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Teatro

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  • Revista EDUCAmaznia - Educao Sociedade e Meio Ambiente

    LAPESAM/GISREA/UFAM/CNPq/EDUA - ISSN 1983-3423 (verso impressa) ISSN 2318-8766 (verso digital)

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    Ano 6, Vol XI, Nmero 2, Jul- Dez, 2013, Pg. 125-145.

    TEATRO NA AULA DE LNGUA PORTUGUESA:

    UM ESPETCULO EM TRS ATOS

    Elisa Augusta Lopes Costa1

    RESUMO: O teatro como ferramenta didtica para a educao bsica consenso entre pedagogos e

    outros tericos da educao, particularmente quando aplicado por um professor da rea de artes ou

    mesmo educao fsica. Nesse contexto, so muito utilizados os jogos teatrais, que permitem uma srie de

    atividades para o desenvolvimento de habilidades relacionadas conscincia corporal e espacial.

    Entretanto, pouco se defende o uso do teatro na aula de lngua portuguesa, e menos ainda se v sua

    utilizao por parte dos professores desta rea. O objetivo deste artigo demonstrar a plausibilidade de

    um trabalho embasado na linguagem do teatro, bem como as diversas nuances de sua aplicao, levando

    em conta todos os fatores inerentes montagem de uma pea teatral, desde o conhecimento das

    especificidades do texto dramtico at as caractersticas da linguagem corporal. Por outro lado, observam-

    se tambm questes como transposio de gneros textuais, anlise lingustica e intertextualidade, por

    meio da adaptao de textos narrativos para o texto teatral.

    Palavras-chave: Educao. Ludicidade. Jogos teatrais.

    THEATER IN PORTUGUESE LANGUAGE CLASS:

    A SHOW IN THREE ACTS

    ABSTRACT: The theater as an educational tool for the basic education is a consense among pedagogues

    and other theoretical sources in education, especially when applied by a teacher in the area of arts or even

    in physical education. In this context, theatrical games are used. They allow a series of activities for the

    development of abilities related to physical and spacial consciousness. However, the use of theater in

    Portuguese classes is rarely considered and used by the teachers in this area. The objective of this article

    is to show the value of a work based on the language of the theater, as well as the several nuances of its

    usage, taking into account all factors that are inherent to the montage of a play, since the knowledge of

    the specifications of the dramatic texts to the physical language characteristics. On the other hand,

    questions such as transposition of textual genres, linguistics analysis and intertextuality are also observed

    by the adaptation of narrative to theatrical texts.

    Keywords: Education, Games for fun, Theatrical games.

    1 Professora de Prtica de Ensino da Faculdade de Letras Dalcdio Jurandir -

    Universidade Federal do Par/ATM. E-mail: [email protected].

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    ABRINDO AS CORTINAS

    As lamentaes de muitos e os prprios fatos atestam que so

    poucos os que trazem da escola uma instruo slida, e

    numerosos os que de l saem apenas com um verniz ou uma

    sombra de instruo. (COMENIUS, 2001, p. 92).

    As palavras de Comenius, escritas h centenas de anos, parecem descrever a

    condio de muitos estudantes brasileiros, particularmente no que se refere ao seu

    aproveitamento na rea lngua portuguesa. Os professores reclamam que os alunos no

    se interessam pelo estudo. Por seu turno, os alunos afirmam que estudar portugus

    chato e difcil.

    O pai da didtica moderna criticou a superficialidade do ensino de sua poca por

    no promover uma aprendizagem duradoura. Para Comenius, o ensino deveria ser

    transmitido em doses moderadas, sem excesso, para que os estudantes tivessem

    condies de assimilar o aprendido e soubessem como utilizar o conhecimento

    adquirido.

    O questionamento quanto utilidade do que se aprende deve ser levado em

    conta quando se verifica que um dos motivos que desestimulam o educando no estudo

    da lngua portuguesa a falta de ligao entre a lngua que se estuda na escola e a que

    se usa na vida. O poeta Carlos Drummond de Andrade (1979) descreveu magistralmente

    esse afastamento no poema Aula de Portugus:

    A linguagem

    na ponta da lngua,

    to fcil de falar

    e de entender.

    A linguagem

    na superfcie estrelada de letras,

    sabe l o que ela quer dizer?

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    O poeta demonstra a diferena entre a lngua falada com naturalidade pelos

    alunos e a lngua normatizada ensinada nas escolas, resumindo no ltimo verso a

    dificuldade dos estudantes: O portugus so dois; o outro, mistrio. Certamente, esta

    a viso de grande parte dos alunos, que no conseguem compreender a relao entre as

    duas lnguas a da escola e a da vida.

    Faz-se necessrio, portanto, com a maior urgncia, desfazer esta dicotomia,

    levando os estudantes a perceberem que a lngua usada fora da escola pode ser

    compreendida dentro dela e que as regras aprendidas na escola podem ser teis para

    entender melhor a linguagem do dia a dia, servindo tambm como uma forma de

    entender melhor o mundo e atuar sobre ele.

    Para isso, mister que o ensino de lngua materna se desvincule de prticas

    antiquadas de mera classificao gramatical, transformando-se em algo realmente til

    para a vida do aluno, conforme preconizam os PCN:

    lngua um sistema de signos especfico, histrico e social, que

    possibilita a homens e mulheres significar o mundo e a sociedade.

    Aprend-la aprender no somente palavras e saber combin-las

    em expresses complexas, mas apreender pragmaticamente seus

    significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as

    pessoas entendem e interpretam a realidade e a si mesmas.

    (BRASIL, 1998, p 20).

    Para atingir a religao entre os saberes da vida e da escola, estabelecendo uma

    ponte entre as vrias possibilidades da lngua, o teatro se apresenta como uma

    alternativa vivel pela multiplicidade de aes que possibilita, conforme ser

    explicitado nos tpicos seguintes.

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    1 ATO: ARTE E LUDICIDADE PARA UM APRENDIZADO EFICAZ

    Desde o nascimento, as crianas aprendem uma infinidade de coisas sem

    nenhum esforo, pois este aprendizado ocorre de forma natural, por meio de jogos e

    brincadeiras. Segundo Comenius, a escola deveria observar sempre o curso natural das

    coisas para elaborar seus mtodos de ensino. Assim sendo, para manter aceso o desejo

    pelo aprendizado, o ideal seria partir das coisas simples para as mais complicadas,

    introduzindo um elemento ldico, de modo que os alunos no se sentissem

    desestimulados pelas dificuldades. Para o autor, o estudo seria mais atrativo se as aulas

    fossem intermeadas com qualquer gracejo ou, ao menos, com qualquer coisa menos

    sria que as lies, mas sempre agradvel. Com efeito, a isto que se chama juntar o

    til ao agradvel (COMENIUS, 2001, p. 86). Segundo Comenius, o mtodo deve ser

    adoado de modo que o ensino seja agradvel, transmitido sob a forma de conversas

    ou de charadas, que os alunos, em competio, procurem adivinhar; e, enfim, sob a

    forma de parbolas e de aplogos (idem).

    A ludicidade nas aulas de lngua portuguesa pode ser alcanada por meio da

    interdisciplinaridade recomendada pelos PCN como meio para atingir uma formao

    que prioriza o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico,

    promovendo o exerccio da cidadania.

    Por sua vizinhana e carter complementar, artes ou jogos,

    literatura ou teatro, dana ou esporte, figura ou cena, msica ou

    gesto podem ser apreendidos como integrantes de um todo

    expressivo, no como mero mosaico de formas de representao.

    A traduo de mensagens expressas em distintas linguagens ou o

    uso concomitante de vrias delas podem, a um s tempo,

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    desenvolver a sensibilidade artstica e tambm dar instrumentos

    prticos e crticos, para compreender melhor os recursos da

    publicidade ou a intrincada sintaxe da linguagem jurdica.

    (BRASIL, 2002, p. 19).

    Deste modo, enfocando a interao entre as diversas linguagens msica, teatro,

    poesia, literatura e artes visuais as aulas de lngua portuguesa podem adquirir um

    sabor especial, proporcionando ao aluno a descoberta de que a lngua imprescindvel

    para compreender o mundo, para pensar melhor, e, com isso, levando-o a desenvolver

    suas habilidades e competncias lingusticas de uma forma mais prazerosa e eficaz.

    A partir desta perspectiva, verifica-se que a arte, por seu carter de gratuidade e

    ludicidade, pode ser uma aliada no sentido de promover a aprendizagem e o

    desenvolvimento da cidadania. De acordo com Augusto Boal, a arte indispensvel

    constituio do ser humano e por meio dela que o aprendizado se solidifica.

    A arte pensa o sentimento e sente o pensamento. Procura

    conhecer a palavra como objeto sensvel, transformando palavras

    em poesia, pois a poesia est na sintaxe e no no lxico, como a

    msica est na sequncia de notas musicais e no em cada uma.

    (...) Duas palavras, quando se associam, podem criar um terceiro

    Ser, soma infinita de significados. Como duas cores, dois sons,

    dois traos quaisquer dois seres , quando postos em relao,

    so mais do que a soma dois. (...)

    No basta aprender a ler e escrever: preciso sentir, ver e ouvir,

    produzir imagens, palavras e sons. A terra, a gua e o ar; a

    palavra, o som e a imagem so bens da humanidade. Arte direito

    e obrigao, forma de conhecimento e gozo. Arte dever de

    cidadania! Arma de libertao! (BOAL, 2009, p. 93,94).

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    Diante do exposto, necessrio definir uma linha de trabalho abrangendo as

    manifestaes artsticas. Contudo, necessrio planejamento e seleo para que o

    professor possa utilizar a arte de modo coerente e significativo dentro de sua rea.

    Dentre as diversas opes, destaca-se o teatro, por ser uma arte mltipla, um verdadeiro

    entrelaamento de linguagens, pois um espetculo compreende tanto o aspecto verbal,

    como o visual, utiliza tanto a msica como a dana, e requer uma gama variada de

    atividades antes de sua execuo, quais sejam: a escolha do tema, a elaborao do texto,

    a seleo dos atores, a composio do figurino, a construo do cenrio, bem como a

    preocupao com o pblico-alvo.

    O teatro consiste numa arte que envolve o indivduo na sua totalidade, por isso

    sua utilizao como ferramenta didtica pode trazer inmeros benefcios, tais como:

    despertar a criatividade, ampliar a imaginao, aperfeioar a concentrao, trabalhar a

    timidez, exercitar a voz e suas entonaes, valorizar o trabalho em grupo e o respeito s

    regras, desenvolver a coordenao motora. Pode-se citar ainda o trabalho com

    raciocnio lgico, oralidade, vocabulrio, improvisao e soluo de problemas em

    situaes fictcias.

    Para Augusto Boal, todas as formas de criao artstica, toda especulao

    filosfica e esttica, podem ajudar a enriquecer nossa sensibilidade e nossa inteligncia

    depende do tempo e lugar (2009, p. 107). Segundo o autor de A esttica do oprimido,

    a experincia esttica fonte de conscientizao e libertao, e o teatro tem um papel de

    destaque entre estas experincias:

    O teatro organiza as artes que organizam a vida social, fora e

    dentro de cada um de ns, para que possa ser metaforicamente

    compreendida distncia, no com o nariz colado realidade

    onde vivemos. A distncia esttica permite ver o que, diante de

    nossos olhos, se esconde. (BOAL, 2009, p.119).

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    Para este autor, a atividade esttica inerente ao ser humano, entretanto,

    mantm-se sufocada em meio s atividades cotidianas, necessitando ser liberada, pois

    desenvolve as capacidades perceptivas e criativas, aumentando o poder de metaforizar a

    realidade.

    No so poucos os autores que reconhecem o valor do teatro na formao do

    estudante, dentre os quais figuram Ingrid Koudela e Aro Santana, para quem

    a apreciao e anlise, por parte das crianas e jovens, de

    espetculos teatrais de qualidade, bem como a participao em

    eventos artsticos, so formas de trabalhar a construo de valores

    estticos e o conhecimento de teatro, sendo que o professor

    poder desenvolver procedimentos variados para avaliar a fruio,

    apreciao e leitura do espetculo, fazendo propostas para a

    tematizao do contedo da pea. (KOUDELA e SANTANA,

    2005, p. 153).

    Alm do aval destes tericos, o professor conta tambm com o incentivo oficial

    para o trabalho com o teatro. Os PCN recomendam o uso do texto teatral desde a

    educao infantil at o ensino mdio, tanto no que se refere diversidade textual que

    deve figurar no ensino de lngua portuguesa, bem como no tpico relacionado ao

    trabalho com a oralidade:

    Dessa forma, cabe escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem

    oral no planejamento e realizao de apresentaes pblicas:

    realizao de entrevistas, debates, seminrios, apresentaes

    teatrais etc. Trata-se de propor situaes didticas nas quais essas

    atividades faam sentido de fato, pois descabido treinar um

    nvel mais formal da fala, tomado como mais apropriado para

    todas as situaes. (BRASIL, 1998, p. 25).

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    Verifica-se que o documento incentiva a inovao metodolgica para que sejam

    atingidos os objetivos da educao humanizadora: h, portanto, necessidade de se

    romper com modelos tradicionais, para que se alcancem os objetivos propostos para o

    Ensino Mdio (BRASIL, 2000, p. 13)

    Por meio do teatro pode-se promover a integrao de vrias disciplinas: a

    Histria concorre para o estudo da histria do teatro e seu desenvolvimento; a Literatura

    fornece os textos bsicos; a Lngua Portuguesa colabora para a adaptao de textos e a

    anlise da adequao textual; a Arte Cnica fundamental para o domnio das tcnicas

    de encenao, postura, espacializao, impostao de voz; o Desenho necessrio para

    os figurinos e cenrio; as Artes Plsticas contribuem para a confeco de figurinos,

    cenrios e adereos, bem como na confeco de bonecos e mscaras, caso se faa opo

    pelo teatro de animao. A Educao Ambiental tambm pode ser includa, no s

    como tema, mas tambm na prtica, ao se dar preferncia ao uso de materiais reciclveis

    na confeco dos elementos necessrios para a montagem do espetculo.

    2 ATO: JOGOS TEATRAIS, O PONTAP INICIAL

    A ao educativa em lngua portuguesa pode ser enriquecida como o estudo do

    texto teatral como parte do conhecimento relativo aos gneros textuais. Entretanto, as

    experincias se tornaro muito mais intensas e produtivas se culminarem com a

    produo de um espetculo, considerando que a encenao propicia ao educando a

    vivncia de diferentes situaes, incentiva o trabalho de interao e cooperao com o

    grupo, promovendo o dilogo e a discusso sobre os mais variados temas. Alm disso,

    convm lembrar a colocao de Augusto Boal:

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    No podemos ser apenas consumidores de obras alheias porque

    elas nos trazem seus pensamentos, no os nossos; suas formas de

    compreender o mundo, no a nossa. Seus desejos, no os nossos.

    Elas podem nos enriquecer; mais ricos seremos produzindo, ns

    tambm, a nossa arte, estabelecendo, assim, o dilogo. (BOAL,

    2009, p. 119).

    De acordo com este autor, a produo artstica enriquece mais que a simples

    apreciao esttica (que no deve ser negligenciada). Entretanto, a introduo de um

    projeto de montagem teatral no deve ocorrer de forma impositiva e arbitrria. Convm

    que os alunos sejam devidamente estimulados, considerando que, a princpio, pode

    haver um certo constrangimento ou inibio dos alunos para se apresentar em pblico.

    Por este motivo, recomendvel a utilizao dos jogos teatrais, indicados para

    atores iniciantes e tambm para a educao bsica, particularmente nas aulas de arte-

    educao, por tericos ligados Pedagogia do Teatro, que conta com expoentes como

    Bertold Brecht, Viola Spolin, Augusto Boal, Ingrid Koudela e Olga Reverbel.

    A rea de pesquisa definida como Pedagogia do Teatro, abrange a investigao

    sobre a teoria e a prtica da linguagem artstica do teatro bem como sua insero nos

    vrios nveis e modalidades de ensino. O foco das pesquisas recai basicamente sobre o

    jogo teatral e a teoria do jogo, com diferentes fundamentaes. Entre os temas

    principais situam-se a relao entre espao e expresso corporal, a criao de imagens a

    partir do jogo, a interao entre jogo e narrativa, alm da utilizao de textos poticos

    como instrumento para desencadear o processo pedaggico. Convm salientar que h

    vrias abordagens metodolgicas para o teatro na educao, que nasceram de forma

    independente, em contextos culturais e educacionais diversos.

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    Viola Spolin foi a pioneira na sistematizao de uma proposta para o ensino do

    Teatro por meio de jogos teatrais em contextos formais e no formais de educao. O

    conceito de Jogo Teatral foi desenvolvido com base nos tradicionais jogos de regras,

    cujo carter transcultural possibilita a apropriao da linguagem teatral por pessoas das

    mais variadas origens e contextos. O mtodo se tornou uma eficiente metodologia de

    iniciao, aprendizagem e desenvolvimento da prtica teatral. O trabalho foi

    desenvolvido ao longo de quase trs dcadas de pesquisas junto a crianas, pr-

    adolescentes, adolescentes, jovens, adultos e idosos nos Estados Unidos, tendo como

    objetivo libertar a criana e o ator amador dos comportamentos mecnicos e rgidos no

    palco. Spolin apresentou inicialmente conceitos e noes gerais sobre a proposta dos

    jogos, enfatizando a importncia da construo de um ambiente acolhedor como fator

    de sucesso para a sua execuo, em virtude de permitir a liberdade e a criatividade de

    cada um dos participantes. Segundo Spolin, todas as pessoas so capazes de atuar no

    palco, todas as pessoas so capazes de improvisar. As pessoas que desejarem so

    capazes de jogar e aprender a ter valor no palco, sendo necessrio, apenas, que lhe

    sejam oferecidas ocasies para viver a experincia de atuar: aprendemos pela

    experincia e pela experimentao (1979, p. 3).

    Ingrid Koudela foi quem deu visibilidade no Brasil ao trabalho de Violla Spolin,

    procedendo adaptao dos jogos teatrais realidade brasileira. A sua iniciativa

    desencadeou um processo que influencia professores-artistas e pesquisadores em todo o

    pas, em distintas realidades culturais. Koudela abriu um leque de abordagens do

    sistema de ensino e aprendizagem mediante o uso de jogos teatrais com aplicao tanto

    na rea da educao como na da encenao, enfatizando a corporeidade, espontaneidade

    e intuio como parte do processo de produo do conhecimento.

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    Para esta pesquisadora, um dos aspectos positivos dos jogos teatrais reside na

    interao que surge no decorrer das atividades, combinando a imaginao com a

    conscientizao sobre regras a serem respeitadas no trabalho em grupo.

    No jogo teatral, pelo processo de construo da forma esttica, a

    criana estabelece com seus pares uma relao de trabalho em que

    a fonte da imaginao criadora o jogo simblico combinada

    com a prtica e a conscincia da regra de jogo, a qual interfere no

    exerccio artstico coletivo. O jogo teatral passa necessariamente

    pelo estabelecimento de acordo de grupo, por meio de regras

    livremente consentidas entre os parceiros (KOUDELA e

    SANTANA, 2005, p 149).

    Viola Spolin, no livro Jogos Teatrais na sala de aula: um manual para o

    professor, esclarece a inteno didtica de seu trabalho j a partir do ttulo, reforando

    esta ideia no primeiro captulo da obra, denominado Porque trazer os jogos teatrais

    para a sala de aula:

    Os jogos teatrais podem trazer o frescor e vitalidade para a sala de

    aula. As oficinas de jogos teatrais no so designadas como

    passatempo do currculo, mas sim como complementos para

    aprendizagem escolar, ampliando a conscincia de problemas e

    ideias fundamentais para o desenvolvimento intelectual dos

    alunos. (SPOLIN, 2008, p. 29)

    A autora defende a ideia de que estes jogos propiciam ao leitor a ampliao do

    universo de aprendizagens e de construo de significados, e que isso tudo pode ocorrer

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    de forma ldica. Entre outros fatores, os jogos teatrais contribuem para desenvolver a

    subjetividade, a percepo e a responsabilidade, favorecendo a formao de pessoas

    crticas e abertas ao dilogo. O jogo inicia-se com a proposta de um problema que

    requer a construo de situaes, objetos ou mesmo conceitos. A soluo deve ser

    alcanada em grupo, o que estimula o envolvimento entre os participantes, que devem

    agir criativamente e construir imaginariamente os objetos indicados, alm de interagir

    com eles. Isso far emergir a criatividade, o improviso e a intuio, que so vitais para a

    aprendizagem.

    O mtodo de Spolin tem como base o que ela denominou de Trs essncias do

    jogo teatral, que consistem em foco, instruo e avaliao. O foco o ponto de

    concentrao para a soluo de um problema dado; a instruo traz as pistas para o

    alcance do objetivo; a avaliao tem como meta identificar se o foco foi atingido e se a

    instruo foi suficiente para resolver o problema proposto.

    O jogo teatral desenvolve tanto aspectos culturais e intelectuais, como tambm

    fsicos, psicolgicos, sociais, perceptivos e emocionais, mobilizando todos os sentidos

    do corpo. A improvisao e intuio, fatores amplamente requeridos para a execuo

    dos jogos, estimulam a memria e o raciocnio, contribuindo para a melhora da

    aprendizagem em todas as reas do conhecimento.

    Em vista disso, conclui-se que os jogos teatrais so teis na educao, no

    apenas na disciplina de Arte, mas em qualquer rea do currculo que o professor queira

    acrescentar uma nova vitalidade.

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    3 ATO: A LNGUA PORTUGUESA SOBE AO PALCO

    Vistas as vantagens do teatro como instrumento pedaggico no sentido lato,

    convm analisar a potencialidade de seu uso especificamente na aula de Lngua

    Portuguesa. As possibilidades so diversas, a comear pelo uso dos jogos teatrais como

    estmulo para o aprendizado de determinados contedos, passando pelo estudo do texto

    teatral como gnero discursivo, at chegar montagem de um espetculo para ser

    exibido a outras turmas da escola ou para toda a comunidade escolar.

    Os jogos teatrais so um excelente ponto de partida, pois comum haver alunos

    tmidos ou que tenham receio de se aventurar em uma apresentao pblica (mesmo que

    diante de seus prprios colegas de sala). O exerccio do jogo favorece a desinibio e a

    formao do hbito de trabalhar em grupo, respeitando as diferenas individuais. Os

    jogos de palavras podem contribuir para o desenvolvimento da comunicao verbal,

    permitindo que o dilogo, o questionamento e a criatividade estimulem ao aprendizado:

    As oficinas de jogos teatrais so teis ao desenvolver a habilidade

    dos alunos em comunicar-se por meio do discurso e da escrita, e

    de formas no verbais. So fontes de energia que ajudam os

    alunos a aprimorar habilidades de concentrao, resoluo de

    problemas e interao em grupo. (SPOLIN, 2008, p. 29)

    Para inserir o teatro em sua prtica pedaggica, o professor poder planejar uma

    sequncia didtica introduzida por um Jogo de Palavras ou outro sua escolha,

    seguindo o roteiro de Spolin, observando Foco, Instruo e Avaliao. Aps a execuo

    do jogo, no momento da avaliao, todos os alunos participam ativamente, expondo o

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    que pensam e o que sentem em relao s suas experincias individuais e coletivas. O

    professor observa e escuta atentamente tudo o que acontece, colocando-se como

    mediador, de modo a permitir que todos contribuam para a discusso.

    Os dados levantados neste momento podem sugerir o tema para a continuao

    do trabalho, ou o professor pode lanar uma ideia para mobilizar a turma. Comentando

    o exerccio feito, o professor introduz o conceito de representao teatral e de texto

    teatral. Viabiliza o contato dos alunos com diversos livros de autores de estilos variados

    e observa o tipo de texto (tragdia, comdia, situaes do cotidiano, mistrio etc.) que

    mais atrai a ateno do grupo. Os alunos devero ser instrudos a pesquisarem outros

    textos literrios, comparando-os com os teatrais, para identificarem as diferenas. Eles

    devero concluir que o texto dramtico tem caractersticas prprias, conforme destaca

    Letcia Malard:

    O teatro um texto diferente dos demais porque foi criado para

    representao. H peas curtas, de montagem simples, poucas

    personagens, que o professor poderia selecionar para a leitura

    expressiva de alunos ou mesmo para o ideal representar. A

    turma, ao representar, ou participar da montagem de um

    espetculo, por mais pobre e amador que seja, estar trazendo a

    literatura para dentro de sua vida e vice-versa, em perfeita

    integrao, nos termos da prtica social aqui mencionada. Um

    debate ps-representao, dos alunos ou de atores profissionais,

    excelente processo de estudar o teatro, como processo e como

    encenao. (MALARD, 1985, p. 23)

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    Estabelecendo a comparao entre textos, o professor estar enfocando o

    trabalho com gneros textuais, recomendado pelos PCN, de maneira dinmica e

    significativa. H muito para se trabalhar neste tpico, incluindo aspectos gramaticais. O

    professor poder apontar, por exemplo, a diferena entre o texto narrativo e o teatral: o

    conto ou romance conta um histria acontecida no passado, enquanto o texto teatral

    mostra uma histria que acontece no presente. Este fato pode ser ressaltado para abordar

    o uso dos tempos verbais, e as diferenas entre discurso direto e indireto. Outros pontos

    a serem considerados incluem a questo da ausncia de narrador no texto teatral e as

    variaes lingusticas que caracterizam a fala regional ou situacional.

    O prximo passo apresentar aos alunos a proposta de montagem de uma pea

    teatral, para o que pode-se dividir a turma em, no mnimo, dois grupos. O objetivo desta

    diviso que haja uma plateia mnima para assistir ao espetculo, no caso da

    impossibilidade de o projeto extrapolar os limites da sala de aula.

    O professor orientar os discentes no que tange construo do texto teatral,

    com suas caractersticas especficas. conveniente que seja feita uma rodada de leituras

    de uma pea teatral para que os alunos percebam todas as nuances deste tipo de texto e

    comecem a exercitar a imaginao no sentido de visualizar o espetculo medida que a

    leitura prossegue. Deste modo, tero mais facilidade na hora de comear a compor sua

    prpria pea.

    Os alunos, em seus respectivos grupos, devero escolher o tema a ser

    representado. Eles devem pesquisar, entre os autores preferidos, o material para a

    construo do texto. possvel tambm fazer uma adaptao de um texto narrativo.

    Este expediente ser particularmente til no caso de alunos mais jovens ou que ainda

    no tenham familiaridade com escrita criativa. Este exerccio permitir que ampliem

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    seus horizontes de leitura e sintam prazer em ler, considerando que a leitura com

    propsito especfico tende a ser mais significativa e agradvel.

    Durante a pesquisa, necessrio estabelecer os objetivos a serem atingidos e o

    pblico alvo. Deve-se levar em conta que, em uma encenao, podem ser transmitidos

    conhecimentos culturais, histricos, cientficos ou morais, podendo tambm haver

    abordagem de problemas sociais contemporneos. Entretanto, isto deve ficar apenas em

    segundo plano, no transparecendo como uma atitude didtica ou moralizante. O

    destaque deve ser dado aos aspectos particulares da natureza humana e aos sentimentos

    que atingem os seres humanos em geral, de modo a despertar no espectador noes de

    valor, emoo e esperana. Entretanto, importa lembrar que, antes de tudo, uma pea

    deve divertir e relaxar, para depois instigar a reflexo.

    Definido o tema central, passa-se criao dos personagens e determinao do

    espao e tempo de acontecimento da histria, passos necessrios para o estabelecimento

    do cenrio e definio do figurino. Somente depois que se constri o roteiro ou script.

    O professor precisar orientar os discentes quantos s rubricas especficas para as falas

    dos personagens e as indicaes quanto expresso de seus sentimentos e atitudes,

    tanto quanto s que se referem composio do cenrio, diviso da pea em atos,

    entrada e sada de personagens, etc. O ltimo passo a criao dos dilogos entre os

    personagens.

    O momento de elaborao do roteiro adequado para a retomada do trabalho

    com a gramtica. importante que os prprios alunos sejam levados a proceder

    anlise lingustica de seus textos, revisando-os atentamente para que o produto final

    tenha a melhor configurao possvel.

    Por fim, tratar-se- da montagem do espetculo, sendo importante definir se a

    apresentao ser na sala de aula ou em outro local, por exemplo, no ptio ou auditrio

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    da escola. Este detalhe influir na configurao final da pea, pois cada ambiente

    apresenta possibilidades e limitaes diferentes. A preparao dos atores deve comear

    pela leitura de mesa, seguida dos ensaios, primeiro com texto e depois sem texto,

    treinando a marcao no palco. Deve-se analisar o momento de entrada e sada dos

    personagens, intervalo entre as falas, postura, altura da voz, interao com a plateia. Em

    seguida, planeja-se a confeco do figurino e do cenrio. hora de pensar na

    possibilidade de incluir efeitos de som e iluminao. Podem ser feitos convites

    impressos para serem distribudos comunidade. Finalmente, o trabalho chega ao seu

    ponto mximo como a exibio do espetculo.

    Aps a apresentao, necessrio um momento de avaliao, em que todos os

    participantes tenham oportunidade de refletir sobre suas experincias e o aprendizado

    no decorrer do projeto.

    FECHANDO AS CORTINAS

    Ao apagarem-se as luzes sobre estas consideraes a respeito do teatro como

    deflagrador da aprendizagem significativa, convm lembrar que nem todos os alunos

    demonstraro pendores artsticos. Alguns podem apresentar bloqueios ou dificuldades

    de expresso ou relacionamento. Para lidar com estes problemas, necessrio que o

    professor analise, com calma, todos os casos, trabalhando com atividades que

    favoream a solidariedade, de modo que os participantes do grupo possam ajudar-se

    mutuamente, cada um desenvolvendo as prprias capacidades em prol do coletivo.

    Importa ressaltar tambm que o estudante no pode sentir-se obrigado a atuar. Caso

    algum aluno se recuse a assumir um papel na pea, deve-se inclu-lo na atividade de

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    outra forma, como cengrafo, figurinista ou roteirista. Sempre haver algo para ser

    feito, como cuidar do som ou iluminao, de modo que todos podem ter uma

    participao atuante, mesmo que no seja como personagem.

    O exerccio constante com jogos variados tende a minimizar os bloqueios,

    permitindo que, pouco a pouco, os alunos mais tmidos se integrem ao demais e

    desenvolvam a habilidade de se expressar naturalmente e sem constrangimento.

    Este objetivo s ser alcanado se as aes forem realizadas com naturalidade,

    sem imposies, crticas ou cobranas, respeitando-se o ritmo de cada um, conforme

    defende Olga Reverbel:

    Para que as personalidades se revelem naturalmente necessrio

    que o educador oferea atividades num clima de ampla liberdade

    e que respeite as ideias e manifestaes do aluno, pois a primeira

    e talvez nica lei na educao pela arte a liberdade.

    (REVERBEL, 2009, p. 22).

    Finalmente, h que se considerar que a insero de uma nova prtica

    pedaggica, que visa construo do conhecimento de modo global, requer tambm um

    novo olhar sobre a avaliao do aluno. Isso implica a ideia de valorizao do processo,

    em detrimento da nfase no produto final. Desta forma, a avaliao se far no desenrolar

    das atividades, observando-se o crescimento de cada aluno na superao de suas

    dificuldades e no desenvolvimento de suas habilidades.

    Somente desta forma se poder construir um ambiente de aprendizagem no qual

    se destaque o clima de confiana, respeito s diferenas e reflexo, para que os

    educandos se sintam mais motivados a buscar o conhecimento que pode lev-los a se

    tornarem cidados plenos, conscientes de sua participao na sociedade.

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    Contato: Professora de Prtica de Ensino da Faculdade de Letras Dalcdio Jurandir -

    Universidade Federal do Par/ATM. E-mail: [email protected].

    Recebido em 05/3/2013. Aceito em 15/9/2013.