dia de santa catarina - versão digital
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Conheça Santa Catarina! Este documento apresenta informações sobre história, geografia, cultura, economia, infraestrutura, regiões turísticas e qualidade de vida. Recheada de fotos das paisagens catarinenses e das pessoas que aqui vivem, esta publicação convida a todos a explorar e desfrutar das riquezas do Estado.TRANSCRIPT
Créditos
editorNelson Rolim de Moura
criação, produção e supervisão editorialCarlos Paulo
textosMaurício Oliveira
ColaboraçãoMário Speranza
fotosCréditos na página 156
direção de arteOscar Rivas Beasley
projeto gráfico, mapas e arte finalAlexandre Oliveira
revisãoJaqueline Tartari, Julia Amorim
impressãoGráfica Coan
ISBN 978-85-66500-03-5
© 2013. Todos os direitos reservados à Propaulo. Reprodução proibida
Governador do EstadoJoão Raimundo Colombo Vice-Governador do EstadoEduardo Pinho Moreira
Secretário de EstadoNelson Santiago
Secretário AdjuntoCássio de Quadros Diretora de DivulgaçãoThamy Soligo Diretor de ImprensaClaudio Thomas Diretor de Novas Mídias e InovaçãoJoão Evaristo Debiasi
Índice
Santa Terra Catarina
Todo dia é Dia de Santa Catarina
O Estado em síntese
Por que investir em Santa Catarina?
História e gente
O início da ocupação
A homenagem a Santa Catarina
A Capitania de Santa Catarina
Imigração açoriana
Caminho das tropas
A disputa pelo território
Colonização alemã
Colonização italiana
Babel catarinense
Revolução Farroupilha
A Guerra do Contestado
Santa Catarina na Era Republicana
As regiões catarinenses
Grande Florianópolis
Vale do Itajaí
Oeste
Norte
Sul
Serra
Infraestrutura
Rodovias
Ferrovias
Aeroportos
Portos
Telecomunicações
Energia
Economia
Indústria
Alimentos e bebidas
Têxteis, vestuário e calçados
Metalomecânica
Plásticos
Minerais não metálicos
Madeireira, celulose e papel
Naval
468
10
12161820222426283032343638
40424852566066
70727374757677
788082848586878889
Construção civil
Comércio e serviços
Comércio exterior
Geografia
Clima
Cuidado por inteiro
Os caprichos do relevo
Santa Catarina, planeta água
Qualidade de vida
Educação
A cultura vive em Santa Catarina
Festas e eventos
Música
Dança
Literatura
Artes plásticas
Museus e patrimônio histórico
Cinema
Teatro
Esportes
Regiões Turísticas
Caminho dos Príncipes
Costa Verde e Mar
Grande Florianópolis
Vale Europeu
Encantos do Sul
Caminho dos Cânions
Vale do Contestado
Grande Oeste
Caminhos da Fronteira
Serra Catarinense
No rumo do futuro
Bibliografia
Créditos de fotos
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152
154
156
Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, que avalia e compara uma série de refe-rências de qualidade de vida. Estaria à frente até mesmo de diversos países europeus.
Soma-se a tudo isso uma natureza privilegiada, que deu ao nosso Estado algumas das mais belas praias e baías do mundo, além de dunas, lagoas, cânions, florestas e até a rara condição da ocorrência de neve em um país tropical. E essa mesma natureza nos pro-porciona água em fartura, em diferentes tipos de solo, propí-
Santa Terra Catarina
Entre os Estados brasileiros, Santa Catarina é primeira, segunda ou terceira melhor co-locada em praticamente todas as medições que avaliam os po-tenciais e o nível de desenvol-vimento: escolaridade média, alfabetização, longevidade, mortalidade infantil, renda per capita, matrículas nas universidades, acesso à inter-net, produtividade.
Se fosse avaliada em sepa-rado, como um país, Santa Catarina seria o 31º mais de-senvolvido do mundo, segundo os inquestionáveis critérios do
P.A.
São Paulo é o polo industrial do país e o Rio de Janeiro, sabe-mos, o destino turístico do Bra-sil mais conhecido no mundo por suas belezas naturais. Nosso Estado consegue ter as duas ca-racterísticas ao mesmo tempo, sem ficar atrás de nenhum dos dois. Soma o empreendedoris-mo e a capacidade de trabalho de seu povo às belezas naturais das praias, das serras e dos ou-tros presentes dados aos catari-nenses pelo Criador.
Sempre de braços e cora-ção abertos a quem continua chegando ainda hoje às nossas
cidades, Santa Catarina certa-mente não seria a mesma não fosse a gente que aqui nasceu. Hospitaleira, aceitou e cresceu em parceria com quem daqui fez seu lugar para viver.
É esta Santa Catarina –trabalhadora, diversificada, múltipla, determinada, feliz em seu modo de viver e firme em sua forma de enfrentar os obstáculos, orgulhosa dos pro-gressos conquistados e conscien-te das metas que almeja –, é esta Santa Catarina que apre-sentamos aqui.
Uma terra cheia de opor-
tunidades, com muito já rea-lizado e muito espaço ainda para realizações.
Sejam bem-vindos a Santa Catarina. Homens, mulheres, crianças, brasileiros, estran-geiros, trabalhadores, empre-sários, investidores. Para nós, que aqui nascemos ou que para cá viemos há mais tem-po, e para você, que está vindo agora, esta é uma terra santa.
Santa Terra Catarina!
João Raimundo ColomboGovernador do Estado de Santa Catarina
cios aos mais diversos plantios agrícolas e a criações pecuárias.
Todas essas felizes coinci-dências, que fizeram convergir para um mesmo pequeno peda-ço do Brasil algumas das mais desejáveis riquezas que uma so-ciedade pode almejar, fizeram ainda muito mais por Santa Catarina: fizeram se juntar aqui, ao longo dos anos, por meio de diversas levas de imi-grantes chegados em diferen-tes momentos históricos, uma grande diversidade de povos que formaram uma incrível e inédita miscigenação humana.
Dunas entre a Lagoa da Conceição e a Praia da Joaquina, em Florianópolis
Todo diaé Dia de Santa Catarina O nome escolhido para o Estado se originou da Ilha de Santa Catarina – sede de sua capital, Florianópolis. Em 1526, o navegador italiano Sebastião Caboto, que esteve no litoral Sul do Brasil a serviço da coroa espanhola, batizou a ilha com a homenagem a Santa Catarina de Alexandria. O tempo demonstraria que a escolha foi apropriada, já que a história de determinação e fé da santa tem tudo a ver com a trajetória do povo catarinense, sempre pronto para enfrentar as dificuldades.
Além de celebrar o Dia de
Santa Catarina, 25 de Novem-
bro, esta publicação tem o ob-
jetivo de lembrar que todo dia é
dia de Santa Catarina, este lugar
único e fascinante. Um Estado
que se desenvolveu sob o prin-
cípio da descentralização, sem
uma metrópole predominante
sobre as demais. Diversas ci-
dades catarinenses cumprem o
papel de polos regionais, fazen-
do com que cada região tenha
identidade própria e contribua
fortemente para a economia ca-
tarinense. Um “jeito de ser” que
se valorizou ainda mais com o
modelo de gestão adotado pelo
governo do Estado, em que se-
cretarias regionais cuidam de
perto dos temas locais.
É com base nesse princípio,
que estimula a participação de
todos, que o Estado consegue
produzir 4% das riquezas do
Brasil, tendo apenas 3,3% da
população e 1,1% do território
nacional. São resultados obtidos
graças ao seu povo preparado e
dedicado ao trabalho, à infra-
estrutura completa – tanto no
que diz respeito ao transporte,
quanto à energia e às telecomu-
nicações –, à força da economia,
à modernidade da indústria,
à sintonia com as tendências
globais, à qualidade de vida e –
por que não? – às suas belezas
naturais, que têm deslumbrado
os visitantes através dos tempos
e atraem um número cada vez
maior de turistas ao Estado.
Santa Catarina é, acima de
tudo, uma terra construída pelo
trabalho dos diversos povos que
o destino fez se encontrarem
aqui – indígenas, europeus de
várias procedências, africanos,
asiáticos, os vizinhos da Améri-
ca, brasileiros de todos os can-
tos. Nossas origens são reveren-
ciadas pelas festas típicas, pelas
manifestações folclóricas e pela
rica herança cultural. Ao mes-
mo tempo em que valorizam o
passado, no entanto, os catari-
nenses jamais deixam de olhar
em frente, com a certeza de que
estamos cada vez mais prepara-
dos para o futuro.
Um passeio por Santa Catarina (de cima para baixo, da esquerda para a direita): pórtico de entrada de Joinville; monumento O Desbravador, em Chapecó; neve no Morro da Igreja, em Urubici; Blumenau à noite; serrano contemplando a paisagem; vista panorâmica de Florianópolis; e Farol de Santa Marta, em Laguna.
Z.P.
P.A.
A.F.
Th.E.
Z.P.
S.V.
Z.P.
S
N
LO
Rio Grande do Sul
Oceano AtlânticoARGE
NTIN
A
Paraná
Base cartográfica: Mapa Político do Estado de Santa Catarina 1997, do site sc.gov.br (Governo do Estado de SC).
Municípios mais populosos
África
BrasilOceanoPacífico
OceanoAtlântico
OceanoÍndico
Américado Norte
América Central
Américado Sul
Antártida
Europa
ARGENTINA
URUGUAI
PARAGUAI
BOLÍVIA
CHILE
PERU
EQUADOR
COLÔMBIA
VENEZUELA GUIANA
GUIANA FRANCESA
Santa Catarina
SURINAME
Brasília
6
8
5
10
24
3 7
9
1
Municípios mais populososPosição Município População
1 Joinville 515.288
2 Florianópolis 421.240
3 Blumenau 309.011
4 São José 209.804
5 Criciúma 192.308
6 Chapecó 183.530
7 Itajaí 183.373
8 Lages 156.727
9 Jaraguá do Sul 143.123
10 Palhoça 137.334
Fonte: Censo 2010, IBGE
Localizado na região Sul do Brasil, o Estado de Santa Catarina faz divisa com o Paraná, ao norte; com o Rio Grande do Sul, ao sul; e fronteira com a Argentina a oeste. O contato com o Oceano Atlântico, a leste, totaliza 561 km, extensão que corresponde a 7% da costa brasileira.
O Estado em síntese
População 6.248.436 habitantes3,3% do total brasileiro84% urbana, 16% rural11º Estado mais populoso entre as 27 Unidades da Federação50,4% mulheres, 49,6% homens
Área95.736,8 km²1,1% do total brasileiro20º Estado mais extenso entre as 27 Unidades da Federação
Densidade demográfica: 65,3 habitantes por km²Configuração familiar: 3,1 moradores por domicílio ocupadoIdade média da população: 32,9 anos
Símbolos deSanta Catarina
Tanto as Armas quanto a
Bandeira e o Hino de Santa Ca-
tarina foram criados no mesmo
ano, 1895. A bandeira tem três
faixas horizontais – a do centro
é branca, cercada por duas fai-
xas vermelhas –, simbolizando
as três comarcas que existiam
no Estado à época. Dentro do
losango central estão as Armas,
desenhadas por Lucas Boiteux,
em que a águia representa a ca-
pacidade de trabalho e os ramos
de trigo e café simbolizam as
riquezas naturais do território
catarinense.
Hino de Santa CatarinaLetra: Horácio Nunes Pires
Melodia: José Brasilício de Souza
Sagremos num hino de estrelas e floresNum canto sublime de glórias e luzAs festas que os livres frementes de ardoresCelebram nas terras gigantes da cruz.Quebram-se férreas cadeiasRojam algemas no chãoDo povo nas epopeiasFulge a luz da redenção.
No céu peregrino da Pátria giganteQue é berço de glórias e berço de heróisLevanta-se em ondas de luz deslumbranteO sol, liberdade cercada de sóis.Pela força do DireitoPela força da razãoCai por terra o preconceitoLevanta-se uma Nação.
Não mais diferenças de sangues e raçasNão mais regalias sem termos fataisA força está toda do povo nas massasIrmãos somos todos e todos iguais.Da liberdade adoradaNo deslumbrante clarãoBanha o povo a fronte ousadaE avigora o coração.
O povo que é grande mas não vingativoQue nunca a Justiça e o Direito calcouCom flores e festas deu vida ao cativoCom festas e flores o trono esmagou.Quebrou-se a algema do escravoE nesta grande NaçãoÉ cada homem um bravoCada bravo um cidadão.
Por que investir em Santa Catarina?
Desenvolvimento equilibradoEm Santa Catarina há diversos polos de
desenvolvimento. As regiões catarinenses têm
importância equivalente e não há metrópoles
no Estado, um dos poucos do país em que a
capital não é a cidade mais populosa.
Infraestrutura completaTransporte, energia, telecomunicações: tudo o
que é necessário para o conforto e a segurança
dos cidadãos e o desenvolvimento das empre-
sas funciona muito bem em Santa Catarina.
Economia robustaCom grande diversificação de setores, a
economia de Santa Catarina é uma das que
mais crescem no Brasil. A indústria tem
significativa e crescente participação no
Produto Interno Bruto (PIB) catarinense.
40
70
78
P.A. Z.P.
WEG
/Divulgação
Valorização da culturaEm Santa Catarina, as tradições herdadas
dos antepassados são a base para uma
produção cultural diversificada e rica.
A melhor qualidadede vida do BrasilO Estado tem alguns dos melhores índices
do país em aspectos como nível de educação,
expectativa de vida e renda, fundamentais
para mensurar a qualidade de vida
da população.
Paisagens encantadorasDos recantos frios e nevados da Serra ao
mar límpido do litoral, os cenários de
Santa Catarina unem os Alpes ao Caribe.
Os catarinenses costumam dizer, brincando
– mas com um inegável fundo de verdade –,
que têm o privilégio de morar onde os outros
passam férias.
106
102 122
T.E. E.L. Z.P.
História e gente
Muitas aventuras, emoções,
surpresas, conquistas, belezas.
Tudo é superlativo nesta terra.
Santa Catarina é um mosai-
co de influências que resultou
em um Estado único, de alma
europeia, pela capacidade de
trabalho e força, e ao mesmo
tempo tão brasileira, pela perse-
verança e inventividade.
Ao ler as próximas pági-
nas, será impossível não se
colocar no lugar dos primei-
ros navegadores e imaginar
a fascinação que sentiram ao
ver esta terra pela primeira
vez, ou então lembrar com
admiração dos colonizadores
e pensar na esperança que os
trouxe a Santa Catarina.
Cavaleiros na Serra “Castelinho” de Blumenau
Pesca artesanal: tradição no litoral catarinense
Z.P. Z.P.
E.L.
12
Festas típicas de outubro: a alegria toma conta do Estado
Templo de Santa Paulina, em Nova TrentoE.L.
E.L.13
Z.P.
14
Ponte Hercílio Luz, Florianópolis
15
O início da ocupaçãoNas primeiras décadas após a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, o território que viria a ser Santa Catarina se resumia à condição de local de passagem, uma base de apoio para os interesses dos portugueses e dos espanhóis na região do rio do Prata.
As exceções eram alguns
integrantes das expedições pio-
neiras, que, encantados com
a beleza da paisagem e com a
perspectiva de viver livremente
em meio à natureza, decidiam
ficar para sempre no litoral ca-
tarinense. O mesmo aconteceu
com náufragos, como os 11 so-
breviventes do afundamento da
embarcação comandada pelo
espanhol Juan Días de Solís,
em 1512, nas proximidades da
Ilha de Santa Catarina, que ain-
da nem tinha esse nome. Desse
grupo fazia parte Aleixo Garcia,
futuro protagonista de uma his-
tória fantástica: foi levado pelos
índios a percorrer o Caminho
de Peabiru, trilha que ligava o
litoral catarinense à civilização
Inca, nos Andes.
Além dos portugueses e
dos espanhóis, aventureiros de
outras procedências passaram
pelo litoral catarinense naquele
Z.P.
16
período. Em 1504, o francês
Binot Paulmier de Gonneville
chegou à Baía da Babitonga a
bordo da embarcação L’Espoir
(“Esperança”), avariada por
uma tempestade. Após perma-
necer seis meses na ilha que
mais tarde viria a sediar São
Francisco do Sul, Gonneville
voltou à Europa levando um
jovem índio, Essemeric, filho
do cacique local. Moldado ao
estilo de vida do homem bran-
co, o índio viria a se casar com
a filha do navegador francês,
Susana. O povoado de Nossa
Senhora das Graças do Rio
de São Francisco seria oficial-
mente fundado por bandei-
rantes em 1658, tornando-se
o primeiro núcleo populacio-
nal catarinense.
Os guaranis que viviam no
litoral catarinense – chamados
pelos europeus de carijós –
eram amigáveis e se habituaram
rapidamente a esses contatos,
que se tornaram mais frequen-
tes com a chegada de catequiza-
dores jesuítas, a partir de 1549.
Já os dois outros grupos indíge-
nas catarinenses – os kaingangs,
que ocupavam os campos de
cima da Serra, e os xoklengs,
na região entre o litoral e o pla-
nalto – só viveriam experiências
semelhantes quase 200 anos de-
pois da chegada dos europeus
ao litoral.
Esses índios descendiam de
povos que já circulavam pela
região pelo menos 10.000 anos
antes, de acordo com registros
arqueológicos e inscrições ru-
pestres encontradas em vários
pontos do Estado. Hoje há
cerca de 10.000 remanescentes
das tribos originais vivendo em
Santa Catarina, a maior parte
em reservas criadas para asse-
gurar a permanência da cultura
dos primeiros catarinenses.
Centro Histórico de São Francisco do Sul
17
A homenagema Santa Catarina Diz a História que o nome Ilha de Santa Catarina foi ideia do navegador italiano Sebastião Caboto – que, a serviço do reino espanhol, passou pelo litoral catarinen-se em 1526. A ilha havia sido chamada de diferentes formas até então. Para os índios carijós que a ocupavam antes da chegada dos europeus, o nome era Meiembipe – “lugar acima do rio”. Em 1514, os navegadores portu-gueses Nuno Manoel e Cristóvão de Haro a batizaram de Ilha dos Patos. Em 1516, depois do naufrágio do barco de Juan Días de Solís, houve quem tenha chama-do a região de Baía dos Perdidos, em referência aos 11 tripulantes que se salvaram e passaram a viver na ilha, junto com os índios.
Mas o nome que se conso-
lidou e se tornou o definitivo
foi mesmo o escolhido por Ca-
boto, registrado pela primeira
vez em um mapa desenhado
por Diego Ribeiro em 1529.
Especula-se que Caboto pode
ter aproveitado a oportunidade
para fazer um agrado à esposa,
Catarina Medrano. O fato ine-
gável é que, de qualquer forma,
a homenageada é mesmo a san-
ta, cuja memória é celebrada
em 25 de novembro.
Nascida em Alexandria, no
Egito, no final do terceiro sé-
culo depois de Cristo, Catarina
cresceu pagã e se converteu ao
Cristianismo aos 18 anos, após
ter uma visão em que ascendeu
aos céus e encontrou-se com a
Virgem Maria e o Menino Je-
sus. Oriunda de família rica e
influente, até então preocupa-
da exclusivamente com a fas-
cinante beleza que ostentava e
com os aspectos mais fúteis da
vida, Catarina iniciou, a partir
daí, um incansável trabalho de
combate às perseguições que o
Império Romano impunha aos
cristãos, considerando que era
essa a sua missão.
Catarina se voltou então às
atividades intelectuais, aprovei-
tando os conhecimentos adqui-
ridos em sua sólida formação.
Um dia, teve a oportunidade de
conversar com o imperador ro-
mano Maximino, que se sentiu
contrariado pelos argumentos
da jovem e mandou prendê-la.
Ela demonstrava tanta convic-
ção que o imperador decidiu
promover uma espécie de jogo:
chamou os sábios mais reco-
nhecidos da época para tentar
convencê-la de que Deus não
existia e de que Jesus Cristo não
havia sido nada além de um ho-
mem comum. Prometeu belas
recompensas para quem conse-
guisse cumprir o objetivo. Ne-
nhum dos sábios conseguiu – e
alguns até foram convertidos ao
Cristianismo por Catarina.
Maximino determinou que a
jovem fosse levada à masmorra,
e ainda assim ela conseguiu con-
verter os soldados que a vigiavam
e até mesmo a própria esposa do
imperador, Augusta. Transtorna-
do, ele mandou matar todos que
haviam se convertido, incluindo
a própria mulher. Catarina foi
decapitada e, dizem, em vez de
sangue jorrou leite de seu corpo
– por isso muitas mulheres que
têm bebês evocam a proteção
da santa. O corpo desapareceu
misteriosamente, como se tivesse
sido carregado por anjos. Diz a
lenda que foi encontrado intac-
to, três séculos depois, em uma
região isolada, ocasião em que foi
transferido para o Mosteiro da
Transfiguração, aos pés do Monte
Sinai – que passou a ser chamado
de Mosteiro de Santa Catarina e
hoje é Patrimônio Histórico da
Humanidade. A influência dessa
história de fé atravessou gerações.
Mais de 1.000 anos após a morte
de Catarina, Joana d’Arc relatou
que visões da santa a impeliram a
lutar pela liberdade da França.
18
E.M. Santa Catarina, por Vera Sabino
19
A capitania deSanta Catarina Em 1534, o território brasileiro foi dividido em 12 capitanias hereditárias, entregues à administração de homens de confiança da coroa portuguesa. Os principais objetivos eram incentivar a ocupação das terras e fomentar atividades econômicas, que pudes-sem se desenvolver sem a interferência direta de um governo central.
A Capitania de São Vicente,
abrangendo partes dos atuais
territórios do Paraná e de São
Paulo, foi entregue a Martim
Afonso de Sousa. As Terras de
Sant’Anna, mais ao sul – se es-
tendiam de Laguna até a Baía
de Paranaguá, no atual Estado
do Paraná – ficaram com seu
irmão, Pero Lopes de Sou-
sa. Com a morte de Pero, seis
anos depois, em um naufrágio
em Madagascar, iniciou-se um
período de marasmo para a ca-
pitania e também uma disputa
entre os herdeiros da família. A
pendenga se arrastou por quase
dois séculos e só foi resolvida
com a recompra da área pelo
império, em 1711.
A decisão de retomar a ad-
ministração do território era
uma consequência do aumento
das tensões entre Portugal e Es-
panha desde o rompimento da
União Ibérica, em 1640, mo-
mento em que os aliados se tor-
naram inimigos. Portugal acre-
ditava que precisava estruturar
melhor o povoamento de Santa
Catarina, ponto crítico de uma
região sob disputa.
Fez parte dessa mesma es-
tratégia a fundação do povoado
de Nossa Senhora do Desterro
(atual cidade de Florianópolis),
em 1672, por Francisco Dias
Velho. Tratava-se do segundo
núcleo populacional do Estado
– São Francisco havia sido fun-
dado 15 anos antes. Dias Velho
chegou à Ilha de Santa Catarina
acompanhado da mulher, duas
filhas, três filhos, uma família de
empregados, dois padres e 500
índios domesticados. Numa co-
lina em frente ao mar, ergueu
uma capela consagrada a Nossa
Senhora do Desterro – referên-
cia à fuga de Maria para o Egito,
com o pequeno Jesus, para esca-
par da perseguição de Herodes.
O local é hoje ocupado pela Ca-
tedral Metropolitana.
Em 1689, a vila foi invadida
por piratas, que dominaram seus
habitantes e cometeram uma sé-
rie de atrocidades. Dias Velho
buscou refúgio dentro da capela,
mas foi descoberto e morto. O
povoado só não foi extinto pela
perseverança de alguns integran-
tes do grupo, que se recusaram
a abandonar o local. Nesse meio
tempo, surgiu o terceiro núcleo
habitacional do litoral catari-
nense – a vila de Santo Antônio
dos Anjos de Laguna, mais tarde
conhecida apenas como Laguna,
fundada em 1676, com a chega-
da do bandeirante Domingos de
Brito Peixoto.
Em 1738, Santa Catarina
foi desmembrada de São Pau-
lo, tornando-se capitania au-
tônoma. O império português
nomeou para o cargo de go-
vernador o brigadeiro José da
Silva Paes. Ele recebeu a missão
de planejar um sistema de for-
talezas que protegesse a Ilha de
Santa Catarina de possíveis in-
vasões. O brigadeiro providen-
ciou os projetos o mais rápido
possível e iniciou a construção
de quatro fortalezas, posiciona-
das para estabelecer um sistema
de fogo cruzado.
20
Catedral Metropolitana, FlorianópolisZ.P.
21
Imigração açorianaOutro ponto importante da estratégia de ocupação do litoral catarinense traçada pelo reino português viria a ser a imigração de açorianos. Como o Arquipélago dos Açores enfrentava uma série de dificuldades – excesso po-pulacional, escassez de alimentos e ocorrência de terre-motos –, enviar parte dos habitantes ao Brasil seria uma forma de amenizar dois problemas ao mesmo tempo.
O alistamento foi aberto em
1746 e, ao longo da década se-
guinte, Santa Catarina recebeu
5.500 açorianos e também mo-
radores da Ilha de Madeira, o
que fez triplicar sua população.
Os imigrantes se instalaram nos
núcleos populacionais já exis-
tentes e fundaram outros, tanto
na Ilha de Santa Catarina quan-
to na área continental.
Uma das primeiras ativida-
des econômicas exercidas pelos
açorianos em Santa Catarina foi
a pesca da baleia – o óleo extraí-
do do animal era usado como
combustível de iluminação, en-
tre outras aplicações. Algumas
“armações”, complexos cons-
truídos para viabilizar a pesca
de baleia e a transformação de
sua carne em óleo, foram ins-
taladas em diferentes partes do
litoral catarinense.
Outras heranças dos aço-
rianos são a renda de bilro, a
produção de cerâmica utilitá-
ria e a fabricação de farinha de
mandioca em engenhos. No
campo da religião e do folclo-
re, há as benzedeiras, a devo-
ção ao Divino Espírito Santo e
ao Senhor dos Passos, o terno
de reis e as lendas de bruxas.
Na culinária, peixe com pirão
é um clássico prato açoriano.
Assim como o sotaque típico
dos descendentes, marcado
pelo jeito “apressado” de falar
e pela sonoridade que remete
à forma como o idioma é pra-
ticado em Portugal.
A arquitetura é uma das heranças trazidas dos AçoresZ.P.
22
Festas folclóricas: preservação do patrimônio culturalE.L.
23
Caminho das tropasPor volta de 1720, Portugal determinou a abertura de um caminho para o transporte de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Seria uma forma de ocu-par e desenvolver o interior da região Sul, motivo de disputas com a Espanha, e também de levar os animais até Minas Gerais, que vivia uma fase de franco desen-volvimento decorrente da exploração do ouro.
Dos povoados à beira desse
caminho se originaram cida-
des como Lages, oficialmente
fundada em 1766. Antônio
Correa Pinto foi quem orga-
nizou a povoação, pertencente
no início a São Paulo – só em
1820 seria incorporada a San-
ta Catarina. Para estabelecer
uma ligação entre o planalto e
o litoral, criou-se um caminho
até Laguna – essa é a origem
da estrada da Serra do Rio do
Rastro, repleta de curvas e belas
paisagens, hoje um dos pontos
turísticos mais conhecidos e ad-
mirados do Estado.
O Tropeirismo foi um ciclo
importante, também, para via-
bilizar a ocupação do Oeste ca-
tarinense – realizada em grande
parte por gaúchos e paranaenses
descendentes de imigrantes eu-
ropeus. Quando outras regiões
do país começaram a explorar
a pecuária, já no início do sé-
culo 20, a utilização do antigo
caminho das tropas perdeu for-
ça. Mas a cultura dos tropeiros
permanece viva.
Na Serra, o estilo de vida dos tropeiros
E.M.
24
A imponência da araucária, árvore-símbolo da regiãoZ.P.
25
A disputapelo território Demorou um bom tempo até que Portugal e Espanha se entendessem sobre as fronteiras do “Novo Mundo”. De certa forma, a disputa começou ainda em 1494, antes mesmo da chegada dos portugueses ao Brasil, quando o Tratado de Tordesilhas estabeleceu previamente, com base em referenciais já conhecidos, uma regra para a divisão das terras que viessem a ser descobertas por am-bas as potências.
A aplicação dessa regra ao
território brasileiro resultou no
traçado de uma linha imaginária
que cortava o país desde Belém,
no Pará, até Laguna, em Santa
Catarina. A faixa litorânea per-
tenceria a Portugal e o interior
do continente à Espanha.
O problema é que o extre-
mo sul do território destinado
a Portugal era uma faixa muito
estreita de terra, corresponden-
te ao atual litoral catarinense.
A Espanha passou a cobiçar
aquele território, que poderia
aumentar consideravelmente
seu acesso ao mar, e traçou uma
estratégia de ocupação. Sebas-
tião Caboto, italiano a serviço
da Espanha, permaneceu na
costa catarinense por cinco me-
ses entre 1526 e 1527, com o
objetivo de conhecer melhor o
terreno – foi nesse período que
ele batizou a Ilha de Santa Ca-
tarina. Em 1541, Dom Alvar
Nuñez Cabeza de Vaca chegou
à ilha, junto com 400 homens,
representando o rei da Espanha,
com a missão de tomar posse
das terras.
A disputa ficou adormecida
no período entre 1580 e 1640,
em que vigorou a União Ibéri-
ca, aliança entre as duas monar-
quias. Voltou à tona, porém,
após o rompimento. Em 1750,
num ato de boa vontade das
partes, foi assinado o Tratado
de Madri, que estabelecia com
26
precisão a linha da fronteira.
Pelo acordo, Portugal abria
mão da Colônia de Sacramen-
to (atual Uruguai), que vinha
cobiçando, e ficava com os Sete
Povos das Missões (atual Rio
Grande do Sul). Para que o
acordo fosse concretizado, con-
tudo, as populações das áreas
envolvidas teriam que se tornar
súditas da realeza rival, condi-
ção que gerou muita revolta e
fez com que o acordo fosse anu-
lado. As duas potências se lan-
çaram então à Guerra dos Sete
Anos na Europa, com Portugal
aliado à Inglaterra e a Espanha
sendo apoiada pela França.
A Espanha passou a pre-
parar em segredo uma grande
esquadra para invadir a Ilha de
Santa Catarina. Em novembro
de 1776, nada menos que 116
embarcações, com 920 canhões
no total e quase 16.000 solda-
dos e marinheiros, partiu rumo
ao Brasil, sob o comando de
Dom Pedro de Cevallos – que
já havia visitado a Ilha de Santa
Catarina e conhecia bem o sis-
tema local de defesa.
Quando a esquadra espanho-
la chegou à Ilha, em fevereiro de
1777, as fortalezas se demonstra-
ram incapazes de conter os avan-
ços de invasores tão numerosos
e potentes. Alguns disparos até
foram realizados pela fortaleza
de São José da Ponta Grossa, no
Norte da Ilha, mas sem qualquer
efeito prático. Os espanhóis de-
sembarcaram tranquilamente na
praia de Canasvieiras, e as au-
toridades locais assinaram sem
resistência o termo de rendição.
A Ilha de Santa Catarina passava
naquele momento ao comando
da Espanha.
Com a morte do rei de Por-
tugal, Dom José I, e a conse-
quente queda do Marquês de
Pombal, em março de 1777,
as negociações evoluíram até
chegarem ao Tratado de Santo
Ildefonso, assinado em outubro
daquele mesmo ano. Por esse
novo acordo, Portugal receberia
de volta a Ilha de Santa Cata-
rina, comprometendo-se a não
utilizá-la como base de navios
de guerra ou porto de comércio
com outros países. Era o início
de uma nova fase para Santa
Catarina. Em 1800, sua popu-
lação chegou a 21.000 pessoas,
com divisão mais ou menos
proporcional entre os três prin-
cipais núcleos – Desterro, São
Francisco e Laguna –, cada um
com cerca de 4.000 habitantes.
Surgia o embrião do modelo
catarinense de desenvolvimen-
to, predominante até hoje, ca-
racterizado pela inexistência de
metrópoles, com a população
distribuída por vários municí-
pios de porte semelhante.
Fortaleza da Ilha de Anhatomirim
Z.P.
27
Colonização alemãCom a Independência do Brasil, em 1822, inten-sificaram-se os projetos de colonização do país por europeus, que enfrentavam escassez de empregos em decorrência da Revolução Industrial. A primeira co-lônia alemã em Santa Catarina foi instalada em São Pedro de Alcântara, em 1829. Esse grupo pioneiro, de 523 pessoas, vindas de Bremen, enfrentou todo tipo de problema, desde a falta de pagamento na íntegra das diárias combinadas até as dificuldades de adaptação ao clima tropical. Como se não bastasse, temporais destruíram suas primeiras plantações. Muitos persis-tiram, enquanto outros decidiram tentar a sorte em outra região, o Vale do Itajaí.
O farmacêutico alemão
Hermann Bruno Otto Blume-
nau, que veio ao Brasil em 1846
contratado pela Sociedade de
Proteção aos Emigrantes Ale-
mães para desenvolver um pro-
jeto de colonização, também
escolheu o Vale do Itajaí. En-
quanto os trâmites burocráticos
eram encaminhados, Blumenau
recebeu a notícia de que a insti-
tuição que ele representava fe-
chara as portas. Mesmo assim,
decidiu tocar adiante o projeto
por conta própria. Associou-
se ao comerciante Fernando
Hackradt e voltou à Alemanha
para recrutar colonos – os pri-
meiros 17 chegaram em agosto
de 1850. Eram quase todos ar-
tesãos – carpinteiros, marcenei-
ros, funileiros, ferreiros –, con-
tra apenas dois lavradores. Essa
seria uma tendência dos grupos
seguintes de colonos alemães,
origem da industrialização que
viria a caracterizar a economia
do Norte catarinense. Diversas
novas levas de imigrantes che-
gariam nos anos seguintes. No
final dessa década, a população
já estava próxima de 1.000 pes-
soas – e a cidade foi natural-
mente batizada de Blumenau.
Já Joinville surgiu de um
processo oficial de colonização.
Em 1829, a Sociedade Coloni-
zadora de Hamburgo comprou
81 léguas de terras em Santa Ca-
tarina, pertencentes ao príncipe
francês François Ferdinand Phi-
lippe. Ele havia recebido as ter-
ras como dote ao se casar com
Francisca, irmã de Dom Pedro
II. A colônia foi batizada de
Dona Francisca, mas, quando
virou cidade, ganhou o nome
de Joinville em homenagem a
François, que ostentava o título
nobre de Príncipe de Joinville,
um vilarejo medieval francês.
Em 1851, chegou o primeiro
grupo de 192 imigrantes ale-
mães, suíços e noruegueses. Nas
levas seguintes, predominaram
os alemães.
Entre as influências mais
marcantes da colonização alemã
estão a arquitetura enxaimel –
construções cuja estrutura com-
bina harmoniosamente madeira
e tijolos aparentes – e a delicio-
sa culinária, com pratos como
chucrute e eisbein, o joelho de
porco. Nas colônias alemãs, a
cerveja é até hoje fabricada com
os requintes ensinados pelos
pioneiros – visitar as cervejarias
artesanais é um roteiro fasci-
nante para os fãs da bebida. A
cultura deixada pelos antepas-
sados é celebrada anualmente
com a realização de diversas
festas típicas no território cata-
rinense, das quais a mais famosa
é a Oktoberfest de Blumenau.
28
Pórtico de entrada em Joinville
Dança típica em Pomerode
Z.P.
E.M.
29
30
Colonização italianaDois europeus que viviam em Desterro – o italia-no Carlo Demaria e o suíço Henrique Schutel – se uniram para fundar uma empresa de colonização, Demaria & Schutel. Em 1835, pediram à província uma série de benefícios para instalar grupos de lavra-dores a serem trazidos da Itália. Assim, em março de 1836, chegaram ao porto de Desterro 186 colonos, quase todos oriundos da Ilha da Sardenha. O governo de Santa Catarina cedeu uma área no município de São Miguel e a colônia foi denominada “Nova Itália”, atual São João Batista.
Novas colônias italianas só
viriam a ser criadas em San-
ta Catarina bem mais tarde,
em consequência do contrato
estabelecido em 1874 entre
o Império brasileiro e o em-
preendedor Joaquim Caetano
Pinto Jr.. Eram instaladas em
áreas periféricas das colônias
alemãs, a exemplo de Rio dos
Cedros, Rodeio, Ascurra, Bo-
tuverá e Nova Trento, organi-
zadas em torno de Blumenau
e Brusque. O Sul do Estado
também se tornou destino a
partir de 1877, com o desem-
barque de 291 colonos vênetos
em Laguna, para ocupar o Nú-
cleo de Azambuja e o Núcleo
Urussanga. A região se tornaria
destino preferencial dos italia-
nos, com novas levas de imi-
grantes instalando-se em Cri-
ciúma, Pedras Grandes, Treze
de Maio, Acioli de Vasconce-
los (atual Cocal), Grão-Pará
(atuais municípios de Orleans,
Grão-Pará, São Ludgero e Bra-
ço do Norte) e Nova Veneza
(municípios de Nova Veneza e
Siderópolis). Essas colônias se
especializaram desde o início
na produção agrícola, com o
uso de técnicas trazidas da ter-
ra natal para o cultivo de uva,
milho e arroz.
Os italianos se espalharam
por boa parte dos municípios
catarinenses – cerca de 220,
bem mais do que qualquer
outro grupo de imigrantes.
Estima-se que quatro em cada
dez catarinenses tenham as-
cendência italiana. Essa tradi-
ção se manifesta na culinária
– polenta e vinho são presen-
ças constantes na mesa dos
descendentes –, nas vocações
econômicas desenvolvidas no
Sul de Santa Catarina, como
a produção cerâmica, e até em
atividades de lazer, a exemplo
do jogo de bocha.
31Casa de pedra em Nova Veneza, Sul catarinense
Vinho e queijo: a base da culinária colonial italiana
T.E.
Z.P.
babel catarinenseDos poloneses aos gregos, dos africanos aos japoneses, des-cendentes dos mais diversos povos se fazem presentes em Santa Catarina.
no Sul do Brasil. Mas os pro-
blemas logo começaram a aflo-
rar, como a inexperiência dos
franceses com a agricultura e
os desentendimentos causados
no processo de distribuição das
tarefas. A colônia se desfez e
apenas algumas famílias per-
maneceram na região.
Marcante também é a pre-
sença austríaca em Santa Ca-
tarina. Imigrantes oriundos da
região do Tirol fundaram, em
1933, a cidade de Treze Tílias,
numa região cuidadosamen-
te escolhida pelo governo da
Áustria pela semelhança com
as paisagens originais. O país
havia perdido território após
a derrota na Primeira Guerra
Mundial e já não havia lugar
para todos. Hoje a encantadora
Treze Tílias mantém muitas das
tradições trazidas pelos coloni-
zadores, como as casas em estilo
alpino e a prática de esculturas
em madeira.
Santa Catarina tem também
influência árabe. Sírios e libane-
ses chegaram a partir de 1885
a cidades como Florianópolis,
Biguaçu, Caçador, Canoinhas,
Criciúma e Lages, dedicando-
se, sobretudo, ao comércio. Já
os japoneses vieram em peque-
nos grupos, na primeira metade
do século 20, e se instalaram
especialmente no atual municí-
pio de Frei Rogério, no Meio-
-Oeste, e em São Joaquim, na
Serra, onde contribuíram para
o aprimoramento da produção
de maçãs com a introdução de
novas variedades.
Não se pode deixar de ci-
tar, por fim, a presença e a
influência marcante dos afri-
canos, que, na maior parte
dos casos, chegaram a Santa
Catarina como escravos. Em
1810, dos 30.000 habitantes
de Santa Catarina, 7.000 eram
escravos negros, quase sempre
descendentes de bantos e suda-
neses que desembarcavam nas
regiões Nordeste e Sudeste do
país e desciam por terra rumo
ao Sul. Em 1872, a propor-
ção havia caído para 10% dos
158.000 habitantes, mas ainda
assim sua cultura permaneceu
presente, como se pode cons-
tatar pelas práticas religiosas
– a umbanda e o candomblé –
e culturais, a exemplo do car-
naval e do samba. O Estado
mantém várias áreas quilom-
bolas, originalmente ocupadas
por ex-escravos, como o Sertão
do Valongo, em Porto Belo, e a
Lagoa de Acaraí, em São Fran-
cisco do Sul. Se há ainda qual-
quer dúvida sobre a impor-
tância da herança africana em
Santa Catarina, basta dizer que
o maior nome da nossa litera-
tura era negro: o poeta João da
Cruz e Sousa.
A imigração polonesa é
possivelmente a mais rele-
vante depois da açoriana, da
alemã e da italiana. Em 1871,
o primeiro grupo chegou a
Brusque. Em 1882, foi a vez
de Jacinto Machado, no Sul
do Estado. Em 1889, o en-
tusiasmo com a perspectiva
de uma nova vida no Sul do
Brasil tomou conta de muitos
poloneses. No ano seguinte,
nada menos que 29.200 vie-
ram ao país, contra não mais
que 4.500 ao longo dos 15
anos anteriores. A maior parte
eram agricultores. Em Santa
Catarina, os poloneses se alo-
jaram especialmente no Sul,
nos vales dos rios Urussanga,
Tubarão e Araranguá, com
maior concentração na cidade
de Criciúma, e também nos
vales do Itajaí e do Itapocu, ao
norte, em cidades como Ma-
fra, Itaiópolis, Canoinhas, São
Bento do Sul e Brusque. Após
a Segunda Guerra Mundial,
novas levas chegaram a Mon-
daí e Pouso Redondo.
Os franceses, além de terem
sido uns dos primeiros euro-
peus a conhecer Santa Cata-
rina, em 1504, quando Binot
Paulmier de Gonneville chegou
à futura cidade de São Francis-
co do Sul, viveram outra expe-
riência marcante por aqui, na
mesma região. Foi a instalação,
em 1841, de um experimento
socialista, a Colônia Industrial
da Barra do Saí. Idealizado por
um médico homeopata, Benoit
Joseph Mure, o projeto contou
com o apoio e a simpatia da
monarquia brasileira. Mais de
400 franceses se estabeleceram
na colônia, que tinha como
princípio a inexistência da pro-
priedade privada – tudo era co-
mum e o resultado do trabalho
seria desfrutado igualmente
por todos. A colônia alcançou
rápido desenvolvimento, com
uma olaria e uma forja que ga-
nharam muitos clientes na re-
gião. Essas notícias chegavam
à França e em 1844 havia mi-
lhares de pessoas interessadas
em integrar a célebre colônia
32
No sentido horário: dança polonesa em Itaiópolis, tambores
japoneses em Frei Rogério, comunidade
quilombola no Sul do Estado e
indígenas na Grande Florianópolis
Z.P.
E.L.
C.F. T.E.
33
34
Revolução FarroupilhaO período regencial, entre 1831 e 1840 – desde a re-núncia de Dom Pedro I até a ascensão ao trono de seu filho Dom Pedro II –, viu surgir uma série de revoltas no país. A mais significativa foi a Revolução Farrou-pilha, que eclodiu em 1835 no Rio Grande do Sul e se prolongou por dez anos.
Foi um movimento impul-
sionado por ideais republicanos
e pela insatisfação com os altos
impostos cobrados pela Mo-
narquia sobre produtos típicos
do Sul, a exemplo do charque
e da erva-mate. Essa ideologia
encontrou muitos apoiadores
no território catarinense, que
também seria palco do conflito.
Depois de tomarem Porto
Alegre em 1835 e terem sido
repelidos pelas forças do gover-
no, os revoltosos, conhecidos
como “farrapos”, dirigiram-se
a outros pontos de interesse,
como Bagé, no território gaú-
cho, Lages, na Serra catarinen-
se, e Laguna, no litoral Sul de
Santa Catarina. Laguna foi to-
mada em 1839, num esforço
conjunto das forças de terra,
lideradas por Davi Canabarro,
e de mar, sob comando do ita-
liano Giuseppe Garibaldi. Na
pacata cidade catarinense foi
proclamada a República Julia-
na, em 29 de julho de 1839
– nome que fazia referência ao
mês em que ocorria aquele epi-
sódio histórico.
A presença dos farrapos em
Laguna se prolongou por seis
meses, até que o governo se
reorganizou para retomar a ci-
dade, obrigando os revoltosos
a escapar de volta para o Rio
Grande do Sul. O movimento
continuaria até 1845, quando
chegou ao fim por meio de
um acordo em que o governo
concordava em reduzir subs-
tancialmente os impostos co-
brados sobre o charque. Mas
a permanência em Laguna foi
suficiente para que Garibaldi
se apaixonasse pela catarinense
Ana Maria de Jesus Ribeiro e
se unisse à jovem – que dali em
diante ficaria conhecida como
Anita Garibaldi.
Depois de lutar no Brasil, o
casal partiu para o Uruguai e,
de lá, para a Itália, onde Gari-
baldi foi o grande líder do pro-
cesso de Unificação do país, que
se encontrava esfacelado e sub-
metido ao controle de diversos
governos estrangeiros. Anita foi
companheira inseparável, in-
clusive nos campos de batalha,
do chamado Herói dos Dois
Mundos – até morrer em 1849,
aos 28 anos, quando adoeceu
em meio à perseguição pelos
austríacos. Tornou-se sinônimo
de mulher destemida e é uma
figura adorada tanto na Itália
quanto no Brasil.
Farol de Santa Marta (acima)
e casa de Anita Garibaldi (ao lado):
símbolos de Laguna
E.L.
Z.P.
35
36
A Guerra doContestado Ao mesmo tempo em que a Primeira Guerra Mundial agitava o mundo, o conflito do Contestado abalava a paz em território catarinense. Ocorrido numa zona de disputa por terras entre Paraná e Santa Catarina – 48.000 km² no Meio-Oeste e Oeste catarinenses –, durou de 1912 a 1916 e vitimou, estima-se, pelo me-nos 20.000 pessoas. Foi provocado por uma conjun-ção de fatores que se somaram às incertezas causadas pela longa disputa judicial entre os dois Estados.
Um desses fatores foi a
construção da Estrada de Ferro
São Paulo-Rio Grande, entre
1907 e 1910, pela Brazil Rail-
way Company. Os objetivos
da obra eram dar saída à pro-
dução de madeira e iniciar ao
redor da ferrovia um processo
consistente de ocupação – para
isso, a empresa receberia 6.000
km² de terras como parte do
pagamento, com a possibilida-
de de explorar toda a madeira
existente ali e a obrigação de
assentar imigrantes estrangei-
ros. O problema é que as famí-
lias que ocupavam esse territó-
rio – uma faixa de 15 km em
cada lado da ferrovia – foram
simplesmente expulsas e não
tinham para onde ir. Para tor-
nar a situação ainda mais com-
plexa, cerca de 8.000 operários
trazidos para a obra ficaram
sem o ganha-pão assim que a
ferrovia ficou pronta.
Essa multidão de pessoas
desesperançosas e revoltadas
encontrou nos diversos líde-
res religiosos que apareceram
na região as palavras de fé que
precisavam para seguir adiante.
Em 1912, o monge-curandei-
ro José Maria arrebanhou mi-
lhares de seguidores fanáticos,
multidão que assustava os po-
deres constituídos. Os gover-
nos de Santa Catarina e Paraná
deram uma trégua na disputa
que travavam entre si para en-
frentar juntos o movimento,
contando ainda com a ajuda
do Governo Federal.
O conflito foi desigual. De
um lado, metralhadoras, ca-
nhões e até aviões. De outro,
paus e facões. Mesmo assim,
foi preciso mobilizar grande
parte do exército brasileiro ao
longo de quatro anos para aba-
far de vez o Contestado. Do
ponto de vista social, a guer-
ra não trouxe solução alguma
– só agravou o sentimento de
revolta da população e os pro-
blemas da região. Mas serviu,
ao menos, para pôr fim à dis-
puta entre os dois Estados, que
firmaram um acordo em 1916,
estabelecendo os limites que
permanecem até hoje. Com
isso, surgiram municípios
como Mafra (nome dado em
homenagem ao Conselheiro
Mafra, defensor de Santa Cata-
rina na disputa judicial), Porto
União, Joaçaba e Chapecó.
Em 1943, Santa Catarina
sofreu uma modificação geo-
gráfica, que se mostrou tem-
porária, com a criação do Ter-
ritório do Iguaçu pelo governo
Getúlio Vargas, abrangendo
a região Oeste dos Estados do
Paraná e de Santa Catarina. No
lado de Santa Catarina, o novo
território incluía cidades como
Chapecó, Concórdia, Caçador,
Joaçaba, Xanxerê e São Miguel
d’Oeste. Os objetivos eram for-
talecer a ocupação da fronteira
depois da entrada do Brasil na
Segunda Guerra e ao mesmo
tempo dar autonomia a uma
região que se sentia distanciada
do poder estabelecido no Lito-
ral. A mudança durou apenas
três anos, sendo revogada pela
Constituição de 1946.
Painel Contestado – Terra Contestada, de Hassis
Fundação Hassis/D
ivulgação
37
38
Santa Catarinana Era RepublicanaA proclamação da República e o consequente fim da Monarquia, em 15 de novembro de 1889, marcariam um novo período para o Brasil e para todas as suas províncias, que passaram a ser chamadas de Estados. O presidente de Santa Catarina, Luís Alves Leite de Oliveira Bello, foi pacificamente destituído e muitos deputados monarquistas aderiram espontaneamente ao novo regime. Lauro Müller tornou-se o primeiro gover-nador de Santa Catarina na era republicana. A Cons-tituição Federal de 1891 estabeleceu eleições diretas e Gustavo Richard foi o escolhido.
lis (“cidade de Floriano”), uma
forma de marcar a vitória obti-
da ali pelo Marechal de Ferro.
Em 1900, Santa Catarina
somava 320.300 habitantes.
Florianópolis e Blumenau eram
as maiores cidades, com cerca
de 31.000 habitantes cada. O
Estado consolidava o modelo
de ocupação por pequenas pro-
priedades agrícolas, de adminis-
tração familiar, sem latifúndios
e sem uma metrópole predo-
minante. Com o passar das dé-
cadas, esse se tornaria um dos
principais diferenciais de Santa
Catarina em relação à maioria
dos Estados brasileiros.
As limitações econômicas
do início do século foram sen-
do gradualmente superadas. A
pauta de exportações, antes li-
mitada às madeiras, à erva-ma-
te e à farinha de mandioca, foi
reforçada pelo gado e o arroz.
Com o advento da industria-
lização do Estado, processo
iniciado ainda na década de
1880, com a fundação de uma
fábrica de camisetas em Blu-
menau pelos irmãos Hermann
e Bruno Hering, Santa Cata-
rina passou a ter produção re-
levante também de tecidos e
fios, camisas, bordados e meias
de algodão. Impulsionado pelo
desenvolvimento da indústria
têxtil, Blumenau logo se tor-
naria o maior município ca-
tarinense – em 1920, a cida-
de somava 68.000 habitantes,
enquanto nenhuma outra do
Estado chegava a 40.000.
Florianópolis, a capital, vi-
via isolada pela inexistência de
uma ligação da Ilha de Santa
Catarina com o continente. O
governador Hercílio Luz resol-
veu enfrentar esse problema ao
providenciar a construção, en-
tre 1922 e 1926, da ponte que
seria batizada com o seu nome.
O desenvolvimento trazido pela
obra foi inegável, assim como o
endividamento do Estado, que
precisou fazer um emprésti-
mo de 20.000 contos (quantia
equivalente a 5 milhões de dó-
lares) para executar essa e outras
obras de infraestrutura. O valor
correspondia a quase quatro
anos de receita.
Em 1955, o lageano Nereu
Ramos, que havia sido gover-
nador de Santa Catarina entre
1935 e 1945 (e era filho do
também ex-governador Vidal
Ramos), tornou-se o político
mais importante da história
catarinense ao assumir a Pre-
sidência da República por um
período de três meses, após
o suicídio de Getúlio Vargas.
Ramos era o primeiro vice-
-presidente do Senado Federal
e foi alçado ao cargo após o
impedimento do vice de Ge-
túlio, Café Filho, e do presi-
dente da Câmara dos Deputa-
dos, Carlos Luz. Conduziu o
governo até a posse de Jusceli-
no Kubitschek, tornando-se a
partir daí ministro da Justiça.
Nereu Ramos morreria num
acidente aéreo, em 1958, que
vitimou também o então go-
vernador de Santa Catarina,
Jorge Lacerda, e outro impor-
tante político do Estado, Leo-
berto Leal.
As turbulências ainda es-
tavam longe de terminar em
Santa Catarina, contudo. O
Estado se viu involuntariamen-
te envolvido na Revolta da Ar-
mada, que eclodiu no Rio de
Janeiro em 1893. A Marinha,
em parte por ter resquícios mo-
narquistas em seus quadros, e
também insatisfeita pelo fato de
que apenas representantes do
Exército estavam assumindo o
governo do país após a procla-
mação da República, revoltou-
se sob a liderança do almirante
Custódio de Melo. Os navios
rebeldes bombardearam o Rio
de Janeiro e, atacados pelas for-
ças governamentais, escaparam
rumo ao Sul do país, onde se
juntaram aos revoltosos da Re-
volução Federalista e invadiram
a pacata e indefesa capital cata-
rinense, Desterro.
Floriano Peixoto adquiriu
novos navios e retomou a ci-
dade, com forte repressão – in-
cluindo quase duas centenas de
fuzilamentos e enforcamentos
realizados na Ilha de Anhato-
mirim, sob comando do te-
mido coronel Moreira Cesar.
As vítimas foram não apenas
membros comprovados do mo-
vimento original, mas também
simples moradores de Desterro
que teriam, na avaliação do go-
verno, colaborado de alguma
forma com os revoltosos. Santa
Catarina entraria no século 20
com muitos traumas a superar
e uma nova identidade para a
capital, cujo nome foi trocado
de Desterro para Florianópo-
O golpe militar de 1964 im-
pôs um período de duas décadas
de ditadura no Brasil. Santa Ca-
tarina teve um papel destacado
no processo de redemocratiza-
ção do país ao desencadear um
movimento popular que entrou
para a história como Novem-
brada, referência ao mês de
1979 em que o episódio ocor-
reu em Florianópolis. Durante
visita do presidente João Figuei-
redo à cidade, estava prevista a
inauguração de uma placa em
homenagem a Floriano Peixoto
– contestada por boa parte da
população em decorrência da
memória dos acontecimentos
que haviam culminado com a
troca do nome da cidade para
Florianópolis, em 1894. Os
protestos se transformaram em
tumulto e a população arrancou
à força a placa recém-instalada
na Praça 15 de Novembro, ma-
nifestação que foi interpretada
como sinal do enfraquecimento
do governo militar e contribuiu
para o advento do processo de
abertura política que se daria
dali em diante.
Em 1983, o voto voltou a
ser direto para a escolha de go-
vernadores. Em Santa Catarina,
foram eleitos sucessivamente
Esperidião Amin (1983-1987),
Pedro Ivo Campos (para o man-
dato entre 1987 e 1990, com
o vice Casildo Maldaner assu-
mindo por pouco mais de um
ano após a morte do governa-
dor), Vilson Kleinübing (para
o período entre 1991 e 1995,
com seu vice Antônio Carlos
Konder Reis também assumin-
do por quase um ano em decor-
rência do titular ter concorrido
ao Senado), Paulo Afonso Vieira
(1995-1999), novamente Espe-
ridião Amin (1999-2003), Luiz
Henrique da Silveira (que cum-
priu dois mandatos, entre 2003
e 2010, com o vice Leonel Pa-
van assumindo por quase um
ano, ao final do período, para
que o governador se candida-
tasse ao Senado) e Raimundo
Colombo, a partir de 2011.
Palácio Cruz e Sousa, Florianópolis
S.V.
39
S
N
LO
Rio Grande do Sul
ARG
ENTI
NA
Paraná
OceanoAtlântico
Oeste
Serra
Norte
Vale do Itajaí
GrandeFlorianópolis
Sul
Principais municípiosPosição Município População
Vale do Itajaí1 Blumenau 309.011
2 Itajaí 183.373
3 Balneário Camboriú 108.089
Norte1 Joinville 515.288
2 Jaraguá do Sul 143.123
3 São Bento do Sul 74.801
Oeste1 Chapecó 183.530
2 Caçador 70.762
3 Concórdia 68.621
Grande Florianópolis1 Florianópolis 421.240
2 São José 209.804
3 Palhoça 137.334
Sul1 Criciúma 192.308
2 Tubarão 97.235
3 Araranguá 61.310
Serra1 Lages 156.727
2 Curitibanos 37.748
3 Campos Novos 32.824
As regiões catarinenses
O território catarinense é dividido em seis regiões geográficas, cada uma delas com configuração física, formação étnica e vocações econômicas específicas. São o retrato da grande diversidade, em todos os sentidos, que se encontra em Santa Catarina. O Vale do Itajaí concentra a maior população, o Oeste tem a maior área e o maior número de municípios, enquanto a Grande Florianópolis apresenta a maior densidade demográfica.
População e área por região
Região Municípios População Área (km²)Densidade
demográfica (habitantes/km²)
Vale do Itajaí 54 1.508.980 13.098,4 115,2
Norte 26 1.212.843 15.928,9 76,1
Oeste 118 1.200.712 27.310,8 44
Grande Florianópolis
21 994.095 7.355,5 135,1
Sul 44 925.065 9.719,2 95,2
Serra 30 406.741 22.324,0 18,2
Total 293 6.248.436 95.736,8 65,3
40
S
N
LO
Rio Grande do Sul
ARG
ENTI
NA
Paraná
OceanoAtlântico
Oeste
Serra
Norte
Vale do Itajaí
GrandeFlorianópolis
Sul
41
42
Grande FlorianópolisPara brasileiros de todas as regiões e para os nossos vizinhos argentinos, não é de hoje que a simples menção a Florianópolis remete à ideia de belas paisagens e invejável qualidade de vida. Nos últimos anos, a fama de “paraíso” ganhou o mundo. Publicações internacionais de grande repercussão passaram a citar a capital de Santa Catarina como um dos destinos turísticos mais encantadores do planeta e conhecê-la entrou para os planos de viajantes de todas as partes do globo.
Com isso, os “manezinhos”
– como são chamados os nati-
vos da cidade – estão se habi-
tuando a ouvir não mais apenas
os sotaques brasileiros e o caste-
lhano dos hermanos, mas tam-
bém o inglês e diversos idiomas
europeus. A cidade se tornou
cosmopolita e o turismo, antes
limitado à temporada de verão,
transformou-se em uma ativi-
dade desenvolvida ao longo de
todo o ano. Para receber esse
público exigente, surgiram ho-
téis, pousadas e restaurantes de
alto nível.
Além do turismo de praia, a
Grande Florianópolis tem de-
senvolvido o turismo rural em
cidades como Santo Amaro da
Imperatriz, Alfredo Wagner,
Angelina e Rancho Queimado,
que oferecem opções acolhe-
doras de hospedagem. Já Nova
Trento, conhecida como a ter-
ra de Madre Paulina, primeira
santa brasileira, é um dos prin-
cipais destinos de turismo reli-
gioso no país.
Florianópolis também tem
se destacado como importante
polo de Tecnologia da Informa-
ção – uma indústria limpa, que
combina perfeitamente com
sua natureza exuberante e pre-
servada. Já existem na cidade
mais de 500 empresas de au-
tomação, desenvolvimento de
programas e jogos, com geração
de 12.000 empregos diretos.
Setores tradicionais da indús-
tria encontram espaço na vizi-
nha São José – quarto municí-
pio mais populoso do Estado,
sede de um parque empresarial
em franco desenvolvimento. A
indústria de calçados é uma im-
portante atividade em São João
Batista e Canelinha.
Embora a ocupação de Flo-
rianópolis e da maior parte dos
municípios da região tenha
sido feita predominantemente
por açorianos, há também ci-
dades colonizadas por alemães,
como é o caso de São Pedro de
Alcântara – primeiro núcleo
catarinense a receber imigran-
tes daquele país, em 1829 –,
e por italianos, a exemplo de
Nova Trento. A própria Madre
Paulina foi uma imigrante, que
chegou ainda criança à cidade
em que desenvolveria, na vira-
da do século 19 para o século
20, seu trabalho de assistência
a enfermos.
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Grande FlorianópolisPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)Gentílico
1 Florianópolis 421.240 675,4 623,7 Florianopolitano
2 São José 209.804 152,4 1.376,7 Josefense
3 Palhoça 137.334 395,1 347,6 Palhocense
4 Biguaçu 58.206 370,9 156,9 Biguaçuense
5 Tijucas 30.960 279,6 110,7 Tijucano
6 São João Batista 26.260 221,1 118,8 Batistense
7 Santo Amaro da Imperatriz 19.823 344,0 57,6 Santo-amarense
8 Governador Celso Ramos 12.999 117,2 110,9 Gancheiro
9 Nova Trento 12.190 402,9 30,3 Nova-trentino
10 Canelinha 10.603 152,6 69,5 Canelense
11 Alfredo Wagner 9.410 732,8 12,8 Alfredense
12 Antônio Carlos 7.458 228,7 32,6 Antônio-carlense
13 Paulo Lopes 6.692 449,7 14,9 Paulo-lopense
14 Águas Mornas 5.548 327,4 16,9 Águas-mornense
15 Angelina 5.250 500,0 10,5 Angelinense
16 São Pedro de Alcântara 4.704 140,0 33,6 Alcantarense
17 Leoberto Leal 3.365 291,2 11,6 Leobertense
18 Major Gercino 3.279 285,7 11,5 Majorense
19 Anitápolis 3.214 542,1 5,9 Anitapolitano
20 São Bonifácio 3.008 460,4 6,5 São-bonifacense
21 Rancho Queimado 2.748 286,3 9,6 Rancho-queimadense
Total 994.095 7.355,5 135,1Fonte: IBGE, Censo 2010
Pontes de Florianópolis que
ligam a Ilha de Santa Catarina ao continente P.A.
44
Acima: casario açoriano em São José. Abaixo: casa de campo do governador Hercílio Luz, em Rancho Queimado
Z.P.
Z.P.
45
Acima: figueira centenária da Praça
15 de Novembro, em Florianópolis.Ao lado: Praia do Sonho, Ponta do
Papagaio e Praia da Pinheira, em Palhoça
Z.P.
T.E.
46
P.A.
47
Reserva Marinha do Pirajubaé, em Florianópolis
48
Vale do Itajaí A história do Vale do Itajaí é marcada pelo empreen-dedorismo e a obstinação dos imigrantes alemães em construir uma nova vida longe da terra natal. Essa in-fluência continua mais viva do que nunca em cidades como Blumenau, Brusque e Gaspar, polos têxteis que são o berço de várias empresas reconhecidas internacio-nalmente, e Pomerode, onde a maior parte da popula-ção é fluente no idioma dos antepassados.
O orgulho pelas origens
é simbolizado pela realização
anual da Oktoberfest, em Blu-
menau, embalada por cerveja,
comida e danças típicas. Trata-
se do carro-chefe de uma série
de festas organizadas pelos cata-
rinenses no mês de outubro. A
primeira edição da Oktoberfest
ocorreu em 1984, para ajudar a
cidade a recuperar o ânimo e as
finanças depois das grandes en-
chentes que haviam ocorrido no
Vale do Itajaí. Desde então, 20
milhões de pessoas já participa-
ram do evento, que se estende
por quase três semanas e atrai
visitantes de todos os cantos do
Brasil e também do exterior.
Já em Itajaí, colonizada
principalmente por açorianos,
as atividades econômicas es-
tão diretamente relacionadas
ao mar. Com um dos índices
de desenvolvimento mais al-
tos do país ao longo da últi-
ma década, a cidade explora a
pesca (73.300 toneladas por
ano, cerca de 60% da produção
catarinense) e sedia um porto
estratégico para as exportações
brasileiras – em decorrência
disso, muitas empresas especia-
lizadas em logística estão se ins-
talando na região. A excelente
infraestrutura de transportes do
Vale é reforçada pelo aeroporto
de Navegantes, que vem se con-
solidando como um dos mais
importantes do Sul do Brasil.
Balneário Camboriú é outra
cidade litorânea da região, co-
nhecida em todo o país como
um dos destinos turísticos mais
agitados do verão. Com suas
belas praias e ar cosmopolita,
simbolizado pelos arranha-céus
da Avenida Atlântica e a profu-
são de restaurantes e casas no-
turnas, o município tem estru-
tura para receber um milhão de
pessoas simultaneamente. Essa
marca, que corresponde a quase
dez vezes sua população regular,
é alcançada especialmente nos
meses de dezembro e janeiro.
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Vale do ItajaíPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)Gentílico
1 Blumenau 309.011 518,5 596,0 Blumenauense
2 Itajaí 183.373 288,3 636,0 Itajaiense
3 Balneário Camboriú 108.089 46,2 2.339,6 Praiano
4 Brusque 105.503 283,2 372,5 Brusquense
5 Camboriú 62.361 212,3 293,7 Camboriuense
6 Rio do Sul 61.198 260,4 235,0 Rio-sulense
7 Navegantes 60.556 112,0 540,7 Navegantino
8 Gaspar 57.981 386,8 149,9 Gasparense
9 Indaial 54.854 430,8 127,3 Indaialense
10 Itapema 45.797 57,8 792,3 Itapemense
11 Timbó 36.774 127,4 288,6 Timboense
12 Pomerode 27.759 214,7 129,3 Pomerodense
13 Penha 25.141 58,8 427,6 Penhense
14 Barra Velha 22.386 140,1 159,8 Barra-velhense
15 Ituporanga 22.250 336,9 66,0 Ituporanguense
16 Guabiruba 18.430 174,7 105,5 Guabirubense
17 Ibirama 17.330 247,3 70,1 Ibiramense
18 Taió 17.260 692,9 24,9 Taioense
19 Balneário Piçarras 17.078 99,4 171,8 Piçarrense
20 Porto Belo 16.083 93,6 171,8 Porto-belense
21 Presidente Getúlio 14.887 294,3 50,6 Getulense
22 Pouso Redondo 14.810 359,4 41,2 Pouso-redondense
23 Bombinhas 14.293 35,9 398,1 Bombinense
24 Ilhota 12.355 252,9 48,9 Ilhotense
25 Rodeio 10.922 129,9 84,1 Rodeiense
26 Luiz Alves 10.438 259,9 40,2 Luiz-alvense
27 Benedito Novo 10.336 388,8 26,6 Benedito-novense
28 Rio dos Cedros 10.284 554,1 18,6 Rio-cedrense
29 Lontras 10.244 197,1 52,0 Lontrense
30 Apiúna 9.600 493,3 19,5 Apiunense
31 Agrolândia 9.323 207,6 44,9 Agrolandense
32 Ascurra 7.412 110,9 66,8 Ascurrense
33 Salete 7.370 179,3 41,1 Saletense
34 Rio do Oeste 7.090 247,8 28,6 Riense-do-oeste
35 Trombudo Central 6.553 108,6 60,3 Trombudense
36 Vidal Ramos 6.290 342,9 18,3 Vidal-ramense
37 Rio do Campo 6.192 506,2 12,2 Rio-campense
38 Petrolândia 6.131 305,9 20,0 Petrolandense
39 Laurentino 6.004 79,6 75,4 Laurentinense
40 Imbuia 5.707 123,0 46,4 Imbuiense
41 Aurora 5.549 206,6 26,9 Aurorense
42 Vitor Meireles 5.207 370,5 14,1 Vitor-meirelense
43 Agronômica 4.904 130,5 37,6 Agronomense
44 José Boiteux 4.721 405,2 11,7 José-boatense
45 Botuverá 4.468 296,2 15,1 Botuveraense
46 Dona Emma 3.721 181,2 20,5 Donemense
47 Doutor Pedrinho 3.604 374,6 9,6 Pedrinhense
48 Witmarsum 3.600 152,0 23,7 Witmarsumense
49 Braço do Trombudo 3.457 90,3 38,3 Braço-trombudense
50 São João do Itaperiú 3.435 151,4 22,7 Itaperiuense
51 Atalanta 3.300 94,2 35,0 Atalantense
52 Chapadão do Lageado 2.762 124,8 22,1 Lageadense
53 Mirim Doce 2.513 335,7 7,5 Mirindocense
54 Presidente Nereu 2.284 225,7 10,1 Nereusense
Total 1.508.980 13.098,4 115,2 Fonte: IBGE, Censo 2010
50
Anoitecer em Blumenau
Beto Carrero World, maior parque temático da América Latina, na cidade de Penha
T.E.
Beto
Car
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gaçã
o
Acima: vista panorâmica de Balneário Camboriú. Ao lado: Brusque, importante polo têxtil do Estado.Abaixo: Porto de Itajaí
Z.P.
N.E.P.A.
51
52
Oeste A agroindústria é a principal atividade econômica do Oeste catarinense, berço de importantes empresas brasileiras do setor de alimentos. Trata-se de um dos mais relevantes polos de avicultura, produção de leite e criação de suínos do país. A agricultura se baseia no modelo familiar e é concentrada na produção de grãos, especialmente milho, soja e feijão – uma das exceções fica por conta da cidade de Fraiburgo, maior produtora brasileira de maçãs.
Com crescimento acelerado
nas últimas décadas, Chapecó
– sexto município catarinense
mais populoso –, é o principal
centro do Oeste catarinense.
Outras cidades importantes da
região, como Caçador, Concór-
dia, Videira e Xanxerê, seguem
modelo semelhante de desen-
volvimento, com progressiva ur-
banização e investimentos cons-
tantes em infraestrutura.
A ligação do aeroporto de
Chapecó a Florianópolis e dali
às principais cidades do país,
por meio de voos diários, con-
tribuiu decisivamente para re-
duzir a sensação de isolamen-
to dos habitantes do Oeste. O
êxodo ao qual muitos jovens
da região eram obrigados a se
lançar para continuar os estu-
dos em outras partes de Santa
Catarina ou em outros Esta-
dos foi reduzido pela instala-
ção de diversas instituições de
ensino superior.
Colonizado em grande parte
por gaúchos de origem italiana
e alemã, o Oeste catarinense
tem 118 cidades, número que
equivale a 40% do total catari-
nense. A maior parte delas não
chegou ainda à marca de 10.000
habitantes, dado que sintetiza o
grande potencial de desenvolvi-
mento projetado para a região
nas próximas décadas.
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OestePosição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)Gentílico
1 Chapecó 183.530 626,1 293,1 Chapecoense
2 Caçador 70.762 984,3 71,9 Caçadorense
3 Concórdia 68.621 799,9 85,8 Concordense
4 Videira 47.188 380,3 124,1 Videirense
5 Xanxerê 44.128 377,8 116,8 Xanxerense
6 São Miguel do Oeste 36.306 234,1 155,1 Miguel-oestino
7 Fraiburgo 34.553 547,9 63,1 Fraiburgense
8 Joaçaba 27.020 232,2 116,4 Joaçabense
9 Xaxim 25.713 293,3 87,7 Xaxiense
10 Maravilha 22.101 171,3 129,0 Maravilhense
11 São Lourenço do Oeste 21.792 360,5 60,4 Lourencense/Lourenciano
12 Herval d’Oeste 21.239 217,3 97,7 Hervalense
13 Capinzal 20.769 244,2 85,0 Capinzalense
14 Abelardo Luz 17.100 953,1 17,9 Abelardo-lusense
15 Seara 16.936 311,4 54,4 Searaense
16 Pinhalzinho 16.332 128,2 127,4 Pinhalense
17 Palmitos 16.020 352,5 45,4 Palmitense
18 Itapiranga 15.409 282,7 54,5 Itapiranguense
19 Dionísio Cerqueira 14.811 379,2 39,1 Cerqueirense
20 São José do Cedro 13.684 281,0 48,7 Cedrense
21 Lebon Régis 11.838 941,5 12,6 Lebon-regense
22 Ponte Serrada 11.031 564,5 19,5 Ponte-serradense
23 Faxinal dos Guedes 10.661 339,7 31,4 Faxinalense
24 Cunha Porã 10.613 217,9 48,7 Cunha-porense
25 Guaraciaba 10.498 330,4 31,8 Guaraciabense
26 São Carlos 10.291 161,3 63,8 São-carlense
27 Quilombo 10.248 280,3 36,6 Quilombense
28 Mondaí 10.231 202,1 50,6 Mondaiense
29 Coronel Freitas 10.213 234,0 43,6 Freitense/Freitano
30 Catanduvas 9.555 197,3 48,4 Catanduvense
31 Irani 9.531 325,7 29,3 Iraniense
32 São Domingos 9.491 384,6 24,7 Dominguense
33 Campo Erê 9.370 479,1 19,6 Campo-erense
34 Saudades 9.016 206,6 43,6 Saudadense
35 Tangará 8.674 388,2 22,3 Tangaraense
36 Descanso 8.634 286,1 30,2 Descansense
37 Iporã do Oeste 8.409 199,7 42,1 Iporã-oestino
38 Palma Sola 7.765 330,1 23,5 Palma-solense
39 Ouro 7.372 213,7 34,5 Ourense
40 Ipumirim 7.220 247,4 29,2 Ipumiriense
41 Água Doce 6.961 1.314,3 5,3 Água-docense
42 Ipuaçu 6.798 260,9 26,1 Ipuaçuense
43 Itá 6.426 165,8 38,8 Itaense
44 Anchieta 6.380 228,3 27,9 Anchietense
45 Treze Tílias 6.341 186,6 34,0 Treze-tiliense
46 Caibi 6.219 174,8 35,6 Caibiense
47 Rio das Antas 6.143 318,0 19,3 Rio-antense
48 Águas de Chapecó 6.110 139,8 43,7 Chapecoense-das-águas
49 São João do Oeste 6.036 163,3 37,0 São-joanense
50 Luzerna 5.600 118,4 47,3 Luzernense
51 Romelândia 5.551 225,9 24,6 Romelandino
52 Guarujá do Sul 4.908 100,2 49,0 Guarujaense
53 Riqueza 4.838 192,0 25,2 Riquezense
54 Vargem Bonita 4.793 298,5 16,1 Vargembonitense
55 Piratuba 4.786 146,0 32,8 Piratubense
56 Ipira 4.752 154,6 30,7 Ipirense
57 Guatambu 4.679 205,9 22,7 Guatambuense
58 Lindóia do Sul 4.642 188,6 24,6 Lindoiense
59 Tunápolis 4.633 133,2 34,8 Tunapolitano
53
54
Posição Município População Área (km²) Densidade demográfica (habitantes/km²)
Gentílico
60 Passos Maia 4.425 619,2 7,1 Passosmaiense
61 Caxambu do Sul 4.411 140,7 31,4 Caxambuense
62 Erval Velho 4.352 207,4 21,0 Ervalense
63 Salto Veloso 4.301 105,1 40,9 Velosoense
64 Nova Erechim 4.275 64,9 65,9 Nova Erechinense
65 Nova Itaberaba 4.267 137,5 31,0 Nova Itaberabense
66 Iraceminha 4.253 163,2 26,1 Iraceminhense
67 Arabutã 4.193 132,8 31,6 Arabutanense
68 Xavantina 4.142 216,7 19,1 Xavantinense
69 Paraíso 4.080 181,2 22,5 Paraisense
70 Modelo 4.045 91,1 44,4 Modelense
71 Jaborá 4.041 191,9 21,1 Jaboraense
72 Saltinho 3.961 156,5 25,3 Saltinhense
73 Cordilheira Alta 3.767 82,9 45,4 Cordilheiraltense
74 Vargeão 3.532 166,6 21,2 Vargeonense
75 Arroio Trinta 3.502 94,3 37,1 Arroio-trintense
76 Galvão 3.472 122,0 28,5 Galvãoense
77 Calmon 3.387 638,2 5,3 Calmonense
78 Ibicaré 3.373 155,8 21,6 Ibicareense
79 Serra Alta 3.285 92,3 35,6 Serra-altense
80 Pinheiro Preto 3.147 65,9 47,8 Pinheirense
81 Entre Rios 3.018 104,5 28,9 Entrerriense
82 Peritiba 2.988 95,8 31,2 Peritibense
83 União do Oeste 2.910 92,6 31,4 União-oestense
84 Bandeirante 2.906 147,4 19,7 Bandeirantense
85 Santa Terezinha do Progresso 2.896 118,8 24,4 Terezinhano
86 Matos Costa 2.839 433,1 6,6 Matos-costense
87 Sul Brasil 2.766 112,9 24,5 Sul brasilense
88 Princesa 2.758 86,2 32,0 Princesense
89 Novo Horizonte 2.750 151,9 18,1 Novo-horizontino
90 Iomerê 2.739 113,8 24,1 Iomerense
91 São Bernardino 2.677 144,9 18,5 Bernardinense
92 Planalto Alegre 2.654 62,5 42,5 Planaltoalegrense
93 Belmonte 2.635 92,4 28,5 Belmontense
94 Formosa do Sul 2.601 100,1 26,0 Formoense do sul
95 Bom Jesus 2.526 63,5 39,8 Bonjesuense
96 Coronel Martins 2.458 107,3 22,9 Coronel martiense
97 Águas Frias 2.424 76,1 31,9 Aguasfriense
98 Santa Helena 2.382 81,7 29,2 Santaelenense
99 Ouro Verde 2.271 189,2 12,0 Ouro-verdense
100 Arvoredo 2.260 90,8 24,9 Arvoredense
101 Marema 2.203 104,1 21,2 Maremense
102 Lacerdópolis 2.199 68,9 31,9 Lacerdopolitano
103 Jupiá 2.148 92,1 23,3 Jupiaense
104 Bom Jesus do Oeste 2.132 67,1 31,8 Bonjesuense
105 Irati 2.096 78,3 26,8 Iratiense
106 Alto Bela Vista 2.005 104,0 19,3 Bela-vistense
107 Ibiam 1.945 146,7 13,3 Ibianense
108 São Miguel da Boa Vista 1.904 71,4 26,7 Boa-vistense
109 Cunhataí 1.882 55,8 33,7 Cunhataiense
110 Barra Bonita 1.878 93,5 20,1 Barrabonitense
111 Macieira 1.826 259,6 7,0 Macieirense
112 Jardinópolis 1.766 67,7 26,1 Jardinopolense
113 Paial 1.763 85,8 20,5 Paialense
114 Tigrinhos 1.757 57,9 30,3 Tigrinhense
115 Presidente Castello Branco 1.725 65,6 26,3 Castelinense
116 Flor do Sertão 1.588 58,9 27,0 Flor-sertanense
117 Lajeado Grande 1.490 65,3 22,8 Lageado grandense
118 Santiago do Sul 1.465 73,8 19,9 Santiaguense
Total 1.200.712 27.310,8 44,0Fonte: IBGE, Censo 2010
55Igreja Matriz e monumento O Desbravador, em Chapecó
Agroindústria, base da economia da região
E.L.
S.V.
56
Norte Na região Norte estão o maior município catarinense – Joinville, o único do Estado a ter superado a marca de 500.000 habitantes, colonizado principalmente por alemães a partir de meados do século 19 – e também a cidade mais antiga de Santa Catarina e uma das mais antigas do país, a litorânea São Francisco do Sul, visi-tada pelos europeus desde o início do século 16 e coloni-zada ao longo de sua história por açorianos, espanhóis e franceses. Esses dois municípios sintetizam a grande diversidade cultural da região, característica que se es-tende também à economia.
Joinville e sua vizinha Jara-
guá do Sul formam o principal
polo industrial de Santa Catari-
na e um dos mais importantes
do Brasil, com destaque para
o setor metalomecânico. Em-
presas nascidas na região torna-
ram-se conhecidas em todo o
país e expandiram sua presença
e suas vendas para o mercado
global. O estilo de gestão das
empresas do Norte catarinense
é reconhecido pela combinação
bem-sucedida entre atualização
tecnológica, visão de mercado e
simplicidade nas relações – ter-
no e gravata não fazem parte do
dia a dia corporativo e há incen-
tivo ao contato direto e infor-
mal entre operários e diretores.
Outro setor econômico re-
levante do Norte catarinense é
o moveleiro, concentrado es-
pecialmente nos municípios de
São Bento do Sul e Rio Negri-
nho – as duas cidades, juntas,
reúnem mais de 200 fabrican-
tes e revendedores de móveis.
O agronegócio se faz presente
como base da economia de ci-
dades como Canoinhas e Ma-
fra. Já a histórica São Francisco
do Sul vive em torno de seu
porto, um dos mais movimen-
tados do Brasil.
209
25
5
26
24
23
13
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412
73
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8
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10 22
6
1516
19
6
57
NORTEPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²) Gentílico
1 Joinville 515.288 1.126,1 457,6 Joinvilense
2 Jaraguá do Sul 143.123 529,5 270,3 Jaraguaense
3 São Bento do Sul 74.801 501,6 149,1 São-bentense
4 Mafra 52.912 1.404,0 37,7 Mafrense
5 Canoinhas 52.765 1.140,4 46,3 Canoinhense
6 São Francisco do Sul 42.520 498,6 85,3 Francisquense
7 Rio Negrinho 39.846 907,3 43,9 Rio-negrinhense
8 Guaramirim 35.172 268,5 131,0 Guaramirense
9 Porto União 33.493 845,3 39,6 Porto-unionense
10 Araquari 24.810 384,0 64,6 Araquariense
11 Itaiópolis 20.301 1.295,4 15,7 Itaiopolense
12 Três Barras 18.129 437,6 41,4 Três-barrense
13 Papanduva 17.928 747,9 24,0 Papanduvense
14 Schroeder 15.316 164,4 93,2 Cheredense
15 Itapoá 14.763 248,4 59,4 Itapoaense
16 Garuva 14.761 502,0 29,4 Garuvense
17 Massaranduba 14.674 374,1 39,2 Massarandubense
18 Corupá 13.852 402,8 34,4 Corupaense
19 Campo Alegre 11.748 499,1 23,5 Campo-alegrense
20 Irineópolis 10.448 589,6 17,7 Irineopolitense
21 Santa Terezinha 8.767 715,3 12,3 Terezinhense
22 Balneário Barra do Sul 8.430 111,3 75,7 Barrassulense
23 Monte Castelo 8.346 573,6 14,6 Monte-castelense
24 Major Vieira 7.479 525,5 14,2 Major-vieirense
25 Timbó Grande 7.167 598,5 12,0 Timbó-grandense
26 Bela Vista do Toldo 6.004 538,1 11,2 Bela vistense
Total 1.212.843 15.928,9 76,1Fonte: IBGE, Censo 2010
Polo metalomecânico é destaque da
economia no Norte catarinense
Z.P.T.E.
58 Palácio dos Príncipes, Joinville
Igreja Matriz de São Bento do SulZ.P. Z.P.
Z.P.
Cachoeira Rio dos Pardos, Porto UniãoZ.P.
59
60
Sul O Sul catarinense tem economia bastante diversificada. No que diz respeito a setores industriais, os destaques são o cerâmico e o de vestuário, ambos liderados por Cri-ciúma, seu maior município. Imbituba tem o único porto público do Brasil administrado por uma empresa privada, estrutura que ganha força como uma das me-lhores opções do Sul do país para a movimentação de cargas. Na maior parte dos demais municípios da região, a principal sustentação econômica é a agricultura, com cultivo principalmente de milho, feijão e arroz.
Contemplado por uma série
de belezas naturais, o Sul tem
parte considerável de sua renda
durante os meses de verão pro-
veniente do turismo. Redutos
como Balneário Rincão, em
Içara, Morro dos Conventos,
em Araranguá, e Praia do Rosa,
entre Imbituba e Garopaba, são
frequentados no período de ca-
lor por um grande número de
visitantes, vindos sobretudo do
Estado vizinho, o Rio Grande
do Sul. A cidade de Laguna,
terra de Anita Garibaldi, encan-
ta pelo centro histórico preser-
vado, pelas lindas praias e por
monumentos como o Farol de
Santa Marta, erguido no final
do século 19.
A região Sul de Santa Catari-
na foi colonizada predominan-
temente por italianos, cultura
que se faz presente até hoje na
arquitetura, música e gastrono-
mia em cidades como Urussan-
ga, Nova Veneza e Orleans. O
vinho, uma das heranças mais
celebradas, continua sendo pro-
duzido artesanalmente em di-
versas localidades, como símbo-
lo permanente do valor que os
habitantes do Sul dão às origens
e à memória dos pioneiros.
30
31
34
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1425
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9
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20
24 44
828
61
SulPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)Gentílico
1 Criciúma 192.308 235,7 815,9 Criciumense
2 Tubarão 97.235 301,8 322,2 Tubaronense
3 Araranguá 61.310 303,3 202,1 Araranguaense
4 Içara 58.833 293,6 200,4 Içarense
5 Laguna 51.562 441,6 116,8 Lagunense
6 Imbituba 40.170 182,9 219,6 Imbitubense
7 Braço do Norte 29.018 211,9 136,9 Braço-nortense
8 Sombrio 26.613 143,3 185,7 Sombriense
9 Forquilhinha 22.548 183,1 123,1 Forquilhense
10 Capivari de Baixo 21.674 53,3 406,6 Capivariense
11 Orleans 21.393 548,8 39,0 Orleanense
12 Urussanga 20.223 254,9 79,3 Urussanguense
13 Garopaba 18.138 115,4 157,2 Garopabense
14 Jaguaruna 17.290 328,3 52,7 Jaguarunense
15 Morro da Fumaça 16.126 83,1 194,1 Fumacense
16 Cocal do Sul 15.159 71,1 213,2 Cocalense
17 Lauro Müller 14.367 270,8 53,1 Lauro-milense
18 Nova Veneza 13.309 295,0 45,1 Veneziano
19 Siderópolis 12.998 261,7 49,7 Sideropolitano
20 Turvo 11.854 235,5 50,3 Turvense
21 Imaruí 11.672 542,6 21,5 Imaruense
22 São Ludgero 10.993 107,7 102,1 São-ludgerense
23 Gravatal 10.635 164,8 64,5 Gravatalense
24 Jacinto Machado 10.609 431,4 24,6 Jacinto-machadense
25 Sangão 10.400 82,9 125,5 Sangãoense
26 Balneário Arroio do Silva 9.586 95,3 100,6 Arroio-silvense
27 Balneário Gaivota 8.234 145,8 56,5 Gaivotense
28 Santa Rosa do Sul 8.054 151,0 53,3 Santa-rosense
29 Armazém 7.753 173,6 44,7 Armazenense
30 Praia Grande 7.267 284,1 25,6 Praia-grandense
31 São João do Sul 7.002 183,4 38,2 João-sulense
32 Meleiro 7.000 187,1 37,4 Meleirense
33 Treze de Maio 6.876 161,7 42,5 Treze-maioense
34 Passo de Torres 6.627 95,1 69,7 Passotorrense
35 Maracajá 6.404 62,5 102,5 Maracajaense
36 Grão-Pará 6.223 338,2 18,4 Grão-paraense
37 Timbé do Sul 5.308 330,1 16,1 Timbeense
38 Rio Fortuna 4.446 302,9 14,7 Rio-fortunense
39 Pedras Grandes 4.107 159,3 25,8 Pedras-grandense
40 Treviso 3.527 157,1 22,5 Trevisano
41 São Martinho 3.209 223,9 14,3 São-martinhense
42 Morro Grande 2.890 258,2 11,2 Morrograndense
43 Santa Rosa de Lima 2.065 202,0 10,2 Rosa-limense
44 Ermo 2.050 63,4 32,3 Ermense
Total 925.065 9.719,2 95,2Fonte: IBGE, Censo 2010
62Dunas em Jaguaruna
E.M.
E.L.
Carro de boi em Orleans
A singeleza de GaropabaZ.P.
63
64
Z.P.
Praia do Rosa, em Imbituba
65
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6
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1712
23
320
9 27
221
22
2510
7
SerraOs vastos campos da Serra catarinense contrastam com os cenários litorâneos, a menos de 100 km de distân-cia. A possibilidade de viajar de um lugar ao outro em apenas duas horas de estrada demonstra a incrível diversidade de paisagens encontradas em Santa Ca-tarina. Enquanto o litoral é associado a sol e calor, a Serra é sempre lembrada pelas paisagens de inverno – trata-se da única região do país onde neva pratica-mente todos os anos.
São Joaquim, conhecida
como a cidade mais fria do
Brasil, com temperatura média
anual de apenas 13 graus centí-
grados e registros frequentes de
quedas abaixo de zero, recebe
muitos visitantes entre junho e
agosto. Esses turistas aguardam
a oportunidade de testemunhar
um fenômeno inusitado para a
maioria dos habitantes de um
país predominantemente tro-
pical e brincam nas ruas feito
crianças quando surgem os pri-
meiros flocos de neve.
Lages, principal cidade da
região, foi fundada no final do
século 18 para marcar a ocupa-
ção da região pelos portugueses
e evitar que fosse tomada pelos
espanhóis. Hoje, visitantes são
muito bem-vindos, tanto que
Lages é considerada a capital
brasileira do turismo rural, com
diversas opções de hospedagem
em hotéis-fazenda e pousadas
charmosas. Nesses estabeleci-
mentos, o hóspede vive o coti-
diano da vida na Serra, pratican-
do atividades como ordenhar
vacas e percorrer trilhas a cavalo.
A vizinha Urubici tornou-se co-
nhecida como palco de esportes
radicais – praticados na água,
como canoagem; na terra, como
rapel e mountain bike; ou no
céu, a exemplo de voo livre.
A atividade madeireira e de
celulose sempre foi uma das ba-
ses econômicas da região serrana
e continua sendo relevante, devi-
damente adaptada às exigências
atuais de sustentabilidade. A bai-
xa ocupação demográfica facilita
também a pecuária, que depende
de áreas amplas para a criação de
gado. Campos Novos, com vas-
to território apto à agricultura,
é conhecida como o “celeiro”
de Santa Catarina pela grande
produtividade de grãos, especial-
mente milho, soja e trigo. Nos
últimos anos, a região tornou-se
produtora de vinhos finos, cuja
qualidade tem sido muito elogia-
da pelos especialistas.
67
SerraPosição Município População Área (km²) Densidade demográfica
(habitantes/km²)Gentílico
1 Lages 156.727 2.631,5 59,6 Lageano
2 Curitibanos 37.748 948,7 39,8 Curitibanense
3 Campos Novos 32.824 1.719,4 19,1 Campos-novense
4 São Joaquim 24.812 1.892,3 13,1 Joaquinense
5 Otacílio Costa 16.337 845,0 19,3 Otaciliense
6 Santa Cecília 15.757 1.145,8 13,8 Ceciliense
7 Correia Pinto 14.785 651,1 22,7 Correia-pintense
8 Urubici 10.699 1.017,6 10,5 Urubiciense
9 Monte Carlo 9.312 193,5 48,1 Montecarlense
10 São José do Cerrito 9.273 944,9 9,8 Cerritense
11 Bom Retiro 8.942 1.055,6 8,5 Bom-retirense
12 Anita Garibaldi 8.623 587,8 14,7 Anita-garibaldense
13 Campo Belo do Sul 7.483 1.027,7 7,3 Campo-belense
14 São Cristóvão do Sul 5.012 351,1 14,3 São-cristovense
15 Ponte Alta 4.894 569,0 8,6 Ponte-altense
16 Bom Jardim da Serra 4.395 935,9 4,7 Bom-jardinense
17 Cerro Negro 3.581 417,3 8,6 Cerronegrense
18 Ponte Alta do Norte 3.303 399,2 8,3 Norte pontealtense
19 Bocaina do Sul 3.290 512,8 6,4 Bocainense
20 Zortéa 2.991 189,7 15,8 Zorteense
21 Brunópolis 2.850 337,0 8,5 Brunopolitense
22 Vargem 2.808 350,1 8,0 Vargense
23 Celso Ramos 2.771 208,3 13,3 Celso-ramense
24 Capão Alto 2.753 1.335,8 2,1 Capão altense
25 Abdon Batista 2.653 235,8 11,3 Abdonense
26 Urupema 2.482 350,0 7,1 Urupemense
27 Frei Rogério 2.474 159,2 15,5 Frei rogeriense
28 Rio Rufino 2.436 282,5 8,6 Rio rufinense
29 Palmeira 2.373 289,3 8,2 Palmeirense
30 Painel 2.353 740,1 3,2 Painelense
Total 406.741 22.324,0 18,2Fonte: IBGE, Censo 2010
Neve e maçãs: elementos da
identidade serrana
A.F. C.F.
68
Z.P.
69
Pedra Furada, em Urubici
70
Infraestrutura
Com localização privilegia-
da entre os dois principais cen-
tros econômicos da América do
Sul – São Paulo e Buenos Aires
–, o Estado de Santa Catarina
está inteiramente conectado
com o Brasil e com o mundo.
Seus aeroportos têm linhas
diárias com países da América
do Sul e com as maiores cida-
des brasileiras – e destas com
os principais destinos ao redor
do planeta. Suas rodovias inter-
ligam o território catarinense e
conduzem, de forma eficiente e
segura, aos Estados e países vi-
zinhos. Seus portos são muito
importantes para o transporte
de cargas e para as exportações
brasileiras, enquanto as ferrovias
estão ganhando novo impulso
com os projetos anunciados pelo
Governo Federal.
A infraestrutura de energia
e telecomunicações assegura
todas as condições necessárias
à população e às empresas que
decidem investir em Santa Ca-
tarina. Estatais como as Cen-
trais Elétricas de Santa Cata-
rina (Celesc) e a Companhia
Catarinense de Águas e Sanea-
mento (Casan) estão entre as
mais eficientes do país.
A infraestrutura de Santa Catarina é uma
das melhores do Brasil
Z.P.
71J.T.
Acima: Rodovia SC-473, em Lindóia do Sul.
Ao lado: Usina Hidrelétrica Palmeiras,
em Rio dos Cedros
Secom/Divulgação
Celesc/D
ivulgação
72
Rodovias
O sistema rodoviário de San-
ta Catarina totaliza quase 62.800
km, dos quais 6.800 km são
pavimentados – extensão que
permite a interligação eficiente
e segura entre as regiões do Esta-
do, além da conexão com os vi-
zinhos Paraná e Rio Grande do
Sul e o acesso à Argentina, pela
região Oeste. A frota catarinen-
se é composta ao todo por 3,9
milhões de veículos, incluindo
280.000 veículos de carga.
As estradas catarinenses es-
tão em melhores condições ge-
rais do que a média brasileira.
Uma detalhada pesquisa divul-
gada pela Confederação Na-
cional dos Transportes (CNT)
mostrou que 53,6% dos trechos
pavimentados em Santa Catari-
na estão em bom ou ótimo esta-
do, contra 42,6% do país como
um todo. As principais rodovias
catarinenses receberam avalia-
ção geral positiva.
Asfaltada em 2013, a Rodovia SC-112, entre Urupema e Rio Rufino,
é a mais alta do Estado e contribui para o turismo na região Serrana
J.T.
Secom/D
ivulgação
73
Ferrovias
Santa Catarina tem 1.365
km de trilhos dedicados ao
transporte de cargas, operados
por duas concessionárias. A
América Latina Logística (ALL)
detém 1.201 km no Estado,
em duas ferrovias que cortam o
território no sentido norte-sul,
passando ambas pela cidade de
Mafra – tradicional entronca-
mento logístico catarinense – e
dali seguindo em direção aos
portos de São Francisco do Sul
(SC) e Paranaguá (PR). Essas
ferrovias transportam princi-
palmente combustíveis, soja e
outros produtos agrícolas. Já a
Ferrovia Tereza Cristina, com
164 km de extensão, liga mu-
nicípios do Sul catarinense ao
porto de Imbituba (SC), tendo
como carga principalmente car-
vão e coque.
O Governo Federal anun-
ciou recentemente a constru-
ção de duas novas ferrovias em
território catarinense, dentro
do Programa de Investimentos
em Logística, a ser executado
em parceria com a iniciativa
privada – que ficará respon-
sável pela construção e terá
garantia de compra da capaci-
dade de transporte pela estatal
Valec. Uma das novas ferrovias
ligará Mafra à cidade de Ma-
racaju (MS), cruzando toda a
porção Oeste do território pa-
ranaense. Mafra estará também
no caminho da outra ferrovia
projetada, que ligará São Paulo
(SP) a Rio Grande (RS), cor-
tando o território catarinense
no sentido norte-sul.
Transporte ferroviário: projetos
de expansão
E.M.
Aeroportos
Quatro dos 67 aeroportos
administrados pela Empre-
sa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero) estão
em Santa Catarina. Juntos, os
aeroportos de Florianópolis,
Navegantes, Joinville e Criciú-
ma/Forquilhinha transportam
anualmente mais de 5 milhões
de passageiros, em quase 95.000
voos. O Estado conta ainda com
outros 17 aeródromos públicos e
oito privados. Entre esses, desta-
ca-se o Aeroporto Municipal de
Chapecó, que tem linhas regu-
lares operadas por grandes com-
panhias aéreas e é de grande im-
portância para as regiões Oeste
de Santa Catarina, Sudoeste do
Paraná e Noroeste do Rio Gran-
de do Sul.
O Aeroporto Internacional
Hercílio Luz, em Florianópo-
lis, é o 14º mais movimentado
do país e o 7º em tráfego inter-
nacional – 6,4% dos quase 3,4
milhões de passageiros que pas-
saram por ele em 2012 estavam
indo ou chegando do exterior.
O aeroporto da capital catari-
nense está sendo ampliado e
passará da capacidade anual de
4,1 milhões para 10,8 milhões
de passageiros. A principal obra
prevista é a construção de um
novo terminal de passageiros,
que aumentará a área dessa es-
trutura dos atuais 8.800 m²
para 33.800 m².
Aeroportos de Santa CatarinaAeroporto Passageiros/ano Voos/ano Carga aérea (kg/ano) Mala postal (kg/ano)
Florianópolis 3.395.256 56.086 1.436.903 4.920.943
Navegantes 1.277.486 24.485 1.731.886 0
Joinville 423.122 10.106 1.176.865 0
Criciúma/Forquilhinha 36.391 3.711 0 0
Fonte: Infraero (Anuário Estatístico-Operacional de 2012)
Aeroporto de Florianópolis: mais de 3 milhões de passageiros por ano
P.A.
74
Portos
Santa Catarina conta com
três importantes portos que,
juntos, movimentam mais de 24
milhões de toneladas de cargas
por ano. Cada um desses portos
tem um modelo específico de
gestão. O de São Francisco do
Sul é uma autarquia estadual,
enquanto o de Itajaí teve a au-
toridade portuária concedida
ao município e o de Imbituba é
administrado pela Companhia
Docas de Imbituba, uma empre-
sa de capital aberto – sendo, des-
sa forma, o único porto público
do país sob responsabilidade de
uma organização privada.
Portos de Santa CatarinaPorto Movimento anual (toneladas)
São Francisco do Sul 11.233.182
Itajaí 11.225.526
Imbituba 2.311.731
Fontes: Respectivas autoridades portuárias (2012)
O Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea),
vinculado ao Governo Federal,
comparou 34 portos brasilei-
ros, analisando uma série de
aspectos que iam além do mo-
vimento de cargas – incluíam a
área de influência (local, regio-
nal ou nacional), a proporção
de exportações e o valor agre-
gado dos produtos movimen-
tados. Concluiu que o porto
de Itajaí é o quarto mais im-
portante do país, enquanto o
de São Francisco do Sul ocupa
a sétima posição e o de Imbitu-
ba está em 21º.
Porto de São Francisco do Sul, um dos mais importantes do Brasil
Z.P.
75
76
Telecomunicações
A presença de equipamentos
de telecomunicação nos domi-
cílios catarinenses está acima
da média nacional. Em Santa
Catarina, 98,4% das residên-
cias têm aparelho de televisão
(contra 96,9% no Brasil como
um todo), 94,6% contam com
telefone fixo (89,9% no país) e
55,8% dispõem de microcom-
putador (índice nacional de
42,9%), de acordo com núme-
ros da Pesquisa Nacional por
Amostragem por Domicílios
(Pnad), realizada pelo IBGE.
Santa Catarina tem 1,2 mi-
lhão de telefones fixos em fun-
cionamento – um para cada
cinco habitantes. Há também
8,1 milhões de celulares. Isso
significa que os catarinenses
dispõem de 13 aparelhos celula-
res para cada grupo de dez habi-
tantes. Apesar do amplo acesso
à telefonia móvel, existem ainda
33.800 telefones públicos, co-
nhecidos como “orelhões”, em
funcionamento no Estado.
Em julho de 2012, o Ibope
estimou em 2,7 milhões a quan-
tidade de usuários regulares de
internet em Santa Catarina,
número equivalente a 43% da
população. Estão contempla-
dos nessa conta todos os locais
de acesso, incluindo institui-
ções de ensino, bibliotecas e lan
houses. Se for considerado ape-
nas quem acessa a rede em casa
ou no ambiente de trabalho, a
estimativa é de 2,4 milhões de
usuários regulares, equivalente
a 37% da população. As ope-
radoras que atuam no Estado
têm ampliado a abrangência
dos serviços de terceira geração
(3G), que incluem internet de
alta velocidade sem fio.
Com relação à TV por assi-
natura, o serviço está disponível
em 34 municípios catarinenses
– que juntos abrigam 54,8%
da população do Estado. Há
503.700 assinaturas do serviço
vigentes em Santa Catarina. De
acordo com a Associação Cata-
rinense de Emissoras de Rádio
e Televisão (Acaert), o Estado
tem 18 emissoras de TV – al-
gumas delas já oferecendo tec-
nologia HD, de alta definição
–, 114 emissoras de rádio FM e
108 emissoras AM.Santa CatarinaBrasil
Telecomunicações em SC*
Televisão
98,4%94,6%
55,8%
96,9%89,9%
42,9%
Telefone Fixo
(*) Índice de presença nos domicíliosMicrocomputador
Z.P.
77Capacidade instalada de geração elétrica (MW)Tipo Brasil SC Participação
catarinense (%)
Hidro 82.459 3.621 4,4
Termal 31.243 1.070 3,4
Eólica 1.425 206 14,5
Nuclear 2.007 - -
Total 117.134 4.899 4,2Fonte: EPE (Balanço Energético Nacional 2012)
Energia
Santa Catarina 41Resto do Brasil 59
41% 59%
Produção de Carvão Mineral Santa Catarina Resto do Brasil
Santa Catarina produz 2,3
milhões de toneladas de carvão
mineral por ano, volume equi-
valente a 41% do total nacional.
A distribuição de gás natural
no Estado tem sido ampliada ano
a ano com a atuação da SCGás.
Em 2011, a rede catarinense ga-
nhou 75 km adicionais, chegan-
do a 958 km, e a 57 municípios
– é o terceiro Estado do país com
maior rede. As vendas médias no
ano alcançaram 1,8 milhão de m³
por dia, acréscimo de 5% em re-
lação ao ano anterior.
No que diz respeito à geração
elétrica, Santa Catarina tem ca-
pacidade instalada de 4.899 me-
gawatts (MW), potência equiva-
lente a 4,2% do total nacional.
Trata-se de uma contribuição
proporcional à utilização de ele-
tricidade pelos catarinenses.
A capacidade instalada de
geração hidrelétrica em Santa
Catarina é de 3.621 MW – e
o potencial estimado é o dobro
disso, 7.232 MW. O Estado
tem se destacado como um dos
que mais investem em novas
modalidades de energia reno-
vável, com 14,5% da produção
nacional de energia eólica.
Abaixo: Usina Pery, em Curitibanos, que teve a potência ampliada de 4,4 MW para 30 MW em 2013.
Ao lado: Usina Bracinho, em Schroeder, com potência de 15 MW
Celesc/D
ivulgação
Celesc/Divulgação
78
Economia
O Produto Interno Bruto
(PIB) de Santa Catarina do-
brou em seis anos, chegando a
R$ 152,5 bilhões em 2010, úl-
timo ano contabilizado oficial-
mente até o fechamento desta
publicação. É o sétimo maior
PIB entre as 27 Unidades da
Federação do Brasil, correspon-
dente a 4% de todas as riquezas
produzidas no país. Já o PIB per
capita, R$ 24.398, é o quarto
Um indício do dinamismo
e da modernidade da economia
catarinense é a grande fatia do
PIB ocupada pelo setor terciá-
rio: 59,2% das riquezas catari-
nenses vêm do comércio e da
melhor do país – bem acima da
média nacional, R$ 19.766.
Os domicílios catarinenses
têm o terceiro melhor rendimen-
to entre as Unidades da Federa-
ção, segundo o último Censo –
cada domicílio de Santa Catarina
obtém, em média, R$ 2.636 por
mês, contra a média nacional de
R$ 2.222. Só Distrito Federal e
São Paulo têm desempenho su-
perior nesse aspecto.
prestação de serviços. Já o setor
secundário, representado pela
indústria, responde por uma
fatia também significativa, de
34,1%. A agropecuária, setor
primário, contribui com 6,7%.
Evolução do PIB catarinenseAno PIB (R$ bilhões) PIB per capita2002 55,7 9.969
2003 66,8 11.764
2004 77,4 13.403
2005 85,3 14.543
2006 93,1 15.633
2007 104,6 17.834
2008 123,3 20.369
2009 129,8 21.214
2010 152,5 24.398
Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)
Agropecuária 6,7Indústria 34,1Comércio e serviços 59,2
6,7%
34,1%
59,2%
Composição do PIB Catarinense (em %)
Agropecuária Indústria Comércio e serviços
79Porte das empresas
Tipo Trabalhadores (em milhares)
Estabelecimentos (em milhares)
Micro (até 19 empregados) 641,0 179,1
Pequeno (20 a 99 empregados) 454,6 11,8
Médio (100 a 499 empregados) 381,6 1,9
Grande (500 empregados ou mais) 492,4 0,3
Total 1.969,6 193,1Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)
A Agência de Fomento do Estado de Santa Cata-
rina (Badesc) é importante financiadora das empresas
e do setor público catarinenses, oferecendo emprésti-
mos de longo prazo e com taxas de juros competitivas.
Em 2011, emprestou R$ 407,7 milhões, aumento de
21% em relação ao ano anterior.
Micro e pequenas empresas também exercem um
papel importante na economia catarinense – são res-
ponsáveis por 55% dos empregos no Estado. De cada
100 empresas catarinenses, apenas uma tem 100 em-
pregados ou mais.
Número de empresas por setorSetor Empresas
(em milhares)Serviços 68
Indústria 31,9
Comércio 74,3
Construção civil 10,4
Agropecuária, extrativismo vegetal e pesca 8,5
Total 193,1Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)
Mão de obra empregada por setorSetor Trabalhadores
(em milhares)Serviços 796,5
Indústria 641,4
Comércio 392,0
Construção civil 94,5
Agropecuária, extrativismo vegetal e pesca 45,2
Total 1.969,6Fonte: Fiesc (SC em Dados, 2012)
80
Indústria
Qualquer brasileiro que
olhe para os lados dentro de
casa ou no ambiente de traba-
lho provavelmente encontrará
produtos de Santa Catarina.
Com um amplo leque de ativi-
dades, a produção catarinense
vai dos itens mais complexos,
como compressores de ar e
motores elétricos, àqueles que
fazem parte do cotidiano de
todos nós – carne de frango,
suínos e pescados, leite, maçã,
cebola, mel, geladeiras, móveis,
portas de madeira, cerâmicas
para revestimento, descartáveis
de plástico, embalagens de pa-
pel, camisetas, toalhas, tubos
de PVC, brinquedos, entre
muitos outros.
Participação dos principais setores na indústria catarinensePosição Produto % da indústria
catarinense
1 Alimentícios 16
2 Artigos de vestuário e acessórios 13,1
3 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 9,3
4 Produtos têxteis 8,3
5 Máquinas e equipamentos 6,7
6 Produtos de borracha e material plástico 6,2
7 Metalurgia básica 5,7
8 Produtos de minerais não metálicos 4,7
9 Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 4,4
10 Celulose, papel e produtos de papel 4,2
Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)
Participação da indústria no PIB estadualPosição Estado Participação (%)
1 Amazonas 43,9
2 Pará 41,4
3 Espírito Santo 36
4 Santa Catarina 34,1
5 Minas Gerais 33,6
Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)
Participação dos segmentos industriais no PIB catarinenseSegmento %
Indústria da transformação 22,6
Construção civil 5,7
Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza pública 5,3
Extrativa 0,5
Total 34,1Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil 2010)
81
A indústria contribui com
34,1% do PIB catarinense,
quarta maior participação entre
todas as Unidades da Federação.
O parque industrial do Estado
é o quarto do país em quanti-
dade de empresas e o quinto
em número de trabalhadores. À
frente do setor está a Federação
das Indústrias de Santa Cata-
rina (Fiesc), criada no início
da década de 1950 para defen-
der os interesses da indústria e
trabalhar por melhorias na in-
fraestrutura e na qualificação da
mão de obra.
A atividade industrial está
bem distribuída pelo território
catarinense. No Norte, há em-
presas de metalurgia, máquinas
e equipamentos, material elétri-
co, autopeças, plástico, confec-
ções e mobiliário. No Vale do
Itajaí, destaque para os setores
têxtil e naval. No Oeste, a ên-
fase está na indústria alimen-
tar e na fabricação de móveis.
No Sul, os principais setores
são o cerâmico, o carbonífero,
de vestuário e de descartáveis
plásticos. Na região serrana,
há concentração das atividades
madeireira e de celulose e pa-
pel. Na Grande Florianópolis, a
Tecnologia da Informação vem
ocupando um espaço cada vez
mais relevante.
Um terço do PIB catarinense vem
da indústria
WEG
/Divulgação
82
Alimentos e bebidas
Participação na indústria catarinense: 17,9%
Santa Catarina é o maior
produtor brasileiro de carne
suína (responsável por 23% da
produção nacional) e o segun-
do maior de carne de frango
(17,9% do total brasileiro).
Esses setores empregam, jun-
tos, 57.500 pessoas no Estado.
Muitas empresas de alimentos
que se tornaram conhecidas
em todo o país e até mesmo in-
ternacionalmente nasceram em
solo catarinense – origem que
corresponde a uma espécie de
“selo de qualidade” aos olhos
do mercado e dos consumido-
res. O Estado está também na
liderança do ranking de pesca
e aquicultura, com 14,5% da
produção nacional. O cultivo
de moluscos – mexilhões, os-
tras e vieiras – é o maior do
país. Santa Catarina é ainda o
principal produtor brasileiro
de maçã e cebola e está entre os
três primeiros em arroz, fumo,
banana e trigo.
Produção anual de pescados e aquicultura (em toneladas)Posição Estado Pesca Aquicultura Total % do total nacional
1 Santa Catarina 125.586 58.184 183.770 14,5
2 Pará 138.534 4.544 143.078 11,3
3 Bahia 91.713 22.817 114.530 9,1
4 Ceará 32.890 59.311 92.201 7,3
5 Rio Grande do Sul 31.219 55.086 86.305 6,8
Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)
Produção anual de carne suínaPosição Estado Produção
(mil toneladas)% do total nacional
1 Santa Catarina 782 23
2Rio Grande
do Sul602 17,7
3 Paraná 530 15,6
4 Minas Gerais 428 12,6
5 Mato Grosso 187 5,5
Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)
Produção anual de carne de frangoPosição Estado Cabeças abatidas
(milhões)% do total nacional
1 Paraná 1.384,5 26,2
2 Santa Catarina 946,8 17,9
3 Rio Grande do Sul 765,0 14,5
4 São Paulo 762,2 14,4
5 Minas Gerais 380,8 7,2
Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012)
Efetivo animal em Santa CatarinaTipo Cabeças % do total
nacionalGalos, frango(a)s e pintos 158.285.213 15,1
Galinhas 16.977.756 7,9
Suínos 7.968.116 20,3
Bovinos 4.039.217 1,9
Codornas 1.762.452 11,3
Fonte: IBGE (Produção da Pecuária Municipal, 2011)
Derivados animaisTipo Produção % do total nacional
Leite (bilhões de litros) 2,5 7,9
Ovos de galinha (milhões de dúzias) 222 6,5
Ovos de codorna (milhões de dúzias) 8 3,1
Mel de abelha (toneladas) 3.990 9,6
Lã (toneladas) 268 2,3
Fonte: IBGE (Produção da Pecuária Municipal, 2011)
Produção agrícola catarinenseProduto Área plantada
(em hectares)Produção
(em toneladas)Milho 537.185 2.986.900
Soja 452.007 1.125.452
Arroz 150.369 1.020.282
Fumo 118.963 237.673
Feijão 84.349 120.023
Trigo 76.042 235.730
Banana 30.600 676.260
Mandioca 27.500 510.000
Cebola 20.219 442.325
Maçã 18.563 653.337
Fonte: Fiesc (SC em Dados 2012, safra 2011/2012)
83
Agricultura e pecuária: vocações que Santa Catarina
explora com alta produtividade
E.L.
Z.P.
84
Têxteis, vestuário e calçados
Participação na indústria catarinense: 22,2%
A fabricação de roupas e
outros produtos têxteis – espe-
cialmente camisetas de malha e
artigos de cama, mesa e banho
– é uma tradição catarinense
que remonta às primeiras ativi-
dades exercidas pelos imigran-
tes alemães, ainda no século
19. Grandes empresas do setor
nasceram no Norte catarinen-
se e no Vale do Itajaí. Nos úl-
timos anos, essa indústria tem
ganhado força também no Sul
do Estado. Ao todo, emprega
cerca de 170.000 catarinenses,
em quase 10.000 empresas. Já
as 350 indústrias do setor calça-
dista empregam 7.200 trabalha-
dores. Em 2011, os fabricantes
catarinenses de calçados expor-
taram US$ 26,1 milhões, espe-
cialmente para a Alemanha.
Indústria têxtil no Vale do Itajaí
E.M.
85
Indústriametalomecânica
Participação na indústria catarinense: 27,5%
Santa Catarina tem 5.100
empresas de metalurgia, pro-
dutos de metal e fabricação de
máquinas e equipamentos. A
maior parte está concentrada
na região Norte, mas há tam-
bém atividades desse setor no
Vale do Itajaí e no Sul. Jun-
tas, essas empresas empregam
97.300 trabalhadores. O Esta-
do se destaca na fabricação de
compressores, motores elétri-
cos, produção de geladeiras e
de elementos de fixação (por-
cas, parafusos etc.), além de
sediar a maior fundição inde-
pendente do país, especializa-
da em fornecer produtos para
a indústria automotiva.
Fábrica de motores em Jaraguá do Sul
WEG
/Divulgação
86
Plásticos
Participação na indústria catarinense: 6,2%
Esse setor industrial está
bem distribuído pelo território
catarinense. O Norte se desta-
ca pela produção de tubos e
conexões de PVC, autopeças
e utensílios para construção
civil, enquanto o Sul fabri-
ca descartáveis e embalagens
plásticas, o Vale do Itajaí tem
empresas especializadas em
utilidades domésticas e brin-
quedos, e o Oeste está mais
voltado a embalagens e com-
ponentes para móveis.
Fábrica de tubos e conexões no Norte
catarinense
E.M.
87
Minerais não metálicos
Participação na indústria catarinense: 4,7%
Dentro do grupo dos mine-
rais não metálicos, o grande des-
taque da indústria catarinense é
o setor cerâmico, responsável
por 15% da produção nacional.
A fabricação de pisos e azulejos
concentra-se no Sul do Estado,
com presença significativa tam-
bém na Grande Florianópolis.
Algumas das empresas de reves-
timentos mais conhecidas do
país nasceram em Santa Catari-
na. Elas se destacam não apenas
pelo volume de produção, mas
também pela utilização de tec-
nologia de ponta, alto nível de
capacitação da mão de obra e
modernidade da gestão.
Produção de cerâmica no
Sul do Estado
T.E.
88
Indústria madeireira, celulose e papel
Participação na indústria catarinense: 9,5%
O Estado tem quase 400
empresas do setor de celulose
e papel, incluindo unidades do
maior grupo produtor, expor-
tador e reciclador de papéis do
Brasil. No que diz respeito à
produção madeireira, respon-
de por 15,5% do setor no país.
O destaque são as portas e seus
complementos, como caixilhos
e soleiras – grande parte da pro-
dução é exportada para os Es-
tados Unidos e o Reino Unido.
Santa Catarina se destaca
pela fabricação de móveis de
madeira, concentrada nas cida-
des de São Bento do Sul e Rio
Negrinho, na região Norte, com
um polo relevante também no
Oeste. O Estado é o maior ex-
portador do país nesse setor. A
indústria catarinense do mobi-
liário emprega 26.700 pessoas
em 2.300 estabelecimentos.
Ao lado: fábrica de portas de madeira.
Abaixo: plantação de pínus para indústria de
papel e celulose, no Oeste catarinense T.E.
T.E.
89
Indústria naval
Participação na indústria catarinense: 1,2%
A indústria naval cresceu
consideravelmente em Santa
Catarina nos últimos anos – e
suas perspectivas são as melho-
res possíveis. Concentrado nas
cidades de Itajaí e Navegantes,
o setor reúne mais de 50 empre-
sas, nas quais trabalham 4.100
pessoas. O Estado é o terceiro
maior produtor de embarcações
do país, mas está ampliando sua
produção também para compo-
nentes de plataformas petrolí-
feras, negócio que deve crescer
nos próximos anos com a ex-
ploração da camada pré-sal. Ita-
jaí projeta a construção de uma
das maiores marinas do Sul do
país, com 780 vagas molhadas e
200 secas.
Indústria naval: mercado em expansão
Schaefer Yachts/Divulgação
90
Construção civil As atividades envolvidas na
construção de residências, pré-
dios e obras de infraestrutura
são responsáveis por 5,7% do
PIB catarinense e empregam
94.500 pessoas, em 10.400 em-
presas que atuam no setor. A ex-
pectativa é de crescimento desse
mercado nos próximos anos,
com a execução de muitas obras
de infraestrutura, anunciadas
pelo Governo Federal.
Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú (ao lado), e Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis (abaixo)
P.A.
P.A.
91
Comércio e serviçosO setor terciário tem se tornado cada vez mais significativo para a economia catarinense. Entre 2004 e 2010, sua participação no PIB do Estado passou de 54,4% para 59,2%.
Um dos destaques é o setor
de Tecnologia da Informação
(TI). Com sua mão de obra pre-
parada e excelentes instituições
educacionais na área das ciências
exatas, Santa Catarina ganhou
importância no mercado nacio-
nal e internacional de TI.
Principais atividades de comércio e serviçosAtividade % do PIB catarinense
Comércio 15,8
Administração, saúde e educação públicas 11,5
Atividades imobiliárias e aluguéis 8,6
Intermediação financeira, seguros e previdência 4,7
Transportes, armazenagem, correio 4,6
Outros 14
Total 59,2Fonte: IBGE (Contas Regionais do Brasil, 2010)
Com projetos arrojados
como o Sapiens Parque, um
centro de inovação e desenvol-
vimento econômico em Floria-
nópolis, o Estado vem sendo
chamado de “Vale do Silício”
brasileiro. Hoje, o setor está
presente com destaque não ape-
nas na capital, mas também em
Blumenau, Chapecó, Criciúma
e Joinville. Nesses polos, esti-
ma-se a existência de 1.600 em-
presas de TI, que geram mais de
60.000 empregos diretos e fatu-
ram em torno de R$ 2,5 bilhões
ao ano. É um setor que cresce
rapidamente no Estado, a taxas
anuais superiores a 20%.
Santa Catarina inovadora: Network Operation Center (NOC) e Sapiens Parque, em Florianópolis
J.T.
Dígitro/Divulgação
Secom/D
ivulgação
92
Comércio Exterior
Santa Catarina é um Estado
cada vez mais aberto ao comér-
cio com outros países. Nos úl-
timos dez anos, o movimento
da balança comercial foi mul-
tiplicado por seis, saltando de
US$ 4 bilhões para US$ 23,5
bilhões. Os principais parceiros
são, por ordem, China, Argen-
tina, Estados Unidos e Chile.
As exportações catarinen-
ses cresceram 19,4% em 2011,
chegando a US$ 9 bilhões, va-
lor correspondente a 3,5% do
total das exportações brasileiras
– o Estado está em décimo lu-
gar no ranking nacional. O des-
taque da pauta são as carnes de
frango – responsáveis, sozinhas,
por um quarto do total das ven-
das catarinenses para o exterior.
Já as importações vêm
crescendo num ritmo ainda
mais acelerado, comprovação
de que Santa Catarina é um
parceiro atraente para estabe-
lecer ou ampliar laços comer-
ciais. Os principais produtos
comprados pelo Estado são
matérias-primas utilizadas na
indústria, com liderança dos
cátodos de cobre, componen-
tes da produção de vergalhões,
barras, fios e tubos.
Comércio exterior de Santa Catarina se multiplicou por seis em dez anosZ.P.
93
Produtos mais exportados por Santa CatarinaPosição Produto US$ milhões % do total
exportado por SC
1 Carnes de frango 1.963,5 21,2
2 Fumo 885,4 9,8
3 Motores,
transformadores e
geradores elétricos
676,7 7,4
4 Carnes de suínos 478,4 5,3
5 Motocompressores 470,7 5,2
6 Blocos de cilindros,
cabeçotes
436,1 4,8
7 Preparados de
alimentos e conservas
de frango
255,4 2,8
8 Grãos de soja 215,3 2,4
9 Móveis de madeira 174 1,9
10 Resíduos de extração
do óleo de soja
147,5 1,6
Fonte: MDIC, 2011/Fiesc
Principais destinos das exportações catarinensesPosição País US$ milhões % do total
exportado por SC1 Estados Unidos 992,4 11
2 Japão 684,4 7,6
3 Argentina 678,5 7,5
4 Países Baixos 640,7 7,1
5 China 410,3 4,5
6 Reino Unido 368,9 4,1
7 Alemanha 367,1 4,1
8 Rússia 287,3 3,2
9 Hong Kong 280,6 3,1
10 México 280,4 3,1
Fonte: MDIC (Balança Comercial 2011)
Principais empresas exportadoras catarinensesPosição Empresa Valor (milhões US$ FOB/ano)
1 Seara Alimentos 798,7
2 WEG Equipamentos Elétricos 760,8
3 Whirlpool 594,6
4 Sadia 573
5 BRF – Brasil Foods 568,6
Fonte: MDIC (Balança Comercial 2011)
Produtos mais importados por Santa CatarinaPosição Produto US$ milhões % do total
importado por SC1 Cátodos de cobre 1.577,6 10,6
2 Laminados de
ferro e aço
533,8 3,7
3 Polietilenos 486,3 3,3
4 Fios de fibras de
poliésteres
301,4 2
5 Pneus 286,9 1,9
6 Polímeros de etileno 199,5 1,3
7 Fios texturizados
(poliésteres e nylon)
186,5 1,3
8 Policloreto de vinila 176,6 1,2
9 Polipropileno 176,5 1,2
10 Alumínio 133,6 0,9
Fonte: MDIC (Balança Comercial 2011)
Principais fornecedoresdas importações catarinenses
Posição País US$ milhões % do total importado por SC
1 China 3.977,7 26,8
2 Chile 1.547,8 10,4
3 Argentina 1.258,1 8,5
4 Estados Unidos 987,4 6,6
5 Alemanha 686,1 4,6
6 Peru 546,4 3,7
7 Coreia do Sul 446,6 3
8 Índia 407,7 2,7
9 Itália 387,5 2,6
10 México 288,3 1,9
Fonte: MDIC (Balança Comercial 2011)
94
Geografia
Com as quatro estações
bem definidas, Santa Catarina
é um dos raros Estados brasilei-
ros que têm a possibilidade de
explorar tanto o frio quanto o
calor como atrações turísticas.
Imagens das cidades serranas
cobertas de neve são tão sim-
bólicas do Estado quanto as
praias repletas de banhistas no
verão. Além da beleza de suas
paisagens, Santa Catarina apre-
senta grande diversidade em
seu relevo e em sua vegetação.
Há riqueza também no subso-
lo: o Estado possui algumas das
maiores reservas brasileiras de
argila, carvão mineral, quartzo
e fluorita.
O litoral catarinense se ca-
racteriza por ser extremamente
recortado e diversificado, com
muitas formações rochosas,
ilhas, baías, lagoas e dunas.
A hora oficial de Santa Ca-
tarina é a mesma da capital
brasileira, Brasília: menos três
horas em relação a Greenwich.
Estrada da Serra do Corvo Branco: ligação entre a Serra e a região Sul do Estado
Z.P.
95
Clima
A sensação de frio ou calor
intensos são exceções em Santa
Catarina. Na maior parte do
ano, e na maior parte das cida-
des, a temperatura se mantém
agradável, na faixa entre 10 e
30 graus. Temperaturas abaixo
disso ocorrem eventualmente
na região serrana entre junho e
agosto e acima disso nos perío-
dos mais quentes dos meses de
verão, entre dezembro e feverei-
ro. Ambas as situações alegram
os turistas – tanto aqueles que
vêm ao Estado para aprovei-
tar as belas praias catarinenses
quanto os que sobem a Serra
com a expectativa de ver neve.
O Sul do Brasil se diferencia
do restante do país pela ocor-
rência do clima subtropical –
com temperatura média anual
abaixo de 18 graus –, enquanto
as demais regiões localizam-se
em área de influência do clima
tropical, com média anual aci-
ma de 18 graus. Outra diferen-
ça do Sul é a distribuição das
chuvas ao longo de todo o ano,
sem estação seca.
A classificação oficial do
clima predominante em Santa
Catarina é subtropical úmido
mesotérmico. A subclassificação
Cfa, caracterizada por verões
quentes e invernos brandos,
ocorre no litoral e na planície
do rio Uruguai, enquanto a
Cfb, com verões brandos e in-
vernos rigorosos, é verificada no
Planalto Serrano e no norte da
região Oeste catarinense.
Morro da Igreja, em Urubici, onde ocorreu a menor temperatura já registrada no Brasil: 17,8 graus negativos, em 1996
A.F.
96
Cuidado por inteiroSanta Catarina é um Estado reconhecido pela beleza e pela diversidade de seus atributos naturais. O litoral recortado abriga praias de todos os tipos, ilhas, baías e enseadas – com direito a espetáculos “extras”, como a presença de baleias-francas no Sul, durante o inverno, ou de golfinhos na região de Florianópolis. As paisagens bucólicas do interior apresentam desde longas extensões de campos até montanhas e vales.
A fauna catarinense inclui
cerca de 170 espécies de mamí-
feros – lobo-guará, jaguatirica e
veado-campeiro entre elas – e
mais de 600 espécies de aves,
incluindo martim-pescador, ga-
vião-real e a gralha-azul, típica
da região serrana.
A vegetação catarinense é di-
versificada, com mais de 20.000
espécies de plantas, que vão dos
arbustos rasteiros dos mangues
e dunas a árvores gigantescas,
com mais de 30 metros de altu-
ra. Uma das espécies que com-
põem essa grande diversidade
é a orquídea Laelia purpurata,
flor-símbolo do Estado.
A cobertura vegetal original
de Santa Catarina se mantém
intacta em muitos pontos. O
Estado se destaca pelo maior
índice de preservação da Mata
Atlântica – 23%, contra a mé-
dia nacional de 7%. Outros
tipos de vegetação nativa do
Estado são a Litorânea, na faixa
bem próxima ao litoral, com-
posta por restingas, mangues e
dunas; a Floresta de Araucária,
no Planalto Serrano e no Oeste;
a Floresta Subtropical, na pla-
nície do rio Uruguai, com ve-
getação de pequeno porte; e os
Campos, ocupados pela Flores-
ta Nebular, assim chamada por
estar frequentemente coberta
de neblina.
Preocupado em preservar
seu patrimônio natural, o Es-
tado tem dezenas de áreas de
conservação, entre as federais,
estaduais e as Reservas Parti-
culares do Patrimônio Natural
(RPPN), além de muitas ini-
ciativas municipais e privadas.
A coordenação das políticas
ambientais e a fiscalização fi-
cam por conta da Fundação do
Meio Ambiente (Fatma), órgão
de esfera estadual, sediado em
Florianópolis, com 14 coorde-
nadorias regionais distribuídas
pelo território catarinense.
A riqueza natural de Santa
Catarina tem despertado o in-
teresse de cientistas ao longo
da história – o mais conhecido
deles foi Fritz Müller, natura-
lista alemão que se estabeleceu
em Blumenau no século 19 e
se dedicou a estudar espécies
da fauna e flora catarinenses.
Müller foi correspondente do
inglês Charles Darwin, com
quem trocou ideias sobre a
teoria evolucionista e chegou
a colaborar efetivamente ao
apresentar conclusões de um
estudo sobre crustáceos na
Ilha de Santa Catarina. Já no
século 20, o também alemão
Fritz Plaumann instalou-se em
Seara, no Oeste catarinense,
onde iniciou um extenso pro-
cesso de catalogação de insetos
e orquídeas – mais de 80.000
exemplares de 17.000 espécies,
das quais 1.500 eram até então
desconhecidas da ciência. Foi
um trabalho que se estendeu
por sete décadas – até sua mor-
te, em 1994, aos 92 anos.
97
Biodiversidade catarinense: manguezal na Baía da Babitonga, bugio-ruivo, gralha-azul, orquídea Laelia purpurata e baleia-franca
Z.P.
Z.P.Z.P.Z.P.
P.A.
98
Os caprichos do relevo Dois tipos básicos de formação compõem o território catarinense: o planalto, que ocupa dois terços do Es-tado, e as planícies, encontradas na faixa litorânea e na porção sudoeste do Estado, junto ao rio Uruguai. A porção litorânea é formada por vales que correspon-dem às bacias hidrográficas dos rios que desembocam no Oceano Atlântico.
Destacam-se no relevo
de Santa Catarina dois gran-
des conjuntos de serras – a do
Mar e a Geral. A Serra do Mar
acompanha o litoral das regiões
Sul e Sudeste do país, por cer-
ca de 1.000 km. Acredita-se
que seu surgimento, há 100
milhões de anos, esteja relacio-
nado ao evento geológico que
causou a separação dos conti-
nentes americano e africano. Já
a Serra Geral é uma formação
que surge no Paraguai e atraves-
sa diagonalmente os três Esta-
dos do Sul brasileiro até chegar
ao Uruguai e à Argentina. Em
Santa Catarina, estabelece uma
separação natural entre o litoral
e o interior.
O ponto culminante de
Santa Catarina é o Morro da
Boa Vista, entre os municípios
de Bom Retiro e Urubici, na
Serra Geral, com 1.827 me-
tros de altitude. Próximo dele
está o Morro da Igreja, mais
conhecido dos turistas. Ali foi
registrada, no dia 29 de junho
de 1996, a temperatura oficial
mais baixa do país: 17,8 graus
negativos. Outros pontos tu-
rísticos do Estado estão direta-
mente relacionados ao relevo.
É o caso da estrada da Serra do
Rio do Rastro, que oferece pai-
sagens de tirar o fôlego ao ligar
o litoral à região serrana, e dos
cânions dos Aparados da Serra,
no extremo Sul do Estado.
99
A encantadora Serra do Rio do RastroE.M.
100
Santa Catarina,planeta água
Santa Catarina é um Esta-
do muito bem abastecido por
recursos hídricos. Os rios da
porção litorânea de seu territó-
rio correm em direção ao mar
– integram a chamada Vertente
do Atlântico. Do outro lado da
Serra do Mar e da Serra Geral
estão os rios da Vertente do In-
terior, que correm em direção
à região Oeste do Estado. Do
total da população catarinen-
se, cerca de 65% são abasteci-
dos pelos rios da Vertente do
Atlântico e 35% pela Vertente
do Interior.
Metade do território cata-
rinense, em sua porção Oeste,
está na área de abrangência do
Aquífero Guarani, uma das
maiores reservas subterrâneas
do mundo, que se estende por
cerca de 1,2 milhão de km²
em quatro países – Brasil, Ar-
gentina, Paraguai e Uruguai.
Especialistas consideram que a
existência dessa reserva é fun-
damental para assegurar o abas-
tecimento de Santa Catarina
num cenário de maior ocupa-
ção populacional.
Cachoeiras em São Bonifácio (nesta página) e em Joinville (página ao lado)Z.P.
101
Z.P.
102
Qualidade de vida
Há vários indicadores que
demonstram o quanto os mo-
radores de Santa Catarina são
privilegiados por desfrutar de
condições de vida acima da mé-
dia nacional. De acordo com
o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), metodologia
da Organização das Nações
Unidas (ONU) internacional-
mente aceita, Santa Catarina é a
segunda Unidade da Federação
com melhor qualidade de vida
no país, atrás apenas do Distrito
Federal. O índice catarinense,
0,840, seria suficiente para co-
locá-lo na 31ª posição do ran-
king de países, dentro do seleto
grupo cujo nível de desenvol-
vimento humano é considera-
do “muito alto”. Florianópolis
é a quarta cidade do país com
melhor qualidade de vida – a
melhor capital – e outros cinco
municípios catarinenses apare-
cem entre os 20 primeiros do
ranking do IDH municipal:
Balneário Camboriú, Joaçaba,
Joinville, Blumenau e Luzerna.
No que diz respeito à dis-
tribuição de renda – elemento
importante para avaliar a qua-
lidade de vida do conjunto de
uma população –, Santa Cata-
rina também se destaca. O Es-
tado tem o melhor Índice de
Gini do país. Esse índice vai
de zero (situação hipotética em
que todos os membros da socie-
dade têm exatamente o mesmo
rendimento) a um (quando um
elemento da sociedade acumula
todo o rendimento). A marca
de Santa Catarina é 0,448, con-
tra a média nacional de 0,536.
Santa Catarina apresen-
ta o segundo menor índice de
analfabetismo do país – 4,1%
da população com 15 anos ou
mais – e acesso mais amplo a
bens duráveis que os demais
brasileiros. De cada 1.000 resi-
dências catarinenses, apenas 4
não têm fogão, 6 não têm ge-
ladeira e 16 não têm aparelho
de TV. Microcomputadores são
encontrados em 55,8% dos
domicílios do Estado, contra a
média nacional de 42,9%.
O Estado oferece a mais alta
expectativa de vida do país, ao
lado do Distrito Federal – 76
anos. Os catarinenses vivem,
em média, dois anos e meio a
mais que a média dos brasilei-
ros, graças, em grande parte,
à melhor qualidade do aten-
dimento prestado pela rede
de saúde do Estado. Também
contribuem para isso o menor
índice de homicídios do Brasil
– 12,9 por 100.000 habitan-
tes, contra a média nacional de
26,2 – e a menor taxa de mor-
talidade infantil do país.
Existência de bens nos domicíliosBem SC (%) Brasil (%)
Fogão 99,6 98,6
Geladeira 99,4 95,8
TV 98,4 96,9
Telefone 94,6 89,9
Máquina de lavar roupa 80,5 51
Carro 68,5 40,9
Microcomputador 55,8 42,9
Moto 24,1 19,1
Fonte: IBGE (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios, 2011)
Expectativa de vidaUF Idade
Santa Catarina 76
Distrito Federal 76
Rio Grande do Sul 75,7
Minas Gerais 75,4
São Paulo 75
BRASIL 73,5
Fonte: IBGE, 2011
Menores taxas de analfabetismo*UF % de analfabetismo
Distrito Federal 3,5
Santa Catarina 4,1
Rio de Janeiro 4,3
São Paulo 4,3
Rio Grande do Sul 4,5
BRASIL 9,6
* Entre a população com 15 anos ou mais Fonte: IBGE (Censo 2010)
103Santa Catarina proporciona qualidade de vida de Primeiro Mundo
T.E.
Z.P.
104
EducaçãoSanta Catarina sempre deu muito valor à educação. O Censo de 2010 revelou que a taxa de analfabetismo no Estado caiu de 5,2% para 4,1% em apenas quatro anos, consolidando-se como a segunda menor entre as Unida-des da Federação. Nesse mesmo período, subiu de 16 para 58 o número de municípios catarinenses considerados “livres de analfabetismo”, de acordo com o Ministério da Educação – que inclui nessa classificação os municí-pios com índice abaixo de 4%. As principais cidades do Estado têm excelentes taxas, como é o caso de Blumenau (1,8%), Florianópolis (2,1%) e Joinville (2,3%).
Somando-se todos os níveis
de ensino, da pré-escola à pós-
graduação, Santa Catarina tem
cerca de 2 milhões de estudan-
tes frequentando algum tipo de
aula, quase um terço da popu-
lação. Na educação básica, são
6.200 estabelecimentos espa-
lhados pelo Estado, 85% deles
públicos, especialmente muni-
cipais e estaduais. No ensino
superior, há quase 270.000
alunos frequentando cursos em
93 instituições, das quais 82
são privadas.
A trajetória que conduziu
a esses números impressio-
nantes começou em 1750,
quando os jesuítas fundaram
o primeiro colégio do Des-
terro. Depois disso, o gran-
de marco seria a contratação
do professor paulista Orestes
Guimarães para reformular o
ensino de Joinville, em 1906.
Ele reproduziu experiências
que havia aplicado em cidades
do seu Estado de origem. Deu
tão certo que o governador
Vidal Ramos decidiu chamar
Guimarães para reformular o
ensino público em todo o Es-
tado de Santa Catarina.
Foram implantadas mudan-
ças significativas na pedagogia.
Atividades lúdicas, a exemplo
de cantos e exercícios físicos,
passaram a ser reconhecidas
como contribuições efetivas ao
aprendizado, reduzindo a im-
portância da antiga decoreba.
Guimarães trouxe, também, o
conceito de grupo escolar, em
que os alunos eram divididos
em diversas classes por idade,
com um professor responsá-
vel, em substituição ao modelo
em que crianças de diferentes
idades se misturavam em uma
mesma turma. O primeiro
Grupo Escolar de Santa Catari-
na foi inaugurado em 1911 – o
Conselheiro Mafra, em Joinvil-
le –, seguido por outros seis ao
longo dos dois anos seguintes:
Lauro Müller (Florianópolis),
Jerônimo Coelho (Laguna),
Silveira de Souza (Florianópo-
lis), Luiz Delfino (Blumenau),
Vidal Ramos (Lages) e Victor
Meirelles (Itajaí).
Em 1917, o ensino em San-
ta Catarina daria novo salto
com a inauguração da primeira
Escola de São Bento do Sul reconhecida pela excelência do ensino: os catarinenses sempre valorizaram a educação
Secom/Divulgação
instituição de nível superior
do Estado, idealizada por José
Boiteux: o Instituto Politécni-
co, com cursos de engenharia,
odontologia, farmácia e co-
mércio. Foi o início de uma
trajetória que culminou, na
década de 1960, com a insta-
lação da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC) e
da Universidade do Estado de
Santa Catarina (Udesc), insti-
tuições que hoje estão entre as
mais produtivas do Brasil. San-
ta Catarina se destaca também
no ensino técnico, sob lideran-
ça do Instituto Federal de San-
ta Catarina (IFSC), uma das
mais conceituadas escolas do
gênero no país.
A evolução do ensino em
Santa Catarina fez surgir figu-
ras ímpares como Antonieta de
Barros, que viveu na primeira
metade do século 20. Negra e
de origem simples, ela dedi-
cou-se com afinco aos estudos,
desde cedo, para realizar o so-
nho de se tornar professora.
Conseguiu – e com brilho,
a ponto de alcançar o posto
de diretora do Instituto Esta-
dual de Educação. A militância
como educadora a conduziu à
prática política – foi a primei-
ra mulher eleita deputada em
Santa Catarina. Sua morte, em
1952, aos 51 anos, causou gran-
de comoção em Florianópolis.
Instituto Estadual de Educação,
em Florianópolis
T.E.
105
106
A cultura viveem Santa Catarina
Santa Catarina é o Estado da
diversidade, em todos os aspec-
tos – das paisagens naturais às
atividades econômicas. Com a
cultura não poderia ser diferen-
te: há um rico mosaico resultante
das práticas artísticas e culturais.
Os catarinenses se orgulham do
seu teatro, da sua dança, música,
artes plásticas, cinema, literatu-
ra e esportes. Orgulham-se das
formas mais sofisticadas de pro-
dução cultural, mas também das
mais autênticas: o folclore, o ar-
tesanato, as lendas, as tradições,
os linguajares.
Embora remetam à sensibili-
dade humana, as manifestações
culturais não conduzem apenas
à contemplação, mas também
à reflexão e à ação: são agentes
e ao mesmo tempo reflexo de
transformações na sociedade.
Têm, nesse sentido, um poder
extremamente revolucionário.
Existem para iluminar novos
caminhos e consolidar os cami-
nhos já trilhados. Por reconhe-
cer essa função vital da arte, o
governo do Estado incentiva a
produção cultural por meio de
editais na área de cinema, lite-
ratura e artes plásticas.
Olhar para a frente sem es-
quecer a trajetória já percorrida
é uma das grandes marcas cata-
rinenses. As festas típicas, orga-
nizadas para celebrar a memória
dos antepassados, são a melhor
síntese de como Santa Catarina
valoriza sua História, aprendi-
zado fundamental para cons-
truir um presente cada vez me-
lhor e trabalhar por um futuro
em que o progresso, a justiça e
a liberdade sejam percebidos e
desfrutados por todos os habi-
tantes do Estado.
Z.P.Z.P.
O folclore representado pelo boi de mamão,
a habilidade artesanal e a música: riqueza cultural
E.L.
D.S.Z.P.
107
108
Festas e eventosOutubro é o mês oficial da diversão em Santa Catarina. É quando o Estado organiza uma série de festas típicas, embaladas por muita música e culinária deliciosa que lembram as tradições trazidas pelos imigrantes europeus e reverenciam a memória dos antepassados.
A maior parte desses gran-
des eventos foi criada na déca-
da de 1980. É o caso da Ok-
toberfest de Blumenau, a mais
famosa e movimentada de to-
das. Há, contudo, outra Okto-
berfest, ainda mais antiga, que
começou a ser organizada em
Itapiranga cinco anos antes.
A cultura alemã é reverencia-
da também na Oberlandfest,
em Rio Negrinho; na Festa
do Imigrante, em Timbó; na
Schützenfest, em Jaraguá do
Sul – a “festa do tiro”, que ho-
menageia as antigas sociedades
de atiradores –; e na Fenarreco,
em Brusque, criada em torno
de um prato típico alemão, o
marreco com repolho-roxo.
Em Treze Tílias, a Tiroler-
fest lembra as tradições trazi-
das pelos fundadores tiroleses,
enquanto a cultura açoriana é
celebrada em Florianópolis pela
Fenaostra e em Itajaí pela Ma-
rejada. Já as festas inspiradas na
colonização italiana – como o
Carnevale di Venezia, em Nova
Veneza; o Incanto Trentino, em
Nova Trento; a Ritorno Alle
Origini, em Urussanga; e a Fes-
ta da Etnia Italiana de Xanxerê
– são realizadas em outros me-
ses do ano. O mesmo acontece
com a Festa das Flores, de Join-
ville – que se realiza em novem-
bro por conta da floração das
orquídeas –, com a Festa Nacio-
nal da Maçã, em São Joaquim,
e a Festa Nacional do Pinhão,
em Lages, organizadas durante
o inverno.
Milhares de turistas chegam
ao litoral catarinense para as fes-
tas de virada de ano, com des-
taque para as queimas de fogos
em Balneário Camboriú e Flo-
rianópolis. O verão é também o
auge da temporada de baladas,
que atraem os mais diversos ti-
pos de público – do sertanejo à
música eletrônica. O carnaval é
outro momento de grande cele-
bração em Santa Catarina, com
desfiles de escolas de samba e de
blocos em diversas cidades. No
que diz respeito a convenções,
congressos e feiras, o Estado
conta com uma ampla estru-
tura, em todas as suas regiões,
para sediar grandes eventos cor-
porativos e empresariais.
Culto às raízes: tradição austríaca em Treze Tílias (acima) e desfile de rua na Oktoberfest, em Blumenau (ao lado)Z.P.
E.M.
109
T.V.S.S.
Acima: espetáculo de fogos no Réveillon de Florianópolis. Ao lado: Centro de Eventos de Fraiburgo, inaugurado no final de 2012. Abaixo: música e gastronomia, as duas grandes atrações da Festa do Pinhão, em Lages, que atraiu 350 mil pessoas na sua 25ª edição, em 2013
Prefeitura Municipal de Lages/DivulgaçãoPrefeitura Municipal de Lages/Divulgação
Secom/Divulgação
Vision Show/Divulgação
110
Música
A música está na alma dos
catarinenses – sendo, em mui-
tos casos, uma paixão trazida
pelos antepassados e transferi-
da às novas gerações. Dessa tra-
dição, surgiram músicos que,
embora sejam desconhecidos
do grande público, construí-
ram bem-sucedidas carreiras
internacionais. Exemplo é o
instrumentista Airto Moreira,
natural de Itaiópolis, que to-
cou ao lado de ícones como
Miles Davis, Paul Simon e
Chick Corea e participou da
trilha sonora de filmes que se
tornaram grande sucesso de bi-
lheteria, como O Exorcista e O
Último Tango em Paris.
No campo da música clás-
sica, Aldo Baldin, nascido em
Urussanga e radicado na Alema-
nha desde a década de 1970, é
um tenor reconhecido como um
dos melhores intérpretes de Bach
e Schubert. O maestro Edino
Krieger, natural de Brusque, é um
compositor erudito que deu im-
portante contribuição à gestão da
música no país, tendo sido diretor
da Fundação Nacional de Arte
(Funarte) na década de 1990. Ins-
tituições como a Orquestra Sinfô-
nica de Santa Catarina (OSSCA),
a Camerata Florianópolis e a Cia.
de Ópera de Santa Catarina repre-
sentam muito bem a arte da músi-
ca no Estado.
Santa Catarina tem tam-
bém seus ícones da música po-
pular, gente que dedicou versos
e melodias a cantar as coisas da
terra. Trata-se de um leque am-
plo que, apenas para exemplifi-
car a diversidade, vai da Banda
Cavalinho, alegria dos foliões
da Oktoberfest, até Luís Hen-
rique Rosa, nascido em Tuba-
rão e radicado em Florianópo-
lis – precocemente morto em
um acidente de trânsito, em
1985 –, músico e compositor
ligado ao movimento da Bossa
Nova, com carreira internacio-
nal e uma célebre amizade com
a atriz e cantora norte-america-
na Liza Minelli.
Concerto da Camerata Florianópolis, sob a regência do maestro Jeferson Della Rocca
T.N.
Cam
erata Florianópolis/Divulgação
111
Dança
Em 2000, Joinville se con-
solidou como a capital brasi-
leira da dança ao ser escolhida
para sediar a primeira escola do
célebre Teatro Bolshoi fora da
Rússia. Nada mais justo para
a cidade que promove anual-
mente, desde 1982, o Festival
de Dança mais encantador e
grandioso do Brasil, com qua-
se 200 horas de espetáculos,
somando-se a mostra compe-
titiva e as apresentações em lo-
cais públicos ao longo de qua-
se duas semanas. Há também
diversos cursos e oficinas para
os bailarinos que vêm de todos
os cantos do país e do exterior
para participar do evento.
A escola do Teatro Bolshoi é
também um grande projeto de
inclusão social para crianças e
jovens. Vários de seus ex-alunos
integram companhias de desta-
que ao redor do mundo, reafir-
mando o nome de Santa Cata-
rina como um centro formador
de talentos. Esse papel também
tem sido cumprido por outros
festivais e encontros de cará-
ter interestadual, a exemplo
do organizado anualmente em
Chapecó, e por grupos como o
Cena 11, de Florianópolis, de-
dicado à formação e à pesquisa
em dança.
Santa Catarina se destaca
também pela importância que
dá às danças folclóricas e ét-
nicas, tradição preservada por
grupos como o Ítalo-Brasileiro
de Nova Trento e o de Danças
Alemãs da Furb, em Blumenau,
para citar exemplos de organiza-
ções premiadas na edição mais
recente do Festival de Dança
de Joinville. A cultura açoriana
também conta com um grande
número de instituições que tra-
balham por sua preservação em
todo o litoral catarinense. Só
em Florianópolis há quase 40
grupos folclóricos que mantêm
vivas as danças trazidas pelos
colonizadores, como o boi de
mamão, o pau de fitas e o terno
de reis.
Escola do Teatro Bolshoi no Brasil: a excelência do Ballet Giselle
N.B.
Escola do Teatro Bolshoi/Divulgação
112
LiteraturaPode-se dizer que a certidão de nascimento da literatura catarinense foi a publicação do primeiro livro de um autor da terra – Assembleia das Aves, de Marcelino Dutra, conhecido pela alcunha “Poeta do Brejo”, lançado no Rio de Janeiro em 1847. Logo o hábito da leitura seria incentivado com a fundação da Biblioteca Pública de Santa Catarina, em 1855 – a instituição existe até hoje no Centro de Florianópolis. No ano seguinte, Manoel Joaquim de Almeida Coelho publicaria o primeiro trabalho catarinense de cunho historiográfico, Memória Histórica da Província de Santa Catarina.
Naquela época, os jornais
eram parte importante do pro-
cesso de divulgação da literatura
– o primeiro do Estado, O Ca-
tharinense, havia sido lançado
em 1831, em Desterro, por Je-
rônimo Coelho. Surgiriam tam-
bém publicações voltadas aos
imigrantes, a exemplo do Kolo-
nie-Zeitung, escrito em alemão e
lançado em 1862, em Joinville.
Foi exclusivamente pelos jornais
que o poeta Luiz Delfino, que
viveu no século 19, apresentou
seus versos – somente alguns
anos depois da sua morte seu
primeiro livro seria lançado.
A geração seguinte seria
profícua, com nomes como o
do poeta João da Cruz e Sousa,
filho de negros alforriados que
é considerado o maior expoente
do Simbolismo no país, e Vir-
gílio Várzea, cronista e poeta
cuja temática principal era a
vida marinha. Em 1896, a fun-
dação do Instituto Histórico e
Geográfico de Santa Catarina,
em Florianópolis, congregou
a intelectualidade e preparou
terreno para o trabalho de auto-
res dedicados à historiografia, a
exemplo de Oswaldo Rodrigues
Cabral, em Florianópolis, Car-
los Ficker, em Joinville, e José
Ferreira da Silva, em Blumenau.
A literatura catarinense tam-
bém teve nomes femininos rele-
vantes. No século 19, Ana Luísa
de Azevedo Castro, natural de
São Francisco do Sul, adotava o
pseudônimo “Indígena do Ipi-
ranga” e era uma defensora fer-
renha dos direitos de igualdade
das mulheres. Na virada do sé-
culo 19 para o século 20, Del-
minda Silveira, escritora e poe-
tisa, publicou muitas de suas
obras nos jornais, quase sempre
usando o pseudônimo “Brasília
Silva”. Já no século 20, Maura
da Sena Pereira, professora, jor-
nalista e escritora com intensa
atividade intelectual, tornou-se
conhecida nacionalmente com
a publicação da coletânea de
poesias A Dríade e os Dardos,
em 1978.
Talvez não haja momento
mais marcante para a identida-
de da literatura catarinense do
que a criação do Grupo Sul,
em 1948. A trupe, de inspira-
ção modernista, reunia nomes
como Aníbal Nunes Pires, Sa-
lim Miguel, Eglê Malheiros,
Hugo Mund Jr. e Guido Wil-
mar Sassi. Publicou durante dez
anos a Revista Sul e interagiu
com outros campos da cultura,
tendo participado diretamente
da fundação do Museu de Arte
Moderna e produzido o primei-
ro longa-metragem do cinema
catarinense, O Preço da Ilusão.
Desde então a produção lite-
rária catarinense se expandiu e
tornou-se significativa em todas
as regiões do Estado e nos mais
diferentes estilos.
113
Artes plásticas Qualquer lista sobre os grandes artistas plásticos ca-tarinenses começará sempre por Victor Meirelles, au-tor no século 19 de quadros que reproduzem cenas históricas, como Primeira Missa no Brasil, Batalha dos Guararapes e Combate Naval do Riachuelo.
Santa Catarina revelou desde
então vários outros pintores de
excelente nível, como Eduardo
Dias, muralista e também restau-
rador; Martinho de Haro, ino-
vador na pintura de paisagens;
Hassis, desenhista que buscava
inspiração em cenas do cotidia-
no; Willy Zumblick, que ganhou
projeção sem deixar sua cidade
natal, Tubarão; Ernesto Meyer
Filho, notabilizado pelos seus ga-
los coloridos; e o lageano Agos-
tinho Malinverni Filho, que teve
muitas de suas obras compradas
por colecionadores estrangeiros.
No campo da escultura,
Santa Catarina também pro-
duziu, ao longo do século 20,
nomes de relevância nacional,
a exemplo de Fritz Alt e Elke
Hering. Franklin Cascaes dedi-
cou-se a registrar, com desenhos
e esculturas, as tradições da co-
lonização açoriana em Floria-
nópolis, com ênfase especial às
lendas de bruxas. Já o joinvilen-
se Luiz Henrique Schwanke foi
plural e intenso em suas obras
– passeou pela pintura, escultu-
ra e instalações, colecionando
premiações nacionais.
A fundação do Museu de
Arte de Santa Catarina (Masc),
em 1949, viria a ser um dos mar-
cos fundamentais das artes plás-
ticas catarinenses. Foi uma con-
sequência do trabalho do Grupo
Sul, que trouxe a Florianópolis a
Exposição de Arte Contemporâ-
nea, organizada pelo escritor ca-
rioca Marques Rebelo, que esteve
na capital catarinense e motivou
os jovens do grupo a unir for-
ças para a criação de um museu
– que, inicialmente, chamou-se
Museu de Arte Moderna de Flo-
rianópolis. Hoje, o Masc reúne
quase 2.000 obras e realiza um
intenso trabalho de formação e
informação sobre arte, com ofici-
nas, cursos e exposições.
Da geração de artistas plás-
ticos catarinenses em atividade,
alguns dos destaques são, entre
vários outros, Eli Heil, com
seu Mundo Ovo povoado por
criaturas fantásticas; Rodrigo
de Haro, filho de Martinho de
Haro e expoente do chamado
“realismo mágico”; Juarez Ma-
chado, que mantém um ateliê
em Paris e é reconhecido pelo
uso do humor e de cores fortes;
Vera Sabino, que se inspira no
folclore e na religiosidade cata-
rinenses; e Rubens Oestroem,
pesquisador de novas possibili-
dades para a pintura.
Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles
Divulgação
114
Obras do acervo do Masc. Nesta página: Paisagem de São José (Martinho de Haro, 1954), Sem Título (Schwanke, 1987) e Figura Sentada (Elke Hering, 1985). Na página ao lado: A Comungante (Rodrigo de Haro, 1965), Dor Contida (Malinverni Filho, 1937), Bichos (Eli Heil, 1989), Farol de Santa Marta (Willy Zumblick, 1984) e Galo Cósmico com Lua Branca (Meyer Filho, 1972).Fotos: Masc/Divulgação
115
116
Museus epatrimônio histórico
Santa Catarina tem 277
bens arquitetônicos tombados
pelo Estado. Desses, 113 estão
nas três maiores cidades catari-
nenses. Em Florianópolis, são
tombados monumentos como
o Palácio Cruz e Sousa, o Tea-
tro Álvaro de Carvalho, a Ponte
Hercílio Luz e a Catedral Metro-
politana, além de várias outras
igrejas. Em Joinville, a Socieda-
de Harmonia Lyra e a ponte co-
berta sobre o rio Cubatão, além
de diversos casarões da Rua do
Príncipe e adjacências. Em Blu-
menau, a Praça Hercílio Luz, a
Igreja do Espírito Santo, o Cas-
telinho e várias construções da
Rua 15 de Novembro. Entre as
outras cidades que contribuem
com um grande número de pa-
trimônio arquitetônico estão
São Bento do Sul, Lages, Urus-
sanga, Timbó, Pomerode, Itajaí
e Jaraguá do Sul – juntas, essas
cidades somam 130 bens tom-
bados. Os demais 34 imóveis de
importância histórica estão espa-
lhados por 27 municípios.
Muitas das tradições e da
cultura de Santa Catarina estão
preservadas graças à existência
de museus em todo o território
do Estado. Há 161 instituições
do gênero em funcionamento.
A maioria é administrada pelas
prefeituras, com uma parcela de
empreendimentos privados e
alguns casos de instituições sob
a responsabilidade do Governo
Federal, como as fortalezas da
região de Florianópolis, além
do Museu Victor Meirelles e do
Núcleo de Estudos Museológi-
cos da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), ambos
na capital. Sob a gestão do go-
verno do Estado estão alguns
dos museus mais importantes,
como o Museu de Arte de Santa
Catarina (Masc), o Museu His-
tórico de Santa Catarina/Palá-
cio Cruz e Sousa e o Museu da
Escola Catarinense, em Floria-
nópolis; o Museu Nacional do
Mar, em São Francisco do Sul;
a Casa de Campo Governador
Hercílio Luz, em Rancho Quei-
mado; e o Museu Etnográfico/
Casa dos Açores, em Biguaçu.
Ao lado: Museu Fritz Plaumann, em Seara.Abaixo: Fortaleza de São José da Ponta Grossa, em Florianópolis
T.E.
Z.P.
Acima: Museu do Mar, em São
Francisco do Sul.Ao lado: interior do
Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis
T.E.
Z.P.
117
118
CinemaNo início do século 20, Santa Catarina apenas repro-duzia, em suas salas de cinema, filmes feitos em outros países e eventualmente em outros Estados brasileiros. Aos poucos, no entanto, começaram a surgir as primei-ras experiências cinematográficas catarinenses, quase sempre documentários com temas históricos ou reporta-gens sobre atualidades que precediam os filmes de lon-ga-metragem nas salas de exibição – o blumenauense Alfred Baumgarten se especializou nesse tipo de trabalho na década de 1930.
Em 1957, Santa Catarina
ganharia seu primeiro longa,
O Preço da Ilusão, graças ao
espírito aventureiro e inquie-
to dos jovens que integravam
o Grupo Sul. Para financiar o
projeto, foram vendidas cotas
a amigos, a pessoas influentes
da sociedade de Florianópolis e
até mesmo no varejo, em uma
barraca montada na Praça 15
de Novembro. Os catarinenses
convidaram para a direção o
gaúcho Nilton Nascimento –
que, ao contrário de todos ali,
acumulava algumas experiên-
cias cinematográficas.
Os testes para elenco, rea-
lizados no escritório de conta-
bilidade do produtor Armando
Carreirão, atraíram uma peque-
na multidão de gente interessa-
da em virar estrela de cinema
da noite para o dia. O princi-
pal papel feminino, Maria da
Graça, uma funcionária públi-
ca que decide participar de um
concurso de beleza, ficou com
uma estudante de Direito, Li-
lian Bassanesi. O roteiro incluía
muitas externas, mostrando
pontos turísticos de Florianó-
polis, como a ponte Hercílio
Luz e o Mercado Público. O
filme deu prejuízo, mas valeu
como uma grande experiência
para todos os envolvidos.
Depois disso, o cinema
passou por uma fase difícil em
Santa Catarina, com poucas
produções. Cineastas nascidos
no Estado, como Silvio Back e
Rogério Sganzerla, tiveram que
sair para realizar seus projetos,
que alcançaram grande reper-
cussão. Trajetória semelhante
foi percorrida por atores como
Mozarte Régis, o “Pituca”, fale-
cido em 1995, comediante que
ganhou fama nacional com o
trabalho no rádio, no teatro, na
televisão e no cinema; e a blu-
menauense Vera Fischer, que
desenvolveu carreira de atriz
depois do título de Miss Brasil
que a projetou, em 1969.
Na década de 1990, Eduar-
do Paredes se destacou ao diri-
gir dois filmes sobre temas his-
tóricos, Desterro e Novembrada,
ambos premiados no Festival
de Gramado, o mais importan-
te do país. Mais recentemente,
o cinema ganhou novo impul-
so em Santa Catarina graças ao
edital de incentivo do governo
do Estado, o prêmio Cinema-
teca Catarinense, que financia
a produção de longas e curtas
e também a elaboração de pes-
quisas e roteiros. Um dos resul-
tados dessa política foi o longa
A Antropóloga, do diretor Zeca
Pires, que integrou a lista dos
filmes brasileiros pré-candida-
tos ao Oscar de 2012.
119
TeatroSanta Catarina sedia importantes festivais de teatro, a exemplo do Floripa Teatro/Festival Isnard de Azeve-do, em Florianópolis, Festival de Teatro de Joinville e Festival Nacional de Teatro Infantil, em Blumenau. Realizados anualmente, esses eventos aproximam os grupos e profissionais das diferentes regiões catarinenses e fomentam o intercâmbio com outros Estados do país.
A atividade teatral começou
a se desenvolver com mais for-
ça em Santa Catarina na segun-
da metade do século 19, com
a inauguração de casas como o
Teatro Santa Isabel (que teve o
nome posteriormente trocado
para Álvaro de Carvalho), em
Desterro; o Adolpho Mello, em
São José; e a Sociedade Teatral
Froshinn (rebatizado de Car-
los Gomes durante a Segunda
Guerra Mundial), em Blume-
nau. Além de serem locais ade-
quados para a apresentação de
companhias de outros Estados e
mesmo do exterior, o surgimen-
to desses teatros deu impulso às
produções locais. Na capital, no-
mes como Horácio Nunes Pires,
autor da letra do Hino de Santa
Catarina, e Álvaro de Carvalho
– que viria a ser homenageado
com o nome do teatro – passa-
ram a escrever e montar peças
para contribuir com a progra-
mação da casa de espetáculos
que a cidade acabara de ganhar.
Em 1947, foi inaugurado
em Lages o Teatro Marajoara,
em estilo art déco. No início
dos anos 1980, Criciúma ga-
nhou o maior teatro do Sul de
Santa Catarina, o Elias Ange-
loni, enquanto o Teatro Ade-
mir Rosa, no Centro Integra-
do de Cultura (CIC), abria as
cortinas em Florianópolis. Esse
complexo, administrado pelo
Governo do Estado, sedia tam-
bém o Museu de Arte de San-
ta Catarina (Masc) e passou
recentemente por uma grande
reforma. Em 1998, foi a vez de
Joinville apresentar um novo e
moderno espaço, o Teatro Jua-
rez Machado, anexo ao Centre-
ventos Cau Hansen. Em 2008,
Florianópolis passou a desfru-
tar do Teatro Governador Pe-
dro Ivo, construído junto ao
Centro Administrativo do Go-
verno, à beira da SC-401, em
Florianópolis. Com capacida-
de para 706 lugares, palco de
450 m², um moderno sistema
de iluminação e camarins que
proporcionam todo o conforto
aos artistas, a nova casa logo
se tornou peça importante da
vida cultural catarinense.
Teatro Ademir Rosa, Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis (acima), e Teatro Carlos Gomes, em Blumenau (ao lado)E.L.
N.D.Seco
m/D
ivul
gaçã
o
120
Esportes
Talvez não haja melhor
símbolo da paixão catarinense
pelos esportes do que os Jo-
gos Abertos de Santa Catarina
(Jasc), disputados anualmente
desde 1960. Centenas de atletas
de todos os cantos do Estado
reúnem-se no município-sede
para disputar 25 modalidades.
Cada um deles tenta conquis-
tar bons resultados para somar
pontos à equipe da cidade de
origem. Das 50 edições realiza-
das até 2011, apenas três mu-
nicípios conseguiram chegar ao
título geral: Blumenau (39 ve-
zes), Florianópolis (sete vezes) e
Joinville (quatro vezes).
Um dos méritos do Jasc
é revelar atletas para esportes
olímpicos. Dois bons exemplos
de catarinenses que fizeram bri-
lhantes carreiras em suas res-
pectivas modalidades estão em
Ana Moser, do vôlei feminino,
que ganhou projeção depois de
ter sido eleita a melhor atleta
do Mundial Juvenil de 1987, e
Fernando Scherer, da natação,
medalhista de bronze nas Olim-
píadas de Atlanta, em 1996.
Nos esportes náuticos, uma
tradição de Santa Catarina –
que tinha o remo como espor-
te mais popular no início do
século 20 –, há nomes como o
surfista Teco Padaratz, que na
década de 1990 integrou a elite
mundial do esporte, e Fabiana
Beltrame, remadora que já par-
ticipou de duas Olimpíadas.
Vale registrar também as aven-
turas da Família Schürmann,
que ganhou fama ao retornar
de uma viagem ao redor do
mundo que se estendeu por dez
anos, entre 1984 e 1994, a bor-
do de um veleiro.
No futebol, o modelo ca-
tarinense sempre foi de equilí-
brio de forças entre as equipes,
especialmente Avaí, Figueirense
(ambos de Florianópolis), Join-
ville, Criciúma e Chapecoense.
Nos últimos anos, essas equipes
têm desempenhado bom pa-
pel no campeonato nacional.
Entre os jogadores de futebol
catarinenses mais destacados
na história estão Paulo Rober-
to Falcão, nascido em Abelardo
Luz, que se tornou conhecido
como “Rei de Roma” ao ser de-
cisivo para a conquista do título
italiano pela Roma; o lagunen-
se Mengálvio, do inesquecível
Santos de Pelé; e o imbitubense
Lico, do também marcante Fla-
mengo de Zico.
Mas, certamente, não hou-
ve atleta catarinense que tenha
ganhado dimensão semelhante
à do carismático tenista Gusta-
vo Kuerten, o Guga, “manezi-
nho” de Florianópolis, três ve-
zes vencedor do célebre torneio
de Roland Garros, na França
(1997, 2000 e 2001), e líder do
ranking mundial por 44 sema-
nas. Com seu talento e simpli-
cidade, Guga arrebanhou uma
legião de fãs em todo o Brasil e
também no exterior – na Fran-
ça, por exemplo, é cultuado
como um dos grandes ídolos do
tênis de todos os tempos.
Ironman Brasil: uma das maiores competições mundiais de triatlo (natação, ciclismo e corrida) é realizada anualmente em Florianópolis
P.A.
121No mar ou nos rios, esportes aquáticos são uma tradição em Santa Catarina
T.E.
Z.P.
S
N
LO
Caminhosda
Fronteira Grande Oeste
Vale doContestado
Serra Catarinense
Vale Europeu
GrandeFlorianópolis
Caminho dos Príncipes
CostaVerdee Mar
Encantosdo Sul
Caminhodos
Cânions
RegiõesTurísticas
Para aprimorar a prática e a gestão das atividades
turísticas em território catarinense, a Santa Catarina
Turismo (Santur) dividiu o Estado em dez roteiros,
cada um deles composto por municípios agrupados
por alguma afinidade, como o histórico de colonização
ou o tipo de atrativos.
Surfe na praia da Joaquina, em Florianópolis, arquitetura colonial em Jaraguá do Sul e imagem de Santa Paulina, em Nova Trento
E.M.D.S.E.L.
122
S
N
LO
Caminhosda
Fronteira Grande Oeste
Vale doContestado
Serra Catarinense
Vale Europeu
GrandeFlorianópolis
Caminho dos Príncipes
CostaVerdee Mar
Encantosdo Sul
Caminhodos
Cânions
123
Oceano Atlântico
450
485
449448
446448
487
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446
443445
445
440438
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407
407
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408 401
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417418 474
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301
301
415
415
302
302
422
422
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491
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427
430458
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439
423302
453 457
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302
456457
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419
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S
N
LO
EntreRios
BomJesus
OuroVerde
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PonteSerradaFaxinal
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Cordilheira Alta
Arvoredo
Lajeado Grande
Erê
São Bernardino
Novo Horizonte
Jupiá
Galvão
CoronelMartins
Formosa do Sul
Santiago do SulJardinópolis
Quilombo
Marema
do Sul
Modelo
SerraAlta
SaltinhoIratiBom Jesus
do Oeste
Sul Brasil União
do Oeste
Águas Frias
CoronelFreitas
Campo
Cunhataí
CunhaPorã
Romelândia Tigrinhos
Flor doSertão
Descanso Iraceminha Pinhalzinho
NovaErechim
NovaItaberaba
PlanaltoAlegre
Caxambu
Helena
Belmonte
Bandeirante
Paraíso
Princesa
Guarujádo Sul
Palma Sola
Anchieta
Santa Terezinhado ProgressoBarra
Bonita
Iporã do Oeste
Riqueza
Caibi
Maracajá
AnitaGaribaldi
OtacílioCosta
Capão AltoCampo Belo
do Sul
PalmeiraSão José do Cerrito
CerroNegro
Painel
Ermo
Tunápolis
Santa
Morro daFumaça
Sangão
Treze de Maio
Timbédo Sul
MorroGrande
Meleiro
Passo de Torres
São Joãodo Sul
Santa Rosado Sul
Forquilhinha
Turvo
Siderópolis
LauroMüller
Cocal do Sul
Braço doNorte
Armazém
Grão-Pará
Rio Fortuna
PauloLopes
São Ludgero
Capivari de Baixo
PedrasGrandes
São JoãoBatista
Pouso Redondo Aurora
Vidal Ramos
Imbuia
Chapadãodo Lageado
Petrolândia
Atalanta
Braço doTrombudo
Agronômica
Alfredo Wagner
Treviso
Terezinha
Salete
Taió
Rio doOeste
Laurentino Lontras
Tijucas
Mirim Doce
Rio doCampo
TrombudoCentral
Leoberto Leal
MajorGercino
MajorVieira
Bela Vistado Toldo
Irineópolis
PresidenteNereu
Canelinha
Guabiruba
Ascurra
José Boiteux
Dona Emma
Witmarsum
Santa
Ibicaré
Herval d'Oeste
Zortéa
PresidenteCastello Branco
Lacerdópolis
Peritiba
Alto BelaVista
Ipira
PonteAlta
São Cristóvão do Sul
Três Barras
Cecília
TimbóGrande
Macieira
SaltoVeloso
IomerêArroioTrinta
Catanduvas
AbdonBatista
Luzerna
Vargem
VargemBonita
Jaborá
CelsoRamos
Ouro
Água Doce
Ibiam
Calmon
MatosCosta
Brunópolis
MonteCarlo
Lebon Régis
PonteAlta doNorte
Santa
Domingos
IpuaçuAbelardo Luz
Xanxerê
Xaxim
Vargeão
Maravilha
Saudades
São Miguelda Boa V is ta
Paial
Lindóiado Sul
Arabutã
IpumirimXavantina
ErvalVelho
PalmitosSão
Carlos
Águas deChapecó
Guatambu
ChapecóItapiranga
São Migueldo Oeste
Guaraciaba
São Josédo Cedro
DionísioCerqueira
São Lourenço do Oeste
São
São Pedro deAlcântaraAngelina
Santo Amaro da Imperatriz
ÁguasMornas
RanchoQueimado
Biguaçu
Palhoça
São José
Governador Celso Ramos
MondaíSão João do Oeste
TimbóBenedito
Novo
ApiúnaIbiramaPresidente
Getúlio
VitorMeireles
Rio do Sul
Ituporanga
Agrolândia
Rodeio
Anitápolis São Bonifácio
AntônioCarlos
Rio dasAntas
Frei Rogério
PinheiroPreto
Capinzal
DoutorPedrinho
Pomerode
Rio dosCedros
Nova Trento
Botuverá
Brusque
GasparIndaial Blumenau
Itá
Joaçaba
Tangará
Caçador
FraiburgoVideira
Curitibanos
TrezeTílias
CamposNovos
Irani
Piratuba
Concórdia
PortoUnião
Canoinhas
Seara
Itaperiú
BalneárioBarra do Sul
São Francisco do Sul
Barra Velha
Bom Jardimda Serra
CorreiaPinto
Bocainado Sul
Rio Rufino
Urubici
São Joaquim
Bom Retiro
Urupema
Lages
Garuva
SchroederGuaramirim
Corupá
CampoAlegre
São Bento do Sul Rio
Negrinho
Itaiópolis
Mafra
Monte Castelo
Papanduva
Jaraguá do Sul
SãoJoão do
Balneário Gaivota
Luís Alves
Navegantes
BalneárioPiçarras
Penha
Camboriú
Itapema
Balneário Camboriú
ItajaíIlhota
Porto BeloBombinhas
Massaranduba
Araquari
Joinville
Itapoá
Imaruí
Garopaba
Imbituba
Urussanga
Criciúma
NovaVeneza
Jaguaruna
Içara
Orleans
Araranguá
BalneárioArroio do Silva
JacintoMachado
Sombrio
PraiaGrande
LagunaTubarão
Gravatal
Santa Rosade Lima
São Martinho
(Serra Gaúcha)
PORTO ALEGRE
CURITIBA
Rio Negro l CURITIBA
União da Vitória l CURITIBA
Palmas
Pato BrancoFrancisco Beltrão
Bernardo deIrigoyen
Rio Grande do Sul
Três Passos(Missões)
FredericoWestphalen(Missões)
NonoaiErechim l Passo Fundo
Lagoa Vermelha(Serra Gaúcha)
Vacaria
ARG
ENTI
NA
Paraná
FLORIANÓPOLIS
MAPA TURÍSTICO RODOVIÁRIO
TurismoO maior movimento turísti-
co em Santa Catarina ocorre no
período de janeiro a março, que
corresponde à temporada de ve-
rão. São cerca de 7 milhões de
visitantes brasileiros e 500.000
estrangeiros ao longo desses três
meses. De acordo com pesquisa
da Santur, a permanência mé-
dia por turista é de sete dias em
janeiro e fevereiro, e de quatro
dias em março.
Dos turistas nacionais, 36%
são os próprios catarinenses em
viagem para conhecer outras
partes do Estado. Depois vêm
os paranaenses (30%), gaúchos
(15%) e paulistas (11%). Entre
os estrangeiros, o maior contin-
gente é de argentinos (76%),
seguidos pelos chilenos (16%).
Outros países da América do
Sul respondem por 5% e os eu-
ropeus são 3%.
Santa Catarina se destaca
pela grande variedade de atra-
ções. Há muito o que ver e
fazer durante o dia e também
durante a noite, já que muni-
cípios como Florianópolis e
Balneário Camboriú são co-
nhecidos nacionalmente não
só pela beleza das praias, mas
também pela qualidade da vida
noturna. As maiores cidades
do Estado dispõem também de
excelente infraestrutura para
eventos e convenções.
124
Oceano Atlântico
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S
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EntreRios
BomJesus
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PassosMaia
PonteSerradaFaxinal
dos Guedes
Cordilheira Alta
Arvoredo
Lajeado Grande
Erê
São Bernardino
Novo Horizonte
Jupiá
Galvão
CoronelMartins
Formosa do Sul
Santiago do SulJardinópolis
Quilombo
Marema
do Sul
Modelo
SerraAlta
SaltinhoIratiBom Jesus
do Oeste
Sul Brasil União
do Oeste
Águas Frias
CoronelFreitas
Campo
Cunhataí
CunhaPorã
Romelândia Tigrinhos
Flor doSertão
Descanso Iraceminha Pinhalzinho
NovaErechim
NovaItaberaba
PlanaltoAlegre
Caxambu
Helena
Belmonte
Bandeirante
Paraíso
Princesa
Guarujádo Sul
Palma Sola
Anchieta
Santa Terezinhado ProgressoBarra
Bonita
Iporã do Oeste
Riqueza
Caibi
Maracajá
AnitaGaribaldi
OtacílioCosta
Capão AltoCampo Belo
do Sul
PalmeiraSão José do Cerrito
CerroNegro
Painel
Ermo
Tunápolis
Santa
Morro daFumaça
Sangão
Treze de Maio
Timbédo Sul
MorroGrande
Meleiro
Passo de Torres
São Joãodo Sul
Santa Rosado Sul
Forquilhinha
Turvo
Siderópolis
LauroMüller
Cocal do Sul
Braço doNorte
Armazém
Grão-Pará
Rio Fortuna
PauloLopes
São Ludgero
Capivari de Baixo
PedrasGrandes
São JoãoBatista
Pouso Redondo Aurora
Vidal Ramos
Imbuia
Chapadãodo Lageado
Petrolândia
Atalanta
Braço doTrombudo
Agronômica
Alfredo Wagner
Treviso
Terezinha
Salete
Taió
Rio doOeste
Laurentino Lontras
Tijucas
Mirim Doce
Rio doCampo
TrombudoCentral
Leoberto Leal
MajorGercino
MajorVieira
Bela Vistado Toldo
Irineópolis
PresidenteNereu
Canelinha
Guabiruba
Ascurra
José Boiteux
Dona Emma
Witmarsum
Santa
Ibicaré
Herval d'Oeste
Zortéa
PresidenteCastello Branco
Lacerdópolis
Peritiba
Alto BelaVista
Ipira
PonteAlta
São Cristóvão do Sul
Três Barras
Cecília
TimbóGrande
Macieira
SaltoVeloso
IomerêArroioTrinta
Catanduvas
AbdonBatista
Luzerna
Vargem
VargemBonita
Jaborá
CelsoRamos
Ouro
Água Doce
Ibiam
Calmon
MatosCosta
Brunópolis
MonteCarlo
Lebon Régis
PonteAlta doNorte
Santa
Domingos
IpuaçuAbelardo Luz
Xanxerê
Xaxim
Vargeão
Maravilha
Saudades
São Miguelda Boa V is ta
Paial
Lindóiado Sul
Arabutã
IpumirimXavantina
ErvalVelho
PalmitosSão
Carlos
Águas deChapecó
Guatambu
ChapecóItapiranga
São Migueldo Oeste
Guaraciaba
São Josédo Cedro
DionísioCerqueira
São Lourenço do Oeste
São
São Pedro deAlcântaraAngelina
Santo Amaro da Imperatriz
ÁguasMornas
RanchoQueimado
Biguaçu
Palhoça
São José
Governador Celso Ramos
MondaíSão João do Oeste
TimbóBenedito
Novo
ApiúnaIbiramaPresidente
Getúlio
VitorMeireles
Rio do Sul
Ituporanga
Agrolândia
Rodeio
Anitápolis São Bonifácio
AntônioCarlos
Rio dasAntas
Frei Rogério
PinheiroPreto
Capinzal
DoutorPedrinho
Pomerode
Rio dosCedros
Nova Trento
Botuverá
Brusque
GasparIndaial Blumenau
Itá
Joaçaba
Tangará
Caçador
FraiburgoVideira
Curitibanos
TrezeTílias
CamposNovos
Irani
Piratuba
Concórdia
PortoUnião
Canoinhas
Seara
Itaperiú
BalneárioBarra do Sul
São Francisco do Sul
Barra Velha
Bom Jardimda Serra
CorreiaPinto
Bocainado Sul
Rio Rufino
Urubici
São Joaquim
Bom Retiro
Urupema
Lages
Garuva
SchroederGuaramirim
Corupá
CampoAlegre
São Bento do Sul Rio
Negrinho
Itaiópolis
Mafra
Monte Castelo
Papanduva
Jaraguá do Sul
SãoJoão do
Balneário Gaivota
Luís Alves
Navegantes
BalneárioPiçarras
Penha
Camboriú
Itapema
Balneário Camboriú
ItajaíIlhota
Porto BeloBombinhas
Massaranduba
Araquari
Joinville
Itapoá
Imaruí
Garopaba
Imbituba
Urussanga
Criciúma
NovaVeneza
Jaguaruna
Içara
Orleans
Araranguá
BalneárioArroio do Silva
JacintoMachado
Sombrio
PraiaGrande
LagunaTubarão
Gravatal
Santa Rosade Lima
São Martinho
(Serra Gaúcha)
PORTO ALEGRE
CURITIBA
Rio Negro l CURITIBA
União da Vitória l CURITIBA
Palmas
Pato BrancoFrancisco Beltrão
Bernardo deIrigoyen
Rio Grande do Sul
Três Passos(Missões)
FredericoWestphalen(Missões)
NonoaiErechim l Passo Fundo
Lagoa Vermelha(Serra Gaúcha)
Vacaria
ARG
ENTI
NA
Paraná
FLORIANÓPOLIS
MAPA TURÍSTICO RODOVIÁRIO
125
126
Caminho dos Príncipes
O nome Caminho dos Prín-
cipes faz referência às origens
de Joinville, cidade que flores-
ceu em terras dadas como dote
pelo francês François Ferdi-
nand, príncipe de Joinville, ao
se casar com dona Francisca
Carolina, filha de Dom Pedro
I, em 1843. Esta região turística
oferece ao visitante a oportu-
nidade de conciliar diferentes
experiências, a começar pelos
ares europeus e cosmopolitas de
Joinville e Jaraguá do Sul, cen-
tros urbanos que preservam a
cultura trazida pelos imigrantes
alemães que ali desembarcaram
a partir de 1851. As belezas
naturais da Serra do Mar e da
Mata Atlântica proporcionam
contato com a natureza – com
destaque para a cidade de Co-
rupá, que abriga em seu terri-
tório dezenas de cachoeiras e se
tornou conhecida como cenário
de esportes ao ar livre. Há ainda
lindas paisagens nos municípios
litorâneos, a exemplo de São
Francisco do Sul, com seu casa-
rio histórico, Itapoá, Balneário
Barra do Sul e Barra Velha.
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Itaperiú
BalneárioBarra do Sul
São Francisco do Sul
Barra Velha
Garuva
SchroederGuaramirim
Corupá
CampoAlegre
São Bento do Sul Rio
Negrinho
Itaiópolis
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Monte Castelo
Papanduva
Jaraguá do Sul
SãoJoão do
Massaranduba
Araquari
Joinville
Itapoá
P/ CURITIBA
P/ FLORIANÓPOLIS
P/ CURITIBA
127Museu Felippe Wolff, em São Bento do Sul
Rua das Palmeiras, em Joinville Mercado Público de São Francisco do SulTh.E. Z.P.
Z.P.
128
Costa Verde e Mar
Visitar esta região significa
ter a oportunidade de conhe-
cer um dos trechos mais belos e
diversificados do litoral brasilei-
ro, com praias em mar aberto e
outras protegidas por enseadas
e baías caprichosamente dese-
nhadas pela natureza. Dentro
de uma mesma cidade, como
Balneário Camboriú ou Itajaí,
é possível encontrar pontos de
grande agitação e recantos ain-
da selvagens. Bombinhas, Por-
to Belo, Navegantes e Balneá-
rio Piçarras também guardam
paisagens encantadoras, tendo
como elementos em comum as
areias brancas e o mar em dife-
rentes tons de verde. Para “des-
cansar” um pouco de tanto sol
e sal, pode-se dar um pulo com
as crianças no parque Beto Car-
rero World, em Penha, visitar as
fábricas e lojas de moda praia
em Ilhota ou experimentar as
famosas cachaças artesanais de
Luís Alves.
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Luís Alves
Navegantes
BalneárioPiçarras
Penha
Camboriú
Itapema
Balneário Camboriú
ItajaíIlhota
Porto BeloBombinhas
Ilha das Galés
Ilha do Arvoredo
Itapema, um dos cenários magníficos da região
Z.P.
129Acima: Balneário
Camboriú.Ao lado: Igreja Matriz de Itajaí
Z.P.
E.M.
130
Z.P.
131
Bombinhas
132
Grande Florianópolis
“Um pedacinho de terra
perdido no mar/ Num pedaci-
nho de terra beleza sem par.”
Os versos iniciais do Rancho do
Amor à Ilha, do Poeta Zininho,
hino oficial de Florianópolis,
sintetizam o encantamento que
toma conta dos visitantes. En-
tre os cenários inesquecíveis
estão a Lagoa da Conceição e
dezenas de praias com as mais
diferentes personalidades, des-
de a badalada Jurerê Interna-
cional até a selvagem Lagoinha
do Leste, passando por tantas
outras – Mole, Joaquina, Barra
da Lagoa, Ingleses, Canasviei-
ras, Campeche. Há também os
prédios históricos – destaque
para a Catedral Metropolita-
na e o Mercado Público – e a
deliciosa gastronomia baseada
em frutos do mar. A cidade
vizinha de Governador Celso
Ramos, até recentemente uma
pacata colônia de pescadores,
também vem se tornando um
importante destino turístico
com a instalação de estabele-
cimentos de hospedagem de
alto nível. A região da Grande
Florianópolis conta ainda com
as belas paisagens rurais encon-
tradas em municípios como
Santo Amaro da Imperatriz,
Angelina e Rancho Queimado.
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São JoãoBatista
MajorGercino
São Pedro deAlcântaraAngelina
Santo Amaro da Imperatriz
ÁguasMornas
RanchoQueimado
Biguaçu
Palhoça
São José
Governador Celso Ramos
Anitápolis São Bonifácio
AntônioCarlos
Santa Rosade Lima
FLORIANÓPOLIS
133
Tesouros de Florianópolis:
Santo Antônio de Lisboa (ao lado) e
Praia Mole (abaixo) E.L.
Z.P.
134
P.A.
135
Ilha do Campeche, em Florianópolis
136
Vale Europeu
No entorno do rio Itajaí-Açu,
muitos imigrantes europeus en-
contraram, no exótico Brasil do
século 19, cenários naturais que
se aproximavam daqueles dei-
xados para trás em suas terras
de origem. Localizado na área
central de Santa Catarina, em
um território que serve como
conexão entre as mais diversas
regiões do Estado, este roteiro
turístico tem como uma de suas
marcas a preservação da me-
mória e dos costumes trazidos
pelos antepassados. O melhor
exemplo disso está em Blume-
nau, que mantém viva no coti-
diano a cultura alemã e a celebra
anualmente com a realização
da Oktoberfest. Outro grande
atrativo para os visitantes são
os caprichos da natureza, que
incluem desde as impressionan-
tes cavernas de Botuverá até a
profusão de rios e cachoeiras
que fazem de Ibirama um dos
palcos mais apreciados pelos
praticantes de esportes radicais.
Nova Trento, a terra de Madre
Paulina, é um dos destinos reli-
giosos mais procurados do país.
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São JoãoBatista
Pouso Redondo Aurora
Vidal Ramos
Imbuia
Chapadãodo Lageado
Petrolândia
Atalanta
Braço doTrombudo
Agronômica
Alfredo Wagner
Terezinha
Salete
Taió
Rio doOeste
Laurentino Lontras
Tijucas
Mirim Doce
Rio doCampo
TrombudoCentral
Leoberto Leal
MajorGercino
PresidenteNereu
Canelinha
Guabiruba
Ascurra
José Boiteux
Dona Emma
Witmarsum
Santa
TimbóBenedito
Novo
ApiúnaIbiramaPresidente
Getúlio
VitorMeireles
Rio do Sul
Ituporanga
Agrolândia
Rodeio
DoutorPedrinho
Pomerode
Rio dosCedros
Nova Trento
Botuverá
Brusque
GasparIndaial Blumenau
Ao lado: cavernas de Botuverá e culinária típica alemã.Acima: Igreja Matriz de Gaspar. Abaixo: vista noturna de Blumenau
Z.P.
Th.E.
T.E.
Th.E.
137
138
Encantos do Sul
Neste roteiro turístico, as
belas praias de Garopaba e Im-
bituba – com destaque para a
famosa Praia do Rosa – se unem
à riqueza histórica de Laguna e
à preservação da cultura dos
imigrantes italianos, observada
em cidades como Urussanga e
Nova Veneza, para oferecer um
cardápio irresistível aos visitan-
tes. As atrações não param por
aí, contudo. Em Grão-Pará,
percorrer a estrada da Serra do
Corvo Branco, repleta de cur-
vas fechadas, é uma experiên-
cia de tirar o fôlego. Criciúma,
maior cidade da região, conso-
lida-se como um dos principais
centros de turismo de negócios
do Estado, enquanto Tubarão
se destaca pelas estâncias hi-
drominerais e por preservar sua
história ferroviária, intimamen-
te ligada ao desenvolvimento
do município. Uma atividade
turística que vem ganhando
força e atraindo cada vez mais
adeptos é a observação de ba-
leias-francas, que buscam refú-
gio no litoral Sul catarinense no
período entre julho e setembro.446448
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Maracajá
Morro daFumaça
Sangão
Treze de Maio
Forquilhinha
Siderópolis
LauroMüller
Cocal do Sul
Braço doNorte
Armazém
Grão-Pará
Rio Fortuna
PauloLopes
São Ludgero
Capivari de Baixo
PedrasGrandes
Treviso
Imaruí
Garopaba
Imbituba
Urussanga
Criciúma
NovaVeneza
Jaguaruna
Içara
Orleans
LagunaTubarão
Gravatal
Santa Rosade Lima
São Martinho
Criciúma, a maior cidade do Sul
Z.P.
139Surfe na Praia do Rosa, em Imbituba
Antiga locomotiva em Tubarão
Z.P.
Z.P.
140
Caminho dos Cânions
O turismo no extremo Sul
de Santa Catarina é marcado
pelos imponentes cânions da
Fortaleza e do Itaimbezinho, lo-
calizados nos parques nacionais
da Serra Geral e de Aparados da
Serra, respectivamente, entre
os municípios de Praia Grande
(SC) e Cambará do Sul (RS).
Só recentemente a região come-
çou a ganhar estrutura turística,
com a instalação de pousadas
charmosas que tornam ainda
mais agradável a experiência
de visitar esses impressionantes
monumentos naturais. O rotei-
ro inclui também belas praias,
muito frequentadas por turistas
gaúchos, a exemplo de Balneá-
rio Arroio do Silva, Balneário
Gaivota e Morro dos Conven-
tos, em Araranguá.
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Maracajá
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Passo de Torres
São Joãodo Sul
Santa Rosado Sul
Turvo
Balneário Gaivota
Araranguá
BalneárioArroio do Silva
JacintoMachado
Sombrio
PraiaGrande
PORTO ALEGRE
Trilha do Rio do Boi, cânion ItaimbezinhoZ.P.
141
Aparados da SerraZ.P.
142
Vale do Contestado
A história desta região é
marcada pela Guerra do Con-
testado (1912-1916), disputa
de terras entre Santa Catarina e
Paraná que teve como elemento
adicional a revolta da popula-
ção cabocla. Caçador, a cida-
de mais populosa do Vale do
Contestado, reúne o principal
acervo relacionado ao conflito
– era na estação ferroviária local
que as tropas governamentais
desembarcavam para combater
a população revoltosa. Entre as
diversificadas atrações turísti-
cas da região estão os pomares
de maçã em Fraiburgo – maior
produtora brasileira da fruta –,
a colônia japonesa de Frei Ro-
gério (estabelecida na década de
1960, com a chegada de oito
famílias), a herança austría-
ca presente em Treze Tílias e a
inusitada história de Itá, cidade
construída na década de 1990
para substituir a antiga Itá,
inundada por uma hidrelétrica.
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Arvoredo
OtacílioCosta
MajorVieira
Bela Vistado Toldo
Irineópolis
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PresidenteCastello Branco
Lacerdópolis
Peritiba
Alto BelaVista
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São Cristóvão do Sul
Três Barras
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TimbóGrande
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Itá
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Curitibanos
TrezeTílias
CamposNovos
Irani
Piratuba
Concórdia
PortoUnião
Canoinhas
Seara
P/ União da Vitória l CURITIBA
P/ Lagoa Vermelha(Serra Gaúcha)
143
Igreja submersa, em ItáZ.P.
144
Grande Oeste
Este roteiro turístico é per-
feito para quem gosta de des-
cobrir lugares pouco badalados
e quase desconhecidos. São 58
municípios, a maior parte de
pequeno porte, que ainda não
desfrutam de infraestrutura
profissional de turismo, condi-
ção compensada pela recepção
calorosa dada aos visitantes.
Entre as atrações estão as estân-
cias de águas termais em cidades
como Águas de Chapecó, Pal-
mitos e Quilombo – esta conta
até com uma série de piscinas
públicas em sua região cen-
tral. Campings e pesque-pague
são outras tradições do Oeste.
Também vale a pena conferir o
calendário de festas regionais,
que inclui desde celebrações em
homenagem aos antepassados
italianos e alemães até festivais
gastronômicos, com temas es-
pecíficos e variados, que vão da
melancia ao leitão. Chapecó, a
maior cidade da região, é um
centro de eventos e negócios,
com boa infraestrutura voltada
a congressos e convenções.
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Cordilheira Alta
Lajeado Grande
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São Bernardino
Novo Horizonte
Jupiá
Galvão
CoronelMartins
Formosa do Sul
Santiago do SulJardinópolis
Quilombo
Marema
do Sul
Modelo
SerraAlta
SaltinhoIratiBom Jesus
do Oeste
Sul Brasil União
do Oeste
Águas Frias
CoronelFreitas
Campo
Cunhataí
CunhaPorã
Romelândia Tigrinhos
Flor doSertão
Iraceminha Pinhalzinho
NovaErechim
NovaItaberaba
PlanaltoAlegre
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Santa Terezinhado Progresso
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Xanxerê
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Águas deChapecó
Guatambu
Chapecó
São Lourenço do Oeste
São
Mondaí
P/ Palmas
P/ Pato BrancoP/ Francisco Beltrão
P/ FredericoWestphalen(Missões)
P/ Nonoai
145
Sequência de quedas-d’água em Abelardo Luz
Vista noturna de ChapecóR.C.
T.E.
146
Caminhos da Fronteira
As fronteiras são regiões atí-
picas, marcadas pela dinâmica
nascida do relacionamento en-
tre populações que, apesar da
proximidade geográfica, vivem
separadas por diferentes cultu-
ras, idiomas e realidades eco-
nômicas. Este roteiro turístico
contempla as cidades catarinen-
ses mais próximas da Argenti-
na. São 18 municípios que, em
decorrência do “afunilamento”
do território catarinense em sua
porção Oeste, têm também a
peculiaridade de estarem simul-
taneamente próximos dos Esta-
dos vizinhos do Rio Grande do
Sul e do Paraná. A síntese dessas
múltiplas influências é o Marco
das Três Fronteiras, em Dioní-
sio Cerqueira – onde, esticando
os braços, é possível estar ao
mesmo tempo em território pa-
ranaense e argentino, sem sair
de Santa Catarina. Além da ri-
queza cultural, a região oferece
uma série de belezas naturais –
rios, cachoeiras e grutas – e se
esmera em celebrar a memória
dos colonizadores, a exemplo
dos alemães que fundaram Ita-
piranga e dos poloneses que co-
lonizaram Descanso.
473
471
472
471
283
386
163
163
163 280
282
Descanso
Helena
Belmonte
Bandeirante
Paraíso
Princesa
Guarujádo Sul
Palma Sola
Anchieta
BarraBonita
Iporã do OesteTunápolis
Santa
Itapiranga
São Migueldo Oeste
Guaraciaba
São Josédo Cedro
DionísioCerqueira
São João do Oeste
P/ Bernardode Irigoyen
P/ Três Passos(Missões)
ARG
ENTI
NA
147
Acima: plantação de soja em Dionísio Cerqueira.
Ao lado: Igreja Matriz de Guaraciaba
E.M.
E.M.
148
Serra Catarinense
O frio é a principal carac-
terística da Serra Catarinense,
região que se encontra a aproxi-
madamente 2.000 metros acima
do nível do mar. Mas os mora-
dores da região tiveram o méri-
to de transformar esse atributo
natural, considerado desconfor-
tável por muitos, em uma expe-
riência extremamente agradável
para os visitantes. Certamente
contribuem para isso as boas op-
ções de hospedagem.
A região foi pioneira no país
em turismo rural, com a trans-
formação de fazendas centená-
rias em hotéis. Nesses estabe-
lecimentos, os hóspedes têm a
oportunidade de realizar ativi-
dades típicas da vida rural e des-
frutam de culinária farta e de-
liciosa. A típica cultura serrana
é celebrada a cada inverno pela
realização da Festa do Pinhão,
em Lages. O fluxo de turistas
tem aumentado também fora
do período mais frio, impulsio-
nado pelo interesse despertado
por paisagens deslumbrantes
como a estrada da Serra do Rio
do Rastro, em Bom Jardim da
Serra, ou a Pedra Furada vista
do Morro da Igreja, em Uru-
bici, conhecida também como
reduto de praticantes de espor-
tes radicais. Uma atividade que
vem ganhando força na Serra
Catarinense é a produção de
vinhos finos. Várias vinícolas na
região de São Joaquim perma-
necem abertas à visitação.
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425
427
430458
438
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458
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282
116
282
430
AnitaGaribaldi
OtacílioCosta
Capão AltoCampo Belo
do Sul
PalmeiraSão José do Cerrito
CerroNegro
Painel
AbdonBatista
Bom Jardimda Serra
CorreiaPinto
Bocainado Sul
Rio Rufino
Urubici
São Joaquim
Bom Retiro
Urupema
Lages
(Serra Gaúcha)P/ Vacaria
149Da gastronomia às paisagens:
atrativos serranos
Z.P.Z.P.
S.F.
P.A.
150
Z.P.
151
Rio Canoas, em Urubici, sob o luar
152
No rumo do futuroOs catarinenses sempre olharam com otimismo para o futuro, mas não permanecem apenas contemplando o horizonte. Arregaçam as mangas e trabalham duro, de sol a sol, para realizar seus projetos e sonhos.
Neste momento de sua his-
tória, o Estado mais uma vez
vislumbra um período de de-
senvolvimento e de grandes
realizações. Boas notícias têm
surgido em todas as áreas – eco-
nomia, infraestrutura, seguran-
ça, saúde, turismo.
A BMW, célebre marca
alemã de veículos, anunciou a
construção de uma fábrica de
carros de luxo em Araquari, no
Norte catarinense. O processo
de escolha do local se estendeu
por quase dois anos e envolveu
várias outras cidades candidatas
no Brasil e em outros países do
continente americano. A em-
presa optou por Araquari em
decorrência de uma soma de
fatores, especialmente as facili-
dades logísticas (com destaque
para a proximidade com os por-
tos de São Francisco do Sul, Ita-
jaí e Navegantes) e o preparo da
mão de obra da região, já muito
industrializada e com experiên-
cia na área metalomecânica.
Os investimentos iniciais
da BMW serão de R$ 530 mi-
lhões, com geração de mais de
1.000 empregos diretos. A esti-
mativa é de que cada um desses
empregos fará nascer outros sete
indiretos, pois a indústria auto-
mobilística é tradicionalmente
aglutinadora – a região deverá
receber uma série de empresas
“satélites”, fornecedoras de pe-
ças e serviços para a montadora.
Grandes corporações que
já atuam no Estado também
estão reforçando seus inves-
timentos. A BrasilFoods am-
pliará a unidade de Videira,
resultando na criação de 1.200
novos empregos e movimen-
tando toda a cadeia produtiva
do agronegócio catarinense. Já
o grupo Whirlpool comunicou
a abertura de 850 novas va-
gas de trabalho para a fábrica
de refrigeradores em Joinville,
a maior do mundo em equi-
pamentos de alta capacidade,
com produção anual de 4 mi-
lhões de unidades e perspectiva
de aumento de 10% com os
novos investimentos.
São iniciativas que tornam
ainda mais dinâmica e diversi-
ficada a economia catarinense,
que sempre se diferenciou por
essas características. Outra mar-
ca do Estado, o desenvolvimen-
to descentralizado, ganha força
ano após ano com a adoção ofi-
cial desse modelo de gestão pelo
governo catarinense, por meio
das Secretarias Regionais.
Para continuarem desfru-
tando da melhor qualidade de
vida do país, os catarinenses
contam com importantes inves-
timentos na área social. O Pacto
por Santa Catarina, um amplo
programa do Governo Esta-
dual, prevê a aplicação de R$ 5
bilhões. Já foram contempladas
as áreas de Segurança Pública,
Justiça e Cidadania, com verbas
destinadas a melhoramentos
nos serviços prestados pelas po-
lícias Civil e Militar, Corpo de
Bombeiros e Instituto Geral de
Perícias, além da construção de
unidades prisionais e socioedu-
cativas. Também a área de Saú-
de, em busca da meta de que
todos os catarinenses possam
ter atendimento em qualquer
especialidade dentro de um raio
de 100 km da cidade em que
moram. Para cumprir esse obje-
tivo, o programa prevê a cons-
trução de policlínicas em todas
as regiões do Estado.
Santa Catarina trabalha
também para renovar e ampliar
sua infraestrutura. Seus aero-
portos e portos ganham impor-
tância no cenário nacional, ao
mesmo tempo em que as fer-
rovias surgem como alternativa
para o transporte de cargas e o
de passageiros. A rede de teleco-
municações é ampla e moderna.
O saneamento ganhou um im-
portante reforço com a parceria
entre o Governo do Estado e a
Agência Francesa de Desenvol-
vimento, que assegurou investi-
mentos em 12 municípios. As
obras previstas incluem a cons-
trução de dez estações de trata-
mento e 80 estações elevatórias,
além da ampliação em 500 km
das redes de coleta no Estado.
Cerca de 110.000 catarinenses
serão diretamente beneficiados
por esses projetos.
Na área de Turismo, o Es-
tado de Santa Catarina foi
escolhido pelo sexto ano con-
secutivo como o melhor para
se visitar do Brasil, de acordo
com votação dos leitores da
revista Viagem & Turismo, a
principal do segmento no país.
Para desenvolver também o
chamado “turismo do conheci-
mento”, Florianópolis avançou
mais alguns passos no projeto
do Sapiens Parque, um grande
complexo de desenvolvimento
econômico, esportes, cultura e
lazer. Numa área de 4,5 milhões
de m² no bairro de Canasviei-
ras, serão implantados parques
urbanos, áreas de passeio, ciclo-
vias, centros de eventos, teatros,
arenas multiúso e empresas de
serviços e de setores ligados a
vocações da cidade, como tec-
nologia e meio ambiente. O Sa-
piens Parque foi idealizado pela
Fundação Centros de Referên-
cia em Tecnologias Inovadoras
(Certi) e é apoiado pelo Gover-
no do Estado.
É com base nessas e em mui-
tas outras perspectivas que Santa
Catarina vislumbra um futu-
ro feliz e próspero. Um futuro
que se constrói a cada dia, com
muita dedicação e esforço, como
bem sabem os catarinenses.
Z.P.
153
154
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gov.br
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www.transportes.gov.br
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(Pnud) – www.pnud.org.br
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ção – www.sed.sc.gov.br
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Outras fontes de consulta
156
Créditos de fotos André Freyesleben (A.F.)
Cristiane Fontinha (C.F.)
Danisio Silva/Tempo Editorial (D.S.)
Edu Lyra (E.L.)
Eduardo Marques/Tempo Editorial (E.M.)
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Neiva Daltrozo/Secom Divulgação (N.D.)
Nico Esteves/Tempo Editorial (N.E.)
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Philippe Arruda (P.A.)
Robson Covatti (R.C.)
Sabiá Filmes (S.F.)
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Sergio Vignes/Tempo Editorial (S.V.)
Telli Narcizo/Camerata Florianópolis Divulgação (T.N.)
Tempo Editorial (T.E.)
Thiago Eriksson (Th.E.)
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Zé Paiva (Z.P.)