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DIAGNÓSTICO DA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE UMBURATIBA MG Kelly Dantas Martins, aluna do 5º período de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFMG, campus Governador Valadares, [email protected] Maria Terezinha Silva Neta Professora do IFMG, campus Governador Valadares, [email protected] RESUMO Os resíduos sólidos hospitalares são, de maneira geral, considerados contaminantes, nocivos à saúde humana e agressivo ao meio ambiente. O objetivo desse trabalho foi descrever como é tratado o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde em uma unidade de saúde de Umburatiba, bem como se dá a destinação final dos Resíduos de Serviço de Saúde. Para a obtenção dos dados foi realizada a observação sistêmica do funcionamento da unidade de saúde, a qual possibilitou identificar os problemas decorrentes de falhas na execução desse Plano. As medidas propostas são a capacitação do pessoal para a efetivação do mesmo, a realização de treinamentos e esclarecimentos dos riscos que estes resíduos oferecem a saúde e ao meio ambiente e a sua implantação adequada. Palavras-chave: Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde; Destinação final; Resíduo de Serviço de Saúde. ABSTRACT The hospital solid wastes are, in general, considered contaminants, harmful to human health and environmental aggressive. The aim of this study was to describe how the Waste Management Plan of Health Service in a health unit of the city Umburatiba, as well as it happens the final waste destination of Health Service. In order to obtain the data, it was performed a systemic observation of the functioning of the health unit, which enabled us to identify the problems resulting of failures in the implementation of this plan. The proposed measures are the personnel training for the execution of this and the clarification training of the risks that these residues provide to health and to environment and its proper implementation. Keywords: Waste Management Plan of Health Service, Final Destination; Health Waste.

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DIAGNÓSTICO DA DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO

DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE UMBURATIBA – MG

Kelly Dantas Martins, aluna do 5º período de Tecnologia em Gestão Ambiental do

IFMG, campus Governador Valadares, [email protected]

Maria Terezinha Silva Neta – Professora do IFMG, campus Governador Valadares,

[email protected]

RESUMO

Os resíduos sólidos hospitalares são, de maneira geral, considerados

contaminantes, nocivos à saúde humana e agressivo ao meio ambiente. O

objetivo desse trabalho foi descrever como é tratado o Plano de Gerenciamento

de Resíduos de Serviço de Saúde em uma unidade de saúde de Umburatiba,

bem como se dá a destinação final dos Resíduos de Serviço de Saúde. Para a

obtenção dos dados foi realizada a observação sistêmica do funcionamento da

unidade de saúde, a qual possibilitou identificar os problemas decorrentes de

falhas na execução desse Plano. As medidas propostas são a capacitação do

pessoal para a efetivação do mesmo, a realização de treinamentos e

esclarecimentos dos riscos que estes resíduos oferecem a saúde e ao meio

ambiente e a sua implantação adequada.

Palavras-chave: Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde;

Destinação final; Resíduo de Serviço de Saúde.

ABSTRACT

The hospital solid wastes are, in general, considered contaminants, harmful to

human health and environmental aggressive. The aim of this study was to

describe how the Waste Management Plan of Health Service in a health unit of

the city Umburatiba, as well as it happens the final waste destination of Health

Service. In order to obtain the data, it was performed a systemic observation of

the functioning of the health unit, which enabled us to identify the problems

resulting of failures in the implementation of this plan. The proposed measures

are the personnel training for the execution of this and the clarification training

of the risks that these residues provide to health and to environment and its

proper implementation.

Keywords: Waste Management Plan of Health Service, Final Destination;

Health Waste.

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1.INTRODUÇÃO

Segundo Fiori e Tabalipa (2006) em todo o mundo, a destinação final

inadequada dos resíduos sólidos tem sido vista como um dos principais problemas da

atualidade, que se agrava pelo crescimento da população e pelo incremento da

produção de lixo percapita.

Todo sistema de produção e de consumo implica na geração de uma

quantidade de subprodutos e resíduos. Levando-se em consideração a natureza, a

localização e as quantidades geradas, esses resíduos podem apresentar um duplo

problema, tanto econômico como ambiental (FIORI; TABALIPA, 2006).

Dentre os diversos tipos de resíduos sólidos existentes, os resíduos de

serviços de saúde (RSS) causam grande preocupação em decorrência de riscos

graves que pode oferecer, resultando em problemas ambientais e sociais.

Para Belei, Tavares e Paiva (2000) apud Botucatu (1995) há, no Brasil, mais de

30 mil unidades de saúde, produzindo resíduos e, na maioria das cidades, a questão

da destinação final dos resíduos urbanos não está resolvida. Predominam os

vazadouros a céu aberto.

As instituições de saúde são produtoras de uma imensa quantidade de

resíduos sólidos. A maioria destes estabelecimentos não possui um sistema adequado

de segregação e destino do seu lixo hospitalar, sendo que a grande parte deste lixo,

considerado contaminado, poderia ter um destino diferente do atual, não precisando

ser enterrada nas valas sépticas. Cada vez mais há um maior comprometimento do

meio ambiente que recebe esses resíduos e que sofre para repor os produtos

necessários à vida humana (BELEI; TAVARES; PAIVA, 2000 apud BOTUCATU,

1995).

De acordo com Ferreira (1995) a questão central que se coloca é sobre a

periculosidade ou não dos resíduos hospitalares. Embora esta seja uma questão não

resolvida, os países desenvolvidos adotam uma política cautelosa e consideram tais

resíduos como resíduos que exigem tratamento especial (perigosos, patogênicos,

patológicos, entre outras denominações). A recomendação de incineração dos

resíduos, ou de parte deles, é uma constante.

Segundo Marques (2008) apud Ribeiro (2000) apud Oliveira (2002) há pouco

mais de uma década, os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde têm se torna um

assunto bastante discutido, causando até polêmicas e controvérsias quanto aos

perigos que podem oferecer e às medidas que seriam exigíveis para evitá-los. O

grande desenvolvimento ocorrido no campo da infecção hospitalar, bem como na área

do meio ambiente, aumentou o nível de exigência e questionamento nos meios

técnicos. Outros eventos, como o surgimento da epidemia de AIDS e a evolução dos

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movimentos ambientalistas, contribuíram para levar a discursão ao público em geral

através dos meios de comunicação (MARQUES, 2008 apud RIBEIRO, 2000 apud

OLIVEIRA 2002, p. 29).

A resolução nº. 05/93 do CONAMA traz no seu contexto o conceito de

resíduos sólidos definido pela Norma 10.004 da Associação Brasileira de Normas

Técnicas – ABNT (1987) de acordo com os resíduos sólidos são “resíduos nos

estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades da comunidade de origem:

urbana, agrícola, radioativa e outros (perigosos e/ou tóxicos). Ficam incluídos nesta

definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados

em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados

líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de

esgoto ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente

inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível.

Já os RSS podem ser definidos como resíduos gerados a partir de atividades

hospitalares. Esses resíduos se diferenciam de outros tipos de resíduos por

apresentarem características de patogenicidade, toxidade, reatividade, corrosividade e

inflamabilidade.

De acordo com Oliveira (2002) apud Centro Pan-Americano de Engenharia

Sanitária e Ciências do Ambiente (1997), são numerosos os fatores que intervêm no

manuseio dos resíduos sólidos em cada estabelecimento de saúde. Por isso, as

responsabilidades devem ser determinadas de forma clara para que o manuseio seja

seguro e não coloque em risco a comunidade intra e extra hospitalar.

Os médicos, profissionais de saúde, pessoal auxiliar e administrativo, paciente,

visitantes e o público em geral contribuem direta e indiretamente para a geração de

resíduos. A organização das atividades, a tecnologia utilizada e a capacitação do

pessoal, determinam também a quantidade e a qualidade dos resíduos que o

estabelecimento de saúde irá gerar. O importante é que o estabelecimento conte com

uma unidade responsável que assuma a organização e a execução do manuseio

interno dos resíduos em coordenação com outros comitês.

A resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) n°283 de

12/07/2001 em seu artigo 4°, determina que cabe ao responsável legal dos

estabelecimentos prestadores de serviço de saúde a responsabilidade pelo

gerenciamento de seus resíduos desde a geração até a disposição final, de forma a

atender aos requisitos ambientais e de saúde pública.

Deve se ainda o responsável legal dos estabelecimentos prestadores de

serviço de saúde, segundo a resolução CONAMA n°283 de 12/07/20011 – artigo 5°,

apresentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)

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para análise e aprovação, pelos órgãos de meio ambiente e de saúde, dentro de suas

respectivas esferas de competência, de acordo com a legislação vigente.

Segundo a resolução CONAMA n° 283 de 12/07/2001 – artigo 1° alínea II, o

PGRSS é um documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado

nos princípios da não geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas

ao seu manejo, no âmbito dos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde,

contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento,

coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a

proteção à saúde pública. O PGRSS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos e

de acordo com os critérios estabelecidos pelos órgãos de vigilância sanitária e meio

ambiente, federais, estaduais e municipais.

Portanto esse trabalho objetivou descrever como é tratado o RSS em uma

unidade assistencial de saúde, bem como se dá a destinação final do mesmo. Ainda

foram propostas soluções aplicáveis para os problemas encontrados no manejo

integrado bem como na aplicação do PGRSS.

CLASSIFICAÇÃO DO LIXO HOSPITALAR

Apesar de ser RSS, este apresenta características que lhe diferencia dos

outros resíduos, suas características são muito importantes quanto à patogenicidade,

toxidade, reatividade, corrosividade e inflamabilidade e corrosividade. É composto por

vários tipos de resíduos podendo ser classificados de formas diferenciadas.

Há várias classificações de resíduos no Brasil, são conhecidas as

classificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, do Conselho

Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

– ANVISA.

No que se refere aos RSS, a ABNT NBR 12.808 (1993) os classifica em A, B e

C.

Classe A: estão incluídos os resíduos infectantes, que são subdivididos

em biológico, sangue e hemoderivados, cirúrgico anatomopatológico e

exsudato, perfurante ou cortante, animal contaminado e aqueles

provenientes da assistência a paciente.

Classe B: inclui resíduos especiais, subdivididos em rejeito radioativo,

resíduo farmacêutico e resíduo químico perigoso.

Classe C: é constituída pelos resíduos comuns.

Já a ANVISA (2004) classifica os RSS segundo as suas características

biológicas, físicas, químicas, estado da matéria e origem, para o seu manejo seguro. A

Classificação adotada é baseada na Resolução CONAMA nº 5, de agosto de 1993,

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Resolução CONAMA 283, de julho de 2001, na NBR - 10004 da ABNT – Resíduos

Sólidos – Classificação, de setembro de 1987e na NBR –12808 da ABNT, de janeiro

de 1993.

Grupo A: Resíduos que apresentam risco potencial a saúde pública e

ao meio ambiente, devido à presença de agentes biológicos. Exemplos:

placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas

(membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre

outras.

Grupo B: Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e

ao meio ambiente, devido à presença de componentes químicos.

Exemplos: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratórios,

resíduos contendo metais pesados, dentre outros.

Grupo C: Qualquer material resultante de processos radioativos que

contenham radionuclídeos em níveis superiores. Exemplos: serviços de

medicina nuclear, radioterapia, entre outros.

Grupo D: São resíduos que podem ser comparados com resíduos

domiciliares, não apresentam riscos biológicos, químicos ou

radiológicos a saúde e ao meio ambiente. Exemplos: papel de uso

sanitário e frauda, sobras de alimentos (não sendo de pacientes) e do

preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas, dentre outros,

resíduos da varrição, flores, poda e jardins.

Grupo E: São materiais perfuro-cortantes ou escarificastes. Exemplos:

lâmina de barbear, agulhas, ampolas de vidro, lâminas de bisturi,

espátulas, dentre outros.

2. METODOLOGIA

Para realização dos objetivos propostos nesse trabalho foi feito uma pesquisa

de observação na Unidade Básica de Saúde (UBS) que oferece serviços de saúde

primários como vacinação, curativo, consultas médicas e odontológicas além de coleta

de material para exames anatomopatológicos, mas não dispõe de leitos para

internação. São atendidos diariamente uma média de 20 pacientes. Esta UBS está

localizada em Umburatiba que possui cerca de 2.705 habitantes pertencente ao

estado de Minas Gerais.

A observação foi realizada entre os dias 9, 10, 11, 14, 15 de Janeiro de 2013

sendo escolhidos aleatoriamente e nos horários matutinos optados pelo maior número

de pacientes. Para coleta de dados foi realizado o método de observação sistemática

da rotina de funcionamento de UBS. Bem como observação do cuidado destinado ao

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rejeito gerado em decorrência do atendimento prestado, sem interferir na rotina. Foi

também utilizado registro fotográfico (câmera fotográfica) que ilustrou cada etapa do

PGRSS.

Após a coleta de dados, foram descritas as etapas que comtemplam o PGRSS

e confrontadas com a regulamentação vigente e discutidas conforme revisão literária

prévia.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Segundo a ANVISA (2004) o gerenciamento dos RSS constitui-se em um

conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases

científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de

resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma

eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos

recursos naturais e do meio ambiente.

O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos

físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no

manejo dos RSS (ANVISA, 2004).

Todo gerador deve elaborar um PGRSS, baseado nas características dos

resíduos gerados e na classificação, estabelecendo as diretrizes de manejo dos RSS

(ANVISA, 2004).

A ANVISA (2004) afirma que, o PGRSS a ser elaborado deve ser compatível

com as normas locais relativas à coleta, transporte e disposição final dos resíduos

gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por

estas etapas.

O PGRSS principia do manejo, onde ocorrerá o gerenciamento dos resíduos

em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição

final, incluindo as seguintes etapas: segregação, acondicionamento, identificação,

transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento externo, tratamentos,

coleta e transporte externos e disposição final.

A segregação consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua

geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado

físico e os riscos envolvidos (ANVISA, 2004).

A resolução CONAMA n° 358 de 29 de Abril de 2005, artigo 14° estabelece

que, é obrigatória a segregação dos resíduos na fonte e no momento da geração, de

acordo com suas características, para fins de redução do volume dos resíduos a

serem tratados e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente.

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A exceção dos perfuro cortantes, todos os resíduos sólidos devem ser

segregados por meio de sacos plásticos, tendo a cor, o símbolo, a descrição e a

espessura condizente com tal resíduo. Quanto aos recipientes líquidos, devem ser

acondicionados em recipientes rígidos, resistentes à ruptura e vedados.

Na unidade em estudo, foi observado, que os RSS, são segredados e

agrupados em três classificações diferentes, sendo elas: os não recicláveis (toalha de

papel, resto de alimentos, guardanapos de papel, papeis sanitários e tecidos gorros) é

correto colocar restos alimentares junto com esses resíduos – ainda: se for resto

alimentar do paciente é rejeito do grupo A, resíduos perfuro-cortantes (agulhas,

bisturis) e os resíduos infectantes (algodão, gases, luvas, secreções, materiais

contaminados com sangue, tecidos corpóreos, abaixador de língua e similares).

A Anvisa (2004) afirma que os resíduos do grupo A contém cinco subgrupos, a

saber: subgrupo A1 (culturas e estoques de microrganismos), subgrupo A2

(carcaças, peças anatômicas de animais submetidos a experimentos com inoculação

de microrganismos), subgrupo A3 (peças anatômicas (membros) do ser humano),

subgrupo A4 (sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo

secreções, fezes e urina), subgrupo A5 (materiais perfuro cortantes).

Apesar de todos os resíduos do grupo A estarem na lixeira não significa que

estão sendo segregados corretamente. Pois o grupo tem os seus subgrupos onde os

resíduos deverão ser novamente separados a cada tipo.

A unidade não dispõe de recipientes para os resíduos especiais, que seriam os

radioativos, medicamentos vencidos e resíduos químicos perigosos (tóxicos,

corrosivos, inflamáveis, mercúrio).

Os resíduos tóxicos, corrosivos, inflamáveis e o mercúrio não formam vistos em

nenhum meio de separação. Esses tipos de resíduos são diretamente dispostos, sem

tratamento prévio na rede de esgoto doméstico.

Para os resíduos farmacêuticos do tipo B2 (NBR 12.808 - ABNT), categoria que

abrange os medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não-utilizados,

recomenda-se a embalagem em sacos plásticos de cor branco-leitosa e

encaminhamento à coleta e tratamento, verificando-se, no entanto, a compatibilidade

entre sua natureza química e o processo de tratamento.

O Lixo úmido é basicamente formado por materiais orgânicos (cascas de frutas

e legumes, restos de comida e folhas) juntamente com os não recicláveis (copos

descartáveis, material de higiene pessoal, bitucas de cigarro). Na figura 1 abaixo tem-

se a presença de copos descartáveis que não é reciclável, uma folha de papel que

deveria ser disposto em um recipiente de lixo reciclavel (a unidade não possui este

tipo de separação) e uma embalagem de tetrapak que é composta por camadas de

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papel, plástico e alumínio, é considerado um resíduo reciclável mais ainda muito

custoso.

Figura 1 – Lixo Úmido (Resíduos não recicláveis)

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Os resíduos infectantes perfuro cortantes são resíduos que cortam ou perfuram

e que podem ocasionar riscos de contaminação originados pelo contanto, trazendo um

risco de transmissões se caso o resíduo estiver contaminado.

Podem-se considerar resíduos infectantes perfuro cortantes as agulhas,

seringas com agulhas, escalpes, ou seja, qualquer resíduo material pontiagudo ou que

possuem fios de corte capazes de causar perfurações ou cortes.

A figura 2 mostra que esse recipiente de separação não está sendo usado

corretamente, pois, estão presentes nele uma embalagem de seringa (resíduo comum)

que deveria ser disposto em um separador de resíduo comum, seringas sem agulha e

tubos de ensaio (resíduos infectantes) que deveriam ser dispostos em um separador

de resíduo infectantee ampolas de medicamentos (resíduo perfuro cortante) que esta

disposto corretamente.

Figura 2 – Resíduos Infectantes perfuro cortantes

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Resíduos infectantes são resíduos de serviços de saúde que podem transmitir

doenças infecciosas, o qual o resíduo é suspeito de conter o patógeno em quantidade

suficiente para causar alguma doença.

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Podem ser considerados resíduos infectantes os resíduos de áreas de

isolamento, resíduos de laboratórias de análises clínicas, fetos, orgãos e tecidos.

Na figura 3 observa-se que foram dispostos no reciente de resíduos

infectantes, uma embalagem de seringa que é considerada um resíduo comum sendo

separada erroneamente e uma compressa de gaze que é considerada um resíduo

potencialmente infectante que foi acondicionado corretamente.

Figura 3 – Resíduos Infectantes

Fonte: Própria (janeiro 2013).

A ANVISA (2004) diz que o acondicionamento consiste no ato de embalar os

resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às

ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve

ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. E estabelece as

seguintes afirmações:

Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de

material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na

NBR 9191/2000 da ABNT, respeitados os limites de peso de cada saco,

sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável,

resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de

sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e

ser resistente ao tombamento.

Os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e

nas salas de parto não necessitam de tampa para vedação.

Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes

constituídos de material compatível com o líquido armazenado,

resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante.

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Na unidade utilizam-se sacos plásticos pretos para os resíduos sólidos

infectantes e úmidos em geral, havendo assim problemas de identificação, pois os

sacos deveriam ser identificados com cores para cada tipo de resíduo ali disposto.

Os recipientes que são usados para o acondicionamento são de material

lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de

abertura sem contato manual, com cantos arredondados e é resistente ao tombamento

como mostrado na figura 4.

Figura 4 - Recipiente para acondicionamento interno

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Os resíduos perfuro cortantes necessitam de uma embalagem rígida. A

embalagem deve reunir características de impermeabilidade e inviolabilidade, com

finalidade de dificultar ao máximo sua abertura e o manuseio do seu conteúdo.

A figura 5 esclarece que a o uso de recipientes rígidos conhecidos como

coletores para os perfuro cortantes.

Figura 5 – Coletor para resíduos perfuro cortantes

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Segundo a ANVISA (2004) a identificação consiste no conjunto de medidas que

permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo

informações ao correto manejo dos RSS. Estabelece que:

A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos

recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte

interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de fácil

visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases,

atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da

11

ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de

conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos.

A identificação dos sacos de armazenamento e dos recipientes de

transporte poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a

resistência destes aos processos normais de manuseio dos sacos e

recipientes.

O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante

constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco,

desenho e contornos pretos.

O Grupo B é identificado através do símbolo de risco associado, de

acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância

química e frases de risco.

O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de

radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo

e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO.

O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante

constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco,

desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO

PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo.

O uso de cores, símbolos e sinalizações nos recipientes, sacos, e nos locais

onde são colocados, devem ter um código de cores e indicações visíveis sobre o tipo

de resíduo e o risco que representam.

PAIVA et al.(2012) caracterizaram as cores dos sacos de cada recipiente ao

qual a unidade devera se adequar serão:

Lixo infectante:Saco vermelho (bolsas transfusionais contendo sangue

ou hemoderivados, contaminados ou vencidos ou com volume maior

que 50 ml, resíduos e sobras de amostras de laboratório contendo

sangue ou líquido corpóreo na forma livre, membros e feto, kit de

bomba de circulação extra-corpórea) ou saco branco leitoso com

simbologia de infectante (placentas, kits de linhas arteriais,

endovenosas e dialisadores, filtros de ar e gases aspirados de área

contaminada, sobras de amostras de laboratório contendo fezes, urina e

secreções, resíduos de tecido adiposo proveniente de cirurgia plástica,

recipientes e materiais resultantes da assistência à saúde que NÃO

contenha sangue ou líquido corpóreo na forma livre, peças anatômicas

(órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos

cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação

12

diagnóstica, bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-

transfusão);

Resíduo Perfuro cortante: Recipiente rígido;

Lixo úmido (não reciclável): Saco preto.

Na UBS os recipientes que armazenam os resíduos estão corretamente

etiquetados conforme cada tipo de resíduo que deve ser disposto, mas os sacos não

são identificados com os símbolos e nem com cores conforme os resíduos presentes,

sendo assim, quando os resíduos são retirados dos recipientes eles se misturam uns

com os outros consistindo em uma mesma destinação final para todos, sendo

dispostos em valas sépticas.

Os tipos de identificação presente nos recipientes na unidade em pesquisa são:

o lixo úmido (Figura 6), lixo infectante (Figura7) e o lixo perfuro cortante (figura 8).

Figura 6 – Identificação de Lixo Úmido

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Figura 7 – Identificação de Resíduo Infectante

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Figura 8 – Identificação de Resíduo Infectante Perfurocortante

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Segundo a ANVISA (2004) o transporte interno consiste no traslado dos

resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou

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armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta. Estabelece

que:

O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro

previamente definido em horários não coincidentes com a distribuição

de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior

fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito separadamente de

acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada

grupo de resíduos.

Os recipientes para transporte interno devem ser constituídos de

material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao

próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, e serem

identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo neles

contidos, de acordo com este Regulamento Técnico. Devem ser

providos de rodas revestidas de material que reduza o ruído. Os

recipientes com mais de 400 L de capacidade devem possuir válvula de

dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos de rodas deve

observar os limites de carga permitidos para o transporte pelos

trabalhadores, conforme normas reguladoras do Ministério do Trabalho

e Emprego.

A coleta interna é representada pela retirada dos resíduos das lixeiras, no

momento em que os sacos contendo os resíduos são lacrados e encaminhados até o

abrigo temporário ou sala de resíduos, onde aguardaram o transporte até o abrigo

externo.

Na UBS o transporte interno de resíduos não é feito em um horário pré-

estabelecido, os mesmos são dispostos em um único recipiente que se localiza na

área externa da UBS, não tendo assim um abrigo temporário para os resíduos.

A ANVISA (2004) afirma que o armazenamento temporário consiste na guarda

temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo

aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar

o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para

coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta

dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de

acondicionamento. Estabelece que:

O armazenamento temporário poderá ser dispensado nos casos em

que a distância entre o ponto de geração e o armazenamento externo

justifiquem.

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A sala para guarda de recipientes de transporte interno de resíduos

deve ter pisos e paredes lisas e laváveis, sendo o piso ainda resistente

ao tráfego dos recipientes coletores. Deve possuir ponto de iluminação

artificial e área suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes

coletores, para o posterior traslado até a área de armazenamento

externo. Quando a sala for exclusiva para o armazenamento de

resíduos, deve estar identificada como “SALA DE RESÍDUOS”.

A sala para o armazenamento temporário pode ser compartilhada com

a sala de utilidades. Neste caso, a sala deverá dispor de área exclusiva

de no mínimo 2 m2, para armazenar, dois recipientes coletores para

posterior traslado até a área de armazenamento externo.

No armazenamento temporário não é permitida a retirada dos sacos de

resíduos de dentro dos recipientes ali estacionados.

Os resíduos de fácil putrefação que venham a ser coletados por período

superior a 24 horas de seu armazenamento, devem ser conservados

sob-refrigeração, e quando não for possível, serem submetidos a outro

método de conservação.

O armazenamento de resíduos químicos deve atender à NBR 12235 da

ABNT.

A unidade não dispõe de um local para o armazenamento temporário. Os

resíduos são dispostos diretamente no armazenamento externo, isso se justifica pela

insuficiente distância entre o ponto de geração e o armazenamento externo.

A ANVISA (2004) afirma que o armazenamento externo consiste na guarda dos

recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente

exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. Estabelece que:

No armazenamento externo não é permitida a manutenção dos sacos

de resíduos fora dos recipientes ali estacionados.

O armazenamento externo dos resíduos da unidade é feito em um único

recipiente como ilustrado na figura 9 que fica localizado na área externa para a

garantia do fácil acesso para o transporte que irá levar esses resíduos até a

disposição final.

Os resíduos deveriam ficar armazenados em recipientes condizentes com cada

tipo de resíduo identificado, o que garantiria uma eficiência maior no PGRSS.

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Figura 9 – Recipiente utilizado para o armazenamento externo

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Segundo a ANVISA (2004) o tratamento dos resíduos hospitalares consiste na

aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos

inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de

acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado

no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes

casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador

e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de

saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução

CONAMA nº. 237/1997 e são passíveis defiscalização e de controle pelos órgãos de

vigilância sanitária e de meio ambiente. Estabelece que:

O processo de autoclavação aplicado em laboratórios para redução de

carga microbiana de culturas e estoques de microrganismos está

dispensado de licenciamento ambiental, ficando sob a responsabilidade

dos serviços que as possuírem, a garantia da eficácia dos

equipamentos mediante controles químicos e biológicos periódicos

devidamente registrados.

Os sistemas de tratamento térmico por incineração devem obedecer ao

estabelecido na Resolução CONAMA nº. 316/2002.

O tratamento dos resíduos é de grande importância, onde se estaria

modificando as características físicas, químicas e biológicas dos mesmos, ajustando a

padrões para uma disposição final correta. Impedindo que aja a disseminação de

agentes patológicos ou de qualquer forma de contaminação.

As principais formas de tratamento são a estabilização e a incineração, mas

nenhuma dessas formas são implantadas na UBS.

Segundo a ANVISA (2004) a coleta e transporte externos consistem na

remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de

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tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das

condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do

meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza

urbana. Estabelece que:

A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde

devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR

14.652 da ABNT.

A coleta e o transporte consistem em transferir os resíduos de forma segura da

unidade até a disposição final.

O transporte do lixo hospitalar requer veículos adaptados para facilitar a

limpeza interna e evitar o contato de pessoas com o mesmo. Pessoas responsáveis

pela coleta devem usar equipamentos de segurança e passar por um treinamento para

conhecimento de como lidar com esse tipo de rejeito.

A unidade não possui transporte adequado para fazer a coleta dos resíduos, o

mesmo não é adaptado para a coleta do lixo hospitalar, os funcionários responsáveis

pela retirada do resíduo da unidade não utilizam nenhum equipamento de segurança e

não tiveram nenhum tipo de treinamento.

Figura 10 – Transporte utilizado para recolher os resíduos da Unidade

Fonte: Própria (novembro 2013).

A ANVISA (2004) afirma que a disposição final consiste na disposição de

resíduos no solo, previamente preparadopara recebê-los, obedecendo a critérios

técnicos de construção e operação, e com licenciamentoambiental de acordo com a

Resolução CONAMA nº. 237/97.

Os resíduos produzidos pela unidade de saúde são dispostos em valas que

ficam presentes em um aterro controlado da cidade.

Como pode se observar na figura 11, a definição desse local como “aterro

controlado” não é o correto, pois o lixo logo depois de ser acumulado deve receber

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uma camada diária de terra e grama, onde estaria minimizando o mau cheiro e o

impacto visual, além de evitar a proliferação de insetos e animais.

Sendo assim o que ocorre é apenas a disposição no solo, sem nenhuma

preocupação com os danos causados ao meio ambiente, podendo assim ser chamado

de aterro a céu aberto como ilustra a figura 11.

Os maiores problemas causados pelo aterro a céu aberto é a poluição do solo

que consequentemente acarretará na infiltração do chorume (líquido de cor preto, mal

cheiroso e de elevado potencial poluidor produzido pela decomposição da matéria

orgânica contida no lixo) no solo podendo contaminar o lençol freático, a proliferação

de vetores (moscas, mosquitos, baratas e ratos, etc.), a geração de maus odores e o

possível surgimento de catadores.

Figura 11 – Aterro controlado

Fonte: Própria (2013).

As figuras 12 e 13 estão representadas as valas onde ocorre a disposição final

do lixo hospitalar da cidade.

A utilização das valas é uma característica emergencial, para dispor os

resíduos hospitalares quando não se dispõe de outro sistema.

Considerando as condições financeiras e técnicas de muitos municípios e o

pequeno volume de lixo hospitalar produzido em relação à produção total de resíduos,

pode ser entendida como uma forma razoável de destinação final para estes casos

(Bracht, 1993).

Figura 12 – Depósito de Lixo Hospitalar

Fonte: Própria (janeiro 2013)

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Figura 13 – Valas usadas para a disposição final do lixo hospitalar

Fonte: Própria (janeiro 2013).

As figuras 14 e 15 relatam que foram encontrados na área do aterro controlado,

foradas valas a presença de medicamentos vencidos e algodões dispostos em terra,

onde que o mais correto séria a disposição nas valas.

Assim estaria se evitando que esse material poluísse o solo e a água trazendo

riscos para o ambiente e pessoas.

Figura 14 - Medicamento vencido disposto fora das valas

Fonte: Própria (janeiro 2013).

Figura 15 - Algodão e medicamento vencido dispostos fora das valas

Fonte: Própria (janeiro 2013).

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4. CONCLUSÃO

Há hoje em dia uma grande preocupação em relação à disposição final dos

resíduos hospitalares, sendo que quando esse resíduo é disposto de uma forma

indevida poderá acarretar sérios problemas ao meio ambiente e ao ser humano.

Todo estabelecimento de saúde que gera RSS é responsável por implantar e

implementar o PGRSS.

Foram encontrados vários problemas na UBS ao decorrer do trabalho, alguns

deles são: problemas na identificação das sacolas dos recipientes (símbolos e cores),

não disposição de recipientes para cada tipo de resíduo para armazenamento externo,

o não tratamento dos resíduos antes da disposição final, o transporte externo é

inadequado para o tipo de resíduo, destinação final inadequada para os resíduos

líquidos e presença de resíduos (medicamentos vencidos e algodões usados)

encontrados fora das valas na destinação final.

Pode-se observar que em nenhum momento a equipe foi capacitada sobre a

importância do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde e dos riscos que

esses resíduos oferecem a saúde e ao meio ambiente.

As ações mais recomendadas são a capacitação da equipe para a efetivação

do PGRSS, implantação de treinamentos e esclarecimentos dos riscos que estes

resíduos oferecem a saúde e ao meio ambiente, a instalação de novos separadores de

tipo de resíduo para o armazenamento externo, sacolas coloridas para cada tipo de

resíduo com sua respectiva cor, tratamento dos resíduos antes da disposição final e

um veículo tipo baú para um transporte mais seguro dos RSS.

Conclui-se que com o treinamento e conscientização da equipe sobre PGRSS

na UBS, juntamente com a implantação adequada seguindo todas as etapas do

mesmo, torna-se um instrumento imprescindível e capaz de minimizar, ou até mesmo,

impedir os efeitos adversos por eles causados, dos pontos de vista sanitários e

ambientais.

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5. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC N° 306, 07 de Dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Disponível em <www.anvisa.gov.br> data de acesso: 06/11/12. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 1987 NBR 10.004. Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 63p. BOTUCATU. Prefeitura Municipal de Botucatu, Secretaria de Saúde de Meio Ambiente, Divisão de Meio Ambiente, Divisão de Serviço de Meio Ambiente, Divisão de Serviço de Enfermagem. Coleta diferenciada de resíduos hospitalares. Botucatu, 1995, p. 15-20. BRACHT, M. J. Disposição Final de Resíduos de Serviços de Saúde em Valas Sépticas. In: Seminário Internacional sobre Resíduos Sólidos Hospitalares, Cascavel, 1993. Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Resolução N° 5, 5 de Agosto de 1993. Define os procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde, portos e aeroportos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1993. _________________________________________. Resolução N° 283, 12 de Julho de 2001. Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2005. __________________________________________. Resolução N° 358, de 29 de Abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2005. FERREIRA, J. A. Resíduos Sólidos e Lixo Hospitalar: Uma Discursão Ética. Cad. Saúde Públ.,Rio de Janeiro, Abr/Jun, 1995. FIORI, A. P.; TABALIPA, N. L. Caracterização e Classificação dos Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Pato Branco, PR. Revista Brasileira de Ciências Ambientais. n. 4, p. 33. 2006. MARQUES, V. E. Análise dos aspectos ambientais com o auxilio da contabilidade e controladoria ambiental e aplicação parcial do SICOGEA: Estudo de caso em um hospital. (trabalho de conclusão de curso) Florianópolis – Universidade Federal de Santa Catarina, Curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências Contábeis, 2008. OLIVEIRA, J. M. Análise do gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde nos Hospitais de Porto Alegre. 102 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Administração. Porto Alegre, 2002.

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PAIVA, L.; PEIXOTO, P. B.; SENE, E. C. V. Orientações sobre o Manejo de Resíduos Perigosos no HC/UFTM. 5 f. Cartilha – Universidade Federal do Triangulo Mineiro. Uberaba, 2012.