hora do dia, isto é, pelas seis horas da

manhã. É, sem dúvida, a mais bela oração da manhã.

PRIMAZ, é um título dado a um Bispo, e que, além da prerrogativa de honra e

direitos de precedência ao Arcebispo, não tem consigo alguma jurisdição

especial (C. 271).

PROCISSÕES SAGRADAS, são súplicas feitas solenemente pelo povo fiel,

sob a direção do Clero, caminhando ordenadamente de lugar sagrado para lugar

sagrado, com o fim de excitar a piedade, de comemorar os benefícios de Deus,

de Lhe render graças, ou de implorar o auxílio divino (C. 1290).

Umas são ordinárias, as que se fazem em dias fixos: — Purificação, Ramos,

Ladainhas, Corpo de Deus, Ressurreição; — outras são extraordinárias: as

determinadas para outros dias por causas públicas, por ex.: por motivo de

Penitência (C. 1290). O Bispo pode, ouvido o Cabido, determinar Procissões

extraordinárias (C. 1292). Não podem fazer-se duas Procissões no mesmo dia e

no mesmo lugar (S. C. R)

O Pároco ou qualquer outra pessoa não pode, sem licença do Bispo do lugar,

introduzir Procissões novas, ou transferir ou abolir as costumadas (C. 1294). É

proibido levar nas Procissões, debaixo do pálio, relíquias ou imagens dos Santos

(S. C. R.) É proibido ao Clero, nas Procissões do Santíssimo Sacramento, cantar

alguma coisa em língua vulgar, alternadamente com hinos litúrgicos (S. C. R.).

Fora da igreja, quando o Clero não canta, o povo pode cantar em língua vulgar

(mas não os trechos litúrgicos), contanto que esses cânticos sejam aprovados

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pelo Bispo e a sua execução seja dirigida pelo Clero (S. C. R.). Se a Procissão se

faz dentro da igreja, o cortejo desce pelo lado da Epístola, ou, se a igreja tiver

três naves, desce pela nave central, sobe pela do Evangelho, desce pela da

Epístola, e regressa pela nave central.

Não podem tomar parte nas Procissões e figurar de Anjos e de personagens

bíblicos ou mistérios, meninos ou meninas de idade superior a doze anos. É

proibido irem mulheres debaixo dos andores nas Procissões; as mulheres

amortalhadas devem ir atrás do pálio.

A Cruz, nas Procissões, deve ir com o crucifixo voltado para a frente. Não é

permitido levar, nas Procissões, Cruzes de igrejas ou Confrarias, quando o Clero

dessas igrejas ou Confrarias não tome parte nessas Procissões. Fora da igreja

pode o Bispo admitir bandas de música, e mesmo na frente da Procissão,

tambores e trombetas. O itinerário das Procissões, sua composição e ordem,

estão sujeitos às determinações do Pároco ou do Sacerdote que por direito

preside às mesmas Procissões. Na Procissão do Corpo de Deus, não podem

admitir-se rapazes ou moças representando mistérios, Santos ou Santas, nem

relíquias nem imagens de Santos, nem instrumentos ou imagens da Paixão. O

Bispo pode permitir crianças vestidas de Anjo levando flores, incenso, uvas ou

espigas de trigo. Às varas do pálio vai o Clero, ou vão os irmãos do Santíssimo

Sacramento, ou as pessoas de categoria superior na localidade. Nas Procissões

os lugares de maior honra são os detrás. Começando em ordem crescente de

dignidade, a Procissão deve organizar-se do seguinte modo:

1 — Trombetas e tambores, que devem tocar uma marcha religiosa e não

impedir nunca o canto ou a reza da Procissão.

2 — Homens leigos, adultos ou crianças, que levam consigo alguma insígnia

católica e velas nas mãos.

3 — As Associações Piedosas e as Pias Uniões Primárias masculinas, por ordem

da Antiguidade.

4 — Os homens pertencentes a Irmandades ou Confrarias e Arquiconfrarias,

segundo a ordem da sua instituição. (Segundo o C. 701, § 2, nas Procissões do

Santíssimo Sacramento, a Confraria desse nome, tem direito de precedência

sobre as demais Arquiconfrarias e Confrarias).

5 — Os irmãos das Ordens Terceiras, segundo a sua antiguidade, revestidos dos

seus hábitos e presididos pelo próprio Capelão ou Comissário.

6 — Os Religiosos, pela ordem seguinte: de direito diocesano, de direito

pontifício, Congregações, Regulares, Monges, Cônegos regulares. 7 — O clero diocesano, precedido de Crucifixo, na seguinte ordem: Seminaristas;

Clérigos, segundo a sua ordem: primeiro os adventícios e a seguir os da igreja do

lugar; Presbíteros: primeiro os não adscritos e depois os adscritos à igreja que

faz a Procissão, segundo a ordem da ordenação sacerdotal; os Vigários

cooperadores; os Vigários substitutos e coadjutores; os Párocos encomendados;

os Párocos colados, segundo a antiguidade das suas freguesias, tendo o

Arcipreste direito de precedência sobre os outros Párocos do seu distrito, e o

Pároco da Catedral sobre todos os outros Párocos; o Clero das Colegiadas; o

Cabido; o Sacerdote que preside à Procissão, com os seus Ministros, se forem

paramentados; os Prelados, com as vestes prelatícias, se não presidirem à

procissão; os Lentes, Magistrados e Autoridades; depois os restantes fiéis:

primeiro os homens e depois as mulheres, as quais não podem levar a Cruz, nem

outras insígnias processionais, nem ocupar outro lugar que não seja atrás dos

homens que acompanham o Oficiante, ainda que levem velas.

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(Ver, para mais esclarecimentos, D. A. Coelho, C. da Lit. Rom.., ed. de 1941,

vol. 1, pág. 395 e segs.).

PROCLAMAS, são os anúncios públicos de futuro matrimônio, feitos na igreja,

principalmente com o fim de descobrir impedimentos, se os houver. Os nubentes

devem ser proclamados nas paróquias do seu domicílio ou quase domicílio, se o

tiverem, e na do Batismo, e naquelas em que tenham residido por mais de seis

meses contínuos, depois da idade núbil. São dispensados da proclamação onde

tenham residido unicamente por motivo de estudo. Os proclamas devem ser

lidos na igreja em três domingos e dias Santos de guarda, à hora da Missa

paroquial, ou a outra hora em que haja regular concurso de fiéis. Todos os fiéis

são obrigados a revelar ao Pároco, ou ao Bispo do lugar, antes da celebração do

Matrimônio, os impedimentos de que tiverem conhecimento. Só por motivo

grave o Pároco pode assistir ao Matrimônio sem terem passado três dias depois

da última proclamação, ou mediante licença do Bispo. Não se realizando o

Matrimônio dentro de seis meses após a última proclamação, ou de obtida a

dispensa da mesma, deve repetir-se a leitura dos proclamas. Havendo causa

legítima, o Bispo pode dispensar das proclamações (C. 1028).

PROFECIA, é a predição certa e manifesta de um acontecimento futuro,

contingente e livre, que realmente se realizou na época designada e cujo

conhecimento, no momento da predição, não pôde ser adquirido por causas

naturais. A profecia só pode ser feita por Deus, porque o homem não pode

conhecer, com certeza, uma coisa futura, que depende da livre vontade de Deus

ou de alguma criatura.

Deus fez-se conhecer do seu povo escolhido — o povo de Israel —

principalmente por meio das profecias, revelando-se a alguns homens de bom

espírito que anunciavam acontecimentos futuros, acompanhando esses anúncios

com milagres que Deus permitia que fizessem, para provar o caráter divino da

revelação. Pelos milagres o povo conhecia ser verdade o que os profetas

anunciavam e cria em Deus. Pela realização das profecias, os homens do tempo

em que se realizavam, reconheciam-nas como verdadeiras e criam em Deus.

Houve 4 profetas chamados maiores, por serem os seus escritos mais extensos:

Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Houve 12 profetas chamados menores,

porque foram menos extensos no que escreveram.

PROFISSÃO RELIGIOSA, quer simples quer solene, é a consagração

temporária ou perpétua que o religioso ou a religiosa faz da sua pessoa a Deus,

prometendo viver segundo a Regra e o espírito da Ordem Religiosa a que

pertence. Para fazer profissão perpétua é necessário ter 21 anos de idade, quer a

profissão seja simples, quer seja solene (C. 573).

PRÓXIMO. O nosso próximo, são todas as criaturas racionais capazes de felicidade

eterna. Por preceito divino, devemos amar o próximo como a nós mesmos (Ev.

S. Mat. XXII, 39). O amor ao próximo, para ser verdadeiro, não é preciso ser

sensível, porque o verdadeiro amor não procede da parte sensitiva da alma, mas

da vontade; de sorte que pode existir, mesmo com um sentimento de antipatia

natural e é assim que podemos amar os nossos inimigos. A caridade, ou amor ao

próximo, exige: a) que desejemos a todos a salvação das suas almas e os bens

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necessários para a conservação da sua vida; b) que procuremos para eles, nas

ocasiões oportunas, as mesmas vantagens que procuraríamos para nós e lhes

poupemos, quanto pudermos, os males que não queremos para nós; c) que

pratiquemos, em seu favor, as obras de misericórdia, corporais e espirituais, de

que se virem necessitados.

PROVIDÊNCIA, é a ação pela qual Deus conserva e governa o mundo que criou,

dirigindo todos os seres ao fim que se propôs. A existência da Providência é-nos

revelada pela ordem que reina no mundo. À Providência divina não pertence

evitar defeitos, corrupções e coisas más, nem mesmo os pecados dos homens;

nem a imutabilidade de Deus exclui a necessidade da oração. Tudo o que

acontece, quer por necessidade quer por vontade, está regulado pela divina

Providência, embora misteriosamente para nós, em ordem ao fim do Universo,

ao fim primário da criação, que é a glória de Deus. A este fim se vão

encaminhando todos os seres, dirigidos, ou pelas leis naturais ou pela moção da

graça.

PRUDÊNCIA, é uma virtude moral, cardeal, que nos ajuda a conhecer e praticar o

bem que devemos fazer e a omitir o mal que devemos evitar. A virtude da

Prudência regula e dirige os nossos atos, mantendo-os nos justos limites; modera

o ardor dos nossos desejos, evitando todos os excessos; ordena os nossos

pensamentos, para que não nos afastem de Deus, assim como os afetos para que

não nos apeguemos demasiado às criaturas. É a prudência que purifica as

intenções, que reforma os juízos, que previne as palavras e as ações,

encaminhando tudo para um fim digno de nós e merecedor de Deus.

PÚBLICA HONESTIDADE, é um impedimento dirimente do matrimônio,

que resulta: a) do Matrimônio inválido, quer consumado quer não; b) do

concubinato público ou notório. Dirime o Matrimônio no 1.° e 2.° graus de linha

reta entre o homem e as consanguíneas da mulher e reciprocamente (C. 1078).

Enquanto não houver decisão em contrário, deve-se ter como certo que este

impedimento também procede do casamento civil consumado.

PUDICÍCIA, é a virtude pela qual nos afastamos de tudo o que excita a atos

vergonhosos ou ofensivos do pudor, tais como: o olhar e o tato com malícia, os

ósculos, etc.

PÚLPITO, é uma tribuna que na igreja é destinada à pregação. Geralmente está

colocado numa coluna ou na parede da igreja, do lado do Evangelho, à altura

suficiente para que o pregador se possa fazer ouvir de todos os fiéis que assistem

à pregação. Nas Igrejas Catedrais fica do lado da Epístola, para o pregador estar

voltado para o Bispo.

PURGATÓRIO, é o lugar onde as almas dos que morrem na graça de Deus, mas

com algum pecado venial ou sem estarem purificadas das penas temporais

devidas aos pecados graves já perdoados, expiam pelo sofrimento as penas dos

pecados cometidos neste mundo, até que satisfaçam à justiça divina, para

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poderem entrar no Céu. Os sofrimentos das almas do Purgatório consistem em

estarem privadas da visão de Deus e estarem ligadas pelos tormentos do fogo.

Não sofrem somente: gozam também, porque têm a certeza de ir para o Céu e

estão na graça de Deus. Nós podemos socorrê-las com os nossos sufrágios —

orações, esmolas, sacrifícios, e, principalmente, oferecendo por elas o Santo

Sacrifício da Missa. A Sagrada Escritura assim nos ensina, dizendo que: «é santo

e salutar o pensamento de orar pelos defuntos, para que sejam livres dos seus

pecados» (II Macab. XII, 46). O Purgatório é apenas um lugar de expiação e

durará só até ao fim do mundo.

Q

QUARENTA HORAS, é uma devoção que consiste em passar 40 horas em

oração diante do Santíssimo Sacramento exposto, desde domingo da

Quinquagésima até terça-feira seguinte. Esta devoção, ordenada pela Igreja (C.

1275) tem por fim: a) aplacar a justiça divina, gravemente ofendida pelas

desordens nos dias chamados de carnaval; b) desviar das loucuras e dos

grosseiros e impuros divertimentos desses dias, aqueles que poderiam ser

arrastados na corrente dos maus costumes; c) afervorar os fiéis no amor a Jesus,

recordando as 40 horas que decorreram desde a sua condenação à morte até à

sua ressurreição. Nas igrejas era que se faz a solenidade das Quarenta Horas, e

durante ela, todos os altares são privilegiados (C. 917).

QUARESMA, é o período de 40 dias que precede a festa da Páscoa, e que a Igreja

Católica consagra ao jejum e à abstinência. Foi instituída nos tempos

apostólicos, com o fim de os fiéis imitarem o jejum de Jesus Cristo durante 40

dias e de se prepararem, pela mortificação, para a grande festa da Páscoa.

Começa em quarta-feira de Cinzas e termina em sábado de Aleluia. É dentro

deste período de tempo que os fiéis geralmente cumprem estes dois

Mandamentos da Igreja: confessar-se o cristão, ao menos uma vez no ano, e

comungar pela Páscoa da Ressurreição.

QUARTA-FEIRA DE CINZAS, é a Quarta-feira depois de Quinquagésima e

o primeiro dia da Quaresma. Tem aquele nome porque nesse dia, antes da Missa,

o Sacerdote benze uma pouca de cinza e faz com ela uma cruz na testa dos fiéis,

para recordar-lhes que são pó e que em pó se hão de tornar.

QUINTA-FEIRA SANTA, é o dia em que a Igreja comemora solenemente a

instituição da Sagrada Eucaristia. Em muitas igrejas faz-se de tarde a cerimônia

do lava-pés, que consiste em o Sacerdote, devidamente paramentado, lavar os

pés a doze homens, geralmente pobres, em memória do que Jesus Cristo fez aos

seus discípulos, no cenáculo em Jerusalém.

Desde a Missa desse dia, até à Missa de sábado seguinte, não se tocam os sinos,

nem música na igreja, em sinal da tristeza que causa a lembrança da Paixão e

morte de Jesus Cristo. Tendo de se administrar o Sagrado Viático desde a Missa

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de Quinta-feira Santa até Sábado de Aleluia, nada se canta nem na igreja nem

pelo caminho. Mesmo na Sexta-feira Santa a estola a usar é de cor roxa (S. C.

R.). Não pode tolerar-se o costume de levar o Santíssimo Sacramento pelas ruas

na Quinta e Sexta-feira Santa (S. C. R.). Também não é lícito na Quinta-feira,

estando o Santíssimo Sacramento exposto na urna, expor noutro lugar a imagem

da Senhora das Dores e a de Jesus morto, mas é permitido na Sexta-feira.

R

RACIONALISTA, rejeita toda a sujeição da razão humana a Deus; proclama que

a mesma razão é a fonte única de toda a verdade especulativa e prática; exclui

toda a revelação; nega a ordem sobrenatural e despreza a autoridade da Igreja

(C. P.).

RAPTO, é um impedimento dirimente do Matrimônio, que resulta do fato de o

nubente haver raptado a noiva para casar com ela. Este impedimento dura

enquanto a raptada estiver em poder do raptor. Se ela, porém, separada do raptor

e posta em lugar seguro e livre, consentir em o receber por marido, cessa o

impedimento. Para a nulidade do Matrimônio é equiparado ao rapto o fato de um

homem, com o fim de casar com uma mulher, a reter violentamente no lugar

onde ela mora ou em qualquer outro onde ela tenha ido livremente (C. 1074).

RECIDIVO, no sentido jurídico, é aquele que, depois de condenado, comete delito

do mesmo gênero, deixando perceber, por várias circunstâncias, que cai com

pertinácia da má vontade (C. 2208).

RECOMPENSA prometida, é um estímulo para cumprirmos o nosso dever, ainda

que penoso. Jesus Cristo estimula-nos à prática da virtude, dizendo: «Todo o que

der a beber a um destes pequeninos, somente um copo de água fria por ser meu

discípulo, não perderá a sua recompensa». E acrescenta: «O Filho do homem (o

próprio Jesus Cristo) há de vir na glória de seu Pai com os seus Anjos (a julgar

os homens), e então dará a cada um a paga, segundo as suas obras» (Ev. S. Mat.

X, 42; XVI, 27). A recompensa, porém, não é prometida para o momento em que

a obra meritória é praticada, e sim para o dia do nosso julgamento após a morte,

para a gozarmos eternamente.

REDENÇÃO DO GÊNERO HUMANO. Por causa do pecado original

em que todos os homens são concebidos, ninguém podia conseguir a salvação

eterna por méritos próprios. O Filho de Deus fez-se Homem, padeceu e morreu

por amor dos homens, oferecendo a seu eterno Pai a sua Vida, Paixão e Morte,

como sacrifício para remir os homens do pecado e poderem entrar no Céu. Deste

modo foi feita a redenção do gênero humano.

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RECONCILIAÇÃO, é o ato pelo qual se une a amizade, que fora quebrada por

qualquer motivo. Deve procurar a reconciliação, e sem demora, aquele que

ofendeu, ou que ofendeu mais gravemente, ou que ofendeu primeiro. Pode ser

procurada por intermédio de amigos, ou pedindo perdão, ou por aproximação em

conversa. O ofendido é obrigado a perdoar a ofensa, logo que seja pedida a

reconciliação. Disse Jesus: «Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e se ele se

arrepender, perdoa-lhe» (Ev. S. Luc. XVII, 3).

RECONCILIAÇÃO, de igreja violada deve ser feita o mais breve possível,

segundo o rito aprovado nos livros litúrgicos. Havendo dúvida sobre se foi

violada, pode ser reconciliada ad cautelam (C. 1174). O mesmo está disposto

sobre reconciliação de cemitério (C. 1207).

REGULARES, são os religiosos que fizeram votos em alguma Ordem Religiosa,

onde se fazem votos (C. 488). São obrigados à clausura papal (C. 697) e estão

isentos da jurisdição episcopal, exceto nos casos expressos no Direito (C. 615).

REINO DE DEUS, na terra é a Igreja Católica, com a sua vida social, sob o

regime espiritual da hierarquia, de que é Chefe visível universal o Romano

Pontífice. A Igreja, reino de Deus exterior, está encarregada de manter e

propagar o reino de Deus interior, ou reinado de Deus nas almas neste mundo.

Na eternidade, o Reino de Deus é o Céu, onde entram os homens que na terra

fizeram parte da Igreja Católica. Ao Reino de Deus na terra podem pertencer

todos os homens, sem distinção de raça, de nacionalidade, de condição, mas não

devem procurar nele bens materiais; encontrarão, porém, a paz, a justiça e a

alegria de uma vida virtuosa. Assim escreveu o Apóstolo São Paulo: «O Reino

de Deus não é comida nem bebida, mas é justiça, paz e alegria no Espírito

Santo» (Ep. Rom. XIV, 17).

REITORES DAS IGREJAS, são os Sacerdotes aos quais é confiado o culto

numa Igreja que não é paroquial, nem capitular, nem anexa a uma casa de

Comunidade religiosa (C. 479). É livremente nomeado, ou aprovada a sua

nomeação pelo Bispo, que o pode remover, havendo causa justa (C. 480, 486).

Na sua igreja pode celebrar os Ofícios divinos, salvo os que pertencem ao

ministério paroquial e de maneira que não prejudique as funções paroquiais (C.

482). Sem licença, ao menos presumida, do Reitor ou de outro Superior

legítimo, a ninguém é lícito celebrar Missa, administrar Sacramentos e fazer

outras funções sagradas na sua igreja. O Pároco, porém, pode levar da igreja do

Reitor o Santíssimo Sacramento aos enfermos (C. 484). Pertence ao Reitor a

administração dos bens destinados à reparação, ao decoro e ao culto divino na

sua igreja, a não ser que outra coisa conste de título especial, ou de legítimo

costume (C. 1182).

RELIGIÃO, é a virtude sobrenatural que nos inclina a prestar a Deus o culto que

lhe é devido, por causa da sua infinita excelência e supremo domínio. Tudo

aquilo que importa reverência a Deus pertence à Religião, a qual se pratica por

atos interiores, que são os principais, os que elevam o nosso espírito até Deus, e

por atos exteriores, manifestando pelos membros do corpo os sentimentos do

nosso espírito.

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A Religião é constituída por um conjunto de verdades e de preceitos, pelos quais

a nossa vida tem de ser ordenada a Deus. Essas verdades, como os preceitos,

foram dados por Deus ao homem, para saber o que deve crer e praticar para

viver como Deus quer e para que, vivendo assim, possa ir gozar a Deus na

eternidade.

A Religião é um fato universal; existiu sempre e existe em todos os povos.

Revelou-a Deus no começo da Humanidade; conservou-a como foi revelada o

povo de Israel; os outros povos afastaram-se do verdadeiro Deus,

desconheceram-no, caíram em erros grosseiros acerca da divindade e criaram

várias religiões, prestando culto a vários deuses, segundo os concebiam, porque

sempre os homens consideraram a religião como uma coisa necessária.

Jesus Cristo, Deus feito Homem, veio ao mundo há 19 séculos, chamar todos os

homens à prática da Religião divina, que tomou o nome de Religião cristã.

Mandou a seus Apóstolos que a ensinassem a todas as gentes. Mas há ainda

muitos povos que não conhecem a Religião de Jesus Cristo e que continuam a

seguir as religiões que receberam dos seus antepassados, religiões falsas porque

humanas, pois a divina é uma só, como um só é o verdadeiro Deus.

As religiões não cristãs que maior número do aderentes contam são as

seguintes1:

Hinduísmo, com cerca de 25 milhões, nas índias, na Birmânia e nas Antilhas.

Budismo, com 213 milhões, na China, nas Índias, na Indochina, no Japão e na

Coréia.

Xintoísmo, é a religião oficial do Japão.

Confucionismo, com 350 milhões, é a religião oficial da China.

Há ainda um grande número de religiões pagãs, espalhadas pela África, pela

Oceania e por algumas regiões da América e da Ásia. E há o Judaísmo, com 16

milhões de judeus, espalhados por todos os povos do mundo. Os judeus adoram

o verdadeiro Deus e têm os seus Mandamentos, mas negam Jesus Cristo e

rejeitam a sua religião.

Também se dá o nome de Religião, à Sociedade aprovada pela legítima

Autoridade eclesiástica, cujos membros se ligam pelos três votos de: pobreza,

castidade e obediência, com o fim de tenderem à perfeição evangélica, vivendo

sob as leis próprias da Sociedade. A Sociedade religiosa chama-se Ordem, se

nela se fazem votos solenes; Congregação religiosa, se se fazem somente votos

simples, quer temporais ou perpétuos; de Direito Pontifício, se tem aprovação ou

ao menos Decreto de louvor da Sé Apostólica; de Direito Diocesano, se é ereta

pelo Bispo e não obteve aquele Decreto de louvor (C. 488).

RELIGIÃO MISTA, é um impedimento impediente do Matrimônio, que resulta

do fato de um dos contraentes ser católico e o outro, posto que batizado,

pertencer a alguma seita herética ou cismática. A Igreja proíbe tal casamento,

por causa do perigo de perversão do cônjuge católico ou da prole.

RELIGIOSOS (frades), são os cristãos que, por voto solene, se obrigam

voluntariamente a seguir a vida monástica ou conventual, segundo a Regra da

Ordem a que pertencem. Aos Religiosos dá-se o nome de frades, que quer dizer

irmãos, porque se tratam como irmãos os que entram no Estado Religioso. O

1 Dados da época em que o livro foi publicado originariamente.

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Estado Religioso consiste essencialmente na observância dos três votos de:

pobreza, castidade e obediência. A Regra particular de cada Ordem deve ser

aprovada pela Igreja. Há quatro Regras principais: a de São Basílio, a de Santo

Agostinho, a de São Bento e a de São Francisco; debaixo destas quatro Regras

há diversas espécies de Ordens Religiosas. Há também muitas Congregações

Religiosas que não pertencem a estas quatro Regras.

Antes de o cristão se ligar para sempre a uma Ordem Religiosa ou a uma

Congregação, faz o seu Noviciado, isto é, durante um determinado período de

tempo, estuda a vida da Ordem ou da Congregação e examina as suas próprias

forças físicas e morais, para saber se é adaptável ao espírito e às obras próprias

da Ordem ou da Congregação. Decorrido o tempo do Noviciado, se quer abraçar

a vida Religiosa e se o Superior o admite, faz a sua Profissão, isto é, emite os

votos e não pode mais abandonar o Estado Religioso senão nas condições

previstas na legislação Canônica.

RELÍQUIAS DOS SANTOS, são restos dos corpos dos Santos, ou objetos de

que fizeram uso. São classificadas em duas categorias: Insignes ou grandes, e

são o corpo, a cabeça, o braço, a perna, ou a parte do corpo em que o Santo

sofreu o martírio, o antebraço, a mão, a língua e o coração. A segunda categoria

é formada pelas relíquias pequenas (C. 1281). O Santo Lenho, ainda que seja

uma pequenina parte, é sempre considerada como relíquia insigne, por ser uma

parte da cruz em que Jesus Cristo morreu.

A Igreja aprova e recomenda o culto das relíquias, mas um culto relativo à

pessoa ou ao Santo a que as relíquias pertencem (C. 1255). A qualquer relíquia

de Santo é devido o culto de veneração com uma inclinação de cabeça e é

incensada com dois duetos. O Santo Lenho tem o culto de veneração de joelhos

e é incensado com três duetos.

As relíquias insignes não podem conservar-se em casas ou oratórios

particulares, sem expressa licença do Bispo do lugar.

As relíquias não insignes podem conservar-se em casas particulares, sendo

tratadas com honra. Não podem as relíquias ser expostas ao culto público, sem

estarem autenticadas em documentos por algum Cardeal, ou pelo Bispo do lugar,

ou por algum Eclesiástico com faculdades especiais. As relíquias, quando são

expostas, devem estar encerradas numa cápsula. A relíquia do santo Lenho

nunca deve estar exposta à veneração pública na mesma cápsula com relíquias

de Santos. As relíquias dos Beatos, sem Indulto especial, não devem ser levadas

nas Procissões, nem expostas na igreja, a não ser naquela onde se celebra Ofício

e Missa por concessão da Sé Apostólica.

As santas relíquias não são objeto de comércio; não se podem vender (C. 1282 e

segs.).

REMISSÃO DOS PECADOS, foi confiada à Igreja por Jesus Cristo,

dizendo aos seus Apóstolos: «Àqueles a quem perdoardes os pecados serão

perdoados» (Ev. S. Jo. XX, 23). A remissão dos pecados é fruto da Paixão e

morte de Jesus Cristo, como se lê no Santo Evangelho: «Importava que Cristo

padecesse e que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia e que em seu nome se

pregasse a penitência e a remissão dos pecados em todas as Nações» (Ev. S. Luc.

XXIV, 46, 47). Pela remissão dos pecados somos justificados, isto é, recebemos a

graça de Deus e ficamos na sua amizade, capazes de viver virtuosamente e de

gozar a bem-aventurança celeste. A remissão dos pecados faz-se por meio dos

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Sacramentos, particularmente pelo Batismo e pela Penitência ou Confissão

sacramental.

RESERVADOS, são os pecados cuja absolvição o Papa ou o Bispo reservam para

si próprios (C. 893). O único pecado ratione sui reservado à Santa Sé é a falsa

denúncia, pela qual o Sacerdote inocente é acusado do crime de solicitação

perante os juízes eclesiásticos (C. 894). Dos casos ipso jure, reservados ao

Bispo, os Párocos podem absolver durante o tempo da Missão ao povo (C. 899).

Toda a reservação cessa: a) quando se confessam os doentes que não podem sair

de casa; b) os noivos por causa do casamento, quando, segundo juízo prudente

do Confessor, este não pode pedir ao legítimo Superior as faculdades de

absolver, sem grave incômodo do penitente ou sem perigo de violação do sigilo

sacramental (C. 900).

RESPEITO HUMANO, é um sentimento produzido pelo temor de desagradar

ao mundo, quando há um dever religioso a cumprir. É uma fraqueza na Fé, é

uma covardia na ação. A Religião de Jesus Cristo não exige de nós coisa alguma

de que tenhamos de nos envergonhar. Pelo contrário, todos os atos da Religião

têm por fim levar-nos à prática da virtude, elevar-nos para Deus. Ter respeito

humano é ter vergonha de servir a Deus, é preferir a estima dos homens à graça

de Deus. Que nos importa o que digam de nós, se Deus aprova as nossas ações?

E que dirá Deus e que fará Deus se nos envergonharmos de servi-Lo? A resposta

é dada por Jesus Cristo, dizendo: «Se alguém se envergonhar de Mim e das

minhas palavras, também o Filho do homem (que é Jesus Cristo mesmo) se

envergonhará dele, quando vier na sua majestade e na de seu Pai e na dos

Anjos» (Ev. S. Luc. IX, 26).

RESSURREIÇÃO DA CARNE, é a união da alma separada ao seu corpo,

no fim do mundo, para nova vida, que será eterna. É uma verdade ensinada por

Jesus, dizendo: «Todos os que se acham nos sepulcros ouvirão a voz do Filho de

Deus, e os que obraram bem neste mundo sairão para a ressurreição da vida

(eterna), mas os que obraram mal sairão ressuscitados para a condenação» (Ev.

S. Jo. V, 28, 29). E o Apóstolo São Paulo escreveu: «Todos ressuscitaremos num

abrir e fechar de olhos; porquanto, é necessário que este corpo mortal se revista

da imortalidade» (Ep. I Cor. XV. 51, 52, 53). A ressurreição não é natural, é

miraculosa.

Deus criou o homem, infundindo no pó da terra uma alma imortal e espiritual,

que lhe deu a vida. Deus tira a vida ao homem separando a alma do seu corpo.

Deus dá novamente vida ao homem, unindo novamente a alma ao pó que foi o

seu corpo. A Deus nada é impossível.

RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO, é o fundamento da nossa Fé,

como escreveu o Apóstolo São Paulo: «Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa

Fé» (Ep. 1 Cor. XV, 17.). A ressurreição de Jesus Cristo foi profetizada por Ele

mesmo, operada por Sua própria virtude, três dias após a sua morte, e

reconhecida pelos Seus Apóstolos e discípulos, que O viram vivo, depois de ser

sepultado, que Lhe falaram, que O ouviram, que com eles se sentou à mesa, o

que tudo consta do santo Evangelho.

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RESTITUIÇÃO, é o ato de justiça comutativa, que tem por fim reparar a lesão do

direito alheio. A restituição dos bens alheios tem preferência sobre o socorro aos

parentes, a não ser que estejam em extrema necessidade. Aquele que

injustamente impede alguém de conseguir um rendimento é obrigado a restituir,

ao arbítrio de pessoa conscienciosa. A restituição pode ser feita pelo Confessor,

ou por outro meio, secretamente, para o crime não ser conhecido.

Se aquele a quem é devida a restituição morreu, é feita aos herdeiros; se é

desconhecido, dá-se aos pobres; se está muito distante, remete-se ou deposita-se

à sua ordem.

RESTRIÇÃO MENTAL, consiste no uso de palavras que têm um sentido

diferente daquele que naturalmente significam, quando não se quer dizer a

verdade. Por ex.: a alguém que não foi a Lisboa pergunta-se se já viu aquela

cidade; responde que sim, subentendendo em fotografia. Não é lícito usar de tal

restrição mental. De outra maneira se faz a restrição mental, empregando

palavras que, embora não exprimam a verdade, a deixam perceber pelo sentido

da frase. Por ex.: a alguém a quem foi confiado um segredo perguntam se o

conhece, e responde que não, subentendendo que não o conhece para o

descobrir. Esta restrição mental é lícita. Mas não convém fazer uso da restrição

mental, para evitar o caminho aberto à mentira, e para não diminuir a mútua

confiança que deve haver na vida social.

RETIRO ESPIRITUAL, é a suspensão, por alguns dias, da vida habitual, para

os consagrar a um trabalho interior mais intenso e preparar o futuro, estudando

em melhores condições a vontade de Deus sobre nós e renovando o fervor da

alma para uma vida mais cristã, mais sobrenatural. O isolamento durante o

Retiro deve ser o mais completo possível, para que todo o tempo seja aplicado à

meditação, aos exames de consciência, à oração, às resoluções, à organização da

vida para o futuro.

REVELAÇÃO, é a manifestação de alguma verdade, feita por Deus iluminando

sobrenaturalmente a nossa inteligência. Deus revelou as verdades da Religião

aos Judeus, por meio dos Profetas; as verdades da Religião Cristã foram

reveladas por Jesus Cristo, Deus Filho feito homem. A nossa Fé funda-se nas

revelações feitas por Jesus Cristo e escritas no santo Evangelho, nas Epístolas

dos Escritores Sagrados e na Tradição conservada na Igreja Católica. O

Apóstolo São Paulo escreveu: «Deus, tendo falado (revelado) muitas vezes e de

muitos modos, noutro tempo a nossos pais pelos Profetas, nestes dias nos falou

pelo (seu) Filho (Jesus Cristo)» (Ep. Hebr. I, 1, 2).

RIQUEZA, por mais avultada que seja, não nobilita o homem nem o engrandece,

porque o homem é maior que todos os bens do mundo e tudo lhe é inferior. Mas

a riqueza não é um mal; pode servir para o mal como para o bem, segundo o uso

que dela se fizer. O Apóstolo São Paulo escreve: «Os ricos deste mundo não

sejam altivos, nem se fiem na incerteza das riquezas. Pratiquem o bem, façam-se

ricos em boas obras, dêem e repartam com boa vontade» (Ep. I Tim. VI, 17, 18).

Têm os ricos o direito de utilizar a riqueza na própria sustentação, segundo a

condição de vida de cada um; e têm o dever de repartir com os pobres, mas de

maneira que estes sintam o alívio da sua pobreza.

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RITO. Chama-se rito ao conjunto de fórmulas e cerimônias que a Igreja usa para

prestar a Deus o culto que lhe é devido. O rito pode ser de instituição divina e de

instituição eclesiástica. O de instituição divina chama-se essencial porque

constitui a essência mesma do Sacrifício e dos Sacramentos; o de instituição

eclesiástica é chamado também acidental e tem como fim desenvolver e aclarar

os ritos essenciais.

Os ritos acidentais formaram-se sob a influência de fatores climatérios e

históricos e podem até desaparecer; na Igreja são muitos e variados. Podemos

dividi-los em dois grupos: orientais e ocidentais. Nos orientais, temos o rito

grego, siríaco, maronita, russo, eslavo, búlgaro, romeno, copta e abissínio.

Nos ocidentais podemos distinguir o romano, o milanês, o galicano, o mozárabe,

o céltico e, em Portugal, o bracarense que foi restaurado pela bula de 14 de Maio

de 1919. No ocidente, o rito predominante é o Romano. Dos outros ritos

ocidentais nenhum existe na sua pureza primitiva; têm sofrido de tal modo a

influência do rito romano que já pouco se encontra da sua primeira forma.

Podem, no entanto, encontrarem-se vestígios da sua existência na liturgia de

algumas Ordens religiosas e na de algumas regiões.

ROGAÇÕES, são orações públicas que se fazem na igreja, nos três dias anteriores

à Quinta-feira da Ascensão. Estas orações foram ordenadas no século V, na

cidade de Viena de França, pelo Bispo São Mamerto, com o fim de obter de

Deus a cessação de calamidades que havia 50 anos se repetiam naquela região,

afligindo os povos com grandes desgraças. Reza-se a Ladainha de Todos os

Santos, pedindo a Deus o afastamento de todo o mal para a alma e para o corpo.

ROMANO PONTÍFICE, é o sucessor do Apóstolo São Pedro, o Vigário de

Jesus Cristo na terra. Tem, não só o primado de honra, mas também supremo e

pleno poder de jurisdição sobre toda a Igreja, tanto nas coisas que dizem respeito

à Fé e aos costumes, como nas coisas que se referem à disciplina e regime da

Igreja, espalhada por todo o mundo. Este Poder é independente de toda a

autoridade humana (C. 218). Todos os fiéis devem obedecer ao Papa como ao

próprio Jesus Cristo. É infalível quando ensina, como Chefe da Igreja, doutrina

revelada sobre a Fé e a moral.

ROQUETE, é uma veste semelhante à sobrepeliz, mas distinguindo-se dela por ter

as mangas compridas e estreitas. É antes uma insígnia prelatícia reservada a

certos dignitários do que propriamente uma veste litúrgica. O roquete pode ter

nos punhos um transparente da cor da batina da pessoa que tem direito a usá-lo.

Não pode substituir a sobrepeliz na administração dos Sacramentos.

ROSÁRIO, é uma devoção composta de 150 Ave-Marias, divididas em 15 dezenas,

sendo cada uma precedida de um Pai Nosso. Em cada dezena se medita um

mistério da vida de Nosso Senhor.

Divide-se o Rosário em três séries de 5 mistérios cada. A primeira lembra-nos a

Encarnação e a infância do Salvador, são os mistérios Gozosos; a segunda

recorda a Paixão e morte do Filho de Deus por nosso amor, são os mistérios

Dolorosos e a terceira põe diante do nosso espírito o triunfo de Jesus e de sua

Mãe Santíssima, são os mistérios Gloriosos. Entre as devoções à Virgem Maria,

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nenhuma há que leve vantagem à recitação do Rosário, ou do seu Terço (a terça

parte do Rosário), com a respectiva Ladainha. No Rosário se resume tudo o que

há de mais piedoso e devoto, de mais ascético e sublime na Religião Católica;

nele se recitam as orações vocais mais excelentes; nele se encontram as

meditações dos principais Mistérios do Cristianismo.

A Igreja recomenda, com toda a insistência, a recitação do Rosário ou do seu

Terço e preceitua que durante o mês de Outubro se recite publicamente nas

igrejas e capelas. É muito recomendável o uso da reza do Terço, diariamente, em

comum, no lar doméstico.

RUBRICAS, são indicações nos livros litúrgicos (escritas primitivamente a

vermelho (rubro), para dirigirem os Clérigos na recitação das orações e

cerimônias litúrgicas. Devem ser cuidadosamente observadas na administração

dos Sacramentos e principalmente na celebração da Missa. Reprovado qualquer

costume em contrário, o Sacerdote celebrante não acrescente por seu próprio

arbítrio outras cerimônias ou preces às que estão designadas nas rubricas dos

seus livros rituais (C. 818).

S

SACERDOTE, é o Clérigo que recebeu a Ordem do Presbiterato. Em Portugal é

conhecido pela designação geral de Padre. Os Sacerdotes são os continuadores

dos setenta discípulos que acompanharam Jesus Cristo e o próprio do seu Ofício

é serem medianeiros entre Deus e o povo. O Sacerdote recebe, na Ordenação

sacerdotal, o poder de celebrar o Sacrifício da Missa, de pregar e de administrar

os Sacramentos. O Sacerdote faz os homens cristãos pelo Batismo, alimenta-os

na Comunhão, reconcilia-os com Deus na Confissão, conforta-os na Extrema-

Unção, instrui-os na Pregação, educa-os na Catequese, entrega as suas almas ao

Criador na hora da morte, abrevia-lhes a entrada no Céu com os sufrágios

litúrgicos, põe o fundamento da vida cristã no sacramento do Matrimônio, une a

todos no Sacrifício da Missa; distribui ao povo cristão as graças de Deus e em

nome do povo cristão oferece a Deus as honras que lhe são devidas; fala aos

homens em nome de Deus e fala a Deus em nome dos homens.

SACRAMENTAL, é uma coisa ou uma ação de que a Igreja costuma servir-se

para obter efeitos, principalmente espirituais. As coisas são os objetos benzidos:

a água benta, os escapulários, medalhas, Agnus Dei, velas ou ramos bentos, etc.

As ações são as bênçãos que os Ministros Sagrados fazem sobre as pessoas ou

sobre as coisas que consagram ao culto divino. Os Sacramentais foram

instituídos pela Igreja; são úteis mas não necessários; podem obter a graça de

Deus, mas só por virtude da oração da Igreja e da piedade de quem a reza. Os

seus principais efeitos são: o perdão dos pecados veniais, a colação da graça

atual, a preservação de males de ordem temporal, a separação de coisas e de

pessoas do uso profano, o afastamento do demônio para que não nos moleste. O

Apóstolo São Paulo ensina que «toda a criatura é santificada pela palavra de

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Deus e pelas orações (Ep. 1 Tim. IV, 4, 5) e é precisamente a oração que

acompanha as bênçãos da Igreja que atrai sobre os Sacramentais a virtude que

têm de produzir os seus efeitos de santificação.

SACRAMENTO, é um sinal sensível que, por instituição divina, tem a virtude de

significar e produzir a graça. Quem recebe um Sacramento recebe a graça de

Deus, que faz Santo aquele que o recebe dignamente e produz nele o efeito

próprio de cada Sacramento. Foi esse o fim porque Jesus Cristo os instituiu. São

sete: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema-Unção, Ordem e

Matrimônio.

Pelo Batismo, que apaga o pecado original, o homem nasce para a vida espiritual

e sobrenatural; pela Confirmação robustece e cresce na vida sobrenatural; pela

Comunhão alimenta a vida espiritual; pela Penitência recebe o perdão dos

pecados; pela Extrema-Unção limpa os restos do pecado; pela Ordem é confiado

a alguns fiéis o poder de reger e dirigir os outros na sociedade religiosa; o

Matrimônio torna legítimos os atos da geração e santifica a propagação do

gênero humano.

Pelos sete Sacramentos providenciou Jesus Cristo acerca da vida sobrenatural do

homem como ser individual e social.

SACRÁRIO, é o tabernáculo ou pequeno armário colocado sobre o altar, para nele

se conservar a Sagrada Eucaristia. Deve ser de metal ou de madeira dourada e

forrado por dentro de seda branca; dispensa-se, porém, o forro de seda, se for

dourado interiormente (S. C. R). Dentro do sacrário está um pequeno vaso

chamado cibório ou píxide, sobre um corporal, contendo a Sagrada Eucaristia e

não pode estar mais nada. Deve estar sempre coberto com um pavilhão, que

pode ser sempre de cor branca, sendo preferível da cor dos paramentos litúrgicos

do dia. Diante do sacrário não se pode colocar a cruz, nem vasos de flores, nem

quaisquer objetos. É também proibido sobrepor-lhe qualquer objeto (com

exceção da cruz). Só pode haver um em cada igreja, e há de estar colocado de

modo inamovível, no altar-mor ou principal, exceto nas igrejas em que haja

Colegiada ou nas Sés episcopais, onde deve estar em altar lateral. Convém

todavia que na igreja haja outro sacrário, que possa receber o Santíssimo em

alguma circunstância inesperada. O sacrário deve ser benzido.

SACRAS, são três quadros em que estão impressas algumas orações fixas da Missa e

que se colocam no altar para o Celebrante as rezar mais comodamente do que

olhando para o Missal.

SACRIFÍCIO, é a oblação externa de uma coisa sensível com a sua destruição ou

mudança, feita exclusivamente a Deus pelo legítimo Ministro, em

reconhecimento do Seu supremo domínio sobre todas as criaturas. Há também

um sacrifício interior, invisível, o qual consiste na oferta que fazemos a Deus de

nós mesmos, para vivermos unidos a Ele e fazermos a sua vontade.

O único Sacrifício da Religião Cristã é a oblação do Corpo e do Sangue de Jesus

Cristo, debaixo das espécies do pão e do vinho consagrados na Missa, Sacrifício

que fica completo com a comunhão do Sacerdote que, em nome de Jesus Cristo

mesmo, o oferece.

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Pode entender-se por sacrifício qualquer ato em honra de Deus para o aplacar,

assim como todos os obséquios feitos ao próximo enquanto se referem a Deus, e

também qualquer mortificação. O homem precisa de fazer sacrifícios por causa

da remissão dos pecados, da conservação da graça e da consecução da glória

eterna.

SACRILÉGIO, é a profanação das coisas santas ou consagradas a Deus, ou a

violação ou mau trato de pessoas ou coisas sagradas, enquanto sagradas. É

pessoal, real ou local, segundo é praticado em pessoa, em coisa ou em lugar

consagrados a Deus. É pecado mortal porque constitui grave irreverência às

pessoas, coisas ou lugares consagrados ao culto divino. Porém, para se julgar da

gravidade do pecado é preciso atender ao grau de santidade da pessoa, da coisa

ou do lugar violados, ao grau de irreverência e à intenção do agente.

SACRISTÃO, desempenha o ofício de serventuário do Pároco no ministério

paroquial e sacerdotal. Deve ser pessoa de costumes exemplares, de provada

honradez e piedade, zeloso com a decência e esplendor da igreja, respeitoso para

com as coisas santas, asseado na sua pessoa e de boas maneiras para com os fiéis

e deve manter a ordem e o asseio na igreja, na sacristia e noutras dependências.

Deve abrir e fechar a igreja às horas designadas; vigiar a lâmpada do Santíssimo

para que esteja sempre acesa, de dia e de noite; zelar os paramentos e todas as

alfaias da igreja, conservando-as sempre nos seus lugares e em boa ordem.

Pode usar batina e sobrepeliz nos atos litúrgicos, ou pelo menos há de

apresentar-se vestido convenientemente no serviço da igreja (C. 683).

SACRISTIA, é uma dependência da igreja, onde os Sacerdotes se paramentam para

celebrarem os atos do culto. Não é propriamente um lugar santo, mas também

não é um lugar completamente profano.

É proibido fumar na sacristia (C. P.). Não só na igreja, mas também na sacristia,

não se venderão estampas, mortalhas, cera, medalhas ou outros objetos, nem tão

pouco se efetuarão rifas, leilões ou atos semelhantes, ainda que seja para auxiliar

obras pias ou de caridade (C. 1178 e C. P.). A não ser que haja causa justa, os

Párocos e Superiores das igrejas não permitirão que os leigos se demorem na

sacristia e muito menos que nela conversem ou assistam daí aos atos do culto (C.

P.).

SAL, é um elemento usado na liturgia, e que benzido, se mistura com a água, como

símbolo de incorruptibilidade. É posto na língua do que se batiza, como símbolo

de sabedoria e de alimento celeste.

SALMOS DE DAVI, formam um livro da Sagrada Escritura, no Antigo

Testamento. São 150, e chamam-se de Davi porque foi este Rei quem compôs a

maior parte deles. Os Salmos são a forma antiquíssima de orar publicamente,

usada no tempo da sinagoga. Estão cheios da moral mais pura, respiram o

espírito de piedade, despertam todos os sentimentos dignos dum coração cristão.

Os Salmos formam a oração oficial da Igreja na recitação do Ofício divino e em

muitas orações litúrgicas.

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SANTA SÉ OU SEDE APOSTÓLICA. Por esta designação entende-se o

Romano Pontífice, as Congregações Romanas, os Tribunais e Ofícios, pelos

quais o Romano Pontífice costuma tratar os negócios da Igreja (C. 7).

SANTIDADE, é o mais elevado grau de perfeição a que podemos chegar, pelo

cumprimento da Lei de Deus e pela obediência aos conselhos de Jesus Cristo. O

Apóstolo São Pedro escreveu: «Como é santo Aquele que vos chamou (Jesus

Cristo), sede vós também santos em todas as vossas ações». (Ep. I Ped. 7, 15). E

São Paulo disse: «Procurai a paz com todos e a santidade (devida), sem a qual

ninguém verá a Deus» (Ep. Hebr. XII, 14;) e ainda: «esta é a vontade de Deus, a

vossa santificação» (Ep. I Tessal. IV, 3). Deus quer que sejamos santos e, para o

sermos, havemos de fazer todas as nossas ações com a perfeição possível e com

a intenção de Lhe sermos agradáveis. É esse o nosso maior interesse.

SANTOS, são os fiéis que gozam a felicidade eterna no Céu. Foram pessoas

humanas como nós, fracas como nós, tentadas como nós, sujeitas às mesmas

misérias que nós; mas seguiram a luz da fé divina, a mesma que nós temos;

cumpriram os Mandamentos divinos, a que também nós somos obrigados;

receberam os mesmos Sacramentos que nós podemos receber; esforçaram-se por

santificar a sua vida, como nós podemos fazer. Façamos como eles e iremos

gozar a felicidade que eles gozam no Céu.

SATISFAÇÃO SACRAMENTAL, é a reparação voluntária que o pecador

faz a Deus, penitenciando-se, pela injúria que Lhe tem feito com os seus

pecados. É uma parte do Sacramento da Penitência, não parte essencial, mas sem

ela cumprida, o penitente fica privado de satisfazer a parte da pena temporal que

merece, pelos pecados cometidos e que, não sendo satisfeita neste mundo, terá o

de ser no Purgatório. É certo que a nossa satisfação só tem valor em virtude da

satisfação de Jesus Cristo na Cruz, por isso havemos de estar em graça quando

fazemos obras de satisfação. Também é certo que Jesus Cristo satisfez

suficientemente por todos os homens, mas não eficazmente, isto é, torna-se

necessário que os homens queiram aplicar a si mesmos os méritos da satisfação

de Jesus Cristo, o que farão pelo arrependimento dos seus pecados e pelo amor a

Jesus.

SECULARIZAÇÃO, é o indulto concedido pela Santa Sé aos religiosos de

direito Pontifício, ou pelo Bispo aos de direito diocesano, o qual tem por efeito

separar perpetuamente o religioso da Ordem ou da Congregação a que pertencia,

voltando ao estado secular.

SEGREDO, é aquilo que não sendo público se deve guardar oculto, ou que não se

deve comunicar a outro. Revelar um segredo sem causa justa e proporcionada à

sua gravidade é um pecado ou contra a justiça, se é causa de algum dano, ou

contra a fidelidade, se o segredo foi prometido. Se não é lícito, de modo geral,

violar segredos também não é lícito explorá-los injusta e maliciosamente. Por

isso pecam, não só os que revelam segredos, mas também os que os querem

arrancar, os que escutam às portas, os que lêem cartas a outros dirigidas. Casos

há, porém, em que é lícito revelar os segredos: quando o bem público da

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sociedade ou da Igreja assim o exigir, quando a caridade para com o próximo ou

para conosco assim o reclamar. Também a autoridade legítima pode, por justas

razões, procurar conhecer os segredos que digam respeito ao bem da sociedade,

como seria a necessidade de descobrir um criminoso.

SEMANA SANTA. Ver ENDOENÇAS.

SEMINÁRIO, é o estabelecimento de educação e ensino que tem por fim

experimentar a vocação dos que pretendem entrar no estado eclesiástico,

dirigindo-os e educando-os na prática de todas as virtudes cristãs, e instruindo-os

em todos os conhecimentos necessários para o melhor desempenho das funções

sacerdotais, sempre em conformidade com a doutrina da Santa Igreja Católica. A

direção e governo, tanto espiritual como temporal do Seminário pertence ao

Bispo (C. 1357), ao qual compete escolher: a) um Reitor para presidir à

administração do mesmo Seminário; b) um Vice-Reitor e Prefeitos, que façam

observar a disciplina e cuidem da educação dos seminaristas; c) um Diretor

espiritual, cujo principal cuidado consiste em infundir e cultivar nos seminaristas

a vida de piedade; d) Professores, que se ocupam da instrução dos alunos, ao

mesmo tempo que concorrem para a sua formação moral e piedosa.

SEMINARISTAS, são os alunos que frequentam o Seminário. A sua admissão é

reservada ao Bispo. Só em casos muito extraordinários poderá algum ficar

externo. Somente podem ser alunos do Seminário os que se propuserem receber

nele educação para o estado eclesiástico (C. 1363), e não podem ser admitidos

os filhos ilegítimos, nem os filhos de país divorciados. Os estudos dos

seminaristas abrangem cinco anos de Humanidades, três de Filosofia e quatro de

Curso Teológico. Para a admissão no Seminário devem os pretendentes

entender-se com os seus respectivos Párocos, os quais não aceitarão a proposta

de nenhum que seja filho ilegítimo, filho de divorciados, ou de pais alcoólicos,

ou de conduta imoral, e cujas intenções não sejam puras e retas.

SENSUALIDADE, é a busca dos prazeres dos sentidos fora das leis

estabelecidas por Deus. Produz efeitos que são a vergonha da humanidade. A

quantos crimes ela arrasta, a quantas baixezas faz descer, em que misérias

morais e físicas faz cair! Ela cega os que a reprovam, vence os que a condenam,

domina os que a detestam, escraviza mesmo aqueles a quem repugna. Cautela

devemos ter, porque naquilo que censuramos aos outros podemos também cair,

se não correspondemos à graça de Deus.

SEPULTURA. Todos podem, não lhes sendo isso expressamente proibido pelo

direito, escolher a igreja do seu funeral ou o cemitério da sua sepultura, exceto

os impúberes (C. 1223, 1224). Mas para se eleger sepultura em cemitério

diverso do da paróquia própria do defunto, requer-se licença, concedida por

aquele de quem depender o cemitério (C. 1228). A sepultura eclesiástica

consiste na trasladação do cadáver para a igreja, nas exéquias perante ele

celebradas e na sua deposição em lugar legitimamente destinado ao

enterramento dos fiéis defuntos (C. 1204).

São privados de sepultura eclesiástica os que morrem sem Batismo e também, a

não ser que antes da morte tenham dado algum sinal de penitência: 1.° Os

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notórios apóstatas da Fé ou notoriamente filiados em seita herética ou cismática,

ou seita maçônica, ou noutras associações da mesma natureza. 2.o Os

excomungados ou interditos, depois da sentença condenatória ou declaratória.

3.° Os que deliberadamente se suicidaram. 4.° Os mortos em duelo ou em

consequência de ferimento nele recebido. 5.° Os que tenham mandado que o seu

corpo seja queimado. 6.° Outros pecadores públicos e manifestos (C. 1240).

Devem considerar-se pecadores públicos manifestos os que vivem em público

concubinato, estejam ou não registrados civilmente (C. P.). Aos que recusam os

últimos Sacramentos será negada sepultura eclesiástica, se tal recusa tiver sido

diante de várias pessoas, de maneira que a concessão de sepultura eclesiástica

seja ocasião de escândalo. Ocorrendo dúvida sobre se pode ser dada sepultura

eclesiástica aos que o Direito Canônico enumera como excluídos, consulte-se o

Ordinário, se houver tempo; permanecendo a dúvida, dê-se sepultura

eclesiástica, mas de sorte que se remova o escândalo (C. 1240). Nenhum corpo

pode ser sepultado, principalmente se a morte for repentina, sem que passe o

intervalo de tempo bastante (24 horas) para remover a dúvida sobre a certeza do

óbito (C. 1213). Depois de dada a sepultura eclesiástica em qualquer lugar a um

cadáver, não pode este ser exumado sem licença do Bispo (C. 1214).

SEXTA, é a hora canônica que se rezava ao meio dia, correspondendo à hora sexta do

dia.

SEXTA FEIRA SANTA — Ver a palavra ENDOENÇAS.

SIGILO SACRAMENTAL, é o absoluto segredo que o Confessor guarda, de

tudo o que conhece por meio da Confissão sacramental e de cuja revelação pode

resultar gravame ao penitente. Assim determina o Código de Direito Canônico:

O sigilo sacramental é inviolável; por isso acautele-se diligentemente o

Confessor, para que nem por palavra, nem por escrito, nem por sinal ou qualquer

outro modo, nem por motivo nenhum denuncie o pecador. A mesma obrigação

têm o intérprete e todos aqueles que de qualquer modo tiverem notícia da

Confissão (C. 889).

É inteiramente proibido ao Confessor o uso da ciência adquirida pela Confissão,

com gravame do penitente, excluído mesmo o perigo de revelação (C. 890).

Nem pode o Confessor ser testemunha, em tribunal, dos penitentes que confessa,

ou do que soube pela Confissão sacramental (1757).

SÍLABO, é a coleção de 80 proposições que contêm os principais erros modernos

condenados pelo Papa Pio IX e publicado em 1864. São erros em defesa do

panteísmo, do socialismo, do naturalismo, do comunismo, das sociedades

secretas e erros contra os direitos da Igreja sobre a sociedade civil, sobre o

casamento civil e vários outros. Condenados como estão pela suprema

Autoridade da Igreja, nenhum católico os pode defender nem admitir.

SIMONIA, é a deliberada vontade de comprar ou vender alguma coisa espiritual

(como a graça e os Sacramentos,) ou coisa temporal anexa a coisa espiritual

(como o cálice consagrado, por causa da consagração, um benefício eclesiástico,

etc.). É pecado mortal, por falta de reverência para com as coisas divinas, tais

como a consagração do cálice (C. 727). Mas não há simonia quando se dá

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alguma coisa espiritual, segundo legítimo costume reconhecido pela Igreja.

Como não há simonia comprando, por exemplo, um cálice consagrado pelo

preço do cálice, sem aumento por causa da consagração. (C. 730).

SINCERIDADE, é uma virtude natural que nos faz dizer sempre a verdade. É tão

essencial na vida cristã que nenhuma prática de piedade a pode suprir ou

compensar. É um laço social e a base das relações sociais. «Seja a vossa palavra

sim, sim, não, não», disse Jesus Cristo, ensinando-nos que devemos falar com

lealdade e sinceridade. Em todos os atos da nossa vida, pois, sejamos

verdadeiramente sinceros, leais.

SÍNODO DIOCESANO, é a assembléia, presidida pelo Bispo, na qual tomam

parte os sacerdotes que a isso têm direito. Deve ser celebrado em cada Diocese

ao menos de dez em dez anos. No Sínodo são tratados assuntos que dizem

respeito às necessidades particulares ou à utilidade do Clero e do povo dessa

Diocese. É convocado e presidido pelo Bispo, que é o único legislador nos

Sínodos, tendo somente voto consultivo os Sacerdotes convocados (C. 356, 357,

362).

SINÓTICOS (Evangelhos). Dá-se este nome à narração evangélica dos três

primeiros Evangelistas, porque, dispondo em três colunas os textos das partes

comuns, obtém-se uma sinopse (vista de conjunto) concordando em muitos

pontos.

SINOS. Por serem destinados ao culto divino, por meio de sagração ou bênção

litúrgica, o seu uso está unicamente sob a dependência da autoridade

eclesiástica; por isso, fora do caso de necessidade, não se devem tocar senão de

harmonia com as prescrições litúrgicas e as determinações do Bispo. O seu uso

seja moderado, principalmente de noite (C. P.), cada toque de sinos não deve

prolongar-se por mais de três minutos. A chave da torre dos sinos esteja em

poder do Pároco ou do Superior respectivo, ou, com licença destes, em poder de

pessoa de confiança (C. P.).

Nos dias em que, pela solenidade, não é permitido celebrar exéquias ou funerais

com pompa e canto, também não se pode tocar a finados. Aos domingos e dias

santificados, só depois de terminada a Missa paroquial se podem fazer toques

fúnebres, e onde se fizer a Procissão pelos defuntos ao domingo, durante ela são

proibidos os sinais fúnebres. De noite não se pode tocar a finados, exceto na

véspera de fiéis defuntos. Não são permitidos dobres ou sinais fúnebres dos

sinos por aqueles a quem é recusada sepultura eclesiástica. Os toques dos sinos

anunciam aos fiéis os vários atos do culto religioso, convidando-os a recordar e a

tomar parte na oração, nas alegrias e nas tristezas de que os toques dão sinal.

SOBERBA, é o primeiro dos sete pecados capitais. É a estima excessiva ou o amor

desordenado que o homem tem de si mesmo e da própria excelência, a qual faz

com que atribua tudo a si e não a Deus. De quatro modos podemos cair no

pecado da soberba: a) gloriando-nos dos bens naturais e sobrenaturais que

temos, como se os tivéssemos de nós mesmos; b) atribuindo só aos nossos

méritos os benefícios que recebemos de Deus; c) jactando-nos de ter o que não

temos ou mais do que temos; d) rebaixando ou desprezando os outros. A soberba

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é um pecado que dá origem a muitos outros pecados. De modo particular

procedem da soberba: a presunção, a ambição, a vanglória, a jactância, a

hipocrisia, a teimosia, a sobranceria, a insubmissão e a incredulidade. Jesus

Cristo condena a soberba, dizendo: «Todo o que se exalta será humilhado» (Ev.

S. Mat. XXIII, 12).

SOBREPELIZ, é uma veste litúrgica de tecido branco, que, entrando pela cabeça,

desce dos ombros até aos joelhos, com mangas compridas e largas. Em Portugal,

geralmente é curta e sem mangas. É conveniente que seja de linho ou de

cânhamo.

SOLITÁRIOS. É o nome dado aos cristãos que no IV século se retiravam da

sociedade, ainda, paganizada, para viverem nos desertos do Egito, em oração,

jejum e outras penitências, com o fim de perpetuarem na Igreja a prática de

todas as virtudes.

SOFRIMENTO. A causa do sofrimento no gênero humano é o pecado original;

por isso todo o homem está sujeito à dor. A cada maldade voluntariamente

praticada, corresponde algum castigo que faz sofrer. Mas o sofrimento é remédio

que nos preserva de cair em pecado, oferece-nos ocasião de praticarmos grandes

virtudes e é meio de expiarmos pelos nossos pecados. Para o sentirmos menos

amargo e o tornarmos meritório, devemos suportá-lo com resignação,

lembrando-nos de que Deus é nosso Pai, que nos castiga para nosso bem e de

que as tribulações desta vida são nada em comparação com a glória eterna que o

sofrimento nos ajuda a conseguir.

SUBDIACONATO, é a Ordem que confere o poder de preparar nos vasos

sagrados a matéria do Sacrifício da Missa, de cantar a Epístola na Missa solene,

de purificar os sanguíneos e os corporais e de oferecer o cálice com a patena ao

Diácono nas Missas cantadas. O Subdiaconato só pode ser recebido depois do

3.° ano do curso teológico e com a idade de 21 anos completos (C. 975, 976).

SUFRÁGIO, é toda a obra feita com a intenção de prestar alívio às almas que

sofrem no Purgatório. O livro 2.° dos Macabeus, XII, 43, ensina que é santo e

salutar o pensamento de orar pelos defuntos, para que lhes sejam perdoados os

pecados, isto é, para que sejam aliviados das penas que sofrem por causa dos

seus pecados.

As almas que estão no Purgatório permanecem em união de caridade com os que

ficaram neste mundo; podemos por isso, e devemos, usar de caridade para com

elas, pois são-lhes proveitosas as nossas boas obras. As principais, que têm o

nome de sufrágios, são: a Missa, a Sagrada Comunhão, a oração, os atos de

piedade, os sacrifícios próprios, a esmola e as indulgências.

Para que as orações e boas obras dos fiéis aproveitem às almas do Purgatório, é

necessário que quem as faz esteja na graça de Deus e tenha intenção de aplicá-

las a essas almas.

SUICÍDIO, é o ato pelo qual o homem se dá a morte a si mesmo, diretamente e por

própria autoridade. Em nenhum caso é lícito o suicídio. Deus é o autor da vida;

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confia o uso desse bem a cada homem para este realizar um fim determinado

durante o tempo que Deus lhe conceder. Aquele que se suicida usurpa os direitos

de Deus, morrendo por sua vontade antes de ter realizado o fim para que foi

chamado à vida. O suicídio é um pecado mortal; se não é um ato de loucura, é

um ato de covardia. O suicida é privado de sepultura eclesiástica (C. 2360 e

1240).

SUPÉRFLUO, é o que sobeja dos bens materiais, tirado o necessário rara a vida e

para a posição social, isto é, para a decente conservação da família, criados,

hóspedes, honestas ofertas e moderadas recreações. Do supérfluo dá-se aos

pobres, quer em dinheiro, quer noutros benefícios.

SUPERSTIÇÃO. Vulgarmente dá-se o nome de superstição a certas crenças ou

preconceitos que não têm nenhum fundamento sério, como o número 13 à mesa,

o cair azeite no chão e semelhantes.

A superstição é uma espécie de culto prestado, direta ou indiretamente, ao

demônio, com o fim de obter por meio de certas práticas uma coisa que se

deseja. Praticam a superstição os feiticeiros, os adivinhos, os mágicos e os que a

eles recorrem.

Detestem os fiéis todas e quaisquer práticas supersticiosas. Desprezem as cartas

ou escritos em que se propõem certas orações de piedade para serem distribuídas

a certo número de pessoas para se conseguir algum bem ou evitar algum mal.

Detestem especialmente a consulta de espíritos e as sessões de espiritismo, quer

nas mesmas intervenha médium, quer não. Incorrem, ipso fato, em excomunhão

os que tomarem parte ativa nas sessões de espiritismo, ou as promoverem, ou

apenas assistirem a elas (C. P.).

T

TABERNÁCULO - Ver a palavra SACRÁRIO.

TALMUDE, nome dado aos comentários do Antigo Testamento, que desenvolvem

e completam os mais antigos comentários feitos pelos Rabinos e que são

fundados sobre tradições orais. Há o Talmude de Jerusalém (3.° e 4.° séculos) e

o de Babilônia (5.° e 6.° séculos). É a base da teologia judaica atual e contém

odiosas calúnias contra Jesus Cristo e sua Mãe e contra os cristãos em geral. É o

grande livro dos judeus, contém todas as suas tradições, é o seu compêndio de

teologia moral. Dois grandes centros da influência judaica — Jerusalém e

Babilônia, — deram origem a duas redações diferentes do Talmude.

Nos séculos III e IV os doutores judeus da Palestina, de um modo particular os

de Tiberíades, acrescentaram novos comentários jurídicos e casuísticos aos mais

antigos comentários da Lei, formando assim o chamado Talmude de Jerusalém,

que está redigido em arameu, mas, no entanto, as citações dos doutores mais

antigos estão em hebreu.

Outra redação do Talmude é a escrita em Babilônia, no século V e VI, em

arameu babilônico, conservando também em hebreu as citações dos antigos

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doutores. O Talmude é uma obra de escassíssimo valor, quer na sua forma

literária, quer no pensamento; é uma obra obscura e cheia de incoerências,

carecendo, em suas páginas intermináveis, de estilo, de ordem e de talento. No

Talmude é pouco o que se encontra útil para a boa compreensão da Sagrada

Escritura.

A respeito das passagens do Talmude que contêm calúnias contra Jesus Cristo,

Maria Santíssima e os cristãos, um Sínodo judeu celebrado na Polônia em 1631,

para não excitar a indignação dos cristãos, ordenou que tais passagens fossem

suprimidas na impressão, indicando-as apenas por um sinal que chamaria a

atenção dos doutores judeus que as deviam explicar oralmente.

TEIMOSIA, é o apego imprudente e exagerado às próprias ideias. Esta disposição

do espírito pode nascer de entendimento acanhado ou de falta de prudência, que

é virtude indispensável em todos os atos da vida humana. A teimosia ou

obstinação do juízo impede de julgar razoavelmente, faz desprezar as

advertências alheias e, em certos casos, chega a diminuir o vigor da fé.

Em tudo devemos dar lugar à prudência, aceitando com docilidade os conselhos

e os conhecimentos dos superiores e dos velhos, em quem o estudo, a

experiência da vida e as graças de estado, formaram ideias mais largas e mais

seguras.

TEMOR DE DEUS, não nos leva a fugir de Deus, mas a fugir de tudo o que

pode ser-lhe desagradável. Deus quer que O temamos, pois disse-nos: «Não

temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes ao que

pode lançar no inferno tanto a alma como o corpo» (Ev. S. Mat. X, 28). Já antes

de Jesus Cristo, havia dito: «Temei Deus e observai os seus Mandamentos»

(Eccli. XII, 13). E o Apóstolo São Paulo escreveu: «Obrai a vossa salvação com

receio e temor» (Ep. Filip. II, 12).

Por isso, se estamos na graça de Deus, devemos fugir da ocasião do pecado, com

medo de pecar; se caímos em pecado, devemos logo pedir sinceramente perdão a

Deus, com medo da justiça divina ofendida. Em muitas circunstâncias da nossa

vida, em muitas tentações que nos assaltam, só o temor de ofender a Deus pode

impedir a nossa queda, o nosso pecado e a nossa desonra. Por isso o Apóstolo

São Paulo nos manda estar firmes na fé e conservarmo-nos no temor (Ep. Rom.

XI, 20).

TEMPERAMENTO, é o complexo das propensões que, ou próprias do

organismo, ou herdadas, cada indivíduo tem, e que constituem a sua índole

especial. Estas propensões nativas podem ser influenciadas pela educação ou por

várias circunstâncias externas, ou pelo próprio esforço.

TEMPERANÇA, é uma das quatro virtudes cardeais, a qual nos dispõe a usar

com moderação das coisas necessárias para a vida — comer, beber e uso do

Matrimônio — unicamente para satisfazer à nossa conservação e para utilidade

do próximo. Os prazeres sensíveis não são um mal; podem, todavia, arrastar à

desordem dos sentidos. É a virtude da temperança que os modera, impedindo

qualquer excesso. A temperança na comida chama-se abstinência; na bebida

chama-se sobriedade; nos prazeres sensuais ou venéreos chama-se castidade.

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TEMPLO DOS HEREGES. É lícito aos católicos entrar neles para vê-los,

contanto que não pratiquem aí nenhum ato de culto nem ouçam a pregação dos

hereges, nem haja escândalo. Também lhes é lícito, havendo graves motivos,

assistir aos funerais e aos casamentos dos hereges e a outros atos civis, contanto

que não manifestem adesão aos atos religiosos que eles praticam, nem haja

perigo de escândalo ou de perversão.

TÊMPORAS, são três dias de jejum — Quarta, Sexta e Sábado — que a Igreja

estabeleceu, quatro vezes por ano.

O jejum das Quatro têmporas aparece em Roma, aí pelo século V. No princípio

não eram mais que uma extensão do jejum da Quarta e Sexta-feira, através do

Sábado, até às primeiras horas de Domingo.

A Liturgia das Quatro têmporas conserva igualmente a estrutura das antigas

missas estacionais.

Chamam-se semanas das Quatro têmporas as que vêm imediatamente depois do

III Domingo do Advento, do 1 Domingo da Quaresma, depois do Domingo de

Pentecostes e da Festa da Exaltação da Santa Cruz (14 de Setembro) (D. Ant.

Coelho O. S. B., C de Lit. Rom. ed. de 1941, vol. I, págs. 200 e 329).

Estabelecendo estes dias de penitência, nas quatro Estações do ano, a Igreja tem

em vista atrair as bênçãos de Deus sobre os frutos da terra e graças particulares

sobre os Clérigos que recebem o Sacramento da Ordem nos sábados das

Têmporas. Nos dias das Têmporas os fiéis são obrigados ao jejum e à

abstinência, mas os que tiverem tomado a Bula e o Indulto, ficam obrigados

somente à abstinência nas sextas-feiras das Têmporas.

TENTAÇÃO, é uma inclinação ou um incitamento ao pecado. Provém da nossa

concupiscência ou natureza corrompida, do mundo e do diabo. «Cada um é

tentado pela sua própria concupiscência, que atrai e alicia», escreveu o Apóstolo

São Tiago (Ep. S. Tiag. I, 14). Senti-la não é pecado; é pecado consenti-la.

A tentação incomoda as almas piedosas, mas tem utilidade apreciável. O

Apóstolo São Paulo escreveu: «Deus não permitirá que sejais tentados mais do

que podem as vossas forças; antes, fará que tireis ainda vantagem da mesma

tentação para a poderdes suportar» (Ep. 1 Cor. X, 13). Com efeito, a tentação

ensina a apreciarmos a nossa fraqueza e a necessidade que temos de recorrer ao

auxílio de Deus; reanima a nossa vigilância, fortifica a nossa virtude, pelo seu

exercício contínuo, faz-nos merecer diante de Deus e dos homens. São meios de

vencer a tentação: a vigilância contínua contra as ciladas do demônio, as más

inclinações dos nossos sentidos e as seduções do mundo; a oração para obter a

graça de Deus, sem a qual não vencemos; a fuga das ocasiões do pecado, a

frequência dos Sacramentos, a meditação, a boa leitura e o bom emprego do

tempo. «Vigiai e orai para não entrardes em tentação», disse Jesus (Ev. S. Mat.

XXVI, 41).

TENTAÇÃO DE DEUS, é uma palavra ou um fato pelos quais manifestamos

esperar de Deus, sem justa causa, algum efeito extraordinário, com o fim de

experimentar se Deus é onipotente, ou se tem alguma outra perfeição que se Lhe

atribui, ou simplesmente para satisfazer a nossa vontade. A tentação de Deus, se

procede da dúvida acerca das suas perfeições, é pecado grave e envolve

incredulidade. Se não procede da dúvida, mas é feita por leviandade, pode ser

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pecado venial, como, por ex.: esperar de Deus um auxílio, sem causa suficiente e

sem empregar os meios naturais para conseguir o que se espera. Não há tentação

de Deus se, havendo causa justa e grave, se pede um milagre para utilidade

nossa ou de outrem.

TEOLOGIA. Etimologicamente deriva de duas palavras gregas: «Teos + logos»,

que significam «palavra de Deus». Teologia é a ciência que trata de Deus.

A Teologia pode ser natural (Teodicéia), se procede de princípios naturais;

sobrenatural se procede de princípios revelados e tira conclusões a respeito de

Deus e das coisas divinas.

Neste último sentido a Teologia pode definir-se: «a ciência que dos princípios da

fé, mediante raciocínio reto, tira conclusões acerca de Deus e das coisas que, de

qualquer modo que seja, se relacionam com Ele».

Sendo a Teologia uma ciência, é costume dividi-la em: a) Dogmática, que é o

conjunto das verdades reveladas, que todo o cristão deve crer; b) Moral, que é o

conjunto dos deveres que o cristão tem de cumprir para conseguir a vida eterna;

c) Ascética e mística, que trata dos conselhos dados por Deus, para que o cristão

chegue a atingir a perfeição da vida crista e expõe os caminhos por onde Deus

conduz as almas à mais elevada santidade.

TEOSOFISMO, ressuscita erros grosseiros, tais como o panteísmo, a emanação

dos seres da substância divina e a transmigração das almas, através dos corpos,

mesmo dos animais, em expiação das culpas de uma vida anterior. A Igreja

proíbe fazer parte das sociedades teosóficas, assistir às suas reuniões, ou ler os

livros, periódicos e quaisquer outras publicações (C. P.).

TERCEIROS SECULARES - Ver a palavra ORDEM TERCEIRA.

TÉRCIA, é uma das Horas Canônicas do Ofício Divino, que se segue à Hora de

Prima e que corresponde às 9 horas da manhã; era a terceira hora do dia,

segundo o modo de contar dos antigos.

TERÇO DO ROSÁRIO - Ver a palavra ROSÁRIO.

TESTAMENTO (ANTIGO), é o nome que se dá ao pacto ou aliança que Deus

fez com os Patriarcas, antes da vinda de Jesus Cristo. Compreende 45 livros,

inspirados e escritos antes da vinda do Messias, Nosso Senhor Jesus Cristo. O

Antigo Testamento é como que uma preparação do mundo para a vinda de Jesus

Cristo e para a vida da Igreja.

TESTAMENTO (NOVO), é a segunda parte da Sagrada Escritura. Chama-se

novo, porque compreende os livros inspirados e escritos depois da morte de

Jesus Cristo e chama-se Testamento, porque é a aliança de Jesus Cristo com os

homens que recebem o sacramento do Batismo e seguem a Religião cristã. Ver a

palavra CANÔNICOS.

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TESTEMUNHAIS, são documentos comprovativos de um aspirante ao Estado

eclesiástico ou religioso, ter recebido o Batismo e a Confirmação. Também se dá

aquele nome às informações do Bispo da Diocese de origem e às de outros em

cujas Dioceses tivesse habitado durante um ano, depois dos 14 anos, assim como

às dos Superiores de colégio ou Noviciado, em que tenha vivido. Tais

informações são secretas e conservam se na posse de quem as recebe (C.544,

546).

TIBIEZA. Uma alma tíbia é a que cai com facilidade em pecado venial por não lhe

dar importância; é a que reconhece ter hábitos viciosos e não se esforça por se

corrigir; é a que, praticando a piedade, despreza os meios de progredir; é a que

afrouxa no serviço de Deus, quando não sente consolação espiritual. São causas

da tibieza: a facilidade em omitir os exercícios ordinários de piedade, o desprezo

das pequenas faltas, a ausência aos atos do culto social, o gosto pelas reuniões

mundanas e pelas leituras frívolas. Uma pessoa tíbia pratica muitos atos bons,

mais por amor de si do que por amor de Deus; daí resulta a perda de méritos

sobrenaturais e de graças correspondentes.

TONSURA, é uma cerimônia estabelecida pela Igreja, pela qual o homem batizado

e Confirmado fica pertencendo ao Estado eclesiástico, para que se disponha a

receber o Sacramento da Ordem. Chama-se Tonsura, porque a cerimônia

consiste no corte de uma parte do cabelo, acompanhado de uma oração recitada

pelo Bispo que faz a tonsura. A Igreja não dá nenhum poder espiritual ao

tonsurado; somente o introduz na classe daqueles que são destinados ao serviço

de Deus, no Estado Clerical.

TRABALHO, é o exercício da atividade humana ordenada, tendo em vista um fim

útil. Não é trabalho o exercício físico que é simples movimento, ou que tem por

fim apenas o passatempo e o prazer. O trabalho é necessário à humanidade,

porque a natureza não satisfaz a todas as suas necessidades. Há várias espécies

de Trabalho: a) Trabalho corporal, o que interessa principalmente ao corpo; b)

intelectual, o que interessa principalmente ao espírito; c) lucrativo, o que se

executa com remuneração; d) desinteressado, o que se executa sem

remuneração; e) individual, o que aproveita diretamente ao indivíduo; f) social, o

que aproveita diretamente à sociedade.

O trabalho é ordenado: à alimentação, a evitar o ócio, a combater a

concupiscência e à esmola. É útil contra o furto, contra a cobiça, contra os

negócios torpes.

TRADIÇÃO, é a palavra de Deus não escrita, transmitida de viva voz à Igreja, e

vinda de geração em geração até nós, pela voz da Igreja, nos seus ensinamentos,

nas suas orações e na sua disciplina.

A Tradição e a Sagrada Escritura são, para os católicos, as duas fontes da

Revelação divina, os dois órgãos igualmente infalíveis da nossa Fé.

Os escritores sagrados do novo Testamento não escreveram tudo o que ouviram

a Jesus Cristo durante três anos, nem tudo o que eles mesmos pregaram durante

dezenas de anos. O Apóstolo São Paulo escreveu: «Irmãos, estai firmes (na Fé) e

conservai as tradições (ou doutrina) que aprendestes ou de palavra ou por escrita

nossa (Ep. 2 Tessal, II, 15). O próprio Jesus Cristo não mandou escrever,

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mandou pregar. De sorte que a palavra de Deus pertence igualmente à Sagrada

Escritura e à Tradição, a qual se conserva nos escritos dos Santos Padres e nas

decisões dos Concílios. A Tradição, pois, merece a mesma Fé que a Bíblia,

porque foi inspirada pelo mesmo Deus.

TRANSUBSTANCIAÇÃO, é a conversão de toda a substância do pão e do

vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo, permanecendo somente as espécies

do pão e do vinho. A Transubstanciação opera-se no Sacrifício da Missa, no

momento em que o Sacerdote, representando Jesus Cristo, investido do poder

divino recebido no Sacramento da Ordem, pronuncia as palavras da

Consagração, sobre o pão e sobre o vinho: «ISTO É O MEU CORPO», «ESTE É O MEU

SANGUE». São as mesmas palavras que Jesus pronunciou e mandou pronunciar; é

o mesmo poder, embora comunicado; são os mesmos os efeitos. Em

consequência da Transubstanciação fica na hóstia consagrada o Corpo, Sangue,

Alma e Divindade de Jesus Cristo, sob as mesmas espécies que continham o

Pão; o Sangue, o Corpo, Alma e Divindade de Jesus Cristo, sob as espécies do

vinho, não ficando nada da substância do pão e do vinho, como exprimem as

palavras da consagração.

A Transubstanciação é um mistério profundíssimo, mas diz São Gregório de

Nissa: «Quando Jesus vivia na Palestina, o pão e o vinho eram o seu alimento;

transformavam-se na sua Carne e no seu Sangue, pela ação e pelo poder dos

sucos do estômago, exatamente como acontece com os alimentos que nós

comemos. Não tenho pois nenhuma repugnância em admitir que o pão se mude

hoje no Corpo de Jesus Cristo, em um ato instantâneo, como efeito da sua

vontade».

TRÍDUO, é uma pregação solene, durante três dias, com o fim de instruir sobre

determinado assunto religioso e de afervorar os fiéis em alguma devoção

particular.

TRINDADE DIVINA, é o mistério da Santíssima Trindade: três Pessoas em um

Deus. Isto quer dizer que há só uma natureza divina e que nessa única natureza

há três Pessoas, de sorte que a unidade de natureza não impede a pluralidade de

Pessoas. A primeira Pessoa chama-se Pai, a segunda chama-se Filho, a terceira

chama-se Espírito Santo. A mesma natureza divina no Pai e no Filho e no

Espírito Santo; três pessoas divinas distintas, não à maneira das pessoas

humanas que são distintas porque separadas, mas distintas enquanto às relações

próprias de cada uma a respeito das outras. Assim o Pai gera o Filho, como

semelhantemente a nossa alma gera o pensamento; o Espírito Santo procede do

Pai e do Filho, como semelhantemente da nossa alma e do nosso pensamento

procede o amor com que amamos a nossa alma e o nosso pensamento. A alma, o

pensamento e o amor são coisas distintas, têm a mesma natureza espiritual e são

inseparáveis. A nossa fé na Trindade divina é fundada na Sagrada Escritura.

Jesus Cristo mandou batizar, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em

nome de um Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, três Pessoas divinas (Ev. S. Mat.

XXVIII, 19). São João na sua l.a Ep. V, 7, escreve: «três são os que dão

testemunho no céu: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estes três são uma só

coisa».

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TRISTEZA, é um sentimento penoso e desagradável, produzido pela presença de

um mal físico ou moral. A tristeza, sendo imoderada e desordenada, pode tornar-

se nociva ou pelo menos inútil. Da tristeza imoderada podem resultar: a perda da

energia e do gosto para a investigação da verdade e para a prática da virtude,

inquietações de espírito, temores que tornam a alma pusilânime, frieza no

serviço de Deus e o desgosto de viver. Os principais meios de vencer a tristeza

são: a) julgar as várias provações da vida à luz da razão e da fé e não pelas

impressões desagradáveis que em nós produzem; b) afastar do espírito as

recordações incômodas; c) recrear o espírito e o corpo em passatempos honestos

e com pessoas doutas e alegres; d) recordar que os sofrimentos são ocasiões

favoráveis à aquisição de grandes méritos; e) confiar inteiramente em Deus,

nosso Pai infinitamente bom.

TURÍBULO, é um objeto de metal com correntes, que serve para fazer as

incensações nos atos litúrgicos.

TURIFERÁRIO, é aquele que, nas funções litúrgicas, se ocupa do turíbulo. Nas

procissões, o seu lugar é logo adiante da Cruz processional, quando na procissão

não vai o Santíssimo Sacramento ou alguma relíquia da paixão, porque indo, o

seu lugar é imediatamente diante do Santíssimo ou da relíquia.

U

ULTRAJE, é uma ação ou uma palavra pela qual se manifesta ou se provoca

desprezo por alguém. O ultraje é maneira condenável de defesa ou de ataque.

Quem se julga ofendido recorre aos meios que a caridade e a justiça lhe

oferecem para se desagravar.

UNIÃO HIPOSTÁTICA, é a união misteriosa da natureza divina e da natureza

humana, na Pessoa do Verbo divino com as duas naturezas distintas,

conservando cada uma os atributos que lhe são próprios.

USURA, é o lucro (juro) que provém de um empréstimo, só pelo fato do empréstimo.

É lícito receber juro moderado, que legalmente é de 6°/O, não sendo proibido

elevá-lo; mas a Igreja condena os juros imoderados, exigidos pela cobiça dos

usurários.

V

VAGABUNDO, é aquele que não tem domicílio ou quase domicílio em parte

alguma. O Pároco próprio de vagabundo é aquele em cujo lugar este se encontra.

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Quanto ao matrimônio dos vagabundos o Pároco, a não ser em caso de

necessidade, não assista sem licença do Bispo do lugar (C. 91, 94, 1022).

VANGLÓRIA, é o desordenado apetite de manifestar a própria excelência, de

ganhar a estima e os louvores dos homens. É filha da soberba.

VASO DE ABLUÇÕES, é um pequenino vaso, de vidro ou de prata com água,

que deve estar junto do sacrário para o sacerdote purificar os dedos, antes e

depois da comunhão aos fiéis. Com esse vaso deve haver um manustérgio para

enxugar os dedos.

Deve estar coberto e a água deve ser renovada com alguma frequência, deitando

se no sumidouro.

VASOS SAGRADOS, são os que, consagrados pelo Bispo, só podem servir para

os atos do culto divino.

VELAS. Para os atos litúrgicos devem ser de cera de abelha, na sua máxima parte, e

de cor branca, exceto nos ofícios da Semana Santa e nos Ofícios fúnebres, nos

quais é usada a cera amarela. Nas Missas rezadas devem ser duas as velas acesas

no altar, se o celebrante é um sacerdote de dignidade inferior ao Bispo, e não é

lícito acender quatro velas (S. C. R.). Podem acender-se mais de duas velas nas

Missas paroquiais e conventuais, mesmo rezadas. Nas Missas cantadas de

«Réquiem» devem acender-se ao menos quatro velas. Desde o fim do Sanctus

até depois da comunhão do Sacerdote, pode-se colocar uma vela acesa sobre o

altar, com o fim de avivar nos fiéis a lembrança da presença real de Jesus no

altar. Quando por falta de luz não se puder ler, é lícito ter junto do altar uma

terceira vela em castiçal. Para acender as velas, começa-se ao lado da Epístola

pela mais próxima da cruz; o mesmo se faz do lado do Evangelho. Para apagá-

las começa-se pela mais afastada da Cruz, primeiro ao lado do Evangelho e

depois ao lado da Epístola.

VERBO DIVINO, é o Filho de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

Assim o ensina o Evangelho; «No princípio era o Verbo e o Verbo estava junto

de Deus, e o Verbo era Deus. O Verbo fez-se homem e habitou entre nós e nós

vimos a sua glória, glória como Filho unigênito do Pai (Ev. S. Jo. 1,1,14). O

Verbo feito homem é Jesus Cristo.

VERDADE, é o objeto da inteligência; é por sua natureza um bem; o maior bem da

inteligência, o melhor guia da vontade. Muitos homens têm perante a verdade

religiosa uma atitude desconcertante. Se ela não os incomoda ficam indiferentes;

se os incomoda reagem ou opõem-lhe os erros mais evidentes e procuram fazer

calar, ou mesmo suprimir, quem a ensina. Não têm outra origem as perseguições

religiosas, quer gerais quer pessoais. O Evangelista São João diz que a graça e a

verdade foram trazidas por Jesus Cristo que disse: «Eu sou a verdade. Se vós

permanecerdes na minha palavra sereis verdadeiramente meus discípulos e

conhecereis a verdade e a verdade vos livrará» (Ev. S. Jo. XIV, 6; VIII, 31).

Os homens vivem escravizados às suas paixões, que os levam por caminhos

errados, porque não aceitam a verdade ensinada pela Religião de Jesus Cristo. A

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verdade de Jesus eleva os homens e os povos; os que depois caem são os que a

desprezam, pois é sempre verdade que só Jesus Cristo é a Luz do mundo e o Sal

da Terra.

VÉSPERAS, é o nome da quinta Hora do Ofício divino, que corresponde às seis

horas da tarde, segundo o modo de contar dos antigos.

VESTES LITÚRGICAS, são as que, benzidas pelo Bispo ou pelo Sacerdote,

só podem ser usadas nos atos do culto divino.

VESTIDOS. Excluam-se as mulheres da recepção dos Sacramentos se não se

apresentarem modestamente vestidas. Não se admitam como madrinhas quer no

Batismo quer na Confirmação, ou como testemunhas no matrimônio; sejam até

repelidas da igreja, se isso se pode fazer sem escândalo (C. P.).

VÉU DO CÁLICE, é um pano de seda que serve para cobrir o cálice e que deve

cobri-lo inteiramente pelo lado da frente, quando o Sacerdote leva-o para o altar.

VÉU DE OMBROS, é um pano de seda branca que o Sacerdote põe sobre os

ombros, quando dá a bênção do Santíssimo Sacramento e que o Subdiácono põe

também sobre os ombros, nas Missas cantadas desde o ofertório até ao fim do

Pater Noster. Nunca se pode dar a bênção sem o véu de ombros, o qual deve ser

sempre de cor branca, ainda que os paramentos sejam de cor diferente (S. C. R.).

VIA SACRA, é uma devoção que tem por objeto a contemplação dos sofrimentos,

cruz e morte de Jesus Cristo. Costuma ser ereta nas igrejas e capelas em que é

permitido dizer Missa. Só pode ser ereta por Sacerdote que tenha recebido essa

faculdade da Santa Sé ou do Geral dos Franciscanos e a faculdade está sujeita a

uma autorização do Bispo do lugar, dada por escrito para cada ereção. É

essencial que haja 14 cruzes de madeira benzidas no lugar em que se faz a

ereção, antes ou depois de estarem afixadas na parede; devem estar afixadas a

alguma distância umas das outras. As cruzes podem ser afixadas na parede por

qualquer pessoa, antes ou depois da bênção. Não é necessário colocar quadros

ou pinturas relativas à Paixão e Morte de Jesus. Se todas as cruzes, ou ao menos

metade delas, tiverem sido tiradas e substituídas, é preciso fazer nova ereção

canônica; se menos de metade, não é necessária nova ereção. Faz-se a Via Sacra:

visitando as 14 cruzes (estações), uma após outra, sem grande interrupção, e

meditando em cada estação, ainda que por pouco tempo, sobre a Paixão de

Nosso Senhor Jesus Cristo. São estas as condições necessárias para poder lucrar

as Indulgências que se ganhariam visitando pessoalmente as Estações da Via

Sacra em Jerusalém, as quais Indulgências são todas aplicáveis pelas almas do

Purgatório.

Na Via Sacra, feita em oratórios ou capelas domésticas, somente podem lucrar

Indulgências os seus proprietários, os seus parentes e seus criados, que morarem

nessa casa. Os doentes e as pessoas que se encontram numa real impossibilidade,

mesmo moral, de ir à Igreja fazer a Via Sacra, podem lucrar as mesmas

Indulgências, com a condição de terem na mão um crucifixo (não uma cruz

somente), benzido expressamente para esse efeito por quem para isso tenha

faculdade, e de recitarem com piedade e contrição 20 vezes o Pater Noster, Ave

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Maria e Gloria Patri; 14 vezes para recordar as 14 Estações, 5 em honra das

cinco chagas de Jesus Cristo e a última pelo Sumo Pontífice. Quando muitas

pessoas, legitimamente impedidas de visitar as Estações, recitam em comum os

Pater Noster, as Ave Maria e os Gloria Patri, basta que uma só, de entre elas,

tenha na mão um crucifixo devidamente benzido.

VIÁTICO, é a comunhão aos enfermos em perigo de morte. Em perigo de morte,

seja qual for a causa, os fiéis são obrigados a receber a Sagrada Comunhão e não

é necessário que o perigo seja certo; basta que seja provável. O Viático pode e

deve ser dado às crianças perigosamente enfermas, que tenham chegado ao uso

da razão. Para isso basta que saibam distinguir do alimento comum o Corpo de

Cristo e adorál-O com reverência (C. 854).

Ainda que o fiel tenha recebido a comunhão por devoção no mesmo dia, dando-

se o perigo de morte, deve ser muito exortado a que comungue outra vez por

Viático e, perdurando o mesmo perigo, é lícito e convém recebê-lo mais vezes,

em dias distintos, segundo o prudente conselho do confessor (C. 864).

VÍCIO, é a tendência habitual para o mal. Os vícios podem ser tantos como o número

dos deveres, porque a falta do cumprimento do dever é um mal. Um ato mau

isolado é uma falta; a repetição habitual desse ato constitui o vício, que é coisa

detestável e difícil de curar.

VIDA. Nascemos sem querer; morremos sem querer; vivemos ainda que não

queiramos; a vida não é nossa. É Deus quem nos dá a vida, no-la conserva e no-

la tira. O fim da nossa vida sobre a terra só em Deus se encontra. Vivemos para

Deus. É o que nos ensina o Apóstolo São Paulo, dizendo: «nenhum de nós vive

para si, e nenhum para si morre. Mas, se vivemos, para o Senhor vivemos; e se

morremos, para o Senhor morremos. Logo, ou vivamos ou morramos, do Senhor

somos» (Ep. Rom. XIV, 7, 8).

VIDA CRISTÃ. O que deve ser a vida cristã diz-nos o Apóstolo São Paulo, em

palavras que merecem a nossa maior atenção. «Não sabeis que sois templo de

Deus e que o espírito de Deus habita em vós? (Ep. I Cor. III, 16). Andai segundo

o espírito (de Deus) e não satisfareis os desejos da carne, porque a carne tem

desejos contrários ao espírito (Ep. Galat. V, 16). Rogo-vos que andeis como

convém à vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão,

com paciência, suportando-vos uns aos outros em caridade, solícitos em

conservar a unidade do espírito que é o vínculo da paz, sendo um só corpo e um

só espírito, como fostes chamados numa só esperança da vossa vocação» (Ep.

Efes. IV, 1, 4). E o Apóstolo São Pedro escreveu: «Vós, pois, aplicando todo o

cuidado, ajuntai à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança,

à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor de vossos

irmãos e ao amor de vossos irmãos a caridade» (ou o amor de Deus) (Ep. II, São

Pedro I, 5, 6, 7).

Admirável programa de vida cristã! Se os cristãos o seguissem, se quisessem

respeitar a sua dignidade de cristãos, faziam uma vida tão perfeita que os

distinguiria muito sensivelmente dos que não o são e edificá-los-iam até ao

ponto de glorificarem a Deus e de se converterem.

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VIDA ETERNA, é a felicidade do homem, é a sua aspiração suprema. Só a pode

realizar depois da vida terrena, vendo Deus, amando-O, gozando-O eternamente.

Para consegui-la é necessário crer e praticar o que Jesus Cristo ensinou. Assim o

disse Ele: «Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida

eterna» (Ev. S. Jo. V, 21). Se queres entrar na vida eterna guarda os

mandamentos» (Ev. S. Mat. XIX, 17).

VIDA RELIGIOSA, é um gênero de vida fundada sobre o Evangelho e aprovada

pela Igreja, que tem por fim procurar a perfeição da vida cristã, pela prática dos

três votos — pobreza, obediência, castidade — segundo Regras determinadas.

Os três votos de Religião são os meios mais próprios para conseguir a perfeição,

porque se opõem diretamente aos três grandes obstáculos da santidade. Pelo voto

de pobreza afasta-se a cobiça das riquezas; pelo voto de obediência afasta-se o

amor desordenado da vontade própria; pelo voto de castidade afasta-se o amor

dos prazeres sensuais.

VIDA SOBRENATURAL, é a vida do cristão habitualmente na graça de

Deus, procedendo sempre de harmonia com as virtudes teologais — Fé,

Esperança, Caridade — e com as virtudes morais — Prudência, Justiça,

Fortaleza, Temperança.

VIGÁRIO GERAL, é o eclesiástico que o Bispo escolhe para seu principal

auxiliar no governo da Diocese. Confere-lhe por isso participação do Poder

ordinário episcopal, mas não o Poder da Ordem se o Vigário não é Bispo. Os

Poderes do Vigário cessam com a morte do Bispo.

VIGÁRIO CAPITULAR, é o eclesiástico que o Cabido elege para substituir o

Bispo defunto, na administração da Diocese vaga. Deve ser eleito dentro de oito

dias, após a morte do Bispo; os seus Poderes cessam com a posse do novo

Bispo. Em alguns casos é o Papa quem nomeia o Vigário Capitular.

VIGÁRIOS PAROQUIAIS. São: a) Vigários substitutos, os que substituem o

Pároco na sua ausência (entre nós chamam-se Encarregados). b) Vigários

ecônomos, são entre nós chamados Encomendados, c) Vigários Coadjutores, são

também chamados Encomendados, d) Vigários cooperadores, são os chamados

Coadjutores.

VIGÍLIAS. Chamam-se assim às vésperas das grandes festas da Igreja — Natal,

Páscoa, Pentecostes, Assunção, Todos os Santos. A Igreja prescreve o jejum e a

abstinência nesses dias, com o fim de os fiéis se prepararem, pela mortificação

dos sentidos, para a celebração mais piedosa e mais espiritual, dessas grandes

solenidades.

VÍNCULO MATRIMONIAL, é um impedimento dirimente, que consiste em

os cônjuges estarem ligados por Matrimônio não legitimamente dissolvido. (C

1069).

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VINGANÇA, é um sentimento de revolta, que por vezes se traduz em ato contra

aquele que nos ofende. Não é um sentimento cristão. O Apóstolo São Paulo

escreveu: «Não torneis a ninguém mal por mal, procurando fazer bem a todos,

não só diante de Deus, mas também diante dos homens. Não vos vingueis a vós

mesmos. Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede dá-lhe de

beber. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem» (Ep. Rom.

XII. 17 e segs.). Fazer mal porque nos fazem mal nada remedeia, não alivia o

mal que nos fazem.

VINHO PARA A MISSA, deve ser feito de uvas maduras e não

substancialmente corrompido, ou azedo, nem com mistura de água ou de

qualquer outra substância que o faça perder a sua qualidade de vinho. Pode

receber uma adição de álcool, extraído do vinho, até chegar a 17 ou 18 graus,

contanto que a mistura se faça quando o mosto começa a ferver. Muito convém

que o vinho para a Missa seja preparado em casa dos Sacerdotes, ou por pessoas

recomendáveis pela sua virtude e piedade.

VIRGINDADE, é a perfeita castidade, ou a abstenção de toda a deleitação

venérea. Exclui todo o ato externo e todo o consentimento interno nos atos da

imaginação. Escreve o Apóstolo São Paulo: «Quanto às virgens, não tenho

mandamento do Senhor, mas dou conselho, como quem do Senhor alcançou

misericórdia para ser fiel (ministro seu). O que está sem mulher está cauteloso

das coisas que são do Senhor, de como há de agradar a Deus.

Ao contrário, o que está com mulher, está cauteloso das coisas que são do

mundo, de como há de dar gosto a sua mulher e (assim) está dividido.

E a mulher solteira e a virgem cuida das coisas que são do Senhor, para ser santa

no corpo e no espírito. Mas a que é casada cuida das coisas que são do mundo,

de como agradará ao marido» (Ep. I. Cor. VII 25. 32, 34). A virgindade não é

preceituada por Deus, mas, se alguém toma a resolução de ficar solteiro, não

reparta os seus cuidados pelas coisas que são do mundo; aplique-se às coisas que

diretamente são para louvar a Deus. Nem por isso será menos útil à família e à

sociedade, porque sobre elas atrairá as bênçãos de Deus edificando-as com os

exemplos da sua virtude e de vida santa.

VIRTUDE, é uma disposição estável das faculdades da nossa alma, inclinando-nos

a fazer o bem. Há virtudes naturais ou adquiridas, as quais provêem de

repetições de atos bons e dispõem as nossas faculdades a novos atos moralmente

bons.

Há virtudes sobrenaturais ou infusas, as quais são infundidas por Deus em nós,

ao mesmo tempo que a graça santificante e nos dão o poder de fazer atos

sobrenaturais. Há virtudes teologais, as quais têm por objeto imediato Deus, e

são: fé, esperança, caridade.

Há virtudes morais, as quais têm por objeto os bens criados e podem reduzir-se

às quatro virtudes cardeais de — prudência, justiça, fortaleza, temperança.

As virtudes morais podem ser adquiridas ou infusas e há entre elas relações tão

estreitas que, quando falta uma, as outras só existem em estado imperfeito. O

homem, sem as virtudes infusas ou em pecado mortal, pode conservar as

virtudes adquiridas ou de ordem natural; por isso, mesmo vivendo em pecado

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mortal, pode praticar virtudes que o façam naturalmente honesto — honesto para

o mundo mas não para Deus.

VISÃO BEATÍFICA, é a clara e intuitiva, mas não compreensiva, visão de Deus

face a face.

VISITA AD SACRA LÍMINA, é a visita que o Bispo de cada Diocese tem

obrigação de fazer periodicamente ao Papa, com o fim de informá-lo do estado

da sua Diocese, no que diz respeito à disciplina eclesiástica, à vida religiosa do

povo cristão e às relações da Igreja com o Estado. Por este meio o Papa assegura

a unidade da Igreja na diversidade dos povos.

VOCAÇÃO, é a escolha que Deus faz de cada um de nós para contribuirmos, no

estado em que nos quer, para Sua glória, para assegurarmos a nossa felicidade

eterna e para ajudarmos à salvação do próximo. Há três espécies de vocação: ao

estado matrimonial, que é o mais comum; ao estado religioso e sacerdotal; ao

estado celibatário. São meios de conhecer a vocação: a) ter desejos e sentir

atrativos para um determinado estado de vida (o que nem sempre constitui sinal

certo de vocação); b) pedir conselho ao Diretor espiritual; c) fazer oração nesse

sentido; d) estudar as obrigações do Estado que se deseja e se há as aptidões que

esse Estado exige; e) consultar a família.

VOCAÇÃO AO ESTADO SACERDOTAL, é um ato da Providência

sobrenatural, elegendo Deus alguns fiéis para o Sacerdócio e concedendo-lhes os

dotes precisos para exercerem dignamente o seu sagrado Ofício. O Apóstolo São

Paulo ensina que: «ninguém se intrometa no Ministério Sacerdotal, se antes não

foi chamado por Deus, como Aarão, para Sacerdote da Lei antiga». (Ep. Hebr.

V, 4). São meios ordinários de vocação: idoneidade para exercer os sagrados

Ministérios; impulso sobrenatural, inclinando ao Estado eclesiástico; eleição

feita pelos Superiores eclesiásticos.

VOTO, é uma promessa deliberada e livre, feita a Deus, de um bem possível e

melhor. Nem todas as promessas que fazemos a Deus têm a natureza de voto. Se

não temos intenção de nos obrigar a fazer o que prometemos, emitimos apenas

um propósito de fazer alguma coisa em honra de Deus, mas não foi um voto o

que fizemos.

Ha várias espécies de voto: a) público ou privado, conforme é ou não é aceite

em nome da Igreja pelo legítimo Superior eclesiástico; b) solene ou simples,

conforme é considerado pela Igreja; c) reservado, quando só a Sé Apostólica o

pode dispensar; d) pessoal, quando o que se promete é uma ação do vovente (o

jejum); e) real, quando se promete alguma coisa (a esmola); f) misto, quando o

que se promete é ao mesmo tempo uma coisa e uma ação do vovente; g)

temporário, perpétuo, condicional. O voto deve ser cumprido como se promete e

sem demora.

A Sagrada Escritura ensina: «Quando fizeres voto ao Senhor, não demores em

cumpri-lo, porque o Senhor, teu Deus, o exigirá, e, se tardares, a demora te será

imputada como pecado (Deut. XXIII, 21).

Se o voto é condicional, só obriga depois de satisfeita a condição; se é pessoal,

só obriga aquele que o fez; se é real e não foi cumprido em vida do vovente, a

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obrigação passa para os seus herdeiros, não obrigando mais do que a herança

permite. Por vários motivos a obrigação do voto pode cessar. Entre os motivos

está a dispensa dada em nome de Deus pela autoridade eclesiástica. O Papa pode

dispensar de todos os votos. O Bispo pode dispensar dos votos não reservados ao

Papa, que são: o voto privado de perfeita e perpétua castidade e o voto de entrar

em Ordem religiosa de votos solenes, quando feito de modo absoluto e depois de

completos 18 anos de idade. Os Confessores dos fiéis que tomam o Sumário

Geral dos Indultos Pontifícios concedidos a Portugal, durante o ano da sua

validade, podem comutar-lhes noutra obra pia todos os votos privados, exceto os

reservados ao Papa, e os feitos em favor de terceiro e por este aceitos, mediante

uma esmola entregue ao Executor Apostólico.

O voto solene de castidade, feito em Ordem Religiosa e o voto simples a que se

refere o Cânon 1073 são impedimentos dirimentes do Matrimônio. Os votos

simples de castidade, mesmo em Congregação Religiosa onde se fazem somente

votos simples, o de virgindade e o de receber Ordens Sacras, são impedimentos

impedientes do Matrimônio (C. 1058).

VULGATA. Chama se Vulgata à tradução latina da Bíblia, na sua maior parte obra

de São Jerônimo, declarada autêntica pelo Concílio de Trento. (Decreto sobre a

edição e uso dos Livros Sagrados, ses. IV).

Na composição da Vulgata entraram elementos de três origens diferentes:

Alguns provieram de antigas versões latinas que não foram revistas por São

Jerônimo, são estes os elementos deuterocanônicos do Antigo Testamento com

exceção dos livros de Tobias e Judite. Outros faziam parte de versões

anteriormente revistas pelo Santo Doutor; tais são os livros do Novo Testamento

e o Saltério chamado galicano. E, finalmente, também fazem parte da Vulgata

versões feitas por São Jerônimo diretamente sobre o texto original (hebreu e

caldeu); são deste grupo os livros protocanônicos do Antigo Testamento exceto

o Saltério, os livros de Tobias e Judite e as partes deuterocanônicas de Daniel e

de Ester.

Z

ZELO, é a chama do amor manifestando-se exteriormente pela ação. Quem ama a

Deus procura em tudo a sua maior glória; quem ama o próximo procura

contribuir o melhor que pode para a salvação da sua alma. Nisso consiste o zelo

cristão. O verdadeiro zelo é: a) sobrenatural, procurando em tudo a glória de

Deus; b) prudente, evitando o ardor do temperamento e as atitudes irrefletidas;

c) forte e corajoso, capaz de vencer os maiores obstáculos; d) paciente,

suportando os defeitos do próximo; e) constante e perseverante, não se deixando

dominar pelo desânimo; f) desprendido dos interesses próprios, sacrificando-os

na medida do possível; g) generoso, fazendo apostolado por meio da palavra e

do exemplo e auxiliando com trabalho ou com dinheiro, as várias obras de

caridade aprovadas pela Igreja.