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Caderno Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª REGIÃO DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO PODER JUDICIÁRIO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Nº1166/2013 Data da disponibilização: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013. DEJT Nacional Tribunal Regional do Trabalho da 17ª REGIÃO MARCELLO MACIEL MANCILHA Desembargador Presidente e Corregedor ANA PAULA TAUCEDA BRANCO Desembargadora Vice-Presidente Rua Pietrângelo de Biase, 33 Centro Vitória/ES CEP: 29010190 Telefone(s) : (27) 3321-2400 ATOS DA PRESIDÊNCIA Ato ATO TRT 17.ª PRESI N.º 24/2013 A DESEMBARGADORA VICE-PRESIDENTE NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17.ª REGIÃO, no uso de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO o disposto no inciso XIII do art. 42 do Regimento Interno desta Corte; CONSIDERANDO a paralisação da categoria profissional dos vigilantes, a partir de 14 de fevereiro de 2013, com consequente fechamento de várias agências bancárias, notadamente no interior do Estado; CONSIDERANDO a extrema insegurança que essa situação provoca na verificação do cumprimento de pressupostos recursais objetivos; CONSIDERANDO o disposto no art. 7.º da Lei n.º 5.584/70 e nos arts. 789, § 1.º e 899, §§ 4.º e 7.º da Consolidação das Leis do Trabalho; CONSIDERANDO o permissivo legal do art. 775, caput , da Consolidação das Leis do Trabalho, que autoriza a prorrogação dos prazos em virtude de força maior, e CONSIDERANDO, por derradeiro, a necessidade de adoção de medidas visando a evitar o perecimento de direitos e possíveis prejuízos irreparáveis aos jurisdicionados, RESOLVE Artigo único. Prorrogar o prazo para recolhimento e comprovação dos depósitos recursais e judiciais, bem como das custas processuais, com vencimento em 14 e 15 de fevereiro de 2013, inclusive, para o primeiro dia útil subsequente. Publique-se no Diário Eletrônico da Justiça do TRT da 17.ª Região e no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho. Vitória-ES, 14 de fevereiro de 2013. Ana Paula Tauceda Branco Desembargadora Vice-Presidente no exercício da Presidência Edital EDITAL A VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 17.ª REGIÃO NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA, Desembargadora Ana Paula Tauceda Branco, no uso de suas atribuições legais e regimentais, e considerando a decisão proferida pelo Egrégio Tribunal Pleno, em Sessão Administrativa realizada em 06.02.2013, resolve tornar público o EDITAL DE ABERTURA DO II CONCURSO NACIONAL DE REMOÇÃO para o Tribunal Regional do Trabalho da 17.ª Região, no cargo de Juiz do Trabalho Substituto. I. O processo de remoção obedecerá aos critérios estabelecidos na Resolução n.º 21/2006, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, publicada no Diário Oficial da União de 02.06.2006, observada a errata publicada em 29.06.2006. II. O referido processo destina-se ao provimento de 01 (um) cargo vago no âmbito deste Tribunal. Código para aferir autenticidade deste caderno: 65285

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  • Caderno Judicirio do Tribunal Regional do Trabalhoda 17 REGIO

    DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA DO TRABALHO

    PODER JUDICIRIO REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    N1166/2013 Data da disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013. DEJT Nacional

    Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO

    MARCELLO MACIEL MANCILHA

    Desembargador Presidente e Corregedor

    ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Desembargadora Vice-Presidente

    Rua Pietrngelo de Biase, 33

    Centro

    Vitria/ES

    CEP: 29010190

    Telefone(s) : (27) 3321-2400

    ATOS DA PRESIDNCIA

    Ato

    ATO TRT 17. PRESI N. 24/2013

    A DESEMBARGADORA VICE-PRESIDENTE NO EXERCCIO DA

    PRESIDNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA

    17. REGIO, no uso de suas atribuies legais e regimentais,

    CONSIDERANDO o disposto no inciso XIII do art. 42 do Regimento

    Interno desta Corte;

    CONSIDERANDO a paralisao da categoria profissional dos

    vigilantes, a partir de 14 de fevereiro de 2013, com consequente

    fechamento de vrias agncias bancrias, notadamente no interior

    do Estado;

    CONSIDERANDO a extrema insegurana que essa situao

    provoca na verificao do cumprimento de pressupostos recursais

    objetivos;

    CONSIDERANDO o disposto no art. 7. da Lei n. 5.584/70 e nos

    arts. 789, 1. e 899, 4. e 7. da Consolidao das Leis do

    Trabalho;

    CONSIDERANDO o permissivo legal do art. 775, caput, da

    Consolidao das Leis do Trabalho, que autoriza a prorrogao dos

    prazos em virtude de fora maior, e

    CONSIDERANDO, por derradeiro, a necessidade de adoo de

    medidas visando a evitar o perecimento de direitos e possveis

    prejuzos irreparveis aos jurisdicionados,

    RESOLVE

    Artigo nico. Prorrogar o prazo para recolhimento e comprovao

    dos depsitos recursais e judiciais, bem como das custas

    processuais, com vencimento em 14 e 15 de fevereiro de 2013,

    inclusive, para o primeiro dia til subsequente.

    Publique-se no Dirio Eletrnico da Justia do TRT da 17. Regio e

    no Dirio Eletrnico da Justia do Trabalho.

    Vitria-ES, 14 de fevereiro de 2013.

    Ana Paula Tauceda Branco

    Desembargadora Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    Edital

    EDITAL

    A VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO

    TRABALHO DA 17. REGIO NO EXERCCIO DA PRESIDNCIA,

    Desembargadora Ana Paula Tauceda Branco, no uso de suas

    atribuies legais e regimentais, e considerando a deciso proferida

    pelo Egrgio Tribunal Pleno, em Sesso Administrativa realizada

    em 06.02.2013, resolve tornar pblico o EDITAL DE ABERTURA

    DO II CONCURSO NACIONAL DE REMOO para o Tribunal

    Regional do Trabalho da 17. Regio, no cargo de Juiz do Trabalho

    Substituto.

    I. O processo de remoo obedecer aos critrios estabelecidos na

    Resoluo n. 21/2006, do Conselho Superior da Justia do

    Trabalho, publicada no Dirio Oficial da Unio de 02.06.2006,

    observada a errata publicada em 29.06.2006.

    II. O referido processo destina-se ao provimento de 01 (um) cargo

    vago no mbito deste Tribunal.

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 2Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    III. Os requerimentos de inscrio devero ser formulados

    Presidncia deste Tribunal, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da

    publicao do presente Edital, considerando-se, para efeito de

    contagem do prazo, a data do protocolo neste Regional ou da

    postagem, via SEDEX, nos Correios, e endereados Secretaria-

    Geral da Presidncia, localizada na Rua Pietrngelo de Biase, n.

    33, 7. Andar, Centro, Vitria-ES, CEP 29010-190.

    IV. Os requerimentos devero ser instrudos com certido expedida

    pelo rgo de origem, contendo as seguintes informaes acerca

    do interessado:

    a) de obteno de vitaliciamento;

    b) de formulao de pedido de remoo junto origem;

    c) de que no responde a processo disciplinar;

    d) de que no retm, injustificadamente, autos em seu poder alm

    do prazo legal.

    V. A ausncia de quaisquer das informaes elencadas no item

    anterior acarretar o indeferimento da inscrio.

    VI. Publique-se no Dirio Oficial da Unio, no Dirio Eletrnico da

    Justia do Trabalho, no Dirio Eletrnico da Justia do Tribunal

    Regional do Trabalho da 17. Regio e no stio deste Tribunal na

    internet.

    Vitria-ES, 14 de fevereiro de 2013.

    Ana Paula Tauceda Branco

    Desembargadora Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    ASSESSORIA DE RECURSO DE REVISTA

    Despacho

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N RO-1300-90.2012.5.17.0191

    Processo N RO-1300/2012-191-17-00.8

    Recorrente CAIXA ECONOMICA FEDERAL

    Advogado Srgio Perini Zouain(OAB: 008863 ES)

    Recorrido JOVENIL DA CONCEICAO

    Plurima Autor JOVENIL DA CONCEICAO

    Advogado Luiz Eustaquio Herzog(OAB: 004877ES)

    Plurima Ru CAIXA ECONOMICA FEDERAL

    Plurima Ru CONSTRUTORA VERTI LTDA ME

    Plurima Ru R.C.A. EMPREENDIMENTOSIMOBILIARIOS LTDA

    Advogado Jos Roberto Cajado deMenezes(OAB: 011332 BA)

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    TRT 17 Regio

    RO-0001300-90.2012.5.17.0191 - TRT-17 Regio - Segunda

    Turma

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    Caixa Economica Federal

    Advogado(a)(s):

    Srgio Perini Zouain (ES - 8863)

    Recorrido(a)(s):

    Jovenil da Conceio

    Advogado(a)(s):

    Luiz Eustaquio Herzog (ES - 4877)

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Tempestivo o recurso(cincia da decisoem 24/10/2012 - fl. 253;

    petio recursal apresentada em 29/10/2012 - fl. 264, por meiodo

    Sistema Integrado de Protocolizao e Fluxo de Documentos

    Eletrnicos- e-DOC).

    Regular a representao processual - fl(s.) 273v-274.

    Contudo, o recurso de revista interposto encontra-se deserto,

    considerando que a recorrente juntou aos autos somente a

    fotocpia no autenticada da guia GRU (fl. 199), a qual se mostra

    imprestvel como prova do preparo, nos termos do disposto no

    artigo 830 da CLT.

    Ressalte-se, a propsito, apenas para resguardar posterior

    insurgncia, que no obstante a nova redao do referido artigo

    celetrio, no sentido de que "o documento em cpia oferecido para

    prova poder ser declarado autntico pelo prprio advogado, sob

    sua responsabilidade pessoal", verifica-se que o ilustre subscritor do

    apelo, in casu, assim no procedeu.

    Insta informar, ainda, que o conhecimento do recurso ordinrio no

    vincula a admissibilidade do recurso de revista ora em anlise.

    CONCLUSO

    DENEGO seguimento aorecurso de revista.

    Publique-se e intimem-se.

    Aps, Seo de Expedio e Protocolo de 2 Instncia-SEPEX2.

    DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    /gr-13

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N RO-10900-26.2012.5.17.0001

    Processo N RO-10900/2012-001-17-00.2

    Recorrente TELEMAR NORTE LESTE S/A

    Advogado Dcio Freire(OAB: 012082 ES)

    Recorrido TELEMONT ENGENHARIA DETELECOMUNICACOES S/A

    Plurima Autor TELEMONT ENGENHARIA DETELECOMUNICACOES S/A

    Advogado Amilcar Larrosa Moura(OAB: 034446RJ)

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 3Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    Plurima Ru TELEMAR NORTE LESTE S/A

    Plurima Ru WESLEY BARBOSA CRATZ

    Advogado Savio Gracelli(OAB: 006288 ES)

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    TRT 17 Regio

    RO-0010900-26.2012.5.17.0001 - TRT-17 Regio - Terceira Turma

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    Telemont Engenharia de Telecomunicaes S/A

    Advogado(a)(s):

    Amilcar Larrosa Moura (RJ - 34446)

    Recorrido(a)(s):

    Wesley Barbosa Cratz

    Advogado(a)(s):

    Savio Gracelli (ES - 6288)

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Tempestivo o recurso(cincia da decisoem 14/12/2012 - fl. 207;

    petio recursal apresentada em 07/01/2013 - fl. 209).

    Regular a representao processual - fl(s.) 103-104.

    Satisfeito o preparo -fl(s). 166-166v, 185, 185v, 205v-206 e 213.

    PRESSUPOSTOS INTRNSECOS

    Durao do Trabalho / Horas Extras.

    Alegao(es):

    - violao do(s) art(s). 62, I da CLT.

    Sustenta que no h falar em horas extras, tendo em vista que o

    quadro ftico delineado nos autos demonstra a inexistncia de

    fiscalizao da reclamada sobre a jornada diria exercida pelo

    reclamante.

    Consta do v. acrdo:

    "O Juzo de origem, sob o fundamento de que havia fixao e

    fiscalizao da jornada do Reclamante, afastou a aplicao do art.

    62, I, da CLT, deferindo ao Reclamante o pagamento de horas

    extras e reflexos (fl. 163 verso)

    Em sede recursal, a 2 Reclamada aduz que no devido o

    pagamento de horas extras, sob o argumento de que a funo do

    Reclamante - tcnico de ADSL - era completamente externa, o que

    impossibilitava o controle de jornada, o que atrai a aplicao do

    inciso I, do art. 62, da CLT.

    A 1 Reclamada, por sua vez, se insurge em face da condenao

    ao pagamento de horas extras alegando, em suma, que o

    Reclamante exercia a funo de instalador externo, no sendo

    possvel a fiscalizao de sua jornada. Alega que o fato de o

    Reclamante ligar para a empresa no encerramento de suas

    atividades nas descaracteriza a prestao de servio externo e a

    impossibilidade de controle de jornada. Afirma que o Reclamante

    saa de sua casa diretamente para o local dos servios e no

    comparecia empresa ao final da jornada, no sendo possvel o

    controle de horrio.

    Sem razo a Reclamada.

    Restando incontroverso nos autos que o Reclamante exercia

    atividade externa, a questo cinge-se verificao de existncia de

    impossibilidade de fiscalizao e controle de horrio, para fins de

    aplicao ou no do inciso I do art. 62 da CLT.

    Neste diapaso, revela-se de suma importncia atentar para as

    dizeres do inciso I, do artigo 62 da CLT, abaixo colacionado:

    No so abrangidos pelo regime previsto neste captulo:

    I - os empregados que exercem atividade externa incompatvel com

    a fixao de horrio de trabalho, devendo tal condio ser anotada

    na Carteira de Trabalho e Previdncia Social e no registro de

    empregados;

    Dessa forma, o cerne da questo encontra-se no mbito gramatical,

    ante o fato de que o inciso I, do artigo acima, trata-se de orao

    subordinada adjetiva restritiva, que so aquelas que restrigem o

    significado de alguma palavra na orao. No vm separada do

    resto do perodo por vrgula.

    Entende-se, a partir de ento, que a fixao da jornada de trabalho

    a regra e a exceo s se aplica aos trabalhadores exercentes de

    atividade externa se a atividade for incompatvel com a fixao de

    horrio de trabalho.

    Os empregados que exercem a atividade de instalao e reparo de

    internet (velox) no se incluem nesse conceito. No decorrer de sua

    jornada de trabalho, recebem ordens de servio e tm monitorado o

    tempo gasto em cada atendimento.

    De forma alguma o empregado desta rea tem livre arbtrio com

    relao aos atendimentos executados, pois sempre seguem as

    determinaes do empregador quanto aos prazos estipulados para

    as instalaes, no podendo ultrapassar um tempo previamente

    estabelecido. Seguindo essa lgica, bvio que a fixao de

    jornada plenamente compatvel com essa funo.

    O preposto da Reclamada afirmou que (fl. 160):

    (...) que o autor encerrava s 17:30horas; que a quantidade de

    ordens de servios efetuadas pelo autor variava de uma a quatro ou

    cinco, dependendo do tipo de servio; (...) ; que o autor poderia

    pegar todas as ordens de servio no incio do dia e, se as

    conclusse, poderia pegar outras no decorrer do dia; que havia um

    prazo mximo para concluso dos servios, que poderia ser de 01 a

    07 dias; que o prazo para o autor cumprir cada OS era o prazo para

    concluso dos servios; que havia supervisor na rea do autor; que

    o supervisor no fiscalizava o horrio de trabalho do autor; que

    normalmente os instaladores no pegavam OS a partir das 16horas

    para no extrapolar o horrio; (...)

    Ora, a simples afirmao do preposto que o Reclamante encerrava

    suas atividades s 17h30, no podendo assumir novas ordens de

    servio depois das 16 horas, a fim de no extrapolar o horrio,

    constitui elemento convincente sobre a existncia de controle de

    jornada.

    Adema is , a t es temunha do Rec laman te comprovou ,

    satisfatoriamente, que a Reclamada detinha controle sobre os

    servios executados, ao afirmar que havia horrio para

    cumprimento de cada ordem de servio repassada e que, a cada

    tarefa cumprida, os empregados ligavam para a empresa para

    comunicar o trmino do servio. Confira-se (fl. 160 verso):

    (...) que todo servio tinha hora de vencimento, havendo cobrana;

    que normalmente tinham cerca de 01 ou 02horas para cumprir cada

    OS; que os horrios de vencimentos eram fixados pela segunda r,

    sendo variveis; que a cobrana de cumprimento da concluso da

    OS era por telefone; que aps concluir o servio preenchiam um

    relatrio e ligavam para o CLD para fechar a OS; que o horrio

    limite para passar OS era 17:30horas (...)

    A prova oral, portanto, no deixa dvidas acerca da viabilidade de

    controle e fiscalizao sobre a efetiva prestao laboral, tornando

    possvel, desta forma, mensurar a quantidade de horas extras

    prestadas, o que afasta, por corolrio lgico, o inciso I do art. 62, da

    CLT.

    Mantenho, portanto, a r. sentena no tocante ao deferimento de

    horas extras, por seus prprios fundamentos.

    Nego provimento."

    Tendo a C.Turma manifestado entendimento no sentido de "A

    prova oral, portanto, no deixa dvidas acerca da viabilidade de

    controle e fiscalizao sobre a efetiva prestao laboral (...)" ,

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 4Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    verifica-se que, no obstante a afronta legal aduzida, invivel o

    apelo, uma vez que a matria, tal como tratada no v. acrdo e

    posta nas razes recursais, reveste-se de contornos nitidamente

    ftico-probatrios, cuja reapreciao, em sede de recurso de

    revista, diligncia que encontra bice na Smula 126/TST.

    CONCLUSO

    DENEGO seguimento aorecurso de revista.

    Publique-se e intimem-se.

    Aps, Seo de Expedio e Protocolo de 2 Instncia-SEPEX2.

    DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    /gr-13

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N RO-34200-86.2011.5.17.0151

    Processo N RO-34200/2011-151-17-00.9

    Recorrente MARCOS ANTONIO EDUARDO

    Advogado Felipe Silva Loureiro(OAB: 011114 ES)

    Recorrido IFS VITAL DO BRASIL ALIMENTOSLTDA-ME

    Advogado Lizonete Machado Guarnier(OAB:006728 ES)

    Plurima Ru ALUSA ENGENHARIA S.A.

    Advogado Jorgina Ilda Del Pupo(OAB: 005009ES)

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    TRT 17 Regio

    RO-0034200-86.2011.5.17.0151 - TRT-17 Regio - Terceira Turma

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    1.Marcos Antonio Eduardo

    Advogado(a)(s):

    1.Felipe Silva Loureiro (ES - 11114)

    Recorrido(a)(s):

    1.IFS Vital do Brasil Alimentos Ltda - ME

    2.Alusa Engenharia S.A.

    Advogado(a)(s):

    1.Lizonete Machado Guarnier (ES - 6728)

    2.Jorgina Ilda Del Pupo (ES - 5009)

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Tempestivo o recurso(cincia da decisoem 14/12/2012 - fl. 249;

    petio recursal apresentada em 14/12/2012 - fl. 251, por meio do

    Sistema de Protocolo Integrado - Prov. TRT-17SECOR 01/2005,

    cap. 2, pub. DO 21.03.05).

    Regular a representao processual - fls. 8.

    Inexigvel o recolhimento de custas, uma vez que a sucumbncia

    parcial no onera a parte recorrente, no particular - fls. 126-127 e

    247v-248.

    PRESSUPOSTOS INTRNSECOS

    Responsabilidade Solidria/Subsidiria.

    Alegao(es):

    - contrariedade (s) Smula(s) 331/TST.

    - violao do(s) art(s). 455 da CLT.

    - divergncia jurisprudencial.

    Consta do v. acrdo:

    "Na inicial, narrou , o Reclamante , haver sido contratado em

    15/06/2010 pela 1 R eclamada, IFS VITAL DO BRASIL , para

    prestar servios de 'porteiro' 2 Reclamada , ALUSA

    ENGENHARIA S.A. , sendo imotivadamente dispensado em

    15/11/2010. Por fim, pediu que fossem condenadas solidariamente

    as Reclamadas.

    A MM. Juza afastou a responsabilidade subsidiria da 2

    Reclamada, sob o fundamento de que o contrato entre as

    Reclamadas estaria configurado em um acordo de prestao de

    servios e que a 2 Reclamada no auferiu benefcios com os

    servios prestados pelo Reclamante.

    A sentena no merece reparo.

    Em sua tese de defesa, a 2 Reclamada atesta que a terceirizao,

    sob anlise, estaria configura em sua forma lcita, pois no houve

    terceirizao de atividades-fim.

    No Direito do Trabalho moderno, permeado pelas terceirizaes que

    ensejaram a edio da Smula n. 331 do TST, no s o

    empregador quem pode ser acionado em juzo, mas tambm os

    tomadores dos servios, contra os quais oponvel, ao menos em

    tese, a pretenso de que respondam solidria ou subsidiariamente

    pelas verbas trabalhistas inadimplidas.

    Contudo, analisando os servios contratados tem-se, pois que no

    guardam relao direta com a atividade-fim - e qui meio - da 2

    Reclamada (Alusa) suposta tomadora dos servios, cujo objeto

    social (fl. 102) a execuo de servios e obras de engenharia.

    No h, no caso em apreo, lucro ou ilegalidade na contratao de

    outra empresa, o que afasta a responsabilizao subsidiria da 2

    Reclamada que no usufruiu da fora de trabalho do Reclamante

    para obter lucro, nos termos do que dispe a Smula n. 331 do eg.

    TST.

    incontroverso que a 2 Reclamada firmou contrato com a 1

    Reclamada. Todavia, o contrato havido entre as Reclamadas no

    visa a prestao de servios terceirizados relacionados a sua

    atividade empresarial.

    Frise-se: a 2 Reclamada contratou a 1 Reclamada somente para

    fornecimento de alojamento e alimentao, nos termos do que

    dispem as clusulas 1 e 2 do contrato (fls. 82-83).

    Neste contexto, se o Reclamante na funo de porteiro pretende a

    condenao, seja solidria ou subsidiria, da 2 Reclamada que to

    somente utilizou do alojamento e alimentao fornecidos pela 1

    Reclamada significa em uma comparao esdrxula a pretender

    que um empregado de um hotel almeje reconhecimento de vnculo

    com um hspede, o que totalmente inconcebvel por tratar-se de

    relao alheia a relao empregatcia.

    Desta feita, comungo do entendimento do Juzo de piso que assim

    decidiu:

    A terceirizao o fenmeno no qual a empresa de prestao de

    servio coloca-se como intermediria entre o trabalhador e a outra

    empresa que utiliza de sua mo-de-obra (tomadora).

    No o caso dos autos.

    Aqui, a Alusa Engenharia (segunda reclamada) contratou a primeira

    (Vital do Brasil Indstria e Comrcio de Alimentos Ltda) somente

    para fornecimento de alojamento e alimentao, nos termos das

    clusulas primeira e segunda do contrato (fs. 82/83).

    Deste modo, inexistindo qualquer benefcio auferido pela segunda

    reclamada com a prestao de servio do reclamante, no h falar

    em responsabilidade subsidiria.

    Por tal razo, nego provimento."

    Ante o exposto, no se verifica, em tese, violao literalidade do

    dispositivo legal invocado, conforme exige a alnea "c" do artigo

    896 Consolidado.

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 5Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    O aresto transcrito s fl. 253-4,proveniente dergo noelencado

    na alnea "a", do art. 896, da CLT, mostra-seinservvel

    demonstrao do pretendido confronto de teses, o que inviabiliza o

    prosseguimento do recurso, no aspecto.

    Ademais,a Smula 331 do TSTmostra-se inespecfica

    configurao da pretendida divergncia interpretativa, porquanto

    aborda situao de contratos de prestao de servio, hiptese

    diversa da tratada no caso dos autos, em que houve contratao

    para fornecimento de alojamento e alimentao, inexistindo

    qualquer benefcio auferido pela segunda reclamada com a

    prestao de servio do reclamante (S. 296/TST).

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Partes e

    Procuradores / Sucumbncia / Honorrios Advocatcios.

    Alegao(es):

    - violao do(s) art(s). 133 da CF.

    - violao do(s) art(s). 386 do CC, 20 do CPC.

    Requer a reforma da deciso para que a verba honorria incida no

    percentual de 20% sobre o valor da condenao.

    Consta do v. acrdo:

    A sentena de piso julgou improcedente o pleito autoral de

    condenao das Reclamadas ao pagamento de honorrios de

    advogado, sob o fundamento de que estariam ausentes os

    requisitos do artigo 14 da Lei 5.584/70.

    O Reclamante inconformado recorre da sentena requerendo sua

    reforma para que a Reclamada seja condenada ao pagamento da

    verba honorria.

    Com parcial razo o Reclamante.

    A percepo dos honorrios advocatcios no est regulada apenas

    pela Lei n. 5.584/70, mas tambm assegurada pelo artigo 133 da

    Carta Republicana c/c o artigo 20 do CPC.

    Portanto, de planoe a despeito de o Reclamante estar ou no

    assistido pelo Sindicato de sua categoria profissional -, debruar-me

    -ei naqueles que, a meu ver, constituem os fundamentos da

    condenao em honorrios advocatcios na Justia do Trabalho.

    Vejamos:

    Primeiramente, registro que no comungo do entendimento de que

    os honorrios advocatcios s sero devidos quando houver

    assistncia pelo sindicato da respectiva categoria, porquanto, a meu

    ver, restritiva a interpretao que se d Lei n. 5.584/70, j que

    os seus artigos 14 e seguintes destinam-se, to somente, a tratar da

    Assistncia Judiciria Gratuita prestada pela entidade sindical,

    inexistindo qualquer determinao legal de que os Honorrios

    Advocatcios somente sejam devidos nas hipteses de existncia de

    assistncia sindical.

    Nesse sentido, embora o artigo 14 da referida lei tenha assentado

    que a assistncia judiciria gratuita a que se refere Lei n.

    1.060/50 ser prestada pelo sindicato da categoria profissional do

    trabalhador, na mesma Lei n. 5.584/70, o artigo 19 impe

    entidade sindical a obrigao de disponibilizar ao empregado o

    patrocnio gratuito da demanda, sob pena de pagamento de multa

    prevista na alnea a do artigo 553 da CLT.

    No vislumbro, portanto, qualquer vedao na legislao em

    anlise, mas unicamente uma imposio de obrigatoriedade de

    assistncia sindical aos empregados que requeiram o benefcio aos

    seus respectivos sindicatos, sem que, contudo, a lei tenha ousado

    retirar do trabalhador o direito de eleger o advogado que entenda

    melhor defender os seus direitos.

    Inclusive e nessa quadra, diversamente do que grande parte da

    jurisprudncia cristalizada defende, o artigo 16 da Lei n. 5.584/70

    reza que a verba honorria deve ser paga pela parte vencida,

    trazendo a exceo de que na hiptese de prestao de assistncia

    judiciria gratuita pelo sindicato da categoria, os honorrios sero

    revertidos referida entidade sindical.

    Alis, o princpio da sucumbncia to presente no processo do

    trabalho que, no caso de os pedidos do Autor da ao trabalhista

    serem julgados totalmente improcedentes, ele condenado em

    custas processuais e no pagamento de eventual prova pericial

    produzida.

    Em seguida , saliento que a aplicao do princpio da sucumbncia

    no Processo do Trabalho, no impede, de forma alguma, que se

    conceda a assistncia judiciria gratuita, mesmo nas situaes em

    que inexista assistncia sindical.

    Isto porque tenho como descabida a invocao, exclusivamente, da

    Lei n. 5.584/70 para a concesso do benefcio da assistncia

    judiciria gratuita, eis que seus dispositivos que regulavam tal

    matria foram derrogados pela Lei n. 10.288/01, a partir do

    momento que incluiu o 10 no artigo 789 da CLT, posteriormente

    extrado de tal dispositivo legal pela Lei n. 10.537/02 que,

    paralelamente, trouxe a seguinte redao ao 3 do artigo 790 da

    CLT:

    3 facultado aos juzes, rgos julgadores e presidentes dos

    tribunais do trabalho de qualquer instncia conceder, a

    requerimento ou de ofcio, o benefcio da justia gratuita, inclusive

    quanto a traslados e instrumentos, queles que perceberem salrio

    igual ou inferior ao dobro do mnimo legal, ou declararem, sob as

    penas da lei, que no esto em condies de pagar as custas do

    processo sem prejuzo do sustento prprio ou de sua famlia.

    Assim, sendo reconhecido, no Processo do Trabalho, o direito a

    assistncia judiciria gratuita - independentemente da assistncia

    sindical! -, ao trabalhador pobre, assistido por advogado particular,

    no dever arcar com os custos do advogado da parte vencedora,

    eis que sofreria mais uma diminuio patrimonial, mais um prejuzo,

    aps ter tido que recorrer ao Judicirio para ter reconhecido e pago

    o seu direito.

    Alis, entendimento contrrio parece-me constituir afronta ao

    princpio constitucional do acesso justia, eis que o trabalhador

    pobre estaria inibido de provocar o Judicirio Trabalhista como

    forma de ter o reconhecimento, na maior parte das vezes, a direito

    fundamental de ndole scio trabalhista.

    Esta uma das razes pelas quais tenho que eventual tese de

    sucumbncia recproca, no Processo do Trabalho, firmada com

    base no 4 do artigo 789 da CLT, indevida, posto que tal

    dispositivo h de ser lido restritivamente, ou seja, s em relao s

    custas processuais, no havendo que se aplicar a regra do artigo 21

    do diploma processual de uso subsidirio, eis que neste ramo do

    Direito a sucumbncia no proporcional.

    Nessa perspectiva - em prestgio ao princpio constitucional da

    igualdade, h que se tratar desigualmente os desiguais -, oportuno,

    inclusive, utilizar, analogicamente, o artigo 129 da Lei n. 8.213/91

    para as lides trabalhistas em que ao trabalhador foi concedido o

    benefcio da assistncia judiciria gratuita.

    Mais outro fundamento para a condenao em honorrios

    advocatcios na Justia do Trabalho, est na prpria Carta

    Republicana que, em seu artigo 133, assegura o direito de exerccio

    da profisso de advogado queles efetivamente habilitados,

    destacando a essencialidade da atuao desse profissional em

    qualquer instncia, motivo alis, pelo qual a interpretao e

    aplicao do artigo 791 da CLT h de ser feita de modo conforme

    Constituio, ou seja, sem afastar a regra da indispensabilidade do

    advogado, cujo ofcio tem tambm por escopo proporcionar o

    acesso justia e a igualdade das partes na defesa de seus

    interesses.

    Ademais, h tambm que se ressaltar a necessidade de sustento e

    manuteno do profissional da advocacia, tambm na forma do

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 6Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    artigo 22 da Lei n. 8.906/94 (EAOAB).

    Conclui-se, portanto, que a parcela honorria assumiu contornos

    diferenciados com uma nova forma de sociedade e ante a

    complexidade que, corriqueiramente, envolve as lides trabalhistas e

    as celeumas processuais dessa Justia Especializada, de modo a

    no admitir ensaios adotados por amadores nas questes

    relacionadas ao Direito Constitucional e Processual do Trabalho.

    Trata-se, na verdade, de efetivar o acesso Justia e fazer valer a

    Ordem jurdica; interesses do prprio Estado.

    Pisados os fundamentos para a condenao em honorrios de

    advogado no Processo do Trabalho, registro, ainda, que a meu ver,

    no que concerne ao percentual devido a esse ttulo , seria o de 20%

    (vinte por cento) sobre o valor da condenao. E, justifico o

    percentual ora aplicado, haja vista que aquele previsto na Lei n.

    1.060/50 (15%) se refere ao valor lquido apurado na execuo,

    enquanto que o Cdigo de Processo Civil de 1973, dando novos

    contornos ao instituto, facultou ao magistrado a sua fixao at o

    limite de 20% sobre o valor da condenao.

    No entanto, fui vencida quanto ao percentual, nos termos do voto do

    Redator Designado, que passo a transcrever:

    No obstante concordar com a Exm relatora quanto condenao

    da reclamada ao pagamento dos honorrios, divirjo quanto ao

    percentual arbitrado.

    Isso porque, objetivando a uniformizao da r. deciso, limito os

    honorrios advocatcios a 15% sobre o valor da condenao, a teor

    do artigo 20 do CPC e artigo 133 da Constituio Federal, aplicando

    -se analogicamente o Art. 14 da Lei 5.584/70 apenas para

    padronizar o percentual da verba de sucumbncia.

    Dou parcial provimento.

    Ante o exposto, no se verifica, em tese, violao literalidade dos

    dispositivos legais econstitucional invocados, conforme exige a

    alnea "c" do artigo 896 Consolidado.

    CONCLUSO

    DENEGO seguimento aorecurso de revista.

    Publique-se e intimem-se.

    Aps, Seo de Expedio e Protocolo de 2 Instncia-SEPEX2.

    DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    /gr-13

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N RO-57300-68.2012.5.17.0011

    Processo N RO-57300/2012-011-17-00.6

    Recorrente RAMON DA SILVA ALVES

    Advogado Kennia Luppi Batista(OAB: 016434 ES)

    Recorrido EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-ESTRUTURA AEROPORTUARIA

    Advogado Janana Maria Marim(OAB: 010551ES)

    Plurima Ru CHAO VERDE LTDA - EPP

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    TRT 17 Regio

    ROS-0057300-68.2012.5.17.0011 - TRT-17 Regio - Primeira

    Turma

    Tramitao Preferencial

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuaria

    Advogado(a)(s):

    Janana Maria Marim (ES - 10551)

    Vincius de Melo Teixeira (MG - 122724)

    Recorrido(a)(s):

    Ramon da Silva Alves

    Advogado(a)(s):

    Kennia Luppi Batista (ES - 16434)

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Tempestivo o recurso(cincia da decisoem 14/12/2012 - fl. 320;

    petio recursal apresentada em 20/12/2012 - fl. 322, por meio do

    Sistema Integrado de Protocolizao e Fluxo de Documentos

    Eletrnicos- e-DOC).

    Regular a representao processual - fl(s.) 113-114.

    Satisfeito o preparo -fl(s). 272v-273, 325, 324v e 319-319v.

    PRESSUPOSTOS INTRNSECOS

    Responsabilidade Solidria/Subsidiria.

    Alegao(es):

    - contrariedade Smula Vinculante 10 do STF e331, V/TST.

    - violao do(s) art(s). 97 da CF.

    - violao do(s) art(s). 71, 1 da Lei 8666/93.

    - divergncia jurisprudencial.

    Consta do v. acrdo:

    "Pugna o reclamante pela condenao subsidiria da 2 reclamada,

    nos termos da Smula 331/TST. Afirma que a 2 reclamada deixou

    de fiscalizar as obrigaes trabalhistas, fiscais e previdencirias,

    bem como deixou de observar a idoneidade financeira e tcnica da

    1 reclamada e, em razo da omisso, gerou demisso de 120

    empregados sem recebimento das verbas rescisrias.

    Com razo.

    Registra-se que acerca da deciso proferida na ADC-16 do C. STF

    entendo que tal deciso no tem o condo de afastar a

    responsabilidade subsidiria da 2 reclamada, uma vez provada a

    omisso no caso concreto. Saliente-se que esta deciso, que

    declarou a constitucionalidade do artigo 71 da Lei de Licitaes,

    disps que para haver eventual responsabilidade do poder pblico,

    deve ser demonstrada a ausncia dos deveres de cautela.

    A matria atinente responsabilidade subsidiria do ente pblico

    sofreu certo revs com o julgamento da ADC - 16, de relatoria do

    Min. Cezar Peluso, oportunidade em que foi julgado, por maioria,

    procedente o pedido formulado pelo Governador do Distrito Federal,

    para declarar a constitucionalidade do art. 71, 1, da Lei 8.666/93.

    Assim restou decidido:

    EMENTA: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. Subsidiria.

    Contrato com a administrao pblica. Inadimplncia negocial do

    outro contraente. Transferncia consequente e automtica dos seus

    encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, resultantes da execuo

    do contrato, administrao.Impossibilidade jurdica. Consequncia

    proibida pelo art., 71, 1, da Lei federal n 8.666/93.

    Constitucionalidade reconhecida dessa norma. Ao direta de

    constitucionalidade julgada, nesse sentido, procedente. Voto

    vencido. constitucional a norma inscrita no art. 71, 1, da Lei

    federal n 8.666, de26 de junho de 1993, com a redao dada pela

    Lei n 9.032, de 1995. (Publicado em 09-09-2011)

    O Supremo Tribunal Federal consignou que a simples inadimplncia

    do contratado no pode transferir Administrao Pblica a

    responsabilidade pelo pagamento das dvidas trabalhistas. No

    entanto, salientou-se que eventual omisso da Administrao

    Pblica, na obrigao de fiscalizar as obrigaes do contratado,

    pode acarretar a responsabilidade.

    Sensvel ao julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal e

    atento ao 2 do art.102 da CF/88, o Tribunal Superior do Trabalho

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 7Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    houve por bem adaptar a sua jurisprudncia. Assim, nos dias 27, 30

    e 31.05.2011 foi publicada a Res.174/2011 no DEJT, que modificou

    a redao da Smula 331, nos seguintes termos:

    SUM-331. CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS.

    LEGALIDADE (nova redao do item IV e inseridos os itens V e VI

    redao) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011.

    I - A contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal,

    formando-se o vnculo diretamente com o tomador dos servios,

    salvo no caso de trabalho temporrio (Lei n 6.019, de 03.01.1974).

    II - A contratao irregular de trabalhador, mediante empresa

    interposta, no gera vnculo de emprego com os rgos da

    Administrao Pblica direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da

    CF/1988). III - No forma vnculo de emprego com o tomador a

    contratao de servios de vigilncia (Lei n 7.102, de 20.06.1983) e

    de conservao e limpeza, bem como a de servios especializados

    ligados atividade-meio do tomador, desde que inexistente a

    pessoalidade e a subordinao direta. IV - O inadimplemento das

    obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica a

    responsabilidade subsidiria do tomador dos servios quanto

    quelas obrigaes, desde que haja participado da relao

    processual e conste tambm do ttulo executivo judicial. V - Os

    entes integrantes da Administrao Pblica direta e indireta

    respondem subsidiariamente, nas mesmas condies do item IV,

    caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das

    obrigaes da Lei n. 8.666, de 21.06.1993, especialmente na

    fiscalizao do cumprimento das obrigaes contratuais e legais da

    prestadora de serv io como empregadora. A a lud ida

    responsabilidade no decorre de mero inadimplemento das

    obrigaes trabalhistas assumidas pela empresa regularmente

    contratada. VI - A responsabilidade subsidiria do tomador de

    servios abrange todas as verbas decorrentes da condenao

    referentes ao perodo da prestao laboral. (grifos nossos)

    Desta feita, para que haja a responsabilidade subsidiria da

    Administrao Pblica direta e indireta, deve restar demonstrada a

    conduta culposa no cumprimento da fiscalizao das obrigaes

    contratuais, perquirindo-se acerca da responsabilidade subjetiva do

    Estado.

    Neste caso, "no necessria a identificao de uma culpa

    individual para deflagrar-se a responsabilidade do Estado. Esta

    noo civilista ultrapassada pela idia denominada de faute du

    service entre os franceses. Ocorre a culpa do servio ou a falta de

    servio quando esta no funciona, devendo funcionar, funciona mal

    ou funciona atrasado" .

    Portanto, deve ser verificado se o servio funcionou em sua

    normalidade, ou se houve falta em sua realizao. No caso

    concreto, deve-se perquirir se o Poder Pblico diligenciou ao eleger

    a empresa prestadora de servios e na fiscalizao do servio,

    durante a sua prestao, investindo a sua ateno para que

    houvesse a correta prestao do mesmo.

    Na espcie, tem-se por configurada a responsabilidade subsidiria

    do ente pblico, na qualidade de tomador de servios, eis que

    beneficiado pela fora de trabalho do reclamante, decorrente da

    relao contratual estabelecida entre a 1 reclamada e o obreiro,

    alm de no restar provada a diligncia na fiscalizao.

    Ilustrando a culpa em comento, observa-se que a prestao de

    servios do obreiro se dava diretamente nas dependncias da 2

    reclamada. Assim, tendo em conta uma atuao direta do Poder

    Pblico sobre a atividade laboral do obreiro, como poderia ele

    alegar desconhecimento das condies do contrato de trabalho?

    Ora, se houvesse uma correta fiscalizao, a Administrao teria

    cincia dos empregados que atuam em seu benefcio, como

    tambm da situao financeira da empresa contratada.

    O dever de fiscalizao imputado ao ente pblico deve ser cumprido

    no decorrer da prestao do contrato de trabalho, no apenas no

    momento da cincia de inadimplemento das verbas trabalhistas. O

    nexo causal entre o dano causado aos empregados e a falta de

    dever de diligncia do Poder Pblico resta provada nos autos em

    tela.

    Observa-se que mesmo antes da ocorrncia dos fatos narrados

    pelo reclamante (inadimplemento salarial, ticket alimentao), a 2

    reclamada j no vinha diligenciando em relao ao correto

    cumprimento do contrato, conforme se v do Termo de

    Reconhecimento de Dvida das fls. 56-58 e de fls. 61-63.

    Assim, a alegao de que o Poder Pblico tomou as devidas

    cautelas no retira o dever de diligncia da Administrao no

    decorrer da prestao do servio, fiscalizando o servio prestado

    durante toda a vigncia do contrato de trabalho.

    Por fim, registro que a manuteno do recorrente na lide, como

    responsvel subsidirio representa to somente uma garantia a

    mais para o obreiro e se coaduna com o disposto na Smula n

    331/TST, itens IV e V. E no se fale em malferimento aos arts. 5, II,

    e 37, 6, da Constituio Federal, visto que a terceirizao no

    pode dar fundamento frustrao dos direitos trabalhistas, a teor

    dos arts. 9 e 455 da CLT.

    Pelo exposto, dou provimento para condenar a 2 reclamada a

    responder subsidiarimente pelas verbas deferidas ao reclamante."

    Assim, considerando-se a redao da invocada Smula 331, do Eg.

    TST, em seu item V (Resoluo 174/TST, publicada em 30-05-

    2011), sobre a responsabilidade dos entes pblicos, quando atuam

    como tomadores de servios, no decorrer do mero inadimplemento

    da empresa contratada, bem como levando-se em conta que a

    deciso recorrida no assentou a existncia de prova concreta da

    conduta culposa da ora recorrente, em fiscalizar o cumprimento das

    obrigaes trabalhistas pela empregadora direta, dou seguimento

    ao recurso, por contrariedade referida Smula, nos termos do

    disposto no artigo 896, alnea "a", da CLT.

    CONCLUSO

    RECEBO o recurso de revista.

    Cumpridas as formalidades legais, remetam-se os autos ao Colendo

    TST.

    Publique-se e intimem-se.

    Aps, Seo de Expedio e Protocolo de 2 Instncia-SEPEX2.

    DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    /gr-13

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N RO-63500-55.2011.5.17.0002

    Processo N RO-63500/2011-002-17-00.8

    Recorrente ANDRADE S/A MARMORES EGRANITOS

    Advogado Udno Zandonade(OAB: 009141 ES)

    Recorrido JUNIO TAVEIRA MATOS

    Plurima Autor JUNIO TAVEIRA MATOS

    Advogado Victor Friques de Magalhes(OAB:013891 ES)

    Plurima Ru ANDRADE S/A MARMORES EGRANITOS

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 8Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    TRT 17 Regio

    RO-0063500-55.2011.5.17.0002 - TRT-17 Regio - Primeira Turma

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    Andrade S/A Mrmores e Granitos

    Advogado(a)(s):

    Udno Zandonade (ES - 9141)

    Juliana Moura de Almada (ES - 17471)

    Recorrido(a)(s):

    Junio Taveira Matos

    Advogado(a)(s):

    Victor Friques de Magalhes (ES - 13891)

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Tempestivo o recurso(cincia da decisoem 14/12/2012 - fl. 189;

    petio recursal apresentada em 08/11/2012 - fl. 195).

    Regular a representao processual - fl(s.) 26.

    Satisfeito o preparo -fl(s). 137v-138, 157-158, 156, 182 e 207-208.

    PRESSUPOSTOS INTRNSECOS

    Responsabi l idade Sol idr ia /Subs id ir ia / Tomador de

    Serv ios/Terce i r izao.

    Alegao(es):

    - contrariedade (s) Smula(s) 331, III/TST.

    - violao do(s) art(s). 3 da CLT.

    - divergncia jurisprudencial.

    Consta do v. acrdo:

    "DA PRESTAO DE SERVIOS. TERCEIRIZAO LCITA

    A reclamada alega que no restou demonstrado o vnculo de

    emprego, porquanto a situao em tela refere-se terceirizao da

    prestao de servios, permitida pela jurisprudncia do c. TST,

    consubstanciada na Smula 331 da Corte. Informa que a

    terceirizao ocorreu mediante permisso contratual, conforme as

    notas fiscais de fls. 88-118.

    Afirma que as atividades realizadas pela empresa em que o

    recorrido scio no esto relacionadas atividade fim, mas to

    somente atividade meio, restando inequivocamente lcita a

    terceirizao entre as empresas e a recorrente.

    Em decorrncia do princpio da eventualidade, alega que no houve

    a comprovao dos elementos para a concretizao do vnculo de

    emprego, quais sejam, a pessoalidade, subordinao, habitualidade

    e onerosidade.

    Assim, inexistente o vnculo, requer a reforma da sentena quanto

    condenao em frias +1/3 constitucional, 13 salrio, FGTS e

    verbas rescisrias, j que o recorrido no era empregado, apenas

    prestador de servios.

    O juzo singular declarou a caracterizao do vnculo de emprego

    entre as partes, haja vista que a pessoa jurdica foi criada apenas

    para sonegar os direitos trabalhistas do trabalhador.

    Melhor sorte no assiste reclamada.

    Consta dos autos que o reclamante participava como scio da

    empresa "Multifuncional Informtica, Prestao de Servio e

    Comrcio LTDA - ME", que supostamente prestava servios de

    informtica reclamada.

    Posteriormente, com a mudana da razo social da empresa do

    reclamante, foi criada a empresa "It Com Tecnologia Prestao de

    Servios Ltda ME", que tambm firmou contrato de prestao de

    servios de suporte tcnico com a reclamada.

    Em face da primazia da realidade, princpio diretivo trabalhista,

    descortina-se a situao posta, para tornar claro o real contexto em

    que as partes se situam, qual seja, a existncia de um contrato de

    trabalho entre a reclamada e o reclamante.

    O scio do reclamante, em seu depoimento pessoal (fl. 133), revela

    que quando da contratao da empresa, solucionavam todos os

    problemas concernentes aos computadores da reclamada,

    administrando os problemas relacionados aos telefones, chegando

    a passar a maior parte do tempo em um laboratrio dentro da

    reclamada.

    Apesar de inexistir horrio determinado, estavam sempre

    disposio da reclamada. Cada scio recebia a quantia de R$

    2.200,00 (dois mil e duzentos reais) por ms, sendo que, quando

    preciso, reportavam-se diretamente aos diretores e gerentes da

    empresa.

    O Sr. Jos Fbio Arajo, ouvido como testemunha por meio de

    carta precatria, relata que o reclamante exercia jornada fixa (porm

    sem anotao de ponto ou controle), aproximadamente no mesmo

    horrio, recebendo ordens do diretor da empresa.

    Estes relatos demonstram a existncia da subordinao,

    habitualidade, pessoalidade e onerosidade entre o reclamante e a

    reclamada, afastando a alegada terceirizao lcita de contrato de

    trabalho.

    Por mais que existam recibos e notas fiscais nos autos, apontando

    para a relao entre as pessoas jurdicas, certo que a realidade

    demonstra que ao receber ordens dos diretores e gerentes, receber

    salrio compatvel com os trabalhadores que executam funo

    similar e trabalhar em horrio fixo dentro da reclamada, havia de

    fato contrato de trabalho firmado entre as partes.

    Uma vez demonstrada a relao havida entre as partes, deve ser

    mantida a sentena que deferiu as verbas resilitrias em favor do

    reclamante, haja vista serem decorrncia lgica do contrato de

    trabalho.

    Pelo exposto, nego provimento."

    Dos fundamentos acima expendidos, verifica-se que, tendo a

    C.Turma decidido no sentido de que "relatos demonstram a

    existncia da subordinao, habitualidade, pessoalidade e

    onerosidade entre o reclamante e a reclamada, afastando a alegada

    terceirizao lcita de contrato de trabalho", verifica-se que a

    deciso se encontraconsonante com a Smula n. 331, I, do Eg.

    TST, o que inviabiliza o recurso, nos termos do disposto no artigo

    896, 4 e 5,da CLT.

    CONCLUSO

    DENEGO seguimento aorecurso de revista.

    Publique-se e intimem-se.

    Aps, Seo de Expedio e Protocolo de 2 Instncia-SEPEX2.

    DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    /gr-08

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N RO-69500-50.2011.5.17.0009

    Processo N RO-69500/2011-009-17-00.5

    Recorrente Welton Santos da Silva

    Advogado Larcegio Mattos(OAB: 012818 ES)

    Recorrido Ipe Engenharia Ltda.

    Advogado Thiago de Souza Pimenta(OAB:011045 ES)

    Plurima Ru Flexibrs Tubos Flexveis Ltda.

    Advogado Rogrio Bermudes Musiello(OAB:004239 ES)

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 9Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    TRT 17 Regio

    RO-0069500-50.2011.5.17.0009 - TRT-17 Regio - Segunda

    Turma

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    Flexibrs Tubos Flexveis Ltda.

    Advogado(a)(s):

    Rogrio Bermudes Musiello (ES - 4239)

    Recorrido(a)(s):

    Welton Santos da Silva

    Advogado(a)(s):

    Larcegio Mattos (ES - 12818)

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Tempestivo o recurso(cincia da decisoem 14/12/2012 - fl. 387;

    petio recursal apresentada em 18/01/2013 - fl. 389, nos termos da

    RA 141/12 - TRT 17 Regio.

    Regular a representao processual - fl(s.) 85.

    Satisfeito o preparo -fl(s). 326, 379-379v, 396 e 395.

    PRESSUPOSTOS INTRNSECOS

    Responsabilidade Solidria/Subsidiria.

    Alegao(es):

    - contrariedade (s) OJ(s) 191, SDI-I/TST.

    - violao do(s) art(s). 455 da CLT.

    - divergncia jurisprudencial.

    Consta do v. acrdo:

    "Na inicial, narrou o reclamante que foi contratado pela primeira

    reclamada para trabalhar na rea da segunda reclamada,

    requerendo a condenao subsidiria desta.

    Em contestao, a primeira reclamada reconhece ter o reclamante

    trabalhado nas dependncias da segunda reclamada. A segunda

    reclamada, por sua vez, alega que o vnculo se deu com a primeira

    reclamada, porquanto era apenas a dona da obra.

    Logo, in casu resta claro que o reclamante, muito embora

    contratado pela primeira reclamada, prestava servios para a

    segunda reclamada, na qualidade de auxiliar de obras.

    Partindo dessa premissa, tenho me manifestado reiteradas vezes

    no sentido de que a teor do que dispe o item IV do Enunciado 331

    do C. TST e, aplicando analogicamente o art. 16 da Lei 6.019/74

    que estabelece a responsabilidade do tomador de servios com a

    empresa intermediadora da mo-de-obra, o tomador de servios

    responde subsidiariamente pelos dbitos trabalhistas do

    empregador.

    Essa responsabilidade justifica-se porque tendo o tomador dos

    servios agido com culpa in eligendo e in vigilando, deve responder

    pela falta de idoneidade da prestadora de servios, eis que tinha o

    dever de manter constante vigilncia quanto ao cumprimento das

    obrigaes trabalhistas em relao ao ora reclamante.

    A liberdade na contratao e a livre iniciativa devem estar sempre

    em consonncia com valores sociais do trabalho insculpidos no art.

    1, IV, da CF/88, do que no pode furtar-se o segundo-reclamado,

    sob pena de estar agindo com abuso de direito, ou seja, utilizando-

    se do direito de contratar com o intuito de burlar a legislao

    trabalhista, o que no pode ser tolerado.

    A respeito da norma insculpida no art. 71 da Lei 8.666/93 entendo,

    concessa venia, que o dispositivo legal exonera to-s o tomador

    dos servios da responsabilidade primria, a cargo da empresa

    prestadora de servios, mas no exime o tomador da inarredvel

    responsabilidade subsidiria (culpa in eligendo e in vigilando), pela

    qual responder em caso de inidoneidade econmico-financeira da

    prestadora.

    No plausvel que aps utilizar-se do trabalho do obreiro o

    tomador dos servios lave as suas mos, deixando o trabalhador

    entregue a sua prpria sorte junto empresa prestadora dos

    servios, como in casu.

    A respeito dessa matria vale aqui tambm a transcrio, que adoto

    como razes de decidir, de parte da sentena da lavra do Ilustre

    Juiz Sebastio Geraldo de Oliveira, da Egrgia 3 Regio, verbis:

    "Lei 8666/93, arts.71 e 121 - Efeitos. Aduz o dispositivo 71 da Lei

    8666/93 que o contratado responsvel pelos encargos

    trabalhistas, previdencirios, fiscais e comerciais resultantes da

    execuo do contrato' e o seu pargrafo primeiro exclui a

    responsabilidade do Poder Pblico pela quitao destes encargos.

    Todavia, inolvidvel que o trabalho foi considerado pela

    Constituio da Repblica um valor social, um dos fundamentos do

    Estado Democrtico de Direito (art. 1, IV), tanto que a ordem

    econmica deve estar fundada na valorizao do trabalho (art.170)

    e a ordem social tem como base o primado do trabalho (art.193).

    Diante destes princpios fundamentais, no resta espao para

    aplicao do art.71 da Lei 8.666/93, porque este privilegia o capital

    em detrimento do trabalho; coloca a Administrao Pblica em

    prioridade sobre o Direito Social do Trabalho e, por fim, torna as

    entidades irresponsveis por seus atos. No se busca aqui o

    vnculo de emprego diretamente com a tomadora do servio, em

    face da vedao constitucional (art.37, II, CF/88), porm, a

    responsabilidade subsidiria salutar para resguardar os direitos

    dos obreiros. Se o particular responde pelos danos causados por

    culpa in eligendo e in vigilando, o Estado, cuja finalidade precpua

    a indenizao do bem comum, tambm deve responder, porquanto

    no se pode alcanar o bem da coletividade custa do sacrifcio de

    alguns, ou seja, os laboralistas que no percebem seus direitos

    oriundos do servio prestado. Por conseguinte, com espeque no

    inciso IV do Enunciado 331 do TST, arcar a autarquia federal,

    subsidiariamente, pelas verbas trabalhistas diferidas pelo Juzo a

    quo (TRT-3a Regio, Ac. no proc. RO/0328195, Rel. Juiz Sebastio

    Geraldo de Oliveira)."

    Portanto, tendo sido reconhecido que a segunda reclamada se

    valeu da fora de trabalho do trabalhador, deve responder

    subsidiariamente pelos crditos ora deferidos, razo pela qual dou

    provimento ao recurso nesse aspecto para reconhecer a

    responsabilidade subsidiria da segunda reclamada pelos crditos

    aqui deferidos."

    Consta, ainda, dos embargos de declarao:

    "Sustenta a embargante haver contradio no julgado, entre o texto

    da OJ 191 do TST e as provas dos autos, tendo em vista que restou

    demonstrado que a segunda reclamada no vinculada ao ramo da

    construo civil, tendo contratado a primeira reclamada para

    prestao de servios de ampliao do seu parque industrial, ou

    seja, apenas a dona da obra.

    Requer manifestao expressa sobre a questo, para efeitos de

    prequestionamento.

    Conquanto entenda no haver a contradio apontada, passo a

    acrescer fundamentao, nos seguintes termos:

    Quanto aplicao da OJ n 191 da SDI-1, do TST, necessrio se

    faz visualiz-la conforme os princpios constitucionais da dignidade

    humana e do valor social do trabalho, tendo em vista que no se

    pode admitir que o Ente Pblico se utilize da exceo do artigo 455

    da CLT para se desonerar das obrigaes trabalhistas

    desrespeitadas pela prestadora de servios, ou mesmo de sua

    contratada.

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 10Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    Em nosso entendimento a Orientao Jurisprudencial 191 da SDI-

    1/TST deve ser direcionada apenas s pessoas fsicas, ou, somente

    em casos de obras eventuais e sem fim econmico, s pessoas

    jurdicas.

    A segunda reclamada, no pessoa fsica, nem os servios

    executados foram espordicos ou eventuais.

    O que se constata que a obra foi realizada para abrigar setores da

    segunda reclamada, sendo certo que o reclamante despendeu toda

    a sua fora de trabalho em prol deste objetivo.

    Assim, em que pese o fato de que a pretenso da recorrente seja a

    reanlise da questo ftica discutida no recurso, que, como cedio,

    no deve ser enfrentado na via dos embargos de declarao, d-se

    provimento aos embargos declaratrios para prestar os

    esclarecimentos acima e acrescer fundamentao, sem efeito

    modificativo no julgado."

    Ante o exposto, tendo a C. Turma decidido no sentido de condenar

    subsidiariamente a reclamada dona da obra, resulta demonstrada a

    contrariedade do julgado com a Orientao Jurisprudencial n 191,

    da SDI-I/TST, transcrita fl. 390, o que viabiliza o recurso, nos

    termos da alnea "a" do artigo 896, da CLT.

    CONCLUSO

    RECEBO o recurso de revista.

    Cumpridas as formalidades legais, remetam-se os autos ao Colendo

    TST.

    Publique-se e intimem-se.

    Aps, Seo de Expedio e Protocolo de 2 Instncia-SEPEX2.

    DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    /gr-13

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N AP-73300-64.1998.5.17.0002

    Processo N AP-73300/1998-002-17-00.7

    Agravante CAIXA ECONOMICA FEDERAL

    Advogado Srgio Perini Zouain(OAB: 008863 ES)

    Agravado FUNDACAO DOS ECONOMIARIOSFEDERAIS FUNCEF

    Advogado IVAN TAUIL RODRIGUES(OAB: 0550A ES)

    Plurima Ru VALDIR GRASSELLI

    Advogado Jose Humberto Lordello dos SantosSouza(OAB: 001085 ES)

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    TRT 17 Regio

    AP-0073300-64.1998.5.17.0002 - TRT-17 Regio - Primeira Turma

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    CAIXA ECONOMICA FEDERAL

    Advogado(a)(s):

    Srgio Perini Zouain (ES - 8863)

    Frederico Lyra Chagas (ES - 9496)

    Recorrido(a)(s):

    VALDIR GRASSELLI

    Advogado(a)(s):

    Jose Humberto Lordello dos Santos Souza (ES - 1085)

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Tempestivo o recurso(cincia da decisoem 29/01/2013 - fl. 3109;

    petio recursal apresentada em 04/02/2013 - fl. 3110).

    Regular a representao processual - fl(s.)3124-v.

    O juzo est garantido - fls. 2897-8, 2903, 3044v.

    PRESSUPOSTOS INTRNSECOS

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Atos

    Processuais / Nulidade / Negativa de prestao jurisdicional.

    Alegao(es):

    - contrariedade (s) OJ(s) 115, SDI-I/TST.

    - violao do(s) art(s). 93, IX da CF.

    - violao do(s) art(s). 832 da CLT; 458 do CPC.

    Sustenta que a deciso no analisou a matria nos termos das

    argumentaes trazidas pela parte, incidindo em negativa de

    prestao jurisdicional.

    Invivel o recurso,contudo, porquanto se verifica que as questes

    oportunamente suscitadas e essenciais resoluo da controvrsia

    foram analisadas pelo Eg. Regional, de forma motivada, razo por

    que no se vislumbra, em tese, a apontada afronta ao art. 93, IX da

    CF/88.

    Ademais, ante a restrio do artigo 896, 2, da CLT, descabe

    anlise de violao legislao infraconstitucionale divergncia

    jurisprudencial.

    A p o s e n t a d o r i a e P e n s o / C o m p l e m e n t a o d e

    A p o s e n t a d o r i a / P e n s o .

    Alegao(es):

    - violao do(s) art(s). 5, II, XXXVI, LIV, LV da CF.

    - violao do(s) art(s). 275 do CCB, 884 da CLT.

    - divergncia jurisprudencial.

    Sustenta a recorrente que a C. Turma errou quanto frmula

    matemtica utilizada para calcular o valor a ser arcado pelos

    patrocinadores, contrariando a coisa julgada sentencial.

    Sustenta, ainda, a reforma quanto aplicao da multa por

    descumprimento da deciso.

    Consta do v. acrdo:

    "REPASSES PECUNIRIOS DA CEF PARA A FUNCEF E MULTA

    POR DESCUMPRIMENTO

    Eis o entendimento do Exmo. Juiz da Execuo:

    II -MRITO

    Aduz o embargante que o pagamento da suplementao de

    aposentadoria acordado na ata de fls. 2823 pressupe os autores

    da demanda recolham sua cota parte primeiramente, bem como que

    no houve condenao da CEF para efetuar o aporte de capital de

    sua cota parte.

    Razo no assiste ao embargante.

    As contribuies dos empregados so sob as suplementaes

    RECEBIDAS, conforme ttulo executivo (fls. 870 e 1061).

    A tese de necessidade de prvio custeio por parte dos autores,

    inclusive, foi expressamente refutada na sentena (fls.869/870).

    Tambm sem razo no que tange alegada ausncia de

    condenao da CEF a efetuar o aporte de capital de sua cota parte.

    Consignou-se expressamente no ttulo (fls.870/871) que a ora

    embargante responsvel solidria pelo pagamento dos crditos

    deferidos.

    Na verdade, foi a prpria embargante que requereu, em ata(fl.2823),

    o prazo de 90 dias para efetuar o aporte em relao FUNCEF.

    Longe de prosperarem, as alegaes da embargante assumem

    atitude provocadora e temerria, devendo ser repelida por este juzo

    com a aplicao da multa prevista no pargrafo nico do art. 538 do

    CPC.

    Adamais, verifica-se que o prazo deferido em ata para o

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 11Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    cumprimento do acordado h muito se escoou, sendo devida a

    multa arbitrada no valor de R$ 300,00 por dia de atraso, no

    montante total a ser apurado pela contadoria e revertido a cada

    exequente.

    III - CONCLUSO

    EX POSITIS

    E, nos termos da fundamentao acima, que integra este decisum

    para todos os fins, julgo IMPROCEDENTES os EMBARGOS

    EXECUO, condenando o embargante multa de 1% (um por

    cento) sobre o valor da causa, em favor do embargado.

    Em apertada sntese, busca a segunda executada a reforma do

    pleito para que seja ajustada a forma de cumprimento da

    obrigao... (que no envolveu qualquer repasse desta Empresa

    Pblica, para a formao de `reserva matemtica, perante a

    FUNCEF), bem como que a execuo seja menos gravosa.

    Afirma que no foi obrigada a suportar valores de recolhimentos

    devidos pelos reclamantes ou a repassar qualquer valor FUNCEF.

    Sustenta que a fundao, de co-obrigada, passou a ser credora de

    repasses vultosos.

    Vejamos.

    A sentena originria assim determinou acerca das VANTAGENS

    PECUNIRIAS PRPRIAS DO CARGO OU FUNO, s fls. 868:

    (...)

    Realizada a prova pericial, ficou constatado que a reclamada de fato

    majorou o valor da funo de confiana dos empregados da ativa,

    concedendo-lhes, desde 01.07.97, uma determinada parcela, a

    princpio denominada Abono GETAG (abono temporrio de ajuste

    de remunerao gerencial...), atualmente denominada complemento

    de mercado,

    ( ...)

    Do prprio teor da norma instituidora da verba em questo verifica-

    se que a parcela teve o nico escopo de adequar salrios, ajustar a

    remunerao dos empregados do segmento gerencial da CEF at

    que fosse implantado o novo Plano de Cargos e Salrios da

    empresa, demonstrando, sem a menor sombra de dvida, a

    natureza de reajustamento salarial da referida rubrica...

    (...)

    Outrossim, uma vez reconhecida a natureza de reajuste salarial

    disfarado da verba objeto da condenao, tem-se, da mesma

    forma, sem relevncia para a resoluo da controvrsia as

    alegaes contidas na defesa da primeira r referentes alteraes

    nos Planos de Cargos e Salrios,...

    Ante o exposto, condena-se a segunda reclamada a implementar

    nas suplementaes de aposentadoria dos reclamantes os valores

    pertinentes parcela denominada complemento de mercado,

    quitada pela primeira reclamada aos empregados da ativa, sob

    pena de pagamento de multa no valor de R$100,00(cem reais), por

    cada reclamante, por dia de descumprimento da obrigao de fazer,

    aos mesmos revertida.

    Por outro lado, so condenadas, ambas as rs, no pagamento das

    diferenas de suplementao de aposentadoria, parcelas vencidas,

    pela incluso dos valores atribudos GETAG, at a data em que

    tal rubrica foi substituda pela denominada complemento de

    mercado, bem como no pagamento das di ferenas de

    suplementao de aposentadoria, parcelas vencidas e vincendas

    at o cumprimento da obrigao de fazer acima determinada, pela

    incluso dos valores atribudos verba complemento de mercado....

    (...) (grifos nossos)

    Quanto FONTE DE CUSTEIO, assim fundamentou, fl. 869:

    No tocante necessidade de prvio custeio, no podem as rs

    invoc-la como argumento de improcedncia dos pedidos dos

    autores, porquanto seria aguir em seu benefcio a prpria torpeza, j

    que tal situao decorre dos atos irregulares por elas praticados.

    Ademais, as parcelas foram deferidas a ttulo de reajustamento

    salarial e, portanto, no poderiam mesmo constar do rol previsto no

    Regulamento da FUNCEF, vez que criadas exatamente para

    mascarar o aumento.

    (...)

    De qualquer forma, tendo em vista que, por fora da norma contida

    no Regulamento da FUNCEF, so devidas, pelos reclamantes,

    contribuies sobre as suplementaes recebidas, autorizam-se os

    descontos, inclusive em forma de compensao, como requerido

    pela segunda r, sobre as parcelas deferidas referentes

    previdncia privada, nos termos prescritos na norma regente a eles

    aplicvel. (grifo nosso)

    Houve, ainda, a condenao solidria das rs ao pagamento dos

    crditos deferidos aos reclamantes.

    A deciso foi mantida pelas instncias superiores, os clculos

    apresentados foram devidamente questionados e homologados (fls.

    1719).

    A certido, de fls. 1659, determinou o cumprimento da incorporao

    dos proventos deferidos (complementao de mercado) no

    comando sentencial, visto que dissociado das prestaes vencidas,

    o que no foi realizado pelas rs (1748) at agosto de 2007(fl.

    1843).

    Todavia, tanto os valores incorporados aos proventos quanto o bem

    imvel apresentado para a quitao dos dbitos vencidos, foram

    questionados pelos exeqentes, o que gerou determinao de

    depsito em dinheiro e verif icao do valor incorporado

    mensalmente, por reclamante, com base nos parmetros

    apresentados pela CEF (fl. 2048).

    A CEF fez o depsito em dinheiro referente ao clculo das parcelas

    vencidas e apresentou os embargos de execuo para

    questionamentos acerca dos valores incorporados, apelo que foi

    julgado parcialmente procedente (2085-2090).

    O agravo de petio interposto (fls. 2179/2189) apenas reformou a

    deciso, para excluir o imposto de renda sobre os juros moratrios e

    determinar a incidncia do imposto de renda sobre o auxlio

    alimentao.

    Os autos foram remetidos contadoria em razo das decises

    recursais, se manifestando s fls. 2671/2673 e apresentando

    clculos atualizados das parcelas vencidas (fl. 2699).

    Em face da insurgncia da CEF acerca do montante dos valores

    atualizados pelo juzo, houve a designao de audincia (fl. 2809).

    Registro que a contadoria, s fls. 2809, se manifestou pela no

    procedncia da impugnao da reclamada (CEF).

    A controvrsia se restringiu a uma parte dos valores pecunirios

    devidos a apenas dois dos exequentes, motivo pelo qual, em

    audincia(fl. 2823), houve a determinao do pagamento dos

    valores incontroversos, verbis:

    H incontrovrsia quanto aos clculos apresentados em relao aos

    exequentes Sr. Valdir Grasselli e Sr. Jos Humberto Lordello dos

    Santos Souza, motivo pelo qual far-se- a liberao dos valores

    lquidos atualizados e apresentados pela r fl. 2750, observando-

    se naqueles clculos a adequao quanto ao imposto de renda aos

    novos critrios adotados pela Receita Federal. A quitao ofertada

    pelos exequentes Sr. Valdir Grasselli e Sr. Jos Humberto Lordello

    dos Santos Souza alcana o dia 31/08/2009. A partir de ento,

    haver o clculo das diferenas quanto s atualizaes da alterao

    da tabela quanto ao piso de mercado ocorrido em 2009/2010, sendo

    que a 1 executada se compromete a oferecer a tabela com os

    ndices, no prazo de 10 dias. Compromete-se tambm, em relao

    aos exequentes em questo, a 2 r a efetuar as complementaes

    de aposentadoria conforme o ttulo executivo. Para tanto, as

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 12Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    executadas requerem um prazo, j que a 1 dever fazer o aporte

    em relao a 2. Requerem prazo de 90 dias, o que defiro, sendo

    que o descumprimento da deciso a partir de ento culminar em

    multa diria no valor de R$ 300,00, revertidos a cada exequente.

    Em relao aos demais exequentes, defiro a liberao do

    incontroverso, devendo a contadoria observar tambm a questo

    relativa ao imposto de renda e atualizar os valores e, diante do

    veemente requerimento das executadas quanto incorreo do

    ttulo executiva, observadas ainda as sucessivas decises em

    embargos de execuo e agravo de petio, defiro a produo de

    prova pericial tcnica, nomeando como perito o Dr. Andr Tendler

    Leibel, que dever apresentar o laudo em 60 dias, observando-se

    que todo o questionamento refere-se aos clculos a partir de julho

    de 2006. Quesitos e assistentes tcnicos no prazo sucessivo de 10

    dias, iniciando-se pelo exequente, sendo que no mesmo prazo a 1

    executada dever depositar a importncia de R$1.500,00 a ttulo de

    garantia de honorrios periciais prvios.(grifo nossos)

    Embora os litigantes tenham apresentado quesitos para a produo

    de prova pericial tcnica, o laudo ainda no chegou a ser realizado,

    pois durante a apurao dos valores incontroversos houve a

    verificao de insuficincia de saldo para a satisfao de tais

    crditos fl. 2858), gerando a determinao do Exmo. Juiz da

    Execuo de satisfao, pela CEF, da diferena pecuniria apurada

    (fl. 2897).

    A FUNCEF apresentou petio (fls. 2910) noticiando que a rubrica

    CTVAcomplementao de mercado foi implementada em

    julho/2007, entretanto por ter havido sua majorao (ttulo

    executivo), aguardava o pagamento da fonte de custeio necessria

    ao suporte da obrigao, da CEF, para fazer o repasse da

    diferena.

    Em seguida, a CEF apresentou os embargos de execuo que do

    origem ao presente agravo, alegando que os autores devem arcar

    com sua cota parte em relao formao da reserva da obrigao,

    e que haja autorizao para o repasse mensal, FUNCEF, das

    diferenas dos proventos.

    Sem razo.

    A sentena clarssima nesse sentido.

    Inicialmente relembro que as executadas (CEF e FUNCEF) foram

    condenadas solidariamente satisfao dos crditos devidos aos

    exeqentes, ou seja, uma ou outra podem e devem efetuar o

    pagamento, no cabendo uma jogar a culpa na outra pelo no

    implemento da obrigao, o que no prejudica a apresentao de

    ao de regresso, na esfera judicial cabvel, se uma se sentir

    injustamente onerada em relao a outra.

    Ademais, no houve nenhuma determinao de recolhimento pelos

    exeqentes de sua cota-parte, apenas foi autorizado o desconto da

    parte que lhes caberia da contribuio da previdncia privada e

    acredito que seja apenas a partir o cumprimento do implemento das

    obrigaes de fazer(efetivo recebimento em holerite), pois as

    vencidas so de responsabilidade apenas das rs, visto que no

    tocante rubrica complemento de aposentadoria fundamenta a

    sentena: so condenadas, ambas as rs, no pagamento das

    diferenas de suplementao de aposentadoria, parcelas vencidas,

    pela incluso dos valores atribudos GETAG, at a data em que

    tal rubrica foi substituda pela denominada complemento de

    mercado, bem como no pagamento das di ferenas de

    suplementao de aposentadoria, parcelas vencidas e vincendas

    at o cumprimento da obrigao de fazer.

    Saliento que, conforme j mencionado nos embargos execuo,

    foi a prpria CEF que, na audincia acima narrada, se comprometeu

    a fazer o aporte pecunirio para a FUNCEF, pedindo inclusive prazo

    de 90 dias para o levantamento do montante. No cabe agora

    tumultuar o feito com alegaes inteis de no condenao anterior

    ou pedindo o afastamento da multa por descumprimento, em

    audincia determinada.

    Quanto ao enquadramento funcional dos reclamantes no h

    qualquer insurgncia a ser realizada, visto que a matria j foi

    questionada e apreciada em agravo e devidamente decidida, como

    explicitado s fls. 2673.

    Isto posto, nego provimento."

    Ante o exposto quanto aos repasses pecunirios e a multa,tendo a

    C. Turma manifestado entendimento no sentidode que, "conforme

    j mencionado nos embargos execuo, foi a prpria CEF que, na

    audincia acima narrada, se comprometeu a fazer o aporte

    pecunirio para a FUNCEF, pedindo inclusive prazo de 90 dias para

    o levantamento do montante. No cabe agora tumultuar o feito com

    alegaes inteis de no condenao anterior ou pedindo o

    afastamento da multa por descumprimento, em audincia

    determinada" ,no se verifica, em tese, a alegada violao aos

    dispositivos constitucionais suscitados, como requer o artigo 896,

    2, da CLT.

    Ante a restrio do artigo 896, 2, da CLT, descabe anlise de

    violao legislao infraconstitucional, contrariedade s

    Smulas/TST e divergncia jurisprudencial.

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Penalidades

    Processuais.

    Alegao(es):

    - violao do(s) art(s). 538 do CPC.

    Insurge-se a recorrente contra a multa imposta nos embargos de

    declarao.

    Contudo, ante a restrio do artigo 896, 2, da CLT, descabe

    anlise de violao legislao infraconstitucional.

    CONCLUSO

    DENEGO seguimento aorecurso de revista.

    Publique-se e intimem-se.

    Aps, Seo de Expedio e Protocolo de 2 Instncia-SEPEX2.

    DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    /gr-08

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N AP-76400-44.2009.5.17.0001

    Processo N AP-76400/2009-001-17-00.5

    Agravante COOPATAXI COOP DE TRANSPPASSAG E CARGAS E LOCACAO DEMAQUINAS E VEICULOS

    Advogado Bruno Veronesi Pestana(OAB: 016598ES)

    Agravado UNIAO (CONTRIBUICOESPREVIDENCIARIAS/IRRF)

    Advogado Jacques Anatole Xavier Ramos(OAB:014462 ES)

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    TRT 17 Regio

    AP-0076400-44.2009.5.17.0001 - TRT-17 Regio - Primeira Turma

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    Coopataxi Coop de Trans Passag e Cargas e Locao de Mquinas

    e Veculos

    Advogado(a)(s):

    Cdigo para aferir autenticidade deste caderno: 65285

  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 13Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    Bruno Veronesi Pestana (ES - 16598)

    Recorrido(a)(s):

    Unio (Contribuies Previdencirias/IRRF)

    Advogado(a)(s):

    Jacques Anatole Xavier Ramos (ES - 14462)

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Tempestivo o recurso(cincia da decisoem 03/12/2012 - fl. 550;

    petio recursal apresentada em 04/12/2012 - fl. 552).

    Regular a representao processual - fl(s.) 366.

    O juzo est garantido - fls. 506, 513, 518, 520 e 521.

    PRESSUPOSTOS INTRNSECOS

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Jurisdio e

    Competncia / Competncia / Competncia da Justia do Trabalho.

    Alegao(es):

    - violao do(s) art(s). 114, VIII da CF.

    - divergncia jurisprudencial.

    Consta do v. acrdo (fl(s)):

    "CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS. VNCULO DE EMPREGO

    RECONHECIDO EM JUZO

    A deciso de fls. 525 sanou a omisso da deciso homologatria do

    acordo entabulado entre as partes para fazer constar que a primeira

    reclamada deve proceder anotao da CTPS do perodo de

    01/11/2007 a 22/07/2009, constando como salrio contratual R$

    1.100,00 (conforme depoimento de fl. 287) e que as contribuies

    previdencirias devero ser recolhidas sobre os salrios pagos no

    perodo acima descrito.

    Alega a agravante que somente as contribuies previdencirias

    que tenham como fato gerador o pagamento de parcelas constantes

    no ttulo executivo judicial trabalhista, tipificadas como salrio-

    contribuio, (Lei 8.212/91, artigo 28) esto sujeitas execuo na

    Justia do Trabalho. Invoca o artigo 109, I, da CF/88. Transcreve

    ementas oriundas de acrdos do STF, do TST e TRT's da 2 e 3

    Regies. Insiste que a competncia da Justia do Trabalho se

    restringe s sentenas condenatrias em pecnia que proferir e aos

    valores objeto de acordos homologados, no se estendendo s

    sentenas declaratrias de reconhecimento de vnculo. Diz que o

    STF firmou entendimento nesse sentido, o que implica reconhecer a

    inconstitucionalidade da parte final do pargrafo nico do artigo 876,

    da CLT. Alega afronta ao item I, da Smula 368, do c. TST.

    A meu ver no prosperam as alegaes da agravante. Vejamos:

    De acordo com a redao conferida pela Lei da Super Receita (Lei

    11.457/2007) ao pargrafo nico do art. 876 da CLT, extirpou-se

    qualquer dvida havida sobre a possibilidade ou no da Justia do

    Trabalho executar as contribuies sociais decorrentes de sentena

    declaratria de vnculo de emprego. Eis o teor do citado dispositivo:

    "Sero executadas ex officio as contribuies sociais devidas em

    decorrncia da deciso proferida pelos Juzes e Tribunais do

    Trabalho, resultantes de condenao ou homologao de acordo,

    inclusive sobre os salrios pagos durante o perodo contratual

    reconhecido".

    Tal dispositivo foi declarado constitucional pelo egrgio rgo

    p lenr io des ta Cor te no ju lgamento do inc idente de

    inconstitucionalidade suscitado no AP n 000386.2003.101.17.00.2,

    realizado em 25/03/2009, do qual tive a honra de participar,

    oportunidade em que acompanhei o eminente Desembargador Jos

    Carlos Rizk para declarar a constitucionalidade do mesmo, tendo

    votado no mesmo sentido os insignes Desembargadores Srgio

    Moreira de Oliveira, Gerson Fernando da Sylveira Novais e Wanda

    Lcia Costa Leite Frana Decuzzi.

    Ora, por certo que o art. 114, VIII, da CF/88 ao estabelecer a

    competncia desta Especializada para processar a "execuo, de

    ofcio, das contribuies sociais previstas no art. 195, I, 'a', e II, e

    seus acrscimos legais, decorrentes da sentena que proferir", no

    fez qualquer restrio natureza da sentena exequenda.

    Assim, no pode o intrprete do direito restringir aquilo que o

    Constituinte e o legislador infraconstitucional no restringiram, o que

    implica dizer que o item I da Smula 368 do c. TST, com todas as

    vnias, representa um retrocesso para a competncia desta Justia

    Especializada, se considerado todo o quadro histrico evolutivo

    sobre o tema, cujo comeo data do final do ltimo sculo.

    Desta forma, h de se reconhecer a competncia desta

    Especializada para executar no apenas as contribuies sociais

    decorrentes das verbas trabalhistas fixadas em condenao judicial,

    mas tambm aquelas declaratrias.

    Ressalta-se, por oportuno, que a proclamao de repercusso geral

    proferida pelo c. STF no julgamento do RE 569.056/PA no tem o

    condo, por ora, de alterar tal entendimento, j que no detm

    efeito vinculante.

    Diante de tais argumentos, nego provimento ao agravo de petio

    da reclamada para manter a deciso de fls. 525 e, assim, autorizar

    a execuo das contribuies previdencirias incidentes sobre os

    valores pagos durante o vnculo de emprego.

    Nego provimento."

    Tendo a C. Turma decidido no sentido de reconhecer a

    competncia desta Justia Especializada para executar no apenas

    as contribuies sociais decorrentes das verbas trabalhistas fixadas

    em condenao judicial, mas tambm aquelas declaratrias,

    conforme acima exposto,dou seguimento revista, para apreciao

    da alegada afronta ao artigo 114, XIII da Constituio Federal,nos

    termos do 2., do artigo 896 Consolidado.

    CONCLUSO

    RECEBO o recurso de revista.

    Cumpridas as formalidades legais, remetam-se os autos ao Colendo

    TST.

    Publique-se e intimem-se.

    Aps, Secretaria Judiciria - SEJUD.

    DESEMBARGADORA ANA PAULA TAUCEDA BRANCO

    Vice-Presidente no exerccio da Presidncia

    /gr-05

    Despacho de Admissibilidade de Recurso de

    RevistaProcesso N RO-81000-41.2012.5.17.0151

    Processo N RO-81000/2012-151-17-00.6

    Recorrente THIAGO VIEIRA MEDEIROS

    Advogado Felipe Silva Loureiro(OAB: 011114 ES)

    Recorrido CEGELEC S/A

    Plurima Autor CEGELEC S/A

    Advogado Antonio Custodio Lima(OAB: 047266SP)

    Plurima Ru THIAGO VIEIRA MEDEIROS

    PODER JUDICIRIO

    JUSTIA DO TRABALHO

    TRT 17 Regio

    ROS-0081000-41.2012.5.17.0151 - TRT-17 Regio - Primeira

    Turma

    Tramitao Preferencial

    Recurso de Revista

    Recorrente(s):

    Cegelec S/A

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  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 14Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    Advogado(a)(s):

    Antnio Custodio Lima (SP - 47266)

    Recorrido(a)(s):

    Thiago Vieira Medeiros

    Advogado(a)(s):

    Felipe Silva Loureiro (ES - 11114)

    CONSIDERAES PRELIMINARES

    O recurso de revista interposto pela reclamada CEGELEC S/A foi

    analisado por esta Presidncia s fls. 209-210, que recebeu o apelo

    ante a contrariedade do julgado com a Smula 219/TST, no tocante

    aos honorrios advocatcios. A anlise dos demais tpicos do

    recurso de revista mostrou-se desnecessria ante o disposto na

    Smula 285/TST.

    Contudo, tendo em vista a renncia do reclamante aos honorrios

    advocatcios realizada fl. 212, bem como o despacho das fls. 213-

    214, passa-se anlise dos demais tpicos do recurso de revista da

    reclamada.

    PRESSUPOSTOS EXTRNSECOS

    Desnecessria nova anlise dos pressupostos extrnsecos do

    recurso de revista, ante o despacho de admissibilidade j realizado

    fl. 209.

    PRESSUPOSTOS INTRNSECOS

    Resciso do Contrato de Trabalho / Justa Causa/Falta Grave.

    Alegao(es):

    - violao do(s) art(s). 7, XXVI, 9, 2 da CF.

    Consta do v. acrdo:

    "O reclamante afirmou ter sido admitido pela reclamada em

    10.01.2011, na funo de ajudante eltrico, com remunerao

    mdia de R$ 844,67 (oitocentos e quarenta e quatro reais e

    sessenta e sete centavos) por ms, e dispensado por justa causa

    (desdia - alnea "e" do art. 482 da CLT) em 09.01.2012.

    Alegou que os trabalhadores reivindicavam aumento de R$ 20,00

    (vinte reais) no auxlio alimentao, que passaria de R$ 80,00

    (oitenta reais) para R$ 100,00 (cem reais), bem como melhoria nas

    insalubres condies de trabalho.

    Por tais motivos, aduziu que os empregados entraram de greve em

    06.12.2011, retornaram s atividades em 19.12.2011, e retomaram

    o movimento grevista em 05.01.2012, ante a no apresentao de

    propostas pela empresa reclamada quanto s demandas

    trabalhistas.

    Afirmou que a empresa, ento, dispensou indiscriminadamente

    vrios trabalhadores, inclusive alguns que estavam de frias, sob a

    alegao de justa causa por desdia, embora o real motivo das

    rescises contratuais tenha sido o trmino de seu contrato com a

    Samarco, empresa na qual os funcionrios prestavam servio.

    Pleiteou, assim, a reverso da justa causa, com a condenao da

    empresa ao pagamento das verbas rescisrias correspondentes.

    A reclamada, em sede de contestao (fls. 53-70), sustentou que a

    segunda paralisao e a reivindicao eram abusivas, pois existia

    negociao coletiva vigente, negando as ms condies de

    trabalho.

    Alegou que, mesmo assim, foi celebrada nova conveno e

    encerrado o movimento paredista, com o retorno ao trabalho de

    todos os funcionrios da Samarco, inclusive terceirizados, exceto os

    seus empregados, como o autor, fazendo com que a referida

    empresa rompesse o contrato de prestao de servio com a

    reclamada.

    Aduziu, ainda, que a paralisao ocorrida antes da celebrao da

    conveno foi reconhecida como lcita pela r e pela Samarco, no

    sendo descontados os dias entre 06.12.2011 e 22.12.2011, ao

    contrrio da greve abusiva posterior, que ocasionou a dispensa por

    justa causa, por desdia.

    Sustentou, por fim, que a manifestao no foi pacfica, pois os

    grevistas impediram o acesso de quem queria trabalhar e causaram

    danos ao patrimnio da empresa com atos de vandalismo em seus

    vestirios.

    A sentena das fls. 44-52, aps ouvir o autor e o preposto da

    empresa, declarou a nulidade da dispensa justa causa, por entender

    que a paralisao no justifica tal forma de resciso dos

    empregados da reclamada, no havendo provas de que esta perdeu

    o contrato com a Samarco devido ao pacfico movimento paredista.

    A reclamada, em suas razes recursais (fls. 166v.-171v.), pleiteia a

    reforma da deciso reiterando os argumentos de sua defesa.

    Sem razo.

    cedio que as hipteses de justa causa obreira, taxativamente

    elencadas na norma jurdica (CLT, artigo 482), devem ser

    flagrantemente demonstradas, por fora de sua natureza restritiva

    de direitos.

    Por outro lado, tambm sabemos que a doutrina aponta alguns

    pressupostos para o exerccio desse poder disciplinar do

    empregador, a saber: tipicidade da conduta obreira; culpa em

    sentido lato (dolo ou culpa em sentido estrito); nexo causal entre a

    falta e a penalidade; adequao (correspondncia qualitativa) e

    proporcionalidade (mensurao quantitativa entre a infrao

    cometida e a pena aplicada); imediaticidade da punio; ausncia

    de perdo tcito; singularidade da punio (non bis in idem);

    inalterao da punio; ausncia de discriminao; ndole

    pedaggica do exerccio do poder disciplinar, com a correspondente

    gradao de penalidades.

    In casu, a despedida fulcrou-se no artigo 482, alnea "e", da CLT,

    pelo qual constitui justa causa para resciso do contrato de trabalho

    pelo empregador, a "desdia no desempenho das respectivas

    funes".

    Pois bem.

    Em seu depoimento, o preposto da reclamada disse que "foram

    dispensados todos os trabalhadores referentes ao contrato mantido

    com a Samarco, sendo todos por justa causa" (fl. 43).

    Assim, o primeiro ponto a se ressaltar, como asseverado pela

    Origem, a ausncia de individualizao dos funcionrios, sendo

    tratados de maneira indistinta e dispensados sumariamente, sob

    alegao de desdia, cerca de 80 (oitenta) empregados da

    reclamada.

    Registra-se tambm que no h qualquer prova de atos de

    vandalismo causados pelo autor, uma vez que os danos causados

    aos vestirios da Samarco, pois no foi possvel identificar os

    responsveis pela ao, tendo o autor declarado que "nem soube

    de destruio de vestirio" (fl. 43).

    O prprio preposto da r afirmou que as pessoas envolvidas no

    foram identificadas e que "no d para saber se foram os

    funcionrios da CEGELEC que invadiram o vestirio da Samarco,

    eis que haviam outras empresas em greve" (fl. 43).

    A empresa reconheceu a legitimidade do primeiro movimento

    paredista, que terminou com a celebrao de nova conveno

    coletiva (fls. 130-148).

    A discusso principal gira, portanto, em torno da segunda greve

    realizada, e se tal movimento caracteriza comportamento desidioso

    a justificar a dispensa do autor por justa causa.

    A testemunha da empresa, ouvida na ao coletiva n 0000900-

    02.2012.5.17.0151 (fls. 154-155), cujo depoimento foi juntado pela

    r, afirmou que, "aps o trmino da greve e da conveno os

    trabalhadores retornaram ao trabalho, mas no foram normalizadas

    as atividades, e em seguida, o sindicato lanou outro edital de greve

    especfica dos trabalhadores da primeira r" (fl. 154).

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  • 1166/2013 Tribunal Regional do Trabalho da 17 REGIO 15Data da Disponibilizao: Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013

    Portanto, a reclamada estava ciente do movimento grevista,

    negando o pedido de reajuste do auxlio alimentao, pois havia

    negociao coletiva vigente, nos termos do depoimento da mesma

    testemunha (fl. 154).

    Os funcionrios da empresa permaneceram, ento, de acordo com

    os depoimentos colhidos nestes e naqueles autos, de 2 (dois) a 3

    (dias) comparecendo regularmente ao local de trabalho, sem, no

    entanto, realizar as respectivas atividades laborais, caracterizando

    manifestao absolutamente pacfica.

    Aps o prazo acima e o registro de atos de vandalismo sem autoria

    identificada, os empregados da r tiveram seus crachs bloqueados

    para entrada na rea de trabalho.

    A situao perdurou at 09.01.2012, sem que a empresa

    promovesse qualquer ato no sentido de contornar a situao,

    negociar com os empregados, ou mesmo atribuir punies, como

    advertncia e suspenso aos grevistas.

    Na data acima foi rescindido o contrato de prestao de servios

    entre a Samarco e a reclamada, no havendo, entretanto, qualquer

    prova nos autos de que o trmino do pacto entre as empresas tenha

    decorrido do movimento grevista deflagrado pelos funcionrios da

    terceirizada.

    Mostra-se descabida a dispensa por justa causa, sob a alegao de

    desdia, de praticamente todos os funcionrios da empresa,

    especialmente aps a rescis