diamantifera fome dos ricos

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1 Diamantífera Fome dos Ricos Cada quilate de diamante pesa 0,2 grama; num quilograma tem 5.000 quilates. No mundo mineram agora 26 mil toneladas ou 26.000.000 de kg ou 130 bilhões de quilates por US$ 9,0 bilhões, embora outros falem em 5,0 mil toneladas/ano. RELAÇÕES 14,4 quilate por dólar; como os ricos e médios altos no Brasil são respectivamente 5 % e 15 %, somando 20 %, suporei que no mundo o mesmo se dá, dos 6.500 milhões de vivos hoje 1.300 milhões; como 20 % dos diamantes vão para atividades não-industriais, os ricos se apropriam de [(130 bilhões x 20 % = 26 bilhões)/1.300 milhões =] 20 quilates/indivíduo por ano. Gastam 1,5 dólar por pessoa/ano. Naturalmente é mais, pois lapidado, enquanto os preços acima são dos diamantes em bruto. Difícil pensar que miseráveis (30 %) e pobres e médio-baixos (50 %) tenham poder de compra para tal. O que fazem com tais pedras? Vão se distanciar dos demais, pleiteando acesso a certa beleza e duração que os outros não podem pagar. Evidentemente os ricos estão sempre pagando o diferenciamento positivo, merecedor de aplausos de quase todos os outros, que os invejam. Pagam caro, mas é por “bom motivo”, distanciarem- se dos vulgares, dos comuns, dos plebeus. Distanciar-se, afastar-se, apartar- se, desaproximar-se – essa é a chave. Toda essa PSICOLOGIA DO AFASTAMENTO gera o aproveitamento do diamante, fora os 80 % que são destinados a outras produções; contudo, essa psicologia perversa nunca foi estudada nem muito menos questionada nem no particular do diamante nem no geral dos afastamentos todos. Vitória, segunda-feira, 18 de setembro de 2006. José Augusto Gava. SUPER-HOMEM É O QUE DÁ O SUPER-DIAMANTE

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brilhantemente distanciados os seres humanos fazem propaganda da aproximação

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Page 1: Diamantifera Fome dos Ricos

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Diamantífera Fome dos Ricos

Cada quilate de diamante pesa 0,2 grama; num quilograma tem 5.000 quilates. No mundo mineram agora 26 mil toneladas ou 26.000.000 de kg ou 130 bilhões de quilates por US$ 9,0 bilhões, embora outros falem em 5,0 mil toneladas/ano.

RELAÇÕES • 14,4 quilate por dólar; • como os ricos e médios altos no Brasil são

respectivamente 5 % e 15 %, somando 20 %, suporei que no mundo o mesmo se dá, dos 6.500 milhões de vivos hoje 1.300 milhões; como 20 % dos diamantes vão para atividades não-industriais, os ricos se apropriam de [(130 bilhões x 20 % = 26 bilhões)/1.300 milhões =] 20 quilates/indivíduo por ano. Gastam 1,5 dólar por pessoa/ano. Naturalmente é mais, pois lapidado, enquanto os preços acima são dos diamantes em bruto.

Difícil pensar que miseráveis (30 %) e pobres e médio-baixos (50 %) tenham poder de compra para tal.

O que fazem com tais pedras? Vão se distanciar dos demais, pleiteando acesso a certa beleza e

duração que os outros não podem pagar. Evidentemente os ricos estão sempre pagando o diferenciamento positivo, merecedor de aplausos de quase todos os outros, que os invejam. Pagam caro, mas é por “bom motivo”, distanciarem-se dos vulgares, dos comuns, dos plebeus. Distanciar-se, afastar-se, apartar-se, desaproximar-se – essa é a chave. Toda essa PSICOLOGIA DO AFASTAMENTO gera o aproveitamento do diamante, fora os 80 % que são destinados a outras produções; contudo, essa psicologia perversa nunca foi estudada nem muito menos questionada nem no particular do diamante nem no geral dos afastamentos todos.

Vitória, segunda-feira, 18 de setembro de 2006. José Augusto Gava. SUPER-HOMEM É O QUE DÁ O SUPER-DIAMANTE

Page 2: Diamantifera Fome dos Ricos

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DIA-MONTE Diamantes, lama e sangue

O glamour das joalherias esconde as atrocidades cometidas em nome dessa pedra. Se fôssemos julgar o diamante, ele seria um criminoso brilhante, um

sujeito jóia ou só um cara durão?

Por Alvaro Oppermann, com edição de Marcos Nogueira

Diamantes embelezam os dedos das mulheres que podem se dar ao luxo de usá-los, mas já levaram embora as mãos de milhares de crianças africanas - vítimas de conflitos financiados com o dinheiro da exploração diamantífera.

Fascinante, belo, sangrento, misterioso, inescrupuloso: todas essas qualidades já foram aplicadas ao multifacetado diamante. Mas é possível atribuir

adjetivos tão fortes a algo que, afinal, não passa de um arranjo espetacular de átomos de carbono? Vale a pena pôr uma pedra no banco dos réus?

Ocorre que esses átomos inertes estão perigosamente vinculados a uma série de crimes. A acusação mais grave é a de assassinato: gemas contrabandeadas

pagaram o envio de 20 mísseis SA-8 e 200 foguetes BM-21 para uma organização paramilitar de direita da Colômbia. Como prova incontestável do

delito, há um e-mail interceptado em 2001, do negociante de armas israelense Simon Yelnik. Não é só isso: a ficha desse brilhante réu é comprida e inclui desde concorrência desleal até a manutenção de trabalho escravo nas minas. Como argumento de defesa, pode-se dizer que diamantes são sujeitos jóias que já salvaram muitas vidas. Serras diamantadas são empregadas em

ranhuras no asfalto de autopistas européias, o que previne acidentes. Bisturis de diamante são usados em delicadas cirurgias oftalmológicas. Diamantes também fazem a ciência progredir: a coleta de amostras do solo marciano pelos veículos exploradores Spirit, em 2004, foi feita com instrumentos de

diamante. Graças à pedra, a Nasa encontrou traços de água no planeta vermelho.

Quando não bancam o bandido ou o herói, diamantes são caras literalmente durões, que podem ser úteis em tarefas casca-grossa. Todo vidraceiro sabe

disso - não há outro material que corte vidros como o diamante. Até na gastronomia ele mete a colher. Na Barilla, fabricante de massas da Itália, o

diamante é usado para cortar o macarrão.

Será que, pesando os argumentos, vale a pena continuar a contar com o diamante? Como dá para ver, não é uma sentença fácil.

Antecedentes

O diamante é feito de carbono puro e foi forjado no interior da terra há pelo menos 3,3 bilhões de anos - a temperaturas de 1 200 ºC e pressão de 58 mil

atmosferas. Existem minerais mais raros do que ele, como a painita, encontrada em quantidades ínfimas. Outros são mais valiosos, como o tório e o ítrio, usados em reatores nucleares. A sua história - ou a história do homem

com ele - começou há uns 5 mil anos. Naquele tempo, na Índia e na Mesopotâmia, ninguém revendia diamantes com vistas a ter lucros

astronômicos. Diamantes eram usados em artefatos rituais. Principalmente

Page 3: Diamantifera Fome dos Ricos

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pelos homens, para ressaltar a virilidade (não há nada mais duro na natureza, daí o seu nome, do grego adamas, "invencível").

Até a Renascença, o interesse comercial pelo diamante permaneceu adormecido. No século 15, porém, começou um frenesi pelo mineral que não terminou até hoje. Em 1477, foi dado o primeiro anel de noivado de diamante de que se tem notícia na história, à duquesa francesa Maria de Borgonha. Em 1725, o Brasil desbancou a Índia da posição de maior fornecedor de diamantes

no mundo.

A indústria do diamante chegou à maturidade quando, em 1919, o matemático francês Marcel Tolkowsky criou um jeito de ressaltar ao máximo a cor e a

claridade da pedra, frutos da dispersão da luz no diamante. A essa fórmula de lapidação - 57 facetas polidas, 33 na metade superior (chamada de coroa) e 24 na metade inferior (o pavilhão) - Tolkowsky deu o nome de brilhante. A beleza, e o valor, do diamante nascem de 4 fatores: a sua cor, claridade,

tamanho (e peso) e lapidação. São os famosos "4 Cs" da indústria diamantífera: em inglês, color, clarity, carat e cut. Diamantes azulados ou

rosados são raros e, por isso, muito valiosos. Já os amarelados são mais comuns. Uma marca do diamante autêntico - e a primeira coisa que o

distingue de falsificações grosseiras, como as de zircônio - é a sua leveza. O Koh-i-Noor, da Coroa Britânica, tem quase o tamanho de uma bola de pingue-

pongue e não chega a 22 gramas.

Nem todo diamante tem brilho. Aliás, esses são exceção. Quase todas as pedras extraídas das minas são opacas e pequenas. Elas são usadas na

indústria, principalmente como instrumento de corte, de perfuração e como abrasivo.

Acusação nº 1: servidão e maus-tratos

Minas de diamantes nunca foram locais agradáveis para se trabalhar. Principalmente depois que nós, brasileiros, entramos nesse negócio, em Minas Gerais dos idos de 1700. O nosso know-how de brutalidade foi logo copiado na

África do Sul. Em 1879, o engenheiro sul-africano T.C. Kitto escreveu uma carta endereçada a seus patrões em Londres: "Os pretos [escravos brasileiros]

são instalados em currais, que são fechados à corrente (...). Acho que sob supervisão européia os nossos pretos podem se tornar quase tão bons quanto

os brasileiros". Quando suspeitos de roubo, os trabalhadores das minas brasileiras eram trancados e acorrentados nus por dias a fio, num cubículo

sem luz ou ventilação, sem água ou comida. Depois, inspecionavam-se os seus excrementos, em busca dos diamantes.

Hoje em dia, na África do Sul, os funcionários das minas passam todos os dias pelo raio X. Em Kimberley, o aparelho funciona mal - não distingue um

diamante de um amendoim - e um funcionário, em 1993, acabou na mesa de cirurgia para extrair um diamante inexistente, uma mancha em sua radiografia. A poeira causa câncer de pulmão e outros problemas

respiratórios. "Só enxergamos 1 metro à nossa frente", contou um mineiro a Janine Roberts, autora do livro Glitter & Greed ("Brilho & Cobiça", inédito no

Brasil).

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Acusação nº 2: superfaturamento

Um quilate de diamante custa entre 2 e 15 dólares para ser extraído - de leitos de rios, do fundo do mar, de regiões geladas no Canadá e Sibéria, ou de minas subterrâneas na África e Austrália. Anualmente, 26 mil toneladas - ou 130 bilhões de quilates - de diamante são mineradas. E vendidas a 9 bilhões de dólares. Até aí, o lucro das mineradoras já é fantástico. O pulo-do-gato,

porém, ainda está por vir: desse total, 20% são transformados em 70 milhões de peças de jóias por ano, no valor de 58 bilhões de dólares. "O que custa

caro numa jóia é o polimento e a lapidação", disse um joalheiro da rua 47, de Nova York, a Janine Roberts em Glitter & Greed. Curiosamente, boa parte das

pedras hoje é polida e lapidada na Índia, por garotos de até 12 anos que ganham 23 centavos de dólar por quilate trabalhado. Mãos pequenas e olhos

afiados são valiosos nessa indústria.

Acusação nº3: monopólio

Dado estarrecedor: 80% do comércio de diamantes em estado bruto do mundo está nas mãos de dois negociantes, a mastodôntica sul-africana De Beers e o

milionário russo Lev Leviev. Como eles conseguem isso? Ora, comprando quase toda a produção mundial direto das minas. No mundo dos diamantes, os

grandes mineradores são excelentes amigos de governos e governantes. Nos EUA, Maurice Templesman, representante da De Beers, é freqüentador da

Casa Branca desde os tempos de John Kennedy. A ex-Dama de Ferro inglesa, Margareth Thatcher, promovia recepções no luxuoso escritório da família

Oppenheimer, atual dona da De Beers. Lev Leviev, que detém a exclusividade de exploração das pedras angolanas, tem laços mais que suspeitos com o

presidente russo Vladimir Putin.

Os dois gigantes revendem as pedras para apenas um seleto grupo de 150 negociantes, que os revendem para outras empresas, concentradas nas bolsas

de diamantes - distritos de altíssima segurança localizados em Londres (Inglaterra), em Antuérpia (Bélgica), em Tel-Aviv (Israel), Mumbai (Índia), Hong Kong (China) e Tóquio (Japão). Desses distritos saem os diamantes

polidos que são vendidos às milhares de joalherias em todo o mundo.

Em Ramat Gan, o distrito dos diamantes de Tel-Aviv, 900 câmeras monitoram o movimento das 15 mil pessoas que ali circulam todos os dias. Quando uma dessas pessoas não registra a saída ao término do expediente, é caçada por

um batalhão de seguranças. Para que ninguém precise sair ao "mundo exterior", existem bancos, cabeleireiros, academias de ginástica e

restaurantes no complexo. A justiça em Ramat Gan tem uma dinâmica peculiar. Em caso de desavença entre dois negociantes - fato raríssimo-, tudo

se resolve dentro da própria bolsa. "Não deixamos advogados entrar aqui", disse Benzion Fouzailoff, negociante israelense, ao jornalista brasileiro Ariel

Finguerman, no livro Retratos de uma Guerra.

Acusação nº 4: fomento de guerra

Muitas das minas diamantíferas africanas ficaram na última década nas mãos de ditadores e de líderes guerrilheiros da África, como Jonas Savimbi, em Angola, e Foday Sankoh, em Serra Leoa. "Diamantes são como uma moeda.

Page 5: Diamantifera Fome dos Ricos

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Eles pagam empréstimos internacionais, pagam propinas, compram armas... em alguns casos são melhores que dinheiro vivo", afirma o negociante Mark

von Bockstael, de Antuérpia, Bélgica. Nesses países, a riqueza dos diamantes se transforma numa fonte quase inesgotável para a compra de armas - as

transações são intermediadas por mercenários como Victor Bout, ex-agente da KGB, ou o israelense Simon Yelnik, ex-agente do Mossad.

O dinheiro do diamante também patrocinou o terrorismo. Charles Taylor, ditador da Libéria, vendeu pedras para ninguém menos que Osama Bin Laden.

"Dois compradores que negociavam com Taylor a partir de 1998 eram membros do alto escalão da rede do bilionário saudita", escreve Greg

Campbell, autor de Blood Diamonds ("Diamantes de Sangue", inédito no Brasil), obra que esmiuça o tráfico internacional de diamantes. Suspeita-se

que as pedras da Al Qaeda tenham sido derramadas na Europa num negócio de 20 milhões de dólares, entre 1998 e 2001. Até que não é muito, mas, como diz Alex Yearsley, da ong Global Witness ("Ttestemunha Global", que milita contra

o tráfico de diamantes), "é assustador que os ataques de 11 de Setembro tenham custado só 500 mil dólares. Quantos outros ataques os diamantes da

Al Qaeda ainda não podem financiar?" Alex não é o único a alardear a conexão terror-diamantes: "Muitos dealers não se importam com a procedência das

pedras, quando elas têm alto valor", diz o ativista de direitos humanos Henrik Turlsson. Segundo uma estimativa da New African (revista de assuntos

africanos editada na Europa), a centenária De Beers comprou em 1991 entre 500 milhões e 800 milhões de dólares de diamantes de mercadores

independentes, muitos deles "laranjas" de sanguinários ditadores africanos.

Considerações finais

É provável que a indústria diamantífera tradicional esteja com os dias contados. Já existem máquinas que reproduzem as condições de temperatura

e pressão altíssimas capazes de fabricar diamantes a partir de carbono - entramos na era do diamante sintético. Com o aumento da oferta, espera-se, entre outras coisas, que o diamante substitua o silício como material-base dos chips de computador. É o que aposta Hideyo Okushi, do Instituto de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada do Japão, que pesquisa os chips de diamante,

que podem funcionar tranqüilamente numa temperatura de até 1 000 ºC, enquanto que os atuais de silício emperram ao atingir mornos 150 ºC. Ainda

existem empecilhos para isso: um, ironicamente, é a pureza do diamante, que atrapalha a condução de eletricidade. Cientistas como Okushi investigam

formas de agregar impurezas ao diamante para torná-lo um condutor melhor.

Enquanto isso, a indústria dos diamantes se move para diminuir os seus descalabros humanos. Em 2002, os maiores produtores mundiais assinaram na Suíça o Processo de Kimberley, um acordo que padroniza e controla a emissão

de certificados de procedência dos diamantes, o que na teoria evitaria o contrabando de pedras. Em 2003, foi sancionada pelo Congresso dos EUA a Ata

para o Comércio Limpo de Diamantes (CDTA, na sigla em inglês), que monitora o movimento de pedras não lapidadas no mundo.

Acuados, nem sempre os barões das pedras aceitam pacatamente essas medidas: "Querem fazer com a gente o que fizeram com os casacos de pele",

disse Nikki Oppenheimer, presidente da De Beers, lembrando que protestos de

Page 6: Diamantifera Fome dos Ricos

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ongs ecologistas quase arruinaram o comércio de estolas e afins. Ninguém aposta, nessa indústria, que os diamantes de laboratório venham a substituir

as gemas naturais. Ironicamente, são as pequenas imperfeições vindas de elementos como o nitrogênio - impurezas na composição do diamante -que geram a cor, o brilho e, enfim, o fascínio da pedra. Um jornalista britânico

comentou sobre os diamantes sintéticos, feitos 100% de carbono: "É como um rosto humano cujos traços não tivessem a mínima imperfeição. É um

andróide, como esses personagens de computação gráfica". Um diamante sintético tem tanta graça quanto um vinho produzido num laboratório de

química.

O destino mais incerto de todos é o da maior vítima da indústria diamantífera: a África. As atrocidades que assombraram o mundo nos anos 90 ainda são uma sombra que paira sobre o continente. Os maiores carniceiros africanos, como

Mobutu, Savimbi, Taylor e Sankoh estão ou mortos ou encarcerados. Mas muita coisa precisa melhorar. "A CDTA ainda possui muitos furos, e as

negociações para o controle de diamantes oriundo de áreas de conflito não parecem ter evoluído desde 2003", afirma Nathaniel Raymond, diretor de comunicação da Oxfam America, entidadede combate à pobreza mundial.

Outros, como a ativista de direitos humanos Janine Roberts, vão mais além: "Não é apenas o tráfico de diamantes que deve ser banido", diz. "Os salários escandalosamente baixos pagos aos trabalhadores africanos, ou o trabalho

infantil, realizado em condições precárias, também têm de sumir para sempre".

Essa é uma saga que ainda está longe de terminar. E declarar o diamante culpado ou inocente seria de um simplismo grosseiro - o julgamento depende

de que face da pedra você está olhando.

Page 7: Diamantifera Fome dos Ricos

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Diamante

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Diamante

Animação: estrutura espacial do diamante

O diamante é um polimorfos de carbono puro, de fórmula química C.

Cristaliza no sistema cúbico, geralmente em cristais com forma octaédrica (8 faces) ou hexaquisoctaédrica (48 faces), frequentemente com superfícies

curvas, arredondadas, incolores ou coradas. Os diamantes de cor escura são pouco conhecidos e o seu valor como gema é menor devido ao seu aspecto

pouco atractivo.

Sendo carbono puro, o diamante arde quando exposto a uma chama, transformando-se em dióxido de carbono. É solúvel em diversos ácidos e

infusível, excepto a altas pressões.

O diamante é o mineral mais duro actualmente conhecido, com uma dureza de 10 (valor máximo da escala de Mohs). Isto significa que não pode ser riscado por nenhum outro mineral ou substância que possua uma dureza inferior a 10. No entanto, é muito frágil, ficando esse facto a dever-se à

clivagem octaédrica perfeita segundo {111}. Estas duas características fizeram com que o diamante não fosse talhado durante muitos anos.

A densidade é de 3,52. O brilho é adamantino, derivado do elevadíssimo índice de refracção (2,42). Recorde-se que todos os minerais com índice de

refracção maior ou igual a 1,9 possuem este brilho. No entanto, os cristais não cortados podem apresentar um brilho gorduroso. Pode apresentar

fluorescência sob luz ultravioleta, originando colorações azul, rosa, amarela

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ou verde.

O diamante é um polimorfos de carbono puro, de fórmula química C.

Cristaliza no sistema cúbico, geralmente em cristais com forma octaédrica (8 faces) ou hexaquisoctaédrica (48 faces), frequentemente com superfícies

curvas, arredondadas, incolores ou coradas. Os diamantes de cor escura são pouco conhecidos e o seu valor como gema é menor devido ao seu aspecto

pouco atractivo.

Sendo carbono puro, o diamante arde quando exposto a uma chama, transformando-se em dióxido de carbono. É solúvel em diversos ácidos e

infusível, excepto a altas pressões.

O diamante é o mineral mais duro actualmente conhecido, com uma dureza de 10 (valor máximo da escala de Mohs). Isto significa que não pode ser riscado por nenhum outro mineral ou substância que possua uma dureza inferior a 10. No entanto, é muito frágil, ficando esse facto a dever-se à

clivagem octaédrica perfeita segundo {111}. Estas duas características fizeram com que o diamante não fosse talhado durante muitos anos.

A densidade é de 3,52. O brilho é adamantino, derivado do elevadíssimo índice de refracção (2,42). Recorde-se que todos os minerais com índice de

refracção maior ou igual a 1,9 possuem este brilho. No entanto, os cristais não cortados podem apresentar um brilho gorduroso. Pode apresentar

fluorescência sob luz ultravioleta, originando colorações azul, rosa, amarela ou verde e compre hebalife.

O diamante é um polimorfos de carbono puro, de fórmula química C.

Cristaliza no sistema cúbico, geralmente em cristais com forma octaédrica (8 faces) ou hexaquisoctaédrica (48 faces), frequentemente com superfícies

curvas, arredondadas, incolores ou coradas. Os diamantes de cor escura são pouco conhecidos e o seu valor como gema é menor devido ao seu aspecto

pouco atractivo.

Sendo carbono puro, o diamante arde quando exposto a uma chama, transformando-se em dióxido de carbono. É solúvel em diversos ácidos e

infusível, excepto a altas pressões.

O diamante é o mineral mais duro actualmente conhecido, com uma dureza de 10 (valor máximo da escala de Mohs). Isto significa que não pode ser riscado por nenhum outro mineral ou substância que possua uma dureza inferior a 10. No entanto, é muito frágil, ficando esse facto a dever-se à

clivagem octaédrica perfeita segundo {111}. Estas duas características fizeram com que o diamante não fosse talhado durante muitos anos.

A densidade é de 3,52. O brilho é adamantino, derivado do elevadíssimo índice de refracção (2,42). Recorde-se que todos os minerais com índice de

refracção maior ou igual a 1,9 possuem este brilho. No entanto, os cristais não cortados podem apresentar um brilho gorduroso. Pode apresentar

fluorescência sob luz ultravioleta, originando colorações azul, rosa, amarela

Page 9: Diamantifera Fome dos Ricos

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ou verde (HERBALIFE.

Aplicações e valor

Só os diamantes incolores ou com matizes bonitos constituem pedras preciosas, que se utilizam em joalharia, montados em metais preciosos e/ou

em associação com outras gemas.

O interesse popular nos diamantes centra-se no seu valor como gemas, mas os cristais têm ainda uma maior importância como ferramentas industriais. As variedades negras e microcristalinas, não tendo valor comercial, utilizam-se na indústria como abrasivos de alta qualidade ou como ferramentas de talha

ou como perfuradores para materiais de dureza elevada. Estes podem ser usados para cortar, tornear e furar alumina, quartzo, vidro e artigos cerâmicos. O pó de diamante é usado para polir aços e outras ligas.

Talha

O valor do diamante reside na ausência total de impurezas e de cor.

Uma vez seleccionados, os diamantes são cortados e talham-se ao longo de direcções nas quais a dureza é menor. Uma talha bem realizada é aquela que realça o foco, ou seja, o conjunto de reflexos de cores derivados da dispersão

da luz branca no interior da gema.

Diamantes sintéticos

Actualmente, existe a possibilidade de fazer diamantes sintéticos, submetendo grafite a pressões elevadas. No entanto, o resultado são quase

sempre cristais de dimensões demasiado reduzidas para poderem ser comercializados como gemas. O risco de se adquirir um diamante artificial é quase nulo, sendo inclusivamente inferior à possibilidade de encontrar gemas

que os comerciantes dizem ser diamante mas que não o são realmente.

Embora já em 1880 J. Balentine Hannay, um químico escocês, tivesse produzido minúsculos cristais, só em 1955 cientistas da General Electric Company conseguiram um método eficaz para a síntese de diamantes

artificiais. Este feito foi creditado a Francis Bundy, Tracy Hall, Herbert M. Strong e Robert H. Wentorf, depois de investigações efectuadas por Percy W. Bridgeman na Universidade de Harvard. Os diamantes assim conseguidos eram de qualidade industrial sendo hoje em dia produzidos em larga escala. Cristais

com a qualidade de pedras preciosas, só se conseguiram sintetizar em 1970 por Strong e Wentorf, num processo que exige pressões e temperaturas

extremamente elevadas.

Carbono

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Índice

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• 1 Características principais • 2 Estados alotrópicos

• 3 Aplicações • 4 Abundância e obtenção • 5 Compostos inorgânicos

• 6 Isótopos • 7 Precauções • 8 Ver também

• 9 Ligações externas

Carbono Grafite

Carbono Diamante

O carbono (do latim carbo, carvão) é um elemento químico,símbolo C de número atômico 6 (6 prótons e 6 elétrons) com massa atómica 12 u , e sólido a temperatura ambiente. Dependendo das condições de formação pode ser encontrado na natureza em diversas formas alotrópicas, carbono amorfo e

cristalino em forma de grafite ou diamante.

É o pilar básico da química orgânica, se conhecem cerca de 10 milhões de compostos de carbono, e forma parte de todos os seres vivos.

Boro - Carbono - Azoto

Page 11: Diamantifera Fome dos Ricos

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C Si

Tabela Periódica

Geral

Nome, símbolo, número Carbono, C, 6

Classe , série química Não-metal , representativo ( família do carbono )

Grupo, período, bloco 14 ( IVA ), 2 , p

Densidade, dureza 2267 kg/m3, 0.5 (grafite)

10.0 (diamante)

Cor e aparência

Preto (grafite) Incolor (diamante)

Propriedades atómicas

Massa atómica 12.0107 u

Raio atómico (calculado) 70 (67)picómetro

Raio covalente 77 pm

Raio de van der Waals 170 pm

Configuração electrónica [He]2s22p2

Elétrons por nível de energia 2, 4

Estado de oxidação (óxido) 4

Estrutura cristalina Hexagonal

Propriedades físicas

Estado da matéria sólido (Não magnético)

Ponto de fusão 3773 K (6332 °F)

Ponto de ebulição 5100 K (8721 °F)

Volume molar 5.29 ×10-6 m3/mol

Entalpia de vaporização 355.8 kJ/mol (sublima)

Page 12: Diamantifera Fome dos Ricos

12

Entalpia de fusão N/A (sublima)

Pressão de vapor 0 Pa

Velocidade do som 18350 m/s

Informações diversas

Eletronegatividade 2.55 (Escala de Pauling)

Calor específico 710 J/(kg*K)

Condutividade elétrica 0.061 × 106/m ohm

Condutividade térmica 129 W/(m*K)

1ª Potencial de ionização 1086.5 kJ/mol

2ª Potencial de ionização 2352.6 kJ/mol

3ª Potencial de ionização 4620.5 kJ/mol

4ª Potencial de ionização 6222.7 kJ/mol

5ª potencial de ionização 37831 kJ/mol

6ª Potencial de ionização 47277.0 kJ/mol

Isótopos mais estáveis

Isótopo AN meia-vida MD ED MeV PD

12C 98.9% C é isótopo estável com 6 neutrons

13C 1.1% C é estável com 7 neutrons

14C vestígios 5730 anos beta- 0.156 14N

Page 13: Diamantifera Fome dos Ricos

13

Características principais

O carbono é um elemento notável por várias razões. Suas formas alotrópicas incluem, surpreendentemente, uma das substâncias mais frágeis e baratas (o

grafite) e uma das mais duras e caras (o diamante). Mais ainda: apresenta uma grande afinidade para combinar-se quimicamente com outros átomos

pequenos, incluindo átomos de carbono que podem formar largas cadeias. O seu pequeno raio atómico permite-lhe formar cadeias múltiplas; assim, com o oxigênio forma o dióxido de carbono, vital para o crescimento das plantas (ver

ciclo do carbono); com o hidrogênio forma numerosos compostos denominados, genericamente, hidrocarbonetos, essenciais para a indústria e o

transporte na forma de combustível derivados de petróleo e gás natural. Combinado com ambos forma uma grande variedade de compostos como, por exemplo, os ácidos graxos, essenciais para a vida, e os ésteres que dão sabor às frutas. Além disso, fornece, através do ciclo carbono-nitrogênio, parte da

energia produzida pelo Sol e outras estrelas.

Estados alotrópicos

São conhecidas quatro formas alotrópicas do carbono, além da amorfa: grafite, diamante, fulerenos e nanotubos. Em 22 de março de 2004 se

anunciou a descoberta de uma quinta forma alotrópica: ( nanoespumas ) [1]. A forma amorfa é essencialmente grafite, porque não chega a adotar uma estrutura cristalina macroscópica. Esta é a forma presente na maioria dos

carvões e na fuligem.

À pressão normal, o carbono adota a forma de grafite estando cada átomo unido a outros três em um plano composto de células hexagonais; neste

estado, 3 elétrons se encontranm em orbitais híbridos planos sp² e o quarto em um orbital p.

As duas formas de grafite conhecidas, alfa (hexagonal) e beta (romboédrica), apresentam propriedades físicas idênticas. Os grafites naturais contêm mais

de 30% de forma beta, enquanto o grafite sintético contém únicamente a forma alfa. A forma alfa pode transformar-se em beta através de

procedimentos mecânicos, e esta recristalizar-se na forma alfa por aquecimento acima de 1000 ºC.

Devido ao deslocamento dos elétrons do orbital pi, o grafite é condutor de eletricidade, propriedade que permite seu uso em processos de eletrólise. O material é frágil e as diferentes camadas, separadas por átomos intercalados, se encontram unidas por forças de Van de Waals, sendo relativamente fácil

que umas deslizem sobre as outras.

Sob pressões elevadas, o carbono adota a forma de diamante, na qual cada átomo está unido a outros quatro átomos de carbono, encontrando-se os 4

elétrons em orbitaiss sp³, como nos hidrocarbonetos. O diamante apresenta a mesma estrutura cúbica que o silício e o germânio, e devido à resistência da

ligação química carbono-carbono, é junto com o nitreto de boro (BN) a substância mais dura conhecida. A transformação em grafite na temperatura

Unidades SI e CNPT exceto onde indicado

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ambiente é tão lenta que é indetectável. Sob certas condições, o carbono cristaliza como lonsdaleíta, uma forma similar ao diamante, porém hexagonal,

encontrado nos meteoros.

O orbital híbrido sp¹, que forma ligações covalentes, só é de interesse na química, manifestando-se em alguns compostos como, por exemplo, o

acetileno.

Os fulerenos têm uma estrutura similar à do grafite, porém o empacotamento hexagonal se combina com pentágonos (e, possivelmente, heptágonos), o que

curva os planos e permite o aparecimento de estruturas de forma esférica, elipsoidal e cilíndrica. São constituídos por 60 átomos de carbono

apresentando uma estrutura tridimensional similar a uma bola de futebol. As propriedades dos fulerenos não foram determinadas por completo,

continuando a serem investigadas.

A esta família pertencem também os nanotubos de carbono, de forma cilíndrica, rematados em seus extremos por hemiesferas (fulerenos).

Constituem um dos primeiros produtos industriais da nanotecnologia.Ele é usado em filtros para agua e ar,diamante,grafite para lapis e

eletrodos.Material para desacelerar particulas no reator atomico ,gas, gasolina e oleo.

Aplicacões

O principal uso industrial do carbono é como componente de hidrocarbonetos, especialmente os combustíveis como petróleo e gás natural; do primeiro se obtêm por destilação nas refinarias gasolinas, querosene e óleos e, ainda, é

usado como matéria-prima para a obtenção de plásticos, enquanto que o segundo está se impondo como fonte de energia por sua combustão mais

limpa. Outros usos são:

• O isótopo carbono-14, descoberto em 27 de fevereiro de 1940, se usa na datação radiométrica.

• O grafite se combina com argila para fabricar a parte interna dos lápis. • O diamante é empregado para a produção de jóias e como material de

corte aproveitando sua dureza. • Como elemento de liga principal dos aços (ligas de ferro).

• Em varetas de proteção de reatores nucleares. • As pastilhas de carbono são empregadas em medicina para absorver as

toxinas do sistema digestivo e como remédio para a flatulência. • O carbono ativado se emprega em sistemas de filtração e purificacão

da água. • O Carbono-11, radioactivo com emissão de positrão usado no exame

PET em medicina nuclear. • O carvão é muito utilizado nas indústrias siderúrgicas, como produtor

de energia e na indústria farmacêutica (na forma de carvão ativado)

As propriedades químicas e estruturais dos fulerenos, na forma de nanotubos, prometem usos futuros no campo da nanotecnologia.

Os diamantóides são minúsculos cristais com forma cristalina composta por

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arranjos de átomos de carbono e também hidrogênio muito semelhante ao diamante. Os diamantóides são encontrados nos hidrocarbonetos naturais como petróleo, gás e principalmente em condensados. Têm importante

aplicação na nanotecnologia.

Diamante

O diamante é a única pedra preciosa composta de um único elemento - o carbono. Os diamantes são extraídos principalmente da ex-URSS, África do Sul e Zaire, que juntos contribuem com mais de 3/5 da produção mundial. Outros

produtores importantes incluem o Botswana, a China, o Brasil, Angola e Namíbia. No entanto também se encontram alguns diamantes nos EUA

(Arkansas, Virgínia, Wisconsin e Califórnia). A Índia, que era o único produtor de diamante antes do séc. XVIII, tem agora uma quota bastante reduzida na

produção. Também já se encontram estes cristais em meteoritos.

Embora já em 1880 J. Balentine Hannay, um químico escocês, tivesse produzido minúsculos cristais, só em 1955 cientistas da General Electric Company conseguiram um método eficaz para a síntese de diamantes

artificiais. Este feito foi creditado a Francis Bundy, Tracy Hall, Herbert M. Strong e Robert H. Wentorf, depois de investigações efectuadas por Percy W. Bridgeman na Universidade de Harvard. Os diamantes assim conseguidos eram de qualidade industrial sendo hoje em dia produzidos em larga escala. Cristais

com a qualidade de pedras preciosas, só se conseguiram sintetizar em 1970 por Strong e Wentorf, num processo que exige pressões e temperaturas

extremamente elevadas.

O interesse popular nos diamantes centra-se no seu valor como gemas, mas os cristais têm ainda uma maior importância como ferramentas industriais. Estes

podem ser usados para cortar, tornear e furar alumina, quartzo, vidro e artigos cerâmicos. O pó de diamante é usado para polir aços e ligas.

Abundância e obtenção

O carbono não se criou durante o Big Bang porque havia necessidade da tripla colisão de partículas alfa (núcleos atómicos de hélio), tendo o universo se

expandido e esfriado demasiadamente rápido para que a probabilidade deste acontecimento fosse significativa. Este processo ocorre no interior das

estrelas (na fase «RH (Rama horizontal)»), onde este elemento é abundante, encontrando-se também em outros corpos celestes como nos cometas e na

atmosferas dos planetas. Alguns meteoritos contêm diamantes microscópicos que se formaram quando o sistema solar era ainda un disco protoplanetário.

Em combinacão com outros elementos, o carbono se encontra na atmosfera terrestre e dissolvido na água, e acompanhado de menores quantidades de cálcio, magnésio e ferro forma enormes massas rochosas (calcita, dolomita,

mármore, etc.).

De acordo com estudos realizados pelos cientistas, a estimativa de distribuição do carbono na terra é:

Biosfera, oceanos, atmosfera.......3,7 x 1018 mols

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Crosta Carbono orgânico......................1100 x 1018 mols Carbonatos..............................5200 x 1018 mols

Manto.................................100000 x 1018 mols

O grafite se encontra em grandes quantidades nos Estados Unidos, Rússia,

México, Groelândia e Índia.

Os diamantes naturais se encontram associados a rochas vulcânicas (kimberlito e lamproíto). Os maiores depósitos de diamantes se encontram no continente africano (África do Sul, Namíbia, Botswana, República do Congo e Serra Leoa}. Existem também depósitos importantes no Canadá, Rússia, Brasil

e Austrália.

Compostos inorgânicos

O mais importante óxido de carbono é o dióxido de carbono ( CO2 ), um componente minoritário da atmosfera terrestre (na ordem de 0,04% em peso)

produzido e usado pelos seres vivos (ver ciclo do carbono). Em água forma ácido carbónico ( H2CO3 ) — as bolhas de muitos refrigerantes — que

igualmente a outros compostos similares é instável, ainda que através dele possam-se produzir íons carbonatos estáveis por ressonância. Alguns

importantes minerais, como a calcita são carbonatos.

Os outros óxidos são o monóxido de carbono (CO) e o raro subóxido de carbono (C3O2). O monóxido se forma durante a combustão incompleta de materiais orgânicos, e é incolor e inodoro. Como a molécula de CO contém uma tripla ligação, é muito polar, manifestando uma acusada tendência a

unir-se a hemoglobina, o que impede a ligação do oxigênio. Diz-se, por isso, que é um asfixiante de substituição. O íon cianeto, ( CN- ), tem uma estrutura

similar e se comporta como os íons haletos. O carbono, quando combinado com hidrogênio, forma carvão, petróleo e gás natural que são chamados de

hidrocarbonetos.

Com metais, o carbono forma tanto carbetos como acetiletos, ambos muito ácidos. Apesar de ter uma eletronegatividade alta, o carbono pode formar

carbetos covalentes, como é o caso do carbeto de silicio (SiC), cujas propriedades se assemelham às do diamante.

Isótopos

Em 1961 a IUPAC adotou o isótopo C-12 como base para a determinação da massa atómica dos elementos químicos.

O carbono-14 é um radioisótopo com uma meia-vida de 5715 anos que se emprega de forma extensiva na datação de espécimes orgânicos.

Os isótopos naturais e estáveis do carbono são o C-12 (98,89%) e o C-13 (1,11%). As proporções destes isótopos são expressas em variação percentual

(±‰) respeitando as normas VPDB (Vienna Pee Dee Belemnite). A

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porcentagem de C-13 da atmosfera terrestre é 7%.

A maioria das plantas apresentam valores de C-13 entre 24 e 34%; outras plantas aquáticas, de deserto, de orlas marítimas e gramas tropicais,

apresentam valores de C-13 entre 6 e 19% devido às diferencas na reação de fotossíntese; um terceiro grupo, constituído pelas algas e líquens, apresenta valores entre 12 e 23%. O estudo comparativo dos valores de C-13 em plantas

e organismos pode proporcionar valiosa informação relativa à cadeia alimentar dos seres vivos.

Precauções

Os compostos de carbono têm uma ampla variação de toxicidade. O monóxido de carbono, presente nos gases de escape dos motores de combustão e o

cianeto (CN) são extremadamente tóxicos para os mamíferos e, entre eles, as pessoas. Os gases orgânicos eteno, etino e metano são explosivos e

inflamáveis em presença de ar. Muitos outros compostos orgânicos não são tóxicos, pelo contrário, são essenciais para a vida.