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Improve Project Plans, Budgets & Schedules Mike Tulkoff [email protected]

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DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO ORLA NOS BAIRROS DO BESSA E JARDIM OCEANIA, MUNICÍPIO

DE JOÃO PESSOA - PB

Resumo: Este estudo trata da avaliação do Projeto Orla nos bairros do Bessa e Jardim Oceania, na cidade de João Pessoa, Paraíba, que foi executado recentemente após diversos imbróglios judiciais. A aplicação deste projeto foi questionada sobre se a redução dos impactos ambientais seria contrapeso à retirada dos empreendimentos, que acabavam por formar um pequeno pólo turístico. Acreditou-se que a retirada seria benéfica não só para o meio-ambiente, como também para o turismo local. O objetivo desta pesquisa então foi avaliar as mudanças que o Projeto Orla efetivamente trouxe ao local analisado. A pesquisa foi realizada observando os estados do local tanto antes quanto depois da aplicação do projeto, onde foram pesquisados os projetos a nível nacional bem como regional e local e a repercussão na mídia e na população durante as fases do projeto. Observou-se que a retirada dos empreendimentos das praias e o replantio e aterramento natural com material fluvial das áreas afetadas revitalizou estas áreas contribuindo para manter seu atrativo turístico com os empreendimentos deslocados para fora dos limites da praia, mantendo estas mais limpas. Concluiu-se então que a implantação do Projeto Orla nas praias do Bessa e Jardim Oceania foi um sucesso no intuito de recuperar as áreas degradadas ao mesmo tempo em que alavancou o turismo na região, inclusive melhorando as características econômicas locais bem como a paisagem da cidade. Palavras-chave: Orla. Impactos ambientais. Bessa. Jardim Oceania.

ENVIRONMENTAL DIAGNOSIS OF IMPLEMENTATION

PROJECT IN NEIGHBORHOODS OF ORLA BESSA GARDEN AND OCEANIA, JOÃO PESSOA - PB

Abstract: This study evaluates the Project Orla neighborhood Bessa , in the city of João Pessoa , Paraíba , who was executed recently after several imbroglios court . The implementation of this project was questioned about whether the reduction of environmental impacts . It was believed that the withdrawal would be beneficial not only to the environment but also for local tourism . The objective of this research was to evaluate the changes so that the Project Orla effectively brought to the place analyzed. The survey was conducted by observing the states of the site both before and after the implementation of the project , with research projects at national, regional and local media coverage and and population during the project phases . It was observed that the removal of the enterprises and replanting of the vegetation in the beaches and natural backfill material inland areas affected the revitalized these areas helping to keep your tourist attraction with displaced ventures out of bounds to the beach , keeping these cleaner . It was concluded that the implementation of the Project Orla beaches Bessa was a success in order to recover degraded areas at the same time boosted tourism in the region , including improving local economic characteristics as the city's landscape. Keywords: Orla. Environmental impacts. Bessa. Garden Oceania.

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1. INTRODUÇÃO

O Projeto Orla é uma iniciativa do governo federal, supervisionado pelo Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (GI-GERCO) da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), tendo como coordenadores a Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos do Ministério do Meio Ambiente (SQA/MMA) e a Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPU/MP).

O Plano de Ação Federal para a Zona Costeira, publicado em 1998, já previa como uma das atividades prioritárias do governo federal o detalhamento e implantação do Projeto Orla, entendendo-o como uma articulação entre as políticas ambiental e patrimonial da União, e como uma harmonização de ações com os governos estaduais e municipais, tendo por objeto os espaços praia e as demais áreas definidas como “terrenos de marinha e seus acrescidos”. A aprovação, pelo Congresso Nacional, de legislação normatizadora da matéria, que especificou a necessidade de internalização de diretrizes ambientais na administração do patrimônio territorial da União, forneceu as bases legais para a implementação prática do Projeto Orla, cuja explicação do percurso teórico detalhamento da sua metodologia de operação é o tema da presente publicação.

A orla marítima constitui a faixa de contato da terra firme com um corpo de água e pode ser formada por sedimentos não consolidados (praias e feições associadas) ou rochas e sedimentos consolidados, geralmente na forma de escarpas ou falésias de variados graus de inclinação. O estabelecimento de faixas de proteção ou de restrição de usos desses espaços vem sendo adotado por muitos países, tanto para manter as características paisagísticas, como para prevenir perdas materiais em decorrência da erosão costeira.

Então, foram propostos limites para a orla, na área marinha, na isóbata dos 10 metros e, na área terrestre, 50 metros em áreas urbanizadas e 200 metros em áreas não urbanizadas, contados na direção do continente, a partir do limite de contato terra/mar, em qualquer de suas feições: costão, praia, restinga, duna, manguezal etc.

É importante entender que os processos erosivos são causados pela redução no aporte sedimentar provocada por diferentes fatores: exaustão das fontes supridoras, retenção de sedimentos por obras de engenharia, readaptação do perfil de equilíbrio a uma elevação do nível do mar ou a uma modificação do clima de ondas. Assim, a alta dinâmica dessa faixa da zona costeira está associada tanto a processos naturais, como a processos antrópicos que aceleram e potencializam os efeitos da erosão, conferindo à orla peculiaridades que requerem esforços permanentes para manutenção de seu equilíbrio dinâmico. Isto é relevante quando se pensa à longo prazo nas benesses ou malefícios que possam trazer aos usuários e ao meio-ambiente em questão.

O seu desenho institucional se orienta no sentido da descentralização de ações de planejamento e gestão deste espaço, da esfera federal para a do município, e articula Órgãos Estaduais de Meio Ambiente – OEMAs, Gerências Regionais do Patrimônio da União – GRPUs, administrações municipais e organizações não governamentais locais, e outras entidades e instituições relacionadas ao patrimônio histórico, artístico e cultural, a questões fundiárias, a atividades econômicas específicas - como portuárias ou relativas à exploração petrolífera, cuja atuação tenha rebatimento destacado naquele espaço.

Em 2004, foi elaborado pela prefeitura municipal de João Pessoa o Plano de Intervenção na Orla Marítima a partir da metodologia disposta no Manual de Gestão e de Fundamentos para Gestão Integrada do Projeto Orla. Este plano teve como principal objetivo reduzir os impactos da ocupação e uso da orla marítima, associando e compatibilizando as políticas ambiental e patrimonial de forma a promover o desenvolvimento sustentável.

Neste estudo, foi avaliada a área do Bessa ao Jardim Oceania, fazendo divisa com o município de Cabedelo, sendo separado pela foz do rio Jaguaribe, e com o bairro de Manaíra, respectivamente. Foi prevista nesta área a retirada dos bares situados na areia da praia, que é pertencente à União. No sentido de se atender ao projeto, a Justiça Federal na Paraíba determinou a retirada das barracas, bares e restaurantes localizadas na praia do Bessa, litoral de João Pessoa (PB).

Em março de 2010, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Superintendência do Patrimônio da União na Paraíba (SPU/PB), que adotasse as providências administrativas cabíveis

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para cobrança dos valores devidos à União, em razão de ocupações irregulares de barracas comerciais. A recomendação foi baseada no artigo 6º, inciso XX, da Lei Complementar 75/93, que dispõe sobre a organização, atribuições e estatuto do Ministério Público da União. Ainda, de acordo com o artigo 4º da Lei 4.771/65 (Código Florestal) e artigo 10, parágrafo 1º, da Lei 7.661/88, bem como no artigo 9º, inciso II, e artigo 18, parágrafo 5º, da Lei 9.636/98 (que versa sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União), não há possibilidade jurídica de permanência dos citados empreendimentos na referida área pública litorânea.

Estas decisões ocasionaram muitos conflitos jurídicos e até algumas manifestações populares contra e à favor da retirada de tais estabelecimentos. Os donos dos bares e alguns moradores argumentavam que isto era parte de um atrativo turístico, bem como forma de geração de empregos na região, enquanto que alguns grupos e ONG’s ambientalistas discordavam, afirmando que tais estabelecimentos denegriam a praia, afastando o turismo e desestabilizando tanto o próprio comércio quanto o meio-ambiente afetado. Por fim, em dezembro de 2011 um acordo firmado entre a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) e os proprietários selou a retirada dos empreendimentos das praias do Bessa e Jardim Oceania.

Neste sentido, a proposta deste trabalho é então caracterizar a área de estudo atual e avaliar sócio-ambientalmente os impactos positivos e negativos oriundos da execução do projeto Orla na área do Bessa ao Jardim Oceania. 2. DADOS DO EMPREENDIMENTO

O Projeto Orla induz uma ação sistemática do planejamento da ação local visando repassar as contribuições da gestão deste espaço (a orla), atualmente alocados no governo federal para a esfera do município, incorporando normas ambientais na política de regulamentação dos usos dos terrenos e acrescidos de marinha, buscando aumentar a dinâmica de mobilização social neste processo. Trata-se, portanto, de uma estratégia de descentralização de políticas públicas, enfocando um espaço de alta peculiaridade natural e jurídica (op.).

Esses objetivos são alcançados mediante apoio do texto da Constituição Federal Brasileira que reafirma o caráter público das praias e a propriedade estatal dos terrenos e acrescidos de marinha, estabelecendo atribuições e competências na defesa do patrimônio natural e cultural do país. Duas leis regem diretamente o Projeto Orla, são elas: Lei 7.661 de 1988 e Lei 9.636 de 1998, além do Plano de Ação Federal para Zona Costeira. Segundo pelo Ministério do Meio Ambiente (2006, pg.8) essas leis versam sobre:

1. LEI 7.661/88: Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, definindo seus princípios, objetivos e instrumentos; entre os quais estão os Planos de Gestão a serem elaborados nas diferentes escalas de atuação (nacional, estadual, e municipal). O Plano de Ação Federal para Zona Costeira, instituído mediante Resolução CIRM 005/98, estabelece como demanda ações voltadas ao "Ordenamento da Ocupação e Uso do Solo" e especifica a orla marítima como um espaço prioritário para seu exercício. 2. LEI 9.636/98: Versa diretamente sobre o "Patrimônio da União", do qual fazem parte os terrenos e acrescidos de marinha que constituem parte significativa da orla marítima. Tal Lei opera uma atualização na legislação anterior (que datava de 1946), compatibilizando as normas e diretrizes para a utilização deste patrimônio de acordo com as orientações emanadas da Constituição de 1988. Entre as inovações introduzidas pelo texto constitucional constam exatamente as preocupações relativas à preservação e conservação ambientais, que se traduzem em normas que devem ser incorporadas pela política patrimonial do governo federal. 3. Plano de Ação Federal (PAF): visa o planejamento de ações estratégicas para integração de políticas públicas incidentes na zona costeira, buscando responsabilidades compartilhadas de atuação e estabelecendo o referencial acera da atuação da União na região, com uma síntese das concepções e responsabilidades federal para o seu planejamento e a sua gestão, definidos a partir da avaliação dos aspectos legais, materiais

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e estratégicos dessa atuação, além dos encargos colocados pelos compromissos internacionais firmados pelo país. Espera-se, ainda, que os instrumentos e procedimentos técnicos definidos pelo Projeto

Orla, alcancem os três níveis de gestão territorial:

1. Nacionais: atendendo aos propósitos de uma ação convergente do poder público, no sentido de valorizar o conceito do patrimônio coletivo da orla, revertendo a lógica da "privatização dos benefícios e socialização dos prejuízos", dando um significado estratégico à formação da cidadania, pois envolve, entre outros, um dos espaços de maior significado simbólico para os brasileiros - as praias. A garantia de acesso às praias, como bem público, e consequentemente, a manutenção da função social dessa faixa altamente valorizada do território nacional, necessita ser enriquecida pela responsabilidade municipal na gestão, ampliando as possibilidades de solução de conflitos de uso e a reversão dos processos de degradação;

2. Regionais: permitindo com que o uso adequado da orla potencialize esse atrativo natural, como elemento para o desenvolvimento do turismo, para a manutenção de recursos estratégicos e para a implantação de infra-estrutura de interesse para o crescimento econômico regional;

3. Locais: valorizando a paisagem, os atrativos turísticos e a proteção física, como elementos fundamentais para o convívio social da orla, propiciando a geração de pequenos negócios compatíveis com a conservação e utilização sustentável da biodiversidade local.

A implementação do Projeto Orla inicia-se pela seleção dos municípios, por uma

Coordenação Estadual, formada pelo Órgão Estadual de Meio Ambiente (OEMA) e pela Gerência Regional do Patrimônio da União (GRPU). O município passa por uma capacitação que envolve os gestores locais, universidades, sociedade civil organizada e entidades privadas e resulta na elaboração do Plano de Gestão Integrada da Orla; a capacitação é apoiada por um conjunto de Manuais do Projeto Orla. Uma vez elaborado, o Plano de Gestão é legitimado por meio de audiência pública, de forma a expressar o consenso local sobre as ações planejadas para a orla de cada município. A implementação dessas ações é acompanhada por um Comitê Gestor, formado durante as etapas da capacitação (GONDIN & JÚNIOR, 2011, pg. 6).

2.1. Objetivos do projeto

A área de estudo desta pesquisa engloba a orla dos bairros do Bessa e Jardim Oceania, município de João Pessoa (PB), mostradas nas Figuras 1. O Bessa é um bairro nobre da Zona Leste de João Pessoa, limitado ao norte pelo Bairro de Intermares, município de Cabedelo, a leste com o Oceano Atlântico e ao sul por dois outros bairros originados a partir do desmembramento de sua área total: Aeroclube e Jardim Oceania. Este segundo, também área de estudo desta pesquisa, limita-se a leste com o Oceano Altântico, a oeste com o bairro Aeroclube e ao sul com Manaíra.

Figura 1: Bairro Bessa.

Fonte: Google Maps. Julho, 2013

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Dentre as ações previstas no Projeto Orla para esses bairros pode ser citadas: implantação,

ampliação e melhoria de obras de infraestrutura urbana; implantação do binário do Bessa; controle da ocupação de acordo com os índices urbanísticos constantes na legislação municipal de uso do solo; retirada dos bares e barracas irregulares da área de uso comum; implantação de projetos de urbanização da orla através do disciplinamento das áreas de uso comum com elementos paisagísticos de apoio ao uso da área de forma sustentável; preservação das áreas que contêm Zonas Especiais de Preservação Ambiental com aplicação de legislação mais restrita.

3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

O objetivo de um Diagnóstico Ambiental é apresentar os principais elementos do meio

físico, biótico e socioeconômico passíveis de modificações com a implantação e operação do empreendimento. Assim é feita uma caracterização da qualidade ambiental na área de abrangência do estudo de modo a fornecer conhecimento suficiente para embasar a identificação e a avaliação dos impactos ocorridos nos meios citados.

A Resolução CONAMA n.º 001/86 em seu Art. 6º define os meios analisados da seguinte forma:

a) O meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correstes marinhas, as correntes atmosféricas; b) O meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; c) O meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.

Neste sentido, para o desenvolvimento do estudo foram obtidos dados primários através

de visitas de campo para verificação do cenário atual na área de estudo (Figura 03) e dados secundários, que se basearam em bibliografia pertinente, como relatórios e trabalhos de órgãos municipais, estaduais e federais a exemplo de: Prefeitura Municipal de João Pessoa, Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Embrapa Solos, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), dentre outros.

Quanto às áreas de influencia do Projeto Orla, o empreendimento possui tanto aquelas Indiretas quanto Diretas, definidas em termos de legislação aplicável, de acordo com o Art. 2º da Resolução CONAMA 349:

A Área de Influência Direta – AID – é a área geográfica diretamente afetada pelos impactos decorrentes do empreendimento/projeto e corresponde ao espaço territorial contíguo e ampliado da ADA, e como esta, deverá sofrer impactos, tanto positivos quanto negativos. Tais impactos devem ser mitigados, compensados ou potencializados (se positivos) pelo empreendedor. Os impactos e efeitos são induzidos pela existência do empreendimento e não como conseqüência de uma atividade específica do mesmo. Por fim, a Área de Influência Indireta – AII – abrange um território que é afetado pelo empreendimento, mas no qual os impactos e efeitos decorrentes do empreendimento são considerados menos significativos do que nos territórios das outras duas áreas de influência (ADA e a AID). Nessa área tem-se como objetivo analítico propiciar uma avaliação da 75 inserção regional do empreendimento. É considerado um grande contexto de inserção da área de estudo propriamente dita.

Com relação às áreas de influência direta, estas dizem respeito aos meios bióticos e físicos. No primeiro, o Projeto Orla influenciará diretamente toda a área modificada e seu entorno,

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estimados com base na vizinhança local e nos frequentadores fixos e peculiares baseando-se também na praia, que receberá novos banhistas e deverá, portanto atender as suas necessidades e usos.

Os prejuízos ambientais são um aspecto relevante uma vez que interferem no microclima urbano, na descaracterização da paisagem e, de modo geral, diminui a qualidade de vida e interfere significativamente na vocação natural da orla, acarretando potencial desvalorização deste espaço, tanto do ponto de vista privado quanto público, especialmente nas áreas de uso comum da população.

No meio biótico, a influência da implantação do projeto é observada na renovação da vegetação nativa e a prioridade dada à conservação e preservação da mata ciliar. E finalmente, no meio socioeconômico, influenciará diretamente a região circunvizinha compreendendo tanto o ambiente urbano da cidade, quanto os moradores e frequentadores locais.

As áreas de influência indireta atingem mais expressivamente o meio socioeconômico, afetando em especial a economia gerada pelo alto fluxo de turistas que deixam de contar com o suporte oferecido pelas barracas e bares que existiam na orla.

3.1 Situação Socioeconômica da área de influência

Em 30 de dezembro de 2003 foi constituída a Região Metropolitana de João Pessoa, que

inicialmente deveria envolver seis municípios, sendo quatro deles conurbados (Bayeux, Cabedelo, João Pessoa e Santa Rita). Os outros dois, o município de Lucena, ligado por ferry-boat a Cabedelo, e o município do Conde, ligado a João Pessoa pelas rodovias BR 230 e PB – 008- Litorânea. Hoje existe a indicação de mais três municípios, porém os seis municípios citados se organizaram em um consórcio intermunicipal. A população de João Pessoa é de aproximadamente 723.515 habitantes dos quais 26,5% ocupam a orla ou dela fazem uso direto de acordo com os dados obtidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Economia e Estatística).

A população que habitava o centro da cidade, onde iniciou a ocupação, desloca-se rumo ao mar, principalmente face ao avanço da implantação de algumas industrias e devido o boom imobiliário. A partir das décadas de 70 e 80 ocupação da orla se intensificou e foi acompanhada por infra-estrutura de água, esgoto, drenagem e abertura de vias.

Atualmente os serviços dispostos na planície costeira são diversos como: agências bancarias, mercados públicos, hoteis, escolas (particulares e públicas) lojas, minishoppings, livrarias, supermercados entre outros. Na praia do Jardim Oceania e Bessa a urbanização se deu de forma acelerada, onde as residências são do tipo verticalizadas devido a grande procura por este polo, numa configuração que permite um acesso direto a praia. O processo de verticalização neste trecho, que é disciplinado pela Constituição Estadual de 1989, Art. 229, pelo Plano Diretor, Art. 25, pela Lei Orgânica, Art. 175, e pelo Código Municipal de Meio Ambiente, Art. 34, que delimitam os gabaritos em função da altura da falésia.

No entorno da área de influência registram-se moradias e alguns comércios, caracterizando-o como um bairro residencial e comercial, de grande fluxo de moradores, que obtém venda de produtos, tanto diariamente, como lojas, supermercados, padarias, como na parte noturna do dia, oferecendo um meio de divertimento com bares e pubs.

Uma análise do posicionamento geográfico da área do projeto remete situa-lo como uma área de amplo desenvolvimento, com um crescimento populacional e imobiliário acelerado, inserido em um dos pontos estratégicos para os turistas, encontrando como relação indireta com núcleos tradicionais em processo de transformação pela segunda residência e pelo turismo. De modo direto fazem parte da influência dos moradores, como comerciantes, que possuíam seu meio de vida no local e tiveram que ser retirados.

3.2 Caracterização da área de estudo

O setor costeiro da capital paraibana é formado por duas unidades de relevo

predominantes, os Baixos Planaltos Costeiros (tabuleiros costeiros) e a Planície Costeira. Na capital, o litoral tem extensão de 25km na direção N-S e variável na direção E-W com um máximo de 1,6km, na porção urbanizada, limitando-se a oeste com falésias e mangues, a lesta com o Oceano Atlântico e a norte com a foz do antigo curso do Rio Jaguaribe. Nos baixos planaltos costeiros seu relevo possui

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altitudes médias em relação ao nível do mar que variam de 37 a 74m nas proximidades do rio Mumbaba. Na planície costeira, o gradiente topográfico é baixo, com cotas variando entre 2 e 6m. Quanto ao suporte marinho, observa-se inseridos na isóbata de 10m, importantes elementos naturais a exemplo de arrecifes dispostos ao longo da orla.

Aspectos Climatológicos

A classificação climática de Koppen-Geiger é a mais conhecida e utilizada mundialmente

por levar em consideração a sazonalidade e valores médios anuais e mensais de temperatura e precipitação, dividindo-os em cinco grandes grupos, diversos tipos e subtipos, cada um representado por um conjunto variável de letras.

De acordo com essas divisões, toda zona litorânea do município de João Pessoa está sob o domínio do clima Tropical quente e úmido com chuvas de outono-inverno representado por As’, onde A corresponde ao grande grupo de s’ ao tipo. Esse clima é caracterizado pela ausência de chuvas de verão e sua ocorrência no inverno, que corresponde a estação chuvosa com índices pluviométricos por volta de 1.600mm anuais.

Outra classificação utilizada é a de Gaussem (1957) e baseia-se no ritmo da temperatura e das precipitações ao longo do ano, considerando relevantes os estados favoráveis e desfavoráveis da cobertura vegetal. Por esta classificação, a área de estudo apresenta o bioclima mediterrâneo ou nordestino sub-seco (3dth), caracterizado por térmicas anuais em torno de 26,9ºC, fortemente influenciadas pelo mar.

Características Geomorfológicas

A área de estudo está inserida, basicamente, em um domínio geomorfológico: os

tabuleiros costeiros ou baixos planaltos costeiros, morfologicamente definidos como um compartimento fragmentado resultado de processos de acumulação de sedimentos dispostos à retaguarda da planície costeira.

Sua origem estaria ligada a diversas fases de geomorfismo que originou o relevo nordestino, devido possivelmente a uma fase de agradação dentro do ciclo geomórfico durante a qual os sistemas morfogenéticos apareceram como responsáveis por sua deposição (SEMAM, 2010).

Furrier (2007) descreveu os baixos planaltos costeiros como uma unidade geomorfológica, sustentada pelos sedimentos da Formação Barreiras, de superfícies aplainadas e suavemente inclinadas para leste, sendo abruptamente interrompidas pelos entalhes fluviais e pelas falésias marinhas esculpidas pela abrasão marinha.

Cobertura Vegetal

É representada por formações naturais de manguezal, restinga, matas e arborização

pública e variam inversamente correlacionadas às da malha urbana. As matrizes vegetais predominam na extremidade sul e na direção norte e diluem-se em corredores e fragmentos entre as falésias vivas e depois entre a matriz urbana e, mais especificamente, acompanhando os vales dos rios. A vegetação natural da área de estudo foi praticamente dizimada pela urbanização.

É comum encontrar espécies características de ambientes praiais, como a salsa da praia (Ipomoca pes-caprae) e o bredo-da-praia (Iresine portulacoides), vegetação rasteira que recebe influência direta da salinidade marinha. As espécies arbustivas estão relacionadas às formações das restingas e dos terraços litorâneos, e aparecem mais expressivamente próximo ao limite do Bessa com o bairro de Intermares, no município de Cabedelo.

Uso e Ocupação do Solo

A orla de João Pessoa, considerando o Bessa e o Jardim Oceania, consta de uma área de

interesse social, com intenção de uso de todos, para que não degrade o meio ambiente.

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No trecho 1 a 4, como podemos ver na figura 2, observamos todo a área a ser modificada, sendo subdividida para ser apresentado seu atual uso. No trecho 1,2 e 3 a orla mostra-se com difícil acesso, sendo mais utilizada pelas residências que se apropriam das faixas que é de interesse social. No trecho 4 a orla possuía barracas em sua extensão, com comercialização de produtos alimentícios. Essas barracas possuíam uma infraestrutura que era oferecida ao banhista, porém, sua comercialização degredava o meio ambiente, devido o uso inadequado do espaço como dos produtos.

Figura24: Análise do bairro Jardim Oceania e Bessa – Trechos 1,2,3 e 4

Fonte: GoogleMaps

No bairro Jardim Oceania, trecho 1 (figura 3), na avenida paralela a orla, a ocupação é caracterizada pelo uso residencial com tendência a verticalização, com vias coletoras com duas faixas, com ocupações impróprias devido ao grande tráfego. Os calçadões são ocupados por veículos e jardineiras. A orla compreende a ampliação das residências, abarcando a área que é de interesse social. O acesso da população à praia é feito de forma indireta pelas vias perpendiculares à mesma, como observamos na figura abaixo.

A tendência para tal crescimento são os imóveis se verticalizarem, passarem a ser de uso misto, com construções de residências, comércios e serviços. Os calçadões perderão suas vegetações, e serão substituídos por estacionamentos privativos. Começará a ter pressão imobiliária para a verticalização fora dos padrões urbanísticos legais. Terá a construção de muros de arrimos para conter a erosão marítima, e os acessos se farão por ruas congestionadas perpendiculares.

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Figura 3: Análise do bairro Jardim Oceania – Trecho 1

Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa

O trecho 2 (figura 4) compreende uma nova situação, que podemos observar a contenção das dunas com o arrimo devido a erosão, a invasão da faixa de praia que serve para uso social, sendo utilizado para uso privativo, vias estreitas e residências horizontais predominantes. Futuramente o local terá um crescimento imobiliário vertical, com vias largas e um alto tráfego, sendo a praia tomada por condomínios de uso privado, sem ter acesso por vias públicas.

Figura 4: Análise do bairro Jardim Oceania – Trecho 2.

Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa

O trecho 3 (figura 5) focaliza a parte próximo ao Clube dos Médicos, ponto de referência de João Pessoa, caracterizado pelos mangues e Maceiós, que futuramente serão extintos para construção de vias de trafego, como a extensão dos imóveis para faixa praial, e a construção de muros de arrimo para contenção da erosão.

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Figura 5: Análise do bairro Jardim Oceania – Trecho 3.

Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa

No Bessa, o trecho 4 (figura 6), observa-se que a situação atual do bairro se faz pela verticalização dos imóveis, sendo ocupados por uso misto, residencial, comercial e de serviços. A faixa de praia foi invadida por barracas irregulares, ocupando a areia da praia com mesas e cadeiras, estacionamentos desordenados, inclusive nas dunas, provocando a degradação da vegetação nativa. A tendência é a extinção de parte da vegetação, pela degradação dos frequentadores, como o aumento de barracas e a sua deslocação para áreas ainda preservadas.

Figura 6: Análise do bairro Bessa – Trecho 4 Fonte: Prefeitura Municipal de João Pessoa

4. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Segundo a Resolução CONAMA nº 001, de 23 de fevereiro de 1986, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais.

Para melhor compreender o Projeto Orla, é preciso identificar os impactos ambientais positivos e negativos nos bairros do Bessa e Jardim Oceania com a implantação deste plano de intervenção.

Alguns problemas foram observados nas áreas em questão, são eles: Bairros em processo de verticalização com uso misto residencial e de serviço;

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Faixa de praia ocupada por barracas/bares rústicos com mesas e cadeiras espalhadas na areia da praia;

Estacionamentos desordenados inclusive em dunas provocando degradação da vegetação nativa;

Via local sem pavimento. Presença de via coletora com duas faixas no mesmo sentido de trafego. Ocupação imprópria de área destinada a alargamento das vias, por calçadões

utilizados para estacionamento e jardineiras. Ocupação da área de uso comum do povo por ampliação dos terrenos das residências

para construção de piscinas e área de lazer. Acesso da população à praia feito de forma indireta, pelas vias perpendiculares à

mesma; A destinação inadequada de efluentes líquidos, resíduos sólidos e do empachamento

da paisagem natural. Os impactos positivos do projeto são: Implantação, Ampliação e Melhoria de Obras de Infra-Estrutura Urbana; Implantação do Binário do Bessa; Controle da ocupação de acordo com os índices urbanísticos constantes na legislação

municipal de uso do solo; Retirada dos bares e barracas irregulares da área de uso comum; Implantação de projeto de urbanização da orla do Bessa através do disciplinamento

das áreas de uso comum, com elementos paisagísticos de apoio ao uso da área de forma sustentável;

Preservação das áreas que contêm Zonas Especiais de Preservação Ambiental com aplicação de legislação mais restrita.

Enquanto que os aspectos negativos da execução do projeto são:

Desemprego dos funcionários dos bares e barracas dessas áreas; Conflitos com os donos de barracas na praia do Bessa; Retirada de alguns moradores do Jardim Oceania, pois avançam no espaço da União;

O projeto previu a retirada dos bares/barracas do Bessa e o recuo de alguns imóveis de

moradores do Jardim Oceania que avançaram nos espaços da União, ou seja, de domínio público, gerando uma grande polêmica e muitos conflitos com os donos desses estabelecimentos. Ainda foi possível perceber opiniões diversificadas sobre a retirada dos bares/barracas. A maior parte da população não é a favor da retirada destes dessas áreas, visto que é um atrativo de lazer, muitas vezes com valor afetivo, como também gera maior movimentação de pessoas e, consequentemente, maior segurança para os frequentadores dessas praias. Por outro lado, estas residências e edificações destinadas a serviços e lazer acarretam com intensidade variada, a restrição de acesso e a livre circulação nas praias, pois em alguns trechos da orla este acesso é feito por vias perpendiculares a praia. 5. PROPOSTAS DE MEDIDAS MITIGADORAS

A definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos e positivos são destinadas

a corrigir impactos ou reduzir sua magnitude, através da conservação, preservação e monitoramento da área.

O Projeto Orla trará usos múltiplos, já que, este espaço garante o equilíbrio do ecossistema praial, assegura o habitat sustentável da fauna e flora existentes, que proporcionarão uma

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melhoria da qualidade de vida da população diretamente afetada. Além de oferecer um espaço de beleza paisagística e de uso de área de lazer para a população local e os turistas.

Nesse sentido a elaboração de um programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, faz-se necessário para indicar os fatores e parâmetros a serem avaliados e fiscalizados.

O Projeto Orla se resume como um plano de gestão compartilhada da área costeira objetivando a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Ele é necessário para ordenamento dessa área de biodiversidade ímpar e pelo fato da ocupação irregular, que entre outros efeitos, podem ser citados:

Aumento do risco de degradação do ambiente; Pressão de ocupação desordenada e falta de infra-estrutura; Deficiência no saneamento: quadro crítico, lançamento de esgoto sem tratamento nas águas costeiras: 47,1 milhões m3/dia; Dois terços das praias brasileiras diminuem em tamanho e largura, resultado de construções irregulares na orla e no mar; Descaracterização de modos de vida tradicionais; Redução dos recursos exploráveis;

Evidenciamos que as transformações ocorridas na orla marítima de João Pessoa, e em

particular na orla do Bessa, vem sendo acentuadas devido a intensificação da urbanização que nesse bairro iniciou-se na década de 1990.

Essa intensificação urbana ocorrida na orla do Bessa alterou não só a paisagem natural como também gerou conflitos nos aspectos sociais, culturais, ambientais e territoriais.

Tais conflitos se deram pelas modificações ocorridas com a intervenção do projeto orla no Bessa com a retirada dos estabelecimentos comerciais e retomada de territórios do domínio da União, porém apropriada por moradores locais. Contudo, o Projeto Orla visa reduzir os impactos da ocupação e uso da orla marítima, associando e compatibilizando as políticas ambiental e patrimonial, de forma a promover o desenvolvimento sustentável e os objetivos específicos do projeto são:

Otimizar a circulação de veículos e o acesso de pedestres às áreas de uso comum do

povo na Orla;

Promover o uso ordenado do solo urbano em compatibilidade com as diretrizes do Projeto Orla;

Aperfeiçoar os serviços públicos na faixa delimitada pelo projeto;

Promover o disciplinamento, setorização e sinalização de eventos e da prática de esportes ;

Recuperar ambientes urbanos degradados na faixa delimitada pelo projeto, particularmente nas Zonas Especiais de Preservação Ambiental;

Promover a regularização patrimonial nas áreas de uso público. Os Impactos sociais ambientais e econômicos são: Destruição de ninhos de tartarugas marinhas Atropelamento e destruição das áreas de alimentação e reprodução das tartarugas

marinhas Perda de biodiversidade e das características das comunidades vegetais Eliminação de equipamentos disponíveis para atividades sociais e culturais Valorização imobiliária do entorno

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Aumento da educação ambiental da população

Medidas Mitigadoras: Implantação, Ampliação e Melhoria de Obras de Infra-Estrutura Urbana; Implantação do Binário do Bessa; Controle da ocupação de acordo com os índices urbanísticos constantes na legislação

municipal de uso do solo; Retirada dos bares e barracas irregulares da área de uso comum; Implantação de projeto de urbanização da orla do Bessa através do disciplinamento

das áreas de uso comum, com elementos paisagísticos de apoio ao uso da área de forma sustentável;

Preservação das áreas que contêm Zonas Especiais de Preservação Ambiental com aplicação de legislação mais restrita.

Atualmente pode-se constatar no Bessa a implantação do binário com pavimentação e

iluminação com a retirada dos estabelecimentos comercias e retomada de áreas pertencentes a União apropriadas por moradores locais. No entanto com a demolição dos estabelecimentos comercias da Orla do Bessa, que eram construídos de alvenaria ficaram expostos entulhos causando transtorno aos usuários daquela praia, pois há risco de acidente com os restos de demolição além causar danos a flora nativa e o dano ambiental uma vez que com a oscilação da maré os entulhos estão sendo carregados para o mar.

Esta área recentemente sofreu transformações em um trecho da praia onde houve a demolição de várias barracas (Foto 7) e de oito bares que se encontravam em áreas irregulares à beira mar da praia do Bessa (Foto 8). Os bares desativados foram: Golfinhos, Coqueiros Bar, Peixe Elétrico, Malibu, Bar do Sol, Estaleiro Bar, Maré Bar e Rei da Fava. Para o secretário da Secretaria do Meio Ambiente de João Pessoa, Lucius Fabiane, “A partir da limpeza na área, a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) poderá fazer a recuperação da vegetação na praia”.

Foto 7: Demolição de Bares no Bessa

Fonte: sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2011/12

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Foto 8: Barracas na Orla do Bessa.

Fonte: sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2011/12

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo apresentou o diagnóstico ambiental da implantação do Projeto Orla nas praias dos

bairros do Bessa e Jardim Oceania, no município de João Pessoa, Paraíba. Como este projeto foi executado no ano de 2011, avaliou-se o ambiente antes do projeto através de pesquisas em artigos, documentos e reportagens locais, enquanto que o cenário atual foi avaliado através de idas à campo e mais pesquisas em reportagens locais com a população e bibliografia especializada.

Observou-se então que a execução da remoção dos empreendimentos em conjunto com as ações replantio de vegetação local e deposição de areia fluvial foi benéfica para o meio-ambiente local, já que Durante a ocupação da área pelos bares, a areia da praia foi alterada (compactada), além de retirada da vegetação e ainda com os resíduos de diversos materiais de construção e lixo depositados.

Quanto as questões sócio-econômicas que se desenrolaram em várias disputas judiciais e manifestações populares locais, o efeito foi melhor do que o esperado. Havia um receio que a retirada dos bares prejudicasse o turismo e a economia local, entretanto, a remoção destes empreendimentos da praia e a construção de outros bares nas ruas próximas a praia aumentou o fluxo turístico aumentou no local devido a reestruturação dos estabelecimentos, mantendo as praias mais limpas e atrativas aos freqüentadores.

Sendo assim, concluiu-se que a implantação do Projeto Orla nestes bairros foi um sucesso para a população local, aos turistas e ao meio-ambiente que podem desfrutar de melhores praias sem a agressão a este último.

REFERÊNCIAS

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IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Disponível em <www.ibge.com.br/economia > Acesso em 24 de julho de 2013.

CONCEITO. Conceito de Abiótico e Biótico. Disponível em: <www.conceitode.com> Acesso em: 22 de julho de 2013

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