diagnóstico dos resíduos da pesca e aquicultura do espírito santo
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Este documento consiste no Relatório Final referente ao Projeto de “Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura na região do Espírito Santo”, apresentando a situação geral dos resíduos oriundos do beneficiamento e/ou processamento de pescados, no Espírito Santo. Essa iniciativa é fruto de uma parceria entre o SEBRAE/ES e a Secretaria Estadual da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca – SEAG.TRANSCRIPT
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura do Espírito Santo
- Relatório Final - - Execução Técnica -
CTA – Serviços em Meio Ambiente LTDA
CTA-DT-299/10
Dezembro/2010
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura do Espírito Santo Apresentação
Técnico Responsável CTA-DT-299/10 Revisão 00
10 / 2010
APRESENTAÇÃO
Este documento consiste no Relatório Final referente ao Projeto de “Diagnóstico
dos Resíduos da Pesca e Aquicultura na região do Espírito Santo”, apresentando
a situação geral dos resíduos oriundos do beneficiamento e/ou processamento de
pescados, no Espírito Santo. Essa iniciativa é fruto de uma parceria entre o
SEBRAE/ES e a Secretaria Estadual da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e
Pesca – SEAG.
As atividades tiveram início em agosto de 2010, tendo como responsável pela
coordenação técnica e desenvolvimento dos serviços a empresa CTA – Serviços
em Meio Ambiente Ltda em parceria com a Empresa Crenaque Ltda.
O presente documento foi impresso em frente e verso, contribuindo com o meio
ambiente, a partir da redução no consumo de papel e otimização de espaço no
seu arquivamento, tanto nos órgãos ambientais, quanto nas empresas envolvidas.
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O SEBRAE, uma entidade privada e de interesse público, apóia a abertura e
expansão dos pequenos negócios por meio do empreendedorismo. O SEBRAE
tem uma missão clara e focada no desenvolvimento do Brasil por meio da
geração de emprego e renda pela via do empreendedorismo. As atividades
desenvolvidas no âmbito do SEBRAE fortalecem as articulações institucionais e
as parcerias para a excelência na Gestão Empreendedora das Micro e Pequenas
Empresas do Espírito Santo.
Neste contexto, o SEBRAE/ES articula e apoia o projeto “Aquicultura nas águas
capixabas. Ação: peixe na mesa sul”. Estruturado em ações de cunho social,
econômico e ambiental, contempla estudos, pesquisas, projetos, eventos,
publicações, capacitações, entre outras. As linhas do projeto buscam promover o
desenvolvimento, a sustentabilidade, e a promoção do mercado, que incentiva a
formação de pequenos negócios. O SEBRAE difunde as propostas nos mais
diversos níveis e setores da cadeia produtiva.
Em conjunto com o Programa Capixaba de Materiais Reaproveitáveis, este
estudo é realizado com foco na elaboração de um Plano de reaproveitamento de
resíduos da cadeia produtiva da pesca e aquicultura no ES.
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ÍNDICE GERAL
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 16
1.1 SUSTENTABILIDADE NO SETOR .......................................................... 16
1.2 PANORAMA DA PESCA EXTRATIVISTA E DA AQUICULTURA ......... 17
1.3 RESÍDUOS DA PESCA E AQUICULTURA ............................................. 23
2 J USTIFICATIVA ........................................................................................... 27
3 OBJ ETIVOS ................................................................................................. 28
3.1 OBJ ETIVOS GERAIS .............................................................................. 28
3.2 OBJ ETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 28
4 METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES .................................. 29
4.1 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................. 29
4.2 FASE EXPLORATÓRIA .......................................................................... 31
4.2.1 Pesquisa Bibliográfica ....................................................................... 31
4.2.2 Visita técnica a FAPESA (Fábrica de farinha de peixe) .................. 31
4.2.3 Elaboração do questionário – Perguntas qualitativas e quantitativas ....................................................................................... 34
4.2.4 Mobilização do público-alvo .............................................................. 34
4.3 CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA ........................ 35
4.3.1 Visitas técnicas .................................................................................. 35
4.3.2 Pesquisa direta semi-estruturada ..................................................... 36
4.3.3 Mapeamento dos empreendimentos entrevistados ........................ 36
4.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUANTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE
PESCADOS ............................................................................................. 37
4.4.1 Características físicas ....................................................................... 37
4.4.1.1 Quantificação dos resíduos sólidos urbanos ........................................ 38
4.4.1.2 Composição gravimétrica ..................................................................... 38
4.4.1.2.1 Metodologia de coleta dos Resíduos sólidos de pescados para a
realização da composição gravimétrica ................................................................ 38
4.4.1.2.2 Etapas da Composição Gravimétrica ............................................... 39
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4.5 SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS ........................................................... 48
5 RESUSTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 49
5.1 MAP A DE LOCALIZAÇÃO ...................................................................... 49
5.2 DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS DA PESCA E AQUICULTURA NA
REGIÃO COSTEIRA E SERRANA DO ESPÍRITO SANTO .................... 49
5.2.1 Informações gerais ............................................................................ 49
5.2.1.1 Faturamento dos empreendimentos ..................................................... 49
5.2.1.2 Porte - Geração de resíduos ................................................................ 50
5.2.1.3 Tipologia da Instituição ......................................................................... 52
5.2.2 Quantificação dos resíduos da pesca e aquicultura na região costeira e serrana do Espírito Santo ................................................ 55
5.2.2.1 Volume mensal por empreendimento ................................................... 55
5.2.2.2 Origem dos resíduos – Resíduos da Pesca ou Aquicultura ................. 59
5.2.2.2.1 Região Sul ....................................................................................... 59
5.2.2.2.2 Região Norte .................................................................................... 60
5.2.2.3 Características quantitativas – Municípios ........................................... 61
5.2.2.4 Características quantitativas – Tipologia dos empreendimentos ......... 62
5.2.2.5 Variação sazonal de pescado processado/beneficiado no ano ............ 63
5.2.2.6 Principais espécies de pescados ......................................................... 64
5.2.2.7 Comercialização do pescado beneficiado ............................................ 64
5.2.2.8 Destinação final da fauna acompanhante ............................................ 70
5.2.2.9 Separação dos resíduos por classes ................................................... 70
5.2.2.9.1 Região Sul ....................................................................................... 70
5.2.2.9.2 Região Norte .................................................................................... 71
5.2.3 Acondicionamento temporário ......................................................... 72
5.2.3.1 Região Sul ............................................................................................ 72
5.2.3.2 Região Norte ........................................................................................ 72
5.2.4 Armazenamento ................................................................................. 73
5.2.4.1 Armazenamento Interno ....................................................................... 73
5.2.4.1.1 Região Sul ....................................................................................... 73
5.2.4.1.2 Região Norte .................................................................................... 74
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5.2.4.2 Armazenamento Externo ...................................................................... 75
5.2.4.2.1 Região Sul ....................................................................................... 75
5.2.4.2.2 Região Norte .................................................................................... 76
5.2.5 Coleta .................................................................................................. 78
5.2.5.1 Coleta interna ....................................................................................... 78
5.2.5.2 Coleta externa ...................................................................................... 80
5.2.5.2.1 Região Sul ....................................................................................... 80
5.2.5.2.2 Sistemas de coleta externa .............................................................. 80
5.2.5.2.3 Região Norte .................................................................................... 81
5.2.6 Tratamento dos resíduos .................................................................. 82
5.2.7 Reciclagem e reaproveitamento ....................................................... 83
5.2.7.1 Região Sul ............................................................................................ 83
5.2.7.1.1 Caracterização do reaproveitamento ............................................... 83
5.2.8 Destinação final .................................................................................. 84
5.2.8.1 Região Sul ............................................................................................ 84
5.2.8.2 Região Norte ........................................................................................ 87
5.2.9 Questões ambientais ......................................................................... 90
5.2.9.1 Principais dificuldades para melhoria ambiental do empreendimento .. 90
5.2.9.1.1 Falta de orientação/informação sobre as exigências legais dos
órgãos públicos competentes (IEMA e secretaria municipal de meio ambiente) .. 90
5.2.9.1.2 Falta de regulamentação ambiental para o setor ............................. 91
5.2.9.1.3 Falta de fontes de financiamento próprias ....................................... 92
5.2.9.1.4 Faltam cooperativas/associações/autônomos que reaproveitam
estes resíduos ....................................................................................................... 93
5.2.9.1.5 Falta de um sistema público de coleta ............................................. 94
5.2.9.2 Conhecimento sobre os impactos ambientais gerados pelos resíduos 95
5.2.9.2.1 Inapropriado descarte ...................................................................... 95
5.2.9.2.2 Putrefação ........................................................................................ 95
5.2.9.3 Controle ambiental para o beneficiamento dos pescados .................... 96
5.2.9.4 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos ....................................... 97
5.2.10 Opiniões .............................................................................................. 98
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5.2.10.1 Principais gargalos para melhoria dos processos/serviços
empreendimentos ................................................................................................. 98
5.2.10.2 Disponibilidade dos empreendimentos em armazenar seus resíduos em
um local próprio (fornecido por parceiros) ou para uma possível coleta seletiva 100
5.3 QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS DE
PESCADOS ........................................................................................... 101
5.3.1 Composição Gravimétrica realizada na região Sul do estado do Espírito Santo ................................................................................... 101
6 PROPOSIÇÕES ......................................................................................... 104
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 106
8 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 108
9 EQUIPE TÉCNICA ..................................................................................... 110
10 ANEXOS .................................................................................................... 112
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LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1-1: Produção estimada de pescado por modalidade no ano de 2007. .... 22
Tabela 1-2: Produção por ambiente, total (em toneladas), participação relativa (%)
da pesca extrativa marinha e continental, da aquicultura marinha e continental, no
período de 1994 a 1999. ....................................................................................... 22
Tabela 4-1: Etapas do quarteamento com seus respectivos volumes (Kg),
descrevendo o processo de fracionamento. ......................................................... 41
Tabela 4-2: Peso (Kg) e porcentagens individuais de cada classe de resíduos
obtidos no processo de composição gravimétrica. ................................................ 47
Tabela 5-1: Volume mensal em quilogramas (Kg) de resíduos de pescados
gerados por cada empreendimento entrevistado nos municípios da região Sul, e
suas respectivas tipologias. .................................................................................. 55
Tabela 5-2: Volume mensal em quilogramas (Kg) de resíduos de pescados
gerados por cada empreendimento entrevistado nos municípios da região Norte,
e suas respectivas tipologias. ............................................................................... 57
Tabela 5-3: Peso (Kg) de cada classe de resíduos em relação ao volume inicial
da amostra (4.000 Kg). ....................................................................................... 102
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1-1: Produção do pescado estimado em 2007 no Brasil, em toneladas,
valores em reais, por modalidades pesqueiras e seus respectivos percentuais.
Fonte: IBAMA, 2007. ............................................................................................. 20
Figura 1-2: Percentual da contribuição das espécies de peixes com a produção
de pescados do Espírito Santo. Fonte: IBAMA (2007). ......................................... 21
Figura 1-3: Resíduos da Pesca e Aquicultura provenientes do beneficiamento ou
processamento de pescados. ............................................................................... 24
Figura 4-1: Mapa da área de estudo do Diagnóstico dos resíduos da Pesca e
Aquicultura no Espírito Santo, destacando as regiões Norte e Sul, e os limites dos
municípios diagnosticados (ANEXO I). ................................................................. 30
Figura 4-2: Farinha de peixe (produto final) fabricado pela Indústria FAPESA. ... 32
Figura 4-3: Fluxograma da fabricação da farinha de peixe. Fonte: FAPESA. ...... 33
Figura 4-4: “GPS Etrex” utilizado no mapeamento dos empreendimentos. ......... 37
Figura 4-5: Peixaria JR, considerada micro gerador de resíduos de pescados. .. 39
Figura 4-6: Unidade de beneficiamento, grandes geradoras de resíduos de
pescados. .............................................................................................................. 39
Figura 4-7: Caminha da FAPESA descarregando os resíduos da pesca e
aquicultura coletados durante o dia. ..................................................................... 40
Figura 4-8: Amostra inicial homogeneizada com volume de 4.000 Kg ................. 41
Figura 4-9: Bombona azul com capacidade para 200 Kg. ................................... 42
Figura 4-10: Balança aferida utilizada na composição gravimétrica dos resíduos,
disponibilizada pela FAPESA. ............................................................................... 43
Figura 4-11: Separação dos resíduos de acordo com as classes pré-
estabelecidas. ....................................................................................................... 43
Figura 4-12: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como cabeças de
peixe. .................................................................................................................... 44
Figura 4-13: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como vísceras de
peixe. .................................................................................................................... 44
Figura 4-14: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como peles e couro
de peixe. ............................................................................................................... 45
Figura 4-15: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como escamas de
peixe e cabeças de camarão. ............................................................................... 45
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Figura 4-16: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como descarte
(peixes fora do padrão comercial) e espinhas de peixe com carne aderida. ........ 46
Figura 4-17: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como nadadeiras e
caudas. ................................................................................................................. 46
Figura 4-18: Pesagem de cada classe de resíduos caracterizada. ...................... 47
Figura 5-1: Gráfico da porcentagem dos empreendimentos de acordo com seu
porte de faturamento, na região de influência do Diagnóstico de resíduos de
pescados do Espírito Santo. ................................................................................. 50
Figura 5-2: Porcentagem dos empreendimentos em relação ao porte de geração
de resíduos na região Norte e Sul do Espírito Santo. ........................................... 51
Figura 5-3: Porcentagem do volume mensal por porte de geração de resíduos na
região Norte e Sul do Espírito Santo. .................................................................... 52
Figura 5-4: Gráfico do percentual de empreendimentos em relação a suas
respectivas tipologias no estado do Espírito Santo. .............................................. 53
Figura 5-5: Volume mensal de resíduos gerados de acordo com a tipologia dos
empreendimentos entrevistados na região de influência do Diagnóstico. ............. 54
Figura 5-6: Porcentagem do volume mensal de resíduos de pescados gerados
pela Região Norte e Sul do Espírito Santo. ........................................................... 59
Figura 5-7: Porcentagem dos resíduos de pescados oriundos da Aquicultura e da
Pesca, na região Sul do Espírito Santo. .............................................................. 60
Figura 5-8: Porcentagem dos resíduos de pescados oriundos da Aquicultura e da
Pesca, na região Norte do Espírito Santo. ........................................................... 60
Figura 5-9: Porcentagem do volume mensal de resíduos de pescados gerados
oriundos da Aquicultura, na região Norte do Estado. .......................................... 61
Figura 5-10: Volume mensal (Kg) de resíduos por município na região costeira e
serrana do Espírito Santo. .................................................................................... 62
Figura 5-11: Volume mensal de resíduos gerados de acordo com a tipologia dos
empreendimentos entrevistados na região de influência do Diagnóstico. ............. 62
Figura 5-12: Porcentagem dos empreendimentos em que existe variação sazonal
do pescado beneficiado ao longo do ano, na região Sul do diagnóstico. ............ 63
Figura 5-13: Fluxograma do pescado comercializado (mar – destino final) – Fluxo
horizontal. .............................................................................................................. 66
Figura 5-14: Fluxograma do pescado comercializado (empreendimentos
visitados) – Fluxo vertical ...................................................................................... 67
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Figura 5-15: Fluxograma do pescado comercializado – Fluxo horizontal e vertical.
.............................................................................................................................. 68
Figura 5-16: Diagrama da Destinação final do pescado comercializado pelos
empreendimentos. ................................................................................................ 69
Figura 5-17: Resultado referente à segregação dos resíduos de pescados nos
estabelecimentos entrevistados, na região Sul do Estado. .................................. 70
Figura 5-18: Porcentagem dos materiais usados para acondicionamento
temporário dos resíduos de pescados gerados nos entrepostos de pescado, na
região Sul do Estado. ........................................................................................... 72
Figura 5-19: Porcentagem dos materiais usados para acondicionamento
temporário dos resíduos de pescados gerados nos estabelecimentos
entrevistados da região Norte do diagnóstico. ..................................................... 73
Figura 5-20: Porcentagem dos empreendimentos situados na região Sul, que
utilizam o armazenamento interno para seus resíduos em relação aos possíveis
locais para tal. ....................................................................................................... 74
Figura 5-21: Gráfico da porcentagem dos empreendimentos, que utilizam o
armazenamento interno para seus resíduos em relação aos possíveis locais para
tal, localizados na região Norte do Estado. ......................................................... 75
Figura 5-22: Percentual dos possíveis locais de armazenamento externo,
utilizado pelos empreendimentos situados no Sul do Estado. ............................. 76
Figura 5-23: Percentual dos possíveis locais de armazenamento externo,
utilizado pelos empreendimentos situados no Norte do Espírito Santo. ............. 77
Figura 5-24: Porcentagem dos empreendimentos que utilizam a coleta interna na
região Sul do diagnóstico. .................................................................................... 78
Figura 5-25: Escoamento dos resíduos via sistema de calhas e água corrente. . 79
Figura 5-26: Escoamento dos resíduos via sistema de calhas e água corrente
direto na sala de resíduos. .................................................................................... 79
Figura 5-27: Porcentagem dos empreendimentos, situados na região Sul, que
utilizam ou não a coleta externa. ........................................................................... 80
Figura 5-28: Porcentagem dos sistemas de coleta externa utilizados pelos
empreendimentos, na região Sul. ........................................................................ 81
Figura 5-29: Gráfico das parcelas utilizadas para coleta externa pelos
empreendimentos situados na região Norte. ....................................................... 82
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Figura 5-30: Resultado referente à destinação dos resíduos de pescados para o
reaproveitamento, na região Sul. ......................................................................... 83
Figura 5-31: Número de empreendimentos da região sul do diagnóstico, de
acordo com seus respectivos meios de reaproveitamento de resíduos. ............... 84
Figura 5-32: Destinação final realizada pelos empreendimentos, de acordo com
os locais de descarte e suas porcentagens, na região Sul do diagnóstico. ......... 85
Figura 5-33: Destinação inapropriada de resíduos de pescados na região Sul do
diagnóstico. ........................................................................................................... 86
Figura 5-34: Resíduos de pescados descartados diretamente em corpo d’ água,
na região Sul. ....................................................................................................... 86
Figura 5-35: Descarte de resíduos de pescado em calçadas públicas, na região Sul da região de influência do diagnóstico. .......................................................... 87
Figura 5-36: Destinação final de efluentes líquidos, sem tratamento, diretamente
na rede de esgoto pública, na região Sul do Estado. ........................................... 87
Figura 5-37: Destinação final realizada pelos empreendimentos, de acordo com
os locais de descarte e suas porcentagens, na região Norte do diagnóstico. ..... 88
Figura 5-38: Resíduos de pescado e efluentes líquidos lançados no Rio
Jacaraipe, região Norte do Espírito Santo. .......................................................... 89
Figura 5-39: Resíduos de camarão dispostos inadequadamente no Rio Reis
Magos em Nova Almeida, região Norte do Espírito Santo. .................................. 89
Figura 5-40: Resíduos de camarão dispostos irregularmente no Rio Riacho em
Aracruz, região Norte do Espírito Santo. ............................................................. 90
Figura 5-41: Porcentagem da falta de orientação sobre as exigências legais dos
órgãos públicos competentes, segundos aos responsáveis dos empreendimentos
na região Sul. ....................................................................................................... 91
Figura 5-42: Opinião dos responsáveis dos empreendimentos, quanto à falta de
regulamentação ambiental para o setor, na região Sul do diagnóstico. .............. 92
Figura 5-43: Percentual da falta de fontes de financiamento própria dos
empreendimentos entrevistados, no Sul do estado do Espírito Santo. ............. 93
Figura 5-44: Resultado referente à falta de empreendimentos que reaproveitem
os resíduos de pescados no Sul do Espírito Santo. ........................................... 93
Figura 5-45: Percentual da falta de um sistema público de coleta para os resíduos
da região Sul do Estado. ...................................................................................... 94
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Figura 5-46: Gráfico de percentual referente ao inapropriado descarte, na região sul, dos empreendimentos. .................................................................................. 95
Figura 5-47: Porcentagem das parcelas de acordo com o conhecimento dos
impactos ambientais ocasionados pela putrefação dos resíduos, no sul do
Estado. .................................................................................................................. 96
Figura 5-48: Nível de conhecimento sobre o plano de gerenciamento de resíduos
sólidos, na região Sul do Estado. ......................................................................... 97
Figura 5-49: Opinião dos empreendimentos entrevistados sobre os principais
gargalos encontrados para melhoria de seus processos/serviços, no Sul do Espírito Santo. ..................................................................................................... 99
Figura 5-50: Disponibilidade dos empreendimentos em destinar seus resíduos em
local próprio ou para uma possível coleta seletiva na região Sul do diagnóstico.
............................................................................................................................ 100
Figura 5-51: Composição gravimétrica média dos resíduos de pescados. ........ 101
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e da Aquicultura do Espírito Santo Índice de Anexos
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LISTA DE ANEXOS
ANEXO I: Área de estudo.
ANEXO II: Questionário.
ANEXO III: Planilha de contatos.
ANEXO IV: Carta de apresentação (Ofício empreendedor).
ANEXO V: Mapa de Localização dos empreendimentos.
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e da Aquicultura do Espírito Santo
Introdução 1
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1 INTRODUÇÃO
1.1 SUSTENTABILIDADE NO SETOR
Ao final dos anos 60, a degradação ambiental e poluição eram avaliadas como
consequências inevitáveis do progresso, a conservação da qualidade de vida e a
preservação ambiental caminhavam de forma contrária (SOUZA, 2000). Os
impactos causados pelas atividades antrópicas exercidas sobre o meio ambiente
eram praticamente desconsiderados, assim como as contínuas emissões de
poluentes para o ar e água. Entretanto, a magnitude e proporção atingida pela
miséria e poluição começaram a chamar a atenção da sociedade, fazendo com
que ela repensasse o seu desenvolvimento, conciliando o desenvolvimento
econômico e social com a qualidade ambiental (MILLANI, 2007).
De acordo com Souza (2000), a capacidade de conservar, preservar e utilizar os
recursos ambientais de forma racional deve ser primordial para dar continuidade
aos avanços, uma vez que o propósito do desenvolvimento sustentável é atuar
nas causas da degradação ambiental de forma preventiva, por meio de
tecnologias eficazes, considerando o mercado, a produção, os produtos, os
insumos e o meio ambiente.
Quanto à sustentabilidade da Pesca e Aquicultura, algumas alternativas
sustentáveis de destinação de seus resíduos apresentam a capacidade de
absorver grandes volumes, como por exemplo, em seu aproveitamento como
matéria-prima na fabricação de farinha de peixe. Podendo esta, ser utilizada como
ingrediente para a produção de rações comerciais, a exemplo das rações de
peixe utilizadas na Piscicultura.
A destinação correta dos resíduos da Pesca e Aquicultura, bem como o
aproveitamento integral do pescado, tanto da Pesca Extrativa quanto da
Aquicultura, figuram atualmente entre os principais desafios de suas cadeias
produtivas, principalmente quando nos referimos à sustentabilidade destas
atividades.
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura do Espírito Santo
Introdução 1
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1.2 PANORAMA DA PESCA EXTRATIVISTA E DA AQUICULTURA
O conceito de Aquicultura é a produção de organismos com hábitat
predominantemente aquático em cativeiro, a exemplo da piscicultura, que é o
ramo da aquicultura que cuida do cultivo de peixes. Ao longo do seu processo
produtivo, tal atividade demanda recursos naturais, manufaturados e humanos,
tais como, terra, água, energia, matéria-prima, ração, equipamentos, mão-de-
obra, entre outros. Atualmente, introduziu-se o conceito de "Aquicultura
Sustentável", empregado para designar a forma desejável para a produção dos
organismos aquáticos, sem degradar o meio ambiente, com lucro e benefícios
sociais (VALENTI, 2002).
A pesca extrativa consiste na retirada de organismos aquáticos da natureza,
podendo ser classificada segundo sua finalidade, como artesanal,
empresarial/industrial, amadora e de subsidência. Quando ocorre no mar é
denominada pesca extrativa marinha, quando em águas continentais é
denominada pesca extrativa continental (IBAMA, 2007).
A pesca amadora é praticada ao longo de todo o litoral brasileiro, e em suas
adjacências (lagos, rios, e estuários), e tem como finalidade, o turismo, lazer ou
desporto, sendo que o produto da atividade não pode ser comercializado ou
industrializado (GEO Brasil, 2002).
A pesca de subsistência é exercida com o objetivo de adquirir alimento para uso
próprio, não tendo finalidade comercial. Esta atividade é praticada com técnicas
rudimentares.
A pesca artesanal (ou de pequena escala) é utilizada para capturas com o
objetivo comercial, associado à obtenção de alimento para as famílias dos
participantes, ou com o objetivo essencialmente comercial. A atividade pode,
inclusive, ser alternativa sazonal ao praticante, que se dedica durante parte do
ano à pesca (Dias-Neto & Dornelles, 1996).
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A pesca empresarial pode ser dividida em duas subcategorias, a desenvolvida por
armadores de pesca e a industrial.
A pesca empresarial desenvolvida por armadores de pesca caracteriza-se pelo
fato de os proprietários das embarcações e dos apetrechos de pesca (os
armadores) não participarem diretamente do processo produtivo, pois esta função
é delegada ao mestre da embarcação. Esta atividade possui maior porte e
alcance que a pesca artesanal e exige certa divisão de trabalho entre os
tripulantes, tais como, mestre, cozinheiro, gelador, maquinista, pescador, entre
outras. Além dos motores propulsores, utilizam ainda certos equipamentos
auxiliares à pesca, que exigem algum treinamento formal para manuseá-los (GEO
Brasil, 2002).
Na pesca industrial, a empresa é proprietária tanto das embarcações, quanto dos
apetrechos de pesca. Esta atividade é organizada em diversos setores e, em
alguns casos, integra a captura, o beneficiamento e a comercialização. As
embarcações dispõem de mecanização não só para deslocamento, mas também
para o desenvolvimento das fainas de pesca, como o lançamento e recolhimento
de redes e, em alguns casos, beneficiamento do pescado a bordo, o que não
acontece com as artesanais. A mão-de-obra, embora recrutada em sua maioria
entre pescadores de pequena escala ou nos barcos de armadores, necessita de
treinamento específico para a operação da maquinaria (GEO Brasil, 2002).
O Brasil apresenta um enorme potencial hídrico, este cenário associado à
vastidão de seu território, proporciona ao país um grande potencial de produção
de pescados através da pesca extrativista e da aquicultura, uma vez que é
detentor de 12% da água doce do planeta, de uma costa marítima com mais de
8.000 km, e 3,5 milhões de 𝐾𝐾𝐾𝐾2 de Zona Econômica Exclusiva (ZEE). E ainda
dispor de, um clima favorável para o cultivo de organismos aquáticos, diversidade
de espécies, mercados internos e externos com demanda progressiva,
disponibilidade de infra-estrutura de apoio, mão-de-obra abundante e outras
condições favoráveis.
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Praticada pelo homem há milhares de anos, a pesca extrativista até o momento,
apresenta considerável importância em todo o mundo, por ser fonte geradora de
alimentos, emprego e renda a vários segmentos econômicos da pesca ou ligados a
ela (CNIO, 1998).
No Brasil, a atividade pesqueira destaca-se por sua antiga e difundida prática pelos
povos do litoral do país.
A aquicultura vem sendo praticada e estimulada por diversos países sob a ótica
do desenvolvimento social e da diversificação da economia rural, em conjunto
com a preservação ambiental. Pode ser utilizada como ferramenta de melhoria
das condições de vida do produtor rural e das comunidades costeiras formadas
por pescadores artesanais. Apontada como uma das soluções possíveis e viáveis
para o redimensionamento das condições de uso e ocupação dos solos,
reservatórios, lagoas e áreas marinhas e estuarinas, a atividade tem-se mostrado
compatível com ações e programas, que objetivam seu desenvolvimento
sustentável, e a preservação do meio ambiente (ECOS, 2006).
A pesca extrativa marinha com uma produção de 539.966,50 toneladas
representa 50,4% da produção total de pescado do Brasil. O valor total estimado
da produção, no ano de 2007, foi de R$ 1.788.434.035,00.
Quanto à pesca extrativa continental, a produção foi de 243.210 toneladas, o que
representa 22,7% da produção total de pescado do Brasil, apresentando um
decréscimo de 3,2% em 2007, com um valor total estimado de R$ 657.317.490,00
(IBAMA, 2007).
Ainda em 2007, a aquicultura continental apresentou uma produção de 210.644,5
toneladas, o que equivale a 19,6% da produção de pescado total do Brasil, com
um valor estimado de R$ 781.145.700,00. A produção continental nesse período
apresentou um crescimento de 10,2% em relação ao ano anterior (IBAMA, 2007).
Em 2007, a maricultura apresentou uma produção de 210.644,5 toneladas,
correspondentes a 7,3% da produção total de pescados do Brasil, com um valor
estimado de R$ 376.829.250,00, apresentando um decréscimo de 2,6% em 2007.
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A produção total de pescado estimado em 2007 no Brasil foi de 1.072.226,0
toneladas, cujo valor em reais corresponde a R$ 3.603.726.475,00, conforme
discriminado, por modalidade pesqueira e suas respectivas produções em toneladas,
na Figura 1-1, abaixo.
Figura 1-1: Produção do pescado estimado em 2007 no Brasil, em toneladas, valores em reais, por modalidades pesqueiras e seus respectivos percentuais. Fonte: IBAMA, 2007.
O sudeste brasileiro registrou uma produção de 137.666 toneladas, em 2007,
representando um crescimento de 15,8% na pesca extrativa marinha, em relação
ao ano de 2006. O valor total estimado da produção foi de R$ 398.949.080,00. O
Espírito Santo apresentou um crescimento na produção de pescado de 15,5% nesse
mesmo período.
As espécies de peixes que mais contribuíram com a produção foram: a albacora-
laje com 198,9%, a enchova com 96,3%, o peixe-galo com 80,6%, a pescadinha-
real com 64,1% e o badejo com 10%, conforme ilustrado na Figura 1-2. Os
0,00
500.000,00
1.000.000,00
1.500.000,00
Produção em toneladas (t)
Produção em toneladas (t)
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crustáceos apresentaram um decréscimo na produção de 4,5% e os moluscos de
87,4%, em relação a 2006.
Figura 1-2: Percentual da contribuição das espécies de peixes com a produção de pescados do Espírito Santo. Fonte: IBAMA (2007).
De acordo com ECOS (2006), a espécie mais cultivada no estado do Espírito
Santo, como no Brasil, é a tilápia do Nilo, Oreochimis niloticus. Esta espécie vem
se destacando não só no cenário nacional, mas também no mundial, sendo
apontada como a de melhor desempenho zootécnico que existe atualmente no
País.
A região Sudeste com uma produção de 35.823,5 toneladas representou 17,0%
da produção da aquicultura continental do Brasil, com um valor total estimado de
R$ 139.763.400,00. O estado do Espírito Santo contribuiu para esta produção
com 3.313 toneladas no ano de 2007, o equivalente a 10,8 % da produção total
do Sudeste (IBAMA, 2007).
Quanto à aquicultura marinha, esta ocorre em pequena quantidade no Sul e
Sudeste, sendo os Estados de maior produção, o Rio Grande do Norte, Ceará,
Bahia e Pernambuco. Os dados de produção de 2007 não foram estimados.
44%
22%
18%
14%
2%
Espécies de peixes e suas contribuições com a produção
albacora-laje enchova peixe-galo pescadinha-real badejo
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Os dados referentes ao panorama da Pesca extrativista e da Aquicultura na
Região Sudeste, em 2005 e 2007, estão descritos conforme a Tabela 1-1, abaixo.
Tabela 1-1: Produção estimada de pescado por modalidade no ano de 2007.
Região Total (t) Pesca extrativista Aquicultura
Marítima Continental Marítima Continental BRASIL 1.072.226,0 539.966,5 243.210,0 78.405,0 210.644,5 Sudeste 196.714 137.666,0 22.201,0 1.023,5 35.823,5
Minas Gerais 17.233,0 0,0 11.674,0 0,0 5.559,0
Espírito Santo 26.631,2 21.744,7 748,0 825,5 3.313
Rio de Janeiro 85.870,0 82.528,5 1.054,0 28,0 2.259,5
São Paulo 64.532,6 33.298,6 10.145,0 170,0 20.919,0
Fonte: IBAMA (2007). Modificado de Millani, 2007.
A participação relativa da pesca extrativa e da aquicultura, no período de 1994 a
1999, representa o crescimento da aquicultura, e a estagnação da pesca extrativa
ao longo destes anos (Tabela 1-2).
Tabela 1-2: Produção por ambiente, total (em toneladas), participação relativa (%) da pesca extrativa marinha e continental, da aquicultura marinha e continental, no período de 1994 a 1999.
ANO PESCA EXTRATIVA AQUICULTURA
TOTAL Marinha Continental Total % Marinha Continental Total %
1994 494,3 203,2 697,5 99,5 3,4 0,4 3,8 0,5 701,3 1995 413,7 193,0 606,7 92,9 5,4 40,8 46,2 7,1 652,9 1996 422,2 210,3 632,5 91,2 8,5 52,2 60,7 8,8 693,2 1997 465,7 178,9 644,6 88,0 10,2 77,5 87,7 12,0 732,3 1998 432,6 174,2 606,8 85,4 15,3 88,6 104,9 14,6 710,7 1999 418,5 185,5 604,0 81,1 26,5 114,1 140,6 18,9 744,6
Nos últimos anos, a atividade de piscicultura representou um crescimento
substancial no Brasil, acompanhando a tendência mundial de aumento da oferta e
procura de pescado via cultivo. Em 1990, o cultivo de peixe no país correspondia
a pouco mais que 16.000 mil toneladas de peixes produzidos, em 2005, a
produção chegou a 178.746,5 toneladas, registrando um crescimento no período
de 1.017 % (IBAMA, 2005).
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Segundo Giulietti & Assumpção (1995), o panorama atual, assim como suas
perspectivas, direcionam a aquicultura como principal fonte produtora de pescado
para um futuro próximo, uma vez que a produtividade da pesca extrativista está
voltada para preservação e reprodução dos recursos naturais existentes. Isto se
deve ao fato dos recursos naturais estarem ameaçados pela sobrepesca
(predatória), avanço do turismo, expansão imobiliária, construção de complexos
industriais e aumento da população mundial.
A piscicultura, dentre todos os ramos da aquicultura, é a que vem se destacando
mais, apresentando um crescimento muito grande a cada ano, ajudando na
produção de pescados, no aumento da renda dos Estados e na geração de novos
empregos. Entretanto, o aumento do cultivo de peixes também intensifica a
geração de resíduos dos pescados cultivados, determinando a necessidade de
alternativas sustentáveis, como seu reaproveitamento para outros fins, que
contribuem para o bem social, econômico e ambiental.
As perspectivas apontam a aquicultura como suporte para produção de pescados
em um futuro próximo, mas atualmente a pesca extrativa, ainda é a principal fonte
produtora de pescados em todo o mundo.
1.3 RESÍDUOS DA PESCA E AQUICULTURA
Os resíduos da pesca e aquicultura oriundos do beneficiamento ou
processamento de pescados são constituídos por cabeças, vísceras, nadadeiras,
peles, escamas, espinhos, conforme ilustrado na Figura 1-3.
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Figura 1-3: Resíduos da Pesca e Aquicultura provenientes do beneficiamento ou processamento de pescados.
Segundo a NBR 10.004 (ABNT, 1987) os resíduos de pescados possuem duas
classificações:
• Classe I: Perigosos – Apresentam propriedades físicas, químicas ou
infecto-contagiosas, que oferecem risco à saúde pública e ao meio
ambiente, como resíduos de pescado contaminados;
• Classe II: Não Inertes – Possuem propriedades como: combustibilidade,
biodegradabilidade ou solubilidade em água, como resíduos de pescado
não contaminados.
Os resíduos de Classe II da indústria pesqueira e da aquicultura são aqueles com
maior potencial para a reciclagem.
Uma importante finalidade destes resíduos é seu reaproveitamento para a
fabricação de farinha de peixe (MACHADO, 1984), que é utilizada na produção da
ração para animais, proporcionando o aproveitamento integral e sustentável dos
pescados.
Alguns pesquisadores demonstram que farinhas e silagens preparadas com
resíduos da pesca e da própria aquicultura podem ser utilizadas na alimentação
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de diversas espécies na aquicultura, na forma de ração de peixe (Sudaryono et
al., 1996; Viana et al., 1996; El-Sayed, 1998; Kotzamanis et al., 2001). O percentual protéico da farinha de pescado proveniente do beneficiamento de
tilápias varia entre 55,0 a 70,0%, sendo que os valores mais comuns oscilam
entre 60,0 e 65,0%, segundo Rodrigues (2004). Entretanto, os resíduos
reutilizados para fabricação da farinha de peixe no estado do Espírito Santo têm
sua maior parte oriunda da pesca extrativista, e não do cultivo de tilápia, ainda
que estes também possuam altos valores protéicos.
Os resíduos de pescados podem, ainda, ser reutilizados para fabricação de outros
subprodutos, tais como, linguiças, fishburguers, caldos e iscas de peixe, desde
que processados de maneira correta (Espe et al., 1999). Fertilizantes e/ou adubos
orgânicos, assim como produtos artesanais também podem ser originados a partir
dos resíduos de pescados.
Existem muitas alternativas sustentáveis de reaproveitamento dos resíduos da
pesca e aquicultura, porém nem sempre é o caminho utilizado pelos
empreendimentos, que invés de destiná-los a reciclagem, os destinam
inapropriadamente, em rios, estuários, mar, ou aterros sanitários. Estas opções
de descarte podem causar diversos impactos ambientais, sociais, e até mesmo
econômicos.
Em muitos casos, esta destinação inadequada dos resíduos de pescado pode ser
relacionada à necessidade de melhores informações voltadas para educação e
conscientização sobre a área de resíduos. Caso estas medidas não sejam
suficientes para solucionar o problema desta destinação indevida, talvez medidas
do ponto de vista jurídico, como o Decreto Estadual de Santa Catarina, possam
ser tomadas.
O Decreto Estadual de Santa Catarina 𝑁𝑁𝑜𝑜 14.250 de 05 de junho de 1981,
referente à proteção e melhoria da qualidade ambiental, no artigo 24, que
estabelece que: “O tratamento quando for o caso, o transporte e a disposição de
resíduos de qualquer natureza de estabelecimentos industriais, comércios e de
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prestação de serviços quando não forem de responsabilidade do município,
deverão ser feitos pela própria empresa e as suas custas”.
Assim os empreendimentos passam a se responsabilizar pela destinação final
apropriada de seus resíduos gerados, minimizando os impactos socioambientais,
e econômicos que atingem até mesmo o próprio empreendimento.
Inserido neste contexto, o presente diagnóstico dos resíduos da pesca e
aquicultura no estado do Espírito Santo tem a intenção de contribuir
significativamente para o setor de reaproveitamento de resíduos como também da
pesca e aquicultura, inserindo-os nas propostas de sustentabilidade,
desenvolvimento, e responsabilidade socioambiental. Além disso, esta
contribuição aponta por possibilidades de retorno financeiro para fábricas de
farinha de peixe e rações animais, bem como geração de empregos e renda.
Para isto, o diagnóstico disponibilizará o porte e localização de cada
empreendimento entrevistado, variação sazonal da produção de resíduos, volume
de resíduos para cada município e Estado, característica quali-quantitativa dos
resíduos de pescados e questões ambientais, a fim de fornecer conhecimentos
suficientes sobre a realidade dos resíduos da pesca e aquicultura encontrados no
estado do Espírito Santo.
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e da Aquicultura do Espírito Santo
Justificativa 2
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2 JUSTIFICATIVA
Necessidade de conhecer a realidade da situação dos resíduos de pescado
provenientes do beneficiamento de pescados no estado do Espírito Santo, a fim
de promover a gestão integrada destes resíduos, seu reaproveitamento, visando
adequação socioambiental e oportunidades de novos negócios.
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e da Aquicultura do Espírito Santo
Objetivos 3
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3 OBJETIVOS
3.1 OBJ ETIVOS GERAIS
• Conhecer a realidade dos resíduos de pescado capixaba, a fim de propor
alternativas de reaproveitamento em grande quantidade, visando identificar
atividades que não só poderão adquirir ganhos econômicos, mas também
o ganho socioambiental.
3.2 OBJ ETIVOS ESPECÍFICOS
• Caracterizar os resíduos de pescados gerados pelo beneficiamento e/ou
processamento de pescados oriundos da Pesca e Aquicultura na região
Sul do estado do Espírito Santo.
• Identificar, quantificar e localizar os empreendimentos que, dentro da
região de influência do Projeto, geram resíduos de pescados provenientes
da Pesca ou Aquicultura.
• Realizar o levantamento quantitativo e qualitativo dos resíduos gerados no
Espírito Santo.
• Informar a destinação final dos resíduos da Pesca e Aquicultura no Estado,
assim como identificar os problemas ocasionados pela destinação incorreta
dos mesmos.
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura do Espírito Santo
Metodologia e Descrição das Atividades
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4 METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
4.1 ÁREA DE ESTUDO
O Espírito Santo está situado na região sudeste do Brasil (18°24’S – 21°11’S),
ocupando uma área de 45.597km2 e com linha de costa de 521 km de extensão,
aproximadamente. O clima nesse trecho do litoral brasileiro é do tipo W (OESTE)
pseudo-equatorial, caracterizado por chuvas tropicais de verão (outubro a março)
e estação seca durante o outono e inverno (abril a setembro) (Albino, 1999).
A região de influência do Diagnóstico dos resíduos da Pesca e Aquicultura
compreende os municípios situados na região costeira e serrana do Espírito
Santo. Estes municípios foram subdivididos em duas regiões: Norte e Sul,
conforme ilustrado na Figura 4-1 e também no ANEXO I, para fins de aplicação
de questionário. Divisão esta não necessariamente em tudo semelhante à divisão
política oficial do Espírito Santo.
A área de estudo na região Norte abrangeu os municípios de Serra, Fundão,
Aracruz, Linhares, Jaguaré, São Mateus, Conceição da Barra, São Domingos,
Mucurici, e Ponto Belo.
Já os municípios de Vitória, Vila Velha, Guarapari, Anchieta, Piúma, Itapemirim,
Marataízes, Presidente Kennedy, Domingos Martins e Muniz Freire, representam
a região de influência da região Sul.
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e da Aquicultura do Espírito Santo
Metodologia e Descrição das Atividades
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Figura 4-1: Mapa da área de estudo do Diagnóstico dos resíduos da Pesca e Aquicultura no Espírito Santo, destacando as regiões Norte e Sul, e os limites dos municípios diagnosticados (ANEXO I).
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura do Espírito Santo
Metodologia e Descrição das Atividades
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4.2 FASE EXPLORATÓRIA
A fase exploratória consiste na delimitação da pesquisa (objetivos pretendidos),
identificação da região de influência do estudo, busca por um referencial teórico
(pesquisa bibliográfica), construção do projeto de pesquisa e mobilização do
público-alvo.
4.2.1 Pesquisa Bibliográfica
Foram utilizadas as pesquisas bibliográficas, em duas fases do diagnóstico, a
primeira delas consistiu na interação do assunto por meio de literaturas confiáveis
e busca por referencial teórico que desse suporte para a determinação da
metodologia adequada a ser utilizada na elaboração do questionário. Em um
segundo momento, foi realizado uma revisão bibliográfica sobre os resíduos de
pescados para que as análises e discussões dos resultados gerados pudessem
ser iniciadas. Outras informações também foram obtidas a partir de pesquisas
bibliográficas, como a localização prévia de alguns empreendimentos e obtenção
de dados secundários.
4.2.2 Visita técnica a FAPESA (Fábrica de farinha de peixe)
A visita técnica à FAPESA foi realizada para entender o funcionamento na prática
de uma fábrica de farinha de peixe. Nesta visita foi mostrada a fabricação da
farinha de peixe desde a chegada da matéria-prima (resíduos de pescado) à
saída do produto final (farinha de peixe), conforme Figura 4-2.
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Metodologia e Descrição das Atividades
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Figura 4-2: Farinha de peixe (produto final) fabricado pela Indústria FAPESA.
Além da visita técnica realizada na fábrica de farinha de peixe, também foi
disponibilizado pela FAPESA informações em relação ao fluxograma da
fabricação da farinha de peixe. Um fluxograma resumido descreve as etapas de
fabricação, conforme o fluxograma da fabricação de farinha de peixe mostrado
abaixo na Figura 4-3.
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Metodologia e Descrição das Atividades
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Recebimento da Matéria Prima
Camara Refrigerada Moega Moinho de faca
Rosca TransportadoraPrensa RotativaPré-cozinhador
Coletor de água e óleo Digestores
Recebimento de água
Evaporador
Sistema de fertirrigação
PRODUTO FINAL – Farinha de peixePRODUTO FINAL – Óleo
Projeto: Título: Gestora do Projeto: Elaboração: Cliente:
Diagnóstico dos resíduos da Pesca Fluxograma da fabricação e Aquicultura no estado do ES da farinha de peixe Lani Tardin - Bióloga Áureo Filho - Assis. Técnico Execução:
Figura 4-3: Fluxograma da fabricação da farinha de peixe. Fonte: FAPESA.
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Metodologia e Descrição das Atividades
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4.2.3 Elaboração do questionário – Perguntas qualitativas e quantitativas
A elaboração das questões qualitativas e quantitativas foi realizada a partir de
pesquisas bibliográficas e do objeto de interesse desta pesquisa, o que norteou
sua confecção para a pesquisa direta semi-estruturada, a fim de obter o máximo
de conhecimento possível sobre a realidade dos resíduos da Pesca e Aquicultura
no litoral capixaba.
O questionário (ANEXO II) apresenta questões sobre o porte e tipologia do
empreendimento, volume diário, mensal e anual de resíduos gerados, variação
sazonal dos pescados processados, fluxograma do empreendimento,
armazenagem, coleta (interna e externa) e destinação final dos resíduos. Outro
foco das questões é sobre o reaproveitamento dos resíduos, questões
ambientais, entre outros assuntos.
O questionário num todo é voltado para questões sociais, econômicas e
ambientais, que envolvem os resíduos oriundos do beneficiamento ou
processamento dos resíduos da pesca e aquicultura.
4.2.4 Mobilização do público-alvo
Primeiramente, foi elaborada uma planilha de contato do público-alvo (ANEXO III) a partir de pesquisas sobre este público e informações obtidas com órgãos
estaduais, federais, como Incaper e Idaf, e com profissionais da área técnica da
pesca e aquicultura do CTA, sobre os possíveis geradores de resíduos de
pescados no Estado.
Após a confecção da planilha foi realizado o contato por telefone e e-mail (nem
todos possuem e-mail) com as colônias, associações, comunidades, peixarias,
frigoríficos, distribuidores e unidades de processamento/beneficiamento de
pescado. Este contato visou informar sobre o estudo de caracterização dos
resíduos da Pesca e Aquicultura iniciado no litoral do Espírito Santo, analisar o
perfil dos empreendimentos geradores de resíduos, e pré-agendar as visitas
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura do Espírito Santo
Metodologia e Descrição das Atividades
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técnicas com as grandes unidades de beneficiamento de pescado, que de fato,
geram um volume muito grande de resíduos.
4.3 CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
A fim de obter uma adequada caracterização quali-quantitativa do litoral do
Espírito Santo, foi utilizado o método de pesquisa semi-estruturada nas visitas
técnicas. Esta Metodologia busca informações principais e básicas, via aplicação
de questionários que seguem um roteiro previamente elaborado. Novas
informações podem emergir ao longo deste tipo de entrevista, e ainda,
explicações mais embasadas sobre as questões são disponibilizadas,
aumentando a interação pesquisador-entrevistado.
Vale ressaltar que no primeiro contato com os entrevistados, o objetivo da
pesquisa foi apresentado, com auxílio da Carta de apresentação (Ofício
empreendedor) elaborado pelo SEBRAE/ES (ANEXO IV). Para obtenção de
clareza e confiança nas respostas, os questionários foram aplicados junto aos
representantes e/ou proprietários dos empreendimentos.
Os dados obtidos a partir de mercados e feira livres foram estimados de acordo
com entrevistas em dois ou mais box’s (bancas), devido a grande quantidade de
box’s com características similares, a exemplo do Mercado de Marataízes,
Anchieta, Vila Rubim (Vitória), e feira livre de Jardim Camburi.
4.3.1 Visitas técnicas
As visitas técnicas foram realizadas com objetivo de obter o máximo de
informações sobre a situação dos resíduos gerados nas áreas de influência do
Projeto, na região Sul pela equipe técnica do CTA, e região Norte pela Crenaque.
A aquisição dos dados (informações) apresentou como base a aplicação de
questionários (pesquisa semi-estruturada) aos responsáveis e/ou proprietários
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Metodologia e Descrição das Atividades
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dos empreendimentos geradores de resíduos, e anotações “in loco” sobre a
situação dos resíduos. Utilizaram-se também GPS’s para marcar as coordenadas
dos empreendimentos entrevistados, e máquinas digitais para realizar o registro
fotográfico.
Não foi possível realizar a visita técnica em todos os empreendimentos de cada
município, devido a grande área de abrangência do diagnóstico, tendo como
preferência os principais pontos geradores de resíduos, tais como unidades de
beneficiamento, frigoríficos, associações, mercados de pescado, aglomerações
de peixarias. Por seguinte, foram realizadas visitas técnicas em peixarias
distribuídas, individualmente, feiras-livres, como também associações, colônias de
pescadores, entre outros, que concederem informações sobre outros pontos
geradores de resíduos de pescado.
4.3.2 Pesquisa direta semi-estruturada
A metodologia utilizada nas entrevistas realizadas nos municípios que,
compreendem a área de estudo do diagnóstico, foi a pesquisa semi-estruturada,
na qual as questões são anteriormente elaboradas visando atingir o objetivo da
pesquisa. Neste método, alterações no conteúdo do questionário podem surgir à
medida que novas informações são obtidas em campo.
Segundo Manzini (1990/1991), a pesquisa semi-estruturada está focalizada em
um assunto sobre o qual é elaborado um roteiro com perguntas principais e
básicas, complementadas por outras questões que emergem devido ao
aparecimento de novas informações e explicações momentâneas à entrevista.
Este método de entrevista proporciona ao entrevistado mais abertura para suas
respostas, pois estas não estão condicionadas a uma padronização de
alternativas.
4.3.3 Mapeamento dos empreendimentos entrevistados
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O mapeamento dos empreendimentos foi realizado em conjunto com as
entrevistas diretas semi-estruturadas, a partir da marcação das coordenadas
geográficas por GPS (Global Positioning System) Garmim (Figura 4-4), utilizando
o Datum WGS84. Estas coordenadas foram empregadas na elaboração do Mapa
de Localização dos empreendimentos.
Figura 4-4: “GPS Etrex” utilizado no mapeamento dos empreendimentos.
4.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUANTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE
PESCADOS
4.4.1 Características físicas
Para caracterização física dos resíduos sólidos de pescados oriundos de seu
beneficiamento para este diagnóstico foi destacado a composição gravimétrica.
Enquanto para a quantificação dos resíduos no Estado, foi utilizada a pesquisa
direta semi-estruturada (aplicação de questionário).
A composição gravimétrica traduz o percentual de cada componente em
relação ao peso total da amostra de resíduo analisada. Os componentes mais
utilizados na determinação da composição gravimétrica dos resíduos sólidos de
pescados são cabeças, vísceras, peles, couros, nadadeiras, espinhos, corpos de
peixes, aparas em geral.
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4.4.1.1 Quantificação dos resíduos sólidos urbanos
A medição quantitativa dos resíduos foi realizada a partir da pesquisa semi-
estruturada nos empreendimentos localizados na área de estudo do Diagnóstico
dos resíduos da pesca e aquicultura no Espírito Santo.
4.4.1.2 Composição gravimétrica
4.4.1.2.1 Metodologia de coleta dos Resíduos sólidos de pescados para a
realização da composição gravimétrica
Foram realizadas coletas de resíduos pela fábrica de farinha de peixe, FAPESA,
em toda região costeira e serrana capixaba durante o período de 10 a 12 de
novembro, que posteriormente foram destinadas a realização da composição
gravimétrica em seu estabelecimento.
Os resíduos coletados que constituíram a amostra inicial para a composição
gravimétrica é proveniente dos empreendimentos que beneficiam ou processam
pescados (pesca e aquicultura), nos quais o porte de geração de resíduos varia,
desde micro a muito grande, a exemplo das peixarias (Figura 4-5) e unidades de
beneficiamento (Figura 4-6), respectivamente.
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Figura 4-5: Peixaria JR, considerada micro gerador de resíduos de pescados.
Figura 4-6: Unidade de beneficiamento, grandes geradoras de resíduos de pescados.
4.4.1.2.2 Etapas da Composição Gravimétrica
Para a determinação deste parâmetro amostrou-se uma parcela dos resíduos
gerados no município. O objetivo da amostragem é a obtenção de uma porção
representativa do todo que, quando analisada, apresente as mesmas
características e propriedades de sua massa total. Nesse sentido o procedimento
de amostragem foi baseado na metodologia recomendada pela Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB, 1990) e na técnica de
quarteamento descrita na ABNT NBR 10.007 (Amostragem de Resíduos Sólidos),
que consiste nas seguintes etapas:
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I. Descarregar os caminhões em local previamente escolhido (Figura 4-7).
Figura 4-7: Caminha da FAPESA descarregando os resíduos da pesca e aquicultura coletados durante o dia.
II. Coletar quatro amostras (três na base e laterais e uma no topo) dos
resíduos resultantes das coletas e dispor sobre uma lona. O volume inicial
coletado a ser amostrado foi de 4.000 Kg.
Os resíduos orgânicos (resíduos de pescados) foram previamente separados dos
resíduos inorgânicos (plásticos, metais, entre outros) por funcionários da indústria
FAPESA, visando realizar a composição gravimétrica somente nos resíduos de
pescado (orgânico).
III. Homogeneizar a amostra, formando uma amostra inicial (Figura 4-8).
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Figura 4-8: Amostra inicial homogeneizada com volume de 4.000 Kg
IV. Quartear a amostra inicial.
O processo de quarteamento consiste num processo de mistura pelo qual a
amostra bruta é dividida em quatro partes iguais (os quartis), sendo tomados dois
quartis opostos entre si para se consistir uma nova amostra, descartando se os
dois quartis restantes. As partes não-descartadas são novamente misturadas e o
processo de quarteamento é repetido tomando-se o cuidado de selecionar quartis
em posição oposta aos tomados anteriormente. Neste caso, o volume inicial
(4.000 Kg) passou por quatro fracionamentos, até chegar ao volume pretendido
de 250 Kg, conforme as etapas da Tabela 4-1.
Tabela 4-1: Etapas do quarteamento com seus respectivos volumes (Kg), descrevendo o processo de fracionamento. Etapas do quarteamento Peso (Kg) Primeira (amostra inicial) 4.000 Segunda 2.000 Terceira 1.000 Quarta 500 Quinta 250 Volume final quarteado 250
V. Pesar os resíduos coletados.
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Após os consecutivos quarteamentos, foram colocados 200 Kg do volume
quarteado (250 Kg) em uma bombana azul com capacidade de 200 Kg (Figura 4-9), para então ser pesada por uma balança aferida (Figura 4-10) disponibilizada
pela própria FAPESA, a fim de conferir o volume final (200 Kg) a ser classificado.
Figura 4-9: Bombona azul com capacidade para 200 Kg.
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Figura 4-10: Balança aferida utilizada na composição gravimétrica dos resíduos, disponibilizada pela FAPESA.
VI. Medir o volume ocupado por essa amostra.
VII. Separar os resíduos de acordo com classes pré-estabelecidas
(Figura 4-11).
Figura 4-11: Separação dos resíduos de acordo com as classes pré-estabelecidas.
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As classes pré-estabelecidas foram: Cabeças de peixe; vísceras de peixe; peles e
couros de peixe; escamas e cabeças de camarão; corpos e espinhas de peixe
com carne aderida; e nadadeiras e caudas de peixe, ilustradas, respectivamente,
na Figura 4-12, Figura 4-13, Figura 4-14, Figura 4-15, Figura 4-16 e Figura 4-17.
Figura 4-12: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como cabeças de peixe.
Figura 4-13: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como vísceras de peixe.
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Figura 4-14: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como peles e couro de peixe.
Figura 4-15: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como escamas de peixe e cabeças de camarão.
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Figura 4-16: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como descarte (peixes fora do padrão comercial) e espinhas de peixe com carne aderida.
Figura 4-17: Resíduos da pesca e aquicultura classificados como nadadeiras e caudas.
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VIII. Pesar cada classe obtida (Figura 4-18).
Figura 4-18: Pesagem de cada classe de resíduos caracterizada.
Para determinar a composição gravimétrica calculam-se as porcentagens
individuais obtidas através da razão entre o peso de cada classe de resíduo,
conforme Tabela 4-2, resultante da etapa VII, pelo peso total da amostra.
Tabela 4-2: Peso (Kg) e porcentagens individuais de cada classe de resíduos obtidos no processo de composição gravimétrica.
Classe dos resíduos de pescados Peso (Kg) Porcentagens individuais (%)
Cabeças de peixe 97 47,09 Vísceras de peixe 31 15,04
Peles e couros de peixe 50 24,27 Escamas de peixe e cabeças de camarão 4,5 2,18 Descarte e espinhas de peixe com carne
aderida 22 10,68
Nadadeiras e caudas de peixes 1,5 0,74 Volume final adquirido* 206 100
* O volume final adquirido teve um desvio padrão de 06 Kg. Isto pode ser explicado pela ausência de uma distribuição padrão dos pesos das caixas em suas pesagens.
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4.5 SISTEMATIZAÇÃO DOS DADOS
A sistematização dos dados consiste na gestão da informação, baseado na
especificação dos dados que foram coletados em campo, para formar um banco
de dados do diagnóstico que sirva de suporte para geração de resultados,
analogias, e futuras discussões sobre o tema em questão. A sistematização dos
dados foi realizada para consolidar e simplificar as informações, transformando as
informações brutas em uma forma gerenciável e passível de um uso analítico.
Com isso, os dados dispostos de forma mais simples no banco de dados
disponibilizam seu uso para inserção de diversos gráficos e tabelas nos
resultados, que posteriormente, serão analisados e discutidos.
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5 RESUSTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados estão dispostos na forma de gráficos e tabelas, gerados a partir da
caracterização quali-quantitativa e sistematização dos dados, juntamente com
uma revisão bibliográfica do assunto (resíduos da Pesca e Aquicultura).
Os gráficos e tabelas foram profundamente analisados e discutidos, de modo a
produzir interpretações e explicações que consolidem o Diagnóstico dos resíduos
da Pesca e Aquicultura.
5.1 MAP A DE LOCALIZAÇÃO
A partir do mapeamento realizado via GPS em cada visita técnica, foi possível
elaborar o Mapa de geração de resíduos, ilustrado no ANEXO V, destacando
suas tipologias, e porte quanto à geração de resíduos.
5.2 DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS DA PESCA E AQUICULTURA NA
REGIÃO COSTEIRA E SERRANA DO ESPÍRITO SANTO
O Diagnóstico dos Resíduos Sólidos da Pesca e Aquicultura da região costeira e
serrana do Espírito Santo foi subdividido em duas regiões, Norte e Sul. Tomou-se
esta divisão devido à grande diferença na caracterização dos resíduos do Norte e
Sul do estado do Espírito Santo.
5.2.1 Informações gerais
5.2.1.1 Faturamento dos empreendimentos
Quanto às informações sobre o faturamento anual (porte) dos empreendimentos,
as microempresas representam a maior parte dos empreendimentos
entrevistados (80%). Enquanto resultados menores são apresentados para as
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pequenas e médias empresas, respectivamente, 8% e 6%. Os empreendimentos
sem fins lucrativos entrevistados para obtenção de informações apresentam 1%,
e os empreendimentos que optaram por não informar representam 5%, conforme
Figura 5-1 abaixo.
Figura 5-1: Gráfico da porcentagem dos empreendimentos de acordo com seu porte de faturamento, na região de influência do Diagnóstico de resíduos de pescados do Espírito Santo.
Em relação ao porte dos empreendimentos (faturamento), as microempresas
podem ser constituídas por feiras livres, pequenos mercados, e principalmente
pelas peixarias. As pequenas empresas abrangem os mercados, associações e
pequenas Unidades de beneficiamento de pescados. Já as médias empresas
correspondem às médias e grandes Unidades de beneficiamento.
5.2.1.2 Porte - Geração de resíduos
A porcentagem dos empreendimentos entrevistados em relação ao porte de
geração de resíduos, conforme mostrado na Figura 5-2 demonstra que,
aproximadamente 75% dos empreendimentos visitados estão compreendidos em
dois portes, micro (56%) ou pequenos (18%) geradores de resíduos. Por outro
80%
8%
6%5%
1%
Faturamento anual até R$ 240.000,00 [Microempresa]Faturamento anual de R$ 240.000,00 a 2.400.000,00 [Pequena empresa]Faturamento anual superior a R$ 2.400.000,00 [Média empresa]Não informouSem fins lucrativos
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lado, os 25% restantes estão subdivididos nos portes médio (11%), grande (3%),
muito grande (6%) geradores de resíduos, e não geradores de resíduos (6%).
Figura 5-2: Porcentagem dos empreendimentos em relação ao porte de geração de resíduos na região Norte e Sul do Espírito Santo.
Apesar da grande maioria dos empreendimentos visitados se encontrarem no
porte de micro gerador de resíduos, constituindo um valor razoável de 53.260 Kg,
equivalente a 10% do volume total de resíduos gerados na região Sul e Norte do
Espírito Santo, os poucos estabelecimentos de porte muito grande (6%) geram
cerca de 220.000 Kg, o equivalente a 42% deste volume total, conforme a Figura 5-3, abaixo.
56%18%
11%
3%6% 6%
Micro - Produção de 0,1 - 2 toneladas/mês de resíduos de pescadosPequeno - Produção de 2,01 - 7,5 toneladas/mês de resíduos de pescadosMédio - Produção de 7,51 - 15 toneladas/mês de resíduos de pescadosGrande - Produção de 15,01 - 30 toneladas/mês de resíduos de pescadosMuito grande - Produção superior a 30 toneladas/mês de resíduos de pescadosNão gera resíduos
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Figura 5-3: Porcentagem do volume mensal por porte de geração de resíduos na região Norte e Sul do Espírito Santo.
5.2.1.3 Tipologia da Instituição
Os empreendimentos que tiveram o questionário aplicado durante o diagnóstico
apresentaram diversas tipologias (Figura 5-4), dentre elas a mais encontrada foi o
tipo peixaria, correspondendo a 61%, seguido da unidade de beneficiamento
(10%), Associação (12%), que juntos, apresentam 22%. O restante dos
empreendimentos representa 17% do total visitado, constituído por Frigorífico
(6%), Mercado (6%), Cooperativa (2%) e feira livre (3%).
10%
16%
21%
11%
42%
Micro Pequeno Médio Grande Muito Grande
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Figura 5-4: Gráfico do percentual de empreendimentos em relação a suas respectivas tipologias no estado do Espírito Santo.
De acordo com o diagnóstico realizado no estado do Espírito Santo, ainda que a
maioria dos empreendimentos geradores de resíduos de pescados seja a
tipologia de peixaria, esta representa um valor razoável na geração de resíduos
(19%). Já a tipologia Unidade de beneficiamento que apresenta 10% dos
empreendimentos visitados gera 45% do volume mensal de resíduos gerados por
todos os empreendimentos entrevistados. Estes resultados são descritos
conforme a Figura 5-5 abaixo.
61%12%
6%
10%
2%6%
3%
Peixaria AssociaçãoMercado Unidade de beneficiamentoCooperativa FrigoríficoFeira livre
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Figura 5-5: Volume mensal de resíduos gerados de acordo com a tipologia dos empreendimentos entrevistados na região de influência do Diagnóstico.
19%
7%
11%
45%
1% 16%
1%
Peixaria Associação Mercado Unidade de beneficiamentoCooperativa FrigoríficoFeira livre
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5.2.2 Quantificação dos resíduos da pesca e aquicultura na região costeira e serrana do Espírito Santo
5.2.2.1 Volume mensal por empreendimento
A quantificação dos resíduos sólidos de pescados nos empreendimentos
localizados nos municípios compreendidos na região Sul e Norte do Espírito Santo é descrita conforme a Tabela 5-1, Tabela 5-2 e Figura 5-6,
respectivamente.
Tabela 5-1: Volume mensal em quilogramas (Kg) de resíduos de pescados gerados por cada empreendimento entrevistado nos municípios da região Sul, e suas respectivas tipologias.
Empreendimento Tipologia Município Volume mensal de resíduos (Kg/mês)
Léo Pescados Unidade de beneficiamento Vitória Não informou
COPEMAR - Comércio de Pescados e Mariscos Terminal Pesqueiro Vitória Não gera resíduos
Alvarenga Comércio Indústria da Pesca
Unidade de beneficiamento
desativada Vitória Não gera resíduos
Dumar Camarões Peixaria Vitória 4.000 Peixaria Renato Peixaria Vitória 400
JC Crystello Pescados Peixaria Vitória 1.000 Vitória Mar Peixaria Vitória 1.200
Peixaria Dumar Peixaria Vitória 2.400 Associação dos
pescadores do Terminal da Praia do Canto
(APTPC)
Associação Vitória 1.800
Peixaria do mercado da Vila Rubim (PMV) Mercado Vitória 35.000
Feira livre de Jardim Camburi Feira livre Vitória 480
Peixaria Disk VG Peixaria Vitória 2.400 Biju Pescados Peixaria Vitória 4.800
Peixaria Ribamar Peixaria Vila Velha 600 Cooperativa de Pesca de Vila-Velha - COPEVES Cooperativa Vila Velha 2.000
Marlim Pescados Peixaria Vila Velha 1.600 Peixaria da Praia Peixaria Vila Velha 260 Peixaria Brisamar Peixaria Vila Velha 640 Pescado Geloton Peixaria Vila Velha 400
Mercado beira-mar de de pescados de Itapuã Mercado Vila Velha 1.500
Lima Pescados Unidade de beneficiamento Piúma 6.000
Estrela do Mar Unidade de beneficiamento Piúma 9.000
Continua...
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Tabela 5-1 (continuação): Volume mensal em quilogramas (Kg) de resíduos de pescados gerados por cada empreendimento entrevistado nos municípios da região Sul, e suas respectivas tipologias.
Empreendimento Tipologia Município Volume mensal de resíduos (Kg/mês)
ZIPILIMA Pescados Unidade de beneficiamento Piúma 30.000
Fishes Brazil Unidade de beneficiamento Piúma 35.000
AIMAR Marcarini ME - LBN
Fábrica de gelo e diesel Piúma Não gera resíduos
Colônia dos Pescadores Z-9 - Piúma Colônia Piúma Não gera resíduos
Peixaria Kauan Peixaria Piúma 1.000 Peixaria do Daniel Peixaria Piúma 1.750 Peixaria do Neuzo Peixaria Piúma 750
Peixaria Edgar Taylor Peixaria Piúma 600 Peixaria do Jacaré Peixaria Anchieta 3.500
Peixaria Socó Peixaria Anchieta 3.250 Centro Leste de
pescados LTDA - Viola Pescados
Unidade de beneficiamento Anchieta 26.000
Mercado Municipal de pescados de Anchieta Mercado Anchieta 9.000
Colônia de pescadores Z-4 - Anchieta Colônia Anchieta Não gera resíduos
Mercado Municipal de Pescados de Marataízes Colônia Marataízes 5.500
Comercial Marataízes Mercado Marataízes 500 Peixaria do Lili Peixaria Marataízes 400 Senhora dos Navegantes Peixaria Marataízes 320
Peixaria Chega Mais Peixaria Marataízes 700 Herculano Marvila Peixaria Marataízes 2.400
Mercado Municipal de Guarapari Peixaria Guarapari 7.500
Peixaria do Toquinho Mercado Guarapari 4.500 Sabor do mar Peixaria Guarapari 600
Rio Fish Peixaria Guarapari 1.200 Peixaria Sabomar Peixaria Guarapari 200
Peixaria do Romário Peixaria Guarapari (Perocão) 1.300 Peixaria Municipal de
Perocão Peixaria Guarapari (Perocão) 660
Feirinha do Peixe Peixaria Guarapari 3.000 Atum do Brasil Feira livre Itapemirim 45.000 Peixaria Itaóca Associação Itapemirim 900
Peixaria JR Unidade de beneficiamento Itapemirim 450
Peixaria Exceller Peixaria Itapemirim 3.000 Peixaria Néia Peixaria Itapemirim 900
Peixaria Beira Mar Peixaria Itapemirim 1.000 Peixaria Gelo Peixaria Itapemirim 700
José Wagner e Januário Peixaria Presidente Kennedy 10.000 Continua...
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura do Espírito Santo
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Tabela 5-1 (continuação): Volume mensal em quilogramas (Kg) de resíduos de pescados gerados por cada empreendimento entrevistado nos municípios da região Sul, e suas respectivas tipologias.
Empreendimento Tipologia Município Volume mensal de resíduos (Kg/mês)
Secretaria de Pesca e Aquicultura
Unidade de beneficiamento Presidente Kennedy Não gera resíduos
Entreposto de Pescado - associação Capixaba de
Aquicultores
Secretaria de Pesca e Aquicultura Muniz Freire 10.400
Sítio do Imperador Unidade de beneficiamento Domingos Martins 7.000
TOTAL 294.460
Tabela 5-2: Volume mensal em quilogramas (Kg) de resíduos de pescados gerados por cada empreendimento entrevistado nos municípios da região Norte, e suas respectivas tipologias.
Empreendimento Tipologia Município Volume mensal de resíduos (Kg/mês)
Associação Comercial de Manguinhos Associação Serra 1.500
Associação Comercial de Manguinhos Associação Serra 12.000
Peixaria Municipal de Jacaraipe Peixaria Serra 7.200
Peixaria Municipal do Xexéu Peixaria Serra 350
Associação dos Pescadores da lagoa do
Juara Associação Serra 1.200
Associação dos Pescadores de Nova
Almeida Associação Serra 1.000
Feira Livre de Laranjeiras Feira livre Serra 1.750
PMO - Comércio de Pescados Ltda Peixaria Fundão 100
Ronaldo da Silva Santos Peixaria Fundão 500 Peixaria do Sasá Peixaria Aracruz 450
Whoston Ramos Reis Peixaria Aracruz 1.200 Peixaria do Luiz Peixaria Aracruz 300
Izabel Cristina de Souza Flor Peixaria Aracruz 500
Comércio de Pescados BR Ltda Frigorifico Aracruz 40.000
Merco Comércio de pescado Ltda Frigorifico Aracruz 10.000
João Rodrigues Frigorifico Aracruz 10.000 ASP – Associação dos
Pescadores Sabino Bispo de Oliveira
Associação 800
Carlito Jorge Teixeira Frigorifico Linhares 10.000 Washington Jechel Peixaria Linhares 1.000
Continua...
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e da Aquicultura do Espírito Santo
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Tabela 5-2 (continuação): Volume mensal em quilogramas (Kg) de resíduos de pescados gerados por cada empreendimento entrevistado nos municípios da região Norte, e suas respectivas tipologias.
Empreendimento Tipologia Município Volume mensal de resíduos (Kg/mês)
Pescados Primo Ltda Peixaria Linhares 1.000 Central do Peixe Associação Linhares 2.000
Ala Pescados Importação e Exportação
Ltda
Unidade de beneficiamento de
Tilápias Linhares 65.000
APIGUA – Associação dos Piscicultores do
Guaxe Associação Linhares 6.000
José Guilherme Sossai Unidade de
beneficiamento de Tilápias
Jaguaré 10.000
APESAM - Associação de pescadores de São
Mateus Associação São Mateus 6.500
Peixaria Malásia/Rio Doce Mercado Municipal São Mateus 800
Peixaria EL Shadai Peixaria São Mateus 1.000 Peixaria Guriri Peixaria São Mateus 2.500
Peixaria do Nelson Peixaria São Mateus 800 Adilson Família Peixaria São Mateus 500
Peixaria do Mar e do Gecildo Peixaria Conceição da Barra 1.600
Peixaria Vitória Ltda Peixaria Conceição da Barra 2.000 Peixaria do Clever Peixaria Conceição da Barra 2.500 Peixaria Atlantys Peixaria Conceição da Barra 12.000
Peixaria Mineirinho Peixaria Conceição da Barra 2.000 Peixaria Sabor do Mar Peixaria Conceição da Barra 10.000
Peixaria Kiri - Kerê Peixaria Conceição da Barra 2.000 Peixaria do Anjinho Peixaria Conceição da Barra 500
Peixaria Xaréu Peixaria Conceição da Barra 800 Cooperativa dos
Aquicultores do Espírito Santo
Cooperativa São Domingos 500
APESCA - Associação dos Produtores de Peixe
de Mucurici Associação Mucurici 500
AMOP – Associação dos Moradores e
Piscicultores de Ponto Belo
Associação Ponto Belo 800
TOTAL 231.150
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Os resultados da caracterização quantitativa dos resíduos sólidos das regiões
Norte e Sul, apresentam-se com percentuais similares, com a região Sul sendo
detentora de 56% dos resíduos de pescados originados no Estado, e a região
Norte, 44% (Figura 5-6).
Figura 5-6: Porcentagem do volume mensal de resíduos de pescados gerados pela Região Norte e Sul do Espírito Santo.
5.2.2.2 Origem dos resíduos – Resíduos da Pesca ou Aquicultura
5.2.2.2.1 Região Sul
Em relação à origem dos resíduos provenientes do beneficiamento de pescados
na região Sul, 94% dos empreendimentos beneficiam pescados oriundos da
Pesca extrativista, enquanto somente 6% da Aquicultura, conforme Figura 5-7.
44%
56%
Norte Sul
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Figura 5-7: Porcentagem dos resíduos de pescados oriundos da Aquicultura e da Pesca, na região Sul do Espírito Santo.
5.2.2.2.2 Região Norte
Quanto à origem do pescado, a Figura 5-8 evidencia que a pesquisa realizada
revelou que a atividade de aquicultura já representa um expressivo percentual no
que tange a geração de resíduos de pescado no Estado do Espírito Santo, com
um percentual de 36,72%.
Figura 5-8: Porcentagem dos resíduos de pescados oriundos da Aquicultura e da Pesca, na região Norte do Espírito Santo.
6%
94%
Aquicultura Pesca Extrativa
36%
64%
Aquicultura Pesca Extrativa
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Destaca-se que neste item a empresa Ala Pescados Importação e Exportação
Ltda, localizada no município de Linhares, teve uma influência expressiva, haja
vista que somente este empreendimento, cuja atividade consiste no
beneficiamento de Tilápias gera conforme dados da pesquisa realizada, cerca de
65.000Kg de resíduos de pescado, o que representa 78,50% do total de resíduos
cadastrados, conforme o Figura 5-9.
Figura 5-9: Porcentagem do volume mensal de resíduos de pescados gerados oriundos da Aquicultura, na região Norte do Estado.
5.2.2.3 Características quantitativas – Municípios
As características quantitativas dos resíduos da pesca e aquicultura em relação
aos municípios compreendidos na região de influência do Diagnóstico, são
descritas de acordo com a Figura 5-10, na qual descreve o volume mensal (Kg)
gerado por cada município.
78%
7%
12%
1%
1%
1%
Ala Pescados Importação eExportação Ltda
APIGUA – Associação dosPiscicultores do Guaxe
José Guilherme Sossai
Cooperativa dos Aquicultores doEspírito Santo
APESCA - Associação dosProdutores de Peixe de Mucurici
AMOP – Associação dosMoradores e Piscicultores dePonto Belo
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Figura 5-10: Volume mensal (Kg) de resíduos por município na região costeira e serrana do Espírito Santo.
5.2.2.4 Características quantitativas – Tipologia dos empreendimentos
Ainda em relação aos dados quantitativos do volume de pescado gerado na
região de influência, estes podem ser vistos, conforme a Figura 5-11, de acordo
com a tipologia dos empreendimentos.
Figura 5-11: Volume mensal de resíduos gerados de acordo com a tipologia dos empreendimentos entrevistados na região de influência do Diagnóstico.
0
25.000
50.000
75.000
100.000
Vitó
ria
Vila
Vel
ha
Piúm
a
Anch
ieta
Mar
ataí
zes
Guar
apar
i
Itape
miri
m
Pres
iden
te K
enne
dy
Mun
iz Fr
eire
Dom
ingo
s Mar
tins
Serr
a
Fund
ão
Arac
ruz
Linh
ares
Jagu
aré
São
Mat
eus
Conc
eiçã
o da
Bar
ra
São
Dom
ingo
s
Muc
uric
i
Pont
o Be
lo
Kg
Volume mensal de resíduos (Kg/mês)
19%
7%
11%
45%
1% 16%
1%
Peixaria Associação Mercado Unidade de beneficiamentoCooperativa FrigoríficoFeira livre
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5.2.2.5 Variação sazonal de pescado processado/beneficiado no ano
De acordo com a Figura 5-12, a variação sazonal de pescado processado na
região Sul do Diagnóstico esta presente em 93% das dos geradores de resíduos
de pescado, enquanto apenas 7% indicaram que não há variação sazonal.
Figura 5-12: Porcentagem dos empreendimentos em que existe variação sazonal do pescado beneficiado ao longo do ano, na região Sul do diagnóstico.
Segundo os proprietários ou responsáveis pelos empreendimentos visitados, a
variação sazonal de pescado beneficiado no ano, é devido a diversos fatores, tais
como:
• Oferta e procura por pescados.
o Maior procura durante o período de férias (verão) e semana santa.
• Período de defeso (proibição da pesca do camarão).
o Período de 15 de Novembro a 15 de Janeiro.
o Período de 15 de Abril a 15 de Junho.
• Condições ambientais.
o No inverno ocorre a diminuição da pesca por embarcações menores
devido à maior entrada de frentes frias.
93%
7%
Sim Não
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• Safras de pescados.
o Ocorrência de condições favoráveis a reprodução e
desenvolvimento (safra de pescado) de certas espécies em
determinadas épocas do ano. Exemplo: Dourado, sardinha e peroá.
5.2.2.6 Principais espécies de pescados
Devido à grande vastidão territorial do Brasil, detentor de 12% da água doce do
planeta, de uma costa marítima com mais de 8.000 km, e 3,5 milhões de 𝐾𝐾𝐾𝐾2 de
Zona Econômica Exclusiva (ZEE) pode ser encontrado uma grande diversidade
de espécies nas Regiões Norte e Sul.
Alguns exemplos de espécies comercializadas pelos empreendimentos visitados
são: Dourado, Curvina, Sardinha, Cação, Siri, Pescadinha, Camarão, Cioba,
Sirioba, Peroá-preta; Peroá-Branca (Porquinho), Xicharro, Dentão, Pargo, Badejo,
Sardinha, Atum, Anxova, Peixe sapo, Abaquara, Sarda-Cavala, entre outros.
Como também, a Tilápia, principal espécie utilizada para cultivo de peixes.
5.2.2.7 Comercialização do pescado beneficiado
A partir dos dados obtidos em campo, em relação ao pescado comercializado nos
empreendimentos em que tiveram a visita técnica realizada, foram elaborados
quatro diagramas que descrevem bem a comercialização do pescado beneficiado
ou fresco.
Os diagramas descritos acima são:
• Fluxograma do pescado comercializado – fluxo horizontal (Figura 5-13).
Descreve o fluxo do pescado fresco ou beneficiado, desde sua produção
(mar ou aquicultura), passando por seus receptores primários,
posteriormente pelos empreendimentos visitados, até a sua chegada ao
destino final.
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• Fluxograma do pescado comercializado – Fluxo vertical (Figura 5-14).
Demonstra o fluxo do pescado fresco ou beneficiado entre os
empreendimentos visitados, de acordo com suas tipologias.
• Fluxograma do pescado comercializado – Fluxo horizontal e Vertical
(Figura 5-15). Apresenta o fluxo horizontal juntamente com o vertical,
formando uma visão mais complexa entre todo o processo de
comercialização realizado desde a produção do pescado (mar) a sua
destinação final.
• Diagrama da destinação final do pescado – Destinação final especificada
(Figura 5-16). Expõe a destinação final do pescado fresco ou beneficiado
comercializado pelos empreendimentos visitados no Diagnóstico, de
acordo com suas respectivas tipologias.
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Distribuidoras de pescado de outros Estados
Atravessadores
Pescadores da região
Distribuidoras de pescados do Espírito Santo
Entrepostos de pesca
PEIXE
FRESCO
Unidade de Beneficiamento
Frigorífico
Mercados
Cooperativa
Associação
Peixaria
Feira Livre Destino Final do pescado
beneficiado ou fresco
Projeto: Título: Gestora do Projeto: Elaboração: Cliente:
Diagnóstico dos resíduos da Pesca Fluxograma do pescado e Aquicultura no estado do ES (mar – destino final) Lani Tardin - Bióloga Áureo Filho - Assis. Técnico Execução:
Figura 5-13: Fluxograma do pescado comercializado (mar – destino final) – Fluxo horizontal.
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PEIXE
FRESCO
Unidade de Beneficiamento
Frigorífico
Mercados
Cooperativa
Associação
Peixaria
Feira Livre Destino Final do pescado fresco ou
beneficiado
Projeto: Título: Gestora do Projeto: Elaboração: Cliente:
Diagnóstico dos resíduos da Pesca Fluxograma do pescado e Aquicultura no estado do ES (mar – destino final) Lani Tardin - Bióloga Áureo Filho - Assis. Técnico Execução:
Figura 5-14: Fluxograma do pescado comercializado (empreendimentos visitados) – Fluxo vertical
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Distribuidoras de pescado de outros Estados
Atravessadores
Pescadores da região
Distribuidoras de pescados do Espírito Santo
Entrepostos de pesca
PEIXE
FRESCO
Unidade de Beneficiamento
Frigorífico
Mercados
Cooperativa
Associação
Peixaria
Feira Livre Destino Final do pescado
beneficiado ou fresco
Projeto: Título: Gestora do Projeto: Elaboração: Cliente:
Diagnóstico dos resíduos da Pesca Fluxograma do pescado e Aquicultura no estado do ES (mar – destino final) Lani Tardin - Bióloga Áureo Filho - Assis. Técnico Execução:
Figura 5-15: Fluxograma do pescado comercializado – Fluxo horizontal e vertical.
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PEIXE
FRESCO
Unidade de Beneficiamento
(PESCA)
Peixaria
Mercados
Cooperativa
Associação
Frigorífico
Feira Livre
Unidade de Beneficiamento
(AQUICULTURA)
Distribuidoras de pescado do Espírito
Santo; Restaurantes;
Hotéis
Distribuidoras de pescado de
outros Estados
Nacional
Supermercados
Atravessadores
Quiosque
Internacional
EUA
União Européia
PESSOA FÍSICA(VAREJO)
Projeto: Título: Gestora do Projeto: Elaboração: Cliente:
Diagnóstico dos resíduos da Pesca Destino final do pescado e Aquicultura no estado do ES beneficiado ou fresco Lani Tardin - Bióloga Áureo Filho - Assis. Técnico Execução:
Figura 5-16: Diagrama da Destinação final do pescado comercializado pelos empreendimentos.
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5.2.2.8 Destinação final da fauna acompanhante
Segundo os proprietários ou responsáveis dos empreendimentos que
comercializam camarão, a fauna acompanhante, também chamada de rejeito de
pesca do camarão ou mistura, é descartada na maioria dos casos, ainda nos
barcos, ou seja, no mar. Pois no desembarque do camarão, este já vem
selecionado, uma vez que é o objetivo de compra dos empreendimentos que os
comercializam.
5.2.2.9 Separação dos resíduos por classes
5.2.2.9.1 Região Sul
De acordo com o diagnóstico realizado na Região Sul do Espírito Santo 52% dos
empreendimentos entrevistados não realizam a segregação dos resíduos
oriundos de pescados com os resíduos inorgânicos e ou provenientes de outro
processo. Enquanto 48% dos empreendimentos realizam, conforme Figura 5-17.
Figura 5-17: Resultado referente à segregação dos resíduos de pescados nos estabelecimentos entrevistados, na região Sul do Estado.
48%52%
Sim Não
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O resultado apresentado pelos empreendimentos que não separam seus resíduos
(52%) pode ser explicado pela destinação final dos mesmos, que é a coleta
pública, e posteriormente o aterro sanitário. Por este motivo os responsáveis ou
proprietários dos empreendimentos não se sentem obrigados de segregarem
seus resíduos, já que serão descartados e misturados junto com outros tipos de
resíduos. Outra explicação é a falta de incentivos dos órgãos públicos ou da
iniciativa privada para a realização deste procedimento.
Quanto aos 48% dos empreendimentos que separam seus resíduos de pescado,
estes também podem ser justificados pela destinação final dos mesmos, como rio,
mar, fábrica de farinha de peixe e doação. Pois para fornecer seus resíduos a
fábricas de farinha de peixe ou doá-los, estes têm que estar separados dos outros
tipos de resíduos. Já a destinação em rio e mar, mesmo sendo inapropriada, é
vista como um ponto positivo para o meio ambiente por alguns empreendimentos,
desde que seja realizado somente o descarte de resíduos de pescados e não de
resíduos inorgânicos, utilizados como engodo (isca para atrair peixes) ou para a
alimentação dos peixes.
5.2.2.9.2 Região Norte
Em relação a este item, de acordo com a pesquisa realizada na região Norte da
área de estudo do diagnóstico, verificou-se que a maioria dos estabelecimentos
visitados (peixarias e feira livre) não fazem a segregação dos resíduos de
pescados com os resíduos inorgânicos e/ou orgânicos oriundos de outro
processo, haja vista que os mesmos não foram orientados neste sentido e ainda
não possuem incentivos dos órgãos públicos ou da iniciativa privada para a
realização deste procedimento.
Destaca-se que alguns estabelecimentos até fazem a adequada segregação dos
resíduos, mas que no momento da coleta externa, geralmente executada pelos
caminhões das prefeituras ou de empresa privadas como é o caso do município
de Aracruz, os resíduos são todos misturados com o lixo doméstico recolhido nas
ruas dos municípios.
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Vale ressaltar que somente nos estabelecimentos que destinam seus resíduos
para o processo de compostagem orgânica realizam a correta segregação dos
resíduos de pescado.
5.2.3 Acondicionamento temporário
5.2.3.1 Região Sul
A maioria dos empreendimentos utiliza das caixas plásticas como
acondicionamento temporário de seus resíduos (75%) até os descartarem.
Enquanto os 25% empreendimentos restantes usam outros meios, conforme
Figura 5-18 abaixo.
Figura 5-18: Porcentagem dos materiais usados para acondicionamento temporário dos resíduos de pescados gerados nos entrepostos de pescado, na região Sul do Estado.
5.2.3.2 Região Norte
No que diz respeito ao acondicionamento dos resíduos de pescado a pesquisa
revelou, conforme a Figura 5-19, que a maioria dos estabelecimentos visitados,
75%
1%5%
2%17%
Caixa plástica Latão sem saco plástico, com tampa Saco Plástico Container Outros
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cerca de 45% utilizam caixas plásticas de polietileno de alta densidade para
acondicionar os mesmos até a sua destinação final, seguido com um menor
percentual pelas bombonas plásticas de 200 litros (27,50%), tipo de
acondicionador muito utilizado também para o armazenamento provisório dos
resíduos, principalmente quando o volume gerado é expressivo.
Figura 5-19: Porcentagem dos materiais usados para acondicionamento temporário dos resíduos de pescados gerados nos estabelecimentos entrevistados da região Norte do diagnóstico.
5.2.4 Armazenamento
5.2.4.1 Armazenamento Interno
5.2.4.1.1 Região Sul
A Figura 5-20 mostra que as câmaras frigoríficas ou refrigeradoras são a opção
mais utilizada para armazenamento interno dos resíduos de pescados (54%), na
região Sul. Enquanto o armazenamento interno em caixas com gelo representa
5% e em sala de resíduos 10%. Já os estabelecimentos que não armazenam
internamente seus resíduos compreendem 31% dos empreendimentos.
45%
2%
15%
28%
5%
5%
Caixa plástica Latão sem saco plástico, com tampa
Saco Plástico Bombonas plásticas
Latão com saco plástico Câmara fria/saco plástico
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Figura 5-20: Porcentagem dos empreendimentos situados na região Sul, que utilizam o armazenamento interno para seus resíduos em relação aos possíveis locais para tal.
O armazenamento interno dos resíduos em câmaras frigoríficas e refrigeradoras,
e em caixas com gelo é usado pela maioria das peixarias e cooperativas,
enquanto o armazenamento interno em sala de resíduos é utilizado pelas
Unidades de beneficiamento.
O armazenamento interno dos resíduos, em geral, indica a busca por um meio
adequado para destinação final de seus resíduos, uma vez que os resíduos são
armazenados para serem reaproveitados em fábricas de farinha de peixe,
doados, ou destinados a coleta pública. O diferente do que ocorre quando não há
o armazenamento interno, em que os resíduos são destinados, na maioria dos
casos, diretamente aos rios, estuários, e mar.
5.2.4.1.2 Região Norte
De acordo com a Figura 5-21, o diagnóstico realizado na região Norte
demonstrou que a maioria dos empreendimentos entrevistados (60%), não possui
31%
5%
10%
54%
Câmaras frigoríficas ou refrigeradora Caixas com gelo Sala de resíduos Não armazenam
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local interno para o armazenamento temporário dos resíduos, haja vista que
segundo as declarações de seus responsáveis, não existe no Estado uma política
e ou incentivo voltado para esta finalidade.
Figura 5-21: Gráfico da porcentagem dos empreendimentos, que utilizam o armazenamento interno para seus resíduos em relação aos possíveis locais para tal, localizados na região Norte do Estado.
Em relação a este item é importante destacar que grande parte dos
estabelecimentos visitados, com destaque para as peixarias, armazena seus
resíduos em caixas plásticas que ficam próximas ao balcão onde se processa a
limpeza do pescado. Estes resíduos permanecem nesses acondicionadores por
um período muito curto até a sua destinação final (01 a 02 dias), devido as suas
características peculiares de putrefação.
5.2.4.2 Armazenamento Externo
5.2.4.2.1 Região Sul
O armazenamento externo não é uma prática muito comum entre os
empreendimentos situados na região Sul do Espírito Santo, onde 79% não o
realizam. Entretanto, alguns empreendimentos utilizam as caçambas coletoras e
40%
60%
Existe local para armazenamento interno
Não possui local para armazenamento interno
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tonéis como armazenamento externo, representando 2% e 9%, respectivamente.
Já outros 10% prefeririam não informar. Todos os dados acima são descritos de
forma ilustrativa na Figura 5-22, abaixo.
Figura 5-22: Percentual dos possíveis locais de armazenamento externo, utilizado pelos empreendimentos situados no Sul do Estado.
Quanto ao armazenamento externo em caçambas coletoras, é utilizado somente
nos mercados da Vila Rubim e de Guarapari, e por algumas peixarias de
Guarapari, que depositam seus resíduos nas caçambas coletoras, onde
posteriormente será efetuada a coleta pública.
Já os tonéis são o local de armazenamento externo dos resíduos de pescados
para o Mercado Municipal e peixarias de Anchieta. Os resíduos são armazenados
externamente em tonéis para depois serem descartados por barcos da Prefeitura
Municipal de Anchieta em alto-mar.
5.2.4.2.2 Região Norte
79%
9%10%
2%
Não armazenam Tóneis Caçamba coletora Não informou
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Em relação a este item a pesquisa realizada nos municípios revelou que as
atividades de aquicultura se destacam neste contexto, inclusive com um
adequado gerenciamento de resíduos, principalmente aqueles licenciados pelo
órgão ambiental competente IEMA, mas grande parte dos estabelecimentos não
possui um local especifico para o armazenamento externo dos resíduos de
pescados gerados, com um percentual de 85 %, como mostra a Figura 5-23
abaixo.
É importante frisar que um fator que contribuiu de forma significativa para se obter
o percentual de 15 % em relação ao armazenamento externo dos resíduos de
pescado, foi a sua estocagem em silos de compostagem orgânica nas atividades
de aquicultura existente na região norte e noroeste do estado. Esta atividade
consiste no curtimento dos resíduos durante um período de quatro meses até
atingir o ponto de decomposição desejada. O processo é iniciado com a
homogeneização dos resíduos, principalmente a palha de café produzida nas
propriedades rurais, em que posteriormente seguem para o período de
curtimento, para então ser formada a compostagem orgânica.
Figura 5-23: Percentual dos possíveis locais de armazenamento externo, utilizado pelos empreendimentos situados no Norte do Espírito Santo.
15%
85%
Existe local para armazenamento externo
Não possui local para armazenamento externo
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5.2.5 Coleta
5.2.5.1 Coleta interna
O diagnóstico identificou, na região Sul, que a coleta interna dos resíduos é
realizada por 36% dos empreendimentos. Enquanto, 64% dos empreendimentos
não realizam a coleta interna, conforme a Figura 5-24.
Figura 5-24: Porcentagem dos empreendimentos que utilizam a coleta interna na região Sul do diagnóstico.
O método das coletas internas, como sua frequência, varia de acordo com o tipo
do empreendimento. Podendo esta, ser realizada manualmente por funcionários
do próprio estabelecimento, ou até por sistema de escoagem, por calhas com
água corrente, diretamente na sala de resíduos (Figura 5-25 e Figura 5-26),
utilizados pelas unidades de beneficiamento.
64%
36%
Não Sim
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Figura 5-25: Escoamento dos resíduos via sistema de calhas e água corrente.
Figura 5-26: Escoamento dos resíduos via sistema de calhas e água corrente direto na sala de resíduos.
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5.2.5.2 Coleta externa
5.2.5.2.1 Região Sul
Em relação à coleta externa dos resíduos, em 78% dos empreendimentos existe a
coleta externa, enquanto apenas 22% não a utilizam (Figura 5-27).
Figura 5-27: Porcentagem dos empreendimentos, situados na região Sul, que utilizam ou não a coleta externa.
5.2.5.2.2 Sistemas de coleta externa
Em relação ao sistema de coleta externa na região Sul do diagnóstico, conforme
pode ser observado na Figura 5-28, metade da coleta externa nos
empreendimentos é realizada pela coleta pública (51%), que acontece em quase
todos os municípios da região Sul. Logo em seguida a fábrica de farinha de peixe
é o segundo meio de coleta mais utilizada pelos empreendimentos, apresentando
23%. O terceiro sistema de coleta externa mais utilizado são os barcos da
prefeitura (12%) em Anchieta, e o sistema manual realizado por funcionário
contratado (12%), como acontece em algumas peixarias e no mercado municipal
de Marataízes. Os últimos 2% são as coletas externas realizadas pela fábrica de
farinha de carne e ossos bovinos.
78%
22%
Sim Não
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Figura 5-28: Porcentagem dos sistemas de coleta externa utilizados pelos empreendimentos, na região Sul.
Entre todos os sistemas de coleta externa, o mais indicado seria a fábrica de
farinha de peixe, devido a sua funcionalidade voltada para o reaproveitamento
dos resíduos de pescados oriundos de seu beneficiamento, que ocorre nos
empreendimentos de comércio de pescado. O reaproveitamento destes resíduos
apresenta um fechamento na cadeia produtiva do pescado, tendo em vista o
aproveitamento integral do pescado, desde o pescado comercializado aos seus
resíduos gerados.
5.2.5.2.3 Região Norte
Baseado nos dados do gráfico abaixo a pesquisa realizada na região Norte
revelou que a coleta externa realizada pelas empresas privadas, cooperativas e
associações de pescadores, destinam seus resíduos para a produção de
compostagem orgânica, a qual prevalece sobre as demais (35,63%), seguidas em
menor percentual pelas empresas públicas e privadas que recolhem os resíduos
de pescado para a destinação final destes em aterros sanitários (35,27%),
segundo Figura 5-29.
51%
12%
23%
12%
2%
Público (caminhão de lixo)Público (barco)Fábrica de farinha de peixePessoa contratadaFábrica de farinha de carne e ossos bovinos
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Figura 5-29: Gráfico das parcelas utilizadas para coleta externa pelos empreendimentos situados na região Norte.
Convém mencionar que nos município onde a coleta externa ou pública não
existe ou possui deficiências, com destaque para o distrito de Barra do Riacho e
Conceição da Barra, onde o descarte ou lançamentos dos resíduos nos recursos
hídricos localizados nas proximidades das fontes geradoras, Rio Riacho e Cricaré
respectivamente é significativo, o que contribui para a poluição de suas águas.
5.2.6 Tratamento dos resíduos
De acordo com o diagnóstico obtido na região Sul, nenhum estabelecimento
realiza o tratamento de seus resíduos para outros fins, uma vez que todos os
empreendimentos entrevistados alegaram não tratar de seus resíduos. Alguns
dos entrevistados apresentaram apenas idéias para seu reaproveitamento num
futuro próximo.
9%
26%
36%
29%
Público Privado/Aterro sanitário
Privado/Compostagem Não possui coleta externa
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5.2.7 Reciclagem e reaproveitamento
5.2.7.1 Região Sul
No que tange as informações obtidas na região Sul do Diagnóstico sobre o
reaproveitamento dos resíduos, o Figura 5-30, apresenta que apenas 31% dos
empreendimentos fornecem seus resíduos para que sejam reaproveitados ou
doam para pessoas necessitadas ou comunidades carentes. Por outro lado 69%
dos empreendimentos não reaproveitam estes resíduos, os descartando em
locais inapropriados (mar e rios) ou destinando-os para coleta pública (aterro
sanitário).
Figura 5-30: Resultado referente à destinação dos resíduos de pescados para o reaproveitamento, na região Sul.
5.2.7.1.1 Caracterização do reaproveitamento
Conforme o Figura 5-31, dos 39% dos empreendimentos que destinam seus
resíduos para o reaproveitamento ou doação, 10 (dez) fornecem a fábrica de
farinha de peixe, 4 (quatro) doam às cabeças de peixes as pessoas necessitadas
e comunidades carentes, 2 (dois) doam as escamas e/ou couros de peixes aos
artesãos, e 1 (um) destina a fábrica de farinha de carne e ossos bovinos.
31%
69%
Sim Não
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Figura 5-31: Número de empreendimentos da região sul do diagnóstico, de acordo com seus respectivos meios de reaproveitamento de resíduos.
5.2.8 Destinação final
5.2.8.1 Região Sul
Como pode ser visualizado na Figura 5-32 correspondente a destinação final dos
resíduos na região Sul do Espírito Santo, a coleta pública representa 37%, que
posteriormente, terá sua destinação final nos aterros sanitários. Já as fábricas de
farinha de peixe, o mar, os rios e as caçambas coletoras, correspondem,
respectivamente, a 18%, 16%, 16%, e 11%. Outras destinações, como fábrica de
farinha de carne e ossos bovinos, doações e artesões, apresentam apenas 2%.
Fábrica de farinha de peixe
Doação das cabeças de peixe
Fábrica de farinha de carne e ossos bovinos
Artesãos
10
4
12
Número de empreendimentos
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Figura 5-32: Destinação final realizada pelos empreendimentos, de acordo com os locais de descarte e suas porcentagens, na região Sul do diagnóstico.
Este diagnóstico mostra que a grande maioria dos estabelecimentos geradores de
resíduos necessita de informações adequadas a respeito dos possíveis impactos
ocasionados pela destinação inapropriado dos resíduos, como por exemplo, em
rios, mar, e aterro sanitário. Outro problema são as condições econômicas ou de
infra-estrutura destes estabelecimentos, que devido a isto, negligenciam a
importância da destinação correta de seus resíduos, alegando necessidade de
apoio para tal.
Alguns exemplos de destinação inadequada que ocorre na região Sul do Estado,
podem ser vistos conforme as Figura 5-33, Figura 5-34, Figura 5-35 e Figura 5-36.
37%
16%11%
18%
16%
2%
Coleta PúblicaRios Caçamba coletoraFabricação de farinha de peixeMarFábrica de farinha de carne e ossos bovinos
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Figura 5-33: Destinação inapropriada de resíduos de pescados na região Sul do diagnóstico.
Figura 5-34: Resíduos de pescados descartados diretamente em corpo d’ água, na região Sul.
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Figura 5-35: Descarte de resíduos de pescado em calçadas públicas, na região Sul do diagnóstico.
Figura 5-36: Destinação final de efluentes líquidos, sem tratamento, diretamente na rede de esgoto pública, na região Sul do Estado.
5.2.8.2 Região Norte
Como pode ser comprovado através da Figura 5-37, no Norte do Estado, o
maior percentual dos resíduos cadastrados durante a pesquisa está sendo
destinado para a produção de compostagem orgânica, com destaque para os
resíduos provenientes da atividade de aqüicultura (35,85%), seguido em menor
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percentual pela destinação para aterros sanitários públicos e privados com cerca
de 35%.
Figura 5-37: Destinação final realizada pelos empreendimentos, de acordo com os locais de descarte e suas porcentagens, na região Norte do diagnóstico.
É importante ressaltar neste item que a pesquisa realizada revelou que grande
parte dos resíduos de pescado que estão sendo devolvido ao mar (6,87%), tem
como finalidade principal a elaboração da isca denominada de “engodo”, que
servem para atrair os peixes durante a atividade de pesca em alto mar.
De acordo com a pesquisa realizada nos estabelecimentos de comércio e
beneficiamento de pescado na região Norte do Estado, verificou-se que a
maioria possui problemas relacionados às questões ambientais tais como, os
empreendimentos se encontram desprovidos de licença ambiental, ausência de
um adequado sistema de tratamento para os efluentes líquidos gerados e
destinação inadequada dos resíduos sólidos gerados pelo estabelecimento,
conforme ilustrados nas Figura 5-38, Figura 5-39, Figura 5-40.
36%
35%
7%
22%
0%
Compostagem Aterro Sanitário Mar Rios Terreno Baldio
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Figura 5-38: Resíduos de pescado e efluentes líquidos lançados no Rio Jacaraipe, região Norte do Espírito Santo.
Figura 5-39: Resíduos de camarão dispostos inadequadamente no Rio Reis Magos em Nova Almeida, região Norte do Espírito Santo.
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Figura 5-40: Resíduos de camarão dispostos irregularmente no Rio Riacho em Aracruz, região Norte do Espírito Santo.
5.2.9 Questões ambientais
5.2.9.1 Principais dificuldades para melhoria ambiental do empreendimento
5.2.9.1.1 Falta de orientação/informação sobre as exigências legais dos
órgãos públicos competentes (IEMA e secretaria municipal de meio ambiente)
Quanto às dificuldades para melhoria ambiental dos empreendimentos, 51%
alegaram receber as orientações necessárias sobre as exigências legais dos
órgãos públicos competentes (IEMA e Secretaria Municipal de Meio Ambiente).
Por outro lado, 49% dos empreendimentos indicaram a falta de orientação destes
órgãos como uma dificuldade para sua melhoria ambiental, conforme a Figura 5-41.
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Figura 5-41: Porcentagem da falta de orientação sobre as exigências legais dos órgãos públicos competentes, segundos aos responsáveis dos empreendimentos na região Sul.
5.2.9.1.2 Falta de regulamentação ambiental para o setor
Já em relação à regulamentação ambiental para o setor, segundo a aplicação
feita aos responsáveis dos empreendimentos visitados, 35% necessitam de
regulamentação ambiental para o setor, enquanto 65% já estão devidamente
regularizados (Figura 5-42).
49%51%
sim não
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Figura 5-42: Opinião dos responsáveis dos empreendimentos, quanto à falta de regulamentação ambiental para o setor, na região Sul do diagnóstico.
É importante mencionar que alguns estabelecimentos não estavam devidamente
regulamentarizados, porém, seus responsáveis devido à falta de conhecimento
sobre o assunto, alegaram que estavam.
5.2.9.1.3 Falta de fontes de financiamento próprias
Em relação à questão sobre fontes de financiamento próprias como dificuldade
para melhoria ambiental do estabelecimento, 53% dos responsáveis por seus
estabelecimentos responderam que sim, tinham falta de fontes de financiamento
próprias, enquanto 47% responderam não, de acordo com a Figura 5-43.
35%
65%
sim não
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Figura 5-43: Percentual da falta de fontes de financiamento própria dos empreendimentos entrevistados, no Sul do estado do Espírito Santo.
5.2.9.1.4 Faltam cooperativas/associações/autônomos que reaproveitam
estes resíduos
Figura 5-44: Resultado referente à falta de empreendimentos que reaproveitem os resíduos de pescados no Sul do Espírito Santo.
53%
47%
sim não
83%
17%
sim não
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5.2.9.1.5 Falta de um sistema público de coleta
De acordo com a Figura 5-45, 60 % dos empreendimentos não necessitam de um
sistema de coleta pública, pois já destinam ou fornecem seus resíduos para
outros locais, ou ainda, já têm a coleta pública sendo realizada. Alguns destes
empreendimentos, já conscientizados da problemática dos resíduos, mesmo
utilizando a coleta pública como meio de descarte, acham que deveria ter uma
coleta seletiva, em especial, para os resíduos de pescados. Enquanto outros não
necessitam da coleta pública, pois não possuem conhecimento adequado para
realizar sua destinação correta, os destinando inapropriadamente em rios e mar,
uma vez que estes meios de descartes já atende suas necessidades. Outros 40%
dos estabelecimentos entrevistados necessitam de um sistema público de coleta,
pois atualmente, não possuem nenhum sistema de coleta pública.
Figura 5-45: Percentual da falta de um sistema público de coleta para os resíduos da região Sul do Estado.
40%
60%
sim não
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5.2.9.2 Conhecimento sobre os impactos ambientais gerados pelos resíduos
5.2.9.2.1 Inapropriado descarte
Quanto ao nível de conhecimento dos empreendimentos sobre os impactos
gerados pelos resíduos, relacionados ao inapropriado descarte, 52% afirmaram
ter conhecimentos sobre o assunto, 30% apresentaram desconhecimento,
enquanto 18% não informaram, conforme ilustrado na Figura 5-46.
Figura 5-46: Gráfico de percentual referente ao inapropriado descarte, na região sul, dos empreendimentos.
Este diagnóstico demonstra que muitos dos empreendimentos entrevistados que
ainda não descartam corretamente seus resíduos, possuem conhecimentos sobre
o assunto, mas não suporte ou condições econômicas para realizar o descarte
apropriado.
5.2.9.2.2 Putrefação
Quanto ao conhecimento sobre a putrefação dos resíduos, 57% alegaram ter o
conhecimento sobre o assunto, uma vez que depois de apodrecidos, estes
52%
30%
18%
Sim Não Não Informou
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resíduos não podem ser reaproveitados. Enquanto 25% não apresentam ciência
do impacto gerado pela putrefação na cadeia produtiva do pescado. Outros 18%
não informaram (Figura 5-47).
Figura 5-47: Porcentagem das parcelas de acordo com o conhecimento dos impactos ambientais ocasionados pela putrefação dos resíduos, no sul do Estado.
A putrefação dos resíduos impossibilita sua reutilização no processo de
fabricação de farinha de peixe, ou como fonte de alimento para comunidades
carentes. E com isso é destinados a outros locais sem fins de reaproveitamento.
5.2.9.3 Controle ambiental para o beneficiamento dos pescados
Dos 60 empreendimentos geradores de resíduos, em que tiveram a visita técnica
realizada na região Sul do Diagnóstico dos resíduos de pescados, grande parte
não há nenhum controle ambiental sobre a destinação de resíduos líquidos ou
sólidos. Apenas alguns empreendimentos tratam de seus resíduos líquidos e
destinam corretamente seus resíduos sólidos, com destaque para as Unidades de
beneficiamento de pescados.
57%25%
18%
Sim Não Não informou
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As Unidades de beneficiamento de pescados necessitam estar rigorosamente de
acordo com as exigências legais dos órgãos ambientais competentes, tais como
IEMA, IBAMA, Secretaria Municipal do Meio ambiente, para que possam operar e
obter licenças de importação e exportação de pescados. Esta maior atenção dos
órgãos ambientais para este tipo de empreendimento acontece devido à
movimentação mensal de toneladas de pescados comercializados e grande
geração de resíduos.
5.2.9.4 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos
A maioria dos empreendimentos abordados não apresentou nenhum
conhecimento sobre o plano de gerenciamento de resíduos (75%), passando por
3% e 5%, respectivamente, dos que sabem muito pouco e tem uma idéia geral,
até chegar aos 5% que estão bem informados sobre o plano. Do total de
empreendimentos entrevistados 8% não informaram, conforme Figura 5-48.
Figura 5-48: Nível de conhecimento sobre o plano de gerenciamento de resíduos sólidos, na região Sul do Estado.
Este perfil pode ser justificado pela falta de instrução, orientação, conscientização
que os micros, pequenos e até médios empreendimentos possuem. Enquanto o
9% 5%3%
75%
8%
Está bem informado Tem uma idéia geral Sabe muito pouco
Nada sabe Não informou
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pequeno público bem informado, formado pelos grandes empreendimentos,
constituídos, em geral, por grandes frigoríficos e Unidades de beneficiamento,
necessitam deste plano para gerenciarem a grande quantidade de resíduos que
geram.
5.2.10 Opiniões
5.2.10.1 Principais gargalos para melhoria dos processos/serviços
empreendimentos
Em relação a Figura 5-49, na qual mostra as opiniões dos estabelecimentos
quanto aos principais gargalos encontrados para sua melhoria, o principal gargalo
foi melhores informações sobre a área dos resíduos de pescados (19%), seguido
pela necessidade de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) e parcerias
na áreas, os quais apresentam 14% cada. Os gargalos como tecnologia, sistema
de coleta e infraestrutura, representaram respectivamente, 12%, 11%, 11%. Os
demais gargalos, mão de obra qualificada (6%), insumos (5%), logística (4%) e
outros (4%), juntos representam 21%.
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Figura 5-49: Opinião dos empreendimentos entrevistados sobre os principais gargalos encontrados para melhoria de seus processos/serviços, no Sul do Espírito Santo.
De acordo com as opiniões dos responsáveis pelos empreendimentos pode-se
observar que é de extrema necessidade melhores informações e orientações na
área de resíduos de pescados.
As pesquisas, desenvolvimento e inovação no setor como também a obtenção de
parcerias e tecnologias são de fato um gargalo identificado pelos entrevistados,
tendo em vista que procuram melhores condições para o desenvolvimento de
seus serviços e processos, e novas parcerias no ramo de reaproveitamento de
resíduos.
Outra dificuldade encontrada por alguns dos empreendimentos, porém em menor
escala foi a infra-estrutura dos mesmos, que em alguns casos apresentavam-se
em condições precárias, haja vista que os empreendimentos não tinham
condições financeiras necessárias para sua melhoria. Por outro lado, mesmos
empreendimentos com infra-estrutura muito simples, às vezes até precária, não
tinham necessidade de melhoria, uma vez que atendiam seu negócio.
11% 6%5%
4%
11%
19%14%
14%
12%
4%
Sistema de coleta
Mão de obra qualificada
Insumos
Logística
Infraestrutura
Melhores informações sobre a área de resíduos de pescadosPesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I)Parcerias
Tecnologia
Outros
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O sistema de coleta é um gargalo para alguns empreendimentos, pois como
anteriormente discutido nos resultados, existem locais onde a coleta pública não é
realizada. E ainda, existe a intenção da troca da coleta pública por uma coleta
seletiva de resíduos de pescados, para fins de reaproveitamento dos resíduos,
como já é realizada em alguns locais pela fábrica de farinha de peixe.
Os demais gargalos identificados como logística, mão de obra qualificada,
insumos, entre outros, não se enquadram na problemática geral dos
empreendimentos, mas dificultam a melhoria dos processos de alguns
estabelecimentos.
5.2.10.2 Disponibilidade dos empreendimentos em armazenar seus resíduos
em um local próprio (fornecido por parceiros) ou para uma possível
coleta seletiva
De acordo com a Figura 5-50, 90% dos empreendimentos alegaram estar
disponíveis para fornecer ou armazenar seus resíduos para uma possível coleta
seletiva dos mesmos, desde que haja um local apropriado disponibilizado por
alguma parceria, como por exemplo, câmaras frigoríficas móveis. Já 10% dos
entrevistados não estão disponíveis em armazenar seus resíduos ou fornecê-los
para uma coleta seletiva, pois não possuem espaço e em alguns casos, os
utilizam para alimentar os peixes ou engodo.
Figura 5-50: Disponibilidade dos empreendimentos em destinar seus resíduos em local próprio ou para uma possível coleta seletiva na região Sul do diagnóstico.
90%
10%
Sim Não
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5.3 QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS DE
PESCADOS
5.3.1 Composição Gravimétrica realizada na região Sul do estado do Espírito Santo
A composição gravimétrica é o ponto de partida para estudos de aproveitamento
dos diversos resíduos da pesca e aquicultura.
O resultado final da composição gravimétrica pode ser visualizado na Figura 5-51, o qual apresenta as concentrações médias em relação ao volume total da
amostra inicial (4.000 Kg), referente a cada classe de resíduos.
Figura 5-51: Composição gravimétrica média dos resíduos de pescados.
Outra disposição dos resultados da composição gravimétrica é quanto às
porcentagens e seus respectivos volumes em relação ao volume inicial da
amostra, conforme a Tabela 5-3.
47%
15%
24%
11%
2% 1% Cabeças de peixe
Vísceras de peixe
Peles e couro de peixe
Descartes e espinhas de peixe com carne aderida
Escamas de peixes e cabeças de camarão
Nadedeiras e caudas de peixe
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Tabela 5-3: Peso (Kg) de cada classe de resíduos em relação ao volume inicial da amostra (4.000 Kg).
Classe dos resíduos de pescados Porcentagens individuais (%) Peso (Kg)
Cabeças de peixe 47,09 1.883,6 Vísceras de peixe 15,04 601,8
Peles e couros de peixe 24,27 970,8 Escamas de peixe e cabeças de camarão 2,18 87,3
Descarte e espinhas de peixe com carne aderida 10,68 427,2
Nadadeiras e caudas de peixes 0,74 29,3
Volume final adquirido* 100% 4.000
Através dos resultados da composição gravimétrica podemos fazer as seguintes
observações:
• A classe de resíduos constituída pelas cabeças de peixes apresentou o
maior percentual entre todas as classes (47,09 %), aproximando-se dos
50%. Este valor pode ser justificado pelo fato das cabeças representarem
uma boa parte do peso total do peixe. Outra justificativa é o fato de, na
maioria dos beneficiamentos, as cabeças dos peixes serem retiradas.
• A classe peles e couros de peixes representam 1 4⁄ (24,27%) do peso total
classificado, este alto valor pode ser justificado, pois aproximadamente
1.000 Kg da amostra inicial (4.000 Kg) foram constituídos de resíduos de
Tilápias, que em seu beneficiamento o couro é retirado.
• As vísceras de peixes apresentaram um valor de 15,04% do peso total. Na
grande maioria dos beneficiamentos, exceto na venda do peixe fresco
(“sujo”) as vísceras são retiradas. Porém seu volume específico não é
muito grande, diferentemente das cabeças dos peixes.
• Quanto aos corpos de peixes, não é muito comum seu descarte, só
existindo quando o peixe não está apropriado para comercialização. Já as
espinhas com carnes aderidas são resíduos gerados na filetagem do peixe,
realizada somente em poucos empreendimentos, devido à necessidade de
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mão-de-obra qualificada para tal, como por exemplo, as unidades de
beneficiamento. Por estes motivos, esta classe apresentou valor baixo
(10,68%) em relação ao peso total, podendo ser ainda menor quando não
houver coleta de resíduos de Tilápias, uma vez que o principal processo de
beneficiamento das unidades de beneficiamento de Tilápias é a filetagem.
• Os valores de escamas de peixes e cabeças de camarão, e nadadeiras e
caudas de peixes, juntos constituem um valor irrisório de 2,92% do volume
total. As quantidades de cabeças de camarão nesta amostra inicial foram
ínfimas, pois não houve coletas em nenhuma unidade de beneficiamento
de camarões, somente em peixarias. Os resíduos gerados nas unidades de
beneficiamento de camarões, como cascas e cabeças de camarões podem
atingir grandes volumes.
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Proposições 6
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6 PROPOSIÇÕES
• Elaboração de Projetos de comunicação e educação ambiental no setor de
resíduos de pescados, abordando temas sobre a destinação apropriada e o
reaproveitamento dos resíduos, impactos ambientais causados pela
inadequada destinação final, sustentabilidade, interatividade com o meio
ambiente, que resultem em melhores informações para o público-alvo
deste diagnóstico.
• Regimento de leis que visam à sustentabilidade da cadeia produtiva do
pescado, a exemplo do Decreto Estadual de Santa Catarina 𝑁𝑁𝑜𝑜 14.250,
referente à proteção e melhoria da qualidade ambiental, que determina de
responsabilidade dos empreendimentos a destinação apropriada dos
resíduos de pescados. A fim de minimizar ou impedir que novos impactos
ambientais venham a acontecer.
• Realização de cursos de manejo de cultivo, de beneficiamento e
processamento de pescado, tendo em vista o aproveitamento integral do
pescado por parte dos empreendimentos geradores, evitando-se
desperdícios e minimizando a poluição ambiental.
• Criação de um sistema de coleta seletiva de resíduos de pescados com
uma logística eficaz, e até mesmo, locais refrigerados nos principais
entrepostos para armazenamento dos resíduos por certo período, como
câmaras frigoríficas móveis, instaladas em locais estratégicos.
• A participação efetiva dos estabelecimentos geradores de resíduos no
desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do pescado, em relação
à destinação final apropriada dos resíduos, em especial para o
reaproveitamento, poderia acarretar na obtenção de um selo de qualidade
ambiental. Esta alternativa serviria de incentivo para que os
empreendimentos se inserissem no desenvolvimento sustentável,
agregando valor ambiental para os mesmos.
Diagnóstico dos Resíduos da Pesca e Aquicultura do Espírito Santo
Proposições 6
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• Acompanhamento mais detalhado da composição das espécies que
compõem os resíduos destinados a produção de farinha de peixe, bem
como da variação sazonal das quantidades encaminhadas.
• Aumento das parcerias entre as empresas geradoras de resíduos de
pescado e as indústrias de reaproveitamento.
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Considerações Finais 7
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente a maior fonte geradora de resíduos oriundos do beneficiamento de
pescados é o setor da Pesca Extrativa Marinha. Porém de acordo com o atual
panorama da Pesca Extrativista e da Aquicultura, as perspectivas mostram que o
Brasil vem se encaminhando para um novo panorama, que consiste na
estabilização da Pesca Extrativa e intenso aumento da produção de pescados a
partir da Aquicultura.
Este perfil intensifica a importância da sustentabilidade da cadeia produtiva de
pescados, desde a conscientização na captura e produção dos pescados, ao
reaproveitamento dos resíduos gerados no beneficiamento ou processamento do
pescado, determinando assim a importância deste diagnóstico dos resíduos da
Pesca e Aquicultura no estado do Espírito Santo.
O estudo para elaboração do Diagnóstico dos resíduos da Pesca e Aquicultura no
estado do Espírito Santo teve grande aceitação na maioria dos empreendimentos,
revelando o interesse na obtenção de melhores conhecimentos e orientações no
setor de resíduos de pescados.
A grande maioria dos empreendimentos não está em total conformidade com as
condicionantes ambientais para comercialização e beneficiamento de pescado,
exigidas pelos órgãos competentes (IEMA e Secretaria Municipal do Meio
Ambiente). Somente as grandes Unidades de beneficiamento estão devidamente
regulamentadas, ou em processo de regulamentação perante aos órgãos
competentes.
Este diagnóstico evidencia a principal problemática da situação dos resíduos
atual, que é a falta de orientação e informações no setor de resíduos, tais como,
apropriado (benefícios) e inapropriado (impactos ambientais), possíveis destinos
finais (locais e contatos para tal), suporte técnico dos órgãos públicos e estaduais,
entre outros. Outro problema identificado é a baixa condição econômica do micro
e pequeno gerador de resíduos, que por final acabam destinando seus resíduos
em locais inadequados, para diminuição de seus gastos.
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Considerações Finais 7
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A partir deste diagnóstico sobre a situação real dos resíduos na região costeira e
serrana do Estado do Espírito Santo, será possível planejar e estruturar o Plano
de Gestão e Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Pescados visando
a ordenamento da questão, ganhos econômicos, sociais e ambientais para a
construção de uma política de sustentabilidade ao Estado em termos de gestão
dos resíduos.
Atualmente, a fábrica de farinha de peixe no Estado vem processando o
equivalente a 20% de sua capacidade máxima. O volume global de resíduos
gerados no Estado tem como ser totalmente aproveitado neste processo. O
gargalo da cadeia é a logística de transporte, a segregação eficiente e a falta de
informação do setor.
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Referências 8
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8 REFERÊNCIAS
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9 EQUIPE TÉCNICA
Realização
CTA – Serviços em Meio Ambiente e Engenharia Ltda.
CRBio: 208-02.
CTEA: 34773983
Profissional Alessandro Trazzi Diretor Técnico
Empresa CTA – Serviços em meio ambiente Ltda Função Consultor SGC Assinatura
Profissional Lani Campostrini Tardin Bióloga
Empresa CTA – Serviços em meio ambiente Ltda Função Gestora de Projetos Assinatura
Profissional Áureo Manente Filho Assistente Técnico
Empresa CTA – Serviços em Meio Ambiente Ltda Função Executor Técnico Assinatura
Profissional Ebert André Barbosa Rangel Diagramador
Empresa CTA – Serviços em meio ambiente Ltda Função Diagramação Assinatura
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Equipe Técnica 9
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Profissional Filipe Tesch Tecnólogo em saneamento Trainee
Empresa CTA – Serviços em Meio Ambiente Ltda Função Geoprocessamento Assinatura
Apoio
Larissa Cristina de Lima Neves Estagiária Universitária de Oceanografia
Função Assistente Técnico de Campo
Pedro Moreno Ortiz Universitário de Oceanografia
Função Sistematização dos dados
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10 ANEXOS