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DIAGNSTICO DA IMPLANTAO E
OPERACIONALIZAO DOS SISTEMAS MRPS NAS EMPRESAS DE GRANDE PORTE DO VALE DO ITAJA SC
rea temtica: Gesto da Produo
Andr Luis Almeida Bastos
prof.abastos@gmail.com
Rodrigo Alexandre Maus
rodrigomaus@hotmail.com
Resumo: O propsito dos sistemas MRPs a automatizao do fluxo de informaes relacionadas aos processos de
manufatura. Contudo, muitas empresas no conseguem alcanar o melhor desempenho do seu sistema devido s
dificuldades encontradas na implantao e posteriormente, na operacionalizao dos sistemas. O presente estudo,
atravs de uma pesquisa de abordagem quantitativa, realizada com 86% das empresas de grande porte da regio do
Vale do Itaja, em Santa Catarina, identifica estas dificuldades porm, observa que muitos aspectos positivos so
observados pelas empresas aps a implantao dos sistemas.
Palavras-chaves:.
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUO
As tradicionais exigncias do mercado relativas a maiores nveis de qualidade dos
produtos e diversidade de itens deve ser acompanhada com um menor tempo de entrega e menores
custos aos clientes. Neste sentido, os gestores dos sistemas produtivos tem dado grande ateno aos os
altos custos da manuteno de estoques e buscado aperfeioar os processos justamente nos pontos em
que os elevados nveis de estoques mascaram as ineficincias do processo. Cabe ao PCP, a tarefa de
gerenciar os nveis de estoques, tanto de matrias primas, quanto materiais em processo e produtos
finais, atividade esta que torna-se ainda mais rdua para as empresas que buscam oferecer ao mercado
uma maior variedade de produtos finais.
Uma soluo que tem auxiliado os gestores nestas empresas consiste nos sistemas MRP
Material Requirement Planning, que pode ser traduzido por planejamento das necessidades de
materiais e MRP II Manufacturing Resources Planning, traduzido por Planejamento dos Recursos da
Manufatura. De acordo com Martins e Laugeni (2005), o MRP surgiu da necessidade de se planejar o
atendimento da demanda de forma correta dentro de uma indstria. Goodfellow (2003) ainda
complementa que atravs dele possvel solucionar os problemas do que pedir, quanto pedir, quando
solicitar a entrega e quando liberar para realizar tal entrega, visando sempre a melhor otimizao do
processo possvel e o mnimo de estoque.
Dessa forma, considerando a justificativa de que o gestor ao tomar a deciso em investir
significativos recursos na implementao de um sistema precisa ter em mente os reais benefcios e
identificar as principais dificuldades que surgiro anexas a esta deciso, o objetivo deste trabalho
consiste em discutir as experincias de algumas empresas que j percorreram esta jornada, assinalando
seus relatos dos benefcios e dificuldades encontrados na utilizao como apoio para gesto de
sistemas produtivos.
Foi utilizado um estudo exploratrio com um grupo de 32 empresas de grande porte do Vale do
Itaja. Neste gupo de empresas foi aplicado um questionrio que identificou as principais dificuldades
e benefcios na utilizao da ferramenta, segundo os principais referenciais tericos. Os dados
apresentados representam a opinio dos respondentes do grupo de empresas estudadas.
1. Fundamentao terica
Segundo Brown et al. (2006), o MRP foi desenvolvido a aprimorado por Joseph Orlicky na
IBM e pelo consultor Oliver Wight, nas dcadas de 1960 e 1970. Com o avano tecnolgico os
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computadores se tornaram mais rpidos e com maior capacidade de disco, devido a este fato, em
meados da dcada de 60 os pacotes de softwares de MRP tornaram-se disponveis nos principais
fornecedores de computador. Martins e Laugeni (2005) relatam que os sistemas de MRP utilizavam de
mainframes que gastavam horas, em alguns casos a noite inteira, processando alteraes realizadas em
um nico dia. E no seu funcionamento, assim como atualmente, determinado produto tinha sua
estrutura explodida at o ltimo nvel de detalhe, definindo-se sua lista de material, conhecida tambm
como BOM (lista de materiais). Em seguida o software de MRP tratava de processar todos os dados,
verificando se havia disponibilidade nos estoques, e se necessrio, processava a emisso da lista de
itens faltantes.
Durante os anos 80 e 90, o sistema e o conceito do planejamento das necessidades de materiais se
expandiram e foram integrados a outros departamentos da empresa. Surgia ento, o sistema MRP II
(Planejamento dos Recursos de Manufatura). Conforme Correa e Correa (2012), outros mdulos
integrando o MRP II foram agregados pelos fornecedores de sistema e oferecidos ao mercado como:
mdulos de apoio fiscal, mdulos de RH, mdulos administrativos, etc. Quando os fornecedores
passam a considerar que suas solues integradas so suficientemente capazes de suportar s
necessidades de informaes para todo o empreendimento, passam a se auto denominar fornecedores
de sistemas ERP (Planejamento de Recursos da Organizao).
Um levantamento bibliogrfico realizado por Bastos et al (2011), com base em diversos autores
apontam as vantagens decorrentes da implementao desta lgica na manufatura aponta para diversos
benefcios na utilizao dos sistemas, entre eles: a integrao entre os setores da organizao atravs
do compartilhamento de base de dados nica, a reduo dos nveis de estoque em processo e produto
acabado, o cumprimento dos prazos de entrega, o apoio no gerenciamento de materiais em todos os
estgios da organizao, por meio de informaes de estoques, programaes, entregas previstas etc., e
a organizao da sequncia de produo de cada centro de trabalho, conforme prioridades
estabelecidas. De igual forma, so apontadas algumas limitaes do sistema tais como: necessidade de
investimentos considerveis em recursos: computadores, softwares e qualificao de pessoal,
necessidade de controle e atualizao permanente de informaes, alm de outras destacadas.
Durante a implementao da lgica MRP so enfrentadas algumas barreiras s mudanas que
esta implementao proporciona. Isso pode determinar o sucesso ou o fracasso do sistema de
gerenciamento. Correa e Correa (2012), por exemplo, apontam que se as anlises feitas durante a
implementao no forem revistas com as mudanas na realidade, o sistema tender a trabalhar de
forma gradualmente menos aderente realidade, levando a decises gerenciais que no correspondente
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aos objetivos pretendidos. Destaca-se tambm a necessidade de comunicao e coordenao
interdepartamental como um canal de comunicao para evitar conflitos principalmente entre o setor
de vendas, produo e planejamento de produo. Outro aspecto relevante apontado pelo autor
consiste no fato de que os envolvidos devem ser treinados a fim de no s entender a parte do sistema
com a qual vo ter contato, mas tambm a lgica global do sistema para que se compreendam a
importncia de fatores como entrada e atualizao do sistema em tempo real. Diversos autores tambm
chamam ateno para itens como comprometimento da alta direo, tendo em vista os impactos do
sistema na estratgia da organizao.
2. Procedimentos Metodolgicos
Para coleta de dados primeiramente foi determinado a dimenso do universo explorado atravs
do Guia da Indstria SC de 2014, elaborado pela FIESC (Federao das Indstrias do Estado de Santa
Catarina). Atravs deste material, verificou-se que na regio do Vale do Itaja esto presentes 37
indstrias de grande porte, com base nos parmetros do IBGE, o qual classifica como empresa de
grande porte aquela que possuir 500 funcionrios ou mais. Posteriormente o questionrio foi enviado
para 100% das empresas pertencentes ao universo, sendo que 32 empresas responderam o mesmo,
obtendo assim, uma amostragem de 86,48%.
O questionrio aplicado foi elaborado com base no levantamento bibliogrfico e em seguida foi
validado com uma das empresas pertencentes ao universo da pesquisa antes da aplicao da mesma.
Como resposta o respondente teve que escolher alguma das cinco alternativas presentes na escala de
Likert. Posteriormente os dados levantados foram tabulados e analisados no software Microsoft Excel
atravs tabelas.
As 32 indstrias pesquisadas dividem-se em 5 setores bsicos de atuao, sendo eles: 50% que
atuam nos setores Txtil e Vesturio, Metal-mecnica a segunda em representatividade com 25%,
seguido pelo setor Alimentcio, que abrange 19% das empresas pesquisadas e os segmentos Eltrico e
Grfico, ambos com 3% de representao. As funoes dos respondentes predominou em funoes
relaciodas ao PCP (supervisor ou programador 24 respondentes), com 75% dos respondentes. Os
outros