dia mundial dos pobres foto: paróquia santa teresinha calendário católico foi anunciada na carta...

8
D. Washington destaca atitudes que devemos ter diante da pobreza Ideologia de Gênero é tema de audiência pública na Assembleia Mensagem do Papa para o Dia Mundial dos Pobres pág. 3 pág. 2 pág. 6 ARQUIDIOCESE PALAVRA DO ARCEBISPO SANTA SÉ Dia Mundial dos Pobres Convite a um olhar sobre a realidade da pobreza no Brasil págs. 4 e 5 semanal Edição 183ª - 19 de novembro de 2017 www.arquidiocesedegoiania.org.br Foto: Paróquia Santa Teresinha “Familía da Comunidade Terra do Sol, em Aparecida de Goiânia”. EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 1 14/11/2017 23:56:36

Upload: phungkhuong

Post on 20-Oct-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Dia Mundial dos Pobres Foto: Paróquia Santa Teresinha calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, ... mento denominado Carta de Goiâ-nia, a

D. Washington destacaatitudes que devemoster diante da pobreza

Ideologia de Gêneroé tema de audiência

pública na Assembleia

Mensagem do Papapara o Dia Mundial

dos Pobrespág. 3pág. 2 pág. 6

ARQUIDIOCESEPALAVRA DO ARCEBISPO SANTA SÉ

Dia Mundial dos PobresConvite a um olhar sobre a realidade

da pobreza no Brasil

págs. 4 e 5

semanalEdição 183ª - 19 de novembro de 2017 www.arquidiocesedegoiania.org.br

Foto

: Par

óqui

a Sa

nta

Tere

sinh

a

“Familía da ComunidadeTerra do Sol, em Aparecidade Goiânia”.

EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 1 14/11/2017 23:56:36

Page 2: Dia Mundial dos Pobres Foto: Paróquia Santa Teresinha calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, ... mento denominado Carta de Goiâ-nia, a

Novembro de 2017 Arquid iocese de Go iânia

PALAVRA DO ARCEBISPO2 PALAVRA DO ARCEBISPO2 PALAVRA DO ARCEBISPO2

Arcebispo de Goiânia: Dom Washington CruzBispos Auxiliares: Dom Levi Bonatto e Dom Moacir Silva Arantes

Estagiária: Fernanda MartinsFotogra� a: Rudger RemígioTiragem: 25.000 exemplaresImpressão: Grá� ca Moura

Contatos: [email protected] Fone: (62) 3229-2683/2673

Coordenadora de Comunicação: Eliane Borges (GO 00575 JP)Consultor Teológico: Pe. Warlen MaxwellJornalista Responsável: Fúlvio Costa (MTB 8674/DF)Redação: Fúlvio Costa e Talita Salgado (MTB 2162/GO)Revisão: Thais de Oliveira e Jane GrecoDiagramação: Carlos HenriqueColaboração: Marcos Paulo Mota (Estudante deJornalismo/PUC Goiás)

DOM WASHINGTON CRUZ, CPArcebispo Metropolitano de Goiânia

EditorialAs edições dos dias 12,19 e 26 são dedicadas à divulgação das ativi-dades celebrativas do I Dia Mun-dial dos Pobres, instituído pelo papa Francisco. Entre elas está o Prêmio Solidariedade, entregue neste dia 19, e que pretende inspi-rar novas ações voltadas à supera-ção das pobrezas materiais e espi-rituais. Esta edição traz a lista das obras, pastorais e projetos inscritos ao prêmio, e ainda depoimentos de diversas pessoas benefi ciadas por

PRECISAMOS VERO ROSTO DE CRISTONOS IRMÃOS POBRES

algum desses trabalhos de pro-moção humana. A mensagem do Santo Padre convoca os cristãos a se comprometerem com a supe-ração de toda forma de pobreza. A cobertura da audiência pública sobre Ideologia de Gênero, reali-zada na Assembleia Legislativa, os temas da última Reunião Men-sal de Pastoral e muito mais, você confere nesta edição.

Boa leitura!

Fique por dentro

No último dia 7 de novembro, frei Airton Guedes tomou posse como novo pároco da Paróquia Santo Antô-nio, localizada no Setor Pedro Ludovi-co, em Goiânia. A celebração foi presi-dida pelo arcebispo Dom Washington Cruz e concelebrada por vários sacer-dotes, entres eles o ministro provincial dos Frades Menores Capuchinhos, frei Clézio Menezes.

O arcebispo refl etiu, em sua homilia, sobre o papel do pároco e dirigiu algu-mas palavras, de modo muito especial, ao novo pastor dessa porção do povo de Deus da nossa Arquidiocese. “Frei Airton, ame a sua paróquia, ame o seu povo, seja o pastor que essa comuni-dade espera, celebre a missa, atenda às confi ssões com misericórdia”. Dom Wa-shington lembrou ainda uma frase de

Frei Airton Guedes assume aParóquia Santo Antônio

Foto

: Rud

ger R

emíg

io

São João Maria Vianney, que refl ete sobre a importância do padre na vida da comunidade paroquial: “O sacer-dote é o amor do coração de Jesus”.

Após a homilia, o novo pároco renovou suas promessas sacerdo-tais diante do arcebispo e recebeu as chaves da igreja e do sacrário, acompanhadas de uma estola roxa, que simboliza o papel do padre na administração do sacramento da re-conciliação. Ao fi nal da celebração, o ministro provincial apresentou à comunidade outros dois novos fra-des que irão morar em Goiânia: frei Jussiê e frei Clemer. Frei Airton che-ga para assumir a função de pároco, depois que Frei Messias Braga foi designado para a função de ecôno-mo provincial.

O papa Francisco já nos con-vocava, em junho de 2016 (Ano Santo da Misericór-dia), a permanecermos aler-

tas como sentinelas, para não nos aco-modarmos na indiferença, diante das pobrezas materiais e espirituais no mundo, que geram as mazelas da hu-manidade. Chegando ao fi nal daque-le ano, ele nos fez recordar a parábola do Bom Pastor: saindo ao encontro das ovelhas em perigo, instituiu o I

Dia Mundial dos Pobres, a ser celebrado no 33º Domingo do Tempo Comum, este ano, a 19 de novembro. A nova data do calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, que marcou o término do Jubileu Extraordiná-rio da Misericórdia, em 20 de novembro de 2016.

“Não amemos com palavras, mas com obras” foi o tema escolhido para a mensagem do I Dia Mundial dos Pobres, publicada em 13 de junho deste ano, por Francisco. No tex-to, ele manifesta sua crença de que a celebração dessa data “constituirá uma forma genuína de nova evangelização, pro-curando renovar o rosto da Igreja na sua perene ação de con-versão pastoral para ser testemunha da misericórdia”.

O papa ressaltou que a pobreza “interpela-nos todos os dias, com os seus inúmeros rostos marcados pelo sofrimen-to, pela marginalização, pela opressão, pela violência, pelas torturas e a prisão, pela guerra, pela privação da liberdade e da dignidade, pela ignorância e pelo analfabetismo, pela emergência sanitária e pela falta de trabalho, pelo tráfi co de pessoas e pela escravidão, pelo exílio e a miséria, pela migra-ção forçada. A pobreza tem o rosto de mulheres, homens e crianças explorados para vis interesses, espezinhados pelas lógicas perversas do poder e do dinheiro”.

Não nos conformemos perante a situação vivida pelos pobres deste mundo, mas façamos eco às palavras do nosso pontífi ce, que afi rmou em sua mensagem: “À pobreza que ini-be o espírito de iniciativa de tantos jovens, impedindo-os de encontrar um trabalho, à pobreza que anestesia o sentido de responsabilidade, induzindo a preferir a abdicação e a busca de favoritismos, à pobreza que envenena os poços da partici-pação e restringe os espaços do profi ssionalismo, humilhando assim o mérito de quem trabalha e produz: a tudo isso é pre-ciso responder com uma nova visão da vida e da sociedade”.

Prêmio SolidariedadeOuvindo o apelo do Santo Padre, a Igreja de Goiânia cele-

bra o I Dia Mundial dos Pobres orando pelos desvalidos da nossa região e do mundo, realizando gestos concretos de ca-ridade, mas também criando o Prêmio Solidariedade, que traz à tona os imprescindíveis trabalhos sociais desenvolvidos nesta Arquidiocese. Ele será entregue durante o Encontro Ar-quidiocesano de Obras, Pastorais e Projetos Sociais, que acontece neste dia 19, das 15h às 17h30, no Colégio Ateneu Dom Bosco.

Acreditamos que, ao divulgarmos as obras sociais já exis-tentes aqui, estaremos não só reconhecendo a importância do trabalho que realizam, mas também incentivando o nas-cimento de outras iniciativas misericordiosas junto aos mais necessitados que vivem entre nós.

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, mãos à obra!

“A pobreza tem o rosto de mulheres, homense crianças explorados para vis interesses”

EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 2 14/11/2017 23:56:45

Page 3: Dia Mundial dos Pobres Foto: Paróquia Santa Teresinha calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, ... mento denominado Carta de Goiâ-nia, a

Novembro de 2017Arquid iocese de Go iânia

ARQUIDIOCESE EM MOVIMENTO 3

Ideologia de GêneroParlamentares convocam sociedade ao debate

A provável volta do termo gênero à Base Nacional Co-mum Curricular (BNCC) foi a principal pauta da

Audiência Pública, proposta pelo de-putado Francisco Júnior, na Assem-bleia Legislativa do Estado de Goiás, no último dia 7 de novembro. Logo no início da audiência, o parlamentar questionou os presentes: “Mas como isso vai voltar se o termo não está presente no Plano Nacional de Edu-cação (PNE), lembrou, se referindo à derrota em votação no Congresso Nacional pela inclusão do termo nes-se documento, no ano de 2014.

Ele provocou os participantes, du-rante a audiência, a refl etir sobre os argumentos de uma pequena parcela da população que quer a introdução do termo no BNCC. “Por que algo que a maioria absoluta da população claramente não quer pode ser intro-duzido na Base Curricular? O argu-mento é o respeito, mas a prática não é”. Em seguida, ele destacou os obje-tivos da audiência: “A maioria brasi-leira precisa se organizar. Para isso, precisamos entender o que é Ideolo-gia de Gênero. Precisamos aprender que não se discute esse complexo tema apenas com notinha de what-sapp ou Facebook, mas por meio de fontes sérias e conteúdo consistente sobre o assunto”.

O principal objetivo da audiên-cia, portanto, foi criar uma resis-tência para que a BNCC com o ter-mo gênero não seja aprovada pelo Congresso Nacional. Para isso, cir-culou, durante o evento, um docu-mento denominado Carta de Goiâ-

nia, a qual deixa claro a posição de três deputados, Francisco Júnior, Simeyzon Silveira, Jeferson Rodri-gues, e de todos os signatários, so-bre as curvas que se fazem para im-putar o tema à legalidade nacional. “O debate é importante. Se querem implantar suas leis, elejam seus re-presentantes. Implantar goela abai-xo não é o caminho. Tudo deve pas-sar pelos ritos legais da Assembleia Legislativa”, defendeu o deputado Simeyzon. “Se damos o respeito, não iremos admitir o desrespeito. Essa audiência é o início de muitas outras”, pronunciou-se também o deputado Jeferson.

AulasFoi destaque na audiência públi-

ca três aulas ministradas por espe-cialistas. O primeiro foi o professor da PUC Goiás, Jean Marie Lambert, mestre em Direito Internacional, que

FÚLVIO COSTA

Foto

: Rud

ger R

emíg

io

explicou os efeitos da Base Curri-cular para a transmissão de ideias. “Precisamos entender que ideologias como essa (gênero) não nascem por acaso, mas são fruto de países do pri-meiro mundo que tentam imprimir suas teorias na periferia do mundo. Esquemas como esse são reprodu-zidos na Base Curricular porque, a partir daí, é disseminado o conteúdo da ideologia às nossas crianças, por meio da educação”. A Dra. Jordana Pessoa, ginecologista e mastologista, pontuou as diferenças naturais que existem entre o homem e mulher. Ela salientou, em sua apresentação, que a redesignação de sexo, isto é, a mudança de sexo, não é um estudo, mas apenas opinião. Com relação à Ideologia de Gênero, ela destacou: “Nessas situações é preciso tratar a mente e não o corpo que está saudá-vel”, disse. Ela ainda confi rmou que a IG não é uma premissa histórica e

aceita; não é justifi cada no campo da medicina e não tem força científi ca. “Essa Ideologia só confunde crian-ças saudáveis”, reafi rmou.

Por fi m, o jurista Dr. Rodrigo Pe-droso abordou a inconstitucionali-dade da BNCC. De acordo com ele, apenas a União pode legislar sobre a Base Curricular Nacional, de acor-do com o artigo 22 da Constituição Federal, que trata das competên-cias privativas da União. Ele ainda citou o artigo 205, que salvaguarda o papel da família na educação. “A BNCC pretende padronizar o pro-grama de todas as disciplinas, desde o ensino infantil até o ensino médio. Isso é uma fraude inconstitucional”, defendeu. Ele ainda questionou como um professor de matemática trataria sobre gênero em sala de aula e convocou a sociedade: “o fi m do direito é a paz, mas o meio do direi-to é à luta, portanto, vamos à luta”.

Foto

: Fúl

vio

Cost

a

No dia 29 de outubro, aconteceu mais uma Manhã de Emaús. Trata-se de um momento de discernimento vocacional e encontro pessoal com Deus, realizado sempre no quar-to domingo de cada mês, pelo Se-

Manhã de Emaús: Jesus não desiste de ir ao nosso encontro

minário Maior Interdiocesano São João Maria Vianney. Essa edição, de modo especial, foi além das expecta-tivas. É que pela primeira vez, mais de 100 pessoas participaram do en-contro, como é o caso da adolescente

Jubileu dos Seminários

Karen Bianca, 14 anos, da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, do Parque das Laranjeiras. “Soube da Manhã de Emaús pela minha cate-quista de Crisma. Estou aqui por-que tenho a curiosidade de conhecer mais sobre a minha religião”, disse. Já veterano nos encontros, James Nunes, 29 anos, da Paróquia Univer-sitária São João Evangelista, acredita que o encontro é muito importante para a fé e o discernimento vocacio-nal. “Este é um momento de grande alegria porque nos aproximamos de Deus e conhecemos jovens de outras paróquias. Para quem busca discer-nir a vocação, aqui é o espaço ideal”, declarou.

Desta vez, o seminarista Breno França, do segundo ano de Teolo-gia, refl etiu sobre o encontro de Je-sus com a Samaritana (Jo 4, 1-26). “Esta leitura nos apresenta duas se-des: a sede da mulher, que é de ser amada, e a de Jesus, que é de amar. Jesus tem sede de se encontrar co-

nosco”, afi rmou. Ele também falou sobre o amor. “Hoje em dia afi rma-mos ser amor as mais diversas for-mas de gostar. Mas amor é muito comprometedor porque exige sa-crifícios”. Ele explicou que Jesus, ao dizer, dá-me de beber (Jo 4, 7), quer uma resposta. Na verdade, o poço em que a mulher foi buscar água é o seu coração. E Jesus o quer. “Pre-cisamos tirar a água do nosso poço. Se o fi zéssemos hoje, como ela se-ria? Certamente a primeira água ti-rada do poço (coração) da mulher estava suja. E a nossa, como está?”, questionou. “Jesus não desiste de ir ao nosso encontro. Precisamos tam-bém lembrar que, o momento e o lugar que a samaritana, tida como pecadora, se encontra com Jesus, é narrado pelo evangelista com de-talhes porque não é qualquer lugar e hora que nos encontramos com Deus. Precisamos saber que esse pode ser o momento da nossa sal-vação”, completou.

EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 3 14/11/2017 23:56:54

Page 4: Dia Mundial dos Pobres Foto: Paróquia Santa Teresinha calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, ... mento denominado Carta de Goiâ-nia, a

Foto

: Par

óqui

a Sa

nta

Tere

sinh

a

Novembro de 2017 Arquid iocese de Go iânia

444

A queda da atividade econô-mica nos últimos anos tem acelerado o crescimento da pobreza no Brasil. Se-

gundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contí-nua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), cerca de 5,9 milhões de pessoas fo-ram empurradas para a camada po-bre da população em 2015 e 2016. A população de pobres, que em 2014 era de 16 milhões de pessoas, hoje é mais de 22 milhões.

Não há unanimidade sobre as fórmulas de cálculos e critérios para a defi nição de linhas de pobreza e indigência no Brasil. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por exemplo, considera abai-xo da linha de pobreza brasileiros com renda familiar per capita (para cada indivíduo) inferior a R$ 230,00 por mês. Internacionalmente, tam-bém não há fórmula homogênea. O Banco Mundial considera na linha de indigência a pessoa que ganha 1 dólar por dia; e na linha de pobreza, aquela que ganha 2 dólares por dia.

Proclamado pelo papa Francisco

como uma prioridade para a Igreja, a começar neste ano de 2017, o I Dia Mundial dos Pobres, celebrado hoje, dia 19 de novembro, é um convite a lançarmos um olhar sobre a reali-dade da pobreza no Brasil. De que forma? Ele mesmo responde em sua Mensagem para o dia: “É necessário escutar o grito dos pobres e compro-metermo-nos a erguê-los do seu es-tado de marginalização. Ao mesmo tempo recordo aos pobres, que vi-vem nas nossas cidades e nas nossas comunidades, para não perderem o sentido da pobreza evangélica que trazem impresso na sua vida”. Ins-piração do Jubileu da Misericórdia, o Dia Mundial dos Pobres, oferecido à Igreja, tem um objetivo muito es-pecífi co, segundo o próprio papa em sua Mensagem: “Para que as comu-nidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados”.

A Arquidiocese de Goiânia, na sua missão de evangelizar, conta com mais de 60 obras sociais, cuja missão, conforme o bispo auxiliar e coordenador arquidiocesano de

CAPA

Não amar apenas com palavras, mas com obras

FÚLVIO COSTA

pastoral, Dom Moacir Silva Arantes, atuam em três dimensões:1. Sociotransformador – que bus-cam conscientizar a sociedade da necessidade de mudança de estru-turas para melhor construir um mundo de justiça e paz social.2. Assistencial – que prestam assis-tência às carências humanas.3. Espiritual – que vão ao encontro de necessidades humanas que não são materiais, mas espirituais.

O bispo, em entrevista a este jor-nal, explicou, a partir da Parábola do Filho Pródigo (Lc 15,11-32), o que leva as pessoas à situação de pobre-za. “Esta bela leitura nos mostra que o ser humano, ao se afastar do Pai, entra em situações que o levam a um sofrimento e empobrecimento, não somente material, mas também existencial. A pobreza é fruto de um afastamento do Pai, da casa fami-liar, do projeto de vida proposto por Aquele que no amor chamou à vida e, na existência concreta, chama a uma vida plena e digna também no amor”. Diante desse exemplo, con-forme Dom Moacir, as obras sociais têm valor inestimável para que a vida continue a ter aquilo que, na sua essência, foi planejado por Deus: a felicidade. “Onde existe uma pes-soa necessitada, ali está Jesus Cristo; onde está Jesus junto a Ele, se coloca a Igreja; onde a Igreja se faz presen-te, ali estará também as suas obras sociais”. Por fi m, ele explicou o que

são essas iniciativas e onde atuam pelo bem do próximo. “As obras so-ciais da Igreja se realizam por meio de pastorais, movimentos, associa-ções e comunidades de cristãos ca-tólicos que, movidos pelo seu amor ao Divino Pai Eterno, vão ao encon-tro dos irmãos que passam por mo-mentos difíceis, que vivem experi-ências de empobrecimento material, afetivo e espiritual. Elas atuam nas diversas áreas onde o ser humano necessita de um auxílio para ter uma vida mais digna, para recuperar sua autoestima de fi lho e fi lha de Deus, para ter as condições de sobrevivên-cia e libertação, tanto da fome, como da enfermidade, do vício, da margi-nalização, do abandono”.

Nesta segunda edição do Encon-tro Semanal, em que trazemos na reportagem de capa o Dia Mundial dos Pobres, fomos in loco conhecer oito obras sociais em atuação nes-ta Igreja particular. Todas e outras 24 estão sendo reconhecidas hoje por meio do Prêmio Solidariedade. A homenagem representa o agradeci-mento da Igreja pelas diversas incia-tivas pastorais, e de movimentos e associações que cuidam de abrigos, de creches, de pessoas necessitadas. “Nos reuniremos no auditório do Colégio Ateneu Dom Bosco, às 15h, quando também acontece uma con-ferência sobre essa realidade dos po-bres na Bíblia e as novas formas de pobreza”, comentou Dom Moacir.

“É necessário escutar o grito dos pobres ecomprometermo-nos a erguê-los do seuestado de marginalização”

EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 4 14/11/2017 23:56:57

Page 5: Dia Mundial dos Pobres Foto: Paróquia Santa Teresinha calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, ... mento denominado Carta de Goiâ-nia, a

CAPA

Novembro de 2017Arquid iocese de Go iânia

5

Não amar apenas com palavras, mas com obras

Abrigo dos Idosos São Vicente de Paulo(Paróquia São Judas Tadeu)

Associação Beija-Flor(Paróquia Nossa Senhora da Libertação)

Associação Comunidade Luz da VidaCasa Mãe de DeusComunidade Terapêutica – Projeto Luz que LibertaCasa Pobre de DeusCasa Bom SamaritanoCasa de Missão

Associação Grupo de Apoio Vida e Esperança

Associação Polivalente São José(Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe)

Associação Servos de Deus – Oratório Santa Gertrudes(Paróquia São Judas Tadeu)

Centro Juvenil Padre Giovani Pini(Paróquias São Francisco de Assis – Aparecida de Goiânia)

Centro da Família Coração de Jesus(Paróquia Nossa Senhora de Fátima)

PRÊMIO SOLIDARIEDADE 2017Confi ra as obras, pastorais e projetos sociais que se inscreveram

Centro de Educação Infantil Santa Luzia(Paróquia São Sebastião – Jardim América)

Centro de Trabalho Comunitário – CTC(Paróquias Santa Luzia, da Vila Cristina e São Pedro Apóstolo, do Setor Gentil Meireles)

Centro Marista Divino Pai Eterno – Cemadipe(Paróquia Santo Eugênio Mazenod)

Centro Salesiano do Adolescente Trabalhador – Cesam(Paróquia São João Bosco)

Congregação das Irmãs Franciscanas dos Pobres(Paróquia Santo Hilário)

Grupo Pescadores de Homens(Paróquia São Paulo Apóstolo)

Lar Pio XII(Paróquia Nossa Senhora da Libertação)

Núcleo Mãe Dolorosa(Paróquia Nossa Senhora das Dores)

Obras Sociais Redentoristas(Paróquia Divino Pai Eterno – Trindade) Centro Social Pai Eterno – CespeCentro Social Redentorista São ClementeCentro de Convivência Nossa Senhora do Perpétuo SocorroCentro Social RedentoristaCentro Educacional e Capacitação de Apoio ao Me-nor – Cecam

Pastoral Carcerária

Pastoral da AIDS

Pastoral da Pessoa Idosa

Pastoral da Criança

Pastoral da Moradia da Paróquia Santo Inácio de Loyola

Pastoral do Migrante

Pastoral Jesus Bom Pastor(Paróquia Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos)

Pastoral Social(Paróquia São João Batista)

Paróquia Nossa Senhora da AssunçãoCasa Mãe de MisericórdiaNatal da EsperançaCreche AssunçãoGuardiões de Cristo

Paróquia Nossa Senhora Rosa MísticaCreche Anjo da GuardaObra Dom OrioneMovimento VicentinoCasa de Caridade Rosa MísticaProjeto Mãos de Maria

Projeto Semeadores da Alegria

Recanto Dom Orione(Paróquia São Paulo Apóstolo)

Santa Casa de Misericórdia de Goiânia

Santuário Sagrada FamíliaAnjos das Ruas - Guardiões do AmorPastoral de Rua Sagrada Família

Vila São José Bento Cottolengo(Paróquia Divino Pai Eterno – Trindade)

Abaixo, os depoimentos de pessoas atendidas pelas obras sociais da nossa ArquidioceseAbaixo, os depoimentos de pessoas atendidas pelas obras sociais da nossa ArquidioceseAbaixo, os depoimentos de pessoas atendidas pelas obras sociais da nossa ArquidioceseAbaixo, os depoimentos de pessoas atendidas pelas obras sociais da nossa ArquidioceseAbaixo, os depoimentos de pessoas atendidas pelas obras sociais da nossa Arquidiocese

James Ribeiro Jacobina, 44 anos.Pai de Pedro, 13 anos, e de

Mariângela, 9 anosAs crianças são atendidas pela

Associação Polivalente São José

“Meus dois fi lhos estão há três anos parti-cipando das atividades da Associação. O Pedro participa da Orquestra Profetas do Cerrado e toca clarineta, e a Mariângela joga capoeira e faz aulas de violão. Lá eles apren-dem muito e eu e minha esposa, que tra-balhamos o dia inteiro, fi camos tranquilos, porque eles não estão em casa ociosos”. Ja-mes e sua família são naturais do estado do Piauí.

Diorlan Alves Alencar, 12 anos,estudante do 6º ano do Ensino

FundamentalAtendido pela Associação Beija-Flor

desde os seis anos de idade

“Aqui eu participo de atividades pedagógi-cas, jogos, pinturas e gosto principalmente de música, e teatro e das amizades que ve-nho fazendo. Conheço praticamente todos aqui e isso é muito bom porque nos torna-mos muito próximos e ajudamos uns aos outros”. A Associação Beija-Flor atende atual-mente 205 crianças e adolescentes no contratur-no escolar. Além das atividades, oferece todos os dias café da manhã; almoço; no período da tarde, uma fruta, e no fi m do dia, o jantar.

Jean José de Souza Soares, 14 anos,estudante do 8º Ano

Atendido há um ano pela AssociaçãoPolivalente

“Conheci a Associação por meio de uma co-lega. Meu pai me trouxe, eu conheci e gostei. Hoje toco saxofone e participo da Orquestra Profetas do Cerrado. Aqui me sinto feliz por-que me dedico à música. Pretendo seguir a carreira musical, desenvolver essa prática e me tornar um grande musicista”. A Associa-ção atende atualmente 130 crianças no contratur-no escolar, e é responsável pela formação humana e promoção social.

Manoel Messias de Sousa, 86 anos,natural do estado da Paraíba

Atendido pelo Recanto São Luiz Orio-ne há mais de três anos

“Me sinto muito bem aqui, por isso é o meu lar. Antes de chegar aqui eu não tinha onde morar e a Igreja conseguiu este espaço para mim. Neste lugar eu cuido de mim, da mi-nha saúde. Recentemente fi z a cirurgia de um olho e irei fazer do outro. Gosto da ali-mentação, dos espaços. Agradeço a Deus, que está sempre conosco, por esta casa. Sinto que todos estão comigo porque Deus está sempre do meu lado”. O Recanto São Luiz Orione, ou Dom Oriene, atende atualmente seis moradores.

Fábio Ferreira Leão, 46 anos,Tesoureiro da Arquidiocese

de Goiânia

“O Centro Salesiano do Adolescente Traba-lhador (Cesam) teve um papel importante na minha formação e na minha orientação pro-fi ssional. Esse lugar me deu oportunidade de ter a Carteira de Trabalho assinadas aos 14 anos e de ganhar meu primeiro salário. Eles nos orientavam sempre apresentando o exemplo de vida e religiosidade de Dom Bos-co. Hoje eu estou formado, graduado, pós--graduado, graças ao Cesam”. O Cesam atende aproximadamente mil aprendizes e suas famílias.

Nilson Pereira Teles da Silva, 43anos, natural do estado do Pará

Ex-interno da ComunidadeTerapêutica Maria de Nazaré

“Eu era dependente de bebidas alcoólicas e conheci esta casa em 2008. A comunida-de representa a restauração da minha vida. Sem a comunidade, talvez eu não estivesse mais vivo. Quando cheguei aqui eu tinha dez anos de vício, e, em 2018, vai fazer dez anos que eu larguei a bebida alcoólica”. Nil-son foi efetivado como assistente administrativo na comunidade em 2016. Atualmente ele é mem-bro do Conselho Arquidiocesano da Renovação Carismática Católica (RCC). A comunidade atende hoje 22 pessoas.

Ana Darc da Silva Pereira, 56 anosÉ atendida pelo Centro de Trabalho

Comunitário (CTC)

“Eu sempre tive vontade de participar do CTC, mas até pouco tempo minha ida-de não permitia. Quando criança, eu não tive a oportunidade de estudar, mas hoje estou aprendendo a ler, graças a Deus e ao Centro de Trabalho Comunitário. Essa oportunidade para mim é muito importan-te, porque quem não estuda é cego para o mundo”. O CTC atende crianças, adolescentes e idosos por meio de trabalhos manuais, reforço escolar e atividades culturais.

Jurema e Marcos Gama, pais dopequeno Arthur José, de sete meses

Orientadores no Centro da Família Coração de Jesus

Estamos no Centro da Família há dois anos, desde que éramos noivos. Foi lá que conhe-cemos o curso Método Billings, em vista de uma paternidade responsável. Nossa inten-ção foi sempre viver os projetos de Deus para a nossa família, por meio da paternidade res-ponsável, e conseguimos isso com o Centro da Família. Desde sempre nós quisemos tra-balhar para fortalecer a família, e o método fortalece a vivência do cônjuge. Nosso sonho é que mais famílias da Arquidiocese de Goiâ-nia conheçam esse importante trabalho.

EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 5 14/11/2017 23:57:20

Page 6: Dia Mundial dos Pobres Foto: Paróquia Santa Teresinha calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, ... mento denominado Carta de Goiâ-nia, a

Novembro de 2017 Arquid iocese de Go iânia

6 SANTA SÉ

Vaticano, 19 de novembro de 2017,I Dia Mundial dos Pobres

Reação à cultura do descarte e do desperdício

Igreja compreendeu, desde sempre, a importância de tal invocação. Pos-suímos um grande testemunho já nas primeiras páginas do Atos dos Apóstolos, quando Pedro pede para se escolher sete homens “cheios do Espírito e de sabedoria” (6,3), que assumam o serviço de assistência aos pobres. Este é, sem dúvida, um dos primeiros sinais com que a co-munidade cristã se apresentou no palco do mundo: o serviço aos mais pobres. Tudo isso foi possível por ela ter compreendido que a vida dos discípulos de Jesus se devia expri-mir numa fraternidade e numa so-lidariedade tais que correspondesse ao ensinamento principal do Mes-tre, que tinha proclamado os pobres bem-aventurados e herdeiros do Reino dos céus (cf. Mt 5,3).

“Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um” (At 2,45). Essa frase mostra, com clareza, como estava viva nos primeiros cristãos tal preocupação. O evangelista Lucas – o autor sagra-do que deu mais espaço à miseri-córdia do que qualquer outro – não

Meus fi lhinhos, não ame-mos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade

(1Jo 3,18). Essas palavras do apósto-lo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescin-dir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo “discípu-lo amado” até os nossos dias, apa-rece ainda mais acentuada ao con-trapor as palavras vazias, que fre-quentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1Jo 4, 10.19); e amou dando-se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1Jo 3,16). Um amor assim não pode fi car sem resposta.

“Quando um pobre invoca o Se-nhor, Ele atende-o” (Sl 34/33,7). A

está a fazer retórica, quando descre-ve a prática da partilha na primeira comunidade. Antes, pelo contrário, com a sua narração, pretende falar aos fi éis de todas as gerações (e, por conseguinte, também à nossa), procurando sustentá-los no seu tes-temunho e incentivá-los à ação con-creta a favor dos mais necessitados.

Nestes dois mil anos, quantas pá-ginas de história foram escritas por cristãos que, com toda a simplicida-de e humildade, serviram os seus irmãos mais pobres, animados por uma generosa fantasia da caridade!

Dentre todos, destaca-se o exem-plo de Francisco de Assis, que foi seguido por tantos outros homens e mulheres santos, ao longo dos sécu-los. Não se contentou com abraçar e dar esmola aos leprosos, mas deci-diu ir a Gúbio para estar junto com eles. Ele mesmo identifi cou nesse encontro a viragem da sua conver-são: “Quando estava nos meus pe-cados, parecia-me deveras insupor-tável ver os leprosos. E o próprio Senhor levou-me para o meio deles e usei de misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, aquilo que

nado à humanidade sem qualquer exclusão.

Aos irmãos bispos, aos sacerdo-tes, aos diáconos – que, por vocação, têm a missão de apoiar os pobres –, às pessoas consagradas, às asso-ciações, aos movimentos e ao vasto mundo do voluntariado, peço que se comprometam para que, com esse Dia Mundial dos Pobres, se instaure uma tradição que seja contribuição concreta para a evangelização no mundo contemporâneo.

Que esse novo Dia Mundial se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para fi carmos cada vez mais convictos de que par-tilhar com os pobres permite-nos compreender o Evangelho na sua verdade mais profunda.

induzindo a preferir a abdicação e a busca de favoritismos, à pobreza que envenena os poços da participação e restringe os espaços do profi ssiona-lismo, humilhando assim o mérito de quem trabalha e produz: a tudo isso é preciso responder com uma nova visão da vida e da sociedade.

Convido a Igreja inteira e os ho-mens e mulheres de boa vontade a fi xar o olhar, neste dia, em todos aqueles que estendem as suas mãos invocando ajuda e pedindo a nossa solidariedade. São nossos irmãos e irmãs, criados e amados pelo único Pai celeste. Esse Dia pretende esti-mular, em primeiro lugar, os cren-tes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumin-do a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua perten-ça religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como si-nal concreto de fraternidade. Deus criou o céu e a terra para todos; fo-ram os homens que, infelizmente, ergueram fronteiras, muros e recin-tos, traindo o dom originário desti-

Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Essas experiências, embora válidas e úteis a fi m de sensibilizar para as neces-sidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir-se a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica.

Portanto, somos chamados a es-tender a mão aos pobres, a encon-trá-los, fi xá-los nos olhos, abraçá--los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da soli-dão. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobre-za encerra em si mesma.

Não esqueçamos que, para os dis-cípulos de Cristo, a pobreza é, antes

de mais, uma vocação a seguir Jesus pobre. É um caminho atrás d’Ele e com Ele: um caminho que conduz à bem-aventurança do Reino dos céus (cf. Mt 5,3; Lc 6,20). Pobreza signifi ca um coração humilde, que sabe aco-lher a sua condição de criatura limi-tada e pecadora, vencendo a tenta-ção de onipotência que cria em nós a ilusão de ser imortal. A pobreza é uma atitude do coração que impede de conceber como objetivo de vida e condição para a felicidade o dinhei-ro, a carreira e o luxo.

Infelizmente, nos nossos dias, enquanto sobressai cada vez mais a riqueza descarada que se acumula nas mãos de poucos privilegiados, frequentemente acompanhada pela ilegalidade e a exploração ofensiva da dignidade humana, causa escân-dalo a extensão da pobreza a gran-des setores da sociedade no mundo inteiro. Perante esse cenário, não se pode permanecer inerte e, menos ainda, resignado. À pobreza que ini-be o espírito de iniciativa de tantos jovens, impedindo-os de encontrar um trabalho, à pobreza que aneste-sia o sentido de responsabilidade,

Mensagem do Papa para oI Dia Mundial dos Pobres

Baixe o leitor de QR Code em seu smartphone e leia amensagem na íntegra.

antes me parecia amargo converteu--se para mim em doçura da alma e do corpo” (Test 1-3: FF 110). Esse testemunho mostra a força trans-formadora da caridade e o estilo de vida dos cristãos.

EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 6 14/11/2017 23:57:22

Page 7: Dia Mundial dos Pobres Foto: Paróquia Santa Teresinha calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, ... mento denominado Carta de Goiâ-nia, a

Novembro de 2017Arquid iocese de Go iânia

7REUNIÃO MENSAL DE PASTORAL

Preparação para o novoano litúrgico e vivência do

Jubileu dos Seminários

A penúltima Reunião Men-sal de Pastoral deste ano aconteceu no dia 11 de no-vembro e iniciou-se com

a tradicional Oração das Laudes, seguida das palavras do arcebispo Dom Washington Cruz, que acolheu a assembleia fazendo uma breve re-ferência ao I Dia Mundial dos Pobres, celebrado em 19 de novembro. O ar-cebispo exaltou a presença do mon-senhor João Daiber, que assessorou o primeiro tema da reunião. Monse-nhor Daiber é vigário geral, pároco da Paróquia São José e membro do Conselho Presbiteral e do Colégio dos Consultores, e se faz presente na história da Arquidiocese como um importante presbítero, cuja vocação é um grande exemplo de vida.

“Quem é Jesus?”. Esse é o gran-de questionamento do Evangelho de Marcos, que norteia a liturgia do Ano B, a ser iniciado no primeiro domingo do Advento, no dia 3 de dezembro. A fi m de já começar a preparação para o novo ano litúrgi-co, o Evangelho segundo Marcos foi o tema abordado pelo monsenhor João Daiber durante a reunião. Em sua explanação, ele ressaltou que o Evangelho deve ser lido não de forma fundamentalista, mas como inspiração divina para a salvação dos homens, para além dos relatos geográfi cos e da história. De acordo com o monsenhor, devemos obser-var como a atividade de Cristo, a es-colha e atitude dos apóstolos diante dele, as curas realizadas, tudo faz

parte da pedagogia de Deus. Vale destacar que cada evangelista tem uma forma na escrita e no relato diante da história da salvação. Após o Concílio Vaticano II, viu-se a im-portância de se estudar cada um, individualmente, e, por isso, foram criados os anos A, B e C, no calen-dário litúrgico, sendo A, Mateus; B, Marcos; C, Lucas; e o Evangelho de João é o que permeia todos os anos.

Em seguida, padre José Luiz da Silva, formador do Seminário Pro-pedêutico Santa Cruz, falou a res-peito do Ano Jubilar dos Seminários da Arquidiocese de Goiânia, inicia-do no dia 15 de setembro, e que irá se prolongar até a mesma data em 2018. Ele deu início explicando que a conversão e a penitência são os principais sentidos desse ano de jú-bilo, que será vivido de forma inter-na, no sentido de levar os seminaris-tas a se aprofundarem na vocação; e de forma externa, fazendo com que as pessoas conheçam os seminários, a fi m de criar maior proximidade, empatia e amorosidade, consolidan-do a importância de todos rezarem pelas vocações da Igreja. A explana-ção foi intercalada com depoimen-tos de seminaristas, que expuseram os desafi os e o novo impulso dado com a proclamação do Ano Jubilar. Logo após, o bispo auxiliar e coor-denador de pastoral, Dom Moacir Silva Arantes, ressaltou o sentido e a importância do I Dia Mundial dos Pobres e a reunião encerrou-se com o tradicional almoço. A próxima Reunião Mensal será realizada no dia 9 de dezembro.

TALITA SALGADO

Foto

s: Ru

dger

Rem

ígio

Dom Washington conclamou todos a celebrarem o I Dia Mundial dos Pobres

Monsenhor João Daiber assessorou o primeiro tema

Padre José Luiz apresentou os seminaristas presentes à comunidade

EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 7 14/11/2017 23:57:34

Page 8: Dia Mundial dos Pobres Foto: Paróquia Santa Teresinha calendário católico foi anunciada na Carta Apostólica Miseri-cordia et misera, ... mento denominado Carta de Goiâ-nia, a

Senhor, Vós sois o nosso Rei!‘‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança oReino que meu Pai vos preparou...’’ (Mt 25,34)

Novembro de 2017 Arquid iocese de Go iânia

Siga os passos para a leitura orante:

8 LEITURA ORANTE

RAPHAEL ALIEVI (SEMINARISTA)Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney

Ao celebrarmos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, o Evangelho nos convida a reconhecermos Jesus

Cristo nos nossos irmãos e irmãs, assu-mindo-o como Rei das nossas vidas. O evangelista Mateus nos apresenta Jesus como Rei, glorioso, que há de vir em sua glória, manifestada na ação de Bom Pas-tor. Cristo é o Pastor enviado pelo Pai. É Ele o pastor que reúne as ovelhas, zela e cuida delas. Ademais, Cristo, Pastor e Rei do Universo, nos ensina que Ele é a porta do Reino preparado para todos os que se deixam ser cuidados, conduzidos por Deus. “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou...” (Mt 25,34).

Jesus Cristo é Rei e nos convida a es-tarmos preparados para entrar no Reino dos Céus. A Palavra de Deus nos ensi-na que estar preparado para habitar no Reino de Deus signifi ca reconhecer Jesus Cristo nos nossos irmãos e irmãs mais necessitados; e, reconhecendo-o, servi-lo de todo o coração, oferecendo-lhe toda a nossa vida, sem reserva. “Em verdade, eu vos digo: todas as vezes que fi zestes isso a um desses mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fi zestes!” (Mt 25,40). Iluminados pela Palavra de Deus, peçamos a Jesus a graça de nos deixarmos ser guiados, conduzidos por Ele, e, assim, servindo-o nos nossos ir-mãos e irmãs, habitar o seu Reino. Ele é o nosso Rei!

ESPAÇO CULTURAL

Sugestão de CDAs doze faixas cantadas pelo padre Zezão, vigário paro-quial da Catedral Metropolitana de Goiânia, em seu CD Padre Zezão Canta o Amor II, nos levam a meditar sobre o amor de Deus em nossas vidas. O disco traz regravações de músicas como o Salmo 23, Ave Maria, Sonda-me, Oração de São Francisco, entre outras. Esse é o segundo CD do religioso, que encontrou na música um modo de ajudar na evangelização e fazer com que as pessoas te-nham um encontro pessoal com Deus. Uma ótima opor-tunidade para ouvir músicas que falam sobre o amor e o cuidado de Deus em nosso dia a dia.

Onde encontrar: Secretaria da CatedralEnd.: Av. Universitária, Praça Dom Emanuel, s/n, Setor Central, Goiânia-GOTelefone: (62) 3223-4581

Texto para a oração: Mt 25,31-46 (página 1234 - Bíblia das Edições CNBB)

1. Eleve o pensamento a Deus. Respire lentamente pro-curando acalmar o seu coração. Após um breve mo-mento de silêncio, faça sobre si o sinal da cruz. Invo-que a luz do Espírito Santo, e, se preferir, cante “a nós descei divina Luz...”.

2. Leia o texto, uma, duas ou mais vezes. Identifi que as palavras de Jesus, as palavras do Rei, as palavras dos justos. Com os olhos fechados, imagine a cena.

3. Procure identifi car-se no Evangelho. Coloque-se no lugar de alguns personagens. Descubra o que o tex-to tem a lhe dizer. Qual personagem mais chamou a sua atenção? Qual palavra, atitude, mais falou ao seu coração?

4. Por fi m, reze! Gaste um bom tempo na oração. Agra-deça a Deus por esse momento de oração e renove o seu compromisso com Ele. Peça ao Senhor a graça de assumi-lo como o Rei da sua vida.

(Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – Ano A. Liturgia da Palavra: Ez 34,11-12.15-17; Sl 22,2-3.5-6; 1Cor 15,20-26.28; Mt 25,31-46.)

EDICAO 183 DIAGRAMACAO.indd 8 14/11/2017 23:57:40