dias de festas, com o bisneto de chamberlain - mackenzie.br · de benemérito da universidade...

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Conselho Universitário concede título a Waddell, Jr. 42 Mackenzie E m cerimônia realizada no Salão Nobre do Edifício João Calvino, 9º andar, o reverendo Richard Lord Waddell, Jr.recebeu a outorga de Benemérito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.A proposição, feita pelo vice-reitor, pro- fessor Pedro Ronzelli Júnior, tornou-se decisão unânime e mereceu convocação pela então reito- ra-professora Maria Lucia Vasconcelos, de sessão extraordinária do Conselho Universitário, em 16 de outubro de 2003. Coube ao reverendo Roberto Brasileiro Silva, presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, dirigir a devo- cional, na qual refletiu sobre as raízes genéticas e históricas do reverendo Waddell, Jr., baseando-se no segundo livro de Samuel, capítulo 9, versos de 133 anos 133 anos Pioneiros A o comemorar 133 anos de vida o Mackenzie recebeu a visita do reverendo Richard Lord Waddell, Jr., bisneto do casal Chamberlain, fundadores da Escola Americana (1870), que chegou a São Paulo em 14 de outubro de 2003, em companhia da esposa, Shirley Mae Ginther, procedentes dos Estados Unidos. A permanência de cinco dias foi programada para que participassem das come- morações de aniversário da instituição. Na confraternização com os membros da Administração Geral do Instituto Presbiteriano Mackenzie, o casal foi saudado pelo diretor-pre- sidente da Administração Geral do IPM, Custódio Pereira, que em sua fala fez menção ao aniver- sário do reverendo Waddell, Jr., 67 anos de idade, naquela data. Participaram da recepção os inte- grantes da direção da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Após o primeiro encontro, presentes os integrantes da direção da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o casal acompanhou, no 10º andar do Edifício João Calvino, a exibição do vídeo institucional. Os visitantes expressaram emoção no olhar e ao comentar algumas pas- sagens do vídeo. Como viveu 12 anos de sua infância e juventude no Brasil, Waddell, Jr.apren- deu a falar e a escrever com apreciável desen- voltura a Língua Portuguesa, servindo de intér- prete para a esposa, Shirley. Ao ver o vídeo institucional que mostra o jogador Oscar Schmidt, o maior cestinha do planeta, comandando a equipe brasileira de basquetebol na vitória sobre os norte-americanos em India- nápolis – conhecida como berço do basquete mun- dial –, na final do Pan-Americano de 1987, Waddell, Jr. exclamou:“Se eu soubesse que ele era mackenzista, não teria sofrido tanto!” Na decisão, o Brasil, comandado por Oscar, venceu Dias de festas, com o bisneto de Chamberlain Benemérito Waddell, Jr. e esposa comemoram no Brasil os 133 anos do Mackenzie Shirley ouve o discurso do marido. Richard Lord Waddell, Jr. disse: “Dedico a homenagem àqueles que deram forma e corpo à visão de Chamberlain, de meu avô e de meu pai”

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Page 1: Dias de festas, com o bisneto de Chamberlain - mackenzie.br · de Benemérito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.A proposição, feita pelo vice-reitor, pro- ... entre os quais

Conselho Universitário concede título a Waddell, Jr.

42 Mackenzie

Em cerimônia realizada no Salão Nobre doEdifício João Calvino, 9º andar, o reverendoRichard Lord Waddell, Jr. recebeu a outorga

de Benemérito da Universidade PresbiterianaMackenzie. A proposição, feita pelo vice-reitor, pro-fessor Pedro Ronzelli Júnior, tornou-se decisãounânime e mereceu convocação pela então reito-ra-professora Maria Lucia Vasconcelos, de sessãoextraordinária do Conselho Universitário, em 16 deoutubro de 2003. Coube ao reverendo RobertoBrasileiro Silva, presidente do Supremo Concílioda Igreja Presbiteriana do Brasil, dirigir a devo-cional, na qual refletiu sobre as raízes genéticas ehistóricas do reverendo Waddell, Jr., baseando-seno segundo livro de Samuel, capítulo 9, versos de

133 anos133 anos Pioneiros

Ao comemorar 133 anos de vida oMackenzie recebeu a visita do reverendoRichard Lord Waddell, Jr., bisneto do

casal Chamberlain, fundadores da EscolaAmericana (1870), que chegou a São Paulo em14 de outubro de 2003, em companhia daesposa, Shirley Mae Ginther, procedentes dosEstados Unidos. A permanência de cinco dias foiprogramada para que participassem das come-morações de aniversário da instituição.� Na confraternização com os membros daAdministração Geral do Instituto Presbiteriano

Mackenzie, o casal foi saudado pelo diretor-pre-sidente da Administração Geral do IPM, CustódioPereira, que em sua fala fez menção ao aniver-sário do reverendo Waddell, Jr., 67 anos de idade,naquela data. Participaram da recepção os inte-grantes da direção da Universidade PresbiterianaMackenzie. Após o primeiro encontro, presentesos integrantes da direção da UniversidadePresbiteriana Mackenzie, o casal acompanhou,no 10º andar do Edifício João Calvino, a exibiçãodo vídeo institucional. Os visitantes expressaramemoção no olhar e ao comentar algumas pas-sagens do vídeo. Como viveu 12 anos de suainfância e juventude no Brasil, Waddell, Jr. apren-deu a falar e a escrever com apreciável desen-voltura a Língua Portuguesa, servindo de intér-prete para a esposa, Shirley.

� Ao ver o vídeo institucional que mostra o jogadorOscar Schmidt, o maior cestinha do planeta,comandando a equipe brasileira de basquetebolna vitória sobre os norte-americanos em India-nápolis – conhecida como berço do basquete mun-dial –, na final do Pan-Americano de 1987,Waddell, Jr. exclamou: “Se eu soubesse que eleera mackenzista, não teria sofrido tanto!” Nadecisão, o Brasil, comandado por Oscar, venceu

Dias de festas,com o bisneto de Chamberlain

Benemérito

Waddell, Jr. e esposacomemoram no Brasil os133 anos do Mackenzie

Shirley ouve o discurso do

marido. Richard Lord Waddell, Jr.

disse: “Dedico a homenagem

àqueles que deram forma e corpo

à visão de Chamberlain, de meu

avô e de meu pai”

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Mackenzie 43

1 a 13: “Davi estaria dizendo a Mefibosete, filho deJônatas, neto de Saul: o seu pai me protegeumuitas vezes e a continuidade dessa obra é emrespeito àqueles que me protegeram”. Prosseguiu:“Nós somos continuadores da obra deChamberlain, da obra de Waddell e dos que poraqui passaram. Daqui a alguns anos virão outrosque continuarão a nossa obra”. O reverendoRoberto Brasileiro advertiu sobre o perigo daingratidão, que, a exemplo da erva daninha e docupim, pode levar a árvore mais frondosa à ruína.Concluiu: “Cabe a nós olharmos para trás eagradecermos sempre por aqueles que fizeram

alguma coisa por nós. Nada se constrói se asmãos não estiverem unidas”. Em seguida, convi-dou os presentes à oração, feita pelo reverendoLudgero Bonilha, secretário-executivo do SC/IPB.

Proponente da outorga, o vice-reitor RonzelliJúnior também foi relator da sessão solene doConselho Universitário, que de acordo com o arti-go 94 do Estatuto da UPM e dos artigos 202 e 203do Regimento Geral da universidade, concedeu aWaddell, Jr. o título de Benemérito. Destacou que olevantamento histórico no qual estava baseadofora elaborado e contextualizado pelo professorMarcel Mendes, assessor do diretor-presidente doInstituto Presbiteriano Mackenzie e de AntonioJosé do Nascimento Filho, do Centro Presbiterianode Pós-Graduação Andrew Jumper. Ao fim daleitura do relatório, a professora Maria LuciaVasconcelos conferiu a outorga.

Em sua fala, o reverendo Richard LordWaddell, Jr. disse que recebia a concessão pelagraça de Deus: “É claro para mim que a home-nagem tem que começar com Deus. Agradeçopela saúde e por ter tantos amigos que tenho aqui

no Brasil”. Dedicou a outorga a todos: professores,estudantes, administradores, diretores e fun-cionários que, no passado e também no presente,deram forma e corpo à visão e ao espírito deChamberlain, Waddell”. Finalizou: “O que possodizer é que estou profundamente grato, em nomede minha família e de meu irmão, que não podeestar aqui por circunstância de saúde. Obrigado,do fundo do meu coração!”

Também participaram da cerimônia ShirleyMae Waddell, esposa do outorgado, membros doIPM, entre os quais Custódio Pereira – diretor-pre-sidente, Antonio Bonato – diretor-financeiro, GilsonNovaes – diretor-administrativo, Jared Toledo Silva– diretor de Recursos Humanos, Nilson de Oliveira– diretor Educacional, Manassés Fonteles,Cassiano Nunes Barbosa, Guilherme Simon eAthos Vieira de Andrade, membros do ConselhoDeliberativo. Pela UPM participaram o doutorOsvaldo Hack, então chanceler, e as professorasSandra Stump, coordenadora geral de Pós-Graduação, e Maria Luíza Atik, diretora daFaculdade de Filosofia, Letras e Educação.

por 120 a 115, obtendo a medalha de ouro.� Os visitantes viram o Plano Diretor, asaquisições do Mackenzie e se impressionaramcom o crescimento da instituição e com o tama-nho do terreno do campus Tamboré – 750 mil m2.Em seguida, acompanhados de representantesda direção geral – entre eles Athos Vieira deAndrade, do Conselho Deliberativo, OsvaldoHack, então chanceler, Maria Lucia Vasconcelos,

no exercício da reitoria, Roque Theophilo Júnior,diretor da Escola de Engenharia, Gilson Novaes,diretor-financeiro do IPM – caminharam até osPrédios 5 e 6 para o descerramento da placacom dados biográficos de seu avô, William AlfredWaddell, fundador e primeiro diretor da Escolade Engenharia Mackenzie.� O reverendo doutor Alderi Souza de Matos,coordenador de Teologia Histórica do Centro

Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper,contou sobre pesquisa e livro publicados que falamsobre os missionários presbiterianos vindos aoBrasil até 1900. Acerca do avô de Waddell, Jr. re-velou: “Dizem os historiadores que ele se destacoutanto pelas qualidades de pastor, administrador eengenheiro, quanto pela personalidade forte e pelaliderança que exercia sobre colegas norte-ameri-canos e brasileiros”.

Richard e Shirley em frente à

placa de homenagem a

William Alfred Waddell, nome

lembrado com a inauguração

do Edifício Waddell, o Prédio

6, da Engenharia. Ao lado, o

professor Roque Theophilo

presenteia Waddell, Jr. com

botton do Mackenzie. No

rodapé, o homenageado

observa a outorga recebida

das mãos da professora

Maria Lucia Vasconcelos

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Richard Lord Waddell, Jr. e a esposa, Shirley,viajaram no tempo, até 1870, e assistiram àfundação do Mackenzie, na dramatização

em homenagem a eles, exibida por alunos daEducação Infantil, apresentada nas quadras cober-tas do Prédio 38, em 15 de outubro de 2003, osegundo dia de visita do casal ao Mackenzie SãoPaulo. Tanto Richard quanto Shirley ficaramcomovidos com as saudações recebidas. A peçaencenada pelos alunos, como um bolo, teve ocreme da surpresa e o recheio da singeleza.Váriasvezes o casal enxugou as lágrimas. Os home-nageados ficaram mais comovidos ao verem cri-anças interpretando os casais William Waddell /Laura Annesley e Richard Lord Waddell / MargaretGrotthouse, respectivamente seus avós e pais. Ascenas mostravam a contribuição deixada no Mac-kenzie por seus antepassados. No final, os alunoscantaram parabéns a Waddell, Jr., que havia com-pletado 67 anos em 14 de outubro, presentearam ocasal com lembranças, tiraram fotos, conversaram,receberam e deram abraços. A homenagem teve aparticipação do Coral Infantil, regido por ClaudiaSoccio Mussi, e do Infanto-Juvenil do Mackenzie,sob a regência de Júnia Chagas. Ambos foram

44 Mackenzie

acompanhados ao piano por Sandra Boletti Vargas.Foram interpretadas as canções Paz e Comunhão,de Gladyr Cabral, arranjo de Mário e VivianeValladão, Enini, de Gaelic Folk Song, arranjo deCyndee Giebler, e Hine Mah Tov, de Hebrew FolkSong, arranjo de Henry Leck. Antes da dramatiza-ção, o reverendo Josué Alves Ferreira, capelão daEducação Infantil, fez a devocional, baseando suafala na segunda carta de Paulo a Timóteo, e nocapítulo 22, verso 6, de Provérbios. Observou:“Quando olhamos as crianças, podemos falar doamor de Deus e saber que Sua Palavra não voltavazia”. Pelo IPM estiveram presentes: CustódioPereira, diretor-presidente, Jared Toledo Silva, dire-tor de Recursos Humanos, Gilson Novaes, diretor-administrativo, além de professores e alunos doColégio Presbiteriano Mackenzie. � Em 15 de outubro de 2003 Richard e Shirley

visitaram o Mackenzie Tamboré, onde foram rece-bidos pelas professoras Vera Lúcia Mendes e OlgaBosniac, respectivamente diretora e secretária-geral do Colégio Presbiteriano Mackenzie.� Os visitantes assistiram à apresentação co-reográfica de alunas do Ensino Fundamental.� Optaram por caminhar pelo campus, a fim deconhecer as instalações e apreciar o verde pre-dominante na paisagem dos 750 mil metrosquadrados de área.� No caminho, alunos revelaram como estavamimpressionados por descobrir que a história doMackenzie estava viva, presente, caminhando aolado deles.� Catalina Cevallos Becker e Fernanda HouchSarra, da 4ª série do Ensino Fundamental I, pedi-ram autógrafo. “Achei-o uma pessoa muito espe-cial”, disse Fernanda, que prometeu guardar aassinatura em seu quarto.� Catalina ouviu a explicação de que se tratava deum descendente dos pioneiros e, feliz, revelou:“Vou guardar o autógrafo no meu mural”.� O casal se emocionou quando os alunos da 1ªà 4ª séries cantaram When you Believe, deWhitney Houston e Mariah Carey.� Estiveram presentes o professor Nilson deOliveira, diretor Educacional do Instituto Pres-biteriano Mackenzie, o capelão universitário Saulo

Volta ao tempo

Históri

Os dois casais revividos por crianças levam oshomenageados às lágrimas

A emoção de conhecernomes lidos nos livros dehistória do Mackenzie

133 anos133 anos Pioneiros

Abaixo, a professora Alice Mafra

homenageia o casal visitante.

Richard e Shirley se emocionaram

durante a dramatização dos alunos

e posaram com os pequenos

atores, que representaram os avós

e pais de Waddell, Jr

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Mackenzie 45

Marcos de Almeida, além de professores, alunos efuncionários do Mackenzie.� Rodrigo Alvarenga Boldrin, da 8ª série doEnsino Fundamental II, conversou com Waddell eexplicou-lhe as regras do Flag – Futebol, o esporteque diferentemente do futebol americano não tembola, mas a bandeirinha a ser resgatada. Achoulegal o papo com o bisneto dos pioneiros norte-americanos. Admirou-se: “Eles ainda estão aquidando amor e carinho para o colégio!”� Waddell, Jr., e Shirley apreciaram o cardápioleve, com muitas frutas, saladas e também a músi-ca ambiente tocada por alunos do CPM.� O visitante ganhou flores, retrato do reverendoWaddell feito pela aluna da 7ª série, Bilques Evelydos Santos, entregue pessoalmente, assistiu aovídeo e ouviu as crianças cantarem o hino doMackenzie.� A professora Vera Lúcia Mendes, diretora doCPM Tamboré, disse: “É grande a alegria de poderpensar o que ofereceríamos como homenagem,no momento em que estivéssemos juntos com oreverendo Waddell e sua esposa Shirley.� Foi importante para nós estarmos com elesaqui, juntamente com os alunos, para conheceremmelhor a história do nosso querido Mackenzie.”� O professor Nilson Oliveira, diretor Educacional,afirmou: “O reverendo Richard representa para nósnão somente a história, a memória do Mackenzie.Ele é também estímulo para prosseguirmos com aescola, fundada em 1870, pelo seu bisavô.Representa para nós a certeza de que oMackenzie é a escola do futuro.

Richard Lord Waddell, Jr.

a viva

Filho da norte-americana MargaretGrotthouse e do brasileiro Richard LordWaddell, Waddell, Jr., tem fortes e impor-

tantes ligações com o Mackenzie. Bachareladoduas vezes nos Estados Unidos, o pai, pastorpresbiteriano graduado pelo Mackenzie, foimembro do Conselho Deliberativo (1952 a 1960)e, como primeiro brasileiro a exercer a presidên-cia do Mackenzie (1960 a 1961), assinou aescritura de doação dos bens do MackenzieCollege feita pela Igreja Presbiteriana dosEstados Unidos à Igreja Presbiteriana do Brasil,na condição de representante da parte interve-niente. Baiano de Salvador, Waddell pai morou edeixou importantes obras nas cidades mineirasde Taiobeiras e Belo Horizonte, baianas deSanta Maria da Vitória e Sítio do Mato, e, noSudeste, nas capitais fluminense e paulista.

A peregrinação do pai levou Waddell, Jr.,norte-americano, nasci-do em 14 de outubro de1936, em Los Angeles,Califórnia, a viver 12anos de sua infância eadolescência no Brasil.Com isso, o filho deRichard Lord Waddellaprendeu a língua por-tuguesa, que fala e escreve com apreciáveldesenvoltura. Declara-se profundo admirador doBrasil, terra onde cultiva laços de amizade e pa-rentesco. É casado com Shirley Mae GintherWaddell, desde 1957, e pai de Christopher, nasci-do em 1972. Bacharelou-se em Artes (1958) noWithworth College, em Washington, e emTeologia (1962), na Califórnia, mesmo ano emque foi ordenado pastor presbiteriano, vinculado àPresbyterian Church in the USA. Em 1969, por-tanto um ano antes de obter mestrado emTeologia, transferiu-se para a United Church ofChrist, onde ocupou vários cargos de liderançaaté a aposentadoria, em 2002. Antes (1986) con-cluíra mestrado em Teologia.

Entre os feitos do reverendo William AlfredWaddell, avô de Waddell, Jr., estão a construçãodo Prédio 1, o Edifício Mackenzie, que hoje abrigao Centro Histórico Mackenzie, foi fundador e pri-meiro diretor da Escola de Engenharia Mackenzie,do Centro Acadêmico Horácio Lane e da Revista

de Engenharia Mackenzie. Ocupou, por duas ve-zes, a presidência do Instituto Mackenzie – depoisfoi seu presidente honorário. A respeito dos nomesde maior projeção da história do Mackenzie, dizia-se que “Chamberlain foi o fundador, Horacio Laneo dinamizador e Waddell o consolidador.” WilliamAlfred Waddell ingressou na linhagem do fundadorcasando-se, em segundas núpcias, com LauraAnnesley Chamberlain, filha de Mary e GeorgeChamberlain.Os bisavós de Richard Lord Waddell,Jr. foram Mary Annesley Chamberlain e GeorgeWhitehill Chamberlain, fundadores do ColégioProtestante, a Escola Americana. Nas palavras deBenedito Novaes Garcez: “O reverendo GeorgeChamberlain foi educador emérito, introdutor noBrasil do sistema de ensino intuitivo, fundador daprimeira Faculdade de Filosofia em São Paulo,organizador do Jardim da Infância, da CulturaFísica Esportiva no sistema educacional primário

de São Paulo, introdutordo sistema educacionalmisto no Brasil Império,abolidor do castigo físicona escola, criador dasBolsas de Estudo paraalunos pobres, introdutordo sistema democráticosem preconceitos de

raça, credo ou cor, em classes de meninos e meni-nas (mistas), fundador do Mackenzie” (LivroMackenzie, pp. 92 e 93). As biografias dos pio-neiros exigiriam espaço maior para a reproduçãoem dimensão mais profunda e extensa.

Seu trisavô foi o presbiteriano LawtonAnnesley, próspero comerciante de Albany, NY,que se tornou um dos primeiros benfeitores dainstituição, ao comprar de d. Maria Antonia daSilva Ramos extensa parte de sua chácara,para doar metade ao reverendo Chamberlain ea outra metade à Escola Americana. A porçãodos Chamberlain foi depois transferida para afamília Lane, vindo a constituir a conhecida“Chácara Lane”, mais tarde desapropriada pelaPrefeitura do Município de São Paulo. LawtonAnnesley fez parte, também, da comissão insti-tuída em 1887 pela Igreja Presbiteriana dosEstados Unidos para opinar sobre a doação deJohn Theron Mackenzie e sobre a instalação doque seria a futura Escola de Engenharia.

Lawton Annesley

comprou de d. Maria

Antonia parte de sua

chácara e doou metade

à Escola Americana

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“Deus estarásustentando”“Há 50 anos, em Santa Maria da Vitória, Bahia,

onde morei, não havia água encanada nem luz.

Vacas e galinhas passeavam soltas pelas ruas”

46 Mackenzie

Em entrevista exclusiva àrevista Mackenzie, RichardLord Waddel, Jr., residente no

Maine, Estados Unidos, relembrouum pouco do tempo de garoto emSanta Maria da Vitória, Bahia, hápouco mais de 50 anos. “Não tinhaágua encanada, luz ou aeroporto.Asvacas e as galinhas passeavam soltaspelas ruas. Falou da saudade do filhoChristopher, 31 anos, que mora emNova York, Estados Unidos, etrabalha com venda de anún-cios publicitários. Não é pas-tor evangélico como o pai e oavô, mas isso não incomodaWaddell, Jr. “Existem muitasformas de servir a Deus”, diz.Brincou com o fato de não terdado o nome de Richard aChristopher. “Richard Lordtem passado por gerações enós pensamos que seriademais que esse fosse tambémo nome no nosso filho. Porisso,é Christopher Lord.Se elequiser batizar seu filho comoRichard Lord,aí é com ele”.Ri,descontraído.

Sincero, revelou que nunca tevemuita ligação com os antepassados:“Eles estavam em minha mente,masuma coisa é tê-los na cabeça,outra édeixar passar para o coração.Agoraestão no meu coração... certamente

que sim!” Prosseguiu: “Tenho deconfessar que no início meusantepassados tinham muito maissignificado para o Mackenzie, doque para mim”. Filho de RichardLord Waddell, nascido em Salvador,BA, o primeiro brasileiro presidentedo Mackenzie, e neto de William

Alfred Waddell, fundador da Escolade Engenharia, Waddell, Jr. acabouafastado do Brasil.Primeiro foram osestudos que o levaram daqui,depoisos compromissos com sua igrejanos Estados Unidos. O reverendoWaddell, porém, sempre que podiavisitava a terra do pai.Veio em 1959,64, 87, 89, 93. De 1993 até hoje,alternadamente, um ano sim, outronão, até 1999, e agora, em 2003. Em1959 visitou, em São Paulo, a casado presidente do Mackenzie, PeterGarret Backer, que exerceu cargoentre 1952/1960. Em 1987 tentouconhecer a instituição, mas não foidessa vez que conseguiu. “Passeipelo Mackenzie num domingo, esta-va tudo fechado.” Dois anos maistarde, visitou o Colégio Presbi-teriano Mackenzie, em Brasília.Considera, pois, esta (2003), junta-mente com a esposa, Shirley Mae, aprimeira visita.

Na conversa que manteve com o repórter e oeditor da revista Mackenzie, minutos antes

da entrevista do marido, Shirley Mae Waddellcontou, em inglês – interpretada por Maria CéliaRehder, que presta serviços no CRT / Centro deRádio e Televisão Mackenzie – que é professoraaposentada, natural de Richland, no Estado deWashington, EUA. Disse que conhecera o Brasilem 1959, dois anos depois de casada, ocasiãoem que visitou Campinas, SP, e as cidades daBahia, onde Waddell, Jr. cresceu. Emocionou-se,novamente, ao recordar do teatrinho encenadopelos alunos da Educação Infantil do MackenzieTamboré, que mostrava George e Mary Annesleyna fundação da Escola Americana, além deRichard Lord Waddell – tudo representado pelascrianças vestidas a caráter (ver nesta edição).

Tentou explicar: “Quando se fica mais velha, chora-se mais...” Depois comple-tou: “Conhecendo a história e vendo a interpretação, pude sentir a presençadeles aqui”.

Divertiu-se ao relembrar da maneira como conheceu o marido. Ambosestavam no colégio, ensaiando a dramatização da história do nascimento deJesus. Richard era Joseph, Mary, uma aluna da escola. Shirley ri ao lembrar queembora na época namorasse outro rapaz, acabou casando com Joseph.

133 anos133 anos Pioneiros

Shirley conheceu Richard no NatalShirley conheceu Richard no Natal

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Decidiu conhecer melhor a insti-tuição plantada e cultivada pelospais, avós e bisavós, resgatar o passa-do da própria família. “Um parenteligou, meses atrás, interessado emsaber sobre antecedente nosso, osogro de Lawton Annesley – pai deMary,esposa de George Chamberlain–, e eu tenho em casa a fotografiadele,que foi o soldado mais jovem naguerra revolucionária dos EstadosUnidos contra a Inglaterra(1776/1783).” Foi nesse período querecebeu o convite para participardas comemorações dos 133 anos doMackenzie. Em conversas mediadaspelo professor Marcel Mendes, asses-sor do diretor-presidente CustódioPereira, com participação do intér-prete Miro – Severino Argemiro daSilva, gerente-financeiro do IPM –,Waddel, Jr. aceitou o convite. Contacomo se preparou:“Comecei a ler olivro de Benedito Novaes Garcez,que minha tia tinha me presenteado.Pesquisei também, pensando: se euvou para o Mackenzie, tenho queconhecer um pouco da história”.Veio e se sentiu recompensado.

Waddell, Jr. ficou lisonjeado em par-ticipar do evento: “O convite parafazer parte da festa do InstitutoPresbiteriano Mackenzie foi umahonra para mim”, comentou.

Revelando certa intimidade como Mackenzie e com o que vira noPlanejamento Estratégico, revelou:“Eu não sabia que era tão compactoe que vai ficar ainda mais, com pré-dios entre outros prédios, tudo issono futuro. Só agora tenho a visão dainstituição”. Conhecendo melhor oinstituto de educação, fundado porseus antepassados e vendo quea memória dos pioneiroscontinua viva e presentena atual administração,mostrou-se feliz.“Sinto-me muitobem sabendo que oMackenzie con-tinua com amesma visão.Então meussent imentosserão sempreos mais pro-fundos, por-

que tenho visão ampla, larga e de-dicada do povo brasileiro e de umaeducação que se expande. Não é sóo entendimento, mas também o cui-dado com a alma,com a visão dandoforma à tarefa do Mackenzie de edu-car”. Concluiu: “É a relação da fécom Deus. Pode continuar assimporque a tarefa está não só nas nos-sas mãos humanas. Está, principal-mente, nas mãos de Deus”.

Ao encerrar, deixou recado aosjovens mackenzistas:“Estudem bem,

não temam por estar entran-do em território no-

vo, porque Deussempre irá adi-

ante, convi-dando-nos aprocurar a-quilo que

p o d e m o saprender. Ain-

da que surjammudanças navida da institui-ção, nas desco-

bertas, em tudo,Deus estará à fren-

te, sustentando”.

Mackenzie 47