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FABRÍCIO RONCALIO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO DIAGNÓSTICO DO ATUAL MODELO DE GESTÃO DE MATERIAIS DA EMPRESA MEGA PÃES Administração de Materiais ITAJAÍ (SC) 2009 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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FABRÍCIO RONCALIO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

DIAGNÓSTICO DO ATUAL MODELO DE GESTÃO DE MATERIAIS DA EMPRESA

MEGA PÃES

Administração de Materiais

ITAJAÍ (SC)

2009

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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FABRICIO RONCALIO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO – TCE

DIAGNÓSTICO DO ATUAL MODELO DE GESTÃO DE MATERIAIS DA EMPRESA

MEGA PÃES

Trabalho de conclusão de curso desenvolvido para o Estágio Supervisionado do curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2009

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3

Dedico este trabalho, fruto de muito empenho e

dedicação aos meus pais, Claudio e Marli, aos meus

irmãos, cunhados e amigos.

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4

Agradeço aos meus pais que tanto me apoiaram e de

tudo fizeram para que eu chegasse até aqui. Agradeço a

Deus, pois sem ele nada teria suportado e, também aos

amigos e ao meu orientador, pelo tempo a mim

dedicado, tornando possível a realização deste trabalho.

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5

“Tudo o que chega, chega sempre por alguma

razão."

Fernando Pessoa

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Fabrício Roncalio

b) Área de estágio

Administração de Materiais

c) Supervisor de campo

Alessandra Pedro Elias

d) Orientador de estágio

Guido Renato Miranda

e) Responsável pelos Estágios de Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Mega Elaboração e Comércio de Pães LTDA-EPP

b) Endereço

Rua Padre Valente Simeone, nº 436

Bairro: Aventureiro

Cidade: Joinville – SC

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Departamento de Produção

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Alessandra Pedro Elias

Sócia/Gerente

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Joinville, 03 de Novembro de 2009.

A Empresa Mega Pães, declara para os devidos fins, que concorda com o

projeto de estágio apresentado pelo Estagiário Fabrício Roncalio, acadêmico do

curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da

Universidade do Vale do Itajaí, e se propõe a oferecer condições necessárias para o

bom andamento do mesmo.

____________________________________

Alessandra Pedro Elias

Sócia/Gerente

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RESUMO

No contexto da Administração de materiais, ferramentas como planejamento e controle das entradas e saídas, assim como a melhor forma de acondicionar a matéria-prima até sua transformação ao produto final são indispensáveis para os processos de melhorias. Com o intuito de identificar a atual gestão de materiais e sugerir mudanças a tal, é o propósito do estudo desempenhado na empresa Mega Pães, situada na cidade de Joinville, SC. Para a ampliação do trabalho, utilizou-se como tipologia de estágio uma pesquisa diagnóstico. O uso de entrevistas e da observação como ferramentas para extrair as informações e qualificá-las, foram necessárias para realização da pesquisa. O trabalho possibilitará a empresa repensar sobre aspectos não desempenhados atualmente, como melhorias na obtenção de suprimentos, recebimento, aquisição de um software para controle das entradas e saídas de materiais, um novo layout para armazenagem dos recursos, além de empregar no planejamento o uso da curva ABC e o inventário rotativo, a fim de cruzar informações sobre o estoque físico e o disponível no sistema a ser implantado. Com base na pesquisa realizada na Mega Pães, tornou-se possível apontar e discutir a relevância de melhorias a respeito de administração de materiais. PALAVRAS-CHAVE: Controle, Estoque, Gestão.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Funções do Administrador ................................................................. 27

Quadro 1 – Estrutura do setor de compras ........................................................ 33

Figura 2 – Exemplo de curva ABC ..................................................................... 51

Figura 3 – Exemplo de codificação numérica ..................................................... 56

Figura 4 – Organograma da organização ........................................................... 62

Figura 5 – Inclusão de materiais – Estoque Fácil 6.4 ......................................... 76

Figura 6 – Cadastro de materiais – Hábil Empresarial Plus ............................... 77

Figura 7 – Cadastro de clientes e fornecedores – Fusion Tech Controle de

Estoque ...............................................................................................................

78

Figura 8 – Tela de cadastro de fornecedores – Estoque Fácil ........................... 80

Figura 9 – Tela de entrada de materiais por número – Estoque Fácil ................ 81

Figura 10 – Tela da inclusão das saídas de materiais – Estoque Fácil .............. 82

Figura 11 – Tela etiquetas com código de barras .............................................. 83

Figura 12 – Tela custo total de estoque II – Estoque Fácil ................................. 83

Quadro 2 – Ficha Técnica do Pão Sovado ......................................................... 84

Figura 13 – Modelo de palete de plástico ........................................................... 89

Figura 14 – Modelo de estante de aço ............................................................... 89

Figura 15 – Layout proposto para área de produção ......................................... 90

Figura 16 – Modelo de tabulação de dados da curva ABC ................................ 92

Figura 17 – Tela de registro de inventário – Estoque Fácil ................................ 93

Figura 18 – Modelo de cartão de inventário ....................................................... 94

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação dos materiais da empresa Mega Pães ....................... 63

Tabela 2 – Plano de melhorias ........................................................................... 73

Tabela 3 – Cotação de preços dos softwares analisados .................................. 78

Tabela 4 – Vantagens e desvantagens dos softwares analisados ..................... 79

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIP – Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria;

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária;

PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai;

PVPS – Primeiro que vence, primeiro que sai;

UEPS – Último que entra, último que sai.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 16

1.1 Problema da Pesquisa / Justificativa ........................................................ 17

1.2 Objetivo ....................................................................................................... 18

1.3 Aspectos Metodológicos ........................................................................... 19

1.3.1 Contextualização do trabalho de estágio ................................................... 19

1.3.2 Contexto e participantes ............................................................................ 20

1.3.3 Instrumento e procedimentos de coleta de dados ..................................... 21

1.3.4 Tratamento e análise dos dados ............................................................... 22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 24

2.1 Administração ............................................................................................. 24

2.1.1 Administração como ciência ...................................................................... 25

2.1.2 Funções da administração ......................................................................... 26

2.1.3.1 Planejamento .......................................................................................... 28

2.1.3.1.1 Planejamento estratégico .................................................................... 29

2.2 Administração de Materiais ....................................................................... 31

2.3 Compras ...................................................................................................... 32

2.4 Estoque ........................................................................................................ 34

2.5 Gestão de Estoque ..................................................................................... 36

2.5.1 Inventário físico .......................................................................................... 37

2.5.1.1 Inventário periódico ................................................................................ 38

2.5.1.2 Inventário rotativo ................................................................................... 39

2.5.2 Giro do estoque ......................................................................................... 40

2.5.3 Cobertura de estoque ................................................................................ 41

2.5.4 Níveis de serviço ....................................................................................... 42

2.6 Níveis e Políticas de Estoque .................................................................... 43

2.6.1 Estoque mínimo ......................................................................................... 45

2.6.2 Estoque máximo ........................................................................................ 46

2.6.3 Ponto de pedido ......................................................................................... 47

2.7 Classificação de Estoques de Materiais ................................................... 49

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14

2.7.1 Curva ABC ................................................................................................. 50

2.8 Avaliação do Estoque ................................................................................ 52

2.8.1 Custo médio ............................................................................................... 53

2.8.2 Método PEPS ............................................................................................ 53

2.8.3 Método UEPS ............................................................................................ 54

2.9 Codificação ................................................................................................. 55

2.10 Armazenagem dos Materiais ................................................................... 57

2.11 Ficha Técnica ............................................................................................ 58

3 RESULTADO DA PESQUISA ......................................................................... 60

3.1 A Organização ............................................................................................. 60

3.2 Histórico da Organização .......................................................................... 60

3.3 Organograma .............................................................................................. 61

3.4 Descrever a Atual Administração de Materiais ........................................ 62

3.4.1 Classificação de materiais ......................................................................... 62

3.4.2 Compras .................................................................................................... 65

3.4.3 Armazenagem ........................................................................................... 66

3.4.3.1 Primeiro que vence, primeiro que sai ..................................................... 66

3.4.3.2 Agência nacional de vigilância sanitária ................................................. 67

3.4.4 Classificação e codificação dos materiais ................................................. 68

3.4.4.1 Ean Brasil ............................................................................................... 68

3.4.5 Ficha técnica .............................................................................................. 68

3.5 Identificar as Principais Deficiências Encontradas ................................. 69

3.6 Desenvolver um Plano de Melhorias das Anomalias.............................. 70

3.6.1 Plano de sugestão de melhorias ............................................................... 71

4 PROPOSTA PARA A ORGANIZAÇÃO .......................................................... 75

4.1 Softwares Disponíveis no Mercado .......................................................... 75

4.1.1 MGT Software ............................................................................................ 75

4.1.2 Koinonia Software ...................................................................................... 76

4.1.3 Fusion Tech ............................................................................................... 77

4.1.4 Análise dos softwares ................................................................................ 78

4.1.5 Software para aquisição futura .................................................................. 80

4.2 Ficha Técnica .............................................................................................. 84

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4.3 Suprimentos ................................................................................................ 85

4.4 Recebimento de Materiais ......................................................................... 86

4.5 Armazenagem e Layout ............................................................................. 88

4.5.1 Primeiro que vence, primeiro que sai ........................................................ 90

4.6 Curva ABC ................................................................................................... 91

4.6.1 Inventário rotativo ...................................................................................... 92

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 96

5.1 Recomendações para Trabalhos Futuros ................................................ 97

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 98

DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO........................................... 101

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS .............................................................. 102

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1 INTRODUÇÃO

Para a sobrevivência no ambiente externo, se torna necessária uma

preocupação com os fatores internos. Empresas do segmento alimentício

necessitam conquistar soluções para otimizar seus processos, sem desperdícios.

Segundo a ABIP - Associação Brasileira da Indústria de Panificação e

Confeitaria (2009) no ano de 2008 houve um crescimento do setor na ordem de 11%

e, em 2009 até o mês de abril essa tendência se evidenciou com o aumento de 14%

na média nacional. Esse aumento no percentual evidencia um mercado em plena

expansão.

A administração tem como função, corrigir as problemáticas do cotidiano,

bem como buscar um sistema de produção ágil e eficaz, onde recursos materiais

merecem foco fundamental para a continuação do processo.

Nesse sentido, afirmam Laugeni e Martins (2006, p. 200) que “o

armazenamento de materiais é uma atividade especializada e consiste em

armazenamento adequadamente de matérias para que seja possível sua rápida

recuperação e a manutenção dos níveis de qualidade e para que a entrega seja

facilitada [...]” visando desta maneira, evitar perdas desnecessárias.

A empresa de pequeno porte Mega Pães especializada na elaboração e

distribuição de pães industrializados, está localizada na região Joinville – SC, não

menos obstante, distribui seus produtos em diversas cidades, como por exemplo, o

mercado do Vale do Itajaí, onde proporciona produtos de qualidade e preços

competitivos ao mercado, tendo em vista o crescimento constante. A empresa Mega

Pães busca espaço no ambiente externo, visando à grande expansão do mercado

no setor de panificação e similares.

Por se tratar de uma empresa do ramo alimentício, há a necessidade de ter

um estoque que supra a demanda e ao mesmo tempo seja mínimo, devido aos

recursos perecíveis. Um controle e planejamento da entrada e saída de materiais e

um ambiente de armazenamento adequado são necessários para que se possam

economizar recursos financeiros, evitando desta maneira, perdas desnecessárias,

visto que a Mega Pães sofre de tal deficiência.

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17

Com a junção das informações necessárias, o acadêmico será direcionado a

realização de uma pesquisa juntamente a empresa Mega Pães, a fim de implantar

um sistema de estoque funcional as atividades desempenhadas na empresa citada.

Para o sucesso desse estágio, deverá conter a colaboração do gestor

envolvido com a produção e os colaboradores da área, onde será perceptível um

processo sólido com matérias-prima alocadas corretamente, seguindo um critério

pré-estabelecido.

1.1 Problema da Pesquisa / Justificativa

Para a delimitação do problema, torna-se necessário uma introdução do

projeto de estágio. Segundo Roesch (2007, p. 90) “um problema pode ser definido

tanto a partir da observação, como da teoria, ou ainda de um método que queira

testar”. Nesse caso, a empresa Mega Pães não possui um sistema de estoque

formalizado, sendo assim, os controles não são realizados. Isso gera desde

desperdícios de materiais até uma má distribuição do capital financeiro, levando em

consideração que desperdício de materiais são gastos que na maioria das vezes são

desnecessários e influenciam diretamente no capital financeiro da empresa.

Teoria e prática deverão estar consolidadas, no caso desse projeto que

propõe a descoberta: Qual é o atual modelo de gestão de materiais a fim de

sugerir melhoras para a empresa Mega Pães, em Joinville - SC?

O trabalho será importante para a empresa, pois trará vantagens no

processo de produção, visando à melhoria de estocagem e consequentemente, dará

suporte as entradas e saídas de materiais. Hoje há uma grande deficiência por falta

de um controle de materiais eficiente do estoque existente na empresa. A falta desse

controle de estoque acarreta em problemas como, por exemplo, a deterioração de

possíveis recursos, por muitos serem perecíveis, gerando desta maneira, gastos

financeiros desnecessários.

A universidade será contemplada com novos conhecimentos na ciência da

Administração de Materiais, no projeto proposto a empresa. Esse conhecimento

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18

adquirido poderá ser utilizado como exemplo aos demais acadêmicos que se

interessem pelo tema futuramente.

O que é sugerido à organização, torna-se um desafio, a partir do momento

que a mesma, não possui nenhum tipo de controle sobre seus recursos materiais. É

uma forma de expandir o conhecimento acadêmico teórico que foi adquirido por

meio dos professores e das pesquisas, na prática, dentro desta organização.

1.2 Objetivo

O acadêmico percebeu a necessidade de distinguir objetivo geral de objetivo

específico. A autora Roesch (2007, p. 96) define essa diferença como “o objetivo

geral é formado de forma genérica o suficiente para abranger vários objetivos

específicos”. Ou seja, um complemento para a realização do projeto.

Este projeto de estágio teve como objetivo geral, diagnosticar soluções que

podem ser empregadas para maximizar a gestão de estoque, tanto no planejamento

quanto no controle da empresa Mega Pães, em Joinville - SC.

Considerando o objetivo geral citado anteriormente, destacam-se os

seguintes objetivos específicos:

- Classificar os materiais;

- Diagnóstico dos processos utilizados na Administração de Materiais;

- Identificar as principais deficiências encontradas;

- Desenvolver um plano para a implantação de um sistema de gestão;

- Sugerir melhorias nos processos de gestão de materiais;

- Propor a implantação das mudanças sugeridas.

Com a proposta de diagnosticar melhorias sobre a atual gestão de materiais,

pretende-se amadurecer a organização em pontos não vistos no período anterior ao

trabalho. Deste modo, fica a critério da empresa aderir ao novo método de trabalho

sugerido pelo acadêmico ou não.

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19

1.3 Aspectos Metodológicos

Os aspectos metodológicos são importantes para o desenvolvimento do

trabalho, os itens devem ser claros para a contextualização, dos participantes e na

coleta e análise dos dados. Assim facilitou o alcance dos objetivos diagnosticados,

bem como, a sugestão de um sistema de estoque. Segundo Roesch (2007, p. 119)

“[...] mesmo que não se vá realizar um trabalho científico durante o estágio,

provavelmente alguns elementos dos métodos científicos serão realizados”.

Os métodos proveem de uma metodologia e tratam (do) de um processo,

conforme cita Oliveira (1999, p. 57) “[...] conjunto de processos pelos quais se torna

possível conhecer uma determinada realidade, produzir determinados objetos ou

desenvolver certos procedimentos ou comportamentos”.

1.3.1 Contextualização do trabalho de estágio

O objetivo do presente estudo foi analisar quais aspectos que podem

interferir na gestão de materiais da empresa em questão, além de promover

sugestões que possam aprimorar a administração de materiais.

Na tipologia desde estudo foi utilizada a pesquisa diagnóstico, pois este tipo

de pesquisa tem seu foco ligado a explorar o ambiente organizacional e de mercado

a fim de levantar problemas (ROESCH, 2005).

A tipologia utilizada para o desenvolvimento de pesquisa diagnóstico teve

enfoque qualitativo. Richardson (2007) complementa que a proposta da pesquisa

contribui ao delimitar o problema, para informação coletada torna-se necessário um

planejamento da pesquisa, utilizar-se de questionário prévio no momento da

observação ou entrevista para a coleta dos dados.

Portanto, para seguir as normas estabelecidas em um trabalho

predominantemente qualitativo, foi viável um estudo de caso para uma análise mais

profunda. Roesch (2007) conclui que o estudo de caso busca examinar um

fenômeno dentro de seu contexto. Dessa forma, obtêm-se maior facilidade para a

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20

escolha do melhor sistema a ser introduzido na Mega Pães. Salientando que existirá

um suporte quantitativo para conquistar os resultados.

Utilizou-se também no trabalho o método de pesquisa exploratória, levando

em consideração a observação que Richardson (2007) fez, onde a pesquisa

exploratória é definida pelo autor como um método indicado ao pesquisador que

inicia um estudo em um determinado assunto.

Corroborando com o conceito do autor citado acima, Roesch (2007, p. 126)

descreve que é importante distinguir as fases exploratórias e descritivas do trabalho,

tais como:

Aliás, é comum que na fase exploratória se utilize a postura do método qualitativo de ouvir o que as pessoas têm a dizer e participar de eventos sem a preocupação de que isso possa influenciar os respondentes ou processos em andamento. Numa próxima etapa seguinte, a tendência é buscar medir alguma coisa, forma objetiva é o propósito do método quantitativo.

Este trabalho de conclusão de estágio iniciará utilizando o método de

pesquisa exploratória, de onde foram extraídas todas as informações necessárias

para que seja possível descobrir o melhor sistema a ser implementado na empresa

onde ocorrerá o planejamento do mesmo. O restante do trabalho seguirá a linha

descritiva buscando o enfoque ao propor a implantação de melhorias na empresa.

1.3.2 Contexto e participantes

Em sua trajetória para complementação do estágio, o universitário definiu o

grupo de onde extrair as informações necessárias à realização do projeto. De acordo

com Roesch (2007), o estágio pode estar concentrado em um departamento

específico, ou na organização como um todo, nesse caso, independente de ser de

pequeno ou médio porte, sendo importante descrever a área e a quantidade de

pessoas que a integram.

Para identificar o melhor programa de estoque a ser proposto à Mega Pães,

foi necessário fazer a delimitação da população participante. De um total de 37

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21

funcionários, foram avaliados 25 colaborados da produção e 2 colaboradores da

área administrativa.

Lakatos e Marconi (1994, p. 224) definem população como “o conjunto de

seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em

comum”.

Para o gestor do Departamento de Produção e o proprietário, serão

empregadas entrevistas não estruturadas, a fim de definir o atual processo de

estocagem e descobrir quais são as principais expectativas esperadas com a

implementação de um programa efetivo de estoque na empresa. Corroborando com

os autores acima, Roesch (2007, p. 138) observa que “uma população é um

conjunto de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito

específico de um estudo”.

O uso da observação não participante faz-se necessária para que o

processo produtivo possa ser desenhado e um futuro plano de melhorias contra

anomalias seja feito. Essa análise foi realizada com os colaboradores da produção

e administrativos envolvidos nas operações de materiais. Foram investigados

documentos como notas fiscais de mercadorias, planilhas em Excel para que

pudessem ser comprovadas as entradas e saídas de materiais, porém isso foi de

pouca valia, visto que a empresa não possui informações relevantes e

principalmente controle sobre esse procedimento.

A interação entre a universidade, o acadêmico e a organização facilitou a

descoberta do melhor programa de controle de estoque a ser implantado na Mega

Pães.

1.3.3 Instrumento e procedimentos de coleta de dados

Para o levantamento das informações, foi necessário o uso de instrumentos

para a coleta de informações que foram analisadas posteriormente, a fim de

alcançar os objetivos pretendidos. Conforme Richardson (2007, p. 69), “nessa etapa,

o pesquisador informa o período da coleta de informações, e a possível colaboração

do entrevistado”.

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22

O acadêmico utilizará em sua pesquisa dados primários, resultantes das

entrevistas e observações. Desse modo, Mattar (2000, p. 48) define dados primários

e secundários como:

[...] dados primários são aqueles que não foram coletados antes, estando ainda em posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender as necessidades específicas em andamento; dados secundários são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados e às vezes até analisados e que são catalogados a disposição dos clientes.

Outro instrumento empregado foram as entrevistas com base não

estruturada ao gestor do departamento de produção e ao proprietário, a fim de

detectar o método de alocação dos recursos materiais utilizado pela empresa.

Richardon (2007) ressalta que não se torna um método de entrevista guiada, onde

pretende-se extrair informações para uma análise qualitativa.

O uso da observação não participante surgiu para identificar o processo

produtivo atual e identificar as deficiências que a falta de um sistema estruturado de

estoque faz aos colaboradores da área de produção. Para Richardson (2007) a

observação não participante é indicada para pesquisas exploratórias a fim de

levantar novos problemas e identificar determinados objetivos para a pesquisa.

Assim, houve a possibilidade da realização de um plano para agir contra as

anomalias encontradas na empresa e propor as sugestões cabíveis para que as

soluções pudessem ser implementadas.

1.3.4 Tratamento e análise dos dados

No quesito do tratamento e análise dos dados, o acadêmico respeitou todas

as normas e regras pré-estabelecidas para os trabalhos de conclusão de curso na

área da Administração. Segundo Roesch (2007, p. 128):

O tipo de dado coletado delimita as possibilidades de análise. Nesta seção sugere-se que o aluno imagine como fará a descrição e análise dos resultados de seu estágio. Poderá prever a utilização de gráficos, tabelas e estatística. Pensar na análise ajuda a criticar a própria coleta de dados.

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Para analisar os dados qualitativos da pesquisa, que englobam as

entrevistas e as observações, o acadêmico seguiu a linha da análise de conteúdo,

onde contemplará seu trabalho por meio de citações indiretas extraídas das

entrevistas e relatórios da observação ao decorrer do trabalho. Para Roesch (2007,

p. 170):

As informações colhidas pelo entrevistador, por meio da aplicação de técnicas referidas, normalmente é apresentada na forma de texto. A análise de texto em pesquisas científicas tem sido conduzida principalmente mediante um método denominado de Análise de Conteúdo.

O tratamento e análise de dados proporcionaram ao acadêmico uma visão

clara sobre qual o tipo de sistema de estoque que será realmente útil para a

empresa Mega Pães.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O propósito da fundamentação teórica é contextualizar o tema escolhido e

relacioná-lo com os aspectos ligados a realidade do estágio.

Para Roesch (2005) a revisão da bibliografia levantará pontos que no projeto

inicial não foram delimitados com precisão. Richardson (1999, p. 300) menciona o

beneficio da revisão bibliográfica para o projeto:

Quando um assunto, tomado como tema para pesquisa, já mereceu o estudo por outros investigadores cabe, a esse respeito, dar um balanço antes de se empreender de fato a pesquisa que se tem em mente.

A busca para afirmar a viabilidade do projeto com o auxilio da bibliografia,

resultará em um bom embasamento teórico, aumentando o índice de eficiência

esperado inicialmente na introdução do estágio.

Serão abordados na fundamentação teórica, temas relacionados à

Administração de Materiais, bem como, estoque, sua gestão e os seus

procedimentos para uma armazenagem segura e correta.

2.1 Administração

Como ciência, a Administração busca alcançar as metas organizacionais,

tendo início no enfoque desde os recursos materiais, mercado, financeiro e até

mesmo o humano.

Na visão de Amboni e Andrade (2007, p. 3) o ato de administrar está

relacionado com cooperação de um grupo, o que auxilia para que as diversas

situações do mercado não surpreendam o administrador, como citam os autores a

seguir:

Entender o que é Administração em condições de incerteza, instabilidade e imprevisibilidade é uma questão ímpar que propõe desafios para qualquer gestor poder sobreviver e se manter no mercado, cada vez mais competitivo. Estamos convivendo com situações que estão exigindo o

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trabalho em equipes e a cooperação de todos para facilitar o alcance dos objetivos comuns das equipes e das organizações.

Como observa Certo (2003, p. 4), “a administração esforça-se para encorajar

a atividade em grupo que leve ao alcance dos objetivos das metas organizacionais e

desencoraja a atividade individual que atrapalhe a realização dessas metas”.

A administração está relacionada a um mercado dinâmico e de incertezas,

onde planejamento e controle se tornam alternativas imprescindíveis para desvendar

possíveis fracassos. Administrar tem o sentido de alcançar um ou mais objetivos ou

metas impostas pela organização, por meio da utilização eficiente e eficaz dos

recursos.

Conforme cita Certo (2003, p. 4) “[...] combinar e utilizar os recursos de que

dispõe a organização para garantir que as empresas alcancem seus propósitos”, é

um excelente conselho, pois o sucesso e a permanência de uma empresa no

mercado são determinados pela forma como são transformados os recursos que

esta tem disponíveis.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Silva (2001) afirma que os recursos

que estão à disposição implicam na eficiência e eficácia, material, financeira e

humana. O uso da leitura, fala e audição resultará no processo da observação, a fim

de que as metas sejam alcançadas nos diferentes níveis e áreas de uma

organização.

Todo esse cuidado com o processo da observação só tem a agregar a

empresa, facilitando a supervisão das tarefas e promovendo a comunicação entre

diversos departamentos. Proporcionando desta maneira, que a empresa atinja novos

nichos de mercado.

2.1.1 Administração como ciência

A Administração é considerada uma ciência social não exata, pois seu

processo é altamente mutável. Sofre alterações em decorrência de um mercado que

está sempre em transição.

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Antes mesmo de visualizar administração como ciência, Silva (2001, p. 29)

define a ciência como “um corpo sistematizado de conhecimento, baseado em

certos princípios de aplicação generalizada”. Generalização que traz a busca

incessante por novos métodos que auxiliem nas conquistas de resultados

satisfatórios. Esses resultados podem ser adquiridos em áreas afins que oferecem

suporte a administração que atualmente se conhece.

Como conceituam Amboni e Andrade (2007, p. 5), “a Administração como

ciência recebeu e recebe influencias de ciências como Filosofia, Sociologia,

Psicologia e Economia”. A união de áreas afins para construção do que é conhecida

hoje como administração.

Com o mesmo propósito, Silva (2001, p. 29) trata a administração como

ciência não exata, partindo do pressuposto de que existem mudanças constantes,

como cita:

[...] a administração não pode ser considerada uma ciência social exata, mas é uma científica porque um administrador se comporta do mesmo modo que um cientista. Os princípios que governam a formulação de metas, hipóteses, coleta de dados, análise e interpretação dos fatos, teste de conclusões e alcance das soluções dos mesmos. A grande diferença é que o administrador tem que operar sob certas limitações impostas pelas mutantes condições dos negócios.

Assim sendo, Amboni e Andrade (2007) ressaltam que a administração

trabalha com fenômenos complexos em que o profissional possui pouco

conhecimento. Pode-se afirmar que é uma ciência inexata, pois as decisões

tomadas são baseadas em informações altamente dinâmicas em um mercado em

plena alteração.

É notável que a administração receba influências das demais ciências para

sua construção. Contudo, o profissional da área necessita de aperfeiçoamento

constantemente, para conhecer o seu real papel dentro da organização.

2.1.2 Funções da administração

A contribuição do administrador para o resultado satisfatório perante a

organização, depende de algumas funções, que na visão de Silva (2001, p. 9) são,

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27

“[...] atividades básicas que devem ser desempenhadas por administradores para

alcançar os resultados determinados e/ou esperados pelas organizações”.

De acordo com Amboni e Andrade (2007, p. 5) “para as organizações

alcançarem o desempenho esperado, precisam contar com as funções que

englobam o processo administrativo, conhecidas por funções do administrador”.

O profissional da área necessita de reciclagem constante. A busca por novas

soluções se torna cada vez mais complexa em um mercado em plena

transformação.

Corroborando, Amboni e Andrade (2007), Certo (2005) e Silva (2001) citam

que as funções que constituem os processos são o planejamento, organização,

direção e controle. O ato de planejar envolve a implicação de um plano ou decisão

que refletirá repercussão futura. Organizar é distribuir tarefas e poderes aos diversos

departamentos e alocação de recursos a fim de aperfeiçoar os processos. Dirigir

engloba liderança, como influenciar pessoas para que as mesmas realizem tarefas,

em busca de um objetivo comum, colaborador e organização. Por fim, controlar é

medir o desempenho atual para poder avaliar se foi chego à meta pré-estabelecida

inicialmente. A figura 01 exemplifica de forma sintética o que foi descrito acima:

Figura 01: Funções do administrador Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Planejar

Controlar Organizar

Dirigir

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Essas funções servem de parâmetro para a tomada de decisão, neste

sentido, Amboni e Andrade (2007, p.6) citam que:

Para que as funções do administrador funcionem na prática e proporcionem resultados eficientes, eficazes e efetivos, a retroação, também conhecida por feedback, possibilita ao gestor efetuar ajustes segundo as contingências internas e externas. Elas servem de parâmetro para o gestor tomar as decisões com os menos riscos e incertezas, dependendo do nível hierárquico em que ele se encontra.

As funções são interligadas, o resultado de cada uma delas depende do

resultado das outras três. Desempenham um papel importante para a tomada de

decisão, onde o gestor poderá ponderar as informações para a satisfação da

organização.

Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001, p. 3) ressaltam que administrar vai

além de resolver problemas, administrar é buscar soluções para possíveis

mudanças, como citam:

O papel do administrador não é de resolver todos os problemas da organização, o que é impossível, mais o de encaminhar soluções pertinentes à sua esfera de decisão e ser capaz de levar a organização ao crescimento, no sentido de prepará-la para agir em cima de problemas maiores e mais complexos, tornando-a capaz de enfrentar mudanças com rapidez, facilidade e eficiência.

Se as funções estiverem inter-relacionadas, aumentarão as perspectivas de

acerto na tomada de decisões, independentemente do nível em que estiverem. A

administração, com todas as novas concepções, é considerada uma das principais

chaves para a solução dos mais graves problemas que circundam o mundo moderno

atualmente.

2.1.2.1 Planejamento

Ao comandar uma organização, o administrador busca excelência e o

sucesso do negócio, porém, é necessária a investigação de informações

relacionadas ao mercado e as tarefas que deverão ser desempenhadas, por meio de

um estudo e o desenvolvimento de um planejamento.

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Robbins (2000, p. 116) cita que o planejamento estabelece metas para uma

empresa, como:

[...] planejamento compreende as definição das metas de uma organização, o estabelecimento de uma estratégia global para alcançar essas metas e o desenvolvimento de uma hierarquia de planos abrangente para integrar e coordenar atividades. Diz respeito, portanto, aos fins (o que será feito) e também aos meios (como será feito).

Os resultados não podem ser analisados somente a curto prazo, o processo

das ações desempenhadas pelo plano, resultará em melhorias à longo prazo.

Segundo Rosa (1999) o planejamento compreende na avaliação da situação

da organização para a tomada de decisões futuras, caminho este que é classificado

como eficiente para o administrador.

De acordo com Montana e Charnov (2003, p. 117), “[]] o custo de um erro

resultante do velho método improvisado de tomar decisões é muito alto. O

planejamento obriga os gerentes a parar e analisar muito bem os problemas e

alternativas”.

Conforme os autores, o planejamento não exclui as chances de insucesso

de uma organização, mas tende a minimizá-los. Por meio desse estudo pode-se

trabalhar os pontos fortes e os pontos fracos de uma empresa assim como as

ameaças e oportunidades.

2.1.2.1.1 Planejamento estratégico

Na organização, existem objetivos a longo prazo e estratégias que são

adotadas para que esses objetivos possam ser alcançados. Essas estratégias

podem ser vistas como uma ação para atingir algum objetivo dentro da empresa,

onde influenciarão como um todo. Esse processo é classificado como planejamento

estratégico.

Para Oliveira (2007, p. 18 e 19) o planejamento estratégico é um

procedimento administrativo que dará maior suporte a direção da empresa,

conforme cita:

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Planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação mercadológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos – não controláveis – e atuando de forma inovadora e diferenciada. O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos recursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada.

O planejamento estratégico tem o objetivo de propor ações para melhorias e

prevenir a organização para a possibilidade de falhas futuras. Neste sentido,

Bateman (1998) complementa ao descrever que o planejamento estratégico envolve

tomada de decisão sobre objetivos e estratégias ao longo prazo. Fatores externos

são de forte influência para a proposição do plano, sendo elaborados pelos altos

executivos, embora não formulem ou implementem todo o plano.

Conforme citam os autores, pode-se conceituar planejamento estratégico

como um processo administrativo, que envolve as tomadas de decisões sobre o

rumo que a empresa deseja seguir, de forma que a empresa possa adaptar-se ao

mercado estabelecido.

De acordo com Fischmann e Almeida (2001, p. 16), planejamento

estratégico é, “[...] que dá a direção à organização adaptando-a ao seu meio

ambiente (Diretoria, Conselho de Administração)”.

Esse processo é formulado e definido pelas pessoas que integram os níveis

mais elevados da empresa, como por exemplo a diretoria e o conselho

adminstrativo.

Assim, Mintzberg, Ahlstrand e Lampel e (2000) complementam os demais

autores ao afirmarem que o planejamento estratégico pode ser apresentado como

uma geração de estratégia onde requer não somente previsibilidade, mas certa

estabilidade em sua formulação.

O processo para planejamento estratégico requer um estudo sobre atual

situação da organização para a definição de metas e objetivos, e assim chegar aos

resultados futuros desejados. Através de uma visão sistêmica, presidente e diretores

poderão prever e previnir situações importantes para a tomada de decisão.

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2.2 Administração de Materiais

A responsabilidade de atingir o equilíbrio entre oferta e procura de recursos,

para que não haja desperdícios é função da Administração de Materiais. Interliga os

demais setores de uma organização, assim, proporciona acompanhar o período

desde a compra de suprimentos, sua armazenagem até a distribuição no mercado.

Como conceitua Viana (2000), a Administração de Materiais determina

quanto e quando adquirir para suprir os estoques de maneira adequada ao

processo. Essa operação pode incluir o planejamento e controle da distribuição dos

recursos, por meio de oferecimento de estágio requerido de serviços ao consumidor.

Arnold (1999, p. 26) descreve que a administração de materiais é “[...]

responsável pelo fluxo de materiais a partir do fornecedor, passando pela produção

até o consumidor [...]”. Seguir uma sequência lógica facilitará o entendimento dos

mecanismos da administração de materiais.

Para Alt e Martins (2006, p. 4) a Administração de Materiais realiza um

trajeto até a chegada no consumidor final, como cita:

[...] engloba a seqüência de operações que tem início na identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final.

Uma Administração de Materiais bem sistematizada trará ganhos à

organização, sendo uma vantagem competitiva perante o mercado. Gonçalves

(2004) visa à redução de custos, investimentos em estoque e maior poder de

barganha junto aos fornecedores para maximizar os lucros da empresa.

O profissional que atuará no segmento em questão, terá como função

planejar, dirigir, coordenar e controlar as atividades relacionadas desde a aquisição

de suprimentos para formar o estoque até seu destino ao consumidor final.

Francischini (2002) adverte que a Administração de Materiais planeja,

executa e controla as atividades do segmento fim de maior eficiência em seu

processo de produção e fluxos de caixas da organização.

Por atuar de forma sistêmica na organização, torna-se necessário aumentar

o grau de importância dado a Administração de Materiais para que se possa otimizar

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32

os processos, desde aquisição da matéria-prima até sua saída para o consumidor

final.

2.3 Compras

A responsabilidade das compras é suprir as necessidades da produção dos

bens ou na prestação de serviços na quantidade esperada para que o mesmo ocorra

de forma satisfatória.

O departamento de suprimentos busca novas opções de materiais, preços

justos e fornecedores que possam atender a organização no momento da aquisição

para que não ocorram falhas.

Na visão de Arnold (1999, p. 207) um comprador tem como função, “[...] tem

a responsabilidade principal de localizar fontes adequadas de suprimentos e de

negociar preços”.

Ching (1999) ressalta que os fornecedores não devem ser tratados como

iguais, cada um possui sua particularidade e isso deverá ser respeitado. Assim, deve

ser definido o relacionamento como cada um do grupo.

Ao criar esse vinculo, será mais fácil atingir o objetivo esperado, suprir as

necessidades de materiais, planejar quantitativamente e satisfazer no momento

certo com as quantidades ponderadas.

Na visão Gonçalves (2004, p. 194) o planejamento e controle da aquisição

dos materiais são tidos como:

Ela requer planejamento e acompanhamento, processos de decisão, pesquisas e seleção das fontes supridoras dos diversos materiais, diligenciamento para assegurar que o produto está recebido no momento esperado, inspeção tanto da qualidade quanto das quantidades desejadas. Requer uma coordenação geral entre os diversos órgãos da empresa: almoxarifado, no que tange ao armazenamento dos materiais; planejamento do estoque, responsável por definir as quantidades a serem adquiridas e os respectivos prazos da entrega; finanças, no que se relaciona a automatização e controle de pagamentos das faturas dos materiais recebidos e muitos outros setores da estrutura organizacional.

As funções do profissional de compras estão relacionadas com a elaboração

formal do material requisitado aos fornecedores, sua avaliação, emissão dos

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33

pedidos de compras e monitoramento da entrega. Dias (2005) aborda que o

profissional do departamento de compras deve oferecer a empresa boas

negociações, com objetivo de aquisições de recursos apropriados ao processo para

trazer lucro à organização. Na procura de preços justos e encorajar os fornecedores

a enfrentar os novos desafios junto à empresa.

Dessa maneira, é oportuno conceituar as competências dos órgãos que

compõem a estrutura do setor de compras, segundo Viana (2000):

Cadastro de fornecedores:

Responsabilizam-se pelos fornecedores de materiais e de

serviços nos quesitos, avaliação, desempenho e

qualificação.

Processamento:

Responsável por receber todos os documentos vinculados

aos pedidos de compra.

Compras locais: Responsáveis pelas compras dentro do país.

Compras por importação:

Aquisição de materiais provenientes do exterior

necessitará da participação de um administrador com

especialidade em comércio exterior.

Diligenciamento:

Atividade para garantir as cláusulas contratuais, dando

uma atenção especial no prazo de entrega, documentos e

fiscalização das mercadorias pendentes, voltadas aos

interesses da organização.

Quadro 1: Estrutura do setor de compras Fonte: Adaptado de Viana (2000)

A cadeia de suprimentos está inserida na administração de materiais como

uma estrutura que oferece condições para um equilíbrio entre operacional e

financeiro da organização.

Para Gonçalves (2004) o profissional da área de compras deve estar atento

as eventuais flutuações de mercado, como sazonalidade de preços e disponibilidade

de materiais ou serviços, problemas com abastecimento e problemas relacionados à

importação de recursos desejados.

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Perante a uma oscilação de mercado, o profissional de compras deverá

buscar alternativas para suprir as possíveis faltas de determinados recursos.

Conhecer bem o produto ou serviço que será adquirido, para beneficiar a

organização durante seu processo é de fundamental importância.

2.4 Estoque

Para aperfeiçoar os recursos transformados ou em transformação, as

organizações se preocupam se há excedente ou falta de materiais. Buscando

equilibrar e evitar desperdícios ou deficiências, objetivando o lucro para a empresa.

Chambers, Johnston, Slack (2002, p. 381) citam que “estoque é definido

aqui como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de

transformação”. De acordo com Ballou (2004, p. 249) estoque pode ser definido

como “[...] pilhas de matérias primas, insumos, componentes, produtos em processo

e produtos acabados que aparecem em numerosos logísticos e de produção da

empresa”.

Administrar estoques é uma ação que sofre interferência e influência de

diversos setores da empresa, onde irão ocasionar benefícios, facilidade e

atendimento ao cliente, e minimizar custos decorrentes de manter produtos

estocados.

Dias (2005) observa que a função da administração de estoque é elevar o

máximo o efeito lubrificante no feedback de vendas e ajustar o planejamento no

momento da produção. Remete a concepção de setores interligados.

Os processos de armazenamento de recursos transformados ou que

sofrerão tal operação, existirá pelo fato da diferença entre oferta e demanda. Visto

que existe a necessidade de manter um volume de recursos materiais e produtos em

estoque para acatar a demanda de mercado e suas variações.

Dessa forma, os autores Alt e Martins (2006, p.168) trazem a idéia de que o

estoque regula o fluxo na organização:

Os estoques têm a função de funcionar como reguladores do fluxo de negócios. Com a velocidade com que as mercadorias são recebidas –

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unidades recebidas por unidade de tempo ou entradas – é usualmente diferente da velocidade com que são utilizadas – unidades consumidas por tempo ou saídas -, há a necessidade de um estoque, funcionando como um amortecedor.

Por meio de uma boa administração de estoque é interessante aumentar o

giro de capital da empresa, assim, diminuir o ativo e conservar as vendas

constantes.

Na visão do autor Dias (2005) o objetivo da administração de estoque está

em aperfeiçoar o investimento ao fazer uso eficiente de seus meios financeiros,

tornado mínimo as necessidades de capital investido.

Uma das mais importantes atitudes é equilibrar esses custos com os

benefícios que irá proporcionar a respeito de sua eficiência operacional, sistema de

manuseio, aquisições e distribuição ao cliente.

Para que não haja problemas futuros em relação à manutenção do estoque,

deve-se possuir um equilíbrio nas entregas das mercadorias junto aos fornecedores,

conforme Viana (2000, p. 49) cita:

Quando se encomendam quantidades maiores, eleva-se o estoque médio, juntamente com o custo de mantê-lo. Manter um estoque custa os juros sobre o capital empatado mais as despesas da própria manutenção física – o aluguel ou amortização dos armazéns e os salários dos funcionários envolvidos. Portanto, para reduzir o custo com sua manutenção, deve-se simplesmente encomendar dos fornecedores entregas menores e mais freqüentes.

Dias (2005) cita que um controle de estoque torna-se necessário dentro da

organização. Deve-se saber os itens a serem estocados, quando deve-se

permanecer em estoque e quanto de materiais deverá ser adquirido para suprir suas

necessidades. Receber, armazenar os recursos de acordo com sua transformação e

avaliar as quantidades estocadas dos materiais estocados onde também serão

identificados os itens obsoletos e danificados é de suma importância. Dessa forma,

poderá chegar ao capital necessário envolvido.

A análise minuciosa e constante dos estoques traz ao administrador da área

de materiais, controle dos recursos a fim de que seja compatível com a demanda

esperada, ditando os volumes de capital envolvido, como poderá levar a

organização à vantagem competitiva.

O estoque é um investimento e depende do cumprimento dos diversos

departamentos para geração de lucro. Entretanto, é fundamental um sistema para

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36

seu gerenciamento. A gestão de estoque surge para originar esse suporte, como

será abordado a seguir.

2.5 Gestão de Estoque

A atividade de gerir estoque trará suporte ao que se diz respeito a manter

equilíbrio do consumo, desde o processo da entrada da matéria-prima, o

armazenamento e a transformações necessárias para que se torne apta ao ponto de

venda ou consumo final.

Segundo Viana (2000, p. 117), “gestão é um conjunto de atividades que visa,

por meio das respectivas políticas de estoque, ao pleno atendimento das

necessidades da empresa”.

Dirigir estoque é uma das bases da administração de materiais. Os recursos

transformados ou em operação necessitam de ambientes adequados para o

armazenamento, para que seja possível controlar as entradas e saídas para não

haver confrontos entre fornecimento e demanda.

Na visão Alt e Martins (2006) a gestão de estoque possui uma série de

ações que permite ao profissional da área de materiais apurar se os recursos estão

sendo utilizados e se estão bem alocados em relação aos setores.

Intervir no planejamento e controle só fará com que os procedimentos de

entradas e saídas sejam respeitados. Buscando sempre a maximização das

informações concebidas nas áreas interessadas e facilitando o manuseio em seus

processos.

Dias (2005) complementa ao afirmar que o controle não refere-se somente a

fase intermediária mas a todo o processo de estoque onde o gerente de materiais

deverá se ater a todos os detalhes.

Cabe a este setor o controle das disponibilidades e das necessidades totais

do processo produtivo, envolvendo os almoxarifados e estoques em processo,

objetivando a não deixar faltar material e nem sobrar material além da demanda.

Como ressaltam Corrêa e Corrêa (2007), a gestão dos recursos

armazenados afeta variados setores, desde o financeiro, na quantidade de capital

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estocado, até os gestores comerciais que tem a preocupação da falta de produto

acabado para atender o mercado, onde sua falta pode acarretar prejuízos.

Esses gestores são responsáveis pelo bom desempenho da organização no

controle da entrada e saída de materiais, acabados ou em transição. Erros podem

causar turbulências em outros departamentos, como financeiro e vendas, entre

outros. Consequentemente, atingir o consumidor final que receberá bens de

qualidade inferior ou sua ausência no mercado.

De acordo com Viana (2000), a gestão de estoque procura um equilíbrio

entre o estoque e o consumo, considerando a entrada de materiais desnecessários,

planejamento das atividades de gestão e centralização das informações. Implantar

políticas e padronizações para a estocagem e realizar análise para a retirada de

materiais obsoletos e danificados a fim de proporcionar ao processo material de

qualidade para suas finalidades são importantes. Sempre visando à aquisição dos

recursos na quantidade certa sem criar possíveis desperdícios.

Para que a gestão de estoque ocorra, deve ser controlada à entrada,

processo e saída dos recursos. De maneira que a aquisição seja realizada na

quantidade exata, a fim de não existir prejuízos, onde o capital investido possa gerar

lucro. Com a alta concorrência, descuidos desnecessários podem afetar a saúde da

organização.

2.5.1 Inventário físico

As organizações estão atentas ao número de materiais estocados, com o

que é proposto pelos registros. De modo que, a contagem de cada item irá

demonstrar se há exatidão no controle do sistema de estoque. Alt e Martins (2006,

p.199) descrevem que “O inventário físico consiste na contagem física do estoque”.

Inventário é uma metodologia da administração de materiais que consiste no

levantamento físico e financeiro de todos os bens, cuja finalidade é a contatibilização

entre o registrado e o existente. Para Pozo (2002) essa contagem dará suporte a

apuração do balanço do ano fiscal e o imposto de renda.

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38

Bens não registrados e não controlados podem causar problemas no que se

refere a atrasos na entrega dos pedidos aos clientes, por meio da falta de

informações que poderá gerar um planejamento ineficiente.

Além de detectar a presença de estoque obsoleto, o caixa da empresa

ganha com a introdução do inventário. Alt e Martins (2006, p.199) observam que:

O grande controle que pode ser feito em qualquer organização para auxiliar o fluxo de caixa é o referente aos inventários. Estoque em excesso é ganhar dinheiro à toa, arcar com um custo que não traz benefícios algum.

Os benefícios de um inventário são verificar eventuais desvios no controle

de estoques de peças rejeitadas, cujos controles não são lançados. Informações

estas, precisas para a organização.

Jacobsen (2003) ressalta que a prática do inventário, permite a apuração do

estoque total do balanço contábil, que atende a controladoria na verificação da

possível ausência de algum recurso, e assim apurar o consumo real.

A realização do inventário nas organizações trará um suporte não somente

na administração de materiais, mas irá refletir também no fluxo de caixa. Esse

procedimento pode ser periódico ou rotativo.

2.5.1.1 Inventário periódico

O inventário realizado uma ou no máximo duas vezes ao ano para o

confronto de informações de materiais é denominado periódico. Sua concretização

está no fim de cada exercício fiscal da empresa.

Na visão dos autores Alt e Martins (2006, p.199) “normalmente no

encerramento dos exercícios fiscais, ou duas vezes por ano, faz-se a contagem

física de todos os itens do estoque”.

Para que a contabilização física ocorra sem sofrer possíveis interferências e

gerar erros, a paralisação torna-se necessária nesse período. Para verificar o

estoque real, Jacobsen (2003, p.62) aponta para uma paralisação para que a

mesma seja realizada, o autor cita:

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O inventário geral ou periódico exige a paralisação de cada área inventariada devido sua abrangência (todo o estoque), o que demanda um tempo significativo de realização e o emprego de uma força-tarefa para que a contagem se faça menor no tempo possível (1 a 3 dias). Recomenda-se que os itens das classes C sejam contados somente uma por ano.

No processo do inventário periódico, a apuração de todos os bens será

realizada de uma única vez, onde se inclui desde os locais de armazenamentos

considerados de recebimento e intermediários, materiais alocados para

transformação e os produtos acabados já efetivos.

Jacobsen (2003) cita que o recrutamento das pessoas envolvidas na

contagem dos materiais estocados, deve levar em conta, o total de itens, suas

particularidades e tempo estimado.

A importância do inventário periódico é que ao menos uma vez ao ano, a

organização conhecerá o total de itens alocados no seu estoque e confrontar com o

controle diário.

2.5.1.2 Inventário rotativo

Ao contrário do inventário periódico, no inventário rotativo a contagem será

ao longo do ano e não em uma data pré-estipulada como na anterior, sem qualquer

paralisação no processo operacional.

Jacobsen (2003, p.62) cita que, “[...] contagens são distribuídas ao longo do

ano, com maior frequência, através de programação que envolve mensalmente

determinados itens de material”.

O processo do inventário rotativo é a contabilização física do estoque em

intervalos regulares inserido em um exercício. As contagens são concentradas por

cada grupo de itens em períodos estipulados. Esse procedimento poderá ocorrer de

forma semanal ou mensal.

Como observam Alt e Martins (2006, p. 200) para que o inventário rotativo

aconteça, deverá seguir um critério bastante usual (, como citam):

Um critério usual é contar a cada três meses 100% dos itens da Classe A (33,3% ao mês, aproximadamente), 50% dos itens da classe B (16,6% ao mês) e 5% dos itens da classe C (1,6% ao mês).

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Esse método torna-se mais lucrativo e benéfico a partir do ponto em que não

houver necessidade de paralisar as operações. A identificação de deficiências,

assim como aperfeiçoar os controles, possui mais tempo ágil para as alterações,

viasando que o inventário rotativo é feito periodicamente.

Conforme cita Jacobsen (2003, p. 62) uma das vantagens do inventário

rotativo é “[...] não exigindo a paralisação da área inventariada e dando melhores

condições de análise das causas das discrepâncias, permitindo que os procedam

aos ajustes e melhor controle”.

O inventário rotativo traz a idéia de controlar os estoques de forma

permanente, não somente uma única vez ao ano. Essa abordagem modifica-se a

qual seguimento a organização está inserida.

2.5.2 Giro do estoque

Com o processo de produção em ritmo contínuo, há um grande giro e

renovação de recursos na empresa. Sem o controle exato, os desperdícios podem

aparecer. Essas informações são necessárias para que o gestor de materiais possa

ter o controle das entradas e as saídas de matérias-primas e produtos acabados na

organização.

Alt e Martins (2006, p. 203) descrevem que, “o giro do estoque mede

quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou”.

Pode-se definir giro dos estoques na quantidade de vezes em determinado

período, que o estoque que a empresa mantém se renova ou é vendido.

Nesse sentido, o estoque deve estar sempre em transformação. Mércio

(2003, p. 48) observa que estoque sem movimentação se torna obsoleto, e cita:

Em qualquer tipo de empresa há um espaço de tempo considerado normal para que os materiais possam ser produzidos ou adquiridos (para venda ou consumo interno) e convertidos em capital e serviço. Se os itens forem mantidos no estoque além deste período, a empresa estará incorrendo num acréscimo dos custos e na diminuição da velocidade do retorno do investimento feito, resultando em prejuízo ou deixando, na melhor das hipóteses, de remunerar melhor seu capital.

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De maneira geral o melhor é que a organização desfrute de um giro alto de

estoque, pois significará maior volume nas vendas.

Abaixo é exemplificada a fórmula do cálculo do giro de estoque, nos

parâmetros de Alt e Martins (2006).

Giro do estoque = Valor consumido no período

Valor do estoque médio no

período

O indicador é calculado como sendo o resultado da divisão entre o custo de

mercadorias vendidas e o valor do estoque médio da empresa. Vale lembrar que

para determinar o período médio dos estoques de uma empresa, basta apenas

dividir o número 365 pelo giro de estoques.

Como ressalta Jacobsen (2003), o giro deve ser comparado com o padrão e

o real da empresa, e a disponibilidade de recursos financeiros (disponíveis) para

investir nos estoques e considerar as políticas e programações feitas pela

organização.

Essa rotatividade de material em transformação ou acabado deverá estar

interligado como as demais áreas, para que sua falta ou excesso não possam afetar

o processo de produção, vendas e até o fluxo de caixa da organização. Quanto mais

alto o giro, menor será o investimento estagnado.

2.5.3 Cobertura de estoque

A cobertura de estoque indica quanto tempo o estoque consegue suportar a

demanda e consegue cobrir as vendas futuras, sem que haja suprimentos. Como

conceituam Alt e Martins (2006, p.204), “a cobertura indica o número de unidades de

tempo; por exemplo, dias que o estoque médio é suficiente para cobrir a demanda

média”.

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Torna-se um risco, a falta de mercadoria para atendimento ao mercado

quando a cobertura de estoques for muito baixa, mas caso contrário, com o índice

de cobertura muito alto, também pode-se correr o risco de ter um estoque obsoleto.

Na visão de Jacobsen (2003, p. 50) “a cobertura o tempo de consumo

equivalente do estoque médio ou estoque real”.

A seguir, a fórmula do cálculo da cobertura de estoque, nos parâmetros de

Alt e Martins (2006).

Cobertura em dias =

Número de dias do período em

estudo

Giro

Jacobsen (2003) ressalta a importância de trabalhar com as fórmulas

sempre nas unidades de tempo iguais. Se for substituir número de dias para meses,

consequentemente o giro deverá ser mensal.

Pode-se definir que quanto menor a cobertura, maior o risco de falta de

recursos. Porém, uma cobertura altíssima implica em grandes investimentos em

estoque.

2.5.4 Níveis de serviço

Os níveis de serviço também conhecidos como níveis de atendimento,

trazem a concepção de oferecer ao seu cliente a quantidade desejada de

mercadoria, contida no estoque.

Como conceituam Alt e Martins (2006), esse indicador se faz eficiente pelo

fato de atender as solicitações do mercado. De modo que, quanto mais requisições

atendidas em suas quantidades solicitadas, maior será seu nível de serviço. Isso

demonstra o número de oportunidades de venda que podem ter sido perdidas pelo

fato de não existir a mercadoria em estoque.

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Segundo Jacobsen (2003, p. 51) o nível de serviço “indica em percentual o

quanto a parcela da previsão de consumo das vendas (matéria–prima e produto

acabado) deverá ser fornecida”.

Abaixo é exemplificado a fórmula do cálculo do giro de estoque, nos

parâmetros de Alt e Martins (2006).

Nível de serviço = Número de requisições atendidas

Número de requisições efetuadas

Esse procedimento faz com que a relação fornecedor/cliente torne-se ágil e

personalizado. Onde a organização que irá efetuar a venda da matéria–prima e do

produto acabado dará um suporte no controle do estoque de seu cliente, de forma

que o estoque não fique obsoleto.

2.6 Níveis e Políticas de Estoque

É notável que os altos investimentos de capital de giros das empresas estão

em sua maioria ligados aos estoques. Com a preocupação nos desperdícios e

custos elevados, as organizações vêm com o propósito de buscar alternativas de

eliminar o excesso e a falta dos materiais.

Viana (2000, p. 169) aborda o seguinte aspecto:

O ideal almejado é o estoque zero, ou seja, transportar para o fornecedor todos os encargos advindos de sua manutenção, como capital imobilizado, edifícios para armazenagem, máquinas, equipamentos, acessórios, funcionários etc.

Na tentativa de diminuir o estoque, o gestor de administração de materiais

busca ferramentas e alternativas para minimizar os riscos com recursos obsoletos e

capital investido estagnado.

Segundo Dias (2005, p. 20) administrar estoque “[...] é otimizar o

investimento , aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as

necessidades de capital investido em estoque”.

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Maximizar o giro de estoque trará para a organização um menor capital

investido. Existem políticas que a serem aplicadas, que possibilitam alcançar os

resultados esperados.

Na concepção do autor Viana (2000, p. 196) “Just in time é a produção na

quantidade necessária, no momento necessário, para atender à variação das

vendas com o mínimo de estoque em produtos acabados em processos e em

matéria-prima”. O Just in time visa eliminar qualquer tipo de desperdícios encontrado

no processo produtivo, por meio do atendimento as vendas com o menor estoque

possível ao operar com tal volume.

Tubino (1999, p. 71) traz a idéia do Just in time no processo de uma

produção, assim como cita:

Os sistemas de produção do just in time buscam continuamente o aumento da flexibilidade, seja pela forma estrutural de distribuição dos recursos em unidades de negócios focalizadas, como células de fabricação e montagem operadas por funcionários polivalentes, seja pela diminuição dos lotes de produção a partir da redução dos tempos de setups e eliminação de atividades que não agregam valor aos produtos, ou ainda, pela estabilização ou sincronização das demandas dentro da cadeia produtiva que a empresa está inserida.

Outra alternativa é o método Kanban, que é uma ferramenta japonesa,

assim como o Just in time, que tem o intuito de sinalizar o início ou a conclusão das

operações.

Dias (2005) diz que o Kanban vem com o propósito de atingir metas do Just

in Time, porém no Kanban, são utilizados cartões para sinalizar o momento de

produzir.

Age no sentido de minimizar o tempo de partida da máquina e as dimensões

dos lotes, determinando apenas as quantidades necessárias estipuladas pela

demanda.

Tubino (1999, p. 88) complementa ao descrever sobre o uso dos cartões no

sistema Kanban para ativar a produção (, ao citar):

O sistema kanban funciona baseado no uso de sinalizações para ativar a produção e movimentar os itens pela fábrica. Essas sinalizações são convencionalmente feitas com base nos cartões kanban e nos painéis porta-kanbans, porém pode utilizar-se de outros meios, que não cartões, para passar as informações.

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Analisando o que foi citado acima, os níveis e políticas de estoque trazem a

idéia de produção e armazenagem de recursos dentro de suas necessidades reais

para as não conformidades, ou seja, que capital investido permaneça imóvel.

2.6.1 Estoque mínimo

A prática do estoque mínimo ou de segurança irá auxiliar tendo em vista a

menor quantidade de materiais a serem estocados, prevendo sempre o tempo certo

para sua reposição.

Como observa Pozo (2002), o estoque de segurança possui como intuito

prevenir eventuais faltas de recursos. É a quantidade mínima de recursos que a

organização deverá ter armazenado para cobrir possíveis falhas na entrega, por

parte dos fornecedores ou por meio do aumento da demanda.

Conceitua Viana (2000, p. 151) como “quantidade mínima possível capaz de

suportar um tempo de ressuprimento superior ao programado ou a um consumo

desproporcional”.

As principais ações para a faltas de materiais, normalmente são os elevados

picos de consumo e atraso na entrega por parte dos fornecedores. Nesse sentido,

Dias (2005) agrega que entre as causas que podem ocasionam as faltas do estoque

estão às oscilações do consumo, atrasos no tempo de reposição, a rejeição de não-

conformidades e atrasos de entregas por parte dos fornecedores.

Ao programar um estoque mínimo muito alto, isso acarretará em custos de

aquisição e armazenagem, por outro lado, um estoque mínimo muito baixo, poderá

acarretar na falta de recursos armazenados, paralisação da produção e perdas nas

vendas.

Assim, Viana (2000) afirma que o cálculo necessário para chegar aos

resultados de um estoque de segurança, está atrelado ao nível de atendimento

fixado pela empresa em função da importância operacional e valor do recurso, além

dos desvios entre os consumos estimados e os realizados e o prazo médio de

reposição, como segue fórmula a seguir.

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ES + K x TR x CMM

Legenda:

ES - Estoque Mínimo

K - Fator de Segurança

TR - Tempo de Reposição

CMM - Consumo Médio Mensal

Ocasionar a falta de recursos pode ocasionar prejuízos à organização, ou

sua sobra desnecessária. Desse modo, a administração de estoque deverá

estabelecer a implantação de um estoque de segurança para minimizar esse risco.

2.6.2 Estoque máximo

O propósito está em diagnosticar a quantidade máxima de um determinado

material a ser estocado, proporcionando ao mercado a quantidade necessária de

suprimentos solicitados, sem sua falta. Viana (2000, p. 149) refere-se sobre o tema

abordado como a “quantidade máxima de estoque permitida para o material”.

Para que seja empregada a ferramenta de estoque máximo, alguns critérios

devem ser levados em consideração, como os materiais disponíveis no

almoxarifado, o custo financeiro do estoque, rotatividade dos materiais e o ciclo de

vida do produto.

Pozo (2002, p. 60) salienta que o estoque máximo é a junção do estoque

mínimo com o lote de compra, como cita abaixo:

Estoque máximo é resultado da soma do estoque de segurança mais o lote de compra. O nível máximo de estoque é normalmente determinado de forma que seu volume ultrapasse a somatória da quantidade do estoque de segurança com o lote em valor que seja suficiente para suportar variações normais de estoque em face de dinâmica de mercado, deixando margens que assegure, a cada novo lote, que o nível máximo de estoque não cresça e onere os custos da manutenção de estoque.

O estoque máximo refere-se à quantidade máxima de recursos que a

empresa deve estocar. Por meio da somatória entre estoque mínimo e o lote de

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compra. Dessa forma, a organização terá suprimentos suficientes para possíveis

alterações do mercado.

A seguir, a fórmula do calculo do estoque máximo é demonstrada, nos

parâmetros de Pozzo (2002).

Emax = ES + LC

Legenda:

Emax – Estoque Máximo

ES – Estoque de Segurança

LC – Lote de Compra

A importância do estoque máximo para as organizações é suprir, sem falta,

o mercado com a quantidade de materiais solicitados. É valido frizar que o ponto de

pedido serve para controlar com alta eficiência os estoques máximo e mínimo. Sobre

isso, será abordado a seguir.

2.6.3 Ponto de pedido

O ponto de pedido torna-se necessário para a manutenção de estoque, onde

irá definir o pedido de compra para que não haja falta de recursos e

consequentemente, paralisação do processo produtivo.

Como conceitua Ching (1999, p. 44) “o ponto de reposição é dar início ao

processo de ressuprimento com o tempo hábil para não ocorrer falta do material”.

Nesse período, está contabilizado o tempo gasto desde a averiguação de qual

recurso carece ser reposto, até a chegada efetiva do material armazenado na

empresa.

Pozo (2002, p. 59) ressalta:

O ponto de pedido é quantidade de peças que se tem em estoque, garantindo o processo produtivo para que não sofra problemas de continuidade, enquanto aguarda-se a chegada do lote de compra, durante o tempo de reposição. Isso quer dizer que quando um determinado item que

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atinge seu ponto de pedido, deve-se fazer o ressuprimento de seu estoque, colocando-se um pedido de compra.

Para que seja empregado o lote de reposição como alternativa cabível,

tornam-se necessários alguns cuidados em relação ao custo de frete, tamanho do

lote estipulado, manipulação dos materiais, bem como seu ciclo de vida para que

siga em perfeita condição ao seu destino.

Para Dias (2005), o tempo de espera desde a solicitação do pedido até o

momento de sua chegado pode ser dividida em três partes distintas. A primeira está

ligada à emissão do pedido de compra até a chegada no fornecedor. A segunda é o

tempo em que o fornecedor leva para fabricar, separar e emitir o faturamento para

ser transportado. E por fim, seu transporte. A saída do material do fornecedor até

seu recebimento pela empresa solicitante.

O lote de reposição é a quantidade média mensal de produtos vendidos,

dividido pela freqüência de compras de mercadoria ou matéria-prima.

Como observa Dias (2005), o ponto de pedido pode ser representado pelo

saldo de material em estoque, sua quantidade de reposição até o momento de um

novo ressuprimento no almoxarifado, onde é determinada a seguinte fórmula:

PP = C x TR + Emn

Legenda:

PP – Ponto de Pedido

C – Consumo Médio Mensal

TR – Tempo de Reposição

Emn – Estoque Mínimo

O ponto de pedido é de grande importância para a gestão de estoque, pois

aborda desde o momento exato da compra até sua chegada. Levando em

consideração também, que por intermédio do ponto de pedido, é possível saber a

quantidade correta a ser adquirida, dentro das necessidades da organização.

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2.7 Classificação de Estoques de Materiais

Com o aumento dos materiais utilizados pela organização, tornou-se

indispensável à classificação dos itens existentes para um maior controle e

praticidade no desenvolver do processo.

Como conceitua Gonçalves (2004, p. 258) “[...] a classificação de materiais

tem com objetivo agrupá-los segundo determinados critérios como: forma,

dimensões, peso, tipo, uso etc.”. Esse processo facilita aos profissionais de

administração de materiais um melhor controle das operações, bem como, as

entradas e saídas de acordo com suas peculiaridades.

Na visão de Viana (2000, p. 51), “a classificação é um processo de

aglutinação de materiais por características semelhantes”. Nesse sentido, o grande

sucesso em gerenciar de forma eficiente o estoque, está relacionado à classificação

dos materiais da organização.

Gonçalves (2004, p. 258) ressalta sobre esse processo, ao citar:

A classificação de materiais tem por objetivo estabelecer um processo de identificação, codificação, cadastramento e catalogação dos materiais de uma empresa. A primeira fase da classificação é a identificação que consiste na análise e no registro dos principais dados que caracterizam e individualizam cada item de material em particular. Sua finalidade é identificar, a partir de uma especificação bem estruturada, cada item da empresa, A identificação é construída a partir de um processo descritivo que objetiva, seguindo regras específicas, atribuir uma nomenclatura padronizada para todos os materiais.

A classificação de materiais nasce com a necessidade do aumento das

operações, no sentido de evitar suas falhas pela insuficiência ou inexistência dos

recursos armazenados. Deverá ocorrer de tal maneira em que determinados itens

serão separados, em locais distintos. Dias (2005) exemplifica ao dizer que produtos

químicos precisarão ficar separados dos gêneros alimentícios, pelo simples fato que

o primeiro poderá contaminar os alimentos.

De acordo com a abrangência do produto, o mesmo tem sua classificação

feita, que diz respeito às várias características dos itens. A flexibilidade, permite a

relação dos diversos critérios de classificação, com uma ampla visão de gestão. E

por fim, praticidade onde afirma que a classificação deverá ser direta e simples.

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Como uma ferramenta, a classificação de materiais possibilita de forma ágil

a distribuição dos itens no estoque. O simples fato de separar alguns recursos trará

agilidade para o processo e evitará possíveis contratempos, como por exemplo, o

desperdício que pode ocorrer quando dois recursos incompatíveis dividem o mesmo

local de armazenagem.

2.7.1 Curva ABC

Na administração de estoque, é notável que determinados itens possuam

maior ou menor valor financeiro. Assim, torna-se necessário uma classificação dos

materiais, visando à diminuição da possibilidade de desperdícios de receita e tempo.

A Curva ABC é um importante instrumento para a tomada de decisão

quando refere-se a estoque. Segundo Dias (2005, p. 83) “[...] ela permite identificar

aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua

administração”.

A curva ABC demonstra que todos os materiais possuem a mesma

importância, e a atenção deve ser fornecida ao mais expressivo. Viana (2000, p. 64)

observa ao afirmar que esse método é aplicável a quaisquer situações para

identificar o grau de importância dos recursos, como cita:

Trata-se de um método cujo fundamento é aplicável a quaisquer situações em que seja possível estabelecer prioridades, como uma tarefa a cumprir mais importante que outra, uma obrigação mais significativa que outra, de modo que a soma de algumas partes dessas tarefas ou obrigações de importância elevada representa, provavelmente, uma grande parcela das obrigações totais.

Sua utilização pode ser vantajosa por meio de redução das imobilizações do

estoque sem inutilizar sua segurança, pois controla de forma severa os recursos

classificados como A e superficialmente os C.

Como ressaltam Martins e Alt (2006) é uma análise para examinar estoque

em certo espaço de tempo, normalmente de seis meses ou um ano, de consumo,

em valor monetário ou quantidade dos materiais estocados para que possam ser

classificados de forma decrescente de importância.

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Para que a curva ABC seja melhor compreendida, é classificada em classe

de grau de importância. Segundo Dias (2005), a classe A possui itens com maior

grau de importância, onde é notável uma atenção especial. A classe B encontra-se

em situação intermediária entra A e C. Por fim, na classe C os itens são menos

importantes e recebem pouca atenção por parte do administrador. A figura 2 traz um

exemplo de curva ABC:

Figura 02: Exemplo de Curva ABC Fonte: Adaptada de Gonçalves (2004, p.136)

Como observam Martins e Alt (2006, p. 211) as porcentagens dos itens

sofrem os seguintes critérios, citados abaixo:

Não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do total dos itens que pertencem à classe A, B ou C. Os itens A são os mais significativos, podendo representar algo entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens B variam de 10% a 45%, e os itens C representam o restante. A experiência demonstra que poucos itens, de 10% a 20% do total, são da classe A, enquanto uma grande quantidade, em torno de 50%, são da classe C e 30% a 40% são da classe B.

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Ao considerar a organização como um todo, a curva ABC poderá definir

políticas de vendas e estabelecer prioridades e programas de produção. Tentando

eliminar problemas habituais na empresa.

Para identificar os materiais com maior movimentação financeira ou em

quantidade, o uso da curva ABC torna-se indispensável, além de uma fácil

visualização da evolução do estoque.

2.8 Avaliação do Estoque

A avaliação dos estoques consiste em uma visão financeira da

administração de materiais. Assim, controla o volume físico e financeiro dos

materiais alocados.

Como conceitua Gonçalves (2004, p. 150) a avaliação de estoque “[...] inclui

todos os itens da organização que tenha consumo concorrente [...]”. Nesse sentido,

estão inclusos as matérias-primas, produtos intermediários e os acabados.

A avaliação de estoque procura manter os menores índices de recursos

estocados, respeitando os níveis de segurança financeiro por meio do atendimento a

demanda.

Gonçalves (2004) afirma que há alguns métodos para a contabilização do

preço de cada item armazenado. São conhecidos como custo médio, PEPS e UEPS.

Esses métodos proporcionam informações exatas e atualizadas das matérias-

primas, produtos intermediários e os acabados que estão sob responsabilidade da

organização.

Na visão de Dias (2005), o processo de avaliação deve ter como parâmetro,

o preço do custo ou mercado. O preço de mercado está relacionado com o valor

descriminado na nota fiscal e o bem produzido pela empresa está atrelado aos

custos de fabricação desembolsados pela empresa.

Por meio dos critérios da avaliação de estoque, a organização poderá

desfrutar dados financeiros exatos, onde serão contabilizados, a fim de gerar

informações para tomada de decisão.

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2.8.1 Custo médio

Dentro do processo de avaliação de estoque o custo médio é o mais

utilizado. Seu critério é o mais freqüente no Brasil para seus fins. Gonçalves (2004,

p. 150) afirma que o custo médio é o “[...] único aprovado pelas autoridades fiscais

para a realização do balanço das empresas”.

Como observa Jacobsen (2003) seu processo se dá ao lançar a saída de

materiais, onde possui como base a média ponderada do último saldo. O método do

custo médio respeita uma cronologia de entradas e saídas.

Segundo Pozo (2002, p. 84), “O procedimento de baixa dos itens de estoque

é normalmente feito pela quantidade da própria ordem de fabricação e os valores

finais de saldo são dados pelo preço médio dos produtos”.

Se o custo médio estiver adequado especificamente para o uso de uma

determinada ordem de produção, será o preço específico de aquisição.

Dias (2005, p. 159) contribui ao afirmar “esse método age como

estabilizador, pois equilibra as flutuações de preço; e, em longo prazo, reflete os

custos reais das compras de material”.

O custo médio prevê a saída de unidades fiscais do estoque, avaliados pela

média ponderada entre os registros da entrada de preços e os volumes diferentes no

estoque. Assim, age como moderador de preços, ao eliminar as variações que

possam ocorrer.

2.8.2 Método PEPS

O método de avaliação PEPS (primeiro que entra e primeiro que sai), é

derivado da expressão inglesa FIFO (first in first out) no registro de entradas de

valores no estoque por tipo de material.

Como observa Dias (2005) essa avaliação está relacionada com a saída do

material que foi concebido, assim, substituído pela mesma ordem cronológica.

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Permite a valorização do bem armazenado, pois seus valores são subsequentes ao

preço atual do mercado.

O processo de precificação se relaciona com as saídas e o histórico da

aquisição, como cita Gonçalves (2004, p.151):

[...] leva em conta essa ordem e contabilizada as saídas de acordo com o histórico das entradas e perspectivas de preço, o que vai permitir computar o valor das saídas em função das quantidades requisitadas e as diversas entradas em seus preços.

Assim, Viana (2000) conclui que esse método é recomendado para estoques

perecíveis ao considerar a data de validade do bem, onde o primeiro a sair é o mais

próximo a vencer.

O PEPS possui como critério custear o preço mais antigo, ao permanecer o

mais recente armazenado. Dessa forma o primeiro a entrar será o primeiro a sair

contabilmente.

2.8.3 Método UEPS

Um método também utilizado para avaliação de estoque é o UEPS (último a

entrar, primeiro a sair) que é derivado da expressão inglesa LIFO (last in, first out).

Este método parte da idéia que o material mais recente a ser armazenado deverá

ser o primeiro a sair.

Conforme Gonçalves (2004), as saídas respeitam a ordem cronológica, onde

o último a entrar será o primeiro a sofrer o processo de saída. Assim, Dias (2005)

afirma que o UEPS será o método coerente em períodos de inflação, pois trará a

uniformidade ao preço dos recursos materiais armazenados para a venda no

mercado.

Por consequência, o valor do estoque final do período é designado pelas

primeiras aquisições, tendendo a aumentar o valor do estoque comparando com

método PEPS

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Baseado na cronologia do primeiro a sair, último que entrou, essa operação

sempre terá uma valorização do saldo baseada nos últimos preços. Jacobsen (2003,

p. 98) ressalta que os custos registrados, serão os com recente entrada, como cita:

Baseia-se a premissa de que o baixo material deve ser efetuada pelos últimos custos registrados, ou seja, partindo sempre dos mais recentes, avançando para os mais antigos a medida do necessário.

Ao adotar o critério UEPS, a empresa se beneficiará por possuir custos mais

atuais aos produtos feitos, o que provoca normalmente a redução do lucro contábil.

Por esses motivos, o único método aceito pela legislação brasileira é a

contabilização pelo custo médio.

2.9 Codificação

A codificação permite a organização mais agilidade aos processos de

estocagem, simplificação dos registros dos itens para melhor localização e

identificação dos mesmos. Viana (2000) cita que a codificação além de ser uma

variação da classificação de materiais, proporciona maior agilidade não somente no

momento da estocagem, mas também facilita o atendimento perante o cliente. O

autor ainda cita que:

A solução encontrada foi à representação por meio de um conjunto de símbolos alfanuméricos ou simplesmente numéricos que trazem as características dos materiais, de maneira racional, metódica e clara, para se transformar em linguagem universal de materiais da empresa. Assim nasceu a Codificação, que nada mais é do que a variação da classificação de materiais. (VIANA 2000, p. 93)

Essa variação tem como objetivo atribuir um código representativo de modo

que se consiga identificar um item pelo seu número e/ou letras. A codificação para

Gonçalves (2004, p. 259) “[...] consiste em atribuir uma série de números ou letras e

números e números para cada material, de tal forma que esse conjunto numérico ou

alfabético possa representar [...]”.

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A codificação do material também tem como função promover e simplificar

os processos dentro da organização, onde por meio de um único código, podem-se

identificar as características do recurso empregado, bem como todos os seus

registros.

Gonçalves (2005), distingue os três sistemas mais utilizados na codificação,

o primeiro é o sistema alfabético, que é constituído por um conjunto de letras. O

próximo é o sistema alfanumérico, que se refere à mescla de números e letras para

representar o material. E por fim, o sistema numérico, que consiste em uma

combinação lógica de números.

Dessa forma, Viana (2000, p. 94) traz a idéia sobre a divisão da codificação,

onde segue um mesmo principio como cita o autor:

- grupo: designa a família, o agrupamento de materiais, como numeração de 01 a 99; - classe: identifica os materiais pertencentes à família do grupo, numerando-os de 01 a 99; - número identificador: qualquer que seja o sistema, há necessidade de individualizar o material, o que é feito a partir da faixa do 001 a 999, reservada para a numeração correspondente de identificação; - dígito de controle: para os sistemas mecanizados, é necessária a criação de um dígito de controle para assegurar confiabilidade de identificação pelo programa.

A Figura 03 representa o exemplo de um sistema numérico, como pode ser

visto a seguir:

Figura 03: Exemplo de Codificação Numérica Fonte: Adaptada de Gonçalves (2004, p. 263)

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Nesse sentido, um sistema de codificação eficiente facilitará uma

comunicação interna entre materiais e compras, além da padronização dos itens,

controle contábil do estoque e permitirá também, uma gestão de estoque e compras.

Um sistema de codificação trará benefícios junto à organização, no que diz

respeito ao controle efetivo dos materiais armazenados, para que não haja

duplicidade de materiais. Consequentemente refletirá em processos mais rápidos,

maior espaço para armazenamento e um controle sobre os custos da empresa.

2.10 Armazenagem dos Materiais

Muitas organizações tratam o processo de armazenagem como um assunto

secundário, e ao acondicionar os materiais, acabados ou que sofreram o processo,

em pontos não estratégicos, acabam sofrendo perdas. Essa perda pode ser desde

tempo, processos até mesmo, materiais. Dessa forma, perdem em logística e

controle.

Na visão do autor Viana (2000), o objetivo de um armazenamento é utilizar o

espaço da organização nas suas três dimensões, onde será proporcionada uma ágil

e fácil movimentação dos suprimentos, desde seu recebimento até o momento da

expedição. O processo de armazenar envolve o material estocado que poderá ou

não sofrer o processo até sua venda ao mercado.

Ballou (2001) complementa que as instalações destinadas à armazenagem

trarão para a empresa um melhor controle e custos mais baixos ou flexibilizarão a

logística final. A armazenagem de materiais visa minimizar os custos e maximizar a

entrega dos produtos ao mercado.

Laugeni e Martins (2006, p. 265) ressaltam que “o armazenamento de

materiais é necessário para reduzir os custos de produção e fretes e para garantir

um melhor atendimento ao cliente”.

Para Viana (2000) alguns cuidados deverão ser analisados ao gerenciar o

processo de armazenamento dos itens. Fatores como definição de um local

adequado, higiene constante, políticas de preservação e segurança patrimonial,

como um layout adequado, são fundamentais para sua eficiência.

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As organizações vêem reestruturando os processos de armazenagem para

satisfazer o mercado. Com o aumento dos números de pedidos, uma maior

variedade de materiais para as operações faz-se necessário, com isso, obtêm um

prazo menor nas entregas. Viana (2000, p. 309) define layout como um

planejamento eficiente para um espaço, com condições mais acessíveis e

econômicas para o material estocado em questão. Dessa forma, o autor ainda cita

que:

A realização de uma operação eficiente e efetiva de armazenagem depende muito da existência de um layout, que determina, tipicamente, o grau de acesso ao material, os modelos de fluxo de material, os locais de áreas obstruídas, a eficiência da mão-de-obra e a segurança do pessoal e do armazém.

Para que o estoque possa fluir, os recursos e equipamentos deverão estar

acondicionados de maneira a facilitar a movimentação pelo ambiente. Laugeni e

Martins (2006) citam que um bom armazenamento agilizará o processo de

informações, além de diminuir o espaço dos recursos alocados e consequentemente

seus custos.

Os materiais precisam ser alocados em espaços adequados, para que a

movimentação seja facilitada dentro e fora da organização. Sendo assim, o

administrador terá um maior controle sobre os itens e custos reduzidos no momento

desse processo.

2.11 Ficha Técnica

A ficha técnica pode ser considerada como um documento funcional, a fim

de analisar a distribuição das matérias-primas nos processos de produção. Castelli

(1999, p. 410) cita que a ficha técnica “descreve todos os ingredientes que entram

na composição do prato como as quantidades bem definidas”.

O uso desta ficha é exclusivo para o segmento alimentício, com objetivo de

não utilizá-la somente para a padronização dos processos, mas sim, para controle

dos custos referentes aos recursos empregados na produção. Dessa forma, Castelli

(1999) afirma que a ficha técnica não é um procedimento apenas para manter a

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qualidade do produto final, mas também é importante para manter o controle dos

custos da organização.

Disponível por meio de tabelas, as informações encontradas nas fichas

serão: ingredientes, suas quantidades, preço de compra da matéria-prima até o

custo final do produto.

Deste modo, Castelli (1999) cita que a padronização da produção nada mais

é do que aliar qualidade com custos fixados. Então, a ficha técnica tende a agregar

agilidade nos processos e clareza na contabilização das informações.

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3 RESULTADO DO ESTUDO

3.1 A Organização

A empresa Mega Elaboração e Comércio de Pães LTDA-EPP atualmente

está localizada na Rua Padre Valente Simione, 436 no bairro Aventureiro no

município de Joinville, SC.

A organização atua no ramo de comercialização e distribuição de pães

embalados e prontos para o consumo. Conta com 37 colaboradores que efetuam

desde a produção até a distribuição dos pães para estabelecimentos que revendem

produtos alimentícios.

3.2 Histórico da Organização

Fundada em 27 de maio de 2005, atende panificadoras e supermercados em

Joinville e região, com a comercialização e entrega de pães embalados e prontos

para o consumo. Desde sua fundação, a empresa Mega Pães busca crescimento e

novos mercados, neste sentido, a empresa vem conquistando uma expansão

territorial satisfatória.

Atualmente, além de Joinville, os produtos são disponibilizados na grande

Florianópolis, Alto Vale do Itajaí e região, atingindo também, um novo público na

cidade de Curitiba, no Paraná.

A necessidade de empreender fez com que os irmãos Anderson Elias Pedro

e Alessandra Elias Pedro buscassem novos mercados para a concretização de uma

carreira sólida e a caminho do sucesso.

Para a conquista desses mercados, apostaram em um produto com um

preço abaixo de seus concorrentes e qualidade similar. O ritmo de produção

aumentou significativamente, com isso a entrada de matéria-prima, processo e saída

do produto final teve que se adaptar.

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A empresa investe em máquinas e equipamentos para o processo de

fabricação com ambiente climatizado para a conservação dos recursos materiais,

que vai além do produto acabado, onde se inclui matéria-prima.

Passados quatro anos desde a fundação, a empresa possui uma frota de

seis caminhões que diariamente fazem a entrega do produto solicitado, sempre com

o suporte do vendedor.

Atualmente, a empresa goza da excelente conquista de novos mercados e

satisfação de seus clientes. Dispõe de uma equipe comprometida e disposta a

seguir o padrão de qualidade estabelecido pela empresa, desde a produção até a

distribuição do produto ao mercado.

3.3 Organograma

Através do organograma é possível a visualização da estrutura hierárquica

da organização. A gerência tem a função de comandar os procedimentos

administrativos e supervisionar os departamentos de vendas e produção.

Chiavenato (2004, p. 209) define o organograma como um processo gráfico

para representar a estrutura da empresa, conforme cita:

O organograma constituía representação gráfica da estrutura da organização. É composto de retângulos (que são as unidades organizacionais, como órgãos ou cargos) e de linhas verticais e horizontais (que são as relações de autoridade e de responsabilidade).

A figura 4 ilustra o organograma delineado na empresa Mega Pães, tendo

como base a gerência, que comanda o coordenador de produção e os vendedores,

tanto municipais, intermunicipais quanto interestaduais. Já o coordenador de

produção por sua vez, comanda os colaboradores da produção. Segue abaixo, o

esquema do organograma:

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Figura 04: Organograma da Organização Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Após o delineado o organograma, é notável que não há um departamento

que planeje e controle o estoque. Fato esse, que foi descoberto que fica a cargo da

gerência que comanda outras funções da organização. As atividades relacionadas à

tomada de decisão estão centralizadas na gerência. Isso demonstra o nível de

autoridade sobre todos os setores.

3.4 Descrever a Atual Administração de Materiais

Nesse item e seus desdobramentos, serão abordados a atual administração

de materiais da empresa Mega Pães.

3.4.1 Classificação de materiais

Para que possa ser diagnosticado o atual modelo de gestão de materiais

empregados na empresa Mega Pães, torna-se necessário descrever e classificar os

recursos utilizados em nos processos.

Gerência

Coordenador de Produção

Vendas Municipal

Vendas Intermunicipal

Vendas Interestadual

Produção

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Dentro dos moldes de classificação, Viana (2000, p. 51) observa que “é um

processo de aglutinação de materiais por características semelhantes”. Assim, este

sistema também poderá auxiliar na definição das prioridades e evitar perdas pela

contaminação de outros recursos.

Os materiais utilizados pela empresa para o processo de fabricação do

produto final enquadram-se em uma parcela considerável, no critério de

pericibilidade. Esses recursos podem sofrer com questões como deterioração,

ambiente impróprio para armazenagem, ou data de validade de curto prazo.

Na observação de Viana (2000), as matérias-primas podem sofrer alterações

por validade ou por ações imprevistas. Nesse sentido, o acadêmico baseou-se nas

considerações do autor citado, para classificar itens pertencentes ao grupo dos

perecíveis, como:

- Por sua limitação do tempo, com prazo de validade definidos; Recursos que degradam-se pela adição com água; - Materiais que podem sofrer ataques de insetos ou outros animais durante sua armazenagem; - Recursos que podem sofrer corrosão a exposição de uma atmosfera agressiva, nesse caso, com alta concentração de vapores de água e ácidos.

Para melhor disposição dos materiais na Mega Pães, torna-se necessário

separá-los em perecíveis, acabados, não perecíveis e químicos. Dentre os produtos

utilizados na empresa para a fabricação dos produtos, estão:

PERECÍVEIS

Aipim

Aveia

Batata

Farinha de trigo branca

Farinha de trigo integral

Fermento biológico

Leite

Margarina

Óleo

Ovo

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PERECÍVEIS/ PRODUTO ACABADO

Pão de aipim

Pão de batata

Pão de leite

Pão de hot dog

Pão integral

Pão de forma

Pão sovado

NÃO PERECÍVEIS

Açúcar

Água mineral

Arame de ferro revertido de PVC

Embalagem para pão de aipim

Embalagem para pão de batata

Embalagem para pão de leite

Embalagem para pão hot dog

Embalagem para pão integral

Embalagem para pãode forma

Embalagem para pão sovado

Luva látex

Máscara descartável

Papel Filme

Sal

Touca descartável

QUÍMICOS

Anti-mofo líquido

Emulsificante

Reforçador

Unta forma líquido

Tabela 1: Classificação de materiais da empresa Mega Pães Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Para a otimização do espaço e condições de acondicionamento dos

recursos, será proposto no capítulo 4.4 sugestões de melhorias no que se refere à

armazenagem e layout.

As matérias-primas que possuem alto grau de pericibilidade são vulneráveis

a fatores ambientais, como umidade e calor, assim como prazo de validade de curto

prazo. Nesse sentido, os produtos acabados seguem a mesma trajetória.

Quanto aos recursos não perecíveis, são aqueles que pouco são

influenciados por fatores ambientais de armazenagem ou suas datas de validades

são maiores. Porém, cuidados com a acomodação devem ser observados e usados

os mesmos critérios que os demais.

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Por fim, os materiais químicos são aqueles que em contato como outros,

podem alterar sua função original. Para a fabricação de pães é necessário produtos

que auxiliem nos processos de melhorias, como maior consistência na massa ou

maior durabilidade do produto final. As quantidades devem ser utilizadas na medida

mencionada na embalagem de cada produto. Acidentes com esses produtos podem

ocasionar problemas como perda de materiais por contaminação ou danos a seres

humanos, caso haja dosagens errôneas dos produtos durante a fabricação.

Separar os recursos por grau de composição facilitará a empresa no quesito

da locomoção para a produção e minimizará perdas de recursos por contaminação

de componentes que sobressalta aos demais.

3.4.2 Compras

A empresa Mega Pães não possui nenhuma ferramenta efetiva para o

controle de seu estoque. Por sua vez, não possui um departamento de compras

definido. Baseia-se no critério de estoque mínimo, sem qualquer conhecimento

aprofundado sobre o tema.

A necessidade da compra é diagnosticada quando a matéria-prima está

chegando ao fim no processo produtivo. Contudo, a empresa avalia que assim os

recursos materiais não sofrerão possíveis degradações pelo tempo que será

armazenado e a falta de um local adequado. Sem se embasar em teorias ou

conhecer a fundo as ferramentas que poderão dar suporte ao processo, à gerência

teme por má administração.

As compras são realizadas de forma semanal, toda segunda-feira, de acordo

com o recurso, para evitar maiores acúmulos. A própria gerente administrativa busca

uma relação de cordialidade e comprometimento junto aos fornecedores, para a

junção das melhores matérias-primas, preços, prazos para pagamento e entrega na

data programada.

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3.4.3 Armazenagem

A sócia-gerente utiliza-se da estratégia de efetuar compras semanalmente,

para não criar estoque obsoleto. Assim, ocupar o menor espaço possível.

Atualmente, a organização não dispõe de um local adequado para a armazenagem

das matérias-prima. Na falta de um local para armazenamento adequado, as

matérias-primas dividem espaço com o ambiente destinado a área de produção.

Para minimizar a ausência de espaço, foi adotada a alternativa de alocar os

materiais em paletes de madeiras. Os materiais permanecem em suas respectivas

caixas sobre os paletes. Já os produtos acabados são dispostos em prateleiras, mas

seu período de estocagem é curto, devido ao fato do tempo de vida ser curto e da

rápida inserção no mercado. Esse sistema está dentro dos padrões de

armazenagens dos produtos.

O ambiente de produção sofre o processo de climatização que proporciona

uma melhor conservação do estoque e evita possíveis perdas pela alteração de

temperatura. A junção do espaço de produção e estoque faz com que o primeiro

perca a mobilidade, visto que equipamentos e pessoas dividem o espaço com o

estoque.

3.4.3.1 Primeiro que vence, primeiro que sai

A empresa não utiliza a ferramenta PVPS, ou seja, primeiro que vence

primeiro que sai. Esse método possui como critério a saída da matéria-prima que

primeiro ingressou no estoque.

Indicado para empresas com um giro de estoque rápido, que é o caso da

Mega Pães, onde buscam a valorização do estoque, e procuram deixá-los próximos

aos preços atuais de mercado.

As matérias-prima e produtos acabados da empresa são em sua maior

parte, consideradas perecíveis. A técnica PVPS busca priorizar o consumo de

materiais com data de validade avançadas, de maneira que não haja perdas de

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produtos por vencimento. Danos estes, que podem acarretar prejuízos financeiros a

empresa.

3.4.3.2 Agência nacional de vigilância sanitária

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é uma agência

reguladora que tem o intuito de promover a saúde da população ao garantir a saúde

sanitária dos produtos e serviços prestados aos consumidores dos diversos

segmentos que fiscalizam. O órgão estabelece normas, propõe, acompanha e

executa políticas, diretrizes e ações de vigilância sanitária.

No segmento de alimentos, a Anvisa determina que as condições de

armazenamento de alimentos nos estabelecimentos industrializadores estejam

regulamentadas pelas seguintes legislações federais: Portaria nº 326, de 30 de julho

de 1997 e a Resolução-RDC Anvisa nº 275, de 21 de outubro de 2002. Assim, por

meio de um regulamento técnico de procedimentos operacionais padronizados

aplica aos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e a lista de

verificação das boas práticas de fabricação em estabelecimentos

produtores/industrializadores de alimentos. Onde ressaltam que as matérias-prima

devem ser armazenadas em condições cujo controle garanta a proteção contra a

contaminação e reduzam ao mínimo as perdas da qualidade nutricional ou

deteriorações, na busca da higienização das instalações e equipamentos utilizados

no processo.

Assim, fiscaliza as possíveis irregularidades apresentadas pelas organizações

a fim de impedir a contaminação ou a proliferação de microrganismos. Os

recipientes e embalagens devem estar protegidos contra alterações e danos. O local

de armazenamento deve ser limpo, sendo os alimentos mantidos separados por tipo

ou grupo, sobre paletes distantes do piso, afastados das paredes e distantes do teto

de forma a permitir apropriada higienização, iluminação e circulação de ar.

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3.4.4 Classificação e codificação dos materiais

Os materiais não são classificados na empresa Mega Pães, e não se tem

controle sobre a quantidade de recursos estocados, em muitos casos, as perdas não

são contabilizadas. Não existe um sistema informatizado na área de estoque, o que

dificulta a obtenção de informações para as diversas áreas, concentradas no

administrativo da empresa.

Os produtos acabados sofrem o processo de codificação para sua inclusão

no mercado de acordo com Ean Brasil. Para a organização estudada, esse processo

não é aproveitado.

3.4.4.1 Ean Brasil

A empresa utiliza-se do código de barras da Ean-13 que são destinados a

produtos disponíveis nos pontos de vendas de varejo, onde são compostos por treze

numerais. No Brasil quem registra as empresas é a GS1- Brasil- Associação

Brasileira de automação.

A Mega Pães como uma empresa de panificação, se enquadra no setor

Food Service onde estão as empresas de alimentação desse mesmo segmento. O

processo de codificação pode trazer benefícios à organização, no controle de

processos, estoque e inventários.

3.4.5 Ficha técnica

A empresa não adota a prática de classificação dos materiais, assim como

não existe uma padronização das operações realizadas na produção.

O uso da ficha técnica trará a empresa, maior mobilidade no âmbito do

controle dos recursos gastos para a fabricação de cada produto, assim como os

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custos. Visando reeducar os colaborados sobre a prática racional da matéria-prima

na produção.

3.5 Identificar as principais deficiências encontradas

O sistema de estocagem, bem como seu gerenciamento, tem um papel

importante nas empresas, pois permite um melhor controle dos materiais, agregando

as possibilidades de mensuração e de avaliação das entradas e saídas de insumos.

Além disso, um sistema de estoque bem elaborado permite uma boa análise dos

produtos que têm saídas relativas ou significativas, auxiliando desta forma, no giro

dos produtos. Assim, evita que os produtos estocados percam o prazo de validade,

como no caso dos perecíveis, ou tornem-se obsoletos, pois nestes casos, um

estoque mal gerido, acarreta custos desnecessários à organização.

Ao analisar a empresa Mega Pães, foi identificada como principal

deficiência, a falta de uma administração de materiais. A empresa não dispõe de

nenhuma ferramenta para planejamento e controle de saídas e entradas de

materiais. Desse modo, não existem registros de qualquer movimentação feita,

levando-nos a entender que desperdícios de materiais que conseqüentemente

acarretarão em perdas financeiras, são ignorados.

Os recursos materiais são recebidos e conferidos para identificar se estão

em conformidade com os padrões, evitando desta maneira, que os produtos fora das

conformidades e dos padrões estabelecidas pela empresa sejam aceitos. Esse

procedimento garante que a matéria-prima adquirida no ato do recebimento da

compra esteja em plena condição para sua transformação no produto final. Porém,

já na entrega e na entrada da matéria prima na empresa, à classificação e

codificação da mesma não são realizadas.

A matéria-prima por sua vez, não possui um espaço definido para sua

armazenagem. É alocada onde houver espaço disponível, dividindo território com a

produção e com as pessoas que lá trabalham. Em certos momentos, a dificuldade

de transição e a logística dos materiais são perceptíveis.

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A empresa necessita em caráter de urgência, de um sistema para

acompanhar e gerenciar o estoque. Quando questionados sobre quais são os

controles feitos pela Mega Pães, a sócia-gerente Alessandra afirma que em nenhum

momento é feito contagem/inventário ou possuem informações referentes à

armazenagem.

Há necessidade de implantação de um sistema que melhor se adéque ao

perfil da organização. Permitindo desta forma, que o planejamento e o controle do

estoque se solidifiquem e atuem em harmonia, visando que é de fundamental

importância que o planejamento e controle do estoque sejam realizados a partir do

instante em que hajam entradas e saídas, pois como foi descrito anteriormente, as

perdas acarretadas por parte de estoque não são contabilizadas.

3.6 Desenvolver um plano de melhorias das anomalias

Visando sanar as deficiências encontradas na organização estudada, se faz

necessário o desenvolvimento de um plano de melhorias com o objetivo de refletir

diretamente na administração, para que a administração possa melhor gerir seus

recursos materiais.

Registrar e controlar as entradas e saídas dos materiais do estoque,

utilizando procedimentos informatizados é de fundamental importância. A aquisição

de um software que seja totalmente compatível com a realidade da empresa, e que

possa gerar informações confiáveis e úteis para as tomadas de decisões

estratégicas, também se faz necessária.

A elaboração de um cadastro para os fornecedores é outra ação a qual a

empresa deve realizar. Embora parcerias junto aos fornecedores sejam importantes,

a busca por melhores preços e prazos para pagamentos são fundamentais para o

caixa da organização. O responsável pelas compras deve ter uma gama de opções

de fornecedores, e não ficar aprisionado a apenas um único fornecedor.

Para a garantia de uma melhor conservação da matéria-prima alocada, e até

mesmo uma melhor higienização do ambiente, a empresa pode substituir os paletes

de madeira que são utilizados atualmente, por paletes de plástico. Levando em

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consideração que os paletes de plástico absorvem menos umidade e o tempo de

vida útil é mais estendido do que o palete de madeira. Os paletes e as prateleiras

devem ser dispostos próximos às paredes, para que não disputem espaço com

máquinas e os funcionários da produção, evitando também, problemas relacionados

à logística dos materiais.

Para fins de avaliação de estoque, faz-se necessário a utilização do método

PVPS (Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai), onde serão capturados dados

como entradas e saídas de materiais e informações financeiras. Visando também,

que esse método é o mais indicado para estoques alimentícios perecíveis, onde

respeitam a ordem cronológica da data de vida do produto. O produto mais antigo

será o primeiro a sair. Assim, podem-se classificar mercadorias por tipos (alimentos

e não alimentos, perecíveis, perigosos, etc.) e sugerir opções de armazenagem

otimizada.

O método PVPS evita que erros de entrega por parte dos fornecedores

façam com que a empresa utilize um produto que vence depois em detrimento de

um que vence antes.

Buscar ser mais criterioso na inspeção dos recebimentos dos materiais, no

intuito de agilizar os processos também é necessário.

A realização de inventários físicos periódico é de fundamental importância,

pois a contabilização irá apurar o número de recursos estocados e a informação já

lançada para controles anteriores. Melhorias estas, que visam minimizar as perdas

com materiais e a maximização dos lucros obtidos pela organização.

3.6.1 Plano de sugestões de melhorias

Após identificadas as dificuldades e encontradas as soluções à Mega Pães,

foi criada uma série de alterações para a mudança da rotina e procedimentos da

empresa.

Para a elaboração desse plano de melhorias foi utilizada a ferramenta de

planejamento 5W2H, onde permite prever e registrar os dados das ações futuras de

um projeto.

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72

O 5W2H é utilizada por meio de sete perguntas de origem da língua inglesa,

onde devem ser respondidas na elaboração de um plano de melhorias, as quais são:

What? – O quê: o que será feito.

When? – Quando: indica o período em que se desenvolve o conjunto de

atividades correspondentes.

Who? – Quem: quem irá executar

Why? – Por quê: é uma justificativa da coluna anterior, o porquê responde

aos objetivos do trabalho.

Where? – Onde: onde será executado

How? – Como: indica o método para atingir.

How much? – Quanto: qual é o orçamento para a tarefa.

Para a elaboração das ações foram considerados os resultados da pesquisa,

a fim de suprir a carência da empresa.

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73

Tabela 2: Plano de melhorias Fonte: Elaborado pelo acadêmico Essas propostas serão implementadas no início do mês de dez/2009, data

estabelecida pela sócia/gerente Alessandra Pedro Elias.

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74

É necessário ressaltar que como um ciclo, o início de uma atividade

depende da conclusão da anterior, portanto, é de fundamental importância o

cumprimento de cada fase das sugestões.

Page 75: DIAGNÓSTICO DO ATUAL MODELO DE GESTÃO DE MATERIAIS …siaibib01.univali.br/pdf/Fabricio Roncalio.pdf · 2 fabricio roncalio trabalho de conclusÃo de estÁgio – tce diagnÓstico

75

4 PROPOSTA PARA A ORGANIZAÇÃO

4.1 Softwares Disponíveis no Mercado

No período de avaliação das deficiências da empresa, notou-se a ausência

de um sistema que possa dar suporte no controle e gestão dos recursos

armazenados.

Na observação dos autores Alt e Martins (2006) um sistema de

planejamento e controle normalmente é empregado na empresa para seu

gerenciamento, a fim de minimizar o tempo de controle e maximizar a eficiência nas

informações.

A falta de controle faz com que a Mega Pães tenha total omissão de

informações referentes a entradas e saídas de materiais, bem como desperdícios do

processo produtivo.

Na busca de um software que seja totalmente compatível com a realidade da

empresa, foram identificados no mercado três programas que poderão suprir as

necessidades da empresa. Esses softwares serão descritos a seguir.

4.1.1 MTG Software

A MTG Softwares está no mercado há 15 anos com o intuito de oferecer aos

seus clientes softwares de fácil operação, destinados à micro e pequenas empresas.

Com sede na cidade de São Mateus, Espírito Santo, efetua suas operações de

forma digital desde o atendimento até a instalação do produto adquirido.

Para maior segurança no momento da escolha, a MGT oferece download

gratuitos para um teste de seu produto/serviço aos seus futuros clientes. Dentre os

produtos disponíveis estão sistemas para controle financeiro e estoque, além de um

software para a organização e empréstimos dos acervos literários em bibliotecas.

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76

O software responsável pelo gerenciamento e controle de estoque é

denominado de Estoque Fácil 6.4. Com funções para cadastro de materiais e

fornecedores, cálculo do custo médio além de emitir relatórios referentes ao estoque

mínimo e registro de inventário. A figura 5 mostra a tela de inclusão de materiais do

Estoque Fácil 6.4:

Figura 5: Inclusão de materiais – Estoque fácil 6.4 Fonte: Site da empresa MTG Software

4.1.2 Koinonia Software

Empresa sediada na cidade de Pato Branco, Paraná, desde o ano de 1992,

a Koinonia Software atua no segmento de software de controles administrativos e

gerenciais. Considerada líder no mercado nacional, disponibiliza programas para

controle financeiro, contábil, estoque e pessoal. Dentro de sua gama de produtos,

destaca-se à bíblia online. Todos esses softwares são oferecidos de forma gratuita

para um pré-teste antes da aquisição de produto/serviço.

Na gestão e controle de estoque, a empresa dispõe de um software

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77

denominado Hábil Empresarial Plus. Suas atividades estão relacionadas no controle

de receitas e despesas, contas a pagar e receber nas funções financeiras, cálculo

do estoque mínimo, entrada e saída de materiais e centro de informações de

produtos, clientes e fornecedores no que se diz respeito a estoque. Na figura 6

pode-se observar a tela de cadastros de materiais do Hábil Empresarial Plus:

Figura 6: Cadastro de materiais- Hábil Empresarial Plus Fonte: Site da empresa Koinonia Software

4.1.3 Fusion Tech

Fundada em 1996 a empresa Fusion Tech, sediada em Catanduva, São

Paulo, tem como objetivo oferecer software para gestão e controle dos processos

administrativos.

De forma a promover seus produtos/serviços, a empresa disponibiliza

download gratuitos de seus softwares para facilitar o processo de decisão de

compra. Dentre os sistemas oferecidos estão o controle e gerenciamento contábil,

estoque, cartão ponto, gestor sindical além do controle de dízimos para administrar

as operações de igrejas.

No que se refere ao gerenciamento de materiais, a Fusion Tech Controle de

Estoque traz em seu software, atividades para cadastros de produtos, lançamentos

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78

de entradas e saídas, além de relatórios sobre o índice de recursos estocados. A

figura 7 demonstra a tela de cadastro de clientes e fornecedores do Fusion Tech

Controle de Estoque:

Figura 7: Cadastro de clientes/fornecedores - Fusion Tech controle de Estoque Fonte: Site da empresa Fusion Tech

4.1.4 Análise dos Softwares

A fim de selecionar o software que mais se adéque as necessidades da

organização no âmbito do controle e gerenciamento da área de estoque, foi

realizada uma busca de informações e cotações de preços dos três sistemas em

análise, de acordo com a tabela 3:

*valores referentes à licença vitalícia do software.

Tabela 3: Cotação de preços dos softwares analisados Fonte: Elaborado pelo acadêmico

As vantagens dos softwares pesquisados estão relacionadas na tabela 4,

demonstrada a seguir:

EMPRESA SOFTWARE VALOR DA LICENÇA *

MTG SOFTWARE Estoque Fácil 6.4 R$ 93,00

KOINONIA SOFTWARE Hábil Empresarial Plus R$299,00

FUSION TECH FusionTech Controle de Estoque R$84,00

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79

SOFTWARE VANTAGENS DESVANTAGENS

ESTOQUE FÁCIL 6.4

Agilidade

Alteração do layout do sistema

Backup automático

Baixo custo

Demonstração do software

gratuita no site

Emissão de relatórios

Simplicidade

Atualização constante

Necessidade de suporte

Suporte gratuito somente por

e-mail

HÁBIL EMPRESARIAL PLUS Agilidade

Backup automático

Emissão de relatórios

Demonstração do software

gratuita no site

Simplicidade

Atualização constante

Custo elevado aos demais

Necessidade de suporte

Suporte gratuito somente por

e-mail

FUSION TECH CONTROLE

DE ESTOQUE

Baixo custo

Demonstração do software

gratuita no site

Simplicidade

Suporte gratuito: e-mail,

Messenger, skype e telefone.

Atualização constante

Necessidade de suporte

Tabela 4: Vantagens e desvantagens dos softwares analisados Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Ao cruzar as informações dos respectivos sistemas em análise é evidente

que todos possuem funções bem definidas no que se refere ao controle e

gerenciamento de estoque. Embora existam algumas peculiaridades entre os

sistemas. O Hábil Empresarial Plus traz controle das comissões de vendas e

conciliações bancárias. No software da Fusion Tech é possível gerar informações de

materiais estocados e em falta. Por fim, o Estoque Fácil dispõe de funções para

visualização de relatórios de relação de recursos disponíveis e acesso ao registro de

inventários.

Entretanto, o software que mais se adéqua as necessidades relacionadas ao

controle dos materiais, por meio de seu preço acessível e simples manuseio é o

Estoque Fácil. Visto que futuramente não descarta-se a possibilidade de empregar

um sistema mais complexo, com funções que vão além do controle de materiais.

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80

4.1.5 Software para aquisição futura

Ao observar a total falta de informações referentes ao controle de entradas e

saídas, assim como cadastro de clientes e fornecedores, a Mega Pães necessita de

um software que possa armazenar esses dados e cruzá-los com o real número de

materiais disponíveis no estoque.

Dentre os softwares analisados o Estoque Fácil 6.4 irá suprir as expectativas

da empresa em seu momento atual.

Ao acessar o menu cadastro, o software disponibiliza opções de cadastrar

materiais e fornecedores, para que possam ser inseridos no momento da produção

ou da compra de um determinado produto, conforme mostra a figura 8:

Figura 8: Tela de cadastro de fornecedores- Estoque Fácil Fonte: Site da empresa MTG Software

No menu movimentação, o sistema permite ao usuário cadastrar as entradas

de materiais pelo seu número. Este é criado automaticamente pelo software no

momento da sua inclusão. Em seguida é só informar a quantidade comprada. A

figura 9 ilustra a tela de entrada de materiais por número:

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81

Figura 9: Tela da entrada de materiais por número-Estoque Fácil Fonte: Site da empresa MTG Software

Para que o sistema possa ser alimentado a fim de gerar informações

referentes às saídas de materiais, o procedimento é o mesmo utilizado para as

entradas. Informar o número do recurso e a quantidade processada, como

demonstra a figura 10:

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Figura 10: Tela de inclusão das saídas de materiais-Estoque Fácil Fonte: Site da empresa MTG Software

O sistema dispõe da opção para registrar entradas e saídas pelo código de

barra. Será necessária a utilização de um leitor CCD (tipo pistola) acoplado ao

teclado.

No menu relatórios, é possível o usuário ter acesso a diversas informações

referentes a entradas/saídas de um determinado período, a movimentação, além de

outras informações complementares. Essas informações podem ser impressas ou

visualizadas no próprio sistema.

Para que a empresa possa reproduzir etiquetas com código de barras, a

partir do número do material que é gerado automaticamente pelo programa, deve-se

informar o número do item e a quantidade de etiquetas desejadas. Por padrão, o

programa já irá exibir a quantidade em estoque do material informado. Não será

necessário confirmar um a um cada material desejado, pois será impresso uma

etiqueta para cada quantidade em estoque de cada material. A figura 11 ilustra a tela

das etiquetas com código de barras:

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Figura 11: Tela Etiquetas com código de barra Fonte: Site da empresa MTG Software

Ainda no segmento relatórios, é possível obter informações gerenciais. O

Estoque Fácil 6.4 proporciona a amostra do total de custos total de estoque. Esses

podem ser em grupos determinado como 1 ou separadamente como 2, conforme

demonstra a figura 12:

Figura 12: Tela Custo total de estoque II-Estoque Fácil Fonte: Site da empresa MGT Software

Com um sistema totalmente automatizado, a Mega Pães irá dispor de

informações que poderão ser visualizadas ou impressas, alimentá-lo e gerar

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84

relatórios para verificações e tomadas de decisão. Essas medidas não irão somente

minimizar as perdas no estoque, mas maximizar o lucro da empresa.

4.2 Ficha Técnica

A Mega Pães não possui qualquer conhecimento no que se refere a

padronização do processo de produção.

A utilização da ficha técnica como procedimento fará com que a empresa

possa visualizar a receita de cada produto produzido, assim como o custo para

fabricá-lo. A construção da ficha técnica para cada produto, permitirá a alimentação

do software proposta à organização, a fim de controlar as entradas e saídas de

recursos para a produção, além de criar um banco de dados para armazenar um

histórico sobre as mercadorias. Assim como o volume utilizado, informações de

custos e projeções para futuras compras.

Atualmente, a empresa possui uma linha de produtos com sete itens,

conforme citado no capítulo 3.4.1. Para melhor exemplificar a importância do uso da

ficha técnica, assim como a construção, segue modelo feito com o produto Pão

Sovado:

FICHA TÉCNICA Receita do Produto: Pão Sovado Porção: 600 gramas

INGREDIENTES UNIDADES QUANTIDADE

DA EMBALAGEM

PREÇO DE COMPRA

QUANTIDADE POR

UNIDADE

CUSTO POR UNIDADE

Açúcar GR 5000 R$ 7,85 40 R$ 0,06 Fermento GR 500 R$ 5,75 6 R$ 0,07 Gordura vegetal GR 15000 R$ 35,00 20 R$ 0,05 Reforçador GR 20000 R$ 70,00 100 R$ 0,35 Trigo GR 25000 R$ 28,00 750 R$ 0,84 Água ML 20000 R$ 4,00 400 R$ 0,08 Açúcar GR 5000 R$ 7,85 40 R$ 0,06

Custo total unitário

R$ 1,45

Preço de venda R$ 2,30

Quadro 2: Ficha Técnica do Pão Sovado Fonte: Adaptado de Castelli (1999, p. 411)

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85

As informações obtidas nas fichas serão repassadas aos colaboradores da

produção, a fim de padronizar do processo. Nelas constarão dados dos ingredientes

e as quantidades necessárias para a fabricação de cada produto. Os funcionários

envolvidos deverão ser orientados que as informações não deverão ser repassadas

a terceiros. Por meio de garantir maior segurança ou não serem divulgadas suas

receitas aos concorrentes.

A ficha técnica fornecerá dados para alimentação do software para que

possa gerar informações gerenciais e operacionais, a fim de controle e minimização

de custos e perdas.

4.3 Suprimentos

Atualmente a Mega Pães não possui um departamento de suprimentos

definido e não tem conhecimento real de sua importância. As atividades são de

responsabilidade da sócia/gerente Alessandra Pedro Elias.

As compras são realizadas semanalmente de acordo com a necessidade de

matérias-prima a serem processadas. Tornando-se fiéis aos seus fornecedores, de

modo, a ser relatas certas deficiências no quesito negociações, prazos de entrega e

pagamentos não satisfatórios para a empresa. Assim, fica a mercê de poucos

fornecedores.

Nos seus registros, não foram encontrados cadastro de possíveis

fornecedores potenciais que possam suprir necessidades que os atuais deixam de

oferecer.

O ato de comprar precisa seguir certos requisitos para que a eficiência seja

como um todo. Por meio das soluções que serão apresentadas, a Mega Pães

poderá ter maior êxito nas negociações ao vislumbrar maiores prazos para

pagamentos, melhores preços e menores prazos de entrega, fundamentais para

uma empresa que processa matéria-prima perecível.

O profissional de suprimentos deverá possuir as seguintes informações para

aprimorar os processos de compra:

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86

• Determinar a quantidade e o material a ser comprado;

• Buscar conhecer novos fornecedores potenciais;

• Realização de um cadastrado dos fornecedores. Ferramenta disponível

no software Estoque Fácil, como mostra a figura 08;

• Fechar o pedido com o fornecedor que oferecer maior custo/benefício

para empresa;

• Conhecer a procedência do fornecedor e como está posicionado no

mercado, para evitar problemas com recursos extraviados ou de

origem duvidosa;

• Acompanhar o período entre o pedido e a entrega;

• Concluir o processo de compra ao receber o material, conferir sua

quantidade e qualidade.

A empresa deverá analisar fatores como pontualidade na entrega, presteza

ao atendimento, qualidade no transporte dos materiais além de assistência pós

venda, caso haja problemas com os recursos recebidos.

Assim, a análise do fornecedor que maior preenche as necessidades da

empresa poderá se concluir. É necessário que o profissional se atenha

constantemente a atualização das informações sobre o cadastro de fornecedores e

garanta o comprimento do contrato estabelecido na negociação.

O setor de suprimentos vai além da ação de repor somente a matéria-prima

escassa, o setor procura fazer com que o fornecedor se sinta peça importante do

processo, buscando conquistar o melhor custo/benefício para empresa.

4.4 Recebimento de Materiais

Uma das atividades que a Mega Pães desempenha sem o conhecimento de

sua grande importância e um embasamento sólido, é o recebimento das matérias-

primas.

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87

Como observa Viana (2000, p. 281) a atividade de recebimento “[...]

intermedia as tarefas de compras e pagamento de fornecedores, sendo

responsabilidade a conferência dos materiais destinados à empresa”.

A sócia-gerente Alessandra Pedro Elias, responsável atualmente pelas

compras, confere de forma superficial as entregas dos recursos, analisando

quantidade e possíveis danos aos materiais ocasionados pelo transporte. Dessa

forma, a um histórico de perdas de materiais ou transtornos em devoluções nos

quesitos quantidade errada, recursos danificados no momento do transporte e até

mesmo com data de validade ultrapassada. Sendo o último, descoberto no momento

da produção.

Aconselha-se para a empresa, procedimentos simples, mas que podem

agilizar processos e reduzir custo com perdas de matéria-prima, como por exemplo:

• Estipular dias na semana para receber as matérias-primas. Atualmente

feitas de segunda-feira à quinta-feira;

• Destinar atividade ao coordenador de produção à responsabilidade de

conferir o recebimento das entregas;

• Conferir as quantidades entregue, assim como a data de vencimento dos

recursos;

• Solicitar devoluções de materiais caso haja necessidade. Por falta ou

excesso, validade, recursos danificados, assim como, os não solicitados

na compra;

• Confrontar os volumes e descrições dos recursos estipulados na nota

fiscal;

• Exigir entrega das duplicatas, junto à nota fiscal, para o pagamento dos

fornecedores;

• Encaminhar nota fiscal e duplicatas ao administrativo, para que possam

ser lançadas no software. Assim controlar a entrada de materiais na

empresa;

• Informar ao administrativo sobre atrasos de entrega, para que possam

solicitar junto ao fornecedor prorrogação nos pagamentos.

• Libera material para o estoque.

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88

O processo de confrontar a mercadoria recebida trará a empresa maior

agilidade em suas operações além de minimizar custos e permitir maior controle de

seu estoque. Nesse sentido, será perceptível uma maior integração ao diminuir

ocorrências relacionadas a erros ao processar as informações.

4.5 Armazenagem e Layout

Após análise do ambiente, nota-se a necessidade de melhorias relacionadas

ao acondicionamento dos materiais, assim como produtos acabados disponíveis na

empresa.

Atualmente os produtos acabados são alocados em estantes de aço,

alinhadas na parte central da produção, ora nas laterais, juntamente com os paletes

onde encontram-se os recursos a serem transformados, próxima as paredes. Essas

medidas inviabilizam a logística do lugar.

A transição no ambiente chega a ficar inviável em alguns momentos. Os

funcionários disputam espaço com os recursos ali armazenados, dificultando assim,

o processo natural das operações.

Para que haja uma maximização do espaço e seja respeito as

determinações da ANVISA, são sugeridas algumas mudanças. Uma delas é a troca

de paletes de madeira para os de plástico. Esses absorvem menos umidade e são

de fácil higienização. Dessa forma, ajudam a evitar a proliferação de

microorganismos responsáveis pela deterioração dos materiais.

Os paletes e prateleiras deveram respeitar as normas previstas pela

ANVISA, onde não poderão estar encostadas sobre a parte superior e lateral das

paredes. Assim, os recursos não absorverão umidade e permitirá a circulação de ar.

Fatores como higienização do local e climatização do ambiente, já são realizados

pela Mega Pães de acordo com normas da Vigilância Sanitária.

As figuras 13 e 14 demonstram os modelos de paletes e estantes que são

sugeridos:

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89

Figura 13: Modelo de Palete de Plástico Fonte: Site da empresa Plasforte

Figura 14: Modelo de Estante de Aço Fonte: Site as empresa Jopama

Os paletes e estantes deverão ser alocados em formato de L, nas laterais da

sala de produção, ao respeitar o espaço como citado acima. Nas estantes ficarão

dispostos os produtos acabados, pães prontos para distribuição. O que se refere aos

recursos para a produção como a farinha de trigo branca e integral, margarina, óleo,

fermento biológico, ovo, sal, açúcar, reforçador e anti-mofo, estarão sobre os paletes

envoltos em suas respectivas caixas, de modo a maximizar o espaço operacional.

As matérias-prima químicas serão afastadas das que podem ser contaminadas por

essas. Abaixo, segue a figura 15 com a sugestão de layout:

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90

Figura 15: Layout posposto para área de produção. Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Por meio dessas mudanças, o espaço destinado à produção e ao estoque

ganhará dimensão e agilidade nos processos, minimizando transtornos com a

logística.

4.5.1 Primeiro que vence, primeiro que sai

Uma das alternativas para que a Mega Pães possa reduzir gastos com

estoque obsoleto é a utilização do método conhecido como PVPS (primeiro que

vence, primeiro que sai). Essa escolha torna-se cabível a partir do instante que seja

pregado nas operações matérias-primas como data de validade curta.

Após a reformulação do novo layout, ao disponibilizar os produtos em forma

de L, serão evidenciados os materiais de cada grupo que vencerão primeiro. No

instante que o estoque for reposto, os produtos com data de validade mais antiga,

deverão ser postos para cima ou para frente, de acordo com a posição nos paletes

ou prateleiras.

Dessa forma, a Mega Pães poderá desfrutar de um estoque organizado,

visando minimizar perdas de materiais impróprios para o processo.

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91

4.6 Curva ABC

Para a fabricação dos produtos Mega Pães, as matérias-prima utilizadas

normalmente permanecem estocadas por um curto espaço de tempo. Para perceber

os custos reais que cada material representa para empresa aliado ao volume de sua

movimentação, torna-se indispensável o uso da curva ABC como ferramenta para o

controle de estoque.

É recomendável após seis meses da implantação do sistema, com base nos

históricos registrados, que se faça uma análise da Curva ABC para que se possa

visualizar quais produtos têm destaque na evolução do estoque e para que façam

parte do inventário rotativo.

Após o coordenador da área de produção receber e conferir as mercadorias

entregues, repassará ao administrativo as notas fiscais a serem lançadas no

sistema, junto com a quantidade e a descrição do material recebido. Esses dados

alimentarão o software no quesito entrada de materiais de modo a fazer o mesmo

com as saídas de materiais.

Ao cruzar essas informações, a empresa obterá relatórios relacionados à

quantidade de recursos existentes. Em seguida, será necessário rastrear o valor de

consumo acumulado num período de seis meses, data proposta para iniciar

avaliação, sendo multiplicado pelo preço ou custo unitário de cada item. A tabulação

dos dados deverá se dará de forma decrescente. Esse montante será transformado

em porcentagem para que possa ser dividido por 100%. Dessa forma a Mega Pães

conhecerá o real percentual que cada material representa financeiramente para a

empresa.

A figura 16 representa um modelo de tabulação de dados da curva ABC, que

é proposto por Jacobbsen e foi adaptado pelo acadêmico:

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Nº ITENS

CÓDIGO DO

MATERIAL

PREÇO

UNITÁRIO

DEMANDA

ORDENAÇÂO

DECRESCENTE

QTDE VALOR

Figura16: Modelo de tabulação de dados da Curva ABC Fonte: Adaptado Jacobsen (2003, p. 39)

Por meio da análise ABC os itens deverão ser separados em três grupos de

acordo com seu valor de demanda e quantidade de materiais estocados. Segundo

Martins (2006) os recursos com maior impacto financeiro serão os do grupo A, onde

representam cerca de 35% a 75% do montante armazenado. O valor movimentado

para os itens B estão entre 10% a 45% sendo o restante classificados como C.

Apesar de demonstrado que a classe A possui um maior investimento no

momento da compra e armazenagem, esse representa apenas 20% dos materiais

adquiridos e estocados, contra 30% do B e 50% do grupo C.

A empresa deverá tomar algumas precauções com o uso da ferramenta da

curva ABC, como por exemplo, a oferta de preços para compra de itens. É

recomendável ao responsável pelas compras adquirir um volume de materiais

maiores para aproveitar os preços, sem esquecer de verificar se seu uso será

empregado na data antes do vencimento.

4.6.1 Inventário Rotativo

Para cruzar informações relacionadas ao estoque físico e o lançado no

sistema, torna-se necessário uma contagem dos itens armazenados pelo método do

inventário rotativo. Indica-as como a melhor alternativa para a Mega Pães, pois

permite que os materiais de alta rotatividade sejam contados com maior freqüência

do que os de baixa rotatividade.

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Hoje a empresa trabalha com volumes relativamente pequenos de estoque,

o que facilita a sua contagem que pode ser realizada de forma semanal, mensal e

semestral.

Todos os itens serão contatos e cruzados com as informações obtidas pelo

sistema. Dessa forma, a Mega Pães terá maior controle no sentido de se precaver

contra desperdícios físicos e financeiros.

Para que ocorra a primeira verificação da diferença entre físico e o controle,

sugere-se a realização ao fim da classificação ABC que ocorrerá no mês seguinte.

De tal modo que permita que as informações referentes aos materiais estocados já

estejam no sistema, contendo um breve histórico de sua transição.

O sistema Estoque Fácil disponibiliza telas para impressão e visualização de

registro de inventário, como demonstra a figura 17:

Figura 17: Tela de registro de Inventário-Estoque Fácil Fonte: Site da empresa MGT Software

Após analisar a curva ABC e identificar os respectivos grupos, deve ser

decidida à frequência da contagem dos materiais.

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Os materiais que compõe o grupo A, cerca de 20% dos recursos, serão

contados e conferidos nas sextas-feiras de cada semana. Os materiais que compõe

o grupo B, o que correspondem a 30% dos recursos, serão contados mensalmente,

na última sexta-feira da virada do mês. E por fim, os itens que compõe o grupo C,

abrangem 50% do estoque, sofrerão sua contagem trimestralmente, neste caso, na

última sexta do período.

Será adotada a sexta-feira como dia mais oportuno para a contagem dos

itens, visando que o processo produtivo tem uma baixa demanda neste dia em

comparação com os demais dias, assim como o recebimento de materiais

acontecem as segundas, quartas e quintas-feiras. Deste modo, facilita a apuração

sem contratempos de entrega ou paralisação total da produção.

Para confrontar as informações do estoque físico com o registrado no

sistema, por meio das entradas e saídas lançadas no programa, será utilizada uma

espécie de cartão para registrar a contagem. Neste cartão constará à descrição do

material inventariado, local e data da realização.

A figura 18 ilustra um modelo de cartão de inventário, que foi adaptado de

Jacobsen:

Data__/__/__

Código:_____ Local:__________________________________________________

Discrição:________________________________________ Quantidade:________

Código:_____ Local:_____________________________________________

Discrição:___________________________________ Quantidade:________

_____________ _____________________ ___/___/___

Visto Conferido Data

Contagem

Código:_____ Local:_____________________________________________

Discrição:___________________________________ Quantidade:________

_____________ _____________________ ___/___/___

Visto Conferido Data

Contagem

Figura18: Modelo de cartão de inventário Fonte: Adaptado de Jacobsen (2003, p.65)

A contagem dos itens serão separadas em dois passos. O primeiro irá

verificar os recursos alimentícios como trigo, óleo e outros componentes para a

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realização do produto final. O segundo passo será a apuração das matérias

químicas utilizados para a produção e conservação do ambiente, além das

embalagens. Vale salientar que todos os itens se encontram na produção, como

especificado no layout.

Torna-se necessário que as informações do sistema sejam atualizadas em

tempo real para que o confronto possa ser feito de forma eficiente. O local deverá

sempre estar organizado para facilitar a contagem dos itens. O coordenador da

produção poderá delegar a função para dois de seus funcionários, assim a segunda

contagem confere à primeira.

Caso ocorra uma não conformidade, o coordenador deve repassar as

informações ao administrativo, este por sua vez, irá planejar estratégias para

solucionar um possível erro. Deverão verificar se as informações lançadas no

software foram corretas, falhas ao não lançar os materiais deslocados ou até mesmo

uma nova conferencia do estoque.

Ao empregar o uso do inventário rotativo a empresa previnirá e conciliará

possíveis erros, além de educar os funcionários do departamento de produção sobre

a importância do uso consciente dos materiais para os processos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O intuito desse trabalho foi servir de orientação para diagnosticar a atual

gestão de materiais e sugerir mudanças cabíveis em curto prazo. As soluções a

serem implantadas pela Mega Pães servirão para melhorar a competitividade,

minimizar as perdas de recursos e maximizar o faturamento total da empresa.

A análise de todas as deficiências decorrentes ao processo de

armazenagem foi uma das premissas e um dos principais fatores para que se

propusesse tal mudança, pois de certo modo é o alicerce de um trabalho deste

âmbito, que de maneira geral reduz os custos de armazenagem.

A implantação das sugestões corretivas será possível somente após a

finalização do trabalho, como determinação da sócia-gerente, onde envolverá

profissionais das principais áreas de apoio da empresa, que permitirão mensurar e

quantificar o tamanho dos ganhos efetivamente realizados.

A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho de tipologia

pesquisa diagnostico de aporte qualitativo, contribuiu positivamente para o alcance

dos objetivos propostos. Por meio do uso de entrevistas com gestores e um

acompanhamento das operações chegou-se a identificar as principais deficiências

no que se refere à Administração de Materiais.

Após diagnosticar a atual gestão de materiais, ficou claro ao acadêmico

quais as melhorias cabíveis que devem ser aplicadas na empresa estudada.

Foram sugeridas mudanças nos quesitos armazenagem de materiais, onde

um novo layout foi desenhado, a fim de otimizar os processos, visando facilitar a

logística no ambiente de produção, visto que os recursos ali são alocados. Essa

análise respeitou os regulamentos da ANVISA, órgão que rege as condições

sanitárias do ambiente em questão. O uso do PVPS como procedimento para a

utilização de matérias-primas com data de validade mais antiga.

Buscou-se também trazer novas concepções no ato das compras e

recebimentos dos materiais, não desempenhados pela empresa que geravam

perdas e dificuldades de negociação junto aos fornecedores. Um software a ser

implantado, a fim de planejar e controlar a entrada e saída de dos recursos, atualizar

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cadastro e inserir novos fornecedores e alertar o momento para aquisição de

materiais-primas faz-se necessário.

Por fim, empregar dentro dos ferramentas como a curva ABC e o inventário

rotativo a fim cruzar informações sobre o estoque físico e disponível no sistema a ser

implantado é de extrema importância.

O alcance efetivo das metas preconizadas dependerá exclusivamente da

execução das ações descritas no plano de melhorias, visto no decorrer do trabalho,

os quais dependerão de investimentos, porém cabe somente a empresa Mega Pães

planejar e viabilizar os recursos necessários para a conclusão desses objetivos.

5.1 Recomendações para trabalhos futuros

A partir da observação, pode-se visualizar a importância que a administração

de materiais exerce sobre os processos da Mega Pães. Essa ferramenta contribuirá

para a empresa na tomada de decisões, na análise das entradas e saídas de

recursos, auxiliará no confronto de informações, minimizando assim, custos com

armazenagem.

Recomenda-se como possibilidade de trabalhos futuros, a implantação de

um modelo logístico, para que possa ser estudado e definido quais os canais de

distribuição mais indicados no mercado que a Mega Pães está inserida.

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DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

A organização cedente de estágio Mega Elaboração e Comércio de Pães

LTDA-EPP declara, para os devidos fins, que o estagiário Fabrício Roncalio, aluno

do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 16 de março de 2009 a 03 de

novembro de 2009, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período,

seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou as

normas internas.

Joinville 03 de Novembro de 2009.

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Alessandra Pedro Elias

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Fabrício Roncalio

Estagiário

Alessandra Pedro Elias

Supervisora de campo

Guido Renato Miranda

Orientador de estágio

Prof. Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelos Estágios em Administração