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1 DIAGNÓSTICO DO SETOR FLORESTAL DE COTRIGUAÇU, ESTADO DE MATO GROSSO RELATÓRIO FINAL Belém, Pará 1 DE DEZEMBRO DE 2010

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1

DIAGNÓSTICO DO SETOR FLORESTAL DE COTRIGUAÇU, ESTADO DE MATO GROSSO

RELATÓRIO FINAL

Belém, Pará 1 DE DEZEMBRO DE 2010

2

DIAGNÓSTICO DO SETOR FLORESTAL DE COTRIGUAÇU, ESTADO DO MATO GROSSO.

RELATÓRIO FINAL ELABORAÇÃO / CONTRATADA

INSTITUTO FLORESTA TROPICAL – IFT. CNPJ: 05.388.409/0001-40 Rua dos Mundurucus, 1613, Belém, Pará, Brasil. CEP 66025-660. Endereço eletrônico: www.ift.org.br Email: [email protected]

Coordenação

Marco W. Lentini, Diretor Executivo do IFT, Eng. Florestal, M.Sc. Economia Florestal. Email: [email protected]

Equipe

Iran Paz Pires, Coordenador Operacional do IFT, Engenheiro Florestal. Ana Luiza Violato Espada, Engenheira de Projetos do IFT, Engenheira Florestal. Serginande Lima Reis, Instrutor Sênior do IFT, Técnico Agrícola. César de Sousa Pinheiro, Instrutor Sênior do IFT, Técnico Agrícola.

SUPERVISÃO E APOIO: Instituto Centro de Vida – ICV.

3

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................................................................................ 4

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................................................................... 5

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ......................................................................................................................................................... 9

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA E REVISÃO DE DADOS EXISTENTES ......................................................................... 10

MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................................................................ 14

DIAGNÓSTICO DO SETOR MADEIREIRO DE COTRIGUAÇU ......................................................................................... 16

DEMANDA ATUAL E ESTIMATIVA DA DEMANDA FUTURA POR PRODUTOS MADEIREIROS DE

COTRIGUAÇU ................................................................................................................................................................................... 28

DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE ADOÇÃO DO MANEJO FLORESTAL EM COTRIGUAÇU ........................................ 30

VARIÁVEIS ECONÔMICAS E SIMULAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA TÍPICOS DE UM EMPREENDIMENTO

FLORESTAL DE COTRIGUAÇU .................................................................................................................................................. 36

RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................................ 52

ANEXOS ............................................................................................................................................................................................. 53

4

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AMF Área de Manejo Florestal

APP Área de Preservação Permanente

AUTEX Autorização de Exploração Florestal

CENAFLOR Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal

CERFLOR Programa Brasileiro de Certificação Florestal

CIPEM Centro de Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso

CoC Cadeia de Custódia (Certificação Florestal)

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

EIR Exploração de Impacto Reduzido

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EPI Equipamento de Proteção Individual

FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura

FFT Fundação Floresta Tropical

FSC Forest Stewardship Council

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

ICV Instituto Centro de Vida

IFT Instituto Floresta Tropical

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

PA Projeto de Assentamento

PE Parque Estadual

PFNM Produto Florestal Não Madeireiro

PMF Plano de Manejo Florestal

PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentável

PN Parque Nacional

PNRA Programa Nacional de Reforma Agrária

POA Plano Operacional Anual

RL Reserva Legal

SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

SFB Serviço Florestal Brasileiro

SIMLAM Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental

TNC The Nature Conservancy

UMF Unidade de Manejo Florestal

UPA Unidade de Produção Anual

UT Unidade de Trabalho

5

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Polos e zonas madeireiras do Estado de Mato Grosso em 2009 -------------------------------------------------- 10

Figura 2. Delimitação municipal do noroeste Mato-Grossense. --------------------------------------------------------------- 11

Figura 3. Situação fundiária do município de Cotriguaçu-MT ----------------------------------------------------------------- 12

Figura 4. Produção de madeira em tora e bovina em Cotriguaçu no período de 2000-2008. --------------------------- 13

Figura 5. Incremento do desmatamento no período de 2005 a 2010-------------------------------------------------------- 13

Figura 6. Tipos de empresas processadoras de madeira nativa: (A) serraria, (B) beneficiadora e (C) laminadora. 16

Figura 7. Volumetria por empresa e valor médio do volume das estufas para secagem artificial da madeira em

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 17

Figura 8. Equipamentos utilizados para a geração de energia para a indústria em Cotriguaçu, 2009-10. ----------- 17

Figura 9. Fonte de energia para o processamento da madeira em tora nas empresas madeireiras de Cotriguaçu,

2009-10. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18

Figura 10. Porte estimado das empresas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 19

Figura 11. Localização das áreas de exploração para a produção de madeira nativa em tora. ------------------------- 20

Figura 12. Composição do acesso terrestre do transporte de madeira em tora da esplanada na floresta até o pátio

da serraria em Cotriguaçu, 2009-10.--------------------------------------------------------------------------------- 21

Figura 13. Relação das empresas madeireiras de Cotriguaçu que realizam a exploração ou a terceirizam, 2009-10.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 21

Figura 14. Relação de empresários madeireiros que possuem área própria para a exploração florestal, 2009-10. 21

Figura 15. Destinos da produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e por estado da região Sudeste,

2009-10. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 24

Figura 16. (A) Destinos da produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e, (B) por estado da região

Sudeste, 2009-10. -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 24

Figura 17. Região de origem dos proprietários das empresas de Cotriguaçu, 2009-10. --------------------------------- 24

Figura 18. Mercado de interesse como motivador da busca pela certificação florestal na percepção dos

empresários de Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------- 25

Figura 19. Tipo de apoio necessários para as empresas buscarem a certificação florestal na percepção dos

empresários de Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------- 25

Figura 20. Perspectivas e desafios do setor florestal de Cotriguaçu na visão dos empresários do setor, 2009-10. - 26

Figura 21. Setores econômicos que tem recebido investimentos de empresários do setor madeireiro de

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 26

Figura 22. Percentagem de entrevistados que pretendem continuar com a atividade de exploração florestal. ----- 26

Figura 23. Prioridades locais para o desenvolvimento do setor florestal de Cotriguaçu e região na percepção dos

empresários de Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------- 27

Figura 24. Prioridades para a conservação das florestas da região noroeste do Mato Grosso na percepção dos

empresários de Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------- 27

6

Figura 25. Identificação das UPAs conforme atividades em andamento nas mesmas na época da visita aos PMFS de

Cotriguaçu, setembro de 2010. --------------------------------------------------------------------------------------- 30

Figura 26. Atividades exploratórias já conduzidas e sendo conduzidas nas UPAs na época da visita aos PMFS de

Cotriguaçu, setembro de 2010. --------------------------------------------------------------------------------------- 30

Figura 27. Avaliação da qualidade das informações do macroplanejamento florestal dos PMFS de Cotriguaçu (safra

2009-10). ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 31

Figura 28. Avaliação da qualidade do planejamento para da exploração, escolha dos sistemas silviculturais e

descrição das atividades do PMF e POAS (safra 2009-10). ------------------------------------------------------ 31

Figura 29. Avaliação da qualidade das infraestruturas florestais nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). -------- 32

Figura 30. Avaliação da qualidade do romaneio e rastreabilidade da tora nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 32

Figura 31. Relação de equipamentos adequados para a operação de arraste de toras nos PMFS de Cotriguaçu

(safra 2009-10).---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 33

Figura 32. Avaliação da qualidade dos ramais de arraste de toras nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). ------ 33

Figura 33. Avaliação da qualidade sinalização local nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). ------------------------ 34

Figura 34. Avaliação da qualidade dos acampamentos florestais nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). -------- 34

Figura 35. Pontuação das empresas envolvidas na avaliação das práticas de manejo em campo nos PMFS de

Cotriguaçu (safra 2009-10). ------------------------------------------------------------------------------------------- 35

Figura 36. Estrutura dos custos operacionais estimados das empresas típicas de exploração florestal de Cotriguaçu

(safra 2009-10).---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 42

7

LISTA DE TABELAS Tabela 1. Produção de madeira em tora e receita bruta da indústria madeireira na Amazônia Legal em 2009----- 10

Tabela 2. Polos madeireiros do Noroeste Mato-Grossense em 2009 -------------------------------------------------------- 11

Tabela 3. Situação fundiária do município de Cotriguaçu, 2008. ------------------------------------------------------------- 12

Tabela 4. Tipos de empresas madeireiras ativas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 16

Tabela 5. Equipamentos primários de processamento de madeira em tora que compõem as empresas de

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 17

Tabela 6. Quantidade e tipos de equipamentos de geração de energia por tipo de empresa madeireira em

Cotriguaçu, 2009-10. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 18

Tabela 7. Custos estimados médios de processamento de madeira em tora nas empresas de Cotriguaçu, 2009-10.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19

Tabela 8. Demanda presente do setor industrial madeireiro de Cotriguaçu.----------------------------------------------- 19

Tabela 9. Distância média, mínima e máxima para obter madeira nativa em tora. --------------------------------------- 20

Tabela 10. Valores médio, mínimo e máximo pago pelo frete do metro cúbico da madeira em tora. ----------------- 20

Tabela 11. Valores médio, mínimo e máximo da área de PMF e POA em Cotriguaçu, 2009-10. ------------------------ 22

Tabela 12. Valores médio, mínimo e máximo para a elaboração e aprovação do PMF, 2009-10. ---------------------- 22

Tabela 13. Valores médio, mínimo e máximo do custo de exploração da madeira nativa em Cotriguaçu, 2009-10. 22

Tabela 14. Preços da madeira serrada das espécies madeireiras comercializadas em Cotriguaçu em 2010. -------- 23

Tabela 15. Preços médios de madeira serrada, por classe de valor econômico, em Cotriguaçu, 2009-10. ----------- 23

Tabela 16. Capacidade média geral e por tipo de empresa de consumo e produção atingida nos últimos três anos

nas empresas madeireiras de Cotriguaçu. --------------------------------------------------------------------------- 28

Tabela 17. Capacidade instalada média de consumo e produção das empresas madeireiras de Cotriguaçu. -------- 28

Tabela 18. Simulação da demanda por áreas manejadas em função da atual capacidade instalada e de um aumento

de 10% da demanda por madeira nas empresas madeireiras de Cotriguaçu. -------------------------------- 29

Tabela 19. Trajetória de uso do solo em propriedades privadas em Cotriguaçu ------------------------------------------ 29

Tabela 20. Qualidade dos tocos de árvores cortadas avaliados, média de altura e desvio padrão da estimativa nos

PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). -------------------------------------------------------------------------------- 33

Tabela 21. Qualidade dos tocos de árvores cortadas avaliados, média de altura e desvio padrão da estimativa nos

PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10). -------------------------------------------------------------------------------- 35

Tabela 22. Percentual de execução, equipamentos utilizados e produtividades reportadas de empreendimentos

florestais típicos de Cotriguaçu (safra 2009-10). ------------------------------------------------------------------ 36

Tabela 23. Equipamentos típicos utilizados na exploração florestal em 53% dos empreendimentos de extração de

Cotriguaçu (safra 2009-10). -------------------------------------------------------------------------------------------- 37

Tabela 24. Equipamentos típicos utilizados na exploração florestal em 47% dos empreendimentos de extração de

Cotriguaçu (safra 2009-10). -------------------------------------------------------------------------------------------- 37

Tabela 25. Equipe típica utilizada na exploração florestal dos empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra

2009-10). ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 38

8

Tabela 26. Índices econômicos levantados em entrevistas com gerentes da exploração florestal nos

empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra 2009-10). ------------------------------------------------- 38

Tabela 27. Síntese da quantidade e área dos Planos de Manejo Florestal cadastrados no SIMLAM de Mato Grosso

para o município de Cotriguaçu, 2009-2010. ----------------------------------------------------------------------- 39

Tabela 28. Simulação 1 do fluxo de caixa de empresa florestal extratora de madeira típica de Cotriguaçu (arraste

com trator skidder), safra de 2009-10. ------------------------------------------------------------------------------ 43

Tabela 29. Simulação 2 do fluxo de caixa de empresa florestal extratora de madeira típica de Cotriguaçu (arraste

com trator girico adaptado), safra de 2009-10. -------------------------------------------------------------------- 44

Tabela 30. Simulação 3 do fluxo de caixa de suposta empresa florestal extratora de madeira que apostaria em

manejo florestal no longo prazo, incluindo compra de terras no ano 0---------------------------------------- 45

Tabela 31. Estimativa do valor presente líquido e da taxa interna de retorno reportadas para as quatro simulações

de fluxo de caixa efetuadas --------------------------------------------------------------------------------------------- 47

9

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS O Instituto Floresta Tropical (IFT) é um centro de excelência na promoção e aprimoramento do manejo florestal de uso múltiplo na Amazônia. Há mais de 15 anos, uma de suas ações-chaves é a capacitação e treinamento de profissionais, tomadores de decisão, estudantes e membros de comunidades florestais nas práticas de manejo. O IFT é um dos únicos dois centros de treinamento em manejo florestal em atividade hoje, e o único centro independente. É parceiro do Cenaflor, Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal, centro ligado ao Serviço Florestal Brasileiro (SFB), tendo esta organização como um de seus parceiros estratégicos nas suas ações. Desta forma, o IFT tem se especializado, seja através de capacitação e treinamento, seja através de outras estratégias de ação, em promover ações para a expansão do bom manejo de florestas na Amazônia. A condução de diagnósticos florestais é uma das especialidades do IFT, uma vez que tem ministrado cursos de inventário florestal para diversas comunidades tradicionais na Amazônia nos últimos anos, assim como projetos propositivos na agenda florestal de algumas regiões. Para citar alguns exemplos, em 2006, o IFT conduziu, no âmbito do projeto interinstitucional Estradas Verdes, financiado pela USAID, um extenso inventário florestal nos Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS) de Virola-Jatobá e Esperança, no município paraense de Anapu. No Mato Grosso, o IFT foi responsável por diagnósticos florestais na região de Juara e Juruena em 1997. O IFT busca, no âmbito do presente trabalho, apoiar ações do Instituto Centro de Vida (ICV) em seu esforço de conduzir um diagnóstico do setor florestal do município de Cotriguaçu, Mato Grosso. A iniciativa do ICV faz parte de um objetivo mais amplo de, em conjunto ao Governo do estado de Mato Grosso, a The Nature Conservancy (TNC), a ONF Internacional (ONFI) e a Prefeitura Municipal de Cotriguaçu, desenvolver um projeto piloto de REDD+ na região Noroeste de Mato Grosso. O objetivo deste trabalho é reunir as informações necessárias à definição do componente de manejo florestal do projeto, no município de Cotriguaçu. Este relatório descreve, desta forma, as ações executadas pelo Instituto Floresta Tropical (IFT) voltadas a gerar informações estratégicas que visam apoiar o Instituto Centro de Vida (ICV) em sua missão de realizar um diagnóstico do setor florestal do município mato-grossense de Cotriguaçu. O trabalho tem, como objetivos específicos:

1) Estimar a demanda presente e futura de produtos florestais, considerando a capacidade instalada e quantidade processada pela indústria local, a quantidade de madeira oriunda do município e processada em outros municípios e as perspectivas de evolução dessa demanda;

2) Caracterizar os atores, as práticas, as deficiências e as perspectivas de futuro da cadeia produtiva do setor florestal no município; e

3) Avaliar a viabilidade econômica do manejo florestal sustentável e mensurar os incentivos necessários para ampliar as áreas de manejo, promover melhores práticas e assegurar a conservação das florestas manejadas;

4) Determinar as ações necessárias e custos associados para ampliar as áreas sob manejo florestal sustentável, aprimorar as práticas de manejo e assegurar a conservação das florestas manejadas.

10

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA E REVISÃO DE DADOS EXISTENTES Segundo dados da literatura, o estado do Mato Grosso é segundo maior produtor de madeira tropical da Amazônia Legal (Tabela 1), respondendo a 31% do total produzido pelos três maiores produtores (PA, MT e RO), e gerando uma receita bruta de US$ 803,20 milhões. O estado abriga 20 polos madeireiros1 distribuídos em três zonas madeireiras (Figura 1). Tabela 1. Produção de madeira em tora e receita bruta da indústria madeireira na Amazônia Legal em 2009 (Adaptado de SFB & IMAZON, 2010).

Estado № polos

madeireiros № de

indústrias

Consumo anual de toras (milhares m3)

Receita Bruta (US$ milhões)

Pará 30 1.067 6.599 1.094,2

Mato Grosso 20 592 4.004 803,2

Rondônia 14 346 2.220 358,6

Outros estados 7 222 1.325 271,6

Subtotal PA, MT e RO 64 2.005 12.823 2.256

Total 71 2.227 14.148 2.482,6

Figura 1. Polos e zonas madeireiras do Estado de Mato Grosso em 2009 (Fonte: Pereira et al. 2010).

Em levantamento recente realizado pelo Imazon (Pereira et al. 2010), os maiores polos de Mato Grosso foram Sinop, Aripuanã e Juará, tornando o Centro-Oeste e o Noroeste do estado as regiões mais importantes para produção madeireira. O município de Cotriguaçu, objeto deste estudo, é um município de base florestal localizado na região Noroeste Mato-Grossense (Figura 2), região esta considerada a última fronteira florestal no estado. Apesar de ter perdido 10.000 quilômetros quadrados de florestas nos últimos dez anos, ainda mantém mais de 80% de cobertura florestal (86 mil dos 104 mil quilômetros quadrados originais). 1 Polo madeireiro é um município ou microrregião com consumo anual superior a 100 mil metros cúbicos de madeira em tora (Veríssimo et al. 2002).

11

Figura 2. Delimitação municipal do noroeste Mato-Grossense.

O Noroeste Mato-Grossense é composto por sete municípios (Colniza, Aripuanã, Cotriguaçu, Juína, Juara, Juruena e Taboporã) e contém 173 empresas madeireiras2 que consomem, anualmente, 1.652 milhões m3 de madeira em tora, gerando 24.233 empregos e arrecadando US$ 352 milhões em receita bruta (Tabela 2). Tabela 2. Polos madeireiros do Noroeste Mato-Grossense em 2009 (Fonte: Pereira et al. 2010).

Polo Madeireiro

Número de Empresas

Consumo Anual de Toras

(milhares m³)

Produção Processada

(milhares m³)

Empregos Gerados

Receita Bruta (US$ milhões)

Aripuanãa 30 461 211 6.176 99,3

Colnizab 36 260 155 5.099 86,9

Cotriguaçuc 15 129 57 2.048 27,7

Juarad 39 460 187 5.023 76,2

Juína 32 177 79 2.910 33,8

Juruena 9 64 30 1.346 15,2

Tabaporã 12 101 32 1.631 13,0

Noroeste MT 173 1.652 751 24.233 352,1 a Inclui distrito de Conselvan; b Inclui distrito de Guariba; c Inclui distritos de Nova União; d Inclui distritos de Porta do Céu, Paranorte e o município de Porto dos Gaúchos.

Segundo a mesma fonte (Pereira et al. 2010), Cotriguaçu, 5º lugar no ranking geral dos polos madeireiros do Noroeste do Mato Grosso, em 2009, possuía 15 empresas madeireiras, com consumo de 129 mil metros cúbicos de madeira em tora e arrecadação anual de 28 milhões de dólares. Com uma extensão territorial de 9.386 km2, estima-se que 19% da área florestal de Cotriguaçu foi desmatada até 2008 (INPE, 2010). Possui, atualmente, 81% de sua área total coberta por florestas, o equivalente a 7.594 km2, concentradas em uma terra indígena, assentamentos rurais, unidades de conservação e propriedades privadas (Tabela 3). A situação fundiária do município pode ser vista na Figura 3.

2 Microsserrarias, Serrarias, Laminadoras, Fábricas de compensado, Beneficiadoras (apenas que processam madeira em tora).

12

Tabela 3. Situação fundiária do município de Cotriguaçu, 2008.

Categoria Área de floresta original Área desmatada (2008)

Área de floresta remanescente (2008)

km² % km² % km² %

Terras indígenas 1.650 18 4 0,02 1.646 99,8 Unidades de conservação 1.349 14 11 0,08 1.339 99,2 Assentamentos 1.278 14 660 52 617 48 Outras (áreas privadas) 5.109 54 1.117 22 3.992 78

Cadastrada no SIMLAM 2.438 26 242 10 2.196 90

Não cadastradas no SIMLAM 2.672 28 875 33 1.796 67 Total 9.386 100 1.792 19 7.594 81

Fonte: ICV. Fonte dos dados: IBGE (limites municipais), SIMLAM-SEMA (2009) (APRT), SEMA (Unidades de Conservação), INCRA (assentamentos, vetorização sobre imagens de satélite para os assentamentos CEDERES), PRODES-INPE, (2008) (desmatamento). Figura 3. Situação fundiária do município de Cotriguaçu-MT (Fonte: ICV, a partir de fontes de dados expressos no rodapé da figura).

13

Com uma população estimada em 14.965 pessoas, o município possui sua base econômica na atividade florestal (IGBGE Cidades, 2000), no entanto, vem expandindo suas fontes em outras atividades de base rural, como agricultura e, principalmente, pecuária (Figura 4). Figura 4. Produção de madeira em tora e bovina em Cotriguaçu no período de 2000-2008.

Fonte: IBGE - Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura; Pesquisa Pecuária Municipal (Bando de Dados SIDRA).

Com essas novas perspectivas econômicas, as florestas do município e região sofrem pressões para a mudança de uso do solo. Entretanto, as taxas de desmatamento no município vêm decrescendo nos últimos anos (Figura 5), resultado de ações de fiscalização e embargos por parte do governo para evitar o desmatamento e queimadas. Por isso, o momento é propício para se discutir formas de evitar o desmatamento através de atividades economicamente sustentáveis. Figura 5. Incremento do desmatamento no período de 2005 a 2010 (Fonte: INPE, 2010).

Florestas plantadas. Segundo o diagnóstico executado por Shimizu et al. (2007), Cotriguaçu continha neste mesmo ano cerca de 1.300 hectares de áreas reflorestadas com Teca (Tectona grandis), o que colocava o município, apesar da pequena área plantada, atrás apenas de Juruena dentre os municípios do noroeste de Mato Grosso.

0,00

50.000,00

100.000,00

150.000,00

200.000,00

250.000,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Pro

du

ção

Ano

Madeira em tora (m3) Bovino (cabeças)

0

100

200

300

04/05 05/06 06/07 07/08 08/09

Incr

em

en

to d

o D

esm

ata

me

nto

(km

2)

Ano

14

MATERIAIS E MÉTODOS As informações desse estudo foram obtidas através de levantamento de dados secundários (SEMA-MT, IBGE, outros), mas, principalmente, através de levantamentos de dados primários por meio da aplicação de questionários durante visita a empreendimentos do setor florestal de Cotriguaçu. DADOS SECUNDÁRIOS

Informações sobre empreendimentos florestais cadastrados e licenciados foram obtidas através de levantamento de dados secundários, com base no banco de dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA-MT (SISFLORA e SIMLAM). Além disso, dados da Secretaria de Estado da Fazenda - SEFAZ-MT, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Centro de Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso - CIPEM e dados de estudos anteriores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON (Fatos Florestais da Amazônia 2003, 2005 e 2010) realizados na região foram consultados para compor o estudo. O acesso a essas informações foi realizado visitando os sítios eletrônicos dessas instituições, além de acesso ao banco de dados fornecido por algumas delas. Os endereços eletrônicos estão listados no final deste relatório, em Referências Bibliográficas. DADOS PRIMÁRIOS

O levantamento das informações in loco foi conduzido em duas expedições ao município de Cotriguaçu nos meses de agosto e setembro de 2010, quando foram visitados empresas e estabelecimentos que realizam o processamento da madeira nativa, e empreendimentos de execução de planos de manejo florestal madeireiro. 1. Empreendimentos de Processamento de Madeira

Com o objetivo de obter variáveis econômicas, de produção, de mercado e opinião do empresariado, foram visitados as empresas e estabelecimentos que realizam o primeiro processamento da madeira nativa após sua extração na floresta3 no município de Cotriguaçu. No período de 16/08/2010 a 27/08/2010, a equipe do IFT, composta por um técnico agrícola e uma engenheira florestal, visitou todas as madeireiras - em funcionamento no período da expedição -, além de mapear as coordenadas geográficas de todos os empreendimentos de processamento de madeira, incluindo aqueles desativados, não entrevistados - por conta da ausência do proprietário ou falta de interesse em participar da entrevista - e os ativos. Nas empresas visitadas e entrevistadas, aplicamos um questionário semiestruturado contendo questões gerais sobre a empresa, proprietário, consumo e produção, e origem da matéria-prima; com o intuído de rastrear as localidades que abastecem a indústria madeireira de Cotriguaçu e, além disso, conhecer o tipo de exploração (PMF, desmatamento legal e ilegal, reflorestamentos) e seus custos. Variáveis de custos e das condições do transporte das toras também foram incluídas por ser um item importante na viabilidade econômica do empreendimento. Também foi incluído o destino da produção, destacando os tipos de mercado (local, nacional e internacional), as espécies e seus valores comercializados. Em relação às variáveis econômicas básicas, foram questionados os custos de elaboração e aprovação do PMFS, para as empresas que detêm PMFS, bem como custos de processamento da madeira nas empresas. Questões sobre certificação florestal também foram abordadas e, por fim, questões da

3 Baseado em SFB & IMAZON (2010), consideramos que as empresas ou estabelecimentos que realizam o primeiro processamento da madeira nativa após sua extração na floresta na Amazônia são classificados em microsserrarias, serrarias, beneficiadoras, laminadoras ou faqueadoras e fábricas de painéis.

15

opinião dos entrevistados sobre o setor florestal de Cotriguaçu, suas tendências, desafios e perspectivas. No mapeamento dos empreendimentos de processamento da madeira foram identificadas 28 empresas, sendo que, até o momento do levantamento de campo, oito empresas encontravam-se desativadas e, dos 20 empreendimentos ativos, 16 foram entrevistados (Anexo 1). Com isso, o levantamento atingiu 80% de amostragem do universo de empresas existentes. 2. Planos de Manejo Florestal

Para avaliar tecnicamente os planos de manejo em execução no município de Cotriguaçu, a equipe do IFT, composta por um técnico agrícola com 15 anos de experiência no setor florestal e um engenheiro florestal, visitou os empreendimentos que executam exploração através de planos de manejo florestal licenciados pelo órgão ambiental responsável - SEMA-MT. No período de 28/08/2010 a 18/09/2010, a equipe visitou uma amostra significativa dos Planos de Manejo existentes no município, com o objetivo de avaliar a qualidade da implementação das práticas de manejo florestal madeireiro de forma a identificar problemas e gargalos sistemáticos que limitem a sua adoção plena. As visitas consistiram na aplicação de dois questionários, tendo um deles o objetivo de incluir questões para caracterizar o empreendimento e com isso diferenciar as diversas situações de exploração florestal dentro do município (porte, equipamentos e tecnologia, detentores e nível de experiência com manejo florestal). Um segundo questionário foi desenvolvido na forma de uma ficha de avaliação do manejo baseada em padrões reconhecidos de vistoria da qualidade de Planos de Manejo, como o manual de vistoria do IBAMA. As avaliações foram expeditas, e duraram entre meio dia a um dia de avaliação, focando em aspectos gerais da implementação de manejo, documentos de apoio e coleta de dados econômicos e índices de produtividade.

Entrevistas com atores locais e empresários do setor florestal de Cotriguaçu identificaram, na época do levantamento de campo, a existência de 12 Planos de Manejo Florestal aprovados no município, sendo que 75% dos PMFS foram amostrados, o equivalente a nove empreendimentos (Anexo 2).

16

DIAGNÓSTICO DO SETOR MADEIREIRO DE COTRIGUAÇU Caracterização do polo madeireiro de Cotriguaçu. No município de Cotriguaçu foram identificados 28 empreendimentos madeireiros, no entanto, somente 20 empresas estavam ativas (Tabela 4). Dessas, 7 são serrarias4 que possuem uma serra de fita, 12 são beneficiadoras5 e 1 laminadora/faqueadora, que também faz beneficiamento (Figura 6). O Anexo 3 apresenta um mapa com a localização das madeireiras ativas e desativadas no município. Tabela 4. Tipos de empresas madeireiras ativas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em Cotriguaçu, 2009-10.

Tipos de madeireiras №

Serraria (1 Serra Fita) 07

Laminadora 01

Beneficiadora 12

Total 20

Figura 6. Tipos de empresas processadoras de madeira nativa: (A) serraria, (B) beneficiadora e (C) laminadora.

4 Empresas ou estabelecimentos que realizam somente o desdobro de toras (Pereira et al. 2010).

5 Empresas ou estabelecimentos que processam industrialmente a madeira serrada, como movelarias e outras fábricas de produtos beneficiados (Pereira et al. 2010). Nesse levantamento, foram consideradas apenas as beneficiadoras que também processam a madeira em tora, já que apenas estas empresas satisfazem os requerimentos deste levantamento no que se refere à estimativa de demanda por matéria prima florestal.

C

A

B

17

Parque industrial instalado em Cotriguaçu. Foram identificados como equipamentos de processamento da madeira serras de fita, plainas, tornos de laminadoras e faqueadoras (Tabela 5), além dos equipamentos complementares (serra circular, serra múltipla, etc.) e equipamento de apoio (carregadeira, outros). No Anexo 4 se encontram fotos ilustrativas destes equipamentos instalados no parque industrial de Cotriguaçu. Tabela 5. Equipamentos primários de processamento de madeira em tora que compõem as empresas de Cotriguaçu, 2009-10.

Equipamentos №

Serra Fita 20

Laminadora (torno) 2

Faqueadora 2

Plaina 23

Total 47

No processo de produção, 50% das madeireiras possuem estufa para secagem artificial da madeira (n=8), apresentando um volume médio por estufa de 305 m3 (Figura 7). Figura 7. Volumetria por empresa e valor médio do volume das estufas para secagem artificial da madeira em Cotriguaçu, 2009-10.

Energia para o processamento de madeira. Como fonte de energia para o funcionamento da indústria, a caldeira a vapor alimentada com resíduos do processamento da madeira é o principal equipamento utilizado (Figura 8). Em consequencia disso, a principal fonte de energia para essas indústrias é o resíduo madeireiro das empresas. Figura 8. Equipamentos utilizados para a geração de energia para a indústria em Cotriguaçu, 2009-10.

560

490

400 400

250

150130

60

305

0

150

300

450

600

A B C D E F G H Média

Vo

lum

e d

e m

ad

eir

a (

m3

)

Empresa

44%

38%

31%

19%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

caldeira (resíduo) motor a diesel rede pública termoelétrica (resíduo)

% d

e e

np

resa

s

Equipamentos para geração de energia da indústria

18

Observamos que 31% das empresas têm acesso a rede pública de energia (Figura 8), mas apenas 13% utilizam essa fonte de energia para o processamento da madeira (Figura 9), considerando assim que a rede pública é uma segunda opção, caso a principal fonte de energia falhe. O motor a diesel também ganha notoriedade, principalmente, para as empresas de pequeno e médio porte, enquanto as termoelétricas que funcionam com resíduos das serrarias estão presentes nas empresas de médio e grande porte. Na Tabela 6, discriminamos a quantidade de equipamentos de geração de energia para o funcionamento da indústria por tipo de empresa. Figura 9. Fonte de energia para o processamento da madeira em tora nas empresas madeireiras de Cotriguaçu, 2009-10.

Tabela 6. Quantidade e tipos de equipamentos de geração de energia por tipo de empresa madeireira em Cotriguaçu, 2009-10.

Equipamento 1 SFT Beneficiadora Laminadora

Caldeira (resíduo) 2 5 -

Motor a diesel 2 4 -

Rede pública - 2 -

Termoelétrica - 2 1

Através dos valores individuais da capacidade de consumo de madeira em tora, foi possível classificar as madeireiras por porte6 (Figura 10). Ver no Anexo 5 a localização das madeireiras por porte conforme a capacidade de produção. Estimamos, ainda, que os custos médios de processamento da madeira em tora (conversão primária da madeira em tora para madeira serrada) tenham sido de aproximadamente R$ 84,4 por metro cúbico em 2009-10 (dp=29,9) (Tabela 7).

6 Micro: consumo anual de madeira em tora inferior a 4 mil m3; Pequeno: consumo anual de madeira em tora entre 4 mil e 10 mil m3; Médio: consumo anual de madeira entre 10 mil e 20 mil m3; Grande: consumo anual de madeira em tora superior a 20 mil m3 (Lentini et al. 2003).

44%

38%

19%

13%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

caldeira (resíduo) motor a diesel termoelétrica rede pública

% d

e e

mp

resa

s

Fonte de energia

Figura 10. Porte estimado das empresas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em Cotriguaçu, 2009-10.

Tabela 7. Custos estimados médios de processamento de madeira em tora nas empresas de

# de observações Custo média (R$/mmadeira em tora)

13 84,4

Consumo e Produção (2009 e 2010)aproximadamente, 142 mil m3, sendo que a produção de madeira serrada foi de 48 mil mrendimento médio de processamento da madeira em tora de 33,8mil m3 e um rendimento de 26,7%, com umqueda do rendimento geral de processamento de madeira das empresas foi o aumento da produção beneficiada em 2010. Tabela 8. Demanda presente (produção, consumo, empregosCotriguaçu.

Item

Consumo (m3/ano)

Produção (m3/ano)

Rendimento

Empregos *

Renda Bruta

* empregos diretos da linha de produção e administração.

Empregos diretos e indiretos. Neste mesmo período, o número de empregos diretos gerados pela indústria local foi igual a 574. Se considerarmos que o município gera, para fins médios, entre 150empregos diretos na exploração florestal, temos um total de empregos do setor madeireircompreendido entre 724-764. Em seguida, se considerarmos uma proporção média indiretos e diretos de 2:1, estimamos que o setor florestal do município gereempregos, estimativa bastante consistente com os dados do Imazon (Pereira aproximadamente 2000 empregos). Renda Bruta. Em 2009, tendo um consumo de 142 mil mCotriguaçu gerou, aproximadamente, R$

14%

43%21%

21%

Micro

Pequena

Média

Grande

Porte estimado das empresas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em

Custos estimados médios de processamento de madeira em tora nas empresas de Cotriguaçu, 2009

(R$/m3

Desvio padrão da estimativa

Valor máximo registrado

Valor mínimo registrado

84,45 29,86 144

Consumo e Produção (2009 e 2010). Em 2009, o consumo de madeira em tora no município atingiu, , sendo que a produção de madeira serrada foi de 48 mil m

samento da madeira em tora de 33,8%. Em 2010, o consumo atingiu 117 com uma produção processada 31 mil m3 (Tabela

queda do rendimento geral de processamento de madeira das empresas foi o aumento da produção

Demanda presente (produção, consumo, empregos, renda bruta) do setor industrial madeireiro de

2009 2010

141.855,33

47.929,47

33,8%

-

R$ 50.435.863,00 R$ 32

da linha de produção e administração.

. Neste mesmo período, o número de empregos diretos gerados pela indústria local foi igual a 574. Se considerarmos que o município gera, para fins médios, entre 150empregos diretos na exploração florestal, temos um total de empregos do setor madeireir

764. Em seguida, se considerarmos uma proporção média entre osde 2:1, estimamos que o setor florestal do município gere

empregos, estimativa bastante consistente com os dados do Imazon (Pereira et al

Em 2009, tendo um consumo de 142 mil m3 de madeira tora, o polo madeireiro aproximadamente, R$ 50 milhões de renda bruta, enquanto no ano de 2010, essa

Micro

Pequena

Média

Grande

19

Porte estimado das empresas diretamente envolvidas com o desdobro de madeira em tora em

Cotriguaçu, 2009-10.

Valor mínimo registrado

40

município atingiu, , sendo que a produção de madeira serrada foi de 48 mil m3, obtendo um

%. Em 2010, o consumo atingiu 117 (Tabela 8). A razão para a

queda do rendimento geral de processamento de madeira das empresas foi o aumento da produção

do setor industrial madeireiro de

2010

117.750,00

31.211,11

26,5%

574

32.855.811,72

. Neste mesmo período, o número de empregos diretos gerados pela indústria local foi igual a 574. Se considerarmos que o município gera, para fins médios, entre 150-190 empregos diretos na exploração florestal, temos um total de empregos do setor madeireiro

entre os empregos entre 2172-2292

et al., 2010, igual a

polo madeireiro de , enquanto no ano de 2010, essa

20

renda bruta foi estimada em R$ 33 milhões. Cotriguaçu tem sua base econômica na indústria madeireira, a qual tem sido o principal responsável pela geração de emprego e renda local (IBGE, 2000). Considerando as estimativas apresentadas acima, os empregos diretos e indiretos podem representar 50% da população economicamente ativa do município7. Em média, na indústria, as empresas do município funcionam 11 meses no ano, os funcionários são registrados e recebem seus salários de acordo com o salário base da categoria. Origem da matéria-prima. As florestas de Cotriguaçu são os principais fornecedores de madeira nativa para o polo madeireiro do município (Figura 11). Figura 11. Localização das áreas de exploração para a produção de madeira nativa em tora.

A distância máxima alcançada para obter a matéria-prima é de 100 km (Tabela 9). O caso em que a distância mínima foi 0 km deve-se ao fato da serraria estar locada dentro da área do plano de manejo florestal, sendo que o valor do frete é mínimo também (Tabela 10). Em média, na percepção dos empresários, o custo médio de transporte da madeira em tora das florestas locais até os pátios das serrarias é de R$ 34,5 por metro cúbico explorado. Os valores expressos nas Tabelas 9 e 10 são apenas referenciais para a distância e custos médios percebidos pelas empresas processadoras. Nas simulações econômicas a serem apresentadas neste relatório, entretanto, optamos por utilizar os custos médios declarados pelos detentores e gerentes de PMFS em campo, que geraram valores bastante semelhantes (em média, R$ 29,6 por metro cúbico de madeira em tora transportado da floresta às indústrias). Tabela 9. Distância média, mínima e máxima para obter madeira nativa em tora.

Distância média

Distância mínima

Distância máxima

46,83 km 0 km 100 km

Tabela 10. Valores médio, mínimo e máximo pago pelo frete do metro cúbico da madeira em tora.

Valor médio Valor mínimo Valor máximo

R$ 34,50/m3 R$ 5,00/m3 R$ 65,00/m3

O valor do frete relaciona-se, dentre outras variáveis, com a qualidade do caminho que o caminhão de transporte das toras percorre desde a esplanada de estocagem da madeira na área florestal até o pátio da serraria. Com isso, a Figura 12 revela a composição média desse acesso na região de Cotriguaçu, na qual se observa que a maior parte do trajeto (77% é composto por estradas de terra não piçarradas). 7 Considerando dados do IBGE do ano de 2000, em que a população economicamente ativa e ocupada de Cotriguaçu era de 4.196 pessoas (IBGE, 2000).

97%

3,3%

Cotriguaçu

Outros municípios (Colniza, Nova Bandeirante, Aripuanã)

Figura 12. Composição do acesso terrestre do transporte de madeira em tora da esda serraria em Cotriguaçu, 2009-10.

A maioria das madeireiras de Cotriguaçu (60%) a exploração florestal (Figura 13). As demais empresas quecontratam essas madeireiras de exploração própria. Figura 13. Relação das empresas madeireiras de Cotriguaçu que realizam a exploração ou a terceirizam, 2009

A área florestal pode pertencer ao próprio Cotriguaçu, toda a madeira nativa é proveniente de planos de manejo florestal, sendo que situação fundiária destas áreas é definida, já que todos os PMFNo município, as propriedades são dividflorestal. Poucos empresários do setor madeireiro possuem área própria ( Figura 14. Relação de empresários madeireiros que possuem área própria para a exploração florestal, 2009

77%

23%

Piçarra

Estrada suja

40%

Empresa própria

Empresa terceirizada

66%

Área própria

Área de terceiros

Composição do acesso terrestre do transporte de madeira em tora da esplanada na floresta até o pátio

A maioria das madeireiras de Cotriguaçu (60%) é verticalizada no que se refere a realizaAs demais empresas que terceirizam essa atividade, geralmente,

contratam essas madeireiras de exploração própria.

Relação das empresas madeireiras de Cotriguaçu que realizam a exploração ou a terceirizam, 2009

ertencer ao próprio empresário ou então ser área de terceiros (Figura 1Cotriguaçu, toda a madeira nativa é proveniente de planos de manejo florestal, sendo que situação

as áreas é definida, já que todos os PMFS estão licenciados em propriedades particulares. No município, as propriedades são divididas e destinadas para uma ou mais empresa de exploração florestal. Poucos empresários do setor madeireiro possuem área própria (Figura 14).

empresários madeireiros que possuem área própria para a exploração florestal, 2009

60%

33%

21

planada na floresta até o pátio

realizar diretamente terceirizam essa atividade, geralmente,

Relação das empresas madeireiras de Cotriguaçu que realizam a exploração ou a terceirizam, 2009-10.

ser área de terceiros (Figura 14). Em Cotriguaçu, toda a madeira nativa é proveniente de planos de manejo florestal, sendo que situação

priedades particulares. as e destinadas para uma ou mais empresa de exploração

empresários madeireiros que possuem área própria para a exploração florestal, 2009-10.

22

Em média, na amostra de empresas madeireiras, determinamos que as áreas dos PMFS são de 5 mil hectares e os Planos Operacionais Anuais (POAs) possuem uma área média de 890 ha (Tabela 11). Curiosamente, no questionário aplicado junto às empresas que realizam a exploração florestal, em campo, encontramos Planos de Manejo Florestal menores e, consequentemente, POAs menores. Os valores expressos abaixo são, portanto, apenas referenciais, e os valores determinados através da aplicação dos questionários de campo serão os utilizados para a estimativa de custos a ser apresentada neste relatório. Tabela 11. Valores médio, mínimo e máximo da área de PMF e POA em Cotriguaçu, 2009-10.

Área média do PMF Área mínima do PMF Área máxima do PMF

5.098,2 ha 700,0 ha 12.600,0 ha

Área média do POA Área mínima do POA Área máxima do POA

892,8 ha 260,0 ha 2.000,0 ha

O papel dos engenheiros florestais. O município conta com engenheiros florestais para a elaboração dos planos de manejo florestal, submissão ao órgão licenciador e acompanhamento do processo de análise. O preço praticado para essa atividade é, em média, de R$130,00 por hectare (Tabela 12). Tais engenheiros não são responsáveis pelo acompanhamento das práticas de campo e implementação do manejo florestal, já que não possuem contratos de exclusividade com as empresas, conforme discutiremos adiante. Tabela 12. Valores médio, mínimo e máximo para a elaboração e aprovação do PMF, 2009-10.

Valor médio do custo de elaboração e aprovação do PMF

Valor mínimo do custo elaboração e aprovação do PMF

Valor máximo do custo elaboração e aprovação do PMF

R$ 129,37/ha R$ 110,00/ha R$ 150,00/ha

Obs. Custos do inventário amostral estão incluídos. Quando aprovado, as empresas gastam, em média, R$ 36,00 para extrair o metro cúbico de madeira da floresta (Tabela 13). Esse valor refere-se aos custos de construção de infraestrutura, derruba e arraste até a esplanada de estocagem da madeira, ainda na área florestal. Conforme discutiremos adiante, tais custos também devem ser encarados como referências para os custos de exploração do município, que foram estimados para os PMF de Cotriguaçu na simulação de análises econômicas através do software RILSIM. Tabela 13. Valores médio, mínimo e máximo do custo de exploração da madeira nativa em Cotriguaçu, 2009-10.

Valor médio do custo de exploração

Valor mínimo do custo de exploração

Valor máximo do custo de exploração

R$ 36,00/m3 R$20,00/m3 R$50,00/m3

Produção madeireira: espécies, origem, preços e destinos. Nas entrevistas, foram relacionadas 23 espécies madeireiras mais comumente comercializadas (Tabela 14), embora o número de espécies comerciais do polo seja efetivamente maior. Estas espécies foram classificadas em classes de valor econômico (baixo, médio e alto) em relação ao valor médio praticado (Tabela 15), baseando-se em classificação utilizada pela literatura especializada (Lentini et al., 2005; Pereira et al., 2010).

23

Tabela 14. Preços da madeira serrada das espécies madeireiras comercializadas em Cotriguaçu em 2010.

Nome vulgar Nome científico Preço médio serrado (R$m3)

Principais espécies de alto valor econômico Cumaru Dipteryx odorata 1.354,05 Ipê Tabebuia sp. 1.940,83 Maçaranduba Manilka huberi 1.511,03 Tatajuba Bagassa guianensis 1.416,91 Principais espécies de médio valor econômico Amescla Protium heptaphyllum 950,00 Angelim pedra Hymenolobium sp. 1.055,01 Caixeta Simarouba amara 928,33 Cambará Vochysia sp. 1.050,00 Cedro amargoso Cedrela sp. 1.000,00 Cupiúba Goupia glabra 1.150,00 Faveiro ferro Dinizia excelsa 1.050,00 Garapeira Apuleia molaris 1.043,75 Jatobá Hymenaea courbaril 1.157,51 Muiracatiara Astronium sp. 1.023,70 Fava-orelha-de-macaco Enterolobium schomburgkii 900,00 Peroba mica Aspidosperma sp. 1.350,00 Sucupira Bowdichia sp. 1.083,33 Tauari Couratari sp. 924,05 Principais espécies de baixo valor econômico Cedro marinheiro Guarea sp. 757,50 Faveira Parkia sp. 750,00 Marupá Simarouba amara 700,00 Paricá Schizolobium amazonicum 650,00 Sumaúma Ceiba pentandra 800,00

Tabela 15. Preços médios de madeira serrada, por classe de valor econômico, em Cotriguaçu, 2009-10.

Ano Alto valor econômico (R$/m3)

Médio valor econômico (R$/m3)

Baixo valor econômico (R$/m3)

Média (R$/m3)

2010 1.555,71 1.047,55 731,5 1.111,58

Mercado da produção processada. A produção de madeira de Cotriguaçu segue dois principais destinos: nacional e de exportação. Embora 16% é considerada como destino local (Figura 15), observa-se que esta produção é proveniente de serrarias que vendem o produto serrado para beneficiadoras locais e estas, por sua vez, destinam o produto para outros estados brasileiros ou mesmo exportação. A grande maioria da madeira processada em Cotriguaçu é destinada para o mercado nacional (74%). Dentre as regiões, ganha destaque o sudeste e sul do país (Figura 16A). Na região sudeste, em especial, SP e RJ são os maiores compradores (Figura 16B).

Figura 15. Destinos da produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e por estado da região Sudeste, 2009-10.

Figura 16. (A) Destinos da produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e, (BSudeste, 2009-10.

Origem dos empresários madeireiros.entrevistados são de origem sulista (Figura 1ocupação das terras agricultáveis porocupação com interesse voltado para a agropecuária, tornando produtores rurais, médios e grandes pecuaristas Figura 17. Região de origem dos proprietários das empresas de Cotriguaçu, 2009

16,5%

0%

20%

40%

60%

80%

Local

% d

o d

est

ino

da

ma

de

ira

pro

cess

sad

a

5,0%4,5%

Destinos por região do Brasil

Sudeste Sul Outros

7%

80%

20%

RS

SC

PR

A

produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e por estado da região Sudeste,

Destinos da produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e, (B) por estado da região

dos empresários madeireiros. Quanto aos proprietários das madeireiras, todos os entrevistados são de origem sulista (Figura 17). Parte da explicação para este fato está em virtude da

das terras agricultáveis por famílias do oeste paranaense que iniciaram o processo de ocupação com interesse voltado para a agropecuária, tornando a região tomada por mini e pequenos produtores rurais, médios e grandes pecuaristas (IBGE Cidades, 2005).

dos proprietários das empresas de Cotriguaçu, 2009-10.

74,3%

9,2%

Nacional Internacional

64,8%

Destinos por região do Brasil

31%

29%

16%

24%

Destinos região Sudeste

n=15

B

24

produção madeireira de Cotriguaçu por região do Brasil e por estado da região Sudeste,

por estado da região

Quanto aos proprietários das madeireiras, todos os ). Parte da explicação para este fato está em virtude da

iniciaram o processo de a região tomada por mini e pequenos

31%

Destinos região Sudeste

SP

RJ

MG

ES

25

Certificação Florestal. Nenhuma das madeireiras de Cotriguaçu possui certificação de cadeia de custódia - CoC, ocorrendo o mesmo para a certificação florestal de origem dos PMFS do município. Quando questionados sobre o interesse em buscar a certificação florestal, os entrevistados se manifestaram quanto ao mercado a ser atingido e, com isso, 33% disseram que não tem nenhum interesse (Figura 17), pois não mudaria a relação comercial que possuem. Em contrapartida, outros 33% disseram que o motivo de certificar o produto seria para atingir mercados internacionais, pois já existe uma pequena demanda de alguns compradores para que a madeira possua certificação de origem. Para atender alguns nichos do mercado nacional, alguns empresários estão se interessando em buscar certificação florestal (20%), e ainda, outros para atender mercado nacional e de exportação (13%) (Figura 18). Figura 18. Mercado de interesse como motivador da busca pela certificação florestal na percepção dos empresários de Cotriguaçu, 2009-10.

Embora a maioria dos entrevistados (66%) demonstre algum interesse em certificar os produtos florestais (CoC) ou a floresta (certificação de origem da madeira), ainda existem barreiras que dificultam o acesso das empresas a essa ferramenta de mercado. Com isso, foi questionado o tipo de apoio necessário para que os empresários de Cotriguaçu buscassem a certificação. O apoio deveria ser voltado para as questões técnicas, financeiras e burocráticas do processo de certificação (Figura 19). A maioria dos entrevistados, 82%, acredita que, para obter a certificação, existem muitas despesas tanto para a adequação técnica, quanto relacionadas ao processo de certificação em si. Também acreditam que as informações e os procedimentos para certificar o empreendimento não são claros e são complicados. A valorização econômica do produto foi citada por 55% dos entrevistados como estímulo à certificação. Além disso, 18% disseram que o mercado precisa dar credibilidade para tais produtos e realmente comprá-los por esse diferencial. Figura 19. Tipo de apoio necessários para as empresas buscarem a certificação florestal na percepção dos empresários de Cotriguaçu, 2009-10.

.

33% 33%

20%

13%

0%

10%

20%

30%

40%

Nenhum Exportação Nacional Nacional e exportação

% d

e e

ntr

ev

ista

do

s

82%

55%

18%0%

20%

40%

60%

80%

100%

Incentivo técnico, financeiro e burocrático

Preço diferenciado Credibilidade

% d

e e

ntr

ev

ista

do

s

26

Opinião dos entrevistados sobre o setor florestal de Cotriguaçu e região. O maior desafio do setor florestal de Cotriguaçu, na visão dos entrevistados, relaciona-se com a morosidade na análise e liberação dos planos de manejo florestal. Os empresários acreditam que o órgão responsável pelo licenciamento da atividade é lento, ocorrendo perda do período de safra devido à falta de agilidade no cumprimento dos prazos pelo mesmo. Relacionado a isso, a perspectiva dos empresários sobre a perpetuidade do setor refere-se a quantidade de áreas para manejo madeireiro. Comentam que no prazo de 5-10 anos o setor estará bem definido e restarão no mercado apenas as empresas que possuem áreas manejadas ou parcerias estabelecidas para a exploração (Figura 20). Figura 20. Perspectivas e desafios do setor florestal de Cotriguaçu na visão dos empresários do setor, 2009-10.

A percepção dos entrevistados sobre o futuro da atividade não é muito positiva, pois acreditam que o setor esteja estagnado. E mesmo assim, a maioria ainda investe no setor florestal como opção de negócio (Figura 21). Há, entretanto, aumento dos investimentos dos empresários locais para a atividade de pecuária, o que pode constituir uma ameaça à conservação das florestas locais no longo prazo. Já os empresários que, além de possuírem uma empresa constituída, também possuem planos de manejo e fazem a exploração florestal, demonstraram uma percepção otimista do setor, pois a maioria pretende continuar no ramo (Figura 22). Figura 21. Setores econômicos que tem recebido investimentos de empresários do setor madeireiro de Cotriguaçu, 2009-10.

Figura 22. Percentagem de entrevistados que pretendem continuar com a atividade de exploração florestal.

53%

33%

27%

13%

0%

20%

40%

60%

Liberação de PMF Área própria Políticas Públicas Setor Estagnado

% d

e e

ntr

ev

ista

do

s

n=15

73%

53%

33%

Floresta Pecuária Outros (comércio e agricultura)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

% d

os

em

pre

sári

os n=15

67%

33%

Sim

Não

n=12

27

No entanto, tanto para estes empresários, como para aqueles que trabalham somente com a indústria, existem gargalhos na região que devem ser observados para que o setor florestal em Cotriguaçu se desenvolva (Figura 23). A grande maioria comenta que, para o sucesso da atividade florestal, tanto madeireira quanto de exploração, é preciso que as empresas trabalhem na legalidade tendo mais diálogo com os órgãos ambientais envolvidos (SEMA, IBAMA), além de melhor atuação quanto à fiscalização e licenciamento da atividade. Conjuntamente, políticas públicas voltadas à gestão do município são citadas para a geração de empregos, educação, e outras melhorias locais. Um elemento que mereceu atenção especial foi a questão de infraestrutura de transporte, de forma que uma diminuição dos custos de frete, em sua opinião, poderia estimular o desenvolvimento da indústria local. Figura 23. Prioridades locais para o desenvolvimento do setor florestal de Cotriguaçu e região na percepção dos empresários de Cotriguaçu, 2009-10.

A maioria dos empresários do setor florestal de Cotriguaçu acredita que a melhor forma de se manter as florestas da região conservadas é através do manejo florestal (Figura 23). Mas esta atividade deve estar devidamente licenciada, por isso comentam que os planos de manejo florestal devem ser analisados e licenciados com mais rapidez pela SEMA-MT. Paralelamente a esta atividade, acreditam que um pagamento como forma de compensação por manter a floresta em pé deve ser dado a aqueles que estão conservando, incluindo assim, na discussão, o Pagamento pelo Serviço Ambiental - PSA. E, como visto na Figura 20, devido às perspectivas de que em um futuro próximo falte área para manejo, os empresários (21%) dizem que os assentamentos rurais do município e a Terra Indígena do Escondido devem ser licenciadas para a atividade de manejo florestal, diminuindo a pressão sobre essas áreas, fornecendo matéria-prima para o setor madeireiro e evitando que os colonos continuem desmatando nos assentamentos rurais. Figura 24. Prioridades para a conservação das florestas da região noroeste do Mato Grosso na percepção dos empresários de Cotriguaçu, 2009-10.

60%

40%

33%

27% 27%

13%

0%

20%

40%

60%

Melhor atuação dos órgão ambientais

Políticas Públicas Transporte Área para PMF Incentivos Fiscais Mão-de-obra qualificada

% d

os

en

tre

vis

tad

os

Setores relacionados com o desenvolvimento florestal de Cotriguaçu

36%

21% 21% 21%

14%

0%

10%

20%

30%

40%

Manejo Florestal Liberação de PMF PSA Liberação de áreas (TI e Assentamento)

Política Pública direcionada

28

DEMANDA ATUAL E ESTIMATIVA DA DEMANDA FUTURA POR PRODUTOS MADEIREIROS DE COTRIGUAÇU Vimos na seção anterior que o setor florestal de Cotriguaçu é fundamental para a geração de empregos e renda no município, mas que existe uma crescente preocupação dos empresários sobre a sustentabilidade da exploração local. Ao mesmo tempo, há evidências de que uma parte significativa destes empresários está investindo em outras atividades de uso da terra que implicam na conversão destas terras a agropecuária. A pergunta que buscamos responder nesta seção é: levando-se em consideração a atual cobertura florestal de Cotriguaçu, ainda há tempo para a sustentabilidade da indústria local com base no manejo florestal? Capacidade instalada na indústria. Levantamos através de entrevistas com empresários a evolução da produção de madeira em Cotriguaçu nos últimos três anos. Segundo estas estimativas, a capacidade instalada no município vem crescentemente sendo menos utilizada neste período. A principal razão aferida para este fato é a crescente escassez de áreas licenciadas para manejo florestal. Em 2010, estimamos que cerca de 50% da capacidade instalada de Cotriguaçu está sendo utilizada (Tabela 16). Tabela 16. Capacidade média geral e por tipo de empresa de consumo e produção (em %) atingida nos últimos três anos nas empresas madeireiras de Cotriguaçu.

Ou seja, a capacidade instalada de consumo de madeira em tora das empresas que compõem o polo madeireiro de Cotriguaçu é da ordem de 209 mil metros cúbicos anuais (Tabela 17). Tabela 17. Capacidade instalada média de consumo e produção (em m3) das empresas madeireiras de Cotriguaçu.

Tipo de empresa Capacidade Consumo (m3/ano) Capacidade Produção (m3/ano)

1 Serra Fita 32.341,67 14.553,75

Laminadora 39.270,00 14.696,73

Beneficiadora 137.484,43 31.190,84

Total 209.096,09 60.441,32

Se considerarmos que toda esta produção pudesse ser originada através de manejo florestal, seria necessária uma área de aproximadamente 330 mil hectares de florestas manejadas de forma permanente, considerando ciclos de corte de 25 anos e uma volumetria média explorada de 20 m3/ha. Esta área representa uma estimativa conservadora, considerando ainda 20% da área total reservada para áreas de preservação permanente e reservas de proteção absoluta, requisito básico da certificação florestal. Se a produção de Cotriguaçu sofresse um aumento de 10% em função de um aumento da demanda por madeira oriunda de origem legal/sustentável, esta área seria estimada em 360 mil hectares (Tabela 18).

Tipo de empresa Capacidade % 2008 Capacidade % 2009 Capacidade % 2010

1 Serra Fita 80 67 68

Laminadora 70 60 50

Beneficiadora 69 58 49

Capacidade média geral por ano 70% 60% 52%

29

Tabela 18. Simulação da demanda por áreas manejadas em função da atual capacidade instalada e de um aumento de 10% da demanda por madeira nas empresas madeireiras de Cotriguaçu.

Item Demanda atual Aumento de 10% na demanda

por madeira

Demanda total atual 209.096,09 230.005,699

Área efetivo manejo 261.370,11 287.507,12

Área preservada (20% do total) 65.000,00 71.000,0

Área total 326.370,11 358.507,12

Disponibilidade de áreas privadas florestais em Cotriguaçu. Se considerarmos que as áreas públicas e os assentamentos de Cotriguaçu não possuem potencial para manejo florestal8, segundo dados compilados pelo ICV, temos um total de aproximadamente 382 mil hectares de florestas privadas não degradadas no município (Tabela 19), que seriam suficientes para sustentar a produção local e até mesmo um aumento da demanda pela produção local em 10% da capacidade atual. Na verdade, mantendo as demais condições constantes, um cálculo linear mostra que, se toda esta área pudesse ser convertida para o bom manejo florestal, seria suficiente para comportar a indústria local com um aumento de 17% da produção em relação à capacidade instalada atual. Uma estimativa grosseira é de que esta área manejada, baseada nas médias de geração de empregos por empresa, poderiam gerar 1500 empregos permanentes e 4500 diretos e indiretos na indústria e exploração florestal9. Para fins de comparação, existem apenas 4200 postos de população economicamente ativa no município atualmente. A capacidade de suporte local, considerando também índices médios e a totalidade da capacidade instalada sendo utilizada, seria, neste cenário, de 24 empresas. Tabela 19. Trajetória de uso do solo em propriedades privadas em Cotriguaçu (Fonte: ICV, a partir de dados do Imazon).

Categorias Área (ha) % Área

Água 11.778 2%

Desmatamento antigo 40.823 8%

Desmatamento de floresta degradada 4.730 1%

Desmatamento de floresta primária 81.074 15%

Desmatamento de floresta secundária 1 0%

Floresta degradada 7.020 1%

Floresta não degradada 381.954 72%

Floresta secundaria 10 0%

Total 527.391 100%

8 Os assentamentos, por se apresentar em evoluído estado de degradação, e as Terras Indígenas por haver um entendimento legal atual de que o manejo florestal nestas áreas para fins comerciais não é permitido.

9 Tais estimativas devem ser vistas com cautela. Consideramos, para fins de simplificação, a mesma relação média entre o consumo de madeira em tora e o número de empregos diretos gerados existentes atualmente. Entretanto, é de se esperar que um suposto aumento da utilização da capacidade instalada das empresas não provoque um aumento de empregos de forma linear a esta relação.

30

DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE ADOÇÃO DO MANEJO FLORESTAL EM COTRIGUAÇU Dentre 12 PMFS licenciados e aprovados no município de Cotriguaçu na época da visita de campo (setembro 2010), nove foram visitados. As avaliações de campo que subsidiaram este trabalho estão distribuídas em áreas de UPAs 2009 já exploradas (33%), UPAs 2010 sendo exploradas (56%) e UPA 2009/2010 (11% de UPA teve início exploração ano passado e que estão finalizando em 2010) (Figura 25). Desta forma, foi possível avaliarmos diferentes atividades de execução da exploração madeireira, uma vez que as atividades de corte, arraste e transporte estavam ocorrendo no período das visitas (Figura 26). Figura 25. Identificação das UPAs conforme atividades em andamento nas mesmas na época da visita aos PMFS de Cotriguaçu, setembro de 2010.

Figura 26. Atividades exploratórias já conduzidas e sendo conduzidas nas UPAs na época da visita aos PMFS de Cotriguaçu, setembro de 2010.

Avaliação da qualidade do manejo florestal. Foram mensurados cada um dos temas importantes para a implementação do manejo florestal, composto por: (i) qualidade do planejamento da exploração e do macroplanejamento do uso florestal; (ii) qualidade das infraestruturas e estruturas de drenagem (estradas, pátios, pontes, bueiros, etc.); (iii) qualidade e técnicas utilizadas nas operações de corte; (iv) qualidade e técnicas utilizadas na operação de arraste; (v) qualidade dos sistema de rastreabilidade mínima da produção da empresa; (vi) desperdícios e danos decorrentes da exploração; (vii) aspectos sociais da empresa, como política de remuneração, qualidade do acampamento, jornada de trabalho e sinalização das operações. Tais temas receberam, conforme discutiremos adiante, para uma classificação dos empreendimentos visitados, uma pontuação relativa a seu desempenho em cada um

33%

11%

56%

UPAs 2009

UPA 2009/2010

UPA 2010

n=9

11%

22%

67%

Corte e Arraste

Corte, Arraste e Transporte

Todas

n=9

31

destes quesitos. Nesta parte inicial desta seção, descreveremos os principais problemas e aspectos gerais dos temas avaliados. Planejamento. No geral, precário, com escassa utilização de mapas na exploração. Informações sobre macroplanejamento/zoneamento consideradas importantes na elaboração de um PMFS e de um POA não são utilizadas. As ferramentas de planejamento das operações de campo ficam a cargo de empresas terceirizadas que, por sua vez, em poucos casos são acompanhadas pelos engenheiros florestais que escreveram os PMFS. A fragilidade das atividades de pré-planejamento e planejamento limita o desempenho dos Planos de Manejo a um patamar regular (Figuras 27 e 28). Figura 27. Avaliação da qualidade das informações do macroplanejamento florestal dos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Figura 28. Avaliação da qualidade do planejamento para da exploração, escolha dos sistemas silviculturais e descrição das atividades do PMF e POAS (safra 2009-10).

Infraestruturas. Há bons investimentos na qualidade das estradas principais e de acesso. Os bueiros necessitam de adequação. As estradas secundárias oscilam entre regulares a boas (Figura 29), apresentando em alguns casos bom desenho, poucos danos à vegetação lateral e largura dentro de padrões aceitáveis. Mas há, também, situações precárias em virtude das condições locais de solos e construção sem equipamentos adequados, apresentando profundidade excessiva e excesso de solo nas laterais. Há uma preocupação exacerbada quanto ao tamanho dos pátios. Em geral, por várias razões, os mesmo são subdimensionados (409 m2 em média, d.p. de 149 m2), irregulares, com tocos de exploração e árvores inteiras nos pátios, construídos na confluência de duas estradas, etc. Nitidamente não há um padrão na construção dessas infraestruturas. Os gerentes revelaram que a construção de pátios sofre

0%

28,6%

71,4%

0%

20%

40%

60%

80%

Bom Regular Ruim

% d

e P

MF

Qualidade das informações do macroplanejamento

n=7

20%

80%

0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Bom Regular Ruim

% d

e P

MF

Qualidade do planejamento

n=5

32

influência de agentes de órgãos fiscalizadores, que provocam receios da construção de pátios maiores (tipicamente, recomendados em 500m2). Figura 29. Avaliação da qualidade das infraestruturas florestais nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Rastreabilidade. Em geral, suficiente (Figura 30). Árvores e toras continham placas, marcação com giz de cera e demais informações necessárias à manutenção da rastreabilidade das toras. É feito o romaneio das toras ainda no pátio da floresta. Figura 30. Avaliação da qualidade do romaneio e rastreabilidade da tora nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Corte. Os danos às árvores remanescentes e matrizes na floresta durante o corte estão além do tolerável. Em grande parte isso se deve a ausência do uso completo das técnicas de corte, ausência do uso de cunha, e em algumas poucas situações a presença de cipós. O corte de cipós, quando realizado, acontece no momento da derruba, o que não garante os efeitos benéficos dessa atividade. Apesar de alguns entrevistados afirmarem que faziam teste do oco antes da derruba, a equipe não o presenciou ou viu tais sinais nas árvores ou toras. De fato, há grande quantidade de árvores ocas derrubadas. Há presença de EPI nas motosserras, mas o mesmo não acontece com a presença e uso de EPI pelos ajudantes e operadores de corte. Os tocos de árvores derrubadas avaliados são, em média, regulares, com uma altura média de 46 cm do solo (Tabela 20), acima da altura média recomendável para minimizar os desperdícios e evitar rachaduras em toras de certas espécies.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Bueiros Est. Acesso Ponte Est Secundária Est Principal

% d

os

em

pre

en

dim

en

tos

Tipo de infraestrutura

RUIM REGULAR BOM

86%

14% 0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Bom Regular Ruim

% d

e P

MF

Qualidade do romaneio e mecanismos de rastreabilidade da tora

n=7

33

Tabela 20. Qualidade dos tocos de árvores cortadas avaliados, média de altura e desvio padrão da estimativa nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Desempenho/ qualidade

% por qualidade do toco (n=70)

Média de Altura dos tocos (cm) (n=58)

Desvio padrão da média de altura (cm) (n=58)

Bom 22,9% 36,0 17,4

Regular 52,9% 40,9 16,5

Ruim 24,3% 68,0 20,9

Média Geral - 46,62 21,82

Arraste. Os equipamentos utilizados pra o arraste de toras são em geral apropriados com o porte dos empreendimentos e os volumes extraídos (Figura 31, ver seção seguinte para uma descrição dos equipamentos florestais). Na maioria dos casos utilizam trator agrícola adaptado com guincho e torre pra elevar a cabeça das toras. Os ramais de arraste oscilam de qualidade regular a boa (Figura 32). Apesar da largura e dos danos serem toleráveis, não há uma atividade específica de planejamento dos ramais. Figura 31. Relação de equipamentos adequados para a operação de arraste de toras nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Figura 32. Avaliação da qualidade dos ramais de arraste de toras nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Sinalização. A qualidade da sinalização nas unidades de manejo é precária (Figura 33). A placa informativa do Plano de Manejo é a única sinalização comum. Há escassez de placas nas estradas principais, estradas de acesso e para as demais atividades que acontecem dentro das áreas de manejo.

83%

17%

Sim Não

n=6

30%

40%

30%

0%

20%

40%

60%

Bom Regular Ruim

% d

e P

MF

Qualidade dos ramais de arraste

n=10

34

Figura 33. Avaliação da qualidade sinalização local nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Acampamentos. Os acampamentos são, em geral, de qualidade regular (Figura 34), sendo pequenos e com infraestruturas básicas para atender as necessidades dos trabalhadores. Seriam precisos adequações nos acampamentos caso haja o interesse dos empreendimentos em atingir eventualmente a certificação florestal (i.e., adequação com os requerimentos da NR 31). Figura 34. Avaliação da qualidade dos acampamentos florestais nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Desperdícios de madeira. Há desperdícios grandes através de tocos altos, traçamentos inadequados e árvores esquecidas. Há o corte de muitas árvores ocas, que apresentam baixo aproveitamento na indústria. Conforme discutimos anteriormente, os danos provocados no corte são excessivos, mas os provocados pelo arraste, toleráveis.

Outros. Nenhum cruzamento de APP foi notado durante os caminhamentos. Em apenas uma situação observamos uma copa dentro da área de preservação, provavelmente pela ausência de corte direcionado da árvore.

Avaliação geral da implementação de manejo florestal. Para fazer uma avaliação geral do manejo florestal em Cotriguaçu, criamos um índice que mensura cada um dos temas importantes para sua implementação, composto pelos itens acima descritos. Cada um destes temas recebeu uma pontuação variando de 1 (ruim) a 3 (bom), de forma que a pontuação máxima geral de uma dada empresa é 21 pontos e a mínima, 7.

Em média, as empresas avaliadas alcançaram uma pontuação de 13,8, de forma que há vários pontos cruciais para melhoria. Embora isto retire a possibilidade de dizer que o manejo florestal sendo praticado em Cotriguaçu é ruim, podemos concluir que as práticas executadas são, no mínimo, insuficientes. Apenas duas empresas marcaram uma pontuação acima de 14, que seria o ponto médio entre a pontuação mínima e máxima (Figura 35). A Tabela 21 apresenta a pontuação de cada empresa em cada um dos quesitos avaliados em campo.

22,2% 0%

77,8%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Bom Regular Ruim

% d

e P

MF

Qualidade da sinalização local

n=9

44%

33%

22%

0%

20%

40%

60%

Bom Regular Ruim

% d

e P

MF

Qualidade acampamento florestal

n=9

35

Figura 35. Pontuação das empresas envolvidas na avaliação das práticas de manejo em campo nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Tabela 21. Qualidade dos tocos de árvores cortadas avaliados, média de altura e desvio padrão da estimativa nos PMFS de Cotriguaçu (safra 2009-10).

QO Planejamento Infraestrutura Derruba Arraste Rastreabili-

dade Desperdícios e

danos Asp. Sociais

Índice Desempenho

A 1 1 2 2 3 3 1 13

B 2 3 2 1 2 2 2 14

C 1 1 1 1 2 1 3 10

D 1 2 2 2 3 3 3 16

E 1 3 2 1 3 2 2 14

F 2 2 1 1 2 2 2 12

G 1 2 1 2 3 2 1 12

H 1 2 1 3 3 2 2 14

I 1 3 3 3 3 3 3 19

Nota de precaução: O que representa a pontuação geral de desempenho apresentada neste trabalho em relação ao potencial para a certificação florestal? O método desenvolvido neste trabalho tem a intenção de diagnosticar de forma expedita os principais gargalos e problemas na implementação do manejo florestal. Isto significa que, por exemplo, um empreendimento que obtivesse 21 pontos estaria em condições mínimas de implementação de manejo que o colocasse em situação de ser passível de certificação nos itens técnicos e ambientais com poucas ações corretivas requisitadas. Entretanto, não avaliamos neste trabalho com a devida profundidade itens trabalhistas, legais, formais (e.g., documentação e conteúdo dos planos de manejo e POAs), ecológicos (i.e., existência de reserva absoluta e de identificação de florestas com alto valor de conservação, além de um plano de mitigação dos impactos ambientais da exploração) e sociais importantes que poderiam impedir o empreendimento de ser certificado. Claramente, itens como aprimoramentos nos sistemas de rastreabilidade, qualidade do acampamento e sinalização necessitariam de grandes melhorias para atingir os requerimentos típicos da certificação. Além disso, é importante registrar que a inexistência de área florestal suficiente para completar o ciclo de corte em todas as empresas avaliadas é uma barreira à certificação. O desempenho mensurado neste trabalho representa, desta forma, apenas os principais aspectos operacionais importantes nesta direção.

1314

10

16

14

12 12

14

19

0

7

14

21

A B C D E F G H I

Po

ntu

açã

o

Empresa

n = 9

Nível ideal

Nível mínimo

36

VARIÁVEIS ECONÔMICAS E SIMULAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA TÍPICOS DE UM EMPREENDIMENTO FLORESTAL DE COTRIGUAÇU

A TÍPICA EMPRESA FLORESTAL DE COTRIGUAÇU

Para a simulação dos fluxos de caixa, e posterior estimativa dos valores presente líquidos e taxas internas de retorno das operações florestais de Cotriguaçu, adotamos, com base nos questionários conduzidos com os gerentes das operações de campo, a configuração típica das empresas de Cotriguaçu. Isto equivale a dizer que existe no universo de extratores de madeira local empresas mais ou menos eficientes. Primeiro, apresentamos na Tabela 22 os principais percentuais de execução de atividades e rendimentos médios das operações florestais do município. Tabela 22. Percentual de execução, equipamentos utilizados e produtividades reportadas de empreendimentos florestais típicos de Cotriguaçu (safra 2009-10).

ITENS/OPERAÇÕES Valor Unidade

Inventário e delimitação

Realizado por terceiros ao detentor do PMF (geralmente equipe do eng. florestal) 71,4% %

Sistema convencional (X e Y) 100,0% %

Equipamentos

GPS 100,0% %

Bússolas 66,7% %

Teodolitos 100,0% %

Produtividade 15,0 ha/dia

Corte de cipós

EMF que fazem o corte 1 ano antes da exploração 14,3% %

Planejamento de estradas e infraestruturas

EMF que o realiza com sua própria equipe 87,5% %

Utilização de mapas no planejamento 66,7% %

Produtividade média 925,0 m/dia

Construção de estradas

EMF que o realiza com sua própria equipe 62,5% %

Sistema básico: tratores de esteiras 85,7% %

Produtividade 758,0 m/dia

Planejamento de arraste

EMF que o realiza com sua própria equipe 85,7% %

EMFs que não utilizam mapas durante o planejamento 60,0% %

Produtividade 27,5 árvores/dia

Corte

EMF que o realiza com sua própria equipe 62,5% %

EMF que realizam o traçamento junto ao corte 85,7% %

Uso de cunhas 14,3% %

Equipe básica 1+1 -

# médio motosserras por EMF 2,7 unidade

Produtividade 19,3 árvores/dia

Arraste

EMF que o realiza com sua própria equipe 62,5% %

37

ITENS/OPERAÇÕES Valor Unidade

EMF que utilizam giricos adaptados 57,1% %

Equipe básica 1+1

Produtividades

Girico 66,4 m3/dia

Skidder 99,2 m3/dia

Transporte

Próprio 42,9% %

Terceirizado 42,9% %

Ambos 14,3% %

Segundo, temos, nas Tabelas 23 e 24, as duas configurações típicas das empresas extratoras de madeira de Cotriguaçu no que se refere aos equipamentos utilizados na extração florestal. Cerca de 53% das empresas visitadas possuíam um trator girico adaptado para o arraste florestal, e os demais 47% um trator florestal skidder. Ambas as configurações serão consideradas na simulação do fluxo de caixa de empresas florestais em Cotriguaçu. Foi reportado, em média, 2,7 caminhões de transporte de madeira por empresa florestal do município, muito embora os volumes explorados (média de 12 mil m3/ano) não demandariam de fato tal investimento. Entretanto, os rendimentos de operações reportados em Cotriguaçu têm sido baixos em comparação a outros empreendimentos florestais da Amazônia e optamos por manter tal configuração. Algumas empresas têm também reportado a aluguel de motoniveladoras para a manutenção de estradas locais, mas não consideramos tais custos por se tratar de uma porção menor das empresas. Investimentos em equipamentos de exploração encontrados, portanto, variam entre R$ 940 k – R$ 1.120 k. Tabela 23. Equipamentos típicos utilizados na exploração florestal em 53% dos empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Equipamento Qtidade Propriedade Marca típica Idade Valor aferido

Trator esteiras 1 Detentor CAT/Komatsu - 170.000,00

Girico 1 Detentor Valmet - 115.000,00

Carregadeira 1 1 Detentor CAT/Case 33% > 20 anos 113.333,33

Caminhão 3 Detentor Scania-Volvo/Mercedes 53% < 10 anos 166.666,67

Camionete (ou carro apoio)

1 Detentor Bandeirantes 50% novas, 50% até 20 anos 36.000,00

Motosserras 3 Detentor Stihl - 2.150,00

Valor capital 940.783,33

Tabela 24. Equipamentos típicos utilizados na exploração florestal em 47% dos empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Equipamento Qtidade Propriedade Marca típica Idade Valor aferido

Trator esteiras 1 Detentor CAT/Komatsu - 170.000,00

Trator skidder 1 Detentor Muller 40% < 10 anos 300.000,00

Carregadeira 1 1 Detentor CAT/Case 33% > 20 anos 113.333,33

Caminhão 3 Detentor Scania-Volvo/Mercedes 53% < 10 anos 166.666,67

Camionete (ou carro apoio)

1 Detentor Bandeirantes 50% novas, 50% até 20 anos 36.000,00

Motosserras 3 Detentor Stihl - 2.150,00

Valor capital 1.125.783,33

38

Terceiro, consideramos a equipe típica utilizada por uma empresa de extração florestal. As empresas amostradas reportaram uma quantidade de trabalhadores entre 8-15 pessoas. Adotamos a configuração típica encontrada, de dez trabalhadores de exploração, coordenados por um gerente de campo (Tabela 25). Cerca de 31% dos trabalhadores da exploração foram declarados pelos entrevistados como terceirizados. Nenhum dos entrevistados reportou, adicionalmente, funcionários trabalhando sem carteira assinada. Para os cálculos dos custos finais, adicionamos um percentual de 36% sobre os salários registrados referentes a impostos e encargos trabalhistas.

Tabela 25. Equipe típica utilizada na exploração florestal dos empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Equipe média # funcionários Salários Médios

(R$/mês)

Cozinheiro 1 790,0

Ajudante corte 1 940,0

Ajudante arraste 1 990,0

Motosserrista 2 1.500,0

Operador máquina 2 1.564,0

Motorista (caminhão) 2 1.560,0

Gerente campo 1 1.800,0

Outros 3 1.304,1

Média Geral 10 915,4

Treinamento. A maioria dos treinamentos oferecidos aos funcionários de campo podem ser classificados como orientações dadas por engenheiros e outros profissionais em aspectos gerais de segurança e saúde no trabalho. Em 2009-10, empresários locais contrataram serviços de treinamento operacional a alguns trabalhadores de campo, mas declararam que estes treinamentos não foram capazes de aprimorar os trabalhadores no que se refere a implementação operacional das práticas de manejo florestal. Finalmente, apresentamos outros índices importantes para a construção dos fluxos de caixa, levantados através de entrevistas com os gerentes de exploração, na Tabela 26. Tabela 26. Índices econômicos levantados em entrevistas com gerentes da exploração florestal nos empreendimentos de extração de Cotriguaçu (safra 2009-10).

Item Valor Unidade

Área do PMFS 2.333,71 hectare

Área dos POA 777,90 hectare

Área Anual sob efetivo MF 569,15 hectare

# de POAs previstos 3,0 -

Intensidade de exploração 21,20 m3/ hectare

Produção anual 12.065,95 m3

Custo da terra (com floresta) 2.008,33 R$/alqueire (2,42 hectares)

Custo da confecção do POA 129,37 R$/ hectare

Custo de transporte até o pátio da serraria 29,63 R$/m3

Jornada de trabalho diária 8,57 h/dia

Jornada de trabalho semanal 47,135 h/semana

Valor da madeira em tora no pátio da serraria 166,50 R$/m3

Custo do óleo diesel 2,42 R$/l

39

Item Valor Unidade

Custo da gasolina 3,28 R$/l

COMPILAÇÃO DAS ESTATÍSTICAS DO SIMLAM - MT

Para a simulação dos fluxos de caixa de empreendimentos de manejo florestal típicos de Cotriguaçu, consideramos também as estatísticas geradas para os Planos de Manejo Florestal cadastrado no Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental da SEMA de Mato Grosso – SIMLAM. Os dados do SIMLAM acusam os seguintes fatos, compilados e redigidos abaixo pelo ICV:

� Existem atualmente em Cotriguaçu 36 Planos de Manejo Florestal cadastrados no SIMLAM, localizados em 31 propriedades rurais10. Esses PMFS cobrem uma área total de 41 mil hectares, o que representa cerca de 10% da área total potencial para PMFS no município (i.e., áreas cadastradas e não cadastradas no SIMLAM, conforme discutido anteriormente neste relatório), avaliada em 399 mil hectares;

� A área média de PMFS cadastrados por propriedade é de 1.324 hectares. Na maioria dos casos (22/31 PMFS, respondendo por 72% da área total de PMFS cadastrados), a área de PMFS na propriedade está entre 500 e 2500 hectares. Existem sete propriedades com PMFS menores que 500 hectares, e duas propriedades com PMFS acima de 2500 hectares, sendo que o maior tem seis mil hectares (ver Tabela 27);

� Há um total de 42 unidades de produção anual (UPA) cadastradas, com uma área total de 25 mil hectares e uma área média de 595 hectares;

� Em sua grande maioria, os PMFS existentes são de tamanho reduzido e são explorados em menos de três anos. Essa situação está relacionada ao alto custo de elaboração e às dificuldades para a aprovação dos PMFS pela SEMA. Esta situação leva os empresários a uma incerteza em relação ao aprovisionamento de suas indústrias em médio prazo, o que prejudica a sustentabilidade de seus negócios. Por esse motivo, deve ser buscada a aprovação de PMFS maiores que darão sustentação mais longa à atividade de MFS no município, e os números acima deverão ser monitorados como indicadores de sustentabilidade desse setor.

Tabela 27. Síntese da quantidade e área dos Planos de Manejo Florestal cadastrados no SIMLAM de Mato Grosso para o município de Cotriguaçu, 2009-2010.

Classe de tamanho (hectares)

# de propriedades rurais cadastradas

Área total dos PMFS (ha)

Área média dos PMFS (ha)

Participação relativa dos PMFS

na área total cadastrada

< 500 7 1.701 243 4%

500 - 2500 22 29.466 1.339 72%

2500 - 5000 1 3.789 3.789 9%

> 5000 1 6.097 6.097 15%

Média Geral 31 41.053 1.324 100%

10 É importante notar que algumas propriedades abrigam mais de um PMFS cadastrado.

40

O CÁLCULO DE CUSTOS OPERACIONAIS DE EMPRESAS FLORESTAIS TÍPICAS DE COTRIGUAÇU

Utilizamos o software RILSIM (Reduced Impact Logging Simulator, v. 2.00, desenvolvido com o apoio da USAID e USDA Forest Service, ver página eletrônica http://www.blueoxforestry.com/) para o cálculo dos custos operacionais e cronograma de execução das empresas florestais típicas de Cotriguaçu. O RILSIM é um programa de gerenciamento financeiro das operações florestais e funciona como uma calculadora levando-se em consideração os custos, rendimentos, equipes e demais variáveis operacionais. Utilizamos este programa neste trabalho para gerar os custos de cada operação dos PMFS de Cotriguaçu, que foram posteriormente alimentados nas simulações de fluxo de caixa. Desta forma, temos, primeiramente, como resultados da primeira simulação (empresas com tratores skidder), o seguinte cronograma de execução e custos operacionais (considerando POAs médios levantados em entrevistas e equivalentes a 569,15 ha):

E, para a segunda simulação, considerando os custos de empresas que operam o arraste com girico (POAs de 569,15 ha):

Em seguida, refizemos as mesmas simulações para um tamanho de POA médio encontrado no SIMLAM (595 hectares), apesar na notável semelhança com a área média obtida através de entrevistas, de forma a explorar durante as simulações de fluxo de caixa a maior diversidade possível de situações. Temos, desta forma, para empreendimentos florestais equipados com tratores skidder:

41

E, para empreendimentos florestais equipados com tratores agrícolas adaptados:

Algumas ressalvas são importantes. Não conseguimos coletar durante os levantamentos de campo bons dados relativos à manutenção e depreciação de equipamentos, além de alguns índices médios de infraestruturas e volumetria, de forma que tivemos de assumir alguns destes índices ou utilizar dados levantados em um experimento sobre os custos e benefícios do manejo florestal conduzido no CMF Roberto Bauch (Paragominas, Pará), em 1996 (Holmes et al. 2002)11. A experiência do IFT com tais dados no CMF Roberto Bauch também ajudou a nortear estes índices médios. Teríamos desta forma, graficamente, as seguintes estruturas de custos operacionais em empreendimentos florestais operando com tratores skidder (Figura 36 A) e tratores giricos adaptados (Figura 36 B), considerando POAs médios cuja área foi levantada através de entrevistas (569,15 ha). O mesmo é válido para os POAs médios acusados através de dados do SIMLAM (Figuras 36 C e 36 D). As estruturas de custos calculadas pelo RILSIM equivalem a custos médios de R$ 23,5/m3 - R$ 23,6/m3 explorado no sistema skidder e R$ 25,2/m3 - R$ 25,4/m3 no sistema girico (excluindo o transporte até as empresas). Para fins de comparação, estes valores estão abaixo da média de custo de exploração reportados por empresários madeireiros e apresentados na primeira seção de resultados deste relatório, mas acima dos valores mínimos reportados pelos mesmos. 11 Alguns índices assumidos ou copiados, neste contexto, foram: (i) camionete (carro de apoio) e caminhão, vida útil de 6.000 horas e custos de manutenção de US$ 0,88/h (R$ 1,50/h), custo de combustível de R$ 4,34/h (camionete, assumindo 70 km/dia rodados, uso de 10 litros por dia) e R$ 20,16/h (caminhão, assumindo 140 km/dia corridos, ou 35 km em duas viagens de ida e volta, com o uso de 100 litros por dia); (ii) vida útil da carregadeira, skidder e girico iguais a 10.000 horas e custos de manutenção e reparos médios extraído de Holmes et al. (2002); (iii) motosserras com depreciação total de 19% (baseado em índice usado para a motosserra 051 no estudo de Holmes et al., 2002), custo de ferramentas de R$ 2,92/h e custo de manutenção de R$ 0,69/h; (iv) custos de materiais de apoio (material de cozinha, materiais para o planejamento de arraste, operações de pátio, entre outros), equivalentes aos custos encontrados pelo IFT no CMF Roberto Bauch; (v) custo com refeições por pessoa assumidos em R$ 5,50 por dia, baseado nos custos encontrados pelo IFT no CMF Roberto Bauch; (vi) volume médio por árvore de 4,5 m3, por escassez de informações locais consistentes sobre o assunto coletadas entre os diferentes informantes; (vii) área de infraestruturas (estradas secundárias e pátios) iguais a um talhão de exploração de impacto reduzido típico na Amazônia Oriental.

42

Figura 36. Estrutura dos custos operacionais estimados das empresas típicas de exploração florestal de Cotriguaçu (safra 2009-10).

A (Empresas com tratores skidder, POA médio de 569,15 ha) B (Empresas com tratores giricos, POA médio de 569,15 ha)

C (Empresas com tratores skidder, POA médio de 595 ha) D (Empresas com tratores giricos, POA médio de 595 ha)

O FLUXO DE CAIXA DE EMPRESAS FLORESTAIS TÍPICAS DE COTRIGUAÇU

Fluxos de caixa de empresas típicas realizando a exploração florestal na safra de 2009-10 são apresentados nas Tabelas 28 e 29. No tempo zero são incluídos os custos de investimento no projeto, destacando os custos de confecção e aprovação do PMFS/POA, investimentos em máquinas e veículos, compra das áreas florestais e o custo de construção do acampamento florestal. Assumimos este último custo em R$ 50.000, com custos de manutenção da estrutura do acampamento iguais a 10% do custo total ao ano. Os custos de investimento levam em consideração a vida útil dos equipamentos utilizados (vida útil das máquinas e equipamentos estimada em 8 safras e dos veículos em 5 safras). Desta forma os horizontes de ambos os fluxos levam em consideração a duração dos equipamentos (8 anos). Custos operacionais foram extraídos dos cálculos realizados com o software RILSIM, conforme discutimos no item anterior. Finalmente, na Tabela 30, simulamos um fluxo de caixa com um horizonte de planejamento de 25 anos, referente a um ciclo de manejo florestal, usando para isto custos típicos de uma operação com bom nível de implementação de manejo (extraídos de Holmes et al. 2002 e simulados através do RILSIM). A compra das terras florestais (19,5 mil hectares) é feita no ano zero, e consideramos custos de um acampamento florestal aprimorado em relação à situação atual. Para fins de simplificação, todas as simulações apresentadas consideram a estrutura de custos operacionais típicas de empreendimentos com POAs anuais de áreas médias equivalentes às levantadas através de entrevistas (569,15 ha). Existem sutis diferenças para as simulações realizadas com POAs de tamanho médio ao indicado pelo SIMLAM (595 hectares), conforme exploraremos adiante.

Planej. Infraestrutura;

775,82

Gerenciamento; 36.913,35

Construção est. pátios; 6.497,64

Corte; 59.133,79

Planej. arraste; 14.469,68

Arraste; 89.494,07

Operações pátio;

77.849,27

Transporte; 357.509,49

Planej. Infraestrutura;

775,82

Gerenciamento; 48.277,17

Construção est. pátios;

6.497,64

Corte; 59.133,79

Planej. arraste; 14.469,68

Arraste; 69.635,30

Operações pátio;

107.625,58

Transporte; 357.509,49

Planej. Infraestrutura;

810,98

Gerenciamento; 36.913,35

Construção est. pátios; 6.815,54

Corte; 61.756,54

Planej. arraste; 15.125,61

Arraste; 93.469,43

Operações pátio; 81.307,37

Transporte; 373.748,15

Planej. Infraestrutura;

810,98Gerenciamento

; 48.277,17

Construção est. pátios;

6.815,54

Corte; 61.756,66

Planej. arraste; 15.125,61

Arraste; 72.701,43

Operações pátio;

112.364,48

Transporte; 373.748,15

43

Tabela 28. Simulação 1 do fluxo de caixa de empresa florestal extratora de madeira típica de Cotriguaçu (arraste com trator skidder), safra de 2009-10. Horizonte de planejamento corresponde a vida útil estimada das máquinas do extrator (aproximadamente 8 safras).

Ano

Item 0 (início) 1 2 3 4 5 6 7 8

Investimentos

PMF/POA -301.912,06

-301.912,06

-201.274,71

Máquinas -1.125.783,33

Veículos

-536.000,00

Terra -1.936.722,14

-1.936.722,14

-1.291.148,09

Acampamento -50.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -50.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -50.000,00 -5.000,00

Custos operacionais

Planejamento Infraestruturas

-775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82

Gerenciamento

-36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35 -36.913,35

Construção estradas e pátios

-6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64

Corte

-59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79

Planejamento de arraste

-14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68

Arraste

-89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07 -89.494,07

Operações pátio

-77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27 -77.849,27

Transporte

-357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49

Receitas

2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41

Total -3.414.417,54 1.361.355,30 1.361.355,30 1.361.355,30 -922.278,91 1.361.355,30 825.355,30 -176.067,50 1.361.355,30

44

Tabela 29. Simulação 2 do fluxo de caixa de empresa florestal extratora de madeira típica de Cotriguaçu (arraste com trator girico adaptado), safra de 2009-10. Horizonte de planejamento corresponde a vida útil estimada das máquinas do extrator (aproximadamente 8 safras).

Ano

Item 0 (início) 1 2 3 4 5 6 7 8

Investimentos

PMF/POA -301.912,06

-301.912,06

-201.274,71

Máquinas -940.783,33

Veículos

-536.000,00

Terra -1.936.722,14

-1.936.722,14

-1.291.148,09

Acampamento -50.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -50.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -50.000,00 -5.000,00

Custos operacionais

Planejamento Infraestruturas

-775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82 -775,82

Gerenciamento

-48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17 -48.277,17

Construção estradas e pátios

-6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64 -6.497,64

Corte

-59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79 -59.133,79

Planejamento de arraste

-14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68 -14.469,68

Arraste

-69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30 -69.635,30

Operações pátio

-107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58 -107.625,58

Transporte

-357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49

Receitas

2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41

Total -3.229.417,54 1.340.073,94 1.340.073,94 1.340.073,94 -943.560,27 1.340.073,94 804.073,94 -197.348,86 1.340.073,94

45

Tabela 30. Simulação 3 do fluxo de caixa de suposta empresa florestal extratora de madeira que, com equipamentos típicos da região, apostaria em manejo florestal no longo prazo, incluindo compra de terras no ano 0. Horizonte de planejamento corresponde a um ciclo de corte, 25 anos.

Ano

Item 0 (início) 1 a 5 6 7 e 8 9 10 11 12 a 15

Investimentos

PMF/POA -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00

Máquinas -1.125.783,33

-589.783,33

Veículos

-536.000,00

-536.000,00

Terra -16.139.351,18

Acampamento -100.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00

Custo operacionais

Delimitação estradas

-580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01

Delimitação talhões

-5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02

Delimitação pátios

-337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52

Construção estradas

-4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06

Inventário

-11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63

Corte cipós

-3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88

Construção pátios

-4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95

Processamento dados

-2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61

Mapeamento

-4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44

Marcação árvores

-3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32

Delimitação trilhas

-6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23

Corte e traçamento

-14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48

Despesas acampamento

-39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30

Arraste

-31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00

Operações pátio

-31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93

Transporte

-357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49

Receitas

2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41

Total -17.453.262,52 1.389.886,54 853.886,54 1.389.886,54 800.103,21 1.389.886,54 853.886,54 1.389.886,54

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Continuação....

Ano

Item 16 17 18 a 20 21 22 a 24 25

Investimentos

PMF/POA -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00 -88.128,00

Máquinas

-589.783,33

-589.783,33

Veículos -536.000,00

-536.000,00

Terra

Acampamento -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00

Custo operacionais

Delimitação estradas -580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01 -580,01

Delimitação talhões -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02 -5.731,02

Delimitação pátios -337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52 -337,52

Construção estradas -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06 -4.186,06

Inventário -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63 -11.939,63

Corte cipós -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88 -3.330,88

Construção pátios -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95 -4.176,95

Processamento dados -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61 -2.363,61

Mapeamento -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44 -4.630,44

Marcação árvores -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32 -3.098,32

Delimitação trilhas -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23 -6.450,23

Corte e traçamento -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48 -14.333,48

Despesas acampamento -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30 -39.099,30

Arraste -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00 -31.722,00

Operações pátio -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93 -31.494,93

Transporte -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49 -357.509,49

Receitas 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41 2.008.998,41

Total 853.886,54 800.103,21 1.389.886,54 853.886,54 1.389.886,54 800.103,21

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Valores presentes líquidos e taxas internas de retorno. Finalmente, apresentamos, na Tabela 31, os valores presente líquidos (taxa de interesse de 12% ao ano) e as taxas internas de retorno encontradas para cada uma das três simulações apresentadas acima (com as suas simulações correspondentes em termos de utilização do tamanho médio de POA indicado pelo SIMLAM) e de uma quarta simulação efetuada, mas não apresentada em detalhes. Tabela 31. Estimativa do valor presente líquido e da taxa interna de retorno reportadas para as quatro simulações de fluxo de caixa efetuadas (tamanho médio de POA igual ao levantado em entrevistas e igual ao indicado através do SIMLAM).

ID Rótulo Descrição VPL

(taxa de 12% a.a.) TIR

1 SK 8 ET Horizonte de 8 anos (duração dos equipamentos), empresa equipada com trator skidder, POA de 569,15 hectares.

830.364,36 21,2%

2 SK 8 SL Horizonte de 8 anos (duração dos equipamentos), empresa equipada com trator skidder, POA de 595 hectares.

1.113.999,26 24,1%

3 GR 8 ET Horizonte de 8 anos (duração dos equipamentos), empresa equipada com trator girico, POA de 569,15 hectares.

901.151,74 22,6%

4 GR 8 SL Horizonte de 8 anos (duração dos equipamentos), empresa equipada com trator girico adaptado, POA de 595 hectares.

1.183.138,05 25,6%

5 EIR 1 ET Horizonte de 25 anos, empresa equipada com skidder (mesma área anual explorada), compra de terras no ano zero, POA de 569,15 hectares.

- 6.650.133,10 5,1%

6 EIR 1 SL Horizonte de 25 anos, empresa equipada com skidder (mesma área anual explorada), compra de terras no ano zero, POA de 595 hectares.

-6.173.705,65 5,7%

7 EIR 2 ET Horizonte de 25 anos, empresa equipada com skidder (mesma área anual explorada), compra de terras de forma gradual a cada 5 anos, POA de 569,15 hectares.

1.852.456,09 20,9%

8 EIR 2 SL Horizonte de 25 anos, empresa equipada com skidder (mesma área anual explorada), compra de terras de forma gradual a cada 5 anos, POA de 595 hectares.

2.328.883,55 22,9%

No cenário atual, o valor presente líquido dos empreendimentos florestais típicos de Cotriguaçu a uma taxa de juros de 12% estaria entre R$ 800.000 – R$ 1.200.000 dependendo do método, tecnologia adotada e tamanho dos POAs. Neste cenário, a taxa interna de retorno média estaria entre 21%-26%. Ao simularmos um suposto empreendimento florestal interessado em realizar a exploração bem planejada no longo prazo e que adquirisse as áreas florestais no ano zero, o VPL seria negativo no horizonte de 25 anos com a mesma taxa de interesse (- R$ 6,1 milhões - R$ 6,6 milhões), evidentemente devido às grandes despesas iniciais com a compra de terras. Entretanto, uma suposta empresa que aspirasse ao mesmo objetivo, mas que fosse adquirindo terras gradualmente (em lotes de 5 anos) conseguiria atingir a sustentabilidade com um VPL maior (R$ 1,8 milhão - R$ 2,3 milhões) e uma taxa interna de retorno semelhante às simulações iniciais (21%-23%).

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RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES RESUMO: O SETOR INDUSTRIAL MADEIREIRO DE COTRIGUAÇU

Cotriguaçu abriga 20 empresas que processam madeira em tora. O setor é composto, em sua maioria, por empresas de pequeno porte (consumo anual de madeira em tora entre 4.000 e 10.000 m3). O município possui capacidade de consumo de 209 milhões de m3/ano e rendimento médio de processamento de toras típico de outras regiões da Amazônia, entre 26% e 33%. Característico da região, a indústria madeireira é equipada com baixa tecnologia e com pouco aproveitamento dos resíduos industriais. Aliado a isso, a qualidade da exploração florestal faz com que toras de baixa qualidade, com presença de ocos e tortuosas, sejam abatidas, com baixo aproveitamento na indústria. O município arrecadou, em 2009, R$ 50.435.863,00 em receita bruta. Esse valor representa, aproximadamente, 10% da receita bruta que a região Noroeste do estado do Mato Grosso arrecada. Em 2010, a produção foi menor comparada ao ano anterior, sendo previsto que o setor arrecade R$ 32.855.811,72. De fato, nos últimos três anos, o polo de Cotriguaçu vem diminuindo sua produção, atingindo, em 2010, 52% da sua capacidade total instalada. A madeira que abastece o município é proveniente de PMFS de áreas particulares, localizadas, em sua grande maioria, dentro do próprio município. As estradas de acesso são consideradas boas, uma vez que são os próprios empresários fazem a manutenção das mesmas. O principal destino nacional da produção são os estados da região Sudeste, notadamente, São Paulo e Rio de Janeiro. No mercado de exportação a região asiática é sua maior compradora (Japão e China). O valor médio praticado pelas empresas para madeira serrada é R$ 1.555,71, sendo comercializadas desde espécies como ipê, cumaru, jatobá (alto e médio valor econômico) até espécies de lâmina, como sumaúma e paricá (baixo valor econômico). As empresas não possuem certificação de cadeia de custódia, tampouco da origem da madeira. No entanto, alguns empresários enxergam o mercado que podem atingir buscando a certificação, tanto para destino nacional como internacional. Os empresários do setor acreditam que Cotriguaçu possui potencial para manter a indústria florestal no município, mas acreditam que nem todos terão as mesmas oportunidades num futuro próximo (5-10 anos). Comentam que o setor será definido nesse tempo e que, apenas as empresas que possuem área para exploração ou parcerias, permanecerão ativas. Com essa perspectiva, alguns empresários buscam alternativas econômicas, investindo, principalmente, na pecuária bovina. Embora o município possua reservas florestais, como a TI Escondido e os PE Igarapé do Juruena e PN Juruena, o município está suscetível ao desmatamento, como vem ocorrendo dentro do PA Nova Cotriguaçu. Acreditam que o manejo florestal é a melhor opção para conservar as florestas do município. Mas acreditam que isso só ocorrerá se a SEMA-MT estiver preparada tecnicamente para atender os pedidos de licenciamento de PMFS. RESTRIÇÕES AO MANEJO FLORESTAL E RECOMENDAÇÕES PARA SUA MELHORIA EM COTRIGUAÇU

Quando discutimos as restrições ao manejo florestal, é preciso considerar três níveis hierárquicos determinados pelo poder de um empreendimento pontual em fazer melhorias. Desta forma, podemos definir restrições sistêmicas, estruturais e ao nível de companhia (individual). No nível sistêmico, temos barreiras ao manejo como o grau de burocracia no processo de licenciamento (altos custos de transação do manejo florestal), a política cambial desfavorável às exportações, ou os incentivos perversos para que a exploração ilegal se perpetue. Não há nada que os empreendimentos possam individualmente

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implementar neste nível para aprimorar. No nível estrutural existem ações que a empresa pode auxiliar, mas no geral também dependem do poder público. Entre tais ações estariam medias como a construção de uma estrada para o escoamento de produção, ou a melhoria de um porto que diminuísse embaraços em seu despacho. Outrossim, discutiremos mais detalhadamente as restrições ao nível da companhia, destacando: (i) Inexistência de áreas significativas sob PMFS que possam manter a produção no longo prazo. Em média, os PMFS visitados possuem um horizonte de uso que varia de 1-3 safras (POAs). Este é um cenário que não permite investimentos de longo prazo no manejo florestal e tampouco estimula a manutenção das áreas florestais exploradas no longo prazo. Ao mesmo tempo, há uma escassez de áreas privadas com florestas de boa qualidade que possam manter a produção municipal nos níveis atuais. Algumas esperanças existem, entretanto. Há evidências de que Cotriguaçu possua uma quantidade de áreas florestais não degradadas que possam sustentar a capacidade instalada da indústria local no longo prazo. Entretanto, há também evidências de que, para manter a sustentabilidade econômica do manejo florestal, os empreendimentos precisem adquirir tais áreas de forma gradativa, até que tenham uma quantidade de florestas suficientes para manter o manejo florestal no longo prazo. (ii) Escassez de ações de planejamento que permitam um melhor uso das florestas. Há duas escalas de atuação importantes neste item. Ao nível de empreendimento, o planejamento pré-exploratório e o uso de mapas na construção de infraestruturas e durante a exploração precisa ser incorporado aos sistemas atuais de exploração de forma a assegurar um melhor controle sobre o manejo. Ações de treinamento, além do apoio de técnicos e engenheiros florestais durante a exploração, podem ajudar neste sentido. Em seguida, há considerações ao nível municipal. Cotriguaçu vive um momento no qual, apesar de ainda haver disponibilidade de áreas florestais para manter a sustentabilidade da indústria local, diversos empresários estão também investindo em atividades relacionadas à conversão do uso da terra. Ações organizadas ao nível municipal são importantes para fomentar os empreendimentos (informação, treinamento, crédito) e planejar a evolução do setor florestal. É recomendável que o setor florestal e colaboradores locais de forma organizada possam fomentar o manejo florestal das empresas e monitorar a evolução do manejo no município. (iii) Limitação no nível de conhecimento técnico dos trabalhadores da exploração. É preciso iniciativas de treinamento e capacitação prática de trabalhadores (i.e., ajudantes, braçais e operadores) e gerentes de exploração para a execução do bom manejo. Tais medidas garantiriam uma melhoria gradativa do nível de manejo florestal em direção ao ideal. Também garantiria um efeito indireto de disseminação das boas práticas localmente, uma vez que trabalhadores de Cotriguaçu eventualmente seriam contratados em outros municípios. Finalmente, é preciso considerar com seriedade o papel de técnicos florestais devidamente treinados no acompanhamento operacional do manejo florestal, já que estes técnicos podem ir aprimorando as práticas cotidianamente. O Cenaflor (Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal), órgão federal ligado ao Serviço Florestal Brasileiro, pode direcionar ações neste sentido.

(iv) Adoção de medidas para a redução de danos. A principal delas, uma vez discutido o planejamento, é o corte de cipós. A aplicação desta prática tem de ser avaliada e, se necessária, deve ser feita um ano antes da exploração para diminuir os danos durante o corte. A adoção de cunhas durante o corte, o corte direcional e o teste do oco são outras medidas importantes de ser implementadas, mas seriam convenientemente reforçadas durante o treinamento discutido acima.

(iv) Remoção de incentivos perversos ao aumento dos danos e desperdícios. Em geral, políticas de remuneração por produtividade causam incentivos para o aumento dos danos e desperdícios. É preciso avaliar estas políticas empresariais, presentes em pequena proporção nos empreendimentos florestais visitados em Cotriguaçu. Também deve ser avaliado se a carga de trabalho levemente acima do normal (8,6 horas diárias em Cotriguaçu em média) também afeta a ocorrência de danos e desperdícios.

(v) Aumento do valor agregado das florestas. O aumento do valor agregado e o maior rendimento no processamento dos produtos florestais são fatores que diminuem a pressão sobre as florestas. É preciso

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avaliar se é possível a adoção de medidas relevantes neste sentido. Também é preciso avaliar se outros produtos são viáveis de exploração na região, destacando resíduos de exploração e da construção de infraestruturas florestais. Evidentemente, é também importante notar o papel que uma eventual remuneração por serviços ambientais poderia desempenhar como estratégia complementar ao manejo das florestas do município. Finalmente, a certificação florestal é uma ferramenta importante para o aumento do controle independente e do valor dos produtos florestais locais. Entretanto, é preciso que os empreendimentos apresentem uma melhoria na qualidade do manejo antes de investir em certificação. A experiência do IFT também demonstra que é preciso realizar oficinas de sensibilização com empresários (e eventualmente comunidades se estas se tornarem provedoras de matéria prima) para que sejam removidos os mitos relativos a certificação florestal comuns nos setores florestais locais na Amazônia. Uma das barreiras locais a certificação é, entretanto, a pequena participação do mercado internacional, notadamente europeu, no consumo da produção madeireira de Cotriguaçu (~1%). Desta forma, os atuais consumidores de madeira do município não costumam exigir uma melhoria do manejo florestal e, portanto, produção com certificação independente.

(vi) Tratamentos silviculturais. Idealmente, a adoção de tratamentos silviculturais pode catalisar o crescimento da floresta explorada e garantir a continuidade da ocorrência de espécies sensíveis a exploração (como o caso do ipê, Tabebuia sp.) em futuros ciclos de corte. Entretanto, experimentos realizados na Amazônia tem frequentemente reportado a inviabilidade econômica da aplicação destes tratamentos em escala empresarial. É preciso estudar formas de incentivar sua adoção diante da intenção de conservar as florestas privadas locais no longo prazo. Entre os Planos visitados, por exemplo, é comum a prática de plantio de pupunha (Bactris sp.), principalmente nas áreas de infraestruturas. Este é um sistema que poderia ser mais bem testado em consórcio com outras espécies sensíveis a exploração nas áreas manejadas do município. SÍNTESE E CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS FINAIS

� Há evidências de existir área privada com baixo nível de degradação florestal em Cotriguaçu

suficiente para manter a capacidade instalada do município, até mesmo considerando certa expansão no curto prazo, de forma sustentável. Para isto, existem dois desafios óbvios. Primeiro, é preciso que os empreendedores locais tenham a percepção de que investimentos no setor florestal são interessantes economicamente vis-a-vis outras atividades de uso da terra. Segundo, é preciso que haja incentivos à melhoria no parque industrial local para fazer uso mais eficiente da matéria-prima. Por exemplo, tomando 2009 como base (rendimento de 26,5% e consumo de 117 mil m3), caso houvesse uma melhoria de rendimento total de 10%, a mesma produção poderia ser originada com uma diminuição de 1500 hectares anuais de florestas exploradas. A melhoria de tecnologia de processamento local também levaria a uma maior diversificação da produção do município e aumentaria a rentabilidade do manejo.

� Dentre os incentivos, é importante frisar as políticas de treinamento, fomento florestal e crédito. A primeira estimularia uma diminuição dos desperdícios provocados pela exploração, aumento dos rendimentos operacionais na floresta e menores danos na área explorada, com consequentes aumentos na rentabilidade e no valor futuro da floresta. O fomento estimularia ações florestais como o reflorestamento, considerando que a área reflorestada no município ainda é desprezível (< 0,2% em 2007) e esta estratégia pode ser importante para complementar o suprimento de empresas no médio prazo (principalmente laminadoras). O terceiro incentivo poderia estimular empresas a apostar no manejo florestal no longo prazo se taxas de juros pequenas puderem ser adquiridas (simulações realizadas neste trabalho revelaram que pode ser inviável a um empreendimento adquirir áreas extensas de florestas no tempo zero para fazer o manejo florestal com taxas de juros superiores a 5% a.a.).

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� O manejo florestal praticado atualmente no município é de qualidade regular, e precisa de melhorias. Claramente, o nível de adoção de manejo florestal atual não é capaz de garantir que as áreas exploradas tenham bom potencial produtivo no início do segundo ciclo de corte (25-30 anos). Desta forma, há indícios de que a cultura florestal local atual, no longo prazo, somado aos grandes entraves estruturais e burocráticos ao manejo florestal, reforcem os incentivos perversos para a conversão de florestas à agropecuária e coloquem Cotriguaçu nos mesmos rumos adotados por tantos outros municípios da Amazônia baseados em modelos de desenvolvimento insustentáveis.

� O pagamento por serviços ambientais pode desempenhar um importante papel complementar ao manejo florestal pela conservação de florestas. Entretanto, esta ainda é uma mensagem que não está clara junto aos empresários, que acreditam que este mecanismo será capaz de remunerá-los completamente pela missão de conservação.

� O setor madeireiro organizado e os demais parceiros do projeto podem atuar em programas que incentivem a adoção do manejo florestal local e em sua melhoria. Um dos primeiros campos de atuação é na diminuição dos custos de transação do manejo florestal, garantindo que os empreendimentos florestais locais possam obter licenciamento mais rápido diante de certos compromissos assumidos pelos empresários e pelos parceiros. Um programa de incentivos bem sucedido pode monitorar eficientemente a qualidade do manejo florestal no município e buscar instrumentos de mercado interessados em estimular a produção originada sob tais princípios.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Holmes, T., G.M. Blate, J.C. Zweede, R.J. Pereira, P. Barreto, F. Boltz, e R. Bauch. 2002. Custos e Benefícios Financeiros da Exploração Florestal de Impacto Reduzido em Comparação à Exploração Florestal Convencional na Amazônia Oriental. Belém. IFT. 2006. Disponível em http://www.inteligentesite.com.br/sistemas/ift/arquivos_download.asp

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 2000. Censo Demográfico e Contagem da População. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/. Data de acesso: 05/11/2010

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Cidades. 2005. Histórico do Município de Cotriguaçu. Disponível em http://www.ibge.gov.br/cidadesat. Consultado em 14/11/2009.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE SIDRA. Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura; Pesquisa Pecuária Municipal. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/. Data de acesso: 05/11/2010

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE (2010) Desmatamento nos municípios. Disponível em http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodesmunicipal.php. Consultado em 08/11/2010.

Lentini, M.; Veríssimo, A.; Sobral L. 2005. Fatos florestais da Amazônia 2003. Belém: Imazon. 110 p.

Lentini, M.; Pereira, D.; Celentano, D. & Pereira, R. 2005. Fatos florestais da Amazônia 2005. Belém: Imazon. 104 p.

Pereira, D.; Santos, D.; Vedoveto M.; Guimarães, J.; Veríssimo, A. 2010. Fatos florestais da Amazônia 2010. Belém: Imazon: SFB. 126 p.

SFB & IMAZON. 2010. A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados. Belém: SFB: Imazon. 32 p.

Shimizu, J.Y., Klein, H., Oliveira, J.R.V. 2007. Diagnóstico das plantações florestais em Mato Grosso 2007. Central de Texto. Cuiabá, 66p.

Veríssimo, A.; Lima, E.; Lentini, M. 2002. Pólos Madeireiros do Estado do Pará. Belém: Imazon. 75 p.

Endereços eletrônicos dos sítios eletrônicos consultados:

SEMA-MT http://www.sema.mt.gov.br/

SISFLORA http://monitoramento.sema.mt.gov.br/sisflora/

SIMLAM http://monitoramento.sema.mt.gov.br/simlam/

INPE http://www.inpe.br/

CIPEM http://www.cipem.org.br/novo/

SEFAZ http://www.sefaz.mt.gov.br/lpm/consulta/lpmvigente/consultar

IBGE Cidades http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1

IBGE SIDRA http://www.sidra.ibge.gov.br

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ANEXOS ANEXO 1. EMPREENDIMENTOS DE PROCESSAMENTO DA MADEIRA MAPEADOS DURANTE O LEVANTAMENTO EM CAMPO. № Empresa Responsável Endereço Contato Observação

01 MR Madeiras. Madeireira Richter Ltda

Artemio Richter Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Lote 02 - Quadra 04 - Setor Industrial.

(66) 3555-1141/3555-1290

Entrevistada

02 Global Madeiras Ltda Fernando Rodrigo Bianchi

Estrada 3ª Vicinal Leste - Setor das Chácaras - Chácara n. 21

(66) 3555-1227 Entrevistada

03 Z2M Indústria e Comércio de Madeira

Hélio Moreira Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n, km 1,5

(66) 3555-1787 Entrevistada

04 João Claudio Rodrigues Cia Ltda

Edson Hedler Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n, km 03 - Setor das Chácaras - Setor Industrial .

(66) 3555-1441 Entrevistada

05 Berwanger Indústria e Comércio de Madeiras

Venisio Henrique Berwanger

Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Quadra 01 - Setor das Chácaras - Chácara n. 05

(66) 8432-4149 Entrevistada

06 Madeireira São Geraldo Ltda

Gilberto Antônio Leidentz

Rua Guido Drehmer, n. 280, Setor Industrial

(66) 3555-1541 Entrevistada

07 Vale do Juruena Agroflorestal Ltda

Vitor Elisio Poltronieri

Estrada 7ª Vicinal Oeste, s/n - Setor Industrial

(66) 3555-110/1101/1139

Entrevistada

08 E.J. Wagner Madeiras Eloy José Wagner Av. 20 de Dezembro, s/n - Setor Industrial

(66) 3555-1205/1193

Entrevistada

09 Madeireira Alto do Juruena Ltda -EPP

Sidnei Gonçalo de Arruda

Av. 20 de Dezembro, s/n - Setor Industrial

(66) 3555-1583/1657/1518

Entrevistada

10 Não identificado Paulo Agostini - - Desativada

11 I. Mazzochio - ME Oldir Mazzochio Rua Rosa Giliolli, n. 350 - Setor Industrial

(66) 3555-1659/1109

Entrevistada

12 Madeireira Treittinger Wener - - Desativada

13 J. V. N. Industria Comércio de Madeiras Ltda

João Fay Neves Rua I-4 - s.n. - Setor Industrial. CEP 78.330-000

- Desativada

14 MR Garlet E.P.P. - - - Desativada

15 Leste Internacional Importação E Exportação Ltda

Jair Martins Jacinto

Rua Irmão Lusa - Lote 07 - Quadra 03 - s/n - Setor Chácaras

(66) 3555-1263/ 1422

Proprietário ausente

16 Madeireira Raio de Luz Ltda - ME

Neudi Martini Estrada 3ª Vicinal, s/n - Chácara 20, Quadra 03 - Setor das Chácaras

(66) 3555-1840 Proprietário

ausente

17 Aléssio Indústria e Comércio de Madeira

Adilar J. Lunardelli

Localidade de Ouro Verde dos Pioneiros, 78.331-000. Cotriguaçu

(66) 3553-3583/ 3587-1003/ 3587-

Proprietário ausente

54

№ Empresa Responsável Endereço Contato Observação

Ltda 1056

18 Indústria e Comércio de Madeiras CL

Vanderlei João Naue

Av. Principal, s/n - Setor Industrial Distrito de Nova União

(66) 3527-1016/1052

Entrevistada

19 Madeireira Naue Ivo Arnoldo Naue Av. Principal, s/n - Setor Industrial. Nova União

(66) 3527-1010 Entrevistada

20 Madeireira Rondonorte Ltda

Claudio Av. Marechal Rondon, s/n - Setor Industrial - Nova União

(66) 3527-1027 Entrevistada

21 Paulo Madeiras Ltda Paulo Agostini Estrada Linha12, s/n - Distrito de Nova União

- Proprietário

ausente

22 Vale do Juruena Agroflorestal Ltda

Vitor Elisio Poltronieri

Estrada Linha 12, km 14 - Distrito de Nova União

(66) 3555-110/1101/1139

Entrevistada

23 J.C.R. Madeiras Ltda Ederson Riedel Linha 06, Setor Industrial - Distrito de Nova União

- Desativada

24 Jacareaçu Industria e Comercio de Madeiras Ltda

Fernando J. Negrisoli

Linha Jacaré, s/n, km20 - Distrito de Nova União

(66) 3571-1356 Proprietário não quis dar

entrevista

25 Laminados Nova União Ltda

Carolina Schuck Estrada para Jacaré, s/n - Distrito de Nova União

(66) 3556-4531 Desativada

26 Renascença Woods Importação e Exportação Ltda

Cássio Roberto Gradela

Linha 06, s/n - Setor Industrial - Distrito de Nova União

(66) 3527-1068 Desativada

27 Prante Indústria e Comercio de Madeiras Ltda

Elvis Albino Prante

Avenida Principal, s/n - Vila de Nova Esperança - Distrito de Nova União

- Entrevistada

28 Madeireira Bosque do Oeste Ltda - EPP

- Estrada 3ª Vicinal Leste - Setor das Chácaras - Chácara n. 20

- Desativada

55

ANEXO 2. INFORMAÇÕES DOS EMPREENDIMENTOS VISITADOS QUE REALIZAM EXPLORAÇÃO FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE COTRIGUAÇU-MT.

№ Empresa Responsável Endereço Contato

01 MR Madeiras. Madeireira Richter Ltda

Artemio Richter Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Lote 02 - Quadra 04 - Setor Industrial.

(66) 3555-1141/ 3555-1290

02 João Claudio Rodrigues Cia Ltda

Edson Hedler Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n, km 03 - Setor das Chácaras - Setor Industrial .

(66) 3555-1441

03 Berwanger Indústria e Comércio de Madeiras

Venisio Henrique Berwanger

Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Quadra 01 - Setor das Chácaras - Chácara n. 05

(66) 8432-4149

04 Vale do Juruena Agroflorestal Ltda

Vitor Elisio Poltronieri Estrada 7ª Vicinal Oeste, s/n - Setor Industrial

(66) 3555-110/1101/1139

05 E.J. Wagner Madeiras Eloy José Wagner Av. 20 de Dezembro, s/n - Setor Industrial (66) 3555-1205/1193

06 Madeireira Alto do Juruena Ltda -EPP

Sidnei Gonçalo de Arruda

Av. 20 de Dezembro, s/n - Setor Industrial (66) 3555-1583/1657/1518

07 I. Mazzochio - ME Oldir Mazzochio Rua Rosa Giliolli, n. 350 - Setor Industrial (66) 3555-1659/1109

08 Leste Internacional Importação E Exportação Ltda

Jair Martins Jacinto Rua Irmão Lusa - Lote 07 - Quadra 03 - s/n - Setor Chácaras

(66) 3555-1263/ 1422

09 Depósito de Madeira Torres Oziel Estrada 3ª Vicinal Leste, s/n - Setor Chácaras

(66) 3555-2013/ 8432-4101

56

ANEXO 3. MAPEAMENTO DOS EMPREENDIMENTOS DE PROCESSAMENTO DA MADEIRA EM TORA E DOS PLANOS DE MANEJO FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE COTRIGUAÇU-MT.

57

ANEXO 4. EXEMPLOS DE TECNOLOGIA EMPREGADAS NAS EMPRESAS MADEIREIRAS DE COTRIGUAÇU, SAFRA 2009-1012.

12 Crédito das fotos: IFT 2010.

Serra de Fita

Serra de Fita

Plaina

Plaina

Laminadora/torno

Faqueadora

58

Serra circular

Serra circular

Secadora de madeira laminada

Serra circular

Serra circular

Serra circular

59

Carregadeira

Carregadeira

Caldeira a resíduo madeireiro

Caminhão de transporte de madeira

Vista geral de uma madeireira

Estufa de secagem artificial da madeira

60

ANEXO 5. CLASSIFICAÇÃO DOS EMPREENDIMENTOS DE PROCESSAMENTO DA MADEIRA EM TORA CONFORME CONSUMO ANUAL NO MUNICÍPIO DE COTRIGUAÇU.

CARTA DE APRESENTAÇÃO DIAGNÓSTICO DO SETOR FLORESTAL DE COTRIGUAÇU - MT

Considerando a importância que a Amazônia possui hoje em escala global, em uma iniciativa

inovadora voltada a buscar incentivos econômicos para a conservação de florestas tropicais, o

Governo do estado de Mato Grosso, o Instituto Centro de Vida (ICV) e a The Nature Conservancy

(TNC) estão desenvolvendo um projeto piloto de REDD+ na região Noroeste de Mato Grosso. Essa

região é de prioridade altíssima para aplicar o mecanismo de REDD, considerando a forte pressão de

desmatamento e de degradação florestal e o grande estoque florestal que ainda detém, bem como

sua grande diversidade de atores e de usos da terra.

No escopo deste projeto, o Instituto Floresta Tropical (IFT) está desenvolvendo um diagnóstico do

setor florestal de Cotriguaçu - MT que servirá como informação base na discussão e implementação

do projeto REDD+.

O que é REDD e REDD+? Redução de Emissões por Degradação e Desmatamento - REDD é um

mecanismo criado para países em desenvolvimento diminuirem suas emissões através do

desmatamento evitado e da degradação florestal mediante compensação financeira. O REDD+

inclui o incentivo a atividades de manejo florestal sustentável e de florestamentos e

reflorestamentos.

Quem são estas instituições? O IFT é o único centro independente de promoção e aprimoramento

do manejo florestal na Amazônia Brasileira, estando fortemente pautado em atividades de

fortalecimento do capital social através de capacitação e treinamento. O ICV é um instituto que

promove a sustentabilidade e a qualidade de vida através de estudos e ações que favoreçam a

conservação ambiental, o fortalecimento da cidadania e a harmonia entre sociedade e natureza,

com atuação na Amazônia Meridional. A TNC é uma instituição com a missão de promover a

conservação e preservação dos recursos naturais e que atua em diversos ecossistemas no Brasil e

do exterior.

Quais as fases deste projeto? Nesta primeira fase do projeto, o IFT está incumbido de apoiar os

demais parceiros do projeto na realização de um diagnóstico do setor florestal de Cotriguaçu,

levantando informações sobre as empresas madeireiras que atuam no município e nas áreas de

entorno, além de entender a situação dos planos de manejo florestal e as dificuldades na

implementação do manejo florestal no município. Tais informações serão importantes para que,

em um segundo momento, seja possível elaborar estratégias para ampliar as áreas de manejo

florestal, assegurando a conservação florestal, e subsidiando a preparação do projeto de REDD+

para o município de Cotriguaçu.

Confidencialidade. O IFT, ICV e TNC possuem um código de ética que garante que as informações

fornecidas pelas empresas e detentores dos Planos de Manejo Florestal não serão divulgadas de

forma individual. Ao invés disso, relatórios que contém uma compilação dos principais pontos

levantados no diagnóstico serão disponibilizados para toda a sociedade local. O ICV e IFT

organizarão também reuniões e seminários locais para o repasse das informações levantadas.

Para mais informações, sugestões e comentários, por favor, contate o IFT ou o ICV:

Instituto Floresta Tropical - IFT Ana Luiza Violato Espada

Rua dos Mundurucus, 1613

CEP 66025-660. Belém, Pará

Fone/Fax (91) 3202-8300/8310

E-mail: [email protected]

Site: www.ift.org.br

Instituto Centro de Vida - ICV Renato Farias

Av. Ariosto da Riva, 3473, Centro

CEP 78580-000. Alta Floresta, Mato Grosso.

Fone: (66) 3521-8555/7754

E-mail: [email protected]

Site: www.icv.org.br

Pág. 1

PA

Diagnóstico do Setor Florestal de Cotriguaçu – MT Questionário 1: Empresas

# Questionário __________________ Coordenadas empresa ____° ____’ ____” S ____° ____’ ____” W

DADOS GERAIS Nome da Empresa ____________________________________________

Nome Proprietário _______________________________ Tempo de atuação do proprietário no setor (anos)________

Origem do proprietário (cidade e estado) _______________________________________________

Nome do informante _________________________________________ Função na empresa ___________________

Endereço __________________________________________________ � Cotriguaçu � Outro ________________

Fone/Fax ( ____ ) ______________________ E-mail______________________________________

Condição administrativa? � Matriz � Filial � Sede única � ________________________________

TIPO DE EMPRESA Ano de instalação? _____________

Tipo empresa: � Serraria � Laminadora � Faqueadeira � Fáb. Compensados � Outros ___________

Atividades: � Exploração � Transporte (toras) � Processamento primário (peças construção)

� Processamento secundário � Outros __________________________________________

Funcionários Próprios Terceirizados

Linha de produção

Administrativo

Floresta

Equipamentos � Serra de fita Qtidade _______ Tamanho da serra (m) ______ Idade _______

(Focar nos � Plainas de madeira Qtidade _______ Finalidade _____________________________

equipamentos � Equipamentos de apoio � Serras circulares, múltiplas, etc. � Outros ___________________

próprios da � Estufas para secagem artificial com uso de caldeiras _________________________________

empresa) � Equipamentos para a geração de energia para a indústria _____________________________

� Serrarias pequenas: � Serra circular � SFT horizontal � Induspan � Outros _____________

� Laminadoras, torneadoras, ou facas para laminação______________________________________

PRODUÇÃO MADEIREIRA

Produtos � Serrados � Beneficiados (� pisos, � forros, � S4S, � decking, � esquadrias, � ___________)

� Laminados e faqueados � Compensados � Outros ____________________________________

Produção Madeireira

(em m³ geométricos)

2009 2010

(previsão)

Rendimento pro-cessado/tora (%)

Unidades

Consumo de Tora (Nativa) - - - - - - - - � m3/ano � m

3/mês

Madeira serrada � m3/ano � m

3/mês

Madeira beneficiada � m3/ano � m3/mês

Laminados e faqueados � m3/ano � m

3/mês

Quantos % da capacidade da empresa são (foram) utilizados? 2008 (____%) 2009 (____%) 2010 (____%)

Há certificação da cadeia de custória da empresa? � Sim (__________________) � Não

Quantos meses por ano a empresa funciona? _________________

Data ______ /______ /2010

Pág. 2

PA

Composição estimada produção: � spp. alto valor ____% � spp. médio valor ____% � spp. baixo valor ____%

A empresa realiza o re-aproveitamento de sobras para fazer outros produtos? � Sim (__________________) � Não

Qual a fonte de energia do processamento da madeira em tora? � Rede pública � Termoelétrica - resíduos

� Caldeira (resíduo de madeira) � Motor a diesel � Outros _______________________________

ORIGEM DA

MATÉRIA-PRIMA

Área na qual se origina matéria prima da indústria (% da matéria prima consumida pela indústria)

Próprias Terceiros

% do consumo total

Quem realiza a

exploração?

� A empresa ______ %

� Terceiros ______ %

� A empresa ______ %

� Terceiros ______ %

Tipo de exploração

� PMF ______ %

� Desmatamento (PEF) ______ %

� Reflorestamentos ______ %

� Outros ________________ ______ %

� PMF ______ %

� Desmatamento (PEF) ______ %

� Reflorestamentos ______ %

� Outros ________________ ______ %

Localização das áreas � Cotriguaçu ______ %

� Outros __________________ ______ %

� Cotriguaçu ______ %

� Outros __________________ ______ %

Situação fundiária

� Privada definida ______ %

� Privada indefinida ______ %

� Área pública ______________ ______ %

� Privada definida ______ %

� Privada indefinida ______ %

� Área pública ______________ ______ %

QUESTÕES SE A EMPRESA UTILIZA MADEIRA ORIUNDA DE PMF

PMF 1 Detentor � Própria empresa � Proprietário � Terceiros (nome) _______________________

Área total do Plano ______ Área do Plano sob manejo ______

Localização do Plano (município) � Cotriguaçu � Outros __________________________________

Área POA atual _______ Número de POAs previstos______

Sistema de exploração � Mecanizado (� Skidder � Trator esteiras � Girico) � Outro ________________

Número de trabalhadores __________ Custo da exploração R$/m3 ___________

PMF 2 Detentor � Própria empresa � Proprietário � Terceiros (nome) _______________________

Área total do Plano ______ Área do Plano sob manejo ______

Localização do Plano (município) � Cotriguaçu � Outros __________________________________

Área POA atual _______ Número de POAs previstos______

Sistema de exploração � Mecanizado (� Skidder � Trator esteiras � Girico) � Outro ________________

Número de trabalhadores __________ Custo da exploração R$/m3 ___________

PMF 3 Detentor � Própria empresa � Proprietário � Terceiros (nome) _______________________

Área total do Plano ______ Área do Plano sob manejo ______

Localização do Plano (município) � Cotriguaçu � Outros __________________________________

Área POA atual _______ Número de POAs previstos______

Sistema de exploração � Mecanizado (� Skidder � Trator esteiras � Girico) � Outro ________________

Número de trabalhadores __________ Custo da exploração R$/m3 ___________

Pág. 3

PA

Temos permissão para visitar seu PMF (se for o caso?) � Sim � Não. Por que? _______________________________

________________________________________________________________________________________________

TRANSPORTE DA MATÉRIA PRIMA (focar nos PMF, se não nas demais áreas exploradas)

Área (p.ex., PMF1)

Distância (km) Composição do acesso Custo de frete

1: R$/m3 2: R$/m3.km

� Asfalto ________ � km � % do total � Piçarra ________ � km � % do total � Estrada suja ________ � km � % do total � Outros ________ � km � % do total

__________ � 1 � 2

� Asfalto ________ � km � % do total � Piçarra ________ � km � % do total � Estrada suja ________ � km � % do total � Outros ________ � km � % do total

__________ � 1 � 2

� Asfalto ________ � km � % do total � Piçarra ________ � km � % do total � Estrada suja ________ � km � % do total � Outros ________ � km � % do total

__________ � 1 � 2

� Asfalto ________ � km � % do total � Piçarra ________ � km � % do total � Estrada suja ________ � km � % do total � Outros ________ � km � % do total

__________ � 1 � 2

MERCADO (destacar apenas principais espécies e preços típicos)

Destino e compradores Descrição Principais espécies Preços típicos (R$/m3

FOB)

Local ____%

Compradores

Consumidor Final (_____%)

Outros ________________

______________________

______________________

(_____%)

Principais municípios

1. __________________

2. __________________

3. __________________

4. __________________

� Angelim � Cumaru � Ipê � Garapeira � Jatobá � ___________________ � ___________________ � ___________________ � ___________________ � ___________________

� Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______

Nacional ____%

Compradores

Consumidor Final (_____%)

Outros ________________

______________________

______________________

(_____%)

Principais estados

� SP _____%

� (____) ____%

� (____) ____%

� Angelim � Cumaru � Ipê � Garapeira � Jatobá � ___________________ � ___________________ � ___________________ � ___________________ � ___________________

� Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______

Exportação ____%

Compradores

Consumidor Final (_____%)

Outros ________________

______________________

______________________

(_____%)

Principais países

1. __________ (_____)%

2. __________ (_____)%

3. __________ (_____)%

� Angelim � Cumaru � Ipê � Garapeira � Jatobá � ___________________ � ___________________ � ___________________ � ___________________

� Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______ � Pauta � Próprio ______

Pág. 4

PA

CERTIFICAÇÃO. Qual o interesse de seus compradores em madeira certificada?

� Nenhum � Apenas os de exportação � Exportação e mercado nacional

Observações __________________________________________________________________________________

(Se detém PMF) Se houvesse algum tipo de apoio, a empresa se certificaria? � Sim � Não

Por que? ____________________________________________________________________________________

Se sim, qual o tipo de apoio necessário? _______________________________________________________________

VARIÁVEIS ECONÔMICAS BÁSICAS

(Se detém PMF) Qual o custo de elaboração e aprovação do PMF? ________ � R$/m3 � R$/ha

(Se detém PMF) Qual o custo médio da madeira em tora posta no pátio (R$/m3)? ________

(Se não detém PMF) Qual o preço médio da madeira em tora posta no pátio na região (R$/m3)?

� espécies de alto valor ______ � espécies de médio valor ______ � espécies de baixo valor ______

Qual o custo de processamento? ______ R$/m³ (� Tora � Serrado)

Quais os principais itens de custos do processamento em %? Mão-de-obra______ % Energia ______ %

Manutenção ______ % Depreciação ______ % Impostos ______ % Outros ______________________ (______ %)

TENDÊNCIAS DO SETOR E IMPLICAÇÕES PARA MANEJO FLORESTAL

Quais os investimentos que a empresa ou o proprietário estão realizando atualmente?

� setor florestal (� indústria � equipamentos floresta � áreas) � pecuária � outros __________________

Comentários ______________________________________________________________________________________

O que está acontecendo com o setor florestal de Cotriguaçu (desafios e perspectivas)?

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

O que falta para desenvolver o setor florestal local?

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

(Se detém PMF). O que pretende fazer quando seu PMF (ou o da empresa) terminar?

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

(Se detém PMF). O que fará com a RL da área de manejo que vem sendo utilizada pela empresa?

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

Cotriguaçu pode manter a produção sustentada em manejo florestal no longo prazo? Por que?

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

O que acha que deve ser feito para conservar as florestas que ainda restam em Cotriguaçu e arredores?

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

COMENTÁRIOS LIVRES (anotar no verso) � � � �

Pág. 1

PA

Diagnóstico do Setor Florestal de Cotriguaçu – MT Questionário 2: Planos de Manejo Florestal

# Questionário __________________

Localização do PMF ________________________________________________________________________________

DADOS GERAIS Nome da Empresa (se detentora) ______________________________________________

Nome Detentor ____________________________________________ Tempo do detentor no setor (anos) ________

Origem do detentor (cidade e estado) _______________________________________________

Nome do informante _________________________________________ Função _____________________________

Fone/Fax ( ____ ) ______________________ E-mail______________________________________

DADOS SOBRE O PLANO DE MANEJO Engenheiro responsável ________________________

Área total PMF (ha) _______ Área de efetivo manejo (ha)1 _______

Área POA atual (ha) (2009) _______ (2010) _______# de POAs previstos ________

Reserva legal averbada? � Sim � Não. Se não, por que? ______________________________________________

Produção atual (m3/safra) (2009) _________ (estimativa 2010) _________ (2008) _________

Intensidade média (m3/ha) _____________ Época (meses) de exploração _____________ a _____________

Existe algum fator limitando a exploração? � Sim � Não. Se sim, o que? _____________________________________

________________________________________________________________________________________________

Quem faz os mapas de exploração? _____________________________________________________

SISTEMA DE EXPLORAÇÃO

# Atividade Executor Sistema Equipamentos/insumos Produtividade média

A Inventário e Delimitação

� Própria � Terceirizada

� Precisão (GPS) � Convencional (X e Y) � Outro ____________

Quantos GPS? ______ Quantas bússolas? ______

______ � ha/dia � _____

B

Corte de Cipós? Durante o inventário? � Sim � Não

� Própria � Terceirizada

� Sim � Não NA

ignorar se feito durante

o IF

______ � ha/dia � _____

C Planejamento de estradas e infraestruturas?

� Própria � Terceirizada

� Sim � Não � Mapas? � Sim � Não ______ � ha/dia � _____

D Construção de estradas

� Própria � Terceirizada

� Esteiras � Outro ____________

NA ______ � ha/dia � _____

E Planejamento de arraste?

� Própria � Terceirizada

� Sim � Não � Mapas? � Sim � Não ______ � ha/dia � _____

F

Corte Traçamento junto ao corte? � Sim � Não

� Própria � Terceirizada

� 1+1 (motosserrista+ajudante)

� 1+2 (motosserrista+2 ajudantes)

� 2+0 (2 motosserristas) � Outro ____________

� Motosserras ________ � Cunhas? � Sim � Não

______ � ha/dia � árv./dia � m

3/dia � _____

G Arraste � Própria � Terceirizada

� Máquina (sem ajudantes) � Máquinas (com ajudantes) Quantos? ____________

� Skidder � Track skidder + Skidder � Esteiras � Girico � Catraca � Outro ____________

______ � ha/dia � árv./dia � m

3/dia � _____

H Transporte � Própria � Terceirizada

NA NA

1 Excluindo APPs, reservas absolutas, entre outros.

Data ______ /______ /2010

Pág. 2

PA

EQUIPE DE CAMPO Algum funcionário recebeu treinamento específico? � Sim � Não (se sim preencher última coluna)

Quais os treinamentos oferecidos? (se sim a última pergunta)

� Treinamento na respectiva função � SST � Outros ___________________________________________________

ID Função

Terc

eir

izad

o?

# Carteira

assinada? Atividades (A, B, C...)

Salários (� Líquido � Bruto) (anotar vários se houver variação por experiência)

Treinamento2

(organização e ano)

I Trabalhador � � Sim � Não

II Cozinheiro � � Sim � Não

III Ajudante cozinha � � Sim � Não

IV Motorista (extração) � � Sim � Não

V Motorista (caminhão) � � Sim � Não

VI Zelador acampamento � � Sim � Não

VII Identificador � � Sim � Não

VIII Ajudante corte � � Sim � Não

IX Ajudante arraste � � Sim � Não

X Motosserrista � � Sim � Não

XI Operador máquina � � Sim � Não

XII Gerente campo � � Sim � Não

XIII Técnico 1 � � Sim � Não

XIV Técnico 2 � � Sim � Não

XV Engenheiro (se exclusivo) � � Sim � Não

XVI

XVII

XVIII

XIX

XX

XXI

XXII

Outros (listar)

__________________

__________________

__________________

__________________

__________________

__________________

� � � � � � �

� Sim � Não

� Sim � Não

� Sim � Não

� Sim � Não

� Sim � Não

� Sim � Não

� Sim � Não

_________

_________

_________

_________

_________

_________

__________________

__________________

__________________

__________________

__________________

__________________

_______________

_______________

_______________

_______________

_______________

_______________

Funcionários são pagos durante todo o ano? � Sim � Não. Se não, por quantos meses? ______________________

Durante a safra, qual o sistema de folgas? _______________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

Quantos dias de trabalho são então cumpridos por mês, em média? ______________________

Qual a jornada de trabalho (quantas horas por dia)? __________________

Os trabalhadores recebem adicional por produtividade? Se sim, quanto e como funciona? ______________________

_________________________________________________________________________________________________

Funcionários utilizam EPIs? � Sim � Não Listagem de EPIs________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

2 Se treinamento for dado pela própria empresa sem instrutor externo, indicar “empresa” e ano (último ano se houveram vários).

Pág. 3

PA

EQUIPAMENTOS (apenas equipamentos não alugados)

Item Qtidade Fabricante/Modelo/Ano (p.ex., CAT D6M 2000)

# horas trabalhadas

Estimativa de valor atual

Trator de esteiras

Trator skidder

Motoniveladora

Carregadeira 1

Carregadeira 2

Caminhão

Camionete (ou carro apoio)

Motosserras

EQUIPAMENTOS ALUGADOS

Item Qtidade Fabricante/Modelo/Ano (p.ex., CAT D6M 2000)

Valor do aluguel

Trator de esteiras _________ � R$/h � R$/______

Trator skidder _________ � R$/h � R$/______

Motoniveladora _________ � R$/h � R$/______

Carregadeira 1 _________ � R$/h � R$/______

Carregadeira 2 _________ � R$/h � R$/______

Caminhão _________ � R$/h � R$/______

Camionete (ou carro apoio) _________ � R$/h � R$/______

_________ � R$/h � R$/______

_________ � R$/h � R$/______

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS, LUBRIFICANTES E MANUTENÇÃO (se possível entrevistar o operador ou mecânico)

Existe manutenção preventiva das máquinas e veículos? � Sim � Não

Item Consumo (combustível)

Consumo e tipo (lubrificantes)

Peças trocadas na última safra (atenção com o # de pneus trocados por

safra)

Trator de esteiras ______ � l/_____

Trator skidder ______ � l/_____

Motoniveladora ______ � l/_____

Carregadeira 1 ______ � l/_____

Carregadeira 2 ______ � l/_____

Caminhão ______ � l/_____

Camionete (ou carro apoio) ______ � l/_____

Motosserras ______ � l/_____

______ � l/_____

______ � l/_____

Pág. 4

PA

CONSUMO DE INSUMOS DE EXPLORAÇÃO EM UMA SAFRA3 (informação secundária, mas seria importante coletar se possível)

Insumo Qtdade utilizada Insumo Qtdade utilizada

Apitos Plaquetas de inventário

Bússolas Pregos

Correntes de motosserra Sabres de motosserras

Cunhas Sutas

Facões e bainhas Tintas

Fitas de sinalização Outras ferramentas

____________________________

____________________________

____________________________

____________________________

______________

______________

______________

______________

Fitas diamétricas

Foices

Limas

Marretas

Placas de identificação

Placas sinalização

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Qtidade de espécies exploradas ______. Principais espécies exploradas (desnecessário se puder ser obtida cópia de AUTEF)

� Angelim � Cumaru � Ipê � Garapeira � Jatobá

� Outras ___________________________________________________________________

Qual é custo de combustíveis na região do empreendimento (diesel, gasolina, etc.) ____________________________

Custo aferido de produção das toras (R$/m3) ________________

Entrega das toras com tal custo? � Esplanada floresta � Pátio Serraria. Distância (km) ______ � Outro ____________

Entrega das toras � Esplanada floresta � Pátio Serraria. Distância (km) ______ � Outro ____________

Spp. de alto valor (ex.,: __________)

Spp. de médio valor (ex.,: __________)

Spp. de baixo valor (ex.,: __________)

Preço das toras (R$/m3)

Práticas pós-exploratórias praticadas (como tratamentos silviculturais, PPs, plantios, experimentos, etc.)

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

Sabe o preço da terra na região? (nua) ______ (com floresta) ______ Unidades: � (R$/ha) � (R$/alq.)

Há acampamento na área florestal? � Sim � Não. Obs. ________________________________________________

Qual a destinação dos resíduos do acampamento ________________________________________________________

Existem medidas concretas contra incêndios florestais e invasões de terra?____________________________________

________________________________________________________________________________________________

Existem parcerias de pesquisa com universidades e instituição afins?__________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

Existe aproveitamento de resíduos da exploração?________________________________________________________

TENDÊNCIAS DO SETOR E IMPLICAÇÕES PARA MANEJO FLORESTAL

O que acha que o detentor fará quando acabar a área para novos POAs? _____________________________________

________________________________________________________________________________________________

3 Não é preciso preencher se o detentor tiver uma lista de equipamentos usados em uma safra ou um controle de almoxarifado.

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Quais as principais dificuldades na região para a implantação do MF? _________________________________________

________________________________________________________________________________________________

O que poderia ser feito para auxiliar nestas dificuldades? __________________________________________________

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_________________________________________________________________________________________________

O que falta para desenvolver o setor florestal local?

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O que acha que deve ser feito para conservar as florestas que ainda restam em Cotriguaçu e arredores?

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COMENTÁRIOS LIVRES (anotar no verso) � � � �

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Diagnóstico do Setor Florestal de Cotriguaçu – MT Ficha básica de avaliação dos Planos de Manejo Florestal

Documentos � POA � PMFS # Questionário (mesmo número do questionário de PMF) ______

disponíveis � Mapas [ � Pré-exploratório � Base � Corte � Corte e arraste � Pós-exploratório ]

Coordenadas acampamento ou sede do PMF (se houver) ____° ____’ ____” S ____° ____’ ____” W

A. Qualidade da informação e do macroplanejamento/zoneamento proporcionado pelos documentos providos (considerar as informações importantes para o manejo florestal)

� Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3)

Justificativas ______________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

B. Qualidade do planejamento da exploração, escolha dos sistemas silviculturais e descrição das atividades no PMF e

POAs (considerar as informações importantes para o manejo florestal)

� Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3)

Justificativas ______________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

C. QUALIDADE DO PLANEJAMENTO E CONSTRUÇÃO DE INFRAESTRUTURAS

Estruturas de drenagem nas estradas principal/de acesso � bigodes � caixa contenção � valetas

Comentários ______________________________________________________________________________________

Coordenadas Tipo de infraestrutura Ponte

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

� Estrada principal

� Estrada de acesso

� Ponte

� Bueiro

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. ____________________________________________

_________________________________________________

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

� Estrada principal

� Estrada de acesso

� Ponte

� Bueiro

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. ____________________________________________

_________________________________________________

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

� Estrada principal

� Estrada de acesso

� Ponte

� Bueiro

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. ____________________________________________

_________________________________________________

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

� Estrada principal

� Estrada de acesso

� Ponte

� Bueiro

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. ____________________________________________

_________________________________________________

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

� Estrada principal

� Estrada de acesso

� Ponte

� Bueiro

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. ____________________________________________

_________________________________________________

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

� Estrada principal

� Estrada de acesso

� Ponte

� Bueiro

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. ____________________________________________

_________________________________________________

Data ______ /______ /2010

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Observações gerais _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

D. IDENTIFICAÇÃO DAS UPAS/UTS AVALIADAS PELA EQUIPE

� UPA/UT já explorada. Identificação da UPA/UT __________ Mês/Ano de exploração _____/______ (Seção E)

� UPA/UT sendo explorada. Identificação da UPA/UT __________ (Seção F)

Atividades exploratórias já conduzidas � Corte � Construção infraestruturas � Arraste � Transporte

Atividades exploratórias sendo conduzidas � Corte � Construção infraestruturas � Arraste � Transporte

E. AVALIAÇÃO DE UPA/UT JÁ EXPLORADA

E1. Avaliação dos tocos de exploração (avaliar um mínimo de 5 tocos por UT/UPA)

Toco Coordenadas UPA-UT ___________ UPA-UT ___________

1 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

2 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

3 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

4 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

5 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

E2. Tamanho e conformidade dos pátios de estocagem

Pátio Coordenadas UPA-UT ___________ UPA-UT ___________

1 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

2 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

3 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

4 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

E3. Qualidade das estradas secundárias � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3)

Justificativas ______________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

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E4. Qualidade dos ramais de arraste � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3)

Justificativas ______________________________________________________________________________________

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E5. Rastreabilidade da matéria prima e qualidade do inventário

Marcação das árvores com plaquetas � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3)

Identificação botânicas das espécies � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Identificação das toras � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Romaneio e cadeia de custódia � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Obs. _____________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

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E6. Danos e desperdícios da exploração

Danos provocados durante o corte (remanescentes e matrizes) � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Existe corte de cipós? � Sim � Não

Desperdícios causados durante o corte (tocos altos e traçamento) � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Danos do arraste � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Desperdícios no pátio � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Houve cruzamento de APPs durente exploração? � Sim � Não Obs. ___________________________________

Obs. _____________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

F. AVALIAÇÃO DE UPA/UT SENDO EXPLORADA NO MOMENTO DA VISITA

F1. Avaliação da operação de corte (se cabível)

Árvore 1 Árvore 2 Árvore 3 Árvore 4

Coordenadas ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade � 1 � 2 � 3 � 1 � 2 � 3 � 1 � 2 � 3 � 1 � 2 � 3

Teste do oco? � Sim � Não Obs., _________________________________________________________________

Uso de cunha? � Sim � Não Obs., _________________________________________________________________

Equipamentos adequados? � Sim � Não Obs., _________________________________________________________

Itens de segurança da motosserra � Travas aceleração � Pino pega-corrente � Freio da Corrente

� Proteção mão Obs., __________________________________________

Uso de EPIs adequados (operador) � Capacete � Botas � Calças � Abafador

Uso de EPIs adequados (ajudante) � Botas � Apito � Perneira

Operador/ajudante confirmam informações do questionário 2 sobre treinamento? ______________________________

_________________________________________________________________________________________________

Operador/ajudante recebem adicional de produtividade? � Sim � Não. Quanto recebem de adicional? ____________

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Observações corte __________________________________________________________________________________

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F2. Avaliação dos tocos de exploração (avaliar um mínimo de 5 tocos por UT/UPA)

Toco Coordenadas UPA-UT ___________ UPA-UT ___________

1 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

2 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

3 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

4 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

5 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

F3. Tamanho e conformidade dos pátios de estocagem

Pátio Coordenadas UPA-UT ___________ UPA-UT ___________

1 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

2 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

3 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

4 ____° ____’ ____” S

____° ____’ ____” W

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

Qualidade: � 1 � 2 � 3

Obs. _____________________________

_________________________________

F4. Avaliação da operação de arraste (se cabível)

Equipamentos adequados? � Sim � Não Obs., _________________________________________________________

Itens de segurança do trator � ROPs � Grade dianteira proteção operador Obs., _________________________

Uso de EPIs adequados (operador) � Capacete � Botas � Calças � Abafador

Uso de EPIs adequados (ajudante) � Botas � Apito � Perneira

Operador/ajudante confirmam informações do questionário 2 sobre treinamento? ______________________________

_________________________________________________________________________________________________

Operador/ajudante recebem adicional de produtividade? � Sim � Não. Quanto recebem de adicional? ____________

Observações arraste ________________________________________________________________________________

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_________________________________________________________________________________________________

F5. Qualidade dos ramais de arraste � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3)

Justificativas ______________________________________________________________________________________

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F6. Qualidade das estradas secundárias � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3)

Justificativas ______________________________________________________________________________________

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F7. Rastreabilidade da matéria prima e qualidade do inventário

Marcação das árvores com plaquetas � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3)

Identificação botânica das espécies � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Identificação das toras � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Romaneio e cadeia de custódia � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Obs. _____________________________________________________________________________________________

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F8. Danos e desperdícios da exploração

Danos provocados durante o corte (remanescentes e matrizes) � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Existe corte de cipós? � Sim � Não

Desperdícios causados durante o corte (tocos altos e traçamento) � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Danos do arraste � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Desperdícios no pátio � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Obs. _____________________________________________________________________________________________

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F9. Jornada de trabalho parece excessiva na opinião dos trabalhadores? � Sim � Não

Quantas horas trabalham por dia_____________________ Obs., ____________________________

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OUTRAS OBSERVAÇÕES GERAIS DA EXPLORAÇÃO ________________________________________________________

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G. DEMAIS PONTOS RELEVANTES

G1. Qualidade da sinalização local � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

� Tráfego e pontos perigosos � Caça e pesca � PMF � Outros ______________________________

G2. Qualidade geral do acampamento (se visitado) � Bom (1) � Regular (2) � Ruim (3) � NA (4)

Observações ______________________________________________________________________________________

COMENTÁRIOS LIVRES (anotar no verso)